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IVAN ZULIAN AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA "A" ASSOCIADO À CIPROFLOXACINA EM ÚLCERAS DE CÓRNEA PRODUZIDAS EXPERIMENTALMENTE EM CAVALOS Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Patologia Veterinária, Curso de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná. Orientador: Prof. Antonio Felipe P. F. Wouk Co-orientadora: Prof. a Itaíra Susko CURITIBA 2002

AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

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Page 1: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

IVAN ZULIAN

AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA "A" ASSOCIADO À CIPROFLOXACINA EM ÚLCERAS DE CÓRNEA

PRODUZIDAS EXPERIMENTALMENTE EM CAVALOS

Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Patologia Veterinária, Curso de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná.

Orientador: Prof. Antonio Felipe P. F. Wouk

Co-orientadora: Prof.a Itaíra Susko

CURITIBA 2002

Page 2: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

u PARECER

A Comissão Examinadora da Defesa de Dissertação do Candidato ao Título de Mestre em Ciências Veterinárias. Area Patologia Veterinária I V A N Z U L I A N a P Ó s a realização desse evento, exarou o seguinte Parecer:

1) A Tese. intitulada "Ação do Sulfato de Condroitina "A" Associada a Ciprofloxacina em Ulceras de Córnea Produzidas Experimentalmente em Cavalos" foi considerada, por todos os Examinadores, como um louvável trabalho, encerrando resultados que representam importante progresso na área de sua pertinência.

2 ) O Candidato se houve muito bem durante a Defesa de Dissertação, respondendo a todas as questões que foram colocadas.

Assim, a Comissão Examinadora, ante os méritos demonstrados pelo Candidato, atribuiu o conceito " " concluindo que faz jus ao Título de Mestre em Ciências Veterinárias. Área Patologia Veterinária.

Curitiba. 24 de Setembro de 2002.

r \

f / k Prof. Dr. ANTONIO FEtlPE PAULINO DE FIGUEIREDO WOUK

Presidente/Orientador

Prof. Dr. BRAZ\DE FRJEITAS FERNA í Membro

Prof. Dr. IVAN DECONTO Membro

Page 3: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

IVAN Z U L I A N

" A Ç Ã O D O S U L F A T O D E C O N D R O I T I N A " A " A S S O C I A D O A

C I P R O F L O X A C I N A EM Ú L C E R A S DE C Ó R N E A P R O D U Z I D A S

E X P E R I M E N T A L M E N T E EM C A V A L O S "

Disser tação apresentada c o m o requisi to parcial à ob tenção do Grau de Mestre em Patologia Veterinária , do Curso de Pós-G r a d u a ç â o da Faculdade de Ciências Veter inár ias , do Setor de Ciênc ias Agrár ias da Univers idade Federal do Paraná.

Or ien tador : Prof. Anton io Felipe P.F. Wouk Co-or ien tado ia : Prof ' Itaíra Susko

C U R I T I B A 2002

Page 4: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

DEDICO E OFEREÇO

Page 5: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

A E S P O S A SIULILI.

Com lodo amor . a minha querida mulher que nesses anos lodos esteve sempre ao meu lado. i n c e n t i \ a n d o - m e aí raves do seu exemplo , en tus i a smo e ded icação as alegrias hoje at ingidas, são nossas , pois teu car inho, es t ímulo e companhe i r i smo , p roporc ionaram essa vitória.

Page 6: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

A O P R O F E S S O R F E L I P E

A minha gra t idão e admiração . ao amigo professor e or ientador que além da competência prof iss ional nos brindou com estrema paciência e cavalhei r i smo.

Obr igado Felipe.

Page 7: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

A G R A D E C I M E N T O S

A o s m e u s f i lhos Ivan e Cínt ia que m e a j u d a r a m c o m a sua p re sença e incentivo.

A co-or ien tadora P r o f e s s o r a Itaira Susko , pe l a co l aboração s e m p r e presente .

A o C o m a n d a n t e do R e g i m e n t o de Cava la r i a Corone l Dulc íd io da Polícia Mili tar

do Paraná; Tenen te Corone l I tamar Santos , pela pe rmissão da rea l ização do exper imento .

A o Cen t ro Veter inár io da Polícia Militar, em n o m e do Cap i tão Dr. Paulo Eduardo

Caron, Cap i tão Dr. Valdir Rober to Tonin , Sargento Jua rez A f o n s o Scapin , C a b o A f o n s o

Car los Ferreira e João Rober to Rieck, pela a juda nos t raba lhos rea l izados naque le local

com ef ic iência e dedicação .

Ao professor João Ricardo Dittricb. na e laboração da anál ise estatíst ica, e pela

con fecção dos gráf icos .

As bibl iotecárias da bibl ioteca do Setor de Ciênc ias Agrár ias pela valiosa

co laboração na pesquisa b ibl iográf ica real izada.

Aos Secretár ios do Curso de Pós -Graduação de Veter inária . Francisco Gerber e

do Depar tamento de Medic ina Veter inár ia , Dorly Bento de Andrade , pela a juda e

amizade.

A nossa gra t idão às Médicas Veter inár ias . Ana Letícia .1. de Souza e Graziela

Muller, pela paciência demons t rada duran te todo o tempo.

Ao professor Ivan Deconto . pelas dicas e cor reções desta disser tação.

A professora Adriana Busato. pela c o n f e c ç ã o das fotos.

Ao professor Muri lo Nichele, grande amigo, que nos mot ivou com sua coragem

e ot imismo.

Page 8: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

S U M Á R I O

LISTA D E F I G U R A S »

R E S U M O v

A B S T R A C T vii

1 I N T R O D U Ç Ã O E R E V I S Ã O D A L I T E R A T U R A 1

2 M A T E R I A L E M É T O D O S 7

2.1 A N I M A I S 7

2.2 D E L I N E A M E N T O E X P E R I M E N T A L 7

2.2.1 G r u p o s exper imenta i s 7

2.2.2 Indução Cirúrgica, das úlceras de córnea 7

2.2.3 Protocolo de Tra t amen to 8

2.2.4 Ava l i ação Clínica 8

2.2.5 Anál ise Estatística 9

3 R E S U L T A D O S 10

3.1 Aval iação Clínica 10

3.2 Aval iação Estatística 25

4 D I S C U S S Ã O 27

5 C O N C L U S Ã O 30

6 R E F E R Ê N C I A S 31

Page 9: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

L I S T A D E F I G U R A S

FIGURA 1

FIGURA 2

FIGURA 3

FIGURA 4

FIGURA 5

FIGURA b

FIGURA 7

FIGURA 8

FIGURA <)

Ocorrência, em dias, da epitelização da córnea de eqüinos tratados topicamente com tobramicina e a associação de sulfato de condroitina " A " e ciprofloxacina 14

Ocorrência, em dias, de blefarospasmo em olhos de eqüinos tratados topicamente com tobramicina e a associação de sulfato de condroitina "A" e ciprofloxacina

Ocorrência, em dias, de edema em córneas de eqüinos tratados topicamente com tobramicina e a associação de sulfato de condroitina "A" e ciprofloxacina

Ocorrência, em dias, de epífora em olhos de eqüinos tratados topicamente com tobramicina e a associação de sulfato de condroitina "A" e ciprofloxacina

Ocorrência, cm dias, de neovascularizaçào em córneas de eqüinos tratados topicamente com tobramicina e a associação de sulfato de condroitina "A" e ciprofloxacina

Ocorrência, em dias. de fotofobia em olhos de eqüinos tratados topicamente com tobramicina e a associação de sulfato de condroitina "A" e eiprolloxaeina 16

Imagem de olho eqüino submetido à trepanação da córnea no eixo pupilar

Imagem de olho eqüino com eversão do bordo epitelial corneano, após

trepanação

Imagem de olho eqüino com úlcera experimental de córnea corada pela lluorsceína

Page 10: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

FIGURA 10 | m a g e m 0 j [ 1 0 P r e i t o (controle) eqüino com cinco dias de evolução: notar a presença de edema e úlcera com fundo transparente em posição de "11 horas"

Imagem de olho esquerdo ( a associação de sulfato de condroitina " A " e ciprofloxacina) eqüino com cinco dias de evolução: notar leucoma com ausência de edema e epitelização presente

FIGURA 12 j m a g e m dg 0 i h 0 direito (controle) eqüino aos nove dias de tratamento: ^ notar presença de úlcera comeana recém epitelizada

FIGURA 13 [ m a g e m j g qJJjq esquerdo eqüino aos nove dias de tratamento com a associação de sulfato de condroitina "A" e ciprofloxacina: notar presença ^ de mínimo leucoma

Imagem de olho direito (controle) eqüino aos nove dias de tratamento: notar presença de úlcera em atividade com fundo transparente em posição de "6 horas"

FIGURA 15 . . . . . r i . , Imagem de olho esquerdo equino aos nove dias de tratamento com a associação de sulfato de condroitina "A" e ciprofloxacina: notar cicatrização a termo com mínimo leucoma

I IGURA 16 | m a g e m j ç 0 | | K ) c | i r e j ( 0 (controle) eqüino aos 10 dias de tratamento: notar presença de úlcera corneaça recém epitelizada

FIGURA 17 | n i a g e m d e 0 | | 1 Q e S q u e r c {o eqüino aos 10 dias de tratamento com a associação de sulfato de condroitina "A" e ciprofloxacina: notar presença de discreto leucoma

' Imagem de olho direito (controle) eqüino aos 15 dias de tratamento: notar presença de leucoma denso

FIGURA 19 . . . . . 1C .. Imagem de olho esquerdo equino aos 15 dias de tratamento com a associação de sulfato de condroitina "A" e ciproiloxacina: notar presença de discreto leucoma

Page 11: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

FIGURA 20 i m a g e m j g 0 i h 0 direito (controle) eqüino aos cinco meses de evolução: notar presença de leucoma

FIGURA 21 ] m a g e m j g qJ^q e S q U erdo eqüino aos cinco meses de evolução, após tratamento com a associação de sulfato de condroitina "A" e ciprofloxacina: notar ausência de leucoma

Page 12: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

R E S U M O

As ú lceras c o m e a n a s são a f e c ç õ e s ocu la res de g rande impor t ânc ia n a espécie

eqüina , dev ido às a l te rações ocu la res que deco r r em delas , as qua i s c o m p r o m e t e m a

f u n ç ã o visual no rma l da espéc ie p o d e n d o acarre tar u m a série d e d a n o s e pe rdas

econômicas . O s g l i cosaminog l i canos p o s s u e m ação in ib idora da p lasmina , u m a

enz ima f ibr inol í t ica encon t r ada e m g randes concen t r ações e m córneas lesadas, ação

anaból ica sobre f ibroblas tos , condróc i tos e s inovióci tos . Es tuda ram-se os efe i tos da

c iprof loxac ina assoc iada ao su l fa to de condro i t ina " A " , um g l i cosa tn inog l icano de uso

tópico, sobre a c ica t r ização de úlceras c o m e a n a s em eqüinos . Para isto, u t i l izaram-se

c inco cavalos to ta l izando dez olhos, nos qua is a có rnea foi submet ida à t repanação

central e obse rvação durante 24 horas até a c o n f i r m a ç ã o de presença de úlcera

p ro funda de córnea. Cons ide rando-se cada animal c o m o o cont ro le dele mesmo , os

olhos direi tos fo ram ut i l izados c o m o grupo de controle , ins t i lando-se colír io de

tobramicina. quat ro vezes ao dia e, os o lhos e squerdos foram submet idos ao t ra tamento

com sulfa to de condroi t ina " A " e c iproploxac ina . duas vezes ao dia. Os cavalos

sof re ram e x a m e cl ínico e o f t a lmoscop ia direta d iar iamente , b iomicroscopia em

lâmpada de fenda em dias a l ternados, duran te trinta dias, para aval iação subjet iva

qual i -quant i ta t iva dos pa râmet ros re ferentes ao b l e fa rospasmo , fo tofobia , epí fora ,

quemose , edema de córnea e pannus . A prova de re tenção de l luo isce ína foi realizada

a cada dois dias para c o n f i r m a ç ã o e a c o m p a n h a m e n t o da evo lução das úlceras, que

fo ram cons ideradas curadas quando não mais ocorr ia re tenção do corante.

C o m p a r a n d o - s e os o lhos controle , os o lhos t ra tados com sul fa to de condroi t ina e

c iprof loxacina apresen ta ram p recocemen te redução dos sinais cl ínicos e

p reench imento do leito da úlcera com tecido cicatricial . a lém de melhor qua l idade de

cicatr ização, ob tendo sucesso de 8 0 % no processo, em duas semanas , .lá os olhos

uti l izados c o m o controle, apresen ta ram fo rmação impor tan te de e d e m a de córnea e

neovascular ização (pannus) . e a redução dos sinais c l ínicos e a c ica t r ização iniciaram-

Page 13: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

se tardiamente , resu l tando em discreto l eucoma. O c o n f r o n t o entre os g rupos permi te

inferir que a so lução de su l fa to de condro i t ina " A " assoc iada a c ip ro f loxac ina q u a n d o

inst i lada sobre a có rnea u lce rada de eqü inos p r o m o v e c ica t r ização ráp ida e de me lho r

qual idade.

Palavra-chave: Úlceras Corneanas , Gl icosaminog l i cano .

Page 14: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

ABSTRACT

T h e corneal u lcers have a great impor t ance a in the ocular a f fec t ion of the

horses because they can cause ocular a l tera t ions that m a y impai r the no rma l visual

func t ion of these an imals a n d still can br ing a lot o f d a m a g e a n d e c o n o m i c loss. Th is

s tudy w a s conduc t ed to eva lua te the potencia l e f f i c acy o f one associa t ion o f

c ip rof loxac in and condoi t in sulfa te , a po l i su l fa ted g l i c o s a m y n o g l y c a n ( P S G A G ) ,

topical ly used, on the hea l ing o f exper imenta l induced corneal u lcers in horses .

P S G A G has a inibi tory act ion o f p lasmin , fibrinolitic e n z y m e f o u n d at high

concentra t ion in corneal w o u n d s , and it has an anabo l ic e f f ec t on f ibroblas ts ,

chondrocy tes and synoviocytes . Five horses and their ten eyes were employed . Every

an imals corneal t issue were submi t ted to t rephinat ion and af te r that they were watched

dur ing one day until onse t of clinical signs. Cons ide r ing each animal as itself control ,

the r ight eyes were the control g roup treated with tobramic in drops , lour t imes a day,

and the left eyes were treated with associat ion of condroi t in su l fa te and c iprof loxacin

drops, twice a day. The horses were moni tored every two clays dur ing thirty days,

using a slit l amp b iomicroscopy , direct oph tha lmoscopy and clinical examinat ion ,

evaluat ing subjec t ive ly b l e fa rospasm. pho tophobia , eph i fora , quemosis , corneal

edema, neovascular iza t ion (pannus ) and de-ephi te l ia l iza t ion. The f luorescein test was

pe r fo rmed every two clays in order to ver i fy the ulcers. They were cons idered healing

with negat ive f luoresce in . C o m p a r i n g ou tcomes , the treated eyes with condroit in,

sulfate c iprof loxacin showed early decrease of clinical s igns and fill ing in corneal

ulceration with heal ing t issue beyond the most effect of heal ing with 8 0 % of heal ing in

two weeks. The control eyes presented an important corneal edema and

neovascular iza t ion (pannus) and there was only decrease of clinical s igns and healing

later on with c i rcunspect l eukoma format ion . Compar i son be tween the groups al lowed

to conclude that the associat ion of condroi t in sulfate and c iprof loxac in chops applied

on corneal ulcers of horses induced last and most e f fec t heal ing.

KEY-WORDS: CORNEAL UI.CIiR. GL ICOSAMYNOGLYCAN

Page 15: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

1. I N T R O D U Ç Ã O E R E V I S Ã O DA L I T E R A T U R A

A córnea compõe um quinto da túnica fibrosa do globo ocular, é transparente,

avascular, incolor, de contorno circular e reveste a superfície anterior do bulbo. Sua espessura

varia entre as espécies e geralmente não ultrapassa 1,0 mm (SLATTER, 1990;

SAMUELSON, 1991). A ausência de vascularização na córnea gera uma relação de

dependência entre a mesma e os capilares límbicos, do humor aquoso e do f i lme lacrimal para

sua nutrição e difusão de metabólicos (BANK, 1992; S A M U E L S O N , 1999).

O nervo oftálmico, precedente do nervo trigêmio, é responsável pela inervação da

córnea (DICE et al.,1990). Os troncos nervosos penetram no estróina pelo limbo, distribuem-

se radialmente no epitélio, formando terminações nervosas livres, razão pela qual as úlceras

superficiais são mais dolorosas, comparat ivamente às ulceras profundas (COLLINS, 1996).

Nos animais, a córnea é composta por quatro camadas: epitélio, estroma, membrana

de Descemet e endotélio ( S A M U E L S O N , 1991). O filme lacrimal, proposto como quinta

camada por SLATTER (1990) e SCHOENAU & PIPPI (1993), mantém a superfície

corneana lisa e brilhante, preservando o aspecto de "espelho", cuja importância se destaca nos

mecanismos de refração (PATON, 1995).

O epitélio é o tipo pavimentoso estratificado não queratinizado e representa uma

continuação do epitélio conjuntivai (HELPER, 1989; SCHOENAU & LIPPI, 1993;

K1RSCHENER et al., 1986). As células basais (células colunais altas) sofrem mitose e ao se

exteriorizarem, tornam-se achatadas. O fenómeno deve-se aos processos descamativos

(SLATTER, 1990), que estabelecem o aparecimento de células poligonais e escamosas

superficiais (MURFH Y & POLLOK. 1993).

O estroma corresponde a 90% da espessura da córnea (SLATTER, 1990; SEVERIN,

1991) e, conforme SLATTER (1990) e COLLINS (1996), e composto por libroblastos

ceratócitos, substância fundamental e colágeno, principal componente. As fibras colágenas,

predominantemente dos tipos I e II (SEVERIN, 1991; WHITLEY, 1991), encontram-se

ordenadas paralelamente, formando lamelas de interposição ocasional de linfócitos.

Page 16: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

macrófagos e neutrófilos e seu espaçamento regular contribui para a transparência da córnea

(SLATTER, 1990).

Os ceratócitos são responsáveis pela síntese de colágeno, mucoproteínas da

substância fundamental e gl icosaminoglicanos (WARING, 1984). Estes últimos são

compostos por sete tipos, quais são: hialuronato de sódio, sulfato de condroitina 4 e

condroitina 6, sulfatos de dermatano, heparano e heparina. Na ocorrência de lesões corneanas,

os ceratócitos são mobilizados para a manutenção e regeneração do estroma (WH1TLEY,

1991), através da migração de regiões adjacentes, próximas ao endotélio, para repolarizarem a

área lesada ( W A G O N E R , 1997), t ransformando-se em fibroblastos (FIN1 et al., 1992).

A membrana de Descemet apresenta aparência homogênea e é predominantemente

acelular, embora possua duas camadas de células pobremente definidas, cuja observação é

permitida por microscopia eletrônica de transmissão (WARNIG, 1984; S C H O E N A U &

PIPPI, 1993) Uma camada encontra-se adjacente ao estroma, composta por fibras de

colágeno tipo I e II, que se espessa com o passar da idade ( W A R N I G , 1984; SLATTER,

1990), enquanto que a outra é do tipo basal e atua como barreira à invasão do estroma por

leucócitos e vasos sangüíneos (WARING, 1984).

O endotélio reveste a face interna da córnea (GIRARD, 1981), sendo formado por

uma única camada de células hexagonais achatadas, conectadas entre si por desmossomos

(GIRARD, 1981; N A U M A N N & SAUTTER, 1988). Inúmeras mitocòndrias estão contidas

nas células endoteliais, devido a sua elevada taxa metabólica (SLATTER, 1990). E

considerando-se que estas últimas são banhadas pelo humor aquoso, depreende-se que são

importantes na manutenção do estado de deturgescência da córnea, controlado pela bomba de

sódio e potássio (COLLINS, 1996). O epitélio e endotélio são hidrofóbicos e, por isso,

quando intactos, controlam o grau de hidratação da córnea (SLATTER, 1990). Desta forma,

perdas teciduais mínimas do endotélio podem traduzir-se em edema corneano (WIIITLEY,

1991).

A nutrição e eliminação de catabólic-os da córnea são realizadas pelo humor aquoso,

filme lacrimal e vasos do limbo ( S A M U E L S O N , 1991). Sua oxigenação ocorre através do

humor aquoso, filme pré-corneano, plexo capilar límbico, capilares da conjuntiva palpebral e

ar atmosférico (SLATTER, 1990). A córnea, ao contrário da esclera é transparente e

Page 17: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

avascular, não possui pigmentos; no entanto possui arranjo regular em suas fibras estromais

(SLATTER, 1990). Barreiras fisiológicas atuam na sua proteção, visando dificultar a invasão

e colonização por microrganismos da microbiota normal. Anotam-se, dentre as mais

significativas, as integridades das superfícies epitelial e conjuntival, a ação mecânica das

pálpebras e o espraiamento da lágrima, rica em agentes antibacterianos como lizozima, 13-

lisina e lactoferrina ( E I C H E N B A U M et al., 1987; KERN, 1990).

A córnea é considerada sitio de privilégio imunológico face ao limitado acesso de

anticorpos humorais e de leucócitos citotóxicos circulantes. Como mecanismos

compensatórios, são processados pela conjunt iva e pelo trato uveal, que juntos representam os

centros linfóides ativos ao bulbo ocular ( E I C H E N B A U M et. al., 1987). As "stem cells" são

indispensáveis para a integridade da superfície corneana, promovendo sua renovação em

condições normais e reepitelização em processos reparatórios (SWIFT et al., 1996;

HAAMANN et al., 1998; DUA & A Z U R A - B L A N C O , 1999) Possuem alta capacidade de

proliferação, diferenciação e maturação (HALL & WATT, 1989; H A A M A N N et al., 1998) e,

são encontrados na porção basal do epitélio do limbo ( H A A M A N N et al., 1998).

Os movimentos centrípetos das "stem cells" na periferia cia córnea, limbo e

conjuntiva são responsáveis pela substituição do epitélio corneano; ressalvando-se que o

índice mitótico da periferia é maior, comparat ivamente ao epitélio central (WAGONER,

1997).

Perdas epiteliais e de porções variadas do estróina definem-se como ceratite

ulcerativa (STARTUP, 1984), onde a dor, a epífora, o blelárospasmo, a descarga ocular, a

fotofobia e a uveíte reflexa são os sinais mais representativos (KERN, 1990). Dentre as várias

causas capazes de motivar seu aparecimento, destacam-se os traumas, corpo estranho,

anormalidades palpebrais, dos cílios e aparelho lacrimal (SLATTER, 1990). Citam-se ainda,

as infecções virais e micóticas, e as deficiências nutricionais (I1ELPER, 1989), as

queimaduras químicas e imunopatias (SLATTER, 1990)

Considerando-se diversidade de formas e fatores gènicos, as úlceras de córnea

podem ser classificadas segundo diferentes critérios. Conforme a profundidade, por exemplo,

podem ser dividas em úlceras superficiais, profundas e Descematocele. Ulceras superficiais

reparam-se rapidamente, com mínima formação de cicatriz (DONZIS & MONDINO. 1987;

Page 18: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

WHITL.EY, 1991), e a reparação ocorre por migração e mitose das células basais, no curso de

4 a 7 dias (SLATTER, 1990; BANKS, 1992). Em casos em que há cronif ícação e retardo na

formação de tecido cicatricial, p igmentos representados por melanócitos invadem as áreas

lesadas comprometendo sua transparência (SLATTER, 1990).

Quando a lesão localiza-se no estroma profundo e infecções bacterianas cursam

simultaneamente, o processo exudativo é mais complexo (SLATTER, 1990; COLLINS,

1996). O reparo de pequenas lesões ocorre pelo preenchimento de células epiteliais e se dá de

maneira rápida (SLATTER, 1990). Lesões estromais demandam maior tempo para que sejam

reparadas (NASS1SSE, 1985). Em muitos casos, a regeneração depende de neovascularização

apropriada, embora a cura ocorra em condições de avascularidade (WH1TLEY, 1991). Como

produto final do processo de reparação cicatricial, o arranjo irregular de libras colágenas é

condição comumente vista, e se manifesta sob as formas de nébula, mácula ou leucoma

(SLATTER, 1990).

O sucesso no manejo das ulceras consiste no controle da infecção e redução da

atividade de enzimas líticas, inibindo a recorrência de ulcerações e perfurações tardias

(BROW et al., 1969; BROWN et al , 1970; BERMAN et al , 1971). Dentre os inibidores da

colagenase, são citados a acetilcisteína ( B U R N S ct al.,1989), a cisteína, o citrato, o ascorbato

de sódio (DONZ1S & MONDINO. 1987; B U R N S et al., 1990; CHR1S I MAS. 1991;

WAGONER, 1997), o tripeptídeo í3-mercaptometil, a tetraciclina sistêmica (BURNS et al.,

1990), o EDT.A sódico, o EDTA com cálcio e soro sangüíneo (REBHUN, 1981). entre outros

A eficácia dos derivados da tetracilina em reduzir a atividade da colagenase deve-.se a

quelação do zinco, impedindo a sua ligação ao sítio ativo da enzima e a " l impeza" de radicais

livres gerados pelos polimorfonucleares (PMNs) ( W A G O N E R , 1997)

Para promover a diferenciação das células epiteliais e a subseqüente epilelização,

alguns autores recomendam a utilização de sucedâneos da lágrima, fator de crescimento

epidérmico, acido retinoico. hialuronato de sodio ( W A G O N E R , 1997) c fibronectina

(BURNS et al . 1990; MORI et al.. 1993) O fator de crescimento epidérmico estimula o

DNA, o RNA e os precursores de proteínas das células epiteliais, alem da migração desta

(WAGONER, 1997)

Page 19: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

Como resultado da inf lamação intra-ocular, há intensa liberação de prostaglandinas.

Por isso, tem sido proposto o uso de drogras anti-prostaglandinas sistêmicas, como o flunixin

meglumine e o ácido acetilsalicílico e fármacos anti-prostaglandinas tópicas, como a

indometacina e o f lurbiprofeno (CHRISTMAS, 1991; W A G O N E R , 1997). Donshikk et ai.

apud DONZIS & M O N D I N O (1987) defendem a corticoterapia tópica durante a primeira

semana de tratamento, inicialmente verif icando-se a ausência de riscos de perfuração.

Os medicamentos of tálmicos devem ser isotônicos em relação ao fi lme lacrimal

(PERCY, 1985) e suavemente alcalinos para não irritarem a superfície ocular. N ã o obstante,

as drogas moderadamente ácidas são mais estáveis e possuem melhor penetração na córnea

(BOOTH, 1992). As soluções são a forma mais comum de tratamento tópico, sendo

prontamente eliminadas do olho, em permeio à lágrima (SLATTER, 1990) Por isso, admite-

se que somente a 1 a 2% de uma solução aquosa oftálmica permaneça no olho após 30

minutos da instilação (PIERCY, 1985).

De acordo com estes últimos autores, os glicosaminoglicanos inibem, in vilro, as vias

clássica e alternativa da cascata do complemento, com depleção de seus componentes e

diminuição da inflamação. Além disso, sua atividade terapêutica no tratamento de artrites

química, degenerativa e traumática pode ser atribuída predominantemente à inibição do

complemento. Segundo BURNS et al. (1989), G L A D E (1990) e CLEGG et al. (1998), os

glicosaminoglicanos inibem ainda a degradação de colágeno pelas metaloproteínas - grupo de

enzimas responsáveis pela degradação fisiológica e patológica da matriz extracelular do

estroma - e, as proteases séricas, como a plasmina e o ativador de plasminogênio tecidual.

Burkhardt & Ghosh apud Ml LI .ER (1996) e WOUK et al. (1998) relatam que os

glicosaminoglicanos polissuIIatados atuam como inibidores da plasmina, de ativadores do

plasminogênio, lisozimas e hialuronidase. Exibem efeito anabólico sobre fibroblastos,

condrócitos e sinoviócitos e diminuem ainda, a síntese de prostaglandina E2 e de radicais

superóxidos, conferindo-lhes ação antiinflamatória.

MILLER (1996) e WOUK et al. (1998) estudaram os efeitos destas substâncias em

úlceras recorrentes de cães e eqüinos, respectivamente. Ambos utilizaram uma solução

oftálmica de glicosaminoglicanos polissulfatados a 5% e obtiveram a cicatrização de úlceras

num período de 1 a 3 semanas apos o trauma. Verificaram ainda, diminuição do

Page 20: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

blefarospasmo nas primeiras 48 horas, permitindo que se comprovasse a ação antiinflamatória

destas substâncias.

O prognóstico da evolução de córneas lesadas implica em considerar as

possibilidades de perda de transparência corneana, a intensidade da isquemia ou necrose

límbica e da conjuntiva bulbar ( W A G O N E R , 1997), bem como a qualidade da

neovascularização ( B R O W N et al., 1969). Assim classif icam-se quatro estágios evolutivos,

sendo o primeiro considerado favorável por não haver opacidade corneana ou isquemia

límbica, com pouca ou nenhuma perda de "stem cells" ( W A G O N E R , 1997). Em escala

crescente, identifica-se o quarto estágio com prognóstico sombrio. Neste caso, a córnea

encontra-se completamente opacificada, não permitindo visualização da íris. A isquemia

ocupa mais da metade do limbo, há necrose na conjuntiva e esclera e completa perda das

"stem cells" ( W A G O N E R , 1997). E, segundo PFISTER (1983), para um melhor prognóstico,

deve-se acompanhar a evolução por um período mínimo de 72 horas.

Face a existência de poucos dados na literatura técnica sobre o uso dos

glicosaminoglicanos nas ceratites ulcerativas dos eqüinos e dos possíveis benefícios advindos

do seu uso, o objetivo do presente trabalho será o de testar os efeitos clínicos do Sulfato de

Condroitina "A" associado a Ciprofloxacina contra os eiéitos de medicamento antibiótico

usado na rotina dos tratamentos de úlceras corneanas de eqüinos.

Page 21: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

2. M A T E R I A L E M É T O D O S

2.1 A N I M A I S

Utilizaram-se dez olhos de cinco animais da espécie eqüina (Equus caballus),

adultos, machos, de raças variadas, fornecidos pelo Regimento de Cavalaria Coronel Dulcídio

da Polícia Militar do Paraná.

Com o objetivo de padronização dos animais e el iminação de variáveis indesejáveis,

realizou-se exame geral de todos os indivíduos a fim de avaliar a higidez dos mesmos e, para

tal, consideraram-se as técnicas semiológicas clínica e of talmológica de rotina. Para este

último, foram eleitos os seguintes, teste de lágrima de Schirmer, a biomicroscopia em

lâmpada de fenda, a tonometria de aplanação, a oftalmoscopia binocular indireta e direta e a

prova de fluoresceína. Após a seleção, os animais passaram por identificação e foram

mantidos em baias individuais apropriadas, com a al imentação e cuidados adequados.

2.2 D E L I N E A M E N T O E X P E R I M E N T A L

2.2.1 G r u p o s expe r imen ta i s

Designaram-se dois grupos de cinco olhos, sendo o olho direito o grupo controle,

onde utilizou-se o tratamento com solução oftálmica estéril de tobramicina ' , na concentração

a 0,3%. No grupo dos olhos esquerdos foi aplicado um colírio com associação de sulfato de

condroitina " A " e ciproiloxacina2 .

2.2.2 Indução c i rú rg ica das ú lceras de córnea

Inicialmente os animais passaram por uma tranqüilização feita com

neuroleptoanalgesia, uma associação de butorfanol1 0,1 mg/kg/p/v com acepromazina1 a 1%,

I mg/kg/p/v. Após alguns minutos, realizou-se bloqueio anestésico dos nervos

auriculopalpebral e supraorbital com 5 ml de lidocaúkT a 2% sem vasoconstritor, promovendo

analgesia e anestesia retro-bulbar. A anestesia da córnea foi completada com pomada

1 Tobrex®- Alcon Laboratórios do Brasil Itda. 2 Ciprovet®-Labyes S. A. 3 Torbugesic® - Ford Dodge S. A. 4 Acepran® - Univet S. A.

Page 22: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

oftálmica anestésica à base de lidocaina e prilocaína6. A trepanação (figura 7) das córneas foi

realizada com um "punch" de 0,6 mm em posição de 12 horas no eixo pupilar. Em seguida,

procedeu-se a eversão (figura 8) do bordo epitelial com pinça dente de rato, a fim de

mimetizar o quadro clínico de úlcera indolente. Produzidas as lesões corneanas, realizou-se

teste de fluoresceína (figura 9), o qual resultou positivo e, então aguardou-se um período de

24 horas para o início dos tratamentos.

2.2.3 Protocolo de Tratamento

Para avaliação clínica dos efeitos do sulfato de condroitina " A " e ciprofloxacina, esta

medicação foi instilada a cada 12 horas, até a cicatrização das úlceras, tomando como

parâmetro de cura a prova de retenção de fluoresceína negativa. No grupo de olhos controle

foi feita instilação de colírio de tobramicina em intervalos de seis horas, durante o mesmo

período de tempo e da mesma maneira que o outro grupo foi utilizado a prova de retenção ou

fluorsceína para controle da cura total.

2.2.4 Aval iação Clínica

As córneas passaram por avaliações diárias mediante oftalmoscopia direta e prova

de retenção de fluoresceína e em dias alternados por oftalmoscopia indireta e biomicroscopia

em lâmpada de fenda. A análise dos parâmetros relacionados e blefarospastuo, fotofobia,

epífora, quemose, edema e pannus foi realizada subjetivamente, sempre pelo mesmo

examinador, de acordo com critérios quali-quantitativos. quais sejam: (0) ausência de sinais.

(i ) sinais discretos. (-H-) sinais moderados e ( t-H-) sinais intensos.

5 Lidocaína 2 % © - Apsen do Brasil Ind. Quím. e Farm Itda. 6 Emla® - Astra Química e Farmacêutica Itda.

Page 23: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

2.2.5 Análise Estatística

Os dados quali-quantitativos referentes às observações clínicas como blefarospasmo,

fotofobia, edema, epífora, neovascularização e epitelização foram analisados segundo o teste

estatístico de Kruskal-Wallis (análise de variância de um fator para dados paramétricos),

comparando-se os dois grupos e, para isso, utilizando-se um nível de significância de 5%

(p < 0,05).

Page 24: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

3. R E S U L T A D O S

3.1 A V A L I A Ç Ã O C L Í N I C A

Obedecendo os critérios quali-quantitativos, verif icou-se os seguintes resultados:

tanto os olhos do grupo controle quanto os olhos do t ratamento (100%) apresentaram

blefarospasmo (figura 2 ) e fotofobia ( figura 6 ) e 80% dos mesmos manifestaram epífora

(figura 4 ), com duração média de três dias. O desaparecimento destes sinais clínicos ocorreu

no grupo de cinco olhos tratados com associação de glicosaminoglicanos e ciprofioxacina

(figura 11) dois dias antes do grupo controle, o qual permaneceu apresentado sinais de

intensidade leve até o quinto dia (figura 10). O edema (figura 3 ) de córnea foi observado em

todos os olhos, sendo que no grupo tratado desapareceu em três dias e no grupo controle

reduziu-se em um período médio de cinco dias.

A partir do quinto dia de tratamento com associação de sulfato de condroitina e

ciprofioxacina, três olhos (dos cinco olhos tratados) apresentaram preenchimento do leito da

úlcera em plano estromal (figura I), porém ainda positivo ao teste de fiuorsceína. Os outros

dois olhos observados apresentaram-se em início de preenchimento da úlcera com tecido

cicatricial a termo (figura 13). Através da ollalmoscopia direta pode-se observar pequena

neovascularização da córnea.

Aos dez dias de tratamento com sulfato de condroitina e ciprofioxacina, constatou-se

que quatro olhos apresentavam maior evolução de organização cicatricial com discreto

leucoma (figura 17). O quinto olho mostrou-se nesta fase com preenchimento do leito da

úlcera por tecido cicatricial em plano epitelial.

Com 16 dias de evolução do tratamento, 80% dos olhos tratados (quatro olhos)

apresentaram completa cicatrização (figura 10), constatada pelo resultado negativo da prova

de lluorsceina Não foi observado sinal de leucoma As córneas ainda apresentavam-se

transparentes, sem sinais de vascularização, nem mesmo vasos fantasma. Os outros 20% dos

olhos tiveram a resolução da úlcera completada em média com 21 dias de tratamento. "Iodas

as cicatrizações do grupo de tratamento ocorreram sem formação de leucoma ou

neovascularização (figura 2 I).

Page 25: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

Nos olhos do grupo controle observou-se com 9 dias, ulceração ainda presente em

80% dos mesmos (figura 12 e 14) e início do preenchimento do leito ulcerado em 20% dos

olhos. Em todos os olhos observou-se edema e neovascularização (figura 5) intensos -

"pannus". Apenas com 10 dias de tratamento verificou-se o início do preenchimento do leito

das úlceras com tecido cicatricial (figura 16) e após 15 dias de evolução, notou-se diminuição

do "pannus" (figura 18).

Após 20 dias de tratamento com colírio de tobramicina, observou-se completa

cicatrização da úlcera e o teste de retenção de fluoresceína resultou negativo. Com 30 dias

observava-se ainda a presença de discreto leucoma. Aos 90 dias de observação, notou-se

transparência corneana completa, sem alguma presença de leucoma em quase todos os olhos

do grupo controle e aos cinco meses, verificou-se em um olho discreto leucoma (figura 20).

Os resultados clínicos obtidos podem ser melhor visualizados nas tabelas (I e 2 ) que

se seguem.

Page 26: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

12

Tabela 1 - Critérios quali-quantitativos observados nos olhos de eqüinos tratados com

tobramicina tópica no grupo de olhos controle (olho direito) durante as avaliações

clínicas. Critérios quali-quantitativos dos sinais: (O) ausência de sinais, (+) sinais

discretos, (++) sinais moderados e(+++) sinais intensos.

Page 27: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

13

Tabela 2 - Critérios quali-quantitativos observados nos olhos de eqüinos tratados com

associação de sulfato de condroitina e ciprofloxacina tópica (olho esquerdo) durante

as avaliações clínicas. * Critérios quali-quantitativos dos sinais: (O) ausência de

sinais, ( +) sinais discretos, ( ++) sinais moderados e ( +++) sinais intensos.

Page 28: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

+++

30

EPITELIZA(:AO

_.....-----­-----

50 70 90 15°

--

14

Sulfato de Condr01tina "A" c Ciprnfloxacina

i= Tobramicina

DIAS

FIGURA 1 - Ocorrencia, em dias, da epiteliza9~io da cornea de equines tratados topicamente com tobramicina e a associa9ao de sulfate de condroitina "A" e ciprofloxacina. Grau de intensidade dos sinais: (0) ausencia de sinais, (+) sinais discretos, (++) sinais moderados e (+++) sinais intensos.

FIGURA 2

BLEFAROSPASMO

10 30 50 70 90

- Sulfate> de Condroitina - A" c Ci pcofloxacina

- Tobramicina

15° DIAS

Ocorrencia, em dias, de blefarospasmo em olhos de equines tratados topicamente com tobramicina ea associa9ao de sulfate de condroitina "A" e ciprotloxacina. Grau de intensidade dos sinais: (0) ausencia de sinais, (+) sinais discretos, (++) sinais moderados e (+++) sinais intensos.

Page 29: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

EDEMA

+++ - -+- Sul1h1.o de Candrott.tn.. 11..A'' ie C:tp:c :1l.cxxrL.cinA.

-m- T o'bnanic:D:u..

15° DIAS

15

FIGURA 3 - Ocorrencia, em dias, de edema em corneas de equrnos tratados topicamente com tobramicina ea associa9ao de sulfato de condroitina "A" e ciprofloxacina. Grau de intensidade dos sinais: (0) ausencia de sinais, (+) sinais discretos, (++) sinais moderados e (+++) sinais intensos.

EPiFORA

+++ -__._ ~~~ ___.,_ T ob:r1:m:t.icilv...

.. ' .,

+ +------~~~",~-....... ~~~~~~~~~~~~~~

~ -.....___ ------=-----3 0 5 0 90 1 5 °DIAS

FIGURA 4 - Ocorrencia, em dias, de epifora em olhos de eqUinos tratados topicamente com tobramicina e a associa9ao de sulfato de condroitina "A" e ciprofloxacina. Grau de intensidade dos sinais: (0) ausencia de sinais, (+) sinais discretos, (++) sinais moderados e (+++) sinais intensos.

Page 30: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

16

NEOV ASCULARIZA<;AO

+++

- To'=m>icina

]_ 0 15° DIAS

FIGURA 5 - Ocorrencia, em dias, de neovasculariza9ao em corneas de equmos tratados topicamente com tobramicina e a associa9ao de sulfate de condroitina "A" e ciprofloxacina. Grau de intensidade dos sinais: (0) ausencia de sinais, (+) sinais discretos, (++) sinais moderades e (+++) sinais intensos.

+++

• \

FOTOFOBIA

Sullid.o de Candro:itin». _._. ''A'' e C:ipa: :flcc:u::ina

------ Tobrmnicina.

++ -+--~~\--'-.-~~~~~~~~~~~~~~~

\

I

7° I

90 I

15° DIAS

FIGURA 6 Ocorrencia, em dias, de fotofobia em olhes de equines tratades topicamente com tebramicina e a associac;ae de sulfate de condroitina "A" e ciprofloxacina. Grau de intensidade dos sinais: (0) ausencia de sinais, (+) sinais discretes, (++) sinais moderados e (+++) sinais intenses.

Page 31: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

17

FlGURA 7- Imagem de olho equino subrnetido a trepanayao da cornea no eixo pupilar.

FIGURA 8 - Imagem de dlho eqi.lino com eversao do bordo epitelial corneano, ap6s trepana9ao (seta).

Page 32: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

18

FIGURA 9 - lmagem de olho equino com ulcera experimental de cornea corada pela tluorsceina (seta).

FIGURA 10 - Tmagem de olho direito (controle) equino com cinco dias de evoluyao: notar a presenya de edema e ulcera com fundo transparente em posiyaO de " 11 11oras" (seta) .

Page 33: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

19

FIGURA 11 - Imagem de olho esquerdo (associar;ao de condroitina "A" e ciprofloxacin,ci) equine com cinco dias de evolur;ao: notar leucoma com ausencia de edema e, epiteli;?:ac;ao

I

presente.

FIGURA 12 - lmagem de olho direito (controle) equine aos nove dias de tratamento : notar presern.;a de t'.ilcera corneana recem epitelizada (seta) .

Page 34: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

20

FIGURA 13 - Imagem de olho esquerdo eqi.lino aos nove dias de tratamento com associa9ao de condroitina "A" e ciprotloxacina: notar presenca de discrete leucorna (seta).

FIGURA 14 - Imagem de olho direito (controle) eqi.lino aos nove dias de tratamento : notar presen9a de ulcera em atividade com fundo transparente em posicao de "6 horns" (seta).

Page 35: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

21

FIGURA 15 - lmagem de olho esquerdo equino aos nove dias de tratamento com associa<;;ao de condroitina " A" e ciprofloxacina: notar cicatriza9ao a termo com discreto leucoma (seta).

FIGURA 16 - lmagem de olho direito (controle) equino aos dez dias de tratamento: notar presen9a de ulcera corneana recem epitelizada (seta) .

Page 36: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

22

FIGURA 17 - lmagem de olho esquerdo eqi.iino aos l 0 dias de tratamento com associac;;ao de condroitina "A" e ciprofloxacina: notar presern;a de discreto leucoma (seta).

FIGURA 18 - lmagem de olho direito (controle) eqi.iino aos 15 dias de tratamento: notar presern;a de leucoma dense (seta).

Page 37: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

23

FIGURA 19 - !magem de olho esquerclo eqi.iino aos 15 dias de tratamento com associayao de condroitina "' A" e ciprofloxacina: i10tar presen<;a de discreto leucorna (seta) .

flGURA 20 - \magem de olho direito (controle) cqt.1ino aos cinco meses de evolu<(ao : notar

presenva de leucoma (seta) .

Page 38: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

24

FIGURA 21 - lmagem de o lho esquerclo equmo aos ci1~co meses de evoluQaO, ap6s tratamento com associa9ao de condrnit ina ··A" e ci protlo~rncina: no tar ausencia de leucoma.

Page 39: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

3.2 AVALIAÇÃO ESTATÍSTICA

Os sinais clínicos analisados e comparados entre os dois grupos nos diferentes dias,

conforme o teste de Kruskal-Wallis. Como parâmetro de intensidade das manifestações

clínicas utilizou-se: ( 0 ) para ausência de sinais clínicos, (+) presença de sinais discretos, (++)

moderados e (+++) intensos. Encontrou-se diferença significativa em relação ao edema no

sétimo dia ( p=0,0254), à neovascularização no quinto dia ( p=0,0254) e à epitelização no

nono dia ( p=0,0254). Comparando-se os demais sinais, não foram encontradas diferenças

significativas (Tabela 3).

Page 40: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

26

Tabela 3 - Valores mínimos significativos (p) do teste de análise de variância para dados não

paramétricas (Kruskal-Wallis) para os sinais clínicos em cada dia, onde p < 0,05

indica diferença significativa.

*Valores de p < 0,05

Page 41: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

4. D I S C U S S Ã O

As úlceras corneanas estão entre as afecções oculares mais comuns na espécie eqüina

(DAVIDSON, 1991) e, por isso decidiu-se estudá-las como modelo crítico para o estudo da

eficácia do farmaco na cicatrização das mesmas, f rente à grande morbidade com que esta

afecção acomete as espécies animais. Independente da causa inicial, todas as úlceras têm o

potencial de progredir para uma endoftalmite quando não tratadas.

Dentre as várias causas existentes, citam-se: trauma, entrópio, corpo estranho,

ceratomicose e erosões corneanas superficiais na espécie eqüina (SLATTER, 1992). Nesta

pesquisa empregou-se o modelo de trefinação para a confecção das úlceras corneanas, a fim

de avaliar clinicamente a cicatrização das mesmas com o uso de glicosaminoglicano

polissulfatado associado à ciprofloxacina.

O epitélio corneano normal é uma barreira muito eficiente contra as bactérias

invasoras. Se as úlceras se infectam ou o epitélio é incapaz, de se unir ao estroma subjacente, a

cicatrização é atrasada e pode progredir para uma ulceração profunda ou até mesmo

perfuração. A progressão da lesão pode estar limitada a um setor reduzido da córnea ou pode

afetar todo o tecido corneano (SLATTER, 1992).

Inadequada reposição de colágeno, úlceras e perfurações subsequentes podem

resultar da atividade da colagenase. Esta última, juntamente com outras proteases são

produzidas durante a cicatrização corneana normal e ajuda na remoção de células

desvitalizadas e outros debris da córnea. No entanto, em alguns casos, estas enzimas

contribuem para uma falha progressiva e rápida "melt ing" do estroma corneal

(WHITLEY,2000) .

A glicoproteína fibronectina apresenta importante papel no processo inicial de

reparação de lesões corneanas, pois ela permite que as células epiteliais ancorem-se à

membrana basal e ainda promove migração celular e organização do tecido conectivo da

córnea (MILLER, 1996).

Idealizou-se o estudo dos efeitos da solução tópica de sulfato de condroitina a 5%

associada à ciprofloxacina sobre a cicatrização de úlceras corneanas profundas induzidas

Page 42: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

experimentalmente eom tréfina em eqüinos, devido a conhecida ação antiinfamatória do

glicosaminoglicano, através da inibição das vias clássicas e alternativa do complemento

(RASHMIR-RAVEN et al, 1992) e da diminuição da síntese de prostaglandina E2 e de

radicais livres superóxidos; sobre a degradação do colágeno por inibição das

metaloproteinases e das proteases séricas, especialmente a plasmina - uma enzima conhecida

pelo seu efeito de degradativo sobre a fíbronectina - e, pelo efeito anabólico sobre

fibroblastos (MILLER, 1996; W O U K et al, 1998).

No presente estudo, o sulfato de condroitina foi utilizado conforme proposto por

MILLER (1996) no tratamento de ceratites ulcerativas do cão de raça Boxer e, W O U K et al

(1998) em úlcera corneana indolente em eqüinos. Os bons resultados puderam ser

corroborados também nesta pesquisa, quando da utilização do glicosaminoglicano no

tratamento das úlceras profundas experimentalmente induzidas.

Os períodos escolhidos para avaliação clínica da evolução das úlceras corneanas

respeitaram as fases clássicas da reparação cicatricial, encontrados em citação literária de

SLATTER (1990).

Somando-se aos resultados encontrados por MILLER (1996) e W O U K et al (1998)

blefarospasmo e fotofobia discretos a moderados foram significativos nos dois dias

subseqüentes à indução da lesão, uma vez que os gl icosaminoglicanos produzem efeito

próprio de rápida redução do desconforto através das suas ações antiinflamatórias. Ainda

concordando com os achados de MILLER (1996), o conforto ocasionado pela redução dos

sinais clínicos acima mencionados não foi associado com a cicatrização das úlceras

corneanas, uma vez que os animais necessitaram de mais de uma semana para a cicatrização

das mesmas, o que faz crer em uma ação anti-prostaglandina por parte dos

glicosaminoglicanos.

Epífora discreta foi constatada somente na primeira avaliação clínica dos olhos

controle e permaneceu somente durante as 24 horas após o início dos sinais clínicos, não

corroborando os estudos de MILLER (1996) e WOUK et al. (1998). os quais notaram redução

deste parâmetro após 48 horas, 48 e 72 horas, respectivamente.

Quemose não foi verificada em nenhum dos olhos do grupo de tratamento com

sulfato de condroitina, o que vai de encontro aos dados colhidos por WOUK et al. (1998). O

Page 43: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

edema corneano apresentou-se de modo discreto, moderado a intenso entre todos os animais,

mas persistiram somente até os três dias subseqüentes à lesão nos olhos tratados com sulfato

de condroitina, enquanto continuaram até o nono dia no grupo de olhos controle. Isto se deve

muito provavelmente ao efeito anti inflamatório do glicosaminoglicano instilado sobre os

olhos esquerdos, tratados com o mesmo.

A neovascularização discreta à moderada foi encontrada tanto nos olhos do grupo de

tratamento quanto nos olhos controle a partir do terceiro dia; no entanto, nestes últimos,

permaneceu até o 15° dia, enquanto que no grupo de olhos esquerdo foi visivel até o nono dia

em somente um animal e isto se deve, muito provavelmente, em resposta à presença da ação

antiinflamatória do sulfato de condroitina instilado nos olhos tratados.

A ocorrência de um preenchimento mais rápido do leito das úlceras por tecido

estromal organizado nos olhos tratados, deve-se a ação do glicosaminoglicano, auxiliando na

síntese de colágeno organizado, corroborando achados anteriores de MILLER (1996) e

WOUK et al. (1998).

Page 44: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

5. C O N C L U S Ã O

Os resultados obtidos com a presente pesquisa permitiram concluir que a instilação

tópica de uma associação de sulfato de condroitina a 5% com ciprofloxacina promove a

cicatrização mais rápida de úlceras corneanas induzidas experimentalmente em eqüinos, além

de evitar a formação de cicatrizes na córnea e reduzir as manifestações de origem

inflamatória.

Page 45: AÇÃO DO SULFATO DE CONDROITINA A ASSOCIADO À

6. R E F E R Ê N C I A S

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