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Salvador, 20 de abril de 2012 8 Antônio Balbino da Bahia Jornal da Metrópole homenageia ex-governador que deixou legado histórico e completaria 100 anos neste domingo “A CRIATURA que mais convive com Antônio Balbino é Antônio Balbino”. O jeito introspectivo do governador da Bahia (1955-1959) foi assim descrito por Assis Cha- teaubriand em 1957, quando visi- tou os Conjuntos Assistenciais, implantados por Antônio Bal- bino de Carvalho Filho, em Sal- vador. Na época, o governador, natural de Barreiras, já implanta- va na capital alguns dos projetos que mais beneficiaram baianos e inspiraram iniciativas pelo Brasil. Em 40 anos de política, foi de- putado estadual, federal, minis- tro da Educação e da Cultura, da Indústria e Comércio, e interino da Saúde e da Fazenda, consul- tor-geral da República e senador. Caçoado pela baixa estatu- ra, traços fortes e cabeça avan- tajada, Balbino deixou imenso legado à Bahia: a Comissão de Planejamento Econômico (CPE), o Teatro Castro Alves ( TCA) e a Maternidade Tsylla Balbino, além de outras obras centradas na capital, mas com reflexos em todo o estado. Texto Clarissa Pacheco [email protected] Determinado, Balbino deixou legado de modernização para a Bahia Mais história? www.metro1.com.br/politica Determinado, Balbino deixou legado de modernização para a Bahia ARQUIVO PESSOAL

Antônio Balbino da Bahia

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Matéria publicada no Jornal da Metrópole de 20.4.2012Texto: Clarissa Pacheco

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Page 1: Antônio Balbino da Bahia

Salvador, 20 de abril de 20128

Antônio Balbino da BahiaJornal da Metrópole homenageia ex-governador que deixou legado histórico e completaria 100 anos neste domingo

“A CRIATURA que mais convive com Antônio Balbino é Antônio Balbino”. O jeito introspectivo do governador da Bahia (1955-1959) foi assim descrito por Assis Cha-teaubriand em 1957, quando visi-

tou os Conjuntos Assistenciais, implantados por Antônio Bal-bino de Carvalho Filho, em Sal-vador. Na época, o governador, natural de Barreiras, já implanta-va na capital alguns dos projetos que mais beneficiaram baianos e inspiraram iniciativas pelo Brasil.

Em 40 anos de política, foi de-putado estadual, federal, minis-tro da Educação e da Cultura, da Indústria e Comércio, e interino da Saúde e da Fazenda, consul-tor-geral da República e senador.

Caçoado pela baixa estatu-ra, traços fortes e cabeça avan-

tajada, Balbino deixou imenso legado à Bahia: a Comissão de Planejamento Econômico (CPE), o Teatro Castro Alves (TCA) e a Maternidade Tsylla Balbino, além de outras obras centradas na capital, mas com reflexos em todo o estado.

Texto Clarissa [email protected]

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Salvador, 20 de abril de 2012 9

A inteligência e o espírito de

liderança do filho de Antônio

Balbino e Custódia já eram nota-

dos nas primeiras conquistas. Na

Escola Nacional de Direito, onde

se formou em 1932, foi orador da

turma. Apenas dois anos depois,

diplomou-se em economia política

pela Sorbonne e retornou ao Brasil

para dedicar-se à academia e ao

jornalismo. Foi repórter e redator

dos jornais ‘A Noite’ (RJ) e ‘O Im-

parcial’ (BA), além de diretor do

‘Diário de Notícias’, em Salvador.

A carreira política – iniciada

em 1937 como deputado estadu-

al constituinte e apadrinhada por

Getúlio Vargas – foi tida como um

reflexo de seu discurso de formatu-

ra, em que procurou não “celebrar,

a meio caminho”, conquistas que

estavam apenas começando. A

postura do democrata baiano agra-

dava grandes nomes da política,

como o próprio padrinho Getúlio

Vargas, João Goulart, Tancredo

Neves e Juscelino Kubitschek, que

exaltou “suas belas tradições de

idealismo, amor à pátria e devoção

às instituições democráticas”.

Por trás do homem público e

introspectivo, escondia-se um ma-

rido amoroso, pai dedicado e avô

atencioso. Em 1935, casou-se com

Tsylla Veloso Viana, com quem teve

Solange e Zizette. As netas, Tsylla e

Kátia, recebiam o carinho do avô

mesmo à distância.

Morando no Rio de Janeiro,

Balbino se mostrava apaixonado

nas cartas enviadas a ‘Minha Tys-

sa’, como chamava a esposa: “Sinto

que somos as ‘almas gêmeas’”, disse

certa vez. Em outra ocasião, declarou:

“Estou convencido de que você é o

meu amor definitivo e irremovível”.

Ao final das cartas, sempre remetia

“beijos para as filhas Sosó e Zetinha”.

Jornalismo e academia

‘Antoninho’: o lado carinhoso

“Governarei com a Justiça e a Constituição”Eleito governador em 1954

após disputa com Pedro Calmon,

Balbino tomou posse em 7/4 de

1955. Sucessor de Régis Pacheco,

o democrata ganhou o apoio dos

adversários e de periódicos, como

o ‘Única’, que apoiou a campanha

e ressaltou as qualidades do gover-

nador eleito: “O Sr. Antônio Balbi-

no, dotado de inteligência, cultura,

personalidade e mocidade assume

a curul governamental sob o signo

das melhores esperanças”.

Diante do quadro de abalo

econômico encontrado, Balbi-

no trabalhou para construir um

arcabouço financeiro sólido.

“Governarei com a Justiça e a

Constituição, imprimindo à vida

pública um ritmo de trabalho, or-

ganização e austeridade”, disse,

dois dias antes da posse.

Balbino deu nome ao ginásio Balbininho, demolido junto com a Fonte Nova

Tsylla, Balbino e daminhas, no casamento em 14/10/1935 Balbino ao lado das netas, Tsylla Balbino e Kátia

Balbino ganhou apoio da revista Única, de tradição política

Dentre os telegramas enviados e recebidos pelo advogado Antônio

Balbino de Carvalho Filho, declarações de amizade e admiração vi-

nham de nomes como João Goulart e Juscelino Kubitschek.

telegrama

Em 1934, diplomou-se em economia política

pela Sorbonne

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