Apologia Conta Os Que Condenam As Imagens Sagradas - São João Damasceno

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    SO JOO DAMASCENO

    APOLOGIA CONTRA OS QUE CONDENAM IMAGENS SAGRADAS

    1 Edio

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    Traduzido e Editado por: Rafael Rodrigues.

    Esta uma traduo independente no figurando, portanto, um trabalho profissional. Qualquer errode traduo encontrado nesta obra, por favor, nos comunique atravs de:

    [email protected]

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    INTRODUO POR BENTO XVIDe sua catequese pronunciada em 6 de maio de 2009

    aos peregrinos reunidos na Praa de So Pedro.

    Queridos irmos e irms:

    Hoje quero falar de Joo Damasceno, um personagem de primeira categoria na

    histria da teologia bizantina, um grande doutor na histria da Igreja universal.

    sobretudo uma testemunha ocular da passagem da cultura grega e siraca,

    compartilhada na parte oriental do Imprio bizantino, cultura do Isl, que ganhou

    espao com suas conquistas militares no territrio reconhecido habitualmente como

    Mdio ou Prximo Oriente. Joo, nascido em uma rica famlia crist, ainda jovemassumiu o cargo talvez ostentado tambm por seu pai de responsvel econmico

    do califado. Bem cedo, contudo, insatisfeito pela vida da corte, amadureceu a escolha

    monstica, entrando no mosteiro de So Sabas, perto de Jerusalm. Era por volta do

    ano 700. No se afastando nunca do mosteiro, dedicou-se com todas as foras ascese

    e atividade literria, sem desdenhar uma certa atividade pastoral, da qual do

    testemunho sobretudo suas numerosas Homilias. Sua memria litrgica se celebra em

    4 de dezembro. O Papa Leo XIII o proclamou Doutor da Igreja universal em 1850.

    Dele se recordam no Oriente, sobretudo, os trsDiscursos contra quem calunia as

    imagens santas, que foram condenados, aps sua morte, pelo Conclio iconoclasta de

    Hieria (754). Estes discursos, contudo, foram o principal motivo de sua reabilitao e

    canonizao por parte dos Padres ortodoxos convocados no II Conclio de Niceia

    (787), stimo ecumnico. Nestes textos possvel encontrar os primeiros intentos

    teolgicos importantes de legitimao da venerao das imagens sagradas, unindo a

    estas o mistrio da Encarnao do Filho de Deus no seio da Virgem Maria.

    Joo Damasceno foi tambm um dos primeiros em distinguir entre o culto pblico e

    privado dos cristos, entre a adorao (latreia) e a venerao (proskynesis): a primeira

    s pode dirigir-se a Deus, sumamente espiritual; a segunda, ao contrrio, pode utilizar

    uma imagem para dirigir-se quele que representado nela. Obviamente, o santo no

    pode em nenhum caso ser identificado com a matria da qual est composto o cone.

    Esta distino se revelou imediatamente muito importante para responder de modo

    cristo queles que pretendiam como universal e perene a observncia da severa

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    proibio do Antigo Testamento sobre a utilizao cultual das imagens. Esta era a

    grande discusso tambm no mundo islmico, que aceita esta tradio hebraica da

    excluso total das imagens no culto. Ao contrrio, os cristos, neste contexto,

    discutiram o problema e encontraram a justificao para a venerao das imagens.Damasceno escrevia: Em outros tempos, Deus no havia sido representado nunca em

    imagem, sendo incorpreo e sem rosto. Mas dado que agora Deus foi visto na carne e

    viveu entre os homens, eu represento o que visvel em Deus. Eu no venero a

    matria, mas o Criador da matria, que se fez matria por mim e se dignou habitar na

    matria e realizar minha salvao atravs da matria. Nunca cessarei por isso de

    venerar a matria atravs da qual me chegou a salvao. Mas no a venero em

    absoluto como Deus! Como poderia ser Deus aquilo que recebeu a existncia a partir

    do no ser?... Mas eu venero e respeito tambm todo o resto da matria que me

    procurou a salvao, enquanto que est cheia de energias e de graas santas. No

    talvez matria o lenho da cruz trs vezes bendita?... E a tinta e o livro santssimo dos

    Evangelhos, no so matria? O altar salvfico que nos dispensa o po da vida no

    matria?... E antes que nada, no so matria a carne e o sangue do meu Senhor? Ou

    se deve suprimir o carter sagrado de tudo isso, ou se deve conceder tradio da

    Igreja a venerao das imagens de Deus e a dos amigos de Deus que so santificados

    pelo nome que levam, e que por esta razo esto habitados pela graa do EspritoSanto. No se ofenda portanto a matria: esta no desprezvel, porque nada do que

    Deus fez desprezvel (Contra imaginum calumniatores, I, 16, ed. Kotter, pp. 89-

    90). Vemos que, por causa da encarnao, a matria aparece como divinizada, vista

    como morada de Deus. Trata-se de uma nova viso do mundo e das realidades

    materiais. Deus se fez carne e a carne se converteu realmente em morada de Deus,

    cuja glria resplandece no rosto humano de Cristo. Portanto, os convites do Doutor

    oriental so ainda hoje de extrema atualidade, considerando a grandssima dignidade

    que a matria recebeu na Encarnao, podendo chegar a ser, na f, sinal e sacramento

    eficaz do encontro do homem com Deus. Joo Damasceno , portanto, um

    testemunho privilegiado do culto dos cones, que chegar a ser um dos aspectos mais

    distintivos da teologia e da espiritualidade orientais at hoje. E, contudo, uma forma

    de culto que pertence simplesmente f crist, f nesse Deus que se fez carne e que

    se tornou visvel. O ensinamento de So Joo Damasceno se insere, assim, na tradio

    da Igreja universal, cuja doutrina sacramental prev que elementos materiais tomados

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    da natureza possam converter-se, atravs da graa, em virtude da invocao

    (epiclesis) do Esprito Santo, acompanhada pela confisso da f verdadeira.

    Em unio com estas ideias de fundo, Joo Damasceno pe tambm a venerao dasrelquias dos santos sobre a base da convico de que os santos cristos, tendo sido

    partcipes da ressurreio de Cristo, no podem ser considerados simplesmente como

    mortos. Enumerando, por exemplo, aqueles cujas relquias ou imagens so dignas

    de venerao, Joo precisa em seu terceiro discurso em defesa das imagens: Antes de

    tudo (veneramos) aqueles entre quem Deus descansou, Ele, nico santo que mora

    entre os santos (cf. Is 57, 15), como a santa Me de Deus e todos os santos. Estes so

    aqueles que, enquanto possvel, tornaram-se semelhantes a Deus com sua vontade e

    pela inabitao e a ajuda de Deus; so chamados realmente de deuses (cf. Sal 82, 6),

    no por natureza, mas por contingncia, assim como o ferro incandescente chamado

    de fogo, no por natureza, mas por contingncia e por participao do fogo. Diz, de

    fato: Sereis santos porque eu sou santo (Lv 19, 2) (III, 33, col. 1352 A). Aps uma

    srie de referncias desse tipo, Damasceno podia deduzir serenamente, portanto:

    Deus, que bom e superior a toda bondade, no se contentou com a contemplao de

    si mesmo, mas quis que houvesse seres beneficiados por Ele, que pudessem chegar a

    ser partcipes de sua bondade: por isso, criou do nada todas as coisas, visveis einvisveis, inclusive o homem, realidade visvel e invisvel. E o criou pensando e

    realizando-o como um ser capaz de pensamento ( ) enriquecido pela

    palavra ([] ) e orientado para o esprito

    ( ) (II, 2, PG 94, col. 865A). E para esclarecer este

    pensamento, acrescenta: necessrio deixar-se encher de estupor () por

    todas as obras da providncia ( ), louv-las todas e aceit-las

    todas, superando a tentao de assinalar nelas aspectos que a muitos parecem injustos

    ou inquos (adika), e admitindo, ao contrrio, que o projeto de Deus () vai

    mais alm da capacidade cognoscitiva e compreensiva

    ( ) do homem, enquanto que, no entanto, s Ele conhece

    nossos pensamentos, nossas aes e inclusive nosso futuro (II, 29, PG 94, col. 964C).

    J Plato, por outro lado, dizia que toda filosofia comea com o estupor: tambm

    nossa f comea com o estupor da criao, da beleza de Deus que se torna visvel.

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    O otimismo da contemplao natural (physike theoria), desse ver na criao visvel o

    bom, o belo e o verdadeiro, este otimismo cristo, no um otimismo ingnuo: leva

    em conta a ferida infligida natureza humana por uma liberdade de escolha querida

    por Deus e utilizada inapropriadamente pelo homem, com todas as consequncias dedesarmonia difundida que derivaram dela. Da a exigncia, percebida claramente pelo

    telogo de Damasco, de que a natureza na qual se reflete a bondade e a beleza de

    Deus, ferida por nossa culpa, fosse reforada e renovada pelo rebaixamento do

    Filho de Deus na carne, depois de que de muitas formas e em diversas ocasies o

    prprio Deus tenha tentado demonstrar que havia criado o homem para que estivesse

    no s no ser, mas no ser bem (cf.La fede ortodossa, II, 1, PG 94, col. 981).

    Com arrebato apaixonado, Joo explica: Era necessrio que a natureza fosse

    reforada e renovada e fosse indicada e ensinada concretamente a via da virtude

    ( ), que afasta da corrupo e conduz vida eterna...

    Apareceu assim no horizonte da histria o grande mar do amor de Deus pelo homem

    ( )... uma bela expresso. Vemos, por uma parte, a

    beleza da criao e, por outra, a destruio causada pela culpa humana. Mas vemos no

    Filho de Deus, que desce para renovar a natureza, o mar do amor de Deus pelo

    homem. Continua Joo Damasceno: Ele mesmo, o Criador e o Senhor, lutou por sua

    criatura, transmitindo-lhe com seu exemplo seu ensinamento... E, assim, o Filho deDeus, ainda subsistindo na forma de Deus, desceu dos cus e abaixou-se... para seus

    servos... realizando a mais nova de todas as realidades, a nica coisa verdadeiramente

    nova sob o sol, atravs da qual se manifestou de fato a infinita potncia de Deus (III,

    PG 94, col. 981C-984B).

    Podemos imaginar o consolo e a alegria que difundiam no corao dos fiis estas

    palavras ricas de imagens to fascinantes. Ns as escutamos tambm hoje,

    compartilhando os mesmos sentimentos dos cristos de ento: Deus quer descansar em

    ns, quer renovar a natureza tambm atravs de nossa converso, quer tornar-nos

    partcipes de sua divindade. Que o Senhor nos ajude a fazer destas palavras substncia

    de nossa vida. (Libreria Editrice Vaticana).

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    APOLOGIA CONTRA OS QUE CONDENAM IMAGENS SAGRADAS

    PARTE I

    Com a, sempre presente, convico da minha prpria indignidade, eu deveria ter

    mantido silncio e confessado meus defeitos diante de Deus, mas todas as coisas so

    boas no momento certo. Eu vejo a Igreja que Deus fundou sobre os Apstolos e

    Profetas, com a sua pedra angular sendo Cristo, Seu Filho, jogada em um mar revolto,

    espancada por ondas furiosas, abalada e preocupada com os ataques de espritosmalignos. Vejo as rendas na tnica inconstil de Cristo, que os homens mpios tm

    procurado rasgar em pedaos, e seu corpo cortado em pedaos, isto , a palavra de

    Deus e a tradio antiga da Igreja. Portanto, tenho julgado que no h sentido manter

    silncio e segurar minha lngua, tendo em mente a advertncia Escritura: Mas se

    esmorecer, nele no encontrarei mais nenhuma satisfao (Hb 10, 38) e Quando eu

    disser ao mpio: 'mpio, certamente hs de morrer' e tu no o desviares do seu

    caminho mpio, o mpio morrer por causa da sua iniquidade, mas seu sangue o

    requererei de ti. (Cf. Ez. 33, 8) O temor, ento, me obrigou a falar; a verdade mais

    forte do que a majestade dos reis. Falarei de teus testemunhos diante dos reis,Eu

    ouvi o rei1Davi dizendo: sem ficar envergonhado. (Sl 119, 46) No, eu era o mais

    incitado a falar. A ordem do rei poderosa sobre seus sditos, mas alguns homens tm

    encontrado quem, embora reconhecendo que o poder do rei terreno vem do alto, tm

    resistido a suas exigncias ilegais.

    Em primeiro lugar, agarrando-me em algum tipo de pilar, ou fundao, o ensinamentoda Igreja, que a nossa salvao, eu ampliei o seu significado, dando, por assim dizer,

    as rdeas a um carregador bem adornado.2 Pois eu vejo isso como uma grande

    calamidade que a Igreja, adornada com seus grandes privilgios e os mais puros

    exemplos dos santos no passado, voltar para os primeiros rudimentos, e temer onde

    no h temor. desastroso supor que a Igreja no conhece a Deus como Ele , que ela

    1 ,no facilmente processado em Portugus.2 , .

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    se degenera em idolatria, pois se ela se afastar da perfeio em um nico jota, isso

    como uma marca permanente em um rosto formoso, destruindo pela sua feiura a

    beleza do todo. Uma coisa pequena no pequena quando leva a algo grande, nem,

    alis, algo sem importncia abandonar a antiga tradio da Igreja guardada pelosnossos antepassados, cuja conduta devemos seguir, e cuja f devemos imitar.

    Em primeiro lugar, ento, antes de falar a vs, peo a Deus Todo-Poderoso, a quem

    todas as coisas so visveis, que conhece minha pequena capacidade e minha inteno

    genuna, para abenoar as palavras da minha boca, e que me permita refrear minha

    mente e direcion-la a Ele, para andar fielmente em Sua presena, no permitindo que

    me desvie nem para a direita nem para a esquerda. Ento, peo a todo o povo de Deus,

    os escolhidos do seu sacerdcio real, com o santo pastor do ortodoxo rebanho deCristo, que representa em sua prpria pessoa o sacerdcio de Cristo, para receber este

    tratado com gentileza. Eles no devem perder tempo refletindo sobre minha

    indignidade, nem procurar eloquncia, porque estou muito consciente dos meus

    defeitos. Eles devem considerar estes pensamentos tais como aqui apresentados. O

    Reino dos Cus no consiste em palavras, mas em atos. Conquista no meu objetivo.

    Eu levanto uma mo que est lutando pela verdade - uma mo disposta sob a

    orientao divina. Confiando, ento, na verdade substancial como minha auxiliar, vouentrar no assunto que quero tratar.

    Tomei ateno s palavras daquele que a Verdade: - O Senhor teu Deus um s.

    (Dt 6, 4) e o SENHOR teu Deus que temers. A Ele servirs e pelo seu nome

    jurar. No seguireis outros deuses. (Dt. 6, 13) Mais uma vez, No fars para ti

    imagem esculpida de nada que se assemelhe ao que existe l em cima nos cus, ou

    embaixo na terra, ou nas guas que esto debaixo da terra. (xodo 20,4), e Os

    escravos de dolos se envergonham, aqueles que se gabam vazios: sua frente todosos deuses se prostram. (Sl 97, 7) Mais uma vez, Os deuses que no criaram o cu e

    a terra, desaparecero da terra e de debaixo dos cus. (Jr 10, 11) Desta forma falou

    Deus aos patriarcas e profetas e, finalmente, atravs de Seu Filho unignito, por quem

    Ele fez as eras. Ele diz: Ora, a vida eterna esta: que eles te conheam a ti, o nico

    Deus verdadeiro, e aquele que enviaste, Jesus Cristo. (Jo 17, 3) Creio em um s

    Deus, a fonte de todas as coisas, sem comeo, incriado, imortal, eterno,

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    incompreensvel, incorpreo, invisvel, incircunscrito3, sem forma. Eu acredito em um

    ser supersubstancial, uma nica divindade em trs entidades: o Pai, o Filho e o

    Esprito Santo, e apenas a Ele adoro com o culto de latria. Eu adoro um Deus, uma

    Divindade, mas trs pessoas, Deus Pai, Deus Filho que se fez carne, e Deus EspritoSanto, um s Deus. Eu no venero a criao mais do que o Criador, mas eu venero a

    criatura criada como eu sou, adotando esta criao livre e espontaneamente para que

    pudesse elevar nossa natureza e fazer-nos participantes de Sua natureza divina.

    Juntamente com o meu Senhor e Rei eu o adoro revestido de carne e osso, no como

    se fosse uma pea de roupa ou Ele como constituindo uma quarta pessoa da Trindade -

    Deus me livre disso. Essa carne divina, e perdura aps a sua ascenso. A natureza

    humana no se perdeu na Divindade, mas assim como o Verbo feito carne permaneceu

    o Verbo, ento a carne tornou-se o Verbo permanecendo carne, tornando-se assim

    uma com o Verbo atravs da unio ( ). Por isso atrevo-me a desenhar

    uma imagem do Deus invisvel, no como invisvel, mas como tendo se tornado

    visvel a ns atravs de carne e osso. Eu no desenho uma imagem da divindade

    imortal. Eu pinto a carne visvel de Deus, pois impossvel representar um esprito,

    quanto mais Deus, que d flego para o esprito.

    No entanto, os adversrios dizem: os mandamentos de Deus a Moiss, o legislador,foram: Tu devers adorar ao Senhor teu Deus, e somente a Ele, e no fars para ti

    imagem esculpida de nada que se assemelhe ao que existe l em cima nos cus, ou

    embaixo na terra, ou nas guas que esto debaixo da terra.

    Eles erram, na verdade, no conhecendo as Escrituras, porque a letra mata, enquanto o

    esprito vivifica - no encontrando na letra o significado oculto. Eu poderia dizer a

    essas pessoas, com exatido, que Ele que te ensinou isso lhe ensinaria o seguinte o

    seguinte. Oua a interpretao do legislador em Deuteronmio: E o SENHOR vosfalou do meio do fogo. Ouveis o som das palavras, mas nenhuma forma

    distinguistes. (Dt 4, 12) e logo depois: Ficai atentos a vs mesmos! Uma vez que

    nenhuma forma vistes no dia em que o SENHOR vos falou no Horeb, do meio do fogo,

    no vos pervertais fazendo para vs uma imagem esculpida em forma de dolo: uma

    figura de homem ou de mulher, figura de algum animal terrestre, de algum pssaro

    que voa no cu. (Dt 4, 15-17) E ainda: Levantando teus olhos ao cu e vendo o sol,

    3 , ou seja,no no lugar.

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    a lua, as estrelas e todo o exrcito do cu, no te deixes seduzir para ador-los e

    servi-los! (Dt 4, 19)

    Entenda que o desejado no adorar a criatura mais do que Criador, direcionandoapenas a Ele o culto de latria. Por adorao, portanto, Ele sempre a entende como o

    culto de latria. Pois, mais uma vez, Ele diz: No ters outros deuses diante de mim...

    No fars para ti imagem esculpida, de nada que se assemelhe ao que existe l em

    cima, no cu, ou c embaixo na terra, ou nas guas que esto debaixo da terra. No

    te prostrars diante desses deuses nem os servirs, porque eu sou o SENHOR teu

    Deus. (Dt 5, 7-9) E novamente, Demolireis seus altares, despedaareis suas esteias,

    queimareis seus postes sagrados e esmagareis os dolos dos seus deuses, fazendo com

    que o nome deles desaparea de tal lugar. (Dt. 12, 3) E um pouco mais adiante:No fars para ti deuses de metal fundido. (Ex. 34, 17)

    Entenda que Ele probe a fabricao de imagens para servirem como dolos, e que

    impossvel fazer uma imagem do imensurvel, incircunscrito, Deus invisvel. Voc

    ainda no viu o semblante Dele, diz a Escritura, e este foi o testemunho de So Paulo

    enquanto ele estava no meio do Arepago: Ora, se ns somos de raa divina, no

    podemos pensar que a divindade seja semelhante ao ouro, prata, ou pedra, a uma

    escultura da arte e engenho humanos. (Atos 17, 29).

    Essas prescries foram dadas aos judeus por causa de sua propenso idolatria.

    Agora ns, pelo contrrio, no estamos mais sob um jugo rigoroso. Falando

    teologicamente, isso nos dado para que evitemos erros supersticiosos, para estarmos

    com Deus no conhecimento da verdade, para adorar apenas a Deus, para desfrutar a

    plenitude do seu conhecimento. Ns j passamos a infncia, e alcanamos a perfeio

    da virilidade. Recebemos a nossa mentalidade de Deus, e sabemos o que pode serretratado em imagens e o que no pode. A Escritura diz: Ainda no vistes o Seu

    semblante. (Ex. 33, 20) Que sabedoria a do legislador. Como descrever o invisvel?

    Como retratar o inconcebvel? Como dar expresso ao ilimitado, o imensurvel, o

    invisvel? Como dar forma a imensido? Como pintar a imortalidade? Como localizar

    o mistrio? claro que quando voc contempla a Deus, que puro esprito, tornando-

    se homem por nossa causa, voc ser capaz de vesti-lo com a forma humana. Quando

    o Invisvel se torna visvel para a carne, ento possvel retratar a imagem de sua

    forma. Quando Ele, que puro esprito, sem forma ou limite, imensurvel na

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    imensido de sua prpria natureza, existindo como Deus, toma sobre Si a forma de

    servo em substncia e em estatura, e um corpo de carne, ento voc pode desenhar Seu

    semblante, e mostr-lo para qualquer pessoa disposta a contempl-lo. Retratam Sua

    condescendncia inefvel, Seu nascimento virginal, Seu batismo no Jordo, Suatransfigurao no Tabor, Seus terrveis sofrimentos, Sua morte e os milagres, as

    provas de Sua divindade, as obras que Ele realizou na carne atravs do Seu poder

    divino, Sua Cruz salvfica, Seu Sepulcro, e ressurreio e ascenso ao cu. D a isso

    toda a resistncia da gravura e da cor. No tenha medo ou ansiedade, pois existem

    diversas formas de demonstrar respeito, admirao e venerao. Abrao inclinou-se

    aos filhos de Het, homens mpios na ignorncia de Deus, quando ele comprou uma

    gruta para lhe servir de tmulo. (Gn 23, 7; Atos 7, 16) Jac prostrou-se diante de seu

    irmo Esa e do Fara do Egito, mas neste caso apoiando-se em seu cajado.4 (Gn 33,

    3) Ele se prostrou e venerou, mas no os adorou. Josu e Daniel reverenciaram um

    anjo de Deus; (Js 5, 14) mas no o adoraram. O culto de latria uma coisa, e a

    venerao que dada devido ao mrito outra. Agora, como estamos falando de

    imagens e de venerao, vamos analisar o significado exato de cada um. Uma imagem

    uma representao do original com certa diferena, pois no uma reproduo exata

    do original. Assim, o Filho a vivente, substancial, imutvel imagem do Deus

    invisvel (Colossenses 1, 15), tendo em si mesmo todo o Pai, sendo em tudo igual aele, diferindo apenas em ser gerado pelo Pai, que o Gerador; o Filho gerado. O Pai

    no procede o Filho, mas o Filho do Pai. por meio do Filho, mas no depois dele,

    que Ele o que , o Pai que gera. Em Deus, tambm, h representaes e imagens de

    seus atos futuros, isto , o Seu conselho desde toda a eternidade, que sempre

    imutvel. Aquilo que divino imutvel; no h nenhuma mudana Nele, nem

    sombra de mudana. (Tiago 1, 17) O venervel Denis, (o cartuxo [i.e., Pseudo-

    Dionsio]), que fez das coisas divinas na presena de Deus seu objeto de estudo, diz

    que essas representaes e imagens so apresentadas com antecedncia. Em Seus

    conselhos, Deus tem observado e preparado tudo o que Ele faria, os eventos futuros

    imutveis antes que venham a acontecer. Da mesma forma, um homem que queira

    construir uma casa deve primeiro pensar e arquitetar um plano. Mais uma vez, as

    coisas visveis so imagens das coisas invisveis e intangveis, nas quais apenas

    lanam uma luz fraca. As Escrituras Sagradas vestem em imagens Deus e os anjos, e o

    mesmo santo homem (venervel Dionsio) explica o porqu. Quando as coisas

    4

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    sensveis expressam suficientemente o que est alm dos sentidos, e do forma ao que

    intangvel, um meio seria contado imperfeito de acordo com nosso padro, se no

    representa totalmente a viso material, ou se exigisse um esforo da mente. Se,

    portanto, a Sagrada Escritura, que prev a nossa necessidade, nunca coloca diante dens o que intangvel, veste em carne, ela no faz uma imagem do que , portanto,

    investido com a nossa natureza, e trouxe para o nvel de nossos desejos, ainda

    invisveis? Certa concepo atravs dos sentidos toma, assim, lugar no crebro, o que

    no existia antes, e transmitido para a faculdade do juzo, e adicionado ao

    armazenamento mental. Gregrio, que to eloquente a respeito de Deus, diz que a

    mente, que violentamente posta alm das coisas corpreas, incapaz de faz-lo.

    Porque os atributos invisveis de Deus, desde a criao do mundo se tornam visveis

    atravs de imagens. (Rm 1, 20) Vemos imagens na criao que nos lembram

    vagamente de Deus, como quando, por exemplo, falamos da santa e adorvel

    Trindade, imaginamos pelo sol, luz, raios ardentes, por uma fonte, um rio cheio, pela

    mente, discurso, o esprito dentro de ns, por uma roseira, uma flor brotando, ou uma

    fragrncia doce.

    Mais uma vez, uma imagem expresso de algo no futuro, misticamente

    sombreamento o que est a acontecer. Por exemplo, a arca representa a imagem deNossa Senhora, Me de Deus,5o mesmo acontece com o povo e o vaso de barro. A

    serpente traz diante de ns aquele que venceu na cruz a picada da serpente original; o

    mar, a gua, e a nuvem a graa do batismo. (I Corntios 10, 1)

    Mais uma vez, as coisas que existiram, so expressas por imagens para a memria ou

    milagre, honra ou desonra, bem ou mal, para ajudar aqueles que olham para ela em

    tempos posteriores para que possam evitar os males e imitar a bondade. Trata-se de

    dois tipos, a imagem escrita nos livros, como quando Deus tinha a lei inscrita emtbuas, e quando ele ordenou que as vidas dos homens santos fossem registradas e

    memoriais sensveis fossem preservados na lembrana; como, por exemplo, o vaso de

    barro e o cajado na arca (Ex. 34, 28; Hb. 9, 4). Ento, agora ns preservamos, por

    escrito, as imagens e as boas aes do passado. Ou, ento, removemos as imagens

    completamente e ficamos fora da harmonia com Deus, que fez essas regras, ou as

    5

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    recebemos com a linguagem e na maneira que lhes convm. Ao falar da maneira,

    vamos entrar na questo do culto.

    O culto o smbolo de venerao e de honra. Vamos entender que existem diferentesgraus de culto6. Primeiro de tudo a culto de latria, que mostram a Deus, o nico que,

    por natureza, digno de adorao. Quando, por causa de Deus, que cultuado por

    natureza, que honramos os Seus santos e servos, como Josu e Daniel cultuavam um

    anjo, e David Seus lugares sagrados, quando se diz: Vamos para o lugar onde seus

    ps tm resistido. (Sl 132, 7) Mais uma vez, em suas tendas, como quando todo o

    povo de Israel adorava na tenda, e em p ao redor do templo em Jerusalm, fixando o

    seu olhar sobre ele de todos os lados, e adorando desde aquele dia at hoje, os

    governantes estabelecidos por Ele, como Jac prestado homenagem a Esa, seu irmomais velho, (Gn 33, 3) e ao fara, o governante divinamente estabelecido. (Gn 47,7)

    Jos era cultuado por seus irmos. (Gn 50, 18) Estou ciente de que o culto foi baseado

    em honra, como no caso de Abrao e os filhos de Emor (Gn 23, 7). Ou, ento,

    acabamos com o culto, ou recebemos totalmente de acordo com a sua medida

    apropriada.

    Responda-me esta pergunta. H um s Deus? Voc responde: Sim, h apenas um

    Legislador. Por que, ento, que Ele ordena coisas contraditrias? Os querubins no

    esto fora da criao; por que, ento, ele permite querubins esculpidos pela mo do

    homem para cobrir o propiciatrio? No evidente que, como impossvel fazer uma

    imagem de Deus, que incircunscrito e impassvel, ou de um gosto de Deus, a criao

    no deve ser adorada como Deus. Ele permite a imagem dos querubins que esto

    circunscritas, e prostrados em adorao diante do trono divino, seja feita, e, assim,

    prostrados para cobrir o propiciatrio. Convinha que a imagem dos coros celestiais

    devesse cobrir os mistrios divinos. Voc diria que a arca e os anjos e propiciatriono foram feitos? No foram eles produzidos pela mo do homem? Eles no so feitos

    do que vocs chamam de matria desprezvel? O que foi o prprio tabernculo? No

    foi uma imagem? No era um modelo e uma figura? Da as palavras do Santo

    Apstolo sobre as observncias da lei: Que vos servir o exemplo e sombra das coisas

    celestiais. Como j foi respondido a Moiss, quando ele estava para terminar o

    6Nota do revisor: Por falta de palavras prprias da lngua, usa-se em certas vezes grau de culto, um grauinferior de culto refere-se a venerao, prestar honra, e o grau absoluto adorao que s compete a Deus.

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    tabernculo: Veja (Ele diz) que faas todas as coisas de acordo com o modelo que

    te foi mostrado no monte. (Hb. 8, 5; Ex. 25, 40) Mas a lei no era uma imagem.

    envolta da imagem. Nas palavras do mesmo Apstolo, a lei contm a sombra dos

    bens vindouros, no a imagem dessas coisas. (Hb 10, 1) Pois, se a lei deve proibirimagens, e ainda assim ser uma precursora de imagens, o que devemos dizer? Se o

    tabernculo era uma figura e o tipo de um tipo, por que a lei no probe fazer imagem?

    Mas este no no mnimo o caso. H um tempo para tudo. (Eclesiastes 3, 1)

    Desde a antiguidade, Deus o incorpreo e incircunscrito nunca foi retratado. Agora, no

    entanto, quando Deus visto revestido de carne, e conversando com os homens, (Bar.

    3,38) eu fao uma imagem do Deus a quem eu vejo. Eu no adoro a matria, Eu adoro

    o Deus da matria, que se tornou matria para o meu bem, e se dignou a habitar amatria, e trabalhou a minha salvao atravs da matria. Eu no vou deixar de honrar

    essa matria que trabalha a minha salvao. Eu venero-a, mas no como Deus. Como

    Deus poderia nascer de coisas inanimadas? E se o corpo de Deus Deus pela unio

    ( ), imutvel. A natureza de Deus permanece a mesma de antes, a

    carne criada em tempo vivificada por uma alma lgica e racional. Eu honro toda a

    matria, alm disso, eu a venero. Atravs dela, cheio, por assim dizer, com um poder

    divino e graa, minha salvao veio a mim. No foi trs vezes feliz e trs vezesabenoada madeira da Cruz, matria? No era a sagrada e santa montanha Calvrio,

    matria? O que dizer da rocha vivificante, o Santo Sepulcro, a fonte de nossa

    ressurreio: no eram importantes? No o santssimo livro dos Evangelhos,

    matria? No a mesa abenoada que nos d o po da vida, matria? No so da

    matria de ouro e prata, que a cruz, a placa do altar e os clices so feitos? E antes de

    todas essas coisas, no so o corpo e o sangue de nosso Senhor, matria? Ou acaba-se

    com a venerao e culto devido a todas estas coisas, ou submete-se a tradio da

    Igreja, no culto as imagens, honrando a Deus e Seus amigos, e seguindo esta a graado Esprito Santo. No despreze a matria, pois no desprezvel. Nada do que Deus

    tem feito . Esta heresia maniquesta. Isso por si s desprezvel, que no vem de

    Deus, mas da nossa prpria inveno, a escolha espontnea da vontade para ignorar

    a lei natural - ou seja, o pecado. Se, portanto, voc desonra e abandona as imagens,

    porque elas so produzidas pela matria, considere o que a Escritura diz: E o Senhor

    falou a Moiss, dizendo: Depois Falou O Senhor A Moiss, Dizendo: Eis que eu

    tenho chamado por nome a Bezalel, o filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Jud, E o

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    enchi do Esprito de Deus, de sabedoria, e de entendimento, e de cincia, em todo o

    lavor, Para elaborar projetos, e trabalhar em ouro, em prata, e em cobre, E em

    lapidar pedras para engastar, e em entalhes de madeira, para trabalhar em todo o

    lavor. E eis que eu tenho posto com ele a Aoliabe, o filho de Aisamaque, da tribo deD, e tenho dado sabedoria ao corao de todos aqueles que so hbeis, para que

    faam tudo o que te tenho ordenado.. (Ex. 31, 1-6) E ainda: Falou mais Moiss a

    toda a congregao dos filhos de Israel, dizendo: Esta a palavra que o SENHOR

    ordenou, dizendo: Tomai do que tendes, uma oferta para o SENHOR; cada um, cujo

    corao voluntariamente disposto, a trar por oferta alada ao SENHOR: ouro,

    prata e cobre, Como tambm azul, prpura, carmesim, linho fino, plos de cabras, E

    peles de carneiros, tintas de vermelho, e peles de texugos, madeira de accia, E azeite

    para a luminria, e especiarias para o azeite da uno, e para o incenso aromtico. E

    pedras de nix, e pedras de engaste, para o fode e para o peitoral. E venham todos

    os sbios de corao entre vs, e faam tudo o que o SENHOR tem mandado; (Ex.

    35, 4-10). Veja aqui a glorificao da matria que voc trata com inglria. O que

    mais insignificante do que o cabelo de cabra ou cores? No so vermelho e roxo e

    cores de jacinto? Agora, considere a obra do homem, tornando-se a semelhana dos

    querubins. Como, ento, voc pode fazer da lei um pretexto para abandonar o que

    ordenado? Se voc usa-a contra as imagens, voc deve guardar o sbado, e praticar acircunciso. certo que Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes

    circuncidar, Cristo de nada vos aproveitar.E de novo protesto a todo o homem, que

    se deixa circuncidar, que est obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de

    Cristo, vs os que vos justificais pela lei; da graa tendes cado.(Gl 5, 2-4) O antigo

    Israel no viu Deus, mas vimos glria a glria do Senhor face a face. (II Cor. 3.18).

    Ns O proclamamos tambm pelos nossos sentidos em todos os lados, e santificamos

    o sentido mais nobre, que o da viso. A imagem um memorial, exatamente o queas palavras so para um ouvido atento. O que um livro para os alfabetizados, uma

    imagem para o analfabeto. A imagem fala aos olhos como palavras ao ouvido, que

    nos traz a compreenso. Por isso, Deus ordenou que a arca fosse feita de madeira

    incorruptvel, e fosse dourada dentro e por fora, e as tbuas fossem colocadas nela, e

    os anjos e a urna de ouro contendo o man, para um memorial do passado e um tipo de

    futuro. Quem pode dizer que no eram imagens e arautos do futuro? E eles no esto

    pendurados nas paredes do tabernculo; mas a vista de todas as pessoas que olhavam

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    para eles, eles foram trazidos para frente para o louvor e adorao a Deus, que fez uso

    deles. evidente que eles no eram adorados por si mesmos, mas que as pessoas que

    eram levadas por eles a lembrar dos sinais do passado, e para adorar o Deus de

    maravilhas. Eram imagens que servem como lembranas, e no divinos, mas levandoa coisas divinas pelo poder divino.

    E Deus ordenou que doze pedras fossem retiradas do Jordo, e especificou o motivo.

    Pois ele diz: E falou aos filhos de Israel, dizendo: Quando no futuro vossos filhos

    perguntarem a seus pais, dizendo: Que significam estas pedras?Fareis saber a vossos

    filhos, dizendo: Israel passou em seco este Jordo. (Js 4, 21-22) Como, ento, no

    devemos gravar em imagem as dores salvficas e as maravilhas de Cristo nosso

    Senhor, de modo que quando o meu filho me perguntar: O que isso?, Eu possaposso dizer, que Deus, o Verbo se fez homem, e que por causa dele no s Israel

    passou pela Jordo, mas toda a raa humana ganhou a felicidade original. Por meio

    dele a natureza humana surgiu das profundezas da terra mais elevada do que os cus, e

    na sua pessoa sentou-se no trono que Seu Pai havia preparado para Ele.

    Mas o adversrio diz: Faa uma imagem de Cristo ou de sua me, que lhe concebeu

    (thV qeotokou) e que isso seja suficiente. que loucura essa! Em sua prpria

    exibio, voc est absolutamente contra os santos. Para se fazer uma imagem de

    Cristo e no dos santos, evidente que voc no renega as imagens, mas a honra dos

    santos. Voc faz esttuas na verdade de Cristo, como de um glorificado, enquanto

    voc rejeita os santos como indignos de honra, e chama a verdade de falsidade. Eu

    vivo, diz o Senhor,e glorificarei quem me glorificar. (I Sam. 2, 30). E o Apstolo

    divino: Assim que j no s mais servo, mas filho; e, se s filho, s tambm herdeiro

    de Deus por Cristo(Gl 4, 7) Mais uma vez, se certo que com ele padecemos, para

    que tambm com ele sejamos glorificados. (Rom. 8.17) no esto travando umaguerra contra as imagens, mas contra os santos. So Joo, que repousava sobre Seu

    peito, diz que seremos semelhantes a Ele (I Jo 3, 2): assim como um homem pelo

    contato com o fogo torna-se fogo, no por natureza, mas pelo contato e pela queima e

    por participao, ento isso, que eu entendo, com a carne do Filho de Deus

    crucificado. Essa carne, pela participao atravs da unio ( ) com a

    natureza divina, era imutvel de Deus, no em virtude da graa de Deus, como foi o

    caso de cada um dos profetas, mas pela presena da Prpria Fonte. Deus, diz a

    Escritura, estava na sinagoga dos deuses (Sl 82, 1), pois os santos tambm so

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    deuses (Salmo 82, 6; Joo 10, 34). So Gregrio toma as palavras: Deus est no

    meio dos deuses, para significar que ele discrimina os vrios mritos deles. Os santos

    em sua vida foram cheios do Esprito Santo, e quando eles no esto mais aqui, Sua

    graa, permanece com seus espritos e com seus corpos em seus tmulos, e tambmcom suas semelhanas e imagens santas, no por natureza, mas pela graa e poder

    divino.

    Deus cobrava Davi para Lhe edificar um templo atravs de seu filho, e preparar um

    lugar de descanso. Salomo, na construo do templo, fez os querubins, como o livro

    dos Reis diz. E ele cobria os querubins de ouro, e todas as paredes em um crculo, ele

    esculpia os querubins, as palmas das mos para dentro e para fora, em um crculo, e

    no dos lados, seja observado. E havia touros e lees e roms. (I Rs. 6,28-29) No mais conveniente decorar as paredes da casa do Senhor, com formas e imagens

    sagradas e no com animais e plantas? Onde est a lei declarando: No fars imagem

    de escultura? Mas Salomo recebeu o dom da sabedoria, imaginando o cu, fez os

    querubins, e as imagens de touros e lees, que a lei probe. Agora, se fizermos uma

    esttua de Cristo, e semelhanas dos santos, no seremos cheios do Esprito Santo por

    aumentar a piedade da nossa homenagem? Assim ento as pessoas e o templo foram

    purificados no sangue e em holocaustos, (Hb 9, 13) e agora o sangue de Cristo dandotestemunho sob Pncio Pilatos, (I Tm 6, 13) e sendo ele prprio o primeiro fruto dos

    mrtires, a Igreja edificada sobre o sangue dos santos. Ento, os sinais e formas de

    animais, sem vida, figuraram diante do tabernculo humano, os prprios mrtires que

    eles estavam se preparando para a morada de Deus.

    Ns retratamos Cristo como nosso Rei e Senhor, e no privamos os de seu exrcito.

    Os santos constituem o exrcito do Senhor. Deixe o rei terreno demitir seu exrcito

    antes que ele desista de seu Rei e Senhor. Deixe-o colocar fora do roxo antes que elejogue fora a honra longe de seus homens mais valentes que conquistaram suas

    paixes. Porque, se os santos so herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo (Rm 8, 17)

    que sero tambm participantes da glria divina da soberania. Se os amigos de Deus

    tem tido uma parte nos sofrimentos de Cristo, como eles no devem receber uma parte

    de Sua glria, mesmo na terra? Eu no os chamo de servos, nosso Senhor diz: sois

    meus amigos. (Jo 15, 15) Devemos ento priv-los da honra dadas a eles pela Igreja?

    Que audcia! Que arrojo da mente, para combater a Deus e seus mandamentos! Voc,

    que se recusa a cultuar a imagem, deveria no cultuar o Filho de Deus, a Viva imagem

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    do Deus invisvel (Colossenses 1, 15) e sua forma imutvel. Eu venero a imagem de

    Cristo como Deus encarnado, a de Nossa Senhora ( ), a Me de todos

    ns, como a Me do Filho de Deus; e tambm os santos como os amigos de Deus. Eles

    resistiram o pecado at o sangue, e seguiram a Cristo em derramar seu sangue por Ele,que derramou Seu sangue por eles. Eu registrei as excelncias e os sofrimentos

    daqueles que andaram nos seus passos, para que eu me santifique e seja despedido

    com o zelo de imitao. So Baslio diz: Honrando a imagem dirijo-me ao original.

    Se voc levanta igrejas para os santos de Deus, eleve tambm os seus trofus. O

    templo antigo no foi construdo em nome de qualquer homem. A morte dos justos era

    uma causa de lgrimas, no de festa. Um homem que tocava um cadver era

    considerado impuro, (Nm 19 11), mesmo se o cadver fosse o prprio Moiss. Mas

    agora as relquias dos santos so mantidas com regozijo. O corpo de Jac foi chorado,

    enquanto h alegria sobre a morte de Estevo. Portanto, ou desistimos das

    comemoraes solenes dos santos, que no esto de acordo com a lei antiga, ou

    aceitamos as imagens que so tambm contra ela, como voc diz. Mas impossvel

    no manter com alegria as memrias dos santos. Os santos Apstolos e os Padres so

    unnimes em que ordena-los. A partir do momento que Deus, o Verbo se fez carne Ele

    como ns somos em tudo, exceto no pecado, e da nossa natureza, sem confuso. Ele

    tornou divina a nossa carne para sempre, e estamos deveras, santificados pela Suadivindade e da unio de Sua carne com isso. E a partir do momento que Deus, o Filho

    de Deus, impassvel em razo de sua divindade, escolheu sofrer voluntariamente,

    limpou a nossa dvida, pagando tambm por ns um resgate mais completo e nobre.

    Estamos verdadeiramente livres atravs do sangue sagrado do Filho, intercedendo por

    ns junto ao Pai. E estamos realmente livres da corrupo desde que Ele desceu ao

    inferno para as almas detidas l atravs dos sculos (I Ped. 3.19) e deu liberdade aos

    cativos, deu vista aos cegos, (Mt 12, 29) e acorrentou o mais forte.7Levantou-se na

    plenitude de seu poder, mantendo-se na carne de imortalidade que ele havia tomado

    por ns. E j que nascemos de novo da gua e do Esprito, somos verdadeiramente

    filhos e herdeiros de Deus. Da So Paulo chama os fiis santos, (I Corntios. 1, 2),

    portanto, ns no nos afligimos, mas nos alegramos com a morte dos santos. Estamos,

    ento, estamos debaixo da graa (Rm 6, 14), sendo justificados pela f (Rm 5, 1) e

    conhecemos o nico Deus verdadeiro. O homem justo no obrigado pela lei. (I Tm

    1, 9) No somos mantidos pela letra da lei, nem servimos como crianas, (Gal. 4, 1),

    7 .

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    mas crescemos na propriedade perfeita do homem que alimentados com alimentos

    slidos, e no sobre o que conduz idolatria. A lei boa, como uma luz que brilha em

    lugar escuro, at o dia amanhecer. Seus coraes j foram iluminados, a gua viva do

    conhecimento de Deus foi derramada ao longo dos mares tempestuosos do paganismo,e todos ns podemos conhecer a Deus. A velha criao faleceu, e todas as coisas esto

    renovadas. O santo Apstolo Paulo disse a So Pedro, o chefe dos Apstolos:8Se tu,

    sendo judeu, vives como gentio e no judeu, como voc vai convencer os pagos a

    fazerem o que os judeus fazem? (Gl 2.14) E aos Glatas: E atesto novamente, a todo

    homem que se circuncidar: ele est obrigado a observar toda a lei.(Gl 5, 3).

    Desde a antiguidade eles que no conhecem a Deus, adoram falsos deuses. Mas agora,

    conhecendo a Deus, ou melhor, sendo conhecidos por Ele, como podemos retornar arudimentos descalos e nus? (Gl 4, 8-9) Olhei para a forma humana de Deus e minha

    alma foi salva. Eu contemplo a imagem de Deus, como fez Jac, (Gn 32, 30), embora

    de uma maneira diferente. Jac ecoou o conhecimento do futuro, vendo com vista

    imaterial, enquanto a imagem daquele que visvel carne queimada em minha

    alma. A sombra, lenos e as relquias dos apstolos curavam da doena e colocavam

    os demnios em fuga. (Atos 5, 15) Como, ento, no deve a sombra e as esttuas dos

    santos serem glorificados? Ou acaba com a venerao de toda a matria, ou no sejainovador. No perturbe os limites dos sculos, colocado por seus pais. (Provrbios 22,

    28)

    No apenas por escrito que eles nos legaram a tradio da Igreja, mas tambm em

    certos exemplos no escritos. No vigsimo stimo livro de sua obra, em trinta

    captulos, dirigidos a Anfilquio sobre o Esprito Santo, So Baslio diz: Nos ensinos

    aceitos e dogmas da Igreja, temos algumas coisas por documentos escritos, outras

    que recebemos em mistrio da tradio apostlica. Ambos so de igual valor para ocrescimento da alma. Ningum vai disputar isto, quem considera at mesmo um pouco

    a disciplina da Igreja. Pois se negligenciarmos os costumes no escritos, como no

    tendo muito peso nos enterramos no esquecimento os fatos mais relevantes

    relacionados com o Evangelho. Estas so palavras do grande Baslio. Como sabemos

    qual o Santo lugar do Calvrio, ou do Santo Sepulcro? Ser que no descansa sobre

    uma tradio, transmitida de pai para filho? Est escrito que nosso Senhor foi

    8 .

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    crucificado no Calvrio, e enterrado em um tmulo, que Jos cavou na rocha; (Mt 27,

    60), mas a tradio no escrita que identifica esses pontos, e faz mais coisas do

    mesmo tipo. De onde vm as trs imerses no batismo, orando com o rosto voltado

    para o leste, e da tradio dos mistrios?9

    Assim diz So Paulo: Portanto, irmos,estai firmes e retende as tradies que voc aprendeu, quer por palavra, quer por

    nossa epstola. (II Tess. 2, 15) Assim, ento, muito mais tem sido transmitido na

    Igreja, e observado at os dias de hoje, por que denegrir as imagens?

    Se voc antecipar certas prticas, elas no incriminam nossa venerao s imagens,

    mas a adorao de pagos que as tornam dolos. Porque pagos fazem loucamente,

    isto no motivo para contestar a nossa prtica piedosa. Se os mesmos magos e

    feiticeiros usam splica, o mesmo acontece com a Igreja, com os catecmenos, osprimeiros invocam os demnios, mas a Igreja apela a Deus contra demnios. Pagos

    tm levantado imagens para demnios, a quem eles chamam de deuses. Agora temos

    as levantado para o Deus encarnado, a Seus servos e amigos, que so prova contra as

    hostes diablicas.

    Se, mais uma vez, voc objetar que o grande Epifnio rejeitou completamente

    imagens, eu diria, em primeiro lugar: o trabalho em questo fictcio e inautntico.

    Ele leva o nome de algum que no escreveu, o que costumava ser geralmente feito.

    Em segundo lugar, sabemos que o bem-aventurado Atansio ops-se que os corpos de

    santos fossem colocados em caixas, e que ele preferia seu enterro no cho, desejando

    evitar o estranho costume dos egpcios, que no enterrar os seus mortos debaixo da

    terra, mas os colocavam em camas e sofs. Assim, supondo-se que ele realmente

    escreveu esta obra, o grande Epifnio, querendo corrigir algo do mesmo tipo, ordenou

    que as imagens no devem ser usadas. A prova de que ele no fez objeo s imagens,

    pode ser encontrada em sua prpria igreja, que adornada com imagens at hoje. Emterceiro lugar, a exceo no uma lei da Igreja, e uma andorinha s no faz vero,

    como parece a Gregrio, o Telogo, e verdade. Nem pode uma expresso derrubar a

    tradio de toda a Igreja que est espalhada por todo o mundo.

    9 -- A Missa.

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    Aceite, portanto, o ensino das Escrituras e os escritores espirituais. Se a Escritura

    chama de os dolos pagos ouro e prata, e obras da mo do homem (Sl 135,15) no

    probe a venerao de coisas inanimadas, ou a obra do homem, mas a adorao de

    demnios.

    Vimos que os profetas veneravam os anjos, os homens, os reis, os mpios, e at

    mesmo um lder. David diz: E voc adora escabelo de seus ps. (Salmo 99,5),

    falando em nome de Deus, diz: O cu o meu trono, e a terra escabelo dos meus

    ps. (Isaias 66,1) Agora, evidente para todos que os cus e a terra so coisas

    criadas. Moiss, tambm, e Aaro com todas as pessoas adoraram o trabalho de mos.

    So Paulo, o gafanhoto de ouro 10da Igreja, diz em sua Epstola aos Hebreus: Mas,

    vindo Cristo, sumo sacerdote do bem que est por vir, atravs de um maior e maisperfeito tabernculo, no feito mo (Hebreus 9, 11), que no desta criao.E,

    mais uma vez, Eis por que Cristo entrou, no em santurio feito por mos de

    homens, que foi apenas figura do santurio verdadeiro, mas no prprio cu...

    (Hebreus 9, 24) Assim, as antigas coisas santas, o tabernculo, e tudo dentro dele,

    foram feitas pelas mos, e ningum nega que eles foram venerados.

    AUTENTICO TESTEMUNHO DE ANTIGOS PADRES A FAVOR DAS

    IMAGENS

    So Dionsio, o areopagita. De sua carta ao bispo Tito.

    Em vez de anexar a concepo comum s imagens, devemos olhar para o que elas

    simbolizam, e no desprezes a marca divina e carter que eles retratam, como

    imagens sensveis de vises misteriosas e celestiais.

    Comentrio: A marca que ele nos adverte para no desprezarmos as imagens

    sagradas.

    O mesmo, Sobre os nomes Divinos..

    10.

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    Temos tomado a mesma linha. Por um lado, atravs da linguagem velada da

    Escritura e com a ajuda da tradio oral, as coisas intelectuais so entendidas

    atravs de entes sensveis, e as coisas acima da natureza por parte das coisas que so.

    Formas so dadas para o que imaterial e sem forma, e a perfeio imaterial estvestida e multiplicada em uma variedade de diferentes smbolos.

    Comentrio. - Se um bom trabalho para vestir com tamanho e forma, de acordo com

    o nosso padro, o que sem forma, sem forma e sem consistncia, como no devemos

    fazer imagens de ns mesmos, da mesma forma das coisas percebidas atravs da

    forma e forma, para que possamos t-los em mente, e ser transferido para imitar o que

    eles representam.

    O mesmo, sobre a Hierarquia Eclesistica..

    Agora, se as substncias (ousiai) e ordens acima de ns, das quais j fizemos

    meno reverente, esto sem corpos, sua hierarquia de sentido intelectual e

    superior.

    Ns fornecemos pela variedade de smbolos sensveis a ordem visvel, o que est deacordo com a nossa prpria medida. Esses smbolos sensveis nos levam naturalmente

    a concepo intelectual, a Deus e Seus atributos divinos. Mentes espirituais formam

    suas prprias concepes espirituais, mas somos levados viso divina por imagens

    sensveis..

    Comentrio: Se, ento, racional que somos levados viso divina por imagens

    sensveis, e se a Divina Providncia misericordiosamente roupas em forma e a

    imagem que est fora ou para o nosso benefcio, o que est l indecorosa sobre

    imagem, de acordo com a nossa capacidade, Ele que graciosamente disfarado Si

    mesmo por ns, em contedo e forma?

    A tradio chegou at ns que Angaros, o rei de Edessa, foi levado com veemncia ao

    amor divino por ouvir de nosso Senhor,11e que ele enviou emissrios para pedir Sua

    imagem. Se isto foi recusado, eles foram obrigados a ter uma imagem pintada. Ento

    11 .

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    Ele, que onisciente e todo-poderoso, dito ter pegado uma tira de pano, e

    pressionado a Sua face, e deixado Sua semelhana sobre o pano, que se mantm at

    hoje.

    Sermo de So Baslio sobre o Mrtir So Barlao, incio: Em primeiro lugar, a

    morte dos santos.. (340 d.C)

    Levantem-se, vocs pintores renomados de atos corajosos que estabeleceram pela

    sua arte uma fraca imagem do General. Meu louvor do vencedor louro-coroado

    fraco em comparao com as cores do seu pincel. Vou desistir de escrever sobre as

    excelncias do mrtir que voc coroou. Regozijo-me com a vitria a-dia por sua

    fora. Eu contemplo a mo que estendeu s chamas, mais poderosas tratadas porvoc. Eu vejo a luta mais claramente retratada em sua esttua. Deixe que os

    demnios se enfuream mesmo agora, superados por excelncias do mrtir que voc

    revela. Que a mo poderosa seja novamente estendida para a vitria. Que Cristo,

    nosso Senhor, o juiz supremo da guerra, aparea na pintura. A ele seja a glria para

    todo o sempre. Amem.

    Do mesmo, a partir dos trinta captulos para Anfilquio, sobre o Esprito Santo.

    Cap. XVIII.

    A imagem do rei tambm chamada rei, e no h dois reis em consequncia. Nem

    o poder dividido, nem a glria distribuda. Assim como o poder que reina sobre ns

    um, assim a nossa homenagem uma, no muitas, e a honra dada imagem

    remonta ao original. O que a imagem est no primeiro caso como uma representao,

    assim o Filho por Sua humanidade, e como na arte a semelhana est de acordo

    com a forma, por isso, a natureza divina e a incomensurvel () unio realizada na comunho da divindade.

    Comentrio: Se a imagem do rei o rei, a imagem de Cristo Cristo, e a imagem de

    um santo o santo, e se o poder no est dividido nem glria distribuda, honrando a

    imagem torna-se honrar o que est estabelecido na imagem. Demnios tm medo dos

    santos, e fugiram de sua sombra. A sombra uma imagem, e eu fao uma imagem que

    eu possa assustar demnios. Se voc disser que s culto intelectual convm a Deus,

    tire todas as coisas corpreas, luz, incenso, a orao se for atravs da voz fsica, os

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    prprios mistrios divinos que so oferecidos atravs da matria, po e vinho, o leo

    do crisma, o sinal da Cruz, pois tudo isso a matria. Tire a cruz e a esponja da

    crucificao, e a lana que perfurou o lado que d vida. Ou desiste de honrar essas

    coisas como impossveis, ou no rejeite a venerao das imagens. A matria dotadade um poder divino atravs da orao feita para aqueles que esto representados na

    imagem. Roxo por si simples, e assim tambm seda, e a capa, que feita de em

    ambos. Mas se o rei coloc-la, o manto recebe a honra da honra devida ao usurio.

    Assim com a matria. Por si s, no importante, mas se o que foi apresentado na

    imagem cheio de graa, os homens se tornam participantes da sua graa, de acordo

    com sua f. Os apstolos conheceram nosso Senhor com os olhos corporais, outros

    conheceram os apstolos, outros os mrtires. Eu, tambm, desejo v-los no esprito e

    na carne, e possuir um remdio salvador como eu sou um ser composto. Eu vejo com

    meus olhos, e reverencio o que representa o que eu honro, embora eu no o adoro

    como Deus. Agora voc, talvez, seja superior a mim, e est acima das coisas

    corporais, e seja, por assim dizer, no de carne, voc fazer luz sobre o que visvel,

    mas como eu sou humano e revestido de um corpo, eu desejo ver e ser corporalmente

    com os santos. Condescender com a minha humildade, desejo de que voc possa estar

    seguro de suas alturas. Deus aceita o meu desejo para ele e para os seus santos. Pois

    Ele se alegra nos louvores de Seu servo, de acordo com o grande so Baslio em seupanegrico dos Quarenta Mrtires. Oua as palavras que ele proferiu em homenagem o

    So Gordion mrtir.

    Do Sermo de So Baslio sobre So Gordion

    A mera lembrana de aes apenas uma fonte de alegria espiritual para todo o

    mundo, as pessoas so movidas a imitar a santidade daqueles a quem eles ouvem. A

    vida dos homens santos como uma luz que ilumina o caminho para aqueles quequerem v-las. E, novamente, quando contamos a histria das santas vidas

    glorificamos em primeiro lugar, o senhor daqueles servos, e ns damos louvor aos

    servos por conta de seu testemunho, que conhecido por ns. Regozijamo-nos o

    mundo atravs de um bom testemunho.

    Comentrio: -A lembrana dos santos assim, voc v, a glria de Deus, o louvor

    dos santos, alegria e salvao para o mundo inteiro. Por que, ento, voc destruiria

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    isso? Esta lembrana mantida pela pregao e pelas imagens, diz o mesmo grande

    So Baslio.

    O mesmo, sobre So Gordion Mrtir

    Assim como a queima segue naturalmente no fogo, e a fragrncia no perfume doce,

    muito bem deve surgir a partir de aes sagradas. Por isso no pouca coisa

    representar acontecimentos passados de acordo com a vida. uma vaga lembrana

    de lutas dos homens, que chegou at ns, e a imagem do pintor no concorda com

    nosso conflito atual? Agora, como pintores desenham imagens a partir de imagens,

    frequentemente afastam-se do original, tanto quanto a imagem prpria faz, e como

    ns no vemos o que elas representam, no h nenhum pouco de medo de nspodermos ferir a verdade.

    O mesmo, no final.

    O sol nos enche de admirao perptua, embora sempre diante de ns, ento a

    memria deste homem est sempre atual.

    Comentrio -. evidente que sempre atual atravs do sermo e da imagem.

    Testemunho do mesmo, de seu Sermo sobre os Quarenta Mrtires.

    Pode o amante dos mrtires ter muito de sua memria? Pois a honra mostrada aos

    justos, nossos semelhantes, um testemunho da bondade de nosso Senhor em

    comum.

    E novamente:

    Reconhecer o bem-aventurado mrtir sinceramente, voc pode ser um mrtir na

    vontade; assim, sem perseguidor, fogo ou golpes, considerado digno da mesma

    recompensa.

    Comentrio:Como, ento, voc me desencoraja de honrar os santos, e tem inveja da

    minha salvao? Oua o que ele diz um pouco mais para mostrar que ele uniu a arte

    do pintor oratria.

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    So Baslio

    Veja, ento, que coloc-los diante de ns em representao, estamos tornando-os

    teis para a vida, exibindo a sua santidade para todos ns como se fosse um quadro.

    Comentrio: Voc entende que tanto a imagem, quanto sermo, ensinam uma lio?

    Ele diz: Vamos mostrar a eles atravs de sermo como se fosse uma imagem. E

    ainda: Escritores e pintores apontam as lutas na guerra, o primeiro pela arte de estilo, o

    segundo com o seu pincel, e cada um induz muitos a serem corajoso. Aquilo que a fala

    apresenta a audio, uma imagem silenciosa retrata por imitao.

    Comentrio: Que melhor prova temos do que as imagens so os livros dosanalfabetos, os arautos que falam sempre de honrar os santos, ensinando aqueles que

    contemplam as sem palavras, e santificam o espectador. Eu no tenho muitos livros

    nem tempo para o estudo, e eu vou a uma igreja, o refgio comum das almas, a minha

    mente est cansada com pensamentos conflitantes. Vejo diante de mim uma bela

    imagem e a vista de atualiza, e induz-me a glorificar a Deus. Eu fico maravilhado com

    a resistncia do mrtir, com sua recompensa, e admirado com o zelo ardente, eu

    reclino para adorar a Deus atravs de Seu mrtir, e receber a graa da salvao. Voc

    no ouviu o mesmo santo padre em sua homilia sobre o incio dos Salmos, dizer que oEsprito Santo, sabendo que a raa humana estava obstinada e difcil de conduzir,

    misturou mel com o salmo cantando? O que voc diz a isso? No devo perpetuar o

    testemunho do mrtir tanto pela palavra quando pelo pincel? No devo abraar com

    meus olhos o que uma maravilha para os anjos e para o mundo inteiro, formidveis

    para o diabo, um terror para os demnios, como o mesmo grande padre diz?

    Novamente, no final de sua homilia sobre os quarenta mrtires ele exclama:

    grupo santo! fraternidade sagrada! exrcito invencvel! protetores da raa

    humana, consolo do conturbado, esperana de seus peticionrios, intercessores mais

    poderosos, luz do mundo, florescem tanto intelectual quanto materialmente as

    Igrejas! A terra no os oculta de sua vista, o cu os recebeu. Que os portes estejam

    abertos para vocs. O espetculo digno de anjos e patriarcas, profetas e justos..

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    Comentrio: Como posso no desejam ver o que os anjos desejam? O irmo de So

    Baslio, que um com ele em pensamento, So Gregrio de Nissa, compartilha seus

    sentimentos.

    So Gregrio de Nissa, a partir da Sobre a Criao do homem

    Suplementar: Assim como na forma humana, os escultores da poderosa

    compreenso do carter da forma e estabelecem a dignidade real com a insgnia de

    purpura, e sua obra chamada de imagem ou rei, assim com a natureza humana.

    Como isso foi criado para governar sobre outras criaes, foi feito como um tipo de

    animao ou imagem, participando do original em dignidade e nome.

    O mesmo, No QuintoCaptulo

    A beleza divina no est estabelecida, nem em forma, graciosidade de desenho ou

    colorao, mas contemplada em bem-aventurana sem palavras, de acordo com a

    sua virtude. Ento assim pintores transferem formas humanas a tela atravs de

    determinadas cores, colocando em tons adequados e harmoniosos para a imagem, de

    modo a transferir a beleza do original para a semelhana.

    Comentrio: Voc v que a beleza divina no apresentada na forma ou linhas, e por

    esse motivo no pode ser transmitida por uma imagem ( ) a forma

    humana, que transferida para a tela com o pincel do artista. Se, portanto, o Filho de

    Deus se fez homem, tomando a forma de servo, e aparecendo na natureza do homem,

    um homem perfeito, por que sua imagem no pode ser feita? Se, na linguagem

    comum, a imagem do rei chamado de rei, e a honra mostrada na imagem redunda ao

    original, como diz so Baslio, por que a imagem no ser honrada e cultuada, no

    como Deus, mas como a imagem do Deus Encarnado ?

    O mesmo, em seu sermo em Constantinopla sobre a divindade do Filho e do

    esprito, e sobre Abrao.

    Em seguida, o pai passa a ligar seu filho. Tenho visto muitas vezes pinturas desta

    cena tocante, e no podia olhar para ela com os olhos secos, a arte estabelece diante

    de mim de forma to vvida. Isaque est deitado diante do altar, com as pernas

    amarrados, com as mos amarradas atrs das costas. O pai se aproximando da

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    vtima, segurando o cabelo com a mo esquerda, inclina-se sobre o rosto para

    suplicar e vira para ele, tem em sua mo direita a espada, pronto para atacar. Na

    hora que a ponta da espada est no corpo a voz divina ouvida, proibindo a

    consumao.12

    Leo,Bispode Neapolis em Chipre.De seu livro contra os judeus, sobre

    Adorao da Cruz, as esttuas dos santos, e Relquias.

    Se vocs, judeus, censurar me dizendo que eu adoro a madeira da cruz como Deus,

    por que vocs no censuram Jac, que cultuava a ponto de seu cajado

    ( )? Agora, evidente que ele no estava adorando madeira.

    Ento, com ns, estamos adorando a Cristo mediante a Cruz, no o madeiro daCruz.

    Comentrio: Se adoramos a cruz, feita de qualquer madeira que pode existir, como

    no devemos adorar a imagem do Crucificado?

    Do mesmo.

    Abrao cultuou os homens mpios que lhe venderam a caverna, e se ajoelhou nocho, mas no os adorou como deuses. Jac louvou o Fara, um idlatra mpio, mas

    no como Deus, e caiu aos ps de Esa, mas no o adorou como Deus. E, novamente,

    como Deus nos ordenou cultuar a terra e as montanhas? Exaltai ao Senhor, nosso

    Deus, e prostrai-vos ante sua montanha santa e adora o escabelo de seus ps (Sl 99,

    9.5), ou seja, a terra. Para o cu o meu trono, diz Ele, e a terra escabelo dos

    meus ps. (Is. 66,1).Como foi que Moiss cultuou Jetro, um idlatra, (Ex.18, 7) e

    Daniel, a Nabucodonosor? Como voc pode me censurar porque eu honra aqueles

    que honram a Deus e mostram-Lhe o servio? Diga-me, no adequado cultuar os

    santos, ao invs de jogar pedras neles, como voc faz? No certo cultu-los, em vez

    de atac-los, e jogar seus benfeitores na lama? Se voc ama a Deus, voc deve estar

    pronto para honrar seus servos tambm. E se os ossos dos justos so impuros, por que

    os ossos de Jac e Jos foram trazidos com toda a honra do Egito? (Gen. 50, 5ff, Ex.

    13, 19) Como que um homem morto ressuscitou ao tocar os ossos de Eliseu? (II Reis

    12Uma curta passagem de So Joo Crisstomo, que se segue, omitida por conta da Nota do Editor: locushic mihi non occurrit apud Chrysostomum in Epistolam ad Hebraeos.

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    13, 21.) Se Deus faz maravilhas atravs de ossos, evidente que Ele possa faz-los

    atravs de imagens, e pedras, e muitas outras coisas, como no caso de Eliseu, que deu

    a sua ordem a seu servo, dizendo: Com isto vai e levanta dos mortos o filho da

    sunamita. (II Rs 4, 29) Com seu cajado de Moiss castigou o Fara, separou asguas, bateu na rocha, e tirou o fluxo. E Salomo disse: Porque bendito o madeiro

    pelo qual se opera a justia (Sb 14, 7) Eliseu tirou ferro do Jordo com um pedao

    de madeira. (II Rs. 6, 4-7) E novamente, a madeira a madeira da vida, e a madeira

    de Sabec, isto , de remisso. Moiss humilhou a serpente com madeira e salvou o

    povo. (Num. 21, 9) A haste no tabernculo confirmou o sacerdcio de Aaro. (Num.

    17.8) Talvez, judeu, voc vai me dizer que Deus prescreveu a Moiss de antemo

    todas as coisas do testemunho no tabernculo. Agora, eu lhe digo que Salomo fez

    uma grande variedade de coisas no templo em talha e escultura, que Deus no havia

    ordenado que ele fizesse. (II Crnicas. 3, 1 ss) Nem o tabernculo do testemunho os

    contm, nem o templo que Deus mostrou a Ezequiel (Ez 40, 47 ss), nem foi Salomo

    responsvel por isso. Ele tinha essas imagens esculpidas feitas para a glria de Deus

    como ns. Voc, tambm, tinha muitas e variadas imagens e sinais no Antigo

    Testamento para servir como um lembrete de Deus, se voc no tivesse as perdido

    pela ingratido. Por exemplo, a vara de Moiss, as tbuas da lei, a sara ardente, a

    rocha brotando gua, a arca que continha o man, o altar em chamas de cima(), a lmina com o nome divino, o fode, o tabernculo coberto por Deus.

    Se voc tivesse preparado todas essas coisas de dia e de noite, dizendo: Glria a Ti,

    Deus Todo-Poderoso, que tens feito maravilhas em Israel atravs de todas essas

    coisas, se atravs de todas essas ordenanas da lei, mantidas desde a antiguidade,

    voc tivesse se ajoelhado para adorar a Deus, voc teria visto que a adorao dada

    a ele por meio de imagens..

    E mais adiante:

    Aquele que ama verdadeiramente a um amigo ou o rei, e, especialmente, seu

    benfeitor, se ele v o filho daquele benfeitor, seu cajado, sua cadeira, sua coroa, sua

    casa, ou seu servo, ele segura-os rapidamente em seu abrao, e se ele honra seu

    benfeitor, o rei, quanto mais Deus. Mais uma vez repito, ser que voc teria feito

    imagens de acordo com a lei de Moiss e os profetas, e dia a dia teria adorado o Deus

    de imagens? Sempre que, ento, voc v os cristos adorando a cruz, sabemos que

    eles esto adorando o Cristo Crucificado, no a mera madeira. Se, de fato, eles

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    honrassem a madeira como madeira, eles seriam obrigados a adorar rvores de

    qualquer tipo, como tu, Israel, adoravas os antigos, dizendo rvore e pedra: Tu

    s o meu Deus... e foste tu que me geraste. (Jr 2, 27). Ns no falamos nem Cruz

    ou s representaes dos santos desta forma. Eles no so os nossos deuses, mas oslivros que se encontram abertos e so venerados nas igrejas, a fim de lembrar-nos de

    Deus e levar-nos a ador-Lo. Aquele que homenageia o mrtir honra a Deus, a quem

    o mrtir prestou testemunho. Aquele que cultua o apstolo de Cristo adora Aquele

    que enviou o apstolo. Aquele que cai aos ps da me de Cristo certamente mostra

    honra a seu Filho. No h seno um s Deus, Ele que conhecido e adorado na

    Trindade.

    Comentrio: Quem o intrprete fiel do bem-aventurado Epifnio - Lencio, cujoensinamento adornava a ilha de Chipre, ou aqueles que falavam de acordo com seus

    prprios conceitos? Oua o depoimento de Severiano, Bispo da Gabali.

    Severiano, Bispo da Gabali, sobre a Dedicao da Cruz.

    Como foi que a imagem do inimigo deu vida a nossos progenitores? . . .

    Como foi que a imagem da serpente trabalhou para salvao do povo em perigo? No

    teria sido mais razovel dizer: Se algum de vs seja picado, que olhe para o cu,

    para Deus, e ele ser salvo, ou que olhe para o tabernculo de Deus? Passando por

    cima disso, ele criou a imagem da Cruz sozinho. Por que Moiss fez isso, ele que disse

    ao povo: No fars para ti escultura, nem figura alguma do que est em cima, nos

    cus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas guas, debaixo da terra.? (Ex. 20, 4) No

    entanto, por que eu falo para as pessoas indignas? Diga-me, servo devoto de Deus,voc vai fazer o que proibido, e ignorar o que voc ordenado fazer? Ele que disse:

    No fars para ti escultura, condenou o bezerro de ouro, e voc fez uma serpente

    de bronze, e isto no secretamente, mas mais abertamente, de modo que ela

    conhecido por todos,,. Moiss responde, eu dei esse mandamento, a fim de acabar

    com a impiedade, e retirar as pessoas de toda apostasia e idolatria, agora, eu tenho a

    serpente feita para um bom propsito - como uma figura da verdade. E assim como eu

    coloquei um tabernculo, e tudo nele, e querubins, semelhana dos poderes

    invisveis, sobre o santo dos santos, como um sinal e uma figura do futuro, por isso

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    coloquei uma serpente para a salvao do povo, para servir como uma projeo para

    a imagem da Cruz, e a redeno nela contida. Como confirmao disto, oua o

    Senhor dizendo: Como Moiss levantou a serpente no deserto, assim deve ser

    levantado o Filho do Homem, para que todo homem que nele crer tenha a vidaeterna.. (Jo 3.14).

    Comentrio: Note-se que o seu mandamento para no fazer esculturas foi dado para

    tirar o povo da idolatria, para a qual eles estavam debruados, e que a serpente de

    bronze era uma imagem do sofrimento de nosso Senhor.

    Escute o que eu vou dizer como uma prova de que as imagens no so inveno nova.

    uma prtica antiga conhecida pelos melhores e mais importante dos pais. Eladios, odiscpulo de abenoado Baslio e seu sucessor, diz em sua vida de Baslio que o santo

    homem estava de p junto imagem de Nossa Senhora, a qual foi pintado tambm a

    imagem de Mercrio, o famoso mrtir. Ele estava de p diante, e pedindo a remoo

    do mpio apstata Juliano, e recebeu esta revelao da esttua. Ele viu o mrtir

    desaparecer por um tempo, e depois reaparecer, segurando uma lana sangrenta.

    Tomado palavra por palavra da vida de So Joo Crisstomo.

    Beato Joo amava as epstolas de So Paulo excessivamente... Ele tinha uma imagem

    do apstolo em um lugar onde ele estava acostumado a se retirar desde ento, por

    conta de sua debilidade fsica, pois ele superou a natureza em contemplaes e

    viglias. Enquanto lia as epstolas de So Paulo, ele tinha a imagem diante dele, e

    falou com o apstolo, como se tivesse estado presente, louvando-o, e dirigindo todos

    os seus pensamentos para ele...

    Quando Proclus acabou de falar, olhando fixamente para a imagem do apstolo, e

    reconhecendo a semelhana do homem que ele tinha visto, saudando Joo, ele disse,

    apontando para a imagem:Perdoe-me, padre, o homem que eu vi falando com voc

    muito parecido com esta esttua. Na verdade, eu diria que ele o mesmo.

    Na vida de Santa Eufrsia somos informados de que seu Superior lhe mostrou a

    imagem de nosso Senhor. Lemos na vida de Santa Maria do Egito, que rezou diante da

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    imagem de Nossa Senhora e suplicou a sua intercesso, e assim obteve permisso para

    entrar na Igreja.13

    Em todo o passado conjunto de sacerdotes cristos e reis, sbios e piedosos,notavelmente atravs do ensino e exemplo, em tantos conselhos de padres santos e

    inspirados, como que ningum tem apontou estas coisas? Ns no estamos

    defendendo uma nova f. A lei sair de Sio, o Esprito Santo disse profeticamente

    e a palavra do Senhor de Jerusalm. (Is 2, 3). Ns no defendemos uma coisa uma

    vez, e outra de outra, nem que a f deve tornar-se motivo de zombaria para os de fora.

    Ns no permitiremos que os comandos do rei derrubem a tradio transmitida pelos

    pais. No prprio dos reis piedosos derrubarem as fronteiras eclesisticas. Estas no

    so formas patrsticas. Coisas feitas pela fora so imposies, e no levam persuaso.A prova disso foi dado no segundo Conclio de feso, quando um decreto, que nunca

    foi reconhecido como vlido, foi aplicado pela mo do imperador, e o bendito

    Flaviano foi condenado morte. Conclios no pertencem aos reis, como diz o Senhor:

    Porque onde dois ou trs esto reunidos em meu nome, a estou eu no meio deles.

    (Mt 18, 20), Cristo no deu aos reis o poder de ligar e desligar, mas para os apstolos,

    (Mt 18, 18) e aos seus sucessores, pastores e professores. Mas, ainda que algum -

    ns ou um anjo baixado do cu - vos anunciasse um evangelho diferente do que vostemos anunciado.... (Gl 1, 8) So Paulo diz, mas ns vamos ficar em silncio sobre o

    que se segue, na esperana da sua converso. E se ns encontrarmos os avisos

    desconsiderados, o que possa Deus advertir, vamos em seguida, ns vamos adicionar o

    resto. Esperemos que no seja necessrio.

    Se algum entrar numa casa e ver nas paredes a histria de Moiss e Aro pintadas,

    por acaso, ele poder perguntar sobre as pessoas que esto andando sobre o mar como

    se fosse terra seca. Quem so eles?, pergunta ela. O que voc diria? No so osfilhos de Israel?. Quem est dividindo o mar com a sua vara?.Ser que voc no

    dir Moiss? Portanto, se um homem faz uma imagem de Cristo crucificado, e -lhe

    perguntado quem ele , voc responde: Cristo, nosso Senhor, que se encarnou por

    ns. Sim, Senhor, ns adoramos tudo o que pertence a Ti, e ns levamos em nossos

    coraes Tua Divindade, Teu poder e bondade, a Tua misericrdia por ns, Tua

    condescendncia e Tua Encarnao. E como os homens temem tocar ferro em brasa,

    13Um testemunho citado de Sophronius aqui suprimido.

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    no por causa do ferro, mas por causa do calor, por isso adoramos a tua carne, no por

    causa da natureza da carne, mas atravs da Divindade unida a essa carne de acordo

    com a substncia. Ns adoramos os teus sofrimentos. Quem j conheceu a morte

    adorada ou sofrimento venerado? No entanto, ns realmente adoramos a morte fsicade nosso Deus e Seus sofrimentos salvadores. Ns adoramos a Tua imagem e tudo o

    que teu, teus servos, amigos teus, e acima de tudo tua me, a Me de Deus.

    Ns imploramos, por isso, ao povo de Deus, o rebanho fiel, que mantenham as

    tradies eclesisticas. A remoo gradual do que tem sido transmitido a ns seria

    minar os alicerces, e no poderia em pouco tempo derrubar toda a estrutura. Que

    possamos provar firme, inabalvel, imovelmente, fundamentados sobre a rocha firme

    que Cristo, a quem seja o louvor, glria e adorao, com o Pai e o Esprito Santo,agora e para sempre. Amm.

    PARTE II

    Eu imploro a sua indulgncia, meus leitores ( ), e peo-lhes para

    receberem a verdadeira declarao de algum que um servo intil, o menor de todos,na Igreja de Deus. Eu no tenho sido movido a falar por motivos de vanglria, Deus

    minha testemunha, mas por zelo pela verdade. Nisto apenas, est a minha esperana

    de salvao, e com ela eu confio e rezo para ir ao encontro de Cristo, nosso Senhor,

    pedindo que ela possa ser uma expiao por meus pecados. O homem que recebeu

    cinco talentos do seu senhor, trouxe outros cinco que ele tinha ganhado, e o homem

    com dois, outros dois. O homem que recebeu um, e o enterrou, deu-lhe de volta, sem

    interesse, e sendo pronunciado como um mau servo foi banido na escurido externa.

    (Mt 25, 20ss) Para que eu no sofra da mesma forma, eu obedeo aos mandamentos deDeus, e com o talento da eloquncia, que o seu dom, eu coloquei ante entre o sbio e

    voc uma mesa de tesouro, para que quando o Senhor vier, Ele possa me achar rica em

    almas, um servo fiel, que Ele possa ler para a Sua alegria inefvel, que o meu desejo.

    D-me ouvidos atentos e coraes dispostos. Receba meu tratado, e pondere bem a

    fora dos argumentos. Esta a segunda parte do meu trabalho sobre as imagens.

    Alguns filhos da Igreja tm me pedido para faz-lo, porque a primeira parte no foi

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    suficientemente clara para todos. Seja indulgente comigo sobre isso em conta, para a

    minha obedincia.

    A antiga serpente perversa, amado, eu falo do diabo que est acostumado a travaruma guerra de muitas maneiras contra o homem, que feito imagem de Deus, e

    trabalhar na sua destruio atravs da oposio. No incio ele inspirou o homem com a

    esperana e o desejo de se tornar um deus, e por esse desejo ele arrastou o homem

    para baixo para compartilhar a morte da criao bruta. Ele tem atrado o homem

    tambm pelos prazeres vergonhosos e brutais. Que contraste entre se tornar um deus e

    sentir luxria brutal. E, novamente, ele levou o homem infidelidade, como diz o rei

    () David: O tolo diz em seu corao: Deus no existe. (Sl 14, 1). Ao

    mesmo tempo, ele levou o homem a adorar muitos deuses, em outros nem sequer overdadeiro Deus, por vezes, os demnios, e, novamente, os cus e a terra, o sol, a lua,

    as estrelas, o resto da criao, feras e rpteis. to ruim se recusar a devida honra

    onde a honra devida, quanto dar-lhe onde no devida. Novamente, ele ensinou

    alguns a chamam de mau deus eterno, e tem enganado outros, fazendo-os reconhecer a

    Deus, que bom por natureza, como o autor do mal. Alguns ele tem enganado pelo

    equvoco de uma natureza e uma substncia da Divindade; alguns ele tem induzido a

    honra de trs naturezas e trs substncias; alguns uma substncia em nosso SenhorJesus Cristo, a Segunda Pessoa da Santssima Trindade; alguns, duas naturezas e duas

    substncias.

    Mas a verdade, tendo um curso mdio, varre esses equvocos e nos ensina a

    reconhecer um s Deus, uma s natureza em trs pessoas () o Pai, o Filho

    e o Esprito Santo. O mal no um ser,14 mas um acidente, uma certa concepo,

    palavra ou ao contra a lei de Deus, tendo a sua origem nesta concepo, discurso, ou

    ao, e terminando com ela. A verdade proclama tambm que, em Cristo, a segundapessoa da Santssima Trindade, h duas naturezas e uma pessoa. Agora, o diabo, o

    inimigo da verdade e da salvao do homem, ao sugerir que as imagens do homem

    corruptvel, aves, animais e rpteis, devem ser feitas e adoradas como deuses, muitas

    14Veja Santo Agostinho, Cidade de Deus:Nemo igitur quaerat efficientem causam malae voluntatis ; nonenim est efficiens, sed deficiens, quia nec illa effectio sed defectio(xii. c. vii).

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    vezes engana no s pagos, mas os filhos de Israel (Rm 1, 23). Nestes dias ele est

    ansioso para perturbar a paz da Igreja de Cristo atravs de falsas e mentirosas lnguas,

    usando as palavras divinas em favor do que mau, e se esforando para disfarar sua

    perversa inteno, e levando os instveis para longe do verdadeiro e patrsticocostume. Alguns se levantaram e disseram que era errado representar e estabelecer

    publicamente adorao dos ferimentos salvadores de Cristo, e os combates dos

    santos contra o diabo. Quem com o conhecimento das coisas divinas e um senso

    espiritual no percebe nisto um engano do diabo? Ele no quer que sua pena seja

    conhecida e que a glria de Deus e de Seus santos seja divulgada.

    Se fizssemos uma imagem do Deus invisvel, estamos, na verdade, fazendo o errado.

    Por que impossvel fazer uma esttua de algum que sem corpo, invisvel, semlimites e sem forma. Mais uma vez, se ns fizemos esttuas de homens, e as temos

    como sendo deuses, adorando-os como tal, ns seremos mpios. Mas ns no fazemos

    nenhum dos dois. Pois fazer a imagem de Deus, que se encarnou e se tornou visvel na

    terra, um homem entre os homens por meio de Sua bondade inefvel, levando sobre

    Ele, a forma, carne, no estamos enganados. Temos tempo para ver o que ele era.

    Como o divino apstolo diz: Hoje vemos como por um espelho, confusamente; (I

    Corntios 13, 12) A imagem, tambm, um vidro escuro, de acordo com a densidadede nossos corpos. A mente, em grande agonia, no pode livrar-se de coisas corporais.

    Tenho vergonha de voc, diabo perverso, por invejar a nossa viso da semelhana de

    nosso Senhor e nossa santificao atravs dele. Voc no pode contemplar como ns

    os Seus sofrimentos salvficos, pensar em Sua condescendncia, contemplar seus

    milagres, nem elogiar sua onipotncia. Voc tem rancor dos santos, da honra que Deus

    d a eles. Voc quer que vejamos a sua glria registrada, nem permite que nos

    tornemos imitadores de sua coragem e f. Ns no obedecemos suas sugestes,

    homem mau e mpio. Ouam-me, pessoas de todas as naes, homens, mulheres ecrianas, todos vocs que carregam o nome Cristo: Se algum pregar-lhes alguma

    coisa ao contrrio do que a Igreja Catlica tem recebido dos santos apstolos, pais e

    conclios, e tem mantido at os dias atuais, no dei ateno a ele. No receba o

    conselho da serpente, como fez Eva, a quem causou morte. Se um anjo ou um

    imperador ensinar qualquer coisa contrria ao que voc recebeu, feche seus ouvidos.

    Abstive-me dizer at agora, como disse o Apstolo: Que ele seja antema (Glatas

    1, 8) na esperana de converso.

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    Mas dizem aqueles que no entram na mente das Escrituras, Deus disse, atravs de

    Moiss, o legislador: No fars para ti semelhana de alguma coisa que est em

    cima nos cus, ou embaixo na terra; (Ex 20, 4) e atravs do profeta Davi: Sejam

    confundidos todos os que adoram esculturas, e que a se gloriam me seus dolos (Sl97, 7) e muitas passagens semelhantes. O que quer que eles citem das Sagrada

    Escritura e dos pais na mesma inteno.

    Agora, o que diremos a estas coisas? O que, se no aquilo que Deus falou aos judeus:

    Examinai as Escrituras. (Jo 5, 39)

    bom examinar as Escrituras, mas deixe sua mente ser esclarecida a partir do exame.

    impossvel, Amados, que Deus no fale a verdade. (Hb 6, 18). H um s Deus, umlegislador da antiga e nova dispensao, que Muitas vezes e de diversos modos

    outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu

    Filho (Hb 1, 1-2). Use sua mente com discernimento. No sou eu que estou falando.

    O Esprito Santo declarou pelo santo apstolo So Paulo que falou Deus antigamente

    de muitas maneiras diferentes aos patriarcas atravs dos profetas. Note, em muitas

    diferentes maneiras. Um mdico hbil no prescreve invariavelmente para todos da

    mesma forma, mas para cada um de acordo com seu estado, levando em considerao

    o clima e queixa, poca e idade, dando um remdio para uma criana, e outro para um

    adulto, de acordo com sua idade, uma coisa a um paciente fraco, outra para um forte, e

    para cada doente a coisa certa para o seu estado e doena: uma coisa no vero, outra

    no inverno, outra na primavera ou no outono, e em cada local de acordo com os seus

    requisitos. Assim, da mesma maneira que o bom mdico de almas prescreveu para

    aqueles que ainda eram crianas e inclinados para a doena de idolatria, segurando

    dolos como deuses e adorando os como tal, negligenciando a adorao a Deus, e

    preferindo a criatura Sua glria. Ele ordenou-lhes para no fazer isso.

    impossvel fazer uma imagem de Deus, que um esprito puro, invisvel, sem

    limites, no tendo nem forma nem circunscrio. Como podemos fazer uma imagem

    do que invisvel? Ningum jamais viu Deus. O Filho nico, que est no seio do Pai,

    foi quem o revelou. (Jo 1, 18). E ainda: Ningum pode ver a minha face e viver, diz

    o Senhor. (Ex. 33, 20).

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    Que eles adoram dolos, no h dvida, do que a Escritura diz sobre a sada dos filhos

    de Israel, quando Moiss subiu ao monte Sinai, e perseverou em orao a Deus.

    Apesar de receber a lei, o povo ingrato se levantou contra Aaro, o sacerdote de Deus,

    dizendo: faze-nos um deus que marche nossa frente, porque esse Moiss, que nostirou do Egito, no sabemos o que feito dele. (Ex. 32, 1 ss). Ento, quando eles

    pegaram as joias de suas esposas, e as ajuntaram, comeram e beberam, e ficaram

    embriagados com vinho e loucura, e comearam a fazer felizes, dizendo em sua tolice:

    Estes so os teus deuses, Israel. Voc v que eles fizeram deuses dos dolos que

    eram demnios, e que eles adoraram a criatura em lugar do Criador? Como o santo

    apstolo diz: Eles mudaram a glria do Deus incorruptvel pela semelhana da

    imagem de homem corruptvel, e de aves, e de quadrpedes, e de rpteis, e serviram

    criatura em vez do Criador.(Rom. 1, 23.25) Por esta razo Deus os proibiu de fazer

    qualquer imagem de escultura, como diz Moiss no Deuteronmio: Do meio do fogo

    o Senhor falou. Ouvistes o som de suas palavras, mas no veis no entanto nenhuma

    forma, somente uma voz. (Dt 4, 12). E um pouco mais adiante: Guarda-te, pois, a ti

    mesmo: cuida de nunca esquecer o que viste com os teus olhos, e toma cuidado para

    que isso no saia jamais de teu corao, enquanto