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Rebenta na febem rebelião, um vem com um refém e um facão. A mãe aflita grita logo: não! e gruda as mãos na grade do portão. Aqui no caos total do fim do mundo cão, tal a pobreza, tal a podridão, que assim nosso destino e direção: são um enigma, uma interrogação!

ão Porque não somos só intuiç ão ! nem só pé de chinelo, pé no ch ão !

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Page 1: ão Porque não somos só intuiç ão ! nem só pé de chinelo, pé no ch ão !

Rebenta na febem

rebelião, um vem com um refém e um facão.

A mãe aflita grita logo: não! e gruda as mãos na grade do portão.Aqui no caos total do fim do mundo cão, tal a pobreza, tal a podridão,

que assim nosso destino e direção: são um enigma, uma interrogação!

Page 2: ão Porque não somos só intuiç ão ! nem só pé de chinelo, pé no ch ão !

São ecos do ão!

Rebenta na febem

rebelião, um vem com um refém e um facão.

A mãe aflita grita logo: não! e gruda as mãos na grade do portão.Aqui no caos total do fim do mundo cão, tal a pobreza, tal a podridão,

que assim nosso destino e direção: são um enigma, uma interrogação!

E, se nos cabe apenas

decepção,

Page 3: ão Porque não somos só intuiç ão ! nem só pé de chinelo, pé no ch ão !

Não haverá então mais salvação!

E mais desgraça, mais degradação, concentração, Então a nossa contribuição não é senão

canção,

consolação!não, não, não!

má distribuição.

colapso, lapso, rapto, corrupção.E, se nos cabe apenas

decepção,

Page 4: ão Porque não somos só intuiç ão ! nem só pé de chinelo, pé no ch ão !

E, se nos cabe apenas

decepção, E mais desgraça,

Então a nossa contribuição não é senão

canção,

consolação!má distribuição.

colapso, lapso, rapto, corrupção.

São ecos do ão!

mais degradação, concentração,

Não haverá então mais salvação! não, não, não!

Pra transcender a densa dimensão da mágoa imensa então,

somente então, passar além da dor da condição

de inferno e céu nossa contradição.

Nós temos que fazer com precisão entre projeto e sonho a distinção.

Para sonhar enfim sem ilusão o sonho luminoso da razão.

São ecos do ão!

E se nos cabe só humilhação,impossibilidade de ascensão.

Page 5: ão Porque não somos só intuiç ão ! nem só pé de chinelo, pé no ch ão !

E se nos cabe só humilhação,impossibilidade de ascensão.

Um sentimento de desilusão e fantasias de compensação.

E é só ruína,

Não haverá então mais solução! não, não, não!

só devastação.tudo em construção e a vasta selva,

Page 6: ão Porque não somos só intuiç ão ! nem só pé de chinelo, pé no ch ão !

Um sentimento de desilusão e fantasias de compensação.

E é só ruína,

São ecos do ão!

Não haverá então mais solução! não, não, não!

só devastação.tudo em construção e a vasta selva,

E se nos cabe só humilhação,impossibilidade de ascensão.Porque não somos só intuiçãonem só pé de chinelo, pé no chão!

Page 7: ão Porque não somos só intuiç ão ! nem só pé de chinelo, pé no ch ão !

Nós temos violência e perversão, mas temos o talento e a invenção.desejos de beleza em

profusão,

a singeleza e a sofisticação, o choro, a bossa, o samba

ideias na cabeça, coração!

e o violão!

Porque não somos só intuiçãonem só pé de chinelo, pé no chão!

Page 8: ão Porque não somos só intuiç ão ! nem só pé de chinelo, pé no ch ão !

Porque não somos só intuição

Nós temos violência e perversão, mas temos o talento e a invenção.desejos de beleza em

profusão,

a singeleza e a sofisticação, o choro, a bossa, o samba

São ecos do ão!

nem só pé de chinelo, pé no chão!

ideias na cabeça, coração!

e o violão!

Mas, se nós temos planos, e eles são : o fim da fome e da

difamação.

Page 9: ão Porque não somos só intuiç ão ! nem só pé de chinelo, pé no ch ão !

Mas, se nós temos planos, e eles são : o fim da fome e da

difamação.Por que não pô-los logo em ação? tal seja agora a

inauguração da nova nossa civilização, tão singular igual ao nosso

ão. E sejam belos, livres, luminosos os nossos sonhos de nação.

Page 10: ão Porque não somos só intuiç ão ! nem só pé de chinelo, pé no ch ão !

Mas, se nós temos planos, e eles são : o fim da fome e da

difamação.Por que não pô-los logo em ação? tal seja agora a

inauguração da nova nossa civilização, tão singular igual ao nosso

ão. E sejam belos, livres, luminosos os nossos sonhos de nação.

( Lenine )

Formatado por [email protected]

Produzido em 04/10/2014