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Antologia Premium VIII 1 Antologia Premium VIII Poesias & Textos

Antologia – Premium VIII · A grandeza e plenitude do ser é servir e compartilhar e só nobres pessoas são capazes de fazê-lo tão naturalmente. Outono, uma estação da alma

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Antologia – Premium VIII

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Antologia

Premium VIII

Poesias & Textos

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Antologia – Premium VIII

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Copyright 2015 (1ª Edição) Todos os direitos desta Edição reservados aos autores. Impresso no Brasil Printed in Brazil

Depósito Legal na Biblioteca Nacional, conforme decreto n 1.825, de 20/12/1907

Projeto Editorial Diagramação :

Antônio Ramos da Silva

Capa: UQC – comunicação Visual Ltda

Revisão técnica e ortográfica: dos autores.

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

ISBN –

PERMISSÃO DOS AUTORES PARA CITAÇÃO

É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, inclusive

quanto às características gráficas e/ou editoriais. A violação de direitos autorais

constitui crime (Código Penal, art. 184 e Parágrafos, e Lei nº 6.895, de 17/12/1980)

sujeitando-se à busca e apreensão e indenizações diversas (Lei nº 9.610/98).

A634 Antologia Premium VIII: poesias & textos / Rose Bona... [et al.]. –

1. ed. – [S.l.]: Bookess, 2015. 150 p.

ISBN: 978-80-87049-09-9

1. Poesia brasileira. 2. Literatura brasileira – Miscelânea.

I. Bona, Rose II. Título.

CDD: 869.98

Elaborada por: Andréa Blaskovski CRB 14/999

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Rose Bona

Antônio Ramos da Silva

Audelina Macieira

Fátima Araújo

Sofia Valadares

Chico Valiente Farro

Dallwa Lobo

Glória Mateus

Ireni Ribeiro de Assis

Antologia

Premium VIII

Poesias & Textos

1ª Edição

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Esta obra é um projeto da ―Academia de Letras Infanto Juvenil para Santa Catarina” integrando escritores, Baiano, Capixaba, Catarinense, Paranaense, Português e Moçambicano. Intercâmbio cultural de ideias retratadas em poesias, pensamentos e textos.

“Reunir Escritas é Possível”.

A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces.

Aristóteles

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Sumário

Apresentação: (5)

Poesias & Textos:

Rose Bona (7/22)

Antônio Ramos da Silva (23/38)

Audelina Macieira (39/54)

Fátima Araújo (55/70)

Sofia Valadares (71/86)

Chico Valiente Farro (87/102)

Dallwa Lobo (103/118)

Glória Mateus (119/134)

Ireni Ribeiro de Assis (135/150)

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Rose Bona

Nasceu em 1 de Abril de 1971, na

cidade de Timbó (SC).

Vive e trabalha em São Bento do Sul

(SC). Economista, escritora e poetisa.

Graduou-se em Ciências Econômicas

pela UNIVILLE – Universidade da

Região de Joinville (2002) e Pós-

graduada em Comércio Exterior pela

Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR (2007).

Divulga seus trabalhos literários em blogues e sítios de grande

repercussão.

Publicou: ―Doce Encanto‖ (Diálogo, 2012). ―Silêncio Áfono‖ (Poesias, 2013). ―Abraça-me‖ (Frases, 2013). ―Outubro Rosa‖ (Frases,

2014). ―Libera-te‖ (Frases, 2014). ―Essência do Silêncio‖ (Frases, 2015). ―Além-mar das palavras‖ e ―Premium II‖ (Antologia, 2015) –

Editora Bookess.

Contatos: [email protected] [email protected]

Blogs e Páginas: https://www.blogger.com/profile/10208570132662741983 http://www.liberarti.com/utenti.cfm?id=4142&rose_bona http://sitedepoesias.com/poetas/Rose+Bona Facebook: https://www.facebook.com/rose.bona.9?fref=ts Bookess: http://www.bookess.com/profile/rosebona/

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Natureza

Uma tela sem tinta, mas cheia de cores...

com perfume das flores, com cheiro do mar;

a textura do vento, o calor do sol;

o encanto da lua e das estrelas no infinito céu a brilhar;

brisa que se espalha pelo ar, pássaros a cantar;

nuvens a dançar e chuva para refrescar...

infinitude beleza da natureza...

um doce poema,

uma tela viva para se contemplar.

–——–

A essência do olhar é perceber a beleza em tudo o que é

simples e enxergar a grandiosidade do todo.

–——–

A harmonia do nosso ser com a natureza é um ponto

fundamental para nosso equilíbrio interno.

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Quando aprendermos ler a própria existência, encontraremos

nossa verdadeira versão.

–——–

A oração é uma forma de dialogar com Deus serenamente.

–——–

Ainda que exista adversidades, desperte sua capacidade de

vencer sem perder a vitalidade.

–——–

A vida é a soma de pequenos momentos que devemos

registrar para escrevermos uma grande história.

–——–

O amor que dedicamos deve abranger a todos e sob diferentes

modalidades que o vocabulário é insuficiente para expressar.

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A bondade abre corações e, pelo coração tudo se obtém.

–——–

Nas linhas e entrelinhas do tempo, silenciar perante os

obstáculos e o mistério da vida... também é sabedoria.

–——–

A bondade é o maior sorriso da alma.

–——–

No âmago do nosso existir encontra-se a resposta para a

felicidade, a paz e a harmonia que tanto buscamos.

–——–

Quando conseguirmos nos conectar com nossa verdadeira

essência saberemos realmente o quanto somos importantes.

–——–

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Queremos o segredo da nossa canção, mas ainda não

aprendemos ouvi-la dentro de nós.

–——–

Muitas belezas passam despercebidas por nós se não

soubermos contemplá-las.

–——–

Não permita que o tempo transcorra sem revelar teus

sentimentos de amor, de amizade, de perdão, de gratidão. A

vida é agora.

–——–

Que neste momento tão especial de reflexão possamos

resgatar os sentimentos mais puros de amor e solidariedade,

encher nosso coração de esperança para um mundo mais

humano e fraterno.

–——–

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Não somos perfeitos, mas precisamos ser verdadeiros.

–——–

Decisões muitas vezes definem nosso futuro. Que saibamos

escolher qual caminho trilhar.

–——–

Encontro liberdade quando encontro um pouco de espaço

dentro de mim.

–——–

Quanto mais me preencho de amor mais leve fico.

–——–

Acredite apaixonadamente já existente o que tu queres que

exista, e, deseje suficientemente para que isto se torne real.

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Há momentos em que é preciso parar e olhar bem devagar

para dentro de nós próprios. Deixar que o coração fale,

entender nossos avessos... E, só assim, viver e reviver aquele

momento marcante.

–——–

Uma pausa para compreender os "meus comigos" a encontrar

com os "teus contigos".

–——–

O Universo é uma dimensão acolhedora, vigie teus

pensamentos constantemente, eles serão a tua manifestação.

–——–

Nossa melhor maneira de viver deveria ser igual uma poesia...

uma composição em versos harmoniosos.

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Procure elevar-te acima de ti mesmo apesar dos pesos que te

retêm.

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Às vezes é preciso abandonar o barulho do mundo, sair do lugar comum, viver um momento de delicadeza e curtir a

estação.

–——–

Quando desfazemos o nó do egoísmo seremos unos e felizes

em evolução.

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Guardo no baú da vida sentimentos e emoções, às vezes os

busco para reviver doces momentos.

–——–

O próprio pensar lhe proporciona crescimento.

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Com pequenos gestos de bondade iluminamos corações e

nosso caminho fica perfumado.

–——–

Se deixarmos tudo fluir naturalmente, não será necessário

muito esforço para chegarmos ao destino pretendido. Tudo

acontece espontaneamente.

–——–

A vida nos desafia a continuar mesmo que em passos lentos e no meio às tempestades, pois a existência continua na sua

perfeição.

–——–

O amor é o segredo do nosso ser.

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Não há nada melhor do que uma alma leve e feliz para aproveitar as oportunidades.

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A grandeza e plenitude do ser é servir e compartilhar e só

nobres pessoas são capazes de fazê-lo tão naturalmente.

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Outono, uma estação da alma que nos convida para uma

reflexão profunda a redesenhar nossas verdadeiras intenções de vida.

–——–

A liberdade consiste em refletir antes de agir.

–——–

Abra os olhos para a beleza do mundo e a tua alma para o

mistério.

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Eu quero apenas compreender as verdades do meu coração.

Eu quero um silêncio que acalma e uma alma que deseja paz.

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Você não está livre das tempestades da vida, porém, ser feliz te pertence.

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Quando um ser iluminado passa pela nossa vida; grandes

valores são acrescidos, e esta pessoa será para sempre especial.

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O tempo é meu aliado, às vezes nele me perco, me encontro e

espero.

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É por meio da verdade e da bondade que nos aproximamos de

nossa luz interior.

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A vida é o que eu sinto quando olho pra você.

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O tempo nos dará respostas aos questionamentos da vida.

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O simples amor no coração é suficiente para dar-nos a paixão de que necessitamos para viver.

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Estar em perfeita harmonia é estar completo de si e integral sintonia com o Universo.

–——–

Às vezes é bom viajar num mundo de fantasias... no entanto, outras tantas vezes é preciso que nossas ilusões se desfaçam com bolhas de sabão, como folhas jogadas ao vento, ou como

nuvens no céu... e viajar rumo a realidade sem muitas distrações.

–——–

Se escolheres o caminho do amor encontrarás êxito em sua vida.

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Quando nos encontramos com nosso próprio eu, uma transformação pode ocorrer se nos permitirmos.

–——–

Seus sonhos só começam a se realizar quando você colocar em

prática as suas ações.

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Perdoar é um dos valores primários e concretos da vida.

Feridas são curadas quando compreendemos o amor através do perdão.

–——–

Somos uma partícula imperfeita da perfeição, mas somos perfeitos dentro da perfeição da existência.

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Não despreze as oportunidades e novas cores que apontam no horizonte, um tom a mais na vida te deixará radiante.

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O cuidado autêntico é amor, ao praticá-lo deixamos nossa marca.

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No âmago do nosso existir encontra-se a resposta para a

felicidade, a paz e a harmonia que tanto buscamos.

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Só seremos bons se aprendermos a ser bons.

–——–

A sabedoria que está por trás do desprendimento é que nos torna mais livres e disponíveis para as novidades e novas

emoções.

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Tudo o que temos de bom em nós não é para nós. A

necessidade de dar é um despertar do ser.

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Devemos estar predispostos para o mistério das afinidades que se revelarão talvez no encontro.

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Servir é fazer o outro feliz, e este é o segredo da nossa

felicidade.

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Viva o seu tempo de viver em profundidade bebendo

infinitos... saberes.

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Uma arte de viver

Nas ondas da vida sentir o balanço, descontrair das tensões, viver

um momento simples e marcante.

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Antônio Ramos da Silva

Nasceu em 19 de Setembro de 1960, na cidade de Brusque (SC). Vive e trabalha em São Bento do Sul (SC). Professor, escritor, poeta e ativista cultural.

Graduou-se em Ciências Econômicas, pela Faculdade De Plácido e Silva – FADEPS –

Curitiba (PR) (1984). Pós graduou-se em Gestão Financeira, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR - Curitiba (PR) (1987).

Em suas atividades em exercício é Presidente da Academia de Letras Infanto-Juvenil para Santa Catarina Municipal de São Bento do Sul (SC) e membro da Associação Internacional de Poetas para São Bento do Sul.

Idealizou, planejou e executa o projeto ―Diferente Sim, Indiferente Não‖, e ―Oficina de Poetas‖ em São Bento do Sul (SC). Recebeu a Medalha do Mérito Cultural Dr. Arthur João de Maria Ribeiro - 2013,

concedido pelo Instituto Montes Ribeiro e o Troféu Escritor Osvaldo Deschamps de Literatura e Artes - 2013. Publicou: 30 títulos, entre poesias, textos, diálogo e história.

Contato: [email protected]

Blog e Páginas: http://antonioramospoesias.blogspot.com.br/

http://www.facebook.com/escritor.antonioramosdasilva http://www.facebook.com/academiadeletrasinfantojuvenilscsbs https://www.facebook.com/groups/659480440734716/ http://pensador.uol.com.br/colecao/antonioramosdasilva/

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Vem

Careço da água sorvida dos teus lábios. Tua ausência é desespero.

Meus olhos já não veem a lua alta. Não sentem a terra quente.

Transtorno-me. Fico Diferente. Nada me é mais temperamental do que a tua falta.

–——–

A deriva

Quando não se confessa o que a alma sente num rio de lágrimas o

coração naufraga.

–——–

Segredo

Se saberás ler-me saberás traduzir-me.

Tu és a palavra-chave que me abre e o código que me decifra.

–——–

Clausura

Se a retrato do teu silêncio fosse revelado. Uma lágrima seria o filme da imagem captada.

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Voo

Posso até estar com os pés no chão, mas o meu amor em voo faz alçar um coração sem asas.

–——–

Sem ti o horizonte é o abstrato traço de uma arte vazia.

–——–

Ocupa-me

Abre-me a porta de ti. Preciso de espaço.

–——–

Foste tu sim

Foste tu! Frescor.

Aclarastes as folhas secas de outros amores amontoados na vastidão de um corpo exausto.

Varreram-se os dias negros, degraus de tantas incertezas,

deserto paupérrimo de cactos espinhentos guardando a mínima água para sobreviver.

Mudaste tudo, até a cor do meu céu.

A alma descalça caminha aberta de coração e deságua no meu mar a poesia que és tu.

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Bons sonhos

As coisas que realizo nunca são tão belas quanto às que sonho, mas às vezes acontecem coisas tão belas que nunca ousei sonhar.

Isso aconteceu comigo quando estou contigo.

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Cristalino

Olhe nos meus olhos e escute todo esse silêncio que ecoa em minha retina; imagens de palavras não ditas que me lês.

–——–

Eclipse

A alma grita aos ventos, o que o tempo rasurou num lamento;

para ti sou lua vazia em obscura melancolia.

–——–

Gota

Ao ver-te converto em arte

a lágrima que verte.

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Película

Quando te olho, confesso o meu amor sem palavras.

–——–

Não sou

Escrevo meu coração e arquivo em linhas minha alma.

–——–

Metafísico

Voarei com os paraquedas da minha ilusão até te encontrar.

–——–

Sobejo

Ausente, toca-me a distância com suaves palavras que guardarei no silenciar do meu grito teus sons como se tua mão me acariciasse.

–——–

Cálice

Silêncios são palavras aprisionadas; de tanto ouvi -las aquietamo-nos

para poder depurá-las.

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Doce ilusão

Arranquei folhas do meu coração para enxugar teu pranto.

Adormeceste páginas. Ao amanhecer marca d’água escrita na pele de um romance e tu foste à capa e o conteúdo do livro que não li.

–——–

Bela lua

A lua surgiu de manso e em soluço entrou pela janela;

abriu a fechadura da alma. Ao relento adormeceu.

Soterrou a desesperança quando o meu sol pousou em ti.

–——–

Achar-se

Quando me fujo busco refúgio no silêncio e me resgato.

–——–

Calar-se

Ausentei-me por estar em lua de mel com o silêncio.

–——–

Frágil momento

Em momentos meus tão imprecisos; ame-me mais,

pois é quando de ti eu mais preciso.

–——–

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Quando

Quando eu me desfizer nestas letras virtuais

encoberta de névoa e pó nada restará!

Faça-me um favor...

Diga ao mundo que cada silaba escrita,

emana grito moribundo, traz consigo sentença expressa

(absolvição e condenação).

Cada palavra descrita...

É proscrita. É maldita.

Se não versa fica aflita.

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Eclipse

Abriram-se as portas da noite; alisei teus segredos aos ventos.

No varal pendurei as horas, o amor se fez ao relento.

Num fio do cabelo

a lua pousou

debruçando-se na janela.

Eu te pertenci em meus sonhos

a luz da vela.

Ventos adversos

sopram agora acordados; redemoinhos de um sentir

sem saber para onde ir.

A lua deita -se... num corpo acuado.

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Meia-luz

Quando me deito em ti . Olho-me nas letras,

atiço as palavras, leio-a página a página

esculpida com as ferramentas que traduzem o que é o amor.

A saudade que existe

escuta o bater do coração, esfoliando em sons,

fazendo voar até aos mais altos

dos meus sentires.

Simplicidade

Mensurar tua beleza?!

Ah! Meu amor. Tu tens formas delicadas,

curvas desenfreadas, um ímã de pura sedução.

Mas o que difere

além da tua inteligência não são as belas formas

e sim o conjunto que modelas e conduzes os teus encantos.

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Plena

Sinto tuas mãos. Teu aroma. Teu beijo.

Teu corpo todo. Cada detalhe.

Entalhe de uma obra esculpida. Vem minha querida!

Reviva, acrescenta. Há vida.

Beba doses havidas misturada com paixão...

Bem sabes que passa.

A paixão passa. O fogo consome.

Consome-me. Consumo.

Com sumo farto de suor. Ame-me. Inunde-me. Afunde-me.

Precioso presente.

Dê de presente, presente, semente do amor.

Em ti presente. Em mim ausente.

Sabes agora quando sorrir e quando ficar caliente.

Sabes a importância de segurar as mãos.

Sabes o que e quando falar. Sabes o que eu sinto.

Quando olho nos olhos, nos teus, me molho.

O lábio sorvido umedece. O amor em momento algum se ilude.

Preenche-me. Enobrece. Fiz tudo que pude.

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Beija-flor

Só queria de ti um beijo, para saciar um desejo. Aquecer minha alma

e te fazer sorrir.

Alma que não beija não senti cheiro.

É vida que não flameja, sem luz no candeeiro.

Beija-flor beija essa flor, em troca dê-lhe calor.

Flor que beija a alma graceja.

Reproduz vida no canteiro.

Polemiza e voa faceira

levando no bico doce sabor. Beijo a flor onde ela for!

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Pensares

Cerram-se os olhos. As pálpebras lacram-se.

Amor tecendo...

Em penumbra. Em clausura.

Em pensares.

Sonoridade da voz

que ouves...

Balança as cordas da alma. Dança em liberta aragem

nos braços da liberdade.

Revire-me em páginas silenciosas

(devaneio dos dedos teus) (tez dos segredos meus).

O quão há no canto. Há saudade.

Diz-me então? Ouça! Não lamentos

meus pensamentos!

Quando deitas naquela cela não há lamúria nem sofrimento.

Sós dois corpos em aquarela pintando amor a luz da vela.

Vejo-te e deixo-te bela. Na janela suave imagem

fluindo em sentinela.

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Alma nua

Ontem eu acordei... preso num corpo levado a pó

descoberto e só. Demasiadamente

longe do teu...

De saudade crua

espalhado na rua despejado na sarjeta

(o amor não acolheu).

Aquele que enterraste para poder sobreviver.

Maculado no passado revirado no silêncio.

Prisão. No breu, que no teu envelheceu.

Revolto no poente

sem ter-te presente.

atiçado de prazer, apenas adormeceu.

Deixem-no viver!

Não acordaste para morrer. Levada nas mãos e aos ventos,

recolho vela dos sonhos

para deixar-te viver.

Desejo já consumido. Dor já consumada

que somente uma flor sente.

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Olhos dos meus olhos

Meu cárcere?

Eu faço! Em momentos fortuitos.

Mais uma vez me desgraço olhar aqueles olhos tão bonitos.

Olhos esmeralda, nos olhos dela. Luz que jamais tinha visto tanta,

nos olhos dela, dos olhos dela, o Infinito estrelar se agiganta.

Sei que não posso tê-la muito.

O universo que pertenço não é o mais puro e nobre.

Reflete no espelho opaco

retrato farrapo, um ser tão pobre.

Diante de seu mundo tão denso.

aninhar-se no mesmo buraco não é isso que estou propenso.

Ela é bela em tudo! Reluzentes olhos, estes provocantes;

que de outros, os seus me deixou mudo, daquele instante em diante.

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Dois corações

A cada passo que ela dá transbordam versos.

Por onde ela passa, poesia a lhe seguir.

Tudo silencia e escurece, deixando-nos a sós...

diante de nós adormece.

Mulher de beleza completa,

na certa se acha em defeito. Só desfruto-a sob efeito;

sempre em sinal de alerta.

Tropeço nas letras

inspirando-me tanto, ao ponto do punho a disparar,

brancas folhas dançar desenhando todo encanto.

O que a ela tem de sobra,

que me encantou de começo...

a luz, isso nela transborda, a luz dela é tanta, não meço.

Que se for de seu desejo, planto dois corações no peito.

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Antologia – Premium VIII

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Audelina Macieira

Nasceu em 7 de Junho de 1974, na

cidade de Cachoeira (BA).

Vive e trabalha em Salvador (BA).

Professora, escritora e poetisa.

É licenciada em Pedagogia (2009) e

especialista em Neuropedagogia com

Psicanálise (2012), pela instituição FVC – Fundação Visconde de

Cairu.

É membro da UBESC - União de Escritores da Bahia e da CAPPAZ -

Confraria de Poetas pela Paz. Divulga seus trabalhos literários em grupos na

internet e em diversos jornais e revistas, entre eles, IC – Informativo

Cultural. Participa do Projeto de Literatura Alma Brasileira – Solilóquio.

Eleita Delegada de literatura na V conferencia de Cultura do Estado da

Bahia.

Publicou: ―Coração Amargo em Flor‖.

Participou: Letras Contemporâneas, Varal do Brasil III, Coletânea

Internacional Poética "13", Poesias Desavisadas de Tudo, Focus – Antologia

poética VIII, Cogito – Antologia poética, Mundo – Antologia poética.

Contatos

[email protected]

Blog e Página:

Facebook: https://www.facebook.com/audelinamacieira.macieira?fref=ts

Bookess: http://www.bookess.com/profile/audelinamacieira/

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Vida

Orvalho neutro. Besouro verde e brilhante.

Deixa a arrogância de lado. Balança! Balança! Balança.

Corpo ao vento

girando em forma de luz

acende aquecendo o fogo. Arde, arde, arde.

Roda gigante.

Arco íris encantado. Água doce e pura pra beber.

Vida! Vida! Vida.

A vida

A vida não é olhar para o horizonte sem saber o que se quer.

A vida é um presente embalado com chocolate.

É um presente que se recicla naturalmente para o menino ou mulher ,

eles são fomento da vida que se renova.

A vida é mais que um amanhecer. É infinitamente maior que o dia

É redonda e quadrada,

mas pode ser tridimensional.

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A vida a dois, ou a quatro ou a seis Mãos pequeninas do filho caçula

bocas vermelhas, bochechas rosadas trabalho diário dos pais, mãe cansada

prepara o almoço da família.

Cama bagunçada e paredes riscadas

alguém grita, alguém chora, outro ri mas, falam de amor naturalmente

dedilhando a paciência com emoção.

Correndo lado a lado com o tempo no espaço que cheira a mar

e a mistura forma -se em união.

Dando sentido ao ar que se respira

vivendo momentos divididos da vida Retirando do mundo o egoísmo.

Meu espelho

Esse espelho azul reflete meu íntimo;

vermelho quente, meus neurônios disfarçados de inteligente

que máquina suporta. Vê e se rever de frente

sem retoque sem brilho sem luz e a luz está aqui

de fora para dentro que toca o sol

no espelho sem calor. Espelho meu.

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Alma

Oh! Alma intrépida Entrega sua força

para lutar por igualdade. Introduz no mundo

a razão a sensibilidade.

Oh! Alma ferida

Deixa inspirar amor. Insolúvel sentimento

escasso nas almas que me cercam.

O que é o amor?

Não sei Beltrano sabe

Sicrano viu Fulano falou

Ninguém pegou

Alguém sentiu Eles amaram

Nós encontramos Tu desprezaste

Ele brincou Vós espalhastes

Eu dei

Você recebeu.

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Eu e o mistério

Mundo foneticamente calado

banda de alecrim pessoas péssimas

circo de horrores loucura!

Abstinência secreta e imobiliária. Concreto absoluto de mármores.

Fazenda de recortes. Tapete mexicano.

Capacho de plástico. É isso que é o mistério

do meu eu inexistente?

A casa de vidro

A casa de vidro é a nossa todos são vistos e nada dizem

a não ser fofoca.

Falamos da vida dos outros sem perceber que os outros

estão olhando...

Vixe! Mainha que disfarce!

Vamos lá, fale mal dos outros e veja o amanhã.

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Antologia – Premium VIII

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Amanhã

Retornar a viver abrir os olhos

fazer tudo igual sorrir

sofrer pensar

refletir.

Amanhã viajar

partir pegar estrada

esquecer algo no caminho ir em frente.

Amanhã o sol,não aparecerá

penso na chuva fria que molha a minha cabeça

paro o olho para o céu. Amanhã será que eu vou acordar?

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Prisão

Estou apaixonado, quero gritar!

As lágrimas vêm molhar o meu olhar vou reclamar com a dona dor

alguém me prendeu nesta prisão.

Como eu posso assim viver?

Se não tenho os meus direitos? Se minhas pernas se quebraram?

Ah! Que armas me contêm?

Ai de mim, que não suporto a dor agora , preciso dela, que beleza!

Minha agonia é tão saborosa e descompassada que persigo, percebo uma força para lutar

para ser quem sabe digno de compartilhar as aventuras deste prazer amar.

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Cama

quero comer

sobre você

passeio trepidante

vendo

TV.

cama concentração

alegria satisfação.

cama dormir

descansar morrer

acordar.

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Revolta

Meu compromisso não é com você! É com a natureza, tenha certeza.

Proteger as florestas, as árvores, os vales, as flores, os rios e os mares.

Meu sentimento não é por você!

É por todos os velhos abandonados

em asilos largados maltratados, doentes, carentes ...

sem ninguém para lhes visitar.

Minha dor não é de doença! É espiritual...

quando vejo tantos homens:

sem trabalho, sem salário, sem o pão de cada dia;

sem dignidade sem poesia.

Minha crítica não é social nem política...

É humana!

É honesta! É triste!

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A morte

A morte sorriu para a vida e neste dia ela pulou corda.

Foi muito engraçado todo mundo viu abismado . A morte desajuizada deixou o tempo esperando

só para ser gente um pouquinho, ela viu o amor de perto e se apaixonou.

Descobriu que a vida é superior a sua autoridade é encantadora, amada e feliz.

Entendeu que o amor e a felicidade viviam um casamento eterno.

A morte se viu perdida no tempo e no vento,

pois pensava que era importante,

imponente e responsável . Pretendia em vão apenas fazer um passeio

mas, gostou tanto que decidiu ficar.

E brincar como criança. O tempo com muita inveja

gritou seu nome.

A morte fez que não ouviu.

Decidiu ignorar, bateu o pé firme dizendo: - não vou mais trabalhar.

Ela percebeu que viver é melhor que morrer

e sendo ela a morte porque não se aposentar?

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Tempo

Ele passou e eu nem percebi quem percebeu na certa ficou parado

olhando , olhando, olhando...

Eu não posso ver o tempo ele me cegou.

Oh! Tempo triste o que foi que eu fiz.

Queria tanto te dominar. Aí, eu seria jovem

e a cada dia seria mais jovem.

O amor é saudade

O amor é andar descalço

comer manjar dos deuses

encontrar-se com a razão, e enganar a solidão.

O amor é mais que arrumar a vida

é arrumar as idéias em um pensamento é discordar do tempo, para fugir do agora

sorrindo sempre ao estar ali estático.

O amor é uma forma interior de sentir as pessoas

e respeitar o seu estado orgânico, esperando a felicidade que está em um design inventado no ar.

O amor é saudade dos velhos tempos de menino

é melancolia abstrata da memória que vive

é saudade amor é saudade.

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Tempo II

Passou Depressa

Devagar Passou

Rapidinho Arrastado

À jato

Passou Foi

Agora Ontem

Passou À cavalo

À mil

À cem Quem?

Passou.

Guerra sem paz

O homem

é a luz do seu

próprio eu rebeldia sem cor

forte carência espiritual armas interior.

O homem reprime sua vontade

de fazer amor, fugindo da paz

homem insolente, homem frágil digno de morrer e mata.

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O ser que ama

O ser que ama é como o sol está sempre ali, iluminando

o ser amado, que distraidamente se aquece no seu calor.

O ser que ama é como as árvores

as mais antigas com as raízes firme

que asseguram a fresca e a sombra ao ser amado que segue em direção as nuvens.

O ser que ama não se incomoda com

a chuva fria, com a casa fria e com o café frio seu corpo é quente como uma lareira.

O ser que ama compra flores no inverno só para enfeitar os olhos do ser que ama

e mesmo quando distante, a sua alma vai ouvir a sua voz e vai estar sempre

atento ao chamado do seu ser amado.

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Hoje

O dia amanheceu calado. Não ouvi nem o galo cantar.

Será que ele está doente? O que será que aconteceu?

Ninguém sabe, apenas surgiu

um boato que o dia não era mais feliz,

ele estava deprimido. Cinza, seu colorido descoloriu.

Eu esperei anoitecer e olhei para o céu

cantei uma canção.

E quando amanheceu percebi que o dia estava cinza

por causa do sol, que tirou férias.

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Fátima Maria Paulo Araújo

Nasceu em 5 de Maio de 1973, na

cidade de Beira – Moçambique.

Vive e trabalha em Locarno - Suíça.

Escritora e poetisa.

Graduou-se em Ciências Sociais e

Humanas no Liceu Nacional Latino

Coelho, Lamego Portugal (1994).

Estudou Antropologia na instituição FCSH - Universidade Nova de

Lisboa (1996).

Atualmente está a serviço no ramo de hotelaria.

Opta em lançar no projeto cultural ―Premium‖, sua estréia como

poetisa, uma integração como escritores brasileiros e com o mercado nacional, sendo uma vitrine para as suas composições.

Contato:

[email protected]

Blog e página: Facebook: https://www.facebook.com/medeiros.fatima?fref=ts Bookess: http://www.bookess.com/profile/fatimaaraujo/

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Utopia... no sonho!

Uma noite sonhei... Sonhei a multidão que me cerca

Os lugares onde passei. Enorme tristeza pressenti

Tão bela era a tela Mas sem lugar para mim!

Já sem emoção

Caminhei no sonho Nas ruas nuas de mim

Ruas escuras, becos sombrios! Senti o fracasso rir-se baixinho...

Mas senti no peito o desejo de o afastar De o esbofetear!

Desfaleci... sonhar é tão mau assim?

Então um sussurro ecoou até mim Como um sopro na alma!

O horizonte em frente... Vazio mas colorido.

Sepultei o silêncio e gritei por ela... A fé que finalmente

Me crescia no peito.

Mastiguei o desespero... Fustiguei o medo...

Acordei na brisa da esperança... E finalmente sorri!

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Talvez

Talvez hoje esse tempo passe E liberte esta inútil liberdade

Este silêncio que me invade Em meus olhos cruel verdade.

Talvez amanhã contemple o céu E a uma estrela pergunte a razão

Restos, abismos cegos…

Saudade proibida que não sacia Porque não solevas o véu?

Mas hoje talvez… O que resta são lembranças

De sonhos inacabados Suspiros angustiados

Num peito que dói

Num tempo que habitava A mais suave ternura

O mais doce afeto. Amanhã talvez…

Derrube o talvez! Construa um voltar e colha margaridas…

Enfeite a vida, o hoje, o amanhã…

Colore sorrisos e espalhe abraços. Talvez este tempo se chame saudade

Alma vazia alma calada Murmura, soluça, mas canta.

Amanhã talvez seja derrota! O sol pode não brilhar

Mas continuarei a caminhar

Até o meu tempo encontrar. E sem um ―talvez‖ no qual acreditar.

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Sentir-me assim sem sentir!

Na força de um tempo passado Embrenhada num labirinto bravio

Veredas e atalhos perdida Sem tino, sem destino

Cansada do meu cansaço Procurei a minha verdade!

Aquela de mim retrato

Sem fantasia ou ficção... Aquela mente pura inocente

Que um dia me fez sentir gente! Deleitei-me ao som dos risos

Encantei-me dança de papoilas Deliciei-me brisa alva na pele...

Em abraços eternizados...

Sentir-me assim sem me sentir! Tempo que em ti fui benjamim...

Tempo que em ti penso e repenso Com tenacidade te digo Não!

Quero encontrar-me nesta terra perdida Perdidamente me quero encontrar

Entre calhas, abismos... ou taludes!

Relembro o tempo é inexorável Mas a vida perdura

Num coração d`aurora dourada.

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Regaços d`amor

São para ti A suavidade

Leveza Perfume

E essência Aroma que habita em mim!

São tuas

Pétalas minhas de volúpia Envoltas em terna magia

Inspiradoras da minha doçura... Ah meu jardim imenso...

Canteiros de mil cores Heras enlaçadas

Que de afetos adubei

Reguei cuidei... Flores tenho

Regaços de amor Flores que dou

Ternas viçosas Delicadas

Constantes

No desenho do silêncio De mim.

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Proclama-te mulher

Confusa na minha criação Tropeçando a cada empurrão!

Onde estás mulher segura, Mulher guerreira?

Onde falhou a tua sorte? Julgava-te mais forte…

Pelos outros choras

Velas, voas, sorris Cantas e encantas!

Vela por ti mulher carente Semeia planta e colhe!

Nunca te mostres ausente! Acorda desperta e grita

Que és gente!

Com as pedras que alicerçam a liberdade Constrói a tua casa

Acaricia o teu jardim Caminha na certeza

De encontrar o sol num dia de chuva Desbrava a tua selva

E encontra a tua flor

Flor singela feita mulher Mulher…

Abre o teu tesouro escondido… A tua força na tua fragilidade…

Leve e delicada… Num sorriso que embriaga a alma

E mostra-o ao mundo!

Mas nunca esqueças Que és Mulher!

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O adeus

Almas ligadas... Quais dores algemadas!

Razão porque dói tanto senão qual sentido este pranto?

A razão dele já sei Perdi o que ganhei...

Pedras preciosas rubis

Em lágrimas de sangue murchei... Canto a mesma canção

Mas sinto-me sozinha Onde anda a multidão!

Será perdida, desencontrada Desfigurada dimensão...

Do meu coração pende o perdão

Chorado e implorado! Descaem os braços... em dor

Das forças que já não são A alma cala-se

Num silêncio que grita Um adeus que è, que será!

As cores dissipam-se

Num céu em tumulto... Utopia sem mais fantasia

num ser que desfalece ... assim é este corpo

Que sem rumo ainda luta! Pela luz que em mim foste

és, e sempre serás.

Simplesmente aprendi... que amar é uma dádiva

Simplesmente aprendi que amar é Sofrer

E sofrer é aos poucos morrer caminhar sem o caminho percorrer...

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Grito de saudade

Hoje vou escrever-te, Vou falar de ti!

Do carinho e ternura Das carícias sem fim

Do afeto sem lonjura! Da saudade que deixas em mim…

Hoje vou lembrar…

O amor incondicional A doçura do mel

A pureza da rosa O mais meigo olhar

O sorriso celestial… Ah…hoje vou sonhar…

O verbo brincar

A magia que me és A tua força destemida

E brandura espalhar… Sim…hoje vou gritar…

Pelo teu calor Pela tua voz

Pelo teu sabor

Tua sabedoria Pelo teu apoio e teu ombro

Pelo teu Amor… Meu coração chora

Sinto-o apertado…Mãe! Minha mãe…

Um grito de saudade te deixo!

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Alma desfalecida

Escrever para quê? Se no coração tudo são versos

Se o pensamento sente a canção! Escrever para quem?

Se tu sentes a serenata do meu olhar Tão profundo em minha alma!

Escrever ou esquecer?

Se tudo o que o sonho quis, foi viver! Mas tudo o que restou foi a verdade cruel!

Nada será igual, Um abismo fatal!

Desabitaram-me os verbos Pedaços de coração caídos sem dó!

E neles sorrisos, abraços,

Carinho e beijos lançados ao vento! Não! Não pedi esta tormenta…

Esta ansiedade... Esta cruel claridade…

Daquela vaidade do ser que me eras… Aquela beleza que em mim desvanece!

Escrever para quê?

Não me peças que escreva… Porque em mim não existem mais poemas D`Amor!

Apenas me sinto... Alma desfalecida!

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Aonde não estou as palavras falam

Meu avesso em tropeço Num vazio e sufoco

Esta... Amarga presença do que me falta! Amarras cravadas

Em versos e delírios... Num dia que amanhece à noite...

Num céu sem lustre...

Azul pintado sem cor Numa vã esperança desfalecida...

E quantas vezes estendi a mão Tentando tocar o vazio

Sentir e atingir o sonho Sem tino ou desatino

Quantas vezes ecoou este silêncio

Golpe de espada ou florete Arrancando mágoas sofridas

Vazio sagaz e manhoso... Silêncio brutal e maldito...

Quanto em ti está escrito!

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Amizade em flor

Neste jardim vivo de mim Amanheceu frágil

Entre arbustos mil de jasmim Iluminada qual sol

Delicada beijando ternura Flor... perfume, cor d`ouro!

Entre tristezas e alegrias Libertamos afagos desabafos

Aromas de amor e confiança... Pedaços nossos de dor

Momentos de conforto, esperança!

Na certeza que amizade é amor

Saudade acalento O silêncio num vazio adormecido

O pranto... Semeio teu campo de sol

A imensidão colorida De auroras alegres, graciosas

Tu...

Nunca vencida Minha eterna flor garrida...

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Amanhecer menina

No nascer de um novo dia A alma sente leveza

Sente a paz despertar Respira da natureza, toda a sua beleza...

É mais uma jornada para a vida

Manhã, matiz colorida

Infinitos tons e sabores Na sua mais suave brisa...

E uma vez mais me sinto menina...

Neste amanhecer sem igual Onde o passado jaz enterrado

Jorram cascatas de luz

Num verso inteiro e renovado Enfeitando mil letras

Jorrando jubilosos sorrisos.

Eis uma nova aurora na vida Volto a rir, traquina, distraída, sincera

Olhos refulgendo de candura...

Sou mulher! Mas insisto... Sou menina!

Aquela menina que me acompanha onde eu for...

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Mulher de Luz

Se o sol se esconde por detrás das nuvens Bastas tu a espalhar teu brilho, calor

Se as noites são sombras profundas De ti se soltam sonhos, brilho e cor.

Alivias, consolas, acudes Jamais perdendeo a determinação

Amas, curas acaricias...

Num gesto, olhar afago Beijos esplendor, suspiros ardor!

Flor de mimosa feminidade Ques cresces nas nuvens

Mas conheces o teu jardim Beleza do Criador

Menina, moça Mãe D`Amor!

Mulher que adormeces qualquer dor! Tu, Mulher de Luz

Fazes reflorir o Amor Na flor infinita tua alma Dona.

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Nobreza da amizade

Procuramos um amigo durante muito tempo, E é difícil encontrá-lo...

Quando o encontramos enfim, O mais difícil é conservá-lo...

Se o esforço e compreensão não habitam a alma Serão jardim, sem flores...

Porque a verdadeira felicidade

É aquela de fazer bem a quem bem queremos. É estender a mão

E nela... oferecer a nossa protecção. É força permanente nunca inconstante

Presente na dor Presente na alegria.

Partilha e emoção...

Esta para mim é a Amizade Com pilares, fé que a sustenta...

Nunca um prémio Jamais uma distinção

Mas tão somente liberdade... Vivida plenamente!

(Dedicado a todos os meus amigos)

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Abram alas!

Tropeçando por aí Andam eles à deriva

Mocidade errante À procura de vida!

Estudar, trabalhar, progredir...

Vejam lá que tarefa

Por favor não digam nada Nada que os impeça!

A Juventude é tesouro

Há que tratá-la com zelo Porquê escárnio e desprezo?

Não basta de falgelo?

Pais sem amor

Famílias degradadas Fomos maus o suficiente

Por favor abram alas!

São eles o nosso futuro

Determinação e manjar Sociedade te esconjuro

Deixai os jovens gritar!

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Maria Sofia da Silva

Valadares

Nasceu em 26 de Junho de 1993, na cidade de Guimarães – Portugal.

Vive e trabalha em Renens - Suíça. Escritora e poetisa.

Curso Profissional de Técnico de Apoio à Infância, Escola Secundária

de Caldas das Taipas.

Atualmente está a serviço como baby-sitter.

Participou das antologias poéticas: "Poetas d`Hoje" e " Sentimentos à

Solta" (2014)." Poetas d`Hoje" ( 2º volume - Maio de 2015). "A Lagoa e

a Poesia" e " Palavras de Veludo"(2015).

"Não sou nada, não serei nada se não me permitir voar para além do horizonte‖, declara a poetisa atravessando os oceanos e se

apresentando no projeto cultural ―Premium‖, lagos poéticos de

águas límpidas integrando-se como escritores brasileiros e com o mercado nacional, sendo um espelho cristalino para as suas

composições.

Contato: Sof ia_v aladares@liv e.com.pt

Blog e páginas:

sof iav aladares.com

Facebook: https://www.f acebook.com/sof ia.v aladares.9?f ref =ts

Bookess: http://www.bookess.com/prof ile/sof iav aladares/

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Ecos da alma

Hoje, sou flor a chorar! Exausta da vida... paro, penso,

ouço o grito do silêncio interior, o mundo abraço procurando o norte.

Hoje, sou borboleta de asas feridas,

ando perdida na roda do tempo,

a minha poesia não tem voz, de ser feliz eu tenho fome.

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Fragmentos de mim

As palavras são o manto de seda que me cobre e desnuda a essência,

são como um suculento fruto afrodisíaco que degusto com ternura e paixão.

Nem sempre despertam o meu sorriso,

mas sempre aquecem o meu coração,

e só de as sentir vibrar dentro de mim há uma infinita serenidade que me alcança.

As palavras são o meu Mundo,

são fragmentos de emoções da alma que entrego a quem as escuta,

intimamente as saboreia.

Ah! As palavras são as minhas confidentes,

diamantes preciosos que me deslumbram, são o grito, lágrima, fragrância e sorriso

que os meus dedos ousam moldar como o oleiro docemente molda o barro.

As palavras... são a minha genuína obra de arte,

porém, não se enganem Eu não sou poeta...

apenas, amante das palavras.

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Abraça-me

Abraça o meu tempo como se tivesse sido ontem

que o meu olhar adentrou no teu, a minha alma encontrou a tua

e os nossos lábios sedentos se amaram perdidamente.

Abraça-me a mente, lê-me cada pensamento

que brota da alma reluzente seduzindo-me o olhar docemente.

Beija-me em cada exclamação,

aquieta-me os sentidos e o coração

em cada inquietante interrogação. Acaricia-me em cada sorriso, teu.

Abraça-me, ardentemente...

como se tivesse sido ontem que num toque nos conhecemos

e em minhas mãos trêmulas e vazias

a flor da primavera desabrochou poetizando o nosso amor.

Abraça-me em cada lugar teu

com o fogo ardente do teu peito que envolve, aquece e encanta

cada lugar meu.

Abraça-me,...

deixa o teu nome gravado em mim.

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Ama-me, simplesmente...

Puxa-me para dançar até mesmo quando a única melodia

que em nós intensamente ecoar for o toque sublime da nossa pele

ardendo em chama de paixão.

Beija-me apaixonadamente

mesmo quando os meus lábios murmurarem hesitantemente o contrário,

porque bem lá no fundo dos meus olhos tu saberás ler o quanto te amo.

Acende o meu cálido desejo,

vontade de te amar loucamente no gemido urgente de um lençol,

explora-me sem medos, sem fronteiras, sente-me, nua, tua totalmente.

Não pares de me amar infinitamente.

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Noite solitária

A noite está fria, choro lágrimas de fogo,

ninguém as vê nascer dentro de mim. Ninguém as ouve estremecer na alma.

Lágrimas de angústia, suspiros em vão embrulhados em lamentos,

fragmentos de mim perdidos no tempo que se misturam com a palavra desilusão

ferindo meu nostálgico coração.

Penso no passado, momentos únicos por nós vividos,

tento extrair de mim a dor porém, não consigo!

Refugio-me na sombra da noite

que dentro do meu peito troveja,

lacrimejando minh’alma suspensa na maresia desse teu olhar intenso.

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Renasci nos braços do Amor

Inebriei-me de todos os sofrimentos

dissolvi-me na chama do silêncio bebi taças de imensa melancolia

construí a noite na ponta dos meus dedos fechei as cortinas do tempo tecidas de medos

rasguei-me inteira para respirar o infinito

subi à montanha mais alta do entendimento. Aos poucos apercebi -me de que a vida

nem sempre é pincelada de cor de rosa, porém, é magnífica na plenitude da sua essência.

Renasci nos braços do Amor.

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Chovem emoções

Chove dentro de mim amor. Chovem as palavras que não te ofereci

como se estivessem desordenadas e cambaleassem nas esquinas do tempo

desejando chegar a ti.

Chovem memórias esquecidas

chovem sensações vividas chovem perguntas

chovem silêncios presentes e ausentes, os teus.

Chovem emoções... Como chove, meu amor!

E, lá fora o sol já acordou, beijou a flor, acariciou o mar,

mas dentro de mim só chove, meu amor.

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Doce ilusão

Floriu uma rosa vermelha no jardim delicado da alma,

beleza de moça vaidosa e serena, fragrância de um amor sem fim.

Guardava nas suas aveludadas pétalas o doce e encantador chilrear dos pássaros,

as garridas cores melódicas do arco-íris,

pérolas raras da magia dos sonhos, ... no entanto, tudo foi mera ilusão.

As pétalas amargamente murcharam, os sonhos lentamente caíram despidos

como folhas secas levadas pelo vento, a alma, solitária, deparou-se novamente

com a melancolia do Outono e saudade.

A nostalgia cobriu o céu de cinzento e o olhar de lágrimas salgadas ardentes

que se eternizaram na página da vida tantas vezes relida numa angústia sofrida.

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Encontrei-me no teu olhar

Perdi-me sem rumo na tempestade de um mar que não era o meu,

encontrei-me nas águas calmas...

do teu meigo e ardente olhar quando o tempo aos nossos pés

mansamente se aquietou e a palavra AMOR desabrochou

do palpitar de dois corações cúmplices da vida e do momento.

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Duas gotas de água

Perdi a essência das palavras nas inquietas noites aprisionadas na penumbra dum imenso vazio.

Entreguei-me ao destino frágil

de duas infinitas lágrimas, o sinal triste e aflito

de uma profunda mágoa.

Hoje sou, somente, brisa que as acolhe no silêncio

mais agudo da alma.

Hoje, sou alguém que anseia

ser salva por uma única palavra de amor, candura e esperança.

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Amei-te

Amei-te sem saber o teu nome nas horas de inquieta calma

em que ansiava ver-te chegar.

Amei-te num suave momento

marcado pela incandescente flama do intenso pulsar do coração

que fez o meu corpo estremecer.

Amei-te...

no avesso das palavras,

jamais esquecidas, avidamente degustadas.

Amei-te no silêncio dos meus olhos, e por te amar tão profundamente

não soube decifrar as respostas que o coração febril em cada luar

no brilho das estrelas depositara.

Um dia acordei e entendi

que tu ali já não estavas.

Teríamos vivido um grande amor? Que importa? Se o que houve

entre nós foi autêntico e por te amar fomos o eco risonho

da felicidade e cumplicidade.

Amei-te de corpo e alma,

e se hoje por ti, ainda, clamo

não é porque te guarde rancor, porém, sinta na minh`alma ardente

o som enlouquecido da saudade criar raízes dentro de mim.

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Lírio Azul

Ensina-me a voar! Já há muito que eu me esqueci

da leveza e alegria que se sente... quando o coração, o olhar e a mente

viajam dentro de um novo momento.

Ensina-me a voar. Prometo que farás parte do meu voo,

juntos sempre saberemos chegar a um porto maravilhoso e seguro.

Ensina-me! ... Prometes?

Estou aqui! Não voarei sem ti. Vem, meu amor, ensina-me a voar

antes que escureça e o pôr do sol risonho me deixe completamente sozinha

enfrentando mais uma noite sombria.

Vem, meu amor, lírio azul do meu jardim!

Vem ver as borboletas junto de mim dançarem, nos meus cabelos serenamente descansarem

revelando-me a essência da vida. Vem... Ensina-me a voar!

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Tripulante dum navio pirata

Quando a noite esplêndida e vasta diante dos meus olhos se revela

velejo na profundeza dos meus silêncios sendo a única tripulante do meu navio pirata.

Navego sem bússola, sem mapa

disposta a enfrentar um mar desconhecido

sem procurar nenhum tesouro escondido, desejando somente ouvir os meus sentidos,

encontrar-me num mar calmo, azul e gentio que me seja porto de abrigo.

Velejo na magia do mistério da vida

ansiando que dentro de mim a paz floresça.

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Viajo no sopro do vento

A tarde finda, abraçando a noite,

o sol cai lento e alaranjado há música dentro e fora da minh`alma,

livre dos arranhões do tempo diluo a dor nas cores da paisagem,

viajo descalça no sopro do vento

em direção à branca lua de cristal que admirando os meus olhos sorri ,

traçando um raio de luz entre o mar e o céu celeste,

dois locais distintos que amo e me completam.

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Chico Valiente Farro Nasceu em 13 de Novembro de 1963, na cidade de Curitiba (PR). Vive e trabalha em Guaratuba (PR). Músico, poeta e ativista cultural.

Membro do Conselho Curatorial Centro Cultural UFPR Litoral. Diretor de Arte da UVL Produções. Correspondente do Jornal Pioneiro e da Reviragita Poesia. Editor do Jornal Poessia. Editor Musical na FARRO Produções.

Graduando de Gestão Imobiliária na UFPR Litoral. Estudou no Colégio Militar de Curitiba e no CEFET antes de ingressar no Banco do Brasil. Passou por vários cursos de graduação sem encontrar seu caminho. O negócio era poetar e cantar. Saiu pelo mundo com um violão debaixo do braço, parou numa esquina qualquer e entrou no primeiro bar. Cansado de tantas lutas, travou guerra contra o Brasil e ao lado do Poderoso Exército do Surf proclamou a Independência do Principado Unido de Prainha, Cabaraquara & Algarve (este anexado apenas para dar pompa ao nome do Novo Estado... de espírito!). Poeta curitibano. Cidadão do Mundo, amante de Guaratuba. Hoje é internacionalmente conhecido como Dom Chico Farro I, O Magnânimo, Príncipe Regente, Proclamador da Independência e Defensor Perpétuo de Prainha, Cabaraquara & Algarve. É 50% da dupla FARRO A2 de Piropo Caiçara Universitário com Alfredo Farro.

Contato:

[email protected] Blogs e Páginas:

http://www.radioprainha.amaisouvida.com.br O Principado: http://www.franciscofarro.blogspot.com.br Facebook: https://www.facebook.com/chicofarro?fref=ts Bookess: http://www.bookess.com/profile/chicofarro/

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Navegar é preciso

E de onde vem esse desejo de voar?

Do sol que teima em nascer

sempre mais quente do lado de lá

ou do verde jardim verdejante

que estou daqui a contemplar?

Não, esse desejo vem do meu interior

que precisa eclodir para germinar.

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O alvorecer

Pleno verão de fevereiro.

Espero por esta estação o ano inteiro.

O calor é forte, é norte neste sul;

guardo na memória o distante amanhecer azul.

Maré mansa nas areias da Prainha,

a temporada é de sol forte e aguaceiras

longe foi e logo chega o cardume de tainhas.

Ao longe a bucólica Caieiras...

Ao largo, o verde atlântico

da mata e do mar a ilhar meu paraíso

num único cantar semântico

entre o fim do pranto e o princípio do sorriso.

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Na luta de classes

Garçon traz mais uma!

pra espantar essa dor

senão ela acostuma

e faz de mim seu morador.

É tanta canalhice no lombo

tanta falcatrua no dia a dia

que este ódio que me acedia

é qual o amor que em mim ribombo.

Mais uma vez meu povo irá

sucumbir à verve que lhe amortalha

e esta gente sucumbirá

ao bico atroz de mais um canalha.

Não existe povo onde há capital

não existe nós onde há o ego

amealhar sempre, até o final

à plebe rude lhe resta o prego!

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De todos os lados

Contra o verso

meu poema de quinta

é o bagaço da feira

é o pé de goiabeira

é o momento da finta

é momento transverso.

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Sexta-feira é carnaval?

Sexta-feira... é treze

Arlequim de fevereiro

gato preto que reze

tá descendo muito farofeiro!

Vem aí o sábado, o domingo

a segunda e a terça de carnaval

que nunca mais foi como em Pinhal

agora ele é feito pra gringo.

Do jeito que veio, vai essa doideira

resta-nos as cinzas da quarta-feira.

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Desterro

Fevereiro

décimo quarto dia

procurei o dia inteiro

por esta

minha poesia.

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Fênix

Depois de ontem, a cada ano

ressurjo do meu nada poético

faço alegria do meu desengano

pareço feliz enquanto patético.

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PERPLEXO

Lembro-me, à porta, circunflexo

quando chegavas correndo feliz

a buscar o meu gordo amplexo.

Hoje à janela distante da varanda

busco tua vida, errante sarabanda

no horizonte, a curar a cicatriz.

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MORAES...

da história

O ipanêmico caminho do mar

sempre a fustigar

meu deslocamento secular.

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Redes

Sociais

Nenhum amigo a mais

nenhuma amizade há mais

curtir, curtir, curtir.

Não gostou? Bloqueie!

Fico aqui a sorrir.

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Curriculum vitae

Nada fiz do que mostro aqui .

Nada sou do que me apresentou.

Na vida sou o que farei.

No mundo apresento o que faço.

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Tantos poemas

E eu aqui sem saber o que escrever .

Não são poemas meus não são poemas teus.

Não são cristãos, islamitas ou fariseus.

Apenas eu sem ter o que escrever.

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O ideal

Seria o que você quer.

Seria o que eu quero.

Mas existimos nós

a desatar os nossos nós

a deflorar o desespero

da mal cheirosa malmequer.

Inseticida

Kafka, a barata roqueira

viciada em SBP.

No banheiro do meu apê

beijou-me,

partiu e deixou boqueira.

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Lixo

Tudo o que não queremos

vira lixo.

Lixo pra quem?

Jogar fora onde?

O Planeta é redondo

não tem cantinhos

não tem janelas

não tem lá fora.

Lixo é quem pensa

que lixo existe.

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Dallwa Lobo

Nasceu em 19 de Agosto de 1945, na

cidade de Curitiba (PR).

Vive e trabalha em Guaratuba (PR).

Artista e Arte Educadora.

Formada pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Licenciada em

Desenho, Performer, Gravadora, Pintora e Arte Educadora.

Foi orientadora dos cursos de Desenho, Figura e Laboratório de Técnicas Avançadas do Atelier de Arte do Museu Alfredo Andersen. Exerceu a Supervisão de Arte Educação dos Museus de Arte Contemporânea do Paraná (MAC) e Museu de Arte do Paraná (MAP). Como Diretora Cultural e depois Presidente da APAP/PR - Associação Profissional dos Artistas Plásticos do Paraná criou a Galeria de Arte da APAP/PR (hoje Galeria Omar Chromiec). Exerceu a vice-presidência da Federação Nacional de Artistas Plásticos Profissionais. Exerceu o cargo de Diretora Secretária da Associação dos Amigos do MAC/MIS/MP. Foi membro do Conselho Consultivo do MAC/PR. Tem averbado na Biblioteca Nacional de Belas Artes (RJ) "Técnicas e Materiais"- da sua autoria, escrita em l990. Escreveu a apresentação do livro ―Pintores Contemporâneos do Paraná – Vol. III (2003), e ―Brasil Visão Artística‖ (2001). Escreveu e desenhou para a Coletânea de poesias e contos ―Vôo de Vagalume‖ I e II – Ed. Positivo (1981/1982). Tem acervo na Galeria Solar do Rosário, no Museu Alfredo Andersen, no Museu de Arte Contemporânea do Paraná entre outros e centenas de obras em acervos particulares no Brasil, Suécia, Itália e Estados Unidos.

Contatos: [email protected]

Blog e Página: Facebook: https://www.facebook.com/dallwa.lobo?fref=ts

Bookess: http://www.bookess.com/profile/dallwalobo/

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Mundo chamado terra

Mundo que se desaba.

Paredes que desmoronam.

Vida que se cansa, mansa...

Fera que se agita

rompendo grades.

Ferindo almas.

Ganhando espaço!

Ave que se alevanta

querendo alçar no voo,

espaço sereno.

Profundo.

Vazio!

Vida! Não desesperes.

Ergue a tua fronte e espera.

Amanhã será outro dia.

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Acalanto I

Sem poder te esquecer

um minuto cá estou,

procurando escutar

o que fala minh'alma.

Sempre a mesma coisa.

Tudo torna a se repetir...

A gente não se

cansa de amar?

Amor!

Única fonte inesgotável

do universo em mutação...

É a força maior!

É bom chegar

a esta conclusão...

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Acalanto II

Só nesta saudade

que corrói!

Só na lembrança

dos momentos...

Átomo de felicidade

na vasta estrada

estrada da vida.

Momentos bem vividos,

corpo dentro de corpo...

Espíritos entrelaçados.

Canto de amor primeiro.

Único da minha vida...

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Acalanto III

Mesmo que o mundo desabe com nuvens sombrias no horizonte.

Mesmo que a vida nos mostre o seu lado mais sombrio. Só quero estar com você!

Tudo se transforma. Tão lindo e irreal.

Amo você! Tudo é fantástico e colorido.

Você é o meu ser. Você é o meu sol!

Sugo a sua presença como a abelha o pólen da flor!

Amor que foi. Amor que é! Despertando sempre novas emoções.

Constantes, perenes... serenas.

Às vezes meio louco, mas é amor com certeza!

É devaneio? É sonho? É puro, inocente... mas avassalador

se consumindo em chamas.

Total!

Físico e espírito se fundem, se encontram se acariciam.

É como uma lânguida onda que se espraia por todo meu ser...

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Acalanto IV

Homem.

Eu sem você

não me completo,

sinto esta saudade

aqui atravessada

na garganta...

Doída.

Sentida.

Vontade de te ver.

De te olhar.

De te abraçar.

Apertar.

Me aconchegar.

Sentir

seus braços fortes

me enlaçando.

Até sufocar de amor...

Amor

que me ajuda a criar

a ser eu inteira!

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Acalanto V

Vontade de voltar.

Vontade de ficar.

Vontade de te ver.

Vontade de te amar...

até gritar.

Tempo.

Espaço.

Ritmo.

Tudo em sintonia.

Tudo em harmonia!

Rasgar pela metade

o Eu que me domina!

Sentir em teu sentido.

O tudo

e o nada!

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O poeta falou...

O poeta falou

da pedra no caminho.

Era sábio este poeta...

Sacudi a cabeça

e dela saltaram

outras tantas pedras.

Algumas até chutamos!

Outras tantas a gente esmaga

outras, nos caem na cabeça

tirando-nos temporariamente do ar.

Em algumas tropeçamos.

Podemos cair!

- Pessoa,

Por favor, me ajuda a levantar?

- Não posso! Sou uma pedra.

Não tenho mãos...

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Antologia – Premium VIII

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Paredão

O verme

a pedra esmaga.

O ser

a terra ergue,

mas o ser

a pedra esmaga...

A pedra cresce.

O ser encolhe.

As paredes,

deslocam-se gentilmente

esmagando o ser...

- Coloque a pedra bem aí!

Ela pode segurar o paredão!

Difícil é achar tal pedra!

Tantas que parecem pedras são cascalhos...

Se o paredão fechar

serão inevitavelmente esmigalhados!

Que fazer se o paredão é escorregadio?

Muitas pedras se omitem,

o ser explode

o paredão desmorona

as pedras respiram aliviadas

e o ser se cala...

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Antologia – Premium VIII

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Tempo ao tempo

Quanto ainda resta a descobrir.

Energia - Inércia...

Inexorável é o tempo!

Quanto ainda a ser feito!

Dá-me tempo

Ô tempo!

Estou apenas começando.

Juro!

Começaria tudo de novo.

Diferente.

Sei que o foi feito não tem retorno.

Resta à experiência mágica

que nos põe frente a nós mesmos.

Nos reintegra ao todo,

exaurindo nossas forças,

mas tornando-nos mais sábios!

Que adianta?

Gostaria de ser um sábio jovem

e tirar do tempo as coisas que dele aprendi.

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Viajando

Sentada na janela do infinito

observo a força cósmica

em movimento...

Posso ver as galáxias, nebulosas,

asteroides, planetas, naves perdidas

na imensidão do cosmos...

Homem tão ínfimo

diante desta grandiosidade!

Para!

Olha através desta janela

nada a ela se compara!

Esqueça a tua mesquinhez humana!

Olha para o rastro dos cometas.

O brilho das estrelas,

somos parte delas.

Simples poeiras galácticas.

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Composição assimétrica

Já não quero olhar

para trás do meu caminho.

Enxergo por cima de horizontes achados...

Sinto uma força nova que vivifica

a matéria e o espírito.

Experiência que se ganha

com muitos elementos perdidos.

O equilíbrio desta composição

está na assimetria da vida.

A busca da unidade

é a esperança da unidade perdida;

os valores do equilíbrio é a harmonia vivida!

O conjunto forma o movimento do todo!

Tudo é ritmo. Hegemonia espacial!

A massa, o tempo, a energia!

Agora entendo. É grande demais!

Fosse o cérebro humano incomensurável

como o pensamento, mas agora já estou falando

de outra dimensão...

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Parte de um todo

Eu a vi deitada, caída,

mal vestida, trapo

feito gente.

Ergue-te do lixo!

És vida!

Também criação do verbo.

Faz-te gente!

Levanta-te restolho humano!

Tu fostes gerada da mesma forma que eu!

És uma aberração genética.

Mas, lembra-te...

não chegastes ainda, a verme!

E tu foste feita para andar

nas verticais da vida!

Ainda é tempo.

Liga-te acima.

Muito acima.

Olha para o alto, espaço sereno.

Luta!

Sua!

Flutua!

A vida é fonte inesgotável de energia.

Reage criatura.

Liberta-te...

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Sonata introspectiva e ecológica

Eu hoje acordei e não quis olhar o dia.

Olhei pela fresta dos dedos.

Estava lindo!

Transparente...

Mas eu hoje acordei e não quis olhar o dia.

O Sol queimava desde as sete.

Dia lindo, convidativo...

Mas hoje eu acordei e não quis olhar o dia.

A brisa da manhã bate no meu rosto.

O mar está resplandecente!

Ondas jogando conchas na praia.

Pescadores chegando.

Areia fofa.

Latas de cervejas espalhadas me rodeiam...

Que manchas negras são aquelas na água?

Tierra caliente. Linda.

Os peixes, estão morrendo.

O mar está morrendo.

Amanheceu um dia lindo!

Eu não quis olhar o dia...

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Antologia – Premium VIII

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É o jeito

Perfeitos ou imperfeitos.

Defeitos ou sem defeitos.

Doce ou amargo.

Experiência cumprida.

Longa estrada da vida!

Cansada, mas renovada!

Leoa das estepes ferida,

renovada vai à luta!

Tudo a refazer tudo a ser refeito.

Peito. Jeito. Garra!

É mais uma etapa vencida.

Energia de onde? De cima? Do centro?

Vamos! Não te canses.

Tudo já foi refeito.

Começa de outra maneira.

É o nascer de uma nova era.

Permutável, mais estável.

Joga-te de peito!

Se enfrentares tempestades

desvire os barcos virados...

afinal o que é a vida comparada

com a imensidão do cosmos?

Menor que o espaço dito,

entre o sim e o não...

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Glória Mateus

Nasceu em 8 de Julho de 1969, na

cidade de Baixo Guandu (ES).

Vive e trabalha em Serra (ES).

Cabeleireira e poetisa.

1. Estudou na Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Anna Gomes.

Dedicada em tudo que faz e procura sempre estar de bem com a

vida. Divulga seus trabalhos literários em blogs e grupos de poesias

na internet.

Estreia no projeto "Premium" abrindo as janelas, semeando amor-perfeito, colhendo sorrisos e fechando o guarda-chuva sem medo de

sair molhada. Porque aos poucos aprendeu que não interessa o tamanho do corte, mas o tempo e a forma da cicatrização. É nos por

menores que se faz a soma, na vida que se sonha e através dos

desejos que se (re)começa.

Contatos: [email protected]

Blogs e Páginas: https://www.facebook.com/pages/Eu-e-o-poema-em-poesia/389543397873676

Facebook: https://www.facebook.com/gloria.mateus.79 Bookess: http://www.bookess.com/profile/gloriamateus/

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Antologia – Premium VIII

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Rosa

Tem dias que eu me vejo como espinhos

e outros como rosas. Em um dia eu me machuco e choro

e noutro estou a inalar o meu perfume como uma rosa trazendo o seu resplendor

com sua alegria de mais um dia.

Medo

Meu coração procura sufocar as lágrimas para não cair.

Já não suportando mais de tanta dor.

Talvez você não percebesse o quanto você me machucou,

mas eu sei a dor que você me causou. Hoje me escondo por medo da dor

que o seu amor me causou!

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Antologia – Premium VIII

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Um pássaro em voo

Talvez eu tenha que ir para te dar espaços para sua liberdade.

Não quero cortar suas asas porque percebi que você contínua

procurando o céu para voar. Não quero mais impedir a sua liberdade.

Se você está procurando o céu para voar é porque não encontrou ainda o seu ninho.

Vou voar também! Não vou esperar você me dizer para ir.

Talvez isso nos ensine, a saber, um pouco mais da vida.

Não adianta prender um pássaro que quer voar!

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Antologia – Premium VIII

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Mulher

Abra o seu sorriso. Faça com que os seus olhos

fiquem mais brilhantes e tudo isso mostrará a sua beleza.

A verdadeira beleza de uma mulher

não está nas roupas que ela usa nem na imagem que ela carrega

ou na maneira que ela penteia os cabelos.

A verdadeira beleza de uma mulher deve ser vista a partir dos seus olhos.

Porque essa é a porta para o seu coração. O único lugar onde o amor de fato reside.

A beleza de uma mulher não está nas marcas do seu rosto,

mas a verdadeira beleza de uma mulher está refletida na sua alma.

Está no cuidado que ela amorosamente tem

e na paixão que demonstra para com a pessoa amada.

A beleza de uma mulher

com o passar dos anos não desaparece. Ela apenas cresce. Você Mulher!

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Antologia – Premium VIII

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Quero um amor verdadeiro

Aprendi que o amor não me pertence. Não sei amar.

Sempre amo demais e sufoco. Não consigo entender porque amo

com tanta intensidade. Queria amar sem ciúmes

e sem perguntas. Queria amar loucamente

sem limites. Para mim... amar e assim.

Percebo que amar tem os seus limites. Acho que ainda não encontrei

o meu verdadeiro amor. Porque quero o mesmo de quem estiver comigo.

Quero amor quente, amor verdadeiro.

Quero um amor que me queira todos instantes. Quero um amor que me deseja em cada olhar.

Quero um amor de sonhos meus, mas que seja meu!

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Te amo

Te amo com todas as letras, palavras e pronúncias.

Em todas as línguas e sotaques. Em todos os sentidos e jeitos.

Com todas as circunstâncias e motivos.

Amo-te em todas as formas de amar. Te amo como a existência

dos quatro elementos: águas fogo vento e terra.

Simplesmente te amo.

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Vontade de você

Sinto falta de um amor e um corpo que me envolve nas noites frias.

Queria um amor quente e presente junto a mim.

Queria sentir o seu amor perto de mim e poder tocar e sentir a suavidade

de sua pele na minha.

Eu queria poder sentir o calor dos teus beijos que me enlouquece.

Queria te tocar e sentir os seus braços me envolvendo para junto de ti.

Em meus sonhos você é a minha perdição de amor e desejos.

O seu amor faz os meus desejos ir além. Amo-te!

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Antologia – Premium VIII

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Acordar

Acordar com a certeza que em algum lugar

estará a sua felicidade. Que num piscar de olhos

a felicidade te encontrará. É muito bom.

Hoje acordei com o meu coração leve e com um belo sorriso.

Que os dias de tristeza se foram dando lugar somente

para sentimentos bons. Aprendendo que é dando amor

que se recebe.

Que o amor e assim sempre... querendo encontrar um coração

para ali estar.

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Antologia – Premium VIII

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Amor vendaval

Você chegou como o vento de mansinho. De repente virou um vendaval.

Tirando tudo do lugar.

Mexendo com o meu coração. Botando-o para acelerar.

Com seu amor invadiu todo o meu ser.

Tem momentos que me traz medo por te amar tanto assim.

As horas que me entrego a esse amor.

Hoje percebi que você simplesmente leva consigo o meu coração

para onde quer que você for.

Porque o meu coração já não me pertence mais.

Amar assim e prender a sua alma a outro sem pertencer a si.

O verdadeiro amor te leva sem pedir. Mesmo com o tempo não será apagado!

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Antologia – Premium VIII

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Tempestade

Venha meu amor como uma tempestade.

Me desnuda sem que eu possa perceber.

Quero que seja como o vento

tocando em meu corpo e como o fogo que me faz

queimar em desejos.

Quero sentir você como se fosse a chuva deslizando em meu corpo.

Por cada centímetro não quero que passe.

Mesmo assim se esta tempestade passar ainda quero permanecer em seus braços.

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Antologia – Premium VIII

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Ilusão

Vivo na ilusão de um amor. Quando penso em desistir

o meu coração não permiti. Quando decido ir à busca

desse amor eu me decepciono. Tento tirar este sentimento

do meu coração e não consigo. Procuro me desviar desse amor

que me consome aos poucos. Mesmo não querendo te amar te amo.

Distante

Não me diz mais sinto que você está distante. Sinto que você está me deixando.

A cada dia eu percebo que você se vai e eu estou deixando

porque eu quero que seja recíproco. Eu quero um amor que tenha saudades de mim e me procura que me ama e senti a minha falta.

Eu quero apenas te amar e ser amada com sentimentos que seja verdadeiros.

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Antologia – Premium VIII

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Amo-te

Com a caneta em punho e papel nas mãos

falo-te de todo o meu amor. Quero que saibas que e um amor inesquecível.

Amo-te como pássaro liberto.

Te amo como a natureza ao amanhecer. Amo-te da forma como uma mulher ama o seu homem.

Eu quero você de um jeito sublime.

O seu amor me faz feliz. Você deixa os meus dias especiais.

Os meus pensamentos sempre voam ao teu encontro.

Meu coração aberto te esperando

e sempre apertado de saudade suas. Meus pensamentos e minha alma te buscando para junto de mim; meu coração vida minha.

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Limite

Eu te amei e demonstrei todas as formas de amar. Escrevi várias declarações de amor para você.

Querendo te mostrar todo o meu amor.

É mais que palavras; é mais que apenas desejos de corpos.

Eu quis te mostrar o que é realmente o amor,

mas me perdi no caminho. Por te amar intensamente

o medo de te perder me fez vítima.

Hoje percebo que você já não é o mesmo; talvez eu seja a culpada de não te ter como antes.

Mais sinto que não sou o seu sonho,

mas sei que estou perdendo.

Não quero te implorar o seu amor cheguei no meu limite.

Por mais que doa e minhas lágrimas rolam... vou aprender a caminhar sem você.

Tudo tem um início e um fim nada e infinito...

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Antologia – Premium VIII

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Você é meu vício

Hoje decidi que eu não vou

tentar tirar você mais da minha vida.

Percebi que eu não consigo.

Porque eu te quero a todos os momentos.

Você é como uma dose de alegria

que me faz querer viver.

Você é o meu vício de todos os dias

e momentos que está na minha alma.

Você faz os meus dias serem maravilhoso

e com vontade de conquistar o mundo inteiro.

Você se tornou o meu mundo.

Você é vida que me faz respirar

todas as manhãs.

Você é o meu vício de querer amar

intensamente a todos os momentos.

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Antologia – Premium VIII

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Sonhos

Sempre procuro estar em seus sonhos.

Sempre quero sonhar junto com você.

O meu coração sempre te procurando.

O meu corpo e minha alma sempre te querendo.

Meus sentimentos sempre te buscando

e você sempre me deixando.

O meu coração está te deixando

e procurando novos sonhos.

Sonhos que você deixou de sonhar comigo.

Coração não sabe esperar sempre.

Um dia ele resolve procurar novos sonhos.

Onde que não tenha que esperar

para ter sonhos juntos com quem se ama.

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Ireni Ribeiro de Assis

Nasceu em 10 de Outubro de 1972, na

cidade de Curitiba (PR).

Vive e trabalha em São Francisco do

Sul (SC).

Empresária e poetisa.

Formada na instituição SENAI/SC no curso de Panificação. Empreendedora especializada na área de

alimentos. Membro da Academia de Letras Infanto Juvenil para Santa Catarina municipal Praia do Ervino.

Sob o olhar da poetisa captamos: S ou aquela mulher que formou

uma família através da força do amor, eu sou aquela mulher que gerou filhos lindos através do milagre da vida. Eu sou

principalmente aquela valente mulher que vive o plano mais lindo

que Deus tem para cada ser humano, graças a minha coragem de renuncia. Os planos de Deus nunca falham!

Divulga seus trabalhos literários em blogues e grupos de grande

repercussão. Livro em construção ―Resgate de mim‖.

Contatos: irenideassisgmail.com

Blog e Página: Facebook: https://www.facebook.com/ireni.ribeirodeassis.9?fref=ts Bookess: http://www.bookess.com/profile/irenideassis/

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Destino

Estou diante dele tênue e gentil. Convida-me a caminhar... desconfio.

Não devo acreditar. É como o mar; traiçoeiro. Sempre pronto a afogar.

O destino é assim. Entre pedras

sei que irei tropeçar sobre ventos caminhar.

Vou cair.

Uma mão a de me levantar.

Estou indo. Irei contigo;

meu destino segurando firme em tuas mãos.

Posso até escorregar.

Em teus pés vou segurar. Terás que me arrastar,

mas vou contigo. Meu destino até onde me levar.

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Paz

Procura-se a tal felicidade. Tem o título de perfeita.

Onde está; quem a levou?

Alguém a procurar. Por favor! Avise-me.

Preciso encontrar.

A tristeza... Encaixotei.

Tão longe mandei. Tenho a fé.

A esperança... Segurei!

Falta-me a felicidade.

Tenho que achar. Muitos a esperam.

Tenho...

Tenho que espalhar

a felicidade a esperança e a fé. Tornear-se-ão paz.

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Amor só meu

Não fui amada, mas amei

um amor só meu.

Amor que teus lábios não tocaram.

Nos meus abraços não se encontraram.

O triste adeus com voz suave ao entardecer.

Dói saber!

Não mais verei o balé de teus cabelos

em caricias com o vento.

Não é de nem uma flor o perfume no recinto.

É do amor que se perdeu. Amor meu.

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Amigo

Doe-me em lágrimas por coisas que decerto

nem uma delas escorreu por mim.

Desperdicei

ladeiras de sorrisos e nem para nosso ninho veio.

Ferida no percurso da vida.

Levantei. Chagas curaram ao longo do caminho,

dedicada aquém mais ajudei.

A me ver, repulsa sobre mim lançará.

Na esquina ou em qualquer lugar. Caído só um vira-lata a me acudir

lambendo minhas feridas; como se doutor fosse...

Com curativo da saliva cicatrizando.

Com seu pelo me aquecendo. Quatro patas; só falta falar.

Branco encardido jogado pelo mundo.

Melhor amigo dessa moribunda. Trouxe de novo algo a acalentar.

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Antologia – Premium VIII

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Sorriso

Alguém me disse: nunca deixe de sorrir.

Teu sorriso é paz.

Teus olhos traduzem dor, o sorriso, amor.

Os braços o balanço da vida.

Penso em transportar o sorriso verdadeiro?!

É o maior diamante

que alguém pode possuir. Um sorriso da criança

é demolidor.

Então sorria!

Ele nos faz sonhar.

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Antologia – Premium VIII

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O poeta

Escritor de belezas. Sentimentos.

Sonhos e amores.

Expõem todos os sentimentos, acordando sentidos,

aquecendo corações.

A alma do poeta é um jardim

em constantes florações. Flores que encantam

crianças, jovens e anciões.

Poesia é magia.

Ser poeta é ser mago do sentir.

O vento soprando palavras que encanta e faz chorar e sorrir.

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Antologia – Premium VIII

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Dezoito

Ouço gritos de socorro,

não sei a quem ajudar. Só ajudo a este a me derrubar.

Será que meu caminho

não tem flores? Só espinhos aos meus pés.

Não caminho,

mas grito.

Gritos entre outros... tento; é em vão.

Há areia do deserto

no meu rosto... já está a cobrir.

A certeza é uma só...

a morte!

Logo vêm abutres a encanecer-me.

Que soltem ao vento fios de meus cabelos brancos. Transformando-os em flores,

mostrando o caminho

a quem o dezoito enfrentar.

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Antologia – Premium VIII

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Pérola

Fechei-me em mim, qual uma ostra

não deixando o grão de areia entrar;

em bela pérola transformar.

A vida só lança-me dor. Fecho-me a proteger.

Devolvo-me amor.

Ela insiste a me atingir. Então me fechei em mim.

Assim outra pérola surgirá.

Quem sou

Corro por entre as ruas sem saídas. Ouço o grito ensurdecedor do silêncio,

transformam-se em lágrimas

umedecendo os telhados da noite. Está chegando ao fim.

Meu coração começa a bater. Emoções a me envolver.

Sou novamente o amanhecer.

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Sentidos

A lua parece sorrir, quando cheia; como um rosto iluminado a me olhar

chamando-me a bailar com a brisa do mar; ludibriando os sentidos...

Os olhos querem a lua, os ouvidos.

O quebrar das ondas, o cheiro da brisa atordoando as narinas.

Na boca, o sabor da maresia

que minha mente logra-me; desenhando-te em minhas mãos

tocando a areia sem teu calor.

A saudade fez-me adormecer

na fria areia a te esperar. Nas vãs horas do dia.

Feridas

O tempo fecha as feridas, mas não as cicatrizam.

O vento mais que contente as revive. Os sois as queimam como brasa.

As chuvas vertem as dores. As sombras as esfriam como a morte.

E eu as guardo dentro de mim.

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Antologia – Premium VIII

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Saudade

Ilusão é achar que a saudade tem cura! Aprisionamos a nossa memória.

Saudade é bicho traiçoeiro ataca tirando pedaços corrompendo lapsos levando a loucura

quem tanto procura.

O amor que se foi... correndo em fúria tentando outro alguém.

Amar a estúpida saudade é dar volta à tortura.

O amor não se pode matar. A sentença é sofrer e de saudade morrer.

Lembranças

Ondas cobrem a rede do saber

deixando vazio meu ser. Lembrança do que sou não ficou...

fragmentos do que fui. Vai-se arrastada pela areia

levando-a junto tudo que acumulei.

Rede que tanto pesquei! Não mais me leva ao fundo deste mar vazio

sem lembrar-me que amei.

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Antologia – Premium VIII

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Jardim de flores

Mulher! Flor mais bela que há. Algumas são uma rosa,

pétala de seda levemente aveluda com perfume inaudito, outras, como orquídeas,

imponente na beleza, delicada e sedutora. Muitas são jasmins; flores de tantas formas.

Aromas marcantes, inesquecíveis e imponentes... Enfim. Há tantas flores neste jardim

que não dá para descrever. Flor mulher! Cada qual com seu perfume.

Mesmo assim todas são iguais; com uma delicada força que só ela possui.

Pilares

Tantos muros levantam-se diante de mim

aprisionando-me em um vazio sem sorrir.

Chorei rio de dores. Afoguei-me em solidão.

Tantos pilares. Levantei! Vem sempre embargar pondo ao chão.

Pilares de sonhos deixando somente solidão.

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Alma ferida

As palavras ferem como fechas. Palavras ditas não são esquecidas.

Guardadas sim, as que ferem... são remoídas na memória ferindo a alma.

Quero ouvir palavras

que farão o espírito regozijar de alegria. Que o sorriso seja puro amor

e não o sorrir de uma alma mais que ferida tendo que renascer a cada amanhecer.

Amor primeiro

Com anseio espero o beijo que me prometeu olhando nos olhos meu.

Palavras entre nós não haverá.

O coração é a nossa comunicação.

Deixando emoções em todo entrelaçar em abraços deixando o amor acontecer.

Loucura é viver o amor-perfeito. O amor primeiro.

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Voltar

Escutando minha memória. Ela me faz voltar atrás do tempo,

que nunca esqueci.

Não devo lembrar! O coração quer chorar.

Não vou deixar...

Olho a minha volta. Todos parecem caminhar.

Então engulo a tristeza. Seco a lágrima que cai.

Olho ao redor e sigo vencendo guerras travadas em mim.

Tempo

O tempo está gélido sem sentimento correndo por todos entre todos; não deixando tempo de pensar.

Por que passa tão depressa

deixando rastros de tempestades em muitos de nós?!

Quando parece abrir o sol nuvens se formam em todo o ser;

tempestades de raios e de dor; espaço destinado à alegria e ao amor.

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Solidão

O amanhecer é triste. O amor distante.

Está solidão que é tamanha; começo a conversar,

conto a ela que não posso conversar. Com os pés gelados olhos fixos na janela

vejo o sol brilhar. O coração sente a neve fria congelar a esperança.

Uma lágrima a deixar que da janela o sol a de aguardar.

Vento

Alinhei-me no tempo buscando caricias ao vento. Ele bravo está preso a chuva

e acalmá-lo não dá.

Feito um furação torna a destruir os sonhos. A vida é como o vento, destruindo sentimentos.

Desistir não dá!

É levantar.

Reconstruir e seguir com o tempo.

Leva e traz o vento.

Levo amor e só para o acalento.