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“ (…) O poema torna-se espaço de uma cosmogonia: nele, o real se dá a conhecer. Nele também, o poeta se conhece. Porque é a vida mesma que se joga e afirma em cada poema: escrever é também respirar.” Cristina Almeida Ribeiro, Poemas de António Ramos Rosa (apresentação crítica, selecção, António Ramos Rosa Literatura Portuguesa 11ºF

António Ramos Rosa

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Apresentação do autor

Perfil Biográfico:

António Ramos Rosa nasceu em Faro em 1924 e aí fez os seus estudos secundários, aí trabalhou como empregado de escritório, professor e tradutor.

Militou no MUD juvenil. Transferido para Lisboa, trabalhou no comércio, actividade que abandonou para se dedicar a tempo inteiro à poesia.

“ (…) O poema torna-se espaço de uma cosmogonia: nele, o real se dá a conhecer. Nele também, o poeta se conhece. Porque é a vida mesma que se joga e afirma em cada poema: escrever é também respirar.”

Cristina Almeida Ribeiro, Poemas de António Ramos Rosa (apresentação crítica, selecção, notas e sugestões de análise literária), Editorial Comunicação.

António Ramos Rosa

Literatura Portuguesa

11ºF

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Em 1951, funda a revista Árvore, com António Luís Moita, José Terra, Luís Amaro e Raul de Carvalho, tornando-se um grande incómodo para o regime estabelecido, visto que divulga novos ideários poéticos.

Desde aí, desenvolveu um papel importante como teórico e crítico literário, estando os seus ensaios reunidos em 3 volumes (Poesia, Liberdade Livre, A Poesia Moderna, Interrogação do Real, I e II). È também importante referir, que o seu primeiro livro de poesia surgiu com o título O Grito Claro, em 1958 e o último em 1998, com o título A Imagens e o Desejo.

Em 1971 recusou o Prémio Nacional da Poesia, atribuído pela Secretaria de Estado da Informação e Turismo, com o seu livro Nos seus Olhos de Silêncio, e em 1976, recebeu o Prémio de Tradução da Fundação Hautvilliers, com Luísa Neto Jorge.

Fez crítica literária durante alguns anos na Seara Nova e tem colaboração nas revistas Colóquio/Letras, O Tempo e o Modo, no Diário de Noticias, no Jornal de Letras, Artes e Ideias, etc.

Ramos Rosa era o poeta do presente absoluto, da “liberdade livre” e sobe todos os degraus da admiração europeia. Em Portugal é comparado com os grandes escritores nacionais. Urbano Tavares Rodrigues considerou-o como “o empolgante poeta das coisas primordiais, da luz, da pedra e da água.”

Perfil Poético:

De António Ramos Rosa, podemos dizer, que a sua vida, literalmente se confunde com poesia. A sua personalidade e obra têm merecido a distinção de prémios literários nacionais e internacionais, confirmando a importância do seu percurso literário.

Um dos mais fecundos poetas portugueses da contemporaneidade, a sua produção reflecte uma evolução do subjectivismo, em relação à objectividade.

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Reflectem-se nela variadas tendências, por exemplo, neo-barroquismo. A sua escrita é caracterizada por uma grande originalidade e riqueza de imagens tácteis e visuais, abraçados por um sentido muito vivo e preciso, testemunha muitas vezes uma fusão com a natureza, uma busca de unidade universal em que o humano participa e se integra no mundo, estabelecendo uma linha de continuidade entre si e os objectos matérias, numa afirmação de vida e sensualidade.

Na sua escrita está frequentemente presente uma reflexão sobre o próprio acto de escrita e a natureza da criação poética, a questão do dizível e do indizível, ou seja, António, procura cercar as palavras de um sopro, que efectivamente as anime e as torne mais próximas das coisas que evocam. Um tom quase epidérmico, e com uma obra vastíssima, podemos encontrar uma mira de variações na expressão, que vagueiam desde a presença dramática das paixões que afligem o ser humano, à tentativa de concretizar através das palavras, a alegria de viver o momento feito símbolo pela presença da natureza, assim, para Ramos Rosa, escrever, é sempre, a necessidade de respirar as palavras e de fornecer o comoção do ser, os pulmões do sonho, e com elas, criar a dádiva de ser poeta!

Publicações:

Voz inicial (1960), Sobre o Rosto da Terra (1961), Terrear (1964), A Constituição do Corpo (1969), A Pedra Nua (1972), Ciclo do Cavalo (1975), Incêndio dos Aspectos (1980), Volante Verde (1986), Acordes (1989), Clamores (1992), Dezassete Poemas (1992), Lâmpadas Com Alguns Insectos (1993), O Teu Rosto (1994),

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O Navio da Matéria (1994), Três (1995), As armas Imprecisas (1992), A Mesa do Vento (1997, primeiramente editado em França), Pátria Soberana e Nova Ficção (2000).

Entre os seus ensaios, contam-se Poesia, Liberdade Livre (1962), A Poesia Moderna e a Interrogação do Real (1979), Incisões Oblíquas (1987), A Parede Azul (1991), As Palavras (2001).

Em 2001, também lançou Antologia Poética, com prefácio e selecção de Ana Paula Coutinho Mendes.

O livro que editou, Cada árvore é um ser para ser em nós, com uma parceria com o fotógrafo Paulo Gaspar Ferreira, é uma obra verdadeiramente belíssima, cheia de frescura e imagens de profundo requinte poético, que vale certamente a pena por se apresentar como uma composição muito completa em torno do tema da árvore, tratado de forma humanizada.

Prémios:

Tem recebido numerosos prémios nacionais e estrangeiros, entre os quais é importante referir o Prémio Pessoa, em 1988; Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores em 1989 com o livro Acordes; Grande Prémio de Poesia Inasset em 1986 com Volante Verde, Prémio de Ensaio Jacinto do Prado Coelho, do Centro Português da Associação Internacional dos Críticos Literários.

Apresentação do assunto:

Para retratar o universo poético de António Ramos Rosa, nós decidimos escolher quatro poemas de algumas compilações, diferentes, de António.

Não Posso Adiar o Amor

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Não posso adiar o amor para outro século

Não posso

Ainda que o grito sufoque na garganta

Ainda que o ódio estale e crepite e arda

Sol montanhas cinzentas

Não, não posso adiar este abraço

Que é uma arma de dois gumes

Amor e ódio

Não posso adiar

Ainda que a noite pese séculos sobre as costas

E a aurora indecisa demore

Não posso adiar para outro século a minha vida

Nem o meu amor

Nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração

Viagem através de Uma Nebulosa, in A Palavra e o Lugar, Publicações Dom Quixote

As Palavras

Há palavras que são sombras de árvores

Ou um bálsamo de terra,

Um pressentimento de espuma,

Um incêndio do tacto,

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Uma reverência ao desconhecido,

Amo as palavras que são às vezes sonâmbulos cavalos,

Satélites de granito,

Raparigas cegas no fundo das casas,

Veias de uma estrela submarina.

Como não amá-las pela brisa

Se são pétalas de um clamor silencioso

Ou anjos sossegados dormindo sobre a terra

Ou lúcidas e ébrias, majestosas e puras,

Magníficas como um dorso recamado de estrelas,

Intacta revelação de invioladas luas?

Desconfio das palavras, mas às vezes são leves, musicais

Aves que planam sobre uma cidade branca,

Ilhas mágicas, selados vasos, cordeiros recém-nascidos,

Caravanas vermelhas, armadilhas de cristal,

Amoroso tremor de matéria terrestre.

Como um boi nocturno das águas eu procuro

Essas guitarras plantadas nas plantas

Que através de eclipses e da distância

Erguem uma árvore de música ou uma pirâmide

Ou as lianas vivas que me defendem dos abismos.

Como estátuas de ar as palavras levantam-se

Na harmonia delirante do nómada do deserto.

Quer sejam suspiros entre arbustos ou sonâmbulos melodias

Estão sempre à altura dos seus próprios desejos.

Quer o cérebro sangre ou a terra estremeça

O seu cerimonial é inesgotável, as suas relíquias vivas.

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São abelhas ou astros que buscam alimento

Nos ninhos de amêndoas ou nos espelhos da lua?

Amo as palavras, acredito nos seus cristais secretos,

Nos seus cavalos subterrâneos, nos seus densos diamantes.

Escrevo-as com minucioso ardor entre nascentes e sombras,

Sei que são anjos de argila, antiquíssimos arqueiros

Que disparam nas flechas de erva sobre estrelas vivas.

O Não e O Sim, Quetzal

O Funcionário Cansado

A noite trocou-me os olhos os sonhos e as mãos

Dispersou-me os amigos

Tenho o coração confundido e a rua é estreita

Estreita em cada passo

As casas engolem-nos

Sumimo-nos

Estou num quarto só num quarto só

Com os sonhos trocados

Com toda a vida às avessas a arder num quarto só

Sou um funcionário apagado

Um funcionário triste

A minha alma não acompanha a minha mão

Débito e Crédito Débito e Crédito

A minha alma não dança com os números

Tento escondê-la envergonhado

O chefe apanhou-me com o olhar lírico na gaiola do quintal em frente

E debitou-me na minha conta de empregado

Sou um funcionário cansado de um dia exemplar

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Por que não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever?

Por que me não sinto irremediavelmente perdido no meu cansaço?

Soletro velhas palavras generosas

Flor rapariga amigo menino

Irmão beijo namorada

Mãe estrela música.

São as palavras cruzadas do meu sonho

Palavras soterradas na prisão da minha vida

Isso todas as noites do mundo uma noite só comprida

Num quarto só

Viagem através de Uma Nebulosa, in A Palavra e o Lugar, Publicações Dom Quixote

Mil Cores, e Uma Sombra Só Te Despe

Mil cores, e uma sombra só te despe.

Substância perfeita da sombra mais feliz.

Substância ardente e diamante firme.

Água feliz do corpo, água de mil sombras,

E esta é a mais fresca, onde o cavalo bebe

Sobre os teus seios tão altos como as chamas mais verdes.

O teu vestido de sombras torna cálido o corpo

E as sílabas do cavalo refrescam-se no mar.

Na praia mais selvagem caminha esse cavalo

Que nos transforma o corpo e nos abre a face

Mais escura da terra. E todo o mundo aceso.

Ciclo do Cavalo, Poemas de António Ramos Rosa (selecção de Cristina Almeida Ribeiro), Editorial Comunicação

Resumo da Obra:

No 1º poema, Não posso adiar o Amor, encontramos um sujeito poético inquieto, inconstante em relação ao amor, no sentido de, por mais controvérsias que este

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lhe possa trazer, é urgente o amor, é necessário. Apesar do grito, do ódio, ou que tudo se transforme em meras cinzas, “não posso adiar o coração”, (v.13). E neste poema, se vê também, a vontade do sujeito poético.

No 2º poema, As Palavras, podemos concluir que, as palavras tanto nos acarinham, como magoam, possuem uma magnífica sensação sob os sentidos. O sujeito poético compara-as como “um bálsamo de terra, / um pressentimento de espuma, / um incêndio do tacto, / uma reverência ao desconhecido.” (vv. 2, 3, 4, 5.). São as palavras que nos direccionam para tudo, transformam os dias, sendo António Rosa, o poeta, que praticamente, toda a vida se dedicou à poesia e, é a sua liberdade de expressão.

No Funcionário Cansado, está presente uma sociedade que não liberta, escraviza; não valoriza, mas tira a dignidade. Este sujeito poético sente-se sufocado por este regime, pois não promove o sonho, a humanidade, a liberdade, mas sim “com toda a vida às avessas a arder num quarto só / sou um funcionário apagado”, (vv. 9, 10).

Em Mil cores, e Uma Sombra Só Te Despe, encontramos a presença, mais uma vez, da natureza, pois o sujeito poético refugia-se na natureza para adquirir o conhecimento e também, para se encontrar. Encontramos o contraste entre o cavalo e o EU poético, ou seja, o cavalo mostra a liberdade de espírito, o ser selvagem, os elementos do fogo e água, e a transformação do sujeito poético e o seu conhecimento. “Na praia mais selvagem caminha esse cavalo / que nos transforma o corpo e nos abre a face / mais escura da terra. E todo o mundo aceso.”, (vv. 9, 10, 11).

Temas Emblemáticos:

Amor;

Vontade (de viver o presente) – Não posso adiar o Amor

Valor (do sujeito);

Palavras (mente aberta à leitura e escrita) – As Palavras

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Opressão (da sociedade) – O Funcionário Cansado

Solidão;

Fragilidade – Mil Cores, e Uma Sombra Só Te Despe

Abordagem Espacio - temporal:

Século XX, Portugal Fascista Democrata

Aspectos Socio – Culturais:

Encontramos o Neo-Realismo, que é um movimento que tem como suporte ideológico o marxismo, que dirige a literatura para os termos sociais.

Encontramos também, o 2º Modernismo, ou seja, O fascismo (2ºGuerra Mundial) e o Comunismo (Pós – Guerra) e o Salazarismo.

Aspectos relevantes:

Um dos aspectos relevantes é o percurso da carreira literária de António, até desempenhar o seu papel no Modernismo e Neo-Realismo.

Em relação aos poemas, deparamo-nos com palavras como “ódio”, “arda”, “arma de 2 gumes”; “aurora”, “lúcidas e ébrias, majestosas e puras”; “cores”; “cavalo” ≠ “boi”. Então observamos que temos a presença da natureza, uma mistura de sensações entre o ódio e puras, ou seja, é quase como angústias do ser humano; as cores que dão um sentido rico, vivo, alegre. O cavalo em comparação com o boi, visto que são dois animais selvagens, no entanto o cavalo representa a liberdade de espírito, a rebeldia, por assim dizer, enquanto o boi é um animal mais selvagem, agressivo, determinado e com os pés bem assentes na terra. E também, o subjectivo para o objectivo.

Opinião:

Herói – António Ramos Rosa e o seu legado para com a literatura.

Moral – A poesia é para o poeta o modo mais imediato de se humanizar.

Paralelismos com outras obras:

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Eugénio de Andrade

As Palavras

São como um cristal,

As palavras,

Algumas, um punhal,

Um incêndio.

Outras,

Orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória,

Inseguras navegam:

Barcos ou beijos,

As águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,

Leves.

Tecidas são de luz

E são a noite.

E mesmo pálidas

Verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem

As recolhe, assim,

Cruéis, desfeitas,

Nas suas conchas puras? Coração do Dia (1958)

É urgente o amor.É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,ódio, solidão e crueldade,alguns lamentos,

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muitas espadas.

É urgente inventar alegria,multiplicar os beijos, as searas,é urgente descobrir rosas e riose manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luzimpura, até doer.É urgente o amor, é urgentepermanecer.

Paralelismos com a Actualidade:

Paralelismo para o poema, O Funcionário Cansado

O desemprego em Portugal ultrapassou o meio milhão

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por Eugénio Rosa, economista

CONCLUSÕES MAIS IMPORTANTES DESTE ESTUDO

Este pequeno estudo de investigação, utilizando dados oficiais publicados pelo INE, mostra:

1- O desemprego corrigido , calculado com base em dados publicados pelo INE, atingiu, no 3º trimestre de 2004, 516.500 trabalhadores ultrapassando, pela primeira vez, o meio milhão, e a taxa de desemprego corrigida 9,4%, ou seja, mais 38% do que a taxa oficial de desemprego que foi 6,8% (quadro I).

2- Segundo o INE, num ano apenas – 3T2003/3T2004 – foram destruídos em Portugal 141.200 postos de trabalho em quatro profissões -- profissões ligadas à agricultura e à pesca, e nos grupos profissionais “operários, artífices e similares”, “operadores de instalações, máquinas e trabalhos de montagem” e “trabalhadores não qualificados” -- que concentram mais de metade da população activa portuguesa, o que dá uma média mensal de 11.766 postos de trabalho destruídos nestas profissões, ou seja, 392 postos de trabalho destruídos por dia, incluindo sábados e domingos (quadro II).

3- Num ano apenas, o desemprego de longa duração (com um ano ou mais) cresceu 39,1% em Portugal, mas o desemprego de longuíssima duração (com 25 meses ou mais) aumentou 67,3%, o que revela dificuldades crescentes de uma parte significativa dos desempregados em encontrar emprego podendo estar a caminhar-se, se não forem tomadas medidas urgentes para inverter tal situação, para a exclusão social de um numero crescente e muito significativo de portugueses. (quadro III).

4- Cerca de 74% dos desempregados têm apenas o ensino básico ou menos, o que dificulta a sua reinserção no mercado de trabalho. Por outro lado, 97.200 desempregados (cerca de 26% do total) têm o ensino secundário ou superior (43.600 desempregados têm o ensino superior), o que indicia um elevadíssimo desperdício de mão-de-obra qualificada ou potencialmente qualificada num País de baixa escolaridade (quadro IV).

5- A verba inscrita pelo governo no Orçamento da Segurança Social para pagar subsídios de desemprego em 2005 representa, em relação ao orçamentado em 2004 para o mesmo fim, um crescimento de apenas 4%, o que é menos de metade do aumento verificada em 2004 (em 2004, aumentou 11,8%), e menos de um oitavo do crescimento registado em 2003 (em 2003, cresceu 34,8%). Tal facto, tendo em conta o crescimento previsível do desemprego em 2005 que os últimos dados do INE sustentam, só poderá indiciar ou um valor orçamentado claramente insuficiente para não ultrapassar o défice de 3% ou a intenção de reduzir o número de desempregados

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com direito a receber o subsidio de desemprego o que, a verificar-se, agravará ainda mais as dificuldades em que já vivem centenas de milhares de famílias em Portugal (quando V).

O DESEMPREGO JÁ ATINGE 516.500 TRABALHADORES SEGUNDO O INE

O 1º ministro afirma que os sacrifícios dos portugueses terminaram. No entanto, os dados sobre o desemprego, que é o problema mais grave com que se debatem os trabalhadores em Portugal, referentes ao 3º trimestre de 2004, que o INE acabou de publicar, revelam precisamente o contrário.

Assim, para além da taxa oficial de desemprego que já foi divulgada pelos órgãos de comunicação social e que, entre o 2º e o 3º trimestres de 2004, aumentou 7,9% pois passou de 6,3% para 6,8%, o que é um crescimento muito significativo num único trimestre, o INE também publicou outros dados sobre o emprego e desemprego em Portugal que é importante conhecer para se poder ficar com uma ideia clara da dimensão deste gravíssimo problema social e económico, que está a causar sacrifícios crescentes a centenas de milhares de famílias, assim como a sua previsível evolução no futuro.

O quadro I, construído com dados publicados pelo INE e disponíveis para toda a gente, permite fazer um balanço da evolução verificada, num campo fundamental para os trabalhadores, nos últimos três anos.

Paralelismos com – pintura:

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Gustav Klimt – Amor – comparar com Não Posso Adiar o Amor

Max Ernst – A Tentaçao de Santo António

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Paulo César – Letras – comparar com As Palavras

Comparar com Mil e Uma Cores e Uma Sombra Só te Despe

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Cinema:

“Pinto a mim mesmo porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor.”

“Diego está na minha urina, na minha boca, no meu coração, na minha loucura, no meu sono, nas paisagens, na comida, no metal, na doença, na imaginação.”

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''Para que preciso de pés quando tenho asas para voar?''

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Música:

Mariza – Há Palavras Que nos beijam

Há palavras que nos beijamComo se tivessem boca.Palavras de amor, de esperança,De imenso amor, de esperança louca.Palavras nuas que beijasQuando a noite perde o rosto; Palavras que se recusamAos muros do teu desgosto.

De repente coloridasEntre palavras sem cor,Esperadas inesperadasComo a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama Letra a letra reveladoNo mármore distraído No papel abandonado)Palavras que nos transportam Aonde a noite é mais forte,Ao silêncio dos amantes Abraçados contra a morte.

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Referências:

Guerra, João Augusto da Fonseca; Vieira, José Augusto da Silva; Amaral, Fernando Pinto; Aula Viva, Literatura Portuguesa 11ºano, Porto Editora.

http://lugardaspalavras.no.sapo.pt/poesia/arrosa.htm

http://www.astormentas.com/andrade.htm

http://resistir.info/portugal/desemprego_500_mil.html

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