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Mestrando: Maurício Dias Souza Orientadora: Luciana Mielniczuk Jornalismo e narrativa transmidiática: convergências e divergências

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Apresentação da aplicação metodológica nos Seminários de Pesquisa.

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Mestrando: Maurício Dias Souza

Orientadora: Luciana Mielniczuk

Jornalismo e narrativa transmidiática:

convergências e divergências

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Metodologia

A dissertação adota como metodologia o estudo de caso pelas seguintes razões:

- A pesquisa tem questão do tipo 'Como';- O pesquisador não tem controle sobre os acontecimentos;- O foco se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em um contexto da vida real. (YIN, 2005)

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Metodologia

- O fenômeno de interesse não pode ser estudado fora do seu ambiente natural;- O fenômeno de interesse tem como base teórica a obra de Jenkins (2003, 2004, 2005, 2008, 2009), que está voltada para a ficção. (BENBASAT; GOLDSTEIN; MEAD, 1987)

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Metodologia

Críticas ao estudo de caso e procedimentoa adotados:

- Ausência de detalhes sobre a metodologia e coleta de dados -> adoção de protocolo;- Ausência de definição clara de objetivo original da pesquisa -> estudar como o jornalismo utiliza os princípios da narrativa transmidiática;

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Metodologia

Críticas ao estudo de caso e procedimentoa adotados:

- Ausência de detalhes sobre a utilização de fontes adicionais de dados -> realização de estudo de casos múltiplos;- Ausência de definição sobre a escolha do local da pesquisa -> grupo Estado de S. Paulo. (BENBASAT; GOLDSTEIN; MEAD, 1987)

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Metodologia

Estágios1 – Fundamentação2 – Refinamento3 – Análise4 – Reflexão teórica

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Metodologia

Referência bibliográficas (metodologia)

- BENBASAT, I; GOLDSTEIN, D; MEAD, M. The case research strategy in studies of information system. In: MIS Quarterly, v. 11, n. 3, 1997: p. 369-387.

- BRESSAN, Flávio. O método do estudo de caso. In Administração Online, v.1, n.1, Jan/Mar. 2001.

- LEE, A. S. A scientific methodology for MIS Case Studies. In: MIS Quarterly, v. 13, n. 1, 1989.

- POZZEBON, Marlei; FREITAS, Henrique M. R. Pela aplicabilidade – com maior rigor científico - dos Estudos de Casos em Sistemas de Informação. In: RAC, v.2, n.2, Mai/Ago. 1998: p. 143-170.

- YIN, Robert. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

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Passos metodológicos

Definição de narrativa transmidiática

Histórias que se desenrolam em múltiplas plataformas midiáticas, cada uma delas contribuindo de forma distinta para nossa compreensão do universo; uma abordagem mais integrada do desenvolvimento de uma franquia do que os modelos baseados em textos originais e produtos acessórios. (JENKINS, 2008)

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Passos metodológicos

Caracterização da narrativa transmidiática

1 – Uso de múltiplas plataformas midiáticas;2 – Cada unidade contribui de forma distinta para a compreensão do todo -> compreensão aditiva;

3 – Existência de diferentes pontos de entrada para distintos segmentos de público à narrativa;4 – Estética ideal da era da inteligência coletiva -> atrator cultural;5 – Alto de nível de coordenação dos diferentes setores da mídia -> sinergia.

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Passos metodológicos

Princípios da narrativa transmidiática (JENKINS, 2009)

1 – Habilidade de expansão X habilidade de condução;2 – Continuidade X multiplicidade;3 – Imersão X capacidade de extração;4 – Construção de universo;5 – Serialidade;6 – Subjetividade;7 - Performance.

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1.1 – Habilidade de expansão

- Capacidade de engajar o público de forma ativa na circulação do conteúdo midiático nas redes sociais e no processo de expansão do valor econômico-cultural;

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1.1 – Habilidade de expansão

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1.2 – Habilidade de condução

- Capacidade de encorajar a formação de comunidades de fãs que agem como investigadores atrás de pistas que contribuam para o entendimento da história completa;

- Concepção ligada à compreensão aditiva;

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1.2 – Habilidade de condução

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2.1 – Continuidade

- Múltiplos textos que reforçam a ideia de coerência e plausibilidade.

- Real 'pagamento' pelo investimento de tempo e energia ao colecionar informações espalhadas e reuni-las como um todo.

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2.1 – Continuidade

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2.2 – Multiplicidade

- Possibilidade de versões alternativas dos personagens ou versões do universo paralelo das histórias;

- Co-criações feitas pelo público.

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2.2 – Multiplicidade

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2.2 – Multiplicidade

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3.1 – Imersão

- Faz com que os consumidores entrem no mundo da história.

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3.1 – Imersão

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3.2 – Habilidade de Extração

- Permite que os fãs se apropriem de aspectos da história fora da narrativa central.

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4 – Universo

- Concepção ligada à imersão e à habilidade de extração, características que indicam formas como os consumidores se engajam diretamente nos mundos representados nas narrativas e podem trazê-los para suas vidas reais;

- Universo suporta múltiplos personagens, múltiplas histórias por meio de múltiplas mídias;

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4 – Universo

- “Todo universo ficcional é um artefato comunicativo constituído da construção intersubjetiva da representação mental baseada em textos ficcionais. Mundos ficcionais são sistemas que incluem não apenas os personagens e suas relações, mas todo o ambiente espaço-temporal, objetos inanimados, situações e eventos, normas e regras” (EDER, Jens apud THON)

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4 – Universo

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5 – Serialidade

- Conexões entre textos da mesma franquia midiática;

- Relação entre a história e seus trechos;

- Trecho é o conjunto de informações contidas em uma unidade informativa;

- Série cria significados e compila trechos informativos de toda a história por meio de múltiplos capítulos;

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5 – Serialidade

- Narrativa transmidiática deve ser pensada como uma versão hiperbólica de uma série dispersa em múltiplos sistemas midiáticos;

- Natureza não-linear indica que os trechos podem ser consumidos em diferentes ordens.

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6 – Subjetividade

- Extensão transmidiática está focada em dimensões não-exploradas do universo ficcional;

- Extensão transmidiática pode ampliar a linha do tempo e o espaço material da narrativa. Podem surgir ramificações dos eventos descritos;

- Extensão transmidiática mostra experiências e perspectivas de personagens secundários.

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6 – Subjetividade

- Permite ao leitor comparar e contrastar múltiplas experiências subjetivas do mesmo evento;

- A transmidialidade pode ser trabalhada como se imitasse múltiplos gêneros.

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7 – Performance

- Atrator cultural (Lévy) – capacidade de reunir pessoas, em comunidades, em torno de um tema em comum.

- Ativador cultural (Jenkins) – engaja esta comunidade a fazer algo -> ativismo transmidiático.

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7 – Performance

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Exemplo Assunto: Erupção de vulcão na Islândia e caos aéreoFranquia transmidiática: Grupo Estado de S. Paulo

O caso cumpre com os requisitos mínimos da narrativa transmidiática?

1 – Uso de múltiplas plataformas midiáticas? Sim. Jornal O Estado de S. Paulo, Estadão.com.br, Rádio Eldorado, Território, Limão, Twitter e plataformas móveis (celular, iPhone, iPad)

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Plataformas

AO Estado de

S. PauloB

Estadão.com.br

GO Estado de

S. PauloDigital

JRádio

Eldorado

CO Estadão

móvel

DTerritório

E Limão.com.

br

FTwitter

ISMS

HRSS

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Caso 1 – Erupção de vulcão na Islândia e caos aéreo

O caso cumpre com os requisitos mínimos da narrativa transmidiática?

2 – Cada unidade contribui de forma distinta para a compreensão do todo? Sim. Embora, exista redundância no site em relação ao material apresentado no jornal e em na versão digital.

3 – Existem diferentes pontos de entrada para distintos segmentos de público à narrativa? Sim. Chamadas no jornal que levam para o site, RSS, twittes, links, tags e textos nas plataformas móveis.

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Pontes

AO Estado de

S. Paulo BEstadão.com.br

GO Estado de

S. PauloDigital

JRádio

Eldorado

CO Estadão

móvel

DTerritório

E Limão.com.

br

FTwitter

HRSSA-B/G-B – Chamada para

galeria de fotos (dia 16/04), para blog Olhar sobre o mundo (17/04) e para blog Radar Global (20/04)B-A/B-G – Menção à edição impressaB-D – Chamada para entrevistaH-B/H-D – FeedsF-B/F-D – TwittesC-B – Últimas notícias e fotosE-B/E-D – Notícias Limão, galeria de fotos e wikis

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Caso 1 – Erupção de vulcão na Islândia e caos aéreo

4 – Existe algum atrator cultural?Sim. Os leitores foram convidados a contar como o caos aéreo atingiu suas vidas.

5 – Existe sinergia e coordenação nas ações do grupo midiático? Sim. O grupo atua dentro de um ambiente de convergência.

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O exemplo e os princípios da NT

1.1. Capacidade de Expansão

*Difícil de constatar sem estudo de recepção.

*Pesquisa tem como foco o produto.

Procedimento metodológico adotado: apresentar e discutir as ferramentas disponibilizadas pelo grupo de comunicação para que a narrativa seja ocompartilhada entre a audiência.

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O exemplo e os princípios da NT

1.1. Capacidade de Expansão

a – Twitter – RT de twittes do Estadão.

b – Estadão.com.brPermite envio da matéria por e-maile e compartilhamento nas seguintes redes: Yahoo Buzz, Twitter, FaceBook, Delicious, Digg, Newsvine, LikedIn, Windows Live e Reddit.

c – TerritórioPermite mandar por e-mail

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O exemplo e os princípios da NT

1.1. Capacidade de Expansão

d – O Estado de S. Paulo digital – Há ferramentas que permitem envio de matéria por e-mail e salvar pdf de página.

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O exemplo e os princípios da NT

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O exemplo e os princípios da NT

1.2. Habilidade de condução

Não há.

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O exemplo e os princípios da NT

2.1. Continuidade

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O exemplo e os princípios da NT

2.1. ContinuidadeEstadão móvel

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O exemplo e os princípios da NT

2.2. Multiplicidade

Não foi constatada.

3.1. Imersão

Não foi constatada.

3.2. Capacidade de extração

Não foi constatada.

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O exemplo e os princípios da NT

4. Universo

Personagem principal: vulcãoPersonagens secundários: companhias aéreas e passageiros.Local inicial da narrativa: Islândia Expansão do local da narrativa: EuropaTempo: atualConflitos:

- Locais: degelo, remoção de famílias do meio rural e risco à saúde.

- Global: caos aéreo na Europa.

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O exemplo e os princípios da NT

5. Serialidade

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O exemplo e os princípios da NT

5. Serialidade

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O exemplo e os princípios da NT

6. Subjetividade

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O exemplo e os princípios da NT

7. Performance

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Referências bibliográficas

DEUZE, Mark. Liquid Journalism. Disponível em https://scholarworks.iu.edu/dspace/bitstream/handle/2022/3202/Deuze+Liquid+Journalism+2006.pdf?sequence=1 (2006)JENKINS, Henry. The Revenge of the Origami Unicorn: Seven Principles of Transmedia Storytelling. (Well, Two Actually. Five More on Friday) Disponível em http://henryjenkins.org/2009/12/the_revenge_of_the_origami_uni.html. Último acesso em 02/01/2010 (2009A) _____________. Revenge of the Origami Unicorn: The Remaining Four Principles of Transmedia Storytelling. Disponível em http://henryjenkins.org/2009/12/revenge_of_the_origami_unicorn.html Último acesso em 02/01/2010. (2009B)_____________. Cultura da Convergência. São Paulo: Editora Aleph, 2008._____________. Transmedia Storytelling 101. Disponível em http://www.henryjenkins.org/2007/03/transmedia_storytelling_101.html (2007)_____________. The cultural logic of media convergence. In: International journal of cultural studies. Londres, Thousand Oaks, Nova Deli: Sage Publications, v. 7(1), 2004. p. 33-43.

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Referências bibliográficas

_____________. Transmedia Storytelling: moving characters from books to films to video games can make then stronger and more compelling. Massachusetts (EUA): Technology Review, MIT. Disponível em http://www.technologyreview.com/Biotech/13052/?a=f (2003A)._____________. Game design as narrative architecture. v: 44, Massachusetts (EUA): MIT Press, p: 1-15. (2003 B)JENKINS, Henry; DEUZE, Mark. Convergence culture. In: International journal of cultural studies. Londres, Los Angeles, Nova Deli e Singapura: Sage Publications, v. 14 (1), 2008. p. 5-12.LÉVY, Pierre. Inteligencia colectiva: por una antropologia del ciberespaio. Washington (EUA): Biblioteca Virtual em Saúde, 2004. Disponível em http://inteligenciacolectiva.bvsalud.org SCOLARI, Carlos Alberto. Transmedia storytelling: implicit consumers, narrative worlds and branding in contemporary media production. In: Internacional Journal of Communication, v. 3, 2009. p. 586-606. THON, Jan-Noël. Computer games, fictional worlds, transmedia storytelling: a narratological perspective. In: The Philosophy of Computer Games Conference, Oslo (Noruega), 2009. Disponível em http://www.hf.uio.no/ifikk/forskning/forskningsprosjekter/3.place/Thon_PoCG_2009.p_Thon.pdf