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União Metropolitana de Educação e Cultura – UNIME Graduação Bacharelado em Farmácia RELATÓRIO ANTIPARASITARIOS Salvador 2!"

Anti Parasitario

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Unio Metropolitana de Educao e Cultura UNIMEGraduao Bacharelado em Farmcia

RELATRIO ANTIPARASITARIOS

Salvador2015LIDIANE RAMOSRAFAEL CERQUEIRAULISSES DUARTE

RELATRIO ANTIPARASITARIOS

Salvador2015INTRODUOOs antiparasitrios esto divididos em dois grandes grupos: anti-helmnticos e antiprotozorios. Os antiprotozorios so utilizados para tratar doenas causadas por protozorios, como amebase, giardiose, tricomonase, leishmaniose, tripanossomose, doena de Chagas e malria. Dessa maneira, diversos frmacos foram desenvolvidos para tratar infeces por protozorios, resultando em toxicidade a diversos tipos de clulas que possuem alta atividade metablica em estruturas como neurnios, tbulos renais, intestinos e medula ssea. Por essa razo, o uso de frmacos antiprotozorios em geral no recomendado na gestao. Dentre as protozooses mais conhecidas se destaca a Malria que est presente, atualmente, em praticamente todas as regies tropicais e subtropicais do mundo. Esta doena tem causado muitas perdas humanas, principalmente entre crianas de at 5 anos de idade na frica, aonde as estatsticas chegam a ser alarmantes.Porm, com a globalizao crescente das atividades humanas em nosso sculo e as consequncias do aquecimento global, o problema da malria passa a chamar a ateno de praticamente todos os pases, principalmente aps relatos de que muitas cepas do protozorio causador da doena tm se tornado resistentes aos medicamentos utilizados atualmente,bem como devido ao aumento do nmero de casos da doena entre os chamados pases de primeiro mundo.Atualmente os frmacos antimalricos so baseados em produtos naturais ou compostos sintticos produzidos a partir da dcada de 40. Esses frmacos so especficos para cada etapa do ciclo de vida doPlasmodium. Existem frmacos chamados eritrocticos, que atuam nas formas presentes nos eritrcitos humanos, os frmacos gametocticos que matam as formas sexuadas do parasita (gametcitos) de um indivduo infectado, de forma que quando esse picado por outro mosquito, evita a transmisso da doena para o inseto e assim a disseminao para outras pessoas e, por ltimo, os frmacos esporonticidas (ou esporoitocidas), que atuam contra esporozotos e so capazes de matar os parasitas assim que eles entram na corrente sangunea, aps a picada do mosquito, ou ainda destru-los quando so liberados pelos esquizontes hepticos ou sanguneos. Os frmacos antimalricos podem atuar contra mais de uma forma do protozorio e serem efetivos contra uma espcie, mas totalmente ineficazes contra outras.Os principais frmacos antimalricos so classificados, de acordo com o modo de ao, em dois grandes grupos: O primeiro grupo inclui os alcalides derivados daCinchona, as aminoquinolinas e as acridinas. Acredita-se que esses frmacos podem interferir no metabolismo da glicose em diferentes pontose tambm na habilidade do parasita de digerir a hemoglobina, impedindo, assim, que ele se alimente ou intoxicando-o com altos nveis de ferriprotoporfirina-IX, que um subproduto txico da digesto da hemoglobina.O segundo grupo inclui as pirimidinas e biguanidas e envolve a interferncia na sntese do cido tetra-hidroflico, importante cofator no processo de sntese de DNA e de aminocidos. HISTRICO DA MALRIA Desde a pr-histria existem registros da ao da malria no homem. Acredita-se que o Continente Africano, tenha sido o "Bero da Malria", e acompanhou a migrao humana pelas regies do Mediterrneo, Mesopotmia, ndia, e Sudeste Asitico. Existem registros de presena de malria entre os assrios, chineses e indianos que associavam doena a punio de deuses e presena de maus espritos. Hipcrates, no sculo V a.C., foi o primeiro mdico a descartar a superstio e associar a doena aos locais frequentados e as estaes do ano. Tambm contribui com o detalhamento do quadro clnico apresentado pela malria. Posteriormente, no sculo II D. C., uma variedade de mdicos da Grcia e de Roma mencionaram a doena que ocorria na Grcia, Itlia e em vrias partes da Europa. Padres jesutas, no sculo XVII observaram a utilizao, da casca de uma rvore nativa para o tratamento de alguns tipos de febre, por populaes indgenas da Amrica do Sul. Sua utilizao se espalhou pela Europa e passou a ser conhecido como "p dos jesutas" e a rvore de onde era extrado o p recebeu o nome de Cinchona em 1735. Seu princpio ativo, o quinino, foi isolado em 1820. No sculo XVIII a doena recebeu o nome italiano de "mal aire", que significa mau ar ou ar insalubre. No final do sculo XIX, o conhecimento sobre a malria passou por um perodo de importantes descobertas. Em 1880, o mdico do exrcito francs Charles Alphonse Laveran, trabalhando na Arglia, foi o primeiro a observar e descrever parasitas da malria no interior de glbulos vermelhos humanos. Em 1897, o mdico britnico Ronald Ross, trabalhando na ndia, elucidou o modo de transmisso, a do parasita da malria no interior de um mosquito que havia se alimentado em um portador da doena. Pesquisadores italianos Amico Bignami, Giuseppe Bastianelli e Batista Grassi, realizaram entre 1898 e 1899 estudos completos do ciclo de desenvolvimento do parasita da malria no homem e na fmea do mosquito Anopheles. Durante a primeira metade do sculo XX muitas pesquisas eram dedicadas ao controle da malria, especialmente no sentido de reduzir ou eliminar a presena de criadouros do inseto transmissor, o que se mostrou bastante eficiente em algumas 15 situaes. Durante a Primeira Guerra Mundial pesquisadores alemes empenharam-se para a obteno de antimalricos sintticos, culminando com o desenvolvimento da pamaquina (1924), mepacrina (1930) e cloroquina (1934), devido haver dificuldade no fornecimento do quinino. Em 1942, com a obteno por Paul Muller do composto dicloro-difeniltricloroetano (D.D.T.), que apresentava grande atividade inseticida, muitos foram levados a crer na possibilidade de a doena ser erradicada, pela eliminao do vetor. Tendo sido este conceito adotado na Assembleia Mundial de Sade em 1955, a Organizao Mundial da Sade lanou em 1957 as bases para a Campanha Mundial de Erradicao da Malria, que inclua uma fase preparatria, com a identificao de todas as reas malargenas e seus imveis em condies de receber a aplicao do inseticida, outra fase seguida de um ataque, com a borrifao semestral de DDT nos imveis, tratamento de todos os moradores com sintomas, coleta de amostras de sangue para confirmao laboratorial e aplicao de medidas de controle de criadouros dos mosquitos (drenagem, aplicao de larvicidas, etc). Nesta fase era obrigatria a observao do princpio de cobertura total. A terceira, ou de consolidao, tinha lugar aps 3 ou 4 anos, desde que no mais fossem detectados casos autctones ou a regio apresentasse incidncia muito baixa (menor que 0,1casos/1000 habitantes). Tambm era necessrio que a possibilidade de reativao de focos de transmisso fosse mantida nveis extremamente baixos. A ltima fase, ou de manuteno, tinha incio quando, aps a completa cessao de uso de inseticidas por no mnimo trs anos consecutivos, no havia evidncias de transmisso natural da malria e a vigilncia, visando manter a erradicao, passaria para os servios gerais de sade. Como conseqncia, por volta de 1970, os programas de erradicao haviam livrado do risco da doena cerca de 53% da populao residente em reas malargenas, evitando milhes de mortes e contribuindo para o desenvolvimento scioeconmico de grandes reas, especialmente na sia, sul e sudeste da Europa e nas Amricas. Crises econmicas, aumento dos custos dos inseticidas, surgimento de resistncia dos anofelinos aos inseticidas e dos parasitas aos antimalricos, foram 16 fatores que influenciaram para que ocorresse o aumento progressivo no nmero de casos na maioria dos pases na dcada de 1980, exceo Europa e Amrica do Norte. Isto levou mudana de estratgia global de erradicao da malria, sendo adotadas atividades de controle integradas a programas nacionais, visando reduzir os nveis de transmisso, contando com a participao da comunidade. Desta forma, o nvel de mortalidade por malria sofre uma reduo significativa, devido serem adotadas medidas de controle do vetor, acesso ao diagnstico laboratorial e tratamento eficaz e imediato. Porm, ainda hoje a doena se faz presente em cerca de 100 pases, mas praticamente confinada as reas tropicais pobres da frica, sia e Amrica Latina (Dutra, 2007).

CLASSE TERAPUTICA ArtemisininaExtrada de plantas do gnero Artemisia, em especial da A. annua L., a artemisinina, ou qing hao, como era conhecida, utilizada pelo menos desde o 2 sculo A.C. pelos terapeutas chineses pelas suas propriedades antimalricas. A sua utilizao crescente no tratamento da malria deu-se a partir da dcada de 90 do sculo XX, passando a artemisinina da medicina tradicional para a primeira linha teraputica face malria no complicada. No entanto, de realar que apenas em 2009 o seu uso clnico foi aprovado pela FDA, ainda que nas recomendaes de tratamento da malria de 2006 j venham referidas como frmaco de 1 linha. A artemisinina e os seus derivados mais recentes (artesunato, artemeter, artemotil, dihidroartemisinina) produzem uma rpida resoluo da parasitemia com reduo do 7 nmero de parasitas no sangue segundo um fator de aproximadamente 10 000 em cada ciclo assexual, muito mais do que qualquer outro antimalrico conhecido. Devido sua curta semi-vida com rpido incio de ao as artemisininas no tratamento da malria devem ser sempre combinadas com um frmaco de longa semi-vida que remova os parasitas restantes, tal como mefloquina, lumefantrina, amodiaquina ou SP. A sua ao estende-se tambm diminuio do nmero de gametcitos no sangue e reduo da infecciosidade daqueles que sobrevivem, efeito que poder ajudar a diminuir as taxas de transmisso em reas de baixa endemia. Aliado a estas propriedades, estes frmacos tem mltiplas formas de administrao (oral, retal, intravenosa, intramuscular), so muito bem tolerados e tem baixa toxicidade conhecida. A frmula emprica da artemisinina C15H22O5. Apresenta-se como um composto inodoro, incolor, podendo facilmente formar cristais com um ponto de fuso de 156-157 C. Sua massa molecular, como determinado pela espectrometria de massa, m\z 282,1742. Essas propriedades permitem que os processos de extrao e purificao sejam mais rpidos. Alm disso, a artemisinina relativamente barata, e facilmente disponvel para as indstrias farmacuticas, principalmente na sia. (DHINGRA, 1999; HAYNES, 2001). Muitos derivados da artemisinina foram sintetizados, como o artemter, arteter, cido artesnico e cido artelnico que esto atualmente em uso ou esto sendo avaliados para uso. Alm desses, pode-se citar tambm o artemisiteno e o artesunato de sdio. (BALINT, 2001). Todos esses derivados foram denominados endoperxidos de primeira gerao.

MECANISMO DE AOApesar dos vrios anos de uso, os mecanismos de ao da artemisinina e seus derivados permanecem por esclarecer. Muitos consideram que a ponte endoperoxdica, comum a todos estes compostos, possa ser a componente estrutural determinante do seu mecanismo de ao: a reduo desta ponte pelo heme intraparasitrio ou pelo ferro inico, ou a sua protonao conduzir formao de radicais de oxignio que provocaro a morte ao parasita. Contudo estudos sugerem que a integridade desta ponte endoperxida necessria mas no suficiente para a atividade antimalrica [4,8,9], pelo que outros alvos, merecedores de mais estudos, tem sido propostos como base para o mecanismo de ao, tais como a cadeia mitocondrial [9] (despolarizao da membrana mitocondrial) e o retculo sarco-endoplasmatico Ca2+- ATPase (SERCA) [10] codificado pelo gene pfatp6.

RELAO ESTRUTURA ATIVIDADE

REPRESENTANTE DA CLASSE

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