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1 INTRODUÇÃO O grande sucesso da saída do COA ao Parque Estadual do Espinilho em 2014 levou o grupo de volta a esse pedacinho muito especial do Rio Grande do Sul, onde se podem ver espécies que não são encontradas em nenhuma outra parte do país. A unidade de conservação protege os últimos remanescentes de vegetação de parque espinilho ou estepe parque no Brasil, uma formação vegetal com aspecto de savana e que está biogeograficamente relacionada ao Chaco. O P. E. do Espinilho tem área de 1.617 ha e situa-se no extremo oeste do Rio Grande do Sul, no município de Barra do Quaraí. Abrange áreas em ambas as margens da BR-472, bem próximo à sede do município, e é cortado pelo arroio Quaraí-chico, afluente do rio Uruguai. Uma inovação deste ano foi a “esticada” até a localidade de Pai Passo (30°16’25”S, 57°25’45”W), por sugestão do casal de observadores Ricardo de Oliveira e Gina Bellagamba, de Uruguaiana, que encontramos na sede do Parque no dia 6. Essa localidade é acessada por uma estrada de chão que inicia logo a oeste da sede e passa ao sul da unidade de conservação. A visita ao Pai Passo foi mais do que proveitosa e rendeu várias espécies que não havíamos registrado no P. E. do Espinilho. Valeu pela dica e pela companhia, Ricardo e Gina! A despeito de ser final de outono, as temperaturas se mantiveram altas durante a excursão, beirando ou até alcançando a marca dos 30°C. O forte calor, o céu Relatório da Excursão do Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre ao Parque Estadual do Espinilho 4 a 7 de junho de 2015 Glayson Bencke

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INTRODUÇÃO

O grande sucesso da saída do COA ao Parque Estadual do Espinilho em 2014 levou o grupo de volta a esse pedacinho muito especial do Rio Grande do Sul, onde se podem ver espécies que não são encontradas em nenhuma outra parte do país. A unidade de conservação protege os últimos remanescentes de vegetação de parque espinilho – ou estepe parque – no Brasil, uma formação vegetal com aspecto de savana e que está biogeograficamente relacionada ao Chaco. O P. E. do Espinilho tem área de 1.617 ha e situa-se no extremo oeste do Rio Grande do Sul, no município de Barra do Quaraí. Abrange áreas em ambas as margens da BR-472, bem próximo à sede do município, e é cortado pelo arroio Quaraí-chico, afluente do rio Uruguai. Uma inovação deste ano foi a “esticada” até a localidade de Pai Passo (30°16’25”S, 57°25’45”W), por sugestão do casal de observadores Ricardo de Oliveira e Gina Bellagamba, de Uruguaiana, que encontramos na sede do Parque no dia 6. Essa localidade é acessada por uma estrada de chão que inicia logo a oeste da sede e passa ao sul da unidade de conservação. A visita ao Pai Passo foi mais do que proveitosa e rendeu várias espécies que não havíamos registrado no P. E. do Espinilho. Valeu pela dica e pela companhia, Ricardo e Gina! A despeito de ser final de outono, as temperaturas se mantiveram altas durante a excursão, beirando ou até alcançando a marca dos 30°C. O forte calor, o céu

Relatório da Excursão do

Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre ao

Parque Estadual do Espinilho 4 a 7 de junho de 2015

Glayson Bencke

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encoberto e o vento atrapalharam as observações em alguns momentos, mas em geral as atividades transcorreram sem interrupções. Observamos um total de 112 espécies, sendo 93 dentro do Parque. Fizemos o segundo registro no Rio Grande do Sul do pica-pau-anão-barrado e outros importantes registros de espécies raras ou ainda pouco conhecidas no Rio Grande do Sul, como o cardeal-amarelo, o olho-de-ouro, o alegrinho-trinador, a maria-cavaleira e a iraúna-de-bico-branco. As duas últimas e mais o sanhaço-de-fogo, o pica-pauzinho-verde-carijó, o gaviãozinho e o caneleirinho-verde, entre outros, só foram observados no Pai Passo. Em compensação, não registramos duas das especialidades do Parque, que são o corredor-crestudo e o rabudinho, o que pode refletir um escasseamento dessas espécies. Além disso, tanto na viagem de ida quanto na de retorno, alguns participantes fizeram observações por conta própria em áreas dos municípios de Uruguaiana e Barra do Quaraí, com excelentes resultados. Esses registros, entretanto, não foram incluídos neste relatório. Apesar de já se ter passado um ano desde a primeira visita do COA, a precariedade da segurança do Parque descrita no relatório anterior permanece inalterada. Não há guarda-parques para protegê-lo e a gestora segue sendo a única funcionária da unidade de conservação. A sede conta com vigilância terceirizada, mas por ocasião da nossa visita já fazia um mês que não havia energia elétrica. Em uma breve apresentação ao grupo, a gestora falou de algumas outras dificuldades enfrentadas na gestão da área. Por outro lado, o turismo de observação de aves avança a passos largos por toda a região, mesmo que ainda na completa informalidade, e o Parque segue sendo o destino principal dos observadores. A seguir são apresentados comentários sobre as espécies registradas durante a excursão, enfatizando-se as observações mais relevantes e as informações quantitativas. As espécies registradas dentro dos limites do P. E. do Espinilho aparecem marcadas com um asterisco. Aquelas consideradas ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul, segundo o Decreto Estadual 51.797, de 8 de setembro de 2014, estão assinaladas pela sigla “AM” após o nome científico. A sequência sistemática e os nomes científicos seguem a mais recente lista do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO 2014)1. Nossos agradecimentos à Divisão de Unidades de Conservação, pela autorização concedida para a visita, e à gestora do Parque, Tatiane Uchôa, pela acolhida e pelo apoio durante nossa estada na área.

ITINERÁRIO Quinta-feira, 4 de junho Dia reservado à viagem, sem observações conjuntas pelo grupo. Sexta-feira, 5 de junho

1 Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (2014) Listas das aves do Brasil. 11ª Edição,

1/1/2014, Disponível em <http://www.cbro.org.br>.

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Iniciamos as observações às 7:30h na sede do P. E. do Espinilho, de onde rumamos para leste, percorrendo áreas de parque espinilho pastejado (com gado). Cruzamos a estrada que corta a área no sentido norte–sul e seguimos até encontrar um córrego de águas semi-estagnadas que drena para o arroio Quaraí-chico, formando algumas áreas brejosas. Dali retornamos até encontrar novamente a estrada interna do Parque, de onde acessamos a BR-472 para voltar à sede (13h). À tarde, a partir das 14:30h, fomos até a trilha do Engenho, atravessando inicialmente restevas de arroz até chegar ao Parque. Ali acompanhamos um canal que se conecta ao rio Quaraí-chico, atravessando áreas de vegetação arbustiva, matinhas alagáveis, banhados e descampados com árvores e arvoretas esparsas. Uma parte do grupo voltou ao Parque a partir das 15:30h, para tentar melhorar alguns registros fotográficos da manhã, e o restante permaneceu na trilha do Engenho até 17:30h. O dia foi quente. As temperaturas no final da manhã se aproximaram dos 30°C, muito acima do normal para a época. O tempo permaneceu parcialmente encoberto e predominantemente ensolarado, mas com períodos de céu carregado e breves chuvas fracas durante a manhã. O vento fraco da madrugada se intensificou a partir das 10h. Sábado, 6 de junho A previsão de termos um dia de tempo firme se confirmou e amanheceu claro, com vento fraco. Pela manhã, percorremos a trilha do Cata-vento, ao norte da rodovia, atravessando matagais arbustivos cerrados e uma extensa mancha de parque espinilho não pastejado. Segundo informações da gestora da unidade, nessa área o gado começou a ser retirado há cerca de oito anos e o capim nativo entre as arvoretas está bem alto e denso. Como no dia anterior, o vento se intensificou à medida que a temperatura se elevou. Saímos dessa área às 12h. Na sede, tivemos a satisfação de cruzar com os guias locais Gina e Ricardo, que estavam de passagem, acompanhados dos observadores de aves Paulo e Márcia (de Santo Ângelo). Também se juntou ao grupo um observador de aves de Barra do Quaraí (Rodolfo), a convite da gestora do Parque. Fomos todos até uma propriedade particular na localidade de Pai Passo, situada às margens do rio Quaraí e a cerca de 10 km a sudeste do P. E. do Espinilho, em linha reta (veja Relato dos Associados no site do COA-POA em http://www.coapoa.org/index.php/relatos-dos-associados/162-parque-estadual-do-

espinilho). No caminho, paramos brevemente em um grande açude cortado ao meio pela estrada (30°15’04”S, 57°27’13”W), para observações de aves aquáticas. Domingo, 7 de junho Dia reservado à viagem de retorno, sem observações conjuntas pelo grupo. Deixamos Barra do Quaraí a partir das 7h, com céu carregado e previsão de chuvas.

ESPÉCIES REGISTRADAS TINAMÍDEOS (inambus e perdizes) 1. PERDIZ (Nothura maculosa)*

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Comum no entorno do Parque, mas dentro da unidade de conservação, tal como em 2014, só vimos essa espécie na trilha do Cata-vento, perto da bifurcação principal, em área de parque espinilho com capinzal bem desenvolvido. ANHIMÍDEOS (tachãs) TACHÃ (Chauna torquata) No grande açude atravessado a caminho do Pai Passo, vimos uma concentração de tachãs com 83 + 25 indivíduos espalhados por duas áreas cobertas por grama baixa junto à margem do reservatório. ANATÍDEOS (patos, marrecas e cisnes) MARRECA-PÉ-VERMELHO (Amazonetta brasiliensis)* Espécie comum na região. Vimos algumas poucas em áreas pantanosas e alagadas perto do arroio Quaraí-chico, na manhã do dia 5. Vista também no açude ao longo da estrada para o Pai Passo. MARRECA-PARDINHA (Anas flavirostris)* Surpreendentemente, um par pousou no chão seco em pleno parque espinilho, longe da água, na manhã do dia 5. MARRECÃO (Netta peposaca) Um macho entre várias outras marrecas na margem do grande açude que atravessamos a caminho do Pai Passo. No Rio Grande do Sul, a espécie ocorre principalmente como um visitante de outono/inverno. PODICIPEDÍDEOS (mergulhões) MERGULHÃO-GRANDE (Podicephorus major) Um visto ao longe, no açude ao longo do caminho para o Pai Passo. CICONÍDEOS (cegonhas) CABEÇA-SECA (Mycteria americana)* O registro de uma ave voando para oeste sobre a área do Engenho na tarde quente do dia 5 causou surpresa, já que essa cegonha é migratória no estado e está ausente entre maio e outubro. A proximidade de algumas colônias reprodutivas na Província de Corrientes pode explicar a presença da espécie aqui em data tão avançada. FALACROCORACÍDEOS (biguás e cormorões) BIGUÁ (Phalacrocorax brasilianus)* Sobrevoando o Parque perto do arroio Quaraí-chico, na trilha do Engenho (dia 5). Razoavelmente comum na região. ARDEÍDEOS (garças e socós)

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SOCÓ-BOI-VERDADEIRO (Tigrisoma lineatum)* Dois encontros: um foi espantado em uma área pantanosa com densa vegetação arbustiva perto do arroio Quaraí-chico, no dia 5 pela manhã, e outro foi visto ao longo da trilha do Engenho, na tarde do mesmo dia. GARÇA-MOURA (Ardea cocoi)* Um indivíduo pousado, após atravessarmos a mata ripária do arroio Quaraí-chico, na trilha do Engenho (dia 5). GARÇA-BRANCA-GRANDE (Ardea alba)* Uma pousou sobre galhos secos na margem da drenagem pantanosa atravessada na manhã do dia 5, perto do arroio Quaraí-chico, praticamente “pedindo” para ser fotografada. MARIA-FACEIRA (Syrigma sibilatrix) Na resteva de arroz, a caminho da trilha do Engenho (dia 5). GARÇA-BRANCA-PEQUENA (Egretta thula) Um indivíduo pescando em açude no caminho para o Pai Passo, na tarde do dia 6. TRESKIORNITÍDEOS (maçaricos e colhereiro) MAÇARICO-PRETO (Plegadis chihi)* Sobrevoando o Parque em pequeno número na manhã do dia 5. Abundante na região. MAÇARICO-DE-CARA-PELADA (Phimosus infuscatus)* Visto sobrevoando o Parque na manhã do dia 5. No dia seguinte, na área do Pai Passo, vários bandos passaram voando ao entardecer na direção leste–oeste, alguns com várias dezenas de indivíduos. MAÇARICO-REAL (Theristicus caerulescens)* Ouvido algumas vezes na área do Parque. COLHEREIRO (Platalea ajaja) Alimentando-se na margem de açude, no caminho para o Pai Passo. CATARTÍDEOS (urubus) URUBU-DE-CABEÇA-VERMELHA (Cathartes aura) Um voando sobre o rio Quaraí, no dia 6 à tarde (Pai Passo). Parece ser mais raro na região do que a espécie a seguir, como já notado na saída de 2014. URUBU-DE-CABEÇA-AMARELA (Cathartes burrovianus)* O único urubu visto sobre as áreas de parque espinilho. Incomum. ACIPITRÍDEOS (gaviões e águias) GAVIÃO-DO-BANHADO (Circus buffoni)*

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Um belo macho sobrevoando banhados, campos e matas ripárias ao longo da trilha do Engenho, na tarde quente do dia 5. Outro indivíduo voando sobre o rio Quaraí, no Pai Passo. GAVIÃOZINHO (Accipiter striatus) No Pai Passo, enquanto parte do grupo tentava fotografar um sebinho-olho-de-ouro, um adulto emergiu subitamente de dentro da mata e pousou por alguns segundos sobre um galho grosso perto do chão e a poucos metros dos observadores. Quando todos achavam que tinha ido embora e enquanto ainda comentávamos o registro, a ave reapareceu dando uma guinada ascendente na copa de uma árvore próxima, atrás de passarinhos que estavam forrageando por ali, claramente em comportamento de caça. Show pra quem viu! Como há suspeita de que o gaviãozinho seja migratório no Rio Grande do Sul, é sempre importante documentar registros de aves adultas no período de outono/inverno. GAVIÃO-CABOCLO (Heterospizias meridionalis)* Um adulto foi visto em diversas oportunidades perto da sede, inclusive usando um dos postes da entrada como poleiro. Outro visto perto do arroio Quaraí-chico no final da manhã do dia 5. Muito comum na região. GAVIÃO-CARIJÓ (Rupornis magnirostris)* Visto algumas vezes, em diversos ambientes. ARAMÍDEOS (carão) CARÃO (Aramus guarauna)* Observado ao longo do canal que acompanha a trilha do Engenho, na tarde do dia 5. RALÍDEOS (saracuras e frangos-d´água) SARACURUÇU (Aramides ypecaha)* Presente nas áreas pantanosas perto do arroio Quaraí-chico, na manhã do dia 5, e também na área do Pai Passo. SARACURA-TRÊS-POTES (Aramides cajaneus)* Entre uma chuvinha e outra, essa espécie subitamente começou a cantar bem perto do grupo na matinha baixa da drenagem atravessada no final da manhã do dia 5, já próximo ao arroio Quaraí-chico. GALINHOLA (Gallinula galeata) Vários indivíduos na margem do açude atravessado no caminho para o Pai Passo. CARADRIÍDEOS (quero-quero e batuíras) QUERO-QUERO (Vanellus chilensis)* Sobrevoante dos ambientes mais abertos do Parque.

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JAÇANÍDEOS (jaçanãs) JAÇANÃ (Jacana jacana) Registrado no entorno do Parque. COLUMBÍDEOS (pombos) ROLINHA-PICUÍ (Columbina picui)* Comum na vegetação de parque espinilho. POMBÃO (Patagioenas picazuro)* Comum na região, mas menos comum que a espécie a seguir na formação de parque espinilho. POMBA-DO-ORVALHO (Patagioenas maculosa)* Comumente avistada na vegetação de parque espinilho, pousada em duplas ou trios na ponta das arvoretas ou em fios elétricos. Sua voz rouca foi ouvida com frequência. Também presente na área do Pai Passo. POMBA-DE-BANDO (Zenaida auriculata)* Comum a abundante na região e em várias áreas do Parque. JURITI-PUPU (Leptotila verreauxi)* Vista e ouvida ocasionalmente. CUCULÍDEOS (cucos e anus) ANU-BRANCO (Guira guira)* Bando na trilha do Engenho (dia 5), repetindo a observação de 2014. TITONÍDEOS E ESTRIGÍDEOS (corujas) CORUJINHA-DO-MATO (Megascops choliba)* Um par frequentava as árvores altas em frente ao hotel onde o grupo ficou hospedado, dentro da cidade de Barra do Quaraí. Foi possível perceber sutis diferenças na cor da plumagem e da íris dos dois indivíduos. Na única incursão noturna da excursão, no do dia 6, outro par foi atraído com playback na área de parque espinilho com gado, ao sul da BR-472. Uma das aves, em particular, pousou bem em frente aos observadores em duas ocasiões, garantindo boas fotos. TROQUILÍDEOS (beija-flores) BEIJA-FLOR-DOURADO (Hylocharis chrysura)* Apenas um registro, na vegetação de parque espinilho. ALCEDINÍDEOS (martins-pescadores) MARTIM-PESCADOR-GRANDE (Megaceryle torquata) Um no rio Quaraí, na localidade de Pai Passo.

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MARTIM-PESCADOR-VERDE (Chloroceryle amazona)* Registrado junto à drenagem de águas paradas perto do Quaraí-chico, na manhã do dia 5. PICÍDEOS (pica-paus) PICA-PAU-ANÃO-BARRADO (Picumnus cirratus) Esse pica-pau-anão foi registrado pela primeira vez no Rio Grande do Sul durante a saída do COA-POA ao P. E. do Espinilho de 2014. O registro foi divulgado na revista Atualidades Ornitológicas (veja em http://www.coapoa.org/index.php/noticias/217-coa-poa-registra-nova-especie-no-rio-

grande-do-sul). Embora tenhamos revisitado exatamente o ponto onde se deu

esse registro, não reencontramos a espécie no Parque em 2015. Em compensação, topamos como uma fêmea na área do Pai Passo, no dia 6. Infelizmente, o registro não foi documentado e somente alguns poucos observadores viram a ave, que logo desapareceu dentro da densa vegetação. De qualquer forma, amplia-se com esse novo registro a distribuição conhecida do pica-pau-anão-barrado no Rio Grande do Sul. PICA-PAU-BRANCO (Melanerpes candidus)* Ouvido na sede, no dia 6. PICAPAUZINHO-VERDE-CARIJÓ (Veniliornis spilogaster) Bem visto na área do Pai Passo. PICAPAUZINHO-CHORÃO (Veniliornis mixtus)* ‒ AM Pica-pau que, no Rio Grande do Sul, ocorre quase que exclusivamente dentro do P. E. do Espinilho. Foi visto e fotografado algumas vezes nos dias 5 e 6, provavelmente tratando-se do mesmo indivíduo, ao longo da estrada que corta as áreas de parque espinilho com pastejo, ao sul da rodovia. PICA-PAU-VERDE-BARRADO (Colaptes melanochloros)* É o pica-pau mais comum na vegetação de parque espinilho. PICA-PAU-DO-CAMPO (Colaptes campestris)* Visto algumas poucas vezes, dentro e fora do Parque. FALCONÍDEOS (falcões e caracaras) CARACARÁ (Caracara plancus)* Sobrevoando ocasionalmente o Parque. CHIMANGO (Milvago chimango)* Incomum como sobrevoante do Parque. QUIRIQUIRI (Falco sparverius)* Uma fêmea vista em vários momentos na área da sede. Presente também no entorno da unidade de conservação.

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FALCÃO-DE-COLEIRA (Falco femoralis)* Visto sobre a mata ripária do arroio Quaraí-chico, na trilha do Engenho (dia 5, à tarde). PSITACÍDEOS (araras, papagaios e periquitos) CATURRITA (Myiopsitta monachus)* Abundante nas áreas de parque espinilho. Havia um ninho dessa espécie em praticamente cada poste dentro do Parque, alguns com até 15 aves associadas. TAMNOFILÍDEOS (chocas) CHOCA-DE-BONÉ-VERMELHO (Thamnophilus ruficapillus)* Presente nas áreas com vegetação arbustiva mais densa, ao longo da rodovia e na trilha do Cata-vento. CHOCA-DA-MATA (Thamnophilus caerulescens)* Na mata do arroio Quaraí-chico, trilha do Engenho. DENDROCOLAPTÍDEOS (arapaçus) ARAPAÇU-PLATINO (Drymornis bridgesii)* Dessa vez só conseguimos ouvir esse arapaçu fantástico, em vários pontos ao longo do trajeto percorrido na manhã do dia 5. Tentativas de atraí-lo com playback foram infrutíferas, frustrando a expectativa de muitos. Felizmente, alguns conseguiram vê-lo na viagem de retorno, perto de Uruguaiana. ARAPAÇU-DO-CERRADO (Lepidocolaptes angustirostris)* Esse arapaçu típico das matas do oeste do Rio Grande do Sul mostrou-se razoavelmente comum na vegetação de parque espinilho. Ao contrário da espécie anterior, expôs-se aos observadores em várias ocasiões, permitindo boas fotos. FURNARÍDEOS (joões-de-barro, limpa-folhas etc) JOÃO-DE-BARRO (Furnarius rufus)* Comum em toda a parte, aos casais. TREPADOR-QUIETE (Syndactyla rufosuperciliata)* Um foi ouvido no início da trilha do Catavento, no dia 6, pela manhã, na capoeira densa. COPERETE (Pseudoseisura lophotes)* ‒ AM Uma das especialidades do P. E do Espinilho. Na manhã do dia 5, tivemos cerca de cinco encontros com esse pássaro robusto e barulhento ao sul da BR-472, na área de parque espinilho com presença de gado. Visto em duplas ou trios. Observamos o canto em dueto do casal, emitido pelas aves a partir do topo das arvoretas, com as asas entreabertas.

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TIO-TIO-PEQUENO (Phacellodomus sibilatrix)* A observação dessa espécie era uma das expectativas do grupo, pois se trata de um pássaro descoberto apenas recentemente no Brasil e de ocorrência restrita ao P. E. do Espinilho. O privilégio de encontrá-lo coube a um único observador, que se desgarrou do grupo no final da manhã do dia 5, perdeu a trilha e decidiu voltar por outro caminho. Resultado: topou com a espécie e até conseguiu fotografá-la! Santa perdida... GRAVETEIRO (Phacellodomus ruber)* Ouvimos o canto forte dessa espécie vindo da matinha ripária do arroio Quaraí-chico, perto do final da trilha do Engenho. Um grande ninho de gravetos em forma de retorta, sobre um remanso do canal que acompanha a trilha, denunciou a presença dessa espécie típica da região da fronteira, ao longo do rio Uruguai. COCHICHO (Anumbius annumbi)* Um par frequentava um ninho bem em frente à cada da sede. BICHOITA (Schoeniophylax phryganophilus)* Ouvida a partir da sede e em alguns outros pontos do Parque. Discreta. PETRIM (Synallaxis frontalis)* Pássaro típico da metade oeste do estado, mas que aparece localmente também no leste. Registrado em diversos pontos, porém apenas pela voz característica, uma imitação imperfeita do seu nome comum. Frequenta densas formações arbustivas, onde é difícil de enxergar. LENHEIRO (Asthenes baeri)* O lenheiro é típico das savanas com espinilhos da região oeste. Foi observado e fotografado em algumas ocasiões, mas ouvido em diversas outras, sempre na área de parque espinilho com gado. Razoavelmente comum. ARREDIO (Cranioleuca pyrrhophia)* Razoavelmente comum no Parque, onde um casal estava aparentemente incorporando material a um ninho esférico perto do arroio Quaraí-chico. Seria para abrigo de inverno? Presente também na área do Pai Passo. TITIRÍDEOS (anambés e caneleiros) CANELEIRINHO-VERDE (Pachyramphus viridis)* Ouvido na mata ripária do rio Quaraí, no Pai Passo. RINCOCICLÍDEOS (papa-moscas, borboletinhas, tororós etc) OLHO-DE-OURO (Hemitriccus margaritaceiventer)* Esse pequeno papa-moscas típico de regiões semi-áridas do interior do continente foi descoberto no estado somente em 2007, mas atualmente é conhecido de uma série de localidades ao longo da fronteira oeste, desde as Missões até Barra do Quaraí. Os registros no P. E. do Espinilho, contudo, são muito recentes. Registramos a espécie em um total de quatro ocasiões. O

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primeiro foi visto e fotografado na borda arbustiva da mata baixa ao longo da trilha do Engenho, na tarde do dia 5. Na manhã do dia seguinte, registramos mais dois (um fotografado) em diferentes pontos do trecho inicial da trilha do Cata-vento. Por fim, mais um foi visto e fotografado na área do Pai Passo. Em todas as oportunidades, a ave estava dentro da vegetação arbustiva muito ramificada, entre 0,5 e 3 m do chão, raramente expondo-se. Aparentemente a espécie vem expandindo sua distribuição no estado. TIRANÍDEOS (guaracavas, piolhinhos, alegrinhos, suiriris, bem-te-vis etc) BARULHENTO (Euscarthmus meloryphus)* Essa espécie é tida como migratória no Rio Grande do Sul, estando presente durante a primavera e o verão. Os poucos registros de inverno no estado são muito recentes. Registramos três indivíduos no início da trilha do Cata-vento e um quarto no retorno por essa mesma trilha, na manhã do dia 6. É possível que a espécie esteja começando a invernar no estado em razão de mudanças climáticas, tornando-se parcialmente migratória por aqui e, no futuro, quem sabe até residente. É evidente, contudo, que o barulhento vem expandindo sua distribuição no Rio Grande do Sul, hoje ocorrendo em muitas localidades do leste onde não era conhecido até o início da década passada. Vive escondido dentro da vegetação arbustiva densa, sendo difícil de observar e um desafio para os fotógrafos de aves. RISADINHA (Camptostoma obsoletum)* Visto e ouvido na margem do rio Quaraí, no Pai Passo. SUIRIRI-CINZENTO (Suiriri suiriri)* Um visto de relance na manhã do dia 5, ainda perto da sede, e um trio atraído por playback na manhã do dia seguinte, na trilha do Cata-vento. Discreto. ALEGRINHO (Serpophaga subcristata)* Comum na vegetação de parque espinilho. ALEGRINHO-TRINADOR (Serpophaga griseicapilla)* Visitante de inverno vindo de oeste, registrado no Brasil pela primeira vez apenas em 2001, perto do P. E. do Espinilho. Ocorre pontualmente em diversas regiões do estado, mas de forma mais disseminada no oeste. Ouvimos a espécie perto do arroio Quaraí-chico, no final da manhã do dia 5, mas não foi possível observá-la. MARIA-CAVALEIRA (Myiarchus ferox) Logo que chegamos ao Pai Passo, essa espécie se manifestou a partir da borda da mata ripária do rio Quaraí. Após vários playbacks e alguns minutos de expectativa, um par finalmente deu as caras e se expôs aos observadores e fotógrafos por um bom tempo. Uma das aves desceu das copas e ficou pousada à sombra bem perto do grupo, deixando-se fotografar. Até muito recentemente, essa espécie era conhecida aqui no estado por apenas um registro muito antigo, de Itaqui. A partir de 2010, vários novos registros se tornaram conhecidos, todos no extremo norte e numa estreita faixa da fronteira oeste, paralela ao rio Uruguai. Nosso registro parece ser o primeiro para o

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município de Barra do Quaraí e a espécie permanece sem registros em território uruguaio. BEM-TE-VI (Pitangus sulphuratus)* Comum, mas pouco numeroso na vegetação de parque espinilho. SUIRIRI-CAVALEIRO (Machetornis rixosa) Visto somente nos arredores do Parque. SUIRIRI-PEQUENO (Satrapa icterophrys)* Um belo exemplar, com o lado inferior amarelo intenso, foi visto ao longo da trilha do Engenho, em área aberta com árvores. PRIMAVERA (Xolmis cinereus) Uma vista na resteva de arroz entre a BR-472 e o arroio Quaraí-chico, a noroeste da sede, no retorno da trilha do Engenho. NOIVINHA-COROADA (Xolmis coronatus)* Outro visitante de inverno, vindo do sul do continente. A bela plumagem alvinegra dessa espécie pôde ser muito bem apreciada por todos logo nos primeiros minutos do primeiro dia de observações, quando ainda estávamos perto da sede. Mais adiante, vimos um segundo indivíduo. Só foi registrada na área de parque espinilho com gado, mas em 2014 foi observada também na trilha do Engenho. NOIVINHA (Xolmis irupero)* Vista em área de parque espinilho esparso. Incomum. VIREONÍDEOS (juruviaras e pitiguari) GENTE-DE-FORA-VEM OU PITIGUARI (Cyclarhis gujanensis)* Tal como em 2014, ouvido na vegetação mais densa e alta ao longo do trecho inicial da trilha do Cata-vento, no dia 6 pela manhã. CORVÍDEOS (gralhas) GRALHA-PICAÇA (Cyanocorax chrysops)* Ouvida na mata que acompanha a trilha do Engenho, na tarde do dia 5. Também vista e fotografada no Pai Passo, onde foi flagrada revirando o depósito de lixo da propriedade. HIRUNDINÍDEOS (andorinhas) ANDORINHA-DE-TESTA-BRANCA (Tachycineta leucorrhoa)* Da mesma forma que no ano anterior, a única andorinha vista durante a excursão. Pequenos bandos sobrevoando alto o parque foram vistos em diversos pontos. Comum. TROGLODITÍDEOS (corruíras)

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CORRUÍRA (Troglodytes musculus)* Em alguns pontos do Parque e também no Pai Passo. POLIOPTILÍDEOS (balança-rabos) BALANÇA-RABO-DE-MÁSCARA (Polioptila dumicola)* Embora não tenha sido a espécie mais abundante no parque, seguramente foi a mais frequentemente observada. Presente em toda a parte, geralmente aos casais. Diversos cantos foram ouvidos, expondo a grande versatilidade vocal da espécie e às vezes nos deixando em dúvida quanto à identidade do emissor. TURDÍDEOS (sabiás) SABIÁ-LARANJEIRA (Turdus rufiventris)* Apenas um ou dois registros, inclusive na área de parque espinilho com pastejo. SABIÁ-POCA (Turdus amaurochalinus)* O sabiá mais visto durante a saída, mas ainda assim pouco comum na área. MIMÍDEOS (sabiás-do-campo) SABIÁ-DO-CAMPO (Mimus saturninus)* Na sede e em alguns pontos dentro do Parque, em vegetação de parque espinilho. CALHANDRA-DE-TRÊS-RABOS (Mimus triurus)* Foi o migrante de inverno mais comum durante a saída. No dia 5, um desceu à estrada que corta o parque ao sul da rodovia, bem em frente ao grupo, e pôde ser demoradamente observado e fotografado. Caminhava no solo com a cauda empinada em ângulo de 30° a 45° em relação à horizontal e asas meio caídas, catando pequenas presas na vegetação rasteira e no solo com pedriscos. MOTACILÍDEOS (caminheiros) CAMINHEIRO-ZUMBIDOR (Anthus lutescens) Ouvido na resteva de arroz, a caminho da trilha do Engenho, na tarde do dia 5. PASSERELÍDEOS (tico-ticos e afins) TICO-TICO (Zonotrichia capensis)* Comum no interior do parque, na vegetação de parque espinilho. Ocasionalmente associado a outras espécies de pássaros granívoros, em bandos mistos de inverno. PARULÍDEOS (pula-pulas e mariquitas) MARIQUITA (Setophaga pitiayumi)*

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Uma foi vista na vegetação mais densa ao longo do trecho inicial da trilha do Catavento, no dia 6. PULA-PULA (Basileuterus culicivorus)* Detectado em alguns pontos com vegetação arbórea mais fechada e alta. PULA-PULA-ASSOBIADOR (Myiothlypis leucoblephara)* Idem à espécie anterior. ICTERÍDEOS (pássaros-pretos, soldados e guaxe) IRAÚNA-DE-BICO-BRANCO (Procacicus solitarius) A iraúna-de-bico-branco é conhecida de poucas localidades no Rio Grande do Sul. Na área do Pai Passo, Ricardo nos chamou a atenção para duas aves que se aproximaram enquanto tentávamos fotografar o olho-falso, já perto do final da tarde. As aves ocultaram-se dentro de moitas de árvores e arvoretas densas na área aberta perto do passo, emitindo de vez em quando a voz rouca. Depois rumaram para a mata do rio Quaraí. Infelizmente, poucos a viram. ENCONTRO (Icterus pyrrhopterus)* Dois bem observados na área do Pai Passo. Também presente no Parque. ASA-DE-TELHA (Agelaioides badius)* Bandinho acompanhando capacetinhos, tico-ticos e outras aves pequenas, no banhado junto à trilha do Engenho. VIRA-BOSTA (Molothrus bonariensis)* A espécie mais abundante no parque espinilho durante a saída, formando bandos ou agregações esparsas em alguns pontos. Especialmente abundante perto do arroio Quaraí-chico, ao sul da BR-472, na manhã do dia 5. VIRA-BOSTA-PICUMÃ (Molothrus rufoaxillaris)* Muito menos numeroso do que a espécie anterior, formando pequenos bandos. Em uma ocasião, um pousou ao lado de um macho de vira-bosta no alto de um poste, o que permitiu observar as sutis diferenças entre as duas espécies. Também uma fêmea de vira-bosta se agregou à dupla. Aí a coisa ficou pra lá de didática! POLÍCIA-INGLESA (Sturnella superciliaris)* Vários machos que estavam ocultos no capim ao longo da trilha do Engenho decolaram diante do grupo quando retornávamos pela trilha, na tarde do dia 5. TRAUPÍDEOS (trinca-ferros, sanhaços, saíras, tiês, cardeais, canários e papa-capins) TRINCA-FERRO-VERDADEIRO (Saltator similis)* Visto lado a lado com as duas espécies seguintes, em um mesmo ponto da trilha do Cata-vento, na manhã do dia 6. Também presente na área do Pai Passo.

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SABIÁ-GONGÁ (Saltator coerulescens)* Outra espécie apenas recentemente registrada no Rio Grande do Sul, onde os primeiros registros foram feitos justamente no P. E. do Espinilho. Assim como o olho-de-ouro, hoje é conhecido de diversas localidades ao longo de uma ampla faixa paralela à margem esquerda do rio Uruguai, desde as Missões até Barra do Quaraí. No dia 6, a observação de três espécies do gênero Saltator em um mesmo ponto da trilha do Cata-vento causou grande excitação no grupo. Detalhes que diferenciam as três espécies, como a extensão do supercílio e a cor da garganta, puderam ser perfeitamente observados na ocasião. BICO-DURO (Saltator aurantiirostris)* No Parque, foi a espécie mais comum e amplamente distribuída do gênero. Seu canto potente foi ouvido em vários pontos, inclusive no Pai Passo, onde um macho deixou-se observar e fotografar a curta distância por um bom número de observadores. SANHAÇU-FRADE (Stephanophorus diadematus)* Um na matinha ripária ao longo da trilha do Engenho (dia 5). CARDEAL (Paroaria coronata)* Comum na região. Presente em bom número nas áreas de parque espinilho. SANHAÇU-PAPA-LARANJA (Pipraeidea bonariensis)* Visto voando alto sobre a trilha do Cata-vento, no dia 6, em dois pontos. QUEM-TE-VESTIU (Poospiza nigrorufa)* O único registro foi de um indivíduo em uma moita arbustiva dentro do banhado ao norte da trilha do Engenho. Estava junto com capacetinhos e tico-ticos. CAPACETINHO (Poospiza melanoleuca)* Razoavelmente comum. Encontrado em diversos ambientes, como parque espinilho com e sem gado, capoeiras densas na beira da estrada e moitas arbustivas dentro de zonas brejosas. Geralmente em pequenos grupos de três a cinco indivíduos, às vezes associado a outras espécies. CANÁRIO-DA-TERRA-VERDADEIRO (Sicalis flaveola)* Registrado em vários pontos do Parque. TIPIO (Sicalis luteola)* Sobrevoando o Parque em ambos os dias de observação. CARDEAL-AMARELO (Gubernatrix cristata)* ‒ AM Mais uma vez a observação dessa espécie vistosa e criticamente ameaçada no Rio Grande do Sul foi um dos pontos altos da saída. Sem dúvida, era a maior expectativa do grupo antes da viagem, haja vista as excelentes observações realizadas pelo COA em 2014! O primeiro encontro foi com um macho isolado que estava cantando espontaneamente a partir do topo de uma arvoreta, perto da drenagem atravessada na manhã do dia 5. A ave estava em uma área com afloramentos arenosos (onde o solo é apenas parcialmente coberto de vegetação rasteira e rala, deixando à mostra o substrato arenoso

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esbranquiçado), ligeiramente mais elevada do que o terreno à volta. Mais adiante, a mais ou menos 700m desse ponto, localizamos um casal, cujo macho estava anilhado. Essas aves voaram progressivamente mais para o noroeste e, depois, para oeste, à medida que tentávamos uma aproximação. Ambos os registros ocorreram em vegetação de parque espinilho relativamente baixo e esparso. Tal como em 2014, não foi preciso playback para localizar a espécie. CARDINALÍDEOS (azulões) SANHAÇU-DE-FOGO (Piranga flava) Um belo casal apareceu já perto do final da tarde do dia 6 à margem do rio Quaraí, no Pai Passo. Permaneceram ocultos na maior parte do tempo e depois rumaram para terras uruguaias. AZULÃO (Cyanoloxia brissonii)* Um macho e depois uma fêmea registrados em diferentes pontos da trilha do Cata-vento completaram a turma dos “bicudos” vistos na manhã do dia 6. PASSERÍDEOS (pardais) PARDAL (Passer domesticus)* Presente em bom número na sede do parque. Lista dos participantes (em ordem alfabética): Eduardo Almeida dos Santos Fernanda Ribeiro Fernando de Miranda Ramos Gilberto Sander Müller Glayson Ariel Bencke Jair Kray

Jefferson Silva Juliana Gerhardt Jurema Josefa Marcelo Meller Alievi Rosane Vera Marques Roberto Luiz Dall Agnol

(Compilado por G. A. Bencke)

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ANEXO FOTOGRÁFICO

Acima, foto oficial do grupo, em frente à sede do Parque Estadual do Espinilho. Embaixo, o COA com a gestora do Parque, os guias Ricardo e Gina e os observadores Paulo, Márcia e Rodolfo, na área do Pai Passo (Gilberto S. Müller).

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Da esquerda para a direita e de cima para baixo: maria-cavaleira, sabiá-gongá, noivinha-coroada, macho de cardeal-amarelo (Jefferson Silva), bico-duro e macho de sanhaço-de-fogo (Gilberto S. Müller).

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Da esquerda para a direita e de cima para baixo: olho-falso (Glayson Bencke), tio-tio-pequeno (G. S. Müller), corujinha-do-mato (Roberto Dall Agnol) e coperete (G. S. Müller).

Aspecto da vegetação de parque espinilho sem presença de gado (G. Bencke).