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Antigo regime 2

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Page 1: Antigo regime 2

Profº Nivardo - História

Aluno(a):________________________________2º ano:____

Data: ___/___/ 2012

O Mundo Ocidental durante a Época Moderna

(Séc. XVI-XVIII)

Ao iniciar-se o século XV a Europa sentia falta de dinheiro,

de capital. No entanto, as pessoas não sabiam bem de que

precisavam para ser ricas. Terras ou Dinheiro?! Quem possuía

terras sentia falta de dinheiro, mas quem possuía dinheiro não tinha

o prestígio dos donos de terra.

Tal situação tinha uma razão de ser. Iniciava-se um período

de transição. Era a Época Moderna que se anunciava no Mundo

Ocidental. (...)

O que basicamente caracteriza a Época Moderna é a

passagem do feudalismo para o capitalismo: é a Era Pré-

Capitalista, em que se forjaram as precondições para o advento do

sistema capitalista.

Em termos econômicos é marcada pelo predomínio do

capital comercial e pela afirmação das manufaturas.

O que vem a ser capital comercial?

É o capital proveniente do comércio. E as manufaturas?

É exatamente nesse ponto que você encontrará resposta para

aquela questão inicial - desde quando as pessoas recebem um

salário pelo seu trabalho?

Ora, se havia o predomínio do capital comercial, é porque

havia um mercado em expansão.

Quando, na Baixa Idade Média, estruturaram-se as

corporações de ofício, elas se destinavam a atender um mercado

local. Mas o mercado se ampliou, tornando-se nacional e, com as

Grandes Navegações, internacional, o que tomou superadas as

corporações de ofício. Nesse momento entrou em cena o

intermediário entre o produtor e o consumidor. O produtor - mestre

artesão das Corporações - era, ao mesmo tempo, negociante,

empregador, trabalhador, capataz e comerciante-lojista. O

intermediário tomou para si as atividades comerciais e percebeu que

era preciso produzir mais - crescia a demanda, o mercado se

ampliava. Muitos deles procuraram, então, reorganizar a produção,

mas sem modificar a técnica de produção - apenas dividindo as

tarefas, e, sem demora, perceberam as vantagens da especialização,

que poupava tempo, acelerando a produção.

Muitos intermediários aos poucos se tornaram empresários.

Veja: com o capital comercial acumulado eles puderam organizar

sua indústria. Em vez de só levarem a matéria-prima para o

artesão e pagar-lhe pelo produto acabado, eles, agora, podiam

comprar um prédio, todos os instrumentos necessários à execução

do trabalho e, depois, contratar os artesãos, a quem pagariam um

salário. Surgiu, então, a manufatura, onde o trabalhador já era

assalariado, ou seja, ele vendia a sua força de trabalho para alguém

que era o dono dos meios de produção.

Por isso, em termos sociais, a Época Moderna se

caracterizou pela lenta afirmação da burguesia mercantil, que

estava por trás de quase todos os grandes empreendimentos, e pelo

aparecimento de uma forma acanhada da burguesia manufatureira.

No entanto, juridicamente, a sociedade se caracterizava pela

divisão em Ordens ou Estados: Clero, Nobreza e Povo. Clero e

Nobreza tinham posição e prestígio assegurados pela posse de

terras, e por isso estiveram sempre juntos na defesa de seus inte-

resses. Entre o Terceiro Estado - o Povo - estava a burguesia que,

embora sem poder de decisão, era a mola-mestra dessa sociedade.

Politicamente, vamos observar a formação dos Estados

Nacionais e a posterior centralização do poder: a descentralização

feudal foi substituída pela Monarquia Absoluta de direito divino,

da qual a França é o modelo clássico. As únicas grandes exceções

no processo de formação do Estado Nacional Moderno foram a

Alemanha e a Itália, fracionadas em inúmeros pequenos Estados,

constituindo-se apenas em expressões geográficas.

Tudo estava mudando. . . . Iniciavam-se os Tempos

Modernos. . . Logo no seu alvorecer, até os horizontes geográficos

se alargaram como resultado das Grandes Navegações,

empreendidas de forma pioneira pelos países ibéricos: Portugal e

Espanha. O Oriente - genericamente denominado de "Índias" - era o

ponto visado pelos navegantes, sendo, então, incorporado ao

circuito comercial europeu.

O caráter mercantil da expansão explica a exploração das

novas áreas. A América foi colonizada e explorada em benefício

das metrópoles européias.

Nas áreas coloniais americanas o escravismo surgiu como

única solução para realização do trabalho agrícola, ao passo que na

Europa, gradualmente, o trabalho servil - sistema feudal- deu lugar,

aos poucos, ao trabalho assalariado - sistema capitalista.

Agora, tente responder a essas questões:

Se as pessoas não percebiam bem o que precisavam para ser

ricas, o que fazia o Rei - monarca absoluto - para tornar seu país -

seu Estado Nacional - rico?

O que tornaria um país rico? Era a pergunta corrente na

época. Precisava ser respondida.

Os homens inteligentes tentaram respondê-la. Adam Smith,

em 1776, sintetizou bem o pensamento da maioria dos autores

daquele período, embora dele discordasse porque suas idéias já

refletem o pensamento econômico burguês: "Um país rico, tal

como um homem rico, deve ser um país com muito dinheiro; e

juntar ouro e prata num país deve ser a mais rápida forma de

enriquecê-lo." (Citado por HUBERMAN, L., História da Riqueza

do Homem, Zahar Editores, pág. 130.)

E foi dessa forma que os Reis procuraram fortalecer o

Estado Nacional. Começaram a pôr em prática uma série de

medidas no sentido de fortalecer a economia nacional. Ao

conjunto dessas medidas empíricas damos o nome de

Mercantilismo. É evidente que cada país estabeleceu as medidas

que mais lhe convinham. Por isso o Mercantilismo não chegou a

ser uma doutrina, apresentando uma série de variantes nacionais.

Seu pressuposto básico era de que a riqueza de uma Nação é

medida pela quantidade de metais preciosos que consegue manter

dentro de suas fronteiras.

Mas como fazer isso?

A resposta era "vender o máximo e importar o mínimo", a

fim de ter uma balança comercial favorável. Tais práticas levaram

ao exclusivismo, ao monopólio. As colônias vinculavam-se às suas

metrópoles através do Pacto Colonial, que nada mais era do que o

monopólio metropolitano. Todo um sistema colonial foi criado

levando ao fechamento de grandes áreas comerciais às outras

nações. Daí o recrudescimento da pirataria e do corso e as guerras

da Idade Moderna.

O Homem, preterido na Idade Média por Deus, passou a ser

o centro das atenções dos pensadores e homens de Ciência. Afinal

tudo estava sendo sua obra! E "que obra de arte é o homem" (W.

Shakespeare).

O século XVI foi, assim, marcado pelo Humanismo e pelo

Renascimento: passou-se do teocentrismo medieval para o

antropocentrismo - foi o primeiro passo para o individualismo, para

a idéia de que o Homem se faz por si mesmo.

E, logo, começou-se a valorizar aquilo que faz do homem um

homem: a Razão.

A cristandade viu-se subitamente dividida pela quebra dos

velhos padrões ideológicos da religião: era o advento do movimento

reformista iniciado na Alemanha. A Reforma, que difundiu uma

série de Igrejas Protestantes por toda a Europa, possui um complexo

de causas que fez do século XVI uma época de intolerância.

Enfim, era de transição, de transformações várias e rupturas

violentas, das quais, no fina do período, as Revoluções Burguesas,

e com elas a Revolução Francesa, foram o marco final. E o início

de uma nova era ... a Era Capitalista!

( História das Sociedades. Rubim Santos L. de Aquino. Ao Livro

Técnico. RJ. 1983)

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Exercícios:

1)

Acerca do início da Idade Moderna, leia a afirmação abaixo. Em seguida, com base na citação e em seus conhecimentos, responda ao que se pede. Sobre as diversas modificações ocorridas no período, marque a alternativa INCORRETA. a) O movimento conhecido como Renascimento Cultural tinha como uma de suas características centrais o antropocentrismo. b) O desenvolvimento dos Estados Modernos foi caracterizado pela crescente descentralização dos poderes, que enfraqueceu o poder dos monarcas. c) O movimento da Reforma Protestante criticou as práticas da Igreja Católica e dividiu a Cristandade Ocidental. d) Ocorreu a propagação de importantes correntes de pensamento tais como as teorias de direito divino dos Reis. e) O surgimento de avanços tecnológicos como a bússola e o astrolábio colaborou para a realização das grandes navegações. 2) Cite quatro características do Mercantilismo.

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3) Uma das formas de enriquecimento das nações europeias residia em colonizar novos territórios. Em relação ao “Novo Mundo”, diferencie as “colônias de exploração” das “colônias de povoamento”. _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 4) De que forma N. Maquiavel, T. Hobbes e J. Bossuet justificaram o poder absoluto dos reis. Explique. _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________

Atividades econômicas, estruturas e relações sociais, formas políticas, ideologias, manifestações culturais, tudo afinal se modificou em maior ou menor grau, embora em ritmos e proporções bastante diferenciados entre si. Tal conjunto permite-nos considerar essa época o começo de um período distinto do medieval, quaisquer que tenham sido as permanências e continuidades então verificadas. Explica-se assim o hábito há muito difundido entre os historiadores de procurar sintetizar todas as transformações do período que então se iniciava utilizando a noção de moderno. Fonte: FALCON, Francisco;RODRIGUES, Antonio E. A formação do mundo moderno: a construção do Ocidente dos séculos XIV ao XVIII. 2ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. P.2.