ACORDES X ESCALAS X ARPEJOS EM DOIS SHAPES

PARTE I Aquecimento

Para iniciar o pensamento em apenas dois shapes, é necessário

conhecermos as notas ao longo do braço, pois sempre teremos como base a nota fundamental dos acordes, escalas ou arpejos para o desenho funcionar. Qualquer dúvida terá uma coluna falando sobre o assunto em breve.

Princípios A guitarra é um instrumento praticamente simétrico em sua afinação, ao analisar os intervalos entre as cordas encontraremos quartas justas entre a sexta e quinta, quinta e quarta, quarta e terceira, segunda e primeira cordas, e apenas uma terça maior entre a terceira e segunda cordas.

Por causa dessa simetria é possível encontrar similaridades entre

desenhos de acordes, escalas e arpejos ao longo do braço do instrumento. Assim sendo, partindo de uma nota fundamental encontrada na quarta, quinta ou sexta cordas, existem duas maneiras de se trabalhar no braço da guitarra: em direção a mão da guitarra ou em direção ao corpo.

Ao analisarmos o acorde de Do maior “C” na primeira região da guitarra (casa 0 até 4), a fundamental está na quinta corda, terceira casa e a partir desta o acorde é trabalhado inteiramente em direção à mão da guitarra. O mesmo Do maior quando tocado na segunda região (casa 2 até 5), é trabalhado em direção do corpo.

Ao colocar esse exemplo com a fundamental em todas as cordas possíveis teremos seis desenhos para um acorde maior, mas divididos em apenas dois princípios, em direção da mão ou do corpo:

Dividindo dessa maneira fica fácil notar a semelhança entre os desenhos que são trabalhados numa mesma direção. Comparados aos que tem a nota fundamental na sexta corda, os desenhos com a fundamental na quinta eu quarta cordas tem o desenho jogado uma casa para frente quando chegam na segunda corda, isso por conta do intervalo de terça maior entre a terceira e quarta cordas. A ordem que aparecem os intervalos nos acorde montados em uma mesma direção são exatamente os mesmos, e isso facilitará a compreensão da montagem dos outros tipos de acordes, das

escalas e dos arpejos que veremos no decorrer das colunas. (Ahhh espero que tenham percebido que o desenho com a fundamental na quarta corda em direção à mão, é apenas um pedaço do desenho com a fundamental na sexta corda trabalhado na direção do corpo.) Exercício Apesar de muito papo, que considero necessário para essa primeira coluna, ainda teremos um pouco de ação. Para começar essa jornada vamos começar com os acordes maiores que exemplifiquei durante o texto, pois a partir deles vamos montar as escalas e arpejos, então é importantíssimo termos eles bem estudados guardados embaixo de nossos dedos.

Creio que esse primeiro exercício não será difícil para guitarristas mais experientes, mas estudem mesmo assim, pois fazem parte do princípio desse estudo e uma pequena dúvida ou falta de preparo nesse início poderá trazer dificuldades em um futuro não tão distante.

O exercício consiste em tocar os acordes maiores no ciclo das quartas, tentando na medida do possível não mudar de região, fazendo isso da maneira correta você “andará” com os acordes ao longe de todo o braço do instrumento ascendentemente, se quiser fazer na forma descendente do braço basta tocar no ciclo das quintas (que é o contrário do ciclo de quartas) partindo de um acorde montado numa região aguda da guitarra. Não se esqueça de cantar os baixos de cada acorde, com o nome da nota e afinado, fazendo isso o resultado será muito melhor. Segue no exemplo o começo do exercício na tablatura, partitura e cifra (com o desenho do braço) para não ter desculpa para não estudar, se tiver dificuldade para continuar o exercício mande suas dúvidas que terei o prazer de responder. Bons estudos!!! Paulo Serafim