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15/06/2015 1 Prof. KOPÊ CAPÍTULO 10 APARELHO DE FUNDEAR E SUSPENDER 366 Prof. KOPÊ APARELHO DE SUSPENDER E FUNDEAR O aparelho de fundear e suspender é constituído pelo conjunto de âncoras, amarras, máquinas de suspender e todos os acessórios das amarras, como manilhas, escovéns, gateiras, mordentes, boças etc. Veremos item a item. Relembrar cap. 1: 1.154. Aparelho de fundear e suspender (fig.1-25) Compreende a máquina de suspender (cabrestante ou molinete utilizado para içar a âncora) e os acessórios que aguentam a amarra, tais como a abita, o mordente e a boça da amarra. 367

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Prof. KOPÊ

CAPÍTULO 10

APARELHO DE FUNDEAR E SUSPENDER

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Prof. KOPÊ

APARELHO DE SUSPENDER E FUNDEAR

• O aparelho de fundear e suspender é constituído pelo conjunto de âncoras, amarras, máquinas de suspender e todos os acessórios das amarras, como manilhas, escovéns, gateiras, mordentes, boças etc.

• Veremos item a item. • Relembrar cap. 1: 1.154. Aparelho de fundear e suspender (fig.1-25) – Compreende a máquina de suspender (cabrestante ou molinete utilizado para içar a âncora) e os acessórios que aguentam a amarra, tais como a abita, o mordente e a boça da amarra.

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Âncoras: • Comumente chamadas a bordo de os ferros do navio.

• Função: aguentar o navio no fundeadouro (contra forças

externas - ventos, correntezas ou ondas). • Por efeito de seu peso e desenho, a âncora possui a

qualidade de, se largada em determinado fundo do mar, fazer presa nele; se içada pela amarra, soltar-se com facilidade.

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Âncoras – tipos:

- ALMIRANTADO

- PATENTE

- DANFORTH

- ESPECIAIS E POITAS

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Âncoras – tipos: • Almirantado - Empregada até cerca de 1825. - Substituída pelas âncoras do tipo patente, devido dificuldades

de manobra e de arrumação. - Maior poder de unhar. - O cepo dá grande vantagem, qual seja, maior poder de unhar

à proporção que a amarra exerce esforço. - Veleiros - mais dependentes do aparelho de fundear por não

possuírem propulsão própria – ainda podem usar este tipo.

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Âncoras – tipos: • Patente - Não têm cepo. - Movimento dos braços: 30º a 45º para cada lado. - Peso dos braços com as patas não deve ser menor que 3/5

do peso total da âncora. - Se uma pata unha, a outra também unha. - Menor poder de unhar. Compensado com mais de filame

(qdo não há boa tença).

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Âncoras – tipos: • Patente - Grande vantagem: facilidade de manobra e arrumação. Não necessitam cepo, o que elimina complicado aparelho que era empregado para a arrumação da Almirantado.

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Âncoras – tipos: • Danforth

- Tipo recente (navios de todas os tamanhos). - possui um cepo, colocado na cruz. - Mesma vantagem do cepo em relação a Almirantado. O cepo

não impede a entrada da âncora no escovém. - Quando é de popa, estiva-se sobre uma raposa. - CONTRADIÇÃO DO A.N.: poder de unhar igual a 10 vezes

o das patente e a 3 vezes o das Almirantado de mesmo peso.

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Âncoras – tipos: • Âncoras especiais e poitas

- Ancorotes - Almirantado ou Patente.

- Fateixa - Ancorote sem cepo, quatro braços curvos que têm patas e unhas. Embarcações miúdas. Pesos comuns - de 10 a 50 kg.

- Busca-vida - fateixa com quatro ou cinco braços sem patas, terminando em ponta aguda. Serve para rocegar. Pesa de 2 a 50 kg.

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Âncoras – tipos:

• Âncoras especiais e poitas

- Gata – Âncora tipo Almirantado, mas com um só braço e cepo pequeno; para amarrações fixas.

- Cogumelo – para amarrações fixas. Peso até 5 toneladas.

- Poitas - Pesos de várias formas, de ferro fundido ou de concreto armado, adaptados com um arganéu forte. Amarrações fixas.

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Âncoras – NOMENCLATURA

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Âncoras – NOMENCLATURA

• Haste – com um furo para receber o cavirão, pino que prende o anete.

• Cruz – Lugar de união da haste com os braços.

• Braços

• Patas

• Unhas – Vértices exteriores da pata.

• Orelhas – Os dois outros vértices da pata, sem ser a unha.

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Âncoras – NOMENCLATURA • Noz – Parte ligeiramente engrossada da haste, onde é enfiado o cepo.

• Anete – Arganéu, ou manilha cujo cavirão passa pelo furo existente na

extremidade superior da haste. No anete é talingada a amarra.

• Palma – Aresta saliente localizada na base inferior dos braços, nas âncoras tipo patente.

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APARELHO DE SUSPENDER E FUNDEAR Âncoras – NOMENCLATURA

• Cepo – Barra de ferro que é enfiada na parte superior da

haste perpendicularmente aos braços. O cepo tem um cotovelo, isto é, uma dobra de 90°, para que possa ser prolongado com a haste quando a âncora não estiver em uso. Ele prende-se na posição perpendicular à haste porque possui um ressalto de um lado e pode receber uma chaveta do outro lado, junto à haste. Nas duas extremidades do cepo há esferas, que têm por fim tornar mais difícil ao cepo enterrar-se no fundo antes de a unha aferrar.

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Âncoras – NOMENCLATURA • Ângulo de presa – - Nas âncoras tipo Almirantado, é o ângulo formado pela

superfície de uma pata com a reta que une a unha ao cavirão do anete; este ângulo é, em geral, aproximadamente igual a 150°.

- Nas âncoras tipo patente, é o ângulo máximo formado pela haste e pelo plano das patas, medindo, aproximadamente 45°.

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Âncoras – NOMENCLATURA • Olhal de equilíbrio – Olhal existente na haste de algumas

âncoras, situado em um ponto que a âncora fique em posição horizontal ou quase horizontal quando içada por ele. Não é empregado nas âncoras modernas.

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Âncoras – REQUISITOS • (1) poder de unhar rapidamente e aguentar firme quando o navio

rabeia sobre a amarra; • (2) facilidade em soltar-se ao ser içada a amarra; • (3) dificuldade para entocar* ou para encepar (enrascar) a amarra no

cepo; e • (4) facilidade de manobra e arrumação a bordo.

*Entocar: enrascar-se a amarra nos braços, ou patas da âncora com algumas voltas.

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AÇÃO DAS ÂNCORAS NO FUNDO DO MAR

ALMIRANTADO (e Patente)

ÂNCORAS SEM CEPO

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CLASSIFICAÇÃO DAS ÂNCORAS A BORDO • Âncoras de leva – âncoras de serviço, na proa. • Âncora de roça – mesmo peso e forma que as de

leva, usualmente num escovém situado por ante-a-ré delas. Para caso de emergência.

• Âncora da roda – na roda de proa, substituindo em

alguns navios modernos a âncora de roça. Igual às âncoras de leva. Melhor opção para mau tempo.

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CLASSIFICAÇÃO DAS ÂNCORAS A BORDO • Âncora de popa – Empregada para amarrar o navio de popa

e proa em águas estreitas; pesa cerca de 1/4 a 1/3 do peso das âncoras de leva. As embarcações de desembarque, por terem de aterrar em praia, só usam a âncora de popa.

• Ancorotes – São as âncoras para manobras auxiliares; têm cerca de 1/3 do peso da âncora de popa. Não são alojadas em escovém nem possuem amarra.

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PESO DAS ÂNCORAS – O peso das âncoras de leva dos navios é baseado na experiência satisfatória de outros navios. A Marinha americana adota a seguinte fórmula empírica: –W = peso da âncora, em libras (1 lb = 0,4536 kg). –D = deslocamento normal do navio, em toneladas. –K1 = coeficiente, variando de 15 a 25.

• Para obter o valor de K1 pode-se marcar em um gráfico os valores de W e D para diversos navios e traçar uma curva representando a média.

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PESO DAS ÂNCORAS –

Para os navios mercantes, as Sociedades

Classificadoras adotam tabelas próprias, baseadas também na experiência.

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MATERIAL – As âncoras podem ser feitas de ferro forjado, aço forjado ou aço fundido. Em geral, são de aço fundido, exceto o pino e o anete, que são de aço forjado.

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PROVAS

- Prova de queda – é deixada cair de uma altura de 3,65 metros (12 pés) sobre uma plataforma de aço.

- Prova de martelamento – verifica-se o som, que deve ser característico de fundição sem fenda.

- Prova de dobra – Com um corpo de prova (art. 5.15a), que deve ser dobrado 90° a frio, sem se fender.

- Prova de tração – Feita na âncora por máquina especial.

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ARRUMAÇÃO DAS ÂNCORAS A BORDO - Âncoras sem cepo – As âncoras deste tipo são alojadas no

escovém e aguentadas nesta posição pela amarra.

• Âncoras tipo Almirantado – tendo cepo, não pode ficar alojada no escovém; ela é então estivada em um ressalto (ou em um recesso) do costado, que se chama raposa. Estas âncoras, depois de içadas pela amarra, são aguentadas pelo aparelho de um turco do lambareiro.

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AMARRAS E SEUS ACESSÓRIOS

Amarra – constituída por elos com malhete. As amarras de pequena bitola, que se empregam nos ancorotes, chamam-se amarretas. As embarcações pequenas podem empregar correntes (cadeia de elos sem malhete) ou cabo de aço ou ainda a combinação dos dois. Malhete – Travessão ligando os lados de maior dimensão do elo. Tem por fim: • (1) diminuir a probabilidade da amarra tomar cocas; • (2) aumentar a resistência; e • (3) impedir a deformação dos elos em serviço.

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AMARRAS E SEUS ACESSÓRIOS

Quartéis da amarra – Seções desmontáveis de que se compõe a amarra. No Brasil e nos Estados Unidos, os quartéis comuns têm 15 braças . Uma braça tem 6 pés ingleses e equivale a 1,83 metro; logo, 1 Quartel = 27,45m). VER OBS., próxima lâmina.

Manilhas – com cavirão de tipo especial, ligando os quartéis entre si e à âncora.

Elos patentes – Elos desmontáveis que, nas amarras modernas, substituem as manilhas na ligação dos quartéis. Os mais comuns são os elos Kenter e “C”.

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OBSERVAÇÃO (wikipedia)

Braça é uma antiga medida de comprimento equivalente a 2,2 metros. atualmente ainda é usada no meio rural.

--------------------------------------------------- Braça também é usado na língua portuguesa como tradução do inglês fathom, unidade de comprimento do sistema imperial britânico que corresponde a 6 pés ou 72 polegadas (1,8288 m). É utilizada comumente para a medida de profundidades marítimas.

ESTA É A BRAÇA CITADA NO “ARTE NAVAL”.

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AMARRAS E SEUS ACESSÓRIOS Tornel – Peça formada por um olhal, um parafuso com olhal, porca cilíndrica e contrapino. O parafuso constitui um eixo em torno do qual gira o olhal. Permite à amarra girar em relação à âncora. Usa-se um tornel em cada amarra, em posição tal que ele fique sempre fora do cabrestante. Na amarra o olhal maior deve ficar para ré e o outro olhal para vante, isto é, para o lado da âncora.

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AMARRAS E SEUS ACESSÓRIOS

Manilha da âncora ou manilhão - Manilha com cavirão de seção oval, reforçada, mais larga que as manilhas dos quartéis. Liga a amarra ao anete da âncora, devendo ser colocada com a parte curva no elo da amarra e o cavirão no anete. O cavirão é preso por um tufo. A cabeça do tufo é protegida por um disco de chumbo que se coloca a martelo no alojamento por cima da cabeça dele. O cavirão não se projeta para fora da manilha.

Manilha dos quartéis da amarra – com tufo.

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AMARRAS E SEUS ACESSÓRIOS

Elos patentes – Elos desmontáveis tendo a forma e as dimensões de um elo com malhete comum. Eliminam as desvantagens que as manilhas apresentam na ligação dos quartéis, quais sejam: - Morder na coroa do cabrestante; - Necessidade de elos de dimensões diferentes nos extremos

dos quartéis; - Possibilidade de prender no escovém ou num acessório do

convés; e - Necessidade de emprego do quartel longo (quartel de 40

braças).

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AMARRAS E SEUS ACESSÓRIOS

Elos patentes – (contin.). Há dois tipos usuais:

• Elo Kenter: padrão da USN.

• Elo “C”

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CONSTITUIÇÃO DAS AMARRAS

Quartel do tornel – Este tornel não pode gurnir na coroa do cabrestante. Nos navios de guerra há, por isso, um quartel curto, de 5 braças (9,15 metros), formando o extremo da amarra ligado à âncora e tendo na outra extremidade um tornel que se liga ao primeiro quartel da amarra. Esse quartel curto chama-se quartel do tornel e tem os elos com bitola de 1/8” a 1/16” maior que os elos do resto da amarra.

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CONSTITUIÇÃO DAS AMARRAS

Quartel do tornel – (contin.)

Os navios mercantes e outros navios não têm o quartel do tornel, sendo este tornel colocado a três ou quatro elos distantes do anete da âncora, onde possa ser examinado quando a âncora estiver alojada no escovém.

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CONSTITUIÇÃO DAS AMARRAS Quartel longo – Nas amarras cujos quartéis são ligados por manilhas, costuma-se usar um quartel longo (quartel de 40 braças = 73,2 metros) logo a seguir ao quartel do tornel. Deste modo, durante as manobras de fundear e suspender, é pouco provável que qualquer manilha passe pelo cabrestante enquanto a âncora estiver a pique, suspensa pela amarra.

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CONSTITUIÇÃO DAS AMARRAS

Quartéis comuns – Nas amarras com elos patentes não há vantagem em usar o quartel de 40 braças. Todos os quartéis têm o comprimento padrão, exceto o quartel do tornel. Os quartéis são numerados seguidamente a partir do tornel, isto é, não se numera o quartel do tornel. O comprimento padrão dos quartéis é de15 braças (27,5 metros, aproximadamente) nos EUA e 12,5 braças (22,9 metros) na ING. A MB adota o comprimento padrão americano. Os elos sem malhete são reforçados, isto é, têm maior bitola que os elos comuns da mesma amarra.

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CONSTITUIÇÃO DAS AMARRAS Elos – Nas amarras de tipo antigo, uma das extremidades de cada quartel termina com elo sem malhete, para que nele possa gurnir o “U” da manilha de ligação dos quartéis.

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CONSTITUIÇÃO DAS AMARRAS Elos – Nas amarras modernas, cuja ligação é feita por elos tipo patente, todos os elos de cada quartel são elos comuns, com malhete. Os elos sem malhete são reforçados, isto é, têm maior bitola que os elos comuns da mesma amarra.

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Prof. KOPÊ

DIMENSÕES DAS AMARRAS

Comprimento total da amarra – Em geral é dado como múltiplo do comprimento padrão dos quartéis, sem incluir o quartel do tornel. Varia de 6 quartéis (90 braças = 165 metros) a 12 quartéis (180 braças = 330 metros).

Bitola – O tamanho das amarras é referido à sua bitola, que é o diâmetro nominal do vergalhão de que são feitos os elos comuns.

Variam de bitola de 3/4” a 3 1/2”, sendo a variação entre dois tamanhos sucessivos 1/16”, e de 3 1/2” a 4 1/8”, com variação de 1/8”.

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DIMENSÕES DAS AMARRAS Comprimento dos elos – No interesse de padronização das amarras, adotou-se o padrão comercial americano, no qual o comprimento do elo comum é igual a 6d, sendo d a bitola. Ainda há amarras de tipo antigo em que o comprimento do elo era 5,7d; este era o chamado padrão naval americano, hoje abandonado.

Escolha da bitola – Tal como para determinar o peso das âncoras, pode-se usar uma fórmula empírica, baseada na experiência em outros navios. Assim, temos: d = K .Δ1/3 , sendo: . - d = bitola da amarra, em polegadas;

- Δ = deslocamento normal do navio, em toneladas; e - K = coeficiente, variando de 0,08 a 0,14.

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DIMENSÕES DAS AMARRAS Passo – O passo da amarra é necessário para se ter sua relação com a coroa de Barbotin.

Obs.: Coroa de Barbotin ou coroa – Roda fundida tendo a periferia côncava e dentes onde a amarra se aloja e os elos são momentaneamente presos durante o movimento. É preciso que a amarra faça pelo menos meia-volta ao redor da coroa, a fim de que no mínimo três elos engrazem nela; cada coroa serve somente para um certo tipo e tamanho de elos.

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DIMENSÕES DAS AMARRAS Passo – O passo da amarra é necessário para se ter sua relação com a coroa de Barbotin.

Passo = 2L - 4d, sendo: L = comprimento de um elo, em polegadas, e d = bitola, em polegadas.

Comprimento de um elo = 6d

Comprimento de 6 elos = 6L -4d

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PINTURA E MARCAS PARA IDENTIFICAÇÃO DOS QUARTÉIS

- Dois métodos para fazer esta marcação, considerando-se, em ambos, o quartel do tornel como fazendo parte do primeiro quartel.

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PINTURA E MARCAS PARA IDENTIFICAÇÃO DOS QUARTÉIS

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PINTURA E MARCAS PARA IDENTIFICAÇÃO DOS QUARTÉIS

O segundo método parece o melhor, pois no primeiro, quando a amarra desce rapidamente ao ser largada a âncora, é difícil distinguir um quartel do outro.

Com a sequência de cores, as manilhas coloridas podem identificar mais facilmente um quartel, pois o distingue do que lhe é adjacente.

Além disto, elos amarelos na coroa indicam que só resta um quartel de amarra no paiol.

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Prof. KOPÊ

PINTURA E MARCAS PARA IDENTIFICAÇÃO DOS QUARTÉIS

Sempre que a posição da amarra permitir, os elos devem ser limpos e, se necessário, pintados novamente. Isto deve ser feito com tinta fresca e com muito secante – normalmente, navio docado.

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MATERIAL E MÉTODO DE CONFECÇÃO DAS AMARRAS

Ferro forjado – Único tipo usado até a Primeira Guerra Mundial. Vergalhão de ferro doce dobrado a quente e soldado nas extremidades; os malhetes também eram soldados. Com tendência a deforma-ção; o ferro doce forjado pode ser empregado na confecção de amarretas.

Aço forjado – Com malhetes soldados. Mais resistentes que as amarras de ferro forjado, porém de confecção também demorada.

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MATERIAL E MÉTODO DE CONFECÇÃO DAS AMARRAS

Aço fundido – para amarras de grande bitola. Muito mais resistentes que as anteriores. Pode ser fundida como uma cadeia contínua ou feita em duas partes; funde-se primeiro a metade dos elos e depois a outra metade é fundida alternadamente entre eles. Depois, a amarra é temperada e recozida.

Aço estampado - grande qualidade é a uniformidade de resistência, eliminando-se os possíveis defeitos de fundição. Empregado para amarras de pequena bitola, como a dos contratorpedeiros.

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MATERIAL E MÉTODO DE CONFECÇÃO DAS AMARRAS

Padronização – As amarras usadas nos navios modernos da Marinha do Brasil são todas de aço fundido para as grandes bitolas, ou estampado para as pequenas bitolas. Qualquer delas é mais barata que as de ferro ou aço forjado, tem uma duração duas vezes maior e é duas vezes mais forte que as de ferro forjado. AÇO ESTAMPADO

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PROVAS DAS AMARRAS

Todas as amarras, depois de confeccionadas, são submetidas a duas provas de tração:

Prova de resistência à tração – Todos os quartéis são submetidos a um esforço de tração de cerca de 2/3 da carga de ruptura nominal. Depois desta prova as amarras que não forem de aço estampado vão para tratamento térmico (recozimento).

Prova de ruptura – Um pedaço com três elos iguais aos da amarra confeccionada é submetido a prova de ruptura por tração.

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PROBLEMAS

Força para fazer o navio parar – força F não deve exceder a resistência de trabalho da amarra (1/4 da resistência de ruptura), se se deseja utilizar a amarra para fazer parar o navio quando a âncora unhar. Se a força F for maior que a resistência de trabalho da amarra, o navio poderá parar, não se identificando, imediatamente, os efeitos negativos na amarra; entretanto, mais tarde, sob um esforço menor, a amarra poderá se partir devido aos enfraquecimentos repetidos consequentes da fadiga por esforço excessivo.

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PROBLEMAS

Força para fazer o navio parar – Sendo:

F = força para fazer o navio parar, em kg;

D = deslocamento do navio, em toneladas métricas;

V = velocidade do navio, em nós, na ocasião em que é aplicada a força F; e

L = distância percorrida até ser nulo o seguimento do navio, em metros.

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PROBLEMAS

Força para fazer o navio parar

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PROBLEMAS

Peso por metro de comprimento – Com boa aproximação para uso prático e para todos os tipos de amarra (elos com malhete), o peso em quilogramas de cada metro de amarra pode ser indicado pela fórmula: P = 0,0216.d2 (kg), sendo d a bitola em milímetros. Volume da amarra – O espaço em metros cúbicos ocupado por 100 metros de amarra pode ser calculado por: V = 0,001.d2

(m3), isto é, volume em metros cúbicos é igual a um milésimo do quadrado da bitola em milímetros.

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PROBLEMAS

Filame – Ver art. 12.41. - ADIANTE

Comprimento de N elos:

L = 2d (1+2N) polegadas = 0,0508d (1 + 2N) metros

Sendo:

- L = comprimento;

- d = bitola da amarra, em polegadas; e

- N = número de elos no comprimento L.

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PROBLEMAS

Número de elos por comprimento – Tirando o valor de N na fórmula do comprimento:

L = 2d (1+2N) polegadas =>

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FILAME

É o comprimento da amarra fora do escovém, com o navio fundeado. O filame a ser largado para um fundeio é função - da profundidade; - das características da amarra e do ferro; e - das condições meteorológicas reinantes (vento, corrente e

estado do mar). Para compreender as vantagens do emprego de um grande filame, é necessário estudar a ação da amarra.

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FILAME

Catenária + parte da horizontal-> esforço horizontal sobre o ferro unhado.

Para tal -> filame deve ser várias vezes maior que a profundidade do mar.

Filame ideal:

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FILAME

Com base na fórmula, pode-se tabelar o filame.

Se for usado filame mais curto, o navio poderá ir à garra antes de ser alcançar a carga de trabalho da amarra (esforço que esta pode suportar).

No mar fortemente cavado (arfagens e caturro violentos), um longo filame torna-se ainda mais necessário, porque, quando o vagalhão suspender a proa, não tesará a amarra em virtude do grande brando que ela estiver apresentando; conseqüentemente, não haverá tranco.

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FILAME

Em águas tranquilas, pode-se usar filame menor, pois, nesses casos, o navio não exercerá grande tração ao ficar portando pela amarra, ou esta tração é constante, sem lupadas.

Para águas abrigadas (em estadias pequenas), com profundidades de até 30 metros, adota-se a seguinte regra prática: multiplicar por 5 a 7 vezes a profundidade local (ferro sem cepo: o ferro patente, por exemplo) e 4 vezes a profundidade local (ferro tipo almirantado).

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BUZINA Tubo por onde passa a amarra, do convés para o paiol. Geralmente de aço fundido, seção circular, com diâmetro igual a 7 ou 8 vezes a bitola da amarra. A direção do tubo é vertical ou inclinada de 10º a 15º para ré.

O tubo é fixado numa extremidade ao convés e na outra ao teto do paiol. A extremidade do tubo no convés, ou a abertura do convés onde ele se fixa, chama-se gateira; a extremidade inferior do tubo chama-se gola da buzina.

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BUZINA

A gateira leva uma tampa chamada bucha, tendo um rasgo de largura igual à bitola de um elo da amarra; a bucha tem por fim impedir a entrada, no paiol, da água que cai na proa em consequência dos golpes do mar.

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Prof. KOPÊ 438 VAMOS REVER A MAIOR PARTE DOS TERMOS.

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Buzina – não confundir

1.120. Buzina (fig. 1-38)

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BOÇAS DA AMARRA

A manobra de passar a boça na amarra chama-se aboçar a amarra.

Funções – As boças aguentam a amarra pelo seio e são utilizadas para os seguintes fins:

(1) aguentar a amarra quando o navio ficar fundeado, ou quando a âncora estiver no escovém em viagem, a fim de que o esforço não seja exercido sobre o freio do cabrestante;

(2) aguentar a âncora e o quartel do tornel, quando se deseja utilizar a amarra para fins de reboque;

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Prof. KOPÊ

BOÇAS DA AMARRA

Funções – (contin.)

(3) aguentar a amarra, quando se tiver de tirá-la da coroa do cabrestante a fim de colocar outra amarra que se deseja alar pelo cabrestante;

(4) aguentar a amarra quando se tiver de passar o anilho de amarração (art. 12.41) – tipo de tornel para fundear com dois ferros.

(5) aguentar a âncora e o quartel do tornel quando se deseja colocar os quartéis sobre o convés para inspeção e limpeza; e

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BOÇAS DA AMARRA

Funções – (contin.)

(6) largar o ferro com a máxima rapidez. Manobra feita quando diversos navios devem fundear em formatura, tendo em vista que pelo freio do cabrestante não se pode largar a âncora em movimento instantâneo.

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Prof. KOPÊ

BOÇAS DA AMARRA

Boças de corrente –atualmente usadas. Um pedaço de corrente tendo num extremo uma manilha e no outro um gato especial de escape chamado patola. A manilha é passada num olhal do convés e a patola é destinada a segurar a amarra por um dos elos.

Boças de cabo – Nos navios muito pequenos e nos navios antigos.

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BOÇAS DA AMARRA

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MORDENTE

Com o uso de guinchos e cabrestantes providos de freios, os mordentes podem ser dispensados.

Composto de Corpo, Dado ou Bloco e Chave do Mordente.

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ABITA

• VER CAP. 1. É colocada entre o escovém e o cabrestante, próximo da linha de trabalho da amarra. Nela, encapela-se a amarra dando uma volta redonda, que se chama capelo (a parte da amarra que vai ter à gateira deve ser a de cima). A amarra descansa nas tetas, que são as nervuras salientes da abita.

Desuso.

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ESCOVÉM

• Passagem para a amarra e alojamento para a âncora tipo patente.

• PARTES DO ESCOVÉM Gola – parte saliente do costado (de aço fundido); Tubo – feito de chapa de aço; e Beiço – parte que sai do convés; feito de chapa de aço ou então fundido.

Os locais da gola e do beiço mais sujeitos a desgaste são revestidos de solda dura.

(ESCOVEM, NA LÍNGUA PORTUGUESA, NÃO TEM ACENTO. NO A.N. TEM !!!)

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ESCOVÉM

• TIPOS - escovém curto - usual nos navios de guerra. Comprimento do

tubo é pouco maior que o comprimento da haste. Âncora, quando alojada, não deve ter o anete acima do convés, nem deve ter as patas mais altas que o convés. Vantagem: alojar a âncora bem acima da linha-d’água, para o mar não bater nas partes que se projetam do costado (além de outros inconvenientes, borrifos d’água sobre o castelo, nas altas velocidades).

- escovém largo (quase vertical) - alguns mercantes de marcha vagarosa.

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ESCOVÉM

• Posição – distância do bico de proa compreendida entre 1/20 e 1/30 do comprimento do navio, a fim de permitir espaço para as manobras de amarração. O tipo usual de escovém curto tem uma inclinação para baixo de cerca de 45° com o plano horizontal.

• Bucha do escovém – Do mesmo modo que a gateira, o escovém tem uma tampa no beiço, a fim de evitar a entrada de água proveniente dos golpes de mar. Esta tampa é retirada para as manobras do ferro.

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ESCOVÉM

Detalhes de construção – O diâmetro mínimo do tubo do escovém deve ser 8d, sendo d a bitola da amarra. Os raios de curvatura mínimos não devem ter menos de 16d no beiço e 10d na gola. A amarra, quando arriada, deve assentar uniformemente ao longo do escovém. A âncora, quando alojada, deve tocar no navio em três pontos pelo menos, e poderá ser ajustada por meio do macaco da boça da amarra. Alguns navios têm um recesso no costado, junto à gola do escovém, para alojar a cruz e as patas, de modo que não haja partes projetadas fora do costado. Este recesso chama-se raposa.

• OBS: completando definição de raposa. Ver cap. 1.

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PAIOL DA AMARRA

O fundo do paiol deve ser revestido por cimento e coberto com uma camada de 1/4" de betume; sobre o betume assenta um estrado de barras de aço. A drenagem é feita para uma caixa de lama, no fundo do paiol, tendo acesso para limpeza. As anteparas e o teto do paiol são pintados com zarcão ou levam betume.

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ARRUMAÇÃO E FIXAÇÃO DA AMARRA

• Fixação da amarra – O chicote do último quartel da amarra passa por um arganéu no fundo do paiol chamado paixão e é preso a um gato-de-escape fixo ao teto ou à antepara de ré junto ao teto do paiol.. O gato-de-escape ou a manilha com que se fixa a amarra ao paiol chama-se braga e deve ser mais forte que a manilha de ligação dos quartéis.

• Talingar é fazer fixa a amarra, amarreta ou virador ao anete de qualquer âncora, ancorote ou fateixa, ou à paixão. Destalingar é desfazer a talingadura.

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Prof. KOPÊ

Arrumação da amarra – é preferível deixar que ela se arrume por si, ao cair. Entretanto, quando se retira toda ou quase toda a amarra do paiol, pode acontecer que a aducha fique muito alta, atingindo o teto do paiol; neste caso, é usual mandar-se um homem arrumar os primeiros cobros no paiol, no sentido longitudinal do navio.

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ARRUMAÇÃO E FIXAÇÃO DA AMARRA

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BÓIA DE ARINQUE

Bóia cônica de pequeno tamanho. Um dos vértices tem arganéu. Um cabo fino de fibra, chamado arinque, é amarrado a este arganéu e à âncora.

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BÓIA DE ARINQUE

O comprimento do arinque depende do fundo em que o navio normalmente fundeia. Não pode ser menor que o fundo em que se fundeia e não deve ser muito maior que ele. Cabe ao Mestre do Navio escolher o tamanho de cabo mais adequado para o arinque de seu ferro.

Aconselhamos um comprimento de arinque igual a 1 1/3 do fundo da água para permitir as variações de maré e de corrente ou admitir um ligeiro embaraço do cabo, ou para quando situações que fazem o fundo real ser maior que o indicado na carta.

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BÓIA DE ARINQUE

Um arinque comprido demais permite que a bóia se afaste muito da posição em que está a âncora. Pode-se encurtá-lo dando um catau. Pode ser amarrado à haste ou a um dos braços da âncora, dando-se uma volta de fiel e um cote e abotoando-se o chicote.

Algumas vezes as âncoras têm as patas furadas a fim de se passar aí um pedaço de corrente; onde é amarrado o arinque. Esta corrente resiste melhor ao desgaste quando a âncora roça o fundo.

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Prof. KOPÊ

MÁQUINAS DE SUSPENDER

Máquina a vapor, motor elétrico ou um sistema hidrelétrico, acionando uma coroa de Barbotin. Se o eixo da coroa é vertical, a máquina chama-se cabrestante; se o eixo é horizontal, a máquina chama-se molinete ou bolinete. Adjacente à coroa de Barbotin, usualmente há um tambor chamado saia. A máquina que aciona o eixo deve ter inversão de marcha e variação de velocidade.

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MÁQUINAS DE SUSPENDER

• Coroa de Barbotin ou coroa – já vimos.

• Embreagem – A principal embreagem é a que liga a coroa de Barbotin a seu eixo; é manobrada por meio de um volante que gira cerca de 60 graus para apertar ou desapertar. Como as peças da embreagem devem trabalhar bem apertada ou completamente livres, há um pino para prender a peça móvel em qualquer das posições limites daquele setor.

• Freio – flange na coroa onde se aperta um freio (cinta de aço forjado, em forma de anel).

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Prof. KOPÊ

MÁQUINAS DE SUSPENDER

• Equipamento de manobra manual – Os cabrestantes podem ser movidos à mão, em caso de emergência, por meio de barras de madeira dispostas radialmente em relação ao eixo, entrando em aberturas do chapéu (parte superior da saia) ou da coroa, se não houver saia; essas aberturas são quadrangulares e chamam-se casas das barras. Na manobra manual, há necessidade de dispositivo de segurança que impeça a coroa de mover-se em sentido contrário: são colocadas pequenas barras de ferro chamadas linguetes.

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MÁQUINAS DE SUSPENDER

Vantagens do sistema hidrelétrico: pequeno motor elétrico funcionando a regime constante durante a manobra; transmissão hidráulica podendo operar em qualquer sentido e permitir amplas variações de velocidade com alto rendimento; e substituição da engrenagem de parafusos sem fim por uma cilíndrica, mais eficiente, sem perder a irreversibilidade mecânica.

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MÁQUINAS DE SUSPENDER

Desvantagens de máquina a vapor: Atende bem ao serviço, mas tem baixo rendimento, grande peso, tempo necessário para aquecer e principalmente necessidade de longas canalizações de vapor sujeitas a avarias em combate e a congelar em climas frios.

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Prof. KOPÊ

MÁQUINAS DE SUSPENDER

Requisitos das máquinas de suspender – Operação de suspender o ferro tem três fases distintas, a saber:

1ª fase – recolher o excesso da amarra;

2ª fase – arrancar a âncora do fundo. A força necessária para isto é de 5 a 10 vezes o peso da âncora; e

3ª fase – içar o ferro. As especificações americanas exigem que um ferro com 60 braças (= 110 metros) de amarra seja içado à razão de 6 braças (= 11 metros) por minuto.

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Prof. KOPÊ

VOZES DE MANOBRA

(COMANDO, MANOBRA, INFORMAÇÃO)

a. Vozes de comando:

(1) ao fundear:

Postos de fundear! /// Preparar para fundear! /// Larga o ferro! /// Como diz a amarra? ///

Qual o filame? /// (O navio) está portando pela amarra? /// Volta aos postos!

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Prof. KOPÊ

a. Vozes de comando (cont.):

(2) ao suspender:

Postos de suspender! /// Preparar para suspender! /// Recolhe (o excesso de) amarra!

Iça o ferro! /// Como diz a amarra? /// Como diz o ferro? /// Qual o filame?

(O navio) está portando pela amarra? /// Volta aos postos!

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VOZES DE MANOBRA

Prof. KOPÊ

VOZES DE MANOBRA

b. Vozes de execução:

(1) ao fundear e ao suspender:

(Ferro) pronto (a largar, ou a suspender)! /// Pronto para dar volta! /// Amarra aboçada!

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VOZES DE MANOBRA

c. Vozes de informação (FILAME, AMARRA, FERRO) (1)filame: Primeira (segunda ou terceira etc.) manilha passou no escovém (ou ao lume d’água, ou na gateira etc.)! Saíram (ou entraram) dois (ou três etc.) quartéis!

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Prof. KOPÊ

VOZES DE MANOBRA

c. Vozes de informação (cont.)

(2) amarra em relação ao navio:

– Amarra a pique de estai! – quando a direção da amarra é paralela ou aproximadamente paralela ao estai de vante do mastro;

– Amarra a pique! – quando a direção é perpendicular à superfície das águas;

– Amarra dizendo para vante (ou para ré, ou para o través)! quando estiver paralela ou aproximadamente paralela a uma destas direções;

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VOZES DE MANOBRA

c. Vozes de informação (cont.)

(2) amarra em relação ao navio (cont.):

– Amarra dizendo para BE (ou para BB)! – quando estiver dizendo para um destes bordos, desde que ele seja contrário ao bordo do escovém da amarra; e

–(O navio) portando (ou não está portando) pela amarra! – conforme esteja o navio exercendo ou não esforço sobre a amarra.

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Prof. KOPÊ

VOZES DE MANOBRA

c. Vozes de informação (cont.)

(3) posição do ferro:

Arrancou! – quando o ferro deixa o fundo, o que se verifica por ficar a amarra vertical e sob tensão.

A olho! – quando surge o anete à superfície das águas;

Pelos cabelos! – quando a cruz está saindo da água;

Em cima – quando o anete chega ao escovém; e

No escovém! – ferro está alojado no escovém.

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