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Ao final desta unidade, você deverá:
• reconhecer pressupostos teóricos sobre linguagem humana e comunicação animal;
• identificar as características e diferenças entre linguagem humana e comunicação animal.
Apresentar pressupostos básicos sobre a linguagem humana e comunicação animal, bem como as suas características e diferenciações.
Meta
Objetivos6 au
la
LINGUAGEM HUMANA E COMUNICAÇÃO ANIMAL
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UNIDADE VILINGUAGEM HUMANA E COMUNICAÇÃO ANIMAL
1 INTRODUÇÃO
Você já deve ter ouvido falar
que animais se comunicam entre si
e com humanos, não é? Saberia
responder com precisão a diferença
entre linguagem e comunicação?
Se sim, ainda que intuitivamente,
parabéns! Vamos apenas sistematizar
teoricamente; se não, vamos ver o
que há de pressuposto na área da
linguística. De modo geral, há muita
confusão entre os termos, pois as
pessoas costumam tomar um termo
por outro. No entanto, em linguística, há uma sutil diferença.
Conforme o Dicionário Aulete Digital, linguagem é
qualquer sistema de sinais, ou signos, através dos quais
dois seres se comunicam entre si para transmitir e receber
informações, avisos, expressões de emoção ou sentimento etc.
Embora existam sistemas de linguagem entre animais e até
vegetais, é no homem que estes sistemas atingem altos níveis
de aperfeiçoamento, que se expressam com grande acuidade,
expressividade e potencial de armazenamento e memorização,
condição básica para a construção de conhecimento e formação
de cultura. Comunicação, por sua vez, é definida como
capacidade, processo e técnicas de transmitir e receber ideias,
mensagens, com vistas à troca de informações, instruções etc.
Percebeu que a noção de linguagem é mais ampla do
que a de comunicação? Você verá por que isto ocorre e por que
razão a tradição linguística tem classificado as interações dos
humanos e dos animais dessa forma.
Figura 1 - Gato e menina se comunicando.Fonte: http://fotos.imagensporfavor.com/img/pics/glitters/t/ternura-9325.jpg.
94 Módulo 1 I Volume 3 EAD
Introdução aos Estudos Linguísticos I Linguagem humana e comunicação animal
2 LINGUAGEM HUMANA E COMUNICAÇÃO ANIMAL: DEFINIÇÃO LINGUÍSTICA
Você já tentou aprender outro idioma?
Lembra-se do esforço empregado para conseguir
compreender o significado das palavras da outra
língua, além da estrutura gramatical diferente e
dos sons que, em si, divergiam do português
falado no Brasil?
E se você só fala português e encontra
alguém que não entende a nossa língua, um
árabe, por exemplo, e precisa transmitir uma
mensagem? O que fará? Usará gestos? Isto
ajudará a comunicar suas necessidades e emoções imediatas,
mas nada além disto, não é verdade?
Pois bem. Para a maioria dos estudiosos em linguística,
essa é a diferença entre linguagem e comunicação. A linguagem
humana utiliza recursos de expressão de maneira muito mais
complexa do que a comunicação física dos animais. Chomsky
(como você estudou em aulas anteriores) preconiza que a
linguagem é inata ao ser humano e que, a partir de um número
finito de regras, somos capazes de elaborar um número
infinito de frases. Segundo ele, herdamos geneticamente
princípios universais (que são válidos a qualquer língua) e,
além disto, colocamos em prática parâmetros específicos que
vão diferenciar, por exemplo,
estruturas de uma língua
para outra (fixados a partir
do contato da criança com a
língua dos pais). No processo
de comunicação, também
somos capazes de fazer uso
do tom e da altura da voz para
reforçar os efeitos pretendidos.
Já os animais não têm essas
mesmas habilidades.
A linguagem pode ser
definida linguisticamente como
um meio de comunicação entre
os seres humanos que fazem
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No artigo intitulado “A comunicação animal: uma forma de linguagem?”, Gabriel de Ávila Othero, da PUC-RS, tenta conciliar o pensamento chomskyano e o evolucionismo. Embora não use o termo protolinguagem, Othero discorda da afirmação de Chomsky sobre não haver qualquer semelhança entre a comunicação animal e a linguagem humana, mas concorda que a riqueza de criar sentenças distintas a partir de termos recorrentes na língua seja uma exclusividade humana. De acordo com Othero, os primatas conseguem lidar com uma linguagem simbólica e criar sentenças rudimentares, mencionando o chimpanzé Chimpsky – batizado assim, como uma referência a Chomsky – e a gorila Koko, que foram domesticados em centros de primatologia e treinados para usar a língua de sinais norte-americana. “O que acontece no caso dos animais que dominam alguma linguagem de sinais é que eles apresentam uma sintaxe bastante rudimentar, sem essa capacidade de criação e de recursão. Além disso, esses animais passam por treinamentos exaustivos e artificiais. Não vemos na natureza animais se comunicarem pela linguagem de sinais”, observa.
Fonte: http://comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=31&id=360.
Figura 2 - Menina e pássaro cantando.Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1205807.
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uso de signos orais e, ou escritos. Algumas escolas linguísticas
entendem a linguagem como a capacidade de exprimir o
pensamento ou a cognição.
Nas últimas décadas, é praticamente consenso que a
linguagem pode ser estudada sob dois pontos de vista: de
acordo com o uso ou a partir de sua estrutura. Os estudos
que focalizam a estrutura/forma fazem parte do movimento
estruturalista (como você já viu na aula 1). As investigações
sobre o uso incluem, dentre outros, a análise dos conteúdos,
do discurso, a crítica literária, o estudo das variações e
mudanças linguísticas e os fatores sociais que determinam os
comportamentos linguísticos de uma comunidade, a pragmática
e outras vertentes.
A linguagem humana difere da comunicação animal em
algumas características. Veja os argumentos que sustentam
essa diferenciação:
LINGUAGEM HUMANA
Possui sistemas gramaticais complexos.
Reconhece que há referencial simbólico, é baseada em símbolos (como você viu nas aulas 3 e 4, quando estudou os signos).
Há sempre uma intenção (argumentativa) norteando a comunicação.
Há temporalidade: passado, presente e futuro.
A linguagem humana pode produzir uma quase infinita variedade de pensamentos.
A linguagem humana é controlada pelo córtex cerebral esquerdo.
A cultura é tipicamente humana.
A humana comunica sempre coisas novas.
COMUNICAÇÃO ANIMAL
É destituída de gramática e de complexidade.
Não-simbólica, composta de índices.
Não há intenção voluntária.
Não há temporalidade.
Raramente os animais excedem a quarenta diferentes manifestações ou chamados.
É controlada pela base do cérebro e pelo sistema límbico.
Não é cultural.
É invariável.
Percebeu a diferença? Vamos sedimentar mais um pouco
o que estamos estudando, observando a direção conceitual
que os autores propõem para tratar da estrutura simbólica da
linguagem.
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Introdução aos Estudos Linguísticos I Linguagem humana e comunicação animal
3 A LINGUAGEM E SUA ESTRUTURA SIMBÓLICA
Você viu na seção anterior que a linguagem humana difere
da comunicação animal por várias razões. Nesta seção, será
dada ênfase à estrutura simbólica da linguagem, propriedade
exclusiva do ser humano.
Para começar a nossa discussão, leia o seguinte
fragmento:
O ser humano é a única criatura sobre a terra que possui a linguagem. Poder-se-ia conceber o ato de adoração sem a existência da linguagem simbólica com a qual se transmitem os conceitos religiosos? Como o ritual exige simbolismo, meu gato, por exemplo, incapaz de usar símbolos, seria incapaz de qualquer ato de adoração. Sem a linguagem, não pode existir adoração, nem oração, e nem comunhão com Deus. Sem a linguagem, não teria sido possível transmitir a Adão a ordem para não comer do fruto da árvore, e sem essa ordem não teria havido nem o pecado e nem a queda. [...] A linguagem é crucial a tudo que nos torna seres verdadeiramente humanos.
Fonte: Morton, em: http://www.scb.org.br/fc/FC60_10.htm.
Percebeu a importância da linguagem para o ser humano?
Então vamos ver melhor o que a diferencia do sistema de
comunicação animal.
Em primeiro lugar, a linguagem humana pode produzir
uma quase infinita variedade de pensamentos, contrariamente
aos sistemas de comunicação dos animais que, na natureza,
raramente excedem quarenta diferentes manifestações ou
chamados.
Em segundo lugar, a comunicação entre os animais é
destituída de gramática e de complexidade, o que se observa até
mesmo em macacos treinados especificamente para dominar a
linguagem. Eles não usam, por exemplo, artigos, preposições,
conjunções e outras categorias gramaticais. Uma criança normal
rapidamente manifesta sua capacidade de produzir expressões
complexas, a partir de unidades menores e mais simples.
Por fim, a singularidade da linguagem humana baseia-
se no seu referencial simbólico; toda a comunicação não-
humana é não-simbólica. A linguagem humana é um sistema
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de comunicação baseado em símbolos. A palavra exprime um
conceito, e não realmente um objeto. Por exemplo, o conceito
expresso pela palavra agricultor na linguagem usada nos
Estados Unidos é bastante diferente do conceito expresso pela
palavra nong ming em Chinês. Embora ambas as palavras se
refiram àquele que produz alimentos a partir do cultivo do solo,
nos Estados Unidos, o agricultor é um homem de negócios
independente, enquanto que na China ele contém uma forte
ideia política como representante do proletariado.
Veja o que Morton, em seu artigo digital intitulado “A
linguagem humana” escreve:
[...] Há pessoas que tentaram afirmar que alguns animais manifestam simbolismo em seus gritos, citando como exemplo os três tipos diferentes de alarme feitos por uma determinada espécie de macacos para alertar seus companheiros quanto ao perigo proveniente da presença de leopardos, serpentes ou águias. Cada grito corresponde somente a um dos perigos específicos, e induz uma só resposta coletiva. Entretanto, isso não constitui um sistema simbólico. Deacon observou a invariança da resposta produzida por cada um dos gritos, e mostrou que o comportamento correspondente era instintivo.
Assim, de acordo com o autor, apesar de alguns trabalhos
acadêmicos apontarem que existe entre os animais um sistema
simbólico, as pesquisas apontam que, após anos de treinamento,
poucos animais mostraram algum indício do uso de símbolos,
valor insignificante se comparado ao potencial humano.
3.1 Linguagem e recursividade
A linguagem humana é um sistema simbólico que
se destaca dos outros porque utiliza signos convencionais e
que, por isto mesmo, são arbitrários em sua grande maioria
(conforme você viu na aula 3). Os signos usados encontram-se
interligados por um sistema coerente, cujas regras permitem
construir um número infinito de mensagens.
É por esta razão que podemos explicar os símbolos. Quer
exemplos?
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Introdução aos Estudos Linguísticos I Linguagem humana e comunicação animal
Figura 3 - Buda. Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Kamakura_Budda_Daibutsu_right_1879.jpg.
Figura 4 - Novo Testamento. Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bibel-1.jpg.
Figura 5 - Totem. Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Totem-Head.jpg.
Como explicar cada cultura exposta nessas imagens,
senão por palavras (signos)? Como adorar a Jesus Cristo,
cultuar Buda ou reverenciar o totem expressando os seus
preceitos religiosos e, ou filosóficos sem fazer uso das
palavras? Isso nos torna diferentes em relação a todos os
outros animais porque possuímos subjetividade, cognição
e capacidade criativa. Um dos mecanismos que ilustra essa
capacidade é a chamada recursividade (possibilidade de
encadear uma ideia na outra para formar unidades maiores),
propriedade que é peculiar da nossa espécie. Para ilustrar
isso, veja o texto abaixo:
QuadrilhaCarlos Drummond de Andrade
João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história
Fonte: http://letras.terra.com.br/carlos-drummond-de-andrade/460652/.
Você percebe que há vários encadeamentos no
texto? É esse tipo de recurso que nos permite formar novas
estruturas, novos enunciados. A propósito, não podemos
falar dessa propriedade sem mencionar a importância de
Émile Benveniste para o estudo da linguagem humana. No
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Capítulo 5 de sua principal obra, Problèmes
de linguistique générale (Problemas de
Linguística Geral), intitulado Comunicação
Animal e Linguagem Humana, o autor nega
a interpretação linguística behaviorista (de
base saussureana), demonstrando que a
linguagem humana, diferentemente das
linguagens das abelhas e outros animais,
não pode ser simplesmente reduzida a
um sistema de estímulo-resposta.
Benveniste afirma que a
comunicação é um elemento presente em
animais que vivem em sociedade: essa
seria uma marca da comunicação; mas isto não bastaria para
definir a linguagem.
A chave da questão estaria na interação, na resposta, na
capacidade de refazer a mensagem, de reorganizá-la e devolvê-
la ao outro depois de reprocessá-la. Em outras palavras, a
chave da questão está na recursividade.
As abelhas, por exemplo, segundo o experimento de
Karl von Frisch (relatado no capítulo 5 do livro já citado),
possuem um meio complexo para transmitir a mensagem: a
distância e a direção de localização do alimento; no entanto,
só executam as suas danças com esta finalidade. Informam
se há comida, néctar ou pólen, numa direção ou noutra, mas
fora isso não informam mais nada. Não há resposta e nem
simbolização; a apreensão da mensagem é objetiva, concreta.
A capacidade abstrata do símbolo (signo), ou seja, estar no
lugar de outra coisa (no dizer peirciano), representá-la na sua
ausência, trazer e construir o pensamento para o outro, são
propriedades exclusivamente humanas.
A linguagem é, portanto, o nosso diferencial, a condição
para a existência da nossa cultura, é a forma de tomarmos
consciência de nós e dos outros. O nosso mundo organiza-se
a partir dela. E, apesar de termos dedicado anos de trabalho
para ensinar animais (como a chimpanzé Chimpsky) a se
comunicarem com a linguagem humana, percebemos que, por
mais que possamos avançar, há um limite, bem distante do
mínimo que um ser humano pode fazer.
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Émile Benveniste (1902, Cairo - 1976) foi um linguista estruturalista francês, conhecido por seus estudos sobre as línguas indo-europeias e pela expansão do paradigma linguístico estabelecido por Ferdinand de Saussure. Iniciou seus estudos na Sorbonne, com Antoine Meillet, que fora aluno de Saussure. Lecionou na École Pratique des Hautes Études; mais tarde, trabalhou no Collège de France como professor de linguística. Nesta época, já havia iniciado suas pesquisas sobre gramática comparada das línguas indo-europeias. Em 1961, fundou com Claude Lévi-Strauss e Pierre Gourou a revista de antropologia L’Homme. Permaneceu no Colège de France até 1969, quando se aposentou devido a problemas de saúde.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89mile_Benveniste.
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Introdução aos Estudos Linguísticos I Linguagem humana e comunicação animal
4 POR QUE O PAPAGAIO FALA?
A essa altura você deve estar perguntado: por que o
papagaio fala e as outras aves não? Vamos falar um pouco
sobre isto, mas, antes, veja uma piada sobre papagaio:
PAPAGAIO FALA DEMAIS E “ENTREGA” NAMORADA INFIEL
Um programador de computador descobriu que sua namorada estava tendo um caso quando seu papagaio não parava de repetir o nome de um homem, informou a imprensa britânica ontem.
A ave, um papagaio cinza africano, não parava de dizer “I love you, Gary” (Eu te amo, Gary) ao seu dono, Chris Taylor, quando ele estava sentado no sofá ao lado da namorada, Suzy Collins, no flat que dividiam em Leeds, na Grã-Bretanha.
Quando Taylor reparou a reação embaraçada da namorada, a confusão veio à tona. Ela tinha um amante com que se encontrava no próprio flat, sob o olhar curioso de Ziggy, o papagaio.
A operadora de telemarketing admitiu o romance com um colega de trabalho chamado Gary que já durava quatro meses. De acordo com a imprensa britânica, Ziggy também imitava a voz de Collins toda vez que ela falava ao telefone “Oi, Gary”.
A operadora de telemarketing não mora mais com Taylor e Ziggy.
Colunista - Labellaluna® Fonte: http://newsblog.com.br/2006/07/
papagaio-fala-demais-e-entrega.html.
Esta piada foi colocada para você refletir um pouco
sobre a fala deste animal, que, originalmente silvestre, foi
transformado em animal de estimação.
Você sabia que a habilidade do papagaio
de imitar sons só acontece como uma espécie
de compensação do estresse ocasionado pelo
distanciamento do seu habitat natural? Que
apenas algumas espécies de papagaios possuem
habilidade de imitar a fala humana? Que nem
todos os papagaios se tornam bons imitadores?
Veja o seguinte fragmento:Figura 6 - O papagaio (Amazona aestiva) mais popular no Brasil é também a espécie que mais reproduz sons do ambiente em que vive. Autor: José Reynaldo da Fonseca.
Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Papagaio_(Macho)_REFON_010907.jpg.
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Sem estímulo os pássaros não aprendem os cantos. E, tanto isso é verdade que a falta de exemplos sonoros pode levar a deformações. Não são raras as aves que afastadas do convívio de seus pares acabam adquirindo o meio de expressão de outra espécie. Tal fato não deve ser confundido com a facilidade que certos pássaros têm de arremedar a expressão vocal alheia. É o caso, por exemplo, dos papagaios que chegam a imitar a voz humana. Para muitos ornitólogos, o fenômeno deve ser creditado a uma relação íntima e constante. [...] No entanto, é preciso esclarecer que estas imitações se dão sempre ao nível da chamada, que a ave introduz dentro da linha de seu canto. Pois quando ela precisa lançar mão do grito de advertência diante de uma situação que lhe diz respeito, jamais utilizará a chamada de outra espécie, mas a que lhe é característica.
Fonte: http://www.cobrap.org.br/site/artigos_vis.php?id=248
Pois bem, o papagaio, na verdade, não fala, apenas
reproduz o que ouve. A ele, falta-lhe a chamada habilidade
linguística, que só os humanos têm. Portanto, somente os
homens é quem têm a faculdade da linguagem, a propriedade
mais marcante que vai diferenciá-los dos outros animais.
Interessante o assunto, não? Mas todas essas informações
não farão sentido se não forem devidamente internalizadas,
por isto, vamos às atividades!
5 RESUMONesta aula, você estudou que:
ATIVIDADE
1. O caminho percorrido ao longo do século passado nos levou ao conhecimento de importantes pressupostos acerca da linguagem humana e comunicação animal. Leia o Capítulo 5 do livro de Benveniste (Problemas de Linguística Geral), intitulado Comunicação Animal e Linguagem Humana, e apresente, em poucas linhas, as diferenças existentes entre essas competências.
2. Qual é a posição de Noam Chomsky a respeito da linguagem humana?
3. Apresente seis características da linguagem humana que comprovam a diferença terminológica entre esta e a comunicação animal.
4. Se um leigo lhe perguntar por que o papagaio fala, mas não conversa, que resposta você lhe dará?
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RESUMINDO
LEITURA RECOMENDADA
Para complementar esta aula, recomendo a leitura dos livros de BENVENISTE, E. Problemas de Lingüística Geral I e II. Trad. por Eduardo Guimarães et al. Campinas: Pontes,1989 e JAKOBSON, R. Linguística e Comunicação. Trad. Izidoro Brikstein e José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, 1993.
Na próxima aula...Veremos, como sequên-cia deste assunto, a Dupla Articulação da Linguagem. Até breve!
● A linguagem na vida do homem não é apenas um instrumento
de comunicação.
● A linguagem humana difere da comunicação animal.
● A linguagem humana é um sistema simbólico que se manifesta
por meio da recursividade.
● O papagaio apenas imita sons.
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RE
FE
RÊ
NC
IAS BENVENISTE, E. Problemas de Lingüística Geral I e II.
Trad. de Eduardo Guimarães et al. Campinas: Pontes, 1989.
CAGLIARI, L. Alfabetização e Lingüística. São Paulo:
Scipione, 1997.
CAMARA JR., J. M. Dicionário de lingüística e gramática.
16. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
COLLADO, J. A. Fundamentos de Lingüística Geral. Lisboa:
Edições 70, 1980
DUBOIS, J. et al. Dicionário de Linguística. Trad. de Izidoro
Brikstein; José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, 1996.
JAKOBSON, R. Lingüística e Comunicação. Trad. de Izidoro
Brikstein; José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, 1993.
LYONS, J. Linguagem e Lingüística: uma introdução. Trad.
de Marilda Winkler Averbug; Clarisse Sieckenius de Souza.
Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.
MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (Orgs.) Introdução à
Lingüística: domínios e fronteiras. v. 1 e 2. São Paulo:
Cortez, 2001.
MORTON, Glenn R. Disponível em: http://www.scb.org.br/fc/
FC60_10.htm. Acesso em: 16 maio 2009.
ORLANDI, E. O que é Lingüística. São Paulo: Brasiliense,
1992.
ROBINS, R. H. Lingüística Geral. Trad. de Luiz Martins.
Porto Alegre: Globo, 1977.
http://educacao.uol .com.br/f i losof ia/ f i losof ia-da-
linguagem-7.jhtm Acesso em: 26 nov. 2008.
http://www.cobrap.org.br/site/artigos_vis.php?id=248.
Acesso em: 23 dez. 2009.
http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.
htm?sid=2&infoid=787, Acesso em: 15 jan. 2009.
Suas anotações
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