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Revis 32607 RA Mai2015 é dif dent filos Anti retra do r não e Deus O delle isso tion nism mea de 1 cá, e Senh blem algu DUA Segu veze pree com (Dt 3 19:7) ocor inse Deu O pred enfa si m tame term obra sua s cam conh tória Lo ou m hum inat reve tória ação salv A meio perfe essa ser to men Assi IMPE R LOGOS O CONCEITO BÍBLICO DE PERFEIÇÃO É DIFERENTE DO QUE MUITA GENTE PENSA CRISTÃOS FEITOS Patrick Siqueira odas as pessoas que procuram viver em santidade correm o risco de incorrer num erro conhecido como perfeccionismo. A ideia de que o verdadeiro cristão deve alcançar impecabilidade aqui na Terra tem causado diversos males em algumas denominações cristãs, e com os adventistas não tem sido diferente. A Palavra de Deus apresenta respostas para nossos maiores questionamentos, e entender o que ela tem a dizer sobre o assunto pode nos ajudar a evitar esse problema. Embora o Antigo Testamento mencione algumas vezes a perfeição divina, o significado Foto: Lightstock

Antigo Testamento se preocupa em O CONCEITO BÍBLICO DE … · 2015. 6. 9. · O Antigo Testamento se preocupa em retratar a perfeição divina em termos do relacionamento divinohumano

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Page 1: Antigo Testamento se preocupa em O CONCEITO BÍBLICO DE … · 2015. 6. 9. · O Antigo Testamento se preocupa em retratar a perfeição divina em termos do relacionamento divinohumano

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é diferente daquilo que a mente oci-dental, grandemente infl uenciada pela fi losofi a grega, geralmente concebe. O Antigo Testamento se preocupa em retratar a perfeição divina em termos do relacionamento divinohumano e não em descrever a natureza perfeita de Deus como sendo um fi m em si mesma.

O teólogo adventista Hans LaRon-delle discorreu sobre isso no livro Perfec-tion and Perfeccio-nism, lançado em meados da década de 1970. De lá para cá, ele descansou no Senhor, mas o pro-blema persiste em alguns segmentos.

DUAS CATEGORIASSegundo estudiosos, pelo menos cinco vezes a palavra tamim (“perfeito”, “irre-preensível”) deve ser aplicada a Deus com o signifi cado estrito de perfeição (Dt 32:4; 2Sm 22:31; Jó 37:16; Sl 18:30; 19:7). Porém, todas as vezes que isso ocorre o conceito de perfeição está inserido no contexto da aliança de Deus com seu povo.

O termo tamim nunca aparece como predicado de Yahweh no sentido de enfatizar a perfeição como um fi m em si mesma. Ao contrário, o Antigo Tes-tamento mostra a perfeição divina em termos de amor redentivo revelado nas obras salvífi cas de Deus (Dt 32:4), na sua santa e justa lei (Sl 19:7), nos seus caminhos (2Sm 22:31; Sl 18:30), no seu conhecimento (Jó 37:16) e em toda a his-tória da redenção do seu povo (Is 5:4).

Longe de ser um conceito abstrato, ou mero resultado de raciocínio lógico humano, e muito menos um ideal ético inatingível de virtudes morais, ela é revelada na realidade concreta da his-tória de Israel. É perfeição divina em ação, caracterizada pela intenção de salvar o ser humano.

A graça divina oferecida a Israel por meio do concerto requeria do homem perfeita obediência a Deus. Entretanto, essa perfeita obediência moral deveria ser totalmente fundamentada no senti-mento de gratidão motivado pela graça. Assim, perfeição é a resposta ao amor e à

IMPERL O G O S

O CONCEITO BÍBLICO DE PERFEIÇÃO É DIFERENTE DO QUE MUITA GENTE PENSA

CRISTÃOS

FEITOSPatr i ck S i q u e i r a

odas as pessoas que procuram viver em santidade correm o risco de incorrer num erro conhecido como perfeccionismo. A ideia de que o verdadeiro cristão deve alcançar impecabilidade aqui na Terra tem causado diversos males em algumas denominações cristãs, e com os adventistas não tem sido diferente. A Palavra de Deus apresenta respostas para nossos maiores questionamentos, e entender o que ela tem a dizer sobre o assunto pode nos ajudar a evitar esse problema.

Embora o Antigo Testamento mencione algumas vezes a perfeição divina, o signifi cado

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é diferente daquilo que a mente oci-dental, grandemente influenciada pela filosofia grega, geralmente concebe. O Antigo Testamento se preocupa em retratar a perfeição divina em termos do relacionamento divinohumano e não em descrever a natureza perfeita de Deus como sendo um fim em si mesma.

O teólogo adventista Hans LaRon-delle discorreu sobre isso no livro Perfec-tion and Perfeccio-nism, lançado em meados da década de 1970. De lá para cá, ele descansou no Senhor, mas o pro-blema persiste em alguns segmentos.

DUAS CATEGORIASSegundo estudiosos, pelo menos cinco vezes a palavra tamim (“perfeito”, “irre-preensível”) deve ser aplicada a Deus com o significado estrito de perfeição (Dt 32:4; 2Sm 22:31; Jó 37:16; Sl 18:30; 19:7). Porém, todas as vezes que isso ocorre o conceito de perfeição está inserido no contexto da aliança de Deus com seu povo.

O termo tamim nunca aparece como predicado de Yahweh no sentido de enfatizar a perfeição como um fim em si mesma. Ao contrário, o Antigo Tes-tamento mostra a perfeição divina em termos de amor redentivo revelado nas obras salvíficas de Deus (Dt 32:4), na sua santa e justa lei (Sl 19:7), nos seus caminhos (2Sm 22:31; Sl 18:30), no seu conhecimento (Jó 37:16) e em toda a his-tória da redenção do seu povo (Is 5:4).

Longe de ser um conceito abstrato, ou mero resultado de raciocínio lógico humano, e muito menos um ideal ético inatingível de virtudes morais, ela é revelada na realidade concreta da his-tória de Israel. É perfeição divina em ação, caracterizada pela intenção de salvar o ser humano.

A graça divina oferecida a Israel por meio do concerto requeria do homem perfeita obediência a Deus. Entretanto, essa perfeita obediência moral deveria ser totalmente fundamentada no senti-mento de gratidão motivado pela graça. Assim, perfeição é a resposta ao amor e à

IMPERgraça numa total e completa inclinação do coração e da vida à vontade de Deus.

Na religião israelita havia uma união indivisível entre a experiência reli-giosa, a adoração e o comportamento religioso. Isso é visto especialmente no livro dos Salmos, intimamente inter-ligado com a adoração no santuário israelita. Após serem incorporados ao

Yahweh, podia viver sem a necessidade de expiação ou perdão. Uma das prin-cipais emoções descritas no livro de Salmos é uma profunda consciência de pecaminosidade, que origina contrição na alma do adorador não apenas pelos atos pecaminosos cometidos, mas pela cons-ciência da natureza pecaminosa do ser.

O Salmo 19, por exemplo, inten-sifica a distinção levítica de pecados inconscientes e peca-dos cometidos por rebelião. Enquanto o pecado involun-tário era perdoado pelo ritual expiató-rio do santuário, não havia expiação para o pecado da rebelião.

Somente o segundo tipo de pecado era capaz de separar o pecador da relação de concerto com seu Deus.

Davi orou e clamou pelo perdão divino, capaz tanto de perdoar a culpa quanto de subjugar o poder do pecado. Para o salmista, o resultado desses dois feitos do perdão divino é a seguinte declaração de fé: “então serei irrepre-ensível [tamim]”. Perfeição no Salmo 19 não tem que ver com impecabilidade inerente à natureza, mas sim com uma atitude da graça divina.

O padrão a ser alcançado era fun-damentado na motivação do amor. O indivíduo que pautava a vida por esse padrão era considerado saddiq, comple-tamente “justo”, e tamim, “perfeito” ou “completo”. Quando o pecado o assal-tava, ele se arrependia e seguia o ritual de expiação, experimentava a purifica-ção e a recriação do seu coração. Então era considerado justo e perfeito. Assim, a ideia de perfeição não era orientada no sentido de uma norma ideal ou virtude elevada, mas no sentido do relaciona-mento cultual na esfera do concerto.

PERSONAGENSO conceito de perfeição israelita pode ser constatado na realidade empí-rica da vida de grandes personagens da história bíblica. Noé é o primeiro homem que as Escrituras chamam de “perfeito”, atribuindo-lhe o derivativo tamim. Em Gênesis 6:9 encontramos a

CRISTÃOSculto oficial israelita, os salmos foram aceitos como orações inspiradas e, por-tanto, modelo para os adoradores no serviço do templo.

O livro dos Salmos, assim como ocorre na literatura sapiencial, classi-fica os seres humanos em duas catego-rias: os justos (saddiqim) e os perver-sos (resaim). Os justos são aqueles que amam e temem a Yahweh, que fazem “o que é justo” para seus companhei-ros israelitas e vivem em obediência a toda a Torah (lei). Os perversos são aqueles que escolhem uma forma dife-rente de existência, em que falta o prin-cípio do amor a Yahweh e sua Torah como a motivação para suas ações. A diferença entre as duas classes não é apenas de comportamento religioso, mas a conexão com o próprio Deus.

O justo (saddiq) não é meramente alguém perfeito ou virtuoso no sen-tido ético, mas aquele que, motivado pelo amor redentivo de Yahweh, tem confiança nele e lhe obedece, vivendo de acordo com os mandamentos éti-cos, sociais e cultuais do concerto. LaRondelle comenta: “O saddiq, em última instância, é determinado por seu relacionamento para com o cultos [relacionamento com Deus através da adoração], e não por sua moralidade, perfeição ética ou impecabilidade.”

Nem o livro dos Salmos nem a Torah ensinam que o israelita sincero, que andava em perfeita obediência à lei de

Perfeição não é sinônimo de impecabilidade nem de vindicação do caráter de Deus, o que já foi feito por Cristo na cruz

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Existem basicamente dois tipos de profecias na Bíblia: (1) as “apocalípticas”, que abarcam eventos desde os dias do profeta até o fim do mundo e que têm apenas um cumpri-mento (por exemplo, a profecias de Daniel e de Apocalipse); e (2) as “clássicas”, que geralmente têm uma aplicação pri-mária para os dias em que foram dadas e, em alguns casos, podem ter uma segunda aplicação, escatológica, para even-tos relacionados com o fim do mundo. Isaías 65 é uma pro-fecia do tipo “clássico” e tem duas aplicações:

1. Cumprimento para o antigo Israel, caso ele fosse fiel ao Senhor. Como sabemos que Isaías 65 teria um primeiro cum-primento para o antigo Israel, provavelmente após o retorno do cativeiro babilônico? A resposta é encontrada no verso 20 desse capítulo. Nele é dito que na nova Terra prometida por Deus haveria crianças, velhos, pessoas pecando e morte. Nada disso haverá na nova Terra escatológica, o lar dos remidos.

Deve-se entender que cada bênção mencionada em Isaías 65 corresponde ao reverso das maldições contidas no capítulo 28 do Deuteronômio. A promessa de “novos céus e nova Terra” (Is 65:17), ou seja, céus com abundan- tes chuvas e terra fértil e sem pragas, corresponde ao reverso da maldição de “céus de bronze” e “chuva de pó”, e terra infértil e cheia de pragas, como gafanhotos, mencionados em Deuteronômio 28:23, 24, 38-40. O ato de edificar casas e morar nelas e plantar vinhas e comer do fruto (Is 65:21) é o reverso da maldição de Deuteronômio 28:30: “Edificarás casa, porém não morarás nela; plantarás vinha, porém não a desfrutarás”. A promessa de filhos como a “posteridade bendita do Senhor” (Is 65:23) é o contrário da maldição de

MORTE NA NOVA TERRA?COMO ENTENDER OS VERSOS DE ISAÍAS 65 QUE FALAM DA NOVA TERRA? OUTRA DÚVIDA: ISAÍAS 66:23 FAZ REFERÊNCIA À LUA NOVA. NA NOVA TERRA VAI EXISTIR LUA? MÉRCIA MARIA

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Em Lucas 6:36, paralelo a Mateus 5:48, o autor não usou teleios, mas oiktirmon, que significa “misericor-dioso”. Essa passagem concorda com a interpretação do imperativo de per-feição de Mateus como uma ativa e completa manifestação do amor per-doador a todas as pessoas, inclusive aos ingratos e injustos (Lc 6:35). A per-feição de Mateus 5:48 pode ser carac-terizada dinamicamente como amor santo e misericordioso.

LaRondelle argumenta que a intenção de Mateus ao utilizar a palavra teleios foi demonstrar que o amor e a justiça não estão em contraste, mas são o cum-primento da Torah. Ele também decla-rou que o conceito dessa palavra não é orientado para a perfeição ética absoluta, mas para a consagração religiosa e cul-tual ao Deus universal de amor e graça.

Há uma riqueza no significado de teleios no evangelho de Mateus, o qual demonstra uma continuidade básica com o Antigo Testamento. Essa perfei-ção não pode ser alcançada por senti-mentos, mas por um relacionamento perfeito com Cristo. Ela não é alcançada ao fim de um longo e difícil caminho de tentativas de imitação de Jesus, mas por meio da comunhão redentiva com ele enquanto o caminho está sendo trilhado. Para Mateus, a ética cristã de obediên-cia é fundamentada no próprio Cristo.

Portanto, a perfeição bíblica não é sinônimo de impecabilidade nem de vindicação do caráter de Deus, o que já foi feito por Cristo na cruz. Ela não é revelada em termos de virtude moral elevada ou padrão ético inatingível. Trata-se de um presente divino dispo-nibilizado à pessoa que mantém rela-cionamento com seu doador, podendo ser alcançada aqui e agora.

O maior erro do perfeccionismo não está na sua tentativa desesperada de alcançar perfeição moral, mas em colocar o foco de seus esforços no ser humano, e não em Deus, a fonte primá-ria de perfeição. O problema não é bus-car a santidade; é não entender que ela é expressa ao se viver o amor de Deus.

PATRICK SIQUEIRA é capelão do Colégio

Adventista de Vila Yara, em Osasco (SP)

declaração: “Noé era um homem justo e íntegro entre seus contemporâneos; Noé andava com Deus.” Embora encon-tremos tal testemunho sobre Noé, em Gênesis 9:21-24 encontramos um epi-sódio infeliz da vida do patriarca, em que é relatado um grave pecado moral.

A segunda declaração de perfeição da Bíblia aparece no relato sobre o patriarca Abraão. Na declaração divina da teofa-nia de Gênesis 17:1, o próprio Deus, ao mesmo tempo, demanda e atesta a per-feição do patriarca. Essa perfeição não denota impecabilidade, mas uma sincera dedicação em seguir uma vida santifi-cada na presença de Deus. Embora Abrão tenha sido um homem de reconhecidas qualidades morais, ele também come-teu sérias faltas (Gn 12:11-13; 20:11-13).

O terceiro exemplo bíblico de per-feição é o do patriarca Jó. O livro sobre a vida dele começa com uma impres-sionante declaração de perfeição sobre seu protagonista: “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1:1). Essa decla-ração quádrupla do caráter justo do patriarca inclui o radical hebraico tam, “perfeito”. Essa declaração inicial é reforçada pelo próprio Jó (6:29; 10:7; 12:4; 16:17; 23:11, 12; 29:12-17; 31:5, 6) e intensificada por outras três afirma-ções divinas (1:8, 2:3; 42:7, 8). Embora o testemunho bíblico a respeito dele o coloque na categoria de “perfeito”, sua condição moral estava longe de ser considerada como de impecabili-dade (7:20, 21; 9:2, 15; 10:6; 14:16, 17).

Na teologia do Antigo Testamento, os “perfeitos” não são apenas distintos per-sonagens bíblicos, como alguns patriar-cas. O conceito de perfeição é ampliado a todo o Israel verdadeiro participante do concerto divino. Lemos: “bem-aven-turados os irrepreensíveis” (Sl 119:1), “os que andam em integridade” (Pv 11:20)”, “os que andam retamente” (Sl 84:11). Em todos esses versos o verdadeiro israe-lita é designado com a palavra tamim.

PRESENTE DIVINOPara entendermos o ensino de Cristo sobre a perfeição no Novo Testamento, é preciso analisar os dois lugares em que a palavra teleios aparece (Mt 5:48; 19:21), o equivalente do hebraico tamim. No contexto do sermão do monte, a declaração “Sede vós, pois, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai que está nos Céus” é o sumário das antíteses que se encontram em Mateus 5:43-47. Ali há um contraste com a piedade legalística dos fariseus, que não entravam no reino de Deus e impediam outros de entrar. Isso já é uma indicação de que a declara-ção de Cristo não pode ser considerada um imperativo moral que reclame per-feição ética ou impecabilidade.

Os ensinamentos éticos do sermão do monte não foram endereçados aos gentios e muito menos aos fariseus cheios de justiça própria, mas aos filhos de Deus que oravam a seu Pai celestial (Mt 6:9; 7:7-11); aos que são chamados de “sal da Terra” e “luz do mundo”, cuja luz não deveria iluminar suas próprias boas obras, mas glorificar o “Pai que está no Céus” (Mt 5:13-16); aos que não se orgulham de sua justiça própria, mas têm “fome e sede de justiça” e “buscam em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça” (Mt 5:6; 6:33).

O Salmo 37:11, texto de onde Jesus retirou sua declaração de Mateus 5:5, identifica “os mansos” ou “os justos” (saddiqim) como aqueles que “herdarão a Terra”. Essas duas classes e pessoas constituem o “homem íntegro” (tamim), ou “perfeito”, que tem a lei de Deus no coração (Sl 37:31). A expressão “lim-pos de coração” (Mt 5:8) também tem sua origem no livro de Salmos (24:4; 51:10). Assim como o acesso ao tem-plo e o direito à participação do culto israelita eram restritos àqueles que se adequavam às condições da adoração e do comportamento israelita, as pres-crições dadas por Cristo na “Torah do monte” são o código que restringe a entrada ao reino de Deus.