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APÊNDICE E – PRODUTO FINAL CRISTINA MARIA RUSCHEL ALVES Produto Social submetido ao programa de Pós- Graduação no Mestrado em Saúde e Desenvolvimento Humano do Centro Universitário La Salle – UNILASALLE, como requisito parcial para a obtenção de grau de mestre em Saúde e Desenvolvimento Humano. Canoas, 2015 http://fc04.deviantart.net/fs50/i/2009/327/3/1/The_curve_by_apricotmuffins.jpg

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APÊNDICE E – PRODUTO FINAL

CRISTINA MARIA RUSCHEL ALVES

Produto Social submetido ao programa de Pós-

Graduação no Mestrado em Saúde e

Desenvolvimento Humano do Centro

Universitário La Salle – UNILASALLE, como

requisito parcial para a obtenção de grau de

mestre em Saúde e Desenvolvimento Humano.

Canoas, 2015

http://fc04.deviantart.net/fs50/i/2009/327/3/1/The_curve_by_apricotmuffins.jpg

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.........................................................4

1. CAPS E ATIVIDADES COMPLEMENTARES........5

2. ARTETERAPIA..................................................6

3. DANÇA COMO TERAPIA COMPLEMENTAR.....7

3.1. Metodologia da oficina de dança....................8

3.2. Dinâmicas da oficina de dança........................8

a.musicalidade...........................................................8

b. repetição, sequência de passos e micro

sequências..................................................................9

c. interpretação........................................................10

d. correção fraterna.................................................11

e. reforço positivo.....................................................12

4. ROTINAS NAS OFICINAS DE DANÇA DO VENTRE......13

5. DICAS ...............................................................18

REFERÊNCIAS........................................................19

4

INTRODUÇÃO

A cartilha trata sobre a dança como forma de

terapia complementar em pacientes com transtorno de

humor.

A dança de forma geral pode proporcionar doses de

relaxamento e diversão, trazendo ao praticante uma

diversidade de atividades corporais. Além disso, por

envolver música associada ao movimento e expressão

corporal, pode trazer ao praticante, a sensação de

liberdade e vivências diferentes com o corpo.

Fonte: http://www.clickpb.com.br/noticias/cotidiano/inscricoes-abertas-para-oficinas-de-danca -do-ventre-e-incentivo-a-leitura/

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1. CAPS E ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) tem por objetivo

maior manter a convivência e a interação no seu contexto social.

Conforme a Portaria/GM nº 336/02, os CAPS são compatibilizadores

em atender diariamente a população, prestar acompanhamento

clínico e reabilitação psicossocial aos sujeitos com transtorno mental.

Além dos serviços tradicionais como psicoterapia, indicação de

remédios e praticar uma terapia corporal, concomitante a essas,

existem propostas mais abrangentes, como oficinas as quais servem

de espaço terapêutico (pintar, desenhar, cantar, tocar instrumentos

musicais, dançar); cooperativas que oportunizam a geração de

renda e autonomia do indivíduo; espaços de trocas na sociedade

como apresentação de danças em eventos, participação em

seminários.

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2. ARTETERAPIA

A arteterapia é um novo campo do conhecimento constituído de uma

metodologia própria, podendo utilizar várias áreas do conhecimento como

a arte, a psicologia, a psiquiatria, a dança entre tantas outras, enfim, o

surgimento de um novo saber a partir de outros saberes.

A arteterapia pode oferecer aos indivíduos possibilidades de

expressão. A dança vem a esse encontro na arteterapia podendo propiciar

processos elaborativos onde alguns problemas possam ser

redimensionados, propiciando um ambiente de expressividade através da

dança, favorecendo o indivíduo trabalhar suas questões, deixando fluir o

mundo interior.

Para Rohr (2012, p.61) a dança pode estar inserida em três áreas: na

educação, como arte e na terapia - “através da aceitação do eu; da

identificação com o outro; a fim de desenvolver a consciência do corpo e

da sua psique, de seus limites e potencialidades”,

A arteterapia pode basear-se em métodos de tratamentos que

mediam diversos enfoques, “(...) está disponível para várias áreas e

abordagens.” (MELO, 2007, p. 160), e ainda, “consiste no processo

terapêutico mediado pelo uso dos materiais expressivos” (SOUZA, 2012, p.

17).

Atividades Essas que propiciam a

reinserção social do indivíduo e a

promoção da inclusão na sociedade.

Fonte:http://persianbellydance.blogspot.com.br/

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3. DANÇA COMO TERAPIA COMPLEMENTAR

A dança é uma forma de comunicação corporal. Prática que pode

ocorrer como espetáculos artísticos, ou como terapia complementar, ou

ainda como prática de divertimento, socialização e prazer. O objetivo

pode ser diversificado com práticas, estilos e técnicas específicas.

Na oficina de dança nos conectamos com a música, com os gestos,

naquilo que eles podem se tornar juntamente com a memória do

movimento, podendo através desse momento introjetar sentimentos, as

tristezas se misturam às novas alegrias, as dúvidas são

momentaneamente esquecidas, assim como as dores. O ganho de

segurança transforma as atitudes de forma positiva.

Sendo uma possibilidade importante de propiciar satisfação (prazer)

as usuárias. As oficinas de DV trabalhadas como arteterapia obtiveram

resultados positivos no estudo: A DANÇA DO VENTRE NA QUALIDADE DE

VIDA DE MULHERES COM TRANSTORNOS DE HUMOR (DEPRESSÃO

MAIOR E BIPOLARIDADE) FREQUENTADORAS DO CAPS II – CANOAS.

8

3.1. METODOLOGIA DA OFICINA DE DANÇA

Consiste em aprendizado através da expressão corporal, por

conscientização visual, sensorial e por repetição. As oficinas são

extremamente descontraídas, deixando em segundo plano a técnica.

3.2. DINÂMICAS DA OFICINA DE DANÇA

a. musicalidade

Instrumento que temos para transformar sinais sonoros em

emoção, e vice-versa. É a musicalidade que capta e diferencia os diversos

teores da música: a letra para o racional e aos sons que são agradáveis ou

não passa para o emocional. Nas oficinas de Dança do Ventre a

musicalidade é trabalhada através do corpo.

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b.Repetição; sequência de passos; micro sequências.

Faz-se o uso da repetição como chave para construção da

expressividade em dança. A reprodução e repetição tem o objetivo de

chegar a um movimento mais natural e solto. Trabalhando a conexão entre

movimentos técnicos que podem se tornam expressivos, assim propiciando

a integração do indivíduo através da dança e da corporeidade que ela

representa.

Na dança do ventre não é diferente, ocorre com treinamento, a

apropriação dos movimentos codificados, e da estética específica da dança

do ventre. Para Reis (2008) na realização o corpo assume formas

específicas dessa dança.

Quanto a sequência de passos e micro sequências possibilitam a

composição de passos para as frases musicais e emendas nas trocas de

ritmos ou até mesmo na troca de instrumentos musicais que o músico

esteja utilizando.

Dançar exige um tipo de coordenação interpessoal no espaço e

tempo e é considerada uma forma fundamental de expressão humana. A

cognição na dança a princípio é cinestésica:

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sentimos o posicionamento do tronco e membros através do órgãos

sensoriais dos músculos. Trabalhando regiões diferentes do cérebro.

c. interpretação

A dança nas oficinas deve ser focada na interação, na interpretação

dos sentimentos envolvidos na música; podendo interferir nestas

mulheres, como um canal de comunicação entre seu mundo interior e o

mundo exterior, e vice e versa, propiciando vivenciar através de seus

corpos experiências novas e outras já vividas, melhorando sua

corporeidade e automaticamente a interação com o mundo.

No que se refere a dança do ventre que é uma forma de expressão,

de uma cultura que não é a do Brasil, onde há uma linguagem específica,

faz-se necessário no primeiro momento a disposição em aprendê-la.

Especificamente tratando da dança do ventre pode-se trabalhar

diversos arquétipos femininos. Segundo Salgueiro (2012) em uma dança

Baladi, pode-se incorporar os trejeitos e sentimentos de uma mulher

popular; na música eletrônica moderna, com nuances orientalistas, uma

sacerdotisa ou uma deusa; ao dançar uma música clássica pode atuar como

uma rainha ou princesa.

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d. correção fraterna

Principalmente para as usuárias com transtorno de humor faz-se

necessário uma conduta em que mostre humildemente no corrigir,

sobretudo com a intenção de ajudar a outra pessoa.

e. reforço positivo

Em todos os movimentos possíveis é importante o reforço positivo,

que ajudará no fortalecimento do comportamento positivo emitido.

12

4.ROTINAS NAS OFICINAS DE DANÇA DO VENTRE

Fonte: http://saudedamente.com.br/sao-paulo-deve-ganhar-centro-de-prevencao-de-transtornos-mentais-para-jovens/

→ aquecimento;

→ apropriação dos movimentos técnicos da D.V., com músicas variadas

(nesse momento se faz correções);

→ movimentos técnicos da D.V com músicas vigorosas (aqui não se

corrige, é o momento de simplesmente dançar);

→ movimentos técnicos da D.V com músicas suaves (aqui não se corrige, é

o momento de simplesmente dançar);

→ movimentos técnicos da D.V com músicas variadas, podem ser

moderadas ou rápidas, nesse momento as atenções se voltam a

interpretação da música, aos sentimentos, como: uma raínha (comenta-se

da altivez da soberana) e assim por diante.

→ alongamento.

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a.Aquecimento 13

Fonte: http://annehgawasy.blogspot.com.br/2014/05/importancia-de-aquecimento-ealongamento.html

Alongamento muscular e aquecimento com danças (10 minutos). As

músicas de aquecimento são de intensidade moderada, podendo ser de

dança do ventre ou músicas de outros estilos.

b. Apropriação dos movimentos técnicos da D.V., com músicas variadas

(nesse momento se faz correções);

Em principio, os movimentos são apresentados por ordem de

dificuldade; os movimentos mais complexos são apresentados sob forma

de progressão pedagógica.

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A introdução de novos passos é feita sob a forma descontraída, com

movimentos simples, pode-se utilizar exemplos de formas, representações

abstratas das formas, imitações de movimentos de experiências vividas

pelas usuárias. Mas, ao longo das ofininas é observada a melhor qualidade

de execução desses movimentos.

São aplicadas atividades a fim de despertar o sentido do movimento

e da postura, o desembaraço, a agilidade e a eficiente utilização de suas

potencialidades como, por exemplo, formas distintas de andar na sala

(explorando espaços, de costas, de lado, em maia ponta, etc.), exercícios

de mudança de peso e improvisação.

Fonte: http://deusasdoventre.blogspot.com.br/

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c. Movimentos técnicos da D.V com músicas vigorosas e/ou músicas suaves

(aqui não se corrige, é o momento de simplesmente dançar)

http://www.dancadoventrebrasil.com/2011_12_01_archive.html

→ o tema escolhido é desenvolvido através de passos variados e

progressivos durante os quais as usuárias executam movimentos afins que

levam a vencer as dificuldades;

→ escolha de passos adaptados ao público;

→ um acompanhamento da preferência musical das usuárias, com músicas

alegres e edificantes, com objetivo de estimular;

→ utilização de formação variada na aula, que pode ser em linha, duplas,

círculo e fileiras;

→ utilização de repetição de movimento dançado pela oficineira;

→ a presença da oficineira e sua personalidade irradiante representam um

papel positivo.

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d. Movimentos técnicos da D.V com músicas variadas, com a interpretação

da música e dos sentimentos

→ utilização de músicas variadas para o trabalho com os sentimentos,

especificamente tratando da dança do ventre, estas sensações e

sentimentos são o de confiança, empoderamento, sensualidade,

entusiasmo, divertimento.

A praticante vive diferentes arquétipos femininos: em uma

dança baladi, ela pode incorporar os trejeitos e sentimentos de

uma mulher popular; na interpretação de uma música

eletrônica moderna com nuances orientalistas, pode performar

o avatar de uma sacerdotiza ou uma deusa; ao dançar uma

música clássica de Umm Kalthoum, pode atuar como uma

rainha ou princesa; ao dançar com espada, pode brincar a

seriedade e poder letal de uma espada. (SALGUEIRO, 2012,

p.165)

Fonte:

http://lughnasadh.com.br/vivenciando-danca-e-musica-como-forma-de-cura-1a-parte/

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5. DICAS

→Observar se as usuárias estão entendendo o movimento;

→Se o nível de dificuldades está adequado as capacidades

individuais;

→Se os movimentos propostos são agradáveis as usuárias;

→Como reagem ao que é propost;

→A técnica da dança sempre deve ficar em segundo plano.

→Fazer adequações nas oficinas levando em consideração as

capacidade das usuárias.

→ Essa oficina é indicada para as usuárias que demonstrarem

interesse pela dança, não adianta ser obrigatória.

→Registrar o desenvolvimentos das usuárias, como se faz o registro

das outras terapias.

REFERÊNCIAS 18

ALVES, Cristina Maria Ruschel. As concepções de corpo na dança do ventre. Monografia apresentada para obtenção do grau de especialista em Dança.PUC. Porto Alegre, 2004.

DANTAS, M. Dança o enigma do movimento. Porto Alegre: Ed. da Universidade, 1999.

DELEUZE, Gilles. Francis Bacon: lógica da sensação. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.

MELO, Adriana Jardim. A terapêutica artística promovendo saúde na instituição hospitalar. Ibérica-revista interdisciplinar de estudos ibéricos e íbero-americanos. Juiz de Fora, ano I, n. 3, março-maio, 2007.

MERLEAU-PONTY, Maurice. O olho e o espírito. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.

MINAYO, Maria Cecília. Qualidade de vida e saúde: um debate necessário. Ciência & Saúde Coletiva, 5(1) :7-18, 2000.

NASCIMENTO, Clemir Barbosa do. Dançar com arteterapia. Monografia apresentada para obtenção do grau de especialista em Arteterapia em Educação e Saúde. AVM Faculdade Integrada. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/C207088.pdf acessado em janeiro 2015.

REIS, Alice Casanova dos. O feminino na dança do ventre: uma análise histórica sobre uma perspectiva de gênero. Revista Eletrônica Interdisciplinar. Matinhos, v. 1, n.1, p. 52-67, jul/dez., 2008. Disponível em: http://www.litoral.ufpr.br/sites/default/files/Diversa_v1_n1_jul-dez2008.pdf. Acessado em 8 de junho de 2014.

ROHR, Cristina Marinho. Dança na Educação Física. Rio de Janeiro: Sinergia, 2012.

SALGUEIRO, Roberta da Rocha. “Um longo arabesco”- Corpo, subjetividade e transnacionalismo a partir da dança do ventre. Tese de doutorado em antropologia social. Brasília: UnB, 2012.

SOUZA Lucia Maria Silva. A dança como instrumento complementar do processo da arteterapia. Monografia de conclusão de especialista em arteterapia. Rio de Janeiro: ISEPE, 2012. Disponível em:http://www.arteterapia.org.br/v2/pdfs/luciamariadasilvasouzamonografia.pdf . Acessado em 2 de maio de 2014.

XIA J; GRANT TJ. Dance therapy for schizophrenia. Cochrane Database Syst Rev; (1), 2009. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24092546. Acessado em julho 2013.

O olhar da oficineira tem que estar atento as usuárias: