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Cachaças Nobres do Brasil

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Cartilha sobre cachaças nobres do Brasil elaborada por José Roberto Graziano e Nestor Marques Filho

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DICAS DE COMO DEGUSTAR Aprenda a identificar os predicados organolépticos da bebida, valendo-se dos critérios usados pelos experts em uma análise sensorial

Avaliação criteriosa e imparcial que inclui os exames visual, olfativo e gustati-vo, a análise sensorial técnica ou profissional aponta e identifica tanto os predica-dos organolépticos da bebida quanto os seus defeitos. Realizada às cegas, ou seja, sem o conhecimento da marca que se está provando, especialistas e degustadores tarimbados, sem serem sugestionados, utilizam fichas técnicas nas quais são ava-liados os aspectos de limpidez, brilho, cor e viscosidade; os aromas primários (sacarose, frutose, notas cítricas, álcool de cereais), os secundários (leveduras) e os terciários (provenientes da variedade de madeira utilizada); mais a acidez, o amargor e a persistência da bebida em boca, entre outros itens.

“Além de proporcionar na prática uma experiência enriquecedora ao consu-midor, os painéis de análise técnica também auxiliam os produtores de cachaça a criar um padrão de qualidade por região com técnica, higiene, qualidade e sus-tentabilidade, desde o campo, com a seleção da matéria-prima, aos equipamen-tos como barris de boa qualidade, engarrafamento e a guarda corretos”, destaca Renato Frascino, consultor de bebidas e coordenador do painel de degustação da Expocachaça Dose Dupla.

“Com esse conjunto de medidas, o produto ganha uma qualidade superior, eliminando-se os aldeídos na alambicagem”, ressalta ainda. Na lista de “defei-tos” aromáticos indesejáveis, que não devem estar presentes na bebida, Frascino enumera as notas desagradáveis dos ácidos voláteis (acetonas, vernizes) e aquelas provenientes do desequilíbrio das leveduras (aromas de milho, carbamato de eti-la, óleo fúsel), além do estágio excessivo em madeira.

“Uma cachaça especial envelhecida ou amaciada deve refletir o casamento perfeito entre a natureza e a madeira, sem predominância de nenhuma delas”, resume o especialista. Ou seja: uma cachaça nobre reúne os aromas primários provenientes da natureza (como ácidos cítricos, frutoses e sacaroses originários da cana madura, sem a queima da planta) com os terciários provenientes dos barris de madeira bem escolhidos e sem excessos.

apresenta

GARANTIA DE QUALIDADEOs estados produtores e as indicações geográficas que garantem a qualidade das cachaças especiais

Há em todo o país cerca de 4.000 produtores de cachaças artesanais, concentrados sobretudo no interior de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Ceará, Pa-raíba, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os dois primeiros são os únicos estados brasileiros a terem regiões - Paraty e Salinas, respectivamente -, nas quais as cachaças ali produzidas apresentam o Selo de Indicação Geográfica concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Tal medida é fundamental tanto para produtores, que agregam valor a seu produto atestando a denominação de origem e protegendo-o contra fraudes no mercado interno e externo, quanto para os consumidores, que têm garantia de procedência e qualidade da cachaça.

a p r e s e n t a

Distribuição e [email protected]

Tel. 55 (11) 99689-5349

COLABORAÇÃO

O CONSUMO EXCESSIVO DE ÁLCOOL É PREJUDICIAL À SAUDE.

10 MANDAMENTOS DA BOA CACHAÇA Antes de prová-la, observe as condições da garrafa, tampinha e líquido, a fim de verificar se não há contaminação ou deterioração da cachaça.Confira as informações do rótulo: origem, teor alcoólico, se é uma cachaça branca, envelhecida (qual a madeira), e se ela se ela tem todos os registros necessários no Ministério da Agricultura. Chacoalhe a garrafa, antes de abri-la. Se aparecer um “colar de bolhas” em torno do gargalo, você terá certeza de que o líquido ali guardado é de ótima qualidade.Ao despejá-lo devagar no copo, observe se o líquido escorre em suas pare-des como um óleo fino e se se forma novamente aquele “rosário de bolhas”. Quanto mais tempo ele durar, melhor é a cachaça.Confira se a bebida não contém impurezas, posicionando o copo contra a luz. A boa cachaça é transparente, brilhante e não possui nenhuma par-tícula sólida.Para sentir seu buquê de aromas, que lembra o de cana e de notas frutais, nas brancas, e de baunilha e mel, nas envelhecidas, cheire a bebida ou esfregue uma pequena quantidade na palma da mão: o aroma tem de ser natural, agradável e suave, e não de álcool. Ao ser agitada no copo, a boa cachaça forma uma espuma que desaparece no máximo em 30’. Assim você verifica se ela está saudável e boa para be-ber. Deixada em repouso, deve formar “lágrimas” nas paredes do copo que indicam também sua saúde e sua boa qualidade. Cachaça boa não resseca a boca nem queima a garganta, apesar de seu alto grau alcoólico. Deve ser, portanto, macia, lisa e redonda no paladar. E lem-bre-se: uma pura especial deve, e merece, ser saboreada em pequenos goles. Cachaça da boa também não deixa bafo, tampouco dor de cabeça. Seus aromas e sabores, portanto, devem ser suaves, revelando de modo equili-brado as nuances da fruta, o teor alcoólico, o ácido e o doce.

Depois de aberta, a garrafa deve ser mantida bem fechada a fim de evitar que a bebida evapore. Se tiver uma garrafa de rosca, transfira-a. Assim,

você poderá saboreá-la outras vezes e, melhor, com a mesma qualidade.

APOIO

12345678910

REALIZAÇÃO

PARCERIA

www.mercado municipal.com.br

INICIATIVAJosé Roberto Graziano e Nestor Marques Filho

www.statherezinha.com.br

O QUE É UMA CACHAÇA ESPECIAL?Saiba como ela é produzida e porque recebe essa denominação

Elaborada em escala limitada, com produção e cuidados artesanais, uma ca-chaça nobre, premium ou especial é, ao contrário da sua similar industrial fabri-cada em grandes volumes em destiladores de coluna, uma bebida obtida a partir do processo de destilação simples, em alambiques de cobre, do mosto fermentado da cana-de-açúcar, com graduação alcoólica de 38 a 48% em volume, a 20°C, e características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares em até 6g por litro, expressos em sacarose.

Mas a explicação para a nobreza e alta qualidade das cachaças especiais passa obrigatoriamente, entre outros detalhes de produção, pela escolha do tipo de cana. Pelo cultivo e a maneira de fazer o corte. Pela utilização da cana em períodos não su-periores a 24h depois de cortada. Pela preparação do mosto. Pelo zelo na destilação. Pela fermentação natural sem agentes “catalizadores químicos” (apenas nutrientes reguladores). Pela escolha da madeira e o fiel cumprimento das normas de envelheci-mento e padronização. Pelo ambiente tranquilo e silencioso para descansá-la e enve-lhecê-la. E, por fim, pelo cuidado na preparação das misturas (blends), que vão fazer uma cachaça ser especial e diferente da outra, ser única e com identidade própria.

DIRETO DO ALAMBIQUECapacidade de produção 1,2 bilhão de litros

Produtores 40 milMarcas 4 mil

Estados produtores SP, PE, CE, MG, PB, RJ, BA, SC e RS

Estados de maior consumo SP, PE, RJ, CE, BA e MGParticipação no mercado nacional de destilados 86%

Posição mundial 3º destilado mais consumidoExportações 60 países

Volume exportado 9,8 milhões de litros (2010)Fontes: Ministério da Agricultura e IBRAC

DO CANAVIAL AO COPOO primeiro passo para se produzir uma ca-

chaça especial é a seleção e colheita da cana-de-açúcar no período correto – e quanto mais doce a cana for, claro, melhor. A seguir, ela passa pela moagem mecânica, de onde sai o caldo que cha-mamos de garapa. Com o caldo apurado, filtrado e decantado é feita a fermentação em tachos de madeira. Nessa etapa, adiciona-se o levedo (fer-

mento) que, por sua vez, deve ser puro e saudável para produzir uma bebida de qualidade – ou seja, nenhuma química é admitida entre os bons produtores.

Após fermentar, o líquido segue para a destilação em alambiques de cobre. Ali, nas boas cachaças, desprezam-se os primeiros litros (também chamada de “cabeça”) e os últimos (a “cauda”), ficando-se apenas com o líquido produzido no meio da destilação (o “corpo” ou o “miolo”), que por sua vez pode ir ou não para o envelhecimento em barris de madeira, dependendo do tipo (branca ou envelhecida) que se quer produzir.

DNA DA QUALIDADEA Normativa nº 13, de 29 de junho de 2005, baixada pelo Ministro da Agricultura, definiu o regulamento téc-nico e os padrões de identidade e de qualidade para as cachaças especiais. Confira:

CACHAÇA ENVELHECIDA Contém no mínimo 50% de cachaça envelhecida em barril de madeira apropriada, com capacidade mínima de 100l e máxima de 700l, por um período não inferior a 1 ano.CACHAÇA PREMIUM Contém 100% de cachaça envelhecida em barril de madeira apropriada, com capacidade mínima de 100l e máxima de 700l, por um período não inferior a 1 ano.CACHAÇA EXTRA PREMIUM Contém 100% de cachaça envelhecida em barril de madeira apropriada, com capacidade mínima de 100l e máxima de 700l, por um período não inferior a 3 anos.

BRANCAS E ENVELHECIDAS Conheça os tipos de cachaça e as madeiras que podem ser usadas em seu envelhecimento

As cachaças podem ser classificadas em duas grandes famílias: as brancas (sem passagem em madeira) e as envelhecidas, com no mínimo 1 ano em barril. Embora o Ministério da Agricultura determine que a cachaça possa ser chamada de envelhecida a partir de um ano de descanso em barris de 700 litros, a maioria dos produtores considera que o tempo necessário para conferir características es-peciais à bebida, que tem em média 45% de graduação alcoólica (oito vezes mais que o da cerveja), é o de 100% envelhecida por, no mínimo, 2 anos.

A escolha do tipo de barril, portanto, depende da cachaça que se quer obter. Também são utilizados para envelhecimento tonéis de carvalho (americano ou francês), amburana, amendoim, bálsamo, ipê-amarelo e jequitibá-rosa, todas elas espécies brasileiras. Cada uma dessas madeiras oferece vantagens à cachaça, trans-mitindo-lhe cor, aromas e sabores particulares. As duas últimas são consideradas mais neutras. Já o carvalho é a madeira mais indicada e a mais nobre, por trans-ferir aromas terciários evoluídos e o paladar abaunilhado (vanilina), entre outras características típicas. Além disso, um pouco de resina do malte e dos taninos impregnados em suas paredes são absorvidos pela cachaça durante o envelheci-mento, o que lhe dá a cor dourada e um certo sabor amaciado e elegante (já que há perda de álcool), enriquecendo e “arredondando” a bebida.

NOTAS DE BARRILMADEIRA COR AROMAS Amburana neutra coco verdeAmendoim neutra neutros Bálsamo amarelo-ouro anis, pimenta, especiariasCarvalho dourado baunilha, mel, tabaco, chocolate, frutas secasIpê amarelo dourado resina, vernizJequitibá-rosa médio cítricos (lima, limão, laranja da terra) e florais

CACHAÇA DE ALAMBIQUE CACHAÇA DE COLUNA

Existem dois métodos de destilar a cachaça: em alambiques ou pelo sistema contínuo ou de colunas.

ALAMBIQUE É o método artesanal a partir do qual as cachaças espe-ciais são elaboradas. Na base do alambique, a bebida fermentada é aqueci-da. O vapor sobe, passa por uma serpentina onde condensa, e o líquido sai na outra ponta. Os resíduos permanecem na caldeira, que precisa ser limpa para uma nova destilação.

DESTILAÇÃO CONTÍNUA (OU FRACIONADA) A cachaça industrial é obtida a partir desse método. Uma coluna é continuamente abastecida de líquido (pela base) e de vapor (pelo topo). O calor do vapor faz com que diferentes substâncias entrem em ebulição em diferentes altu-ras da coluna, separadas por pratos. Estes coletam as substâncias destiladas, e os resíduos saem pela outra extremidade da coluna.

O QUE É UMA CACHAÇA ESPECIAL?Saiba como ela é produzida e porque recebe essa denominação

Elaborada em escala limitada, com produção e cuidados artesanais, uma ca-chaça nobre, premium ou especial é, ao contrário da sua similar industrial fabri-cada em grandes volumes em destiladores de coluna, uma bebida obtida a partir do processo de destilação simples, em alambiques de cobre, do mosto fermentado da cana-de-açúcar, com graduação alcoólica de 38 a 48% em volume, a 20°C, e características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares em até 6g por litro, expressos em sacarose.

Mas a explicação para a nobreza e alta qualidade das cachaças especiais passa obrigatoriamente, entre outros detalhes de produção, pela escolha do tipo de cana. Pelo cultivo e a maneira de fazer o corte. Pela utilização da cana em períodos não su-periores a 24h depois de cortada. Pela preparação do mosto. Pelo zelo na destilação. Pela fermentação natural sem agentes “catalizadores químicos” (apenas nutrientes reguladores). Pela escolha da madeira e o fiel cumprimento das normas de envelheci-mento e padronização. Pelo ambiente tranquilo e silencioso para descansá-la e enve-lhecê-la. E, por fim, pelo cuidado na preparação das misturas (blends), que vão fazer uma cachaça ser especial e diferente da outra, ser única e com identidade própria.

DIRETO DO ALAMBIQUECapacidade de produção 1,2 bilhão de litros

Produtores 40 milMarcas 4 mil

Estados produtores SP, PE, CE, MG, PB, RJ, BA, SC e RS

Estados de maior consumo SP, PE, RJ, CE, BA e MGParticipação no mercado nacional de destilados 86%

Posição mundial 3º destilado mais consumidoExportações 60 países

Volume exportado 9,8 milhões de litros (2010)Fontes: Ministério da Agricultura e IBRAC

DO CANAVIAL AO COPOO primeiro passo para se produzir uma ca-

chaça especial é a seleção e colheita da cana-de-açúcar no período correto – e quanto mais doce a cana for, claro, melhor. A seguir, ela passa pela moagem mecânica, de onde sai o caldo que cha-mamos de garapa. Com o caldo apurado, filtrado e decantado é feita a fermentação em tachos de madeira. Nessa etapa, adiciona-se o levedo (fer-

mento) que, por sua vez, deve ser puro e saudável para produzir uma bebida de qualidade – ou seja, nenhuma química é admitida entre os bons produtores.

Após fermentar, o líquido segue para a destilação em alambiques de cobre. Ali, nas boas cachaças, desprezam-se os primeiros litros (também chamada de “cabeça”) e os últimos (a “cauda”), ficando-se apenas com o líquido produzido no meio da destilação (o “corpo” ou o “miolo”), que por sua vez pode ir ou não para o envelhecimento em barris de madeira, dependendo do tipo (branca ou envelhecida) que se quer produzir.

DNA DA QUALIDADEA Normativa nº 13, de 29 de junho de 2005, baixada pelo Ministro da Agricultura, definiu o regulamento téc-nico e os padrões de identidade e de qualidade para as cachaças especiais. Confira:

CACHAÇA ENVELHECIDA Contém no mínimo 50% de cachaça envelhecida em barril de madeira apropriada, com capacidade mínima de 100l e máxima de 700l, por um período não inferior a 1 ano.CACHAÇA PREMIUM Contém 100% de cachaça envelhecida em barril de madeira apropriada, com capacidade mínima de 100l e máxima de 700l, por um período não inferior a 1 ano.CACHAÇA EXTRA PREMIUM Contém 100% de cachaça envelhecida em barril de madeira apropriada, com capacidade mínima de 100l e máxima de 700l, por um período não inferior a 3 anos.

BRANCAS E ENVELHECIDAS Conheça os tipos de cachaça e as madeiras que podem ser usadas em seu envelhecimento

As cachaças podem ser classificadas em duas grandes famílias: as brancas (sem passagem em madeira) e as envelhecidas, com no mínimo 1 ano em barril. Embora o Ministério da Agricultura determine que a cachaça possa ser chamada de envelhecida a partir de um ano de descanso em barris de 700 litros, a maioria dos produtores considera que o tempo necessário para conferir características es-peciais à bebida, que tem em média 45% de graduação alcoólica (oito vezes mais que o da cerveja), é o de 100% envelhecida por, no mínimo, 2 anos.

A escolha do tipo de barril, portanto, depende da cachaça que se quer obter. Também são utilizados para envelhecimento tonéis de carvalho (americano ou francês), amburana, amendoim, bálsamo, ipê-amarelo e jequitibá-rosa, todas elas espécies brasileiras. Cada uma dessas madeiras oferece vantagens à cachaça, trans-mitindo-lhe cor, aromas e sabores particulares. As duas últimas são consideradas mais neutras. Já o carvalho é a madeira mais indicada e a mais nobre, por trans-ferir aromas terciários evoluídos e o paladar abaunilhado (vanilina), entre outras características típicas. Além disso, um pouco de resina do malte e dos taninos impregnados em suas paredes são absorvidos pela cachaça durante o envelheci-mento, o que lhe dá a cor dourada e um certo sabor amaciado e elegante (já que há perda de álcool), enriquecendo e “arredondando” a bebida.

NOTAS DE BARRILMADEIRA COR AROMAS Amburana neutra coco verdeAmendoim neutra neutros Bálsamo amarelo-ouro anis, pimenta, especiariasCarvalho dourado baunilha, mel, tabaco, chocolate, frutas secasIpê amarelo dourado resina, vernizJequitibá-rosa médio cítricos (lima, limão, laranja da terra) e florais

CACHAÇA DE ALAMBIQUE CACHAÇA DE COLUNA

Existem dois métodos de destilar a cachaça: em alambiques ou pelo sistema contínuo ou de colunas.

ALAMBIQUE É o método artesanal a partir do qual as cachaças espe-ciais são elaboradas. Na base do alambique, a bebida fermentada é aqueci-da. O vapor sobe, passa por uma serpentina onde condensa, e o líquido sai na outra ponta. Os resíduos permanecem na caldeira, que precisa ser limpa para uma nova destilação.

DESTILAÇÃO CONTÍNUA (OU FRACIONADA) A cachaça industrial é obtida a partir desse método. Uma coluna é continuamente abastecida de líquido (pela base) e de vapor (pelo topo). O calor do vapor faz com que diferentes substâncias entrem em ebulição em diferentes altu-ras da coluna, separadas por pratos. Estes coletam as substâncias destiladas, e os resíduos saem pela outra extremidade da coluna.

O QUE É UMA CACHAÇA ESPECIAL?Saiba como ela é produzida e porque recebe essa denominação

Elaborada em escala limitada, com produção e cuidados artesanais, uma ca-chaça nobre, premium ou especial é, ao contrário da sua similar industrial fabri-cada em grandes volumes em destiladores de coluna, uma bebida obtida a partir do processo de destilação simples, em alambiques de cobre, do mosto fermentado da cana-de-açúcar, com graduação alcoólica de 38 a 48% em volume, a 20°C, e características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares em até 6g por litro, expressos em sacarose.

Mas a explicação para a nobreza e alta qualidade das cachaças especiais passa obrigatoriamente, entre outros detalhes de produção, pela escolha do tipo de cana. Pelo cultivo e a maneira de fazer o corte. Pela utilização da cana em períodos não su-periores a 24h depois de cortada. Pela preparação do mosto. Pelo zelo na destilação. Pela fermentação natural sem agentes “catalizadores químicos” (apenas nutrientes reguladores). Pela escolha da madeira e o fiel cumprimento das normas de envelheci-mento e padronização. Pelo ambiente tranquilo e silencioso para descansá-la e enve-lhecê-la. E, por fim, pelo cuidado na preparação das misturas (blends), que vão fazer uma cachaça ser especial e diferente da outra, ser única e com identidade própria.

DIRETO DO ALAMBIQUECapacidade de produção 1,2 bilhão de litros

Produtores 40 milMarcas 4 mil

Estados produtores SP, PE, CE, MG, PB, RJ, BA, SC e RS

Estados de maior consumo SP, PE, RJ, CE, BA e MGParticipação no mercado nacional de destilados 86%

Posição mundial 3º destilado mais consumidoExportações 60 países

Volume exportado 9,8 milhões de litros (2010)Fontes: Ministério da Agricultura e IBRAC

DO CANAVIAL AO COPOO primeiro passo para se produzir uma ca-

chaça especial é a seleção e colheita da cana-de-açúcar no período correto – e quanto mais doce a cana for, claro, melhor. A seguir, ela passa pela moagem mecânica, de onde sai o caldo que cha-mamos de garapa. Com o caldo apurado, filtrado e decantado é feita a fermentação em tachos de madeira. Nessa etapa, adiciona-se o levedo (fer-

mento) que, por sua vez, deve ser puro e saudável para produzir uma bebida de qualidade – ou seja, nenhuma química é admitida entre os bons produtores.

Após fermentar, o líquido segue para a destilação em alambiques de cobre. Ali, nas boas cachaças, desprezam-se os primeiros litros (também chamada de “cabeça”) e os últimos (a “cauda”), ficando-se apenas com o líquido produzido no meio da destilação (o “corpo” ou o “miolo”), que por sua vez pode ir ou não para o envelhecimento em barris de madeira, dependendo do tipo (branca ou envelhecida) que se quer produzir.

DNA DA QUALIDADEA Normativa nº 13, de 29 de junho de 2005, baixada pelo Ministro da Agricultura, definiu o regulamento téc-nico e os padrões de identidade e de qualidade para as cachaças especiais. Confira:

CACHAÇA ENVELHECIDA Contém no mínimo 50% de cachaça envelhecida em barril de madeira apropriada, com capacidade mínima de 100l e máxima de 700l, por um período não inferior a 1 ano.CACHAÇA PREMIUM Contém 100% de cachaça envelhecida em barril de madeira apropriada, com capacidade mínima de 100l e máxima de 700l, por um período não inferior a 1 ano.CACHAÇA EXTRA PREMIUM Contém 100% de cachaça envelhecida em barril de madeira apropriada, com capacidade mínima de 100l e máxima de 700l, por um período não inferior a 3 anos.

BRANCAS E ENVELHECIDAS Conheça os tipos de cachaça e as madeiras que podem ser usadas em seu envelhecimento

As cachaças podem ser classificadas em duas grandes famílias: as brancas (sem passagem em madeira) e as envelhecidas, com no mínimo 1 ano em barril. Embora o Ministério da Agricultura determine que a cachaça possa ser chamada de envelhecida a partir de um ano de descanso em barris de 700 litros, a maioria dos produtores considera que o tempo necessário para conferir características es-peciais à bebida, que tem em média 45% de graduação alcoólica (oito vezes mais que o da cerveja), é o de 100% envelhecida por, no mínimo, 2 anos.

A escolha do tipo de barril, portanto, depende da cachaça que se quer obter. Também são utilizados para envelhecimento tonéis de carvalho (americano ou francês), amburana, amendoim, bálsamo, ipê-amarelo e jequitibá-rosa, todas elas espécies brasileiras. Cada uma dessas madeiras oferece vantagens à cachaça, trans-mitindo-lhe cor, aromas e sabores particulares. As duas últimas são consideradas mais neutras. Já o carvalho é a madeira mais indicada e a mais nobre, por trans-ferir aromas terciários evoluídos e o paladar abaunilhado (vanilina), entre outras características típicas. Além disso, um pouco de resina do malte e dos taninos impregnados em suas paredes são absorvidos pela cachaça durante o envelheci-mento, o que lhe dá a cor dourada e um certo sabor amaciado e elegante (já que há perda de álcool), enriquecendo e “arredondando” a bebida.

NOTAS DE BARRILMADEIRA COR AROMAS Amburana neutra coco verdeAmendoim neutra neutros Bálsamo amarelo-ouro anis, pimenta, especiariasCarvalho dourado baunilha, mel, tabaco, chocolate, frutas secasIpê amarelo dourado resina, vernizJequitibá-rosa médio cítricos (lima, limão, laranja da terra) e florais

CACHAÇA DE ALAMBIQUE CACHAÇA DE COLUNA

Existem dois métodos de destilar a cachaça: em alambiques ou pelo sistema contínuo ou de colunas.

ALAMBIQUE É o método artesanal a partir do qual as cachaças espe-ciais são elaboradas. Na base do alambique, a bebida fermentada é aqueci-da. O vapor sobe, passa por uma serpentina onde condensa, e o líquido sai na outra ponta. Os resíduos permanecem na caldeira, que precisa ser limpa para uma nova destilação.

DESTILAÇÃO CONTÍNUA (OU FRACIONADA) A cachaça industrial é obtida a partir desse método. Uma coluna é continuamente abastecida de líquido (pela base) e de vapor (pelo topo). O calor do vapor faz com que diferentes substâncias entrem em ebulição em diferentes altu-ras da coluna, separadas por pratos. Estes coletam as substâncias destiladas, e os resíduos saem pela outra extremidade da coluna.

DICAS DE COMO DEGUSTAR Aprenda a identificar os predicados organolépticos da bebida, valendo-se dos critérios usados pelos experts em uma análise sensorial

Avaliação criteriosa e imparcial que inclui os exames visual, olfativo e gustati-vo, a análise sensorial técnica ou profissional aponta e identifica tanto os predica-dos organolépticos da bebida quanto os seus defeitos. Realizada às cegas, ou seja, sem o conhecimento da marca que se está provando, especialistas e degustadores tarimbados, sem serem sugestionados, utilizam fichas técnicas nas quais são ava-liados os aspectos de limpidez, brilho, cor e viscosidade; os aromas primários (sacarose, frutose, notas cítricas, álcool de cereais), os secundários (leveduras) e os terciários (provenientes da variedade de madeira utilizada); mais a acidez, o amargor e a persistência da bebida em boca, entre outros itens.

“Além de proporcionar na prática uma experiência enriquecedora ao consu-midor, os painéis de análise técnica também auxiliam os produtores de cachaça a criar um padrão de qualidade por região com técnica, higiene, qualidade e sus-tentabilidade, desde o campo, com a seleção da matéria-prima, aos equipamen-tos como barris de boa qualidade, engarrafamento e a guarda corretos”, destaca Renato Frascino, consultor de bebidas e coordenador do painel de degustação da Expocachaça Dose Dupla.

“Com esse conjunto de medidas, o produto ganha uma qualidade superior, eliminando-se os aldeídos na alambicagem”, ressalta ainda. Na lista de “defei-tos” aromáticos indesejáveis, que não devem estar presentes na bebida, Frascino enumera as notas desagradáveis dos ácidos voláteis (acetonas, vernizes) e aquelas provenientes do desequilíbrio das leveduras (aromas de milho, carbamato de eti-la, óleo fúsel), além do estágio excessivo em madeira.

“Uma cachaça especial envelhecida ou amaciada deve refletir o casamento perfeito entre a natureza e a madeira, sem predominância de nenhuma delas”, resume o especialista. Ou seja: uma cachaça nobre reúne os aromas primários provenientes da natureza (como ácidos cítricos, frutoses e sacaroses originários da cana madura, sem a queima da planta) com os terciários provenientes dos barris de madeira bem escolhidos e sem excessos.

apresenta

GARANTIA DE QUALIDADEOs estados produtores e as indicações geográficas que garantem a qualidade das cachaças especiais

Há em todo o país cerca de 4.000 produtores de cachaças artesanais, concentrados sobretudo no interior de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Ceará, Pa-raíba, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os dois primeiros são os únicos estados brasileiros a terem regiões - Paraty e Salinas, respectivamente -, nas quais as cachaças ali produzidas apresentam o Selo de Indicação Geográfica concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Tal medida é fundamental tanto para produtores, que agregam valor a seu produto atestando a denominação de origem e protegendo-o contra fraudes no mercado interno e externo, quanto para os consumidores, que têm garantia de procedência e qualidade da cachaça.

a p r e s e n t a

Distribuição e [email protected]

Tel. 55 (11) 99689-5349

COLABORAÇÃO

O CONSUMO EXCESSIVO DE ÁLCOOL É PREJUDICIAL À SAUDE.

10 MANDAMENTOS DA BOA CACHAÇA Antes de prová-la, observe as condições da garrafa, tampinha e líquido, a fim de verificar se não há contaminação ou deterioração da cachaça.Confira as informações do rótulo: origem, teor alcoólico, se é uma cachaça branca, envelhecida (qual a madeira), e se ela se ela tem todos os registros necessários no Ministério da Agricultura. Chacoalhe a garrafa, antes de abri-la. Se aparecer um “colar de bolhas” em torno do gargalo, você terá certeza de que o líquido ali guardado é de ótima qualidade.Ao despejá-lo devagar no copo, observe se o líquido escorre em suas pare-des como um óleo fino e se se forma novamente aquele “rosário de bolhas”. Quanto mais tempo ele durar, melhor é a cachaça.Confira se a bebida não contém impurezas, posicionando o copo contra a luz. A boa cachaça é transparente, brilhante e não possui nenhuma par-tícula sólida.Para sentir seu buquê de aromas, que lembra o de cana e de notas frutais, nas brancas, e de baunilha e mel, nas envelhecidas, cheire a bebida ou esfregue uma pequena quantidade na palma da mão: o aroma tem de ser natural, agradável e suave, e não de álcool. Ao ser agitada no copo, a boa cachaça forma uma espuma que desaparece no máximo em 30’. Assim você verifica se ela está saudável e boa para be-ber. Deixada em repouso, deve formar “lágrimas” nas paredes do copo que indicam também sua saúde e sua boa qualidade. Cachaça boa não resseca a boca nem queima a garganta, apesar de seu alto grau alcoólico. Deve ser, portanto, macia, lisa e redonda no paladar. E lem-bre-se: uma pura especial deve, e merece, ser saboreada em pequenos goles. Cachaça da boa também não deixa bafo, tampouco dor de cabeça. Seus aromas e sabores, portanto, devem ser suaves, revelando de modo equili-brado as nuances da fruta, o teor alcoólico, o ácido e o doce.

Depois de aberta, a garrafa deve ser mantida bem fechada a fim de evitar que a bebida evapore. Se tiver uma garrafa de rosca, transfira-a. Assim,

você poderá saboreá-la outras vezes e, melhor, com a mesma qualidade.

APOIO

12345678910

REALIZAÇÃO

PARCERIA

www.mercado municipal.com.br

INICIATIVAJosé Roberto Graziano e Nestor Marques Filho

www.statherezinha.com.br

DICAS DE COMO DEGUSTAR Aprenda a identificar os predicados organolépticos da bebida, valendo-se dos critérios usados pelos experts em uma análise sensorial

Avaliação criteriosa e imparcial que inclui os exames visual, olfativo e gustati-vo, a análise sensorial técnica ou profissional aponta e identifica tanto os predica-dos organolépticos da bebida quanto os seus defeitos. Realizada às cegas, ou seja, sem o conhecimento da marca que se está provando, especialistas e degustadores tarimbados, sem serem sugestionados, utilizam fichas técnicas nas quais são ava-liados os aspectos de limpidez, brilho, cor e viscosidade; os aromas primários (sacarose, frutose, notas cítricas, álcool de cereais), os secundários (leveduras) e os terciários (provenientes da variedade de madeira utilizada); mais a acidez, o amargor e a persistência da bebida em boca, entre outros itens.

“Além de proporcionar na prática uma experiência enriquecedora ao consu-midor, os painéis de análise técnica também auxiliam os produtores de cachaça a criar um padrão de qualidade por região com técnica, higiene, qualidade e sus-tentabilidade, desde o campo, com a seleção da matéria-prima, aos equipamen-tos como barris de boa qualidade, engarrafamento e a guarda corretos”, destaca Renato Frascino, consultor de bebidas e coordenador do painel de degustação da Expocachaça Dose Dupla.

“Com esse conjunto de medidas, o produto ganha uma qualidade superior, eliminando-se os aldeídos na alambicagem”, ressalta ainda. Na lista de “defei-tos” aromáticos indesejáveis, que não devem estar presentes na bebida, Frascino enumera as notas desagradáveis dos ácidos voláteis (acetonas, vernizes) e aquelas provenientes do desequilíbrio das leveduras (aromas de milho, carbamato de eti-la, óleo fúsel), além do estágio excessivo em madeira.

“Uma cachaça especial envelhecida ou amaciada deve refletir o casamento perfeito entre a natureza e a madeira, sem predominância de nenhuma delas”, resume o especialista. Ou seja: uma cachaça nobre reúne os aromas primários provenientes da natureza (como ácidos cítricos, frutoses e sacaroses originários da cana madura, sem a queima da planta) com os terciários provenientes dos barris de madeira bem escolhidos e sem excessos.

apresenta

GARANTIA DE QUALIDADEOs estados produtores e as indicações geográficas que garantem a qualidade das cachaças especiais

Há em todo o país cerca de 4.000 produtores de cachaças artesanais, concentrados sobretudo no interior de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Ceará, Pa-raíba, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os dois primeiros são os únicos estados brasileiros a terem regiões - Paraty e Salinas, respectivamente -, nas quais as cachaças ali produzidas apresentam o Selo de Indicação Geográfica concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Tal medida é fundamental tanto para produtores, que agregam valor a seu produto atestando a denominação de origem e protegendo-o contra fraudes no mercado interno e externo, quanto para os consumidores, que têm garantia de procedência e qualidade da cachaça.

a p r e s e n t a

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COLABORAÇÃO

O CONSUMO EXCESSIVO DE ÁLCOOL É PREJUDICIAL À SAUDE.

10 MANDAMENTOS DA BOA CACHAÇA Antes de prová-la, observe as condições da garrafa, tampinha e líquido, a fim de verificar se não há contaminação ou deterioração da cachaça.Confira as informações do rótulo: origem, teor alcoólico, se é uma cachaça branca, envelhecida (qual a madeira), e se ela se ela tem todos os registros necessários no Ministério da Agricultura. Chacoalhe a garrafa, antes de abri-la. Se aparecer um “colar de bolhas” em torno do gargalo, você terá certeza de que o líquido ali guardado é de ótima qualidade.Ao despejá-lo devagar no copo, observe se o líquido escorre em suas pare-des como um óleo fino e se se forma novamente aquele “rosário de bolhas”. Quanto mais tempo ele durar, melhor é a cachaça.Confira se a bebida não contém impurezas, posicionando o copo contra a luz. A boa cachaça é transparente, brilhante e não possui nenhuma par-tícula sólida.Para sentir seu buquê de aromas, que lembra o de cana e de notas frutais, nas brancas, e de baunilha e mel, nas envelhecidas, cheire a bebida ou esfregue uma pequena quantidade na palma da mão: o aroma tem de ser natural, agradável e suave, e não de álcool. Ao ser agitada no copo, a boa cachaça forma uma espuma que desaparece no máximo em 30’. Assim você verifica se ela está saudável e boa para be-ber. Deixada em repouso, deve formar “lágrimas” nas paredes do copo que indicam também sua saúde e sua boa qualidade. Cachaça boa não resseca a boca nem queima a garganta, apesar de seu alto grau alcoólico. Deve ser, portanto, macia, lisa e redonda no paladar. E lem-bre-se: uma pura especial deve, e merece, ser saboreada em pequenos goles. Cachaça da boa também não deixa bafo, tampouco dor de cabeça. Seus aromas e sabores, portanto, devem ser suaves, revelando de modo equili-brado as nuances da fruta, o teor alcoólico, o ácido e o doce.

Depois de aberta, a garrafa deve ser mantida bem fechada a fim de evitar que a bebida evapore. Se tiver uma garrafa de rosca, transfira-a. Assim,

você poderá saboreá-la outras vezes e, melhor, com a mesma qualidade.

APOIO

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REALIZAÇÃO

PARCERIA

www.mercado municipal.com.br

INICIATIVAJosé Roberto Graziano e Nestor Marques Filho

www.statherezinha.com.br