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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS MESTRADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL APLICATIVO COMPUTACIONAL PARA SIMULAÇÃO DA OBTENÇÃO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA INDÚSTRIA CESAR RICARDO CÂMARA DA SILVA BLUMENAU 2006

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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

MESTRADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL

APLICATIVO COMPUTACIONAL PARA SIMULAÇÃO DA OBTENÇÃO DE

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA INDÚSTRIA

CESAR RICARDO CÂMARA DA SILVA

BLUMENAU

2006

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CESAR RICARDO CÂMARA DA SILVA

APLICATIVO COMPUTACIONAL PARA

SIMULAÇÃO DA OBTENÇÃO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA INDÚSTRIA

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Engenharia Ambiental do Centro de Ciências Técnológicas da Universidade Regional de Blumenau, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Ambiental

Prof. Dr.Adriano Péres - Orientador

BLUMENAU

2006

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APLICATIVO COMPUTACIONAL PARA SIMULAÇÃO DA OBTENÇÃO DE

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA INDÚSTRIA

Por

CESAR RICARDO CÂMARA DA SILVA

Dissertação aprovada para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Ambiental, pela banca examinadora formada por:

BLUMENAU, 25 DE SETEMBRO DE 2006.

Presidente: ________________________________________________ Prof. Dr. Adriano Péres – Orientador

Membro Interno: ________________________________________________ Prof. Dra. Elisete Ternes Pereira

Membro Externo: ________________________________________________

Prof. Dr. Arlan Luiz Bettiol

_________________________________________ Coordenador do MEA: Prof. Dr. Adilson Pinheiro

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meu pai Carlos César Câmara da Silva pela sua coragem, exemplo de postura e força inabalável na gloriosa luta pela vida. Continuamos todos orgulhosos de ti no enfrentamento desta intempérie que certamente passará.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, agradeço pela capacidade que me concedeu e pela possibilidade de ter tido

prazer com meu trabalho, pois estas, oportunizaram que o mesmo chegasse a um resultado

significativo.

A meus pais, Carlos César Câmara da Silva e Marli Santos Câmara da Silva, pela

educação que me deram, pelo apoio nos momentos difíceis e pelo IMPAGÁVEL serviço

prestado durante toda minha existência.

A minha esposa, Sabrina Pruner Câmara da Silva, pela compreensão, apoio e carinho

nos momentos difíceis desta e de outras caminhadas.

A meus irmãos, Márlya Santos Câmara da Silva e Cristian Câmara da Silva, pelo

carinho, respeito, amor e afeto recíprocos.

Ao Prof. Dr. Adriano Péres pela orientação, amizade e compreensão na elaboração

desta dissertação de mestrado.

Ao Prof. Dr. Eduardo Deschamps pela co-orientação e pelas sempre coerentes

sugestões para esta dissertação de mestrado.

Ao analista de sistemas Alexandro Deschamps, sócio gerente da Ápice engenharia de

software Ltda, pelas brilhantes contribuições junto aos algoritmos computacionais.

Ao grupo de pesquisa SELMAG, especialmente na pessoa da profa. Elisete Ternes

Pereira, pela possibilidade de troca de experiências durante a oportunidade de atuar nos seus

projetos nos últimos três anos, desenvolvendo ainda mais minhas habilidades profissionais.

Ao Centro de Ciências Tecnológicas e ao Departamento de Engenharia Elétrica e

Telecomunicações, respectivamente representados por Profa. Griseldes Fredel Boos e por

Prof. Ricardo de Carvalho, pela compreensão de todos que consideraram a responsabilidade

que carrego comigo quando assumo alguma atividade. Que eu possa lhes compensar no futuro

os momentos que eventualmente possa ter lhes faltado quando assumi este compromisso.

A empresa Tecelagem Santo Antônio Ltda, na pessoa de seu gerente, Vladmir Pruner,

pela possibilidade de fazer experiências práticas em suas instalações e pelo incentivo.

Aos novos amigos feitos durante este estudo, colegas do mestrado de Engenharia

Ambiental da FURB, pela cumplicidade, companheirismo e disponibilidade.

Aos colegas de trabalho Ederson Perich, Felipe Knaesel Koch e João Carlos Chiare Jr.

pelos momentos de incentivo, por me escutarem mesmo sem interesse no assunto, apenas para

manterem meu nível de empolgação nos bons momentos deste trabalho.

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Aos Coordenadores do curso de mestrado em Engenharia Ambiental, Prof. Dr.

Adilson Pinheiro e Prof. Dr. Marcos Rivail da Silva.

A Solange Coutinho e André, sempre eficientes, claros e precisos a frente da secretaria

do Mestrado de Engenharia Ambiental.

Aos demais amigos que tenham contribuído direta ou indiretamente, ainda que nos

momentos de lazer, para com minha pessoa e a conseqüente realização deste trabalho.

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SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ....................................................................................................................... 9 LISTA DE SÍMBOLOS.......................................................................................................................................................10 LISTA DE FIGURAS ..........................................................................................................................................................11 LISTA DE TABELAS .........................................................................................................................................................12 LISTA DE EQUAÇÕES .....................................................................................................................................................13 LISTA DE ANEXOS ............................................................................................................................................................14 RESUMO ................................................................................................................................................................................15 ABSTRACT............................................................................................................................................................................16 1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................................17

1.1. PROBLEMA DE PESQUISA ..........................................................................................................................20 1.2. PERGUNTAS DE PESQUISA ........................................................................................................................20 1.3. PRESSUPOSTOS...............................................................................................................................................21 1.4. OBJETIVOS........................................................................................................................................................22

1.4.1. Geral ................................................................................................................................................................22 1.4.2. Específicos......................................................................................................................................................22

1.5. JUSTIFICATIVA / RELEVÂNCIA ...............................................................................................................23 1.5.1. Relevância prática .........................................................................................................................................23 1.5.2. Relevância Teórica ........................................................................................................................................24

2. METODOLOGIA ......................................................................................................................................................24 2.1. PROCEDIMENTO .............................................................................................................................................24 2.2. AMOSTRAGEM ................................................................................................................................................26 2.3. TÉCNICA DE COLETA DE DADOS ...........................................................................................................27 2.4. TABULAÇÃO DOS DADOS..........................................................................................................................29 2.5. LIMITAÇÕES DA PESQUISA .......................................................................................................................31

3. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E MEIO AMBIENTE.....................................................................................32 3.1. MEIO AMBIENTE............................................................................................................................................32 3.2. A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA......................................................................................................................35 3.3. QUESTÃO AMBIENTAL................................................................................................................................36 3.4. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ...................................................................................................36

3.4.1. Conservação de energia elétrica..................................................................................................................40 3.4.2. Gerenciamento pelo lado da demanda (GLD)..........................................................................................42 3.4.3. Novos usos e melhoria da eficiência energética.......................................................................................43 3.4.4. Políticas tarifárias ..........................................................................................................................................44 3.4.5. Geração pelos consumidores .......................................................................................................................45 3.4.6. Gerenciamento de carga, tarifação e fornecimento de energia elétrica................................................45 3.4.7. O gerenciamento do fator de carga.............................................................................................................48 3.4.8. O gerenciamento do fator de potência .......................................................................................................48

3.5. CONCLUSÕES DO CAPÍTULO ....................................................................................................................50 4. O APLICATIVO COMPUTACIONAL ..............................................................................................................51

4.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................51 4.2. O APLICATIVO.................................................................................................................................................52

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4.2.1. Fatura de Energia Simulada.........................................................................................................................55 4.2.2. Fatura de Substituições .................................................................................................................................57 4.2.3. Curva de carga ...............................................................................................................................................59 4.2.4. Análise econômica ........................................................................................................................................60 4.2.5. Telas do Aplicativo .......................................................................................................................................61

4.3. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO.......................................................................................................................78 4.4. PROJEÇÃO DE RESULTADOS ....................................................................................................................83 4.5. CONCLUSÕES DO CAPÍTULO ....................................................................................................................86

5. COCLUSÕES GERAIS ............................................................................................................................................87 6. RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ...............................................................................90 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................................91 APÊNDICES ..........................................................................................................................................................................95 ANEXOS ...............................................................................................................................................................................101

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica art. – artigo CELESC – Centrais Elétricas de Santa Catarina S/A CICE – Comissão Interna de Conservação de Energia Elétrica CNPJ – Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas CODI - Comitê de Distribuição de Energia Elétrica CPF – Cadastro Nacional das Pessoas Físicas Dmax – Demanda máxima Dmin – Demanda mínima EIA – Estudo de Impacto Ambiental ELETROBRÁS – Centrais Elétricas Brasileiras ESCO – Energy Services Company FC – Fator de carga FP – Fator de potência FURB – Universidade Regional de Blumenau GLD – Gerenciamento pelo Lado da Demanda ICMS – Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços MAE – Mercado Atacadista de Energia Elétrica PCH – Pequena Central Hidrelétrica PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia PROINFA – Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de energia elétrica RAM - Random Access Memory (ou Memória de Acesso Aleatório ) RIMA – Relatório de Impacto Ambiental VARIMOT – Variador Mecânico de Velocidade em Motores

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LISTA DE SÍMBOLOS

kVA – quiloVolt-Ampere kVAr – quiloVolt-Ampere reativo kW – quiloWatt kWh – quiloWatt-hora h – hora no – número § – parágrafo % – percentual + – soma ? – somatório - – subtração tg – tangente V – Volt

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA LEI 6938-81 (ELABORAÇÃO DO AUTOR).................34 FIGURA 2 – BANCO DE DADOS DE AMOSTRAS DO SISTEMA ....................................................................52 FIGURA 3 – BANCO DE DADOS DO SISTEMA ......................................................................................................53 FIGURA 4 – ILUSTRAÇÃO DA MONTAGEM DA EMPRESA E CADASTRO DE SETORES ...............54 FIGURA 5 – SUBSTITUIÇÃO DE EQUIPAMENTOS NOS SETORES ............................................................54 FIGURA 6 – FLUXOGRAMA DA FORMAÇÃO DA FATURA DE ENERGIA SIMULADA .....................55 FONTE: DESENVOLVIDO PELO PRÓPRIO AUTOR..........................................................................................55 FIGURA 7 – DETALHAMENTO DA FUNÇÃO TOTALIZAR ............................................................................56 FONTE: DESENVOLVIDO PELO PRÓPRIO AUTOR..........................................................................................56 FIGURA 8 – FUNÇÃO TOTALIZAR SUBSTITUIÇÕES .......................................................................................58 FONTE: DESENVOLVIDO PELO PRÓPRIO AUTOR..........................................................................................58 FIGURA 9 – FLUXOGRAMA DA MONTAGEM DO GRÁFICO DA CURVA DE CARGA ......................59 FIGURA 10 – FLUXOGRAMA DA ANÁLISE ECONÔMICA .............................................................................60 FIGURA 11 - TELA PRINCIPAL DO APLICATIVO ..............................................................................................61 FIGURA 12 - TELA DO CADASTRO DE EQUIPAMENTOS – GUIA DADOS..............................................62 FIGURA 13 - TELA DO CADASTRO DE EQUIPAMENTOS – GUIA AMOSTRAGEM............................63 FIGURA 14 – TELA DE SELEÇÃO DO ARQUIVO DE DADOS DA AMOSTRA.........................................64 FIGURA 15 – TELA DE CADASTRO DA EMPRESA – GUIA DADOS ............................................................66 FIGURA 16 – TELA DO CADASTRO DE EMPRESAS – GUIA SETORES ....................................................67 FIGURA 17 – TELA DO CAD. DE EMPR. – GUIA SETORES – GUIA EQUIP. DO SETOR....................68 FIGURA 18 – TELA DO CADASTRO DE TARIFAS...............................................................................................70 FIGURA 19 - TELA DE TOTALIZAÇÃO DO PERÍODO......................................................................................71 FIGURA 20 - TELA DE TOTALIZAÇÃO DO PERÍODO APÓS CÁLCULO EFETUADO........................72 FIGURA 21 - TELA DO RELATÓRIO DA FATURA DE ENERGIA SIMULADA .......................................73 FIGURA 22 - TELA DO CADASTRO DE SUBSTITUIÇÕES ...............................................................................74 FIGURA 23 - TELA COM O RELATÓRIO DA SIMULAÇÃO DE SUSTITUIÇÃO.....................................76 FIGURA 24 – TELA DE ABORDAGEM ECONÔMICA DA SUBSTITUIÇÃO EM QUESTÃO ...............77 FIGURA 25 – TELA DE MENSAGEM DE JURO ACIMA DA ECONOMIA MENSAL..............................77 FIGURA 26 – ABORDAGEM ECONÔMICA DA SUSBTIT. DA ILUMINAÇÃO EMPRESA 1. ..............84 FIGURA 27 – ABORDAGEM ECONÔMICA DA SUSBTIT. DA ILUMINAÇÃO EMPRESA 2. ..............84

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – ARQUIVO DE DADOS (AMOSTRA DE 24H) .................................................................................28

TABELA 2 – TIPOS DE USINAS GERADORAS DE ENERGIA ELÉTRICA.................................................38

TABELA 3 – EMPREEND. DE GERAÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL EM OPERAÇÃO.......................38

TABELA 4 – EMPREEND. DE GERAÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL EM CONSTRUÇÃO.................38

TABELA 5 – EMPREEND. DE GERAÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL OUTORGADOS ........................39

TABELA 6 – RESULTADOS DAS AÇÕES DO PROCEL NO PERÍODO DE 1994 / 2003..........................41

TABELA 7 – DADOS ARQUIVO .CSV.........................................................................................................................65

TABELA 8 – LEVANTAMENTO DE CARGA DA EMPRESA 1 ........................................................................78

TABELA 9 – FATURAMENTO CELESC 10/2003 X SIMULAÇÃO ...................................................................79

TABELA 10 – SIMULAÇÃO COM SUBSTITUIÇÕES DOS EQUIPAMENTOS ...........................................80

TABELA 11 – FATURA X SIMULAÇÃO EM 2005 JÁ COM ALTERAÇÕES IMPLEMENTADAS. .....81

TABELA 12 – LEVANTAMENTO DE CARGA DA EMPRESA 2 ......................................................................82

TABELA 13 – FATURA DE ENERGIA X SIMULAÇÃO .......................................................................................82

TABELA 14 – EQUIPAMENTOS PARA S UBSTITUIÇÃO ...................................................................................83

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LISTA DE EQUAÇÕES

FATOR DE CARGA (FC) – PARA CARGAS LINEARES .....................................................................................48 FATOR DE POTÊNCIA (FP) ...........................................................................................................................................48

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO 1– TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA CELESC- SEM IMPOSTOS...........................................101 ANEXO 2 – TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA CELESC- SEM IMPOSTOS .........................................102 ANEXO 3 – TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA CELESC - SERVIÇOS ....................................................103 ANEXO 4 – TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA CELESC (PIS / COFINS)...............................................104 ANEXO 5 – MODELO DE RELATÓRIO DE FATURA DE ENERGIA DO SISTEMA .............................105

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RESUMO

A energia elétrica, assim como as outras formas de energia, não pode ser criada nem

destruída, apenas transformada. Ainda se utilizam muitos métodos ineficientes de

transformação de energia elétrica. Estes métodos desperdiçam parte da energia que se

pretende utilizar, essa parte desperdiçada acaba não aproveitada. É fato que sempre se perde

energia em uma transformação, porém nos dias atuais percebe-se que produzir novamente a

energia desperdiçada pode representar um custo maior do que o de conservar o potencial já

disponível. Além disso, à preservação do meio ambiente não é mais somente uma bandeira

ideológica, virou necessidade, pois a humanidade tem percebido cada vez mais o custo de

uma degradação desordenada e insustentável através das alterações climáticas, da extinção de

espécies, da qualidade d’água, etc.

Este trabalho apresenta um aplicativo computacional que auxilia o usuário a verificar a

existência de vantagens em substituição de equipamento elétrico pouco eficiente por

equipamento eficiente. O aplicativo computacional ajuda a conhecer melhor a instalação

industrial e a simular novas situações e tarifas de energia. Esta ferramenta, foi desenvolvida

com o intuito de gerar mais confiança àqueles que pretendem implementar uma mudança no

maquinário da empresa e têm dúvidas a respeito do resultado desta mudança em termos de

custo com energia elétrica.

O trabalho contribui ambientalmente uma vez que incentiva a redução do consumo de

energia elétrica. A conservação da energia elétrica por sua vez, evita a necessidade de ampliar

a oferta de energia elétrica e as conseqüentes degradações ambientais associadas ao aumento

desta oferta.

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ABSTRACT

The electric energy, as any other kinds of energy, can’t be created or destroyed, just

transformed. There are a lot of not efficient methods to transform the electric energy that is

still in use. These methods degrade part of the energy to be used, and this part ends not used

to advantage. It is fact that we will always be losing energy in a transformation. However, in

the current days, we perceive that to produce the energy wasted can represent a bigger cost

than to conserve the available potentia l already produced. Moreover, the the preservation of

the environment is not just an ideological flag, it is a necessity by the time humanity is feeling

the cost of a disordered and unsustainable degradation of nature through the climatic changes,

the kinds extinction, the quality of water, etc.

This work presents a software that assists the user to verify advantages in less efficient

electric equipment substitution. This research helps the user of the software to be familiar

with better its industrial ins tallation and to simulate new situations of charges and fees of

energy. This tool was developed with the idea to generate more confidence for those whose

will to implement changes in the industrial charges expecting electric efficiency. This works

gives its social and environment contribution because it stimulates the investments in

reduction of electric energy consumption avoiding the necessity to increment the offer of

energy and its consequent environment degradation.

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1. INTRODUÇÃO

Todo ser vivo em sua luta pela sobrevivência gera certo impacto ambiental. O ser

humano em busca de desenvolvimento e aumento de conforto tem acelerado o processo de

degradação. Muitas comunidades tem crescido desordenadamente aumentando ainda mais o

problema.

Os principais aspectos que causam a degradação ambiental são a busca por fontes

energéticas, busca por novas fronteiras agrícolas e a ocupação desordenada do solo, entre

outros. Nesta busca desenfreada o ser humano, na maioria das vezes, provoca degradação

intensa do meio ambiente, preocupando-se muito tempo depois com os efeitos causados.

Deveria, pelo contrário, prever todo o dano ambiental que uma exploração pudesse causar

antes de iniciá- la. Agindo assim, daria uma forte contribuição à manutenção da existência das

espécies e da própria viabilidade de manutenção do planeta. Felizmente, muitas sociedades

estão agindo dessa maneira, entretanto muitos países ainda não dão, ao problema, a devida

atenção que merece.

Precisa-se encontrar uma forma de usar os recursos naturais e dar- lhes tempo para se

renovarem. Os países desenvo lvidos são exemplos do sempre crescente aumento do uso de

energia pelo homem. Por esse motivo, precisa-se gastar menos energia para se fazer a mesma

atividade, ou seja, precisa-se aumentar a eficiência dos sistemas.

Nos dias de hoje, o cenário mundial para a oferta de energia elétrica aponta para

dificuldades cada vez maiores em atendimento à demanda e consumo. Dificuldades

ambientais e econômicas tornam o produto energia elétrica cada dia mais valioso. Essa

tendência da valorização da energia elétrica aponta por sua vez para a necessidade de usá- la

mais racionalmente não só pela questão ambiental, mas também pela questão econômica,

buscando sempre executar a mesma tarefa com menor dispêndio de energia. A redução do

consumo de energia, além de ser uma ação ambiental de preservação do meio natural, uma

vez que representa a redução da necessidade de ampliação da oferta, também proporciona

retorno financeiro para as empresas. Este atrativo pode ser um diferencial importante na

tomada de decisão em investir ou não em uma melhora do sistema.

A necessidade de buscar alternativas de energia menos degradantes ao ambiente e ao

mesmo tempo mais baratas, nem sempre são possíveis, o que dificulta a implantação de novas

alternativas ambientalmente melhores, pois o universo de empresas interessadas e capazes de

investir somente pelo beneficio ambiental não parece abrangente.

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Sabe-se que toda a nova geração de energia elétrica gera impacto ambiental. A única

forma de se gerar energia elétrica sem produzir impacto algum é usar melhor o que já está

disponível, usar melhor o que já produziu sua parcela de degradação na natureza e,

conseqüentemente, atender a mais necessidades humanas sem incrementar a degradação

ambiental.

A conservação de energia elétrica é tida, pelo PROCEL, como uma “geração virtual”

de energia e será apresentada no decorrer do trabalho sob um aspecto mais completo, onde

será apresentado o baixo custo social dos governos com programas de incentivo ao combate

do desperdício em detrimento a instalação de novas usinas.

Sob o enfoque de conservar energia elétrica através de seu uso racional, este trabalho

apresenta um aplicativo computacional desenvolvido para auxiliar a tomada de decisão nas

questões que envolvem substituição de equipamentos antigos e pouco eficientes

energeticamente, por equipamentos mais modernos e mais eficientes. Esta pesquisa trabalha

com os conceitos gerais de faturamento da energia elétrica, pois procura através das

oportunidades financeiras incentivar a conservação de energia elétrica. O aplicativo

desenvolvido, busca simular uma mudança complexa nos equipamentos de uma empresa e

apresentar os novos prováveis valores para a fatura de energia elétrica para o caso de

implementação de possíveis modificações ou substituições de equipamentos.

A ferramenta computacional, traz mais segurança para a implementação de

modificações nos equipamentos capazes de manterem ou aumentarem a produtividade e

reduzirem o custo com energia elétrica. Sob o aspecto econômico este trabalho simula o

retorno de investimento, uma vez que coleta as informações de custo para cada substituição de

equipamento cadastrada na simulação, projeta o tempo de retorno dada uma taxa fixa de

remuneração do capital investido.

O impacto ambiental proveniente do uso inadequado de energia elétrica é menos

comovente que outros tipos de degradação, uma vez que, muito comumente, gera seus

impactos as vezes a centenas ou milhares de quilômetros de onde está sendo feito o

desperdício. Além disso, para se compreender corretamente é necessário ter-se conhecimento

técnico, pois a primeira vista um equipamento em funcionameto normal pode parecer bastante

produtivo e eficiente, quando na verdade pode ser uma fonte de desperdício, ou seja, a perda

de energia elétrica não simples ser detectada como uma vazamento de água em uma

tubulação, requer experiência profissional. Por este motivo, há a necessidade de averiguar

com rapidez os casos de uso inadequado de energia elétrica que ainda possam retornar

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financeiramente pela redução do gasto com a mesma e orientar estas pessoas para a lacuna

administrativa de redução de custos que o empresário não vislumbrou até então. As demais

implementações de medidas de conservação de energia elétrica que não retornem

financeiramente em tempo hábil para chamá-las de economicamente viáveis seriam melhor

implantadas com políticas públicas de incentivo.

No Brasil, o fornecimento de energia elétrica passou a ser assunto popular, devido

principalmente aos surtos de racionamento e previsões nada otimistas quanto à capacidade de

o sistema elétrico suportar o crescimento da demanda dos próximos anos (Bagatolli, 2005).

As consequências deste problema serão notadas nas próximas décadas, pois o país está se

mobilizando para o aumento na geração de energia elétrica. Este aumento, traz pontos

favoráveis e desfavoráveis em termos de degradação ambiental. Os pontos desfavoráveis são a

utilização mais acentuada de fontes poluidoras, tais como: Usinas termoelétricas a diesel,

carvão mineral, óleo combustível e gás natural. Como pontos favoráveis pode-se citar o

grande incentivo pelo uso de fontes renováveis, tais como: biomassa, biodiesel, geração

eólica, fotovoltáica e toda a gama de fontes alternativas. Estes aspectos demonstram a grande

viabilidade de estudos no campo da conservação de energia, pois possibilita o retardo na

velocidade de implantação de novas instalações geradoras. Este tempo que se ganha pode ser

utilizado para estudos mais viáveis e de menor impacto possível. É nessa linha de pensamento

que se propõe este trabalho.

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1.1. PROBLEMA DE PESQUISA

“Através do somatório da contribuição de cada carga em uma empresa, pode-se

simular computacionalmente a substituição de alguns equipamentos por outros mais eficientes

e contribuir para apontar às empresas lacunas no uso racional de energia elétrica?”

1.2. PERGUNTAS DE PESQUISA

1) “Existem sugestões para investigação das oportunidades mais relevantes de

economia de energia elétrica na indústria?”

2) “Como pode-se verificar a melhor opção contratual para a compra de energia

elétrica em uma empresa?”

3) “Quais cuidados devem ser tomados no critério de escolha de algum novo

equipamento?”

4) “Como deve-se amostrar o consumo de um equipamento a fim de representá- lo

numa simulação de fatura de energia elétrica?”

5) “Haverá possibilidade de que alguma amostra de consumo de energia de algum

equipamento não seja representativa? Porque?

6) “Como simular uma fatura de energia elétrica através do conhecimento de amostras

de 24h para cada equipamento?

7) “Pode-se simular qualquer equipamento e qualquer indústria o sistema proposto?”

8) “Como simular a substituição de equipamentos antigos por equipamentos novos,

gerando uma nova fatura de energia comparativa?”

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1.3. PRESSUPOSTOS

São cinco os pressupostos relacionados a esta pesquisa, descritos a seguir.

a) É possível, simular computacionalmente a substituição de cargas menos eficientes

por cargas mais eficientes, verificando o impacto gerado por um investimento em conservação

de energia e também indicando o retorno de investimento para a possível alteração. Sem a

criação de um aplicativo computacional específico para esse fim, este tipo de trabalho pode

levar muito tempo e pode ser impreciso.

b) Acredita-se que um estudo das características de compra da energia elétrica

(tarifas), além de proporcionar benefícios financeiros, direciona seu uso na forma que mais

facilita seu fornecimento, consequentemente, contribui com a diminuição das cargas do

sistema nos horários de fornecimento mais oneroso.

c) Uma orientação sobre novos equipamentos contribuirá para que os erros do passado

não sejam repetidos no futuro e que seja levado em consideração os dados que serão

apresentados para a tomada de decisão. É comum, comprar-se um novo equipamento e

vender-se o equipamento velho para outra empresa de menor porte. A idéia é mostrar que se

pode herdar despesas extras junto com o novo investimento.

d) Por estar se desenvolvendo um aplicativo genérico para atender a muitos tipos de

simulação de cargas de empresas, é necessário padronizar o tamanho da amostra para que se

possa, com bastante fidelidade, representar o comportamento da carga ao longo do mês.

e) Para garantir uma demanda simulada aproximada à demanda medida pela

concessionária de energia, deve-se monitorar as amostras e comparar os resultados com a

fatura de energia.

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1.4. OBJETIVOS

1.4.1. GERAL

Este trabalho busca a criação de um aplicativo computacional para facilitar os

estudos de conservação de energia e substituição de equipamentos antigos por equipamentos

mais modernos e mais eficientes energeticamente, a fim de identificar pontos de perdas

energéticas e seus respectivos custos na fatura de energia elétrica que possam custear a

referida substituição.

1.4.2. ESPECÍFICOS

- Criar uma base de dados com alguns dos equipamentos exemplo. Esta base poderá receber o

cadastro de qualquer outro equipamento e ser capaz de recompor as situações do dia a dia de

uma empresa.

- Montar a fatura de energia elétrica com a configuração que se deseja, em termos de

equipamentos e quantidades dos mesmos na planta fabril.

- Simular a substituição de um equipamento atualmente instalado na planta por outro e obter

os dados energéticos e as conseqüentes alterações no custo da fatura de energia elétrica.

- Simular o tempo de retorno do investimento, de acordo com a economia gerada mês a mês

em detrimento ao investimento efetuado, a recuperação da venda do equipamento antigo e a

taxa de remuneração do capital investido.

- Permitir alterações de horários de funcionamento de determinados setores da empresa, entre

outras ações, para a simulação do gerenciamento pelo lado da demanda e os conseqüentes

resultados na fatura de energia elétrica.

- Analisar a influência de cada setor na fatura de energia elétrica de forma individual com o

objetivo de conhecer melhor a instalação e seus custos, identificando o setor cujos custos

oneram mais o processo produtivo e consequentemente escolhendo o setor que representa

maior ônus à fatura de energia para investigação por lacunas na eficiência energética.

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1.5. JUSTIFICATIVA / RELEVÂNCIA

1.5.1. RELEVÂNCIA PRÁTICA

Na última década, muitas indústrias não sobreviveram aos problemas econômicos

e fecharam suas portas, outras sobrevivem de forma prejudicada e sucateada. A redução da

capacidade de investimento destas empresas levou muitas a desconsiderar, durante este

período, qualquer tipo de investimento na planta fabril. Até porque, o custo de capital

apresentou-se muitas vezes maior do que o retorno com o investimento (juro alto).

Por outro lado, a energia elétrica também teve uma evolução de preço bastante

grande no Brasil e fez este insumo tornar-se bem mais representativo nos custos de produção

de qualquer empresa, principalmente às indústrias de transformação.

O aproveitamento do conteúdo desta pesquisa será prático aos usuários do

aplicativo computacional aqui concebido, pois, de posse de amostras de consumo de cada

equipamento da empresa, pode-se simular o comportamento da empresa inteira. Através do

uso das ferramentas aplicadas aqui, podem ser criadas bases de conhecimento sobre

equipamentos de qualquer segmento da indústria, desde que observada a repetibilidade diária

do comportamento da carga, facilitando assim outros estudos.

É extremamente complexo o cálculo e o levantamento das variáveis que levam ao

custo da fatura de energia, pois se faz necessário conhecer o comportamento individual ou

coletivo das cargas no mesmo período de medição e integralização feito pela concessionária.

Tão complexo que nem medindo separadamente garante-se que a demanda registrada pela

concessionária será a mesma registrada nesta medição, pois a base da contagem de tempo de

ambas as medições precisariam estar sincronizadas para este fim. Por este motivo os

medidores de energia oferecem uma saída, opto acoplada, para leitura sincronizada dos dados

entre outros. Através do conhecimento de uma amostra significativa de cada tipo de

equipamento ou de um setor da instalação pode-se, através do aplicativo, extrapolar os dados

e compor uma fatura de energia elétrica simulada sob o mesmo arranjo, arranjos diferentes ou

substituições de cargas. Este aplicativo é uma ferramenta ágil e precisa para simular várias

idéias para uma aplicação futura com mais segurança nos resultados.

Pode-se verificar o custo da mudança do enquadramento tarifário, podendo optar

por: Monômio, Convencional, Horo-Sazonal Verde e Horo-Sazonal Azul.

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Pode-se realizar simulação de troca de horário de funcionamento de algum

equipamento na empresa para verificação imediata da curva de carga. Isso é útil ao

planejamento da evolução contratual da empresa visando o maior fator de carga possível.

1.5.2. RELEVÂNCIA TEÓRICA

A relevância teórica se define como um referencial bibliográfico para estudiosos e

pesquisadores de diversas áreas ligadas à engenharia, à economia, à administração e ao

desenvolvimento sustentável.

Além disso, esta pesquisa oferece pontos que podem ser aprofundados e desdobrados

em outros estudos, inclusive possibilitando o desenvolvimento de modelos teóricos,

matemáticos ou computacionais que se apliquem à gestão energética de indústrias.

2. METODOLOGIA

2.1. PROCEDIMENTO

O problema de pesquisa definido no item 1.1 delimita o objeto de estudo, sendo que as

hipóteses ou pressupostos que visam resolvê- lo (item 1.3) mostram alternativas para a solução

do problema e indicações de como funcionarão.

A resposta ao problema considera a elaboração da técnica de simulação dos dados e de

sua aplicação prática em algumas empresas justamente para validação das amostras coletadas.

Se as amostras coletadas representarem com fidelidade o comportamento daquela carga em

um mês inteiro, pode-se também simular novas situações. Porém, a análise desta proximidade

é empírica e cabe ao usuário verificar se seu afastamento da realidade na fatura não está

desviando os resultados finais na simulação das substituições. É muito importante, ter certeza

de que os equipamentos amostrados têm comportamento típico representado em 24 horas e

que isso será premissa para a aplicação deste método de simulação. A proximidade dos

resultados com a fatura de energia elétrica pode ser alterada por diversos fatores, entre eles,

um ponto fora da curva em um dia atípico da empresa, uma amostra atípica, um levantamento

de cargas equivocado. Estas situações sempre podem ocorrer em uma empresa de um mês

inteiro, caso não tenha ocorrido durante a amostragem, não aparece nos resultados da

simulação.

O primeiro pressuposto da pesquisa aplica-se dentro dos limites da análise científica

do método dedutivo, devido a comprovar a hipótese a partir de conhecimentos gerais e multi-

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disciplinares já existentes. Conforme Lakatos (1988, pp. 88- 91) “toda a informação ou

conteúdo fatual da conclusão já estava, implicitamente, nas premissas”. Ou seja, está se

tentando recompor o todo somando as partes. O primeiro pressuposto foi testado através do

desenvolvimento de aplicativo computacional que organiza as amostras individuais de cada

equipamento típico da empresa integralizando os dados entre a data inicial e final desejada, o

resultado do resumo por sua vez, é testado através de comparação com a fatura de energia

elétrica. Faz-se, então, a substituição do equipamento por outro, tido como mais eficiente e

compara-se com o resultado anterior. As lacunas por eficiência energética podem ser

encontradas em diversas pesquisas (PROCEL[s.d.]) e simuladas para se verificar o tempo de

retorno do investimento necessário a implantação das alterações.

O segundo e terceiro pressupostos são apresentados através de pesquisa exploratória,

de caráter bibliográfico e documental. Segundo Gil (1987, pp.45-52), a pesquisa exploratória

de caráter documental tem como principal função explicitar conceitos sobre um determinado

problema e com isso ir aumentando ou aprimorando seu entendimento. Neste caso, o

conhecimento sobre tarifação de energia e seus custos envolvidos auxiliam a encontrar formas

de reduzir custo com energia elétrica.

O quarto pressuposto trata da padronização do tamanho da amostra, mas nem todas as

empresas usam necessariamente seus equipamentos da mesma forma. Assim, optou-se por

amostras de 24h justamente para dar versatilidade ao aplicativo e garantir a possibilidade de

fácil adaptação à particularizações. Uma amostra de 24h representa o funcionamento de um

equipamento ou setor da indústria em um dia inteiro, tendo grande probabilidade de ser

significativo quando extrapolado para 30 dias. Como exemplo, pode-se citar situações onde

alguns equipamentos podem ser desligados para horários de refeições dos funcionários e

outros não, por isso as 24h seriam repetitivas nas amostras. Outro exemplo é o cadastro da

carga no setor com marcação de horário de parada para as paradas semanais, estas podem ser

diferentes de empresa para empresa e de equipamento para equipamento.

O quinto pressuposto afirma que pode-se comparar os resultados de simulação com a

fatura real para verificar a veracidade dos dados obtidos. Caso a demanda e o consumo

simulados sejam diferentes da demanda e consumo medidos, deve-se procurar amostras não

representativas ou os horários de trabalho não condizentes com a prática para correção destes

pontos. Estes ajustes, poderão indicar características importantes para melhorar a

representatividade das amostras do simulador. Setores com cargas bem comportadas darão

resultados bastante satisfatórios, no entanto, setores com cargas muito variáveis podem gerar

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dados não confiáveis. Uma forma de encontrar algum erro seria medir o setor inteiro e

comparar com o setor simulado. Fica claro que as amostras a serem coletadas pelo usuário do

aplicativo devem ser tão fiéis quanto possíveis com a realidade de dias típicos de

funcionamento dos equipamentos e que os resultados mais ou menos próximos a realidade

estão diretamente relacionados com o cuidado neste levantamento.

Todas as amostras coletadas devem ser classificadas de acordo com o tipo de

equipamento, data e hora da coleta e as características de parada do equipamento no processo

fabril. Isto serve para que o usuário possa julgar a possibilidade de utilizar esta amostra em

sua simulação.

2.2. AMOSTRAGEM

O planejamento antecipado das tomadas de campo (medições de energia ) leva à

redução da necessidade de re-trabalho para as amostras não representativas que possam ser

feitas.

O uso dos equipamentos industriais, em geral tem sua utilização variável ao longo do

dia, da semana e/ou do mês. Deve-se determinar o tamanho da menor amostra capaz de

representar o comportamento do equipamento ao longo do período da fatura de energia. Este

tamanho de amostra vai variar de equipamento para equipamento, dependendo do seu ciclo de

trabalho. O ciclo de trabalho do equipamento está relacionado com a sua função no processo

produtivo. Pode-se representar este equipamento com uma pequena amostra do uso da

energia, exemplo: 1 hora, ou até menos. Entretanto, isso pode levar à possibilidade de que

coincidentemente naquela hora o equipamento possa ter passado por um comportamento

anômalo, proporcionando uma medição imprecisa, isto inviabiliza a amostra devendo ser

descartada e medir novamente o uso da energia pelo equipamento. Com base nesta

constatação o risco deve ser evitado definindo o tamanho da amostra com mais segurança. O

aplicativo computacional, sempre utilizará 24h como dados de amostragem de um

equipamento, nos casos em que se optar por medir menos horas e/ou estimar a carga, deve-se

preencher às 24h da amostra, ainda que seja repetindo os valores medidos. Ou seja, para

cargas extremamente constantes, o usuário do aplicativo pode, por conta própria, repetir os

dados amostrados durante as 24 horas para completar uma medição de energia mais curta do

que este tempo.

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Pode-se garantir uma melhor precisão, se a representação do comportamento

energético médio dos equipamentos for de um dia típico. Caso, numa coincidência às 24 horas

escolhidas não tiverem sido típicas, a metodologia para reconstrução da fatura de energia

elétrica indicará o erro da amostragem, apresentando o total da soma das partes afastado do

valor da fatura de energia. Assim sendo, pode-se partir para uma nova tomada de dados, a fim

de tornar a amostra do comportamento do equipamento mais precisa. Considera-se como um

afastamento aceitável até 10% de divergência entre os valores obtidos com a simulação e os

dados reais da fatura apresentada pela concessionária. Isto se deve a já mencionada

dificuldade de determinação da demanda com valores idênticos se integralizadas com

referenciais de tempo diferentes. Salienta-se que o próprio contrato de fornecimento de

energia elétrica prevê limites de tolerância para cobrança de ultrapassagem na demanda

contratada de 10%.

O trabalho de levantamento das amostras de campo foi realizado em empresas,

tratadas de forma anônima, a título de exemplo de aplicação.

2.3. TÉCNICA DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados deve ser elaborada por setores da fábrica ou equipamentos

significativos onde se vislumbrarem possibilidades de redução de consumo. Setores em que

não se pretende verificar a possibilidade de substituição de equipamentos devem ser

amostrados de forma coletiva para aumentar a confiabilidade da amostra e reduzir o trabalho

do responsável pela análise. Para cargas mais bem comportadas pode-se estimar a curva de

carga diária em planilhas eletrônicas convencionais, prevendo as horas do dia em que o

equipamento estiver trabalhando, evitando medidas de campo desnecessárias. Os dados

coletados podem em alguns casos servir para utilização em análise de outras empresas que

utilizem o mesmo tipo de equipamento. Porém, nestes casos, deve-se estar atento a

equipamentos como compressores, cujo consumo muito dificilmente teria o perfil igual de

uma empresa para outra devido a características como, perdas de carga, vazamentos na rede,

entre outros. Em geral, um banco de dados com muitos equipamentos amostrados será útil

para facilmente compor uma fatura simulada de qualquer nova empresa que se pretenda

analisar.

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As amostras de dados inseridas no banco de amostras do aplicativo desenvo lvido são

armazenadas em arquivos tipo “CSV” (comma separated values), podendo ser elaborados em

aplicativos de planilha eletrônica conforme mostrado na tabela 01.

O arquivo deve sempre iniciar aos quinze minutos do dia amostrado e seguir até a zero

hora do mesmo dia, com intervalo de integração de 15 minutos, como determina a resolução

456 da ANEEL.

A medição das grandezas elétricas de consumo e demanda, foram realizadas através de

equipamento de medição de energia elétrica da marca Embrasul, modelo RE2000. Quaisquer

equipamentos de medição de energia, que sejam capazes de exportar os valores dos registros

obtidos de demanda a cada 15 minutos conforme a tabela 01 podem ser utilizados.

Constou do banco de dados de tarifas de energia, a tarifa aplicada pela concessionária

de energia CELESC, visto que o âmbito do levantamento de cargas das empresas também se

deu na área de concessão desta concessionária de energia. Salientando que é facultado ao

usuário do aplicativo, atualizar ou cadastrar valores de outras concessionárias para que os

relatórios finais tenham valores atualizados com o preço de mercado da energia elétrica.

A Resolução 456 da ANEEL, foi fonte de consulta para o enquadramento do

consumidor nas diversas tarifas de energia disponíveis para contratação, permitindo também

uma análise neste aspecto.

TABELA 1 – ARQUIVO DE DADOS (AMOSTRA DE 24H)

00:15 1,41164 00:30 1,3838 00:45 1,57724 01:00 1,32944 01:15 1,6346

... ...

23:00 1,30552 23:15 1,94312 23:30 1,52656 23:45 1,3636 00:00 1,27424

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A NBR 5410 ABNT, forneceu a forma de cálculo das grandezas e dimensionamentos

necessários às investigações da pesquisa.

2.4. TABULAÇÃO DOS DADOS

Na busca por respostas as perguntas propostas neste trabalho, a fatura de energia

elétrica da empresa é recomposta somando todos os resultados individuais das medições de

energia nos equipamentos com a preocupação temporal da utilização dos mesmos. Esta

preocupação temporal está relacionada com o fato de não ser correto somar a demanda de

cada equipamento para que o somatório destas determine a demanda da empresa, pois o

horário em que foi exigida a maior demanda importa ao cálculo. A recomposição da fatura

prevê horários de desligamento dos equipamentos. Estes horários de desligamento, podem ser

facilmente cadastrados pelos usuários do aplicativo, garantindo uma grande flexibilidade por

permitir diferentes paradas para cada tipo de equipamento.

O cadastro de substituições compõe uma base que informa qual equipamento será

substituído e as condições de parada durante esta substituição, esclarecidas mais a frente neste

trabalho. Utilizando o cadastro de substituições, os dados da fatura simulada para a

apresentação das questões de maior ou menor eficiência energética seguirão a mesma

formatação da fatura normal, porém durante a tabulação dos dados incluiu-se uma consulta a

tabela de substituições para verificar se, o equipamento ainda é utilizado. Caso o equipamento

tenha uma substituição cadastrada, este recebe as novas configurações na integralização da

fatura.

Estudos a respeito de equipamentos mais eficientes são fundamentais para a simulação

da substituição de cargas antigas por novas. Esta pesquisa considerou que, qualquer

alternativa energética onde a carga do equipamento a ser utilizado é conhecida pode ser

simulada. Quanto mais detalhado for o conhecimento, sobre a nova carga, mais precisa será a

resposta obtida. Foram desconsiderados neste trabalho quaisquer incrementos na produção

que os novos equipamentos possam produzir. Portanto, para tempos de retorno de

investimento negativos, deve-se verificar atentamente se o novo equipamento gera mais

produto final e se este volume irá compensar o aumento da fatura de energia elétrica.

Os dados da fatura de energia simulada são tabulados como explicado a seguir. Como

em uma grande tabela, vai-se cadastrando cada tipo de equipamento multiplicado pela

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quantidade informada em cada setor, respeitadas as paradas cadastradas, data de início da

simulação, data de fim da simulação e valor da amostra repetido nos mesmos horários. A

dificuldade deste tipo de simulação é que não se pode somar a demanda de cada equipamento

e obter resumos individuais referentes a contribuição máxima de cada carga, pois esta

contribuição será máxima em um horário e a contribuição de outro equipamento, muito

provavelmente, será máxima em outro horário. O resumo final que leva a fatura de energia é o

somatório das cargas que, teoricamente estariam trabalhando juntas naqueles horários. Com

essas informações tem-se a curva de carga simulada e através dela determina-se as grandezas

elétricas necessárias ao faturamento.

O resultado financeiro da economia energética, por sua vez, é confrontado com os

custos de implantação do novo equipamento e determinado seu tempo de retorno. O tempo de

retorno é calculado através do método “payback descontado” que prevê a aplicação de uma

taxa financeira ao capital investido, conforme Camargo (1998, pp.61-65). Apresenta-se então

em quantos meses há o retorno do investimento realizado dada a economia mensal estimada

em simulação. Para este cálculo consideram-se a soma de todos os custos das substituições

cadastradas subtraindo-se o somatório de todos os valores de revenda dos equipamentos

retirados, descontando-se mensalmente o juro determinado. Caso o juro sobre o capital

investido supere o valor economizado mensalmente, o sistema retorna uma mensagem

informando que não haverá retorno financeiro para o investimento realizado.

Os custos de implantação são informados pelo usuário através de estimativas de

mercado considerando 100% do valor do equipamento a ser substituído. Além disso, é

solicitado no cadastro de substituições o valor da revenda do equipamento retirado da

empresa, pois muitos equipamentos substituídos podem ser vendidos para amortização do

investimento.

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2.5. LIMITAÇÕES DA PESQUISA

As limitações desta aplicação estão normalmente vinculadas ao tamanho das amostras

de 24h. Para cargas que não tenham repetibilidade dentro das 24h exigidas para cada amostra

de equipamento, o sistema não contempla simulação. Pode-se aplicar uma amostra com a

média de uma semana, ou seja, compõe-se as 24 horas tirando a média de uma amostragem de

uma semana, porém os valores tenderão a se afastar bastante da realidade no que se refere a

demanda na ponta e fora da ponta para efeito de custo da fa tura.

Trata-se de um aplicativo que junta as amostras do banco de dados na configuração de

quantidade, tipos de parada e setor onde foi utilizado. Para garantir o resultado aproximado

com a fatura de energia elétrica depende fortemente da qualidade das amostras cadastradas e

do levantamento de carga da empresa.

Não foi desenvolvida nenhuma interface de auxílio à criação de amostras por

estimativa, considerou-se as estimativas eventuais e fáceis de serem geradas em aplicativos do

tipo planilha eletrônica geradas.

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3. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E MEIO AMBIENTE

3.1. MEIO AMBIENTE

A reunião de Estocolmo de 1972 configurou-se como um divisor de águas nas

questões pertinentes às intervenções humanas no meio ambiente. Não bastava mais a busca

por crescimento econômico acelerado, precisava-se de uma forma de fazê- lo com

sustentabilidade.

Segundo Goldemberg (1998), a maior parte dos problemas ambientais está

relacionada com a geração de energia. Neste momento, quando se fala em geração de energia,

não se está falando só de energia elétrica e sim de todo e qualquer processo de transformação

que, realizado pelo trabalho, gera benefício ao homem.

De acordo com as primeira e segunda leis da termodinâmica, energia não pode ser

criada nem destruída, apenas transformada e o calor flui sempre do corpo mais quente para o

corpo mais frio. Essas leis indicam que, ao converter a energia com a intenção de aproveitá-

la, transforma-se a mesma para um estado mais dissociado, onde tem-se mais dificuldade de

aproveitá-la novamente. Ao aumentar o grau de entropia da matéria, degrada-se o meio

ambiente.

Segundo Theis (1996), toda a energia do planeta provém do sol, menos os

recursos não renováveis como os combustíveis fósseis que originaram de fotossíntese ocorrida

a vários milhões de anos. Está matematicamente comprovado pela segunda lei da

termodinâmica que toda transformação de energia acarreta em perda durante o processo. As

grandes transformações de energia acarretam em grande perda e consequentemente geração

de resíduos, o que tem afetado o equilíbrio do planeta pela alteração climática e

favorecimento ou não das espécies.

Segundo Jannuzzi e Swisher (2000) as questões ambientais eram no passado

consideradas acessórias ou secundárias, a não ser se os impactos pudessem comprometer o

desenvolvimento. Recentemente, estas questões estão visivelmente declaradas nos grandes

centros econômicos, pois a qualidade de vida das pessoas vem sendo alterada, potencialmente

comprometendo o desenvolvimento. Se as emissões globais de carbono forem reduzidas em

60% ou mais, pode-se estabilizar as concentrações de gases estufa na atmosfera. Somente em

geração termelétrica concentram-se 30% das emissões globais de CO2 para a atmosfera.

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O impacto ambiental de um empreendimento de geração de energia elétrica

sempre ocorrerá, porém tem-se que estudá- lo com muito critério, pois os parâmetros que o

envolvem são sistêmicos, se relacionam com tudo a seu redor e são muito difíceis de serem

considerados na totalidade.

No Brasil vários empreendimentos de geração de energia elétrica estão a espera de

liberação em relação aos estudos de impacto ambiental. Isso é reflexo da complexidade do

tema e da rígida legislação brasileira que para obras desta natureza é bastante avançada.

O estabelecimento de critérios e exigências de EIA/RIMA para empreendimentos

elétricos de acordo com o tipo é estabelecido pela Resolução CONAMA Nº 006/1987 -

"Dispõe sobre o licenciamento ambiental de obras do setor de geração de energia elétrica" -

Data da legislação: 16/09/1987 - Publicação DOU: 22/10/1987.

Tanto no Brasil como em países do primeiro mundo controlar o nível de poluição é

uma tarefa árdua, o uso crescente de tecnologia e acordos internacionais são uma saída

mitigadora da degradação ambiental. A principal questão a ser respondida é como evitar que

países em desenvolvimento utilizem tecnologias baratas, pouco eficientes ou poluidoras, tal

qual alguns países desenvolvidos já o fizeram?

As normalizações internacionais que estabelecem parâmetros sobre os métodos

produtivos de uma cadeia de produção pode ser uma alternativa para gradativamente forçar

que as empresas que queiram operar nestes mercados mudem sua estratégia. Isto também está

relacionado com a concorrência das empresas. Não se pode colocar na mesma balança,

empresas que respeitem a legislação ambiental e as que não o fazem. Uma melhoria na

fiscalização pode significar bons resultados.

No Brasil, a legislação evoluiu muito nos últimos anos e começa a apresentar os

primeiros resultados. Infelizmente, a avançada legislação brasileira esbarra na falta de

fiscalização e recursos, fazendo com que apenas grandes obras ou empreendimentos sejam

analisados, sejam por terem orçamento próprio ou por pressão da imprensa ou da população.

Não são os casos da maioria dos desmatamentos para criação de plantações, pastagens ou

loteamentos. A Figura 1 representa a estrutura simplificada da lei 6938-81 para uma

perspectiva rápida de como ela estrutura a defesa ambiental no Brasil.

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Figura 1 - Representação gráfica da lei 6938-81 (elaboração do autor)

LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981Dispõe sobre a Política Nacional do Meio

Ambiente, seus fins e mecanismos deformulação e aplicação, e dá outras

providências.

Constituição Federalincisos VI e VII do art. 23 e no art. 235

Política Nacional do Meio Ambiente

Presidenteda

República

CONAMA

Consultivo e Deliberativo

Assessoria / Diretrizes

Conselho de Governo

Normas / Padrões

Secr. do Meio Amb.da Presidencia da

República

Executar / Fazer Exec.

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA)

Executar / Projetos

Entidades Estaduais

Fiscalização

Entidades Municipais

Secretário do Meio Ambiente

Presidente do CONAMA

proporNormas

PrincípiosArt. 2º

Definições LegaisArt. 3º

ObjetivosArt. 2º e 4º

InstrumentosArt. 9º

Meio Ambiente

Degradação

Poluidor

Poluição

RecursosAmbientais

SISNAMACadastro Técnico

Federal

Cadastro Inst.Defesa Ambiental

Cad. Emp. Pot.Poluidoras e

Utilizadoras Rec. Amb.

Sis

tem

a de

Info

rmaç

ões

AlimentarCadastro

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35

3.2. A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Qualquer atividade econômica em uma sociedade moderna só é possível com o

uso intensivo de uma ou mais formas de energia.

Dentre as diversas formas de energia interessam em particular, aquelas que são

processadas pela sociedade e colocadas à disposição dos consumidores onde e quando

necessárias, tais como: a eletricidade, a gasolina, o álcool, óleo diesel, gás natural, etc.

A energia é usada em aparelhos simples (lâmpadas e motores elétricos) ou em

sistemas mais complexos que encerram diversos outros equipamentos (geladeira, automóvel

ou uma fábrica). Estes equipamentos e sistemas transformam formas de energia. Por

exemplo: uma lâmpada transforma a eletricidade em luz e calor. Como o objetivo da

lâmpada é iluminar, uma medida da sua eficiência é obtida dividindo a energia da luz pela

energia elétrica usada pela lâmpada. Da mesma forma, pode-se avaliar a eficiência de um

automóvel dividindo a quantidade de energia que o veículo proporciona com o seu

deslocamento pela que estava contida na gasolina originalmente.

A energia perdida pode ser classificada como fonte de desperdício,

principalmente quando se tem sistemas de baixo rendimento, ou seja, sistemas ou

equipamentos que aproveit am mal a energia dispendida para seu funcionamento normal.

Outra fonte de desperdício deriva do uso inadequado dos aparelhos e sistemas,

por exemplo, lâmpadas acesas em ambientes desocupados, transformadores trabalhando a

vazio, ar-condicionado ligado com janela aberta, etc.

Também um veículo parado em um engarrafamento está usando mais energia do

que a necessária por conta do tempo que fica parado no congestionamento.

Outros fatores mais sutis explicam muitos desperdícios. Um construtor barateia a

construção não isolando o "boiler" e os canos de água quente, pois quem pagará pelo

desperdício será o consumidor.

Vale notar que esses efeitos se multiplicam à medida que a energia vai migrando

por todos os setores da economia, transformando-se em valores extremamente elevados.

Falando mais especificamente da energia elétrica, além da necessidade de

conservá- la pelas questões ecológicas já mencionadas, há uma vantagem de economia

financeira proveniente da conservação. Porém, nem todas as ações de conservação de

energia elétrica são facilmente retornáveis em termos financeiros, deve-se considerar a

necessidade de inserção de políticas públicas de incentivos, tais como: fiscal,

conscientização, regulamentação e etc.

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As políticas de conscientização são assumidas especialmente pelo PROCEL, as

de regulamentação dependem da ANEEL, já as fiscais dependem de leis específicas

apresentadas ao Congresso Naciona l. Normalmente, são propostas pelos Ministérios de

Minas e Energia, do Planejamento, Casa Civil e da Fazenda, e passam pela verificação de

que o custo ao estado pelo desperdício é maior do que a bonificação fiscal ao produto mais

eficiente, uma vez que abrir-se-á mão de receita. Muitas vezes não é economicamente viável

a obtenção ou utilização de sistemas mais eficientes sem que haja uma política estatal que a

subsidie.

3.3. QUESTÃO AMBIENTAL

Todo e qualquer fenômeno que ocorre na natureza necessita de energia para a sua

efetivação. A vida, como a conhecemos, requer basicamente matéria e energia. Estes dois

conceitos são fundamentais no tratamento da maioria das questões ambientais.

A crise ambiental pode ser descrita considerando três aspectos básicos:

crescimento populacional; demanda de energia e materiais ; e geração de resíduos.

Segundo Mota (2000), o problema de poluição ambiental surge no momento em

que o ser humano descobriu o fogo e passou a ser capaz de impulsionar máquinas e realizar

trabalho, o que conduziu a um enorme avanço tecnológico. Esse desenvolvimento traz

necessidade de quantias cada vez maiores de materiais e energia para satisfazer a

necessidade de desenvolvimento da humanidade e isso, por sua vez, resulta em uma

quantidade significativa de resíduos, tanto em termos de matéria, como em termos de

energia. Toda a temática da questão ambiental envolve os resíduos e a necessidade de

diminuir sua produção, atenta para a possibilidade de se estar caminhando para um

esgotamento rápido dos recursos naturais.

3.4. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O consumo de energia cada vez maior tem levado a humanidade a causar danos

ambientais, principalmente em países com indústrias de transformação. Por mais eficiente

que seja o processo, o meio ambiente acaba sendo afetado, resta reduzir a necessidade de

ampliar a oferta fazendo bom uso do que já está disponível, pois se for possível aumentar o

consumo sem aumentar a capacidade instalada de geração vai-se elevar a eficiência.

Segundo Reigota (1994), meio ambiente é o lugar onde os elementos naturais e

sociais estão em relações dinâmicas e em interação. Essas relações implicam em processos

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de criação cultural, tecnológica, processos históricos e sociais de transformação do meio

natural e construído.

É indiscutível que a evolução da ciência e da tecnologia têm conduzido a uma

melhora na qualidade de vida da população. Esta qualidade de vida, por sua vez, causa ao

meio ambiente um custo elevado, pois geralmente produz-se o dano ambiental para depois

criar a consciência e tentar minimizá- lo. O desafio é manter a qualidade de vida e diminuir

esse custo ambiental. Para isso, se propõe a conservação de energia sem perda da qualidade

nem da quantidade de produtos ou serviços realizando o mesmo trabalho com menor

dispêndio de energia. Evidentemente, a conservação de energia não se mostra como uma

fonte infindável de disponibilização de energia, mas pode ofertar tempo hábil para se

planejar adequadamente a expansão dos sistemas. Também é uma atitude de conservação de

energia, verificar a época do ano e as horas do dia em que se solicita energia, para isso o

custo da tarifa também socializa a economia de não necessitar ofertar mais infra-estrutura de

geração e transmissão neste horário ou nesta época do ano.

De acordo com Bagatolli apud (Silveira, Reis e Galvão, 2001, pp.17-26), o Relatório

Brundtland (Nosso Futuro Comum, 1987) definiu o conceito de desenvolvimento

sustentável como aquele que satisfaz as necessidades das gerações presentes sem afetar a

capacidade de gerações futuras também satisfazerem suas próprias necessidades. Esta idéia é

importantíssima, pois tem-se de utilizar os recursos disponíveis hoje sem que as gerações

futuras fiquem ameaçadas.

O Brasil tem investido em políticas de incentivo a importação de gás-natural e

expansão de uma rede de grandes barragens na Amazônia, mantendo assim fontes de energia

alternativa, renovável, ainda em um plano secundário, Swirtkes (2005). Estes investimentos

somam valores enormes e causam dano ambiental intenso. São realizados devido a

necessidade de desenvolvimento da nação, e por não se acreditar que as energias alternativas

tenham capacidade de suprir toda a demanda necessária. Apesar disso percebe-se o aumento

da capacidade instalada de fontes alternativas tais como: eólica, biomassa e fotovoltáica.

A produção de energia elétrica no Brasil é proveniente de uma diversificada matriz

energética, ainda que a fonte hidroelétrica seja predominante. A Tabela 2 mostra diversas

fontes energéticas cadastradas pela ANEEL. As siglas adotadas pela ANEEL, nesta tabela,

são utilizadas nas tabelas 3, 4 e 5.

O Brasil, possui no total, 1.482 empreendimentos em operação gerando 93.176.687

kW de potência, conforme Tabela 3. Está prevista para os próximos anos uma adição de

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27.982.548 kW na capacidade de geração do País, proveniente dos 76 empreendimentos

atualmente em construção e mais 513 outorgadas, como mostram as Tabelas 4 e 5.

CGH Central Geradora HidrelétricaEOL Central Geradora EolielétricaPCH Pequena Central HidrelétricaSOL Central Geradora Solar FotovoltaicaUHE Usina Hidrelétrica de EnergiaUTE Usina Termelétrica de EnergiaUTN Usina Termonuclear

Legenda

Fonte: ANEEL

Tipo QuantidadePotência Outorgada

(kW)Potência

Fiscalizada (kW) %CGH 188 100.203 99.896 0,11EOL 10 31.000 28.550 0,03PCH 260 1.378.176 1.343.911 1,44SOL 1 20 20 0UHE 149 71.659.749 69.631.048 74,73UTE 872 24.385.378 20.066.262 21,54UTN 2 2.007.000 2.007.000 2,15Total 1.482 99.561.526 93.176.687 100

Empreendimentos em Operação

Fonte: ANEEL

Com relação as Tabelas 3, 4 e 5, os valores de porcentagem são referentes a Potência

Fiscalizada. A Potência Outorgada é igual a considerada no Ato de Outorga. A Potência

Fiscalizada é igual a considerada a partir da operação comercial da primeira unidade

geradora.

Tipo QuantidadePotência Outorgada

(kW) %CGH 1 848 0,02EOL 5 208.300 4,7PCH 40 580.162 13,08UHE 13 3.011.168 67,88UTE 17 635.797 14,33Total 76 4.436.275 100

Empreendimentos em Construção

Fonte: ANEEL

TABELA 2 – TIPOS DE USINAS GERADORAS DE ENERGIA ELÉTRICA

TABELA 3 – EMPREENDIMENTOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL EM OPERAÇÃO

TABELA 4 – EMPREENDIMENTOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL EM CONSTRUÇÃO

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Tipo QuantidadePotência Outorgada

(kW) %CGH 56 36.551 0,16EOL 124 5.323.393 22,61PCH 213 3.397.175 14,43UHE 22 5.109.600 21,7UTE 98 9.679.554 41,11Total 513 23.546.273 100

Empreendimentos Outorgados entre 1998 e 2005(não iniciaram sua construção)

Fonte: ANEEL

Pode-se perceber na Tabela 5, que não há empreendimento Termonuclear outorgado

e existe um crescente interesse pelas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH`s), porém dos

empreendimentos outorgados, 41,11% são térmicos, destes 93,45% são a gás natural e o

restante a óleo combustível. Ou seja, enquanto se está utilizando reservas fósseis como

combustível, além de se consumir o recurso mais rapidamente do que a natureza possa

repor, está-se perdendo tempo na implantação de uma alternativa energética sustentável. Por

outro lado, percebe-se que as usinas eólicas também estão tendo um interesse crescente,

equiparando-se com a previsão de hidroelétricas e superando as PCH. Isto sinaliza para uma

mudança de comportamento. Espera-se que este impulso se multiplique e supere as

instalações térmicas fósseis.

De acordo com Bermann (2004), a recente crise energética e a política energética que

o governo brasileiro está implementando baseia-se em princípios que comprometem de

forma irreversível a sustentabilidade energética em padrões adequados. Se de um lado

investe em grandes conglomerados hidrelétricos, por outro lado insiste com a ampliação da

matriz energética do gás-natural.

O certo é que as usinas a gás-natural são consideradas pelo Ministério de Minas e

Energia (MME) como sendo emergenciais, visto que, são construídas muito mais

rapidamente que usinas hidrelétricas. A culpa desta necessidade é a falta de planejamento

dos governos que passaram pelo país. Não se pode decidir hoje e ter uma usina de energia

nova operando amanhã. Os governos precisam entender a necessidade de planejamento e dar

autonomia aos órgãos competentes para realizar seus orçamentos também em novos

investimentos, priorizando aqueles com menor impacto ambiental.

TABELA 5 – EMPREENDIMENTOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL OUTORGADOS

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Bermann (2004), informa que se o Brasil diminuisse suas perdas na transmissão e

distribuição da eletricidade, hoje da ordem de 15%, para um índice de 6% (padrão

internacional) poderia economizar pouco mais de meia Itaipu para o sistema elétrico. Sabe-

se que este índice não é generalizado, mas caracteriza-se como a perda média do Brasil.

Dentre os custos para resolução destas perdas estão inseridos basicamente uma melhoria no

isolamento das linhas e na substituição de equipamentos antigos ou defeituosos por mais

modernos, como por exemplo, os transformadores. A melhoria do isolamento das linhas e a

troca dos equipamentos antigos também traz benefícios outros como o aumento da

confiabilidade do sistema elétrico como um todo.

3.4.1. CONSERVAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

É muito importante compreender o conceito de conservação de energia elétrica, pois

conservar energia é muito mais que combater o desperdício, significa melhorar a maneira de

utilizá- la, conciliando a melhor maneira de produzir com as menores perdas, sem abrir mão

do conforto e das vantagens que ela proporciona. Significa também otimizar a produção,

diminuir o consumo de energia e de outros insumos, reduzindo custos, sem perder, em

momento algum, a eficiência e a qualidade dos serviços.

Para o Programa de Conservação de Energia Elétrica da Eletrobrás – PROCEL, o

combate ao desperdício é uma fonte virtual de produção de energia elétrica. Isso quer dizer

que, a energia não desperdiçada pode ser utilizada para suprir outra carga, sendo portanto, a

fonte de produção mais barata e a mais limpa que existe, pois não agride o meio ambiente.

O PROCEL, foi instituído por portaria interministerial em 30 de Dezembro de 1985,

com as diretrizes de promover, educar e difundir as questões que envolvem o processo de

conservação de energia elétrica no país. Coube então ao PROCEL elaborar um plano de

ação no sentido de minimizar as perdas energéticas do país através de incentivo e adequação

da legislação do setor elétrico com linhas de ação voltadas a:

• Distribuição de Energia Elétrica;

• Desenvolvimento Urbano;

• Edificações;

• Iluminação Pública;

• Racionalização Horária;

• Estrutura das concessionárias;

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• Tarifas;

• Mercado;

• Recursos e Incentivos;

• Pesquisa de Desenvolvimento Tecnológico;

• Normalização, Certificação e;

• Avaliação de Projetos.

Os números do PROCEL apontam a grande viabilidade do fomento à redução do

desperdício em detrimento de geração adicional conforme demonstrado na Tabela 6.

Resultados 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Investimentos aprovados (R$ milhões) 10 16 20 41 50 40 26 30 30 29 Energia economizada / geração adicional

(GWh/ano) 344 572 1970 1758 1909 1852 2300 2500 1270 1300

Redução de demanda na ponta (MW) 70 103 293 976 532 418 640 690 309 270

Usina Equivalente (MW) 80 135 430 415 440 420 552 600 305 312

Investimento evitado (R$ milhões) 160 270 860 830 880 840 2019 2818 1486 1914 Fonte: PROCEL

A conservação de energia pode ser também vista como um processo dentro das

empresas assim como o processo de produção, compras, vendas e outros. Como processo, a

Conservação de Energia requer uma gestão: planejamento, execução, coleta de informações,

diagnóstico, ações corretivas, registros e controles contínuos, sempre buscando aperfeiçoar

os parâmetros da eficiência.

Geller (1994) acredita que as reduções do desperdício, juntamente com as medidas

de baixo custo, possam proporcionar até 10% de economia de eletricidade e que essas

medidas sejam aplicáveis a indústrias que representarão 65% do consumo da eletricidade até

2010. Estas suposições levam a 15,6 TWh de economia de eletricidade em 2010. Na

indústria têxtil, por exemplo, pode-se chegar à uma economia que varia de 8 a 15% com as

recomendações abaixo:

• O uso de lâmpadas ou luminárias mais eficientes;

• A substituição de motores superdimensionados;

• A substituição de linhas sobrecarregadas;

• A correção do fator de potência baixo;

• A correção do desbalanceamento de fases;

TABELA 6 - RESULTADOS DAS AÇÕES DO PROCEL NO PERÍODO DE 1994 / 2003

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• A redução dos picos de carga;

• O fornecimento de sistemas adequados de proteção;

• O aperfeiçoamento dos sistemas de transmissão entre motores e

equipamentos acionados.

A energia representa um insumo vital que pode responder por um terço do custo dos

produtos. Também, pode-se considerar a energia como insumo estratégico para o

estabelecimento de qualquer política de desenvolvimento econômico e social.

Como a energia elétrica está na base de toda a cadeia de produção industrial,

agropecuária e também na prestação de serviços, a necessidade de reduzir o custo deste

insumo é grande.

Tavares (2003), explica que esta prática ocorre em larga escala nos setores de

siderurgia, indústria automotiva, têxtil, química e agroindústria, mediante contratos que às

vezes chegam a 50% menos que o valor da tarifa regulada. Isto produz enormes benefícios

não só para a cadeia produtiva e sim tornando estas empresas mais competitivas, mas

também, para a população em geral, pois o preço final dos produtos acaba se reduzindo.

Segundo Eckmann (2001), um olhar mais atento no consumo de energia da indústria

e do comércio expõe uma chaga secular: o desperdício. Estima-se que de cada 100 kWh

usados na confecção de um produto cerca de 20 kWh sejam desperdiçados. “As empresas

brasileiras não se preocupavam com isso porque a energia era barata e fartamente

disponível. Agora va i-se adquirir uma nova cultura e usar tecnologia para otimizar o uso

desse insumo”. “Nunca mais vai-se ter o preço de antes. Qualquer energia nova será mais

cara.”

3.4.2. GERENCIAMENTO PELO LADO DA DEMANDA (GLD)

De acordo com Camargo (1999), o gerenciamento pelo lado da demanda refere-se ao

planejamento, implementação e acompanhamento de atividades ou estratégias que visam

modificar a curva de carga dos consumidores. Pode-se implementar estratégias adotando uso

de tecnologia e processos mais eficientes e/ou através do gerenciamento e fontes alternativas

de energia. A implementação de um programa de GLD é bom para o consumidor, que

economiza na fatura de energia elétrica, é bom para o país, que desafoga o sistema elétrico

nos horários mais críticos.

O atendimento do mercado de energia pelo lado da ampliação da oferta, aumenta o

custo marginal da energia elétrica. Os programas de GLD fornecem uma solução para este

problema, na medida que colocam à disposição das empresas meios para mudanças no perfil

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das cargas e no comportamento dos consumidores (Camargo, apud, Bellarmine e Turner,

1994). Isso colabora no sentido de reduzir o custo da concessionária de energia e ainda para

as empresas terem, nas tarifas, a possibilidade de optar por alterar o perfil de sua carga para

buscar atratividade financeira ou não.

Na questão ambiental, os programas de GLD, são peça importante para conseguir um

aproveitamento mais homogêneo ao longo do dia e ao logo de períodos de sazonalidade do

recurso energético já em operação. Este aproveitamento vai permitir postergar novos

investimentos em geração e novas degradações ambientais consequentes aos mesmos.

3.4.3. NOVOS USOS E MELHORIA DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Visto do lado da empresa consumidora de energia elétrica, os novos usos e a

melhoria da eficiência energética estão associados com os investimentos na substituição dos

equipamentos menos eficientes por equipamentos novos e mais eficientes. A grande

dificuldade para a realização de substituições como esta, está na informação, que o

consumidor geralmente não tem, sobre quanto economizará de energia elétrica, e no custo,

que nem sempre se mostra retornável em pouco tempo. Há casos de extremo desperdício

onde certamente as modificações pagarão os investimentos em pouco tempo, mas também

haverão modificações que dependem de incentivos tarifários para atrair o consumidor.

Segundo Ribeiro (2002), algumas questões impedem a operação automática do

mercado perante as medidas de conservação de energia, e são descritas a seguir:

a) Falta de Informação Organizada sobre oportunidades de conservação, uma vez

que há poucos textos didáticos e cursos de formação que difundam os conceitos de

conservação e economia de energia;

b) Difícil Avaliação de Resultados Econômicos derivados do uso eficiente, pois de

uma forma geral, falta pessoal com formação específica necessária à execução de cálculos

comparativos entre investimento inicial ma ior e a redução das despesas com energia;

c) Falta de interface entre a tecnologia de utilização e o usuário final, tornando muito

difícil, por parte do usuário final, promover reversão no processo de utilização de certa

tecnologia;

d) Disponibilidade de equipamentos eficientes, pois em muitos casos tal tecnologia

ou não é oferecida ou apresenta preços substancialmente maiores que nos países mais

industrializados;

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e) Inexistência de custos ambientais explícitos, uma vez que o uso de energia

primária implica necessariamente, em custo ambiental quer em nível local ou global. Além

disso, a conversão deste custo em parâmetros financeiros está longe de ser resolvida;

f) Restrição financeira, pois mesmo havendo consciência das vantagens econômicas

de investir em equipamentos mais eficientes, a aquisição de tais equipamentos subentende

um elevado custo inicial, tornando tal aquisição lenta e incerta. Um dos problemas básicos

dos programas voluntários é induzir investimentos futuros visando ganhos com redução de

custos;

g) Falta de identificação das necessidades e de promoção de linhas de ação, que se

apresentam em dois níveis: o primeiro (necessidades estratégicas) mais amplo e geral; e um

segundo mais específico e apresentado em relação a uma ou mais necessidades estratégicas

a qual ele se destina.

O ítem b, ressalta uma dificuldade que exatamente este trabalho tenta minimizar com

a criação de um aplicativo computacional.

3.4.4. POLÍTICAS TARIFÁRIAS

Segundo Geller (1991), existem várias políticas que podem ser adotadas para buscar

o uso eficiente da energia elétrica pelos consumidores. Entre elas destacam-se:

desenvolvimento tecnológico e modificações técnicas, programas de informação,

financiamento e incentivos financeiros, marketing e desenvolvimento de mercado, e

regulamentos sobre eficiência. Dentre as medidas acima apresentadas, muito interessa a

questão dos financiamentos e incentivos financeiros, visto que este trabalho por mais que

consiga mostrar a redução nos custos da empresa com energia elétrica, nem sempre vai

poder tornar atrativa financeiramente a operação. As políticas públicas é que seriam

responsáveis pela criação da atratividade ao consumidor, abrindo mão de receita ao

incentivar o uso de equipamentos mais eficientes na redução da carga tributária aos mesmos.

De acordo com Ribeiro (2002), na prática, devido a razões burocráticas, o tempo de

liberação de recursos com empréstimos a juros baixo sob forma de incentivo não tem sido

atrativo.

Ainda segundo Ribeiro (2002), o ideal seria a criação de incentivos como a isenção

de impostos para equipamentos que reduzam o uso da eletricidade, a exemplo de

controladores de velocidade de motores. O autor destaca também, a necessidade na isenção

de impostos sobre importação de equipamentos ou componentes cuja tecnologia, ainda não

produzida no Brasil, seja de ponta e relacionada à conservação de eletricidade.

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O contrato de concessão firmado pelas empresas concessionárias do serviço público

de distribuição de energia elétrica com a ANEEL estabelece obrigações e encargos perante o

poder concedente. As chamadas públicas para projetos de conservação de energia são uma

destas obrigações, Lei nº 9.991, de 24 de julho de 2000, é uma das formas de o consumidor

acessar recursos para investimentos em conservação de energia, porém extremamente

burocráticos1 e que também dependem de interesse da concessionária de energia elétrica.

3.4.5. GERAÇÃO PELOS CONSUMIDORES

Segundo Bagatolli (2005), a auto-produção de energia elétrica é considerada tanto

um elemento do gerenciamento de carga quanto um sub-programa independente de GLD,

podendo ser definida como geração de energia pelo consumidor. Esta geração utiliza

frequentemente fontes energéticas como: petróleo, gás natural, carvão, biomassa e

hidroeletricidade.

Além da possibilidade de redução dos custos pelo uso da atratividade em alguns

horários do dia, há a possibilidade, dentro de um ambiente de competição, de se oportunizar

a venda de energia excedente para o setor elétrico.

Programas de co-geração oportunizam ainda mais, além da geração da energia

elétrica, a melhor maneira do aproveitamento do combustível , fazendo uso de formas mais

nobres da energia e minimizando os efeitos da segunda lei da termodinâmica, que anuncia

uma perda obrigatória quando da transformação de uma energia em outra. (PINTO,

MARTONE. 2001)

3.4.6. GERENCIAMENTO DE CARGA, TARIFAÇÃO E FORNECIMENTO DE

ENERGIA ELÉTRICA

De acordo com De Lima (2002), quando o suprimento de energia elétrica na unidade

é feito em 13,8 kV, o custo médio da energia justifica a implantação de medidas de

eficientização energética mais facilmente.

Para os níveis de tensão maiores, a tarifa de energia é menor. Este benefício é

previsto pelas tarifas para estimular o investimento por parte das empresas, descarregando

assim, o sistema e melhorando sua qualidade como um todo. Obviamente para grandes

consumidores de energia elétrica este benefício ficará mais óbvio do que para menores, uma

vez que o retorno do insvestimento depende do consumo. Este tipo de investimento também

1 Vide edital de chamada de projetos da concessionária de energia elétrica CELESC. Exemplo: http://www.celesc.com.br/pee_2006/chamada_publica_2006.pdf

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auxilia na redução das perdas energéticas inseridas no sistema, mesmo não estando

diretamente compromissado em reduzir o consumo da empresa que o implanta.

Mesmo para os casos em que o empresário não opte por substituição de algum

equipamento devido ao tempo de retorno elevado, o estudo da diferença econômica entre o

consumo de um equipamento moderno e outro menos eficiente contribui para alertar quanto

a novos investimentos em ampliações da planta.

No setor industrial o gerenciamento energético é importantíssimo, pois permite saber

como é que está sendo utilizado o insumo energia elétrica e quantificar o seu percentual de

participação nos custos. Pode-se saber quanto cada setor está consumindo de energia e

quanto está produzindo. Se ocorrer uma mudança ou algo fora do controle ou atípico, pode

ser identificado o problema e exercer–se uma ação de melhoria.

O gerenciamento de carga é um processo de acompanhamento e controle do

consumo de energia elétrica, utilizando-se da tabulação gráfica das curvas de carga e índices

ou fatores que revelam o grau de eficiência do consumo de energia elétrica.

O sistema de gerenciamento é aquele que deve acompanhar o consumo de energia

elétrica nas unidades e, com isso, estabelecer metas de redução de consumo, permitindo uma

série de outras facilidades para a indústria. Há por fim, a questão da adequação tarifária, que

significa adequar o contrato de compra de energia à forma de utilização.

A análise do contrato de fornecimento de energia elétrica permite o

acompanhamento do perfil de utilização da energia ao longo do tempo, contribuindo para

um melhor aproveitamento da energia comprada da concessionária.

A presença de um dos itens abaixo na conta de energia elétrica indica que alguma

medida de otimização pode ser efetuada:

• Ultrapassagem de demanda;

• Baixo fator de carga;

• Cobrança de reativos excedentes;

• Demanda medida muito abaixo da demanda contratada.

Uma vez constatada alguma irregularidade no perfil, medidas administrativas

simples, como renegociação do contrato junto à concessionária, ou medidas de baixo

investimento, como a instalação de sistemas de gerenciamento e/ou controladores de

demanda, podem proporcionar uma redução significativa nos gastos com energia elétrica.

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Atualmente no Brasil a energia elétrica é comercializada num mercado livre. O

mercado livre oferece ao "consumidor livre" a possibilidade de gestão sobre seu contrato de

energia, através da utilização das seguintes ferramentas:

1. Negociação, diretamente junto a geradores, de contratos de fornecimento com

flexibilidade no consumo da energia contratada, sendo assim possível "sazonalizar", para

mais ou para menos, os volumes de energia contratada, adequando desta forma seu contrato

às oscilações naturais de consumo de energia decorrentes de seu ramo de atividade;

2. Eventuais diferenças entre a energia contratada e a energia consumida, para mais

ou para menos, podem ser comercializadas livremente pelo consumidor, a preços de

mercado. Cabe aí ressaltar seu poder de gestão sobre o contrato, sendo possível efetuar

antecipadamente uma operação de compra adicional de energia ou venda de excedente,

meses antes do fato consumado, livrando assim o consumidor da exposição à volatilidade

dos preços spot. Da mesma forma, pode-se estruturar derivativos visando o gerenciamento

da posição de energia da empresa, tais como swap (trocas de energia) e opções de

compra/venda (direito, mas não obrigação, de comprar/vender energia a preços previamente

acordados);

3. Adicionalmente, o consumidor que possui mais de uma unidade industrial pode

adquirir um único bloco de energia para todas as suas unidades, gerenciando as diferenças

individuais de consumo de forma consolidada, ou seja, se sobrou energia numa unidade,

esse montante pode ser alocado para sua(s) outra(s) unidade(s).

Em suma, o mercado livre possibilita que a empresa tenha plena gestão sobre o

"insumo" energia elétrica, da mesma forma que administra outros itens relacionados à sua

atividade produtiva. É papel da comercializadora de energia assistir o consumidor sobre as

questões acima dispostas, visando o desenvolvimento de estruturas de comercialização que

melhor atendam aos interesses e necessidades do consumidor, maximizando assim o ganho

advindo da contratação de energia elétrica no mercado livre.

É animador para os empresários a liberdade de escolher o melhor fornecedor de

energia elétrica, considerando a relevância desse insumo sobre seus custos de produção.

Este trabalho também fornece subsídio para o gerenciamento da carga, uma vez que

se pode simular qualquer substituição de ligação de equipamentos em horários determinados

e o consequente resultado econômico na fatura de energia elétrica. Pelo fato de contar com

uma ferramenta que mostra a curva de carga, o usuário deste aplicativo pode simular a

mudança de alguma carga em determinado horário.

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No Apêndice A, encontra-se uma apresentação completa sobre tarifas de energia

elétrica disponíveis às empresas, bem como as informações que são peça fundamental de

conhecimento para uma boa análise de enquadramento tarifário.

3.4.7. O GERENCIAMENTO DO FATOR DE CARGA

O fator de carga (FC) é uma relação entre a demanda média e a demanda máxima de

potência que expressa o grau de utilização da demanda máxima de potência. Este indicador

pode variar de zero a um. Se uma empresa tem um elevado fator de carga, pode-se dizer que

a mesma distribui o uso da energia elétrica de forma homogênea no tempo e,

consequentemente, minimiza investimentos na ampliação da infraestrutura do setor elétrico

e acaba se beneficiando com as tarifas existentes no mercado. O alto fator de carga também

aponta para a melhor razão de compra da energia, pois o consumidor usa com uma

efetividade maior a demanda que contratou.

deHorasNkWDemanda

kWhConsumoFC

º)()(

⋅= (1)

Segundo Da Silva (2001), o fator de carga no horário de ponta é determinante para

indicar o uso de uma tarifa horo-sazonal azul ou verde. O FC de 0,6552 é um divisor de

águas, se o FC for menor que 0,6552 a tarifa mais econômica é a Tarifa Horo-Sazonal

Verde, caso contrário será a Horo-Sazonal Azul (desconsiderando a possibilidade de uso de

outra tarifa que não a Horo-Sazonal).

3.4.8. O GERENCIAMENTO DO FATOR DE POTÊNCIA

De acordo com Mamede Filho (1987), o sistema elétrico que opera com excesso de

potência reativa compromete desnecessariamente o fornecimento de potência ativa.

O fator de potência é um indicativo de eficiência energética, quanto menor for o

fator de potência, pior se torna o aproveitamento efetivo da energia.

VA)Aparente(k Pot.

(kW) Ativa Pot. = Cos = FP ϕ (2)

Quanto menor for a potência reativa, mais próximo estarão as potências ativa e

aparente, e consequentemente o FP mais próximo da unidade.

Através do decreto de lei 479 de 20 de março de 1992, insituiu-se a cobrança pelo

reativo excedente. Neste decreto caberia ao DNAEE a regulamentação a respeito dos limites

do fator de potência e das formas de cobrança do reativo excedente.

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O DNAEE, na portaria Nº 1569/93 estabeleceu os critérios de cobrança e limites ao

fator de potência. Dentre os principais critérios estão: O fator de potência deve ser

controlado para permanecer dentro dos limites de 0,92 indutivo e 0,92 capacitivo. Sua

avaliação é horária durante as 24h do dia e em tempos definidos. A energia reativa indutiva

será medida no período das 6 às 24h a intervalos de 1 hora e a energia reativa capacitiva será

medida no período de 0 às 6h, também em intervalos de uma hora.

As principais causas do baixo fator de potência são:

• motores operando a vazio ou superdimensionados;

• transformadores operando a vazio ou com pequenas cargas;

• nível de tensão acima da tensão nominal;

• reatores ineficientes de lâmpadas de descarga e;

• quantidade elevada de motores de pequena potência.

Para se atuar na correção do fator de potência, deve-se controlar o nível de reativo

excedente na instalação, inserindo ou retirando bancos de capacitores de forma automatizada

ou de forma fixa dependendo do caso.

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3.5. CONCLUSÕES DO CAPÍTULO

A ação de conservar energia se torna ambientalmente desejável por lançar no sistema

elétrico algo como uma usina virtua l de geração de eletricidade, barata e não poluidora,

justamente por reduzir a necessidade de ampliar a oferta. Segundo o Ministério de Minas e

Energia, é mais caro gerar energia nova, e consequentes impactos ambientais, do que

aproveitar melhor o que já existe.

Neste capítulo trabalhou-se vários conceitos importantes da área de eletricidade que

colocados dentro de uma visão de desenvolvimento sustentável, procuraram situar na

direção de conhecer os meios que o levarão a uma exploração mais efetiva das lacunas por

eficiência energética nas empresas.

Procurou-se tratar dos assuntos de uma forma genérica a cerca das lacunas por

eficiêcia energética, bem como o uso dos diversos artifícios que teoricamente levariam à

substancial melhora no desempenho da empresa enquanto consumidora de energia elétrica.

Ás vezes este desempenho reflete apenas redução no custo da fatura, como por exemplo a

troca de tarifa de energia, sem que se altere nada no funcionamento da empresa. Essa

característica não depõe contra o desenvolvimento sustentável, apenas oportuniza o uso de

um direito a benefício tarifário até então desconhecido pelo consumidor.

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4. O APLICATIVO COMPUTACIONAL

4.1. INTRODUÇÃO

Neste capítulo é feita a apresentação do aplicativo computacional, das rotinas do

programa, das telas e do modo como foram organizados e apresentados os dados. O objetivo

é deixar claro todos os procedimentos utilizados para determinação das faturas de energia.

São apresentadas as informações necessárias ao entendimento do aplicativo, bem como

fluxogramas das partes determinantes do sistema. Aos futuros desenvolvedores de novas

soluções nesta área de estudo serão informadas novas idéias não implementadas neste

trabalho.

O estudo desenvolvido baseia-se na hipótese de que ao utilizar o comportamento

padrão de cada tipo de equipamento usado na indústria, armazenados em um banco de

dados, pode-se recompor a fatura de energia elétrica durante um período de tempo

determinado. Este tipo de determinação gera um número de informações muito grande e de

difícil gerenciamento em uma planilha eletrônica convencional. Partiu-se, então, para o

desenvolvimento de um algoritmo computacional que faça as simulações planejadas.

É certo que as amostras colhidas nas medições de energia realizadas necessitam de

validação para que representem com fidelidade a realidade média do tipo de equipamento

em análise. Por se tratar de uma estimativa, a fidelidade amostral é a garantia da

representação do todo que se pretende determinar.

Com o aplicativo, possibilita-se a simulação da fatura de energia elétrica de um

consumidor, a eventual migração de tarifa de energia elétrica, a substituição de um

equipamento por outro e a conseqüência disto na fatura de energia e no retorno do

investimento. O aplicativo possibilita, ainda, a impressão da curva de carga da empresa e a

visualização de lacunas para melhoria na forma de consumir e, conseqüentemente, no custo

da energia, além de oferecer informações detalhadas de cada setor da empresa, propiciando

um melhor gerenciamento da carga.

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4.2. O APLICATIVO

A linguagem de programação escolhida para a criação deste aplicativo

computaciona l foi o Borland Delphi versão 7.O aplicativo pode ser dividido em quatro

grandes partes: banco de dados, cadastro da empresa, cadastro de substituições e relatórios.

A primeira parte se refere ao banco de dados de amostras, onde são armazenadas as

amostragens realizadas nos equipamentos da empresa. A Figura 2 mostra um exemplo de

como se constitui o banco de dados.

Figura 2 – Banco de dados de amostras do sistema Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

O banco de dados do sistema não consiste somente no banco de amostras, refere-se

também as demais características armazenas a respeito da simulação desejada. O sistema

armazena estas informações em um banco de dados Paradox 7.0, o qual é instalado

juntamente com o aplicativo e acessado pela ferramenta “Borland Database Engine”. Para

acessar as tabelas de dados o programa procura por um “ALIAS” configurado sob o nome

“DBENERGIA” que aponta para a pasta onde estão os arquivos de base de dados. O mesmo

é feito com as outras informações que permanecem cadastradas no sistema, tais como tarifas

de energia, cadastro da empresa, projetos de substituição de equipamentos, gráfico e outras

tabelas auxiliares.

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Na Figura 3 apresenta-se o fluxograma do Banco de Dados do Sistema utilizado para

o desenvolvimento do aplicativo computacional, com as respectivas ligações dos campos

Mestre/Detalhe e identificação dos campos chave.

Figura 3 – Banco de Dados do Sistema Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

A segunda parte do aplicativo cuida do cadastro da empresa em uma base, onde

pode-se gravar várias configurações diferentes para empresas diferentes ou para testes

diversos em uma mesma empresa. É neste ponto do sistema que se identificam os

equipamentos da empresa e em que setores estão instalados, a quantidade e o período de

parada de funcionamento de cada um. A Figura 4 apresenta a tela dos dados da empresa e o

layout do cadastro dos setores.

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Figura 4 – Ilustração da Montagem da Empresa e Cadastro de Setores Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

A terceira parte do aplicativo corresponde ao cadastro de substituições dos

equipamentos, onde são armazenadas as informações de mudanças pretend idas na

simulação, os custos para a realização das mesmas e o valor recuperado com a venda do

equipamento antigo para as considerações econômicas. A Figura 5 ilustra a substituição de

equipamentos para simulação.

Figura 5 – Substituição de equipamentos nos setores Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

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A quarta parte do aplicativo se refere aos relatórios a serem fornecidos ao usuário. É

nesta quarta parte que estão as rotinas importantes do programa e que dizem respeito ao

propósito do trabalho.

O relatórios possíveis são: Fatura Simulada, Fatura de Substituições, Curva de Carga

e Análise Financeira. Estes relatórios são determinados de acordo com os procedimentos

diagramados a seguir, e constituem a principal contribuição do trabalho.

4.2.1. FATURA DE ENERGIA SIMULADA

O relatório de Fatura de Energia Simulada deve fornecer resultados próximos ao da

fatura real fornecida pela concessionária. Pode-se solicitar relatório da empresa toda ou

relatórios parciais por setores ou equipamentos. Os relatórios setoriais podem ser

importantes em casos de empresas que operem por centros de custos, onde se pode

determinar a parcela de custo da energia por etapa do setor produtivo.

O fluxograma de geração da fatura simulada é apresentado na Figura 6.

Figura 6 – Fluxograma da formação da Fatura de Energia Simulada Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

Para um melhor entendimento da função Totalizar, apresentada no fluxograma da

Figura 6, montou-se o fluxograma apresentado na Figura 7.

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Figura 7 – Detalhamento da Função Totalizar Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

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4.2.2. FATURA DE SUBSTITUIÇÕES

A Fatura de Substituições é gerada da mesma forma que a apresentada na Fig. 6,

sendo que a diferença está na função Totalizar. A função Totalizar Substituições é

apresentada na Figura 8, sendo que a diferença em relação a Figura 6 é a inclusão de uma

rotina que analisa se o usuário solicitou uma substituição para o equipamento que estiver

sendo totalizado. Caso haja uma substituição cadastrada para o equipamento em processo de

totalização, o sistema totaliza o equipamento substituído no lugar do originalmente instalado,

método da Substituição Total, ou totaliza somente o equipamento original na nova

quantidade acrescida do equipamento que substitui os demais, método da Substituição Pacial.

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Figura 8 – Função Totalizar Substituições Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

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4.2.3. CURVA DE CARGA

A Curva de Carga é gerada conforme o fluxograma apresentado na Fig. 9. Pode ser

gerado por setores ou para a empresa na totalidade, facilitando a observação mais detalhada

de determinados processos quando for o caso.

Figura 9 – Fluxograma da montagem do gráfico da Curva de Carga Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

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4.2.4. ANÁLISE ECONÔMICA

Os cálculos relacionados a análise econômica são elaborados de acordo com o

fluxograma apresentado na Figura 10. O relatório gerado tem por objetivo informar o tempo

de retorno do capital investido.

Figura 10 – Fluxograma da Análise Econômica Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

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4.2.5. TELAS DO APLICATIVO

As telas do sistema auxiliam ao entendimento do funcionamento do mesmo uma

vez que se pode verificar todos os campos cadastrados e a forma de apresentação dos

mesmos.

A tela principal do sistema, mostrada na Fig. 11, apresenta ícones e menu, os

três primeiros ícones fazem parte do menu Cadastro, e os dois últimos fazem parte do

menu Operações. No menu Cadastro encontram-se as rotinas relacionadas as

informações de entrada que devem ser fornecidas pelo usuário do programa ao sistema.

São as amostras das cargas e o cadastro dos setores da empresa que será simulada. No

menu Operações encontram-se as rotinas do programa com informações apresentadas

no cadastro, possam gerar os relatórios que interessam ao usuário do aplicativo.

Figura 11 - Tela principal do aplicativo Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

Clicando sobre o ícone Equipamentos, acessa-se a área do programa que

compõe o cadastro dos equipamentos. Nesta primeira etapa, o usuário do aplicativo

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deve verificar se no banco de dados do programa estão todos os equipamentos

tipicamente encontrados na empresa que deseja simular.

O sistema já possui algumas amostras de equipamentos cadastrados, estas

amostras podem eventualmente servir para simular outras empresas, mas é importante

garantir que a amostra utilizada trabalha em regime semelhante. Alguns dos

equipamentos cadastrados no sistema não devem ser usados por uma nova simulação,

por exemplo, os dados amostrados para o equipamento compressor. O compressor

provavelmente apresentará grandes diferenças de uma empresa para outra, devido ao

porte da mesma e diversas características que dificilmente se repetiriam. Para esses

casos o usuário do aplicativo deverá coletar uma nova amostra de 24h do consumo deste

compressor.

Na tela de cadastro de equipamentos, apresentada na Figura 12, faz-se a

navegação pelos itens já cadastrados usando a barra de ícones. Usa-se também a barra

de ícones para inserir, editar e excluir os dados cadastrados no banco de dados de

equipamentos. Esta tabela de dados é como uma base de conhecimento sobre

equipamentos típicos da empresa sob análise. Na guia Dados são fornecidos o nome e

uma descrição da amostra retirada.

Figura 12 - Tela do cadastro de equipamentos – guia dados Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

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Há a possibilidade de que em algum setor não se queira verificar de forma

discretizada o consumo de cada equipamento, por se suspeitar de que seria impossível a

implantação de qualquer metodologia que eficientize o resultado atual. Sendo assim,

pode-se amostrar o setor inteiro com uma medição de energia elétrica no alimentador

principal do mesmo, evitando levantamento de dados desnecessários. Deve-se

considerar que esta amostra, mais a frente, será utilizada como se fosse apenas um

equipamento representando um setor inteiro. Estas simplificações facilitam o trabalho e

mantém a precisão da simulação, porém não podem ser usadas para analisar outra

empresa, por ser uma medição específica de um agrupamento personalizável de

máquinas.

Clicando na guia Amostragem, apresentada na Figura 13, o usuário do

programa pode verificar os valores de demanda registrados a cada 15 minutos na

medição de energia do equipamento ou grupo de equipamentos, em 24 horas de um dia

de trabalho. Caso o usuário esteja cadastrando o equipamento, ele deve clicar no botão

importar para que uma tela de importação de amostragem lhe dê a opção de selecionar o

arquivo do tipo “separado por vírgula”, de onde virão os dados da medição.

Figura 13 - Tela do cadastro de equipamentos – guia amostragem Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

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Antes de o usuário conseguir clicar no botão Importar na guia Amostragem o

mesmo deve salvar o nome do equipamento e as descrições já inseridas.

A tela, apresentada na Figura 14, aparecerá para que o usuário informe o local

do arquivo que contém as amostras do consumo de energia elétrica que se pretente

cadastrar.

Figura 14 – Tela de seleção do arquivo de dados da amostra Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

O arquivo com a amostra pode ser montado através de vários aplicativos, porém

o uso de planilha eletrônica, facilita o trabalho. O arquivo da planilha deve ser feito com

a estrutura apresentada na Tabela 7

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00:15 1,45 00:30 2,33 00:45 2,35 01:00 3,45 01:15 1,12 01:30 2,1 01:45 1,1

. . . . . . 22:30 3,12 22:45 5,81 23:00 9,51 23:15 4,12 23:30 2,13 23:45 1,45 00:00 1,32

Vale salientar que a Tabela 7 foi simplificada e que o arquivo deve conter todos

os dados das 24h de funcionamento do equipamento.

A planilha deve apresentar em uma coluna o tempo, sempre de 15 em 15

minutos e, na outra coluna, o valor registrado na medição de energia, ou estimado, para

aquele mesmo intervalo de tempo, expresso em kW. Basta salvar o arquivo escolhendo

a extensão “.CSV” como filtro para o salvamento do mesmo. É importante que a

amostra contenha os 96 interva los de 15 minutos e sempre inicie com os dados

coletados a 00:15 e finalize a 00:00, para que o sistema a interprete de forma correta.

A forma de importar os dados de medição serve para que o usuário possa

trabalhar com qualquer equipamento de medição de energia e qualquer planilha

eletrônica ou editor de textos.

Para os casos em que não se tem condições de medir o consumo de energia

elétrica ao longo do período de 24 horas na utilização de um equipamento, o usuário

deve estimar o comportamento do mesmo através dos dados de placa do equipamento

ou através de catálogo de informações técnicas. Apesar de a estimativa poder

comprometer mais seriamente o cálculo, existem técnicas para isto e a própria

experiência prática do usuário pode contribuir para um ajuste mais apurado desta

determinação. Ainda que a estimativa apareça como uma constante ao longo do dia, se a

mesma, na média, representar o comportamento do equipamento, não representará

problema no sentido de comprometer os valores apresentados de consumo na fatura de

energia elétrica simulada, já os valores de demanda devem ser melhor analisados.

TABELA 7 – DADOS ARQUIVO .CSV

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Voltando a tela principal do programa, considerando que todas as amostras

típicas de equipamentos já estão devidamente cadastradas, o usuário deve voltar à tela

de cadastro da empresa, Figura 15.

Figura 15 – Tela de cadastro da empresa – guia dados Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

Da mesma forma que no cadastro de equipamentos, pode-se fazer a navegação

pelo cadastro de empresas pela barra de ícones de controle, isto serve para que o usuário

possa manter em seu cadastro várias situações salvas de diversas empresas e seus

setores, sem ter que apagar e reconfigurar a nova situação.

Esta funcionalidade é muito útil para engenheiros que prestam serviço de

assessoria e consultoria na área de conservação e custos com energia elétrica e também

para a simulação de uma nova planta fabril.

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Na guia dados, a não ser a tarifa de energia selecionada e o tipo de contrato,

todos os demais dados servem apenas para constar nos relatórios finais das análises e

portanto não influirão nos cálculos e resultados finais. Até mesmo os valores

informados de demandas contratadas ponta e fora de ponta não serão usados para

calcular a fatura e sim os valores calculados na simulação.

Os valores de demanda contratada na ponta e demanda contratada fora da ponta

serão plotados no gráfico para comparação com a curva de carga simulada.

Após o cadastro dos dados da empresa, o usuário precisa salvar a nova empresa

e clicar na guia Setores, Figura 16, para montar a estrutura dos equipamentos nos

diversos setores da empresa em questão.

Figura 16 – Tela do cadastro de empresas – guia setores Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

Dentro da guia Setores, surgirá um novo cadastro com ícones de controle

próprios para manipulação dos registros. A criação do novo setor serve para organizar o

projeto e evitar que se esqueça de alguma carga contida no sistema, e ainda para se

verificar o peso de cada setor no todo da empresa. Isto pode indicar onde se deve

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concentrar o esforço primeiro para os melhores resultados de economia de energia. A

individualização dos setores também contribui para geração de faturas de energia

individuais e distribuição de custos nos centro de custos da empresa.

Após salvar o setor deve-se clicar na guia Equipamentos do Setor, Figura 17,

para o cadastro dos mesmos, juntamente com a especificidade do seu uso.

Figura 17 – Tela do cadastro de empresas – guia setores – guia equipamentos do setor Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

Novamente aparecerá uma barra de controle com ícones próprios para este

cadastro específico. Agora, coloca-se os equipamentos dentro de cada setor selecionado

acima. Associado a cada equipamento no setor estão algumas características muito

importantes explicadas a seguir.

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As características solicitadas no cadastro do equipamento dentro do setor,

servem para os ajustes finais em termos de paradas no processo fabril que possam

ocorrer apenas em alguns setores ou equipamentos específicos. Estas características

estão relacionadas com a forma como o quipamento trabalha na empresa, neste

momento vai-se informar quando o equipamento deixa de funcionar.

As informações de parada no uso de equipamentos sairão do arquivo de amostra

no dia e hora corretos da parada. Vale lembrar que, como as amostras são de 24h não é

necessário que se cadastre alguma informação que já esteja registrada na medição de

energia. Por exemplo, paradas para café e trocas de turno com desligamento de

equipamento.

Na janela Equipamento deverá ser selecionado um dos equipamentos já

previamente cadastrados com as amostras. Informa-se a Quantidade de equipamentos

daquele tipo, naquele setor. Não há problema, que este equipamento volte a figurar em

outro setor novamente. Deve-se então, escolher o Tipo de Parada realizada pelo

equipamento, Nunca Pára, Diária, Semanal ou Mensal.

O tipo de parada Nunca Pára estabelece que a simulação irá copiar dia após dia

as 24 horas já cadastradas na amostra, sem qualquer outra consideração.

O tipo de parada Diária na verdade já está contentemplado na medição de

energia, porém podemos usá- la para simular uma parada em um determinado horário

para verificação dos efeitos tarifários no custo da energia. Neste caso, o sistema

desprezará nos horários da amostra compreendidos dentro dos horários definidos como

inicial e final.

Para o tipo de parada Semanal, deve-se escolher o Dia da Semana do Início da

Parada, o Dia da Semana do Fim da Parada, a Hora do Início da Parada e a Hora

do Fim da Parada. Esta configuração faz com que o aplicativo despreze os valores da

amostra no período selecionado.

Já o tipo de parada Mensal, pouco usado, serve mais para configuração de

algum caso muito específico que possa comprometer os dados da simulação, algo como

um equipamento que funcione dez dias de um mês ininterruptamente, porém passe o

restante do mês desligado.

Após a conclusão da montagem dos setores e da configuração dos respectivos

equipamentos o aplicativo está apto a determinar a fatura de energia elétrica simulada,

desde que o arquivo de tarifas de energia já esteja revisado e atualizado, conforme

Cadastro de Tarifas de Energia na Figura 18.

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Figura 18 – Tela do cadastro de tarifas Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

Neste aplicativo poderá ser mantido o cadastro de tarifas diferentes, para que

não seja necessário modificar os valores toda vez que se simular uma empresa atendida

por uma concessionária diferente, ou para quem quer verificar os resultados sem o

ICMS.

Pode-se, também, informar o início do período úmido e o início do período seco,

necessários para o cálculo da fatura diante das grandezas elétricas calculadas.

Depois de todos os cadastros realizados o sistema está apto a realizar a

integralização de todos estes dados no tempo para a verificação dos resultados. A seguir

passa-se para a etapa de cálculos e geração de relatórios.

Na tela principal do sistema clica-se no ícone Totalizar Período, aparecerá a

tela mostrada na Figura 19.

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Figura 19 - Tela de totalização do período Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

Nesta tela o usuário define o que pretende totalizar. Usando os filtros situados a

esquerda da tela. O usuário pode indicar se quer totalizar a empresa inteira, com todos

os setores, ou algum setor específico, ou mesmo se quer totalizar somente um

equipamento específico dentro de algum setor.

Na área destinada à definição do período o usuário vai definir o dia inicial e final

da simulação. Para que a fatura de energia elétrica simulada tenda a realidade da fatura

de energia elétrica da empresa, deve-se fazer com que estas datas sejam as mesmas

datas verificadas nos campos da fatura de energia: “medição anterior” e “medição

atual”, pois ao simular um número de dias diferentes e um número de finais de semana

diferentes pode-se obter um distanciamento demasiado do resultado real. Importante

salientar que neste aplicativo não foi considerada em que horas do dia foi feita a

medição pela concessionária de energia elétrica, por considerar-se uma variação

desprezível para uma simulação desta magnitude. O aplicativo gera uma tela de

totalização como mostrado na Figura 20.

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Figura 20 - Tela de totalização do período após cálculo efetuado Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

Na coluna situada mais a direita da planilha aparecerá o somatório total das

cargas ligadas naquele exato instante, naquele dia de semana. Esta coluna é a curva de

carga simulada da empresa. Se o usuário descer na planilha gerada, ele poderá pesquisar

pelo dia em que ocorreu o registro da maior demanda, tanto na ponta quanto fora de

ponta, esta informação serve para suas providências técnicas no caso de utilização de

métodos para conservação baseados em GLD. No quadro Resumo de Totais aparecem

as grandezas elétricas incógnitas para o cálculo da fatura de energia, demanda na ponta,

demanda fora da ponta, consumo na ponta, consumo fora da ponta.

A partir dos dados elétricos já calculados gerar a fatura de energia elétrica é uma

operação muito simples para qualquer profissional. Este sistema utilizará a informação

do tipo de contrato fornecida na tela de cadastro da empresa para gerar a fatura de

energia elétrica. Ao lado do botão Gerar Fatura de Energia tem um ícone ? com o

qual pode-se escolher qual a tarifa de energia constante no cadastro de tarifas será

aplicada para gerar a fatura em questão. O modelo de fatura gerado pelo aplicativo é

mostrado na Figura 21.

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Deve-se verificar na fatura de energia multas, contribuições e outras

especificidades que não estarão incluídas, portando deve-se comparar os valores

individualmente contabilizados na fatura, como demanda e consumo, ponta e fora de

ponta para uma fidelidade maior com os dados simulados.

Figura 21 - Tela do relatório da fatura de energia simulada Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

A fatura de energia simulada2 será calculada na tarifa de energia a qual a

empresa está enquadrada, ou ainda na qual ela foi cadastrada. Se desejar fazer alguma

alteração, volta-se ao cadastro de empresa e edita-se o mesmo para alterar as opções de

contrato. Assim ao gerar novamente a fatura de energia, os valores em reais

correspondentes as cobranças na ponta/fora da ponta e a conseqüente aplicação da tarifa

correta serão verificados.

Pode-se então verificar a coerência dos dados simulados com a fatura de energia

da empresa. Após esta garantia, há a possibilidade de se passar ao ponto de verificar as

melhores condições de obtenção de economia de energia elétrica. Estas informações são

2 Vide anexo 5 para um modelo de fatura de energia impresso conforme o sistema fornece ao usuário

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melhor explicadas nas seções 3.2 a 3.4, onde trata-se de apresentar as oportunidades de

economia freqüentemente encontradas.

Com uma estratégia traçada para busca de eficiência energética, seja por

mudança no contrato de fornecimento de energia ou mudanças em substituição de

equipamentos ou até inclusão de paradas no processo produtivo em determinados

horários poderão ser simulados no módulo do sistema para cadastro das Substituições.

De posse dos dados dos equipamentos que teoricamente seriam mais eficientes,

pode-se simular uma substituição total ou parcial de um determinado tipo de

equipamento por este tido como eletricamente mais eficiente, prevendo assim as

vantagens de uma mudança. Para esse fim, a ferramenta está preparada com uma rotina

de comparação entre faturas de energia. No formulário principal, ao clicar em

Substituições o aplicativo gera uma tela como a da Figura 22.

Figura 22 - Tela do cadastro de substituições Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

Na tela do cadastro de substituições pode-se expandir toda a árvore do lado

esquerdo, verificando assim a montagem da empresa com os equipamentos dentro dos

setores e a quantidade dos mesmos. Toda vez que se clicar sobre um equipamento

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haverá a possibilidade de inserir no quadro ao lado o cadastro de uma substituição para

o tipo de equipamento selecionado. Esta substituição terá suas características definidas

como qualquer equipamento no cadastro de equipamentos, além disso será escolhido o

método da substituição desejado (Total ou Parcial) e as informações financeiras da

substituição em questão. Se o método escolhido for o Parcial, o aplicativo solicitará a

quantidade de equipamentos que será retirado da empresa e manterá a diferença inclusa

no projeto. Se o método escolhido for o Total, o aplicativo considerará que o novo

equipamento escolhido e a nova quantidade estarão substituindo todos aqueles

equipamentos anteriormente presentes naquele setor.

Durante o cadastro de substituição o usuário pode informar o Valor Unitário da

Implantação e o Valor Unitário da Revenda, ou seja, o custo do novo equipamento e

o valor da venda do equipamento que sairá da planta. Estes dados serão aproveitados

para gerar o cálculo de retorno de investimento e informar ao usuário do aplicativo em

quantos meses o investimento retornará, dada a economia gerada na fatura de energia

simulada. Finalmente o usuário informa o período desejado de simulação do projeto de

substituição e calcula a fa tura comparativa, clicando em Fatura Comparativa. Veja

maiores detalhes na seção 4.4 – exemplo de aplicação.

O modelo de relatório de simulação é mostrado na Figura 23. O relatório de

simulação de custos comparativos de energia elétrica possui 3 quadros de informações.

O primeiro destaca as informações do consumidor, os dados de contrato de energia e o

período da simulação. O segundo quadro mostra a simulação dos valores da empresa

conforme montagem dos equipamentos nos setores, respeitando as devidas quantidades

e horários de parada. O terceiro quadro informa os resultados obtidos da simulação da

empresa incluindo os novos equipamentos e excluindo os equipamentos cadastrados no

arquivo de substituições. Gera-se assim, as informações detalhadas dos dados a serem

comparados na substituição dos equipamentos. Vale salientar que não estão

considerados aumentos na produtividade de equipamentos para casos em que a

economia de energia acaba por não transparecer em economia na fatura de energia e sim

na quantidade de produtos finais a ser obtido. Para isso, o usuário deste aplicativo

deverá monitorar os resultados, e quando for o caso, levar em consideração o aumento

da produção. Uma possível solução talvez fosse reduzir o número de máquinas novas

em substituição as antigas ou ainda diminuir o tempo de trabalho das máquinas novas

para fazer com que apareçam na fatura os resultados desta economia.

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O relatório pode ser impresso ou simplesmente consultado na tela. No Anexo 5

pode-se verificar um relatório exemplo.

Figura 23 - Tela com o relatório da simulação de sustituição. Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

Pode-se fazer a análise econômica dos resultados das duas faturas de energia

apresentadas no relatório anterior. A Figura 24 mostra 3 quadros, o primeiro com as

informações dos custos da instalação sem a alteração proposta. O segundo quadro

mostra as informações dos custos da instalação com a alteração de carga proposta, e o

terceiro quadro, mostra o resultado da análise financeira. São informados os

investimentos totais do projeto, o total retornável pela revenda dos equipamentos

antigos, o investimento real a ser realizado e por fim, a economia mensal na fatura de

energia e o tempo de retorno de investimento em meses dada uma taxa de juros fixa ao

mês. A este método é dado o nome de Payback Descontado, que se diferencia do

Payback simples por considerar o valor temporal do dinheiro, ou seja, atualiza os fluxos

futuros de caixa a uma taxa de aplicação no mercado financeiro, trazendo os fluxos a

valor presente. (Fonseca, 2006)

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Figura 24 – Tela de abordagem econômica da substituição em questão Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

De posse das informações referentes a abordagem econômica, o usuário do

aplicativo pode tomar sua decisão de investir na substituição proposta, ou ainda simular

um novo arranjo de cargas. Caso a economia mensal obtida seja negativa, o sistema

informa que isto deve ao fato do usuário realmente não ter vantagem financeira na

simulação proposta, mas pode também significar que a mesma está mascarada por

incremento na produção devido ao novo equipamento. É possível que a economia

mensal não seja suficiente para cobrir a despesa do juro mensal, indicando a

inviabilidade do investimento. Nestes casos, o sistema informa uma mensagem como

apresentada na Figura 25 e não realiza o cálculo, pois o tempo de retorno tenderia ao

infinito.

Figura 25 – Tela de mensagem de juro acima da economia mensal. Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor

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4.3. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

Os exemplos apresentados a seguir são importantes no sentido da verificação de

que a metodologia implantada para somar as amostras é realmente capaz de simular a

fatura de energia elétrica para, da mesma forma, poder-se utilizar este método em

previsões de substituições de equipamentos com segurança nos resultados obtidos.

São apresentados dois exemplos de aplicação em empresas do ramo têxtil de

felpudos. Vai-se testar se a metodologia proposta é aplicável e se os resultados são

próximos dos valores reais fornecidos pela concessionária de energia elétrica. Os

valores das faturas reais de energia podem ser verificados nos anexos 6 e 7.

Dados da empresa 1:

Tipo de consumidor: Industrial – A4 convencional.

Demanda contratada: 155 kW

Os primeiros dados a serem levantados durante a utilização do aplicativo são os

equipamentos que compõe os setores que se deseja acompanhar o consumo de forma

individual e o setor que vai ser acompanhado o consumo de forma coletiva (todas as

cargas medidas juntas). Deve-se ter uma amostra do consumo de energia de cada

equipamento já cadastrado no banco de dados de equipamentos. A amostra do consumo

de energia do equipamento pode ser obtida por medição de energia ou por estimativa.

Dependendo do equipamento a estimativa é uma opção segura para determinação da

amostra, por exemplo iluminação e outras cargas constantes.

A Tabela 8 apresenta o levantamento de cargas feito na empresa1 referente ao

faturamento 10/2003, na forma em que se encontravam os setores à época.

Setor Equipamento Quant. Observação

Costura 01 Acabamento (costureiras)

Revisão 01 Palanque

Luminária 2 x 110W 04 Amostra estimada

Luminária 1 x 40W 01 Amostra estimada

Acabamento

Luminária 2 x 40W 01 Amostra estimada

TABELA 8 – LEVANTAMENTO DE CARGA DA EMPRESA 1

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Tear Jacard (Ribeiro) 16 Lançadeira

Tear Ruty 16 Lançadeira

Tear Pinça 12 Pinça

Luminária 2 x 110W 33 Amostra estimada

Luminária 1 x 40W 71 Amostra estimada

Tecelagem

Luminária 2 x 40W 06 Amostra estimada

Computadores 10 Amostra estimada Escritório Luminária 2 x 40W 06 Amostra estimada

Espularia 01 Medição do setor inteiro Espularia Luminária 2 x 110W 02 Amostra estimada

Manutenção 01 Medição do setor inteiro

Compressor de ar 01 Medição do funcionamento

Manutenção

Luminária 1 x 40W 10 Amostra estimada

Autoconner 01 Equipamento individual

Retorcedeira, Belcone e Murata 01 Os 3 equipamentos foram medidos

juntos

Retorção e

montagem dos

cones Luminária 2 x 40W 40 Amostra estimada

Urdideiras 01 2 equipamentos juntos

Luminária 2 x 110W 05 Amostra estimada Urdume

Luminária 2 x 40W 45 Amostra estimada

Os valores da simulação e da fatura de energia gerada entre os dias: 17/09/2003

e 20/10/2003 apresentaram os valores mostrados na Tabela 9.

Origem Demanda Medida (kW) Consumo (kWh)

Fatura CELESC 10/2003 160 74538

Simulação mesmo

período de apuração

144

77053

As informações da Tabela 9 indicam que a simulação ficou muito próxima da

fatura real e que os dados de amostragem têm consistência para representar o todo. O

desvio de aproximadamente 10% do valor da demanda faturada em relação ao simulado

é considerado aceitável, O desvio de consumo é de aproximadamente 3,4%, considerado

muito bom. Esta dificuldade de determinação na demanda com tanta precisão quanto se

consegue com o consumo está relacionada com a própria definição de demanda, a qual é

a maior média das potências solicitadas no intervalo de 15 minutos. Como amostra-se

TABELA 9 – FATURAMENTO CELESC 10/2003 X SIMULAÇÃO

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24h e fatura-se um mês, qualquer diferença no uso consecutivo de equipamentos vai

certamente afastar o resultado da realidade.

Com a comprovação de que a simulação é bastante próxima dos valores reais da

concessionária, partiu-se para o estudo de substituição de equipamentos.

Simulou-se a substituição de 4 teares “Jacard (Ribeiro)” por 4 teares do tipo

“Pinça”, a parada da Autoconner e a mudança nas Urdideiras de “Varimot” para

conversor de frequência e o resultado foi o apresentado na tabela 10.

Origem Demanda Medida (kW) Cons umo (kWh)

Simulação com

mudanças sob o mesmo

período de apuração

129

71813

Comparando-se as Tabelas 9 e 10 verifica-se uma economia de energia elétrica.

A demanda caiu de 144kW para 129kW e o consumo de 77053 kWh para 71813 kWh

(valores simulados). Porém se a simulação fosse feita apenas para a substituição dos

quatro teares teria-se um incremento na fatura, pois os novos equipamentos produzem

uma maior quantidade de kilogramas de produto e consomem mais energia. É

importante que o operador do aplicativo esteja atento para essas situações, uma vez que

nem sempre será obtido redução nas grandezas elétricas, pois nesse caso, além de trocar

os equipamentos antigos por outros mais eficientes, o empresário optou por aumentar a

produção, o que acarreta maior consumo e demanda de energia. Proporcionalmente à

quantidade produzida, o novo consumo e demanda são menores para a nova situação.

A empresa efetuou as modificações em 2005, trocando os Teares, modificando

as Urdideiras e desligando a Autoconner. Na fatura de energia que compreendeu o

período entre: 17/06/2005 e 19/07/2005 obtiveram-se os registros dados na Tabela 11.

TABELA 10 – SIMULAÇÃO COM SUBSTITUIÇÕES DOS EQUIPAMENTOS

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Origem Demanda Medida (kW) Consumo (kWh)

Fatura CELESC 07/2005 142 66092

Simulando novamente as

substituições para novo

período de apuração

129

69158

Vale ressaltar que já houve aumento da produção de felpudos neste período, a

qual foi de 56747 kg em 10/2003, para 58533 kg em 07/2005, mostrando que a

eficiência energética não ficou tão evidente devido a maior produção. Entretanto, a

demanda registra uma redução considerável, isto comparando-se as faturas reais e as

simulações. Na análise das faturas reais percebe-se uma redução de energia, mesmo

com o aumento da produção. Isto caracteriza a maior eficiência energética da indústria

considerada.

Para se verificar a conveniência em realizar o investimento na substituição de

algum equipamento é importante simular um equipamento por vez, para que a

contribuição de um não interfira numa eventual ineficiência de outro.

A abordagem econômica calculada apresentou uma economia mensal de R$

116,32, porém há possibilidade de que uma das amostras das Urdideiras seja atípica.

Mas como a empresa não tem mais os equipamentos antigos, ficou-se impossibilitado

de fazer uma nova leitura do equipamento com o “Varimot” para certificação desta

amostra.

Dados da empresa 2:

Tipo de consumidor: Industrial – A4 convencional.

Demanda contratada: 30 kW

A segunda empresa analisada, também é do ramo de felpudos texteis. É uma

empresa de menor porte que trabalha em 2 turnos diários. A tabela 12 apresenta o

levantamento de equipamentos da empresa no estágio em que atualmente se encontra.

TABELA 11 – FATURA X SIMULAÇÃO EM 2005 JÁ COM ALTERAÇÕES IMPLEMENTADAS.

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Para as cargas levantadas acima e baseado nas amostras de cada uma destas,

obteve-se os dados elétricos apresentados na tabela 13.

Origem Demanda Medida (kW) Consumo (kWh)

Fatura CELESC 11/2006 31 8364

Simulando com

aplicativo para

comparação

28

8462

Novamente pode-se verificar que a simulação aproximou-se bastante dos dados

da fatura de energia elétrica e considera-se seguro simular alterações na carga visando

obteção de eficiência energética. Esta verificação comprova que o somatório individual

da contribuição de cada carga pode ser utilizado para previsão de fatura de energia

elétrica.

A simulação das faturas apresenta proximidade com os dados reais, garantido

que as substituições, se bem definidas, devem apresentar dados e resultados coerentes

após a implementação das modificações de equipamentos. Isso fornece dados confiáveis

para que o empresário possa decidir, com boa precisão, sobre o investimento a ser

efetuado.

TABELA 12 – LEVANTAMENTO DE CARGA DA EMPRESA 2

Setor Equipamento Quant. Observação

Tear Jacard (Ribeiro) 09 Lançadeira

Tear Ruty 11 Lançadeira

Luminária 2 x 40W 40 Amostra estimada

Tecelagem

Ventiladores 2 Amostra estimada

Espuladeiras 06 Amostra estimada Espularia Compressor 1CV 1 Amostra estimada

TABELA 13 – FATURA DE ENERGIA X SIMULAÇÃO

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4.4. PROJEÇÃO DE RESULTADOS

Constatou-se que as duas empresas analisadas utilizam iluminação fluorescente

com reatores convencionais. A seguir será apresentada a simulação da troca de

iluminação de ambas as empresas por iluminação fluorescente mais eficiente, para que

se possa vislumbrar em quanto tempo o investimento se paga.

A substituição proposta de reatores convencionais e de lâmpadas fluorescentes é

apresentada na Tabela 14, onde se especifica os tipos de lâmpadas, reatores e preços dos

mesmos. Estas informações foram levantadas em empresas locais de fornecimento de

material elétrico, não inclusos encargos para instalação dos mesmos.

Equipamento a retirar Equipamento a instalar Preço sugerido

Reator Convencional 2 x 40W Reator Eletrônico 2 x 32W R$18,00

Lâmpada Fluorescente 40W Lâmpada Fluorescente 32W R$ 5,74

Reator Convencional 1 x 40W Reator Eletrônico 1 x 32W R$11,00

Reator Convencional 2 x 110W Reator Eletrônico 2 x 110W R$ 45,00

Aplicando a substituição proposta na empresa1, cujos resultados são

apresentados na Figura 26, percebe-se claramente que o relatório de abordagem

econômica indica um retorno de 9,36 meses para o investimento total de R$7.863,12.

Foi considerada uma taxa de remuneração de capital de 2% ao mês e que os materiais

antigos não foram vendidos. A economia projetada representa 4,15% do total da fatura

da empresa1.

Aplicando a substituição proposta na empresa2, percebe-se que o relatório de

abordagem econômica indica um retorno de 8,45 meses para o investimento total de

R$1.179,20. Foi considerada uma taxa de remuneração de capital de 2% ao mês e que

os materiais antigos não foram vendidos. A economia projetada representa 5,23% do

total da fatura da empresa2. Os resultados são apresentados na Figura 27.

TABELA 14 – EQUIPAMENTOS PARA SUBSTITUIÇÃO

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Figura 26 – Abordagem econômica da susbtituição da iluminação empresa 1.

Figura 27 – Abordagem econômica da susbtituição da iluminação empresa 2.

Se a observação for feita somente pelo lado do consumo de energia, a redução

seria de 4,31% na empresa1 e 4,98% na empresa2. Estes dados indicam uma grande

lacuna para a obtenção de eficiência energética com iluminação no setor industrial.

De acordo com relatório da APIMEC (2006, p.12), A concessionária de energia

elétrica CELESC registrou 413 GWh como consumo médio mensal da indústria de

Santa Catarina no âmbito do atendimento da mesma. Considerando que 30% das

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indústrias se encontrem em situação semelhante ao das empresas analisadas e, que se

obtém o mesmo nível de redução de consumo, ou seja, em torno de 4%, economizar-se

ia por ano 59 GWh.

De acordo com o Plano Docenal de Expansão da Energia Elétrica, do Ministério

de Mina e Energia (2006, p.286), o consumo de energia elétrica aproximado por

habitante por ano é da ordem de 2049 KWh. A redução proveniente da implementação

de iluminação eficiente em 30% das indústrias do Estado de Santa Catarina, daria para

abastecer uma cidade de 28000 habitantes por um ano. É fato que 4% de redução do

consumo previstos nesta projeção são empíricos, uma vez que dependendo do tipo de

indústria analisada, a relação do consumo total da empresa com o consumo de

iluminação muda bastante. Mas, também é fato de que se considerou que apenas 30%

das empresas implementariam a modificação. Ainda pode-se afirmar que dentro do

percentual de economia também não se levou em consideração a possibilidade de

implantação de iluminação natural em algumas empresas, o que aumentaria bastante a

economia.

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4.5. CONCLUSÕES DO CAPÍTULO

O Aplicativo computacional desenvolvido para análise de eficiência energética é

um aplicativo facilitador das interpretações de dados. Ele agiliza o trabalho do

investigador por lacunas na eficiência energética das empresas. Pode ser usado em

empresas cujas cargas se comportem com uma repetibilidade de 24h.

As amostras de equipamentos ou grupos de equipamentos ou setores de uma

empresa são obtidas por algum analisador de energia e importadas pelo aplicativo sob a

forma de um arquivo do tipo CSV (comma separated value). Pode-se estimar a amostra

de um equipamento, porém esse procedimento exige conhecimento profundo da carga

envolvida e pode gerar desvios desnecessários. O arquivo é cadastrado e pode fazer

simulações para recompor a fatura de energia elétrica da empresa. Pode-se experimentar

alterações em equipamentos ou grupo de equipamentos para verificar a possibilidade de

obtenção de eficiência energética. O aplicativo efetua a análise financeira, fornecendo o

tempo de retorno do investimento ao considerar-se uma taxa de juros fixa.

Foram realizadas várias simulações de recomposição da fatura de energia,

resultando em dados bastante confiáveis. Os desvios na demanda ficaram inferiores a

10% e os desvios no consumo inferiores a 5%. Tais resultados são considerados

satisfatórios, pois se consegue com boa precisão estimar o consumo e a demanda em

períodos de 30 dias com amostras de 24h.

Foram feitas simulações de substituições de equipamentos que comprovam a

eficácia da metodologia proposta com indicações de redução de consumo, redução de

demanda e indicação do tempo de retorno do investimento.

Percebeu-se que numa substituição de equipamento o empresário pode optar por

também aumentar a produção. Este aspecto pode levar a interpretações equivocadas,

uma vez que quando se aumenta a produção, geralmente se aumenta o consumo de

energia. Nestas situações deve-se considerar os ganhos com o aumento de produção

e/ou produtividade.

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5. CONCLUSÕES GERAIS

O aplicativo computacional desenvolvido neste trabalho representa um grande

facilitador de análises complexas para investigações que envolvam alterações na planta

da empresa e os conseqüentes resultados na fatura de energia. Obviamente que

considerou-se que estas alterações têm o intuito de conservar energia e trocar

equipamentos menos eficientes por outros mais eficientes energeticamente, porém pode-

se simular qualquer arranjo, desde que se tenha idéia da nova carga a ser somada com as

demais e dos horários e dias que esta funcionará. Enfim, pode-se prever os resultados de

infinitos tipos de arranjos de cargas ainda não implementados e planejar a melhor forma

de utilizar a energia elétrica.

Os relatórios apresentados geram uma fatura de energia elétrica simulada para

que se compare com uma fatura de energia real da empresa. E também, um relatório de

substituições para que se compare as duas faturas de energia, sem e com as

modificações propostas. Muitas idéias de relatórios poderiam ter sido implementadas,

porém optou-se por dados mais gerais, a partir dos quais o usuário pode chegar a outras

conclusões por si só.

A principal dificuldade deste trabalho foi estruturar todos os dados, alinhá- los e

repetí- los nos dias em que fossem considerados iguais, respeitando para cada

equipamento os cadastros de paradas previamente informados. Observou-se que para

manter-se fiel as informações de demanda, primeiro se precisava somar os

equipamentos que estavam funcionando no mesmo horário, formando uma curva de

carga geral. Se simplesmente fosse determinada uma demanda para cada equipamento,

tería-se uma demanda estimada muito maior que a realidade, sendo assim, a partir da

curva de carga geral, calcula-se demandas e consumos gerais, desta vez, muito mais

próximos e adequados a realidade.

As substituições de equipamentos podem levar a empresa a um aumento no

consumo de energia, mas isso pode não significar uma piora em termos de eficiência

energética. Há de se considerar se a produção foi alterada. Geralmente o empresário

opta por um investimento com dois objetivos: aumentar a produção e reduzir o consumo

de energia.

Todos os resultados estão fortemente ligados a fidelidade das amostras. Dessa

forma, é imprescindível que se tome muito cuidado na aquisição dos dados amostrais,

nas conexões do analisador de energia e nas disposições dos equipamentos durante o

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processo de medição. Equipamentos que serão alvo de substituições devem ser

experimentados individualmente. Já equipamentos sem interesse em estudos podem ser

medidos em grupo.

As comparações de substituição de equipamentos foram feitas calculando duas

faturas de energia elétrica, uma simulação feita com amostras de consumo de energia

dos equipamentos originais da empresa e outra fatura simulada com a integralização dos

valores gerados pelo cadastro das substituições (fatura desejada com as alterações de

carga). Estas duas faturas de energia têm seus valores financeiros comparados na

análise financeira, onde pode-se saber o tempo de retorno do investimento de acordo

com a economia atingida mensalmente dividida pelo custo da implementação da

modificação. No aplicativo considerou-se o uso de uma taxa fixa de remuneração do

capital, tal taxa é regulada pelo usuário.

No capítulo 4.4 apresentou-se um exemplo de aplicação onde pôde-se perceber

que quando as amostras estiverem bem ajustadas, a fatura simulada deve ficar muito

próxima da fatura real, mas este é um cuidado particular que cada operador do sistema

deve ter.

É de fundamental importância a correta manutenção dos equipamentos, pois em

alguns casos isso pode influenciar no aumento do gasto com energia elétrica. Nem

sempre o equipamento mais barato é realmente mais barato quando se considera seu

funcionamento ao longo do tempo. É possível que este seja mais barato a vista e mais

caro no prazo, energeticamente falando.

O trabalho foi concentrado em análise de indústrias de pequeno e médio porte na

região de Brusque, SC. Percebe-se que há uma grande lacuna por eficiência energética

em iluminação e em aplicação de motores com velocidade variável. Ainda utiliza-se

variadores mecânicos de velocidade e iluminação fluorescente convencional de baixo

rendimento. Investimentos em iluminação eficiente tem rápido retorno financeiro, por

simulação constatou-se abaixo de 12 meses, o que é atrativo. Sugere-se trocar os antigos

reatores eletromagnéticos do sistema de iluminação por reatores eletrônicos e também

uma verificação da luminância dos postos de trabalho. A iluminação na indústria têxtil

apresenta uma característica interessante e diferente de outros ramos de indústria. Há a

necessidade de manter-se o ambiente úmido para que o processo de tecelagem não sofra

paradas constantes, pois o ar seco faz com que os fios rebentem com mais facilidade.

Por este motivo não se deve substituir telhas convencionais por telhas translúcidas nos

galpões (pelo menos nas áreas de tecelagem) e aproveitar a iluminação natural do dia.

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Este procedimento é muito utilizado em outros segmentos industriais. Em alguns casos

pode-se diminuir a intensidade geral e iluminar o posto de trabalho de forma focada.

Também é comum a utilização de motores inadequados para diversas atividades,

recomenda-se que a potência do motor esteja bem ajustada ao trabalho do mesmo.

Finalmente através do aplicativo pode-se simular a mudança contratual para

verificação da melhor opção de compra de energia elétrica. Isto possibilita que a

empresa sempre compre energia da forma mais econômica possível.

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6. RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Este trabalho pode ser aplicado a qualquer segmento industrial ou comercial, por

se basear em uma premissa básica, reconstituir-se-á o todo somando as partes. Se não se

deixar de fora nenhuma parte do sistema, deve-se conseguir compor uma fatura

simulada. Para que a simulação seja coerente a empresa deve possuir comportamento

típico para os equipamentos, caso contrário este aplicativo não é indicado.

Para futuros trabalhos pode-se implementar um módulo no programa para

estimar as cargas a partir de valores nominais, fatores de demanda e horário de

funcionamento do(s) equipamento(s) (amostras do sistema). Com isso o usuário não terá

necessariamente que medir uma situação na empresa, nem tampouco calcular em um

aplicativo separado e depois importar sua estimativa para a nova carga.

A análise dos diferentes setores ficou restrita a uma visualização mais criteriosa

dos dados gerados na fatura de energia simulada, sugere-se a exportação destes dados

para gráficos de “barras” ou “pizza” para melhor visualização da distribuição da

energia na empresa. Isso ajuda a dar mais importância em eficientizar este ou aquele

processo.

É interessante a criação posterior de um módulo do aplicativo que, a partir da

curva de carga da empresa, possa facilitar operações de simulação da programação de

paradas de alguns equipamentos do projeto em análise e as consequentes alterações

tanto na curva de carga quanto na fatura de energia elétrica.

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APÊNDICES

APÊNDICE A

Custos com energia elétrica:

Para a adoção de estratégias para a otimização do uso de energia elétrica faz-

se necessário o perfeito conhecimento da sistemática de tarifação. Pois, a legislação

brasileira permite às concessionárias calcular as faturas em função do: (a) consumo

(kWh) , (b) demanda (kW), (c) fator de potência e (d) diferentes tipos de tarifas.

Compreenda a seguir os custos das faturas de energia elétrica de acordo com

a Resolução 456 de 2000 da ANEEL.

Para a elaboração das faturas os consumidores finais (indústrias, residências,

propriedades rurais, comércio e outros), são classificados em dois Grupos conforme o

Quadro 1.

Quadro 1 - Grupos de Consumidores

Grupo A – Alta Tensão Grupo B – Baixa Tensão

A-1 - 230 kV ou mais;

A-2 - 88 a 138 kV;

A-3 - 69 kV;

A-3a - 30 a 44 kV;

A-4 - 2,3 a 13,8 kV; e

A.S. - 2,3 a 13,8 kV (Subterrâneo).

B-1 - Residencial;

B-1 - Residencial Baixa Renda;

B-2 - Rural;

B-3 - Não Residencial Nem Rural; e

B-4 - Iluminação Pública.

Fonte: COPEL

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a) Consumo

Consumo refere-se ao registro do quanto de energia elétrica foi consumida

durante determinado período. No cálculo das faturas é considerado o período mensal e

este é expresso em kWh (quilo watts hora).

b) Demanda

Demanda corresponde ao consumo de energia dividido pelo tempo adotado

na verificação. Conforme legislação brasileira é determinado para fins de faturamento

que este período seja de 15 minutos. Assim, por exemplo, se determinada instalação

possui quatro motores de 30 kW (40 cv) que são acionados da seguinte maneira:

0 – 3 minutos – 2 motores Carga = 60 kW

3 – 10 minutos – 4 motores Carga = 120 kW

10 – 15 minutos – 1 motor Carga = 30 kW

Observa-se para este caso, que a demanda será:

)105(7815

min530min7120min360cvkW

kWkWkWD =

⋅+⋅+⋅=

No entanto, a demanda para o faturamento mensal será o maior entre os

seguintes valores:

Demanda registrada - corresponde ao maior valor de demanda medido em intervalos de

15 minutos durante período, em média considera-se um mês. Desta forma, dentre 3000

valores registrados, seleciona-se o maior.

Demanda contratada - cabe ao usuário, com base nas cargas instaladas e processo

produtivo, definir o valor de demanda necessário. Fator que será considerado pela

concessionária ao definir os equipamentos para atender a solicitação de serviço, como:

transformadores, dispositivos de proteção e/ou eventualmente até a subestação.

Demanda Percentual - considerando o período de 11 meses anteriores ao mês em

questão, seleciona-se a máxima demanda registrada e calcula-se 85% deste valor. O que

demonstra ser necessário a monitoração do valor da demanda. Pois, um alto valor pode

refletir nos valores das faturas dos 11 meses subseqüentes.

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c) Fator de Potência

Geralmente em circuitos elétricos têm-se potências ativas e reativas. As

potências ativas referem-se ao somatório dos valores dispensados a realização de

trabalho como: aquecimento, resfriamento, iluminação e acionamento de equipamentos.

Enquanto as potências reativas são associadas a manutenção de campos elétricos, como

os que ocorrem nas espiras dos motores elétricos. Ao somar vetorialmente as potências

ativas e reativas tem-se a potência aparente.

Desta forma, define-se como fator de potência, a razão entre potência ativa e

potência aparente, e seu valor varia entre 0 e 1.

Conforme legislação brasileira, o fator de potência deverá ter como limite

mínimo o valor de 0,92. Caso ocorra valores menores o consumidor será penalizado. O

custo com faturamento reativo excedente é facilmente retornável, pelo baixo custo de

instalação dos capacitores necessários à correção do fator de potência. Normalmente

ainda são encontrados casos onde o consumidor não atuou na correção do fator de

potência apenas por desconhecimento, problema cultural para interpretação dos dados

técnicos apresentados na fatura de energia elétrica.

Sistema tarifário;

Segundo o CODI, em estudos realizados nos anos oitenta, foi constatado que

o perfil de comportamento do consumo ao longo do dia encontra-se vinculado aos

hábitos do consumidor e às características próprias do mercado de cada região. Foi

também caracterizado que o sistema elétrico brasileiro, em quase sua totalidade, possui

geração por meio de hidroelétricas. Portanto, o maior potencial de geração concentra-se

no período chuvoso.

Baseando-se nestas características originou-se, em 1982, a nova Estrutura

Tarifaria Horo-sazonal. Em que as tarifas tem valores diferenc iados segundo: horários

do dia e períodos do ano, conforme descrito abaixo:

Divisão do Dia

• Horário de Ponta - Corresponde ao intervalo de 3 horas consecutivas,

ajustado de comum acordo entre a concessionária e o cliente, situado no período

compreendido entre às 18h e 21h e durante o horário de verão das 19h às 22h.

• Horário Fora de Ponta - Corresponde às horas complementares ao horário

de ponta.

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Divisão do Ano

• Período Seco - Compreende o intervalo situado entre os meses de maio a

novembro de cada ano (sete meses).

• Período Úmido - Compreende o intervalo situado entre os meses de

dezembro de um ano a abril do ano seguinte (cinco meses).

Considerando os parâmetros de tributação e a sistemática horo-sazonal, têm-

se as tarifas Convencional e Horo-sazonal. O cálculo das faturas no sistema

convencional considera apenas os parâmetros de tributação. Enquanto no sistema horo-

sazonal são considerados os parâmetros de tributação e as variações horo-sazonais

descritas acima. Sendo que na estrutura Horo-sazonal têm-se as tarifas: Azul e Verde.

A Tarifa Azul aplica-se às unidades consumidoras que possuem processo

produtivo contínuo e enquadram-se no Grupo A. A adoção desta é obrigatória aos

consumidores dos tipos A-1, A-2 e A-3 e opcional aos demais.

Enquanto, a Tarifa Verde aplica-se a consumidores com capacidade de

modulação do processo produtivo. Esta é opcional aos consumidores do Grupo A tipos

A-3a, A-4 e A-S.

Apresenta-se no Quadro 2 os ítens considerados nos cálculos das faturas ao

aplicar as tarifas Azul e Verde.

Quadro 2 - Ítens considerados nos cálculos de faturas de energia elétrica para

as tarifas Azul e Verde.

Tarifa Azul Tarifa Verde

Demanda na Ponta (DP)

Demanda Fora da Ponta (DFP)

Consumo na Ponta (CP)

Consumo Fora da Ponta (CFP)

Demanda (D)

Consumo na Ponta (CP)

Consumo Fora da Ponta (CFP)

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Cálculo da fatura - Tarifa Convencional - Grupo B

O faturamento é obtido pelo produto do consumo medido pela respectiva

tarifa em vigor.

CTCFc ⋅=

Onde:

Fc - valor da fatura, R$

C - consumo de energia elétrica medido no mês, kWh

TC - Tarifa de consumo, R$/kWh

Cálculo da fatura - Tarifa Convencional - Grupo A

Somente aplicável de forma opcional aos consumidores dos tipos A-3a, A-4

e A-S. Tem-se:

CDFAT TCTDFt ⋅+⋅=

Onde:

Ft - valor da fatura, R$

DFAT - valor da demanda faturável, kW

TD - tarifa de demanda, R$/kW

C - consumo de energia elétrica medido no mês, kWh

TC - tarifa de consumo, R$/kW/h

Cálculo da Fatura - Tarifa Azul

CFPFPCPPDFPATFPDPFATP TCTCTDFTDFt ⋅+⋅+⋅+⋅=

Onde:

DFATP - demanda faturada no horário de ponta, kW

TDP - tarifa de demanda de ponta, R$/kW

DFATFP - demanda faturada no horário fora de ponta, kW

TDFP - tarifa de demanda fora de ponta, R$/kW

CP - consumo medido no mês - horário de ponta, kWh

TCP - tarifa de consumo no horário de ponta, R$/kWh

CFP - consumo medido no mês - horário fora de ponta, kWh

TCFP - tarifa de consumo no horário fora de ponta, R$/kWh

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Cálculo da Fatura - Tarifa Verde

CFPFPCPPDFAT TCTCTDFt ⋅+⋅+⋅=

Onde:

DFAT - demanda faturada, kW

TD - tarifa de demanda, R$/kW

CP - consumo medido no mês - horário de ponta, kWh

TCP - tarifa de consumo no horário de ponta, R$/kWh

CFP - consumo medido no mês - horário fora de ponta, kWh

TCFP - tarifa de consumo no horário fora de ponta, R$/kWh

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ANEXOS

ANEXO 1– TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA CELESC- SEM IMPOSTOS

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ANEXO 2 – TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA CELESC- SEM IMPOSTOS

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ANEXO 3 – TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA CELESC - SERVIÇOS

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ANEXO 4 – TARIFAS DE ENERGIA ELÉTRICA CELESC (PIS / COFINS)

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ANEXO 5 – MODELO DE RELATÓRIO DE FATURA DE ENERGIA DO SISTEMA

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ANEXO 6 – FATURA DE ENERGIA DA EMPRESA1

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ANEXO 7 – FATURA DE ENERGIA DA EMPRESA2

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