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Michael Drosnin O CÓDIGO DA BIBLIA II Contagem regressiva Tradução: MERLE SCOSS EDITORA CULTRIX - São Paulo SUMARIO Introdução................................................. ..............................................9 1. O Fim dos Dias ........................................................... ...............13 2. A chave do código .................................................... .......................33 3. Clinton ................................................... ..........................................57 4. Ela existe .................................................... .....................................75 5.

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Michael Drosnin

O CDIGO

DA BIBLIA II

Contagem regressiva

Traduo: MERLE SCOSS

EDITORA CULTRIX - So Paulo

SUMARIO

Introduo...............................................................................................9

1. O Fim dos Dias..........................................................................13

2. A chave do cdigo ...........................................................................33

3. Clinton .............................................................................................57

4. Ela existe .........................................................................................75

5. Arafat ...............................................................................................93

6. A arca de ao..105

7. Sharon..119

8. O cdigo da vida..131

9. A invaso..143

10. Aliengena157

11. Bush167

12. A Jornada do Heri183

13. Contagem regressiva195

Eplogo211

Notas213

Apndice239

Agradecimentos245

INTRODUO

DURANTE TRS MIL ANOS um cdigo permaneceu oculto na Bblia. Agora ele foi desvendado pelos computadores e poder revelar o nosso futuro.

H cinco anos publiquei um livro sobre a descoberta do cdigo da Bblia por um famoso matemtico israelense.

Aquele livro tomou o cdigo da Bblia conhecido no mundo todo e eu esperava que meu pequeno papel nessa aventura tivesse acabado. Sou um reprter, no um profeta nem um cientista ou estudioso da Bblia.

E o cdigo da Bblia foi sempre um enigma para mim. No sou um homem religioso e no acredito em Deus, por isso nem consigo imaginar como possvel que haja um cdigo na Bblia que revela acontecimentos que ocorreram depois que a Bblia foi escrita.

Mas tenho certeza de que o cdigo da Bblia real.

J vi as predies do cdigo se tomarem realidade, muitas e muitas vezes. At mesmo alertei um primeiro-ministro para o fato de que o cdigo dizia que ele seria assassinado, e depois vi, com horror, quando ele foi morto, conforme o cdigo havia predito, no ano predito pelo cdigo.

O 11 de setembro de 2001 foi previsto, em um texto que tem trs mil anos de idade.

Encontrei-me com grandes cientistas dos Estados Unidos e de Israel, e confirmei o cdigo da Bblia com um decifrador snior da ASN (Agncia de Segurana Nacional), a central de espionagem que cria e decifra cdigos para o servio secreto militar norte-americano.

Aprendi hebraico e trabalhei com uma tradutora israelense para confirmar cada descoberta no cdigo.

Tive vrios encontros e conversei semanalmente com o matemtico que descobriu o cdigo, Dr. Eliyahu Rips, um dos maiores especialistas do mundo em teoria dos grupos, aquele campo da matemtica que est subjacente fsica quntica.

Confirmei a significncia matemtica de cada uma das principais codificaes com o Dr. Rips, alm de checar as probabilidades calculadas pelo programa de computador que ele desenvolveu com seu colega Dr. Alexander Rotenberg.

Ouvi o clamor dos crticos que desafiaram Rips. At mesmo esperei que um deles conseguisse encontrar provas de que o cdigo no era realisso me libertaria de uma responsabilidade terrvel, que eu no desejava e da qual no me sentia altura.

Mas nenhum crtico encontrou qualquer prova de que o cdigo da Bblia no era real. Na verdade, as provas de que havia um cdigo na Bblia que revelava o futuro ficavam cada vez mais fortes (ver Apndice).

Finalmente, trs coisas me foraram a continuar minha busca - o 11 de setembro, prova brutal de que os alertas codificados na Bblia eram absolutamente reais; a espiral de violncia no Oriente Mdio, que ameaava mergulhar o mundo inteiro na guerra; e uma espantosa descoberta que talvez leve verdade ltima por trs do cdigo da Bblia.

Este livro comea a busca de uma chave que talvez desvende completamente o cdigo, revele nosso passado esquecido e todo o nosso futuro.

E agora a busca tomou-se urgente. Porque o cdigo da Bblia alerta que talvez tenhamos apenas quatro anos para sobreviver.

CAPTULO UM

O FIM DOS DIAS

s 8:48 da manh do dia 11 de setembro de 2001, fui despertado pelo som de uma exploso que mudou o mundo para sempre.

Liguei meu rdio-relgio e ouvi o noticirio - um grande avio a jato havia colidido com uma das torres do World Trade Center.

Corri para o telhado bem a tempo de ver um segundo Boeing 767 voar diretamente para a segunda das Torres Gmeas, incendiando-a. Estava claro que no era um acidente. Os dois avies tinham sido seqestrados por terroristas. Nova York estava sob ataque.

Durante mais de uma hora fiquei sozinho no terrao do telhado e observei, com crescente horror e descrena, aqueles dois prdios de 110 andares, os monlitos prateados que dominam Lower Manhattan, onde vivo, lanarem gigantescas chamas alaranjadas pelas brechas abertas e despejarem imensas colunas de fumaa negra nos cus.

De repente, uma das torres desabou. Ela simplesmente veio ao cho. E depois a segunda torre tambm implodiu. Ambas desapareceram numa nuvem de p que varreu a rua, at minha casa. Num instante, as torres se foram.

Minha mente no conseguia absorver a escala da destruio que meus olhos tinham visto. Era uma escala que s se percebe nas profecias bblicas.

Desci correndo do telhado e imediatamente pesquisei o antigo cdigo no meu computador, o cdigo da Bblia. Era o nico lugar onde eu poderia encontrar a confirmao do perigo total e uma revelao do que ainda estava por vir.

O cdigo oculto, descoberto na Bblia por um famoso matemtico israelense, j tinha revelado outros acontecimentos terrveis que ocorreram milhares de anos depois que a Bblia foi escrita.

Agora, o cdigo revelava todo o acontecimento que eu acabara de testemunhar. O que observei do meu telhado, poucos minutos antes, estava ali, com todos os detalhes, na tela do meu computador, em antigos caracteres hebraicos.

"Torres Gmeas" estava codificado no texto de trs mil anos de idade. .'avio" aparecia exatamente no mesmo trecho. "Provocou a queda, derrubou" cruzava as palavras "avio" e "torres".

Aquilo que vi se desenrolar diante dos meus olhos no dia 11 de setembro de 2001 foi codificado na Bblia trs mil anos antes.

Enquanto via tudo isso acontecer, eu s tinha um pensamento e quando vi a primeira torre cair, disse em voz alta: "Meu Deus, real."

No foi esse ataque terrorista que realmente me chocou. Foi aquilo que o cdigo da Bblia predizia que ainda estava por vir.

O cdigo j tinha predito os assassinatos de John R Kennedy e Yitzhak Rabin. Tudo o que aconteceu desde a Segunda Guerra Mundial at Watergate, desde o Holocausto at Hiroshima, desde o pouso na Lua at a Guerra do Golfo, tinha sido previsto. Algumas vezes, as predies eram encontradas de antemo e os acontecimentos ocorriam exatamente conforme previsto.

E agora cada detalhe do 11 de setembro tambm estava l. De repente, brutalmente, eu tinha a prova absoluta de que o cdigo da Bblia era real.

Assim, quando os avies bateram nas torres e eu observei o horror comeando a se desdobrar, tive tambm vises de um futuro terrvel demais para se imaginar, mas claramente previsto no cdigo. E, de repente, tudo parecia totalmente plausvel.

Durante cinco anos alertei os lderes mundiais para o fato de que uma antiga profecia estava prestes a se tomar realidade, de que o Apocalipse predito pelas trs grandes religies do Ocidente estava codificado na Bblia, de que poderamos enfrentar o Armagedon - uma guerra mundial nuclear deflagrada por um ato de terrorismo no Oriente Mdio - dentro de uma dcada. Mas eu prprio no acreditava nisso plenamente.

O presidente Clinton tinha meu livro em Camp David e tambm minha carta alertando-o de que enfrentaramos uma guerra na Terra Santa que poderia engolfar o mundo todo.

"Hesito em apresentar detalhes, porque parece to apocalptico", escrevi a Clinton, retendo alguns dados mesmo enquanto o alertava. Eu simplesmente no conseguia dizer ao presidente que o mundo poderia acabar.

Porm, neste ltimo ano, finalmente informei ao presidente dos Estados Unidos, ao primeiro-ministro de Israel e ao lder dos palestinos que, segundo o cdigo da Bblia, j estvamos na poca do perigo supremo, o Fim dos Dias.

Conversei com Yasser Arafat em seu quartel-general sob fogo cerrado em Ramallah, com Shimon Peres em Tel Aviv, com o filho de Ariel Sharon em Jerusalm e com o chefe de gabinete de Bill Clinton na Casa Branca, dizendo a todos eles que talvez nos restassem apenas cinco anos para salvar o mundo.

Mas nenhum deles deu a mnima ateno ao alerta.

Exatamente na vspera do ataque de 11 de setembro, conversei novamente com a Casa Branca para verificar se o novo presidente, George W Bush, tinha recebido a carta que lhe enviei, alertando que talvez enfrentssemos a Terceira Guerra Mundial durante seu mandato.

Minha carta a Bush, enviada mais de um ms antes que os terroristas rabes atacassem Nova York e Washington, afirmava:

"O cdigo da Bblia alerta que o mundo poder enfrentar o perigo final - uma guerra mundial nuclear deflagrada no Oriente Mdio - durante seu mandato.

"Este momento crtico foi claramente previsto, sem sombra de dvida.

"Os nomes 'Bush', Arafat' e 'Sharon' esto codificados na Bblia exatamente ao lado da poca do perigo profetizado h tanto tempo pelas trs grandes religies ocidentais - o 'Fim dos Dias'.

"E o cdigo da Bblia afirma claramente o perigo em termos modernos - 'holocausto atmico' e 'guerra mundial' esto codificados na Bblia. E ambos esto codificados ao lado do mesmo ano: 2006."

No dia 11 de setembro, o prprio presidente disse que estvamos em guerra, que lia primeira guerra do sculo XXI havia comeado". E uma coluna do jornal New York Times trazia o ttulo "Terceira Guerra Mundial".

Mas at o dia 11 de setembro, nunca acreditei totalmente em mim mesmo. No sou um homem religioso, no acredito em Deus. Sou um reprter investigador ctico e laico. Comecei no planto noturno do caderno policial do Washington Post, cobri o noticirio empresarial do Wall Street Journal e ainda mantenho um senso da realidade bem p no cho. Por isso, embora tenha escrito um livro que tornou o cdigo da Bblia conhecido no mundo todo, a cada manh eu acordava duvidando que o perigo fosse real.

Na manh de 11 de setembro, fui acordado pelo acontecimento que provaria que o perigo era real.

De repente, no havia mais lugar para dvidas. No se tratava apenas de Israel, eram os Estados Unidos, era Nova York. Era a cidade onde eu vivia.. Foi a uma quadra da minha casa. E vi tudo aquilo acontecer com meus prprios olhos.

O ataque a Nova York, o ataque ao World Trade Center, esse horror inacreditvel no s estava codificado na Bblia - eu tinha realmente visto tudo isso de antemo.

Eu tinha encontrado a decodificao desse acontecimento em 1993, logo depois do fracassado ataque terrorista s mesmas duas torres. "Torres Gmeas" estava codificado na Bblia com "o alerta, o massacre", e as duas frases eram cruzadas por "terror". "Terror" aparecia uma segunda vez e "ela cair, ser derrubada" tambm estava codificada duas vezes.

Mas entendi, na poca, que se tratava do passado, no do futuro. Nunca me ocorreu que o raio casse duas vezes no mesmo lugar - que haveria outro ataque terrorista aos dois mesmos monlitos oito anos mais tarde, que desta vez o ataque teria sucesso e derrubaria as duas torres.

E nunca pensei em procurar "avio" no cdigo. Como expliquei para um amigo da CIA, mais tarde naquele mesmo dia:

- Nunca teria imaginado que seria feito desse jeito.

- Algum imaginou - disse ele.

Depois que aconteceu, o alerta tornou-se claro. O alerta esteve oculto na Bblia durante trs mil anos. Agora era evidente. Cada detalhe estava ali.

O cientista que descobriu o cdigo da Bblia, Eliyahu Rips, encontrou essa mesma extraordinria tabela codificada sobre o 11 de setembro em sua casa, em Jerusalm, e mandou-a para mim de Israel.

Quando conversei com o Dr. Rips (uma das maiores autoridades mundiais na teoria dos grupos, um campo da matemtica que est subjacente fsica quntica), ele me disse que havia calculado as probabilidades.

As probabilidades de que fosse por mero acaso o aparecimento conjunto das trs palavras-chave - "gmeas", "torres" e "avio" - em um mesmo lugar exato da Bblia eram de pelo menos 10.000 para 1.

Havia mais. Osama bin Laden era mencionado no cdigo da Bblia. Rips encontrou uma seqncia codificada que o declarava culpado - "o pecado, o crime de bin Laden" - e essa seqncia aparecia no Gnesis, onde o texto aberto mencionava "a cidade e a torre".

Nesse mesmo trecho, as palavras originais da Bblia tambm afirmavam: "Eles viram a fumaa erguer-se sobre a terra, como fumaa de uma fornalha."

O lder dos seqestradores, o piloto do primeiro avio que atingiu as torres, Mohammed Atta, tambm era identificado.

"Terrorista Atta" estava codificado na Bblia e "homem egpcio" aparecia no mesmo trecho.

Havia outro alvo, o quartel-general do Exrcito norte-americano em Washington. O Pentgono foi atingido por um terceiro avio seqestrado, uma hora depois do primeiro ataque em Nova York. Isso tambm estava codificado.

"Pentgono" aparecia uma vez na Bblia, cruzado pela palavra "danificado". Mais uma vez a predio do texto de trs mil anos de idade era exata. Um dos cinco cantos do pentgono caiu, mas o prdio ficou de p.

"Emergncia" aparecia junto com "Pentgono", imediatamente seguida por "da Arbia". Na verdade, descobriu-se nos dias seguintes que a maioria dos terroristas tinha vindo da Arbia Saudita.

O alerta sobre o maior ataque terrorista na histria do mundo, do primeiro ataque ao territrio continental dos Estados Unidos nos tempos modernos, esteve codificado na Bblia durante trs mil anos. Mas no o percebemos, at ser tarde demais.

E agora o cdigo alertava que esse ataque levaria guerra. "A prxima guerra" cruzava o nome em hebraico das torres do World Trade Center, as "Gmeas". "Terrorista" estava codificado no mesmo trecho.

A afirmao contida no cdigo era apavorante. Esse ataque terrorista era o incio de uma nova guerra, a guerra que Bush declarou existir, uma guerra contra o terrorismo que, segundo muitos, duraria anos.

E agora eu via a mensagem codificada que capturava todo o horror daquele momento. "Torres" e "Gmeas" novamente apareciam juntas no mesmo e exato local das palavras do texto aberto da Bblia que esclareciam que a contagem regressiva final havia comeado - "no Fim dos Dias".

Durante anos alertei os altos escales do governo, em Washington e no Oriente Mdio, de que o mundo poderia estar enfrentando um perigo s compreensvel na escala das profecias bblicas. Agora, eu via a realidade desdobrar-se diante dos meus olhos, a uma quadra da minha casa em Nova York.

E eu estava certo de que esse era o comeo, no o fim, de algo demasiado horrvel para ser plenamente imaginado por qualquer um de ns.

"Um criptograma criado pelo Todo-Poderoso", o "enigma do Divino, o enigma dos acontecimentos passados e futuros divinamente pr-ordenados."

Foi assim que sir Isaac Newton chamou o cdigo da Bblia. H 300 anos, Newton - o primeiro cientista moderno, o homem que descobriu a gravidade e imaginou a mecnica do nosso sistema solar, o homem que sozinho inventou a matemtica avanada - procurava um cdigo oculto na Bblia que revelaria o futuro da humanidade.

Durante mais de trs mil anos, desde que existe a Bblia, as pessoas sempre acreditaram que havia algo oculto nela, grandes segredos s conhecidos por sumos sacerdotes, novas revelaes que poderiam ser encontradas por meio de alguma frmula esotrica, alguma forma de magia, alguma nova cincia.

Mas coube a um russo emigrado para Israel, Eliyahu Rips, um matemtico libertado de uma priso poltica sovitica, encontrar o cdigo que escapou a todos os demais durante milnios.

Rips teve sucesso porque possua aquela ferramenta essencial que faltava a todos os seus antecessores - o computador.

O cdigo da Bblia tinha uma "fechadura de tempo". Ele no poderia ser aberto antes que o computador fosse inventado.

O cdigo, aparentemente, foi projetado por alguma inteligncia capaz de ver o futuro, a ser aberto agora. At a, parece claro. a cdigo poderia ter sido projetado para ser encontrado por Newton h 300 anos, ou talvez projetado para ser encontrado daqui a 300 ou 3.000 anos, no futuro, por uma tecnologia que no existiria at ento.

Em vez disso, alguma inteligncia capaz de ver ao longo do tempo codificou a Bblia de modo a nos permitir decifrar o cdigo neste momento especifico da histria humana.

- Foi por isso que Newton no conseguiu decifr-lo - disse Rips. a cdigo tinha de ser aberto com um computador. Ele estava "selado at o fim dos tempos"..

Mas quando Eliyahu Rips comeou sua busca do cdigo da Bblia, h cerca de vinte anos, ele no estava pensando no "Fim dos Dias". Estava apenas resolvendo um enigma matemtico.

- Encontrei palavras codificadas em nmero muito maior do que permitiria o acaso aleatrio da estatstica. E vi que estava perto de descobrir algo realmente importante - relembra Rips. - Quando apliquei um computador, a coisa irrompeu.

Rips descobriu o cdigo da Bblia na verso hebraica original do Antigo Testamento, a Bblia tal como foi escrita, as palavras que, segundo a Bblia, Deus transmitiu a Moiss no monte Sinai h 3.200 anos.

Rips eliminou todos os espaos entre as palavras e transformou toda a Bblia original em uma nica fileira contnua, com 304.805 letras.

Ao fazer isso, ele estava realmente restaurando a Bblia forma que, segundo os antigos sbios, era sua forma original. Diz a lenda que foi assim que Moiss recebeu de Deus a Bblia - "contgua, sem quebras de palavras" .

Rips escreveu um programa de computador que pesquisava a fileira de letras em busca de novas informaes reveladas, sempre pulando um mesmo nmero qualquer de letras.

Qualquer pessoa conseguiria montar uma sentena que contasse uma histria no texto aberto, uma outra histria oculta no cdigo de simples salto de letras. Por exemplo:

Rips explicou que cada cdigo um caso de ir adicionando cada quinta, dcima ou qinquagsima letra, para formar uma palavra. (Rips explained that each code is a case of adding every fifth or tenth or fiftieth letter to form a word.)

Agora leia a mesma sentena com um cdigo de saltar quatro letras:

Rips ExplAineD thaT eacH codE is a Case Of aclDing Every... A mensagem oculta: READ THE CODE (LEIA O CDIGO).

Mas ningum, nem mesmo Newton, conseguiria percorrer toda a Bblia contando as letras mo, checando toda seqncia possvel de saltos de letras, comeando com cada uma das letras desde o primeiro at o ltimo versculo, para a frente e para trs, do comeo ao fim da Bblia. Somente um computador consegue fazer essa busca com rapidez suficiente para tomar possvel a tarefa.

E somente um computador consegue encontrar as informaes complexamente entrelaadas do cdigo da Bblia. Repetidas vezes, palavras, nomes, datas e lugares relacionados entre si esto, contra todas as probabilidades, codificados juntos.

As palavras formam um verdadeiro quebra-cabea. Cada vez que uma nova palavra ou frase descoberta, est criado um novo quebra-cabea. E as palavras conectadas geralmente revelam informaes acuradas e detalhadas sobre acontecimentos dos tempos modernos.

isso que toma singular o cdigo da Bblia. Em qualquer outro livro, talvez encontrssemos uma seqncia aleatria de saltos formando "Torres Gmeas" - mas no junto com "avio". Talvez encontrssemos "bin Laden" - mas no junto com "a cidade e a torre". Talvez voc encontre "Gmeas" - mas no junto com "a prxima guerra" ou "o Fim dos Dias".

- somente no cdigo da Bblia que existem informaes consistentes e coerentes - disse Rips. - Ningum nunca encontrou nada parecido em qualquer outro livro, em qualquer traduo ou em qualquer texto hebraico original, exceto na Bblia.

Quando Rips relatou sua descoberta em um boletim matemtico norte-americano, muitos cientistaS se mostraram cticos. No conseguiram encontrar erros em sua base cientfica, mas no acreditaram em seus resultados. A alegao era demasiado surpreendente - um cdigo, 'dentro da Bblia, que revelava acontecimentos ocorridos depois que a Bblia foi escrita!

Um decodificador snior da secretssima Agncia de Segurana Nacional (o posto de escuta clandestina do governo dos Estados Unidos, perto de Washington) ouviu falar daquela espantosa alegao e decidiu investig-la.

Harold Gans passara a vida criando e decifrando cdigos para o servio secreto militar norte-americano e tinha certeza de que o cdigo da Bblia era "loucura, uma coisa ridcula".

Ele escreveu seu prprio programa de computador e se preparou para provar que aquilo era uma fraude. Em vez disso, s reproduziu os resultados do experimento de Rips. Os nomes de 66 sbios que viveram e morreram muito depois dos tempos bblicos estavam realmente codificados junto com as respectivas datas de nascimento e morte. Gans no conseguia acreditar. Achou que o experimento deveria ter sido "preparado". Procurou novas informaes, codificaes que Rips nunca tentara encontrar. Gans tinha certeza que os nomes das cidades onde os 66 rabinos viveram e morreram nunca poderiam ser encontrados no cdigo. Mas ele os encontrou.

Gans havia se preparado para desmistificar o cdigo da Bblia. Em vez disso, seu experimento de 440 horas provara que o cdigo era real.

- Senti um frio na espinha - recorda o decodificador.

Nenhum homem poderia ter codificado a Bblia com informaes sobre pessoas e acontecimentos que somente viveriam e teriam lugar centenas de anos depois que a Bblia foi escrita. Mas algum o fez.

Se no foi um de ns, quem ento?

Ouvi falar do cdigo da Bblia pela primeira vez h cerca de dez anos. Eu acabara de ter uma reunio com o chefe do servio secreto israelense para discutir o futuro da guerra. Quando eu estava saindo do quartel-general, um jovem oficial conhecido meu se aproximou.

- H um matemtico em Jerusalm que voc deveria conhecer - disse ele. - Ele descobriu a data exata do comeo da Guerra do Golfo. Na Bblia.

- No sou religioso - respondi, entrando no carro.

- Nem eu - disse o oficial. - Mas ele descobriu um cdigo, dentro da Bblia, com a data exata, trs semanas antes que a guerra comeasse.

Parecia inacreditvel. Eu tinha certeza de que era alguma tolice. Mas quando verifiquei a ficha de Rips, descobri que ele era considerado uma espcie de gnio no mundo da matemtica. Fui v-lo.

Com a barba cerrada e o yarmulke na cabea, Eliyahu Rips parecia um personagem sado diretamente do Antigo Testamento. Todas as minhas dvidas se confirmaram. Gnio ou no, aquele cientista estava certamente iludido por suas crenas religiosas. Desafiei-o a me mostrar a Guerra do Golfo em sua Bblia. Ele me levou at seu pequeno estdio e me mostrou, na tela do computador, a predio codificada da Guerra do Golfo.

"Saddam Hussein" e "msseis Scud" estavam codificados na Bblia, com a data exata em que o Iraque atacou Israel: 18 de janeiro de 1991.

- Quantas datas voc encontrou? - perguntei.

- Somente esta aqui, trs semanas antes da guerra comear - respondeu ele.

Mas eu ainda estava ctico. Pedi a Rips para procurar acontecimentos dos tempos modernos que ele ainda no tivesse encontrado.

Encontramos "presidente Kennedy" com "Dallas". Encontramos "Bill Clinton" com "presidente" - seis meses antes de ele ser eleito. Encontramos codificadas na Bblia, umas depois das outras, coisas que Rips nunca poderia saber que eu iria pedir. Finalmente, encontramos vrios acontecimentos antes que ocorressem - incluindo a coliso de um cometa com o planeta Jpiter, dando o nome do cometa e a data exata do impacto.

O cdigo da Bblia continuava se mostrando genuno. Um decodificador norte-americano, do mais alto escalo, o havia confirmado. Famosos matemticos de Israel e dos Estados Unidos, em Harvard, em Yale e na Universidade Hebraica, diziam que ele era real.

O experimento de Rips passou por trs avaliaes crticas, feitas por seus pares, em um respeitado boletim matemtico dos Estados Unidos. Mas eu ainda no conseguia acreditar.

E ento, finalmente, dois anos mais tarde, encontrei uma codificao que me convenceu.

No dia 12 de setembro de 1994, voei de volta para Israel e tive um encontro em Jerusalm com um amigo ntimo do primeiro-ministro Yitzhak Rabin, o poeta Chaim Guri. Entreguei-lhe uma carta, que ele levou imediatamente ao primeiro-ministro.

"Descobri informaes que sugerem que sua vida est em perigo", afirmava minha carta a Rabin. "A nica vez em que seu nome completo Yitzhak Rabin - est codificado na Bblia, ele cruzado pelas palavras "assassino que assassinar".

Um ano mais tarde, em 4 de novembro de 1995, chegou a terrvel confirmao - um tiro nas costas, disparado por um homem que acreditava cumprir uma misso de Deus, o assassino que foi codificado na Bblia trs mil anos antes.

Quando ouvi a notcia, o ar fugiu dos meus pulmes. Ca no cho e murmurei as mesmas palavras que mais tarde diria quando as torres do World Tiade Center foram destru das: "Meu Deus, real!

O choque no se devia morte de Rabin. O que me chocou foi ver que o cdigo da Bblia era real.

Por maior que fosse o choque em 4 de novembro de 1995, porm, foi maior ainda em 11 de setembro de 2001. Porque agora eu sabia o que mais o cdigo predizia.

Se o cdigo da Bblia era real, e eu no conseguia mais duvidar disso, ele teria um nico propsito - alertar o mundo sobre um perigo terrvel, at mesmo terminal. E o perigo deve estar exatamente sobre nossa cabea, ou no estaramos descobrindo o cdigo da Bblia agora. Talvez estejamos realmente, neste momento, enfrentando o "Fim dos Dias".

Os dois grandes textos bblicos "apoca1pticos", o Livro de Daniel (no Antigo Testamento) e o Apoca1ipse (no Novo Testamento), so profecias de um horror sem precedentes, que sero reveladas quando um livro secreto e selado for aberto no "Fim dos Dias".

O Fim profetizado quatro vezes nos cinco livros originais da Bblia, as palavras ditadas por Deus a Moiss, que os judeus chamam de Torah. O Fim profetizado tambm em Daniel. Um anjo revela o futuro ltimo ao antigo profeta e ento lhe diz: "Quanto a ti, Daniel, guarda estas palavras em segredo e conserva selado este livro at o fim dos tempos."

H duas maneiras de escrever o "Fim dos Dias" em hebraico, e elas aparecem juntas uma nica vez na Bblia.

"No Fim dos Dias" aparece no texto original do Deuteronmio, nas palavras ditas por Moiss aos antigos israelitas que vagavam pelo deserto. Na listagem abaixo, elas aparecem no sentido horizontal.

O outro caso de "Fim dos Dias", que aparece no sentido vertical, so as palavras de Daniel, mas codificadas na Torah, exatamente no trecho em que Moiss alerta sobre um tempo futuro de perigo terrvel.

As probabilidades de que essas duas frases aparecessem juntas na Bblia so de pelo menos 100 para 1.

Porm, havia mais.

Logo depois do feriado de 4 de julho de 2000, o presidente Clinton anunciou que o primeiro-ministro israelense Ehud Barak e o lder 'palestino Yasser Arafat se encontrariam com ele em Camp David, para conversaes de paz. Todo mundo sabia quanto estava em jogo, mas nem mesmo os trs lderes teriam imaginado toda a magnitude do momento, revelada pelo cdigo da Bblia.

No nico trecho em que encontramos juntas as duas expresses bblicas do "Fim dos Dias", 'Arafat" aparece sem qualquer salto de letras, perfeitamente soletrado no texto aberto da Bblia logo abaixo de "no Fim dos Dias".

E um perfeito "E. Barak", igualmente soletrado sem qualquer salto de letras, cruza o aparecimento codificado de "no Fim dos Dias".

Eu tinha mostrado essa listagem decodificada a Eli Rips mais de dois anos antes, em 1998, bem uns doze meses antes de Barak ser eleito primeiro-ministro. Porm, mesmo quando essa predio se tornou realidade e Barak assumiu o cargo, Rips mantinha o foco sobre Arafat. 'Arafat velho e est doente", disse Rips. "Se ele est envolvido, ento j estamos no Fim dos Dias."

Rips calculou as probabilidades de aparecimento conjunto dos nomes dos lderes de Israel e da Palestina, no trecho exato em que "no Fim dos Dias" estava codificado junto com "Fim dos Dias". As probabilidades de isso ocorrer por acaso eram de pelo menos 150.000 para 1.

Assim, quando Clinton anunciou a reunio de cpula, enviei-lhe imediatamente uma carta: "Estou anexando um exemplar de meu livro, O cdigo da Bblia, porque seu anncio de hoje a respeito de uma reunio de cpula em Camp David, entre Barak e Arafat, confirma a predio do cdigo."

"O que est em jogo muito mais do que voc imagina", continuava minha carta. "A alternativa est claramente enunciada no cdigo da Bblia, o Armagedon de verdade, uma guerra mundial nuclear que comear no Oriente Mdio."

Quando o acordo de Camp David resultou em fracasso total e uma nova Intifada comeou, quando o general de extrema-direita Ariel Sharon (oponente declarado do plano de paz) tornou-se o novo primeiro-ministro de Israel e George W. Bush assumiu a presidncia dos Estados Unidos, confirmou-se mais uma vez aquilo que o cdigo da Bblia havia predito.

Alm de terem sido preditas as duas eleies, "Bush" e "Sharon" estavam codificados na Bblia, junto com 'Arafat" e "E. Barak", no trecho onde "Fim dos Dias" se encontrava ao lado de "no Fim dos Dias".

O Dr. Rips sentiu-se perplexo. Checou novamente os clculos estatsticos. As probabilidades do aparecimento casual dos nomes dos quatro lderes - de Israel, dos palestinos e dos Estados Unidos - ao lado das duas expresses bblicas dos "Fim dos Dias" eram de pelo menos 500.000 para 1. Rips disse que as verdadeiras probabilidades deveriam ser na casa de um milho para 1, mas que era impossvel calcular totalmente uma srie to complexa de combinaes.

- De todo modo, o acaso est totalmente descartado - disse Rips. Estas referncias so obviamente intencionais. Trata-se de uma certeza matemtica. um quadro perfeito. E est claramente falando deste momento do tempo.

No entanto, tudo aquilo esteve l por mais de trs mil anos: os nomes dos lderes mundiais de hoje, codificados com a- antiga profecia, esperando que ns o encontrssemos no momento exato em que precisvamos ouvir o sinal de alerta.

O cdigo da Bblia afirmava claramente, sem qualquer sombra de dvida, desafiando as mais espantosas probabilidades, que estvamos naquele exato momento vivendo os dias do perigo supremo previstos havia tanto tempo.

O Fim dos Dias, o Apocalipse, deixava de ser um mito religioso, a viso assustadora de um pesadelo que nunca aconteceria na realidade, meras palavras em um texto antigo. Deixava de ser algo distante, seja no passado ou no futuro.

O Fim dos Dias estava bem aqui, agora. Quatro anos antes, em outubro de 1998, eu havia entregado ao meu advogado Michael Kennedy, proeminente profissional de Nova York, uma carta lacrada para ser aberta em 2002. A carta afirmava:

"Michael,

"Estou convencido de duas coisas:

(I) O cdigo da Bblia real;

(2) O mundo s dar ouvidos aos seus alertas quando for tarde demais.

Foi assim que aconteceu da ltima vez que o mundo todo esteve em perigo: ningum queria enfrentar Hider.

Os Estados Unidos quase perderam a Segunda Guerra, porque entraram nela com dois anos de atraso. Agora, eu estava tentando alertar o mundo sobre um perigo ainda maior e a fonte do alerta era bizarra, mesmo para mim - um cdigo inserido dentro da Bblia.

"O cdigo desafia todos os conceitos convencionais de realidade do Ocidente", continuava a carta lacrada. "Por isso, embora Newton acreditasse que o futuro poderia ser conhecido e que um cdigo oculto na Bblia o revelaria, e embora um decifrador snior da ASN tenha confirmado a descoberta israelense, o cdigo ainda no plenamente aceito.

"Mesmo tendo se mostrado certo de antemo quanto ao assassinato de Rabin, a Guerra do Golfo e outros grandes acontecimentos mundiais, o cdigo ainda no convenceu os cticos.

"O primeiro-ministro Peres e o chefe do Mossad tiveram um encontro comigo, mas a maioria dos lderes polticos no quer dar ateno aos alertas at mais predies se tornarem realidade.

"Portanto, registrei por escrito as descobertas mais importantes, a fim

de poder provar que tais predies foram encontradas de antemo.

"Os alertas que o cdigo afirma com mais clareza:

"(1) o mundo enfrentar o 'colapso econmico' global a partir do ano judaico de 5762 (2002 no calendrio gregoriano);

"(2) isso levar a um perodo de perigo sem precedentes, medida que as naes com armas nucleares se tornam instveis e os terroristas conseguem roubar ou comprar o poderio para destruir cidades inteiras;

"(3) o perigo chegar ao auge no ano judaico de 5766 (2006 no calendrio gregoriano), o ano que est mais claramente codificado junto com as palavras 'guerra mundial' e 'holocausto atmico'."

No dia 11 de setembro de 2001, depois que vi o ataque s torres do World Trade Center e depois que encontrei esse ataque perfeitamente codificado na Bblia, fui retirar minha carta lacrada.

Quando a li, tive um choque.

A queda daquele grande smbolo do poderio econmico norte-ameri

cano, o World Trade Center, e o ataque ao prprio smbolo do poderio militar, o Pentgono, fizeram os perigos preditos parecerem demasiadamente reais.

Em 17 de setembro, vspera do Ano Novo judaico de 5762 que estava codificado junto com "crise econmica", os mercados de aes reabriram pela primeira vez desde o 11 de setembro. O ndice Dow Jones caiu 684 pontos, sua maior perda na histria, comeando uma semana que testemunhou a pior situao da Bolsa desde 1929, o ano da Grande Depresso.

A primeira predio do cdigo da Bblia j tinha se cumprido.

Meu medo era que uma nova depresso levasse Terceira Guerra Mundial, assim como o colapso econmico da dcada de 1930 levara ascenso de Hitler e Segunda Guerra.

"Guerra Mundial", "holocausto atmico" e "Fim dos Dias" estavam codificados junto com "em 5766", o ano judaico equivalente a 2006.

Chequei ano a ano todo o sculo seguinte e descobri que somente 2006 aparecia junto com os trs alertas. Tratava-se de uma clara predio de que enfrentaramos a Terceira Guerra Mundial dentro de cinco anos.

Contei isso ao Dr. Rips. Ele calculou as probabilidades no potente computador da Universidade Hebraica. E checou cem mil textos aleatrios para ver se todos os perigos maiores apareciam por acaso, junto com o mesmo ano, em qualquer outro lugar alm da Bblia.

- cem mil para um - informou Rips. - Procurei em cem mil textos aleatrios e essas palavras somente aparecem juntas na Bblia. No pode ser por acaso. Algum colocou intencionalmente este alerta na Torah.

No havia como duvidar. Cem para um o teste normal. Mil para um o padro mais rigoroso j aplicado pelos matemticos. Cem mil para um decisivo.

De acordo com o cdigo da Bblia, estaramos realmente enfrentando o perigo ltimo, uma guerra mundial nuclear, em 2006.

A Segunda Guerra Mundial terminou com uma bomba atmica. A Terceira Guerra Mundial poderia comear com uma bomba atmica. Existem hoje pelo menos 50.000 armas nucleares espalhadas por todo o mundo, desde cpsulas de artilharia atmica e bombas em maletas, at msseis balsticos intercontinentais com ogivas mltiplas, cada qual mais potente que a bomba lanada sobre Hiroshima.

"Holocausto atmico" est codificado com 1945 (o ano da bomba de Hiroshima) e com 2006.

Se o cdigo da Bblia est correto, ento a Terceira Guerra Mundial uma guerra que ser travada com armas de destruio em massa que o mundo nunca antes viu usadas em combate - ocorreria dentro de poucos anos. O mundo todo seria destrudo em poucas horas. Seria, literalmente, o Fim dos Dias.

Mas em vez de uma guerra nuclear entre superpotncias (o conflito que todos ns receamos durante os anos da Guerra Fria), o mundo hoje enfrenta uma nova ameaa - terroristas carregando armas nucleares.

"Terrorismo" est codificado junto com "Guerra Mundial" e, no mesmo exato trecho, aparece a palavra rabe shahid, que designa o homembomba suicida. Ali tambm aparece a expresso "guerra-relmpago".

Fanticos religiosos apocalpticos, terroristas carregando armas de destruio em massa, homens que acreditam estar em uma misso por Deus:

estes so o perigo ltimo codificado na Bblia.

O que aconteceu em 11 de setembro seria o comeo, no o fim. Mas a carta lacrada que entreguei a meu advogado em 1998 deixava

espao para a esperana. Mesmo depois de 11 de setembro de 2001, eu continuava otimista. A carta dizia ainda:

"Mas o cdigo da Bblia nos fala de todos os nossos futuros possveis, no de um nico futuro predeterminado. Por isso, podemos mudar o nosso curso, impedir o desastre ltimo.

'Acredito que o cdigo da Bblia existe para nos ajudar a impedir esse desastre. Acredito que o cdigo foi descoberto agora, neste momento da histria humana, para que soubssemos enquanto h tempo.

"Foi por isso que deixei com voc esta cpsula do tempo, lacrada em 1998, a ser aberta em 2002 para nos prepararmos para 2006."

Na poca em que escrevi aquela carta lacrada, eu j tinha comeado a procurar outra mensagem, selada em algum distante tempo passado, a mensagem selada que devemos encontrar agora se quisermos sobreviver.

CAPTULO 2

A CHAVE DO CODIGO

Na escurido do deserto, pouco antes do amanhecer, a terra comeou a tremer e um terrvel claro cruzou os cus. O povo saiu correndo das tendas e olhou horrorizado para a montanha que se erguia acima deles, com o pico iluminado por uma brilhante luz branca, como se a prpria montanha estivesse em chamas.

Uma voz, sada do nada, trovejou: "Moiss, sobe para junto de mim no monte."

Corria o ano de 1200 a.c. Moiss subiu ao topo do monte Sinai.

E, segundo o texto aberto da Bblia, ele "viu o Deus de Israel, e, sob seus ps havia uma plataforma feita de pedras de safira".

Segundo a lenda, foi naquela "pedra de safira" que Deus escreveu as palavras originais da Bblia. Embora a pedra fosse dura como diamante, podia ser enrolada como um pergaminho. E, embora sua cor fosse o azul escuro profundo, ela era tambm transparente. Na verdade, diz a Bblia que sua "limpidez igualava os cus".

Certa noite, sozinho em meu apartamento em Nova York, li essa passagem da Bblia e pela primeira vez percebi que as palavras da Torah tinham sido originalmente escritas na "safira".

Fiquei logo imaginando se no estaria nesse detalhe obscuro o segredo do cdigo da Bblia.

Se realmente houvesse na Bblia algum cdigo que revelasse o futuro, pensei, tal cdigo deveria, ele prprio, estar profetizado na histria em que Deus d a Torah a Moiss no monte Sinai, gravando as palavras sobre uma safira.

Examinei o texto repetidas vezes. Havia um indcio, uma pista. Em hebraico, a palavra "livro" sefer. Sefer se escreve com as mesmas trs consoantes de safira, talvez porque o primeiro livro, a Bblia, foi escrito sobre aquela pedra.

Vi ento que a palavra "safira", em hebraico, tambm est ligada ao verbo "contar" - talvez sugerindo que havia, desde o comeo, um cdigo matemtico na Bblia. Procurei algum complexo esquema numrico. Mas nada descobri.

De repente, vi algo muito simples. Em hebraico, a lngua original da Bblia, "safira" de trs para diante "Rips".

O nome de Eliyahu Rips, o matemtico que descobriu o cdigo da Bblia, aparecia na Bblia, no trecho em que se conta a histria de Deus descendo no topo do monte Sinai.

Fiquei chocado. O prprio Dr. Rips era profetizado no cdigo que ele descobrira, o cdigo dentro da Bblia que revelava o futuro.

O nome "safira", a pedra preciosa azul-escuro sobre a qual a Bblia fora originalmente escrita, predizia o cientista que encontraria o cdigo trs mil anos mais tarde.

Estava claro que no era por acaso que "safira", lido ao contrrio, tornava-se "Rips". Escrever de trs para a frente, como imagem de espelho, uma tradio muito antiga. Na verdade, a prpria Bblia diz que esse o caminho para ver o futuro. O primeiro dos profetas, Isaas, disse: "Para ver o futuro, deves olhar para trs." As mesmas palavras, em hebraico, podem ser traduzidas como: "L as letras ao reverso."

No havia a menor dvida. Rips no s tinha seu nome na escrita de espelho, como tambm sua faanha era claramente descrita.

A "pedra de safira" ao inverso toma-se "Rips profetizado". Pedra de safira = Rips profetizado.

Voei de volta a Israel para ver Eli Rips. Era a primeira vez que nos encontrvamos no ano, desde que meu primeiro livro fora publicado, e o cdigo da Bblia tomara-se conhecido no mundo todo, colocando a ns dois no centro de uma controvrsia global.

Havia realmente um cdigo dentro da Bblia que dizia o futuro? Tnhamos realmente encontrado a primeira prova de que no estamos sozinhos no Universo? Era essa uma nova revelao? Ela provava a existncia de Deus?

O que eu queria mesmo era escapar de tudo aquilo. No sou religioso e no acredito em Deus. E o cdigo da Bblia parecia profetizar perigos terrveis, talvez o verdadeiro Apocalipse, o fim cataclsmico deste mundo. Eu tampouco queria acreditar nisso.

Mas agora, de repente, eu tinha uma nova prova de que o cdigo da Bblia era real. Uma prova que eu no poderia simplesmente ignorar. O homem que a descobriu era nomeado no trecho exato em que Deus dava a Bblia a Moiss, no nico versculo da Bblia em que Ele realmente visto.

E se o cdigo era real, ento os perigos que ele profetizava tambm deveriam ser reais. Eu precisava ir ver o cientista que descobrira o cdigo, e que era predito no cdigo, o homem que deveria ser capaz de ajudar a deter a contagem regressiva para o Armagedon.

Em 1998, pouco antes de Shavuot (a festa judaica que celebra o momento, no ano de 1200 a.C., em que Deus desceu no monte Sinai) mostrei a Eli Rips seu nome naquele versculo da Bblia.

Rips no ficou surpreso. Continuou como sempre foi, humilde.

- No mais espantoso do que os outros aspectos do cdigo disse Rips. - Se o cdigo contm conhecimentos detalhados do mundo inteiro, ento tambm esto preditos conhecimentos sobre cada um de ns e nossa interao com o cdigo.

Rips pegou um livro da estante e leu em voz alta, mais uma vez, as palavras que tinha lido para mim quando nos encontramos pela primeira vez, citando um sbio do sculo XVIII alcunhado o Gnio de Vilna: "A regra que tudo aquilo que foi, e ser at o Fim dos tempos esteja includo na Torah, da primeira ltima palavra. E no meramente em um sentido geral, mas com detalhes de cada espcie e de cada pessoa individualmente, e com detalhes dos detalhes de tudo o que lhes aconteceu desde o dia de seu nascimento at sua morte."

Mas Rips negava ser um profeta.

- A Bblia afirma claramente que um profeta recebe suas informaes diretamente de Deus - disse o matemtico.

Embora eu no acredite em Deus, Rips possui uma certa aura que me forou a lhe fazer uma pergunta:

- possvel que o cdigo da Bblia seja exatamente esse tipo de comunicao? possvel que Deus esteja falando, atravs do cdigo, diretamente com voc?

Rips descartou a possibilidade de ser algum tipo de "eleito" e sugeriu que, em vez disso, Deus e o cdigo falavam com todos ns.

- Voc s precisa encontrar o boto do HELP - disse Rips.

Mas no importa a modstia de Rips. O fato inquestionvel que seu nome foi mencionado h trs mil anos no texto oculto da Bblia como o homem que descobriria o cdigo.

Alm de "pedra de safira" ao inverso tomar-se "Rips profetizado", no trecho onde "tbua de safira" estava codificado tambm apareciam, cruzando-se, "russo" e "ele computar".

Rips saiu da Rssia e mudou-se para Israel em 1970, quando foi libertado de uma priso poltica sovitica aps um protesto em escala mundial liderado pelo presidente da Sociedade Matemtica Americana.

"Rips" era o "russo" que "computou" o cdigo e, na mesma listagem, "ele profetizado" estava novamente codificado, cruzado por "ele mecanizou" .

Mas o que finalmente nos convenceu a ambos foi o que apareceu no cdigo da Bblia junto com" decodificador". Ns procuramos essa palavra em seu computador.

"Decodificador" era novamente cruzado por "safira" e "pedra" - as palavras que, de trs para diante, produzem "Rips profetizado". E "cdigo" sobrepunha-se a "decodificador".

Rips ficou silencioso por alguns momentos. Examinou as palavras no computador. E ento disse:

- Quando nos acostumamos com a idia de que a realidade como um todo est codificada, aceitamos que cada um de ns tem seu lugar no cdigo. Mas ver algo assim to especfico muito mais vvido do que o conhecimento terico. Tecnicamente, uma tima descoberta.

Tpico. Como sempre, ele focalizava a significncia matemtica, deixando de lado o fato extraordinrio de que seu nome era claramente mencionado no cdigo como o homem que o descobriria. Finalmente, Rips admitiu que estivera se reprimindo:

- Como eu sei que o Codificador o Criador do Universo, esta uma experincia que me toma humilde.

Se Eliyahu Rips no nasceu especificamente para ser o decodificador do cdigo da Bblia, pelo menos sua existncia foi profetizada.

E agora, no pequeno escritrio atravancado de sua casa em Jerusalm, perguntei a Rips se ele achava que um dia seramos capazes de ver a totalidade do cdigo da Bblia.

- No temos a chave - respondeu Rips. - Mesmo usando os computadores mais potentes que possumos hoje, no somos capazes de resolver seu mistrio. Acredito que a Torah a palavra de Deus. Ela tem todas as coisas dentro de si. Mas ns no saberemos por que, ou para qual propsito, at que a chave do cdigo seja encontrada.

Rips disse que o cdigo da Bblia era como um gigantesco quebracabea e que ns tnhamos apenas um punhado de peas. Disse que Deus talvez no quisesse que ns o vssemos inteiro - "o cdigo escolhe qual parte do todo revelar, ele nos mostra a informao x, mas no y ou z".

- Mas o cdigo diz que o mundo poder acabar em 2006 - fiz questo de lembrar. - Precisamos de todas as peas do quebra-cabea agora. Temos de agir agora, antes que seja tarde demais.

- Qualquer das peas uma parte de um todo que no conseguimos ver - disse Rips. - Portanto, qualquer interveno um ato arrogante.

Recordei a Rips que "guerra mundial", "holocausto atmico" e "Fim dos Dias" estavam todos juntos, codificados com 2006; que havamos checado cada ano do sculo seguinte e descoberto que um nico ano estava claramente codificado - e que estvamos, naquele exato momento, sentados conversando na nica cidade do mundo que era nomeada como o alvo, "Jerusalm".

- Estamos nas mos de Deus - disse Rips. Pressionei-o mais uma vez:

- Mas voc acha que algum dia seremos capazes de ver todo o cdigo da Bblia?

- Se conseguirmos a chave.

A chave. Ela ficou danando na minha mente o tempo todo que estive em Israel, e ento certa noite abri meu laptop e procurei" chave do cdigo" no cdigo da Bblia. A expresso surgiu quatro vezes.

Numa das ocasies, uma obscura palavra hebraica que no reconheci cruzava "chave do cdigo". A palavra nem estava no meu dicionrio. Mas no dicionrio da Academia encontrei a traduo: "obeliscos".

Obeliscos. No era o que eu esperava. Eu j tinha visto alguns obeliscos, altos pilares de pedra que terminam em ponta, mais ou menos como uma pirmide. H alguns obeliscos com 300 metros de altura que ainda sobrevivem no Egito. E h um em Roma, em Londres, em Paris, todos levados do Egito pelos conquistadores h muito tempo. Cheguei a ver, em Nova York, um obelisco de 3.600 anos de idade, gravado com hierglifos que narravam as faanhas de um antigo fara.

Mas no era isso que eu esperava ver cruzando "chave do cdigo". Eu tinha imaginado alguma frmula matemtica ou um conjunto de instrues, no um objeto fsico, e muito menos um obelisco.

Nas duas vezes em que aparecia, "obeliscos" fazia parte da frase "boca dos obeliscos". Isso sugeria que no se tratava de simples pilares de pedra, mas de algum tipo de orculos que diziam o futuro e, talvez, at falassem.

Era difcil de acreditar. Mas no havia dvida de que aquilo era intencional. "Obeliscos" aparecia duas vezes com "chave do cdigo", ambas realmente se cruzando, duas combinaes perfeitas, desafiando todas as probabilidades.

Rips comeou a processar os nmeros em um potente computador da Universidade Hebraica e me enviou, por e-mail, seus clculos: "Encontrei 'chave do cdigo' junto com 'boca dos obeliscos' na razo de um em um milho. Parabns!"

Mais tarde, Rips me disse que aquele foi o melhor resultado que ele j tinha visto.

- Nenhum outro par de palavras alcanou estatsticas to altas na histria das pesquisas do cdigo - comentou. - Dois sucessos diretos no poderiam acontecer por acaso. intencional. Essa uma certeza matemtica.

E naquele mesmo trecho, no mesmo texto aberto da Bblia, nas duas vezes em que "obeliscos" cruzava "chave do cdigo" havia uma outra frase: "Senhor do cdigo."

Senhor do cdigo. Em hebraico, o significado dessa expresso ainda mais amplo: ela pode ser uma maneira bblica de dizer "o Codificador". Era absolutamente perfeito.

E ento descobri que, no trecho em que "senhor do cdigo" estava codificado na Bblia, ele era cruzado pelo mesmo versculo do xodo que fala de Deus descendo ao topo do monte Sinai para dar a Moiss a Bblia, escrita sobre "safira", o versculo que identificou o cientista que descobriu o cdigo, "Rips"..

E na mesma listagem, "obeliscos" aparecia novamente cruzado pelas palavras do texto aberto que falavam de "um objeto do cu".

Procurei qualquer comentrio antigo que me desse informaes sobre os "obeliscos". Encontrei em um texto judaico de 1.700 anos de idade, o Midrash, a confirmao imediata do cdigo da Bblia:

"O que eram aqueles 'obeliscos'? No eram o que um ser humano teria feito, mas obra do Cu."

Uma afirmao extraordinria. A mais antiga fonte de autoridade afirmava claramente que os "obeliscos" vinham de fora do nosso planeta, talvez mesmo de outro reino. Havia mais, porm. O Midrash tambm dizia que os "obeliscos" eram humanides:

"Eles tinham olhos como uma janela, eram uma espcie de macho e fmea. "

O antigo texto no chegava a dizer que eles eram vivos, mas sugeria que enxergavam e talvez tambm falassem. E o Midrash certamente parecia dizer que os obeliscos pelo menos representavam alguma forma de vida, talvez no deste mundo.

Voltei a me encontrar com Eli Rips. Ele, claro, no se surpreendeu com a notcia de que os obeliscos no eram deste mundo; ele j tinha certeza de que o cdigo da Bblia, e tambm a prpria Bblia, vinham de outro reino - vinham de Deus, na verdade.

Disse a Rips que eu esperara encontrar uma frmula matemtica, no um pilar de pedra, fosse deste mundo ou do alm. Rips comentou:

- Pode ser as duas coisas.

Explicou-me que, em hebraico, a palavra "chave" tambm significa "gravado" ou "entalhado". Assim, "chave do cdigo" poderia ser tambm traduzido como "cdigo gravado". E, portanto, fazia todo sentido que a palavra que a cruzava duas vezes fosse "obeliscos". Isso sugeria que a chave que buscvamos estava gravada, entalhada em pilares de pedra.

Procuramos "chave matemtica" em seu computador. O termo tambm estava codificado. E ento vimos algo extraordinrio - com "chave matemtica" tambm aparecia o mesmo versculo do xodo que falava de Deus descendo ao topo do monte Sinai, aquele versculo que dizia que a Bblia original fora escrita sobre "safira", a palavra que, ao inverso, produziu "Rips".

Procuramos por "cdigo no obelisco". A expresso apareceu uma vez na Bblia, junto com "cu".

Procuramos a codificao original de "cdigo da Bblia", a prpria confirmao bblica da existncia do cdigo que havamos encontrado alguns anos antes. "Obelisco" cruzava "cdigo da Bblia". .

Ficamos absolutamente espantados. A confirmao parecia absoluta. Existiram, pelo menos num passado muito distante, obeliscos que continham os segredos perdidos do cdigo da Bblia.

Mas, se realmente havia provas concretas do cdigo da Bblia (algum objeto que poderia ser a chave de que precisvamos para ver o cdigo como um todo), ento claro que o cdigo seria mais do que apenas um cdigo - seria a primeira prova concreta de que no estamos sozinhos no Universo.

Se realmente havia, gravada em obeliscos de milhares de anos, uma cincia mais avanada do que a nossa de hoje (uma chave matemtica para o cdigo), ento ela teria de provir de uma civilizao mais avanada que a nossa - se no do "cu", pelo menos de um outro mundo.

Nenhuma criatura daqui, nenhum ser humano, nem h milhares de anos nem nos dias de hoje, poderia ter criado o cdigo da Bblia. Nossa cincia ainda muito primitiva. E nenhum de ns capaz de ver atravs do tempo.

Assim, se os obeliscos fossem encontrados, teramos no s a chave para decifrar o cdigo e ver todo o nosso futuro, mas tambm teramos a prova do nosso passado oculto.

Teramos, talvez, a identidade do "senhor do cdigo", o Codificador.

Talvez at mesmo a verdadeira identidade de Deus.

Mas, onde estariam os obeliscos?

Eu voava de volta para Israel pouco antes do Dia de Ao de Graas de 1998, examinando a espantosa codificao de "cdigo da Bblia" cruzada por "obelisco".

E ento vi que havia uma localizao bem definida, afirmada no texto aberto da Bblia, onde "obelisco" cruzava "cdigo da Bblia" - "no vale de Sidim" .

Eu sabia que j tinha visto aquele nome antes. Verifiquei no meu laptop e l estava ele -"cdigo no obelisco" tambm cruzado por "vale de Sidim".

A localizao aparecia no texto aberto da Bblia, com a histria de Abrao. E a referncia completa, no Gnesis 14:3, revelava onde o vale se localizava: "... no vale de Sidim, que agora o mar Morto."

O mar Morto bem conhecido, claro. Fica entre Israel e a Jordnia, um mar interno to salgado que nele nada consegue viver.

Mas o vale de Sidim no aparecia em nenhum mapa moderno. Chequei os mapas dos stios bblicos. Nada, o vale de Sidim no aparecia ali. Tudo o que consegui descobrir sobre sua localizao era o que estava dito no Gnesis. Nenhum estudioso moderno sabia mais do que isso.

Alguns especulavam que o vale poderia estar hoje submerso, no perto do mar Morto, mas debaixo dele. Uma coisa estava clara: o vale de Sidim j era antigo (e aparentemente j esquecido) quando a Bblia foi escrita h mais de trs mil anos.

O vale era to antigo que, quando o Gnesis foi escrito, sua localizao precisou ser identificada pelo mar que j o cobria - antes de existir a Bblia.

Consultei rabinos e estudiosos da Bblia. O vale de Sidim era mencionado no Midrash (comentrios sobre a Bblia com cerca de dois mil anos). O mais famoso comentador, Rashi, um judeu francs medieval, dizia que o vale foi frtil e recoberto de pomares, mas que as guas do mar Mediterrneo o invadiram, fazendo surgir o mar Morto, que cobriu o vale.

Mas nenhum sbio da Antigidade sabia, e nem o sabem os estudiosos de hoje, onde exatamente se localizava o vale.

Fui ver a maior autoridade cientfica sobre a regio do mar Morto, um gelogo israelense chamado David Neev.

- Eis aqui o que sabemos, com base no Gnesis - disse Neev. - O vale de Sidim descrito na Bblia especificamente como sendo o mar Morto. Ali foi travada uma antiga batalha. Foi ali que os reis de Sodoma e Gomorra, fugindo da batalha, caram em poos de asfalto.

Neev achava que o vale de Sidim, portanto, ficaria perto de Sodoma e Gomorra. Sua teoria que um imenso terremoto destruiu as duas cidades h mais de quatro mil anos, enterrando-as sob o mar Morto. Esse, disse Neev, era o verdadeiro acontecimento por trs do mito bblico.

Mas ningum sabia onde exatamente estiveram um dia as duas cidades condenadas. E aquele antigo local estava hoje, quase com certeza, debaixo d'gua.

Contudo, havia esperana. O mar Morto encontrava-se agora em seu nvel mais baixo nos ltimos cinco mil anos. Tudo o que esteve debaixo d'gua desde o alvorecer da civilizao humana voltaria agora a ficar exposto.

- O mar Morto como uma chaleira com gua deixada em fogo alto. Est fervendo, se evaporando - disse Neev. - Nos prximos cem anos, uma parte imensa desse mar simplesmente desaparecer. At no sobrar mais nada alm de sal.

O gelogo mostrou-me um grfico que revelava os nveis das guas. Na dcada anterior, o nvel do mar Morto tinha cado para cerca de -400 metros. A ltima vez em que suas guas estiveram assim to baixas por longo tempo foi entre 5.500 e 8.000 anos atrs.

Ser que o mar Morto estava desaparecendo para revelar antigos segredos?

A ltima vez em que ele esteve to baixo foi durante uma era misteriosa na qual surgiram pela primeira vez todas as coisas que definem a civilizao moderna: aparentemente sadas do nada, surgiram a escrita e a matemtica, a astronomia e a agricultura; os homens aprenderam a trabalhar o metal, e ergueram-se as primeiras cidades.

- Se o seu objeto foi erguido durante o perodo calcoltico, que representou a sbita ascenso da civilizao, ento bem possvel que tivesse

permanecido oculto at hoje - disse Neev. - Mas se o que voc est procurando foi construdo h cinco mil anos e depois ficou coberto pelo mar durante milhares de anos, quando o mar recuar voc no vai ver um obelisco, nem um palcio ou uma cidade inteira. Voc s ver lodo, sedimentos e pedras de sal.

O gelogo me deu outra indicao:

- Em hebraico, "sidim" significa "cal". Por isso eu acho que voc deveria procurar algum vale do Cal. Na verdade, algumas tradues da Bblia chamam o vale de Sidim de "vale do Calcrio".

Neev sugeriu que eu procurasse no lado jordaniano do mar Morto: - H ali uma pennsula chamada Lisan. um outeiro pedregoso e salgado, coberto de calcrio.

Ele prprio nunca estivera em Lisan. Israel travara trs guerras com a Jordnia.

- Tome cuidado - disse ele. - territrio inimigo.

Meu guia no conseguia entender por que eu queria ir at a pennsula de Lisan. Nenhum turista jamais mostrara vontade de ir at l.

Lisan uma massa de terra, com formato extravagante, que se projeta para dentro do mar Morto. Parece uma lngua e, na verdade, tanto em hebraico como em rabe "lisan" que dizer "lngua" .

Quando l chegamos, foi como chegar ao lado escuro da Lua. Era uma paisagem lunar totalmente estril, inteiramente desprovida de qualquer vegetao. luz brilhante do deserto, a pennsula parecia branca, pois estava toda coberta de calcrio.

Tratava-se do nico lugar s margens do mar Morto, ainda superfcie, que poderia ser um remanescente do antigo "vale de Sidim", o "vale do Calcrio". Mitologicamente, parecia perfeito. o umbigo da Terra. o ponto mais baixo da Terra: 390 metros abaixo do nvel do mar.

Em todo o planeta no h terra seca que seja to baixa. Por isso, quando parei junto recm-exposta margem da pennsula de Lisan (aquela poro de terra que esteve debaixo d'gua at a dcada anterior, depois de ficar submersa durante cinco mil anos), eu estava parado no ponto mais baixo do lugar mais baixo da Terra, no fundo do mundo.

"Fundo do mundo" estava codificado na Bblia. "Lisan" aparecia no mesmo trecho, cruzado por "antiga chave".

Aquilo que talvez um dia tenha se erguido nesta terra seca, e que esteve submerso durante toda a histria conhecida da civilizao humana, poderia agora ficar exposto mais uma vez, coberto apenas pela areia, a argila, o lodo e as grossas incrustaes salinas que o mar deixou atrs de si.

A pennsula estava absolutamente vazia. No havia o menor sinal de habitao humana. Nem agora, nem nunca. As outras nicas pessoas em toda a pennsula eram os operrios de uma mina de sal.

Mas o lugar estava rodeado de extraordinrias descobertas arqueolgicas do passado bblico.

Do outro lado do mar estavam as cavernas de Qurnran, onde foram encontradas as mais antigas cpias da Bblia, os Pergaminhos do Mar Morto. Durante mais de dois mil anos, ali se conservaram aquelas palavras escritas mo em pergaminhos feitos de pele animal. Em 1947, um garoto que pastoreava seus rebanhos atirou uma pedra dentro de uma das cavernas e ouviu o som de cermica quebrando. Dentro da urna quebrada, ele encontrou um livro completo da Bblia, intocado pelo tempo.

Tambm vista, no lado israelense do mar, estava a antiga fortaleza de Massada, no alto da montanha. Foi ali que, h dois mil anos, um pequeno bando de judeus desafiou, at o ltimo homem, as legies romanas. As pedras originais da fortaleza ainda esto l, no plat, contemplando a paisagem desolada que em nada mudou nos dois milnios que se passaram.

No lado jordaniano, menos de um quilmetro terra adentro, foi desenterrada uma aldeia de cinco mil anos de idade, Bab-Edrah, com seus velhos tijolos de barro ainda intactos. Essa aldeia talvez tenha sido a Zoar bblica, para onde L, segundo a lenda, fugiu para escapar destruio de Sodoma e Gomorra.

Diante disso tudo, no era implausvel que ali, talvez enterrado debaixo de meus ps, nessa pennsula estril, estivesse um antigo obelisco entalhado com a "chave do cdigo".

A pennsula de Lisan era apenas um pingo no mapa, mas tinha cerca de 40 km2. Parado ali sob o sol escaldante e contemplando uma vista infinita de sal e calcrio, percebi que era uma rea grande demais para se procurar debaixo dela um pilar de pedra, ou at um palcio, mesmo que casualmente eu comeasse no lugar certo.

Por isso, voltei Bblia e ao cdigo.

H um livro no Antigo Testamento que menciona especificamente o nome Lisan. o Livro de Josu, a histria do jovem guerreiro que, depois da morte de Moiss, liderou os antigos israelitas na jornada final da fuga do Egito, levando-os pelo Jordo at Israel.

"Lisan, a lngua de mar" aparece em Josu 15:5. Codificadas em cruz, esto as palavras "ele encontrou o lugar exato, Lisan".

"Lisan, a lngua do mar Morto, ao norte" aparece novamente em Josu 18:19, uma descrio ainda mais exata do local.

A palavra "codificador" est codificada no texto aberto que revela a localizao. "Codificado" aparece cinco vezes na mesma listagem e, em hebraico, uma mesma palavra quer dizer "oculto" e "norte".

Assim, o texto aberto de Josu (o nico livro da Bblia que menciona especificamente Lisan) parece revelar o local exato da pennsula onde se deve procurar - em seu ponto mais setentrional, onde um dedo da pennsula sobe pelo mar Morto, formando uma pequena baa, uma "lngua do mar Morto".

Procurei na Torah a frase "Lisan, lngua de mar". Ela apareceu uma s vez, sem saltos de letras. "A Lisan" estava codificada cruzando "lngua de mar" e, cruzando ambas, aparecia "antiga chave".

Fui ver Eli Rips, mostrei-lhe as codificaes e lhe disse que tinha percorrido a regio.

Rips estudou o cdigo em seu computador e imediatamente viu algo admirvel.

- As mesmas letras hebraicas que formam "antiga chave" tambm formam "mapa do sensor" - disse Rips. - E ela cruza "lngua de mar" e "a Lisan".

Foi uma descoberta crucial. A nica maneira pela qual eu encontraria um "obelisco" enterrado seria com algum "sensor", alguma tecnologia avanada capaz de enxergar debaixo d'gua e no subsolo, e fazer um "mapa" daquilo que estava oculto ao olho nu.

As letras alternadas da seqncia codificada (com saltos de duas letras) que formavam "antiga chave/mapa do sensor" faziam uma nova afirmao: "Exposto, visvel, descoberta, deteco."

Mais tarde, descobri que esse mesmo versculo admirvel da Bblia (no qual "Lisan, lngua de mar" aparecia sem saltos de letras no texto oculto, cruzando com a codificao de "antiga chave/mapa do sensor") aparecia no s com "a Lisan" como tambm com dez outras pistas fundamentais da minha caada "chave do cdigo".

"Obelisco em Lisan" cruzava "Lisan, lngua de mar". O mesmo ocorria com "mapa do esconderijo". E "chave" aparecia trs vezes naquela listagem, onde "mapa do sensor" cruza "mapa do esconderijo".

Rips e eu procuramos "sensor marcou o ponto". Surpreendentemente, a frase estava codificada atravessando o nico trecho da Torah em que "a Lisan" aparecia sem nenhum salto de letras. As probabilidades eram de 2 em dez mil.

E finalmente, sozinho com meu laptop certa noite, examinei o livro mais proftico da Bblia, o de Daniel, e vi que" sensor marcando" tambm estava codificado ali, junto com "Lisan".

A afirmao oculta completa em Daniel era ainda mais extraordinria. Ela dizia: "Lisan como Sidim."

Era a prova absoluta de que eu havia realmente encontrado o antigo vale de Sidim. Estava claramente afirmado em Daniel. O vale de Sidim era a pennsula de Lisan.

Mas a mensagem oculta em Daniel ainda apresentava aspectos mais extraordinrios. Nos versculos iniciais, o texto aberto conta a histria de um cerco a Jerusalm por um rei da Babilnia, que levou para seu palcio alguns jovens de Israel. Esses jovens aprenderam tudo o que se sabia no mundo antigo, "toda a sabedoria, todo o conhecimento e toda a cincia", incluindo o idioma da primeira civilizao conhecida, a "linguagem dos caldeus" .

Oculta nesses versculos estava toda a histria por trs da minha busca. Em hebraico, "linguagem dos caldeus" tambm forma "Lisan como Sidim". Onde o texto aberto de Daniel fala dos jovens "morando no palcio", as mesmas palavras em hebraico poderiam ser traduzi das como "pilar no palcio". Talvez fosse o "obelisco" que eu procurava, no qual estava gravada "toda a sabedoria, todo o conhecimento e toda a cincia".

Mas as descobertas extraordinrias continuavam. Aqueles mesmos versculos de Daniel me mostraram o X do mapa do tesouro. "Mazra" tambm aparecia no mesmo texto aberto que identificava "Lisan como Sidim".

E "Mazra" era o nome da aldeia junto margem meridional da baa do mar Morto, a lngua de terra que avanava para se projetar da ponta setentrional da pennsula de Lisan.

Era ali que eu encontraria o pilar no palcio, o obelisco, a chave do cdigo. Cada livro da Bblia que chequei parecia apontar para o mesmo lugar a rea que j foi conhecida como vale de Sidim, que hoje o mar Morto, e especificamente a ponta setentrional da pennsula, a baa de Mazra, e o dedo de terra que forma a baa, o cabo de Lisan.

No trecho da Torah em que pennsula de Lisan est codificado, Mazra o cruza desafiando todas as leis das probabilidades.

Mazra estava codificado junto com chave do cdigo e obelisco cruzava tanto Mazra como chave do cdigo.

Tnhamos encontrado a localizao exata. A nica questo era como acharamos o antigo objeto enterrado debaixo dela.

As coisas no seriam como no cinema. Eu no seria capaz, como Indiana Jones, de retirar a poeira com as mos nuas e encontrar a Arca Perdida. Mesmo com equipamento pesado de escavao, o X do mapa (uma cabea de alfinete) era grande demais para ser cavado.

Eu no tinha a menor idia de que material era feito o obelisco, a que profundidade estava enterrado, se sob a terra ou sob o mar, e nem mesmo se ele ainda existia depois de sabe-se l quantos milhares de anos.

Havia uma pista encontrada pelo Dr. Rips, mas a notcia no era boa.

Onde obelisco cruzava cdigo da Bblia, o texto aberto afirmava: A terra abriu a boca e o engoliu. Se o obelisco tinha sido engolido, talvez naquele grande terremoto que, segundo o gelogo israelense Neev, abalara a regio havia mais de quatro mil anos, ento o obelisco poderia estar nas profundezas do subsolo. Poderia ter desaparecido to completamente como Sodoma e Gomorra.

Para encontr-lo, seria preciso alguma tecnologia muito avanada. O que eu precisava agora era do "mapa do sensor". Mas quando conversei com os especialistas (geofisicos que vasculhavam o subsolo procura de petrleo, metais preciosos e s vezes artefatos antigos), ouvi mais notcias ruins.

O radar subterrneo, que funcionava to bem quando se tratava de encontrar objetos enterrados sob as areias de imensos desertos, seria intil no terreno saturado de sal do vale de Lisan e do mar Morto. O radar simplesmente rebateria. No conseguiria penetrar naquele terreno.

Verifiquei com meus amigos do servio secreto israelense, com o cientista-chefe do Ministrio da Defesa, com pessoas que eu conhecia no Pentgono e na CIA. Todos me disseram a mesma coisa. No existia tecnologia secreta que conseguisse penetrar naquele terreno, no existia tcnica militar confidencial, no existia satlite-espio avanado que conseguisse encontrar um obelisco enterrado no terreno mais salgado da Terra.

Foi devastador. Tnhamos chegado to longe. A partir da descoberta casual de "obelisco" cruzando duas vezes "chave do cdigo" contra probabilidades de um milho para um, talvez eu estivesse agora de p no prprio terreno onde a chave tinha permanecido oculta durante milhares de anos, levado at ali quase que por milagre, passo a passo, somente por um cdigo existente na Bblia.

- Eu sinto que estou sendo levado para uma verdadeira caa ao tesouro - disse a Rips.

- Claro - respondeu ele, aceitando um plano divino e tomando como certo algo em que eu no conseguia acreditar.

- Por que ento tudo ficou to difcil que qualquer pessoa mais s do que eu j teria desistido h muito tempo? - perguntei.

- Na sua pergunta est a resposta - disse Rips.

Ele examinou novamente a codificao original de "chave do cdigo".

- Isto realmente encorajador - disse ele, apontando para a tela do computador. - Diz aqui: "Em nossas mos para resolver." Em hebraico, ainda melhor: "Em nossas mos para decifrar", como quem decifra um cdigo.

Mas as mesmas palavras hebraicas tambm poderiam ser traduzidas como "Em nossas mos para uma crise". Convenci-me de que no era por acaso que estvamos procurando a chave do cdigo em um momento de crise mundial.

O rufar dos tambores de guerra no cenrio do Oriente Mdio dava busca uma urgncia que o cdigo da Bblia s vinha intensificar. O cdigo alertava que a busca nada mais era do que uma corrida contra a contagem regressiva para o Apocalipse.

"Na pennsula de Lisan" estava codificado junto com "no Fim dos Dias".

O alerta era claro, mas clara era tambm a promessa. Cruzando "na pennsula de Lisan", logo abaixo de "no Fim dos Dias", o texto aberto da Bblia afirmava: "Para vs e para vossos filhos que viro depois, a fim de que prolongueis vossos dias na Terra."

CAPTULO 3

CLINTON

Na televiso, o presidente estava confessando seu pecado, se no realmente admitindo sua mentira: "Eu tive com Miss Lewinsky uma relao imprpria. "

Era o dia 17 de agosto de 1998. Bill Clinton estava dizendo que enganara sua mulher e o povo americano. Estava admitindo de cara fechada, em um discurso solene transmitido em rede nacional, que tivera relaes ntimas na Casa Branca com uma estagiria de 24 anos de idade.

Enquanto Clinton falava, eu tinha um olho na TV mas me concentrava no computador, verificando o cdigo da Bblia.

Os amigos vinham me pedindo, havia meses, para procurar no cdigo o escndalo Monica Lewinsky. Eu sempre me recusava. Parecia espalhafatoso demais, trivial demais.

Mas agora o escndalo poderia causar a queda de um presidente, o homem que tinha reunido Rabin e Arafat, o nico homem que talvez pudesse levar a paz ao Oriente Mdio e impedir todos os horrores preditos no cdigo.

Eu sabia que "Clinton" estava no cdigo, pois Bill Clinton foi o primeiro nome que procurei na Bblia.

Em junho de 1992, quando ouvi falar do cdigo da Bblia pela primeira vez, meu primeiro teste funcionou - descobri que o cdigo previa a vitria de Clinton, e isso seis meses antes de ele ser eleito presidente.

"Clinton" estava codificado junto com "presidente" no texto de trs mil anos de idade.

Em agosto de 1998, enquanto ele fazia sua confisso em rede nacional de TV; procurei novamente "Clinton" no cdigo da Bblia. Mas agora eu queria ver se o cdigo predizia seu impeachment.

"Clinton" e "impeachment" estavam codificados juntos, com toda clareza, e desafiando todas as probabilidades.

E onde "impeachment" estava codificado junto com Clinton, no mesmo versculo da Bblia, tambm era predito o escndalo Monica Lewinsky:

"Segredo oculto, amante da serva."

Era extraordinrio. "Serva" a melhor aproximao do Antigo Testamento para "jovem estagiria".

No momento em que descobri isso, o presidente j tinha completado seus cinco minutos de confisso e agora os comentaristas afirmavam que ele no sobreviveria ao escndalo.

Enquanto eu pesquisava o cdigo da Bblia, vi repetidas vezes na televiso o trecho da fita em que Clinton negava o envolvimento, sacudindo o dedo para o pas e dizendo: "Eu no tive relaes sexuais com aquela mulher, Miss Lewinsky." E ento, repetidas vezes, o replay de sua recente confisso: "Eu tive com Miss Lewinsky uma relao imprpria."

At aquele momento, me parecera absurdo procurar o resultado desse escndalo em um antigo texto que alertava para o fato de que o mundo logo estaria enfrentando um perigo sem precedentes.

Mas agora, com o destino do presidente na balana, com o pas ameaado de enfrentar seu primeiro processo de impeachment em mais de cem anos, eu realmente procurei uma resposta no cdigo da Bblia.

Quando examinei mais atentamente a codificao de "Clinton", percebi que havia um segundo nvel.

A palavra logo abaixo de "impeachment" era" contra". A verdadeira mensagem, a combinao real com "Clinton" no cdigo da Bblia era "povo, nao contra impeachment". Ou, mais literalmente, "ns nos oporemos ao impeachment" .

E sobrepondo-se a "povo, nao contra impeachment", o texto oculto afirmava: "A opinio deles impediu."

Em 17 de agosto de 1998, na noite da confisso de Clinton, no momento em que seu cargo mais parecia em perigo, o cdigo da Bblia predizia que Clinton sobreviveria ao escndalo.

Em 12 de fevereiro de 1999, o Senado norte-americano absolvia o presidente Clinton nos dois artigos de impeachment, depois de um ano angustiante de escndalos e investigaes.

Mais uma vez, o cdigo da Bblia provara estar certo.

Dois anos mais tarde, em 16 de outubro de 2000, cheguei Casa Branca para um encontro com John Podesta, chefe de gabinete do presidente Clinton.

Eu tinha ido l para lhe dizer que o cdigo da Bblia alertava que j estvamos no Fim dos Dias.

O agente do Servio Secreto, no porto, estava nervoso. A guerra tinha irrompido novamente no Oriente Mdio e havia um sinal de alarme contra terroristas. Tive de esperar meia hora para ser admitido.

Enquanto esperava no porto da Casa Branca, passou-me pela mente o que eu iria dizer ao segundo homem mais poderoso do mundo, o homem que ocupava uma sala na Ala Oeste e determinava quem o presidente veria, o que o presidente veria e, portanto, em grande medida, o que o presidente faria.

Podesta j tinha entregue a Clinton meu livro sobre o cdigo da Bblia. Ele me disse que o presidente levara o livro para Camp David, juntamente com a carta que lhe enviei no dia em que ele anunciou uma reunio de cpula entre Ehud Barak, primeiro-ministro de Israel, e o lder palestino Yasser Arafat.

Minha carta, datada de 5 de julho de 2000, afirmava:

"Estou anexando um exemplar de meu livro, O Cdigo da Bblia, porque seu anncio de hoje a respeito de uma reunio de cpula em Camp David, entre Barak e Arafat, confirma a predio do cdigo.

"O cdigo, que parece revelar nosso futuro, sugere que voc desempenhar um papel central para determinar se haver paz ou guerra no Oriente Mdio, e o que est em jogo muito mais do que voc imagina.

"Hesito em apresentar detalhes, porque parece to apocalptico."

Eu simplesmente no conseguia dizer ao presidente que j estvamos no "Fim dos Dias". Eu no conseguia lhe dizer que, segundo o cdigo da Bblia, o mundo poderia acabar dentro de poucos anos. Eu prprio no conseguia acreditar nisso tudo.

Eu tinha certeza de que, se escrevesse isso, a primeira pessoa do gabinete do presidente que lesse minha carta imaginaria que eu era mais um daqueles que aparecem todo dia no parque em frente Casa Branca, carregando cartazes mal-escritos que afirmam: ARREPENDA-SE, O FIM EST PRXIMO.

Portanto, minha carta continuava: "Na verdade, no sou um homem religioso e estou certo de que o desastre pode ser impedido."

O cdigo da Bblia, afirmei ao presidente, era cincia e no religio, revelando nomes, locais e datas em um texto que tinha trs mil anos de idade.

'Clinton' estava perfeitamente codificado junto com 'presidente', contra as mais altas probabilidades", escrevi, recordando minha descoberta de 1992, meses antes de ele ser eleito. "Sua eleio foi a minha primeira confirmao concreta da realidade do cdigo.

Agora descobri que, cruzando seu nome na Bblia, est uma outra afirmao - 'ele restaurou, consertou', que tem um significado mais profundo em hebraico: 'restaurar, consertar, transformar o mundo'."

"A alternativa est claramente enunciada no cdigo da Bblia, o Armagedon de verdade, uma guerra mundial nuclear que comear no Oriente Mdio. Se o cdigo est certo, esse perigo ainda est alguns anos nossa frente.

"Mas aquilo que fizermos, aquilo que voc fizer agora, determinar o que finalmente vai acontecer. Acredito que por isso que o cdigo da Bblia existe. Para nos alertar em tempo de mudarmos o futuro.

"Talvez voc esteja em posio melhor do que qualquer outro dentro do conflito, para encerrar milhares de anos de violncia entre rabes e judeus", conclua minha carta a Clinton.

"Camp David" estava codificado na Bblia, cruzado por "cidade de refgio" no texto aberto, e "paz" aparecia no mesmo trecho.

Era apropriado que "Camp David" - o isolado retiro dos presidentes norte-americanos, o local do histrico tratado de paz entre Egito e Israel, e agora o lugar onde Clinton reuniu os dois guerreiros, Barak e Arafat estivesse codificado no trecho em que o texto aberto da Bblia estabelecia as regras que permitiam aos criminosos encontrar "redeno, libertao".

Mas Camp David acabou em fracasso. Tanto Clinton como Barak acreditavam que poderiam fazer a Arafat uma oferta irrecusvel. Quase todos acreditavam que dentro de alguns dias, ou no mximo algumas semanas, Arafat concordaria em aceitar um Estado Palestino em 90% da Cisjordnia e de Gaza, que ele certamente aceitaria a maior parte de Jerusalm Oriental e metade da Cidade Velha. Mas Arafat nem sequer respondeu. Ningum entendia por qu. Ningum entendia o peso da religio.

A religio sentenciou morte as conversaes de paz. O cdigo da Bblia assim o predizia. O "Monte do Templo" era o campo de batalha predito.

No passado, era ali que se erguia o antigo Templo constru do por Salomo. Hoje, ali se ergue uma mesquita com cpula dourada. Esse plat de 35 acres em Jerusalm era o lugar sagrado do qual ningum abria mo. Para os judeus, os restos do Templo, o Muro na base oeste da colina, so o santurio mais sagrado. Para os muulmanos, a mesquita no topo da colina, denominada Haram-AI-Sharif, era o segundo lugar mais sagrado, depois de Meca. Durante milhares de anos, o Monte do Templo foi centro de guerras religiosas, o marco zero da eterna batalha pelo controle da Cidade Santa. E, em Camp David, continuou a ser o tema impossvel de solucionar.

"Monte do Templo" estava codificado junto com os nomes dos trs lderes reunidos na conferncia - "Clinton", 'Arafat" e "Barak".

O "Monte do Templo" aparecia no texto oculto sem qualquer salto de letras no trecho onde "Clinton" estava codificado. O ano da conferncia de Camp David, "5760" (equivalente a 2000) aparecia no mesmo trecho.

"Monte do Templo sabotado" estava codificado no trecho onde 'Arafat" aparecia sem qualquer salto de letras, mais uma vez desafiando as probabilidades. "Barak" cruzava "Monte do Templo" no mesmo trecho, e as palavras originais da Bblia alertavam para o "Fim dos Dias".

Era extraordinrio que todos os trs atores das conversaes de paz estivessem codificados junto com o nome do local sagrado que entravaria as negociaes. E o cdigo da Bblia parecia sugerir que um ataque ao Monte do Templo era iminente.

Enquanto as conversaes de paz se desintegravam em julho e os esforos para reviv-las fracassavam em agosto, setembro e outubro, eu continuava tentando achar um meio de chegar at Clinton, chegar at Barak, chegar at Arafat.

Voltei a Israel no incio de agosto de 2000. A reunio de Camp David acabara de fracassar e o governo de Israel estava beira do colapso. O primeiro-ministro Barak lutava desesperadamente para se manter no cargo, enquanto os membros de seu gabinete se demitiam um aps outro e o povo israelense perdia a esperana de ver o fim de suas lutas com os palestinos.

Barak, agora isolado e cauteloso, no quis ouvir o alerta direto do cdigo da Bblia.

Eu j havia tentado ver Barak um ano antes de ele ser eleito. Em 17 de maio de 1998, quando ele ainda nem sabia que iria se candidatar ao cargo de primeiro-ministro, enviei-lhe uma carta dizendo:

"Novas informaes descobertas no cdigo da Bblia afirmam que voc poder ser o primeiro-ministro em um momento de grande perigo para todo o seu pas. Acho que voc ser o prximo lder de Israel e espero que possamos nos encontrar."

O cdigo at predizia o ano, "5759" (ou 1999, no calendrio gregoriano). Aquilo no parecia possvel e, por isso, no o mencionei em minha carta a prxima eleio estava marcada para o ano de 2000.

Exatamente um ano mais tarde, em 17 de maio de 1999, Ehud Barak venceu as eleies antecipadas de surpresa e tomou-se o primeiro-ministro de Israel.

Mas eu no senti o gosto da desforra. Apenas um terrvel pressentimento. A codificao da Bblia que me levara a profetizar a eleio de Barak com um ano de antecedncia tambm falava de perigo. Um perigo funesto e especfico.

"Primeiro-ministro E. Barak" aparecia em uma matriz do cdigo que era seguida de "crise e morte". O alerta era explcito. A crise irromperia naquele local sagrado de Jerusalm que era reivindicado por muulmanos e judeus: o "Monte do Templo".

Cruzando "primeiro-ministro E. Barak", o texto oculto afirmava: "Eles atacaro o Monte do Templo."

Assim, quando Barak foi eleito, conforme predito e quando predito, enviei imediatamente aos seus assessores mais prximos mensagens urgentes pedindo-lhes que avisassem Barak do perigo.

Enviei um fax ao cientista-chefe do Ministrio da Defesa, general Isaac Ben-Israel: "O que me preocupa que, se o cdigo estava certo ao predizer a vitria de Barak, ento pode tambm estar certo em predizer que Barak seria o lder de Israel em um momento de grande perigo."

Mas Barak, agora to envolvido na preparao da guerra que no queria ver nem mesmo os homens de seu prprio crculo interior, disse que estava ocupado demais para um encontro comigo.

Enviei outra carta ao primeiro-ministro. Dizia: '''Eles atacaro o Monte do Templo' est codificado junto com 'primeiro-ministro E. Barak' to claramente quanto o assassinato estava codificado junto com 'Yitzhak Rabin'."

Barak sabia que o cdigo da Bblia continuava provando ser verdadeiro. No dia em que Rabin foi morto, seu amigo mais ntimo (o homem que entregou a Rabin minha mensagem de aviso) chamou Barak e disse: "O reprter americano sabia disso um ano atrs. Ele avisou o primeiro-ministro. Estava na Bblia."

Barak havia realmente investigado o cdigo da Bblia. O general BenIsrael contou-me que depois do assassinato de Rabin, o novo primeiro-ministro Shimon Peres pedira a Barak, ento membro do Gabinete, para investigar o cdigo.

- Ele tambm investigou voc - disse-me Ben-Israel. - Investigou se voc no estaria envolvido no assassinato.

Fiquei chocado, mas fazia sentido. Para Barak, era mais fcil acreditar que eu sabia com um ano de antecedncia que Rabin seria morto porque estava envolvido, do que aceitar que um cdigo de trs mil anos de idade, dentro da Bblia, revelara o futuro.

- Voc foi considerado inocente - disse Ben-Israel.

Ento, Barak sabia tudo sobre o cdigo da Bblia. Sabia que o cdigo tinha predito o assassinato de Rabin e sua prpria eleio, ambos com um ano de antecedncia. E ele, no entanto, se recusava a me ver.

- No leve para o lado pessoal - disse o general Ben-Israel. - Ele no fala com ningum hoje em dia, nem mesmo com seus assessores mais chegados, nem mesmo comigo. Ele est agora totalmente isolado.

Mas eu no poderia ignorar o perigo. No s "Monte do Templo" cruzava "primeiro-ministro Barak", como tambm "Monte do Templo sabotado" estava codificado junto com "Ehud Barak" e "5760" (o ano 2000).

O perigo parecia estar tambm codificado com uma data - o "dia 9 de Av". Foi nesse dia, reza a lenda, que o primeiro Templo foi destrudo pelos babilnios em 586 a.c. e foi tambm nesse dia que os romanos, no ano 70, destruram o segundo Templo.

Por isso, na manh do dia 9 de Av de 5760 (10 de agosto de 2000, no calendrio gregoriano) procurei o secretrio de gabinete de Barak, Isaac Herzog, filho de um ex-presidente de Israel e a quem eu j tinha entregado uma carta que ele passou s mos do primeiro-ministro.

- O prprio Barak j decretou o estado de alerta - disse-me Herzog. - O primeiro-ministro est pessoalmente consciente do perigo. No h nada que possamos fazer.

Herzog tambm me disse que tinha convocado o chefe de polcia de Jerusalm ao seu gabinete na vspera, para alert-lo sobre o ataque previsto, e que tambm alertara todos os outros oficiais de segurana sobre o possvel perigo no dia 9 de Av.

Todos em Israel sabiam que um ataque ao Monte do Templo poderia deflagar uma jihad, a guerra santa. Extremistas religiosos de todos os tipos haviam tentado atingir a colina no passado, esperando desencadear o apocalipse. O ano 2000 era visto como o ano do perigo supremo. Na verdade, um artigo do jornal New York Times perguntava: "No ano vindouro, o ano do milnio, durante o qual alguns cristos esperam o retomo de Cristo - ser que algum tentar destruir o Domo da Rocha ou a vizinha mesquita Al-Aksa, para encerrar o processo de paz ou para provocar o Fim dos Dias ou ambas as coisas?"

O lder do grupo terrorista palestino Hamas, xeque Ahmed Yassin, disse: "Seria o fim de Israel."

Ento mostrei a Herzog, brao-direito de Barak, que tanto "Barak" como 'Arafat" apareciam no cdigo da Bblia junto com o "Fim dos Dias".

- O que o Dr. Rips acha disto? - perguntou Herzog.

- Ele acha que absolutamente fora de questo que seja casual o fato de 'Arafat" e "Barak" estarem codificados exatamente no mesmo trecho onde as duas expresses do "Fim dos Dias" aparecem juntas - respondi.

Mas nada aconteceu no dia 9 de Av. No houve ataque ao Monte do Templo. Nenhum fantico religioso, nenhum terrorista, ningum atacou naquele dia. Eu receava ter gritado "lobo, lobo" e de agora em diante ningum me daria ouvidos.

Ainda assim, pedi novamente a Herzog para me conseguir um encontro com o primeiro-ministro.

- Barak no est recebendo ningum - disse ele. - impossvel.

E ento voltei minha ateno para Yasser Arafat.

Em 13 de agosto de 2000, encontrei-me com Abu Ala, lder do Parlamento palestino, talvez o homem mais poderoso depois do prprio Arafat. Baixo, calvo, corpulento e fumando charutos, ele mais parecia uma verso rabe do chefo nova-iorquino do sculo XIX. Mas seu escritrio na cidade de Ramallah, na Cisjordnia, era dominado por uma foto imensa da mesquita com cpula dourada do Monte do Templo em Jerusalm.

Entreguei a Abu Ala uma carta endereada a Arafat. Disse-lhe que havia um alerta codificado na Bblia, uma profecia que Arafat deveria ver. Ele leu a carta cuidadosamente e, quando terminou, estava claramente abalado.

Eu esperava que ele se mostrasse ctico, at mesmo hostil. Afinal de contas, tratava-se de um cdigo em hebraico no Livro do inimigo. Mas Abu Ala levou tudo to a srio, que se perguntou em voz alta se deveria enviar a carta a Arafat naquele mesmo dia, embora Arafat estivesse em visita oficial China.

- Tambm temos coisas assim no Alcoro - disse ele. - Arafat uni bom fiel e por isso acho que ele vai levar a srio este assunto. Mais do que Rabin.

Mas os meses se passaram e Abu Ala nunca entregou minha carta. Eu no conseguia chegar at Arafat. No conseguia chegar at Barak. Por isso, tentei mais uma vez chegar at Clinton.

No final de setembro, com as conversaes de paz desesperadamente estagnadas, enviei uma nota a Podesta, chefe de gabinete do presidente:

" possvel que esse impasse entre Barak e Arafat, que no se submete a uma soluo poltica racional, possa se submeter a uma soluo que enfrente o problema em seus prprios termos.

"A religio o problema. O cdigo da Bblia pode ser a soluo."

Quando afinal tive notcias da Casa Branca, quando afinal Podesta concordou em me receber, eu j estava de volta a Israel e j era tarde demais.

Naquele dia, comeou a nova Intifada.

A guerra aberta entre israelenses e palestinos irrompeu no Monte do Templo, exatamente como o cdigo da Bblia tinha predito. Na vspera da minha chegada, em 28 de setembro, o lder da extrema-direita israelense, o general que jurara esmagar Arafat, Ariel Sharon, ocupou o Monte do Templo com mil homens fortemente armados, selecionados entre soldados e a polcia de choque. No dia seguinte, 29 de setembro, depois da prece de sexta-feira na mesquita, comeou a nova revolta palestina e quatro rapazes rabes que jogavam pedras foram mortos por soldados israelenses no Monte do Templo.

O ataque ao Monte do Templo finalmente viera, no de extremistas religiosos ou terroristas, mas de uma das figuras mais centrais da poltica israelense. E desencadeou uma espiral infinita de violncia.

"Sharon" tambm estava codificado junto com "Monte do Templo".

Cada parte das predies do cdigo da Bblia que eu enviara ao primeiro-ministro Barak havia mais de