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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA – CCET CURSO DE ENGENHARIA CIVIL APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL RAPHAEL DE ARAÚJO OYAMA WELLEN SOUZA BANDEIRA MOTA Belém – PA 2010

APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA –

CCET

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

RAPHAEL DE ARAÚJO OYAMA WELLEN SOUZA BANDEIRA MOTA

Belém – PA 2010

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA - CCET

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO

ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

RAPHAEL DE ARAÚJO OYAMA

WELLEN SOUZA BANDEIRA MOTA

Orientador: ANDRÉ CLEMENTINO DE OLIVEIRA SANTOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como exigência parcial para obtenção do

título de Engenheiro Civil, submetido à banca

examinadora do Centro de Ciências Exatas e

Tecnologia da Universidade da Amazônia.

Belém – PA 2010

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Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Congregação do Curso de Engenharia Civil do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade da Amazônia, como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheiro Civil, sendo considerado satisfatório e APROVADO em sua forma final pela banca examinadora existente. APROVADO POR: ________________________________________________ ANDRÉ CLEMENTINO DE OLIVEIRA SANTOS, Mestre (UNAMA) (ORIENTADOR) ________________________________________________ EVARISTO REZENDE JUNIOR, Mestre (Unama) (EXAMINADOR INTERNO) ________________________________________________ ALVÁRO VINÍCIUS MONTEIRO DE ARAÚJO, Engenheiro Civil / Supervisor de Obras (CKOM Engenharia) (EXAMINADOR EXTERNO) DATA: BELÉM - PA, 15 de Dezembro de 2010

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AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de agradecer a todos que nos motivaram a fazer este trabalho,

especialmente aos nossos pais que sempre nos apoiaram e acreditaram na

gente. Queríamos agradecer também toda a nossa equipe de trabalho que nos

deu bastante suporte na coleta de dados, análises e pesquisa.

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“Dados são importantes, mas dou maior ênfase aos fatos”

- Taiichi Ohno

Page 6: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

RESUMO

A indústria da construção civil tem despertado grande interesse por novos

conceitos e técnicas de construção. Desde a criação do conceito de

“Mentalidade enxuta” no inicio da década de 90, baseada no Sistema Toyota

de Produção, muitas empresas estão discutindo essa aplicação.

O principal objetivo deste trabalho é introduzir uma nova filosofia de produção

em uma construtora em Belém-PA para alcançar a melhoria continua nos

processos construtivos. Com isso em mente, foi necessário conhecer todos os

processos da empresa para localizar as falhas e suas necessidades através de

um estudo de campo. Uma pesquisa sobre os princípios da construção enxuta

foi realizada apresentando à gerência as condições de aplicabilidade no

canteiro de obras. Após a aplicação, foi realizada a avaliação e discussão dos

resultados. Pode-se destacar que a integração dos princípios da construção

enxuta ao PBQP-H possibilitaram a introdução dessa nova filosofia de

produção que ainda está em desenvolvimento e em fase de aprendizado.

Page 7: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

ABSTRACT

The construction industry has been very interested in some new concepts and

techniques. Since the creation of the “Lean Thinking” concept in the 90’s, which

is based on the Toyota’s Production System, many companies are discussing

its application.

The main objective of this study is to introduce a new production philosophy in a

construction company located in Belém-PA in order to achieve continuing

improvement on its procedures. With that in mind, it was necessary to get to

know all the company’s process in order to identify its failures and necessities

for this application. A study about the principles of Lean Construction was

carried out to be presented to the company staff and discussed its application at

the construction site. When this study is done, the process was evaluated and

discussed its results. We have to point that with the integration of the Lean

Construction principles to the Brazilian Program of Habitat Quality and

Productivity (PBQP-H), provided the development to the introduction of the new

production philosophy which until the end of this study, still in learning process.

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SUMÁRIO Capítulo Página 1 - INTRODUÇÃO 1.1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS.....................................................................10 1.2 - JUSTIFICATIVA.........................................................................................11 1.3 - OBJETIVOS...............................................................................................11 1.3.1 - Objetivo geral ........................................................................................11 1.3.2 - Objetivo específico ...............................................................................11 1.4 - RESUMO DOS CAPÍTULOS.....................................................................12

2 - TOPICOS TEÓRICOS RELEVANTES 2.1 SISTEMAS DE PRODUÇÃO.......................................................................13 2.1.1 - Sistema Toyota de Produção ..............................................................13 2.1.2 - Just-in-Time ..........................................................................................15 2.1.3 - A estrutura do Sistema Toyota de Produção .....................................15 2.2 - MENTALIDADE ENXUTA..........................................................................17 2.2.1 - Princípios da Lean Thinking ...............................................................17 2.3 - LEAN CONSTRUCTION...........................................................................18 2.3.1 - Histórico ................................................................................................18 2.3.2 - Aplicação na Construção Civil ............................................................20 2.3.3 - Conceitos Básicos ................................................................................21 2.3.4 - Princípios da Construção Enxuta .......................................................22 3 - ESTUDO DE CASO 3.1 - ANALISE PRELIMINAR.............................................................................29 3.1.1 - Dados da empresa ................................................................................29 3.1.2 - Dados da obra .......................................................................................29 3.1.3 - Política de Qualidade ...........................................................................29 3.1.4 - Estrutura Organizacional .....................................................................30 3.2 - ARRANJO FÍSICO.....................................................................................30 3.3 - FASES DA IMPLANTAÇÃO......................................................................31 3.4 - PRINCIPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA: APLICABILIDADE...............32 4 - CONCLUSÃO 4.1 - DISCUSSÃO DE RESULTADOS..............................................................49 4.2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................54 ANEXOS........................................................................................................... 56

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LISTA DE FIGURAS

Figura Página Figura 01 – Estrutura do Sistema Toyota de Produção ............................... 16

Figura 02 - Modelo de processo na filosofia gerencial tradicional ................. 21

Figura 03 - Modelo de processos na construção enxuta ............................... 22

Figura 04 – Estrutura Organizacional da obra .............................................. 30

Figura 05 – Novo layout de canteiro ............................................................. 32

Figura 06 – Área do contêiner antes da intervenção .................................... 33

Figura 07 – Área do contêiner depois da intervenção .................................. 33

Figura 08 – Arrumação dos tijolos em paletes para subir no guincho .......... 34

Figura 09 – Armazenamento de tijolos no posto de trabalho ........................ 34

Figura 10 – Exemplo de Ficha de Verificação de Serviço (FVS) ................... 35

Figura 11 – Planejamento executado na obra ............................................... 36

Figura 12 – Exemplo de Ficha de Verificação de Material (FVM) .................. 36

Figura 13 – Inspeção de serviço controlado ................................................... 37

Figura 14 – Serviço executado em lote menor de produção .......................... 38

Figura 15 – Aço cortado e dobrado pelo fornecedor ...................................... 38

Figura 16 – Fabricação de vergas pré-moldadas ........................................... 39

Figura 17 – Aplicação de verga pré-moldada ................................................. 39

Figura 18 – Apartamento padrão .................................................................... 40

Figura 19 – Apartamento modificado pelo cliente ........................................... 40

Figura 20 – Dispositivos visuais de comunicação ........................................... 41

Figura 21 – Placas de identificação de materiais ............................................ 41

Figura 22 – Seqüenciadores de argamassa .................................................... 42

Figura 23 – Tapume da obra .......................................................................... 42

Figura 24 – Walk-Talkie para comunicação com o guincheiro ........................ 43

Figura 25 – Dispositivos visuais de gerenciamento da obra ........................... 44

Figura 26 – Planilha de avaliação de fornecedor ............................................ 45

Figura 27 – Treinamentos e exibição de vídeos motivacionais ...................... 45

Figura 28 – Relatório de não-conformidade ................................................... 46

Figura 29 – Mapa de fluxo do processo de alvenaria ..................................... 47

Figura 30 – Fluxograma do processo de confecção de argamassa ............... 48

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1.INTRODUÇÃO 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O mercado da construção civil está aquecido e cada vez mais as

empresas investem em técnicas e novas práticas de gestão com o intuito de

reduzir custos e aumentar a produtividade através de novas filosofias de

produção. O termo “lean”, que significa “enxuto”, foi usado no final dos anos 80

por pesquisadores para definir um sistema de produção muito mais eficiente,

flexível, ágil e inovador para enfrentar um mercado em constante mudança.

Uma característica marcante do setor da construção civil é o elevado

percentual de desperdício. A falta de planejamento e gerenciamento, ou a

improvisação dos mesmos, gera desperdício de materiais, de mão-de-obra e

baixa produtividade. Para que essas perdas sejam evitadas é necessário

racionalizar a construção substituindo práticas rotineiras e convencionais por

processos sistemáticos.

A indústria da construção civil encontra-se em relativo atraso tecnológico

comparado com outros setores produtivos do país. Por se tratar de uma

indústria muito tradicional e antiga, apresenta muita resistência a mudanças

dificultando a adaptação da filosofia “lean” nos canteiros sobre a alegação de

que as características da construção são diferentes daquelas da manufatura,

onde a filosofia inicialmente se aplicou.

A construção enxuta é uma adaptação da produção enxuta desenvolvida

pelo Sistema Toyota de Produção (STP) de Taichi Ohno que surgiu na indústria

automobilística dos anos 50 no Japão. Essa época foi marcada por filosofias do

Total Quality Management (TQM) e do Just-in-Time (JIT), entre outras com o

objetivo da remoção de desperdícios através de uma abordagem prática.

A partir do Sistema Toyota de Produção, outros conceitos surgiram

baseados nele, como o “Lean Thinking” (mentalidade enxuta) que é

considerado uma generalização deste sistema.

Nos anos 90 estes conceitos foram aplicados na construção civil por

Lauri Koskela através do trabalho intitulado “Application of the new production

phylosophy in the construction industry” quer ficou conhecido como um novo

referencial teórico instituído para a gestão de processos na construção e

promoveu a criação do International Group for Lean Construction (IGLC).

Page 11: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

11

No Brasil, a Lean Construction chegou em 1996, trazida por diversos

pesquisadores e consultores da área de planejamento e gestão de produção.

1.2 JUSTIFICATIVA

A produtividade na construção civil pode ser melhorada através de um

conjunto de modificações estruturais, tecnológicas, organizacionais,

motivações psicológicas e das condições de trabalho. A obra em estudo, busca

adotar os princípios da Lean Construction e as filosofias “lean” para estabilizar

o fluxo de material e informação, melhorar os seus processos construtivos,

produzir necessário somente quando o necessário (JIT) e otimizar a mão-de-

obra reduzindo os tempos de ociosidade.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem como objetivo identificar as diretrizes para implantar

os princípios da construção enxuta em um canteiro de obras vertical em Belém-

PA para melhoria dos seus processos construtivos.

1.3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

� Conhecer as técnicas e métodos utilizados na Construção Enxuta

para a sua aplicação no canteiro de obras.

� Estudar a empresa em estudo e conhecer os seus processos.

� Apresentar os princípios da Construção Enxuta para a gerência

na obra em estudo e analisar a sua aplicabilidade através de

casos de implantação na construção civil.

� Coletar informações que sobre os processos da obra em estudo

para análise de melhorias.

� Propor práticas que evidenciem a aplicação dos princípios da

Construção Enxuta no canteiro de obras

Page 12: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

12

� Avaliar os fatores críticos dessa implantação no estudo de caso e

descrever os benefícios que ela proporcionou para a obra em

estudo.

1.4 RESUMO DOS CAPÍTULOS

Além deste capítulo, que promove as principais propostas deste trabalho

discutidos nos objetivos gerais e nos objetivos específicos, este trabalho está

composto por mais três capítulos.

No segundo capitulo é abordado o referencial teórico que é constituído

pelos principais conceitos que formaram a construção enxuta e a sua

adaptação nos canteiros de obras.

No terceiro capitulo é discutido a aplicação da construção enxuta na

obra em estudo através dos onze princípios propostos pro Laury Koskela e a

apresentação de práticas e evidenciam os mesmos.

No quarto Capitulo são apresentadas as conclusões e os resultados da

intervenção deste estudo na obra.

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2. TOPICOS TEORICOS RELEVANTES

2.1 SISTEMAS DE PRODUÇÃO

2.1.1 SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO

No ano de 1973, com a crise do petróleo governos, empresas e

sociedades no mundo inteiro enfrentaram pesados prejuízos. Enquanto a

Toyota Motor Company, empresa japonesa continuou obtendo lucros, não com

a mesma proporção, sendo uma das poucas empresas a escapar dessa crise.

Este fenômeno despertou a curiosidade das organizações [GHINATO, 2000].

Desde então Eiji Toyota e Taiichi Ohno iniciaram um esforço para a

mudança para desse cenário. Ohno começou a trabalhar diretamente com

equipes e seus lideres que recebiam um grupo de atividades de montagem e

uma área de linha de produção devendo trabalhar juntas da melhor maneira

para realizar as operações necessárias, logo em seguida organizou as tarefas

da área de trabalho, forneceu ferramentas e atribuiu tarefas de verificação da

qualidade.

Este processo contínuo de melhoria, termo japonês “kaizen”, ocorre em

colaboração com engenheiros industriais, que ainda existiam, mas em

quantidade muito menor. Segundo [WOMACK, 1990], em se tratando do

retrabalho, Ohno permitiu que cada trabalhador da linha de montagem, ao

contrário do sistema de produção em massa, pudesse parar a linha de

produção caso algum defeito fosse detectado. De maneira sistemática os

trabalhadores aprenderam a identificar a raiz do problema, e posteriormente a

sugerir a correção para que este mesmo problema nunca voltasse a ocorrer. À

medida que os trabalhadores obtiveram experiência em identificar e rastrear os

problemas até a raiz, o número de erros foi reduzido bruscamente. Outras

conseqüências foram a redução da necessidade de retrabalho e o aumento da

qualidade dos carros fabricados. O objetivo do sistema Toyota era reduzir os

estoques finais e intermediários trabalhando com pequenos lotes de produção

e uma alta quantidade de entregas e transporte [SHINGO, 1996].

Page 14: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

14

O sistema de produção adotado pela Toyota é conhecido como Sistema

Toyota Produção (STP), que hoje conhecemos por Lean Prodution System que

significa Sistema de Produção Enxuta.

O significado da palavra enxuto do inglês (lean) foi utilizado no final dos

anos 80 pelos pesquisadores do International Motor Vehicle Program (IMVP)

para definir um sistema de produção eficiente, flexível e inovador do que a

produção em massa, o qual é um sistema que está habituado a enfrentar

mudanças constantes no mercado.

O interesse nas idéias do Sistema Toyota de Produção surgiu

principalmente pelo alto grau de competitividade que ele oferecia. Através da

análise das atividades envolvidas no processo, era possível identificar as

diferenças entre desperdício e valor, a partir da ótica de clientes e usuários

convencionais [KOSKELA, 2004].

Uma das principais características do Sistema Toyota de Produção é a

redução de perdas em todo o processo de produção. Perdas são vistas como

qualquer ineficiência que leva ao uso de equipamentos, materiais e mão-de-

obra em quantidades maiores do que as necessárias para a produção de um

produto. Estas perdas podem ser tanto desperdício de materiais quanto

execução de tarefas desnecessárias que levam a custos adicionais e a

atividades que não agregam valor.

A Toyota apresenta uma busca incessante pela descoberta das causas

reais dos problemas e perdas. Outro sistema utilizado para tal é o dos 5

“Porquês”. Ao utilizar este sistema é possível descobrir a raiz dos problemas,

tendo como objetivo final a melhoria [SHINGO, 1996].

De acordo com [WOMACK, 1990], outro sistema criado pela Toyota foi

uma nova maneira de coordenar o fluxo de materiais dentro do sistema de

fornecimento diário de suprimentos, o just-in-time. Nesse sistema foi

estabelecido que as partes fossem produzidas apenas quando a próxima etapa

as requisitasse.

O sistema de produção e gerenciamento desenvolvido na Toyota foi

resultado de esforços de tentativas e erros para competir com a produção em

massa já estabelecida nas indústrias de automóveis americanas e européias

[SHINGO, 1996].

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Toyota e Ohno levaram mais de vinte anos para implantar este conjunto

completo de idéias dentro do Sistema Toyota de Produção. No final eles

obtiveram sucesso, trazendo melhorias relevantes na produtividade, na

qualidade do produto e na capacidade de resposta a mudanças do mercado

[WOMACK, 1990].

2.1.2 JUST-IN-TIME

O conceito de Just-in-Time (JIT) se baseia em produzir os itens

necessários na quantidade necessária e no tempo necessário. Tem por

objetivo identificar, localizar e eliminar as perdas garantindo um fluxo contínuo

de produção.

O princípio de funcionamento do sistema de Construção Enxuta é

composto pelo método do tempo propício. O Just-in-Time determina que as

empresas necessitem eliminar e reduzir os estoques de produtos e devem

procurar trabalhar em parcerias com os seus fornecedores com a finalidade de

igualar e evitar o excesso.

2.1.3 A ESTRUTURA DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO

A base do sistema Toyota de produção é sustentada por seus dois

pilares, o Just-in-Time e Jidoka, e outros componentes essenciais do sistema.

Com este modelo, o objetivo é atender da melhor maneira as necessidades do

cliente, fornecendo produtos e serviços da mais alta qualidade, ao mais baixo

custo e no menor tempo (lead time) possível.

Tudo isso, enquanto assegura um ambiente de trabalho onde segurança

e moral dos trabalhadores constitua-se em preocupação fundamental da

gerência.

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Figura 01 – Estrutura do Sistema Toyota de Produção (Ghinato, 2000)

Esse modelo visa adaptar os componentes do STP às peculiaridades do

setor da construção de edificações residenciais verticais, com o intuito de

aumentar sua competitividade, permitindo que as empresas tenham um melhor

aproveitamento dos seus recursos internos. A estrutura é composta por dois

pilares, pela base e no topo o cliente.

2.2 MENTALIDADE ENXUTA

O conceito de mentalidade enxuta foi formulado no inicio da década de

90, baseada no sistema Toyota de produção e firmou como o novo paradigma

de produtividade na manufatura existindo diversas aplicações em vários

setores da indústria.

Com o avanço da construção civil o interesse nos conceitos da

construção cresceu tendo assim várias empresas e pesquisadores discutindo

esses conceitos e práticas.

Page 17: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

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2.2.1 PRINCIPIOS DO LEAN THINKING (MENTALIDADE ENXU TA)

Valor:

A princípio, deve-se entender o que é valor para o cliente, pois este

princípio é o ponto de partida para aplicação de todos os demais princípios da

lean.

Essa identificação inclui determinar exatamente quais características do

produto e serviços associados ao mesmo, o cliente está disposto a pagar. Esta

é a referência para a identificação de desperdícios, definidos como tudo aquilo

que não agrega valor, servindo de base para a aplicação dos demais

princípios.

Fluxo de Valor:

Deve-se identificar e eliminar desperdícios ao longo de toda a cadeia de

valor, da matéria-prima ao cliente final. Para isso, faz-se necessário que se

faça a gestão de fluxos físicos de pessoas, materiais e equipamentos em

canteiro de obra, que deve fazer parte do processo de planejamento e controle

da produção.

Fluxo Continuo:

Devem-se realizar todas as atividades que agregam valor sem

interrupções, eliminando os desperdícios e reduzindo o lead time. Seguindo

este raciocínio pode-se dizer que o conceito de fluxo é fundamental dentro da

filosofia Lean. Sua implantação resulta, por exemplo, na utilização de produção

celular, onde a produtividade é alta, devido ao uso de conceitos tais como:

fluxo de uma peça, operadores multifuncionais, e ritmo padronizado e

controlado.

Page 18: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

18

Puxar:

Juntamente com o princípio do fluxo, o conceito de puxar pode ser

considerado como o mais característico da “Lean”, sendo fundamental na

busca da eliminação de desperdício, pois, de acordo com o mesmo, deve-se

produzir somente quando demandado pelo cliente ou processo posterior.

Todas as comunicações devem ser diretas e sem ambigüidade.

Perfeição:

Deve-se ter uma melhoria contínua através da rápida detecção e

solução de problemas na base, ou seja, o processo de melhoria e aprendizado

contínuos deve ser disseminado na base da hierarquia funcional, contando com

o apoio de um método científico.

A adoção desta estratégia garante que problemas possam ser detectados com

eficiência e resolvidos rapidamente.

2.3 LEAN CONSTRUCTION

2.3.1 HISTÓRICO

A evolução da Construção Enxuta no Brasil ocorreu desde a década de

90, um novo conceito passou a ser utilizado na gestão de processos na

construção civil, essas novidades eram identificadas como “Lean Prodution”, ou

seja, Produção Enxuta, e assim passou a se confrontar com as idéias

tradicionais de Taylor e Ford.

Tendo sua origem no ano de 1950 no Japão, e como principal base as

filosofias do Total Quality Magagemant (TQM) e do Just-in-time (JIT), o objetivo

deste novo conceito seria a remoção de desperdícios através de uma

abordagem prática, e os resultados alcançados estão voltados para o aumento

da confiabilidade de serviços e produtos, diminuindo assim o custo da

produção e aumentando a qualidade do produto final.

O ponto mais importante neste processo foi à publicação do trabalho do

finlandês Laury Koskela em 1992, “Application of the new prodution philosophy

Page 19: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

19

in the construction industry”. Esta obra representa um marco na indústria da

construção civil, e promoveu a criação do International Group for Lean

Construction – IGLC, cuja estratégia é a disseminação do novo paradigma na

construção civil em diversos países.

A evolução da construção civil no Brasil está ligada ao modelo

tradicional e ao modelo proposto por Koskela. O modelo de processo utilizado

na filosofia gerencial tradicional, desenvolvidos por Taylor e aplicados por Ford,

apresenta como características principais a subdivisão de um processo em

sub-processos das atividades que transformam os insumos em produtos

intermediários e conseqüentemente em produtos finais.

A diminuição do custo total de um processo esta baseado principalmente

nas atividades de minimização do custo de cada sub-processo, que é formado

durante a execução ou realização de atividade desenvolvida no canteiro.

Laury Koskela, em seu trabalho “Application of the new production

philosophy in the construction industry” (1992), apresenta o modelo de

processo na Construção Enxuta, desde a matéria prima até a obtenção do

produto final. Neste modelo, um processo consiste em um fluxo de materiais,

sendo constituído por atividades de transporte, espera, processamento e

inspeção, sendo que nem todas as atividades agregam valor ao produto.

Existem onze princípios para projeto e melhoria de fluxo de processo os

quais representam a base de diversas atividades e trabalhos de aplicação

prática dos princípios da mentalidade enxuta na construção.

A abordagem “lean” na construção civil visa seqüenciar as atividades de

modo integrado, planejando as atividades de forma balanceada, ou seja,

atividades cadenciadas e no mesmo ritmo. A conseqüência deste tipo de

solução é fazer com que haja a quebra de isolamento da seqüência de

atividades na obra.

ISATTO [2000] aponta as principais deficiências deste modelo,

identificado como modelo de conversão, que apresenta uma parcela de

atividades que compõem os fluxos físicos entre as atividades de conversão, as

quais não são consideradas de forma explícita. Diferentemente das atividades

de conversão, estas não agregam valor. Ainda no modelo de conversão, o

controle da produção tende a ser focado nos sub-processos individuais e não

no sistema de produção considerado como um todo.

Page 20: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

20

Segundo ISATTO [2000], uma ênfase excessiva em melhorias nas

atividades de conversão, tais como inovações tecnológicas, pode deteriorar a

eficiência de fluxos de outras atividades de conversão. Outra consideração

refere-se a não consideração dos requisitos dos clientes, que pode resultar na

produção de produtos inadequados.

Na Construção Enxuta, é importante salientar o conceito de valor, que

deve estar diretamente associado ao conceito de satisfação do cliente, que se

confirma com ISATTO [2000] quando afirma que a geração de valor é outro

aspecto que caracteriza os processos na Construção Enxuta não sendo

inerente à execução de um processo. Um processo só gera valor quando as

atividades de processamento transformam as matérias primas ou os

componentes requeridos pelos clientes, sejam eles internos ou externos.

O modelo de processo da Construção enxuta de Koskela (1992) é

aplicável não só a processos de produção de caráter físico como também os de

natureza gerencial.

Para PICCHI [2000], a melhoria contínua e competitiva das empresas

através da eliminação de desperdícios e o constante atendimento aos

requisitos dos clientes em variedade, qualidade, tempo e preço é um dos

objetivos da mentalidade enxuta.

2.3.2 APLICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Um dos maiores problemas encontrados atualmente de gestão e

planejamento da construção civil em centros urbanos no Brasil é um relativo

atraso tecnológico, quando comparado a outros países, o desperdício, de

materiais, mão-de-obra e a baixa produtividade, são fatores que ocorrem

devido às dificuldades de contratação de mão-de-obra qualificada,

planejamentos inadequados, inspeção e controle das atividades desenvolvidas

dentro do canteiro, ou até mesmo a soma de mais de um desses problemas.

Como possível solução do problema de baixa produtividade, estaria

ligada ao gerenciamento da obra, essa atividade pretende igualar a produção

em cada fase do processo, como ocorria nas indústrias.

Porém devido à falta de conhecimentos bibliográficos sobre o assunto e as

dificuldades de implantação devido ao tempo de adaptação, realizações de

Page 21: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

21

treinamentos e altos investimentos iniciais, são fatores que acabam

desestimulando a sua implantação.

No Brasil, diversos núcleos, institutos e universidades vêm se destacando

no estudo e desenvolvimento de métodos de aplicação da Lean Construction

como uma forma de consolidação do novo paradigma.

2.3.3 CONCEITOS BASICOS :

Na construção enxuta um processo é constituído de sub-processos que

consiste em um fluxo de materiais, desde a matéria prima até o produto final de

acordo com a filosofia gerencial proposta por Koskela ilustrada na Figura 02.

Estes processos são constituídos por atividades de transporte, espera,

processamento ou conversão e inspeção demonstradas na Figura 03. Dessas

atividades, somente o processamento agrega valor ao produto final, por esta

razão, as outras atividades são denominadas atividades de fluxo.

Algumas dessas atividades como, controle dimensional, treinamento da

mão-de-obra e instalação de dispositivos de segurança não agregam valor ao

cliente, mas são essenciais a eficiência global dos processos.

Figura 02 - Modelo de processo na filosofia gerencial tradicional (Koskela,1992)

Page 22: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

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Figura 03 - Modelo de processos na construção enxuta (Koskela, 1992)

Segundo FORMOSO [2000], estima-se que dois terços (67%) do tempo

gasto por trabalhadores em um canteiro de obras são em atividades que não

agregam valor.

Segundo SHINGO [1996], produção é um fluxo de material e/ou de

informação desde a matéria prima até o produto final. Neste fluxo o material é

processado (conversão), é inspecionado, está parado ou está em movimento.

Estas atividades são diferentes. O processamento representa a

conversão da produção, a inspeção, o movimento e o armazenamento

representando aspecto de fluxo de produção.

Uma característica importante da Lean Construction é a geração de

valor que estar diretamente vinculada à satisfação do cliente, tanto internos

como externos.

2.3.4 OS PRINCIPIOS DA LEAN CONSTRUCTION

Com base nos princípios apresentados a seguir, será desenvolvido o

estudo de caso que ilustra a aplicação da Construção Enxuta na obra em

estudo.

1) Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor:

Este princípio é considerado o mais fundamental da construção enxuta

que melhora a eficiência dos processos e reduz as perdas eliminando algumas

atividades de fluxo, disponibilizando equipamento, ferramentas, informações e

locais adequados visando à redução de movimentos desnecessários.

Segundo KOSKELA [1992], as atividades podem ser definidas como:

Page 23: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

23

• Atividades que agregam valor ou atividades de transformação ou

conversão de material ou informação, na direção que é requerido pelo

consumidor.

• Atividades que não agregam valor, também denominadas de

desperdício.

• Atividades que consomem tempo, recursos e espaço, mas que não

acrescentam valor ao produto.

2) Aumentar o valor do produto através da considera ção das

necessidades dos clientes

Este princípio é baseado nas necessidades dos clientes externos e

internos e na geração de valor. Considera-se os clientes internos os

trabalhadores da empresa e os clientes externos os adquirentes dos imóveis.

Segundo KOSKELA [1992], o valor não é uma qualidade inerente ao

processo de conversão, mas é gerado como conseqüência do atendimento aos

requisitos do cliente. O cliente pode ser o consumidor final ou a próxima

atividade no processo de produção.

3) Reduzir a variabilidade

O principal objetivo da implantação do sistema de gestão da qualidade

na empresa é manter uma padronização na execução de seus serviços e na

sua organização. Para isso será necessário evitar a variabilidade que pode

ocorrer com bastante freqüência nos canteiros de obra.

Segundo ISATTO [2000], existem diversos tipos de variabilidade,

relacionados ao processo de produção, como por exemplo, a variação

dimensional dos materiais entregues, a variabilidade existente na própria

execução de um determinado processo e a variabilidade da demanda, que está

relacionada aos desejos e ás necessidades dos clientes de um processo.

Portanto, a melhor forma de reduzir a variabilidade é alcançando uma

padronização, tanto na conversão quanto no fluxo do processo [SHINGO,

1996]. A variabilidade é responsável por aumentar o tempo de ciclo e as

atividades que não agregam valor.

Page 24: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

24

4) Reduzir o tempo de ciclo

Um tempo de ciclo é composto pela soma de todos os tempos

(movimento, espera, processamento e inspeção) na geração do produto. Este

principio da construção enxuta tem origem na filosofia do “Just-in-Time”.

Com o principal objetivo de minimizar o percurso do material no canteiro até o

seu destino final aonde ocorrerá os processamento ou conversão, neste

princípio será desenvolvido a sincronização do fluxo de materiais e mão-de-

obra através de programações repetitivas e padronizadas tornando o sistema

de produção menos vulnerável a mudanças de demanda.

Ao invés de espalhar varias frentes de serviço pela obra, deve-se focar

em menores lotes de produção que facilitam a gestão dos processos e o

controle da produção. Além disso, os erros são mais facilmente identificados,

pois existe menos sobreposição na execução de diferentes unidades.

5) Simplificar através da redução do número de pass os ou partes

Este princípio consiste na redução do número de componentes em um

produto ou a redução do número de partes ou estágios em um fluxo de

materiais ou informações causando a redução de atividades que não agregam

valor, ou seja, pela simplificação dos processos. Considera-se que quanto

maior é o numero de componentes ou passos em um processo maior será a

quantidade de atividades que não agregam valor [ISATTO, 2000], que também

podem causar variabilidade que aumenta a possibilidade de interferência entre

as equipes.

As principais formas de atingir esta simplificação é com a utilização de

elementos pré-fabricados, o uso de equipes polivalentes e com um

planejamento eficaz dos métodos de produção.

6) Aumentar a flexibilidade na execução do produto

O conceito do aumento de flexibilidade está vinculado no processo como

gerador de valor que consiste em poder alterar as características de um

Page 25: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

25

determinado produto sem aumentar o seu custo ou causar atividades que não

agregam valor, tornando o produto mais flexível a mudanças.

As maneiras de aplicar este princípio podem ser através da redução do

numero de lotes causando redução do tempo de ciclo das atividades, e

também com o uso de mão de obra polivalente que são capazes de se adaptar

facilmente as mudanças na demanda.

7) Aumentar a transparência do processo

Aumentar a transparência no canteiro de obras é importante para

diminuir a quantidade de erros nos processos de produção com o aumento do

fluxo de informações.

Segundo KOSKELLA [1992], pode-se diminuir a ocorrência de erros na

produção, proporcionando maior transparência dos processos produtivos. Isso

ocorre porque à medida que o principio é utilizado, podem-se identificar

problemas mais facilmente, no ambiente produtivo durante a execução dos

serviços

Para ISATTO [2000], algumas formas de aumentar a transparência no

processo são:

• A remoção de obstáculos visuais, tais como divisórias e tapumes.

• Utilização de dispositivos visuais, tais como cartazes, sinalização

e demarcação de áreas.

• Emprego de indicadores de desempenho, que tornam visíveis

atributos do processo.

• Aplicação de programas de melhorias da organização e limpeza

do canteiro como o 5S.

Pouca transparência no processo aumenta a possibilidade de erros e

pode diminuir a motivação para melhorias

8) Focar o controle no processo global

Tem o objetivo de proporcionar uma visão mais ampla do percurso do

produto até chegar ao seu consumidor final, pois possibilita a identificação de

possíveis desperdícios que ocorrem, considerando a cadeia como um todo,

Page 26: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

26

como repetidas atividades de transporte, inspeções, estoques e retrabalho

(PICCHI, 2001).

9) Introduzir melhoria contínua ao processo

Os esforços para a redução do desperdício e do aumento do valor do

produto devem ocorrer de maneira contínua na empresa [KOSKELA. 2002].

Para ISATTO [2000], trabalho em equipe e gestão participativa constituem os

requisitos essenciais para a introdução de melhoria contínua no processo.

Aplica-se este princípio através de iniciativas de apoio e dignificação da

mão-de-obra. Por exemplo: a utilização de caixa de sugestões, premiações

pelo cumprimento de tarefas, estabelecimento de planos de carreira,

certificados de desempenho, a escolha do funcionário do mês, entre outros.

10) Manter um equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas conversões

Segundo KOSKELA [2002], melhorias nos fluxos e na conversão estão

interligadas à:

• Melhores fluxos requerem menor capacidade de conversão e,

portanto, menores investimentos em equipamentos.

• Fluxos mais controlados facilitam à implementação de novas

tecnologias de conversão.

• Novas tecnologias na conversão podem acarretar menor

variabilidade e, assim, benefícios no fluxo.

KOSKELLA ainda comenta quem em um processo de produção há

diferenças de potencial de melhoria em conversões e fluxos. Em geral, quanto

maior a complexidade do processo de produção, maior é o impacto das

melhorias e quanto maiores os desperdícios inerentes no processo de

produção, mais proveitosos os benefícios nas melhoras do fluxo, em

comparação com as melhorias na conversão.

Page 27: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

27

11) Fazer Benchmarking

Este princípio também é conhecido como “referenciais de ponta”, que

quer dizer, a busca de informações de outras fontes como dissertações de

autores especialistas em um determinado assunto ou através de práticas de

outras empresas no mercado da construção civil.

Benchmarking é um processo de aprendizado a partir de referências de

outras empresas consideradas “lideres” em determinados aspectos ou

seguimentos [ISATTO, 2000].

Page 28: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

28

3. ESTUDO DE CASO

A implantação dos princípios da Construção Enxuta n o processo de

produção da obra vertical em estudo: Estudo de caso real

A seguir será apresentada a descrição das etapas do estudo de caso na

obra analisada neste trabalho:

a) Análise preliminar :

Esta primeira etapa da implantação tem como principal objetivo, o

estudo da empresa responsável pela obra em estudo, envolvendo a coleta e

dados e analise dos seus processos gerenciais.

b) Arranjo Físico do canteiro

Nesta etapa será discutido as mudanças no layout de canteiro seguido

de implementações necessárias no canteiro de obra a partir de analises e

estudos relacionados ao assunto.

c) Aplicação dos onze princípios da construção enxu ta no canteiro de

obras

Realização de estudos, coleta de dados e analises da aplicabilidade na

obra vertical em estudo de cada um dos princípios da construção enxuta.

d) Resultados e conclusões

Esta etapa conclui o estudo de caso com a discussão dos resultados

obtidos através dos novos métodos e produção aplicados no canteiro.

Page 29: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

29

3.1 ANÁLISE PRELIMINAR

3.1.1 Dados da Empresa

A empresa em estudo atua no mercado desde 1978, demonstrando ao

longo desses anos uma grande evolução, procurando sempre satisfazer os

clientes ao nível que é exigido. A empresa participa do Programa Brasileiro da

Qualidade e Produtividade na Construção Civil Habitacional - PBQP-H, visando

a Certificação ISO-9000, estando em fase final de implantação dos sistemas

necessários, aguardando auditoria para o Nível "C", conforme classificação do

programa.

3.1.2 Dados da obra em estudo

Consiste na execução de um edifício residencial multifamiliar composto

de pavimento térreo, pavimento mezanino I, pavimento mezanino II, pavimento

tipo e cobertura, onde constará de 30 pavimentos, cada um com 2

apartamentos, totalizando 60 unidades.

Cada apartamento é composto por uma sala de estar/jantar com sacada,

uma circulação, um lavabo, uma suíte máster com sacada, duas suítes, uma

copa/cozinha, uma área de serviço, um quarto de serviço, um banheiro de

serviço. Tudo totalizando uma área de 130,39 m², sendo que cada unidade terá

direito a duas vagas de garagem.

A área comum é formada por piscina adulta e infantil, quadra polivalente,

churrasqueira, três elevadores sendo um social, emergência e outro de serviço,

grupo gerador e salão de festa.

3.1.3 Política da qualidade

A empresa em questão esta implantando o sistema da qualidade para

aquisição do certificado de qualificação do nível C, pelo Programa Brasileiro de

Qualidade e Produtividade habitacional - PBQP-H, com isso implantou como

política de qualidade na obra:

Page 30: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

30

• Atender as necessidades de seus clientes internos e externos.

• Treinar todos os seus colaboradores.

• Melhorar continuamente os seus serviços, a competitividade e a

qualidade de seus produtos.

3.1.4 Estrutura organizacional

A estrutura organizacional e a autoridade das funções estabelecidas

para esta obra estão representadas de acordo com a hierarquia, e segue o

seguinte organograma:

Figura 04 – Estrutura Organizacional da obra

* SESMT – Serviço Especializado na Engenharia e Medicina do Trabalho

3.2 ARRANJO FÍSICO

Um layout de canteiro arranjado apropriadamente é de grande

importância para a indústria da construção civil pela influência que ele exerce

sobre as atividades de fluxo, como o movimento e o armazenamento de

materiais e equipamentos para um melhor aproveitamento da mão-de-obra.

No início da intervenção deste estudo, a obra encontrava-se em uma

fase de transição das fundações da estrutura da garagem localizadas no fundo

Supervisor

Engenheiro

Almoxarife

SESMT

Téc. de Edificações

Estagiários

Equipes Equipes

Page 31: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

31

do terreno. Por tanto, esta área se tornaria indisponível para o uso como área

de vivência, conseqüentemente causando o deslocamento de algumas áreas

como escritório, almoxarifado, banheiros, vestiários e bancada de serra.

Essas novas implementações geraram falta de espaço para os fluxos de

materiais no canteiro. Para resolver esse problema foi necessário ser realizado

um estudo sobre layout de canteiro para que o novo layout atendesse essas

necessidades.

Esta abordagem tem objetivo de proporcionar a transparência dos

processos físicos, como identificar e compreender melhor o fluxo de materiais e

falhas. Estes projetos estão anexados neste trabalho.

3.3 FASES DA IMPLANTAÇÃO

Deverão ser realizados estudos na obra e na empresa em estudo,

buscando identificar a sua estrutura administrativa e os processos produtivos

utilizados. Esta é dividida em três fases segundo o trabalho desenvolvido por

KUREK [2005].

Fase I: Exploratória

Com a identificação da empresa para o estudo e observação direta no canteiro

de obras e para a descrição de seus processos

Fase II: Apresentação

Apresentação dos princípios da Lean Construction e análise in loco.

Fase III: Implementação

Avaliação e discussão dos resultados e uma proposta de diagnóstico para

empresas construtoras.

Page 32: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

32

3.4 Os princípios da Construção enxuta: Estudo de a plicabilidade na obra

em estudo

1) Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor

Para uma boa aplicação deste principio se deve haver uma organização

estrutural no canteiro de obras indicando a entrada, saída, carga e descarga de

materiais, vias de circulação e local para armazenamento de insumos. Foram

realizadas uma série de modificações no canteiro descritas anteriormente com

base em estudos de determinação de layout de canteiro de obras visando a

minimização de fluxos de pessoas e materiais.

Figura 05 – Novo layout de canteiro

O novo layout apresentado indicará os fluxos através de uma logística

interna para minimizar as distâncias com o intuito de reduzir as atividades que

não agregam valor conhecidas como atividades de movimentação, inspeção e

espera.

Um exemplo de aplicação deste princípio na obra em estudo é na

melhoria da eficiência do processo de limpeza. Foi construída uma rampa de

madeira com seguimento para o contêiner de armazenamento de entulho com

o intuito de jogar todo o entulho dentro dos carrinhos diretamente nele,

Page 33: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

33

eliminando uma boa parcela de atividades que não agregam valor neste

processo.

Figura 06 – Área do contêiner antes da intervenção

Figura 07 – Área do contêiner depois da intervenção

Com o objetivo de melhorar o fluxo continuo do serviço de elevação de

alvenaria nos pavimentos, foram estudados os projetos arquitetônicos e

projetos de elevação de alvenaria do pavimento tipo para identificar a

Page 34: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

34

quantidade de tijolos assentados em cada cômodo a partir do

dimensionamento das paredes. Através deste estudo os tijolos são distribuídos

nos pavimentos em cima de paletes e transportados por transpaletes em

quantidades equivalentes em cada cômodo.

Figura 08 – Arrumação dos tijolos em paletes para subir no guincho

Figura 09 – Armazenamento de tijolos no posto de trabalho

Esta atividade de movimento vertical dos tijolos pelo guincho e a sua

distribuição na laje é executada depois do horário do expediente normal sendo

Page 35: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

35

pago uma produção para os funcionários envolvidos, eliminando então, uma

fase do ciclo deste processo durante a sua execução.

2) Aumentar o valor do produto através da considera ção das

necessidades dos clientes

Como a empresa passa pela implantação do sistema de gestão da

qualidade do PBQP-H, são definidas tolerâncias de aceitação dos serviços

através dos procedimentos executivos de serviço (PES) para que eles possam

ser liberados para sua próxima fase, que será responsável por outro cliente

interno. Para passar para a próxima fase é realizada uma inspeção do serviço

controlado através de uma ficha de verificação de serviço (FVS), evitando as

tolerâncias dimensionais para que os processos seguintes não sejam

dificultados.

Figura 10 – Exemplo de Ficha de Verificação de Serviço (FVS)

Para suprir as considerações e necessidades dos clientes externos são

executados planejamentos de obra para garantir a conclusão da obra no prazo

previsto. Outra maneira muito freqüente na empresa de atender as

necessidades desses clientes é através de solicitações de modificação de

apartamento, como a possibilidade de poder definir acabamentos no imóvel por

exemplo.

Page 36: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

36

Figura 11 – Planejamento executado na obra

3) Reduzir a variabilidade

Essa variabilidade relacionada aos materiais pode ser evitada com

inspeções no momento em que estes são entregues na obra, como verificar a

variabilidade das dimensões de blocos cerâmicos, a conservação dos sacos de

cimento, ferragens e etc. Tais verificações são feitas através de uma ficha de

verificação de material (FVM) que contém todas as informações necessárias

para fiscalização de material e estocagem.

Figura 12 – Exemplo de Ficha de Verificação de Material (FVM)

Quando se trata de variabilidade na execução dos serviços, a grande

parte das incidências é voltada a problemas de planejamento. Isso acontece

Page 37: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

37

quando certa atividade não cumpre os seus pré-requisitos, atrasando as tarefas

seguintes. Como mencionado anteriormente, uma maneira de evitar esses

problemas é com a ajuda das fichas de verificação de serviço (FVS) que

facilitam a identificação de falhas no processo.

Figura 13 – Inspeção de serviço controlado

4) Reduzir o tempo de ciclo

Com o propósito de reduzir o tempo de ciclo do serviço de reboco

interno das paredes de um pavimento tipo, os serviços de colocação de

caixinha elétrica e o assentamento de contra-marco das janelas agora são

realizados antes do reboco. Seguindo os princípios do Just-in-Time (JIT), esses

materiais são solicitados na obra de acordo com o planejamento, seguindo um

cronograma de execução, evitando que uma grande quantidade destes

materiais fiquem armazenados no almoxarifado por muito tempo, possibilitando

a danificação dos mesmos.

Para que este princípio seja atendido com mais eficiência, é vantajoso o

uso de equipes polivalentes, ou seja, equipes capazes de exercer vários tipos

de serviço. Assim, a própria equipe do reboco fica responsável pelo

assentamento desses materiais e o arremate, eliminando a necessidade de

formação de uma nova frente de serviço facilitando o controle da produção e

reduzindo movimentos e esperas durante o serviço.

Page 38: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

38

Figura 14 – Serviço executado em lote menor de produção

5) Simplificar através da redução do número de pass os ou partes

Para atingir a simplificação dentro do canteiro de obras a empresa pede

o aço dobrado e cortado pro fornecedor através de um romaneio, eliminando

uma fase do processo de armação.

Figura 15 – Aço cortado e dobrado pelo fornecedor

Outra forma de simplificação aplicada na obra é a produção de vergas

pré-fabricadas. É reservado um espaço dentro do canteiro para esta finalidade

Page 39: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

39

aonde um servente as produz e às transporta até o local de trabalho. Sendo

assim, o pedreiro posiciona a verga no local sem ser preciso interromper o

processo de execução do serviço resultando em atividades que não agregam

valor.

Figura 16 – Fabricação de vergas pré-moldadas

Figura 17 – Aplicação de verga pré-moldada

Pode-se aplicar também este principio através da concentração de

trabalhadores no mesmo posto de trabalho, facilitando o controle de varias

atividades em um mesmo local. Por exemplo, em um mesmo pavimento foram

concentrados vários pedreiros de alvenaria reduzindo o numero de serventes

Page 40: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

40

para auxiliá-los. Além de simplificar o processo, ele reduz a parcela de

atividade que não agregam valor, reduzindo os movimentos e economizando

energia que seria gasta pelo guincho para abastecer mais postos de trabalho.

6) Aumentar a flexibilidade na execução do produto

Na empresa estudada, essas mudanças no produto são aplicadas para

satisfazer as necessidades de seus clientes externo através de modificações

nas plantas dos apartamentos. Neste caso a única maneira de tornar o produto

mais flexível a mudanças é agendando a alteração com antecedência pelo

setor técnico, de preferência antes do concreto da laje.

Figura 18 e 19 – Apartamento padrão e apartamento modificado pelo cliente

Page 41: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

41

7) Aumentar a transparência do processo

Existem diversas formas de aplicar este princípio no canteiro de obras

estudado, como a utilização de cartazes e placas que indicam as áreas de

deposito de materiais e instruções de como depositá-los. Além da identificação

das áreas de vivência, pavimentos e Kam-Bams para controle de argamassa.

Figura 20 – Dispositivos visuais de comunicação

Figura 21 – Placas de identificação de materiais

Page 42: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

42

Figura 22 – Seqüenciadores de argamassa (Kam-Bam)

É importante ressaltar a utilização do tapume como gerador de imagem

positiva da empresa para consumidores e clientes.

Figura 23 – Tapume da obra

Page 43: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

43

Outra forma de atender as necessidades desse princípio da construção

enxuta é com a aplicação de programa de melhoria da organização e da

limpeza, tais como o 5S, aonde são aplicados os cinco sensos (Utilização,

Ordenação, Limpeza, Disciplina, e Asseio).

Por se tratar de um edifício muito alto, nessa etapa da obra em que esse

estudo está sendo aplicado, a torre já se encontra em um nível bastante

elevado aumentando as distâncias entre os postos de trabalho, a administração

da obra e o guincheiro. Para essa situação, é importante a implantação de

dispositivos de comunicação como os walkie-talkies.

Figura 24 – Walk-Talkie para comunicação com o guincheiro

Também é importante ressaltar a implantação de dispositivos visuais

que são relevantes a disponibilização de informações à gestão da produção

como planejamentos, planilhas informando o andamento da obra e indicadores

de produtividade possibilitando um melhor supervisionamento e fiscalização do

andamento dos serviços.

Page 44: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

44

Figura 25 – Dispositivos visuais de gerenciamento da obra

8) Focar o controle no processo global

Este princípio é aplicado através da formação de parcerias com os

fornecedores e a avaliação dos mesmos. Os fornecedores devem ser

selecionados com base na sua capacidade de atender as necessidades da

empresa.

Quando um material é solicitado pela obra, é enviada uma ordem de

compra com as especificações do material, quantidade e prazo de entrega para

o setor de suprimentos. Todo mês os fornecedores de materiais são avaliados

através de uma planilha de qualificação de fornecedores. Esses dados são

armazenados em um banco de dados da empresa onde é exigido um

percentual de conformidades que esses fornecedores devem atingir.

Page 45: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

45

Figura 26 – Planilha de avaliação de fornecedor

9) Introduzir melhoria contínua ao processo

Na concepção da nossa equipe responsável por este estudo, nós

acreditamos que a motivação do operário no canteiro é fundamental para

introduzir melhoria contínua ao processo. Para alcançá-la promovemos

atividades que tornam o ambiente de trabalho mais agradável, melhorando as

relações interpessoais que são importantes para o crescimento da empresa e

de todos os envolvidos. Essas atividades motivadoras são identificadas como

confraternizações, aniversariantes do mês, eventos esportivos, treinamentos e

reuniões.

Figura 27 – Treinamentos e exibição de vídeos motivacionais

Page 46: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

46

A participação do programa de qualidade do PBQP-H na obra também

pode ser importante para a implantação deste princípio com a introdução do

tratamento de não-conformidades através dos procedimentos de ação corretiva

e ação preventiva que possibilitam a identificação de problemas no processo e

suas prováveis causas.

As ocorrências de não conformidades no momento do recebimento de

materiais e inspeção dos serviços são registradas e tratadas respectivamente

na FVM e FVS pelo responsável definido nos procedimentos específicos.

Outras não-conformidades verificadas na obra por qualquer funcionário

(armazenamento de materiais, equipamentos, projetos, etc) são identificadas

em uma planilha intitulada “Plano de Ação de Melhoria”. Deve-se decidir pela

ação corretiva ou preventiva necessária para eliminar as causas do problema

identificadas. A ação deve incluir o prazo previsto para implantação,

responsável, previsão para avaliação de eficácia e deve ser registrada na

planilha.

É adotada uma ação corretiva quando a não-conformidade de mesma

natureza ocorra de forma repetitiva ou quando estas sejam consideradas

graves. Uma ação preventiva poderá ser providenciada para uma não-

conformidade que ainda não ocorreu, ou seja, tem grande potencial para

acontecer.

Após a implementação da solução proposta, deve-se retornar ao local

aonde foi detectado o problema para verificar se o mesmo foi eliminado.

Figura 28 – Relatório de não-conformidade

Page 47: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

47

10) Manter um equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas conversões

Este princípio está focado no estabelecimento de melhorias de fluxo no

canteiro de obras através de um mapeamento dos processos e identificação de

seus requisitos para cada estágio.

Primeiramente se devem eliminar perdas nas atividades de transporte,

inspeção e estoque de um determinado processo e apenas posteriormente,

avaliar a possibilidade de produzir uma inovação tecnológica.

Figura 29 – Mapa de fluxo do processo de alvenaria

O carregamento de tijolos entra na obra, em seguida é realizada a

inspeção do material. Após a aprovação, os tijolos são descarregados em seu

local de armazenamento onde ficam armazenados até serem solicitados aos

postos de trabalho para a execução dos serviços de alvenaria. O transporte

horizontal dos tijolos até o guincho é realizado através de transpaletes, que em

seguida são transportados na vertical pelo mesmo. No pavimento, os tijolos são

armazenados próximos aos locais de execução dos serviços de alvenaria, que

ficam em espera até a sua utilização na etapa de processamento.

Page 48: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

48

Abaixo na figura 30, está um fluxograma do processo de confecção de

argamassas.

Figura 30 – Fluxograma do processo de confecção de argamassa

11) Fazer Benchmarking

Para que este princípio seja atendido, é importante a empresa conhecer

os seus próprios processos, identificando as boas práticas em outras

empresas, entender os princípios por trás dessas práticas e aplicá-las.

Page 49: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

49

4. CONCLUSÃO

4.1 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Após alguns meses da introdução da nova estratégia de produção

desenvolvida na obra em estudo através da aplicação dos princípios da

construção enxuta, a gerência se reuniu para discutir os resultados obtidos com

a intervenção deste estudo e aonde que a obra e a empresa se beneficiaram

com isso.

A seguir, serão discutidos e analisados os resultados da aplicação de cada um

dos onze princípios da construção enxuta aplicados na obra em estudo.

1) Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor

Com a implementação do arranjo físico do canteiro da obra foi possível

identificar as atividades de fluxo e os locais de armazenamento de materiais

para minimizar as distâncias. Foram verificadas redução das atividades de

fluxo (movimentação, espera e inspeção)

2) Aumentar o valor do produto através da considera ção das

necessidades dos clientes

Este princípio identificou os clientes internos e externos e as suas

necessidades. O planejamento foi reforçado com base na analise dos

requisitos dos clientes internos a fim de garantir a seqüência das atividades e a

eliminação de perdas para que a obra seja entregue no prazo.

3) Reduzir a variabilidade

Foram desenvolvidos procedimentos executivos de serviço (PES) com o

propósito do padronizar a execução das tarefas exercidas através de

treinamentos das equipes. Também foram desenvolvidos procedimentos de

verificação de recebimento de materiais e verificação de serviços para evitar as

Page 50: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

50

variabilidades dos mesmos que conseqüentemente eliminam uma parcela de

atividades que não agregam valor

4) Reduzir o tempo de ciclo

Para a aplicação deste princípio houve muita resistência por partes das

equipes, que com algum tempo elas foram se adaptando às novas estratégias

de produção. Foram compostos lotes menores de trabalho embutindo as

atividades de emestramento, contra-marco, assentamento de caixa elétrica e

reboco. Com isso houve uma redução no movimento de materiais e mão-de-

obra, além de gerar um melhor controle da produção.

5) Simplificar através da redução do número de pass os ou partes

Neste princípio foram empregados o uso de elementos pré-moldados na

produção de vergas e contra-vergas e foram realizados acordos com

fornecedores para o fornecimento de aço cortado e dobrado. Foi observado um

aumento de produtividades das equipes por causa da eliminação de etapas no

processo.

6) Aumentar a flexibilidade na execução do produto

Este princípio não possui uma aplicação completa neste estudo por

causa da data da intervenção da obra que já estava com a etapa de

revestimento avançada.

7) Aumentar a transparência do processo

Foram observadas diversas formas de aumentar a transparência de

processos na obra como cartazes, sinalizações e demarcações de áreas.

Foram removidos todos os obstáculos visuais como divisórias tornando a obra

com um aspecto mais agradável gerando uma maior satisfação dos clientes

internos. Além de gerar também mais motivação com a utilização de

indicadores de desempenho que tornam visíveis os atributos do processo.

Page 51: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

51

Foi verificada uma maior agilidade nas atividades de fluxo com o uso dos

walkie-talkies e mais organização e limpeza com a inserção do programa 5S.

8) Focar o controle no processo global

Este princípio evidenciou a comunicação da obra com o fornecedor de

material para que se reduzam atividades que não agregam valor no momento

da entrega do material e na sua qualidade.

9) Introduzir melhoria contínua ao processo

Este princípio deixou claro que os processos na obra devem ser

melhorados continuamente, que para este fim foram desenvolvidas atividades

motivacionais tornando o ambiente de trabalho mais agradável e o aumento da

participação dos funcionários com o uso da caixa de sugestões.

A diminuição de erros nos processos foi possível com o desenvolvimento

de procedimentos para monitorar as ações corretivas e preventivas,

enfatizando um processo de aprendizado.

10) Manter um equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas conversões

Foi necessário um equilíbrio entre a melhoria nos fluxos e nas

conversões nas atividades através do desenvolvimento de mapas de fluxos dos

processos para um melhor entendimento das etapas.

11) Fazer Benchmarking

Para a aplicação deste princípio, primeiramente foi necessário que a

empresa tomasse conhecimento dos seus próprios processos para adotar as

práticas de outras empresas.

Nesta pesquisa foram estudadas aplicações dos princípios da

construção enxuta em diversas outras empresas no ramo da construção civil

para a comparação com os processos da empresa em estudo.

Page 52: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

52

4.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ramo da construção civil está ficando mais competitivo a cada ano, e

cabe a cada empresa utilizar as suas armas para vencer esta disputa pelo

mercado. As ferramentas da construção enxuta auxiliam as construtoras que

elas tenham um maior controle na produção e na gestão de suprimentos

evitando retrabalhos e desperdícios que são bastante comuns na construção

civil.

Foram observadas algumas dificuldades de implantação das

ferramentas da construção enxuta na empresa em estudo devido a diversos

fatores, principalmente o fator cultural. Porém, depois de algum tempo, houve

uma boa aceitação por parte da empresa e dos funcionários durantes os

processos produtivos.

A empresa possui integração com sistemas de melhoria como o PBQP-

H com a aplicação do sistema de gestão da qualidade que utiliza algumas

ferramentas da construção enxuta. Com o sistema da qualidade a obra possui

um controle mais rigoroso dos materiais, serviços e processos como um todo

por se tratarem de requisitos das normas da qualidade, favorecendo a

aplicação de alguns dos princípios da construção enxuta.

A Construção Enxuta não implanta novas tecnologias no canteiro de

obras, ao invés disso, ela sugere idéias e soluções alternativas para a melhoria

dos processos construtivos através da racionalização dos processos e

otimização dos fluxos existentes entre diversas atividades necessárias a

execução da obra.

A aplicação dos princípios da construção enxuta propostos por Lauri

Koskela proporcionaram melhorias perceptíveis no sistema de produção da

obra em estudo. A introdução das ferramentas através das metodologias

adotadas neste estudo e das boas práticas dos mesmos é uma maneira de

introduzir os elementos fundamentais dessa nova filosofia de produção.

Pode-se concluir que ainda é um grande desafio a utilização da nova

filosofia de construção na empresa. Até o final deste trabalho, o processo de

implantação ainda se encontra em discussão, aprendizado e em fase de

desenvolvimento. A introdução da Construção Enxuta na obra em estudo

contribuiu para a visualização de um novo paradigma de produção que

Page 53: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

53

proporciona idéias para desenvolver novas pesquisas e a busca pela melhoria

contínua nos processos produtivos da empresa.

Page 54: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

54

4.2 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

FORMOSO, C. T. (2000) - Lean Construction: Princípios Básicos e Exemplos.

NORIE/UFRGS.

GHINATO, P. (2000) - Elementos fundamentais do Sistema Toyota de

Produção. In: Produção e Competitividade: Aplicações e Inovações. Ed.:

Almeida & Souza, Editora Universitária da UFPE, Recife.

ISATTO, E.L. et al. (2000) - Lean Construction: diretrizes e ferramentas para o

controle de perdas na Construção Civil. 177p .Porto Alegre, SEBRAE/RS.

KOSKELA, L. (1992) - Application of the New Production Philosophy to

Construction. Tech. Report No 72, CIFE, Stanford Univ., CA.

KOSKELA, L. (1999) - We need a theory of construction. Berkeley-Stanford

CE&M Workshop. Defining a Research Agenda for AEC.

KOSKELA, L. (2000) - An exploration Towards a production theory and its

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VTT Publication.

KOSKELA, L. (2004) - Moving on beyond lean thinking. Construção enxuta

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KUREK, J. (2005) - Introdução dos princípios da Filosofia de Construção

Enxuta no Processo de Produção em uma Construtora em Passo Fundo-RS.

Dissertação (Mestrado em Engenharia) – UPF, Passo Fundo.

OHNO, T. (1997) - O Sistema Toyota de Produção: Além da Produção em

Larga Escala. Bookman Companhia Editora, Porto Alegre.

PICCHI, F. A. (2001) - Lean Thinking (Mentalidade Enxuta): Avaliação

Sistemática do Potencial de Aplicação no Setor de Construção. Simpósio

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55

Brasileiro de Gestão da Qualidade e Organização do Trabalho no Ambiente

Construído.Artigo técnico, Fortaleza – CE.

SHINGO, S. (1996) - O Sistema Toyota de Produção do ponto de vista da

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WONACK,J. P; JONES, D.T; ROSS; D. (1990) - The machine that changed the

world. Macmillan publishing Company, New York, USA.

Page 56: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

56

ANEXOS

Page 57: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

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Page 58: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

Sistema de Gestão da Qualidade

Ficha de Verificação de Material – FVM

Material: COMPENSADO

( ) Plastificado

( ) Resinado

( ) Super resinado

( ) comum

Identificação:

FVM.05/02

Obra:

Resultado Fornecedor

NF ou Contrato

Data Quant.

(Legenda) Aspecto

(Legenda) Ensaios

(Legenda)

Disposição em Caso de Reprovação

Visto

Legenda: o - APROVADO x - REPROVADO (consultar o Engenheiro)

VERIFICAÇÕES

QUANTIDADE Conferir a quantidade de cada tipo entregue. Informar a diferença para o fornecedor para reposição ou desconto no pagamento. ASPECTO Verificar em toda a carga se não há falhas, furos, riscos, descolamentos e se as bordas estão seladas. Também verificar se o tipo está correto. LÂMINAS e EMENDAS Contar o número de lâminas de 10 % das chapas da carga recebida:

� Chapa de 6 mm � no mínimo 03 lâminas � Chapa de 9 ou 12 mm � no mínimo 05 lâminas � Chapa de 15 ou 18 mm � no mínimo 07 lâminas � Chapa de 21 mm � no mínimo 09 lâminas

Conferir a espessura em 10 % das chapas (utilizar amostra). Reprovar a carga caso seja encontrado alguma peça em desacordo.

ARMAZENAMENTO • Local coberto e ventilado • Posição horizontal sobre 3 pontaletes ou mais

• Pilha máxima de 0,5 metro de altura • Identificar com placas os tipos diferentes

Page 59: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

Obra

Fornecedor

Qualidade do Serviço

Cumprimento de prazos e especificações

Limpeza e Organização da area dae trabalho

LEGENDA :

Engº Obra

Identificação: REQ. 20/ 01Sistema de Gestão da Qualidade

Planilha de Avaliação de Fornecedores

Periodo Tipo de Fornecedores: ( ) Materiais ( ) Se rviços

Avaliação (ver legenda) Motivos / Comentarios

Avaliar com critérios BOM, REGULAR ou RUIM (Em caso de avaliação regular ou ruim, descrever os motivos)

Page 60: APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CONSTRUÇÃO ENXUTA EM UMA OBRA VERTICAL

Z

Sistema de Gestão da Qualidade Plano de Ação de Melhoria

Identificação:

REQ.14/01

Não-conformidade e Tratamento Número:

Origem : ( ) Auditoria ( ) Análise Crítica pela Direção ( ) Análise de FVM e FVS

( ) Reclamações de Cliente ( ) Outra: _______________________________ Local / Setor:

Descrição do problema (ocorrência):

Solução adotada (ação imediata):

Reverificação

Problema corrigido?

( ) SIM

( ) NÃO

Responsável pela abertura do Plano: Data de abertura:

É necessária ação corretiva ou preventiva? ( ) NÃO - Encerrar Plano de Ação

( ) SIM - Tipo de Ação: ( ) Corretiva ( ) Preventiva

Causa e Ação

Estudo detalhado (investigação das causas):

Descrição da Ação Responsável Prazo

Prazo previsto para verificação da eficácia:

Resultado da Ação

Análise da eficácia da ação:

A ação foi eficaz? ( ) SIM ( ) NÃO - Novo Plano nº _________

__________________________ ____/____/_______

Representante da Direção Data da análise