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A Teoria do Zênite Solar Luiz Sampaio Athayde Junior * RESUMO As estações do ano ocorrem em todo o planeta por causa da inclinação do seu eixo longitudinal imaginário. A translação da terra cria as quatro posições distintas, que são as quatro estações, com duração de ~90 dias, devido à incidência do sol na zona tropical. Elas são configuradas também por padrões climáticos, prejudicando seu conceito entre os trópicos. Suas diferenças são mais delimitadas fora dos trópicos, nos países dominantes, que criaram essas regras. O sol incide sobre Salvador ~27/10, antes do verão, recebendo novamente seus raios a pino, ~15/02. O verão de Salvador deveria ser considerado de 12 de setembro, data anterior ao primeiro zênite solar em 45 dias até 01 de abril, 45 dias após o segundo, pois o calor surge antes do verão oficial e dura muito mais, apresentando temperaturas altas antes da primavera oficial, o que justificaria. 45 dias é um critério ponderado por ser metade dos noventa dias, período de duração das estações oficiais. O Analema do sol e o periélio também são responsáveis por aumentar a sensação de verão em Salvador e Ilhéus. Esses fatores tornam o verão do hemisfério sul mais intenso. O sistema diferenciado de incidência do sol, duas vezes no ano entre os trópicos, evidencia a necessidade de normas diferentes para as estações nessas localidades. Não devemos ensinar regras que não condizem com a realidade observada em muitas localidades, segundo nos ensinam os grandes educadores, principalmente com a possibilidade de circulação das informações, observada modernamente, e novas tecnologias disponíveis para a educação. Palavras-chave: Estações do Ano; Latitudes; Estações do Ano em Salvador; Zênite Solar. Sumário: 1 As Estações do Ano Oficiais; 2 As Estações do Ano e As Latitudes; 3 As Estações do Ano em Salvador; 4 As Estações do Ano Nos Países Dominantes; 5 Educação X As Estações do Ano; 6 Vygotsky e a Interação do Sujeito Com o Meio; 7 Carl Rogers e o Enfoque Humanista; 8 Jean Piaget e o Enfoque Cognitivista; 9 Paulo Freire e o Enfoque Sociocultural; 10 Tabela do Zênite Solar I; 11 Tabela do Zênite Solar II; 12 Considerações Finais; 13 Referências; Anexo A – Tabela do Zênite Solar I; Anexo B – Tabela do Zênite Solar II. _______________________________________________________________ *Professor Substituto da Faculdade de Ciências Contábeis da Universidade Federal da Bahia (FCC/UFBA) e Professor Titular da União Metropolitana de Ensino (UNIME), Mestrando em Administração e Especialista em Metodologia do Ensino Superior pela Fundação da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (FEA/UFBA), Pós Graduado MBA em Gestão Financeira e Empresarial pelo Centro de Pós Graduação e Pesquisa da Faculdade Visconde de Cairu (CEPPEV/FVC) e Graduado em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário FIB – E-mail: [email protected]

Apostila - A Teoria Do Zênite Solar

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Astronomia

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  • A Teoria do Znite Solar Luiz Sampaio Athayde Junior *

    RESUMO

    As estaes do ano ocorrem em todo o planeta por causa da inclinao do seu eixo longitudinal imaginrio. A translao da terra cria as quatro posies distintas, que so as quatro estaes, com durao de ~90 dias, devido incidncia do sol na zona tropical. Elas so configuradas tambm por padres climticos, prejudicando seu conceito entre os trpicos. Suas diferenas so mais delimitadas fora dos trpicos, nos pases dominantes, que criaram essas regras. O sol incide sobre Salvador ~27/10, antes do vero, recebendo novamente seus raios a pino, ~15/02. O vero de Salvador deveria ser considerado de 12 de setembro, data anterior ao primeiro znite solar em 45 dias at 01 de abril, 45 dias aps o segundo, pois o calor surge antes do vero oficial e dura muito mais, apresentando temperaturas altas antes da primavera oficial, o que justificaria. 45 dias um critrio ponderado por ser metade dos noventa dias, perodo de durao das estaes oficiais. O Analema do sol e o perilio tambm so responsveis por aumentar a sensao de vero em Salvador e Ilhus. Esses fatores tornam o vero do hemisfrio sul mais intenso. O sistema diferenciado de incidncia do sol, duas vezes no ano entre os trpicos, evidencia a necessidade de normas diferentes para as estaes nessas localidades. No devemos ensinar regras que no condizem com a realidade observada em muitas localidades, segundo nos ensinam os grandes educadores, principalmente com a possibilidade de circulao das informaes, observada modernamente, e novas tecnologias disponveis para a educao.

    Palavras-chave: Estaes do Ano; Latitudes; Estaes do Ano em Salvador; Znite Solar. Sumrio: 1 As Estaes do Ano Oficiais; 2 As Estaes do Ano e As Latitudes; 3 As Estaes do Ano em Salvador; 4 As Estaes do Ano Nos Pases Dominantes; 5 Educao X As Estaes do Ano; 6 Vygotsky e a Interao do Sujeito Com o Meio; 7 Carl Rogers e o Enfoque Humanista; 8 Jean Piaget e o Enfoque Cognitivista; 9 Paulo Freire e o Enfoque Sociocultural; 10 Tabela do Znite Solar I; 11 Tabela do Znite Solar II; 12 Consideraes Finais; 13 Referncias; Anexo A Tabela do Znite Solar I; Anexo B Tabela do Znite Solar II. _______________________________________________________________ *Professor Substituto da Faculdade de Cincias Contbeis da Universidade Federal da Bahia (FCC/UFBA) e Professor Titular da Unio Metropolitana de Ensino (UNIME), Mestrando em Administrao e Especialista em Metodologia do Ensino Superior pela Fundao da Escola de Administrao da Universidade Federal da Bahia (FEA/UFBA), Ps Graduado MBA em Gesto Financeira e Empresarial pelo Centro de Ps Graduao e Pesquisa da Faculdade Visconde de Cairu (CEPPEV/FVC) e Graduado em Cincias Contbeis pelo Centro Universitrio FIB E-mail: [email protected]

  • 1 AS ESTAES DO ANO OFICIAIS

    As estaes do ano ocorrem em todo o planeta por causa da inclinao

    aproximada de 23,45 do seu eixo longitudinal imaginrio. Ao dar a volta em

    torno do sol, tendo em vista a inclinao citada e mantida durante todo o

    percurso, so postas quatro posies distintas, que so as quatro estaes,

    conhecidas como vero, outono, inverno e primavera.

    O vero no hemisfrio sul, que tambm a data do inverno no

    hemisfrio norte, ocorreu em 2009 no dia 21 de dezembro. Nesta data, o

    hemisfrio sul fica mais prximo do sol, que incide diretamente sobre o trpico

    de capricrnio, o que ocasiona o seu vero, e o hemisfrio norte fica mais

    distante, configurando o seu inverno, dada a inclinao do eixo longitudinal.

    Esta posio chamada de solstcio: solstcio de vero para o sul e solstcio de

    inverno para o norte.

    Figura 1 Posio do Sol no Solstcio de Vero do Hemisfrio Sul (21/12/2009) Fonte: http://www.usno.navy.mil/USNO/astronomical-applications/data-services/earthview

    Cerca de noventa dias depois, no dia 20 de maro do ano seguinte (2010),

    ocorre outra posio, conhecida como equincio, quando o sol incide

    exatamente sobre o equador, equilibrando a quantidade de radiao solar para

    os dois hemisfrios, o que origina o outono para o sul, que antecede o inverno

    e primavera para o norte, que antecede o vero1:

    1 A colocao dos graus e suas fraes, em base decimal, e com somente uma casa decimal, tanto da latitude quanto da longitude, de pouca preciso, para localizar uma determinada

  • Figura 2 Posio do Sol no Equincio de Outono do Hemisfrio Sul (20/03/2010) Fonte: http://www.usno.navy.mil/USNO/astronomical-applications/data-services/earthview

    No prximo quarto de volta, ou seja, cerca de noventa dias depois, no

    dia 21 de junho de 2010, ocorre outro solstcio invertendo as condies de

    radiao solar para os dois hemisfrios em relao ao solstcio anterior:

    solstcio de vero para o norte e solstcio de inverno para o sul, lembrando

    sempre que isso ocorre devido inclinao do eixo longitudinal do planeta,

    uma vez que, nesta data, o hemisfrio norte que fica mais prximo das

    radiaes solares que incidem diretamente sobre o trpico de cncer:

    cidade. A maior utilidade dessas imagens demonstrar que o sol s incide entre os trpicos e no incide alm deles, tanto para o norte quanto para o sul, onde ficam localizados os pases dominantes, que esto amparados pelas regras oficiais das quatro estaes do ano. Com um sistema diferenciado de incidncia do sol, duas vezes no ano entre os trpicos, fica evidente a necessidade de normas diferenciadas para as estaes do ano nessas localidades. Uma apresentao completa, com todos os dias do ano, que mostra perfeitamente o movimento do sol em cada dia do ano, est disponibilizada em www.veraodabahia.blogspot.com na postagem Dados do Observatrio Naval dos EUA ou diretamente no link: http://www.megaupload.com/?d=47J156P5

  • Figura 3 Posio do Sol no Solstcio de Inverno do Hemisfrio Sul (21/06/2010) Fonte: http://www.usno.navy.mil/USNO/astronomical-applications/data-services/earthview

    Na quarta e ltima das posies, no dia 23 de setembro de 2010,

    ocorrer outro equincio, com o sol incidindo novamente sobre o equador,

    equilibrando novamente a quantidade de radiao solar para os dois

    hemisfrios, o que ocasiona, de forma inversa ao equincio anterior, o outono

    para o norte, que antecede o inverno, e primavera para o sul, que antecede o

    vero, com o sol incidindo novamente sobre o equador:

    Figura 4 Posio do Sol no Equincio de Primavera do Hemisfrio Sul (23/09/2010) Fonte: http://www.usno.navy.mil/USNO/astronomical-applications/data-services/earthview

    Completando o ano ou o movimento de translao, o planeta chega de

    volta a 21 de dezembro de 2010 repetindo as condies j descritas para esta

  • posio e data: o hemisfrio sul fica mais prximo do sol, que incide

    diretamente sobre o trpico de capricrnio, promovendo o seu vero, e o

    hemisfrio norte fica mais distante, configurando o seu inverno:

    Figura 5 Posio do Sol no Solstcio de Vero do Hemisfrio Sul (21/12/2010) Fonte: http://www.usno.navy.mil/USNO/astronomical-applications/data-services/earthview

    As estaes so configuradas tambm por padres climticos, o que faz

    com que entre os trpicos, com pouca amplitude trmica e predomnio do sol,

    inclusive com observao da ocorrncia do znite solar duas vezes ao ano,

    tenha sua aplicao ou observao prejudicada. As estaes so, portanto,

    observadas, e suas diferenas so mais delimitadas nas regies extratropicais,

    ou seja, acima dos 23 26 22 de latitude norte ou abaixo dos 23 26 22 de

    latitude sul, tornando-se mximas nos polos. As estaes so configuradas por

    uma srie de fatores, dentre os quais, o posicionamento do sol em relao aos

    crculos imaginrios do equador e dos trpicos, certamente o fator principal.

  • Figura 6 Viso Geral das Quatro Posies Astronmicas da Terra Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/tempo/mas.htm

    2 AS ESTAES DO ANO E AS LATITUDES

    Com as ocorrncias citadas anteriormente, o sol incide, partindo do

    equincio de primavera do hemisfrio sul, em 22 de setembro de 2009 sobre o

    equador, que 0 de latitude; em 21 de dezembro de 2009, sobre o trpico de

    capricrnio, 23 26 22 de latitude (sul); 20 de maro de 2010, sobre o equador

    de volta, ou 0 de latitude e 21 de junho de 2010, sobre o trpico de cncer, ou

    23 26 22 de latitude (norte).

    Figura 7 Posio da Terra nos Solstcios de Vero dos Hemisfrios Sul e Norte Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/tempo/mas.htm

  • 3 AS ESTAES DO ANO EM SALVADOR

    No percurso do sol de 0 de latitude, ou equador at 23 26 22 de

    latitude sul ou trpico de capricrnio, o sol incide sobre Salvador, que fica a 12

    58 16 de latitude sul no dia 27 de outubro de 2009, muito antes, portanto, do

    vero oficial (21 de dezembro de 2009).

    No caminho de volta, partindo de 23 26 22 de latitude sul ou trpico

    de capricrnio at 0 de latitude ou equador, novamente Salvador recebe seus

    raios a pino, ou seja, o znite solar, no dia 15 de fevereiro de 2010 (12 58 16

    de latitude sul).

    Normalmente dito que o vero comea em 21 de dezembro e a

    primavera, em 21 de setembro, o que no correto afirmar, pois nestas datas

    as estaes esto a pleno e, no prximo dia em diante, a posio j estar

    sendo abandonada. Tambm no correto afirmar que cada estao dure trs

    meses aps as suas datas culminantes, pois, certamente prximo de completar

    os trs meses, o sol j estar muito mais na prxima estao do que na atual.

    A nossa proposta reconhecer o vero real, e com base cientfica, de

    Salvador de 12 de setembro, data que antecede o primeiro znite solar em 45

    dias, (observado em 27 de outubro), at 01 de abril, data que ocorre 45 dias

    aps o segundo znite de Salvador, (observado em 15 de fevereiro).

    A utilizao de 45 dias antes do primeiro ponto culminante e 45 aps o

    segundo foi escolhido prudentemente por ser metade dos noventa dias, ou

    seja, um quarto de volta da translao terrestre, aproximadamente, da mesma

    forma que as estaes oficiais tambm duram perodo semelhante.

    O critrio de reconhecer o vero de Salvador de znite solar a znite

    solar, mais 45 dias antes do primeiro e 45 dias aps o segundo, ou seja, de 12

    de setembro a 01 de abril, em substituio ao perodo do vero oficial, cuja

    data culminante, 21 de dezembro, pelo fato da sua privilegiada latitude: 12

    58 16 oficialmente, ou mais precisamente, de 12 49 37,92 partindo do

    subrbio de Paripe at 13 01 4,58, observada nas pedras da praia do bairro

    do Rio Vermelho.

    Todas as localidades abaixo de 11 43 11 de latitude sul e todas acima

    de 11 43 11 de latitude norte poderiam considerar seu vero de znite solar a

    znite solar, uma vez que 11 43 11 de latitude a metade exata da trajetria

  • que o sol percorre do equador (00 00 00 de latitude) at os trpicos (23 26

    22 de latitude sul ou norte), trajetria que dura 45 dias.

    Se ocorre um znite solar em uma localidade, e depois o sol se distancia

    durante 45 dias, e do 46 dia em diante ele estar fazendo o caminho de volta,

    ou seja, aproximando-se novamente daquela mesma localidade, nada mais

    justo reconhecer esse perodo como vero, uma vez que as estaes oficiais

    so aceitas por um perodo de at 90 dias (o dobro!). Como Salvador est

    abaixo da metade do percurso entre o equador e o trpico de capricrnio,

    estaria contemplada por esta regra.

    Obviamente outras localidades com latitudes intertropicais privilegiadas

    como Salvador podero requerer reconhecimento de um vero aumentado,

    como Darwin, no norte da Austrlia (12 27 40,80 de latitude sul); Lima, no

    Peru (12 5 35,10 de latitude sul); Cidade do Mxico, Mxico (19 50 57,82

    de latitude norte) ou toda a ilha de Cuba (de 19 41 2,29 a 22 52 38,58 de

    latitude norte), caso as condies e padres climticos assim confirmem, pois

    possvel que algumas localidades apresentem padres climticos diferentes,

    em um dado perodo do ano, mesmo estando nas mesmas latitudes, por conta

    de fatores climticos distintos influenciados pela altitude ou correntes martimas

    e areas diferentes.

    Para Salvador, indubitavelmente, o calor surge muito antes do vero

    oficial e dura muito mais, apresentando ainda temperaturas altas mesmo

    depois da primavera oficial, o que justificaria o reconhecimento de um vero

    mais longo e estaes do ano diferenciadas, devido aos fatos apresentados.

    Esta teoria ou nova forma de reconhecimento das estaes no seria

    aplicvel s localidades situadas fora dos trpicos ou com latitudes superiores

    ao norte do trpico de cncer ou ao sul do trpico de capricrnio, uma vez que

    o sol no incide a pino sobre elas, ou seja, o znite solar no observado

    nessas localidades, como, por exemplo, EUA, Japo, Europa e Canad e, para

    estas localidades, o conceito de estaes tem aplicao muito mais legtima,

    apresentando quatro fases distintas ao longo do ano.

    Seguindo o mesmo raciocnio, a data culminante do inverno de Salvador

    no seria modificada, pois quando o sol parte do equincio de maro e

    continua no seu trajeto cada vez mais distante at incidir no trpico de cncer

    no solstcio de junho, ele incide no ponto mais distante da nossa capital e,

  • muito embora no tenhamos gelo, neve ou granizo, as temperaturas so

    seguramente mais baixas do que as observadas nos perodos da primavera e

    vero oficiais. Poderamos determinar ainda para Salvador uma nova data ou

    perodo de 45 dias para configurar nosso outono, que seria de 02/04/2010 (um

    dia aps o segundo znite mais 45 dias) at o dia 16/05/2010, um outono,

    portanto de apenas 45 dias, determinando, a partir do dia seguinte

    (17/05/2010), o comeo o nosso inverno, passando pelo seu ponto culminante

    ou solstcio de inverno (21/06), e iria at o dia 28/07/2010. No dia seguinte,

    comearia a nossa primavera, que iria de 29/07/2010 at o dia 11/09/2010,

    pois, no dia seguinte, 12/09/2010, estaremos a 45 dias antes do primeiro znite

    solar que o comeo do vero real e cientfico da nossa cidade.

    A proposta seria utilizar os mesmos nomes das estaes oficiais para

    no causar estranhamento nas pessoas. Os nomes permaneceriam os

    mesmos, as duraes das estaes que deveriam se reconhecidas de forma

    diferenciada em cada localidade intertropical, com base nos padres climticos

    e observao do Znite Solar.

    O Analema do sol tambm responsvel por aumentar a sensao de

    vero em Salvador, depois da data do solstcio de vero, porque a mxima

    variao do mesmo se d em latitudes e datas muito prximas s dos dois

    znites que ocorrem em Salvador, o que torna o pr do sol mais atrasado em

    relao aos outros perodos do ano. Depois de 21 de dezembro, ocorre o

    segundo Znite em Salvador, por volta do dia 15 de fevereiro, conforme

    demonstrado acima, e a data da mxima variao do analema do sol, no

    sentido leste, (41,5 de longitude oeste) em relao ao seu ponto mdio, se d

    por volta do dia 12 de fevereiro e em 13,6 de latitude sul2 (Salvador 12,9 de

    latitude sul). Em contrapartida, a data e latitude da mxima variao do

    analema do sol, no sentido oeste, (49,1 de longitude oeste) em relao ao seu

    2 Para encontrar tais datas e latitudes, utilizamos as imagens do USNO, onde observamos imagens, sempre ao meio dia de Braslia, por todos os dias do ano, e encontramos 17 (dezessete) imagens com a mnima longitude, a saber: 41,5 graus de longitude oeste e, por prudncia, escolhemos a de nmero 09 (nove) por estar exatamente no meio. Com a longitude mxima, ou seja, 49,1 graus de longitude oeste, encontramos 11 (onze) imagens, o que nos levou a escolher a de nmero 06 (seis) pelo mesmo motivo, no sentido de tentar a mxima preciso com os dados disponveis. Uma apresentao completa, com todos os dias do ano, est disponibilizada, conforme dito em nota anterior, em www.veraodabahia.blogspot.com na postagem Dados do Observatrio Naval dos EUA ou diretamente no link: http://www.megaupload.com/?d=47J156P5

  • ponto mdio, ocorre por volta do dia 03 de novembro, data prxima

    ocorrncia do primeiro znite solar em Salvador, que se d por volta de 27 de

    outubro, conforme mostra a imagem a seguir:

    Figura 8 Posies do Analema no Hemisfrio Sul Fonte: Google Earth http://earth.google.com/intl/pt / Marcadores em amarelo colocados com base nos dados do USNO: http://www.usno.navy.mil/USNO/astronomical- applications/data-services/earthview

    As horas s ficam perfeitamente alinhadas com o meio dia coincidindo,

    exatamente, com o momento em que o sol est mais alto, dado o seu analema

    e para as localidades que se encontram exatamente nos fusos, em apenas

    duas datas, alm dos dois solstcios, obviamente, (quando o sol se encontra

    precisamente no meio dos arcos norte e sul da sua trajetria, que se

    assemelha forma do smbolo do infinito ou de um nmero oito):

  • Figura 9 Posies do Analema nos Hemisfrios Norte e Sul

    Fonte: Google Earth http://earth.google.com/intl/pt / Marcadores em amarelo colocados com base nos dados do USNO:

    http://www.usno.navy.mil/USNO/astronomical- applications/data-services/earthview

    Essas datas ocorrem quando o sol passa na ida e na volta (do seu

    trajeto entre os trpicos ao longo da sucesso dos dias) sobre o vrtice central

    do analema, que seria o ponto de encontro entre as duas partes do nmero

    oito, conforme a aluso que fizemos.

    Vale ressaltar que, para demonstrar a ocorrncia do analema na posio

    em que est representado na imagem acima, foi levado em considerao a

    posio do sol ao meio dia de Braslia, o fuso horrio utilizado em Salvador, em

    todos os dias do ano, sempre com base nos dados do USNO.

    Segundo os mesmos dados, esse ponto fica por volta da latitude 8 41

    40 (ou 8,6944 em base decimal) norte, ou seja, em todas as localidades

    desse paralelo, como, por exemplo, Morichal, em Chaguaramas, Monagas, na

    Venezuela ou Monteria, na Colmbia.

    Na frica, temos como exemplo de localidades prximas ao paralelo 8

    41 40 a cidade de Addis Abeba, na Etipia ou Serra Leoa, na costa oeste

    Africana, e ainda, o sul da ndia, parte do Sri Lanka e outras localidades da

    Indonsia.

    Alm das datas culminantes dos dois solstcios (~21/12 e ~21/06,) temos

    mais duas perfeitamente alinhadas por volta de 12/04 e 31/08, que so as

  • datas aproximadas dos dois znites solares no paralelo citado, mostradas,

    respectivamente a seguir:

    Figura 10 Posio do Sol em 12/04/2010 (Znite Solar Sobre o Paralelo 8 41 40) Fonte: http://www.usno.navy.mil/USNO/astronomical-applications/data-services/earthview

    Figura 11 Posio do Sol em 31/08/2010 (Znite Solar Sobre o Paralelo 8 41 40) Fonte: http://www.usno.navy.mil/USNO/astronomical-applications/data-services/earthview

    Conforme comentado anteriormente, cumpre relembrar a pouca preciso

    das imagens com as latitudes e longitudes em base decimal e com apenas

    uma casa decimal, entretanto, as imagens possuem grande utilidade ilustrativa.

    Nelas, podemos notar a igualdade da longitude entre as duas datas (12/04 e

    31/08): 44.8 oeste.

  • preciso lembrar, tambm, que as posies denominadas aflio e

    perilio interferem no aumento das radiaes solares e, durante o vero oficial

    do hemisfrio sul, ou seja, nos primeiros dias de janeiro, o perilio garante

    cerca de 7% a mais de radiao solar no planeta, por ser esse o perodo no

    qual a terra passa mais prxima do sol, ao contrrio do aflio, que ocorre nos

    primeiros dias de julho, quando a terra fica mais distante do sol, ou seja, o

    vero do hemisfrio sul mais intenso.

    Estes detalhes no so explicitados com clareza no nosso ensino.

    Muitas vezes os habitantes das regies intertropicais imaginam que as suas

    estaes do ano so as mesmas das regies temperadas e polares. Existe

    uma lacuna de normatizao com relao a esse fato. Se por um lado as

    regras no se aplicam nas regies intertropicais, por outro no existe uma clara

    determinao dos diferentes perodos do ano com base cientfica para que

    possamos normatizar o assunto nas mesmas.

    Segundo o Prof. Kepler de Oliveira, do Instituto de Fsica da UFRGS:

    No Equador todas as estaes so muito parecidas: todos os dias do ano o Sol

    fica 12 horas acima do horizonte e 12 horas abaixo do horizonte; a nica

    diferena a altura do Sol: em 21.06 o Sol cruza o meridiano ao norte

    do Znite, em 23.09 o Sol cruza o meridiano ao sul do Znite, e no

    resto do ano ele cruza o meridiano entre esses dois pontos. Portanto a altura

    do Sol ao meio-dia no Equador no muda muito ao longo do ano e,

    conseqentemente, no existe muita diferena entre inverno, vero, primavera

    ou outono. medida que nos afastamos do Equador, as estaes ficam mais

    acentuadas. A diferena torna-se mxima nos plos.3

    No caso de Salvador, podemos afirmar que possumos um inverno

    (caracterizado por temperaturas menores, cu com nuvens carregadas e

    chuvas) e que o calor chega muito antes do dito vero oficial. Para as

    localidades de latitude 11 43 11 norte ou sul at a latitude 0 00 00

    (Equador), deveramos considerar dois veres (caso as suas condies

    climticas assim as confirmassem). Da latitude 11 43 11 norte ou sul at a

    3 Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/tempo/mas.htm

  • latitude 23 26 22 norte ou sul (Trpicos), deveramos considerar o vero de

    znite solar a znite solar, conforme dissemos nas colocaes sobre Salvador.

    A regio da Capital Baiana (12 58 16) j apresenta uma variao no seu

    fotoperodo:

    Figura 12 Variao do Fotoperodo em Latitudes do Hemisfrio Sul Fonte: www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/

    Segundo a Prof. Gabriela Cabral, da Equipe do site Brasil Escola:

    Posteriormente, os perodos climticos foram divididos a partir do Solstcio e do

    Equincio, fenmenos astronmicos que facilitaram a diviso. No ocidente, tais

    fenmenos permitiram a diviso em quatro estaes, sendo que em outros

    lugares existem duas, trs ou cinco estaes, dependendo da cultura.4

    Fica claro que existe, portanto, uma carncia de normatizao precisa

    para as diversas regies, tanto nas referncias que aqui (nesta parte,

    especificamente) demonstramos quanto nas outras disponibilizadas ao final

    deste texto. Muitos trabalhos nem sequer mencionam qualquer dificuldade em

    aplicao das regras s regies intertropicais. Obviamente, antes de tentar

    4 Fonte: http://www.brasilescola.com/geografia/estacoes-ano.htm

    FOTOPER ODO x LATITUDE

    8,0

    10,0

    12,0

    14,0

    16,0

    J A N M A R M A I J UL S E T N O V

    M e s e s

    Fotoperodo (horas) L at 1 0 S L at 2 0 S

    L at 3 0 S L at 4 0 SE quado r

  • pretender normatizar uma regio, devemos empreender nas mesmas uma

    pesquisa mais apurada, a fim de prover um estudo mais minucioso para a

    correta normatizao e s depois explicitar tais contedos nos livros didticos

    de todo o pas.

    4 AS ESTAES DO ANO NOS PASES DOMINANTES

    As quatro estaes foram convencionadas, certamente, por pases

    dominantes, visto que um conceito que se aplica fora dos trpicos, onde,

    inclusive, as suas diferenas podem ser mais perfeitamente observadas, e

    onde se localizam a maioria dos pases dominantes, como EUA, Canad,

    Japo e toda a Europa. Nos livros didticos dos pases intertropicais,

    entretanto, essas estaes so ensinadas da mesma forma, sem fazer sentido,

    uma vez que alguns cientistas afirmam que as estaes so para todo o

    hemisfrio e outros afirmam que o conceito de estaes no se aplica entre os

    trpicos. Se para um pas localizado fora dos trpicos, que no apresenta

    Znite Solar em nenhum dia do ano, ou seja, o sol NUNCA incide sobre ele,

    considerado vero somente porque o sol se aproximou dele e recai no trpico

    mais prximo, por que no considerar que vero em uma localidade ou pas

    situado entre os trpicos quando o sol estiver incidindo exatamente sobre ele,

    reconhecendo suas estaes por perodos diferenciados?

    5 EDUCAO X AS ESTAES DO ANO

    Os governantes dos Estados da Virgnia e Maryland, nos Estados

    Unidos, assinaram um tratado de paz com os ndios das Seis Naes.

    Mandaram cartas para que os selvagens enviassem alguns de seus jovens

    para serem educados nas escolas dos brancos. Os chefes dos ndios

    responderam agradecendo e recusando. O contedo da carta ficou conhecido

    porque, posteriormente aos anos de guerras entre brancos e ndios, Benjamin

    Franklin adotou o costume de divulg-la, nas suas conferncias e palestras.

    Segundo Carlos Brando (2001) esse era o contedo:

  • Ns estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para ns

    e agradecemos de todo corao.

    Mas aqueles que so sbios reconhecem que diferentes naes tm

    concepes diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores no ficaro

    ofendidos ao saber que a vossa idia de educao no a mesma que a

    nossa.

    Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e

    aprenderam toda a vossa cincia. Mas, quando eles voltaram para ns, eles

    eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de

    suportarem o frio e a fome. No sabiam como caar o veado, matar o inimigo e

    construir uma cabana, e falavam a nossa lngua muito mal. Eles eram,

    portanto, totalmente inteis. No serviam como guerreiros, como caadores ou

    como conselheiros.

    Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora no

    possamos aceit-la, para mostrar a nossa gratido, oferecemos aos nobres

    senhores de Virgnia que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes

    ensinaremos tudo o que sabemos e faremos deles, homens.

    Considerando o teor da carta, o autor acima defende a ideia de que

    diferentes tipos de sociedade, tais como: tribais de povos caadores,

    agricultores ou pastores nmades, camponeses, cidades de pases

    desenvolvidos e industrializados, mundos sociais sem classes, Estado em

    formao, etc. necessitam de diferentes tipos de educao.

    Esta, portanto, deve ser livre para atender s necessidades da

    comunidade, uma das maneiras que se cria para tornar comum como saber,

    como crena aquilo que comunitrio. Entretanto, esta pode tambm ser

    imposta por um sistema centralizado de poder que faz uso de seu saber para

    reforar a desigualdade entre os homens na diviso dos bens, do trabalho, dos

    direitos e dos smbolos. Quando assim se manifesta, ela considerada uma

    frao do modo de vida de grupos sociais que a criam e recriam. H formas de

    educao que se pratica com a finalidade de passar adiante o saber que

    atravessa as palavras da tribo, os cdigos sociais de conduta, as regras do

    trabalho em uma permanente troca sem fim com a natureza e com os homens.

    Quando so necessrios guerreiros ou burocratas, a educao se coloca

    disposio deste fim, imprimindo um saber que os constitui e os legitima por

    meio de um processo de produo de crenas, de ideias e de qualificaes que

  • envolvem trocas de smbolos, de bens e de poderes que, em conjunto,

    constroem tipos de sociedade. Esta , portanto, a sua fora, expressa na figura

    do educador que, de forma pueril, imagina estar a servio do saber e a quem

    ensina, mas, na verdade, serve a quem o constituiu professor no intuito de

    usufruir de seu potencial para impor seus interesses polticos. Esta,

    infelizmente, a sua fraqueza, manifestada na repetio de conhecimentos

    cristalizados que, em constante desrespeito s diferenas de uma comunidade,

    no se disponibiliza a rever antigos conceitos devido a sua condio

    hierrquica de poder. Prova disso o modo, sem distino local, como os livros

    de geografia classificam as estaes do ano em Salvador:

    6 VYGOTSKY E A INTERAO DO SUJEITO COM O MEIO

    Para Mizucami (1986), uma das bases da teoria de Vygotsky a

    aquisio de conhecimentos pela interao do sujeito com o meio. Nesse

    contexto, como poderamos promover essa interao entre o ensino das

    Estaes do Ano e os habitantes das regies intertropicais?

    Aparentemente no existe uma norma precisa que possa corrigir os

    equvocos causados por uma literatura aplicvel somente em regies distintas

    a essas, ou seja, as regies ou zonas temperadas, onde esto os pases

    dominantes minando um dos pilares da teoria de Vygotsky, o que certamente

    concorre para que o assunto no seja completamente compreendido pela

    maioria das pessoas.

    Para Vygotsky, a linguagem o sistema simblico dos grupos humanos

    e fornece os conceitos, as formas de organizao do real e a mediao entre o

    sujeito e o objeto do conhecimento, portanto, sociedades e culturas diferentes

    produzem estruturas diferenciadas, ou seja, deveria se construir um

    conhecimento local.

    A cultura fornece ao indivduo os sistemas simblicos de representao

    da realidade e o universo de significaes que permitem construir a

    interpretao do mundo real. o elemento, a partir do qual, o sujeito negocia

    constantemente o processo de recriao e reinterpretao de informaes,

    conceitos e significaes. da cultura do soteropolitano uma grande

    valorizao do seu vero. comum dizer que em Salvador o ano s termina

  • quando carnaval. O fim do carnaval e o fim do vero oficial, de fato, so datas

    prximas. Salvador valoriza, e muito, o seu turismo, apoiado nas suas festas,

    artistas e praias, elementos que impulsionam a economia de todo o estado da

    Bahia. Dessa forma, corroborando com Vygotsky, nada mais justo que o povo

    de Salvador possa ter reconhecimento acerca das estaes do ano de forma

    diferenciada.

    Ainda segundo Vygotsky apud Mizucami (1986), a zona de desenvolvimento

    proximal a distncia entre o nvel de desenvolvimento real e o potencial;

    distncia entre o que o sujeito faz sozinho e aquilo que capaz de fazer com

    interveno, por isso cabe ao professor intervir para que essa distncia seja

    vencida interferindo no processo de aprendizagem. Neste contexto, para que

    os nossos alunos aprendam sobre as estaes do ano e para que os nossos

    professores possam fazer as devidas intervenes, preciso corrigir as normas

    vigentes. um assunto que, sem dvida, seria mais bem compreendido com o

    auxlio de recursos, como pequenas maquetes planetrias ou modernos

    recursos de vdeos explicativos, da mesma forma que observamos nos pases

    mais desenvolvidos.

    Caberia ao governo implementar polticas para permitir que os

    professores tivessem xito ao avanar na zona de desenvolvimento proximal

    dos nossos alunos em relao a esse e a outros contedos estudados.

    7 CARL ROGERS E O ENFOQUE HUMANISTA

    Para Carl Rogers apud Mizucami (1986), a abordagem do processo de

    ensino, sob o enfoque humanista, determina que o conhecimento inerente

    atividade humana e no jamais acabado. Sua base a experincia pessoal e

    subjetiva de cada um. Ao experienciar, o homem conhece. A experincia o

    conjunto das realidades vividas. Dessa forma, fica completamente incorreto um

    morador de Salvador experimentar que est em uma parte do ano muito quente

    em datas onde as regras dominantes determinam que ainda primavera ou

    que j outono.

    O saudoso maestro Tom Jobim, que era natural do Rio de Janeiro, um

    estado do sudeste do Brasil, imortalizou: ... so as guas de maro fechando o

  • vero..., ao passo que, em Salvador, o vero fechado, como diria o poeta,

    com as guas (chuvas) de abril.

    8 JEAN PIAGET E O ENFOQUE COGNITIVISTA

    Segundo Piaget apud Mizucami (1986,) o conhecimento uma

    construo contnua e, portanto, essencialmente ativo. O sujeito conhece

    (aprende) um objeto agindo (operando) sobre ele e assimilando-o s estruturas

    de que dispe (sensrio-motoras, verbais ou mentais). tambm o exerccio

    do sujeito que constri as prprias estruturas.

    Da mesma forma que ocorre com o enfoque humanista de Carl Rogers,

    em que o homem deve experimentar para conhecer, com o cognitivista o

    indivduo deve operar sobre o objeto a conhecer. A falta de conhecimento

    acerca dos conceitos das estaes do ano em Salvador ocorre, porque as

    observaes dos indivduos esto incongruentes com o que eles aprenderam

    em seus livros didticos na escola, e no o que experimentam. Seguindo o

    raciocnio de Piaget, se o conhecimento algo essencialmente ativo e de

    construo constante, j passa da hora de ensinarmos corretamente o assunto

    do ensino fundamental ao superior.

    9 PAULO FREIRE E O ENFOQUE SOCIOCULTURAL

    Segundo Freire apud Mizucami (1986), O HOMEM um ser concreto,

    situado no mundo e com o mundo, no aqui-e-agora de seu contexto

    socioeconmico-cultural-poltico. Tem a vocao de tornar-se sujeito (do

    conhecimento, da educao, da vida, enfim) - o que alcana atravs da

    reflexo e da ao sobre sua realidade. O CONHECIMENTO elaborado pelo

    homem em um processo indissocivel de conscientizao. uma aproximao

    da realidade que permite descobrir suas variveis em nveis sucessivos de

    aprofundamento e compreenso.

    Assim, devemos ento educar as pessoas com base na realidade dos

    acontecimentos, segundo os ensinamentos de Freire, entretanto, as regras

    oficiais no so aplicveis nas regies intertropicais. Se apenas mostramos as

    regras postas das quatro estaes do ano, estaremos fomentando um

  • conhecimento distante da realidade, visto que, no caso de Salvador, a

    incongruncia grande.

    Ainda segundo Freire, a educao tem como objetivo primeiro criar

    condies para slida e ampla conscientizao de todas as pessoas. Para

    tanto deve trabalhar numa atitude permanente de reflexo crtica associada

    sempre ao comprometimento com a ao.

    Para criarmos uma conscientizao entre a populao de Salvador ou

    das regies intertropicais a respeito das estaes do ano preciso, portanto,

    corrigir os contedos dos livros.

    10 TABELA DO ZNITE SOLAR I

    Anexada a este texto, h uma tabela mostrando a ocorrncia do Znite

    Solar, que o momento que o sol incide exatamente sobre uma localidade.

    No esto sendo levadas em considerao as longitudes, entretanto a tabela

    mostra a incidncia do znite em cada data, organizadas na coluna da

    esquerda, indo de 21/06/09 at 21/06/2010 (366 linhas) e em cada latitude,

    indo de 23,5 de latitude norte at 23,5 de latitude sul, passando pelo zero

    grau, que o equador, pintado de marrom (95 colunas).

    A preciso da curva da incidncia do Znite Solar est prejudicada pelas

    poucas possibilidades das clulas quadradas do Excel e, para tentar respeitar

    as diferenas da superfcie terrestre, colocamos a descida da mesma de trs

    em trs linhas, depois de duas em duas e, finalmente, de uma em uma linha,

    entretanto as datas limites esto precisas.

    Essa incidncia est marcada por clulas pintadas de vermelho e, para

    Salvador (13,5 Sul), pintamos em azul o inverno, que ficar mais curto em

    relao s regras oficiais (74 dias e no 90); em amarelo, a primavera, que

    antecede o vero, com a marcao da data em vermelho (12/09/09) que ocorre

    45 dias antes do primeiro Znite Solar, que seria, portanto, o incio do nosso

    vero; em verde, o outono, que antecede o inverno, com a marcao da data

    em vermelho (01/04/10) que ocorre 45 aps o segundo Znite Solar e seria,

    portanto, o final do nosso vero. Note-se que os perodos do outono e

    primavera estariam encurtados para a metade, ou seja, apenas 45 dias e as

  • ocorrncias destes no teriam ligao com as posies astronmicas do

    equincio, que so aproximadamente 21/09 e 21/03.

    Outro detalhe da tabela que vale salientar que a partir da latitude 12,0

    para norte e para sul e at o final, que est na medida 23,5 para norte e para

    sul, a rea pintada de vermelho refere-se ao vero de znite a znite nessas

    latitudes, segundo a nossa proposta.

    Vale lembrar que a medida exata para tal ocorrncia 11 43 11 para

    norte ou para sul e, com a pouca preciso da tabela, que est dividida apenas

    de meio em meio grau, optou-se em fazer esse corte na altura de 11,5.

    Como a tabela muito grande na sua verso original no programa Excel,

    a cpia e colagem para este documento no programa Word no permitem

    enxergar os nmeros das datas ao longo das suas 366 linhas ou dos graus e

    suas fraes de 50% ao longo das suas 95 colunas. Recomenda-se a

    apreciao da mesma no seu programa original e, caso queiram imprimir o

    faam em formato A1 ou Azero. No formato A2 necessrio o auxlio de uma

    lente para enxergar os dados. Outra opo para sua correta visualizao

    alterar o zoom do Word para 400% ou 500%

    A tabela mostra tambm que, ao se projetar o mesmo raciocnio para as

    localidades de latitudes entre 11 43 11 norte ou sul (representados na tabela

    com a medida de 11,5) e o equador existe uma tendncia de desaparecimento

    do inverno, visto que o equador apresenta dois znites solares ao ano em

    21/09 e 21/03, datas estas que so, segundo as regras oficiais, outono e

    inverno (ou vice-versa, a depender da leitura hemisfrio sul para norte ou norte

    para sul). Isso explica a confuso do conceito de estaes entre os trpicos,

    pois, no caminho do sol, relativamente ao equador, se contar 45 dias aps um

    dos seus znites (21/09 ou 21/03), que ainda seria o seu vero, tm-se mais 45

    dias de um outono at o sol atingir um dos trpicos, que duraria tambm 45

    dias, para ento observar uma primavera, nos 45 dias seguintes, que estaria

    ligada ao seu vero, novamente 45 dias antes do seu segundo znite. Na

    tabela, a ocorrncia do outono e primavera do equador est pintado de verde e

    amarelo, respectivamente, nas colunas ao lado, para no apagar a sua cor

    marrom. O equador apresentaria, portanto, dois veres: um de 07/08/09 (45

    dias antes do seu primeiro znite solar que 21/09/09) at o dia 05/11/09 (45

    dias depois do seu primeiro znite solar que 21/09/09). Nos 90 dias

  • seguintes, tem-se um perodo de 45 dias de outono (at 20/12/09) e os 45 dias

    seguintes de primavera (at 04/02/10). De 05/02/10 at 06/05/10, tem-se o seu

    segundo vero, que marcado pela medida de 45 antes at 45 dias depois do

    seu segundo znite que 21/03. Dessa forma, as localidades de 11 43 11

    (ou 11,5 na tabela), partindo do norte ou sul at o equador, que 0, teriam

    dois veres, sendo que as primeiras teriam um outono/primavera simblico de

    apenas um dia, caso suas condies e padres climticos assim os confirmem.

    Tais consideraes deveriam ser utilizadas para normatizar o chamado

    Vero Amaznico, que normalmente anunciado por volta de outubro,

    exatamente aps o znite solar do equador, observado por volta de 21 de

    setembro.

    A Tabela do Znite Solar I pode ser baixada no nosso Blog

    www.veraodabahia.blogspot.com na postagem Elementos Tcnicos do dia

    07/07/2009, ou, clicando diretamente no seguinte link para download:

    http://www.mediafire.com/?hjyuyyfjny2

    11 TABELA DO ZNITE SOLAR II

    A segunda tabela nos mostra, com base nos dados do Observatrio

    Naval dos Estados Unidos USNO, a ocorrncia do Znite Solar (Sun

    Overhead) em cada latitude e longitude relacionando-as com a data de

    observao.

    O USNO utiliza-se da colocao dos graus e suas fraes, tanto da

    latitude quanto da longitude, em base decimal, e as fraes somente com uma

    casa decimal, o que pode ser pouco para apontar com preciso a ocorrncia do

    Znite Solar em uma localidade especfica. Preenchemos, no site do USNO,

    todas as datas das imagens utilizadas na primeira parte desse artigo sempre

    em 15 horas zulu, para coincidir com o meio dia de Braslia.

    Essa tabela deveria estar presente nos livros didticos, para que as

    pessoas que vivem entre os trpicos possam aferir as datas da ocorrncia do

    znite solar nas suas localidades. Com base na observao dos padres

    climticos de cada lugar e das ocorrncias do Znite Solar, pode-se definir as

    estaes do ano de forma mais precisa e real. A tabela deve ser utilizada,

  • principalmente em salas de aula que no disponham de nenhum recurso de

    vdeo, para que se compreenda o movimento do sol.

    Com recursos de vdeo, indicamos a nossa apresentao em Power

    Point, conforme descrito na nota de rodap nmero 1.

    A Tabela do Znite Solar II pode ser baixada, tambm, no nosso Blog

    www.veraodabahia.blogspot.com na postagem Dados do Observatrio Naval

    dos EUA, do dia 31/01/2010, ou no seguinte link para download:

    http://www.megaupload.com/?d=YX5Pj77V

    12 CONSIDERAES FINAIS

    Podemos depreender de todo o exposto que as regies intertropicais

    necessitam de novas regras em relao s quatro posies astronmicas da

    terra, que so, certamente, o fator preponderante para a configurao das

    estaes do ano. Faamos, ento, as correes assim que a comunidade

    cientfica e os rgos legisladores aceitem essa nova proposta, visto que as

    posies e conceitos podem ser perfeitamente aferidos e delimitados,

    especialmente com as informaes e recursos para divulgao das mesmas

    disponveis nos dias de hoje.

    Cada localidade pode, com preciso matemtica, determinar as

    estaes diante das quatro posies astronmicas da terra e com a devida

    observncia dos seus padres climticos.

    No correto estudar e ensinar regras que no condizem com a

    realidade observada em muitas localidades. Com a possibilidade de circulao

    das informaes, observada modernamente, no aceitvel que a cincia

    deixe de observar as diferenas demonstradas ao longo desse trabalho e

    continue afirmando, apenas, que, o conceito de estaes do ano no se aplica

    entre os trpicos. Se for verdade que no existem estaes entre os trpicos,

    por causa da incidncia do sol, ento no haveria estaes nos polos (onde

    elas so mximas justamente pela alternncia da incidncia do sol), por causa

    da presena do gelo o ano inteiro. Se tem gelo porque as guas ficam

    prximas de zero graus centgrados, e nem por isso configurado que l

    inverno o ano inteiro.

  • hora de corrigir os livros didticos e ensinar o assunto adequadamente

    nas escolas e universidades.

    Um matemtico da Grcia antiga, chamado Erathstenes, mediu a terra

    por observar que um poo em uma Cidade chamada Siene, no antigo Egito,

    apresentava Znite Solar no solstcio de vero (ficava sem sombra) e o farol de

    Alexandria apresentava uma sombra com certa inclinao na mesma data, no

    ano de 250 A.C. Com uma regra de trs simples, foi possvel determinar a

    circunferncia da terra (pois ele j tinha percebido que ela era redonda, e

    Galileu quase foi queimado pela inquisio ao reafirmar, s em 1611, ou seja,

    1861 anos depois, sua teoria heliocntrica).

    Os Maias, uma das civilizaes mesoamericanas ou pr-colombianas,

    tambm j observavam a ocorrncia dos solstcios e equincios, com as

    construes dos seus templos e palcios. Os Incas tambm observavam os

    mesmos fenmenos, conforme se pode observar at hoje no templo das trs

    janelas, onde o sol incide nos equincios e solstcios.

    inaceitvel que as pessoas do mundo hoje, com tantos recursos e

    tecnologias, entrem em uma instituio de ensino e saiam sem esses

    conhecimentos bsicos.

    13 REFERNCIAS

    AS ESTAES DO ANO. Disponvel em: . Acesso em: 25 abr. 2009 ASTRONOMIA. Disponvel em: . Acesso em: 20 mar 2009. BIOGRAFIA GALILEU GALILEI. Disponvel em: . Acesso em 02 maio 2010. BRANDO, Carlos Rodrigues, O Que Educao? 40 ed. Coleo Primeiros Passos. Brasiliense. So Paulo: 2001. ESTAES DO ANO. Disponvel em: . Acesso em: 27 abr. 2009 ESTAES DO ANO. Disponvel em: . Acesso em: 30 abr. 2009.

  • GOOGLE EARTH. Disponvel em: . Acesso em: 02 maio 2010. GOOGLE MAPS. Disponvel em: . Acesso em: 28 abr. 2010. LATITUDE E LONGITUDE. Disponvel em: . Acesso em: 13 mar 2010 MIZUKAMI, M. G. N., Ensino: as Abordagens do Processo. EPU. So Paulo: 1986 MOVIMENTOS DA TERRA. Disponvel em: . Acesso em: 20 mar 2010 USNO.Disponvelem:. Acesso em: 21 jan. 2010 VERO DA BAHIA. Disponvel em: (prpria). Acesso em: 21 jan. 2010

  • ANEXO A Tabela do Znite Solar I

  • ANEXO B Tabela do Znite Solar II

    Data Latitude Longitude Data Latitude Longitude 21/12/2009 23,4 S 45,4 W 07/02/2010 15,2 S 41,5 W 22/12/2009 23,4 S 45,3 W 08/02/2010 14,9 S 41,5 W 23/12/2009 23,4 S 45,2 W 09/02/2010 14,6 S 41,5 W 24/12/2009 23,4 S 45,1 W 10/02/2010 14,2 S 41,5 W 25/12/2009 23,4 S 45,0 W 11/02/2010 13,9 S 41,5 W 26/12/2009 23,4 S 44,8 W 12/02/2010 13,6 S 41,5 W 27/12/2009 23,3 S 44,7 W 13/02/2010 13,3 S 41,5 W 28/12/2009 23,2 S 44,6 W 14/02/2010 12,9 S 41,5 W 29/12/2009 23,2 S 44,5 W 15/02/2010 12,6 S 41,5 W 30/12/2009 23,1 S 44,3 W 16/02/2010 12,2 S 41,5 W 31/12/2009 23,1 S 44,2 W 17/02/2010 11,9 S 41,5 W 01/01/2010 23,0 S 44,1 W 18/02/2010 11,5 S 41,5 W 02/01/2010 22,9 S 44,0 W 19/02/2010 11,2 S 41,5 W 03/01/2010 22,8 S 43,9 W 20/02/2010 10,8 S 41,6 W 04/01/2010 22,7 S 43,8 W 21/02/2010 10,4 S 41,6 W 05/01/2010 22,6 S 43,6 W 22/02/2010 10,1 S 41,6 W 06/01/2010 22,5 S 43,5 W 23/02/2010 09,7 S 41,7 W 07/01/2010 22,3 S 43,4 W 24/02/2010 09,4 S 41,7 W 08/01/2010 22,2 S 43,3 W 25/02/2010 09,0 S 41,7 W 09/01/2010 22,1 S 43,2 W 26/02/2010 08,6 S 41,8 W 10/01/2010 21,9 S 43,1 W 27/02/2010 08,2 S 41,8 W 11/01/2010 21,8 S 43,0 W 28/02/2010 07,8 S 41,9 W 12/01/2010 21,6 S 42,9 W 01/03/2010 07,5 S 41,9 W 13/01/2010 21,4 S 42,8 W 02/03/2010 07,1 S 42,0 W 14/01/2010 21,2 S 42,7 W 03/03/2010 06,7 S 42,0 W 15/01/2010 21,1 S 42,6 W 04/03/2010 06,3 S 42,1 W 16/01/2010 20,9 S 42,5 W 05/03/2010 05,9 S 42,1 W 17/01/2010 20,7 S 42,5 W 06/03/2010 05,6 S 42,2 W 18/01/2010 20,5 S 42,4 W 07/03/2010 05,2 S 42,2 W 19/01/2010 20,3 S 42,3 W 08/03/2010 04,8 S 42,3 W 20/01/2010 20,0 S 42,2 W 09/03/2010 04,4 S 42,4 W 21/01/2010 19,8 S 42,2 W 10/03/2010 04,0 S 42,4 W 22/01/2010 19,6 S 42,1 W 11/03/2010 03,6 S 42,5 W 23/01/2010 19,4 S 42,0 W 12/03/2010 03,2 S 42,6 W 24/01/2010 19,1 S 42,0 W 13/03/2010 02,8 S 42,6 W 25/01/2010 18,9 S 41,9 W 14/03/2010 02,4 S 42,7 W 26/01/2010 18,6 S 41,9 W 15/03/2010 02,0 S 42,8 W 27/01/2010 18,4 S 41,8 W 16/03/2010 01,6 S 42,8 W 28/01/2010 18,1 S 41,8 W 17/03/2010 01,2 S 42,9 W 29/01/2010 17,9 S 41,7 W 18/03/2010 00,8 S 43,0 W 30/01/2010 17,6 S 41,7 W 19/03/2010 00,4 S 43,1 W 31/01/2010 17,3 S 41,6 W 20/03/2010 00,0 S 43,1 W 01/02/2010 17,0 S 41,6 W 21/03/2010 00,3 N 43,2 W 02/02/2010 16,7 S 41,6 W 22/03/2010 00,8 N 43,3 W 03/02/2010 16,4 S 41,5 W 23/03/2010 01,1 N 43,4 W 04/02/2010 16,1 S 41,5 W 24/03/2010 01,5 N 43,4 W 05/02/2010 15,8 S 41,5 W 25/03/2010 01,9 N 43,5 W 06/02/2010 15,5 S 41,5 W 26/03/2010 02,3 N 43,6 W

  • Data Latitude Longitude Data Latitude Longitude 27/03/2010 02,7 N 43,7 W 17/05/2010 19,4 N 45,9 W 28/03/2010 03,1 N 43,7 W 18/05/2010 19,6 N 45,9 W 29/03/2010 03,5 N 43,8 W 19/05/2010 19,8 N 45,9 W 30/03/2010 03,9 N 43,9 W 20/05/2010 20,0 N 45,9 W 31/03/2010 04,3 N 44,0 W 21/05/2010 20,2 N 45,8 W 01/04/2010 04,7 N 44,0 W 22/05/2010 20,4 N 45,8 W 02/04/2010 05,0 N 44,1 W 23/05/2010 20,6 N 45,8 W 03/04/2010 05,4 N 44,2 W 24/05/2010 20,8 N 45,8 W 04/04/2010 05,8 N 44,3 W 25/05/2010 21,0 N 45,8 W 05/04/2010 06,2 N 44,3 W 26/05/2010 21,2 N 45,7 W 06/04/2010 06,6 N 44,4 W 27/05/2010 21,4 N 45,7 W 07/04/2010 06,9 N 44,5 W 28/05/2010 21,5 N 45,7 W 08/04/2010 07,3 N 44,5 W 29/05/2010 21,7 N 45,7 W 09/04/2010 07,7 N 44,6 W 30/05/2010 21,8 N 45,6 W 10/04/2010 08,1 N 44,7 W 31/05/2010 22,0 N 45,6 W 11/04/2010 08,4 N 44,7 W 01/06/2010 22,1 N 45,5 W 12/04/2010 08,8 N 44,8 W 02/06/2010 22,2 N 45,5 W 13/04/2010 09,2 N 44,9 W 03/06/2010 22,4 N 45,5 W 14/04/2010 09,5 N 44,9 W 04/06/2010 22,5 N 45,4 W 15/04/2010 09,9 N 45,0 W 05/06/2010 22,6 N 45,4 W 16/04/2010 10,2 N 45,0 W 06/06/2010 22,7 N 45,3 W 17/04/2010 10,6 N 45,1 W 07/06/2010 22,8 N 45,3 W 18/04/2010 10,9 N 45,2 W 08/06/2010 22,9 N 45,2 W 19/04/2010 11,3 N 45,2 W 09/06/2010 23,0 N 45,2 W 20/04/2010 11,6 N 45,3 W 10/06/2010 23,0 N 45,1 W 21/04/2010 12,0 N 45,3 W 11/06/2010 23,1 N 45,1 W 22/04/2010 12,3 N 45,4 W 12/06/2010 23,2 N 45,0 W 23/04/2010 12,6 N 45,4 W 13/06/2010 23,2 N 45,0 W 24/04/2010 13,0 N 45,5 W 14/06/2010 23,3 N 44,9 W 25/04/2010 13,3 N 45,5 W 15/06/2010 23,3 N 44,9 W 26/04/2010 13,6 N 45,5 W 16/06/2010 23,4 N 44,8 W 27/04/2010 13,9 N 45,6 W 17/06/2010 23,4 N 44,8 W 28/04/2010 14,2 N 45,6 W 18/06/2010 23,4 N 44,7 W 29/04/2010 14,6 N 45,7 W 19/06/2010 23,4 N 44,7 W 30/04/2010 14,9 N 45,7 W 20/06/2010 23,4 N 44,6 W 01/05/2010 15,2 N 45,7 W 21/06/2010 23,4 N 44,5 W 02/05/2010 15,5 N 45,8 W 22/06/2010 23,4 N 44,5 W 03/05/2010 15,8 N 45,8 W 23/06/2010 23,4 N 44,4 W 04/05/2010 16,0 N 45,8 W 24/06/2010 23,4 N 44,4 W 05/05/2010 16,3 N 45,8 W 25/06/2010 23,4 N 44,3 W 06/05/2010 16,6 N 45,8 W 26/06/2010 23,4 N 44,3 W 07/05/2010 16,9 N 45,9 W 27/06/2010 23,3 N 44,2 W 08/05/2010 17,2 N 45,9 W 28/06/2010 23,3 N 44,2 W 09/05/2010 17,4 N 45,9 W 29/06/2010 23,2 N 44,1 W 10/05/2010 17,7 N 45,9 W 30/06/2010 23,1 N 44,1 W 11/05/2010 18,0 N 45,9 W 01/07/2010 23,1 N 44,0 W 12/05/2010 18,2 N 45,9 W 02/07/2010 23,0 N 44,0 W 13/05/2010 18,5 N 45,9 W 03/07/2010 22,9 N 43,9 W 14/05/2010 18,7 N 45,9 W 04/07/2010 22,9 N 43,9 W 15/05/2010 18,9 N 45,9 W 05/07/2010 22,8 N 43,8 W 16/05/2010 19,2 N 45,9 W 06/07/2010 22,7 N 43,8 W

  • Data Latitude Longitude Data Latitude Longitude 07/07/2010 22,5 N 43,8 W 27/08/2010 09,9 N 44,6 W 08/07/2010 22,4 N 43,7 W 28/08/2010 09,6 N 44,7 W 09/07/2010 22,3 N 43,7 W 29/08/2010 09,2 N 44,8 W 10/07/2010 22,2 N 43,7 W 30/08/2010 08,9 N 44,8 W 11/07/2010 22,1 N 43,6 W 31/08/2010 08,5 N 44,9 W 12/07/2010 21,9 N 43,6 W 01/09/2010 08,2 N 45,0 W 13/07/2010 21,8 N 43,6 W 02/09/2010 07,8 N 45,1 W 14/07/2010 21,6 N 43,5 W 03/09/2010 07,4 N 45,2 W 15/07/2010 21,5 N 43,5 W 04/09/2010 07,1 N 45,2 W 16/07/2010 21,3 N 43,5 W 05/09/2010 06,7 N 45,3 W 17/07/2010 21,1 N 43,5 W 06/09/2010 06,3 N 45,4 W 18/07/2010 21,0 N 43,4 W 07/09/2010 05,9 N 45,5 W 19/07/2010 20,8 N 43,4 W 08/09/2010 05,6 N 45,6 W 20/07/2010 20,6 N 43,4 W 09/09/2010 05,2 N 45,7 W 21/07/2010 20,4 N 43,4 W 10/09/2010 04,8 N 45,8 W 22/07/2010 20,2 N 43,4 W 11/09/2010 04,4 N 45,8 W 23/07/2010 20,0 N 43,4 W 12/09/2010 04,1 N 45,9 W 24/07/2010 19,8 N 43,4 W 13/09/2010 03,7 N 46,0 W 25/07/2010 19,6 N 43,4 W 14/09/2010 03,3 N 46,1 W 26/07/2010 19,4 N 43,4 W 15/09/2010 02,9 N 46,2 W 27/07/2010 19,1 N 43,4 W 16/09/2010 02,5 N 46,3 W 28/07/2010 18,9 N 43,4 W 17/09/2010 02,1 N 46,4 W 29/07/2010 18,7 N 43,4 W 18/09/2010 01,8 N 46,5 W 30/07/2010 18,4 N 43,4 W 19/09/2010 01,4 N 46,6 W 31/07/2010 18,2 N 43,4 W 20/09/2010 01,0 N 46,7 W 01/08/2010 17,9 N 43,4 W 21/09/2010 00,6 N 46,7 W 02/08/2010 17,7 N 43,4 W 22/09/2010 00,2 N 46,8 W 03/08/2010 17,4 N 43,5 W 23/09/2010 00,2 S 46,9 W 04/08/2010 17,2 N 43,5 W 24/09/2010 00,6 S 47,0 W 05/08/2010 16,9 N 43,5 W 25/09/2010 01,0 S 47,1 W 06/08/2010 16,6 N 43,5 W 26/09/2010 01,4 S 47,2 W 07/08/2010 16,3 N 43,6 W 27/09/2010 01,8 S 47,3 W 08/08/2010 16,0 N 43,6 W 28/09/2010 02,1 S 47,3 W 09/08/2010 15,8 N 43,6 W 29/09/2010 02,5 S 47,4 W 10/08/2010 15,5 N 43,7 W 30/09/2010 02,9 S 47,5 W 11/08/2010 15,2 N 43,7 W 01/10/2010 03,3 S 47,6 W 12/08/2010 14,9 N 43,7 W 02/10/2010 03,7 S 47,7 W 13/08/2010 14,6 N 43,8 W 03/10/2010 04,1 S 47,8 W 14/08/2010 14,3 N 43,8 W 04/10/2010 04,5 S 47,8 W 15/08/2010 13,9 N 43,9 W 05/10/2010 04,8 S 47,9 W 16/08/2010 13,6 N 43,9 W 06/10/2010 05,2 S 48,0 W 17/08/2010 13,3 N 44,0 W 07/10/2010 05,6 S 48,0 W 18/08/2010 13,0 N 44,0 W 08/10/2010 06,0 S 48,1 W 19/08/2010 12,7 N 44,1 W 09/10/2010 06,4 S 48,2 W 20/08/2010 12,3 N 44,2 W 10/10/2010 06,8 S 48,2 W 21/08/2010 12,0 N 44,2 W 11/10/2010 07,1 S 48,3 W 22/08/2010 11,7 N 44,3 W 12/10/2010 07,5 S 48,4 W 23/08/2010 11,3 N 44,3 W 13/10/2010 07,9 S 48,4 W 24/08/2010 11,0 N 44,4 W 14/10/2010 08,3 S 48,5 W 25/08/2010 10,6 N 44,5 W 15/10/2010 08,6 S 48,5 W 26/08/2010 10,3 N 44,5 W 16/10/2010 09,0 S 48,6 W

  • Data Latitude Longitude Data Latitude Longitude 17/10/2010 09,4 S 48,7 W 12/12/2010 23,1 S 46,6 W 18/10/2010 09,7 S 48,7 W 13/12/2010 23,2 S 46,5 W 19/10/2010 10,1 S 48,8 W 14/12/2010 23,2 S 46,3 W 20/10/2010 10,4 S 48,8 W 15/12/2010 23,3 S 46,2 W 21/10/2010 10,8 S 48,8 W 16/12/2010 23,3 S 46,1 W 22/10/2010 11,2 S 48,9 W 17/12/2010 23,4 S 46,0 W 23/10/2010 11,5 S 48,9 W 18/12/2010 23,4 S 45,8 W 24/10/2010 11,9 S 49,0 W 19/12/2010 23,4 S 45,7 W 25/10/2010 12,2 S 49,0 W 20/12/2010 23,4 S 45,6 W 26/10/2010 12,5 S 49,0 W 21/12/2010 23,4 S 45,5 W 27/10/2010 12,9 S 49,0 W 28/10/2010 13,2 S 49,0 W 03/11/2010 15,1 S 49,1 W 04/11/2010 15,5 S 49,1 W 05/11/2010 15,8 S 49,1 W 06/11/2010 16,1 S 49,1 W 07/11/2010 16,4 S 49,1 W 08/11/2010 16,6 S 49,1 W 09/11/2010 16,9 S 49,0 W 10/11/2010 17,2 S 49,0 W 11/11/2010 17,5 S 49,0 W 12/11/2010 17,8 S 49,0 W 13/11/2010 18,0 S 48,9 W 14/11/2010 18,3 S 48,9 W 15/11/2010 18,6 S 48,8 W 16/11/2010 18,8 S 48,8 W 17/11/2010 19,0 S 48,8 W 18/11/2010 19,3 S 48,7 W 19/11/2010 19,5 S 48,7 W 20/11/2010 19,8 S 48,6 W 21/11/2010 20,0 S 48,5 W 22/11/2010 20,2 S 48,5 W 23/11/2010 20,4 S 48,4 W 24/11/2010 20,6 S 48,3 W 25/11/2010 20,8 S 48,2 W 26/11/2010 21,0 S 48,2 W 27/11/2010 21,2 S 48,1 W 28/11/2010 21,4 S 48,0 W 29/11/2010 21,5 S 47,9 W 30/11/2010 21,7 S 47,8 W 01/12/2010 21,8 S 47,7 W 02/12/2010 22,0 S 47,7 W 03/12/2010 22,1 S 47,5 W 04/12/2010 22,3 S 47,5 W 05/12/2010 22,4 S 47,3 W 06/12/2010 22,5 S 47,2 W 07/12/2010 22,6 S 47,1 W 08/12/2010 22,7 S 47,0 W 09/12/2010 22,8 S 46,9 W 10/12/2010 22,9 S 46,8 W 11/12/2010 23,0 S 46,7 W