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163 Anuário da Produção Acadêmica Docente Vol. 4, Nº. 7, Ano 2010 Alexandro Marcos Menegócio Faculdade Anhanguera de Indaiatuba [email protected] Larissa Rodrigues Faculdade Anhanguera de Indaiatuba [email protected] Sueli Romero Silva Faculdade Anhanguera de Indaiatuba [email protected] CUIDADOS PALIATIVOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: QUANDO INICIÁ-LOS RESUMO A enfermagem tem importante papel na abordagem e desenvolvimento dos cuidados paliativos (CP), como no alcance de seus objetivos. Este estudo objetiva identificar o momento de mudança da perspectiva de cuidados: curativos e paliativos e apontar o envolvimento do enfermeiro nessa decisão. Por meio da revisão bibliográfica sistemática, foi realizado um levantamento das publicações de janeiro de 1999 a setembro de 2009, existentes em bancos de dados de referência com descritores específicos, separadamente e unidos, totalizando 422 publicações. O paradigma de mudança de cuidados curativos para paliativos tem cedido espaço a uma fusão dos cuidados, percebe-se o envolvimento da enfermagem no planejamento, execução e desenvolvimento, porém não temos claras delimitações de como o enfermeiro se insere nas tomadas de decisão em CP, ainda há a solidão do profissional médico citada em vários trabalhos. Palavras-Chave: enfermeiro; cuidados paliativos; UTI. ABSTRACT Nursing has an important role in the evaluation and development of palliative care (PC), how to achieve its goals. This study aims to identify the time to change the perspective of care, curative and palliative and point out the involvement of nurses in the decision. Through a systematic literature review was conducted a survey of publications from January 1999 to September 2009, existing on references databases with specific descriptors, separately and together, totaling 422 publications. The paradigm shift from curative to palliative care has given way to a fusion of care, it is perceived nursing involvement in the planning, implementation and development, but we have no clear boundaries on how the nurse falls in decision making in PC, there’s the loneliness of the medical professional quoted in several papers. Keywords: nurse; palliative care; intensive care unit. Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 [email protected] Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Informe Técnico Recebido em: 15/06/2010 Avaliado em: 22/02/2011 Publicação: 30 de março de 2011 ANUDO_n7_miolo.pdf 163 04/05/2011 10:06:24

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Anuário da Produção Acadêmica Docente Vol. 4, Nº. 7, Ano 2010

Alexandro Marcos Menegócio Faculdade Anhanguera de Indaiatuba [email protected]

Larissa Rodrigues Faculdade Anhanguera de Indaiatuba [email protected]

Sueli Romero Silva Faculdade Anhanguera de Indaiatuba [email protected]

CUIDADOS PALIATIVOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: QUANDO INICIÁ-LOS

RESUMO

A enfermagem tem importante papel na abordagem e desenvolvimento dos cuidados paliativos (CP), como no alcance de seus objetivos. Este estudo objetiva identificar o momento de mudança da perspectiva de cuidados: curativos e paliativos e apontar o envolvimento do enfermeiro nessa decisão. Por meio da revisão bibliográfica sistemática, foi realizado um levantamento das publicações de janeiro de 1999 a setembro de 2009, existentes em bancos de dados de referência com descritores específicos, separadamente e unidos, totalizando 422 publicações. O paradigma de mudança de cuidados curativos para paliativos tem cedido espaço a uma fusão dos cuidados, percebe-se o envolvimento da enfermagem no planejamento, execução e desenvolvimento, porém não temos claras delimitações de como o enfermeiro se insere nas tomadas de decisão em CP, ainda há a solidão do profissional médico citada em vários trabalhos.

Palavras-Chave: enfermeiro; cuidados paliativos; UTI.

ABSTRACT

Nursing has an important role in the evaluation and development of palliative care (PC), how to achieve its goals. This study aims to identify the time to change the perspective of care, curative and palliative and point out the involvement of nurses in the decision. Through a systematic literature review was conducted a survey of publications from January 1999 to September 2009, existing on references databases with specific descriptors, separately and together, totaling 422 publications. The paradigm shift from curative to palliative care has given way to a fusion of care, it is perceived nursing involvement in the planning, implementation and development, but we have no clear boundaries on how the nurse falls in decision making in PC, there’s the loneliness of the medical professional quoted in several papers.

Keywords: nurse; palliative care; intensive care unit.

Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato

Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 [email protected]

Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE

Informe Técnico Recebido em: 15/06/2010 Avaliado em: 22/02/2011

Publicação: 30 de março de 2011

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1. INTRODUÇÃO

Até 2002 o conceito de cuidados paliativos (CP) estava relacionado com a ausência da

cura, o que confronta com a realidade sobre as patologias e aplicabilidade de cuidados. “A

maioria das doenças é absolutamente incurável: o tratamento visa ao controle de sua

evolução e para não tornar essas doenças crônicas. Poucas vezes a cura é uma verdade em

medicina” (OLIVEIRA, 2008).

Em 2002, então a Organização Mundial de Saúde (OMS) assume e publica uma

nova definição dos CP, desligando-os do estigma anteriormente citado:

Cuidado Paliativo é a abordagem que promove qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, através de prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento impecável da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual (OLIVEIRA, 2008).

O movimento que dá origem aos CP é denominado Hospice, seu mais antigo

registro é o Hospício do Porto de Roma, século V, onde Fabíola, discípula de São

Jerônimo, cuidava de viajantes oriundos da Ásia, África e do Leste (OLIVEIRA, 2008;

ARAUJO, 2008; PESSINI, 2001).

Já no século XX, é possível citar Cicely Saunders, enfermeira e posteriormente

médica que sistematiza os cuidados paliativos a partir da criação do Hospital St

Cristopher e o trabalho da psiquiatra Elizabeth Kübler-Ross que com estudos e

publicações junto aos pacientes com prognóstico sombrio, faz crescer o movimento

Hóspice nos Estados Unidos (OLIVEIRA, 2008; ARAUJO, 2008; WHO, 1990; MC

COUGHLON, 2004).

O emprego formal dos CP é ainda muito recente, 1987, sendo que primeiro país a

reconhecer a medicina paliativa como especialidade da área médica é o Reino Unido

(COSTA FILHO et al., 2008).

Dentro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é ainda mais recente sua

aplicabilidade, essa relação de UTI e CP começa a ser estudada e publicada na última

década.

A terapia intensiva, caracterizada pelo suporte de maior complexidade ao

paciente, teve seu crescimento à partir dos primeiros trabalhos de Florance Nightingale na

guerra da Criméia, quando ao separar os pacientes cirúrgicos mais graves em ambientes

próprios e dispensar cuidados intensivos, conseguiu uma redução de mortalidade de 40%

para 2%, isto no ano de 1854. Alguns anos depois surgia nos EUA a primeira UTI pós-

cirúrgica para pacientes neurocríticos baseada na mesma estratégia assistencial,

consolidando a prática de cuidados intensivos como bem sucedida, a ponto que na década

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de 1960 perto de 25% dos hospitais americanos tinham UTI e no fim da década de 1970

todos dispunham de unidades de tratamento intensivo (OTHERO, 2008; PENHA, 2008).

No Brasil os dados do DATASUS de 2001 apontam 11 milhões de internações

hospitalares, com estimadas 600 mil em UTI, num país com cerca de 180 milhões de

habitantes (COSTA FILHO et al., 2008).

Desde 1969, os CP são empregados em diversos países. Em 2006, o levantamento

mundial dos cuidados paliativos, sobre a relação de número de serviços para número de

habitantes, o Brasil teve uma das relações mais pobres (1:13.315.000), o Reino Unido teve a

melhor relação (1: 40.000), na América Latina a melhor distribuição foi da Costa Rica (1:

166.000) (COSTA FILHO et al., 2008). Havendo em nosso país pouco mais de 30 serviços

de saúde que empregam os CP (ARAUJO, 2008; COSTA FILHO et al., 2008).

Em 1997 formou-se a Associação Brasileira de Cuidados Paliativos (ABCP),

envolvendo diversos hospitais, reunindo profissionais em eventos científicos e

fomentando pesquisas, em 2005 forma-se a Academia Nacional de Cuidados Paliativos,

organizando profissionais de todas as regiões na tentativa de reconhecimento legal com

enfoque no cuidar, mostrando que esse modelo assistencial ainda é muito recente no

território nacional3. Nosso país ainda não demonstrou possuir medidas de integração dos

CP nos principais sistemas de saúde (COSTA FILHO et al., 2008).

Um ponto presente na elaboração dos cuidados paliativos é a consideração da

autonomia do paciente, em alguns países, como nos Estados Unidos da América do Norte,

a elaboração de um documento conhecido como "diretivas antecipadas" (advanced

directives) que tem sido um instrumento utilizado na tentativa de um aprimoramento das

ações médicas em situações particulares. Trata-se de instruções deixadas por escrito pelo

paciente sobre os cuidados referentes à sua saúde, que desejaria que fossem fornecidos

numa eventual incapacidade de ele poder decidir; inclui a designação de alguém,

legalmente reconhecido como seu legítimo procurador, com poder vicário de decidir

sobre eventuais intervenções. “O foco, aqui, está centrado na possibilidade de se ofertar

ao paciente o que tem sido chamado na literatura uma "boa morte", tendo suas decisões

autônomas como fundamento, partindo-se da premissa de que o paciente está

devidamente esclarecido e plenamente consciente de seu estado clínico, de seu

prognóstico e das opções terapêuticas possíveis, ou as de seu legítimo procurador ou

intérprete da vontade do paciente afetado (PENHA, 2008). Esse tipo de documentação

não é encontrada na legislação brasileira baseada somente nos direitos humanos e código

de ética profissional: em importante publicação do fim de 2006 o Conselho Federal de

Medicina homologou a “Resolução 1805 que reconhece como procedimento eticamente

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adequado a retirada ou não oferta de tratamento para pacientes considerados como

terminais, abrindo espaço para prática ordens de não reanimar dentro das suas margens

éticas mais atuais”. Ainda em discussão sob júdice, traz um contexto simples e

contemporâneo (OLIVEIRA, 2008; ARAUJO, 2008).

Art. 1º É permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave ou incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal.

1º O médico tem obrigação de esclarecer ao doente ou ao seu representante legal as modalidades de terapêutica adequadas para cada situação.

2º A decisão referida no caput deve ser fundamentada e registrada no prontuário.

3º É assegurado ao doente ou a seu representante legal o direito de solicitar uma segunda opinião médica.

Art. 2º O doente continuará a receber todos os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levem ao sofrimento, assegurada a assistência integral, o conforto físico, psíquico, social e espiritual, inclusive assegurando-lhe o direito de alta hospitalar.

Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. Revogando-se as disponíveis em contrário. (CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2006).

Em 1996 foi publicado pela Organização Nacional de Hospice, os indicadores de

prognóstico. A aplicação desses índices é reconhecida em Hospices, onde há autonomia

do paciente para escolha de tratamento, concomitante com as perspectivas da equipe de

saúde, onde, então a interpretação do índice não fica ancorada a uma pontuação e sim na

avaliação e opção pela equipe e paciente, não há exatamente a necessidade de equipe

especializada, porém é necessário integração entre a equipe multidisciplinar e

conhecimento acerca do tema.

A preocupação com escalas de avaliação prognostica se inicia em 1953 com

apgar, para avaliar recém nascidos. No Brasil é relatada a utilização de alguns índices

prognósticos em UTI (MARTINS, 2008; LAGUDS, 2006).

Como é sugerida, para os serviços que possuem os cuidados paliativos, a

utilização de escalas de avaliação dos sintomas (EVAS), escala de performance paliativa

(PPS), protocolo de relação médico-paciente (CLASS), Escala de Borg para monitoração da

intensidade de esforço, Escala de atividade da vida diária de Katz, Mini exame do estado

mental (MEEM), Escalas de desempenho de Karnofsky da American Joint Committe on

Cancer (AJCC) e de Zubrod da Eastern Cooperative Oncology (ECOG) (OLIVEIRA, 2008).

Os índices de predição diagnóstica não conseguem definir conduta terapêutica,

exigindo sempre a avaliação clínica. A atualização contínua desses modelos está aliançada

ao desenvolvimento do perfil populacional de cada localidade, exigindo sempre estudos

focados nas mais diversas realidades (MARTINS, 2008).

Começar precocemente a abordagem paliativa permite a antecipação dos

sintomas, podendo preveni-los. A integração do paliativista com a equipe que promove o

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tratamento curativo possibilita a elaboração de um plano integral de cuidados, que

perpasse todo o tratamento, desde o diagnóstico até a morte e o período após a morte do

doente (OLIVEIRA, 2008).

É sabido que a enfermagem, por um lado, por seu contato ininterrupto com o

doente hospitalizado e acesso facilitado aos seus familiares, tem importante papel na

abordagem e desenvolvimento dos CP, bem como no alcance de seus objetivos (ARAÚJO,

2008; OTHERO, 2008; SILVA, 2005; MOLARSKI, 2006; HOLZAPFEL et al., 2002). Mas por

outro, por ocasião da denominada obstinação terapêutica ou ausência de estratégias que

instituam essa modalidade de cuidados, o enfermeiro pode perder essa autonomia e se

desvincular desse processo, sendo submetido à decisão solitária do profissional médico

que, por diversos motivos, não direciona o tratamento para essa terapêutica (OTHERO,

2008).

Dessa forma, este estudo objetiva identificar o momento de mudança da

perspectiva de cuidados: curativos e paliativos e apontar o envolvimento do enfermeiro

nessa decisão.

2. METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica sistemática, onde foi realizado um

levantamento das publicações de Janeiro de 1999 a Setembro de 2009, existentes nos

bancos de dados Lilacs, Medline, BDEnf. e SciELO, através da BVS, Pubmed, CAPES,

Cemesp.

Foram utilizados os seguintes descritores: “cuidados paliativos em UTI” e

“Enfermagem em cuidados paliativos”, separadamente e unidos.

Identificamos 422 publicações, sendo: 407 artigos, 08 livros em português, 06

dissertações de mestrado em português, 01 tese de doutorado em português.

Os critérios de inclusão foram publicações de janeiro de 1999 à abril de 2009, a

abordagem dos cuidados em UTI ou abordagem da enfermagem dentro dos cuidados

paliativos a pacientes adultos e publicações com disponibilidade de texto completo.

Excluímos os artigos anteriores a 1999, publicações que abordam CP aplicados a pacientes

pediátricos, estudos realizados em ambientes extra-hospitalares (Hospice, Home Care), os

artigos sem disponibilidade de texto completo nos Bancos de Dados pesquisados, artigos

que faziam referência a doenças específicas e artigos que não eram pertinentes ao objetivo

de estudo.

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A seleção das publicações foi realizada após a leitura exaustiva de título, resumo

e textos completos para certificarmos de que contemplavam a pergunta norteadora.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O paradigma de mudança de cuidados curativos para paliativos tem cedido espaço a uma

fusão dos cuidados (COSTA FILHO et al., 2008).

Segundo Penha (2008),

[...] temos vivenciado tempos de modificações paradigmáticas importantes. A inversão de valores, a violência física, moral e intelectual tem assolado a humanidade em seu bem mais precioso: o direito de con-viver e morrer dignamente, de estar presente junto ao outro, sentir-se acolhido e tendo a oportunidade de acolher e de reconhecer o outro como parte integrante do movimento existencial que possibilita a edificação dos relacionamentos humanos. Há algum tempo este relacionamento tem sido corrompido pelo mecanicismo comunicacional decorrente da edificação de necessidades cada vez mais fundamentadas no imediatismo. Este fato tem resultado na superficialidade das relações humanas, onde a presença da máquina é o foco comunicacional prioritário. (PENHA, 2008).

A UTI pelo uso de grande tecnologia, elevado custo de seus equipamentos/

procedimentos e relativa impessoalidade no atendimento necessita possuir critérios para

admitir pacientes, o que conota que somente os pacientes com gravidade clínica, porém

com perspectiva de sucesso no tratamento curativo sejam internados em UTI (COSTA

FILHO et al., 2008; PENHA, 2008; MOLARSKI, 2006). Em pesquisa norte-americana com

coordenadores de unidades de tratamento intensivo acadêmicas mostrou que, embora

88% das unidades dispusessem de critérios para admissão documentados, em apenas 25%

das internações esses critérios eram utilizados, ficando mais a critério dos médicos. Ao

mesmo tempo, mesmo sendo considerado por 53% dos coordenadores como desejável

dispor de critérios restritivos de admissão na UTI, apenas 21% dessas unidades os têm (LI,

2004).O que fomenta a necessidade de inserir os CP em UTI, desde a admissão do

paciente, posto que o risco de morte é iminente e o prognóstico pode ser ruim á partir

deste momento. No Brasil não encontramos esse relato. A UTI é um cenário bastante

típico da terminalidade humana de nossos dias, onde reúne-se um conjunto de

competências para uma assistência de fim da vida de elevada qualidade. O National

Institute of Health dos EUA identificou a terminalidade humana em UTI como prioridade

para saúde pública americana (KAPADIA, SINGH, DIVATIA, 2004; MANUAL DE

CUIDADOS PALIATIVOS, 2009).

É possível perceber, na UTI, grande impasse entre a obstinação terapêutica e os

cuidados paliativos. As unidades de tratamento intensivo têm uma base assistencial de

qualidade o que fomenta a crescente confiança da população na medicina hospitalar

urbana OTHERO, 2008; PENHA, 2008).

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Em contrapartida encontramos o viés da terminalidade nessa unidade, onde

pacientes com doenças crônicas e que morrem em hospital, metade deles são internados

em UTI em seus últimos três dias de vida (OTHERO, 2008). Nota-se uma imprecisão do

conhecimento de UTI, uso de seus recursos para prolongamento de situações e não da

vida propriamente dita, inserção insuficiente da família no contexto da UTI além de

outros fatores como (MC COUGHLON, 2004; COSTA FILHO et al., 2008; PENHA, 2008).

• modelos imprecisos para predição de morte;

• grande variabilidade nas práticas médicas à beira do leito;

• conhecimento vago das preferências dos pacientes;

• comunicação problemática entre equipes e famílias;

• terminologia profissional imprecisa e insensível;

• equipes mal treinadas para a terminalidade humana;

• registros médicos incompletos.

O início precoce dos CP é uma vantagem para o paciente, conviventes e equipe,

pois nota-se que quanto maior a sua abordagem, maior é o estreitamento da relação e

adaptação à nova situação e consequentemente, estabelece-se um atendimento

individualizado e humanizado aos pacientes e familiares (OLIVEIRA, 2008; ARAÚJO,

2008; MANUAL DE CUIDADOS PALIATIVOS, 2009).

A definição do momento exato de um doente enquadrar-se em processo de CP é

melhor estabelecida em países estrangeiros com documentação que garante a autonomia

do paciente e com índices prognósticos relacionado a terminalidade, ao passo que em

nosso país dispomos apenas de uma “Resolução” que diz respeito às tomadas de decisões

médicas de “não reanimar”, de oferecer cuidados de conforto (relacionados a qualidade

de vida) (OLIVEIRA, 2008; CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2006). No entanto,

utilizamos somente índices prognósticos que caracterizam a gravidade do paciente

direcionando-o à UTI. Um excelente argumento para a implementação dos CP é a

possibilidade de se programar os cuidados e preparar, pacientes e familiares, para a alta

hospitalar uma vez que os doentes terminais e/ou que apresentam possibilidades

terapêuticas para retorno da vida cotidiana necessitam de tempo e orientação para se

adaptarem às novas limitações. No Quadro 1, algumas definições de estadiamento dos

cuidados paliativos (OLIVEIRA, 2008).

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Quadro 1 - Definições de estágios dos cuidados paliativos

Paciente terminal A literatura mundial o define de formas diferentes, como a existência de doença incurável, o período compreendido entre o final do tratamento curativo e a morte, ou, ainda, como a fase designada como processo de morte, que inclui duas fases distintas: últimas semanas de vida e últimas horas de vida.

Paciente elegível para Cuidados Paliativos

A pessoa portadora de doença crônica, evolutiva e progressiva, com prognóstico de vida supostamente encurtado a meses ou ano. Em doenças de progressão lenta como o Mal de Alzheimer, algumas síndromes neurológicas e determinados tipos de tumor, considera-se o período de alta dependência para as atividades de vida diária, com possibilidade de um prognóstico superior a um ano de vida. Corresponde a um perfil funcional igual ou inferior a 40% ou menos na escala de Karnofsky ou PPS, citadas anteriormente.

Paciente em processo de morte

Aquele que apresenta sinais de rápida progressão da doença, com prognóstico estimado a semanas de vida a mês.

Fase final da vida Aquele período em que supostamente o prognóstico de vida pode ser estimado em horas ou dias.

Adaptado de Cuidado Paliativo, 2008.

A autonomia do paciente, também não está bem definida em nosso meio,

percebemos em outros países a relevância da consideração dos desejos do paciente,

inclusive com documentação própria e oficial quanto a sua opção na escolha de

tratamento (OLIVEIRA, 2008; OTHERO, 2008).

A obstinação terapêutica por vezes é uma prática na qual o médico intensivista se

vê prisioneiro, mesmo sabendo que gera sofrimento físico e/ou moral indevidos ao

paciente. Não só os custos financeiros, mas o impacto psicossocial que pode ser

devastador, especialmente por prolongar o morrer, são resultados indesejados. Essa

armadilha pode ser difícil de ser desativada. O artigo 29 no Capítulo das

Responsabilidades Profissionais afirma que “é vedado ao médico praticar atos

profissionais danosos ao paciente, que possam ser caracterizados como imperícia,

imprudência ou negligência” e o artigo 28 que ao tratar dos direitos do médico, é claro ao

afirmar que “é direito do médico recusar a realização de atos médicos que, embora

permitidos por lei, sejam contrários aos ditames de sua consciência” (OLIVEIRA, 2008;

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2006). Seria exagero esperar que, a luz da

moralidade e ética médica de nosso tempo, o uso da maquinaria de uma UTI não se

limitasse as suas possibilidades técnicas e sim estivesse sempre vinculado a um uso em

benefício real do paciente? Seria exagero considerar a prática da obstinação terapêutica

como imperícia? É possível como plantonistas, por exemplo, ter algum constrangimento

frente a certas circunstâncias médicas e ao mesmo tempo não se sentir com liberdade para

interferir? (OLIVEIRA, 2008).

No que se refere as publicações de estudos acadêmicos, no âmbito dos CP

percebe-se importante envolvimento da enfermagem em planejamento, execução e

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desenvolvimento, porém não temos claras delimitações de como o enfermeiro se insere

nas tomadas de decisão em CP, ainda há a solidão do profissional médico citada em

vários trabalhos, há referência ao que se trata de “uma abordagem de enfermagem

generalizada numa prática médica clinicamente especializada. Nesse espaço clínico, o

enfermeiro deverá ocupar seu espaço profissional junto à equipe multiprofissional,

desenvolvendo as habilidades clínicas inerentes ao controle dos sinais e sintomas e à

comunicação genuína para agregar as ações dos diversos profissionais em função do

benefício do paciente, de sua família e também da instituição”(OLIVEIRA, 2008;

MANUAL DE CUIDADOS PALIATIVOS, 2009). Por meio da compreensão da natureza

humana, sua atenção é direcionada para as necessidades holísticas do paciente. Cabe ao

profissional identificar e compreender as demandas e os desejos individuais de cada ser

cuidado, planejando e implementando ações que permitam ao indivíduo o máximo

controle sobre sua própria vida e doença (OLIVEIRA, 2008).

No Brasil, o termo “enfermagem paliativa” não é reconhecido e parece sofrer os

mesmos questionamentos conceituais que os termos “cuidados paliativos” e “paciente

terminal”. Em contrapartida, nos EUA, a Hospice and Palliative Nurses Association (HPNA),

instituição que tem como missão proporcionar o gerenciamento da dor e excelência nos

cuidados de enfermagem perto da extremidade final da vida, decorrente de uma doença

crônica degenerativa, completou 20 anos (1986-2006) (OLIVEIRA, 2008).

O Conselho Internacional de Enfermagem (CIE), fundado em 1899, reconhece os

CP como uma questão atual de saúde e da sociedade e também vê neles a importância do

controle da dor pela enfermeira, em conjunto com a necessidade de prover auxílio no

controle dos demais sintomas e prestar apoio psicológico, social e espiritual para os

pacientes sob seus cuidados (KAPADIA; SINGH; DIVATIA, 2004). Quanto ao Conselho

Regional de Enfermagem (COREN) não apresenta, até o momento, documento oficial que

ratifique o papel do enfermeiro dentro dos CP.

Nos deparamos então, com essa realidade, a terminalidade institucionalizada

reflete diretamente na enfermagem, torna o cuidado mais complexo e deve ser

direcionado a garantir conforto e dignidade na busca pela qualidade e não mais pela

quantidade (SIMONI, 2001).

A enfermagem também tem íntima relação com a aplicação de terapias

complementares, muito utilizadas para pacientes em cuidados paliativos (JOHNS, 2003)

Estudos relatam a promoção da qualidade de vida no processo de morrer, utilizando:

musicoterapia (HILLIARD, 2005), hipnose (DOUGLAS, 1999) e a chamada terapia da

dignidade, que consiste cuidar do paciente tendo como foco o seu nível de independência

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cognitiva e funcional e o controle dos sintomas físicos e psicológicos (CHACHINOV et al.,

2004). Em relação à meditação e à imaginação dirigida, também há o trabalho de

Birnbaum e Birnbaum (2004), que descrevem uma intervenção terapêutica inovadora

desenvolvida em um trabalho de grupo com sobreviventes de tentativa de suicídio e

profissionais de saúde mental. A técnica compreende o relaxamento e a meditação

concentrada, acrescida da meditação dirigida, na busca da sabedoria interior. Muitos

participantes relataram uma experiência positiva importante, incluindo acesso a

conhecimento interno, altamente relevante para eles neste momento de suas vidas. Essas

introspecções foram experimentadas como provenientes de uma parte mais profunda do

próprio self do paciente (fonte interna) ou de um guia espiritual ou presença espiritual

(fonte externa). Os resultados indicaram que a meditação dirigida pode ser um recurso

poderoso para terapeutas e seus pacientes, suicidas e outros doentes (ELIAS; GIGLIO;

PIMENTA, 2007).

O pioneiro trabalho no Brasil a embasar e referenciar treinamento de terapia

complementar com enfoque multidisciplinar para o uso de intervenções que minimizem o

sofrimento espiritual e sobre os resultados dessas intervenções consiste no Relaxamento

de Imagens Mentais e Espirituais (RIME) que refere-se à indução da visualização por meio

dos elementos descritos pelos pacientes que passaram por uma experiência de quase

morte (EQM) (ELIAS; GIGLIO; PIMENTA, 2007).

4. CONSIDERAÇÕES

O profissional que elabora os currículos dos cursos da área médica não pode ignorar essas

práticas, cabendo algumas reflexões. A primeira é selecionar o que de bom a medicina

alternativa oferece. A segunda é pensar como colocar esse contexto no aprendizado para

que o estudante o conheça e adquira espírito crítico para uma seleção positiva a favor do

doente. A terceira é reconhecer, humildemente, que a alternativa está atendendo mais

eficazmente à relação médico-paciente que a alopatia, cabendo ao profissional de saúde

recuperar esse recurso no atendimento à população e integrando-o ao uso adequado da

tecnologia (SILVA, 2005).

Observa-se que há necessidade de maior documentação do papel do enfermeiro

dentro dos cuidados paliativos, de sua inserção nas decisões dos cuidados paliativos e de

sua formação acadêmica para prática dos CP. Na enfermagem está o elo entre os

profissionais e dele vem o direcionamento da prática dos cuidados e toda distribuição e

gerenciamento de tarefas e impacto causado nas situações de morte e morrer.

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Alexandro Marcos Menegócio

Mestre em Gerontologia Social. Docente e Coordenador do curso de enfermagem da Faculdade Anhanguera de Indaiatuba.

Larissa Rodrigues

Especialista em UTI pelo IEP-HSL. Membro do Grupo de Pesquisa de Comunicação em Enfermagem – USP. Docente da Faculdade Anhanguera de Indaiatuba.

Sueli Romero Silva

Especialista em UTI pelo IEP-HSL. Orientadora e tutora curso de Especialização de enfermagem em UTI IEP-HSL.

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