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Tribunal de Justiça/RS 1 SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA............................................................................................................................. 03 LÍNGUA PORTUGUESA I – PROFESSOR ANDRESAN........................................................................... 05 FUNÇÕES SINTÁTICAS........................................................................................................................ 05 CONCORDÂNCIA VERBAL................................................................................................................... 17 REGÊNCIA VERBAL.............................................................................................................................. 25 LÍNGUA PORTUGUESA II – PROFESSOR MARCELLO.......................................................................... 43 ACENTUAÇÃO GRÁFICA...................................................................................................................... 43 CRASE.................................................................................................................................................... 53 ORAÇÕES.............................................................................................................................................. 61 PONTUAÇÃO......................................................................................................................................... 75 CONCORDÂNCIA NOMINAL................................................................................................................. 89 CLASSES DE PALAVRAS E SEUS EMPREGOS.................................................................................. 105 ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS....................................................................................... 113 VERBOS................................................................................................................................................. 121 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS............................................................................................................ 143 INFORMÁTICA............................................................................................................................................ 149 WINDOWS 7........................................................................................................................................... 151 BROFFICE.............................................................................................................................................. 165 INTERNET.............................................................................................................................................. 177 LEGISLAÇÃO............................................................................................................................................. 183 MATÉRIA ADMINISTRATIVA E DE ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA.......................................................... 185 CONSOLIDAÇÃO NORMATIVA JUDICIAL............................................................................................ 185 MATÉRIA CONSTITUCIONAL................................................................................................................... 251 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988............................................... 251 CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – 1989...................................................... 281 MATÉRIA CÍVEL E PROCESSUAL............................................................................................................ 292 CÓDIGO CIVIL........................................................................................................................................ 292 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL............................................................................................................ 296 LEI Nº 8.245/1991 – LEI DO INQUILINATO........................................................................................... 348 LEI Nº 9.099/1995 – JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS..................................................... 350 MATÉRIA CRIMINAL E PROCESSUAL..................................................................................................... 361 CÓDIGO PENAL..................................................................................................................................... 361 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL......................................................................................................... 364 LEI Nº 11.340/2006 – LEI MARIA DA PENHA........................................................................................ 369

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Tribunal de Justiça/RS 1

SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA.................................. ........................................................................................... 03

LÍNGUA PORTUGUESA I – PROFESSOR ANDRESAN........... ................................................................ 05

FUNÇÕES SINTÁTICAS........................................................................................................................ 05

CONCORDÂNCIA VERBAL................................................................................................................... 17

REGÊNCIA VERBAL.............................................................................................................................. 25

LÍNGUA PORTUGUESA II – PROFESSOR MARCELLO.......... ................................................................ 43

ACENTUAÇÃO GRÁFICA...................................................................................................................... 43

CRASE.................................................................................................................................................... 53

ORAÇÕES.............................................................................................................................................. 61

PONTUAÇÃO......................................................................................................................................... 75

CONCORDÂNCIA NOMINAL................................................................................................................. 89

CLASSES DE PALAVRAS E SEUS EMPREGOS.................................................................................. 105

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS....................................................................................... 113

VERBOS................................................................................................................................................. 121

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS............................................................................................................ 143

INFORMÁTICA........................................ .................................................................................................... 149

WINDOWS 7........................................................................................................................................... 151

BROFFICE.............................................................................................................................................. 165

INTERNET.............................................................................................................................................. 177

LEGISLAÇÃO......................................... .................................................................................................... 183

MATÉRIA ADMINISTRATIVA E DE ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA. ......................................................... 185

CONSOLIDAÇÃO NORMATIVA JUDICIAL............................................................................................ 185

MATÉRIA CONSTITUCIONAL............................. ...................................................................................... 251

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988............................................... 251

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – 1989...................................................... 281

MATÉRIA CÍVEL E PROCESSUAL......................... ................................................................................... 292

CÓDIGO CIVIL........................................................................................................................................ 292

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL............................................................................................................ 296

LEI Nº 8.245/1991 – LEI DO INQUILINATO........................................................................................... 348

LEI Nº 9.099/1995 – JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS..................................................... 350

MATÉRIA CRIMINAL E PROCESSUAL...................... ............................................................................... 361

CÓDIGO PENAL..................................................................................................................................... 361

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL......................................................................................................... 364

LEI Nº 11.340/2006 – LEI MARIA DA PENHA........................................................................................ 369

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FUNÇÕES SINTÁTICAS Localização do sujeito Definição gramatical: Sujeito é o ser sobre o qual se faz uma declaração. Reconhecimento do sujeito Exs.: A) B) C)

LÍNGUA PORTUGUESA I PROFESSOR ANDRESAN

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2. OBJETO DIRETO é o complemento de um verbo transitivo direto. Vem, normalmente, ligado ao verbo sem preposição. PONTOS IMPORTANTES A) Pergunta para encontrar o objeto direto. B) Sujeito X Objeto Direto C) Pronome oblíquo de terceira pessoa que representa objeto direto. 3. OBJETO INDIRETO é o complemento de um verbo transitivo indireto, isto é, o complemento se liga ao verbo por meio de preposição. PONTOS IMPORTANTES A) Pergunta para encontrar o objeto indireto. B) Pronome Oblíquo que representa objeto indireto.

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OBJETO DIRETO X OBJETO INDIRETO

EXERCÍCIOS I Classifique os complementos verbais (objeto direto ou objeto indireto) em destaque nas frases abaixo. 1) Ceda o lugar aos mais velhos. 2) Construí uma bela casa. 3) O quarentão se apaixonou por uma adolescente. 4) Chamei um técnico. 5) As orquídeas gostam de ambientes úmidos e quentes. 6) A televisão deve às crianças programações mais ricas e educativas. 7) Não respondia às minhas perguntas. 8) Os pais preocupam-se com os filhos. 9) Devemos comunicar o fato ao diretor. 10) Procurei o livro, mas não o encontrei. 11) Deste modo prejudicas-te. 12) Roberto hostilizava o amigo.

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13) Nunca desobedeci ao meu pai. 14) A namorada não te esperou? 15) Ela me traiu. 16) Confiou-me as chaves. 17) A terra nos pertencia. Complete com a forma correta. 1) Sobram- _____ qualidades e recursos. (os/lhes) 2) Isto não ________ convém. (o/lhe) 3) Procurei- ________ muito. (a/lhe) 4) Ninguém __________ viu. (o/lhe) 5) Ela ________________ confessará tudo. (os/lhes) 6) . Conheço-________.(o/lhe) Anotações

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4. COMPLEMENTO NOMINAL é o termo que se liga a um substantivo abstrato, adjetivo ou advérbio, através de uma preposição, com a função de completar algum desses termos. O complemento nominal tem sempre sentido passivo. PONTOS IMPORTANTES A) Complementando um substantivo. Ele efetuou a compra do carro . B) Complementado um adjetivo Fumar é prejudicial à saúde . C) Complementando um advérbio Arlinda agiu favoravelmente ao marido . 5. ADJUNTO ADNOMINAL é o termo de valor adjetivo que serve para especificar ou delimitar o significado de um substantivo, qualquer que seja a função deste. Tem sentido ativo quando introduzido por uma preposição.

PONTOS IMPORTANTES O Adjunto Adnominal pode ser representado por um: a) adjetivo, uma locução adjetiva, um pronome adjetivo, um artigo, um numeral ou Aquela mulher exuberante explicou a notícia do jornal . b) pronome oblíquo com valor de possessivo Beijei-lhe a mão. (sua mão) Roubaram-lhe o dinheiro. (seu dinheiro)

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COMPLEMENTO NOMINAL X ADJUNTO ADNOMINAL

EXERCÍCIOS II Use o seguinte código para os termos sublinhados: ( 1) complemento nominal , (2) adjunto adnominal, (3) objeto indireto. 1. Deparei com um estranho . ( ) 2. Ninguém fez referência ao namoro de Susana . ( ) 3. Eu me referi ao namoro de Susana . ( ) 4. Este é um livro de magia . ( ) 5. A admiração de José por Renata é flagrante . ( ) ( ) 6. Ele receava por tudo . ( ) 7. Ele estava receoso de tudo . ( ) 8. Ele gosta de livros e tem gosto pelas artes . ( ) ( ) 9. A compra daquele jogador foi uma grande aquisição do clube. ( ) 10. O computador de Carlos está aqui. ( ) 11. A lembrança do pai era dolorida. Ele sempre se lembrava dos filhos que estavam longe. ( ) 12. A lembrança do pai era dolorida. Os filhos sempre se lembravam dele que estava longe. ( ) 13. O telefone dos alunos tem de ficar no silencioso. ( ) 14. O pensamento de Lúcia é estranho, ela nunca pensa no futuro . ( )

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6. AGENTE DA PASSIVA é o complemento que, na voz passiva com auxiliar, designa o ser que pratica a ação sofrida ou recebida pelo sujeito. Este complemento verbal vem normalmente introduzido pela preposição por e, algumas vezes, por de. EXEMPLOS O livro foi feito pelos alunos . O procedimento de Carlos era conhecido de todos. 7. ADJUNTO ADVERBIAL é o termo da oração que indica uma circunstância do fato expresso pelo verbo ou intensifica o sentido do verbo, do adjetivo e do advérbio. O adjunto adverbial exerce, portanto, a função de modificador e de intensificador. Principais tipos de Adjunto Adverbial a) b) c) d) 2) Outros tipos ASSUNTO Falávamos sobre futebol. CONFORMIDADE Vivemos conforme a situação. INSTRUMENTO Ela o matou com uma faca. MEIO Iremos de carro. INTENSIDADE Maria Eduarda ficou muito triste. MATÉRIA A vela é feita de cera. OPOSIÇÃO Lutaremos contra a injustiça. COMPANHIA Fomos com Maria. CONCESSÃO Apesar da chuva, foi à praia. FINALIDADE Prepare-se para a festa. DÚVIDA Acaso ele entende mesmo de poema? NEGAÇÃO João não virá.

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8. APOSTO é um termo de caráter nominal que se junta a um substantivo, a um pronome, ou a um equivalente destes, a título de explicação ou de esclarecimento.

PONTOS IMPORTANTES

9. VOCATIVO é um termo classificado à parte, pois não pertence ao sujeito nem ao predicado. É utilizado para realizar invocações, chamados. Deve ser colocado sempre entre vírgulas, no caso de aparecer no meio da oração, e seguido ou antecedido de vírgula, caso ocorra no início ou no fim de uma oração. PONTOS IMPORTANTES Posição do Vocativo a) Início Márcia , não sai daqui. b) Meio Não saia, Márcia , daqui. c) Fim Não saia daqui, Márcia .

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10. PREDICATIVO é o termo da oração que indica uma característica que se atribui ao sujeito ou ao objeto.

PONTOS IMPORTANTES a) Predicativo do Sujeito Eles parecem tristes . b) Predicativo do Objeto João considerou o negócio ótimo . OBSERVAÇÕES IMPORTANTES Predicativo do Sujeito X Objeto Direto Predicativo do Sujeito X Adjunto Adverbial 4) Funções do LHE

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QUESTÕES DE CONCURSO FUNÇÕES SINTÁTICAS

1. “As cartas, enviei-as ontem, pelo portador da Companhia.” A função sintática do termo sublinhado é: a) objeto indireto b) sujeito c) objeto direto d) adjunto adnominal e) complemento nominal 2. Sou amado por aquelas duas mulheres. Idem à anterior. a) objeto direto b) objeto indireto c) agente da passiva d) predicativo do sujeito e) sujeito 3. Assinale a frase em que há complemento nominal. a) Tudo lhe é indiferente b) A casa de José é bonita. c) Preciso de você. d) Nada me perturba. e) Nada me interessa. 4. A recordação da cena persegue-me até hoje. Os termos em destaque são, respectivamente: a) objeto indireto, objeto indireto b) complemento nominal, objeto direto c) complemento nominal, objeto indireto d) objeto indireto, objeto direto e) n.d.a. 5. Assinale a oração que começa com uma adjunto adverbial de tempo: a) Com certeza havia um erro no papel branco. b) No dia seguinte Fabiano voltou à cidade. c) Na porta, (...) enganchou as rosetas das esporas d) Não deviam tratá-lo assim. e) O que havia era safadeza. 6. Na oração seguinte: “Você ficará tuberculoso, de tuberculose morrerá’’, as palavras destacadas são, respectivamente: a) adjunto adverbial de modo, adjunto adverbial de causa. b) objeto direto, objeto indireto c) predicativo do sujeito, adjunto adverbial d) ambas predicativos e) n.d.a.

7. Jovens, tenham cuidado com os livros, seus verdadeiros amigos. A função sintática da palavra ou expressão sublinhada é, respectivamente: a) sujeito – objeto indireto; b) sujeito – aposto; c) vocativo – aposto; d) vocativo – complemento nominal; e) aposto – objeto direto. 8. Coloque V ou F nos parênteses, conforme seja verdadeira ou falsa a afirmação, e depois assinale a alternativa correta. ( ) Em Não conseguiremos ensinar às pessoas o amor à vida, os termos destacados são, respectivamente, um objeto indireto e um complemento nominal. ( ) Em É preferível o otimismo das ações ao pessimismo das idéias, o termo em destaque é objeto direto . ( ) Em Há muito para ser feito, mas o tempo é curto, o sujeito da primeira oração é inexistente, e o da Segunda é o tempo. ( ) Em O amor pela biodiversidade da vida continua sendo a nossa melhor arma, o termo destacado é predicativo. a) V, F, V, V. b) V, F, V, F. c) F, V, V, F. d) F, V, F, V. e) F, F, V, V. 9. Existem algumas pessoas que já aderiram ao movimento. A função sintática das expressões sublinhadas é, respectivamente, a) sujeito – objeto indireto b) sujeito – complemento nominal c) objeto direto – objeto indireto d) objeto direto – complemento nominal e) adjunto adverbial – objeto direto 1. Um relatório apresentado pela Academia Nacional de 2. Ciências dos Estados Unidos sustenta que está 3. comprometido o futuro da Estação Espacial 4. Internacional, laboratório científico instalado numa 5. órbita a 400 quilômetros da Terra. Construído por um 6. consórcio de 16 países, liderado pelos EUA, o projeto 7. foi abalado com a decisão da Nasa de cortar custos e 8. diminuir o número de astronautas. A estação deveria 9. abrigar sete pessoas, mas foram eliminados alguns 10. módulos. Hoje só comporta três indivíduos. O 11. resultado, diz o documento, é que foi posto de lado o 12. propósito primordial, que seria fazer experiências científicas no espaço.

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10. A que sujeito se refere o verbo ‘comportar’, linha 10? a) a estação; b) sete pessoas; c) se; d) três indivíduos; e) módulos. 11. Que função sintática exerce a expressão ‘laboratório científico instalado numa órbita a 400 quilômetros da Terra’, linhas 4 e 5? a) A expressão explica o termo ‘Estação Espacial Internacional’, adquirindo a função de aposto. b) A expressão indica a circunstância do termo ‘Estação Espacial Internacional’, adquirindo a função de adjunto adverbial. c) A expressão caracteriza ou determina o substantivo ‘Estação Espacial Internacional’, adquirindo a função de adjunto adnominal. d) A expressão é o complemento do verbo ‘sustentar’, e) N.D.A. 12. Em: “Não eram tais palavras compatíveis com a sua posição ”, o termo em destaque é: a) complemento nominal b) objeto indireto c) objeto direto d) sujeito e) agente da passiva. Tinha grande amor à humanidade . As ruas foram lavadas pela chuva . Ele é rico em virtudes .

13. Os termos destacados são, respectivamente:

a) complemento nominal, agente da passiva, complemento nominal. b) objeto indireto, agente da passiva, objeto indireto. c) complemento nominal, objeto indireto, complemento nominal. d) objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva e) sujeito, aposto e objeto indireto 14. Assinale o item em que a função não corresponde ao termo em destaque. a) Comer demais é prejudicial à saúde . Complemento nominal. b) Jamais me esquecerei de ti . Objeto indireto. c) Ele foi cercado pelos amigos sinceros . Agente da passiva. d) Não tens interesse pelos estudos . Complemento nominal. e)Tinha grande necessidade de afeto . Objeto indireto.

15. Analise o termo destacado: “Uniu-se à melhor das noivas, a Igreja , e oxalá vocês se amem tanto.” a) aposto b) adjunto adnominal c) adjunto adverbial d) pleonasmo e) vocativo 16. Aponte a correta análise do termo destacado. “Ao fundo, as pedrinhas claras pareciam tesouros abandonados .” a) predicativo do sujeito b) adjunto adnominal c) objeto direto d) complemento nominal e) predicativo do objeto direto 17. Em todas as orações o termo destacado está analisado corretamente, exceto em: a) Existe, nesta cidade, um carpinteiro . (objeto direto) b) É importante o apoio dos operários . (sujeito) c) Já tínhamos certeza da derrota . (complemento nominal) d) O estudante permaneceu inalterável . (predicativo) e) Renato, o engenheiro , logo protestou. (aposto) 18. Observe as frases abaixo: “A água doce é um recurso renovável pela própria natureza.” “Traz vida para o ser humano a água doce .” Indique a função sintática exercida pelos termos destacados nas duas frases, respectivamente: a) sujeito, agente da passiva b) sujeito, sujeito c) agente da passiva, sujeito d) predicativo do sujeito, sujeito e) sujeito, objeto direto 19. Considere o seguinte trecho: “Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou”. Em qual das alternativas abaixo o termo destacado apresenta a mesma função sintática do termo sublinhado anteriormente? a) “Toda a casa era um corredor deserto...”. b) “Uma hora da noite eles se iam...”. c) “... como a última luz na varanda ”. d) “Às suas violetas , na janela, não lhes poupei água...”. e) “Não tenho botão na camisa...”.

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20. Em A mulher ouve-lhe os passos , o pronome destacado exerce função de a) objeto direto. b) objeto indireto. c) aposto. d) adjunto adnominal. e) agente da passiva. 21. “Neste ano, o domingo de Páscoa cai em 23 de março, apenas um dia depois da data mínima possível.” Com relação à frase acima, assinale a alternativa correta . a) O sujeito da frase é indeterminado. b) O predicado é nominal. c) Há dois verbos na frase e o segundo é da 3ª conjugação. d) A frase é interrogativa. e) O sujeito da frase é “o domingo de Páscoa”. 22. A cheia, assunto de todas as pessoas, causava tristeza. A expressão destacada é: a) vocativo b) adjunto adverbial c) aposto d) predicativo do sujeito e) n.d.a. FUNÇÕES SINTÁTICAS I – 01. C 06. C 11. A 16. A 21. E 02. C 07. C 12. A 17. A 22.C 03. A 08. A 13. A 18. B 04. B 09. A 14. E 19. B 05. B 10. A 15. A 20. D

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CONCORDÂNCIA VERBAL Regra Geral � O verbo concorda com o núcleo sujeito em número e pessoa. Corrija, quando necessário, a concordância do verbo. 1. Não existe, pois, no futebol brasileiro, razões para angústias, 2. Faltam, no gramado de nossos estádios, talentos incomparáveis. 3. Já chegou hoje os três representantes da Argentina. 4. Resta ainda alguns participantes. 5. Vem do Uruguai as sugestões para a reforma. 6. Existem na atualidade diferentes tipos de comportamento. 7. Podem provocar uma séria lesão as picadas daquele mosquito. 8. Faltam aos países subdesenvolvidos uma legislação mais rigorosa para esses crimes. 9. Persistem por muito tempo no meio ambiente os efeitos nocivos desse gás. 10. Possuem elevado grau de complexidade os problemas matemáticos daquele professor.

Complete as frases com dele ou de ele, deles ou de eles, dela ou de ela, delas ou de elas, de ou dos, de a ou das.

a) Apesar ____________ trabalhadores ganharem mal, ainda dão o melhor. (dos/de os) b) O fato _________ mentir é grave.(dela/de ela) c) A mentira ______________ não convenceu ninguém.(dela/de ela) d) Antes __________ reler o livro, poderá falar.(dela/de ela) e) No momento ______________ diretora falar, vamos fazer silêncio.(da/ de a) f) A despeito ____________ jogador ser aplaudido, foi mandado embora.(do/de o) h) O cartaz ______________ filme era horrível. ( do / de o ) 1. A contração de preposição com artigo está incorreta , do ponto de vista da língua culta padrão, na alternativa a) Resultado do seu último planejamento estratégico b) o Estado continua com o controle do banco c) A perspectiva concreta do Brasil atingir o investiment grade (grau de investimento) d) Os bons resultados do crescimento econômico do Estado nos últimos anos e) A tendência da redução das taxas de juros no mercado interno QUESTÃO TÍPICA

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CASOS ESPECIAIS 1. Verbos impessoais � Há verbos que não têm sujeito. É o caso dos verbos impessoais 1.1. HAVER – no sentido de existir

Ex.: Havia poucas mulheres na sala. Obs.: Caso forme locução com outro verbo, a impessoalidade do verbo haver o contaminará. Exs.: Vai haver novas oportunidades. Poderá haver algumas modificações. ATENÇÃO: Nem sempre o verbo haver é empregado no se ntido de EXISTIR.

Ex.: Naquele dia, eles haviam chegado tarde. 1.2 FAZER – indicando tempo, temperatura.

Exs.: Faz dez anos que partiu. Faz dias quentes em Recife.

Obs.: Formando locação com outro verbo. A impessoalidade do verbo FAZER passará para o outro.

Exs.: Vai fazer três meses que estou sem namorado.

Exercícios Sublinhe a forma correta: 1. Onde você andava? Fazem/Faz mais de três horas que a espero. 2. Talvez houvessem/houvesse soluções melhores do que aquela. 3. Vão/Vai terminar acontecendo coisas desagradáveis. 4. Vão/Vai terminar havendo coisas desagradáveis. 5. Haviam/Havia ocorrido vários acidentes naquele local. 6. Haviam/Havia vários carros naquele local. 7. Acho que devem/deve haver duas colheres ali. 8. Acho que devem/deve bastar duas colheres de açúcar. 9. Hão/Há de haver outras saídas. 10. Hão/Há de existir outras saídas. 11. Espero que hajam/haja sobrado algumas cervejas. 12. Espero que hajam/haja algumas cervejas no gelo. 13. Já começam/começa a haver esperanças. 14. Não podem/pode haver hesitações 15. No domingo, farão/fará seis meses que as aulas começaram; pode-se dizer que só faltam/falta trinta dias para as férias.

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2. Concordância na PASSIVA SINTÉTICA ���� Quando o verbo vier acompanhado da partícula se, haverá sujeito e com ele será feita a concordância, se for passiva sintética ou pronominal. Observe os exemplos: Fazem-se carretos.

Vende-se um apartamento. Vendem-se dois apartamentos. Consertam-se calçados. Contrataram-se professores.

ATENÇÃO ���� Não haverá concordância, se o termo que acompanha o verbo for preposicionado (objeto indireto) ou se o verbo for intransitivo. Nesses casos, temos o sujeito indeterminado. Exs.: Necessita-se de ajudantes. Precisa-se de excelentes jogadores. Assistiu-se a bons espetáculos. Vive-se bem em Alvorada. Sublinhe a forma correta: 1. Trata-se/Tratam-se de vírus desconhecidos. 2. Nas metrópoles se decide/ se decidem os rumos da modernidade. 3. Incorre-se/Incorrem-se em erros ao avaliar o progresso. 4. Às vezes se carece/ se carecem de critérios confiáveis. 5. Acerta-se/Acertam-se muitas vezes estas questões. 6. É bom que se organize/organizem, se possível, os papéis . 7. É um época em que se vive/vivem todas as restrições 8. Convém que se obedeça/obedeçam a todas as normas 9. A maneira como se expõe/expõem os assuntos não atrai os alunos. 10. Convém que se levante/levantem os problemas, que se reflita/reflitam sobre os assuntos e não se tome/tomem medidas apressadas. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 3.1 Concordância com o verbo SER � Se o verbo SER for impessoal, ou seja, indicando hora,data, distância, concordará com o predicativo. 3.2 Sujeito composto

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3.3 A concordância com expressões partitivas será o pcional. 3.4. Concordância com os verbos VIR e TER e derivad os.

Ex.: Ele tem dois filhos. Ele mantém a decisão. Eles têm dois filhos. Eles mantêm a decisão.

Anotações

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QUESTÕES DE CONCURSO 1. Se, no período “Já no caso do horário eleitoral gratuito, o pedido deverá ocorrer no prazo de 24 horas, contado a partir da veiculação do programa.”, o substantivo destacado for passado para o plural, quantas outras modificações serão necessárias na frase para ajustes de concordância? a) Uma. b) Duas. c) Três. d) Quatro e) Cinco. 2. Em A espécie era totalmente desconhecida de todos os índios Macuxis. se a palavra em destaque fosse para o plural quantas outras alterações seriam necessárias para que a frase ficasse correta ? a) Uma. b) Duas. c) Três. d) Quatro. e) Nenhuma. 3. Em relação à concordância verbal, assinale a alternativa incorreta . a) Se as folhas grandes tiverem no verso a folhinha menor, é sinal que existe muito amor no lar. b) Grande parte da população amazônica acreditam que o Tamba-tajá são um amuleto do amor. c) Nunca houve um casal que se amasse tanto. d) Comunicou aos amigos sua decisão de casar logo. e) O guerreiro foi à floresta e cavou um buraco bem fundo. 4. Assinale a alternativa que apresenta correta concordância verbal. a) Não podem haver rasuras nesses documentos. b) Se não existisse tantas injustiças, não haveria tantas crises sociais. c) Embora ainda coubessem algumas pessoas, as portas foram fechadas. d) Não deveriam haver discriminações entre gordos e magros. e) As responsabilidades serão apuradas, sejam elas de quem for. Com sorte, a pessoa podia apaixonar-se depois de casada. 5. Se substituíssemos a palavra pessoa por noivos, quantas outras palavras sofreriam ajustes de concordância? a) Uma b) Duas c) Três d) Quatro e) Cinco

6. Com relação à concordância verbal, assinale a alternativa incorreta . a) A felicidade, você e eu caminharemos juntos. b) As paredes pareciam tremer. c) Desconfiavam-se de algumas pessoas. d) O treinador foi um dos que não faltou. e) Mais de um atleta desistiu da prova. 7. Assinale a alternativa com concordância nominal incorreta . a) Ela sempre pareceu meia assustada. b) Elas mesmas assim o queriam. c) A árvore de cujas folhas e frutos lhe falei, é essa. d) Envio-lhe anexa a certidão de casamento. e) Estava com bolsos e mãos cheias de pedras. 8. Assinale a alternativa que completa, corretamente , a lacuna da frase abaixo. “________ três meses que ele não aparecia por aqui.” a) Faziam b) Fizeram c) Fazia d) Fariam e) Fizessem 9. Em “Se eu recuperar todo o dinheiro roubado, tentarei concluir o projeto.”, se passarmos para o plural a palavra destacada, quantas outras alterações se farão necessárias? a) Uma. b) Duas. c) Três. d) Quatro. e) Cinco. 10. Se, no período “Este dado é fundamental para que o Banestes continue crescendo e, ao mesmo tempo, mantenha sua posição de lucratividade, hoje classificado como o banco público de maior rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido”, o substantivo destacado fosse para o plural, quantas outras modificações seriam necessárias para ajuste de concordância? a) Uma. b) Duas. c) Três. d) Quatro. e) Seis.

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11. Com relação à concordância verbal, está correta a alternativa a) Houveram dias em que pensei ser impossível sair de casa. b) Já fazem vários dias que os candidatos chegaram à cidade. c) Iniciaram o desfile pelas ruas o bloco de afoxé e seus componentes. d) Agora é, exatamente, onze e meia; falta apenas quinze minutos para sairmos. 12. Toda a verdade dos fatos ........., ainda que ........ as revelações. a) será apurado - doa. b) serão apurados - doa. c) será apurada - doam. d) será apurado - doa. e) serão apurada - doam. 13. O meio passa a ter sentido graças às necessidades e aspirações do homem. Que valor .......... os bens materiais se não .......... as necessidades do homem e se não .......... aspirações? a) teria - fosse – existisse b) teriam - fossem – existisse c) teriam - fossem – existissem d) teria - fossem – existissem e) teriam - fosse - existissem 14. Nas duas margens, .......... relva abundante; contudo, lá onde .......... ervas perigosas, no matagal, é que .......... os bois e os cavalos. a) crescem - existem - pastavam. b) cresce - existem - pastavam. c) cresce - existe - pastava. d) cresce - existe - pastavam. e) crescem - existe - pastava. 15. Assinale a alternativa em que a concordância do verbo está ERRADA: a) Acho que devem bastar duas colheres de açúcar. b) Vão terminar acontecendo coisas desagradáveis. c)Eles acham que pode ficar faltando uma dúzia de ingressos. d) De fatos como esses decorre uma grande sensação de impunidade. e) Deve ter sobrado uns cinco reais. 16. Assinale a alternativa em que a concordância do verbo grifado está correta : a) Mesmo que se tratem de pessoas honestas, exija um fiador. b) É importante que haja muitas faculdades de Letras. c) Espero que, em fevereiro, façam dias menos ventosos. d) Haviam quatro semanas que o navio estava no porto. e) Se não houverem imprevistos, chegaremos amanhã.

17.Em todos os enunciados abaixo, a concordância está correta, EXCETO em: a) Foi ele quem levou o país a tomar posição contra o autoritarismo. b) Os estrangeiros têm uma visão arrogante sobre o Brasil. c) Houve muitas oportunidades de provar o nosso patriotismo. d) Fazem 500 anos que sempre há alguém querendo salvar essa brava gente brasileira. e) Dizem-se muitas inverdades sobre o povo brasileiro. 18. Que ........... ou não existido os deuses mitológicos pouco importa. Já .......... séculos que a Arte os ................ vivos. a) houvesse – faz – mantêm b) houvesse – fazem – mantêm c) houvessem – faz – mantém d) houvessem – fazem – mantém e) houvessem – faz - mantêm 19. O Rio, nos primeiros anos trinta, sabia onde eram os cafés dos sambistas, dos músicos, dos turfistas e dos boêmios. Se substituíssemos “os cafés” por “o café”, quantas outras palavras precisariam obrigatoriamente de concordância? a) nenhuma. b) uma. c) duas. d) três. e) quatro. 20. “Naquela época, só podiam votar os homens maiores de 25 anos e era exigida uma renda anual superior a cem mil réis”. Se substituíssemos a palavra “homens” por “homem”, essas substituição implicaria mudanças em mais: a) uma palavra b) duas palavras c) três palavras d) quatro palavras e) cinco palavras O homem do mundo contemporâneo vive uma preocupação crônica: a busca desenfreada do ter. 21. Se a palavra “homem” (1.1) fosse substituída por homens, teriam de passar obrigatoriamente para o plural mais .......... palavras. a) Sete. b) Seis. c) Cinco. d) Quatro. e) Duas.

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22. “Naquela época, só podiam votar os homens maiores de 25 anos e era exigida uma renda anual superior a cem mil réis”. Se substituíssemos a palavra “homens” por “homem”, essa substituição implicaria mudança em mais: a) uma palavra b) duas palavras c) três palavras d) quatro palavras e) cinco palavras 23. Assinale a alternativa em que a concordância do verbo grifado está correta : a) Mesmo que se tratem de pessoas honestas, exija um fiador. b) É importante que haja muitas faculdades de Letras. c) Espero que, em fevereiro, façam dias menos ventosos. d) Haviam quatro semanas que o navio estava no porto. e) Se não houverem imprevistos, chegaremos amanhã. Rio, nos primeiros anos trinta, sabia onde eram os cafés dos sambistas, dos músicos, dos turfistas e dos boêmios. 24. Se substituíssemos "os cafés" por "o café", quantas outras palavras precisariam obrigatoriamente de ajuste na concordância? a) Nenhuma b) Uma c) Duas d) Três 1. Mas é curioso: essa mesma fabricação 2. imaginária que santifica a natureza contribui para 3. agravar ainda mais a selvageria nas cidades. 4. Basta observar. Transeuntes se trajam como 5. quem vai enfrentar o mato, os bichos, o 6. desconhecido. Relógios de mergulhadores são 7. ostentados por garotos que mal sabem ver as 8. horas; botas de vaqueiro, próprias para pisar 9. currais, freqüentam cerimônias de casamento; 10. fardas militares de guerrilheiros amazônicos 11. passeiam pelos shoppings. No trânsito, jipes 12. brucutus viraram a última moda. Com pneus 13. gigantescos e agressivos do lado de fora, e 14. estofamento de couro do lado de dentro, são uma 15. versão sobre quatro rodas dos condomínios 16. fechados.

25. Considere as seguintes sugestões de substituição de palavras do texto. I. Substituição da palavra fardas (l.10) por uniforme. II. Substituição da expressão fabricação imaginária (l. 1-2) por mitos fabricados.

Tais substituições acarretariam ajustes de concordância nas frases em que ocorressem. Assinale a alternativa que apresenta o número de outras palavras do texto que deveriam ser obrigatoriamente modificadas nos casos I e II, respectivamente. a) 1 – 2 b) 1 – 3 c) 2 – 3 d) 2 – 4 e) 4 – 4 Os negros, porém, ao longo de todo o período colonial, tentaram superar a diversidade de culturas que os dividia, juntando fragmentos das mesmas mediante procedimentos diversos, entre eles a formação de quilombos e a realização de batuque e calundus. [...] 26. Se substituíssemos Os negros por O povo africano , quantas outras palavras da frase deveriam ser modificadas para fins de concordância? a) Nenhuma b) Uma c) Duas d) Três e) Quatro Tudo isso parece exagerado e, no brasil, é apresentado como ridículo. .........., há que destacar que é positivo no chamado politicamente correto: a idéia – óbvia para qualquer lingüista, psicólogo ou psicanalista – de que a linguagem não é neutra, mas expressa, produz e reproduz uma visão de mundo. Se a linguagem não se limita a traduzir fatos, mas tende a expressar pontos de vista, é preciso expô-los e eventualmente combatê-los. 27. Se substituíssemos a expressão Tudo isso por Esses fatos, quantas outras palavras da frase teriam de sofrer ajustes de concordância? a) Uma. b) Duas. c) Três. d) Quatro. e) Cinco.

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Uma pessoa excessivamente tímida ou muito agressiva terá problemas para conseguir um bom emprego, ....... na profissão ou ter bom relacionamento familiar, por maior que seja seu QI. .... que os novos estudos estão mostrando no momento é que um cérebro jovem tende, sim, a ser mais inovador e revolucionária. Mas, como um bom vinho ou uma boa idéia, ele também pode amadurecer e melhorar com o tempo. Basta ser estimulado. (Adaptado de: GUARACY,Tales; RAMALHO, Cristina. Veja. 19 28. Considere a hipótese de substituir um cérebro jovem por cérebros jovens. Isso acarretaria algumas outras modificações. Nessa situação, seria INCORRETO substituir a) tende por tendem b) inovador e revolucionário por inovadores e revolucionários. c) Ele e pode por eles e podem. d) Amadurecer e melhorar por amadurecerem e melhorarem. e) Ser estimulado por serem estimulados.

Com freqüência, eles descrevem as populações locais como iletradas e ignorantes; porém, delas dependia, em boa medida, o êxito das expedições dos naturalistas. 29. Se substituíssemos as populações locais por a população local, quantas outras palavras da frase deveriam ser modificadas para fins de concordância? a) Nenhuma. b) Uma. c) Duas. d) Três. e) Quatro. 30. Assinale a alternativa que contém erro de concordância verbal: a) Uma porção de pessoas viram o acidente. b) Não eras tu que defendias isso. c) Talvez haja aulas amanhã. d) Surgia vagarosamente as luzes da cidade. e) Tu e ele partireis cedo. GABARITO – CONCORDÂNCIA VERBAL 01. B 02.C 03.B 04.C 05.C 06.C 07.A 08.C 09.B 10.C 11.C 12.C 13.C 14.B 15.E 16.B 17.D 18.C 19.B 20.C 21.E 22.B 23.B 24.B 25.D 26.C 27.E 28.D 29.D 30.D

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REGÊNCIA VERBAL 1. PREDICAÇÃO VERBAL 1) 2) 3) CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS

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CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAL VERBO TRANSITIVO

São verbos significativos, incapazes, sozinhos, de constituir o predicado, já que, tendo sentido incompleto, exigem um complemento. Subdividem-se em: 3.1. Direto � quando exigem complemento sem preposição obrigatória,

denominado objeto direto.

Exs.: Luciana comprou livros. Luciana ama Carlos

3.2. Indireto ���� quando exigem complemento com preposição obrigatória,

denominado objeto indireto.

Exs.: Carlos necessita de livros. Luciana confia em Carlos

3.3. Direto e indireto ���� quando possuem dois complementos: um sem preposição (objeto

direto), outro com preposição (objeto indireto).

Exs.: Luciana ofereceu livros a Carlos. Carlos emprestou os livros para Luciana

3.4. Verbo Intransitivo ���� São verbos significativos, capazes, sozinhos, de constituir o

predicado. Não necessitam de complemento, já que possuem sentido completo.

Exs.: O balão subiu . O cão desapareceu desde ontem.

3.5. Verbos de Ligação ���� São verbos vazios ou quase vazios de significado, que servem

como elo de ligação entre o sujeito e um atributo do sujeito denominado predicativo do sujeito. Exs.: Luciana é estudiosa.

Carlos está tenso.

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QUESTÕES DE CONCURSO 1. Na prática, essa mistura gera infinitas possibilidades. (5° parágrafo) O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase: a) A arte, apesar de bela, também não é fácil ... b) ... quando a estética surgiu na Antigüidade ... c) ... o traço de união entre arte e ciência reside exatamente nesse ponto. d) .. que logo abandonaram as cenas sem profundidade do período clássico ... e) Bem-humorado, brincava com as idéias da matemática ... 2. ... eles investem contra carros, casas e, ás vezes, vilas inteiras ... (1° parágrafo) O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase: a) ... ficaram mais agressivos ... b) Após estudar manadas na Ásia e na África ... c) ... que a espécie sofre de um distúrbio psicológico bem conhecido entre os seres humanos ... d) ... que deixa esses animais propensos à depressão e à agressividade excessiva. e) ... que inclui o homem, o chimpanzé e o golfinho. 3. ... as empresas investem no treinamento de seus funcionários. O mesmo complemento exigido pelo verbo assinalado na frase acima está em: a) ...quando a produtividade se eleva. b) ...que perde produtividade. c) ...depende também da educação. d) ...o País deu grandes passos no campo quantitativo. e) ...não há a menor possibilidade. 4. ... ou até mesmo reduzir o crescimento da população mundial ... (frase abaixo) Ocorre que deter ou até mesmo reduzir o crescimento da população mundial não é tão simples. O mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo grifado acima está na frase: a) ... o impacto das atividades humanas sobre a natureza é real. b) A salvação do planeta passaria necessariamente pelo fim do crescimento de economias e populações ... c) Uma economia... seria movida por fontes renováveis de energia. d) ... nenhuma mudança terá realmente efeito. e) ... até metas mais óbvias ... parecem distantes. 5. A Universidade de Campinas, com a realização do seminário “Perspectiva de Mudanças do Padrão Tecnológico da Agricultura”, trouxe valiosa colaboração para os que estudam as migrações demográficas em nosso país. O sujeito do verbo TROUXE é a) a realização do seminário b) valiosa colaboração c) A Universidade de Campinas d) o seminário e) “Perspectiva de Mudanças do Padrão Tecnológico da Agricultura” 6. Qual a predicação verbal do verbo voar na frase: “Os pássaros voam na mata”. a) verbo de ligação b) verbo transitivo direto c) verbo transitivo indireto d) verbo intransitivo e) nenhum do citados 7. Idem à anterior “O aluno ficou contente com o resultado dos seus estudos!”. a) verbo de ligação b) verbo transitivo direto c) verbo transitivo indireto d) verbo intransitivo e) nenhum dos citados

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8. Jovens, tenham cuidado com os livros, seus verdadeiros amigos. A função sintática da palavra ou expressão sublinhada é, respectivamente: a) sujeito – objeto indireto; b) sujeito – aposto; c) vocativo – aposto; d) vocativo – complemento nominal; e) aposto – objeto direto. 9. Existem algumas pessoas que já aderiram ao movimento. A função sintática das expressões sublinhadas é, respectivamente, a) sujeito – objeto indireto b) sujeito – complemento nominal c) objeto direto – objeto indireto d) objeto direto – complemento nominal e) adjunto adverbial – objeto direto 10. Qual a função sintática desempenhada pelas palavras destacadas? Respondi às questões tranqüilamente, pois estava muito seguro. a) complemento nominal b) sujeito c) objeto direto d) objeto indireto e) adjunto adverbial

GABARITO 1. D 2. C 3. C 4. D 5. C

6. D 7. A 8. C 9. A 10. D

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REGÊNCIA VERBAL A regência verbal se ocupa do estudo da relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).

1. A turma do Q.PPPAAAVOR 1. Querer - VTD = desejar / VTI = estimar, querer bem, gostar. 2. Pagar e Perdoar VTD - OD – coisa / VTI - OI - A pessoa / VTDI - alguma COISA A ALGUÉM: 3. Proceder Proceder = “realizar”, “dar início”: 4. Assistir VTD = dar assistência / VTI = presenciar (prep. A obrigatória): 5. Aspirar VTD = cheirar, sorver / VTI = ambicionar (prep. A obrigatória): 6. Agradar VTD = acariciar / VTI = satisfazer 7. Visar VTD = pôr o visto / VTD = apontar, mirar / VTI = ambicionar 8. Obedecer VTI A sempre 9. Responder Quando houver apenas um objeto, este terá de ser obrigatoriamente OBJETO INDIRETO:

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EXERCÍCIOS I Complete as frases quando for necessário 1. Pagou_____ médico, pagou __________ empregadas e sobrou dinheiro. 2. Devemos obedecer____ apelos do coração. 3. Respondeu ________bilhete, mas não respondeu _______ carta. 4. Visamos _____ paz e ________ entendimento. 5. Maria quer porque quer_______ carro. 6. Pedro pagava pouco _______empregados. 7. Ela não perdoou _______ amante. 8. Essa empresa paga em dia _______ salário dos empregados. 9. Assisti _____combate dos lutadores. 10. Eles aspiram ________ dias melhores. 11. Aspiremos _____esse ar maravilhoso da primavera. 12. Vamos proceder ______uma devassa na empresa. 13. Não visamos _____qualquer lucro. 14. Os filhos, geralmente, querem muito_______ seus pais. 15. Pagou ____ carnê, pagou _____ credores, e sobrou dinheiro. 16. O funcionário visou ____passaporte. 17. Joãozinho quer muito____ pais. 18. Vários candidatos aspiraram ___ cargo. 19. Ontem nós assistimos ___ um bom jogo. 20. O médico assistiu ___ rapaz acidentado. 2. Regência de alguns verbos 2.1. Implicar - No sentido de acarretar é VTD. 2.2. Preferir - Preferir exige a prep. A : 2.3. Ir, Voltar, Chegar - Solicitam as preposições A ou DE ou PARA. 2.4. Morar, Residir, Estar situado (Residente, Sito ) - Solicitam a preposição EM. 2.5. Esquecer-se, Lembrar-se / Esquecer, Lembrar - Quando pronominais, solicitam a preposição DE.

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EXERCÍCIOS II Complete as frases com as preposições adequadas. 1. Residia ____ Rua Duque de Caxias. 2. Eles moram _____ Avenida João Pessoa. 3. Foi_______ Minas, assistir ____ um jogo do Inter. 4. Vai ______ Roma como embaixador e lá permanecerá seis anos. 5. O contrabando implica _____perigos imensos. 6. Estudar para o vestibular implica______ sacrifícios e renúncias. 7. É preferível ser rico e ter saúde __________ ser pobre e doente. 8. Nunca mais esqueceu _____ primeira namorada. 9. Nunca mais se esqueceu ____ primeira namorada. 10. À noite, às vezes, lembrava ______ beijos apaixonados que trocavam ao luar. 11. Lembrava-se _____ beijos apaixonados. 12. Prefiro cachorro ____ gato. 13. Prefiro a paz ____ guerra. 14. Chegou ____ Porto Alegre bem cedo. 15. Voltaremos ____ Pelotas no próximo ano. 16. José foi _____Rio de Janeiro definitivamente. 17. Ele nunca se lembrou _____ mim. 18. Isso implicará______ conseqüências sérias. 19. Prefiro futebol _______vôlei. 20. Lembrei-me _____você. QUESTÕES 1. Leia atentamente: “Refiro-me a esta carta e não aquela que recebi ontem.” Na frase acima, a falta de um acento gráfico indica um erro de: a) pontuação b) regência nominal c) regência verbal d) concordância nominal e) colocação pronominal 2. Indique a alternativa correta: a) Preferia brincar do que trabalhar. b) Preferia mais brincar a trabalhar. c) Preferia brincar a trabalhar. d) Preferia brincar à trabalhar. e) Preferia mais brincar do que trabalhar. 3. Indique a regência que está de acordo com a norma culta: a) Estes são os recursos que dispomos. b) Perdôo aos teus erros. c) Assiste ao debate dos candidatos. d) Paguei a uma dívida atrasada. e) Perdoei o amigo que me ofendeu. Gabarito

1) c 2) c 3) c

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3. CUIDADO Avisar, informar, comunicar, advertir, prevenir ... quando VTDI (OD - coisa ou pessoa) (OI - coisa ou pessoa) Ex.: Avisei o aluno da mudança. Avisei ao aluno a mudança. Avisei-o de que era proibido. Avisei-lhe que era proibido Parte 3 Complete as frases com os pronomes adequados. 1. Enviaram - _______ uma carta muito reveladora. 2. Comuniquei - ________ o fato. 3. Informei -__ ______ de tudo que se passava. 4. Proibiram - ______ os pratos apimentados e as bebidas alcoólicas. 5. Proibiram - _______ de ver o namorado. 6. Mostrei -_________ os fatos e aconselhei - _______ a ter cautela. 7. Eu ________ preparei a prova. 8. Apresentei - _________ aos meus amigos. 9. Apresentei - _________ os meus amigos. 10. Impediram - _______ de falar. 11. Permitiram -______ ficar. 12. Felicitei - _______ pela aprovação. 13. Não _________ aconselharam cautela. Aconselharam -_____ a ser ousado. 14. Ordenaram - _______ que fosse pontual. 15. Convenceram -______ a revelar o segredo.

ANOTAÇÕES

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QUESTÕES 1. Isso ......... autorizava ........... tomar iniciativas. a) o - à. b) lhe - de. c) o - de. d) o - a. e) lhe - a. 2. A situação ........ aspiras não é compatível ........... tuas posses. a) que - para. b) a que - de. c) que - de. d) à que - de. e) a que - com. 3. Ansiava ............. encontrá-lo, a fim de ............ pelo sucesso. a) por - cumprimentá-lo. b) de - cumprimentar-lhe. c) com - cumprimentá-lo. d) em - cumprimentar-lhe. e) para - cumprimentar-lhe.

Gabarito

1) D 2) e 3) a

Respostas Respostas – regência EXERCÍCIOS I 1. Pagou__ao___ médico, pagou ____às______ empregadas e sobrou dinheiro. 2. Devemos obedecer__aos__ apelos do coração. 3. Respondeu ___ao_____bilhete, mas não respondeu _____à__ carta. 4. Visamos __à___ paz e ____ao____ entendimento. 5. Maria quer porque quer___o____ carro. 6. Pedro pagava pouco ___aos____empregados. 7. Ela não perdoou __ao_____ amante. 8. Essa empresa paga em dia ___o____ salário dos empregados. 9. Assisti ___ao__combate dos lutadores. 10. Eles aspiram ____a____ dias melhores. 11. Aspiremos ___x__esse ar maravilhoso da primavera. 12. Vamos proceder ___a___uma devassa na empresa. 13. Não visamos __a___qualquer lucro. 14. Os filhos, geralmente, querem muito___a/aos____ seus pais. 15. Pagou __o__ carnê, pagou ___aos__ credores, e sobrou dinheiro. 16. O funcionário visou __o__passaporte. 17. Joãozinho quer muito__aos__ pais. 18. Vários candidatos aspiraram __ao_ cargo. 19. Ontem nós assistimos _a__ um bom jogo. 20. O médico assistiu _o__ rapaz acidentado.

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EXERCÍCIOS II 1. Residia __na__ Rua Duque de Caxias. 2. Eles moram __na___ Avenida João Pessoa. 3. Foi___a____ Minas, assistir _a___ um jogo do Inter. 4. Vai ___para___ Roma como embaixador e lá permanecerá seis anos. 5. O contrabando implica __x___perigos imensos. 6. Estudar para o vestibular implica___x___ sacrifícios e renúncias. 7. É preferível ser rico e ter saúde ___a_______ ser pobre e doente. 8. Nunca mais esqueceu __a___ primeira namorada. 9. Nunca mais se esqueceu __da__ primeira namorada. 10. À noite, às vezes, lembrava ___os___ beijos apaixonados que trocavam ao luar. 11. Lembrava-se ___dos__ beijos apaixonados. 12. Prefiro cachorro __a__ gato. 13. Prefiro a paz __à__ guerra. 14. Chegou __a/de__ Porto Alegre bem cedo. 15. Voltaremos _a/de___ Pelotas no próximo ano. 16. José foi _para_o___Rio de Janeiro definitivamente. 17. Ele nunca se lembrou __de___ mim. 18. Isso implicará___x___ conseqüências sérias. 19. Prefiro futebol ___a____vôlei. 20. Lembrei-me ___de__você. EXERCÍCIOS III 1. Enviaram - ___lhe____ uma carta muito reveladora. 2. Comuniquei - ___lhe_____ o fato. 3. Informei -__o ______ de tudo que se passava. 4. Proibiram - __lhe____ os pratos apimentados e as bebidas alcoólicas. 5. Proibiram - ___na____ de ver o namorado. 6. Mostrei -_____lhe____ os fatos e aconselhei - ___o____ a ter cautela. 7. Eu ___lhe_____ preparei a prova. 8. Apresentei - ___o______ aos meus amigos. 9. Apresentei - ____lhe_____ os meus amigos. 10. Impediram - ___no____ de falar. 11. Permitiram -__lhe____ ficar. 12. Felicitei - ___o____ pela aprovação. 13. Não _____lhe____ aconselharam cautela. Aconselharam -__no___ a ser ousado. 14. Ordenaram - __lhe_____ que fosse pontual. 15. Convenceram -___no___ a revelar o segredo.

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QUESTÕES DE CONCURSO 1. Considere as afirmativas sobre a regência de verbos do texto. 1. “Chegar” pede a preposição a junto à expressão locativa. 2. Está correto o emprego da locução “do que” depois do verbo “preferir”. 3. Deve-se evitar a construção popular: Fui no cinema. Está incorreto o que se afirma a) apenas em 1. b) apenas em 2. c) apenas em 3. d) apenas em 1 e 2. e) em 1, 2 e 3. 2. Assinale a alternativa que apresenta correta regência verbal. a) Esta decisão implicará em muitas reclamações. b) Proibiram-lhe a entrada naquele espetáculo. c) O processo consta cento e cinqüenta páginas. d) Mandou proceder o recolhimento das provas. e) Prefiro antes um chá do que café 3. A regência do verbo “gostar”, no trecho 2, não está de acordo com a norma culta padrão. Assinale a alternativa que sugere a correção para tal problema. a) para fazer aquilo em que se gosta. b) para fazer aquilo que gosta. c) para fazer aquilo de que se gosta. d) para fazer aquilo a que se gosta. e) para fazer aquilo por que se gosta. 4. No período Mais do que novidades, a Smed investe na continuidade de projetos que dão certo. , o verbo destacado é a) transitivo indireto. b) intransitivo . c) transitivo direto. d) transitivo direto e indireto. e) de ligação. 5. Assinale a alternativa teoricamente incorreta . a) No predicado nominal, o verbo é sempre de ligação. b) Em um predicado verbal, pode haver predicativo. c) Na voz passiva, o predicado nunca é nominal. d) Só o predicado verbo-nominal possui predicativo do objeto. e) No predicado verbal, o verbo pode ser intransitivo.

6. Considere as frases seguintes. 1. Chegamos cedo na reunião. 2. Tua atitude implicará em contrariedades futuras. 8. Pretendo assistir à inauguração da nova sede. Está(ão) correta(s) a) apenas a 1. b) apenas a 2. c) apenas a 3. d) apenas a 1 e a 2. e) 1, 2 e 3. 7. Assinale a alternativa que apresenta correta regência verbal. a) Prefiro nadar do que jogar futebol. b) Naquela época, eu não visava ao cargo de presidente. c) Liberdade implica em muita responsabilidade. d) É necessário que todos obedeçam as leis do trânsito. e) Ao final do jogo, procedeu-se uma entrega de prêmios. 8. Assinale a alternativa que apresenta correta regência verbal. a) Ele costumava implicar o cãozinho até cansá-lo. b) Temos o prazer de convidar a Vossa Senhoria para nossa formatura. c) Chegamos cedo na palestra do professor. d) Aquela senhora queria muito aos netos. e) Agradeci meu pai pela ajuda que me deu. 9. Analise as afirmativas sobre o verbo “chegar’. I. Constrói-se normalmente com adjunto adverbial introduzido pela preposição “a”. II. Indica movimento. III. Está correta a construção: O novo diretor planeja chegar na cidade amanhã. Qual(is) está(ão) correta(s)? a) Apenas a I. b) Apenas a II. c) Apenas a III. d) Apenas a I e a II. e) I, II e III. 10. Assinale a alternativa em que haja erro de regência. a) Atender crianças implica em muita paciência. b) Logo simpatizamos com suas idéias criativas. c) Ainda não paguei a primeira parcela do empréstimo à financiadora. d) Não lhe acudia naquele instante o nome de sua amiga. e) Assisti ao show na primeira fila.

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11. Assinale a alternativa que apresenta erro de regência verbal. a) Eles chegaram na cidade decididos a ficarem ricos. b) Estamos aptos para o trabalho indicado. c) Preferes ficar parado a trabalhar? d) Lembro-me dos tempos bons que juntos vivemos. 12. Assinale a alternativa em que a palavra destacada está incorretamente empregada. a) O pedestre ficou todo molhado, onde começou a gritar com os motoristas. b) Na rua onde ficava minha casa havia muitas crianças. c) O restaurante aonde fomos jantar é muito lindo. d) Você pode me dizer aonde iremos todos, esta noite? PÁGINA 1. B 2. B 3. C 4. A 5. B 6. C 7. B 8. D 9. D 10. A 11. A 12. A

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QUESTÕES – BANCAS RS REGÊNCIA VERBAL

01. (Técnico Judiciário – TRT 4ª Região – FAURGS) Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente a lacuna com traço contínuo da frase abaixo. Como depois ela aparece beijando os avós, _________________, a violência intrafamiliar acabou consagrada como o melhor método educacional. a) onde sempre os agrediu b) que sempre agrediu os vós c) aos quais sempre agrediu d) na qual sempre os agrediu e) cujos sempre agrediu 02. (Procurador – Prefeitura de Caxias do Sul/RS – FAURGS) Analise as seguintes propostas de substituição de palavras ou expressões no texto. I - Aliás, o Rio Grande do Sul tem fartura de usos peculiares de palavras. peculiares – por próprios. II – Qualquer um de nós, ao conversar dois minutos com um brasileiro de outras partes de nosso país, já passou pela situação de causar espanto em nosso interlocutor ao chamar o supermercado simplesmente de “súper”. partes – por lugares. III – Por isso não há explicação documentada sobre a origem do uso. origem – por surgimento. IV – Mas dá para estimar que “rancho” virou sinônimo de “suprimento”, especialmente suprimento de comida, a partir do universo militar, em que “rancho”, originalmente apenas a marcha de um batalhão e depois o acampamento dos soldados, designa também o refeitório. estimar – por apreciar . Quais mudariam o significado que a palavra original tem no texto ou necessitariam de ajustes na estrutura da frase para que esta se mantivesse correta são a) Apenas I e II b) Apenas II e IV c) Apenas I, II e III d) Apenas I, III e IV e) Apenas II, III e IV

03. (Procurador – Prefeitura de Caxias do Sul/RS – FAURGS) Considere as seguintes propostas de substituição de formas verbais no texto. I – Num país imenso como o Brasil, cheio de variações, essas novidades ocorrem a toda hora e ajudam, por si mesmas, a demarcar regiões culturais. Substituição de ocorrem por dão-se . II – Qualquer um de nós, ao conversar dois minutos com um brasileiro de outras partes de nosso país, já passou pela situação de causar espanto em nosso interlocutor ao chamar o supermercado simplesmente de “súper”. Substituição de passou por enfrentou . III – Por sinal, com acento, porque o que era apenas um prefixo virou um substantivo. Substituição de virou por transformou-se . IV – Os dicionários disponíveis não registram o nosso uso – nem mesmo os regionalistas (salvo o Dicionário de Porto Alegrês, modéstia à parte). Substituição de registram por trazem . Quais exigiriam alterações estruturais na frase em que se inserem? a) Apenas I e II b) Apenas I e IV c) Apenas II e III d) Apenas III e IV e) Apenas II, III e IV 04. (Advogado – FEBEM/RS – FAURGS) As lacunas com traço contínuo das frases abaixo devem ser preenchidas, correta e respectivamente, por Belinda precisava esforçar-se para ___________. Aparecida ____________ o brinquedo, dizendo que era dela. Depois , quando compreendeu do que se tratava, uma sensação esquisita começou a _______________ . a) compreendê-la – estendeu-lhe – sufocá-la b) compreendê-la – estendeu a – sufocá-la c) compreendê-la – estendeu-lhe – sufocar-lhe d) compreender-lhe – estendeu-a – sufocar-lhe e) compreender-lhe – estendeu-a – sufocá-la

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05. (Assistente de Operações – TRENSURB/RS – FAURGS) Assinale a alternativa cujas palavras ou expressões preenchem corretamente as lacunas das frases abaixo na ordem em que aparecem. Uma história com começo, meio e fim, uma história capaz de dar ________ existência um sentido – coisa que ela nem sempre tem – e um final feliz, coisa que ela raramente tem. Talvez não fizéssemos milagres, mas teríamos acesso ________ tudo aquilo que a tecnologia pode proporcionar, em termos de imagem, de som. “E o Oscar vai para ...”, nós, sorridentes, já estaríamos olhando ao redor com ar de triunfo, já estaríamos nos encaminhando para o palco, para ali receber, sob uma chuva de aplausos, o troféu ________ sempre fizemos jus. a) à – a – a que b) à – a – que c) a – a – a que d) à – à – a que e) a – à – que 06. (Assistente Administrativo – SULGÁS – FAURGS) Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas pontilhas das frases abaixo. Quem não gostaria de tomar um elixir que garantisse uma memória .............. prova de falhas? Use ao máximo sua memória, procure sempre aprender coisas novas, atualize-se e comente com alguém o que ......... observou. Principalmente, dê preferência a atividade que .............. dão prazer. a) à – você – as b) a – você – lhes c) à – você – lhe d) à – tu – lhe e) a – tu – as

07. (Perito Químico – Forense – IGP/RS – FAURGS) Assinale a frase em que o verbo destacado apresenta a mesma regência em ambas as frases. a) Mas o legista pareceu não notar, pois disse: Minha filha sempre se pareceu com a minha esposa. b) Novamente o legista deixou de notar o alívio estampado no rosto dos três homens. A chegada da dançarina deixou alegres os freqüentadores da boate. c) Eu lhes digo o que vou fazer: Quando olho no espelho, me digo que sou um cara honesto. d) “O homem queria mesmo matar”, disse o legista, olhando o corpo, profissionalmente. A prima lhe queria bem desde que eram pequenos. e) Os ferimentos, como se fossem desenhos, espalhavam-se pelo corpo. Os cadáveres putrefatos espalhavam gases fétidos. 08. (Escrivão de Polícia – Polícia Civi/RS – FAURGS) Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das frases abaixo. Praia é uma república ________ todos são iguais perante o sol. Nenhuma democracia social é tão adiantada quanto a praia, _______ as raças não apenas convivem como fazem tudo para se tornarem iguais. a) onde – que b) que – em que c) que – que d) em que – que e) em que – onde 09. (Escrivão de Polícia – Polícia Civi/RS – FAURGS) A forma verbal que poderia substituir sonham na frase abaixo, sem provocar alteração obrigatória no emprego de preposição é A praia também é a democracia econômica com que tantos sonham. a) se iludem. b) imaginam. c) idealizam. d) desejam. e) almejam.

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10. (Operador de Informática – EPTC/RS – FAURGS) Analise as afirmações abaixo considerando situações de concordância e regência verbal e nominal. I – Nos segmentos se nada de diferente ou desafiador jamais acontecesse em sua vida e Sabe-se que uma certa quantidade de stress ajuda as pessoas , os nexos prepositivos sublinhados são exigidos pelos verbos que os antecedem. II – Se o vocábulo Fatores em Fatores que estressam negativamente algumas pessoas, entusiasmam outras fosse empregado no singular, apenas duas outras palavras desta frase deveriam ser também passadas para o singular para fins de concordância. III – Se a palavra defesas em As defesas principais estão dentro do indivíduo e consistem na manutenção da saúde física e mental fosse substituída pela palavra resguardo , outras quatro palavras desta frase deveriam sofrer ajustes para fins de concordância. IV – Se a expressão às crenças na frase abaixo fosse modificada para a crença , deixariam de existir as razões que determinam o emprego da crase. Melhorar a saúde geral e a forma física, além de estar consciente de que as reações aos acontecimentos estão relacionados às crenças e aos valores da pessoa, embora alguns eventos .... Quais estão corretas? a) Apenas I e II. b) Apenas II e III. c) Apenas I, II e III. d) Apenas II, III e IV. e) I, II, III e IV. 11. (Auxiliar de Radiologia – Prefeitura de Caxias do Sul/RS – FAURGS) Se o termo uma garrafa , no trecho ao comprar uma garrafa , fosse substituído por um pronome pessoal oblíquo, a forma correta seria a) ao comprar-na. b) ao comprar-a. c) ao comprar-lhe. d) ao comprá-la. e) ao comprar-la. 12. (Serviço Notarial e de Registro – FAURGS) Em qual das alternativas abaixo a ocorrência da preposição a (isolada ou combinada com artigos) é regida por uma forma verbal? a) A premência da questão é grande, pois, libertando-nos do respeito aos valores ancestrais particulares, ... b) ... uma religião em que Deus se endereça ao foro íntimo de cada um e não a um provo no seu conjunto só pode deixar cada indivíduo...

c) O espírito moderno achou outra resposta à questão do que seria comum à humanidade inteira. d) O espírito moderno achou outra resposta à questão do que seria comum à humanidade inteira. e) Graças a ele, mesmo vindos de horizontes disparatados, encontramos de novo .... 13. (TRT 4ª região – FAURGS) Assinale a alternativa em que se estabelece uma correlação INCORRETA entre um pronome relativo e a palavra ou expressão do texto à qual ele faz referência. a) cujas – famílias européias já formadas Provavelmente porque o povoamento do Brasil não se deu por famílias européias já formadas, cujas mulheres brancas combatessem todo o incurso com mulheres de cor. b) que – tolerância É preciso reconhecer, entretanto, que o apartheid tem conteúdos de tolerância que aqui se ignoram. c) que – vasta escala de graduações Nas conjunturas assimilacionistas, ao contrário, se dilui a negritude numa vasta escala de graduações, que quebra a solidariedade, reduz a combatividade. d) que – as condições de terrível violência quando, de fato, desarma o negro para lutar contra a pobreza que lhe é imposta, e dissimula as condições de terrível violência a que é submetido. e) que – condições de convivência Seu objetivo ilusório é criar condições de convivência em que o negro possa aproveitar as linhas de capilaridade social. 14. (Assistente Administrativo – FDRH) De acordo com a norma culta da língua, a frase em que falta uma preposição é a) É preciso saber que formação você precisa para garantir a empregabilidade. b) Uma boa educação não implica, necessariamente, gastos exagerados. c) Alguns especialistas garantem que os melhores profissionais são bons leitores. d) Renovar o quadro de pessoal acarreta despesas insuportáveis, mesmo para grandes empresas. e) A fábrica planeja instalar uma nova unidade somente onde houver mão-de-obra qualificada.

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15. (Assistente Administrativo – FDRH) De acordo com a norma culta da língua, a palavra “lhe” pode ser empregada na frase a) O mercado torna-se mais competitivo: é necessário humanizar ______ . b) O pai de família está desempregado: é preciso oferecer ______ uma nova oportunidade. c) O jovem tem talento: é imprescindível preparar ______ para o futuro. d) Este empresário apresentou um projeto audacioso: é bom orientar ______ para que proceda com cautela. e) O estagiário não tem experiência: é importante corrigir ______ quando erra. 16. (Guarda de Segurança - OFFICIUM) O trecho em negrito na frase “A garantia dos sigilos, institucionalizada para a proteção dos indivíduos, passou a ser vista como um mecanismo ilegítimo, que serve apenas para proteger aqueles que têm algo a esconder” está reescrito abaixo de cinco formas diferentes. Assinale a que não mantém o significado original. a) onde serve apenas para proteger b) a servir apenas para proteger c) cuja única serventia é proteger d) servindo apenas para proteger e) o qual só serve para proteger 17. (Oficiais do Estado Maior da Brigada Militar, no posto de Capitão - FAURGS) Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas pontilhadas no texto abaixo. Narração de conteúdos ..... tendem a petrificar-se ou fazer-se algo quase morto, mesmo que sejam valores ou dimensões concretas da realidade. Nela, o educador aparece como seu indiscutível agente, como o seu real sujeito, .......... tarefa indeclinável é “encher” os educandos dos conteúdos de sua narração. A palavra, nessas dissertações, se esvazia da dimensão concreta ......... deveria ter ou se transforma em palavra oca, em verbosidade alienada e alienante. a) que – que – de que. b) que – cuja – que. c) de que – cuja – de que. d) de que – cuja – que. e) de que – que – de que.

18. (Sanitarista – FAURGS) Em qual das frases abaixo o verbo em destaque apresenta a mesma regência que tem no trecho dentro dos parênteses? a) Um famoso colecionador de arte deve comprar a gravura. (Muito da memória visual sobre o Brasil e o próprio Rio Grande do Sul do século 19 se deve ao desenho de Jean Baptiste Debret.) b) Quem nunca se apaixonou por alguém está perdendo de ser feliz. (Prontamente, apaixonou-se pela cor e vivacidade das paisagens e dos tipos brasileiros.) c) Os enfermeiros ajudam os médicos. (o livro Voyage Pittorewsque et Historique au Brésil, com dezenas de registros iconográficos que ajudam, hoje, a conhecer melhor a época e os costumes do Brasil Colônia.) d) O causídico que se retratou no tribunal havia ofendido o juiz. (retratou ainda detalhes como o tambor sopapo, criado aqui pelos escravos negros.) e) Depois daquele susto na estrada, meus amigos mudaram muito. (os trópicos mudaram sua européia visão do mundo e lhe garantiram um lugar na história.) 19. (Agente Técnico Administrativo CÓDIGOS 10 A 26 – FAURGS) Considere as seguintes propostas de substituição de verbos e locuções verbais no texto. I – Substituição de sabem dizer por “estão cientes”. A leitura não dá prazer quando o leitor é igual ao pianeiro: sabem juntar as letras, sabem dizer o que significam. II – Substituição de Vou por “Estou indo”. A mãe lhe pergunta: “Aonde é que você vai?” E ele responde “Vou a um concerto de leitura. III – Substituição de vai ser lido por “será feita a leitura”. Hoje, no teatro, vai ser lido o conto ‘A terceira margem do rio’, de Guimarães Rosa. Por que é que você não vai também com o pai?” Quais acarretariam alteração de regência para que se possa preservar a estrutura correta da frase? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e II. d) Apenas I e III. e) Apenas II e III.

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20. (Auxiliar Administrativo II – HCPA – FAURGS) Associe as colunas, relacionando a classe de palavras com a preposição que ela rege em destaque nas linhas abaixo. (V) Verbo (N) Nome (substantivo ou adjetivo) ( ) não estão descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as atividades ( ) não se limitar apenas ( ) tarefas que foram dadas a você, contribui para o engrandecimento do trabalho, mesmo que ele seja temporário. ( ) Se sua tarefa é varrer ruas, você pode se contentar em varrer ruas e juntar o lixo, mas pode tirar o lixo que você vê que está prestes a cair na rua ( ) aprendendo, experimentando novas soluções, criando novas formas de exercer as atividades. A alternativa que preenche correta e respectivamente os parênteses da segunda coluna, de cima para baixo é a) N – V – N – V b) N – N – V – V c) N – V – V – N d) V – N – N – V e) V – N – V – N 21. (Auxiliar Administrativo II – HCPA – FAURGS) Assinale a frase na qual o verbo destacado apresenta a mesma regência nas duas frases (1 e 2). a) dependem 1 - A qualidade do atendimento e a valorização do ser humano usuário dos serviços do hospital dependem do auxiliar de administração. 2 - ela faz parte de um conjunto maior de atividades que dependem do bom desempenho desta. b) pode 1 - Em termos de atendimento, mais pode um funcionário bem-humorado do que aquele que é incapaz de sorrir e de olhar para o usuário ao dar informação. 2 - Se sua tarefa é varrer ruas, você pode se contentar em varrer ruas e juntar o lixo, mas pode tirar o lixo que você vê que está prestes a cair na rua c) surgem 1 - As palavras de incentivo surgem naturalmente dos colegas e superiores que percebem uma atitude proativa do auxiliar de administração. 2 - Muitas oportunidades de trabalho surgem onde menos se espera, desde que você esteja aberto e receptivo d) confere

1 - Não confere com a boa imagem de um auxiliar administrativo tratar o usuário com rispidez ou descaso, ou omitir-se o tempo todo. 2 - O medico cirurgião que confere as suturas nos tecidos internos antes de completar a cirurgia. e) permacerá 1 - A lembrança do comportamento do auxiliar administrativo permanecerá , quer tenha sido dispensado, quer tenha pedido demissão por ter recebido proposta melhor. 2 - Agindo de forma eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o que não é visto, ao fazerem aquilo que permacerá anônimo mesmo descoberto por alguém. 22. (Oficial Escrevente – FAURGS) Em qual dos casos abaixo, o verbo apresenta no texto a mesma regência que a forma verbal tem apresenta em No parque da Redenção, que tem esse nome em alusão à abolição e à antiga presença afro naqueles limites... a) jaz - A presença étnica afro-brasileira entre nós, por exem- plo, jaz em quase completo esquecimento. b) dão - A ............. do Solar do Câmara foi preservada casualmente, por acomodar-se entre as fundações que dão sustentação à casa. c) Recorremos - Mas o que a Justiça tem a ver com tudo isso? Recorremos ao improviso de nossa memória para registrar que o único agente, quase que exclusivamente dedicado ao meio jurídico... d) É - o único agente, quase que exclusivamente dedicado ao meio jurídico, dignificado com uma herma em área pública eminente é o Dr. Oswaldo Vergara, fundador da OAB, Seção Rio Grande do Sul. e) Perdeu - Na verdade, muitos até estão lá, nas placas, mas a memória coletiva perdeu a filiação institucional dos mesmos. 23. (Oficial Superior Judiciário – TJ – OFFICIUM) Considere os seguintes usos de preposição ou de combinação entre preposição e artigo. I - Num – Vai-se convidar aqui o leitor a passar num invento injustiçado. II - De – Espécie de herói obscuro do nosso tempo: o elevador. III - Entre – Inventou-se o elevedor dito de serviço, mais um instrumento para marcar a diferença entre os bem-postos e os mal-postos na vida. IV - Ao – O que se quer é atribuir ao elevador seu justo peso.

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Quais dentre eles são exigidos por uma forma verbal? a) Apenas I e II b) Apenas I e IV c) Apenas III e IV d) Apenas I, II e III e) II, III e IV 24. (Escriturário – BANRISUL – 2001 – FAURGS) Assinale a alternativa que apresenta a mesma regência nas duas frases. a) A cantora brasileira Marisa Monte estudou na Itália. Nascida em berço musical, Marisa Monte estudou canto, piano e bateria na infância. b) Não adianta cobrir a areia depois que a tempestade passou. Contudo, a veia popular acabou falando mais alto e ela passou a cantar música brasileira em bares e casas noturnas. c) O feiticeiro encantou a pobre princesa. Até que o jornalista e produtor Nelson Motta apareceu na platéia e encantou-se com a moça e virou diretor de seu primeiro show no Rio. d) Meu vizinho lançou um livro assim que se apresentou. De volta ao Brasil, Marisa lançou o espetáculo Veludo Azul, despertando o interesse do público, da crítica e da gravadora. e) A copeira serviu o vinho em taças de cristal. A cantora já estava na boca do povo quando gravou o primeiro disco, Marisa Monte ao Vivo, em 1998. Serviu como um cartão de visitas. 25. (Técnico judiciário – área administrativa – TRT – FAURGS) Assinale a alternativa na qual o verbo destacado apresenta a mesma regência nas duas frases. a) O Diretor parou a cena do beijo para evitar uma cena de ciúme. Já outra, acintosamente, não parou de insinuar-se a um vizinho, contando com a conivência de sua mãe, e não se intimidando sequer com a presença da esposa. b) O joalheiro escapou com o presente que Dóris recebera do padre. Nem a figura da avó escapou, pois se revelou perversa e agressiva com a pobre neta órfã, que tem visões paranormais da mãe exemplar c) O exame de DNA revelou que o menino era filho da prostituta edo adúltero.

Nem a figura da avó escapou, pois se revelou perversa e agressiva com a pobre neta órfã, que tem visões paranormais da mãe exemplar d) O padre e a mundana trocaram o sacerdócio e a futilidade por um relacionamento maduro. Ainda bem, que desta vez as lésbicas não foram incendiadas. Entretanto, não trocaram nenhuma carícia. e) Paula foi deixando o bom rapaz entrar em seu coração. Mas a vítima também foi punida, pois seu namorado adolescente morreu, deixando-lhe como consolo um filho em suas entranhas. 26. (FDRH-Fundação Cultural Piratini) Assinale a alternativa em que a palavra cujo completa corretamente a lacuna da frase. a) Selecione um programa _________ conteúdo seja de fato educativo. b) Indique uma escola __________ o professor usa a televisão como recurso didático. c) Convença um menino _______ seu programa preferido não é aconselhável. d) Desconfie do político _________ defende a volta da censura. e) Rememore a época ________ o Canal X transmita concertos dominicais. REGÊNCIA VERBAL 01. C 06. C 11. D 16. A 21. A 02. E 07. C 12. B 17. B 22. E 03. C 08. E 13. B 18. B 23. B 04. A 09. A 14. A 19. D 24. D 05. A 10. D 15. B 20. C 25. B 26. A

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA I. INTRODUÇÃO II. REGRAS DE ACENTUAÇÃO 1. Proparoxítonas As palavras proparoxítonas são todas acentuadas, sem exceção. Exemplos: África, Ângelo, pêssego, lâmpada, metafísica, pudéssemos, álibi 2. Oxítonas Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em A(S), E(S), O(S), EM, ENS. Exemplos: Maracujá, Taubaté, dominó, cafés, ananás, paletós, parabéns, vintém. → Prática:

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3. Paroxítonas

Acentuam-se as paroxítonas terminadas em I(S), U(S), Ã(S), ÃO(S), UM, UNS, ON(S), R, L, N, X, OS, ditongos crescentes orais. Exemplos: Júri, íris, órfã, órfãs, sótão, órgãos, médium, álbuns, elétron, cátions, mártir, tórax, hífen, fácil, bíceps, áureo. → Prática: EXERCÍCIO DE AULA 1 – Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo. 1. O termo “néctar” é acentuado pela mesma razão que o termo “têxtil”. (__)

2. A palavra “sinonímia” é acentuada pelo mesmo motivo da palavra “cárcere”. (__)

3. O vocábulo “dissecá-la” é acentuado pelo mesmo motivo que determina acento na palavra “cachê”. (__)

4. Os termos “rubrica”, “pudico” e “ínterim” não devem receber acento gráfico. (__)

5. Os termos “nêutron” e “táxi” são acentuados devido a um mesmo motivo. (__)

6. A palavra “êxodo” recebe acento gráfico pelo mesmo motivo da palavra “polígono”. (__)

7. A palavra “têxtil” é acentuada pelo mesmo motivo que determina acento na palavra “régua”. (__)

8. O termo “carijó” é acentuado pelo mesmo motivo que o termo “xarás”. (__)

9. Caso a palavra “misantra” existisse em nossa língua e fosse paroxítona, ela não receberia acento gráfico. (__)

10. Caso a palavra “misantra” existisse em nossa língua e fosse oxítona, ela não receberia acento gráfico. (__)

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4. Hiatos “I” e “U” Serão acentuados se preencherem quatro pré-requisitos:

⇨⇨⇨⇨

⇨⇨⇨⇨

⇨⇨⇨⇨

⇨⇨⇨⇨ Exemplos: 5. Ditongos abertos “ÉI”, “ÓI” e “ÉU”. Serão acentuados quando forem abertos e tônicos. Exemplos: 6. Hiatos “ÔO” e “ÊE” Serão acentuados quando preencherem um pré-requisito:

⇨⇨⇨⇨ Exemplos:

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7. O Trema Ocorrerá quando o “u” preencher três pré-requisitos:

⇨⇨⇨⇨

⇨⇨⇨⇨

⇨⇨⇨⇨ Exemplos: 8. Acento agudo sobre o “U” Ocorrerá quando o “u” for tônico. 9. Acentos diferenciais a) pára (verbo) x para (preposição) b) pôr (verbo) x por (preposição) c) pôde (passado) x pode (presente) d) têm/vêm (plural) x tem/vem (singular) e) pêlo (substantivo) x pelo (preposição) f) pélo/pélas/péla (verbo) x pelo/pelas/pela (preposição) g) pêra (substantivo) x pêra (preposição) h) pólo/pólos (substantivos) x polo/pólos (preposição arcaica) i) eles intervêm/mantêm (plural) x ele intervém/mantém (singular)

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EXERCÍCIO DE AULA 2: Acentue, quando necessário, e aponte a regra que justifica a acentuação do vocábulo.

1. Obstruiram ⇨ _________________________________________

2. Proprio ⇨ _________________________________________

3. Acessivel ⇨ _________________________________________

4. Formidavel ⇨ _________________________________________

5. Substituia ⇨ _________________________________________

6. Substituiria ⇨ _________________________________________

7. Textil ⇨ _________________________________________

8. Gratuito ⇨ _________________________________________

9. Perdoa ⇨ _________________________________________

10. Mante-lo ⇨ _________________________________________

EXERCÍCIO DE AULA 3 – Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo.

1. Tanto o termo “côo” quanto o termo “relêem” são acentuados graficamente. (__)

2. As preposições “para” e “por” não recebem acentuação gráfica. (__)

3. As formas verbais “pára” e “pôr” devem receber acento gráfico. (__)

4. A palavra “baú” é acentuada pelo mesmo motivo que a palavra “diminuída”. (__)

5. Tanto o termo “escarcéu” quanto o termo “anzóis” são acentuados pela mesma razão. (__)

6. As palavras “herói” e “idéia” são acentuadas graficamente. (__)

7. O vocábulo “balaústre” é acentuado pelo mesmo motivo que o vocábulo “açaí”. (__)

8. “Qüinqüênio” e “agüinha” estão corretamente grafados. (__)

9. Existem em nossa língua tanto o vocábulo “convém” quanto o vocábulo “convêm”. (__)

10. O vocábulo “veículo”, se não acentuado, seguiria existindo em nossa língua. (__)

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QUESTÕES – BANCAS RS ACENTUAÇÃO GRÁFICA

01. (Arquiteto – Prefeitura de Alvorada/RS) Assinale a alternativa correta. a) nupcias – confortavel – agredí b) nupcias – confortavel – agredi c) nupcias – confortável – agredí d) núpcias – confortável – agredi e) núpcias – confortável – agredí 02. (Técnico Judiciário – TRT 4ª Região) Qual das palavras seguintes continuaria acentuada graficamente mesmo que na língua portuguesa não existisse a regra das proparoxítonas? a) clínica b) psiquiátrica c) médico d) cúmplice e) veículo 03. (Procurador – Prefeitura de Caxias do Sul/RS) Considere os três seguintes grupos de palavras acentuadas graficamente e as afirmações feitas subseqüentemente sobre eles. Grupo I – contraditório – decadência – implicância. Grupo II – época – fútil – saúde Grupo III – período – países – espírito I – A mesma regra justifica o emprego do sinal gráfico de acentuação nas palavras do grupo I. II– As palavras do grupo II são acentuadas graficamente devido a regras diferentes. III– As palavras do grupo III recebem sinal gráfico de acentuação em razão da mesma regra. Quais afirmações estão corretas? a) Apenas I b) Apenas I e II c) Apenas I e III d) Apenas II e III e) I, II e III 04. (Téc. em Higiene Dental – Prefeitura de Alvorada/RS) Assinale o par de palavras acentuadas de acordo com a mesma regra. a) até – fazê-lo b) é – época c) além – século d) língua – distraída e) insuportável – intérpretes

05. (Contínuo – Prefeitura de Alvorada/RS) A única palavra que, assim como Gravemente , é polissílaba e tem a sílaba tônica na penúltima sílaba é a) variações b) atravessou c) vínhamos d) tradução e) sinaleira 06. (Contínuo – Prefeitura de Alvorada/RS) Assinale o par em que a palavra da segunda coluna, pertence à mesma família da palavra da primeira, NÃO deve receber acento gráfico. a) Gaúcho – gauchada b) momento – momentaneo c) relato – relatorio d) automóvel – automobilistico e) dias – diarios 07. (MP/RS) A respeito das palavras insensíveis e cruel , é INCORRETO afirmar que a) ambas pertencem à mesma classe gramatical. b) a palavra insensíveis continuaria exigindo acento gráfico em sua forma singular, e a palavra cruel passaria a exigir sinal gráfico de acentuação em sua forma plural. c) a palavra sensibilidade pertence à mesma família de insensíveis , assim como a palavra crudelíssimo pertence à mesma família de cruel. d) elas não apresentam variação de gênero gramatical. e) a palavra insensíveis é acentuada pela regra que justifica o acento gráfico nas palavras que têm a antepenúltima sílaba tônica; já a palavra cruel não é acentuada devido à justificativa de que as palavras cuja sílaba tônica recai na última não recebem acento gráfico. 08. (Auxiliar de Perícias – IGP/RS) Assinale a alternativa correta a) Tuiutí – sairam – está(verbo) b) Tuiutí – sairam – esta(verbo) c) Tuiutí – saíram – está(verbo) d) Tuiuti – saíram – esta(verbo) e) Tuiuti – saíram – está(verbo) 09. (Contador – BANRISUL/RS) Qual das palavras abaixo recebe sinal gráfico de acentuação por motivo que não está relacionado com sua sílaba tônica? a) só b) média c) péssima d) cinqüenta e) sensível

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10. (Técnico Científico – FAPERGS) A alternativa que apresenta duas palavras acentuadas devido a regras DIFERENTES é a) corsário – ganância b) três – cortês c) básicos – retórica d) impossível - considerável e) é – patuléia 11. (Advogado – FEBEM/RS ) A palavra que caso lhe seja retirado o acento, se transforma numa outra palavra da língua portuguesa é a) tranqüila b) espécie c) trêmula d) também e) já 12. (Assistente de Operações – TRENSURB/RS) Considere as seguintes afirmações sobre acentuação gráfica em palavras do texto I – Se fosse retirado o acento gráfico das palavras dúvida , contrário e trânsito , tal transformação resultaria em outras palavras da língua portuguesa. II – Justifica-se o sinal gráfico de acentuação em idéia e troféu pela mesma razão. III – Uma mesma regra determina o uso de acento gráfico em teríamos e Juízo Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e II e) Apenas II e III 13. (Assistente Administrativo – SULGÁS) Analise as afirmações abaixo. I – As palavras pílula e cérebro recebem acento gráfico por serem proparoxítonas, as quais sempre são acentuadas graficamente. II – Os monossílabos tônicos é e dê são acentuados por um mesmo motivo, já os vocábulos memória e sangüíneos , embora ambos sejam paroxítonos, são acentuados devido a diferentes regras. III – Se o vocábulo saudável fosse escrito no plural, não continuaria a receber acento gráfico, já a forma verbal mantém , se a empregada no plural, passaria a ser grafada com acento circunflexo.

Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas II e III e) I, II e III 14. (Perito Químico – Forense – IGP/RS) Assinale a alternativa cujas palavras ou expressões estejam corretas. a) iniciá-la – alívio – imprescindível b) iniciá-la – álivio – imprescindível c) inicia-lá – alívio – imprescindível d) inicia-la – alivio – imprescindivel e) inicia-la – alívio – imprescindível 15. (Bibliotecário) Assinale a alternativa na qual as duas citadas tem o emprego de acento gráfico determinado pela mesma regra. a) arbitrárias - preferências b) francês - deficiências c) idênticos - também d) história - indecifrável e) imagináveis - fábula 16. (Psicólogo – SUSEPE/RS – FAURGS) Assinale a palavra cujo sinal gráfico de acentuação não se justifica por ser ela uma paroxítona. a) áreas b) caráter c) ódio d) construído e) indivíduos 17. (Advogado – SULGÁS/RS) Preenchem, correta e respectivamente, lacunas pontilhadas das frases abaixo: A verdade verdadeira é que os heróis de fato não aparecem na tevê nem .......... o seu nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria. Os heróis verdadeiros estão nas ruas, nas fábricas, nas lavouras, nos ônibus, nas escolas, nas casas, e nem sempre os telespectadores ............ . a) tem – vem b) têem – vêm c) têem – vêem d) têm – vêm e) têm – vêem

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18. (Motorista – FEBEM/RS) A alternativa em que a segunda palavra NÃO é acentuada pela mesma regra que determina o uso de acento na primeira é a) mágico – estímulos b) indispensável – está c) até – bebês d) matemático – cérebro e) inteligência – indivíduos 19. (Auxiliar de Contabilidade – BANRISUL/RS) Assinale a alternativa em que as duas palavras citadas NÃO são acentuadas em virtude da mesma regra. a) máquinas – últimos b) substituímos – políticos c) Indonésia – contrário d) ótimos – hipótese e) média – salários 20. (Escrivão de Polícia – Polícia Civil/RS) Considere as seguintes afirmações sobre acentuação. I – A palavra juiz receberia acento gráfico em sua forma plural. II – A palavra acessíveis deixaria de receber acento gráfico caso fosse passada para o singular. III – A palavra lençol receberia acento gráfico em sua forma plural. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III. 21. (Operador de Informática – EPTC/RS) Considere as afirmações abaixo sobre acentuação gráfica. I – Os vocábulos só e têm recebem sinal gráfico de acentuação pela mesma razão. II – O vocábulo além é acentuado a partir da mesma regra que preceitua o uso do acento nos vocábulos também e porém . III – As palavras indivíduo e nível , se escritas no plural, continuariam a receber acento gráfico. IV – As palavras através e evitá-lo obedecem a uma regra que diz que as oxítonas terminadas em s e o devem ser acentuadas.

Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas IV c) Apenas II e III d) Apenas II e IV e) I, II, III e IV 22. (Auxiliar de Radiologia – Prefeitura de Caxias do Sul/RS - FAURGS) A alternativa em que a segunda palavra é acentuada pela mesma regra que preceitua o uso de acento na primeira é a) água – gás b) saúde – mínimas c) você – magnésio d) está – cálcio e) carbônico – química 23. (Oficial Superior Judiciário – OFFICIUM) Embora o verbo construir não seja acentuado no infinitivo, muitas de suas outras formas deverão receber acento, como construído . Assinale a alternativa em que a forma verbal aparece incorretamente acentuada. a) constróem b) constrói c) construía d) construído e) construíste 24. (Bibliotecário-RS) Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas pontilhadas do texto. Decidiu remediar o problema, compilando uma lista de livros apropriados sob uma nova categoria que “salvaria o prestígio do catálogo” – uma categoria que ........... somente livros cujos títulos ele inventara. Não há dois livros idênticos. Uma vez que as estantes ........... todas as combinações possíveis do alfabeto e, assim, fileiras de algaravia indecifrável, todos os livros reais ou imagináveis estão representados: “a história ........... do futuro, as autobiografias dos arcanjos, o catálogo fiel da Biblioteca, milhares e milhares de catálogos falsos, a demonstração da falácia desses catálogos... a) incluia - contêm - minuciosa b) incluía - contêm - minunciosa c) incluía - contêm - minuciosa d) incluía - contém - minunciosa e) incluia - contém – minuciosa

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25. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações sobre acentuação gráfica. I - A palavra magnífico recebe acento gráfico pela mesma regra que preceitua o uso do acento em básica . II– A retirada do acento das palavras crítica e experiências provocaria o aparecimento de duas outras palavras da língua portuguesa. III– A palavra português é acentuada pela mesma regra que exige acento em Saí. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III. ACENTUAÇÃO 01. D 06. A 11. C 16. D 21. C 02. E 07. E 12. D 17. E 22. E 03. B 08. E 13. A 18. B 23. A 04. A 09. D 14. A 19. B 24. C 05. E 10. E 15. A 20. D 25. D

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CRASE

O que é o fenômeno crase?

A Crase (dita) Proibida:

a. Antes de substantivo masculino

Andar a cavalo.

Vendeu a prazo.

Chegou a tempo.

É claro, você recorda que crase é a preposição a mais artigo feminino a. Evidentemente, este último não

ocorrerá antes de substantivo masculino.

b. Antes de verbo

Começou a chover.

Ficou a contemplar a paisagem.

Quedou-se a meditar.

Crase é proposição + artigo. Você naturalmente sabe que não pode existir artigo antes de verbo.

c. Antes de artigo indefinido

Levou o automóvel a uma oficina.

Se o a fosse crase, teríamos dois artigos (porque crase é também artigo) diante do mesmo substantivo. Isso

não pode acontecer.

d. Antes de pronomes pessoais, demonstrativos ou in definidos

Dei a ela o prêmio merecido.

A ninguém é lícito fugir do trabalho.

Refiro-me a esta moça.

Os “as” das frases acima são meras preposições, porque os pronomes pessoais, demonstrativos e

indefinidos (estes últimos com poucas exceções) não admitem anteposição de artigo.

e. Antes de expressão de tratamento introduzida pel o possessivo “VOSSA” ou “SUA”

Trouxe a V.Sa a mensagem fatal.

f. Quando o “a” estiver no singular e a palavra seg uinte no plural

Refiro-me a lendas antigas.

O “a” é simples preposição: não contém artigo, pois, se isso ocorresse, estaria no plural, já que o artigo

concorda com o gênero e número com o substantivo ao qual se refere.

Tribunal de Justiça/RS 54

g. Depois de preposições

Compareceu perante a banca examinadora.

A reunião foi marcada para as cinco horas.

Claro, porque não pode haver duas preposições em sucessão, e crase é preposição mais artigo.

Observação: excetua-se o caso da preposição a seguir:

Foi até a praia, ou foi até à praia.

SOLUÇÃO PRÁTICA

Não ocorrendo qualquer dos casos anteriores, pode haver crase ou não. Para verificarmos, basta substituir

a palavra feminina que vem após o “a” por um termo masculino. Feita essa substituição, três coisas podem

acontecer:

1) O a transforma-se em o :

Ex.: Releu a revista.

Releu o livro.

2) O a permanece inalterado:

Ex.: Elas estavam cara a cara.

Elas estavam frente a frente.

3) O a transforma-se em ao :

Ex.: Refiro-me a moça.

Refiro-me ao moço.

Nesse caso, ocorre a fusão; portanto, temos a crase e o acento grave é indispensável.

Refiro-me à moça.

EXERCÍCIO DE AULA

1. Deve-se a luta das feministas o respeito a independência feminina.

2. Encontra-se a disposição dos interessados a nova edição da revista.

3. Não se impute a uma mulher a responsabilidade de estancar o preconceito.

4. Não se impute a mulher a responsabilidade de estancar o preconceito.

5. É preciso avaliar a distância que existe entre a teoria e a prática.

6. O Rio Grande do Norte foi o estado pioneiro ao conceder as mulheres o direito de ir as urnas.

7. Convém a parcela mais privilegiada da sociedade considerar-se imune a prisão.

8. Tendo em vista a condenação do acusado, a população acalmou-se.

9. Busca-se, faz muito tempo, uma linguagem adequada a expressão das leis.

10. O combate a corrupção deve ser feito com imparcialidade e respeito a pessoa.

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CASOS ESPECIAIS 1. Crase com os pronomes demonstrativos:

AQUELE (S), AQUELA (S), AQUILO.

A) Aquele(s), Aquela(s), Aquilo:

Basta trocar os pronomes aquele, aquela, aquilo por este, esta, isto.

Se, na troca, surgir a este (ou a esta, a isto), existirá crase.

Ex.: Refiro-me àquele conteúdo.

(= Refiro-me a este exercício.)

Se surgir apenas este (ou esta, isto), não existirá crase.

Ex.: Li aquela questão.

(= Li esta questão.)

2. Nomes de lugar.

VOLTEI DE = A VOLTEI DA = À

Ex.:

Fui a São Paulo. (voltei de)

Fomos à Itália. (voltei da)

3. Crase com “A QUE” “A DE”

A crase nestes casos é detectável pelo substituição do termo feminino por um termo regido masculino.

Efetuada a transformação, verifique o seguinte:

Se surgir “ao” , existirá crase.

Ex.: Quero uma revista igual à que vi ontem.

As revoltas de hoje são semelhantes às de anos anteriores.

A moça à qual deste um presente é casada.

Se surgir apenas “o” ou apenas “a” , não existirá crase.

Ex.: Essa notícia é triste; a que ouvi ontem era mais alegre.

Tua sala é grande; a de tua tia é bem menor.

A moça a qual chegou atrasada é minha amiga.

A fase a que chegamos é crítica.

4. Palavras como “MODA” podem funcionar ocultamente para efeitos da crase.

Ex.:

Vestiu-se à Luís XV.

Vestiu-se à (moda) Luís XV.

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5. Crase facultativa

A) Diante de pronome possessivo feminino:

Ex.: Refiro-me a(ou à) sua irmã.

Há um clima de otimismo quanto a(ou à) nossa capacidade de superar desafios.

B) Diante de nome próprio feminino:

Ex.: Dei o recado a(ou à) Joana.

C) Depois da preposição até:

Ex.: O movimento para o litoral foi intenso até a(ou à) manhã de ontem.

6. “A” ou “HÁ”

A - tempo que não passou.

HÁ - tempo que já passou.

7. Crase com as palavras “TERRA”,

“CASA’’ e “DISTÂNCIA”

Haverá crase quando estiverem especificadas.

Ex.: Voltei à casa de meus pais.

8. Crase diante de HORA e PARTES DO DIA

Em expressões que exprimem hora determinada ou partes do dia há crase.

Ex.: Ele saiu às treze horas e trinta minutos.

Chegamos à noite. EXERCÍCIO DE AULA 1. Li aquele anúncio com desconfiança.

2. Refiro-me aquilo que disseste durante o jantar.

3. Eles observaram aquela paisagem com encantamento.

4. Todos resolveram ir a São Paulo após o campeonato.

5. Os rapazes foram a Eslovênia aventurar-se no exterior.

6. Gostaram da viagem a Erechim, feita de ônibus.

7. Observou as discussões a distância.

8. Ele visitou a Joana e a Maria.

9. Quero uma revista igual a que vi ontem na banca que visitei.

10. Vestia-se a Madonna, tanto que ficava de fato parecida com a rainha do pop.

Tribunal de Justiça/RS 57

Complemento: O acento indicativo de crase é usado nas expressões adverbiais, nas locuções prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas: à tarde à chave às escondidas à noite à escuta à sombra de à direita à deriva à exceção de Às claras às turras à força de Às avessas às moscas à frente à toa à beça à esquerda Às vezes às ocultas à revelia à luz à larga às ordens Às escondidas à medida que à procura de à imitação de à proporção que à semelhança de

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Questões de concurso 1. Num assalto ...... mão armada, é aconselhável que a vítima obedeça ...... ordens do bandido, evitando exporse ainda mais ...... qualquer tipo de agressão. As lacunas da frase acima estão corretamente preenchidas por a) a - as - à b))à - às - a c) à - às - à d) a - as - a e) à - as - à 2. Está bem observada a necessidade dos sinais de crase na seguinte frase: a) Quando os filhos passam à interpelar os valores de seus pais, consideram-se aptos à afirmar os seus próprios. b) O jovem fica à uma distância cada vez maior das poucas oportunidades que ainda estão à lhes oferecer. c) Daqui à pouco vão dizer que são os jovens os principais responsáveis pelo círculo vicioso à que o texto se refere. d) Apresentam-se, à toda vaga oferecida, candidatos dispostos à disputá-la da forma mais aguerrida. e) Não se notam, à medida que o tempo passa, avanços significativos nas condições de trabalho oferecidas à juventude. 3. A necessidade ou não do sinal de crase está inteiramente observada na frase: a)) Deve-se à luta das feministas o respeito aos direitos que cabem também às outras parcelas de injustiçados que integram a nossa sociedade. b) Encontra-se a disposição dos interessados a nova edição do Código Civil, à qual, aliás, já se fizeram objeções à torto e à direito. c) À vista do que dispõe o novo código, não caberá à ninguém a condição "natural" de cabeça de casal, à qual, até então, se reservava para o homem. d) Pode ser que à curto prazo o novo código esteja obsoleto em vários pontos, à exemplo do que ocorreu com o antigo. e) Não se impute à uma mulher a culpa de não ter lutado por seus direitos; todas as pressões sociais sempre a conduziram àquela "virtuosa" resignação. 4. Diga ...... ela que só retornarei ...... casa após ...... duas horas. a)) a - a - as b) a - à - às c) à - a - às d) à - à - as e) à - à - às

5. Atente para as seguintes frases: I. À qualquer hora estamos dispostos a assistir à cenas de guerra. II. Àquela hora da noite, ainda estávamos atentos à transmissão das cenas da guerra. III. Daqui a uma hora esse canal passará a transmitir a comunicação que o Presidente fará à Nação. Quanto à necessidade de usar-se o sinal de crase, está inteiramente correto o que se lê em a) I, II e III. b) I e II, somente. c) I e III, somente. d) II, somente. e)) II e III, somente. 6. O Rio Grande do Norte foi o Estado pioneiro ao conceder ....... mulheres a possibilidade de ir ...... urnas, manifestando sua vontade pelo voto, permitido somente ...... homens, no resto do Brasil. As lacunas da frase apresentada serão corretamente preenchidas por a)) às - às - a b) às - as - a c) as - às - a d) às - às - à e) as - as - à 7. Quanto à observância da necessidade do sinal de crase, está inteiramente correto o seguinte período: a) Se à boa parte de nossa imprensa interessa a divulgação de crimes cometidos por jovens, somente a uma pequena parcela dos jornalistas interessa a discussão das questões que se ligam à essa faixa de delinqüência. b) Não convém à parcela mais privilegiada da sociedade imaginar-se imune à toda e qualquer modalidade de tragédia; a violência a atingirá, a despeito das guaritas, dos portões eletrônicos, dos vigias a postos. c) Todo jovem infrator, tenha ou não consciência disso, aspira à inclusão social, quer ascender a posições mais dignas, elevar-se a uma condição semelhante àquela em que vivem os jovens da classe média. d) Muito se comenta, a boca pequena, a respeito da vantagem da pena de morte, extensiva a criminalidade juvenil, à despeito do que reza o Estatuto da Criança e do Adolescente, que convoca todos os setores sociais à tarefa da formação integral dos jovens. e) Não se impute a polícia à situação de violência em que vivemos; se falta àquela participação maior no combate a criminalidade, falta à adolescência pobre qualquer sinalização de efetiva dedicação das autoridades à solução dos problemas.

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8. Busca-se ...... muito tempo uma linguagem adequada ...... expressão das leis e ...... outras questões sociais. As lacunas da frase acima serão corretamente preenchidas por a) a - à - à b) há - a - a c) a - a - à d) a - à - a e)) há - à - a 9. Obedecer ...... leis existentes é o instrumento ...... que se deve recorrer no combate ...... violência, em qualquer lugar. As lacunas da frase apresentada serão corretamente preenchidas por: a) as - a - a b) as - à - à c) as - à - a d)) às - a - à e) às - à - a 10. Quanto ao uso, ou não, do sinal de crase, a frase inteiramente correta é: a) Acaba de chegar a América um grupo de sudaneses, à que se darão diferentes destinos, certamente à revelia desses jovens, que chegaram como refugiados. b) O autor supõe que, tendo em vista à quantidade de leis às quais deverão obediência, os jovens refugiados passarão por poucas e boas, até a completa adaptação. c)) As normas da tribo, às quais faz o autor referência, são poucas e implícitas, visam à boa prática de valores consensuais, e não a uma mera catalogação de obrigações. d) A angústia a que submeteremos esses jovens deverse- á não apenas à essa quantidade de leis, mas sobretudo à maneira artificial pela qual pretendem aplicar-se à realidade. e) Quando à cada nova obrigação miúda corresponder uma nova norma, não haverá como pôr termo a inchação dos códigos, à uma sempre crescente lengalenga de leis. 11. Há plena observância da necessidade de utilização do sinal de crase em: a) Não espantou à maioria das pessoas que o caso de Amina tenha chegado à uma solução tão feliz, pois acreditavam que o tribunal nigeriano seria sensível à pressões internacionais. b) Pouco à pouco, a Anistia Internacional e outras organizações congêneres vão ascendendo àquele mais alto patamar de respeitabilidade, à que sempre fizeram jus. c) Não se impute à corte nigeriana qualquer culpa pelo fato de se ater às leis do país, pois é a estas, e não a outras, que lhe cabe dar cumprimento. d) Aqui e ali se verifica, à toda hora, algum tolerado desacato às nossas leis; que faríamos se

os nigerianos nos conclamassem a cessação dessa permanente afronta às nossas normas legais? e) Tendo em vista à condenação do acusado de sodomia a morte por apedrejamento, e à falta de indícios positivos, não se confira a absolvição de Amina um significado maior do que o de uma concessão. 12. Justifica-se inteiramente o emprego do sinal de crase em: a) Não será permitido à ninguém recorrer a uma concepção de liberdade que venha a contrariar àquela que é de consenso social. b) Os que reagem irritados à uma demonstração prática de liberdade são os mesmos que aplaudem às medidas de força e de exceção. c) À partir do momento em que não haja obediência à qualquer norma, estará comprometida a prática mesma da liberdade. d)) Não cabe às autoridades constituídas definir o que seja liberdade, mas permitir que todos tenham acesso às práticas previstas em lei. e) É preciso avaliar à distância que existe entre a prática autoritária e àquela que respeita um controle social de liberdade. 13. Os geógrafos divergem quanto .......... previsões acerca do número possível de habitantes no planeta, reconhecendo alguns fatores ........... que todos são submetidos, ........... cada época e lugar. Preenche corretamente as lacunas da frase acima: a) às - à - a b)) às - a - a c) às - à - à d) as - a - à e) as - a - a 14. Diga ...... ela que esteja aqui ...... uma hora para conversarmos ...... respeito do projeto. a) a - a - à b) a - à - a c) à - a - à d) à - à - a e) à - à - à 15. Chegar ao desrespeito ...... propriedade privada, na cidade e no campo, e ...... um eventual não-cumprimento de contratos, pode levar ...... ruptura das instituições democráticas vigentes no País. As lacunas da frase acima estão corretamente preenchidas por a) à - à - à b) à - à - a c) a - à - a d) à - a - à e) a - a - a

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16. A necessidade de deslocamentos de populações entre pontos geográficos diferentes deu origem ...... uma infraestrutura física e ...... criação de veículos que poderiam mover-se ...... velocidades cada vez maiores. a) a - a - a b) a - a - à c) à - à - a d) a - à - a e) à - à - à 17. A mandioca é bastante cultivada no Nordeste, graças ........... resistência ........... altas temperaturas e .......... pragas. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima: a)) à - às - a b) a - às - à c) à - as - a d) à - as - à e) a - as - a

GABARITO 01. B 02. E 03. A 04. A 05. E 06. A 07. C 08. E 09. D 10. C 11. C 12. D 13. B 14. B 15. D 16. D 17. A

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ORAÇÕES (Nexos oracionais) 1. O QUE SÃO E PARA QUE SERVEM: 2. INTRODUÇÃO: EXERCÍCIO DE AULA 1

1. Adorava missões difíceis, ________ aquela era excessivamente perigosa

2. Tentou todas as possibilidades e não obteve sucesso, ________ desistiu da viagem

3. Carlos terá de estudar muito, ________ será reprovado no concurso.

4. Não gostava de estudar, ________ pensava no futuro.

5. Carla era uma mulher inteligentíssima, ________ chamava a atenção dos homens.

6. Saia logo daqui, ________ há o risco de você ser agredido.

7. Deve haver uma explicação para o ocorrido, ________ ele jamais cometeria um erra tão bobo.

8. Viajarão para a praia, ________ não poderão comparecer ao churrasco.

9. Querias conquistá-lo, ________ não deverias ter agido de maneira tão fria.

10. Sai daqui agora, ________ vou te dar um soco.

62 Tribunal de Justiça/RS

3. ORAÇÕES COORDENADAS a) Aditivos: e, nem, não só...mas também, não somente...mas ainda. Exemplos: b) Adversativos: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, não obstante. Exemplos: c) Alternativos: ou, ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja. Exemplos:

Tribunal de Justiça/RS 63

d) Conclusivos: portanto, logo, por isso, por conseguinte, consequentemente. Exemplos: e) Explicativos: porque, pois. Exemplos:

EXERCÍCIO DE AULA 2

1. Jamais conseguira entender matemática, tampouco afeiçoou-se a professores dessa matéria.

2. Faça os deveres de casa agora, pois haverá confusão se receberes novas reprimendas da direção.

3. A economia brasileira não para de crescer, portanto cabe aos brasileiros orgulharem-se.

4. Costuma ter bom desempenho contra times do interior, todavia parece estar inseguro agora.

5. Ora grita com a pobre moça, ora a elogia enfaticamente.

6. Está sentindo-se deveras solitário; tem chorado, pois, escondido pelos cantos.

7. É possível que o casamento seja desfeito, porque as brigas só têm aumentado nos últimos tempos.

8. Procurou evitar a vergonha pública da família, contudo não é fácil preservar pessoas como aquelas.

9. As meninas não só são vaidosas ao extremo, mas também têm boa criação.

10. É importante que alguém consiga assumir o controle da situação, ou haverá problemas logo em seguida.

64 Tribunal de Justiça/RS

4. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS a) CAUSAIS : porque, já que, desde que, uma vez que, visto que. Exemplos: b) CONFORMATIVOS: conforme, segundo, consoante, como. Exemplos: c) COMPARATIVOS: como, tal como, menos (do) que, mais (do) que, menor (do) que, maior (do) que, pior (do) que, melhor (do) que. Exemplos: d) CONSECUTIVOS: tão...que, tal...que. tamanho...que, tanto...que. Exemplos:

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e) FINAIS: a fim de, a fim de que, para, para que. Exemplos: f) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto mais...mais, quanto mais...menos, quanto menos...mais, quanto menos...menos. Exemplos: g) TEMPORAIS: quando, logo que, assim que, mal, apenas, antes que, depois que, sempre que. Exemplos: h) CONDICIONAIS: se, caso, a menos que, salvo se, contanto que. Exemplos: i) CONCESSIVOS: embora, ainda que, apesar de que, posto que, se bem que, mesmo que. Exemplos:

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EXERCÍCIO DE AULA 3

1. Porquanto se sentia renegado, sequer visitava o pai em datas comemorativas.

2. Costumava sentir tanto desprezo por pessoas cínicas que mal conseguia olhá-las de frente.

3. O namorado pediu um tempo à moça, posto que gostasse muito dela.

4. Ocorrem problemas gravíssimos toda vez que as duas resolvem reacender a disputa pelo poder.

5. Existe uma chance real de aprovação, contanto que o candidato se esforce o suficiente.

6. Segundo o último boletim médico, o estado de saúdo do senador mantém-se estável.

7. O portão passava a noite rugindo no silêncio, como um espírito atormentado.

8. Quanto maior for a angústia demonstrada pelos mais, maior tende a ser a ansiedade da criança.

9. A polícia vai enfrentar problemas na contenção dos torcedores, a não ser que receba um reforço.

10. Não vai haver nenhum tipo de disputa judicial, consoante os filhos da viúva afirmaram.

11. Tal foi a importância assumida por ela na empresa que ninguém agia sem uma ordem expressa.

12. Para que a presidente seja aceita pelos cidadãos, é necessário que tome as atitudes corretas.

13. À medida que as crianças crescem, os pais vão ganhando um pouco mais de tranquilidade.

14. Mal foi avisada a respeito do acidente, pressentiu que o pior poderia acontecer.

15. Os times costumam fazer amistosos no interior, visto que lá não há pressão da torcida.

16. O homem ficou sentado no chão chorando, tal qual uma criança mimada e insatisfeita.

17. Conquanto comunique ao árbitro que houve falta, sua atitude segue injustificável.

18. Pediu demissão, a fim de não ter mais de se submeter às ordens do chefe.

19. Uma vez que obteve a vitória judicial, proibiu a ex-esposa de ver a criança.

20. Uma vez que obtivesse vitória judicial, proibiria a esposa de ver a criança.

21. Desde que escalou com sucesso o Kilimandjaro, sente-se um homem realizado.

22. Desde que conseguisse escalar o Kilimandjaro, sentir-se-ia um homem realizado.

23. Como a equipe oponente desistiu de jogar a final, o Cruzeiro foi decretado campeão.

24. Após a vitória, os jogadores comemoravam o título como loucos.

25. A vitória ficou com a equipe paulista, como já havia informado o repórter local.

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5. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

⇨ ⇨ ⇨ ⇨ Introdução a) Restritivas: restringem ou limitam a significação do termo antecedente. Exemplo: Homem que é homem não foge da luta. b) Explicativas: explicam ou esclarecem o termo antecedente. Exemplo: O homem, que é racional, deve refletir antes de agir. EXERCÍCIO DE AULA 4 Classifique as orações abaixo de acordo com o código proposto, colocando vírgulas quando necessário. (1) Explicativa (2) Restritiva 1. Os gatos que são mamíferos têm muitas características semelhantes às dos humanos. ___

2. Os gatos que foram criados por aquela senhora estão hoje todos mortos. ___

3. O dólar que é a moeda americana está em franco processo de queda. ___

4. O dólar que te emprestei jamais voltará à minha carteira, não é? ___

5. O amor que é o mais nobre dos sentimentos anda em baixa hoje em dia. ___

6. O amor que Paulo dedicou a Joana não se vê por aí todos os dias. ___

7. Os homens que são mais quietos fazem sucesso entre o público feminino. ___

8. Os homens que são mais quietos do que as mulheres metem-se menos em confusão. ___

9. O Brasil que é o maior país da América Latina serve de exemplo para muitas nações. ___

10. O Brasil que pretendo deixar para o meu filho não é esse que hoje vemos. ___

11. Ayrton Senna que foi considerado o maior piloto da história orgulhava-se de ser brasileiro. ___

12. Os filmes da amostra que são argentinos fizeram sucesso entre o público presente. ___

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QUESTÕES – BANCAS RS NEXOS

01. (Técnico Judiciário – TRT 4ª Região) Uma delas, ainda que uma educadora bem sucedida profissionalmente, joga-se ao vício do alcoolismo, só controlando quando encontrou um par. O nexo ainda que na frase acima estabelece, entre as orações que une no texto, uma relação de a) finalidade. b) alternativa. c) comparação. d) tempo. e) concessão. 02. (Procurador – Prefeitura de Caxias do Sul/RS) A propósito do uso do nexo que nas frases abaixo, é INCORRETO afirmar que, a) Por imaginarmos que as últimas décadas de uma vida são apenas decadência e deterioração, criamos o tabu que reveste essa palavra. Os nexos que na frase acima, exerce funções diferentes nas respectivas orações. b) Detestar ou temer a velhice mostra que ela tem, para a maioria, a marca da incapacidade, do feio e da deterioração. O nexo que na frase acima, retoma a expressão a velhice. c) Quando não pudermos mais realizar negócios, viajar a países distantes ou dar caminhadas, poderemos ainda exercer afetos, agregar pessoas, ler bons livros, observar a humanidade que nos cerca, eventualmente lhe dar abrigo e colo. O nexo que poderia ser substituído por a qual sem prejuízo da correção ou do significado da frase. d) Será pior, será menos belo, menos bom e respeitável, ter mais sabedoria, mais serenidade, mais elegância diante de fatos que na juventude nos fariam arrancar os cabelos de aflição? O nexo que poderia ser substituído por os quais sem prejuízo da correção ou do significado da frase. e) Visitei uma artista plástica de quase 90 anos que pinta telas de uns vermelhos palpitantes. O nexo que retoma a expressão uma artista plástica .

03. (Procurador – Prefeitura de Caxias do Sul/RS) A sugestão de alteração no texto que acarretaria mudança de significado da respectiva frase é a substituição de a) Palavras significam emoções e conceitos, portanto também preconceitos. portanto – por por conseguinte . b) A possibilidade de ter qualidade de vida, saúde, projetos e ternura até os 90 anos é real, desde que levando em conta as limitações de cada período. desde que – por mesmo que . c) Mas predomina entre nós a noção de que a velhice é uma condenação da qual se deve fugir a qualquer custo, até mesmo nos mutilando ou escondendo. Mas – por No entanto. d) Porém , no espírito de manada que nos caracteriza, nós o adotamos ainda que seja em nosso desfavor. Porém – por Apesar disso . e) Porém, no espírito de manada que nos caracteriza, nós o adotamos ainda que seja em nosso desfavor. ainda que – por por mais que 04. (Procurador – Prefeitura de Caxias do Sul/RS) Assinale a alternativa cuja palavra ou expressão poderia substituir Por isso , na frase abaixo, sem acarretar erro à frase. Por isso não há explicação documentada sobre a origem do uso. a) Não obstante b) Conquanto c) A despeito disso d) Pois e) Assim 05. (Contínuo – Prefeitura de Alvorada/RS) Na frase Variava a pronúncia, mas a língua era uma só , a palavra mas poderia ser substituída, sem prejuízo de significado, por a) no entanto b) tanto que c) à medida que d) por essa razão e) visto que

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06. (Contínuo – Prefeitura de Alvorada/RS) Na frase – O pai atravessou a sinaleira e pechou , a palavra e expressa idéia de a) adição b) finalidade c) condição d) oposição e) conclusão 07. (Contador – BANRISUL/RS) Considere as orações abaixo em negrito. I – Eu queria a bicicleta, e meu pai, que era barbeiro , achou que aquilo era dinheiro jogado fora. II – Uma coisa que aprendi de cara : tudo aquilo que era vendido aos pobres era de péssima qualidade. III - Aprendi a ver que os filhinhos-de-papai tinham coisas mas não eram ou apenas eram porque tinham e passei a odiar a palavra status, que recém entrara na moda. Quais delas exercem, no texto, função equivalente à de adjetivo? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas I e III d) Apenas II e III e) I, II e III 08. (Técnico Científico – FAPERGS) A oração em negrito que exerce a função de objeto direto nas frases abaixo é a) Pelo que entendi do que relatou o corsário Richar Hawkins da viagem que fez à América, ... b) ... gente de dinheiro que financiava a viagem com total apoio da coroa britânica , o capitão do navio (e/ou dono, como Hawkins).... c) Segundo Hawkins, havia muitos capitães desonestos que lesavam os donos dos navios , e, como a justiça inglesa era ... d) Talvez o mais surpreendente nisso tudo seja a naturalidade com que o saque era encarado por todos , vítimas e piratas... e) ... há toda uma retórica para garantir que o negócio é negócio e roubo é roubo, só que muitas vezes, na prática...

09. (Técnico Científico – FAPERGS) A palavra ou expressão em negrito que estabelece uma relação de causa e conseqüência entre os elementos que liga na frase é a) ... e os marinheiros comuns, uns pobres coitados que muitas vezes entravam na jogada para fugir de credores, apenas com a roupa do corpo. b) Se os saques fossem bem sucedidos, os comerciantes, o capitão e a coroa faturavam bem. c) Segundo Hawkins, havia muitos capitães desonestos que lesavam os donos dos navios, e, como a justiça inglesa era uma esculhambação semelhante à nossa, era impossível puni-los. d) Aconselhava a ser cortês, quer dizer , a não roubar tudo; não tocar em coisas pessoais de gente importante,.... e) ... há toda uma retórica para garantir que o negócio é negócio e roubo é roubo, só que muitas vezes, na prática, na calada da noite.... 10. (Advogado – FEBEM/RS) Qual das reescritas propostas abaixo para o trecho Está tudo bem. Esse tal de Camacho nunca mais vai te bater, não vai mais de importunar. Fica tranqüila mantém o seu significado original? a) Está tudo bem, embora esse tal de Camacho nunca mais vá te bater, não vá mais te importunar porque ficarás tranqüila. b) Está tudo bem, pois esse tal de Camacho nunca mais vai te bater, nem vai mais te importunar, portanto, fica tranqüila. c) Conforme esteja tudo bem, esse tal de Camacho nunca mais vai te bater, não vai mais te importunar, quando ficares tranqüila. d) Está tudo bem, mas esse tal de Camacho nunca mais vai te bater, nem vai mais te importunar, se bem que fiques tranqüila. e) Ou está tudo bem, ou esse tal de Camacho nunca mais vai te bater, não vai mais te importunar, a fim de que fiques tranqüila.

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11. (Assistente de Operações – TRENSURB/RS – 2002) Observe as seguintes propostas de substituição de palavras em negrito nas frases abaixo. I – Mais ou menos os poderes que tem Deus. Substituição do pronome que por os quais II – Talvez não fizéssemos milagres, mas teríamos acesso a tudo aquilo que a tecnologia pode proporcionar, em termos de imagem, de som. Substituição da conjunção mas por embora . III – “E o Oscar vai para...”, nós, sorridentes, já estaríamos olhando ao redor com ar de triunfo, já estaríamos nos encaminhando para o palco, para ali receber, sob uma chuva de aplausos, o troféu a que sempre fizemos jus. Substituição do nexo para por a fim de . Quais manteriam a correção e o sentido original das frases em que se inserem? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e III e) I, II e III 12. (Assistente de Operações – TRENSURB/RS ) No período Isso tudo se a vida fosse um filme , o trecho sublinhado poderia ser substituído, sem prejuízo de seu sentido original, por a) desde que a vida fosse um filme. b) apesar de a vida ser um filme. c) enquanto a vida fosse um filme. d) mesmo que a vida fosse um filme. e) em razão de a vida ser um filme.

13. (Assistente Administrativo – SULGÁS) Considere as afirmações abaixo. I – No entanto , o conhecimento sobre os mecanismos da memória garimpados nos últimos anos pela ciência estão ajudando na criação de terapias cada vez mais eficazes para preservar e recuperar as recordações. A locução No entanto poderia ser substituída na frase sem qualquer mudança de sentido, indiferentemente por Contudo ou Todavia. II – Se for bem treinada, a memória de um idoso pode ser tão boa quanto a de um jovem. O nexo Se, na frase acima, inicia uma oração que expressa uma condição em relação ao que é enunciado na oração principal. III – Escolha atividades como dança ou judô, que agilizam a memória, pois elas aumentam seu poder de concentração. Na frase acima, justifica-se o emprego da primeira vírgula porque esta separa da oração principal uma outra que explica ou esclarece um segmento antecedente, atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente. Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e III e) I, II e III 14. (Soldado – Brigada Militar/RS) Na frase Isso é comum, pois os jovens têm de ganhar a vida , o articulador pois estabelece uma relação de a) comparação. b) condição. c) explicação. d) oposição. e) finalidade. 15. (Psicólogo – SUSEPE/RS) Na frase Ampliavam o interesse e a curiosidade pública, pois ameaçavam um outro valor socialmente construído – a honra e a defesa da moralidade, o segmento que substitui pois ameaçavam , sem interferir no significado geral e na correção da frase, é a) embora ameaçassem. b) em virtude de ameaçarem. c) na medida em que ameaçavam. d) ou ameaçariam. e) a fim de que ameaçassem.

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16. (Advogado – SULGÁS/RS) Considere os trechos abaixo. I – no meio século que se passou desde sua morte II – É claro que aí temos outra distorção III – Heroína é a mãe que anda quilômetros em busca de atendimento com o filho doente nos braços. Em quais delas a oração destacada restringe o significado de uma palavra ou expressão que a antecede? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas I e III d) Apenas II e III e) I, II e III 17. (Advogado – SULGÁS/RS) Qual das reescritas do trecho Alguém perguntará: mas o que há de heróico numa partida de futebol? Muita coisa. O esforço, a luta pela auto-superação, a abnegação, até, mais se aproxima do significado original? a) Embora alguém pergunte o que haja de heróico numa partida de futebol, muitas coisa se esforça e luta pela superação até chegar a abnegação. b) A pergunta de alguém será se há heroísmo numa partida de futebol, o que é muita coisa, havendo até o esforço, a luta pela auto-superação e abnegação. c) É exigência demais perguntar o que há de heróico, de esforçado, de enfrentamento pela auto-superação, de abnegação numa partida de futebol. d) Caso alguém venha a perguntar o que há de heróico numa partida de futebol, responder-se-á que existe muita coisa, como o esforço, a luta pela auto-superação e até a abnegação. e) Alguém virá a perguntar, no entanto, muita coisa sobre o heroísmo existente numa partida de futebol em que haja,ainda por cima, o esforço, a luta pela auto-superação e a abnegação. 18. (Assistente de Promotoria – MP/RS – 2002) – No período Portanto, a imprensa, para estar a serviço da liberdade , deve evidenciar o máximo possível o sentido geral das experiências particulares , a oração sublinhada expressa uma circunstância de a) lugar. b) condição. c) proporção. d) concessão. e) conclusão.

19. (Motorista – FEBEM/RS – 2002) Na frase A responsabilidade de acertar nessa tarefa é enorme, pois é toda uma vida que está em jogo, a conjunção pois expressa idéia de a) oposição. b) tempo. c) explicação. d) finalidade. e) condição. 20. (Auxiliar de Contabilidade – BANRISUL/RS) Assinale a alternativa que apresenta uma substituição para a expressão desde que na frase abaixo que NÃO acarreta alteração de significado ou necessidade de qualquer ajuste na frase. Todos falam na integração mundial dos mercados, de um mundo livre de barreiras comerciais, desde que , é claro, os cucarachas fiquem no seu lugar e não fabriquem aço barato demais. a) de tal forma que b) assim que c) ainda que d) até que e) contanto que 21. (Escrivão de Polícia – Polícia Civi/RS – 2002) Entre as expressões abaixo, aquela que, substituindo embora alteraria o significado da frase abaixo. Os brancos tentam ficar marrons, embora às vezes só fiquem vermelhos, os marrons ficam pretos e os pretos já estão prontos. a) mesmo que. b) não obstante. c) se bem que. d) visto que. e) ainda que.

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22. (Operador de Informática – EPTC/RS – 2002) Analise as afirmações abaixo com relação a nexos oracionais. I – Não só as mudanças significativas, mas as que ocorrem muito rapidamente ou em simultaneidade freqüentemente causam stress. A conjunção mas poderia ser substituída corretamente pela palavra também , sem causar prejuízo ao significado da frase, pois ambas expressam idéia de adição. II – Essas podem, porém , se defender através da identificação das causas do stress e do aprendizado das diferentes maneiras de evitá-lo ou da melhor forma de ajustar-se a ele. A conjunção porém expressa idéia de oposição, por isso poderia ser substituída, sem qualquer alteração na frase, por contudo . III – Melhor a saúde geral e a forma física, além de estar consciente de que as reações aos acontecimentos estão relacionados às crenças e aos valores da pessoa, embora alguns eventos sejam por si só negativamente estressantes, pode auxiliar a diminuir os efeitos do desequilíbrio gerado pelo excesso de stress. A conjunção embora poderia ser substituída pela locução posto que , sem acarretar erro, pois ambas iniciam orações em que se admite um fato contrário à ação principal, mas incapaz de impedi-la. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III. 23. (Auxiliar de Radiologia – Prefeitura de Caxias do Sul/RS – 2002) A palavra onde ,na frase abaixo, expressa idéia de Para saber que tipo de água mineral você bebe, basta olhar o rótulo, onde há informações sobre a composição química do produto. a) tempo b) modo c) lugar d) intensidade e) dúvida

24. (Agente Administrativo II) Contém orações que expressam, respectivamente, idéias de condição, concessão e proporção, os períodos iniciados por a) Ocorre que, do ponto de vista da nossa vivência subjetiva, o efeito dessas conquistas parece ser justamente o contrário do esperado. Embora façamos as coisas que desejamos em cada vez menos tempo, sentimos cada vez mais a falta de tempo para fazer o que desejamos. Ao mesmo tempo que se trabalha menos, vive-se muito mais. b) Mas, se você tiver, só me resta pedir a sua paciência e compreensão. Eles eram pobres, mas viviam como milionários perto de nós. Quando olhamos para trás, a geração de nossos pais e avós, assim como as comunidades que pararam no tempo, parecem-nos usufruir de um espaço interno de convivência e de uma largueza na dotação do tempo.... c) Ocorre que, do ponto de vista da nossa vivência subjetiva, o efeito dessas conquistas parece ser justamente o contrário do esperado. Eles eram pobres, mas viviam como milionários perto de nós. Quanto mais economizamos tempo, mais carecemos dele. d) Mas, se você tiver, só me resta pedir a sua paciência e compreensão. Embora façamos as coisas que desejamos em cada vez menos tempo, sentimos cada vez mais a falta de tempo para fazer o que desejamos. Quanto mais economizamos tempo, mais carecemos dele. e) Mas, se você tiver, só me resta pedir a sua paciência e compreensão. Eles eram pobres, mas viviam como milionários perto de nós. Ao mesmo tempo que se trabalha menos, vive-se muito mais.

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25. (Oficial de Justiça – 1998) Os nexos pois , como e porém introduzem, no contexto das frases abaixo em que ocorrem, respectivamente, idéias de Acabar com a criminalidade é, pois , meta inatingível. Na prática, percebe-se que as diversas instâncias são tratadas (e tratam-se) como compartimentos estanques, isolando-se uma das outras, como se cada uma tivesse um objetivo diverso. Essa atuação, porém , é profundamente marcada por estereótipos, e a seleção recai prioritariamente sobre as “caras de prontuários”, na expressão do penalista argentino Zaffaroni. a) conclusão, conformidade e contraposição. b) explicação, conformidade e retificação. c) explicação, comparação e contraposição. d) conclusão, comparação e contraposição. e) conclusão, conformidade e retificação. 26. (FDRH-Agente Adm.-Pref.POA-2001) Analise o sentido da palavra destacada nas frases abaixo. I – Como é modesto, Guga nos cativa. II – Como se previa, o tenista brasileiro venceu mais um torneio. III – Airton Senna encantou-nos no passado como Guga nos encanta hoje. IV – Naomi Campbell não abandonou as passarelas, como havia sido anunciado. Pela análise realizada, é correto concluir que o como é empregado com o valor idêntico ao que apresenta na frase “Mas, como escreveu Machado de Assis, a vaidade é um princípio de corrupção.” Em a) I e II b) I e III c) II e III d) II e IV e) III e IV

27. (Assistente Administrativo – FDRH) Considere as seguintes afirmações sobre o valor das expressões sublinhadas no texto. I – Em “É como se cada autor, cada consultor, cada articulista pegasse uma idéia, transformasse em regra e quisesse aplicá-la a todos os seres humanos” , a expressão destacada pode ser substituída por “Parece que ”, mantendo-se a mesma idéia e as mesmas formas verbais. II – Pode-se substituir a palavra como (destaque no trecho) por por que , sem prejuízo ao sentido e à correção da frase. E como o próprio mercado é todo cheio de ambigüidades e necessidades que são contrárias umas às outras, o que sobra para nós é uma grande perplexidade. III – Em “não será apenas uma questão de “empregabilidade”, como dizem, mas de vida” , a palavra “como ” estabelece uma relação de conformidade entre as orações. Quais estão corretas? a) Apenas a I. b) Apenas a II. c) Apenas a III. d) Apenas a I e a III. e) A I, a II e a III. 28. (PROCESSO SELETIVO PÚBLICO ANO 2000 – FAURGS) O trecho Como Portugal não queria concorrência (no trecho abaixo) expressa, no contexto em que ocorre, idéia de Como Portugal não queria concorrência, o ______ (suscessor/sucessor) de Afonso V, D. João II, construiu em 1842 o Castelo de São Jorge da Mina, ou simplesmente, Elmina, para garantir militarmente o monopólio. a) comparação. b) condição. c) concessão. d) conseqüência. e) causa. NEXOS 01. E 06. A 11. D 16. C 21. D 26. D 02. B 07. E 12. A 17. D 22. E 27. C 03. B 08. E 13. E 18. B 23. C 28. E 04. E 09. C 14. C 19. C 24. D 05. A 10. B 15. B 20. E 25. D

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PONTUAÇÃO I. Os sinais de pontuação: a) Ponto (.) b) Ponto-de-interrogação (?) c) Ponto-de-exclamação (!) d) Reticências (...) e) Travessão ( – ) f) Vírgula (,) g) Ponto-e-vírgula (;) h) Dois-pontos (:) II. Definição gramatical e uma ressalva: III. Noções Gerais: IV. Conclusão geral:

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VÍRGULA 1. Para separar enumerações. Exemplos: 2. Para isolar adjuntos adverbiais deslocados. a) O que são adjuntos adverbiais? __________________________________________________ b) Quando estão deslocados? ______________________________________________________ Exemplos: c) Por que o adjunto adverbial é tão deslocável? _______________________________________ Exemplos: 3. Para isolar o aposto. Exemplos:

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⇨⇨⇨⇨ Não esquecer: o aposto ���� Aceita ser substituído por travessão. ���� Não aceita ser substituído por travessão. Exemplos: 4. Para isolar o vocativo. Exemplos: EXERCÍCIO DE AULA 1

1. Os rapazes voltaram inesperadamente a casa.

2. A banca da esquina vende livros jornais revistas cigarros.

3. Quero que vocês jovens percorram a estrada que os conduzirá ao sucesso.

4. A presidência cargo mais importante de todos deve ser ocupada por alguém digno.

5. A criança o adulto o idoso são humanos honestos verdadeiros.

6. Depois de amanhã haverá uma importante partida de vôlei.

7. Aninha compra tudo o que for necessário para uma grande festa.

8. Pessoa desagradável Joana teceu comentários dispensáveis.

9. Na tarde de amanhã os vencedores serão conhecidos em frente ao clube.

10. Eles disseram ao diretor a verdade acerca do ocorrido.

5. Para isolar orações adverbiais deslocadas.

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⇨⇨⇨⇨ Não esquecer: diferenças de pontuação no adjunto adverbial e na oração adverbial.

ADJUNTO ADVERBIAL

ORAÇÃO ADVERBIAL

Quando está no final, o adjunto adverbial ���� é antecedido por vírgula. ���� não é antecedido por vírgula. ���� é opcional antecedê-lo ou não por vírgula.

Quando está no final, a oração adverbial ���� é antecedida por vírgula. ���� não é antecedida por vírgula. ���� é opcional antecedê-la ou não por vírgula.

Quando está deslocado, o adjunto adverbial ���� é isolado por vírgula(s). ���� não é isolado por vírgula(s). ���� é opcional isolá-lo ou não por vírgula(s).

Quando está deslocada, a oração adverbial ���� é isolada por vírgula(s). ���� não é isolada por vírgula(s). ���� é opcional isolá-lo ou não por vírgula(s).

Exemplos:

Exemplos:

6. Para isolar as orações coordenadas. Exemplos gerais: O caso especial da conjunção “E”.

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7. Para isolar os demais elementos intercalados. Exemplos: 8. Para assinalar a supressão do verbo. Exemplos: 9. Para isolar as orações adjetivas explicativas. Exemplos: EXERCÍCIO DE AULA 2

1. Veio a noite do baile e a menina vestiu-se com esmero.

2. Nossos pesquisadores que são competentes descobriram a cura da doença.

3. Houve esforço de todas as partes porém não foi possível um acerto.

4. Os jovens costumam precisar de autoridade; os adultos de flexibilidade.

5. Se conseguirem chegar a tempo virão ao encontro da turma.

6. O candidato da oposição afirmam as pesquisas tende a vencer o pleito.

7. A atividade econômica nos países desenvolvidos é bastante estimulada.

8. A moça entrou em pânico e saiu correndo pela noite escura.

9. Anos atrás a mulher cuidava da casa; hoje em dia cuida de todos os setores da vida.

10. A Agência Central dos Correios que fica em frente ao curso foi assaltada.

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PONTO-E-VÍRGULA 1. Orações adversativas e conclusivas com nexo desl ocado. a) Nexos adversativos: ___________________________________________________________ b) Nexos conclusivos: ____________________________________________________________ Exemplos: 2. Grupos de orações que já tenham vírgulas interna s. Exemplos: 3. Orações de sentidos opostos não unidas por nexo. Exemplos: DOIS-PONTOS 1. Para introduzir citações. Exemplos:

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2. Para introduzir enumerações. Exemplos: 3. Para introduzir sínteses, apostos, explicações. Exemplos:

EXERCÍCIO DE AULA 3

1. A situação parecia contornada havia entretanto diversos problemas a resolver.

2. João comprou carne sal temperos Antônio levou água refri cerveja Paulo chegou com Ana Beatriz Cíntia.

3. O menino faz parte da bateria da Mocidade a namorada dele odeia carnaval com todas as forças.

4. Ele gostava de fato da moça havia no entanto dois problemas a sogra bêbada e o sogro traficante.

5. Precisamos debater vários pontos o local os custos os funcionários.

6. Carlos Drummond escreveu um hino à vida “Clara manhã, obrigado”.

7. Não existe nenhuma chance de haver acerto a proposta é completamente injusta.

8. Quando vier à cidade a menina vai querer visitar-me mas encontrará a porta fechada.

9. Só tenho uma coisa a dizer a situação é absurda.

10. Quando vieres é necessário que tragas alegria companheirismo leveza.

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QUESTÕES – BANCAS RS PONTUAÇÃO

01. (Arquiteto – Prefeitura de Alvorada/RS) Sobre a pontuação do texto, é correto afirmar que a) FÍGARO: (Andando pelo palco, como se estivesse medindo uma sala.) Dezenove pés por... vinte e seis. -Ah, senhor conde! Senhor conde! Os parênteses da frase acima e a vírgula do trecho –Ah, isolam elementos de mesma função sintática b) Ouve, Fígaro, noivinho querido; fico bem assim? FÍGARO: Linda, meu amor; essa flor de laranjeira em tua fronte, na manha de nossas núpcias, é uma visão de doçura e encanto para o teu esposo enamorado. Apenas um dos dois ponto-e-vírgula das frases acima pode ser substituído por dois-pontos. c) Assim, se a condessa se indispõe às duas horas da manhã – zás -, em um salto estás lá. A vírgula da frase acima seria necessária mesmo que não fosse seguida por uma oração adverbial deslocada. d) Assim, se a condessa se indispõe às duas horas da manhã – zás -, em um salto estás lá. Compreendes? (Cara espantada de Fígaro.) – Tu pensavas, meu divino amor, que o dote que ganhamos foi por tua bela cara? Os travessões das frases acima foram usados pela mesma razão. e) ROSINA: Que, meu bom amigo, o senhor conde, cansado de namorar todas as beldades das redondezas, deseja voltar para o castelo, para o lar .... mas não para o seu quarto. As reticências utilizadas na frase indicam a omissão de um trecho da frase de Rosina.

02. (Técnico Judiciário – TRT – 4ª Região) É correto afirmar que as vírgulas Foi desastroso o fim da telenovela Mulheres Apaixonadas, exibida durante oito meses em horário nobre pela Globo, rede de maior audiência da televisão brasileira. Ao invés de apaixonadas, a novela mostrou mulheres em várias situações de discriminação e desrespeito,em situação de submissão e inferioridade, impotentes e coniventes com os clichês de violência e impunidade. a) As vírgulas do trecho Mulheres Apaixonadas, e Ao invés de apaixonadas, devem-se à mesma razão de ordem sintática. b) Esta, corroída por um ciúme doentio, se desequilibra, manifestando instintos suicidas e homicidas. As vírgulas depois de Esta e doentio poderiam ser substituídas por parênteses sem prejuízo do significado geral da frase. c) Nem a figura da avó escapou, pois se revelou perversa e agressiva com a pobre neta órfã, que tem visões paranormais da mão exemplar que lhe concedia excelente padrão de vida dedicando-se à prostituição e foi vítima de uma bala perdida. As vírgulas da frase acima isolam uma oração deslocada de sua posição usual na frase. d) Um médico acintosamente, vaidoso e intolerante, foi disputado durante toda a novela por três mulheres, sendo uma enteada da outra, que a ele se ofereciam de forma lasciva. As vírgulas depois de intolerante e mulheres poderiam ser substituídas por travessões sem prejuízo do significado geral da frase. e) Mas a vítima também foi punida: seu namorado adolescente morreu, deixando-lhe como consolo um filho em suas entranhas. Como depois ela aparece beijando os avós, aos quais sempre agrediu, a violência intrafamiliar acabou consagrada como o melhor método educacional. As vírgulas após as palavras morreu e avós, separam orações de sujeitos diferentes.

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03. (Procurador – Prefeitura de Caxias do Sul/RS) Assinale a afirmativa INCORRETA acerca do emprego de sinais de pontuação no texto. a) Sendo contraditórios – por isso interessantes -, não é estranho que na época em que mais tempo vivemos haja tanta dificuldade em relação ao que se convencionou chamar velhice. Por isso quero falar de minha implicância com a implicância que temos com os vocábulos – e a realidade – velho, velhice. - Seus quadros celebram a vida. - Eu os crio para mim mesma, para o meu prazer. Os travessões no trecho – por isso interessantes – e – e a realidade – foram usados para separar expressões intercaladas. Os travessões no trecho – Seus quadros... e – Eu os crio... foram usados para indicar mudança de interlocutor. b) Por imaginarmos que as últimas décadas de uma vida são apenas decadência e deterioração, criamos o tabu que reveste essa palavra. A vírgula na frase acima poderia ser suprimida sem acarretar erro à frase, pois foi empregada para separar um conjunto oracional deslocado. c) Para isso não é necessário ser jovem, belo (significando carnes firmes e pele de seda...) ou ágil, mas ainda lúcido. Os parênteses da frase acima foram usados para intercalar uma explicação que a autora julga conveniente. d) Porém, no espírito de manada que nos caracteriza, nós o adotamos ainda que seja em nosso desfavor. As vírgulas da frase acima poderiam ser substituídas por travessões, pois, nesse caso, estes sinais de pontuação exercem igual função. e) Ela respondeu junto do meu ouvido, brilho nos olhos: - Eu os crio para mim mesma, para o meu prazer. Os dois-pontos da frase acima foram usados para introduzir a fala da personagem; seu emprego, portanto, é obrigatório. 04. (Téc. em Higiene Dental – Prefeitura de Alvorada/RS) Considere as seguintes afirmações sobre alguns casos de pontuação. I – Além de defender os consumidores e criticar o Capitalismo, advoga o direito de designar de língua brasileira a língua falada no Brasil – tudo com muita veemência e humor ainda maior. O travessão da frase acima poderia ser substituído por vírgula. II – Escreveu aquele que pode ser o verso mais importante da Literatura Brasileira do século XX: “Tu pisavas os astros distraída”. Por causa dessa sua grande importância, não podemos esquecer o criador desse verso e de muitos outros, como aqueles que poderiam ser

dedicados a alguma habitante de uma certa cidade do Rio Grande do Sul: Alvorada Na alvorada que alucina, ... Os dois-pontos após século XX: , foram usados pela mesma razão que os dois-pontos após Rio Grande do Sul: . III – Entretanto, seu sucesso maior foi mesmo como letrista e poeta. No entanto, o autor deixa claro que aquela é apenas a visão de um apaixonado que é capaz de amar e sonhar mesmo sendo socialmente desprovido e vivendo num barracão cujo telhado de zinco é furado e, portanto, num lar que o calor de um dia de sol é insuportável e as águas de verão inundam o pouco que possui. A vírgula após a palavra No Entanto , exerce a mesma função que as vírgulas na palavra, portanto, Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e III e) I, II e III 05. (Contínuo – Prefeitura de Alvorada/RS) Na frase No primeiro dia de aula, o aluno novo já estava sendo chamado de “Gaúcho”, a vírgula foi usada pela mesma razão que determina o emprego. a) – Aí, Gaúcho! b) – Mas o Gaúcho! Fala “tu”! – disse o gordo Jorge, que era o que mais implicava com o novato. c) Podia estar, naquele momento, em algum hospital. d) – Gaúcho... Quer dizer, Rodrigo: explique para a classe o que aconteceu. e) – Nós vínhamos de auto, o pai não viu a sinaleira fechada, passou no vermelho e deu uma pechada noutro auto.

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06. (Contínuo – Prefeitura de Alvorada/RS) .... Que já ganhara outro apelido: Pechada. - Aí, Pechada! - Fala, Pechada! Os travessões acima foram usados para assinalar a) a fala de personagens b) um acontecimento c) uma explicação d) uma pausa e) a troca de linhas 07. (Analista Judiciário – TRT 4ª Região) Na frase Suprimi-la indiscriminadamente com analgésicos, dizem alguns estudiosos, pode fazer mais mal do que bem , a função da vírgula em seus empregos é a) isolar aposto b) separar oração intercalada c) separar orações coordenadas assindéticas d) isolar adjunto adverbial intercalado e) separar itens de uma série 08. (Motorista – MP/RS) Assinale, nos parênteses, com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas, considerando o emprego da pontuação. ( ) Exemplos não faltam: há, no Brasil, bebês de dez meses pesando três quilos... As vírgulas separam um adjunto adverbial deslocado. ( ) A desnutrição deixa marcas para a vida toda: afeta a capacidade de raciocínio, o aprendizado e, numa conjunção ainda mais cruel, ajuda a engrossar a lista de justificativas para a evasão escolar. As vírgulas no trecho e, numa conjunção ainda mais cruel, ajuda poderia ser substituídas por travessões. ( ) Educação também é alimento. A colocação de uma vírgula após a palavra Educação não acarretaria erro à frase. A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) V – V – F b) F – V – F c) V – V – V d) F – F – V e) V – F – V

09. (Auxiliar de Perícias – IGP/RS) Considere as seguintes afirmações sobre o uso da vírgula no texto. I – Tudo sob controle, doutor. Eu sei, disse Vilela. Nas frases acima as vírgulas exercem a mesma função, a de isolar o vocativo. II – As perícias já foram feitas, e eu mandei desinterditar os locais. O uso da vírgula se deve ao fato de os sujeitos das duas orações serem diferentes. III – “Alô, disse uma voz, pouco depois, “é o perito Martins, falando.” As vírgulas foram empregadas para separar itens que compõem uma enumeração. Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e II e) I, II e III 10. (Contador – BANRISUL/RS) Sobre a pontuação empregada no texto, é correto afirmar que a) Eu queria a bicicleta, e meu pai, que era barbeiro , achou que aquilo era dinheiro jogado fora. Vendi jornais e garrafas , engraxei sapatos e, quando finalmente consegui comprar a bicicleta, ela já não era mais importante. As vírgulas depois de barbeiro e garrafas devem-se à mesma razão de ordem sintática. b) Bem cedo, portanto , descobri a diferença entre os que têm e humilham e os que não têm e são humilhados. A palavra portanto deixaria de ser isolada por virgulas caso fosse deslocada para depois da forma verbal descobri . c) Mais tarde, ao entrar na adolescência , trabalhava em jornal como contínuo e auxiliar de repórter policial. A vírgula que se segue à palavra adolescência está separando itens de uma série. d) E isso não era muito difícil: bastava ler, aprender, estudar, e, na medida em que lia, aprendia e estudava, mais reverenciava... Os dois-pontos podem ser substituídos por ponto, desde que a palavra seguinte inicie por maiúscula. e) Quando lhe indagam o porquê de seu comportamento , ele diz... A vírgula depois de comportamento pode ser substituída por ponto-e-vírgula ou ponto sem acarretar qualquer espécie de erro.

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11. (Advogado – FEBEM/RS) Considere a pontuação empregada nas frases abaixo I – Os olhos de vidro muito pretos e o focinho de plástico, também preto, davam ao boneco um ar meigo. II – Toma, Belina, é teu. III – Depois, quando compreendeu do que se tratava, uma sensação esquisita começou a sufocá-la Quais frases poderiam continuar apresentando vírgula caso fosse retirado o trecho sublinhado ? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas I e II d) Apenas II e III e) I, II e III 12. (Assistente de Operações – TRENSURB/RS) Considere as seguintes afirmações acerca do uso de pontuação no texto. I - ... o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apressou-se em advertir: os indicadores sobre renda são individuais, ... Os dois-pontos poderiam ser suprimidos sem acarretar erro à frase, visto que foram utilizados apenas para indicar uma pausa. II - ... o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apressou-se em advertir: os indicadores sobre renda são individuais, mas as estatísticas sobre bens duráveis que vão do fogão ao carro são por domicílio. A tendência, porém, tem outras razões, a começar pelo fato de, ... O ponto final poderia ser substituído por ponto-e-vírgula se a conjunção porém fosse deslocada para o início da oração em que se encontra. III – É esse país dos cidadãos sem registro de nascimento, dos que sobrevivem no mercado informal de trabalho, dos que não contribuem para a Previdência ou nem mesmo pagam impostos. As vírgulas foram utilizadas para separar orações coordenadas. Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e II e) Apenas II e III

13. (Assistente de Operações – TRENSURB/RS) Considere as seguintes afirmações acerca do uso da pontuação no texto. I – Se pudéssemos fazer de nossa vida um filme, seria, não tenhamos dúvida, um grande filme. A vírgula após a palavra filme separa uma oração adverbial deslocada; poderia, portanto, ser suprimida. II – Ou, ao contrário, um filme alternativo, como aqueles do cinema Novo (“Uma câmera na mão, uma idéia na cabeça”): não faz diferença. As vírgulas no trecho ,ao contrário, foram usadas para separar um elemento intercalado. III – Ah, e isso o nosso filme teria: belas atrizes, inteligentes atores. A vírgula após a palavra atrizes poderia ser substituída pela conjunção e, sem acarretar erro à frase. Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas I e III d) Apenas II e III e) I, II e III 14. (Perito Químico – Forense – IGP/RS) A propósito da pontuação do texto, é INCORRETO afirmar que a) Os senhores são como se fossem seus parentes; afinal, são amigos. O ponto-e-vírgula poderia ser substituído por ponto. b) Eu lhes digo o que vou fazer: permitirei a entrada de um dos senhores, para que assista a esta tarefa, que, infelizmente, tem que ser executada, está na lei. Os dois-pontos introduzem um esclarecimento sobre a oração anterior. c) “Eu vou”, disse um deles, encarando os outros dois, que desviaram os olhos. As vírgulas no trecho ,disse um deles, isolam um elemento intercalado d) Tiraram a saía, a blusa, as peças íntimas. Temos que tomar nota de tudo, disse o legista, olhando para o escriturário que escrevia, para o laudo. As vírgulas no trecho ,a blusa, e ,disse o legista, foram utilizadas pela mesma razão. e) O homem queria mesmo matar, disse o legista, olhando o corpo, profissionalmente. O ponto final da frase acima não pode ser substituído por ponto de exclamação.

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15. (Psicólogo – SUSEPE/RS) A propósito da pontuação empregada no texto, é correto afirmar que a) ... Elizabeth Cancelli mostra que, na passagem do século XIX para o século XX, diferentes teses apontavam para a aproximação entre o conhecimento médico e a compreensão de atos criminosos... As vírgulas no trecho ,na passagem do século XIX para o século XX, foram utilizadas para isolar um adjunto adverbial deslocado. b) A ciência, acreditava-se, permitia o reconhecimento das “consciência sombrias”, ao aliar a medicina legal, a antropologia criminal, os serviços de estatística e os serviços de identificação. As vírgulas no trecho ,acreditava-se, não poderiam ser substituída por travessões porque isolam um comentário. c) A ciência, acreditava-se, permitia o reconhecimento das “consciência sombrias”, ao aliar a medicina legal, a antropologia criminal, os serviços de estatística e os serviços de identificação. Antropologia que, aplicada à criminalidade, contribui para a promoção de um processo de naturalização e medicalização em que, crescentemente, o foco deixou de estar centrado no crime, passando a concentrar-se na figura do criminoso, ... As vírgulas no trecho ,a antropologia criminal, e no trecho, crescentemente, foram utilizadas pela mesma razão. d) Giravam em torno de sentimentos e instintos considerados básicos (amor, ódio, traição...) e representados como naturais. As reticências indicam que há um significado oculto subentendido. e) Ampliavam o interesse e a curiosidade públicos, pois ameaçavam um outro valor socialmente construído – a honra e a defesa da moralidade. A expressão a honra e a defesa da moralidade não pode ser colocada entre parênteses porque está empregada só com um travessão.

16. (Agente Administrativo – MP/RS) Considere as seguintes afirmações sobre o uso da pontuação no texto. I – Padrões comportamentais, e não apenas traços fisiológicos e anatômicos, constituem a matéria-prima da seleção natural. As vírgulas na frase acima poderiam ser substituídas por travessões sem prejuízo à correção ou ao significado da frase. II – Se o comportamento egoísta resulta de tendência biológicas, dá-se o mesmo com o altruísmo, que prevalece em determinadas espécies animais, sobretudo entre os humanos. Se a vírgula no trecho altruísmo, que fosse substituída por um travessão, nenhuma outra alteração seria obrigatória para que resultasse um período gramaticalmente correto. As teses do autor enraízam se numa concepção de instinto apropriada à nossa espécie, a de primatas dotados de um elenco inato de “predisposições par aprender”, em meio a um universo de seres mais submissos à inflexibilidade de “programas genéticos imutáveis”. No trecho espécie, a substituição da vírgula por dois pontos não acarretaria erro. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 17. (Assistente de Promotoria – MP/RS) Sobre a frase São superficiais as condenações da mídia que passam arbitrariamente de uma crítica justificada das deformações e dos limites da imprensa, e sobretudo da televisão, à afirmação de que a mídia está automaticamente a serviço das forças dominantes , são feitas afirmativas, considere I – A colocação de uma vírgula depois de da mídia indicaria que todas as condenações da mídia são superficiais. II – A vírgula após imprensa e após televisão poderia ser substituída por travessões sem que resultasse em erro. III – As expressões das deformações, dos limites, da televisão e das forças dominantes modificam a expressão uma crítica justificada. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) Apenas I e III.

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18. (Assistente de Promotoria – MP/RS) As afirmações abaixo referem-se ao emprego da vírgula no texto. Assinale V nas afirmações verdadeiras e F nas falsas. ( ) Esta não consiste em emitir mensagens, mas em fazer com que elas sejam recebidas, coisa que só pode ser feita se o público tiver consciência de se parte integrante, de forma direta ou pelos seus representantes, do processo político. As vírgulas no trecho ,de forma direta ou pelos seus representantes, delimitam uma oração restritiva. ( ) ... consiste em reforçar a resistência da opinião pública ao poder, em geral ao encerrá-la num universo não-político, no qual a meteorologia, o futebol, as reportagens sobre as estrelas da atualidade, o exotismo e o recurso à emoção criam uma televisão ou uma imprensa de empatia, .... As vírgulas do trecho marcado na frase anterior, separam itens de uma enumeração. ( ) Não creio que a imprensa possa ser inteiramente objetiva, pois ela contribui para construir a realidade, embora não possa fazê-lo como bem entenda, sob pena de perder o seu público. As vírgulas no trecho marcado delimitam uma oração adverbial intercalada. ( ) Em vez de lançar o seu desprezo sobre a mídia, os intelectuais deviam contribuir para demarcar o papel de expressão dos anseios... A vírgula utilizada na frase acima separa adjunto adverbial deslocado. A seqüência correta, de cima para baixo, é: a) V – V – F – F b) V – F – F – F c) F – F – V – V d) F – V – V – V e) F – V – F – V 19. (Motorista – FEBEM/RS) Na frase ... a estimulação, que pode acontecer em casa ou na escola a partir de atitudes muito simples, como brincar ou cantar com o bebê, mas que terão papel decisivo no seu desenvolvimento, as vírgulas no trecho sublinhado foram empregadas para separar a) uma expressão de retificação. b) vários elementos de uma série. c) uma citação. d) um vocativo. e) uma exemplificação.

20. (Auxiliar de Contabilidade – BANRISUL/RS) Considere as seguintes possibilidades de alteração da pontuação empregada em frases do texto. I - Isso explica que Os Simpsons (os roteiros continuam ótimos) sejam ainda desenhados à mão na Indonésia enquanto todos os novos desenhos animados são feitos por computador. Substituição dos parênteses por travessões. II – A lógica do mercado é essa, a do proletariado externo: nativos pobres e escurinhos que, bem longe, fabricam a riqueza a ser desfrutada pelos ricos brancos do norte, sem problemas com legislação.... Supressão dos dois-pontos. III – Todos falam na integração mundial dos mercados, de um mundo livre de barreiras comerciais, desde que, é claro... Inclusão de uma vírgula depois de falam . Quais delas manteriam a correção? a) Apenas I. b) Apenas I e II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. Instrução: Considere a chave de respostas abaixo para responder às questões 21 e 22. a) Isolar adjunto adverbial deslocado. b) Separar orações coordenadas. c) Isolar oração adjetiva explicativa. d) Separar elementos em uma enumeração. e) Isolar aposto 21. (Escrivão de Polícia – Polícia Civil/RS) Na frase A Polícia Federal brasileira, que aprende toneladas de entorpecentes todo ano, trabalha nessa frente, assinale a alternativa que justifica corretamente o emprego das vírgulas. __________________________ 22. (Escrivão de Polícia – Polícia Civil/RS) Na frase ....diz o juiz aposentado Walter Maierovitch, ex-secretário nacional antidrogas e um dos maiores especialistas no tema no Brasil, assinale a alternativa que justifica corretamente o emprego da vírgula. __________________________

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23. (Auxiliar de Radiologia – Prefeitura de Caxias do Sul/RS – 2002) As vírgulas empregadas na frase Mas aquela que mata a sede há muito tempo deixou de ser adquirida em poços, cacimbas, filtros de barro e torneiras , se justificam porque separam a) expressões explicativas. b) orações intercaladas. c) termos que o autor deseja realçar. d) termos de uma enumeração. e) expressões de retificação. 24. (Bibliotecário – 2004 – FAURGS) Na primeira coluna, são apresentadas algumas justificativas para o emprego de sinais de pontuação; na se-gunda coluna, são citados alguns empregos de vírgula no texto. Correlacione-os. (1) Isolar adjunto adverbial deslocado. (2) Separar orações coordenadas. (3) Isolar oração adjetiva explicativa. (4) Separar elementos de uma mesma função sintática. (5) Isolar aposto. ( ) Vírgulas colocadas depois de parecem e depois de anos. Afetam umas _______ outras, de maneira que parecem, ao longo dos anos, mais ou menos arbitrárias ou mais ou menos imaginativas. ( ) Vírgulas colocadas depois de Masson e depois de francesas. O escritor francês Paul Masson, que trabalhara como juiz nas colônias francesas, notou que a Biblioteca Nacional de Paris tinha deficiências de livros em italiano e latim do século XV. ( ) Vírgulas da primeira linha. Salas, corredores, estantes, prateleiras, fichas e catálogos computadorizados supõem que os assuntos sobre os quais nossos pensamentos se demoram são entidades reais... A seqüência numérica correta na segunda coluna, de cima para baixo, é a) 1 - 3 - 4. b) 2 - 5 - 4. c) 3 - 5 - 4. d) 4 - 5 - 2. e) 5 -3 – 1.

25. (Serviços Notariais e de Registros - OFFICIUM) A vírgula na frase “Como esta não pode mais se fundar sobre tradições de grupo, é preciso inventar um consenso idealmente universal” tem a função a) separar uma oração subordinada adverbial antecipada. b) isolar uma oração subordinada substantiva apositiva. c) isolar uma oração adjetiva explicativa. d) separar orações reduzidas e) separar orações coordenadas assindéticas.

PONTUAÇÃO 01. C 06. A 11. D 16. E 21. C 02. B 07. B 12. C 17. D 22. E 03. B 08. A 13. D 18. D 23. D 04. E 09. B 14. D 19. E 24. A 05. C 10. D 15. A 20. A 25. A

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CONCORDÂNCIA NOMINAL 1. Regra Geral

Observe: as crianças dois cachorros

esse problema ótima idéia

O artigo , o pronome , o numeral e o adjetivo concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem. Dessas classes gramaticais, a única que apresenta alguns problemas de concordância é o adjetivo .

Definições Básicas ADJETIVO � Expressa uma característica do substantivo. � Refere-se a um substantivo. � Palavra variável ADVÉRBIO ���� Expressa uma circunstância. � Refere-se a um verbo, a um adjetivo ou um a outro ad vérbio. � Palavra invariável, 2. Concordância do Adjetivo

2.1. Adjetivo Anteposto aos Substantivos

� Concorda com o mais próximo.

Exs.: Bonitas sandálias e sapatos. Bonito sapato e sandália.

2.2. Adjetivo Posposto aos Substantivos

� Concorda com o mais próximo ou vai para o plural, concordando com ambos.

Exs.: casaco e camisa branca camisa e casaco branco (ou brancos)

EXERCÍCIO DE AULA: 1. Não podia haver ajuda e facilidade ________________. (demasiado)

2. Ficaram patentes a glória e o valor ________________. (demasiado)

3. Apresentava a face e os braços ________________. (arranhado)

4. ________________ apresentava a face e os braços. (arranhado)

5. Apresentava os braços e a face ________________. (arranhado)

6. Apresentava ________________ os braços e a face. (arranhado)

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3. Casos particulares

3.1. Nas expressões é bom , é preciso , é proibido , o adjetivo ficará invariável, quando o sujeito não estiver determinado.

Exs.: Cerveja é bom no inverno e no verão.

É necessário tranqüilidade nos momentos difíceis. Entrada é proibido.

• Caso o sujeito estiver determinado, haverá flexão normal do adjetivo. Exs.: A cerveja é boa. A entrada é proibida.

3.2. Anexo , obrigado , quite , mesmo , próprio , incluso

Exs.: Arquive os documentos anexos. Muito obrigada, disse ela. Estou quite com você. Elas mesmas farão o tema proposto. Nós próprios cuidaremos do caso. Queremos ficar sós. Inclusa segue a cópia do contrato.

3.3. Em anexo , menos e alerta

Exs.: Em anexo, remetemos os comprovantes.

Tinha menos iniciativa do que eu. Todos estavam alerta.

3.4. Meio :

Exs.: Ouvi meias verdades. Era meio-dia e meia.

Exs.: Ela está meio atrasada. Meio enterradas, viam-se as ferramentas.

3.5. Todo, toda, todo o, toda a

• Todo e toda ( sem artigo ) significa “qualquer”

Exs.: Todo ser humano merece respeito. Toda escola tem responsabilidade com o aluno. “Todo o” e “toda a” (com artigo) significa “inteiro” Percorri toda a cidade Todo o prédio soube do fato

• No plural (todos/todas),deve-se colocar o artigo depois:

Exs.: Todos os dias ,ele vem a cidade. Refiro-me a todas as cidades.

3.6. Bastante

Exs.: Recebeu bastantes ofertas. Bastantes pessoas o apoiaram. • Quando for advérbio, fica invariável.

Exs.: Elas estão bastante cansadas. Comemos bastante.

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3.7. Dado, visto e outros particípios.

Exs.: Dadas as circunstâncias, não haverá reunião. Feitos os cálculos, nada sobrou para o empregado.

4. Nomes de cor.

4.1.O nome de cor, quando originado de um substantivo, não varia, quer se trate de uma palavra simples, quer se trate de uma palavra composta (nome de cor + substantivo)

Exs.: Tapetes vinho Cortinas areia Lençóis rosa Camisas amarelo-limão Olhos verde-mar

4.2 O nome de cor, quando é adjetivo, varia, quer seja uma palavra simples, quer seja o

segundo elemento de uma palavra composta.

Exs.: Faixas azuis Calções brancos Paredes amarelas Calças pretas Sapatos verde-escuros Olhos azul-claros Colcha amarelo-esverdeada Bandeiras rubro-negras

EXERCÍCIIO DE AULA 1. ________________ ao envelope com os valores vai a procuração perdida. (anexo)

2. ________________ à pasta plástica solicitada vai a procuração perdida. (em anexo)

3. O caso ficou na dependência de nós ________________. (próprio)

4. Cabe às autoridades ________________ coibir a violência nos estádios. (mesmo)

5. Devido a ________________ razões houve a ruptura no casamento de Joaquim. (bastante)

6. Devido ao susto que tomou, chegou ao trabalho ________________ apavorada. (meio)

7. Ele estava ________________ neurótico; ela estava ________________ desorganizada. (menos/menos)

8. Faltavam ________________ alguns minutos para que eles ficassem ________________. (só/só)

9. “Muito ________________”, disse ela em nome de todas as religiosas do evento. (obrigado)

10. Uma vez que você ficou ________________ com ela, nós também ficamos ________________. (quite/quite)

11. ________________ corpo do rapaz ficou coberto de poeira. (todo/todo o)

12. ________________ rapaz sente-se inferiorizado diante de uma rapariga. (todo/todo o)

EXCEÇÕES: as palavras azul -marinho e azul -celeste são invariáveis. Ex.: Ela ganhou casacos azul-marinho e comprou luvas azul-celeste.

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QUESTÕES FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS

1. Estão inteiramente respeitadas as normas de concordância verbal na frase: a) Acabou por causar má impressão no autor as palavras que lhe dirigiu o motorista. b))Deve-se aos sonegadores de impostos uma boa parcela do desequilíbrio econômico. c) As três morais com que finalizam o texto não são muito animadoras. d) Não costumam haver entre os corruptos quem admita a prática da corrupção. e) Tanto as altas como as baixas esferas da política tem-se mostrado corruptas. 2. A concordância está totalmente de acordo com a norma padrão da língua escrita em: a) Naquela hora, o advogado chegou a insinuar que algumas das reivindicações de seu cliente já não lhe parecia tão justas como pensava que o fosse. b) Situações de crianças em risco, em quaisquer que seja os contextos considerados, devem ser levados a sério, sob pena de os possíveis responsáveis serem julgados omissos. c) Quando percebeu que já havia passado dez dias do recebimento das notas fiscais, lembrou que delas dependia, naquele momento, o envio do projeto em tempo hábil. d) É necessário, sempre e a todo momento, as mais severas medidas contra os que, imunes aos direitos alheios, atentam contra os bens públicos. e) Se eles houvessem manifestado interesse, nada impediria que lhes fosse oferecido, dentro das normas legais, o mesmo prazo que a outros foi concedido. 3. A concordância nas frases adaptadas do texto está feita em desrespeito à norma culta na frase: a) Esses tipos de organização eram mais conhecidos nos presídios do Rio de Janeiro. b) São fenômenos que não causam surpresa, pois resultam da concentração de criminosos num só lugar. c) Tratam-se de organizações de criminosos, que atuam livremente nos presídios paulistas. d) É necessário controlar a atuação dessas organizações, contra as quais nada se pode fazer. e) Espera-se que não ocorram mais essas rebeliões, organizadas por criminosos, dentro dos presídios.

4. Surgiram ...... de criminosos, que transformaram os presídios em ...... do crime organizado. As lacunas da frase acima estão corretamente preenchidas por a) facções - quartéis-general b) facções - quartéis-generais c) facções - quartel-generais d) facçãos - quartéis-generais e) facçãos - quartel-generais 5. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na seguinte frase: a) É uma tolice imaginar-se que não se devam satisfações àqueles que não pertençam ao âmbito do nosso próprio grupo social. b) Não nos cabem, nos dias que correm, ignorar o fato de que novas atitudes são absolutamente necessárias a uma nova ordem social. c) A base da cidadania se firmam nos princípios que postulam a inviolabilidade dos direitos básicos de todo cidadão. d) Assim como nas dos outros países, encontram-se em nossa Constituição, em palavras que não deixam dúvida, o princípio democrático da igualdade. e) As duas formas em que se apresentam para nós o desafio de acreditar na igualdade são a abertura para os outros e a vigilância quanto às funções do Estado. 6. O verbo indicado entre parênteses adotará obrigatoriamente uma forma do plural ao se flexionar na seguinte frase: a) É irrisório o que nas empresas se (oferecer ) aos jovens estagiários. b) Os terrenos novos nos quais (dever ) se aventurar o jovem de hoje são seu grande desafio. c) Se não (haver ) outras razões, a juventude e o entusiasmo deveriam bastar para se valorizar o jovem. d) Como não se (valorizar ), num jovem, as qualidades naturais da mocidade, ele sai prejudicado. e) Quanto aos adolescentes, nenhuma época lhes (parecer ) tão injusta quanto a nossa.

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7. É preciso corrigir a forma do plural de uma das palavras da frase: a) Quaisquer que sejam nossas opções, será difícil tomarmos uma decisão. b) Nenhum desses salvo-condutos os livrará da detenção. c) Os distintos caráteres das personagens de um romance devem ser bem definidos. d) Estão correndo vários abaixo-assinados contra as últimas demissões. e) Encontrei muitos senões nos documentos que os dois tabeliães expediram. 8. Quanto às normas de concordância verbal e nominal, a frase inteiramente correta é: a) A onda de explosões e atentados deixaram assustadiços toda a população da metrópole. b) A única das alegações suas com a qual concordo é a mesma que foi acolhida pelos meus sócios. c) Quem tem de se fazer merecedor da minha confiança é eles, para que eu lhes dê meu voto com toda a convicção. d) Muita gente, com o passar dos anos, vão modificando a opinião e tornando-se cada vez mais pessimistas. e) Não lhes parecem estranho que todo mundo se mostrem nossos aliados, assim, de repente? 9. A frase em que são levadas em conta as normas de concordância previstas pela gramática normativa é: a) Aquela específica forma cultural de que falávamos, associada a qualquer outra da mesma região, revelam que se pode esperar muito de grupos a que até agora não foi dado atenção. b) Tudo indica que deve existirem técnicas as mais variadas para se fazer publicidade de produtos da indústria cultural, passível, aliás, de serem descritas. c) Elas tinham consciência de ter à disposição só objetos padronizados, mas acreditavam que haveria situações que lhes favoreceriam a criatividade ou que as obrigassem a tê-la. d) É inevitável, em qualquer contexto, as conjecturas sobre aquilo que poderá ser feito, mas, nesse caso, a dificuldade está em se definirem quais os pontos mais relevantes. e) Atualmente, seja quais forem os produtos culturais à disposição, o que se vende é um consenso geral e acrítico, impostos pela publicidade maciça. 10. As normas de concordância verbal estão inteiramente respeitadas SOMENTE na frase: a) Quando se fatigam os corpos, as almas restam mais sossegadas e limpas.

b) O que aflige o autor é os compromissos e os ofícios vãos, com os quais se envolvem permanentemente. c) Não dura senão um rápido instante os vislumbres de uma vida mais simples. d) Todas as coisas que se sonha nascem de carências reais. e) Se houvessem mais coisas simples em nossa vida, não sonharíamos tanto com elas. 11. Para preencher de modo correto a lacuna da frase, o verbo indicado entre parênteses deverá adotar uma forma do plural em: a) As normas que num código legal se ...... (estipular ) devem acompanhar a prática das ações sociais. b) As recentes alterações que ...... (haver ) no Código Civil brasileiro são elogiáveis em muitos aspectos. c) Não nos ...... (dizer ) respeito definir o que é ou não é legítimo, se não distinguimos entre o que é e o que não é um fato social. d) Se dos postulados dos códigos ...... (nascer ) todo direito, a justiça humana seria uma simples convenção. e) Ao longo das lutas feministas tanta coisa se ...... (conquistar ) que muitos dispositivos legais se tornaram imediatamente obsoletos. 12. A única frase corretamente construída é: a) Espero que Vossa Excelência aprecieis o novo código. b) Se o senhor preferir, aguardarei que termines a leitura integral do código. c) Se passares os olhos pela nova redação, poderá ver que são pequenas as alterações. d) Conserva contigo esse exemplar do novo código; não vá perdê-lo, por favor. e) Se Vossa Senhoria não fizer objeção, levo-lhe ainda hoje a nova redação do código. 13. Com a autoridade que ...... cabe, V.Sa ...... inspecionar os trabalhos da usina que está sob ...... responsabilidade. a) vos - deve - sua b) vos - deveis - vossa c) lhe - deve - vossa d) vos - deveis - sua e))lhe - deve - sua 14. As listas de pessoal admitido ...... ser ......, mas penso que não se ...... novos auxiliares. a) vão - revistos - contratará b) vai - revisto - contratarão c) vão - revistos - contratarão d) vai - revista - contratará e) vão - revistas - contratarão

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15. A frase que está inteiramente de acordo com as normas da concordância verbal é: a) A corrupção dos povos que saem da infância e da juventude parecem fazer parte do nosso destino histórico, segundo o pessimista Rousseau. b) Constituem os males da humanidade um desafio invencível para qualquer providência de natureza jurídica. c) De acordo com Rousseau, devem-se discriminar o que é a vontade geral, diante do que é a vontade de todos. d) Quanto mais contra-sensos houverem na interpretação de Rousseau, menos compreendido será o filósofo. e) Nas teses de Rousseau, a reforma dos costumes sempre tiveram mais importância do que quaisquer remédios jurídicos. 16. Para completar corretamente a lacuna da frase, o verbo indicado entre parênteses deverá adotar uma forma do plural em: a) Não se ........ (dever ) atribuir às idéias de Rousseau qualquer grau de ingenuidade. b) Quando se......... (administrar ) aos males da humanidade apenas um remédio jurídico, os efeitos são insignificantes. c) Nunca ....... (faltar ) às teorias de Rousseau a preocupação com o destino dos povos. d) O moralismo e o desejo de justiça social de Rousseau sempre o ......... (estimular ) a pensar criticamente. e) Foram muitos os pensadores a quem Rousseau ......... (influenciar ) com suas preocupações morais. 17. Estão inteiramente respeitadas as normas de concordância verbal na frase: a) Caso não haja meios éticos para que avancemos por um caminho, cada um dos nossos passos haverá de ser ilegítimo. b) Caso não seja possível meios éticos para que avancemos por um caminho, cada um dos nossos passos haverão de ser ilegítimos. c) Caso se contem apenas com meios ilegítimos, não haverá como se possa trilhar caminhos indiscutivelmente éticos. d) Para que se atendam a finalidades éticas, são imprescindíveis que se contem apenas com meios éticos. e) Para que se considerem como éticas as ações, pressupõem-se que os meios utilizados sejam legítimos.

18. Para preencher corretamente a lacuna, o verbo indicado entre parênteses deverá ser flexionado numa forma do plural na seguinte frase: a) A menos que se ...... (perder ) no tempo, essas imagens “higienizadas” testemunharão para sempre a insensibilidade de nossa época. b) Uma das marcas dessas transmissões jornalísticas ...... (estar ) nas semelhanças que guardam com as imagens de um jogo eletrônico. c) Mesmo que não ...... (criar ) outros efeitos, esse tipo de transmissão já seria nocivo por implicar a banalização da violência. d) Se tudo o que as câmeras captassem ...... (chegar ) até nós, sem uma edição maliciosa, nossas reações seriam bem outras. e) As pessoas a quem se ...... (dirigir ) esse tipo de telejornalismo são vistas mais como consumidores de entretenimento do que como cidadãos. 19. Quanto à concordância, está inteiramente correta a frase: a) Não ocorrem aos cientistas imaginar que as explicações dos fenômenos naturais possam ser dadas pelas práticas esotéricas. b) Se conviessem aos charlatões demonstrar suas crenças em experimentos de laboratório, eles seriam os primeiros a fazê-lo. c) A todo cientista, seguindo os passos de seus antecessores e submetendo-se aos procedimentos próprios da ciência, cumprem desmascarar as malícias dos charlatões. d) É desejável que se oponham às "provas" oferecidas pelos charlatões a prática das experiências controladas nos laboratórios. e) Não se recorra às práticas esotéricas para que se "provem", sem nenhum rigor, "fatos" que não passam de construções da fantasia e da especulação. 20. A concordância está feita corretamente na frase: a) Divergem as opiniões dos ecologistas a respeito do verdadeiro papel que as comunidades indígenas da Amazônia precisa assumir. b) É bastante variado os conhecimentos indígenas sobre o uso medicinal de várias plantas da floresta amazônica. c) Grupos ambientalistas do mundo todo considera objetivo prioritário a preservação da floresta amazônica e de seus recursos naturais. d) Deve haver garantias de que os costumes tradicionais indígenas sejam preservados, bem como seu conhecimento prático de medicamentos. e) Políticas desenvolvimentistas precisa serem compatíveis com o uso sustentável da floresta amazônica, pois dela dependem, por exemplo, o ciclo das chuvas.

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21. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase: a) Deduz-se do texto duas afirmações: é a minoria dos cidadão que agem com racionalidade; a formação dos adolescentes, infratores ou não, constituem um dever do Estado. b)) Deduzem-se do texto duas afirmações: é a minoria dos cidadãos que age com racionalidade; a formação dos adolescentes, infratores ou não, constitui um dever do Estado. c) Deduzem-se do texto duas afirmações: a minoria dos cidadãos é quem agem com racionalidade; a formação dos adolescentes, infratores ou não, devem constituir um dos deveres do Estado. d) Deduz-se do texto duas afirmações: a minoria dos cidadãos age com racionalidade; cabe ao Estado cuidar da formação dos adolescentes, tratem-se de infratores ou não. e) Deduzem-se do texto duas afirmações: é a minoria dos cidadãos que agem com racionalidade; quanto ao Estado, estão entre os seus deveres a formação dos adolescentes, infratores ou não. 22. Ambos os verbos indicados entre parênteses adotarão obrigatoriamente uma forma do plural para preencherem, de modo correto, as lacunas da frase: a) Não se ...... (dever ) esperar das autoridades policiais qualquer medida que combata na raiz as causas que qualquer um de nós ...... (poder ) atribuir às omissões da sociedade. b) Para fatos brutais, como o assassinato do casal de namorados, não ...... (concorrer ) causa isolada, ou aleatória; o que os ...... (motivar ) é um conjunto de fatores sociais. c) Quando a todos ...... (convir ) eliminar de vez a violência, a todos ...... (sensibilizar ) a adoção de reformas profundas na vida social. d) Mesmo se ...... (vir ) a se reduzir pela metade, os índices de violência ...... (haver ) de refletir um quadro absolutamente escandaloso. e) Parece que já não nos ...... (impressionar ), a nós todos, tal estatística de violências banalizadas; será preciso que nos ...... (alcançar ), a cada um de nós, a dor da tragédia? 23. A concordância está correta na frase: a) Respeitar os direitos civis são importantes para o aperfeiçoamento do processo democrático de uma nação. b) Crimes contra a humanidade, que despertam horror, deve ser totalmente banido da ordem mundial. c) Parte dos conflitos que surgiram no século passado foi controlada com brutalidade por regimes militares autoritários.

d) Nem sempre a solução que algumas instituições é capaz de oferecer apresentam-se realmente adequadas aos problemas existentes. e) A única solução possível para resolver conflitos entre nações encontram-se no processo de transformação da ordem mundial. 24. A frase em que se respeitam plenamente as regras de concordância verbal é: a) “Raposas dos tribunais” é a expressão com a qual muitos identificam os advogados matreiros, que se valem da tortuosidade dos ritos processuais. b) Costuma valer-se de algum desprezível detalhe técnico os causídicos que sabem tirar proveito da burocracia judicial. c) A tortuosidade dos caminhos judiciais acabam por ensejar um sem-número de distorções no andamento de um processo. d) Falhas nos julgamentos sempre haverão, mas a excessiva burocratização dos ritos jurídicos acaba por multiplicá-las. e) Não cabem aos defensores públicos, em geral mal remunerados e desmotivados, a responsabilidade integral por sua insegurança diante dos entraves burocráticos. 25. As normas de concordância verbal e nominal estão plenamente respeitadas apenas na frase: a) As excessivas particularidades das leis que regem a sociedade norte-americana deve-se à carência dos valores que realmente se pudesse compartilhar. b) Ao chegar a Massachussets, oriundo do Sudão, o contingente de jovens foi distribuído pelas várias regiões a que desde há muito já estavam destinadas. c) Prevê-se que aos jovens sudaneses assustará a proliferação das leis norte-americanas, uma vez que as do Sudão são, além de poucas, implícitas. d) A propósito das leis norte-americanas, costumamos falar em formalismo e legalismo, quando melhor seríamos reconhecer-lhes a indigência moral a que correspondem. e) Se é da confiança coletiva que decorrem, na vida social no Sudão, a força dos valores compartilhadas, é da fraqueza destas que nasce o formalismo das nossas leis.

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26. A frase em que há pleno atendimento às normas de concordância verbal é: a) Deve espantar-nos que sejam consideradas crimes, na Nigéria, atitudes que, entre nós, são passíveis de uma simples censura moral? b) É possível que venha a ocorrer, imediatamente após o caso de Amina Lawall, julgamentos relativos à mesma infringência das leis muçulmanas. c) Muitos acreditam que não se deveriam admitir, em nome dos direitos humanos, a aplicação da pena máxima contra desvios de ordem moral. d) É polêmica a proposta de que se confira a um tribunal internacional poderes para intervir em normas jurídico-religiosas estabelecidas em culturas milenares. e) Caberiam aos cidadãos ocidentais, cujas leis se estabeleceram em sua própria tradição cultural, o direito de intervirem nos códigos de outros povos? 27. O verbo indicado entre parênteses adotará uma forma do plural , ao se flexionar corretamente na seguinte frase: a) Agissem os membros do tribunal de acordo com os cânones da escola Maliki, (redundar ) tudo na morte de Amina. b) É de se perguntar quantos apedrejamentos (haver ) de ocorrer, caso se observasse o mesmo rigor da lei em relação ao adultério masculino. c) Por mais razões que (poder ) haver para se condenar moralmente um adultério, nenhuma delas tem força para torná-lo um crime. d) Acreditam os observadores que um conflito de interpretações entre juizes muçulmanos e juizes laicos (ensejar ), provavelmente, uma guerra civil. e) Aos fanáticos religiosos não (satisfaz ) que se solucionem casos como esse de um modo político, concessivo, conciliatório. 28. Está de acordo com as normas de concordância verbal a seguinte frase: a) Aos editores preocupados com o perigo do simplismo cabem recorrer aos expedientes que o evitam. b) Um daqueles famosos petardos, freqüentes na página de opinião, acabaram sendo disparados no dia seguinte. c) O respeito aos direitos adquiridos constituem uma das cláusulas pétreas da Constituição. d) Quando se recorrem a manchetes com duas idéias, permitem-se manifestar-se as contradições. e) Fatos ou afirmações divergentes, numa mesma manchete, hão de traduzir mais fielmente a complexidade de uma questão.

29. Para que se estabeleça a concordância verbal adequada, é preciso flexionar no plural a forma verbal sublinhada na seguinte frase: a) A inteira observância de preceitos estabelecidos não implica renúncia ao sentido maior da liberdade. b) Toda aquela gente que se anima nas arquibancadas conhece muito bem as regras que disciplinam o desfile. c) Quem, entre os brasileiros, cometeria a tolice de afirmar que um desfile de carnaval dispensa todo e qualquer tipo de regra? d) Cada um dos estrangeiros que os acompanham se deslumbra, intimamente, com nossos desfiles de carnaval. e) Se a autoridade e o autoritarismo constituísse um par inseparável, não haveria como distinguir entre a democracia e a ditadura. 30. A frase em que a concordância está INCORRETA é: a) Esperava-se das autoridades responsáveis pela segurança da população, o envio de alimentos e remédios que evitassem uma epidemia. b) Condições favoráveis de vida são oferecidas à população das cidades, embora existam, ao mesmo tempo, outros problemas a resolver. c) Existiam no planeta, ao final do século XX, 6,2 bilhões de habitantes, espalhados por regiões que oferecem diferentes possibilidades de ocupação. d) Os cálculos, estabelecidos com mais seriedade, situam-se num intervalo bem mais admissível, entre 4 e 16 bilhões de habitantes. e)) Tratava-se, no caso, de providências para que fosse oferecido à população os serviços básicos necessários à sua sobrevivência, naquele lugar afastado. 31. As normas de concordância verbal estão inteiramente respeitadas na frase: a) O pessoal que não quiserem malhar tem agora mais razões para ficar acomodado num sofá. b) Comprovaram-se que os efeitos dos exercícios físicos e das drogas têm algo em comum. c) A privação de endorfina e dopamina podem levar a estados depressivos. d) Existem, além das complicações físicas, a possibilidade de alterações no plano social. e) Sempre haverá atletas compulsivos, pois sempre existirão pessoas ansiosas.

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32. O verbo indicado entre parênteses adotará obrigatoriamente uma forma do plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: a) Foi nos anos 80 que ...... (ocorrer ) a pesquisa dos estudiosos americanos. b)) ...... (resultar ) do excesso de exercícios algumas complicações para a nossa vida. c) Mesmo quando ...... (prejudicar-se ) com os excessos, o atleta compulsivo os comete. d) ...... (acarretar ) uma série de malefícios essa ginástica feita de modo compulsivo. e) Quando ...... (praticar ) tantos exercícios, o atleta compulsivo não avalia os efeitos. 33. Estas folhas também ...... ao processo. a) deve ir anexo b) deve irem anexo c) devem ir anexo d) devem irem anexas e)) devem ir anexas 34. ......, na última hora, as normas que ...... com tanta antecedência. a) Alterou-se - havia sido estabelecidas b)) Alteraram-se - haviam sido estabelecidas c) Alterou-se - haviam sido estabelecidas d) Alteraram-se - havia sido estabelecidas e) Alterou-se - havia sido estabelecido 35. A concordância está feita em desrespeito à norma culta na frase: a) Algumas propostas divulgadas pelos candidatos parecem incompatíveis com a realidade nacional, faltando-lhes até mesmo fundamentos que convençam os eleitores. b) Comentários feitos por candidatos produzem resultados muitas vezes nefastos, com graves ameaças ao regime democrático no País. c) Todas as vezes em que houve especulações, as exigências do mercado se manifestaram concretamente na queda das bolsas e no aumento da cotação do dólar. d) Quando se divulgam certos fatos da vida particular dos candidatos, há uma reação, favorável ou não, dos eleitores, o que transparece nas pesquisas. e)) É imprescindível propostas claras dos candidatos aos principais cargos eletivos do País, para que todos possam escolher conscientemente aquele que mais se aproximem de seus ideais.

36. As condições de vida dos grupos humanos ...... especialmente pela existência de um sistema de transporte ...... . a) é influenciada - eficaz b) é influenciada - eficazes c) são influenciado - eficazes d) são influenciados - eficazes e)) são influenciadas - eficaz 37. A concordância verbal e nominal está feita de maneira inteiramente correta na frase: a) Foram postas em prática algumas medidas de controle do trânsito, para evitar que surgissem problemas de poluição atmosférica na região. b) A História mostra que deslocamentos antes impossível de ser realizado passa a ocorrer com a evolução dos meios de transporte. c) Os veículos abandonados no pátio, após uma revisão e a substituição de algumas peças, voltou a ser usado nas atividades de rotina. d) Foi claramente reconhecido a necessidade de novas pesquisas cujo objetivo seria descobrir novas fontes, não poluentes, de energia. e) As cidades garantem, em princípio, melhores condições de vida para a população, que enfrentam, porém, outros problemas, como a violência urbana. 38. A concordância está feita corretamente na frase: a) Faz parte da culinária brasileira pratos variados preparados com as raízes da mandioca. b) Desde o período colonial era conhecido dos portugueses a maneira como os índios cultivavam a mandioca. c)) Foram feitas pesquisas visando o consumo da farinha de folha de mandioca, na alimentação de crianças subnutridas. d) É comum, na culinária brasileira, alimentos de origem indígena e também influenciada pelos escravos africanos. e) As plantações de trigo no país, subsidiado pelo governo, reduziu o preço da farinha, aumentando o consumo.

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39. Levando-se em conta as normas de concordância verbal e nominal, a única frase inteiramente correta é: a) Se se acrescentar à tribo dos micreiros as tribos dos celuleiros, dos devedeiros etc., haverá de se incorporar à língua portuguesa muitos outros neologismos. b) Como se não bastassem as dificuldades que muita gente vêm demonstrando no uso do vocabulário tradicional, eis que novas aquisições se fazem necessárias a cada momento, proveniente da tecnologia. c) A velocidade com que surgem palavras relacionadas aos novos campos tecnológicos fazem com que muitos desanimem, confessando-se inábeis para sua utilização. d)) Estão entre as características do texto a citação de alguns neologismos e o divertido registro de algumas situações em que ocorreu ambivalência de sentido, testemunhadas pelo autor. e) É costume que se dissemine, sobretudo entre os mais velhos, alguns preconceitos contra o universo dos mais jovens, contra o vocabulário que entre estes se propagam com mais facilidade. 40. O verbo indicado entre parênteses será obrigatoriamente flexionado numa forma do plural para integrar, de modo correto, a frase: a) (caber ) ...... aos representantes da Assembléia Geral da ONU ponderar as palavras de Einstein. b) Desde que ...... (impor ) às potências do Eixo uma dura derrota, o outro lado buscou unificar seus interesses por meio da ONU. c) Não se ...... (dever ) imputar a nenhum dos países, individualmente, a responsabilidade pelos malogros da ONU. d) Einstein acredita que se ...... (reservar ) aos países da ONU a missão de viabilizar o estabelecimento de um poder supranacional. e)) Uma vez que ...... (presumir ) a proximidade de novos conflitos, os líderes dos governos acabam entrando numa corrida armamentista. 41. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase: a) Mais estímulos houvessem para a nossa vida intelectual, menos tentações sofreríamos de ir buscar a qualquer preço o nosso aperfeiçoamento físico. b) Costumam-se importar das velhas culturas todo e qualquer valor que supostamente possa justificar os hábitos mais viciosos da nossa época. c) A expansão desmedida da fisicultura, da ginástica e das dietas vêm criando uma nova ideologia, cujos efeitos a ninguém parece incomodar.

d) Se viessem a ocorrer, no campo da educação e do conhecimento, expansão de valores análoga à do culto ao corpo, o espírito agradeceria. e))Inclui-se entre os inúmeros efeitos da obsessão pela forma física a busca de produtos de consumo, sobretudo os esportivos e os dietéticos. 42. Quanto à concordância verbal, está inteiramente correta a seguinte frase: a) De diferentes afirmações do texto podem-se depreender que os atos de grande violência não caracterizam apenas os animais irracionais. b) O motivo simples de tantos atos supostamente cruéis, que tanto impressionaram o autor quando criança, só anos depois se esclareceram. c) Ao longo dos tempos tem ocorrido incontáveis situações que demonstram a violência e a crueldade de que os seres humanos se mostram capazes. d) A todos esses atos supostamente cruéis, cometidos no reino animal, aplicam-se, acima do bem e do mal, a razão da propagação das espécies. e) Depois de paralisadas as lagartas com o veneno das vespas, advirá das próprias entranhas o martírio das larvas que as devoram inapelavelmente. 43. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase: a) Não se ...... (atribuir ) às lagartas a crueldade dos humanos, por depositarem os ovos no interior das vespas. b) O que ...... (impelir ) os animais a agirem como agem são seus instintos herdados, e não uma intenção cruel. c) Não se ...... (equiparar ) às violências dos machos, competindo na vida selvagem, a radicalidade de que é capaz um homem enciumado. d) ...... (caracterizar-se ), em algumas espécies animais, uma modalidade de violência que interpretamos como crueldade. e)) ...... (ocultar-se ) na ação de uma única vespa os ditames de um código genético comum a toda a espécie. GABARITO 01. B 02. E 03. C 04. B 05. A 06. D 07. C 08. B 09. C 10. A 11. A 12. E 13. E 14. E 15. B 16. D 17. A 18. A 19. E 20. D 21. B 22. D 23. C 24. A 25. C 26. A 27. B 28. E 29. E 30. E 31. E 32. B 33. E 34. B 35. E 36. E 37. A 38. C 39. D 40. E 41. E 42. E 43. E

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PARTE 2 QUESTÕES DE CONCURSOS

FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS CONCORDÂNCIA

1. As normas de concordância verbal estão inteiramente respeitadas na frase: a) Couberam aos bispos manifestar-se sobre a redução da maioridade penal. b) O que vêm influenciando as pessoas são a força da mídia e a violência dos crimes. c) Houve muitos projetos apresentados, um dos quais prima pela absoluta radicalidade. d) Caso se submeta meninos de treze anos ao código penal, condenar-se-á crianças. e) Num plebiscito, a maioria haverão de se manifestar a favor da redução. 2. As normas de concordância estão inteiramente respeitadas na frase: a) Configura-se nas freqüentes invasões dos escritórios de advocacia o desrespeito a prerrogativas constitucionais. b) Não cabem às autoridades policiais valer-se de ordens superiores para justificar a violência dessas invasões. c) Submetido com freqüência a esse tipo de constrangimento, os advogados se vêm forçados a revelar informações confidenciais de seus clientes. d) Tem ocorrido, de uns tempos para cá, inúmeras entradas forçosas da polícia em escritórios de advocacia. e) Se não lhes convêm cumprir determinadas medidas, cabe aos advogados recorrer às instâncias superiores da justiça. 3. É injustificável a forma plural do verbo haver no caso da seguinte frase: a) Não haveriam, meios de alcançar o sucesso de nossas expedições, caso uma empresa não se dispusesse a patrociná-las. b) Mais livros houvessem sido doados, mais leitores se beneficiariam da nova biblioteca. c) Que haverão eles cometido, para despertarem tantos ressentimentos entre os colegas? d) Que haveriam de trazer àquela gente simples da aldeia os aventureiros que chegavam com novos hábitos? e) Não imagino a quem haveriam de agradecer os meninos pelo equipamento esportivo que receberam.

4. Quanto à concordância verbal, a frase inteiramente correta é: a) Não costumam ocorrer, em reuniões de gente interessada na discussão de um problema comum, conflitos que uma boa exposição dos argumentos não possam resolver. b) Quando há desrespeito recíproco, as razões de cada candidato, mesmo quando justas em si mesmas, acaba por se dissolverem em meio às insolências e aos excessos. c) O maior dos paradoxos das eleições, de acordo com as ponderações do autor, se verificariam nos caminhos nada democráticos que se trilha para defender a democracia. d) Quando se torna acirrado, nos debates eleitorais, o ânimo dos candidatos envolvidos, é muito difícil apurar de quem provém os melhores argumentos. e) Insatisfeitos com o tom maniqueísta e autoritário de que se valem os candidatos numa campanha, os eleitores franceses escolheram o que lhes pareceu menos insolente. 5. O verbo entre parênteses deverá ser flexionado, obrigatoriamente, numa forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase: a) Mesmo que não ...... (caber ) a vocês tomar a decisão final, gostaria que discutissem bem esse assunto. b) Eles sabiam que ...... (urgir ) chegarem à pousada, mas não conseguiram evitar o atraso. c) A nenhum de vocês ...... (competir ) decidir quem será o novo líder do grupo. d) Tais decisões não ....... (valer ) a pena tomar assim, de afogadilho. e) A apenas um dos candidatos ...... (restar ) ainda alguns minutos para rever a prova.

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6. A concordância está correta na frase: a) A redução dos elevados índices de mortalidade infantil e de analfabetismo colocam a região Nordeste em um acelerado ritmo de desenvolvimento. b) Há opiniões de que é pouco explorado, ainda, as terras produtivas existentes na região Nordeste, em que poderiam , por exemplo, ser plantada soja. c) O turismo é uma das vocações da região nordestina brasileira, que atraem turistas europeus, encantados com a beleza natural das inúmeras praias. d) O turismo de massa, ampliado pelos pacotes de viagem, se tornaram fonte de divisas para o país, mas resultam, muitas vezes, em desrespeito ao meio ambiente. e) Investimentos nas áreas turísticas, agrícola e fabril representam oportunidades diferenciadas de geração de empregos e de renda para a população. 7. ...as aparências enganosas de exatidão. Preenche-se corretamente a lacuna por: a) Deve ser evitado b) Deve serem evitadas c) Deve ser evitadas d) Devem ser evitado e) Devem ser evitadas 8. A concordância está feita de acordo com a norma culta em: a) Ocorre algumas vezes certos problemas que parece ser insolúvel à primeira vista, mas com calma se resolvem. b) A rotina de vida de muitas pessoas tornam-se uma série interminável de compromissos que os torna sempre mais tensos. c) Tem sido descoberto, em todo o país, vários casos de trabalhadores submetidos a trabalho sem o respeito à legislação. d) A utilização de computadores são de fundamental importância para atender a velocidade de informações da vida moderna. e) Como se tratasse de prazos muito curtos, foram convocados vários funcionários que terminariam os serviços rapidamente. 9. A seguinte frase está plenamente de acordo com as normas de concordância verbal: a) No poema de Drummond parece repetir-se alguns termos do artigo do autor. b) O autor e uma colega sua incumbiu-se de enviar uma carta aos amigos do Rio. c) Na passeata dos estudantes manifestavam-se protestos contra a ditadura. d) Eram de se esperar que houvessem deturpações dos fatos no noticiário oficial. e) Depois de ser feito várias cópias, enviei-as aos amigos do Rio.

10. O verbo indicado entre parênteses adotará, obrigatoriamente, uma forma do plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: a) A punição dos abusos ....... (CORRIGIR) essa onda de exageros da imprensa. b) É degradante a situação a que se .... (EXPOR) alguns suspeitos. c) É difícil saber qual dos dois "ismos" a que se refere Ceneviva .... (TRAZER) piores conseqüências. d) Entre os excessos a serem eliminados ..... (ESTAR) o sensacionalismo da imprensa. e) Em busca de notoriedade, há sempre gente que ..... (FAZER) o jogo da má imprensa. 11. É preciso corrigir a forma sublinhada na frase: a) Tanto os bons quanto os maus jornalistas ganharão se forem ao Seminário. b) As pessoas ficam meia confusas diante dos excessos da imprensa. c) As meias verdades são às vezes mais perigosas que as mentiras completas. d) As autoridades ficam meio atrapalhadas quando expostas à opinião pública. e) Por muito menos razões, as pessoas pobres sofrem severas punições. 12. A concordância está feita corretamente em: a) Os poucos anos de escolaridade do trabalhador são insuficientes para um bom uso das inovações tecnológicas. b) O número de postos de trabalho geralmente aumentam quando as empresas elevam a produtividade. c) Os trabalhadores que perdem o emprego pode ser admitido em novos postos, dependendo do nível de escolaridade. d) Existe vários efeitos que é resultante da aplicação da tecnologia, capazes de gerar novos empregos. e) A recuperação de novos postos de trabalho nas empresas são possíveis para candidatos com formação adequada a eles. 13. A frase em que o plural do substantivo composto está INCORRETO é: a) Os brasileiros não são cucas-frescas, como se pensa. b) Esses são pontos-chave para evitar o nervosismo. c) São coletes salvam-vidas contra os fatores de stress. d) Os chefes são geralmente todo-poderosos no serviço. e) As causas de sofrimento não são simples lugares- comuns.

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Instruções para a questão de número 14. Assinale, a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada. 14. ...... de ...... alguns estudos sobre o stress no trabalho, com resultados semelhantes, não ...... os países. a) Acabam - ser concluídos - importam b) Acaba - ser concluído - importam c) Acaba - ser concluído - importa d) Acabam - ser concluído - importam e) Acaba - ser concluídos - importa 15. A concordância está inteiramente correta na frase: a) É correto as tentativas de aperfeiçoamento das leis que envolvem condenados por crimes considerado hediondo. b) Existe muitos jovens, envolvidos em ações criminosas, que necessitam de apoio que o ajudem a recuperar-se. c) Ações criminosas devem ser combatidas com rigor, mas é importante adotar medidas de segurança que previnam sua ocorrência. d) Seria eficaz, no combate ao crime, medidas que realmente punissem seus autores com penas proporcional aos delitos cometidos. e) O uso de crianças e jovens em atividades ilegais são comuns, especialmente entre os mais pobres, que o consideram um caminho para sair da miséria. 16. As normas de concordância estão inteiramente respeitadas na frase: a) Muitos julgam imprescindíveis que se consulte os especialistas para que se avalie com precisão os livros de uma velha biblioteca. b) Qualquer um dos que entram desprevenidos numa velha biblioteca podem se defrontar com surpresas de que jamais se esquecerá. c) Mesmo que hajam passado cem anos, as fotos revelam instantâneos de um presente perdido, no qual não se contava com os efeitos do tempo. d) Nada do que se lê nos grandes livros, mesmo quando extinta a época em que foram escritos, parecem envelhecidos para quem os compreende. e) Lá estão, como se fosse hoje, a imagem das jovens e sorridentes senhorinhas daqueles tempos, inteiramente alheias ao passar do tempo. 17. O verbo indicado entre parênteses adotará, obrigatoriamente, uma forma no plural, ao se flexionar na seguinte frase: a) À grande maioria dos livros de uma biblioteca ...... (caber ) um destino dos mais melancólicos. b) É comum que livros antigos, na perspectiva de um herdeiro pouco afeito às letras, ...... (representar ) mais um incômodo do que uma dádiva.

c) ....... (costumar ) haver muitas surpresas para quem se propõe a vasculhar uma antiga biblioteca. d) Pouca gente, tendo o compromisso de avaliar uma biblioteca, ...... (saber ) separar com rigor os livros valiosos dos que não o são. e) ....... (ocorrer ) a muitos imaginar que uma velha biblioteca valerá mais pela quantidade do que pela qualidade dos livros. 18. O verbo indicado entre parênteses deverá ser flexionado numa forma do singular para preencher corretamente a lacuna da seguinte frase: I. Ninguém, entre nós, ............ (habilitar-se ) a tempo de se inscrever no próximo concurso. II. A quitação de todas as prestações restantes só se ........ (dar ) se ganharmos a causa. III. Por mais que nos .......... (ameaçar ) de recorrer à justiça, nossos fiadores sabem que não nos é possível quitar essa dívida. Atende ao enunciado da questão SOMENTE o que está em a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) II. e) III. 19. A concordância está correta na frase: a) Alguns proprietários, que perceberam o potencial turístico da região, investiram em projetos voltados para atividades que não prejudiquem o meio ambiente. b) As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central representa um paraíso que não foram feitas para o turismo de massas de visitantes. c) As visitas a algum santuário ecológico deve ser agendado com antecedência e feito em pequenos grupos de turistas, monitorados por guias treinados. d) Romarias religiosas e festas folclóricas serve como atração a grande parte de turistas, que deseja visitar a região Centro-Oeste do Brasil. e) O potencial turístico da região central do país abrangem atividades variadas, que justifica os novos e múltiplos investimentos no setor. 20. A forma correta de plural dos substantivos compostos mico-leão-dourado e ararinha-azul é a) micos-leão-dourados e ararinhas-azul. b) micos-leão-dourado e ararinha-azuis. c) mico-leões-dourados e ararinha-azuis. d) mico-leão-dourados e ararinhas-azul. e) micos-leões-dourados e ararinhas-azuis.

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21. Está de acordo com as normas de concordância verbal a seguinte frase: a) Aos editores preocupados com o perigo do simplismo cabem recorrer aos expedientes que o evitam. b) Um daqueles famosos petardos, freqüentes na página de opinião, acabaram sendo disparados no dia seguinte. c) O respeito aos direitos adquiridos constituem uma das cláusulas pétreas da Constituição. d) Quando se recorrem a manchetes com duas idéias, permitem-se manifestar-se as contradições. e) Fatos ou afirmações divergentes, numa mesma manchete, hão de traduzir mais fielmente a complexidade de uma questão. 22. Para que se estabeleça a concordância verbal adequada, é preciso flexionar no plural a forma verbal sublinhada na seguinte frase: a) A inteira observância de preceitos estabelecidos não implica renúncia ao sentido maior da liberdade. b) Toda aquela gente que se anima nas arquibancadas conhece muito bem as regras que disciplinam o desfile. c) Quem, entre os brasileiros, cometeria a tolice de afirmar que um desfile de carnaval dispensa todo e qualquer tipo de regra? d) Cada um dos estrangeiros que os acompanham se deslumbra, intimamente, com nossos desfiles de carnaval. e) Se a autoridade e o autoritarismo constituísse um par inseparável, não haveria como distinguir entre a democracia e a ditadura. 23. As normas de concordância verbal estão inteiramente respeitadas na frase: a) Agricultura, ecologia e urbanismo são assuntos que não poderiam ninguém dominar com razoável competência. b) Os talentos para a carreira de jornalista pode ser pesquisado em qualquer curso universitário. c) Não haveriam razões, segundo Clóvis Rossi, para tornar obrigatório o diploma de jornalista. d) São tantas as áreas que um jornalista deve cobrir, que lhe seria impossível estudá-las num único curso. e) Todos os profissionais deveria preocuparem-se com um comportamento ético, e não apenas os jornalistas. 24. Mantém-se corretamente a mesma pessoa gramatical na seguinte frase: a) O lixo é seu, esse lixo que deixai à beira de sua porta. b) O lixo é teu, esse lixo que deixa à beira de vossas portas. c) O lixo é teu, esse lixo que deixas à beira de tua porta. d) O lixo é de vocês, esse lixo que deixais à beira de suas porta.

e) O lixo é vosso, esse lixo que deixas à beira de suas portas. 25. Para que a concordância verbal se faça corretamente, é preciso flexionar no singular a forma verbal sublinhada na frase: a) Seus protestos de beleza e de dignidade estão no zelo com seu caminhão. b) Aos homens da cidade devem-se dizer que esse motorista é um herói. c) O lixo e a imundície constituem o vosso presente. d) As flores, em vossas mãos sujas, haverão de se impregnar de vossa sujeira. e) É com a mão suja que recebem alguns as dádivas da vida. /03 - 09:55 26. “Por visar a questão da violência infantil, alguns dos serviços concentrará obras para inibir a violência dentro de casa, um dos ambientes apontados como principal palco de atos violentos contra crianças e adolescentes.” Sendo comum no falar inculto, descuidado ou desatento do português, o desvio da norma gramatical presente no trecho acima contraria a a) concordância verbal b) colocação pronominal c) regência nominal d) pontuação e) acentuação gráfica 27. A concordância está feita de acordo com a norma padrão na frase: a) As carências a que está exposta boa parte da população dos países em desenvolvimento dão origem a inúmeras favelas, em todos eles. b) É importante os levantamentos completos das necessidades de uma população favelada, para que se desenvolva projetos que os beneficiem. c) Para haver maior justiça social, são fundamentais desenvolver programas de capacitação, que prepare as pessoas para o mercado de trabalho. d) O crescimento das favelas que se disseminou nas grandes cidades são resultado de uma política econômica global, que acentuaram as diferenças sociais. e) Não existe mais, no mundo atual, possibilidades realistas de um desenvolvimento isolado dos países sul-americanos, que devem unir-se para conseguir seus objetivos.

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28. A frase em que são levadas em conta as normas de concordância previstas pela gramática normativa é: a) Aquela específica forma cultural de que falávamos, associada a qualquer outra da mesma região, revelam que se pode esperar muito de grupos a que até agora não foi dado atenção. b) Tudo indica que deve existirem técnicas as mais variadas para se fazer publicidade de produtos da indústria cultural, passível, aliás, de serem descritas. c) Elas tinham consciência de ter à disposição só objetos padronizados, mas acreditavam que haveria situações que lhes favoreceriam a criatividade ou que as obrigassem a tê-la. d) É inevitável, em qualquer contexto, as conjecturas sobre aquilo que poderá ser feito, mas, nesse caso, a dificuldade está em se definirem quais os pontos mais relevantes. e) Atualmente, seja quais forem os produtos culturais à disposição, o que se vende é um consenso geral e acrítico, impostos pela publicidade maciça. 29. Quanto à concordância verbal, a frase inteiramente correta é: a) Nenhum de nós haveriam de encontrar dificuldade em propormos, cada um de acordo com seus critérios, uma definição de pobreza. b) Quem dispuser de recursos suficientes para a aquisição de todos os bens e serviços indicados estarão acima da linha de pobreza. c) Não se inclui, entre os bens e serviços, viagens de lazer, que, injustamente, não são consideradas essenciais, nesse tipo de cesta básica. d) Não se sabe exatamente quais bens e serviços compõem essa cesta, quais os produtos a que se deve ter acesso para se situar acima da linha de pobreza. e) Embora se saiba que muita gente arrecade, com esmolas, mais do que um salário mínimo, consideram- se que estão abaixo da linha de indigência. 30. Para atender às normas de concordância, o verbo indicado entre parênteses adotará obrigatoriamente uma forma do plural ao se flexionar na frase: a) Uma característica que (costumar ) apresentar os textos jornalísticos é a ênfase em determinado detalhe do fato noticiado. b) Quase sempre (tocar ) mais os leitores a violência de um fato do que a violência com que o texto o retrata. c) Não se (atribuir ) aos jornalistas a total responsabilidade pelo viés interpretativo das notícias; este já é um atributo da própria linguagem. d) Tudo aquilo que com palavras se (instituir ), outras palavras poderão demolir. e) Não (dever ) arrefecer os ânimos de um bem-intencionado jornalista a convicção de que suas palavras podem traí-lo.

31. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase: a) Cabe aos agentes do Direito todas as iniciativas para corresponder aos anseios populares que vêm se manifestando. b) Espera-se que não se frustre as expectativas da maioria da classe pobre, que crêem nas justas providências humanas aqui na Terra. c) O que dos agentes do Direito se espera é que não deixem de corresponder às expectativas de quem conta com suas iniciativas. d) Por mais que se creiam nas reformas das leis, é preciso garantir que elas sejam bem aplicadas. e) Somente a força das associações e das iniciativas coletivas é que são capazes de dar representatividade social e política àqueles que não a tem. 32. O verbo indicado entre parênteses deverá ser flexionado no plural para integrar corretamente a frase: a) Não (bastar ) aos homens ter fé, para verem resolvidas as questões sociais. b) Quando a ele se (impor ) os desafios de uma luta, jamais hesita em enfrentá-los. c) O respeito aos direitos humanos não (costumar ) contentar os poderosos. d) Não se (oferecer ) aos desvalidos qualquer caminho que não seja o da luta permanente. e) A insensibilidade com os sofrimentos dos pobres (acionar ) mais e mais revoltas. 33. A frase em que a concordância está totalmente de acordo com a norma culta é: a) A juíza reafirmou que deve ser cumpridos todos os prazos, do que dependerá os próximos passos do processo. b) As decisões de um juiz é passível de revisão, desde que solicitado segundo as normas. c) Os advogados mais experientes haverão de ser consultados pela família, desde que haja fundos para isso. d) Dado a importância das revelações feitas pelo rapaz, pode virem a ser imediatamente contestadas pela defesa. e) Foi solicitado pelo promotor uma séria investigação acerca do fato, mas não está claro as razões do pedido.

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34. A concordância nas frases abaixo, adaptadas do texto, está correta em a) Alguns dados resultantes do Censo 2000 parece incompatível com aqueles que assinalam o aumento do consumo de bens duráveis, no mesmo período. b) A qualidade de vida dos brasileiros, refletida principalmente na saúde, dependem de aspectos importantes na área de serviços, como a de saneamento básico. c) Os dados referentes à economia informal não é captados pelas estatísticas, o que geram algumas situações aparentemente contraditórias. d) Os números iniciais do Censo 2000 mostram que o consumo nas diversas regiões brasileiras são distribuídas de maneira desigual e contrastante. e) Constituem uma proporção relativamente pequena as famílias brasileiras que podem dar-se ao luxo de serem sustentadas por um único membro. 35. As normas de concordância verbal e nominal estão plenamente respeitadas apenas na frase: a) As excessivas particularidades das leis que regem a sociedade norte-americana deve-se à carência dos valores que realmente se pudesse compartilhar. b) Ao chegar a Massachussets, oriundo do Sudão, o contingente de jovens foi distribuído pelas várias regiões a que desde há muito já estavam destinadas. c) Prevê-se que aos jovens sudaneses assustará a proliferação das leis norte-americanas, uma vez que as do Sudão são, além de poucas, implícitas. d) A propósito das leis norte-americanas, costumamos falar em formalismo e legalismo, quando melhor seríamos reconhecer-lhes a indigência moral a que correspondem. e) Se é da confiança coletiva que decorrem, na vida social no Sudão, a força dos valores compartilhadas, é da fraqueza destas que nasce o formalismo das nossas leis. 36. Está inteiramente correta a redação da seguinte frase: a) Tratam-se de cinco mil refugiados, cuja destinação tudo o que sabemos é que é a mais variada possível. b) Todos podemos testemunhar de que é inútil tentar animar uma sociedade através de uma lengalenga de leis. c) Não há uma inspiração moral a cujo compartilhamento nos faça ter confiança em um mínimo de princípios. d) De uma tal compilação de casuísmos não se esperem bons resultados, pois ela está longe de valer como um conjunto de princípios autênticos. e) O rigoroso detalhismo de nossas leis, de cujo muitos querem interpretar como um rigoroso legalismo, constitui, de fato, uma grande lengalenga.

37. Em razão do desrespeito às normas de concordância verbal, é preciso corrigir a seguinte frase: a) Ainda que não continue a acometê-lo de modo tão regular, como costumava ocorrer, vêm-no prejudicando esses seus destemperos. b) Se houverem de ser consideradas as desculpas desse faltoso, por que não relevar as dos demais? c) Apesar de todas as manobras com que tumultuara a sessão, não logrou o grupo oposicionista alcançar os adiamentos que tanto lhe interessavam. d) Quando já não existir, entre mim e você, mais do que uns instantes de simpatia, não haverá por que continuarmos juntos. e) Cada um daqueles colegas que de fato demonstraram afeto por mim receberá este livrinho, em que se reavivam as nossas melhores recordações. 38. Na reconstrução de uma frase do texto, desrespeitou-se a concordância verbal em: a) Às economias nacionais não se permite, modernamente, que se desenvolvam de modo autônomo e competente. b) Ainda não se encontraram, para essas duas tendências contraditórias, quaisquer possibilidades de harmonização. c) Quando não se está ligado ao progresso da vida moderna, como ocorre com boa parte dos brasileiros, paga-se com as conseqüências do atraso. d) Devem-se às oscilações dos líderes da economia mundial boa parcela do desequilíbrio da nossa própria economia. e) Devido à dificuldade de se ajustarem ao ritmo variável da economia mundial, há medidas que, mesmo necessárias, deixamos de tomar. GABARITO 01. C 02. A 03. A 04. E 05. E 06. E 07. E 08. E 09. C 10. B 11. B 12. A 13. C 14. A 15. C 16. C 17. B 18. A 19. A 20. E 21. E 22. E 23. D 24. C 25. B 26. A 27. A 28. C 29. D 30. A 31. C 32. B 33. C 34. E 35. C 36. D 37. A 38. D

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Classes de Palavras e seus empregos

SUBSTANTIVOS

ADJETIVOS

ARTIGOS

VERBOS

São variáveis.

PRONOMES

NUMERAIS

São variáveis e invariáveis.

ADVÉRBIOS

PREPOSIÇÕES

INTERJEIÇÕES

CONJUNCÕES

São invariáveis.

1. SUBSTANTIVO

Definição tradicional (e suas falhas)

Tradicionalmente, o substantivo é definido como vocábulo que designa os seres (pessoas, animais ou

coisas): TIJOLO, FLORESTA, PINGÜIM , etc. Contudo, também pode designar qualidade (HONRAREZ,

LEALDADE ) ou ações (SUBTRAÇÃO, VIAGEM, ASSESSORAMENTO ). Ora, isso leva muitos alunos a

confundirem estes substantivos de qualidade com o ADJETIVO (“é a palavra que exprime qualidade”) e os

de ação com os VERBOS (“é a palavra que designa ação”). Neste caso, você deverá ficar atento para

outros fatores que nos possibilitam melhor reconhecer o substantivo.

2. ADJETIVO

Todo adjetivo exprime algo atribuível a um substantivo : pacote pesado , casa verde , homem forte , atitude

firme , etc.

Característica flexional : o adjetivo é obrigado a concordar em gênero e número com o substantivo a que se

refere.

Exs.: livro moderno , obra moderna , livros modernos , obras modernas .

Características morfológicas

Se você examinar os advérbios em - MENTE, verá que todos eles são formados na seguinte fórmula:

ADJETIVO + MENTE

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3. ADVÉRBIO

Palavra invariável que modifica um verbo, adjetivo ou outro advérbio, indicando uma circunstância.

Hoje, aqui, lentamente.

4. PREPOSIÇÃO

A, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre

5. ARTIGO

Definidos – o, os , a, as

Indefinidos – um, uns, uma, umas

OBS.:

Classes do A

a. Artigo Definido – Acompanha o substantivo feminino.

A moça chegou.

b. Pronome Pessoal Oblíquo – Pode ser substituído por “ela” na linguagem coloquial.

Eu a encontrei. Eu encontrei “ela”.

c. Pronome Demonstrativo – Pode ser substituído por ‘’aquela’’.

A que chegou é casada. Aquela que chegou é casada.

d. Preposição – É invariável.

Ele começou a cantar.

6. NUMERAL

Cardinal – Indica quantidade. um, dois, três

Ordinal – primeiro, segundo, terceiro

7. INTERJEIÇÃO

Expressa um sentimento.

Ai!, ui!, epa!

8. PRONOMES

Substituem ou acompanham nomes.

Tua dedicação é perceptível a todos.

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9. VERBOS

Indicam ação, estado, fato ou fenômeno da natureza.

Cláudio passeava pelas ruas do centro.

A garota está enferma.

Geou muito na serra.

10. CONJUNÇÕES Ligam orações ou, eventualmente, termos. Compareceu à reunião, embora estivesse doente.

OBSERVAÇÃO: Os conteúdos de pronomes, verbos e conjunções serão estudados dentro dos demais

conteúdos.

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QUESTÕES DE CONCURSO CLASSES GRAMATICAIS

01. (Técnico Judiciário – TRT 4ª Região – FAURGS) Assinale, dentre as palavras abaixo, a que pode ser flexionada para o grau superlativo. a) nobre b) novela c) quando d) perde e) estes 02. (Contínuo – Prefeitura de Alvorada/RS – FAURGS) A frase em que ambas as palavras sublinhadas, de acordo com o contexto, são classificadas como substantivos é a) O apelido foi instantâneo. b) Variava a pronúncia, mas a língua era uma só. c) Disse o gordo Jorge, que era o que mais implicava com o novato. d) O pai não viu a sinaleira fechada e) Mas de onde viera aquela estranha palavra? 03. (Motorista – MP/RS – FAURGS) Assinale a alternativa em que a palavra sublinhada, considerando o contexto que ocorre, NÃO é classificada como substantivo. a) compatriotas famintos b) produção agrícola c) evasão escolar d) novo governo e) caráter assistencialista 04. (Auxiliar de Perícias – IGP/RS – FAURGS) Assinale a alternativa em que a palavra destacada é da mesma classe gramatical em ambas as frases. a) Levantou-se, saindo da mesa , quando o delegado entrou. Uma mesa de tampo de bronze lavrado foi o móvel mais caro do leilão. b) Tudo sob controle , doutor. Não suporto que minha mãe me controle o dia inteiro. c) As perícias já foram feitas, e eu mandei desinterditar os locais . Os jogadores locais abusaram da violência durante a partida. d) Botei aqui nestas folhas tudo o que o senhor precisa para o registro. A informação precisa só pode ser encontrada no Jornal da Perícia. e) Botei aqui nestas folhas tudo o que o senhor precisa para o registro . Cometo erros de ortografia sempre que registro uma ocorrência.

05. (Advogado – FEBEM/RS – FAURGS) A palavra que NÃO pode ser flexionada em gênero, número ou grau é a) precisava b) todos c) apenas d) sensação e) o 06. (Assistente Administrativo – SULGÁS – FAURGS) Analise as afirmações abaixo. I – Quem não gostaria de tomar um elixir que garantisse uma memória à prova de falhas? Na frase acima, a palavra um está empregada como numeral, já que expressa uma quantidade, diferentemente de uma , que é um artigo, pois se antepõe ao substantivo memória para determiná-lo, indicando-lhe gênero e número. II – Praticar exercícios físicos e ter uma dieta saudável, com pouco sal e gordura, também ajuda a conservar em bom estado os vasos sangüíneos do cérebro. Na frase acima, a palavra pouco se refere tanto a sal quanto a gordura . III – Se for bem treinada, a memória de um idoso pode ser tão boa quanto a de um jovem. Na frase acima a palavra quanto poderia ser substituída corretamente por como . Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas II e III e) I, II e III

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07. (Soldado – Brigada Militar/RS – FAURGS) Considerando o contexto, assinale a alternativa em que todas as palavras pertencem à mesma categoria gramatical. Embora fortemente arraigada no instrumental populista,a idéia de que o crime é fruto exclusivo de condições sociais adversas é tão atraente quanto falsa. São inúmeras as evidências estatísticas de que muitos adolescentes cometem delinqüências e pequenos furtos. Por que alguns, e não a maioria, passam ao banditismo pesado? A princípio ninguém estranha muito quando os jovens passam a freqüentar a igreja apenas em datas cerimoniais. Ir à igreja passa então a ser uma atividade secundária. No fundo, no fundo, não existem medidas públicas capazes de mudar os mecanismos internos de controle que fazem... O que a professora afirma, em resumo, é que não há medida tomada por governos que seja capaz de impedir que surjam novos jovens bandidos... ... livres das carências materiais extremas com que se acostumou no Brasil a justificar até os crimes mais bárbaros. Ao lado do psicológico e do social, o componente econômico pode ser crucial para entender esses ritos de passagem do bem para o mal . Diz ele: “Se ele percebe que as suas ações não vêm tendo sucesso, conclui que não vale.....” a) embora – então – mal b) fortemente – adversas – são c) não – governos – para d) estranha – acostumou – conclui e) mecanismos – novos – ele 08. (Advogado – SULGÁS/RS – FAURGS) Assinale a alternativa que apresenta o plural correto para as palavras difícil e mártir . a) difices - mártis b) difíciles - mártirs c) difíceis - mártires d) difíceis - martires e) difícies - mártirs 09. (Advogado – SULGÁS/RS – FAURGS) A palavra que aceita flexão em gênero e em grau é a) distorcido b) menos c) se d) sempre e) aparecem

10. Há palavras que dependendo do contexto em que ocorrem, pertencem ora a uma classe gramatical, ora a outra. Este NÃO é o caso de a) São b) Vão c) Escuta d) Massas e) Entre 11. (Motorista – FEBEM/RS – FAURGS) Na frase gostariam de ter um manual mágico, a palavra mágico expressa. a) um tempo. b) uma ação. c) um modo. d) uma qualidade e) um desejo. 12. (Auxiliar de Contabilidade – BANRISUL/RS – FAURGS) Em São, na melhor hipótese, gerentes regionais da grande empresa do império americano. E, na pior hipótese, feitores de escravos, as duas frases apresentam estruturas semânticas e sintáticas paralelas, de tal forma que foi possível para o autor omitir, na segunda frase, por semelhança com a primeira a) um advérbio. b) um adjetivo. c) um substantivo. d) um verbo. e) uma preposição. 13. (Agente Administrativo II - FAURGS) Na frase A coceira de urgências mal resolvidas estilhaça nossa atenção consciente... a classe gramatical da palavra mal conforme seu emprego nessa frase, é a mesma da palavra em negrito das frases abaixo. a) ... o meu argumento encontre alguma ressonância em sua própria experiência. b) A coceira de urgências mal resolvidas estilhaça nossa atenção consciente, quebrando-a em mil pedaços. c) Isso significa que quem nasce hoje em dia vive em média 122 mil horas a mais... d) Na prática, porém , por tudo o que sinto, ouço e observo ao meu redor, o efeito tem sido exatamente o oposto. e) Se “tempo é dinheiro”, como queria Benjamin Franklin, parece que quanto mais ricos ....

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14. (Banrisul – Escriturário – FAURGS) Dentre os advérbios abaixo listados, qual deles modifica outro advérbios nas frases abaixo. a) bem .... um simples e despretensioso café assume um sentido transcendental quando sorvido bem quente, ... b) eternamente Vá explicar a um sujeito que vive eternamente à beira do mar cristalino, no Nordeste brasileiro, .... c) perfeitamente O inverno ilustra perfeitamente o caso: como pensar em recolhimento, um livro diante ... d) mais E disse mais , numa comparação que as mulheres jamais entenderão: que o frio lhe trazia ... e) mais O frio gaúcho nos permite pertencer ao restrito clube dos seres humanos que vão ao sol para aquecer-se – para lagartear, mais propriamente. 15. (Oficial Ajudante 2003 - Officium) As preposições De, para e com , (destacadas no trecho abaixo) introduzem, respectivamente, idéias de De Roma até a Internet, passando pelas grandes navegações, usamos a tecnologia e a informação para envolver e conquistar o mundo conhecido. Somos globalizadores. Nos últimos anos, com a modernização das relações de produção e de trabalho e com a expansão da economia virtual, alguns segmentos socioeconômicos nos países desenvolvidos e em desenvolvimento cresceram e lucraram, gerando a onda de desemprego que varreu a praia da velha economia. a) posse, movimento e causa. b) origem, finalidade e causa. c) origem, movimento e simultaneidade. d) posse, finalidade e simultaneidade. e) origem, finalidade e adição

16. (Auxiliar Administrativo II – HCPA – FAURGS) Assinale a palavra que aceita flexão de gênero. a) estudo b) atividade c) engrandecimento d) colaborador e) material

17. (Oficial Escrevente – FAURGS) Qual das palavras abaixo, retiradas do texto, pode sofrer o mesmo processo flexional ocorrido em muitíssimo ? a) presença b) isso c) meio d) conhecido e) artéria 18. Assinale a única alternativa em que a expressão dos parênteses define corretamente a classe gramatical, na frase, da palavra sublinhada. a) No ritmo atual da destruição, uma espécie se extingue a cada 20 (pronome) minutos. b) Há muito para ser feito, mas o tempo é curto (advérbio de modo). c) Mostrar (verbo substantivado) uma área da Mata Atlântica que tenha se regenerado. d) Se quiser convencer alguém (pronome pessoal oblíquo) da importância de biodiversidade... e) ... sendo a nossa melhor (adjetivo) arma. Observe o fragmento: “(...) quando perde o controle e libera seus instintos animais primitivos.” 19. Identifique o período em que as palavras sublinhadas têm, respectivamente, a mesma classe de “controle” e “animais” do fragmento proposto. a) É preciso que você controle os animais. b) Ele conseguiu manter o controle de suas inclinações animais. c) O controle dos animais não deve ser descuidado. d) Há necessidade de que ele controle os impulsos animais. e) Não há controle dos animais primitivos. Desde os seus primeiros dias, o ano de 1919 trouxe uma inusitada excitação às ruas de São Paulo. Era alguma coisa além da turbulência instintiva, que o calor um tanto tardio do verão quase tropical da cidade naturalmente incitada nos seus habitantes. De tal modo que esse novo estado de disposição coletiva era sensível, que os paulistanos em geral, surpresos consigo mesmos, e os seus porta-vozes informais em particular, os cronistas, se puseram a especular sobre ele.

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20. (UFRGS) Considere as seguintes afirmativas sobre o uso de artigos no texto. I. Se suprimíssemos o artigo "os" (l. 01), isso não acarretaria qualquer erro, já que a ocorrência de artigos antes de possessivos não é obrigatória na língua portuguesa. II.Se substituíssemos o artigo "uma" (l. 02) por "a", isso não acarretaria qualquer alteração no significado, porque ambos desempenham a mesma função semântica e são do mesmo gênero gramatical. III. Se suprimíssemos o artigo "um" (l. 04), isso não acarretaria qualquer erro, porque no contexto pode-se usar igualmente "um tanto" e "tanto". Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e III e) I, II e III

A famosa “malemolência” ou preguiça baiana não passa de racismo, segundo concluiu uma tese de doutorado defendida na USP. O estudo durou quatro anos. A tese defendida pela professora de antropologia Elisete Zanlorenzi sustenta que o baiano é tão eficiente quanto o trabalhador das outras regiões do Brasil e contesta a visão de que o morador da Bahia vive em clima de “festa eterna”. “Pelo contrário, é justamente no período de festas que o baiano mais trabalha. Como 51% da ............. da população atua no mercado informal, as festas são uma oportunidade de trabalho. Quem se diverte é o turista” diz a autora. Segundo a antropóloga, a objetivo da tese foi descobrir como a imagem da preguiça baiana surgiu e se consolidou. Elisete conclui que a imagem da preguiça se derivou do discurso .............. contra os negros e mestiços, que são 79% da população da Bahia “A elevada porcentagem de negros e mestiços não é uma coincidência. A atribuição da preguiça aos baianos tem um teor racista”. O estudo mostra que a imagem de povo preguiçoso se enraizou no próprio Estado por meio das elites de origem européia, que consideravam os escravos “indolentes”.

21. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações acerca do uso de artigos. I. O artigo indefinido uma poderia ser substituído pelo definido a, sem que houvesse alteração no sentido da frase em questão. II. Caso tivéssemos oportunidades aos invés de uma oportunidade, não haveria alteração no sentido global da frase em questão. III. O artigo definido O poderia ser substituído pelo indefinido Um, sem que houvesse alteração no sentido da frase em questão.

Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e II e) Apenas II e III.

A notícia saiu No “The Wall Street Journal”: a “ansiedade superou a depressão com problema de saúde mental predominante nos EUA”. Para justificar o absurdo, o autor da matéria recorre a um psicoterapeuta e a um sociólogo. O primeiro descreve “ansiedade como condição dos privilegiados que, livres de ameaças reais, se dão ao luxo de “olhar para dentro” e criar medos irracionais; o segundo diz que “vivemos na era mais segura da humanidade” e, no entanto, “desperdiçamos bilhões de dólares em medos bem mais ampliadas do que seria justificável”. Sem meias palavras, os peritos dizem algo mais ou menos assim: os americanos estão nadando em riqueza e, como não têm do que se queixar, adquiriram o costume neurótico de desentocar medos irracionais para projetá-los no admirável mundo novo ao redor (...). Os candidatos à ansiedade são, assim, bem mais numerosos e bem menos ociosos do que pensam o psicoterapeuta e o sociólogo.

(Adaptado de: COSTA J.F. A ansiedade da opulência. Folha de São Paulo. 19 de março de 2000.)

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22. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações acerca do uso de artigos. I. Caso tivéssemos uma condição em vez de condição, não haveria alteração no sentido global da frase. II. O artigo indefinido uns poderia substituir o definido os em os americanos(...), sem que houvesse alteração no sentido da frase em questão. III. As duas ocorrências do artigo definido o anteposto às palavras psicoterapeuta e sociólogo no final do texto poderiam ser substituídas por um indefinido sem mudar o sentido da frase. Quais estão corretas? a) Apenas l. b) Apenas ll. c) Apenas l e lll. d) Apenas ll e lll. e) l, ll e lll. Não existe nada que o homem mais tema do que ser tocado pelo desconhecido. Ele quer saber quem o está agarrando; ele o quer reconhecer ou, pelo menos, classificar. O homem sempre evita o contato com o estranho. De noite ou em locais escuros o terror diante de um contato inesperado pode converter-se em pãnico.

23. (UFRGS) O uso do artigo definido na expressão "o homem" pode ser explicado. a) porque, no caso, trata-se de um ser específico dentro de seu grupo. b) pela intenção de que o substantivo por ele determinado se refira à totalidade de um grupo. c) pela ênfase no gênero masculino, que no caso representa um sexo determinado. d) pelo objetivo de cercar o substantivo "homem" de uma atmosfera afetiva. e) pela posição sintática da expressão "o homem" na oração.

24. (Assistente Administrativo – FAURGS) Associe as palavras sublinhadas na segunda coluna com as atribuições que a elas são conferidas, enumeradas na primeira coluna. (1) Acompanha um nome e indica posse. (2) Nomeia um ser. (3) Expressa uma qualidade. (4) Expressa uma ação. (5) Expressa uma circunstância.

( ) A palavra humor vem do latim ( ) que se movimenta internamente ( ) O mau humor, em geral, é maior do que nossa consciência ( ) Com bom humor criamos novas soluções ( ) modificamos o ambiente A seqüência numérica correta, na segunda coluna, de cima para baixo, é a) 2 - 5 – 1 – 3 – 4. b) 3 – 4 – 2 – 5 – 1. c) 4 – 3 – 5 – 1 – 2. d) 5 – 1 – 4 – 2 – 3. e) 1 – 2 – 3 – 4 – 5.

25. O período a seguir apresenta cinco segmentos sublinhados, um dos quais NÃO faz parte da classe dos substantivos. Identifique-o, assinalando a letra correspondente: “Numa aparente contradição à famosa lei da oferta e da procura, o livro no Brasil é caro porque o brasileiro não lê”. a) contradição b) oferta c) procura d) caro e) brasileiro

CLASSES GRAMATICAIS 01. A 06. D 11. D 16. D 21. B 02. B 07. D 12. D 17. D 22. A 03. C 08. C 13. E 18. E 23. B 04. A 09. A 14. E 19. B 24. A 05. C 10. D 15. B 20. A 25. D

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ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS

FAMÍLIA DE PALAVRAS Palavras que possuem o mesmo radical.

RADICAL ou RAIZ

FORMAÇÃO DE PALAVRAS - DERIVAÇÃO E COMPOSIÇÃO

DERIVAÇÃO 1. Prefixal � Acréscimo de um prefixo à palavra já existente.

Exs.: ANTEver, CONter, IMpossível, Ilegal, DESleal.

2. Sufixal �Acréscimo de um sufixo à palavra já existente. Exs.: lealDADE, laranjAL, meninINHO, felizMENTE.

3. Prefixal e Sufixal � Acréscimo de um prefixo e um sufixo à palavra já existente. Exs.: DESlealDADE, INfelizMENTE.

4. Parassintética �Acréscimo simultâneo de um prefixo e um sufixo à palavra já existente.

Exs.: EMpobrECER, AmanhECER, DESalmADO

5. Regressiva �Perda de elemento de uma palavra já existente. Ocorre, geralmente, de um verbo para substantivo.

Exs.: cantar – o canto

chorar – o choro vender – a venda

6. Imprópria �Muda-se a classe gramatical sem alterar a forma da palavra. Fez um ai meio estranho.

COMPOSIÇÃO Formação de uma palavra nova através da união de dois ou mais vocábulos primitivos. Assim, temos: 1. Justaposição �Formação de uma palavra composta sem que ocorrra perda de

Elementos.

Exs.: guarda + chuva = guarda-chuva pé + de + moleque = pé-de-moleque passa + tempo = passatempo gira + sol = girassol

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2. Aglutinação �Formação de uma palavra composta com perda de elementos. Exs.: plano + alto = planalto

água + ardente = aguardente perna + alta = pernalta

Indique o processo de formação das palavras abaixo por meio do seguinte código: 1- Prefixação 2- derivação regressiva 3- Sufixação 4- derivação imprópria 5- prefixação e sufixação 6- composição por justaposição 7- parassíntese 8- composição por aglutinação (__) Coordenar

(__) O resgate

(__) Horroroso

(__) Reter

(__) Subterrâneo

(__) Irrealidade

(__) Clonagem

(__) Empobrecer

(__) Desconectar

(__) Transformações

(__) Cavalo-marinho

(__) O debate

(__) Empacotado

(__) Desenvolvido

(__) Detestável

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QUESTÕES DE CONCURSO FORMAÇÃO DE PALAVRAS

1. A formação do vocábulo destacado na expressão "o canto das sereias" é: a) composição por justaposição b) derivação regressiva c) derivação sufixal d) palavra primitiva e) derivação prefixal 2. Com o mesmo radical da palavra “passíveis ” é formada a palavra. a) passado b) inultrapassável c) capacidade d) impassibilidade e) pacífico. 3. Com o mesmo radical da palavra díspares é formada a palavra: a) discreto b) ímpar c) disparar d) aparar e) disperso 4. Neste texto, o autor cria a palavra biprofissional para nomear o fenômeno a respeito do qual seu texto versará. Para tanto, ele utiliza um mecanismo produtivo de formação de palavras em língua portuguesa - a prefixação. Quanto à prefixação, é correto afirmar que a) as palavras preconceito , impossibilidade e transformar são também resultados de sua aplicação. b) as palavras reforça , subgerente e repentinamente são também resultado de sua aplicação. c) a palavra sempre poderia ser tomada como base para sua aplicação, da mesma forma como o autor tomou profissional , dando origem a um novo item no vocabulário da língua portuguesa. d) sua aplicação às palavras polêmica e carreira exigiria alteração na pronúncia da palavra, deslocando a tonicidade de uma sílaba para outra. e) na adição de sub a agência , o prefixo constituiria uma sílaba isolada, à semelhança de subalterno.

5. Considere as seguintes afirmações sobre as palavras balaio-de-gatos e camisa-de-força . I. Elas são formadas a partir de palavras já existentes na língua portuguesa. II. Elas têm o significado de todo determinado pela soma do significado das partes. III. Elas fazem o plural pelo acréscimo de –s apenas ao último membro.

Quais estão corretas?

a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e III e) I, II e III 6. Em qual das palavras abaixo não há prefixo igual a da palavra indesejada. a) Incontinente b) Irregular c) Impossível d) Irritação e) Infalível 7. Todas as palavras iniciaram-se por um mesmo prefixo, exceto: a) infeliz b) ilegal c) imperfeito d) indígena e) ingrato 8. Todas as palavras abaixo possuem o mesmo prefixo, com exceção de: a) insinuações b) indireta c) incompetentes d) incapazes e) inconscientemente 9. Considere as seguintes afirmações sobre a formação de palavra do texto. I. As palavras contradição e tradicional contêm a mesma raiz II. As palavras exclusão e inclusão contêm prefixos que são antônimos. III. As palavras infiéis e fidelidade têm a mesma raiz. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas II e III. e) I, II e III.

10. Os prefixos das palavras expressam idéias opostas, exceto na alternativa: a) intrínseco – extrínseco b) promover – regredir c) anteceder – pospor d) diálogo – transformação e) subestimar – superestimar

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11. Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela em que ocorrem dois prefixos que dão idéia de negação. 1) impune, acéfalo 2) pressupor, ambíguo 3) anarquia, decair 4) importar, soterrar 5) ilegal , refazer 12. O prefixo indica duplicidade em: a) êxodo b) antídoto c) compor d) revisar e) díptero 13. No texto há palavras cuja formação ocorreu pelo acréscimo de um sufixo que transforma adjetivos em substantivos. Assinale a alternativa em que esse processo de formação pode ser identificado. a) comportamento b) moradia c) homogeneidade d) organização e) tendências 14. Todas as palavras abaixo, que aparecem no texto, contém o mesmo sufixo. Assinale a alternativa em que a palavra contém, na sua estrutura, outro sufixo além do que é comum a todas: a) explicação b) concepção c) formação d) conscientização e) percepção 15. Relacionam-se, pela origem, a verbos existentes na Língua portuguesa, todos os substantivos abaixo, à exceção de: a) deterioração b) compensações c) mergulhadores d) estofamento e) metrópoles 16. Relacionam-se a verbos existentes na Língua Portuguesa as palavras abaixo, à exceção de a) entrevistado b) ordinária c) perguntas d) diálogo e) funcionamento

17. Abaixo são feitas três afirmações sobre a formação de palavras do texto. I. As palavras justificável e admirável são adjetivos formados a partir de verbos. II. As palavras irracionais e indispensáveis apresentam o mesmo prefixo. III. Nas palavras mental e sexual , o sufixo utilizado forma adjetivos a partir de substantivos. Quais estão corretas? a) Apenas l. b) Apenas ll. c) Apenas l e lll. d) Apenas ll e lll. e) l, ll e lll. 18. As palavras molheira , saleiro e sujeira são formadas pela adição de um mesmo sufixo ao radical. Assinale a alternativa que Não apresenta o mesmo sufixo. a) roupeiro b) queira c) mosqueteiro d) fofoqueira e) lixeira 19. Existem, em Língua Portuguesa, palavras que embora pertencendo à mesma família, apresentando pequenas diferenças no radical. É o caso de um dos substantivos abaixo, que, em relação a um adjetivo da mesma família, apresenta diferença de consoantes do seu radical. Qual é esse substantivo? a) grupos b) incerteza c) esforço d) probabilidade e) êxito 20. Considere as seguintes afirmações sobre a formação de palavras no texto. I. O prefixo contido na palavra invencível é o mesmo que se encontra, em formas variantes, nas palavras inferir, irromper, irrigar. II. A palavra hipérboles contém o mesmo prefixo que a palavra hipermercado. III. As palavras melodioso e melódica são adjetivos derivados de um mesmo substantivo, como o é também a palavra melodista. a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) Apenas II e III.

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21. A partir da palavra “Lapa”, foram criadas as cinco palavras da coluna da esquerda, utilizando-se sufixos correntes na Língua Portuguesa; na coluna da direita, foram listados três significados. 1. lapófilo ( ) aquele que estuda a lapa 2. lapólatra ( ) aquele que odeia a lapa 3. lapético ( ) aquele que é amigo da lapa 4. lapólogo 5. lapófobo A numeração correta da coluna da direita, de cima para baixo, para associar as duas colunas, é: a) 4 – 5 - 1 b) 4 – 2 - 3 c) 1 – 5 - 2 d) 1 - 2 - 3 e) 3 – 1 - 4 21. Assinale a alternativa em que está classificada corretamente a palavra bom-tom do ponto de vista de sua formação. a) Derivação imprópria. b) Parassintetismo. c) Composição por aglutinação. d) Derivação regressiva. e) Composição por justaposição. 22. Analise as afirmativas sobre a formação das palavras do texto. I. A palavra informação contém sufixo formador de substantivo a partir de verbo. II. Em bebível , o sufixo significa passível de. III. As palavras crônica-síntese e semi-aberto são compostas por aglutinação. Qual(is) está(ão) correta(s) ? a) Apenas a I. b) Apenas a II. c) Apenas a III. d) Apenas a I e a II. e) I, II, III. 23. As palavras da seqüência “caótica, desregrada, imperfeita e ilógica” são formadas, respectivamente, por a) derivação, derivação, derivação, composição. b) derivação, derivação, composição, composição. c) composição, derivação, derivação, derivação. d) derivação, composição, derivação, composição. e) derivação, derivação, derivação, derivação. 24. A alternativa cuja palavra apresenta um prefixo com o mesmo significado que o prefixo da palavra “contraditório” é a) antebraço. b) adjunto. c) anticaspa. d) combinação. e) anteporta.

25. (FAUGRS) Associe as colunas, conforme as palavras tenham sido formadas com o acréscimo de prefixo (partícula antes do núcleo de sentido da palavra), sufixo (partícula depois do núcleo de sentido da palavra) ou sem nenhum dos dois. (P) Prefixo (S) Sufixo (N) Nenhum ( ) desaboliu ( ) noivinha ( ) libertino ( ) testa A alternativa que preenche correta e respectivamente os parênteses da segunda coluna, de cima para baixo, é a) P – S – N – P b) P – S – S – N c) S – N – P – P d) S – P – S – N e) N – P – P – S 26. (FDRH) Leia as afirmações abaixo, relativas à estrutura de algumas palavras do texto. I - A palavra subjetiva pertence à mesma família de palavras de sujeição . II - Na palavra vivência encontramos um sufixo que forma substantivos abstratos a partir de verbos. III – A palavra opressiva pertence à mesma família de palavras de um verbo da segunda conjugação. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas I e II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 27. (FAURGS) As palavras abaixo apresentam sufixo em sua estrutura, à exceção de a) futebol b) comentarista c) virada d) sombrio e) esportivas 28. (FAUGRS) A palavra sinaleira é derivada de sinal . A alternativa que apresenta uma outra palavra também derivada é a) região b) língua c) hospital d) palavra e) novato

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29. (UFRGS) A palavra geoarqueóloga é composta por três radicais eruditos. Na posição final encontra-se o radical –logo , que significa ‘aquele que estuda’. Abaixo, na coluna da esquerda, estão listadas cinco palavras compostas com dois radicais eruditos; na da direita, os sentidos possíveis dos radicais finais de três dessas palavras. Associe adequadamente a coluna da direita à da esquerda. 1 - ególatra ( ) aquele que cultua 2 - enófilo ( ) aquele que tem aversão a 3 - enófobo ( ) aquele que descreve 4 - filantropo 5 - geógrafo a) 1-2-3. b) 1-3-5. c) 2-3-4. d) 2-4-5. e) 3-4-5. 30. (FAUGRS) Abaixo são feitas três afirmações sobre a formação de palavras do texto. I – As palavras étnica, e etólogos contêm o mesmo radical. II – As palavras inegável , inflexibilidade e imutáveis são todas formadas com o mesmo prefixo. III – Tanto a palavra instigante quanto a palavra ardiloso apresentam um sufixo que forma adjetivos derivados de substantivos. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e II. d) Apenas II e III e) I, II e III 31. (FAUGRS) O adjetivo que pertence a uma família de palavra onde NÃO ocorre um verbo formado com o sufixo–izar é a) objetiva b) econômico c) eterno d) consciente e) responsável

32. (Offcium) Na Língua Portuguesa, as siglas têm mais de uma forma possível de leitura oral, sendo que de maneira geral, o uso consagra uma forma de leitura para cada sigla particular. Dentre as siglas abaixo, qual – de acordo com o uso consagrado – não é lida pela mesma regra de leitura oral utilizada na leitura das outras? a) TSE b) IPVA c) BRDE d) ABNT e) DETRAN 33. (Officium) Assinale a alternativa em que todos os substantivos pertencem a famílias de palavras em que ocorrem adjetivos terminados em –al. a) tradições – consenso – razão b) tradições – premência – mercado c) grupos – razão – utopia d) premência – grupos – hierarquias e) consenso – utopia – mercado 34. (Officium) Além do radical glob- , a palavra globalização tem outros elementos formadores. Leia a descrição de possíveis elementos que dela fariam parte. I - Um sufixo que geralmente forma adjetivos a partir de substantivos. II - Um sufixo que geralmente forma verbos. III - Um sufixo que geralmente forma substantivos derivados de verbos, denotando resultado da ação. Quais desses elementos estão presentes na citada palavra? a) Apenas I b) Apenas III c) Apenas I e II d) Apenas II e III e) I, II e III 35. (FAURGS) Considere as seguintes afirmações sobre a estrutura de palavras do texto. I - As palavras imaginativas , imagináveis e imaginário pertencem à mesma família. II - Originado de um verbo o adjetivo indecifrável tem sufixo e prefixo em sua estrutura. III - A partir da palavra categoria , forma-se de um verbo por meio do mesmo sufixo que ocorre em tirania . Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas lI. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III.

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36. (FAURGS) Todas as palavras abaixo são formadas por sufixo, À EXCEÇÃO DE a) francês b) somente c) exaustivos d) corredores e) valor 37. (OFFICIUM) O sufixo presente na palavra marginais também ocorre em adjetivos derivados dos substantivos abaixo, à exceção de a) lei b) ocasiões c) territórios d) rigor e) empresário 38. (OFFICIUM) Quando as palavras são formadas a partir de uma mesma raiz, dizemos que elas pertencem a uma mesma família. Considere, nesse sentido, os seguintes grupos de palavras empregadas no texto. I - criatividade, criativo e criar II - independência e persistência III - inconformismo e conformistas Quais deles contêm palavras que pertencem a uma mesma família? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e III e) I, II e III 39. (OFFICIUM) Sobre a palavra inatingível , são feitas as três afirmações abaixo. I – Trata-se de uma palavra que não apresenta variação de gênero gramatical. II – Contém um prefixo que significa movimento para dentro. III – Apresenta um sufixo que deriva adjetivos de verbos. Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas I e II c) Apenas I e III d) Apenas II e III e) I, II e III 40. (OFFICIUM) As palavras gigantismo e negativos , se analisadas do ponto de vista morfológico, têm como característica comum o fato de ambas a) apresentarem prefixo. b) serem derivadas de verbo. c) serem derivadas de adjetivo. d) apresentarem desinência de pessoa. e) apresentarem sufixo.

41. (OFFICIUM) Considere as seguintes afirmativas sobre formação de palavras. I – Embora praticamente não a utilizem, os falantes da língua portuguesa podem compreender o significado da palavra achamento a partir de suas partes constitutivas: o radical do verbo achar e o sufixo que o acompanha. II – A derivação da palavra cabralino transforma um nome próprio em um adjetivo através de acréscimo de um sufixo. III– As palavras inaceitável, incorporado e intolerância apresentam o mesmo prefixo. Quais são corretas? a) Apenas I b) Apenas I e II c) Apenas I e III d) Apenas II e III e) I, II e III A. O conhecimento de radicais gregos e latinos pode nos auxiliar em várias atividades da vida diária, como, por exemplo, na identificação dos órgãos a cujas doenças alguns remédios se destinam. Suponhamos que determinado laboratório lance uma série de remédios e utilize, de forma correta, os radicais referentes a várias partes do corpo humano para denominar esses novos medicamentos. Os nomes dos supostos remédios seriam: a) Gastrivol b) Hematovol c) Cardiovol d) Hepatovol e) Cefalovol 42. (UFRGS) Selecione o remédio para dores de cabeça. 43. (UFGRS) Selecione o remédio para doenças do fígado. 44. (UFRGS) A partir da palavra “Lapa”, foram criadas as cinco palavras da coluna da esquerda, utilizando-se sufixos correntes na Língua Portuguesa; na coluna da direita, foram listados três significados. 1. lapófilo ( ) aquele que estuda a lapa 2. lapólatra ( ) aquele que odeia a lapa 3. lapético ( ) aquele que é amigo da lapa 4. lapólogo 5. lapófobo

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A enumeração correta da coluna da direita, de cima para baixo, para associar as duas colunas, é: a) 4 – 5 - 1 b) 4 – 2 – 3 c) 1 – 5 - 2 d) 1 - 2 - 3 e) 3 – 1 – 4 45. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações sobre a derivação de algumas palavras do texto. I. As palavras Renascimento, rechonchudas e preconceituosos são formadas, simultaneamente, por prefixo e sufixo. II. Podemos inferir que o significado do elemento comum de antropologia e antropofagia é “cultura”. III. Em antropofágica, há um sufixo cuja função é transformar um substantivo em adjetivo. Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e II e) I, II e III

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS 01. B 06. D 11. A 16. B 21. A 25. B 30. B 35. E 40. E 45. C 02. D 07. D 12. E 17. E 21. E 26. B 31. A 36. E 41. B 03. B 08. A 13. C 18. B 22. D 27. A 32. E 37. D 42. E 04. A 09. D 14. D 19. D 23. E 28. E 33. A 38. D 43. D 05. A 10. D 15. E 20. E 24. C 29. B 34. E 39. C 44. A GABARITO a) enraizar (7) b) satisfazer (1) c) aridez (3) d) rosa-claro (6) e) pontiagudo (8) f) a busca (2) g) amável (3) h) desconhecimento (5) i) prever (1) j) o castigo (2) k) preocupação (5) l) anoitecer (7) m) subumano (1) n) sexta-feira (6) o) o falar (4) Exercícios de sufixos a) Discutível (6) b) estudante (1) c) realizar (4) d) julgamento 1) e) felicidade(2) f) Rigidez(2)

g) Afastamento(1) h) Admirável(6) i) prazeroso(3) j) dormitório(1) k) ampliação(1) l) horizontal(3) m) bondoso(3) n) perfeitamente(5) o) utilizar(4) p) fidelidade(2) q) gostoso(3) r) bebedor(1) s) bebedouro (1) t) mental(3) u) beleza(2) v) caracterização(1) w) orbital(3) x) fortemente (5) y) homogeneidade(2) z) escassez(2) aa) sortudo(3) bb) demissão(1)

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I - VERBOS – MODOS E TEMPOS A) MODO INDICATIVO Expressa certeza. 1. Presente

cant o cant as cant a cant amos cant ais cant am Flexão Verbal 2. Pretérito Perfeito

cant ei cant aste cant ou cant amos cant astes cant aram

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Flexão Verbal 3. Pretérito Imperfeito

cant ava cant avas cant ava cant ávamos cant áveis cant avam Flexão Verbal

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4. Pretérito mais-que-perfeito cant ara cant aras cant ara cant áramos cant áreis cant aram 5. Futuro do Pretérito

cant aria cant arias cant aria cant aríamos cant aríeis cant ariam 6. Futuro do Presente

cant arei cant arás cant ará cant aremos cant areis cant arão

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B) MODO SUBJUNTIVO Expressa dúvida, possibilidade, incerteza. 1) Presente cant e cant es cant e cant emos cant eis cant em 2) Pretérito Imperfeito cant asse cant asses cant asse cant ássemos cant ásseis cant assem 3) Futuro cant ar cant ares cant ar cant armos cant ardes cant arem

OBS. : Para não errar o Futuro do Subjuntivo, conjugue o verbo na 3ª pessoa do plural do

pretérito perfeito. A seguir, retire, as duas letras finais: “a” e “m”.

Pretérito Perfeito Futuro do Subjuntivo Eu tive Se eu tiver Tu tiveste Ele teve Nós tivemos Vós tivestes Eles tiveram

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C) IMPERATIVO Expressa uma ordem, pedido. 1) Afirmativo canta tu cante você cantemos nós cantai vós cantem vocês FORMAÇÃO: 2) Negativo não cantes tu não cante você não cantemos nós não canteis vós não cantem vocês FORMAÇÃO: EXEMPLO

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. O verbo destacado na frase Para nunca se separar de sua esposa, o índio macuxi teceu uma tipóia... está no a) Presente do Subjuntivo. b) Presente do Indicativo. c) Pretérito Perfeito do Indicativo. d) Futuro do Presente do Indicativo. e) Futuro do Pretérito do Indicativo 2. Assinale a alternativa cuja forma verbal destacada está incorretamente identificada entre parênteses. a) Eles retêm as receitas por uma medida de segurança. (presente do indicativo) b) Segundo me disseram, eles reaveriam toda a mercadoria. (pretérito imperfeito do indicativo) c) Doutor Sérgio, nós vimos manifestar-lhe nosso apoio. (presente do indicativo) d) Não te constranjas e recorre a nós quando precisares. (imperativo negativo) e) É possível que eles não dêem confiança ao caso. (presente do subjuntivo) Como driblar as doenças 1. Pratique atividades físicas

Um corpo saudável ajuda no bem-estar da cabeça. Além de prevenir doenças e melhorar o funcionamento do organismo, fazer exercícios é uma forma de extravasar as emoções. 2. Tenha lazer É fundamental reservar momentos na sua rotina para fazer o que se gosta. ____ ao cinema, ____ com a família, ____ no shopping. 3. Diversifique as relações sociais

Ter relacionamentos amistosos com os outros funcionários é como estimular o trabalho em equipe e criar um clima agradável. Mas não se force a ser amigo de todo mundo na empresa. Varie os contatos sociais.

(Adaptado de: Sete dicas para não adoecer no trabalho. Correio Brasiliense/ZH. 15/mai/2005.) 3. Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas do trecho 2. a) vai – sai – passeia b) vá – saia – passeie c) vá – sai – passeie d) vai – saia – passeie e) vá – saia – passeia

4. Analise as afirmações feitas sobre os períodos abaixo. A. Em 2008, a Smed contará com R$ 500 mil para seu desenvolvimento. B. Em 2004, o investimento foi de aproximadamente R$ 40 mil. I. O verbo da letra A está no futuro do presente do indicativo. II. O verbo da letra B está no pretérito perfeito do indicativo. III. As datas do início de cada período determinam o tempo verbal a ser utilizado. Qual(is) está(ão) correta(s) ? a) Apenas a I. b) Apenas a II. c) Apenas a III. d) Apenas a I e a III. e) I, II e III. 5. Assinale a alternativa em que o tempo e modo do verbo destacado está corretamente identificado entre parênteses. a) “Se fosse necessário...” (pretérito imperfeito do subjuntivo) b) “... os garotos teriam a resposta...” ( pretérito imperfeito do indicativo) c) “... e saibam dosar o que é permitido ou não...” (futuro do subjuntivo) d) Pelo menos um dos pais tirava férias no inverno. (pretérito perfeito do indicativo) e) Todos cumprirão suas atividades rotineiras. (pretérito-mais-que-perfeito do indicativo) 6. Observando a correlação temporal, assinale a alternativa que completa corretamente a frase “Era provável que eles hoje.” a) virão b) saíam c) saíram d) chegam e) viessem 7. Assinale a alternativa que completa corretamente a seguinte frase. “Quando ________ mais aperfeiçoados, os aviões, certamente, maior conforto e segurança ________ em qualquer viagem.” a) estivessem – proporcionariam b) estiverem – proporcionarão c) estejam – proporcionam d) estão – proporcionariam e) estivessem – proporcionarem

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8. Assinale a alternativa que completa, corretamente , as lacunas da frase abaixo. “________ a vida com as verdades que tu tens e serás feliz.” a) Constróis b) Constrói c) Construí d) Construa e) Construas 9. Assinale a alternativa cujo modo e tempo do verbo estão corretamente indicados entre parênteses. a) Ela oferecia seus bilhetes de loteria de mesa em mesa. (Pretérito Imperfeito do Indicativo) b) Estavam os homens mergulhados em jornais e fumaças. (Presente do Indicativo) c) Pouquíssimos responderão sim. (Pretérito Perfeito do Indicativo) d) Só se ela quisesse vender mais. (Pretérito Imperfeito do Indicativo) e) Gostaríamos de poder ajudá-la. (Futuro do Subjuntivo) 10. Assinale a alternativa que tem corretamente definido, entre parênteses, o Modo do(s) verbo(s) em destaque na frase. a) Certamente chegaremos lá. (Modo Imperativo Afirmativo) b) Pensei em uma nova poesia. (Modo Subjuntivo) c) As crianças não ouviram , pensaram e falaram . (Modo Imperativo Negativo) d) Depois o passarinho mudou seu canto. (Modo Subjuntivo) e) Eu jamais ouvi uma coisa assim. (Modo Indicativo) 11. Sobre a forma verbal em destaque na oração “O que devemos aceitar .” (7º parágrafo), são feitas as seguintes afirmações. 1. O primeiro verbo é auxiliar. 2. A forma verbal confere uma idéia de obrigatoriedade. 3. Poderia ser substituída pela forma simples “aceitaríamos”. Está correto o que se afirma a) em todas. b) em nenhuma. c) apenas em 1 e 2. d) apenas em 2. e) apenas em 1.

12. Escreva dentro dos parênteses (R) ou (I) conforme o verbo seja regular ou irregular. (__) amar (__) fazer (__) vender (__) falar A alternativa que apresenta a seqüência correta , de cima para baixo é a) R R I I b) R I R R c) I I R R d) I R R R e) R I R I 13. Assinale a alternativa cujos modo e tempo da forma verbal em destaque na frase estão corretamente indicados entre parênteses. a) Um dia após o terremoto, o governo da Indonésia declarou estado de emergência. (presente do indicativo) b) A Copa da Cultura animará Berlim durante a copa do mundo. (futuro do presente do indicativo) c) O governo federal anuncia R$ 10 bilhões para a agricultura familiar. (pretérito mais-que-perfeito do indicativo) d) As crianças que estavam descalças tremeram de frio. (pretérito perfeito do indicativo) e) Machado de Assis escreveu contos imortais. (pretérito imperfeito do indicativo). 14. Perderíamos muito com essa mudança. Assinale a alternativa que não corresponde ao modo e tempo da forma verbal em destaque. a) Perderias. b) Perderiam. c) Perderíeis. d) Perderei. e) Perderia. 15. Assinale a alternativa que identifica correta e respectivamente as formas verbais fazia, eram e haverá, em destaque no texto. a) pretérito perfeito do indicativo; pretérito imperfeito do indicativo; futuro do presente do indicativo b) pretérito mais-que-perfeito do indicativo; pretérito perfeito do indicativo; presente do indicativo c) pretérito imperfeito do indicativo; pretérito imperfeito do indicativo; futuro do presente do indicativo d) pretérito perfeito do indicativo; pretérito perfeito do indicativo; futuro do pretérito do indicativo e) pretérito mais-que-perfeito do indicativo; pretérito imperfeito do indicativo; presente do indicativo

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Ouça a CBN e verá que tenho razão. 16. Se, no último período do terceiro parágrafo, trocarmos apenas as formas verbais para a 2ª pessoa do singular, a redação correta será a) Ouve a CBN e verás que tenho razão. b) Ouças a CBN e verás que tenho razão. c) Ouvi a CBN e vereis que tenho razão. d) Ouves a CBN e verás que tenho razão. e) Ouvirás a CBN e verás que tenho razão. 17. Assinale a alternativa em que a forma verbal destacada está corretamente identificada entre parênteses. a) Se as autoridades intervierem não ocorrerão novos abusos. (futuro do subjuntivo) b) Lamentavelmente, ele não pôde comparecer à audiência. (presente do indicativo) c) Ao explicares claramente tuas intenções, muitos te apoiarão. (futuro do presente do indicativo) d) Quando fores à Bahia, põe essa roupa colorida. (pretérito perfeito do indicativo) 18. Assinale a alternativa em que a forma verbal destacada na frase está corretamente identificada entre parênteses. a) Os soteropolitanos desfrutaram de um clima muito agradável. (futuro do presente do indicativo) b) A previsão é de períodos chuvosos, intercalando com sol. (gerúndio) c) Preparemos nossos guarda-chuvas e sombrinhas! (pretérito perfeito do indicativo) d) No mês de março ocorreu uma alternância entre sol e chuva. (pretérito imperfeito do indicativo) 19. Se quiser entender os poemas,_______ os versos e _______. Não ______ que o texto literário se entrega ao leitor totalmente através de uma simples leitura. Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas do trecho acima. a) releie reflite pense b) releia reflita pense c) releia reflita pensa d) relê reflete pense e) releie reflita pensa Gabarito – Verbos – Conesul 1.C 2.B 3.B 4.E 5.A 6.E 7.B 8.B 9.A 10.E 11.C 12.B 13.B 14.D 15.C 16.A 17.A 18.B 19.B

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QUESTÕES - VERBOS

01. (Contínuo – Prefeitura de Alvorada/RS) As formas verbais que preenchem corretamente as lacunas das linhas, das frases abaixo, na ordem em que aparecem, são E os alunos não achavam formidável que num país do tamanho do Brasil todo mundo _________ a mesma língua, só com pequenas variações? - O que foi que ele disse, tia? - _________ saber o gordo Jorge. Não podia ________ que não o entendera. a) fala-se – quis – admitir b) falasse – quis – adimitir c) fala-se – quis – admitir d) falasse – quiz – admitir e) falasse – quis – admitir 02. (Contínuo – Prefeitura de Alvorada/RS) Na frase Um dia o Gaúcho chegou tarde na aula e explicou para a professora o que acontecera , a forma verbal acontecera indica um fato a) passado e já concluído. b) real, ou seja, que acontece realmente. c) passado e anterior a outro fato também passado d) que poderia acontecer, se preenchidas certas condições e) que poderá acontecer 03. (Analista Judiciário – TRT 4ª Região) Na frase Ninguém gosta de sentir dor e é natural que tentemos evitá-la , o segmento que tentemos poderia ser corretamente substituído por a) que tentássemos b) que tentamos c) tentarmos d) se tentássemos e) que tentaríamos

04. (Motorista – MP/RS) Assinale a alternativa que contém as palavras que preenchem corretamente as lacunas das frases abaixo. O Brasil que produz com fartura é o mês que ___________ 57 milhões de compatriotas famintos. As diferenças são ainda mais gritantes se ________ contabilizados o desperdício de 44% da produção agrícola no transporte e o estocamento de alimentos; as toneladas de sobras em restaurantes; a quantidade de comida que vai para o lixo, nas mesas mais fartas. Uma em cada quatro crianças brasileiras vive sob a ameaça de fome, alertam os institutos de ___________. a) possue – forem – pesquiza b) possui – forem – pesquisa c) possue – fossem – pesquisa d) possui – fossem – pesquisa e) possui – forem – pesquiza 05. (Motorista – MP/RS) Se na frase Uma em cada quatro crianças brasileiras vive sob a ameaça de fome, alertam os institutos de pesquisa , os verbos fossem passado para o pretérito-mais-que-perfeito, tempo verbal que expressa uma ação já concluída antes de outra também concluída, as formas verbais vive e alertam deveriam ser alteradas, respectivamente, para a) viveu – alertaram b) vivera – alertaram c) vivera – alertara d) viveu – alertou e) vivia – alertavam 06. (Técnico Científico – FAPERGS) As formas verbais que preenchem as lacunas das frases abaixo, correta e respectivamente, são Se os saques ________ bem sucedidos, os comerciantes, o capitão e a coroa faturavam bem. Aconselhava a ser cortês, quer dizer, a não roubar tudo; não tocar em coisas pessoais de gente importante, não tocar em gente importante e deixar o bastante para que __________ sobreviver. Talvez o mais surpreendente nisso tudo _________ a naturalidade com que o saque era encarado por todos, vítimas e piratas: .... a) fossem – pudessem – era b) fossem – podem – seja c) fossem – pudessem – seja d) seriam – podem – era e) seriam – pudessem – era

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07. (Assistente de Operações – TRENSURB/ RS) Considere as seguintes afirmações acerca do emprego dos verbos no texto. I – Se pudéssemos fazer de nossa vida um filme, seria, não tenhamos dúvida, um grande filme. Talvez não fizéssemos milagres, mas teríamos acesso a tudo aquilo que a tecnologia pode proporcionar, em termos de imagem, de som. As formas verbais pudéssemos e fizéssemos expressam, em seu contexto, fatos hipotéticos. II– Caso o período Na nossa história, eliminaríamos todos os momentos chatos, aborrecidos , fosse reescrito na voz passiva, deveria ter, para manter a mesma semântica e a correção gramatical, a seguinte forma: Todos os momentos chatos, aborrecidos, seriam eliminados na nossa história . III– Poderíamos , se quiséssemos, usar efeitos especiais. Se a forma verbal Poderíamos fosse substituída por Podemos , a forma verbal quiséssemos deveria ser substituída por quisermos , para que houvesse a devida correlação temporal? Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas I e II c) Apenas I e III d) Apenas II e III e) I, II e III 08. (Psicólogo – SUSEPE / RS) Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas com traço contínuo da frase abaixo. Segundo Elizabeth Cancelli, embora a maior parte dos crimes que _________ os dados estatísticos __________ os chamados “crimes comuns”, na crônica policial __________ realce e destaque os chamados crimes de paixão, homicídios, e os suicídios, precisamente por sua própria natureza profissional. a) recheavam – fossem – ganhavam b) recheavam – eram – ganhavam c) recheassem – fossem – ganhassem d) recheassem – eram – ganharam e) rechearam – fossem – ganhassem 09. (Assistente de Promotoria – MP/RS) Considere as afirmativas abaixo sobre o uso de tempos verbais. I – Esta não consiste em emitir mensagens, mas em fazer com que elas sejam recebidas , coisa que só pode ser feita se o público tiver consciência de ser parte integrante, .... A forma verbal composta sejam recebidas exprime processo hipoteticamente terminado no momento em que se fala ou escreve.

II– Em vez de nos indagarmos como a mídia influi em nossa situação, examinemos antes como a situação – isto é, a crise de comunicação política – age sobre a mídia. A forma verbal examinemos exprime processos possíveis num futuro próximo III– Não creio que a imprensa possa ser inteiramente objetiva, pois ela contribui para construir a realidade, embora não possa fazê-lo como bem entenda, sob pena de perder o seu público. A forma verbal composta possa ser indica um fato atual, permanente. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III. 10. (Motorista – FEBEM/RS) O verbo ter na frase ... a estimulação, que pode acontecer em casa ou na escola a partir de atitudes muito simples, como brincar ou cantar com o bebê, mas que terão papel decisivo mo seu desenvolvimento , indica que o fato a) está acontecendo. b) já aconteceu. c) ainda acontecerá. d) teria acontecido. e) talvez acontecesse. 11. (Auxiliar de Contabilidade – BANRISUL/RS) Assinale a alternativa cujas formas verbais preenchem corretamente as lacunas do texto, nas frases abaixo, na ordem em que aparecem. Que o tênis Nike e Adidas (os comerciais continuam ótimos) ___________ mas de US$ 100 e ____________ produzidos na China por trabalhadores que ganham US$ 20 por mês. Que as montadoras de automóveis ________ alegremente para a Bahia onde podem pagar, em média, 10% do que pagam a um trabalhador americano. a) custem – sejam – correm b) custam – são – corram c) custem – sejam – corram d) custem – são – corressem e) custassem – fossem – correm

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12. (Escrivão de Polícia – Polícia Civi/RS) Assinale a sugestão de substituição de tempo verbal que acarreta a mudança do significado da respectiva frase abaixo. a) Das três estratégias, a que tem recebido mais atenção e recursos é disparadamente o combate ao tráfico. tem recebido por vem recebendo b) E o consumo de drogas aumenta ao redor do mundo. aumenta por aumentará c) Constatado tal erro, os agentes públicos buscam agora uma meta que substitua a antiga utopia e estão encontrando alternativas promissoras. buscam por estão buscando d) Constatado tal erro, os agentes públicos buscam agora uma meta que substitua a antiga utopia e estão encontrando alternativas promissoras. estão encontrando por vêm encontrando e) Lá, quem quiser usar heroína pode obtê-la de graça do governo. pode por poderá 13. (Auxiliar de Radiologia – Prefeitura de Caxias do Sul/RS) Se o verbo beber , na frase Para saber que tipo de água mineral você bebe , fosse empregado de maneira a expressar o fato no passado, concluído, sem alteração de pessoa, a forma correta seria a) bebeste b) beberás c) bebeu d) beberia e) beberá

14. (BIBLIOTECÁRIO – FAURGS) Considere as seguintes afirmações sobre o emprego da forma verbal inventara no trecho abaixo. Decidiu remediar o problema, compilando uma lista de livros apropriados sob uma nova categoria que “salvaria o prestígio do catálogo” – uma categoria que abarcou somente livros cujos títulos ele inventara. I - O uso do tempo verbal da forma inventara supõe uma relação entre dois eventos no passado, localizando a formulação dos títulos num momento anterior à sua inclusão na lista. II - A forma inventara poderia ser substituída, sem prejuízo do significado expresso na frase original, por "tinha inventado". III- Não haveria alteração de significado caso a forma verbal "inventaria" substituísse inventara, estabelecendo-se, assim, no período, harmonia entre o tempo verbal desse verbo e o da forma salvaria. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III. 15. (Assistente Administrativo – FDRH) Considere as seguintes afirmações sobre o valor das formas verbais no trecho que segue. I – “vai desistir ” equivale a “desistirá”. Quem se dedicar hoje a ler todos os livros, manuais e artigos sobre o que é ser um “bom profissional” certamente vai desistir de tentar qualquer emprego. II – “encontramos ” expressa um fato repetido no passado. Em primeiro lugar, as descrições que encontramos são sempre de “super-homens”, que nunca têm estresse, não se cansam, são capazes de infinitas adaptações, nunca brigam com a família... III – “será ” indica um fato posterior ao momento em que se realiza o ato de comu-nicação entre o autor e o leitor. O desafio é sair desse lugar e se tornar alguém incomum, de acordo com seus desejos e interesses. Então, não será apenas uma questão de “empregabilidade”, como dizem, mas de vida. Quais estão corretas? a) Apenas a I. b) Apenas a II. c) Apenas a III. d) Apenas a I e a III. e) A I, a II e a III.

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16. (Consultor Técnico – FAURGS) Considere as seguintes afirmações sobre o emprego de tempos verbais nos trechos abaixo. I - O emprego do pretérito perfeito em pediram determina a forma também pretérito do subjuntivo gravassem . As organizações de assistência, conhecendo as dificuldades de um transporte cultural violento, pediram que os anciões das tribos gravassem sua sabedoria para os jovens. II - A forma sejam poderia ser substituída por “fossem ” sem prejuízo do significado da frase em questão. Por exemplo: “Aconselho a vocês que sejam muito cuidados com as mulheres”. III - A substituição de acabar por “acabasse ” não acarretaria qualquer outra alteração nas formas verbais do restante da frase. Se um desses jovens acabar no mesmo colégio onde estudaram meus filhos, ele receberá um código escrito no qual haverá uma série de proibições detalhadas relacionadas à questão das relações amorosas, na área do colégio. Outro conselho prático para anciões. Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e II e) I, II e III 17. (Agente Administrativo - FDRH) As formas verbais corretas para preencher as lacunas na frase "Ontem ele _______ na discussão da obra literária e ________ defender seus pontos de vista com segurança" são a) interviu - pode b) intervinha - podia c) interviu - pôde d) interveio - pôde e) intervinha - pode 18. (Agente Administrativo - FDRH) A alternativa em que o tratamento "tu" está corretamente empregado é a) Descubra um novo lazer e leia freqüentemente. b) Descobre um novo lazer e lês freqüentemente. c) Descobre um novo lazer e lê freqüentemente. d) Descobre um novo lazer e leia freqüentemente. e) Descubra um novo lazer e lê freqüentemente.

19. (Técnico Superior em Trânsito – DETRAN/RS – FDRH) Considere as afirmações sobre o emprego da forma verbal reconhecera no trecho abaixo. No relatório apresentado em março de 95 na cúpula sobre desenvolvimento social, o governo já reconhecera que 16% das crianças brasileiras entre 5 e 14 anos de idade trabalham. I – Ação descrita pelo verbo está localizada num passado anterior a outro passado. II– O verbo pode ser substituído pela locução “tinha reconhecido”, mantendo-se inalterado o significado. III– Seu uso está praticamente restrito à linguagem escrita. Quais afirmações estão corretas? a) Apenas a II. b) Apenas a I e a II. c) Apenas a I e a III. d) Apenas a II e a III. e) I, II e III. 20. (Agente Educacional II – SEC – FDRH) A forma verbal está corretamente empregada nas frases, EXCETO na alternativa a) O superior hierárquico reviu os cálculos do funcionário. b) O profissional se entreteve lendo, enquanto esperava ser atendido pelo diretor. c) Um participante interviu na discussão do tema,apresentando contribuição significativa. d) O funcionário repôs o livro na estante após uma consulta. e) O profissional requereu sua inscrição em um concurso público. 21. (Oficial De Transportes – TJ - OFFICIUM) Assinale a frase em que todas as formas verbais estão corretamente empregadas. a) Tu ouviste quando ela contou que Liane trouxe uma barraca? b) Tu ouviu quando ela contou que Liane trosse uma barraca? c) Tu ouvistes quando ela contou que Liane trouxe uma barraca? d) Tu ouviu quando ela contou que Liane trousse uma barraca? e) Tu ouviste quando ela contou que Liane trousse uma barraca?

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22. (Oficial de Transportes – TJ – OFFICIUM) As formas aquece , era e olhávamos (trecho abaixo) estão empregadas, respectivamente, nos tempos A neve caindo aquece o meu coração. Era horário de trabalho e as pessoas entravam e saíam dos edifícios. E nós também olhávamos para o céu com os olhos daquele menino... a) presente – pretérito e presente b) pretérito – presente e pretérito c) presente – pretérito e pretérito d) pretérito – pretérito e presente e) presente – presente e pretérito 23. (Oficial Escrevente – FAURGS) Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas com traço continuo das linhas abaixo. Todo espaço de memória promove um ato de lembrar, o qual _____ estar associado a um ato de esquecimento. Não _____ a Semana da Consciência Negra, em novembro, não teríamos maiores reflexões nesse sentido. Afinal, não seria de se esperar que a cidade -_____ pontilhada de referências à Justiça e aos indivíduos responsáveis por ela? a) costuma – seja – esteja b) costumasse – seja – estivesse c) costuma – fosse – estivesse d) costumasse – fosse – estivesse e) costuma – fosse – esteja Essa política, a multiplicidade lingüística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram da África dificultaram a formação de núcleos solidários que retivessem o patrimônio cultural africano, incluindo-se aí a preservação das línguas 24. (UFRGS) Dentre as sugestões de substituição da forma verbal retivessem , assinale a que acarretaria mudança no significado da frase original. a) retiveram b) teriam retido c) pudessem reter d) permitiriam reter e) reteriam

25. (UFRGS) Entre as substituições propostas abaixo, assinale a que acarretaria mudança de significado na frase respectiva. É como se Abdul dissesse aos que podiam entendê-lo, ou seja, aos ocidentais presentes: não sou todo daqui, minha tribo não resume inteiramente minha humanidade (...) Não acredito que a frase de Abdul fosse uma artimanha oportunista. É provável que ela manifestasse uma dolorosa contradição de fundo. Por um lado, há a vontade de defender o que, desde sempre, constitui uma espécie de essência: a devoção, a fidelidade exclusiva à tribo; por outro, há a sedução da Alemanha, para onde já fora o amigo. Qual é a força dessa sedução? Será que está apenas na abundância de bugiganga? Ultimamente, tem-se levantado o espectro da retomada do conflito entre o Islã e a cristandade. a) dissesse por estivesse dizendo b) fosse por tenha sido c) constitui por tem constituído d) fora por tinha ido e) tem-se levantado por levantara-se VERBOS 01. E 06. C 11. C 16. A 21. A 02. C 07. E 12. B 17. D 22. C 03. C 08. A 13. C 18. C 23. C 04. B 09. B 14. D 19. E 24. A 05. B 10. C 15. D 20. C 25. E

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VERBOS FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS

1. Empregou-se de acordo com o padrão culto escrito a forma grifada em: a) Quando eu reaver o que me foi cobrado indevidamente, farei uma doação a esse projeto social. b) Esses papeizinhos amarelos marcam as páginas mais importantes do relatório. c) Ela confirmou que, se lhe convir, ela entrará no processo junto com todo o grupo. d) Os abaixos-assinados que circularam na empresa foram entregues à imprensa hoje pela manhã. e) Se, no documento, ele requisesse somente o que lhe era de direito, teria seu pedido deferido. 2. Que não se propague o temível exemplo de motim organizado ... O emprego da forma verbal grifada confere à frase a idéia de a) desejo de que a ação se realize. b) dúvida a respeito de um fato real. c) certeza da realização de um fato futuro. d) finalidade de uma ação presente. e)) explicação de um fato passado. 3. ... não venham a fazer parte de uma triste rotina. Há uma afirmação INCORRETA a respeito do verbo grifado na frase acima em a) a forma de infinitivo do verbo é vir . b) a forma empregada no texto é a de presente do subjuntivo. c) no futuro do indicativo a forma correta é virá . d) a forma do presente do indicativo, 3a pessoa do singular, é vem . e) a mesma forma de presente do indicativo, no plural, é vêem . 4. Está correto o emprego da forma verbal sublinhada na frase: a) Ser jovem já não constitue vantagem, na luta por um emprego. b) Se o empregador não opor obstáculo ao jovem, este poderá ganhar experiência. c) As experiências que os pais reteram serão contestadas pelos filhos. d) A exigência de experiência anterior obstrui o caminho de muitos jovens. e) Quando se desfazerem de seus preconceitos, os empresários contratarão os jovens. 5. Está correta a articulação entre os tempos verbais na frase: a) Seria preferível que os empregadores dêem mais atenção aos jovens. b) Para que sua liberdade venha a ser afirmada, os jovens terão de experimentar novos caminhos.

c) À medida que se vão confrontando com os valores dos pais, os filhos tinham sentido a necessidade de afirmar os seus próprios. d) Espera-se que a futura geração não vá enfrentar as mesmas dificuldades que se imporiam à geração passada. e) Talvez nunca se tenha desprestigiado tanto a sabedoria dos ancestrais quanto viesse a ocorrer a em nossa época. 6. A frase totalmente de acordo com a norma padrão da língua escrita é: a) Ele requereu que o setor central na indústria da cultura, o cinema, revisse suas práticas, e chegou a pôr sob suspeição métodos que têm suscitado críticas de especialistas. b) Nem todos quizeram se manifestar, mas os que o fizeram assinalaram o excesso de passivo e a dificuldade de superar a crise, se não sobrevirem boas oportunidades. c) Se os agentes da cultura não se comporem para evitar os riscos de menosprezo da cultura expontânea, por ceticismo em relação àquilo que ela cria, muito se perderá definitivamente. d) Repuseram a questão de forma a exigir uma análize profunda de seus vários ítens, mas, quando se chegou à tocar no processo de produção cinematográfico, a exitação foi grande. e) Muitos maus-entendidos teriam sido evitados, se alguns tivessem pesquisado melhor a questão e houvessem reconhecido que o projeto contêm 7. Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas na frase: a) Se todos se detessem mais do que um instante, um sonho seria mais que um sonho. b) Como nunca te conviu sonhar, deduzo que sejas feliz. c) O cronista provê de sonhos sua vida, ainda que sejam fugazes. d) De onde proviram as gravatas, que se ostentam tão vaidosamente? e) Ah, se retêssemos por mais tempo os sonhos que valham a pena sonhar... 8. Os tempos verbais estão adequadamente articulados na frase: a) As mulheres muito lutariam para que possam ter seus direitos respeitados. b) Esses valores se instituíram na prática, e só muito depois houveram sido formalizados. c) Firma-se o senso do que é justo à proporção que passassem os anos. d) São de se elogiar as alterações apresentadas pelo Código que recentemente se lançou. e) Coube às mulheres lutar para que sejam reconhecidos os direitos que lhes negássemos.

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9. Antes que se ...... reformas, os técnicos de inspeção ...... a recursos que porventura ...... a faltar. a) propossem - ativeram-se - vierem b))propusessem - ativeram-se - vierem c) propusessem - ateram-se - virem d) propossem - ativeram-se - virem e) propusessem - ateram-se - vierem 10. ...... que isso ...... falta, ...... grande estoque de material. a))Sabendo - iria fazer - compraríamos b) Soubéssemos - fizesse - comprássemos c) Sabendo - fazendo - iríamos comprar d) Sabíamos - fosse fazer - compraremos e) Saberíamos - fosse fazer - íamos comprar 11. Os tempos e modos verbais estão corretamente articulados na frase: a) Foi um contra-senso interpretativo quando afirmáramos que o princípio da soberania absoluta do povo terá origem em Rousseau. b) Seria um contra-senso interpretativo se afirmássemos que o princípio da soberania absoluta do povo teve origem em Rousseau. c) Será um contra-senso interpretativo se afirmássemos que o princípio da soberania absoluta do povo haverá de ter origem em Rousseau. d) É um contra-senso interpretativo quando afirmávamos que o princípio da soberania absoluta do povo tem tido origem em Rousseau. e) É um contra-senso interpretativo quando afirmarmos que o princípio da soberania absoluta do povo tinha origem em Rousseau. 12. Estão corretos o emprego e a forma do verbo sublinhado na frase: a) São grandes os esforços que o complexo pensamento de Rousseau sempre requereu de seus intérpretes. b) Advêem de Rousseau as principais formulações sobre a soberania política do povo. c) A teoria de Rousseau ainda hoje contribue para a análise das relações entre o homem e a natureza. d) Os ingênuos seguidores de Rousseau não se deteram na complexidade de seu pensamento. e) Em seu tempo, Rousseau interviu radicalmente na formação do pensamento democrático. 13. As formas verbais estão corretamente flexionadas na frase: a) Se convirmos em que os fins justificam quaisquer meios, justificar-se-ão até mesmo as maiores atrocidades. b) Quem não exclui os meios anti-éticos em sua conduta inclui a perfídia e a deslealdade como recursos possíveis.

c) A menos que distinguamos entre o bem e o mal, não haverá como aferir a qualidade ética dos nossos atos. d) Atos éticos nunca adviram de meios anti-éticos, segundo o que assevera a autora do texto. e) Eles pressuporam que elas agiriam eticamente, mas os fatos que adviram provaram o contrário. 14. Está correta a flexão de todos os verbos da seguinte frase: a) Tudo o que advir de uma experiência esotérica sempre obterá, da parte dos cientistas, a atenção e o cuidado de uma verificação objetiva. b) Os profissionais da quiromancia ou da numerologia não apreciam os consulentes que regateam na hora do pagar o que lhes é pedido. c)) Quando diz que um cientista se "inspira", o autor sugere que ele intui um caminho, que ele se provê de confiança para considerar uma hipótese objetiva. d) O esoterismo obstrue o caminho da ciência; a cada vez que manter os incautos distantes das práticas científicas, estará propagando o irracionalismo. e) É explicável que creamos em práticas esotéricas, pois elas nos fornecem imediatamente explicações mirabolantes para todos os mistérios. 15. ... os índios também poderiam fugir dos clichês... (final do 1o parágrafo) Os índios brasileiros ainda lutam pelo reconhecimento pleno de seus direitos, contra nossos preconceitos, porque muita gente acha que eles devem corresponder aos nossos modelos, como, por exemplo, ser ecologicamente corretos. Em outras palavras, para serem aceitos em suas diferenças, seriam menos livres. Mas, se a liberdade é o valor supremo do ser humano, os índios também poderiam fugir dos clichês, incluindo os ecológicos. O emprego da forma verbal grifada na frase acima introduz no contexto a) a certeza da realização de um fato, no presente ou no futuro. b) o desejo de que a ação se realize, no presente ou no futuro. c) a impossibilidade de que a ação se realize no futuro. d) uma ação continuada no passado, que se prolonga até o momento da fala. e) um fato de ocorrência possível, na dependência de certa condição.

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16. A forma verbal flexionada de modo INCORRETO está na frase: a) O mais jovem dos candidatos a vereador obteve a maioria dos votos no município. b))Sobreviram algumas dificuldades dos eleitores para votar nas urnas eletrônicas. c) O presidente da mesa diretora interveio na escolha dos concorrentes à eleição municipal. d) Os participantes da assembléia geral propuseram novas medidas de segurança no prédio. e) Apesar de muitas, as explicações do candidato não satisfizeram as exigências do Tribunal. 17. É adequada a articulação entre os tempos verbais na frase: a) O adolescente poderia e devesse ser punido pelo que faria de errado, mas a sanção precisava ter caráter predominantemente educativo. b) A pergunta estava nas ruas: não teria sido o caso de que venha a se reduzir a maioridade penal? c) Mesmo porque não é reduzindo a maioridade penal que o envolvimento de jovens em crimes terá deixado de existir. d) Seria natural que o cidadão, acuado pela obscena violência que o cercar, concorde com tudo o que soasse como solução drástica para o problema. e) Nada haveria de impedir que os bandidos passassem a recrutar um contingente mais jovem, o que, aliás, já vem ocorrendo em algumas situações. 18. Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas no contexto da frase: a) Deteriam-se os jovens infratores no caso de que visse a ser reduzida a maioridade penal, ou, pelo contrário, haveria-se de aumentar ainda mais esse tenebroso contingente? b) Tudo o que advier das medidas que se impõem no âmbito da educação concorrerá para a inclusão social desses jovens, providência que não mais se pode procrastinar. c) Inclue-se, entre as medidas a serem tomadas, a habilitação profissional dos jovens carentes, para que todos nos redimamos do abandono a que os vimos relegando. d) Os delitos dos jovens não provêem do nada; enraízam-se no solo fértil da criminalidade, num país em que tantas vezes o delinqüente impune vira astro da mídia. e) A menos que se refrêem as ações dos bandidos adultos, os jovens desamparados haverão de encontrar arrimo em quem os alicie para as práticas criminosas.

19. ... que abrigue contradições. (11a linha do 1o parágrafo) No entanto, a justa pressão social pela diminuição dos assombrosos índices de violência e criminalidade não pode dar margem a um atabalhoado processo de mudança das leis penais, que abrigue contradições, inconstitucionalidades e até efeitos contrários ao que se pretende. A forma verbal grifada na frase acima indica a) probabilidade, dentro de certas condições. b) fato real, num tempo presente. c) ação concreta, em relação a um tempo futuro. d) ação futura, em relação a um tempo passado. e) finalidade, tendo em vista uma situação anterior. 20. Todas as formas verbais estão adequadamente flexionadas na frase: a) Os jovens que proviram do Sudão assustar-se-ão com a quantidade de casuísmos a que deverão se submeter em sua nova experiência de vida. b) Por vezes, uma comparação da nossa cultura com a de outros povos restitue-nos o desejo de uma sociedade em que nada obstrui o caminho natural da justiça. c) Se viajar de avião já constitui, para essa leva de jovens, uma experiência assombrosa, imagine-se o assombro deles quando haverem de entrar em contato com nossas leis. d) Em suas tribos, os jovens sudaneses entretiam-se com as práticas da vida concreta, sem a preocupação de atentarem para intermináveis códigos de leis casuísticas. e) Deveríamos agir segundo valores com os quais reouvéssemos o sentido do que é social, e não sob a pressão de códigos que advieram de uma progressiva indigência moral. 21. Está correta a flexão de todas as formas verbais da frase: a) Caso não se detessem nas questões formais, os responsáveis pelo julgamento de Amina não teriam satisfazido as expectativas internacionais. b) Toda mulher que manter uma relação amorosa fora do casamento será submissa ao rigor da lei islâmica. c) As leis nigeriana provêem da tradição islâmica, e jamais se absteram de observar os rígidos postulados desta. d) Se a Anistia e outros órgãos internacionais não intervissem no caso de Amina, não havia o que contivesse o ânimo punitivo do tribunal nigeriano. e) Não se propusessem os formadores de opinião pública a intervir no caso de Amina, é quase certo que a ela se imporia a pena de morte por apedrejamento.

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22. Considere as seguintes frases: I. Amina já foi condenada em duas instâncias quando, finalmente, obtivera a absolvição na corte islâmica de apelações, que reviu seu caso. II. À medida que a Anistia Internacional e outros órgãos iam exercendo cada vez mais pressão sobre o caso, a corte islâmica sentira-se pressionada. III. Nem bem foi anunciada a absolvição de Amina e a opinião pública internacional expressou seu regozijo, conforme se pôde observar pelos noticiários da Internet. A relação entre os tempos verbais mostra-se adequada APENAS em a) I e II b) II e III c) I d) II e) III 23. Está correta a articulação entre os tempos verbais na seguinte frase: a) Afirma o autor que as reflexões que desenvolveu ao longo do texto haveriam de lhe ocorrer à época do último carnaval. b) Se o carnaval pagão pudesse ter mantido todas as suas primitivas características, talvez tenhamos um exemplo de liberdade absoluta. c) É preciso que, tão logo surjam ameaças à nossa liberdade, nos valhamos das leis para garantir nosso direito ao pleno exercício dela. d) Se não houvesse qualquer autoridade, mesmo os anarquistas mais convictos acabarão por constituir alguma forma de ordenação. e) As normas serão rigorosamente seguidas pelos participantes do desfile, mas nem por isso empanaram o brilho do espetáculo. 24. Estão corretas ambas as formas verbais sublinhadas na frase: a) Caso as normas não intervissem em nossas práticas sociais, destruir-nos-íamos uns aos outros. b) Se não nos atêssemos a nenhuma norma, prejudicarmos-nos-íamos a nós mesmos. c) É necessário que se disponhe de normas justas, para que a autoridade detenha uma forma aceita de poder. d) Caso não nos conviesse obedecer a um mínimo de normas, qualquer uma delas seria rechaçada tão logo se impusesse. e) Quem se dispor a acompanhar um desfile carnavalesco, dar-se-á conta de que ele cumpre um rigoroso regulamento.

25. Está inteiramente adequada a pontuação do seguinte período: a) Poucos imaginam entre os turistas estrangeiros: que assistindo ao desfile carnavalesco estão presenciando um espetáculo – cuja euforia se assenta, sobre regras bem estabelecidas. b))Poucos imaginam, entre os turistas estrangeiros, que, assistindo ao desfile carnavalesco, estão presenciando um espetáculo cuja euforia se assenta sobre regras bem estabelecidas. c) Poucos imaginam, entre os turistas estrangeiros, que assistindo ao desfile carnavalesco, estão presenciando um espetáculo cuja euforia, se assenta sobre regras bem estabelecidas. d) Poucos imaginam – entre os turistas estrangeiros – que assistindo ao desfile carnavalesco estão presenciando um espetáculo cuja euforia, se assenta sobre regras bem estabelecidas. e) Poucos imaginam entre os turistas estrangeiros que, assistindo ao desfile carnavalesco estão, presenciando, um espetáculo cuja euforia se assenta: sobre regras bem estabelecidas. 26. ... que possa garantir a vida na Terra. (final do texto) O verbo empregado nos mesmos tempo e modo em que se encontra a forma grifada acima está na frase: a) ... que a Terra suporta? b) ... as estimativas variaram entre ... c) ... afirma o geógrafo Álvaro Luiz Heidrich. d) ... a população da Terra cresceu mais de 40 vezes ... e)) ... que em 2050 tenhamos 9,3 bilhões de pessoas ... 27. Estão corretas as duas formas verbais sublinhadas na frase: a)) Se não nos convierem os exercícios intensos, abdiquemos deles. b) Quando uma experiência conter um risco, é preciso que a evitemos. c) Há pessoas que não se detém nem mesmo diante do que fatalmente lhes trará malefícios. d) Para que não soframos com o excesso de ginástica, é preciso que nos instruemos acerca dos riscos que representam. e) Quando havermos de colher os frutos da nossa imprudência, arrepender-nos-emos.

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28. Estão corretos o emprego e a articulação dos tempos verbais na frase: a) Seria preciso que evitemos os excessos da ginástica. b) Melhor teria sido se evitamos os exercícios mais intensos. c) O ideal seria que os evitássemos, para que nada viéssemos a sofrer. d) A menos que os evitamos, haveremos de sofrer. e) Mesmo sabendo que sofrerão com eles, há sempre os que não os evitassem. 29. Se você ...... de voltar, mas não ......, com segurança, ...... a hora, telefone-me. a) tiver - poder - prever b) tiver - puder - prever c) ter - puder - prever d) tiver - poder - previr e) ter - puder - previr 30. Informaram-nos de que talvez ...... a licença se a ...... a tempo. a) obtêssemos - tivéssemos requerido b) obtemos - requisermos c) obtenhamos - requerermos d) obteríamos - requiséssemos e) obtivemos - requerêssemos 31. Uma política que favoreça as exportações... (5º parágrafo) O uso da forma verbal grifada acima introduz na frase a noção de a) fato concreto. b) hipótese. c) continuidade. d) repetição. e) necessidade. 32. Ambas as formas verbais grifadas estão corretas na frase: a) Agentes econômicos receiavam a instabilidade do mercado e se ateram a poucas transações comerciais, naquele dia. b) Advieram alguns prejuízos para certos candidatos, enquanto outros se beneficiaram com os acordos entre vários partidos políticos. c) Alguns candidatos indisporam-se contra as normas do debate, considerando que dispunham de pouco tempo para falar. d) O Tribunal Regional Eleitoral interviu na discussão entre os partidos e manteve a decisão de impugnar a candidatura solicitada dias antes. e) Os coordenadores preveram o surgimento de alguns problemas e proporam-se a corrigir os rumos da campanha, para melhorar seu resultado.

33. As principais tecnologias necessárias para que essa revolução aconteça já existem ... (2º parágrafo) O uso do modo em que se encontra a forma verbal grifada na frase acima indica a) um fato passado. b) um fato concreto atual. c) uma possibilidade futura. d) uma ação habitual, repetitiva. e) uma ordem exata. 34. I. ... ele compõe a água II. ... que compõem os átomos III. ... que o pico da produção mundial ocorrerá ainda nesta década. Os verbos das frases I e II passarão ao mesmo tempo e modo, respectivamente, do verbo da frase III em: a) comporá e comporam. b) compora e comporam. c) compora e compuserão. d) comporá e comporão. e) comporá e compuseram. 35. Está correta a flexão de todas as formas verbais da frase: a) Quem se deter por muito tempo diante de um monitor, envolver-se-á de tal modo com o mundo virtual que o sobreporá ao mundo real. b) Os jovens se entreteram tanto com o computador que nem se deram conta das horas que já haviam transcorrido. c) Dizendo que não quer que ninguém se imisque em sua vida, o jovem tranca-se no quarto, para acessar a Internet e se pôr a navegar. d) Sobreveio-lhe uma forte irritação, mas conteve-se e abriu a porta com calma, pedindo ao jovem que cessasse a navegação. e) Os prejuízos que advirem do uso abusivo do computador não serão compensados pelas eventuais vantagens de que o usuário se beneficiou. 36. Por maiores que sejam os armamentos nacionais, eles não geram a segurança militar para nenhum país, nem garantem a manutenção da paz. Alterando-se os tempos das formas verbais sublinhadas, mantém-se uma adequada articulação temporal na seguinte seqüência: a) fossem - gerariam - garantiriam b) venham a ser - geram - garantiriam c) tenham sido - gerarão - garantissem d) fossem - geraram - garantiriam e) venham a ser - tinham gerado - garantido

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37. O emprego e a articulação dos tempos verbais estão inteiramente adequados na frase: a) Conviria que você venha nos visitar apenas na semana que vem, quando já não estaríamos preocupados com o vestibular que fizermos na próxima terça-feira. b) Mal aportou, o navio fora submetido a uma rigorosa inspeção da alfândega, em virtude da suspeita da carga contrabandeada que talvez ele trouxe em seus porões. c) Não me parece justo que você vem agora argumentar com razões que até ontem jamais invocou, revelando um oportunismo que já seja tão conhecido. d) Na próxima semana iremos estar atendendo a sua solicitação, estaremos lhe telefonando para comunicar a decisão final da empresa. e) Tão logo saibamos o resultado do teste a que você ontem se submeteu, entraremos em contato, para não prolongar a agonia de sua expectativa. 38. Está correta a flexão de todas as formas verbais na frase: a) É preciso que eles refrêem seu ódio, caso contrário sobrevirão conflitos ainda mais graves do que os da semana passada, quando eles não conteram seus impulsos. b) Caso os leitores de poesia se detessem mais a cada verso, a cada imagem, haveriam de se surpreender com os inesperados encantos que aprouve ao poeta cultivar. c) O editor-chefe, diante da escandalosa matéria que fora apurada pelo repórter, interveio imediatamente e reteve todo o material, a fim de o submeter ao presidente da empresa. d) Os prejuízos financeiros que advirem dessa operação desastrada serão minuciosamente contabilizados, para que, no futuro, se recaírem sobre nós pesadas acusações, tenhamos como nos defender. e) Tudo o que nos caber decidir será decidido, mas para isso fazer-se-á necessário obter, se não a totalidade dos votos, um mínimo de consenso entre os que se disporem a participar do simpósio.

39. A forma verbal indicada entre parênteses deverá flexionarse obrigatoriamente no plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: a) A tantos amores ...... (CONFIAR) meu destino que trago o coração desencontrado. b) Caso não lhe ...... (VIR) a parecer oportunas essas medidas, tome você mesmo as que achar mais convenientes. c) Tão intenso é o medo que as ...... (PÔR) em pânico que suspeito seja ele inteiramente encenado. d) Nem mesmo o despeito exagerado que há em todos eles ...... (DEVER) estimular em nós qualquer reação negativa. e) Caso não nos ...... (OCORRER), naquelas horas tardias, buscar o auxílio de um caçador, jamais encontraríamos o caminho de volta. 40. Está inteiramente adequada a articulação entre os tempos verbais na seguinte frase: a) Predadores não sentirão a menor culpa a cada vez que matarem uma presa, pois sabem que sua sobrevivência sempre dependerá dessa atividade. b) Se predadores hesitassem a cada vez que tiveram de matar uma presa, terão posto em risco sua própria sobrevivência, que depende da caça. c) Nunca faltarão exemplos que deixassem bem claro o quanto é fácil que nos viessem a associar aos animais, em nossas ações “desumanas”. d) Por trás dessas ações assassinas sempre houve um motivo simples, que estará em vir a preservar uma determinada espécie quando se for estar transmitindo o material genético. e) Ao paralisar a lagarta com veneno, a vespa terá depositado seus ovos nela, e as larvas logo se alimentariam das entranhas da lagarta, que nada poderá ter feito para impedi-lo.

I. GABARITO FCC 01. B 02. A 03. E 04. D 05. B 06. A 07. C 08. D 09. B 10. A 11. B 12. A 13. B 14. C 15. E 16. B 17. E 18. B 19. A 20. E 21. E 22. E 23. C 24. D 25. B 26. E 27. A 28. C 29. B 30. C 31. B 32. B 33. C 34. D 35. D 36. A 37. E 38. C 39. B 40. A

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farás fut. do pres. do ind. Fizéssemos pret. Imp. do subj. ventava pret. Imp. do ind. viu pret. Perf. do ind. devia pret. Imp. do ind. andaria fut. do pret. do ind. amemos pres. do subj. ou imp. afir. arrumarás fut. do pres. do ind. faça pres. do subj. ou imp. afir. vimos pret. Perf. do ind do verbo VER ou pres. do ind. Do verbo VIR andarmos fut. do subj. andara pret. Mais-que-perf. do ind. abraçarão fut. do pres. do ind. abraçara pret. Mais-que-perf. do ind. disséssemos pret. Imp. do subj. íamos pret. Imp. do ind. fizera pret. Mais-que-perf. do ind. amarrou pret. Perf. do ind. fingirão fut. do pres. do ind. menti pret. Perf. do ind. coubera pret. Mais-que-perf. do ind. falasse pret. Imp. do subj. fizermos fut. do subj. Sublinhe a forma correta: 1. Elas se mantiveram- manteram... 2. Todos reviram- reveram... 3. Eu intervi- intervim... 4. Se Paulo propor, propuser... 5. Se eles detiverem- deterem... 6. Ontem ele interveio- interviu... 7. Se eles perfizessem- perfazessem... 8. Ela se entreteve- entreteu... 9. eles têm intervindo- intervido... 10. Se tu desdizeres- desdisseres... 11. eu me manti- mantive... 12. Quando eu rever- revir a obra... 13. Se ela se contivesse- contesse... 14. Quando tu repores- repuseres... 15. Sobrevieram- sobreviram imprevistos... Complete as frases com os verbos entre parênteses: Conjugue os verbos abaixo no presente do indicativo , nas seguintes pessoas: a) eu passeio, ele passeia e eles passeiam ( passear) b) eu anseio, ele anseia e eles anseiam (ansiar) c) eu medeio, ele medeia e eles medeiam (mediar) d) eu premio, ele premia e eles premiam (premiar) e) eu magoo, ele magoa e eles magoam (magoar)

f) eu creio, ele crê e eles creem (crer) g) eu ponho, ele põe e eles põem (pôr) h) eu proponho, ele propõe e eles propõem (propor) i) eu possuo, ele possui e eles possuem (possuir) j) eu tenho, ele tem e eles têm (ter) l) eu vejo, ele vê e eles veem (ver) n) eu prevejo, ele prevê e eles preveem (prever) o) eu rio, ele ri e eles riem (rir) p) eu venho, ele vem e eles vêm (vir) q) eu intervenho, ele intervém e eles intervêm (intervir) r) eu leio, ele lê e eles lêem (ler) s) eu adiro, ele adere e eles aderem (aderir) 2) Dê o presente do indicativo e o pretérito perfeito do indicativo: a) Eu mobílio e mobiliei (mobiliar) b) Eu caibo e coube (caber) c) Eu quero e quis (querer) d) Eu requeiro e requeri (requerer) e) Eu faço e fiz (fazer) f) eu tenho e tive (ter) g) eu mantenho e mantive (manter) h) eu vejo e vi (ver) i) eu provejo e provi (prover) j) eu distingo e distingui (distinguir) k) eu pulo e poli (polir) l) eu venho e vim ( vir) m) eu vou e fui (ir) n) eu sou e fui (ser) o) eu hei e houve (haver) p) eu ajo e agi (agir) q) eu trago e traguei (tragar) r) eu trago e trouxe ( trazer) 3) Conjugue os verbos abaixo na primeira pessoa do singular do presente e do futuro do subjuntivo, conforme o modelo: Crer - que eu creia e quando eu crer a) aguar - que eu ágüe e quando eu aguar b) averiguar - que eu averigúe e quando eu averiguar c) pôr - que eu ponha e quando eu puser d) valer - que eu valha e quando eu valer e) poder - que eu possa e quando eu puder f) conter - que eu contenha e quando eu contiver g) ver - que eu veja e quando eu vir h) vir - que eu venha e quando eu vier i) saber - que eu saiba e quando eu souber j) dizer - que eu diga e quando eu disser

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4) Complete as lacunas abaixo, flexionando os verbos indicados no presente do indicativo: a) creem b) vêm c) tem d) vem e) releem f) veem g) mantém h) detém i) leem j) contêm 5) Quais frases estão corretas? (aproveite para corrigir as erradas) a) Quando você vir a escola, vire à direita. b) Quando você vier ao colégio,não esqueça o livro de português. c) Se você tiver tempo, averigúe ainda hoje se os alunos obtiveram os boletins. d) Se impusermos nossas idéias e não revirmos nossas concepções não chegaremos a bons resultados. e) Ela crê, eles não crêem; ela vê,eles não vêem; opostos em tudo, têm apenas essa mesma oposição como liame. f) Conforme previra o advogado, não convieram ao presidente as condições de contrato. g) Se houvesse intervindo mais cedo, talvez contivesse os ânimos h) Se eu puserr o verbo no plural, errarei. i) Pela presente circular,vimos informá -lo sobre as reformas. j) O diretor interveio na reunião. k) Não volte enquanto ele não repuser o dinheiro.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS O CONTEXTO

AFIRMAÇÃO x INFERÊNCIA

SENTENÇA CORRETA

É óbvio que nenhum país, mesmo dos mais evoluídos, pretende que seus habitantes sejam socialmente iguais, mesmo porque as potencialidades e o espírito de luta de cada um, fatores importantes para a ascensão social, variam muito. Quando dizemos, portanto, que a igualdade é uma das características essenciais do regime democrático, referimo-nos à igualdade de direitos, graças à qual o indivíduo pode concorrer com seu semelhante a qualquer função social indiscriminadamente.

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SEGUNDO O TEXTO: a) Ao nos referirmos às características de um regime democrático, temos de mencionar, necessariamente, a igualdade social como uma delas. b) Não basta dar ao indivíduo apenas o direito de concorrer com o outro; é preciso proporcionar-lhe, também, educação e oportunidade. c) Jamais haverá uma comunidade cujos indivíduos sejam socialmente iguais. d) Todo país em que os indivíduos não forem iguais perante a lei não pode ser considerado democrático. e) Somente nos países democráticos as potencialidades e o espírito de luta de cada um são variáveis.

A imaginação criadora que, sob o nome de fantasia, se constitui numa peculiaridade da infância e de boa parte da juventude é uma das atividades mais nobres e fecundas da mente humana. Nem seria preciso lembrar que ela é um dos processos fundamentais do desenvolvimento da inteligência. Cabe-lhe responder não apenas pelos mais belos triunfos da arte, mas também pelos grandes achados da ciência. Desestimulá-la é, pois, secar a fonte da poesia, tolher o homem de viajar além de suas limitações naturais e, talvez, estancar o progresso.

a) Sem limitar a imaginação e a fantasia, não é possível desenvolver a inteligência, a qual, por sua vez, é a base dos grandes achados científicos. b) A imaginação criadora é a mais fecunda atividade da mente humana. c) A fantasia é uma peculiaridade exclusiva da infância. d) Infelizmente, o progresso tem colaborado, através da invenção dos psicotrópicos, para estimular boa parte da juventude a viagens que a levam, ilusoriamente, acima de suas limitações naturais. e) Tolher a fantasia infantil é matar a fonte do senso poético. TESTES Texto 1

Em toda parte, o verdadeiro criador da cultura não é o ambiente físico; é o homem, com seus valores indestrutíveis. A roupagem externa da cultura, sua expressão original, esta sim é determinada pela paisagem natural.

De acordo com o texto a) O homem não consegue destruir seus valores, nem o ambiente que o cerca pode mudar-lhe a personalidade b) É o ambiente físico que determina os valores indestrutíveis do ser humano. c) O homem não consegue esquivar-se da influência do meio em que vive: os valores humanos são profundamente alterados por ele. d) As peculiaridades regionais são o reflexo da invariabilidade dos valores humanos. e) É o homem que cria a cultura, ainda que essa, externamente, guarde as marcas do ambiente físico.

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Texto 2

A sociedade tecnológica prescinde, por definição, dos grandes homens. Ela precisa, realmente, de homens condicionados, capazes de responder, por via de reflexos, às exigências de sua dinâmica.

De acordo com o texto a) A sociedade tecnológica, que é muito dinâmica, prescinde dos grandes homens, porque esses são muito passivos e, portanto, não possuem reflexos condicionados. b) Os grandes homens não conseguem compreender a dinâmica da sociedade tecnológica, razão por que ela os relega a segundo plano. c) Quanto mais previsíveis forem os homens, menos eles interessam à sociedade tecnológica. d) A sociedade tecnológica requer homens submissos à sua rígida organicidade. e) A sociedade tecnológica necessita de homens criativos, exigentes, com reflexos rápidos e com espírito crítico. Texto 3

Muito cedo compreendi que, quando uma personagem toma o freio nos dentes e dispara, deixando-me para trás, é porque está muito viva. Dou-lhe carta de alforria e começo a divertir-me com as surpresas que seu comportamento me proporciona.

De acordo com o texto a) O romancista diverte-se com as tentativas de sua personagem em livrar-se do seu freio. b) Muitas vezes, o romancista sente suas personagens como seres independentes e surpreende-se com suas ações. c) O autor liberta suas personagens, para poder divertir-se com o comportamento delas. d) O autor liberta sua personagem quando sente que conseguirá freá-la. e) As personagens nada têm do seu autor: cedo, todas elas pedem carta de alforria. Texto 4

Procurando analisar com imparcialidade meus romances anteriores, eu percebia o quão pouco, na sua essência e na sua existência, eles tinham a ver com o Rio Grande do Sul. Tendiam para um cosmopolitismo sofisticado, que me levara a descrever a provincianíssima Porto Alegre de 1934 como uma metrópole tentacular e turbulenta que recendia a gasolina queimada e asfalto

De acordo com o texto a) A Porto Alegre retratada naqueles romances não tinha personalidade própria: era apenas uma grande metrópole. b) O autor preferia que a sua Porto Alegre fosse atualmente uma metrópole provinciana. c) O autor encarava então sua terra com parcialidade, como se ela tivesse usos e costumes particulares. d) A Porto Alegre verdadeira daquela época era uma metrópole que se desenvolvia em todas as direções e nada tinha de particularmente gaúcho. e) O autor acha que a Porto Alegre de 1934 era uma cidade única no mundo, devido a sua peculiaridade de metrópole tentacular.

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Atenção: As questões de números 01 a 5 baseiam-se n o texto apresentado abaixo.

O governo inglês divulgou recentemente o que é até agora o mais detalhado estudo sobre custos e riscos econômicos do aquecimento global e sobre medidas que poderiam reduzir as emissões de gases do efeito estufa, na esperança de evitar algumas de suas piores consequências. Ele deixa claro que o problema não é mais se podemos nos dar ao luxo de fazer algo sobre o aquecimento global, mas sim se podemos nos dar ao luxo de não fazer nada.

Esse relatório propõe uma agenda que custaria apenas o equivalente a 1% do consumo mundial, mas evitaria riscos que custariam cinco vezes mais. Os custos são mais altos do que em estudos anteriores porque levam em conta que o processo de aquecimento é bastante complexo e não-linear, com a possibilidade de que possa ganhar ritmo muito mais alto do que se imaginava, além de ser muito maior do que o previsto anteriormente. O estudo talvez esteja subestimando significativamente os custos: por exemplo, a mudança do clima pode fazer desaparecer a Corrente do Golfo – de particular interesse para a Europa – e provocar doenças.

Já em 1995 havia sinais evidentes de que a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera tinha aumentado acentuadamente desde o início da era industrial, de que a atividade humana contribuíra significativamente para esse aumento e de que ele teria efeitos profundos sobre o clima e o nível dos mares. Mas poucos previram a rapidez com que a calota de gelo do Ártico parece derreter. Mesmo assim, alguns sugerem que, já que não estamos seguros da extensão do problema, pouco ou nada devemos fazer. A incerteza deve, porém, levar-nos a agir hoje mais resolutamente, e não menos.

Um efeito global pode ser enfrentado com uma mudança tributária globalmente consensual. Isso não quer dizer aumento geral de tributação, mas simplesmente a substituição em cada país de algum imposto comum por outro, específico, sobre atividades poluidoras. Faz mais sentido tributar coisas más do que coisas boas, como a poupança e o trabalho. A boa notícia é que há muitas formas pelas quais melhores incentivos poderiam reduzir as emissões. Mudanças de preços que mostrem os verdadeiros custos sociais da energia extraída de combustíveis fósseis devem estimular inovação e conservação. Pequenas alterações práticas, multiplicadas por centenas de milhares de pessoas podem fazer uma enorme diferença. Por exemplo, plantar árvores em volta das casas ou mudar a cor de telhados em clima quente, para que reflitam a luz do sol, podem produzir uma grande economia na energia consumida pelo ar condicionado. Só temos um planeta e devemos cuidar dele. O aquecimento global é um risco que simplesmente não podemos mais ignorar. (Adaptado de Joseph E. Stiglitz. O Globo , Opinião, 19 de novembro de 2006) 1. A ideia central do texto encontra-se na (A) preocupação com os altos custos sociais que estão embutidos na energia obtida de combustíveis fósseis, em todo o planeta. (B) proposição de uma necessária ação efetiva consensual no sentido de reduzir práticas que alimentem o aquecimento global. (C) defesa da criação de impostos, especificamente sobre combustíveis fósseis, no sentido de diminuir seu consumo em alguns países. (D) constatação, cada vez mais evidente, de que o nível dos mares continua subindo, em virtude das alterações climáticas em todo o globo. (E) previsão de medidas a serem tomadas, em todo o planeta, para finalmente deter o ritmo em que se amplia o aquecimento global. 2. ... se podemos nos dar ao luxo de fazer algo sobre o aquecimento global, mas sim se podemos nos dar ao luxo de não fazer nada. (1º parágrafo) É correto inferir da afirmativa acima que ela a) explicita, por ideias opostas entre si, o desacordo existente entre cientistas e as pessoas comuns, quanto às terríveis consequências do aquecimento global. b) indica, de maneira irônica, a irresponsabilidade de alguns estudiosos que propõem o abandono de medidas destinadas a reduzir o efeito estufa. c) esclarece, por meio de um trocadilho, o impasse criado no mundo todo pelos altos custos de estudos anteriores, de poucos resultados. d) conclui, de forma pessimista, por uma posição comodista a respeito da inutilidade da ação humana quanto aos efeitos do aquecimento global. e) contém, num jogo de palavras, uma crítica à ausência de providências objetivas e eficazes para controlar o efeito estufa.

Tribunal de Justiça/RS 147

3. Identifica-se relação de causa e consequência, respectivamente, entre as frases: a) ... e sobre medidas que poderiam reduzir as emissões de gases do efeito estufa, na esperança de evitar algumas de suas piores consequências. b) Esse relatório propõe uma agenda que custaria apenas o equivalente a 1% do consumo mundial, mas evitaria riscos que custariam cinco vezes mais. c) Mas poucos previram a rapidez com que a calota de gelo do Ártico parece derreter. d) ... já que não estamos seguros da extensão do problema, pouco ou nada devemos fazer. e) A incerteza deve, porém, levar-nos a agir hoje mais resolutamente, e não menos. 4. Considere o 4º parágrafo do texto. A frase que constitui um argumento utilizado pelo autor na defesa de sua proposta é: a) Um efeito global pode ser enfrentado com uma mudança tributária globalmente consensual. b) Isso não quer dizer aumento geral de tributação, mas simplesmente a substituição em cada país de algum imposto comum por outro, específico, sobre atividades poluidoras. c) Faz mais sentido tributar coisas más do que coisas boas, como a poupança e o trabalho. d) A boa notícia é que há muitas formas pelas quais melhores incentivos poderiam reduzir as emissões. e) Por exemplo, plantar árvores em volta das casas ou mudar a cor de telhados em clima quente, para que reflitam a luz do sol, podem produzir uma grande economia na energia consumida pelo ar condicionado. 5. – de particular interesse para a Europa – (2º parágrafo) Os travessões isolam, no contexto, a) esclarecimento da importância da afirmativa anterior. b) enumeração de fatos recorrentes. c) repetição enfática de um termo anterior. d) oposição necessária ao exemplo anterior. e) especificação de um termo técnico no contexto.

148 Tribunal de Justiça/RS

LegislaçãoLegislação

Tribunal de Justiça/RS 185

MATÉRIA ADMINISTRATIVA E DE ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

CONSOLIDAÇÃO NORMATIVA JUDICIAL

DA AÇÃO DISCIPLINAR

DA RESPONSABILIDADE FUNCIONAL

Art. 53 – O servidor da Justiça será responsável pela ação ou omissão que praticar e, solidariamente, os respectivos auxiliares pelos atos praticados nos serviços de seu cargo ou função.

Art. 54 – Nenhum servidor poderá exercer suas funções fora da Comarca, Município ou Distrito designado no título de nomeação.

Art. 55 – O servidor deverá residir na Comarca onde for classificado e dela não poderá se ausentar sem ser substituído e sem licença do Diretor do Foro.

Art. 56 – É dever do servidor manter discrição sobre os serviços a seu cargo, abstendo-se de comentar a matéria constante dos processos e papéis forenses bem como o comportamento dos Juízes, agentes do Ministério Público, servidores, partes ou seus procuradores.

Art. 57 – Constitui obrigação do servidor tratar com atenção as partes, esclarecendo-as sobre o andamento dos feitos, auxiliar o Juiz no desempenho de sua missão, tratar e se fazer tratar com respeito, atender com urbanidade os advogados e membros do Ministério Público, zelando pelo prestígio do cargo da Justiça.

Art. 58 – É defeso ao servidor, durante as horas de expediente e nos locais de trabalho, exercer política partidária, bem como, por qualquer forma,

intermediar, insinuar ou indicar patronos às partes que os devam constituir.

DOS DEVERES

Art. 59 – Em casos de urgência, os servidores são obrigados a atender às partes a qualquer hora, ainda que fora dos auditórios e Cartórios.

Art. 60 – No decurso do expediente do Foro, os servidores não podem, salvo para cumprir diligências, afastar-se dos respectivos Cartórios ou ofícios que devem permanecer abertos durante os horários prescritos, sujeitos os infratores às penalidades previstas em lei.

Art. 61 – Os servidores devem atender à prorrogação do expediente de qualquer Cartório ou ofício quando determinado pelo Juiz, bem como praticar aos sábados, embora não haja expediente, os atos indispensáveis à ressalva de direitos.

Art. 62 – Além dos deveres comuns a todos os funcionários do Estado, os servidores da Justiça têm o dever especial de exercer com zelo e dignidade as funções que lhes são atribuídas em lei, obedecendo as ordens de seus superiores hierárquicos, cumprindo a lei e observando fielmente o regimento e instruções sobre custas.

Art. 63 – Ao servidor, com relação aos serviços da Justiça, cumpre:

I – permanecer em seu local de trabalho todos os dias úteis durante as horas de expediente;

II– exercer pessoalmente suas funções, só podendo afastar-se do cargo em gozo de licença ou férias ou para exercer tarefa de interesse público relevante;

ComputadorFeliz
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186 Tribunal de Justiça/RS

III– facilitar às autoridades competentes a inspeção em seu ofício;

IV– não admitir que escreventes e demais auxiliares de seus Cartórios sejam testemunhas instrumentais dos atos que lavrarem;

V – dar às partes, independente de pedido, recibo discriminado de custas e cotar, nos autos do processo, nos livros ou papéis que fornecer, a quantia recebida, parcela por parcela, correspondente a cada ato realizado.

Art. 64 – É vedado usar impressos do Poder Judiciário para fins pessoais, salvo para requerimento administrativo de direito funcional assegurado em lei.

Art. 65 – O servidor é obrigado a entregar à parte, ainda que esta não o solicite, recibo discriminado das custas.

§ 1º – O recibo incluirá as despesas de condução, quando devidas, com especificação dos quilômetros rodados.

§ 2º – Os talonários utilizados serão arquivados no Cartório ou Ofício da Justiça durante 05 (cinco) anos.

§ 3º – É vedado a qualquer servidor judicial o recebimento ou manipulação de dinheiro ou valores das partes ou interessados nos processos, ressalvadas as hipóteses do art. 331 do CPP e do art. 118, § 1º, do COJE.

Art. 66 – Os pedidos de remoção ou permuta, de aposentadoria dos titulares de cartórios judiciais privatizados e de reversão para o regime estatizado somente serão deferidos, em definitivo, uma vez comprovadas as quitações dos respectivos contratos de trabalho e das correspondentes obrigações previdenciárias.

DAS PENAS E SUA APLICAÇÃO

Art. 67 – A ação disciplinar visa ao regular funcionamento da Justiça mediante aplicação da lei em geral e, em especial, do Estatuto dos Servidores da Justiça e demais normas de disciplina e organização judiciária.

§ 1º – Aplicam-se ao regime disciplinar administrativo a técnica e os princípios da penalística, bem como os direitos e garantias do

sistema processual penal, nomeadamente o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa, o direito ao silêncio, o princípio da fundamentação, a presunção de inocência, o indubio pro acusado, e o princípio do non bis in idem, entre outros.

§ 2º – A Corregedoria-Geral da Justiça deverá ser informada de todo procedimento administrativo disciplinar. Deverá ser enviada cópia da portaria, conforme modelo publicado na INTRANET.

MODELO DE OFÍCIO SUGERIDO AOS JUÍZES DE DIREITO

INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO DISCIPLINAR

§ 3º – O Serviço de Cadastro da Corregedoria-Geral da Justiça manterá um sistema computadorizado de registro e controle dos processos administrativos, sindicâncias e demais procedimentos disciplinares instaurados, inclusive prazos e resultado final.

Art. 68 – Os servidores da Justiça estão sujeitos às seguintes penas disciplinares:

I – advertência;

II – censura;

Senhor Corregedor-Geral:

Pelo presente, comunico a Vossa Excelência a instauração de procedimento disciplinar em tramitação nesta Vara/Comarca, conforme dados a seguir:

a) número do registro:

b) nome do servidor:

c) data da instauração da ação disciplinar:

d) natureza do procedimento (processo administrativo, sindicância, averiguação...):

e) breve descrição do fato investigado:

Cordiais saudações.

Juiz de Direito

Tribunal de Justiça/RS 187

III – multa;

IV – perda de vencimentos e tempo de serviço;

V – suspensão até sessenta dias;

VI – demissão;

VII – demissão a bem do serviço público.

Art. 69 – Será aplicada pena:

I – de advertência, por escrito, nos casos de negligência;

II – de censura, na falta de cumprimento dos deveres funcionais, em virtude de ato reiterado de negligência ou de procedimento público incorreto ou indecoroso, desde que a infração não seja punida com pena mais grave;

III – de multa, nos casos previstos no Estatuto dos Servidores da Justiça e nas leis processuais;

IV – de perda de vencimentos e de tempo de serviço, pelo reiterado retardamento dos feitos e correspondente aos dias excedidos;

V – de suspensão, quando a falta for intencional ou de natureza grave, bem como nos casos de reincidência em falta já punida com censura e ainda nas hipóteses previstas nos arts. 642 e 799 do CPP;

VI – de demissão, nos seguintes casos:

a) abandono de cargo ou ausência de serviço, respectivamente, por mais de trinta dias consecutivos ou de sessenta alternados, por ano, sem licença da autoridade competente;

b) recebimento de quaisquer vantagens em dinheiro ou não, nos feitos em que funcionarem, além daquelas que lhes sejam devidas pelas partes;

c) indisciplina ou insubordinação reiteradas;

d) referência injuriosa, caluniosa ou difamatória à Justiça, às autoridades públicas, às partes ou a seus advogados;

e) aplicação de mais de duas suspensões transitadas em julgado no decurso de doze meses;

f) violação de segredo de justiça;

VII – de demissão a bem do serviço público, nos casos de:

a) procedimento irregular, falta grave ou defeito moral que incompatibilize o servidor para o desempenho do cargo;

b) incontinência pública escandalosa, vício de jogos proibidos ou embriaguez habitual;

c) condenação à pena privativa de liberdade por crime cometido com abuso de poder ou violação de dever inerente à função pública;

d) condenação, por outro crime, à pena de reclusão por mais de dois anos ou de detenção por mais de quatro.

§ 1º – O servidor que, sem causa justa, deixar de cumprir os prazos e formalidades legais ficará sujeito às penas de advertência, censura ou multa, conforme a gravidade do prejuízo causado à Justiça; no caso de reincidência, aplicar-se-á a pena de perda de vencimentos e tempo de serviço.

§ 2º – O servidor que descumprir as obrigações trabalhistas e previdenciárias de seus empregados por ocasião da permuta, remoção ou aposentadoria voluntária incidirá em falta grave, prevista no art. 757, V, da Lei nº 5.256/66.

Art. 70 – O servidor punido com pena de suspensão perderá, durante o período de execução, os direitos e vantagens decorrentes do exercício do cargo exceto metade de seus vencimentos.

§ 1º – A suspensão preventiva não implicará nenhum desconto a título de vantagem pecuniária.

§ 2º – Transitada em julgada a pena de suspensão, dar-se-á ciência da mesma ao servidor punido, iniciando-se daí o seu cumprimento.

§ 3º – Na execução da pena de suspensão, o Diretor do Foro expedirá portaria para fins de desconto de metade dos vencimentos e perda de efetividade, mencionando o período da suspensão no mapa de freqüência a ser enviado ao Departamento de Recursos Humanos. O Serviço de Cadastro também será informado do período de cumprimento da suspensão.

188 Tribunal de Justiça/RS

§ 4º – Os dias de suspensão preventiva, para efeitos de desconto de vencimentos e detração, serão considerados na execução da pena.

Art. 71 – A pena de demissão somente será imposta com fundamento em processo administrativo, assegurados o contraditório e a ampla defesa, ou em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

Art. 72 – São competentes para a aplicação das penas:

I – O Conselho da Magistratura, nos casos de demissão;

II – O Corregedor-Geral, os Juízes-Corregedores, o Diretor do Foro ou seu substituto legal, nos casos de advertência, censura, multa, perda de vencimentos e tempo de serviço e de suspensão;

III – O titular da Vara ou seu substituto legal, nos casos previstos no inciso anterior, exceto a pena de suspensão.

Art. 73 – Toda pena imposta a servidor será comunicada à Corregedoria-Geral da Justiça para anotação na ficha funcional, com cópia da portaria instauradora do procedimento disciplinar, narrativa sucinta dos fatos ou faltas funcionais imputadas ao servidor, certidão do trânsito em julgado e, se for o caso, a data do início do cumprimento da pena de suspensão.

§ 1º – A comunicação da imposição de penalidade só será encaminhada após o trânsito em julgado da decisão, conforme modelo localizado na INTRANET, na seção do Manual do Procedimento Administrativo Disciplinar.

MODELO DE OFÍCIO SUGERIDO AOS JUÍZES DE DIREITO

CONCLUSÃO DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR

§ 2º – A instauração de sindicância ou de processo administrativo, bem como a suspensão preventiva do servidor serão anotadas na ficha funcional com indicação do número do processo, número e data da portaria, enquadramento legal, autoridade que a assina e período de suspensão. Com o trânsito em julgado da decisão que aplica a punição, será completada a anotação, indicando-se a autoridade que proferiu a última decisão administrativa, a pena, o fundamento legal e a data do trânsito. Se a decisão definitiva for de improcedência ou reconhecer a prescrição, com arquivamento do expediente, a anotação inicial será cancelada, ficando apenas a informação na ficha completa, de uso interno.

Anotações:

Senhor Corregedor-Geral:

Pelo presente, juntando cópia da decisão final, comunico a Vossa Excelência o julgamento do procedimento disciplinar instaurado nesta Vara/Comarca, conforme dados a seguir:

a) número do registro:

b) nome do servidor:

c) data da instauração:

d) natureza do procedimento disciplinar (processo administrativo, sindicância, averiguação...):

e) breve descrição do fato investigado:

f) decisão (procedente, improcedente, arquivamento, prescrição...):

g) penalidade imposta e fundamentação legal:

h) data do trânsito em julgado da decisão e do início do cumprimento da pena de suspensão, quando aplicada:

Cordiais saudações.

Juiz de Direito

Tribunal de Justiça/RS 189

§ 3º – A pena de multa deverá ser cumprida mediante comunicação do Juiz de Direito à Presidência, através do Departamento de Recursos Humanos – Folha de Pagamento, para o desconto devido.

DA SINDICÂNCIA

Art. 74 – Cabe sindicância:

I – como preliminar do processo administrativo, nos casos de demissão, quando a falta não se revelar evidente;

II – como condição para imposição das penas de advertência, censura, multa, perda de vencimentos e tempo de serviço e de suspensão;

III– para apuração e esclarecimento de fatos noticiados à autoridade judiciária ou por conhecimento de ofício que denotem ilícito funcional com ou sem autoria conhecida.

Art. 75 – A sindicância, como condição de sanção disciplinar administrativa, deve ser instaurada mediante portaria, contendo a qualificação do imputado, a exposição dos fatos que fundamentam o libelo acusatório e o pedido de aplicação de pena disciplinar certa e determinada, e estar instruída, desde logo, com as provas documentais cabíveis, nos termos da lei processual, bem como arrolar as demais provas a serem produzidas.

Art. 76 – O magistrado designará dia e hora da audiência de instrução, debates e julgamento e ordenará a citação do indiciado, dando ciência da imputação mediante cópia da portaria e do direito de constituir defensor.

Art. 77 – Aberta a audiência, será dada a palavra ao indiciado ou ao defensor técnico (advogado), quando houver, para fins de defesa preliminar. Se não for o caso de absolvição ou de confissão da culpa, o procedimento seguirá com a oitiva das testemunhas arroladas na portaria e as testemunhas arroladas pelo sindicado, interrogando-se este a seguir, se presente, passando-se imediatamente a palavra ao indiciado ou ao advogado por 10 (dez) minutos para alegações finais e encaminhamento à prolação da decisão.

Parágrafo único - Ao sindicado é facultado provar suas alegações por todos os meios de prova, podendo arrolar no máximo 3 (três) testemunhas até 5 (cinco) dias antes da audiência de instrução e julgamento.

Art. 78 – Nos casos omissos, aplicam-se as normas do Processo Administrativo (arts. 83 a 87, CNJ).

Art. 79 – A sindicância poderá ser feita por Juiz de Direito ou Pretor.

Art. 80 – Nas Comarcas dotadas de duas ou mais Varas, a atribuição de realizar sindicâncias relativamente aos servidores competirá também aos Juízes com jurisdição nas Varas correspondentes.

Art. 81 – O Corregedor-Geral da Justiça poderá delegar aos Juízes titulares de Comarcas com duas ou mais Varas, a atribuição de realizar sindicâncias em serventias Notariais e de Registros, facultado distribuir entre esses Juízes, de preferência anualmente, os serviços sobre os quais desempenharão tais atividades.

Art. 82 – Concluída a sindicância, o sindicante fará à autoridade que o nomeou relatório circunstanciado com possível solução. Se instaurado o procedimento de ofício, decidirá as hipóteses de sua competência com cópia da decisão à Corregedoria, ou a submeterá à apreciação superior, se vislumbrar incidência de penalidade mais elevada.

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Art. 83 – O processo administrativo será instaurado:

I – obrigatoriamente, quando a falta possa determinar a aplicação das penas de demissão;

II – facultativamente, quando for o caso de imposição de pena de suspensão até 60 dias.

Art. 84 – O processo administrativo será realizado, na Comarca da Capital, preferentemente por Juiz-Corregedor e, nas Comarcas do interior, pelo Juiz que for designado, com primazia ao que estiver em exercício na Direção do Foro.

190 Tribunal de Justiça/RS

Art. 85 – A instauração do processo administrativo compete ao Conselho da Magistratura, ao Corregedor-Geral da Justiça e aos Juízes-Corregedores.

Parágrafo único – A instauração do processo administrativo ou judicial impede a exoneração, a pedido, enquanto não reconhecida a inocência do servidor ou não cumprida a pena que não importe em demissão.

Art. 86 – O processo administrativo seguirá os atos, termos e prazos dos arts. 776 a 789 da Lei Estadual nº 5.256/66, em resumo:

I – a portaria iniciadora do processo descreverá os fatos e designará o Juiz processante;

II – recebidos os autos, o Juiz processante designará servidor para exercer as funções de secretário;

III – designará dia e hora para a audiência inicial onde procederá ao interrogatório do indiciado;

IV – expedirá mandado de citação do indiciado, fazendo constar o resumo do fato a apurar, o direito de constituir defensor e de arrolar testemunhas em número não superior a cinco, bem como o dia e hora da audiência de interrogatório;

V – não sendo encontrado o indiciado ou ignorando-se o seu paradeiro, a citação far-se-á por edital com prazo de 10 (dez) dias, inserto duas vezes no Diário Oficial;

VI – achando-se o indiciado ausente do lugar em que corre o processo, será citado via postal com aviso de recebimento, juntando-se aos autos o comprovante;

VII – não comparecendo o indiciado, o processo seguirá à revelia com defensor nomeado pelo Juiz processante;

VIII – interrogado, terá o indiciado o prazo de 02 (dois) dias para requerer diligências, produzir prova documental e arrolar testemunhas;

IX – o Juiz processante dará defensor habilitado ao indiciado que não o constituir, observando-se sempre o contraditório e o exercício de ampla defesa;

X – o Juiz processante, ao tomar conhecimento de argüições novas contra o indiciado, colherá as provas, facultando as contraprovas de defesa;

XI – encerrada a instrução, o indiciado terá vista dos autos em mãos do secretário, por 03 (três) dias, para apresentação de razões;

XII – findo o prazo, o Juiz apresentará o relatório circunstanciado e parecer no prazo de 05 (cinco) dias, remetendo os autos à Corregedoria;

XIII – a ficha funcional do indiciado constará dos autos;

XIV – o Juiz processante poderá determinar a produção de provas que entender necessárias, inclusive pericial.

Art. 87 – O Corregedor-Geral da Justiça poderá avocar as sindicâncias ou processos administrativos, em qualquer fase de processamento, a pedido ou de ofício, designando Juiz processante para apurar as faltas disciplinares, colher as provas e aplicar as penalidades, se competente.

DA SUSPENSÃO PREVENTIVA

Art. 88 – O Corregedor-Geral da Justiça, a pedido do Juiz processante ou de ofício, poderá ordenar a suspensão preventiva do servidor indiciado, até 90 (noventa) dias, se a permanência no exercício da função possa prejudicar as investigações.

§ 1º – Igual competência é conferida aos Juízes-Corregedores, submetido o ato à decisão definitiva do Corregedor-Geral.

§ 2º – A suspensão preventiva não implicará desconto dos vencimentos, salvo adicionais de insalubridade, de periculosidade, do auxilio condução e da verba pela função gratificada. Esta última será devolvida quando do processo não resultar punição.

§ 3º – No caso de suspensão preventiva de serventuário submetido ao sistema privativo de custas em que a designação para substituição recaia sobre outro serventuário submetido ao mesmo sistema, cada um terá direito à metade da receita líquida auferida pela serventia.

Tribunal de Justiça/RS 191

§ 4º – Uma vez aplicada a pena em definitivo, e após o seu trânsito em julgado, a Direção do Foro

também comunicará ao Departamento de Recursos Humanos e à Corregedoria o número de dias de suspensão, os quais corresponderão aos primeiros da suspensão preventiva.

Art. 89 – A suspensão poderá ser prorrogada.

DOS RECURSOS

Art. 90 – Das decisões disciplinares do Corregedor-Geral e dos Juízes-Corregedores caberá recurso para o Conselho da Magistratura.

Art. 91 – O Corregedor-Geral ou os Juízes-Corregedores conhecerão, em grau de recurso, das decisões disciplinares dos Juízes de 1ª instância.

Art. 92 – O prazo para recorrer é de 05 (cinco) dias contados da data em que o servidor tiver conhecimento da decisão.

Art. 93 – O recurso será interposto mediante petição fundamentada à autoridade julgadora.

Art. 94 – Os recursos terão efeito suspensivo, podendo a autoridade, em casos especiais, recebê-lo com efeito meramente devolutivo, justificando à instância superior as razões da exceção.

Art. 95 – O recurso da decisão impositiva de pena disciplinar é privativo do servidor punido.

Art. 96 – Em juízo de retratação, se a decisão for mantida, o recurso será encaminhado à autoridade competente no prazo de 05 (cinco) dias.

DO CANCELAMENTO DAS PENALIDADES

Art. 97 – As penas de multa, advertência, censura e suspensão, aplicadas aos servidores da Justiça, serão automaticamente canceladas após 10 (dez) anos, contados do trânsito em julgado, se o servidor não tiver praticado outra nova infração disciplinar ou penal.

Art. 98 – O cancelamento da penalidade não gera efeitos retroativos.

DA PRESCRIÇÃO

Art. 99 – A ação disciplinar prescreverá em:

I – 06 (seis) meses, quanto à advertência ou censura;

II – 12 (doze) meses no caso de suspensão ou multa;

III – 18 (dezoito) meses nos casos de abandono de cargo ou faltas sucessivas ao serviço;

IV – 24 (vinte e quatro) meses, quanto às infrações puníveis com cassação de aposentadoria ou disponibilidade, e demissão.

§ 1º – O prazo de prescrição começa a fluir a partir da data do conhecimento do ato por superior hierárquico.

§ 2º – A prescrição interrompe-se pela instauração da sindicância ou do processo administrativodisciplinar, considerando-se o registro da Portaria .

§ 3º – Fica suspenso o curso da prescrição:

I – enquanto não resolvida, em outro processo de qualquer natureza, questão prejudicial da qual decorra o reconhecimento de relação jurídica, da materialidade de fato ou de sua autoria;

II – a contar da emissão do relatório de sindicância, quando este recomendar aplicação de penalidade, até a decisão final da autoridade competente;

III – a contar da emissão do relatório, pela autoridade processante, até a decisão final da autoridade competente.

§ 4º - A prescrição, depois de transitada em julgado a decisão administrativa, regular-se-á pela sanção aplicada e verificar-se-á de acordo com os prazos fixados no caput.

Art. 100 – Quando as faltas constituírem, também, crime ou contravenção, a prescrição será regulada pela lei penal (Lei nº 10.098/94).

192 Tribunal de Justiça/RS

DO ESTÁGIO PROBATÓRIO

Art. 103 – Os servidores da Justiça, admitidos mediante concurso, são considerados estáveis após 03 (três) anos de efetivo exercício, não podendo ser demitidos senão através de processo administrativo ou judicial.

§ 1º – O estágio probatório dos servidores judiciais é o período de 02 (dois) anos de exercício, durante o qual será apurada a conveniência ou não de sua confirmação, mediante a verificação dos seguintes requisitos:

a) idoneidade;

b) disciplina;

c) assiduidade;

d) contração ao trabalho;

e) eficiência;

f) discrição;

g) fidelidade.

§ 2º – Na contagem não será levado em conta o tempo de serviço prestado em outro cargo, mesmo se nele o servidor houver adquirido estabilidade, salvo quando se tratar de remoção ou aproveitamento de servidor em disponibilidade.

§ 3º – O acompanhamento direto do estágio dos servidores subordinados a Escrivão Judicial será feito por este; dos demais, pelo Juiz Diretor do Foro.

§ 4º – Na Corregedoria-Geral da Justiça será centralizado o serviço relativo ao estágio probatório dos servidores, sob a coordenação dos Juízes-Corregedores de cada região, com o auxílio de Coordenadores de Correição.

§ 5º – Os Coordenadores de Correição prestarão serviços de apoio, instrução, orientação, fiscalização e controle da atividade dos estágios.

§ 6º – Os responsáveis pelo acompanhamento do estágio enviarão quadrimestralmente, à Corregedoria-Geral, relatório circunstanciado sobre o desempenho funcional do estagiário, referente aos requisitos do §1º deste artigo, com o visto do Juiz Diretor do Foro, se não for ele o Relator.

§ 7º – Os relatórios serão reunidos em expediente, ao qual se juntarão os dados sobre o estágio de preparação ao exercício das funções do cargo e demais anotações funcionais relevantes.

§ 8º – 180 (cento e oitenta) dias antes do término do prazo do estágio, o responsável pelo seu acompanhamento enviará relatório geral sobre o desempenho do servidor, opinando sobre a conveniência ou não da confirmação, com o visto do Juiz Diretor do Foro, se não for ele o Relator.

§ 9º – A Corregedoria-Geral, no prazo de 30 (trinta) dias, emitirá parecer motivado, concluindo pela permanência ou não do servidor.

§ 10 – Se o parecer for contrário à confirmação, dele será dada vista ao estagiário pelo prazo de 15 (quinze) dias, para o exercício de sua defesa e juntada das provas de que dispuser.

§ 11 – Imediatamente, o expediente será submetido à apreciação do Presidente do Tribunal de Justiça.

§ 12 – Se a decisão do Presidente for contrária à confirmação, expedir-se-á o ato de exoneração.

§ 13 – Se o Presidente decidir pela permanência do servidor, a confirmação não dependerá de ato algum.

Art. 104 – Todo servidor judicial, logo após tomar posse e entrar em exercício nas funções do seu cargo, será submetido a estágio preparatório obrigatório, individual ou em grupos pelo prazo mínimo de 07 (sete) dias, junto a um Cartório previamente indicado pela Corregedoria-Geral da Justiça, na Comarca em que irá atuar, se possível e conveniente, ou em Comarca próxima e assemelhada a sua.

§ 1º – Durante o estágio acima aludido, será obedecido programa previamente elaborado pela Corregedoria-Geral da Justiça, que será executado pelo titular do Cartório em que o estágio for efetuado, sob a supervisão do Juiz Diretor do Foro respectivo.

Anotações:

Tribunal de Justiça/RS 193

§ 2º – Findo o estágio, o responsável pelo Cartório remeterá à Corregedoria relatório sobre a execução do programa, com aprovação do Diretor do Foro, atribuindo um conceito à atividade do participante, dentre os seguintes: excelente, bom, regular e insuficiente.

§ 3º – Caso o participante receba o conceito insuficiente, terá que submeter-se a novo estágio em outro Cartório.

§ 4º – Os dados relativos ao estágio serão incluídos no processo sobre a efetivação do servidor.

§ 5º – Para o fim da instauração do estágio preparatório, o Serviço de Cadastro dos Servidores Judiciários encaminhará ao Corregedor-Geral a nominata dos servidores nomeados, com a data da publicação do ato.

§ 6º – Os serviços relativos ao estágio, na Corregedoria-Geral da Justiça, serão coordenados por um Juiz-Corregedor, com a colaboração de um Coordenador de Correição.

DOS IMPEDIMENTOS E INCOMPATIBILIDADES

Art. 115 – Nenhum servidor da Justiça poderá funcionar juntamente com o cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o 3º grau:

I – no mesmo feito ou ato judicial;

II – na mesma Comarca ou distrito, quando entre as funções dos respectivos cargos existir dependência hierárquica.

§ 1º – Igual impedimento verificar-se-á quando o procurador de alguma das partes ou o agente do Ministério Público estiver, para com o Escrivão do feito, na mesma relação de parentesco por consangüinidade ou afinidade.

§ 2º – As incompatibilidades previstas neste artigo não se observam entre os servidores da Justiça e seus auxiliares.

Art. 116 – Verificada a coexistência de servidores da Justiça na situação prevista neste capítulo, terá preferência em relação aos demais:

I – o vitalício;

‘II – se ambos vitalícios, o que tiver mais tempo de serviço na Comarca ou distrito;

III – se igual o tempo, o mais antigo no serviço público.

Parágrafo único – A preferência estabelecida nos incs. II e III não aproveitará aquele que tiver dado causa à incompatibilidade.

DA REMOÇÃO

Art. 192 – A remoção nos serviços da Justiça é possibilitada, exclusivamente, ao serventuário com mais de 01 (um) ano de exercício no cargo ou função de que for titular.

§ 1º – Por serviços da mesma natureza, entendem-se os desempenhados pelos servidores de uma mesma classe funcional.

§ 2º – A remoção dentro da mesma entrância preferirá à remoção-promoção.

§ 3º – Não se admitirá remoção sempre que o Ajudante Substituto estável requerer, no prazo de dez dias, a abertura de concurso.

§ 4º – É permitida a permuta entre auxiliares de ofícios da mesma natureza e entrância, com anuência dos respectivos titulares.

Art. 193 – Os pedidos de remoção ou permuta e de aposentadoria dos titulares de Cartórios judiciais que mantenham empregados somente serão deferidos, em definitivo, uma vez comprovadas as quitações dos respectivos contratos de trabalho e de suas obrigações previdenciárias.

Art. 194 – Os servidores de entrâncias inicial e intermediária, com 05 (cinco) ou mais anos de serviço no mesmo Cartório, poderão ser removidos, a pedido, para igual serventia de Comarca de entrância imediatamente superior, a critério da Presidência do Tribunal de Justiça.

Parágrafo único – Os Oficiais Escreventes e Oficiais de Justiça, com 05 (cinco) ou mais anos de serviço numa mesma entrância, poderão ser removidos, a pedido, para igual cargo na entrância imediatamente superior.

194 Tribunal de Justiça/RS

Art. 195 – Os pedidos de remoção aludidos no art. 220 e seu § 1º do COJE serão apreciados pela Presidência do Tribunal de Justiça por força do Ato de Delegação do Conselho da Magistratura contido na Resolução nº 155/95-CM.

Art. 196 – É defeso conceder remoção ou cedência aos servidores nomeados em razão de concurso local ou regional, antes de completados 02 (dois) anos de efetivo exercício no cargo para o qual foi nomeado, nos termos do art. 133, § 2º, da alínea b, desta Consolidação.

Art. 197 – Nas Comarcas em que, por motivo de aumento de número de vagas, houverem sido instalados Cartórios privativos, fica ressalvado, aos titulares das extintas serventias do cível e crime, o direito de remoção para os novos Cartórios.

Art. 198 – Quando da vacância dos Cartórios Judiciais, é admitida a reversão do respectivo sistema de custas, a critério do Conselho da Magistratura, por conveniência da Administração.

Parágrafo único – Ao Escrivão que optar pelo regime privatizado é vedado o retorno ao sistema oficializado de remuneração.

Art. 199 – Verificada a vaga, os servidores da mesma classe e entrância, dentro do prazo de dez dias, contados da data em que for publicado no Diário Oficial da Justiça o ato declaratório da vacância, solicitarão remoção ao Presidente do Tribunal de Justiça.

§ 1º – Os pedidos de remoção terão preferência em relação aos de aproveitamento.

§ 2º – No caso de criação de serviço da Justiça, o prazo previsto neste artigo começará a fluir da data da publicação do respectivo ato.

Art. 200 – A remoção será assegurada ao servidor mais antigo da classe, salvo preferência de servidor de maior mérito ou manifestação contrária da maioria absoluta do Conselho da Magistratura, tudo com base em decisão fundamentada em critérios objetivos.

§ 1º – Para aferição do mérito, além das normas estabelecidas pelo Conselho da Magistratura, tomarse-á em conta sempre a ficha funcional do servidor.

§ 2º – Os pedidos de desistência de remoção formulados após o final do prazo para a remoção serão anotados no Serviço de Cadastro da Corregedoria-Geral da Justiça e serão levados à consideração do Conselho da Magistratura em eventual futura postulação.

Art. 200-A – A remoção de servidora vítima de violência doméstica e familiar, deferida judicialmente, com arrimo no art. 9º, § 2º, inciso I, da Lei 11340/2006, pressupõe a existência de vaga e prefere a todas as demais espécies de remoção, não se sujeitando a qualquer interstício temporal.

Art. 201 – A desistência extemporânea do pedido de remoção de servidor será anotada na ficha funcional deste.

Parágrafo Único – A anotação será feita sempre que o servidor desistir do pedido de remoção após o prazo do edital, independentemente do fato de ter sido indicado.

Art. 202 – O registro não tem natureza disciplinar e visa preservar a informação, que é relevante à Administração para o caso de reiteração de pedido da mesma espécie.

§ 1º – Nesse caso, a Presidência do Tribunal de Justiça poderá adotar esta circunstância para:

a) preterir este servidor em favor de outro mais moderno, em face da ausência ou inconsistência dos motivos da desistência;

b) desconsiderá-la em função da justificativa do servidor.

§ 2º – O registro será cancelado após o decurso do prazo de 01 (um) ano, independente de pedido do servidor, ou após a denegação de um pedido fundado exclusivamente nesta circunstância.

Art. 203 – A competência para decidir pedidos de remoção-promoção e aproveitamento é delegada à Presidência do Tribunal de Justiça, por ato do Conselho da Magistratura.

Art. 204 – A publicação dos editais para provimento de cargos será automática, dada a abertura da vacância, em editais mensais, ressalvada situação emergencial e o disposto no inciso XV do art. 19 da CNJCGJ.

Tribunal de Justiça/RS 195

Art. 205 – A remoção por permuta, também admissível entre serventuários e funcionários da Justiça da mesma classe e entrância (ressalvada a excepcionalidade prevista no art. 206, parágrafo único, “e”), dependerá de parecer prévio da Corregedoria-Geral da Justiça, tomando-se em conta sempre a ficha funcional do servidor, sendo obrigatória a inscrição do interessado na bolsa de permutas.

Parágrafo único – Não será admitida a permuta quando a um dos interessados faltar menos de 05 (cinco) anos para tempo necessário à aposentadoria voluntária ou compulsória, ou quando o exame médico revelar que qualquer dos requerentes não está apto a continuar no exercício do cargo ou função pública.

Art. 206 – Fica criada bolsa de permuta entre os servidores do 1º grau, a ser controlada pela Corregedoria-Geral da Justiça, funcionando da seguinte maneira:

a) o servidor interessado no deslocamento para outra Comarca informará ao Serviço de Concursos da Corregedoria-Geral da Justiça, através da Direção do Foro, ficando cadastrado na bolsa de permuta;

b) o Serviço de Concursos controlará a possibilidade de permuta, de modo que nenhum Cartório fique com deficiência de servidor;

c) no momento da viabilização da permuta, o Serviço de Concursos submeterá os pedidos ao Corregedor-Geral;

d) o parecer referente à permuta irá ao Presidente do Tribunal de Justiça, com recurso ao Conselho da Magistratura nos mesmos moldes dos pedidos de remoção e aproveitamento.

Parágrafo único – Os requisitos para a remoção por permuta deverão ser:

b) cumprimento de dois anos de efetivo exercício no cargo para o qual foi nomeado, no caso de ser esta a primeira movimentação do servidor, e um ano nas movimentações seguintes (Lei nº 7.305/79 – art. 13, §4º, letra “b” - nova redação introduzida pela Lei nº 9.426/91);

c) inexistência da vedação do art. 685, § 1º, da Lei nº 5.256, de 02-08-66;

d) não será admitida nova movimentação do servidor antes de cumprir o prazo previsto no art. 682 da Lei nº 5.256, de 02-08-66.

e) excepcionalmente, atendendo a critérios de conveniência e interesse exclusivos e primordiais da Administração, será concedida a remoção-permuta, mesmo que um dos servidores ou os dois não tenham preenchido o requisito temporal estabelecido na alínea “b” deste parágrafo, ou pertençam a entrâncias distintas.

Art. 207 – O servidor da Justiça terá quinze dias de trânsito, com prorrogação por mais quinze, a critério do Presidente do Tribunal de Justiça, para assumir o novo serviço, sob pena de a remoção ficar sem efeito.

§ 1º – O período de trânsito é considerado como de efetivo exercício.

§ 2º – A remoção será feita às expensas do servidor que receberá os livros e arquivos do Cartório, independentemente de qualquer indenização, mediante tombamento, cujo termo constará de três vias datilografadas, visadas pelo Juiz de Direito Diretor do Foro, dirigidas uma ao arquivo do Cartório da Direção do Foro e as outras, aos interessados.

DA SUBSTITUIÇÃO

Art. 221 - A substituição que prevê a Lei Estadual nº 10579, de 17-11-1995, dependerá de designação formal, que deverá ser expedida antes do período a ser exercido pelo servidor, por intermédio de portaria do Juiz Diretor do Foro.

§ 1º - Excetuam-se as designações por licença-saúde e licença por motivo de doença familiar, ambas previstas nos arts. 738 e 739 do Estatuto dos Servidores da Justiça – Lei nº 5256/66, bem como situações excepcionais que não possam ser debitadas ao servidor, desde que justificadas na portaria pela Direção do Foro.

§ 2º - Em nenhum caso, o substituto perceberá mais de duas gratificações de substituição (Lei nº 10579/95).

§ 3º - Os ocupantes de funções gratificadas ou cargos em comissão no Primeiro Grau não terão substitutos nos seus afastamentos. Na hipótese excepcional de nomeação de outro servidor como substituto, apenas o titular da função ou do cargo comissionado receberá a gratificação respectiva.

196 Tribunal de Justiça/RS

Art. 222 – A designação de servidor para substituir outro se dará:

a) Por afastamento ou impedimento eventual do titular do cargo por prazo igual ou superior a 10 (dez) dias consecutivos e sempre que houver necessidade de sua ocupação para a boa e regular continuidade do serviço.

b) Em caso de vacância, quando necessário o imediato provimento do cargo, mediante proposta do Juiz Diretor do Foro e aprovação da Corregedoria-Geral da Justiça.

Art. 223 – Fica vedada a designação de Oficial Escrevente para substituir Oficial Ajudante quando provido este último cargo, mas o seu titular acumula as atribuições próprias com as do Escrivão.

Art. 223-A - O Escrivão exercerá, nas comarcas consideradas como de reduzido movimento, elencadas em provimento, o cargo de Distribuidor-Contador que não estiver provido, sem ônus ao Estado.

Art. 223-B - O Escrivão e o Oficial Ajudante da mesma vara não podem gozar férias no mesmo período.

Art. 223-C - Incumbe aos Oficiais Ajudantes exercer, em substituição, as funções do titular do cartório em suas faltas e impedimentos ou, no caso de vaga, até o provimento do cargo.

Parágrafo único - Os Oficiais Ajudantes podem substituir o Escrivão, o Distribuidor e o Contador Judiciário, desde que um destes esteja afastado ou impedido.

Art. 223-D - O Oficial Escrevente poderá substituir:

I – O Escrivão ou o Distribuidor-Contador, desde que não haja Oficial Ajudante ou este esteja impedido.

II - O Oficial Ajudante, se o cargo estiver vago ou o titular licenciado ou impedido por prazo igual ou superior a 10 dias, mesmo estando o Escrivão na chefia do cartório.

Parágrafo único - Quando vagos, concomitantemente os cargos de Oficial Ajudante e de Escrivão, apenas para este deverá ser designado substituto, salvo decisão fundamentada do Diretor do Foro.

Art. 223-E - Não haverá designação para substituição de Escrivão, Oficial Ajudante, Distribuidor-Contador e Oficial de Justiça, quando ocorrer afastamento ou impedimento em razão do gozo de licença-lactante ou em função de filho portador de necessidades especiais, conforme previsto no art. 127 da Lei nº 10098/94.

DAS FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES

DOS ESCRIVÃES

Art. 229 – Aos Escrivães, privativos ou não, incumbe:

I – chefiar, sob a supervisão e direção do Juiz, o Cartório em que estiver lotado;

II – escrever, observada a forma prescrita, todos os termos dos processos e demais atos praticados no juízo em que servirem;

III – atender às audiências marcadas pelo Juiz e acompanhá-lo nas diligências;

IV – Elaborar e encerrar diariamente a nota de expediente no sistema informatizado Themis1G, bem como confirmar no sistema a data da disponibilização no Diário da Justiça Eletrônico;

V – zelar pela arrecadação da taxa judiciária, custas e demais exigências fiscais e outros quaisquer valores devidos pelas partes, expedindo as guias para o respectivo depósito, diretamente pela parte ou seu procurador, em estabelecimento autorizado;

VI – preparar, diariamente, o expediente do Juiz;

VII – ter em boa guarda os autos, livros e papéis de seu Cartório;

VIII – recolher ao Arquivo Público, depois de vistos em correição, os autos, livros e papéis findos;

IX – manter classificados e em ordem cronológica todos os autos, livros e papéis a seu cargo, organizando e conservando atualizados índices e fichários;

X – entregar, mediante carga, a Juiz, Promotor ou advogado autos conclusos ou com vista;

Tribunal de Justiça/RS 197

XI – remeter à Corregedoria-Geral da Justiça, ao fim de cada mês, demonstrativo do movimento forense do seu Cartório;

XII – devolver à distribuição ou depósito os objetos encaminhados em razão de audiência, salvo se ordenada pelo Juiz sua entrega ao interessado, caso em que esta deverá ser comunicada ao depositário ou distribuidor;

XIII – fornecer certidão, independentemente de despacho, do que constar nos autos, livros e papéis de seu Cartório, bem como no banco de dados do sistema informatizado oficial, salvo quando a certidão se referir a processo:

a) de interdição, antes de publicada a sentença;

b) de arresto ou seqüestro, antes de realizado;

c) formado em segredo de justiça (CPC, art. 155);

d) penal, antes da pronúncia ou sentença definitiva;

e) especial, regulado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente;

f) administrativo, de caráter reservado;

XIV – extrair, autenticar, conferir e consertar traslados;

XV – autenticar reproduções de quaisquer peças ou documentos de processos;

XVI – manter e escriturar o livro protocolo-geral e os demais livros de uso obrigatório;

XVII – certificar, nas petições, o dia e a hora de sua apresentação em Cartório;

XVIII – realizar todos os atos que lhes forem atribuídos pelas leis processuais, por este Código e em resoluções do Conselho da Magistratura e da Corregedoria-Geral da Justiça;

XIX – fiscalizar e zelar pela freqüência e observância dos horários com relação aos demais servidores do Cartório;

XX – promover e fiscalizar a alimentação de dados ao sistema, assim como remeter os autos ao Distribuidor, independentemente de despacho, para inclusão dos dados qualificativos das partes que não possam ser lançados pelo cartório;

XXI – prestar informações verbais, inclusive por telefone, sobre o estado e andamento dos feitos, salvo quanto aos referidos no inciso XIII, cujas informações apenas serão dadas às partes e aos seus procuradores;

XXII – Revogado.

XXIII – prestar as informações sobre o estágio probatório dos servidores do seu Cartório, na forma da Resolução nº 51/92-CM;

XXIV – receber a petição de recurso, protocolando-a no ato, acompanhada de preparo, ou entregar a 2ª via da petição recursal ao recorrente, nela consignando o valor nominal da causa e a data da distribuição da demanda, objetivando instrumentalizar o Contador para a feitura do cálculo, evitando a saída dos autos do Cartório.

XXV – fiscalizar a utilização dos crachás e elaborar e afixar quadro contendo os nomes, as funções e os horários de trabalho dos servidores e estagiários lotados no Cartório.

XXVI – Acessar diariamente a caixa de correio setorial, através da senha obtida junto ao Departamento de Informática que deverá ser compartilhada por mais de um servidor a seu critério.

XXVII - Por solicitação do exeqüente, fornecer certidão comprobatória da tramitação de execução de título extrajudicial ou de fase de cumprimento de sentença, com descrição das partes e valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, registro de veículos ou registro de outros bens sujeitos à penhora ou arresto. a certidão referente à fase de cumprimento de sentença somente será fornecida mediante petição deferida pelo juiz competente.

§ 1º – Do indeferimento das certidões referidas nas alíneas do inc. xiii caberá recurso ao corregedor-geral.

§ 2º - Quando solicitada vista/carga de autos que estejam em cartório e não sendo estes localizados de pronto, o Escrivão, a pedido da parte ou procurador, deverá entregar-lhe certidão comprovando o fato, conforme modelo, independentemente do pagamento de custas.

198 Tribunal de Justiça/RS

§ 3º - Também não será cobrada do procurador a certidão de carga de autos quando estes foram entregues indevidamente a outra parte (v.g. na fluência de prazo comum, na fluência do prazo da parte contrária).

§ 4º - Os titulares de serventias privatizadas, deverão dispor de Escrevente qualificado para atuar nas audiências e para datilografar ou digitar as sentenças e demais decisões lançadas pelos respectivos Juízes, exceto se, consideradas eventuais peculiaridades do ofício judicial ou da própria metodologia de trabalho adotada no Juizado, o magistrado expressar diversa orientação através de provimento administrativo.

COMARCA

VARA

ENDEREÇO

____________________________________________________

Processo nº:

Natureza:

Valor da Ação:

Autor:

Réu:

C E R T I D Â O: (NÃO-LOCALIZAÇÃO DE AUTOS EM

CARTÓRIO)

CERTIFICO, para fins de direito, atendendo ao pedido verbal da parte interessada, que o Dr(a) ________________________ procurador (a) da parte ________ compareceu em cartório, nesta data, e, solicitou vista/carga do processo acima mencionado não lhe sendo franqueado o acesso aos autos em face da sua não-localização na serventia.

Comarca, data.

Escrivão(ã)/ Oficial Ajudante

Cota: Nihil – Provimento 000/08 – CGJ.

COMARCA

VARA

ENDEREÇO

___________________________________________________

Processo nº:

Natureza:

Valor da Ação:

Autor:

Réu:

C E R T I D Â O: (PROCESSO EM CARGA)

CERTIFICO, usando a faculdade que me confere a lei e por haver sido pedido pela parte interessada, que, revendo em meu Cartório e as informações que constam no sistema informatizado Themis1G, verifiquei que o processo acima mencionado foi entregue indevidamente em carga para o(a) Dr(a) __________________________, procurador(a) da parte ___________________ desde a data de __________________. DOU FÉ.

Cota: Nihil – Provimento 07/08 – CGJ.

Tribunal de Justiça/RS 199

§ 5º - A incumbência determinada no inciso II, em relação à escrituração dos termos de juntada, conclusão, remessa e recebimento deverá ser substituída pela movimentação correspondente disponível no sistema informatizado THEMIS1G.

§ 6º - Excetuam-se da regra do parágrafo anterior as seguintes hipóteses:

I – a JUNTADA para aqueles atos que tenham a ele vinculada a contagem de prazo, tais como: de MANDADO DE CITAÇÃO, CARTA AR DE CITAÇÃO, AUTO DE PENHORA, CARTAS PRECATÓRIAS DE CITAÇÃO e CARTAS PRECATÓRIAS DE ATOS EXECUTIVOS (PENHORA) e MANDADOS DE INTIMAÇÃO ESPECÍFICOS e com prazo para cumprimento ou tomada de providência por parte do(a) intimando(a) ser contado da data da juntada. Também deve ser mantida a escrituração do termo de juntada de mandados e ou cartas precatórias expedidos nos feitos em que houve a concessão de liminar seguida de citação, v.g., de busca e apreensão, reintegração de posse, imissão de posse, seqüestro, arresto, etc.; haja vista que da juntada de tais mandados/precatórias devidamente cumpridos, é que fluirão os prazos contestacionais.

II - a REMESSA apenas para os casos de remessa de autos para fora do Foro da Comarca de origem, como é o caso de remessa aos Tribunais, ao DMJ e etc.

III – o RECEBIMENTO nas petições e ofícios entregues em juízo e nos feitos sentenciados com sentença de revelia. Nos demais casos o recebimento dos autos em cartório deve ser indicado pelo lançamento da movimentação “AUTOS RETORNADOS A CARTÓRIO”, disponibilizada no sistema informatizado.

Art. 230 – Quando não puder realizar intimação fora do Cartório, o Escrivão, autorizado pelo Juiz, extrairá mandado para que a diligência seja efetuada por Oficial de Justiça.

Art. 231 – O expediente administrativo do Diretor do Foro, as cartas rogatórias, as precatórias para citação, notificação, intimação e para inquirição das pessoas a quem a lei confere o privilégio de indicar local e hora para serem inquiridas, bem como a expedição de alvará de folha-corrida, serão atendidos na Comarca de Porto Alegre pelo Escrivão da Vara da Direção do Foro e, nas do interior do Estado, pelo Escrivão designado.

Art. 232 – Nas férias do Escrivão titular de Cartório Privatizado, caso o substituto seja também regido pelo mesmo sistema, este receberá a metade das custas, ficando a outra metade para o titular.

Parágrafo único – Caso o substituto seja funcionário estatizado, o titular ficará com metade das custas, sendo a outra metade recolhida ao Estado. O substituto receberá a gratificação paga pelo Estado.

DOS OFICIAIS AJUDANTES

Art. 235 – Os Oficiais Ajudantes podem, concomitantemente com o Escrivão, Distribuidor ou Contador Judiciário, praticar todos os atos do ofício.

Art. 236 – Revogado.

DOS OFICIAIS ESCREVENTES

Art. 237 – Aos Oficiais Escreventes incumbe:

I – Substituir o Escrivão ou o Distribuidor-Contador, desde que não haja Oficial Ajudante ou este esteja impedido, observando-se o disposto nos artigos 222 e 223-D desta Consolidação.

II – atuar nas audiências, digitando ou datilografando os respectivos termos;

III – digitar ou datilografar sentenças, decisões e despachos;

IV – exercer outras atribuições compatíveis que lhes forem cometidas pelo magistrado ou pelo titular da serventia;

V – auxiliar no atendimento ao público.

§ 1º – Observado o disposto no § 1º do art. 116 do COJE e nas Leis Estaduais nºs 11.441/2000 e 11.414/2000, a função de Auxiliar de Juiz ou de Pretor será exercida por Oficial Escrevente da Vara mediante indicação do respectivo magistrado titular, competindo-lhe a assessoria nas tarefas jurisdicionais cotidianas, inclusive realizando pesquisas de jurisprudência e doutrina.

200 Tribunal de Justiça/RS

§ 2º – Em se tratando de Vara/Juizado dotada de Cartório privatizado, são incompatíveis com as do cargo e função de Oficial Escrevente Auxiliar de Juiz ou Pretor (servidor público) as atribuições previstas nos incs. I e V deste artigo; contudo, em tal situação, são-lhe exigíveis as dos incs. II e III se e quando cometidas pelo respectivo magistrado, assim como as do inc. IV, unicamente quando cometidas por este, à vista do que dispõe o § 3º deste artigo.

§ 3º – Os titulares das serventias privatizadas deverão dispor de Escrevente qualificado para atuar nas audiências e para datilografar ou digitar as sentenças e demais decisões lançadas pelos respectivos magistrados, exceto se, consideradas eventuais peculiaridades do ofício judicial ou da própria metodologia do trabalho adotada no Juizado, o Juiz/Pretor expressar diversa orientação através de provimento administrativo.

§ 4º – O exercício da substituição prevista no inc. I deste artigo e o da substituição de Oficial Ajudante disciplinada no § 2º do art. 116 do COJE, não são cumuláveis com o exercício da função de que trata o § 1º deste artigo.

Art. 238 – Os Juízes no exercício da Direção do Foro, mediante portaria, poderão autorizar Oficiais Escreventes dos Cartórios judiciais estatizados a praticar atos com eficácia de fé pública.

Parágrafo único – O Juiz de Direito da Direção do Foro da Comarca de Porto Alegre poderá autorizar, mediante portaria, o Escrivão, Oficial Ajudante e Oficiais Escreventes do Serviço de Plantão do Foro Central, a praticar outros atos sem eficácia de fé pública, como assinar mandados e ofícios, com a ressalva dos atos indelegáveis.

Art. 239 – A indicação do servidor será feita pelo Juiz titular da Vara, ou o designado para jurisdicioná-la, após estudo da viabilidade e conveniência.

Art. 240 – A autorização especificará quais os atos a serem praticados.

Art. 241 – A concessão será por prazo determinado, não superior a 02 (dois) anos, podendo-se revoga-la a qualquer momento, ou prorrogá-la por idênticos períodos.

§ 1º – A prorrogação e a revogação também dependem de portaria.

§ 2º – A relotação do servidor em outro Cartório importará em revogação da autorização.

Art. 242 – Os Oficiais Escreventes autorizados prestarão compromisso legal na forma adotada para os servidores da Justiça, no livro próprio, mencionando-se os elementos essenciais da portaria (número, prazo, atos autorizados, Cartório).

§ 1º – A revogação ou a prorrogação da autorização também serão registradas, sucintamente, no livro.

§ 2º – Cópias autenticadas do termo de compromisso e das portarias de designação, prorrogação e revogação serão remetidas à Corregedoria-Geral da Justiça.

Art. 243 – Revogado.

DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA

Art. 244 – Aos Oficiais de Justiça incumbe:

I – realizar, pessoalmente, as citações e demais diligências ordenadas pelos Juízes;

II – lavrar certidões e autos das diligências que efetuarem, bem como afixar e desafixar editais;

III – cumprir as determinações dos Juízes;

IV – apregoar os bens que devam ser arrematados, assinando os respectivos autos;

V – exercer, quando designado, as funções de Oficial de Justiça da Infância e da Juventude ou Comissário de Vigilância, nos termos da Resolução nº 02/85-CM e Lei Estadual nº 13.146, de 08 de abril de 2009.

VI – cotar os valores dos atos praticados e as despesas de condução;

VII – Receber, diariamente, os mandados que lhes forem destinados. Nas comarcas sem central de mandados o oficial de justiça deverá fazer o registro do recebimento dos mandados no sistema de informática, na funcionalidade própria, nas comarcas com central de mandados o recebimento será realizado mediante assinatura da listagem emitida pela central.

Tribunal de Justiça/RS 201

VIII – Exercer outras atribuições determinadas pelo juiz.

§ 1º – O oficial de justiça poderá deixar, no endereço designado no mandado, aviso de que ali esteve, contendo o mesmo solicitação de comparecimento e indicação do foro onde poderá ser encontrado (modelo em anexo - PJ-701), em envelope devidamente fechado.

§ 2º – Quando se tratar de citação com hora certa, o oficial de justiça poderá deixar comunicado de retorno no dia imediato, na hora que designar, a fim de efetuar a citação na forma do modelo anexo, também disponibilizado na intranet do Tribunal de Justiça.

FRENTE

Art. 245 – Fica vedado aos magistrados determinarem aos Oficiais de Justiça que efetuem o transporte de presos, doentes ou adolescentes infratores em ônibus ou em seus veículos particulares.

Art. 246 - Em suas faltas e impedimentos, os Oficiais de Justiça serão substituídos segundo escala ou designações do Diretor do Foro, por outros Oficiais de Justiça. Não sendo possível a substituição de Oficial de Justiça por outro, o juiz do feito nomeará, preferencialmente, Oficial de Justiça da Infância e da Juventude, ou, na falta deste, outro servidor ad hoc para cumprimento de determinado ato, neste caso mediante compromisso específico.

202 Tribunal de Justiça/RS

§ 1º - É vedada a nomeação de Oficial de Justiça ad hoc mediante portaria.

§ 2º - Os Oficiais de Justiça também poderão substituir as funções de Oficial de Justiça da Infância e da Juventude e de Comissário de Vigilância quando designados.

Art. 246-A – Revogado.

Art. 246 -B - O Oficial de Justiça, para entrar em gozo de férias ou licença, deverá ter cumprido todos os mandados cujos prazos tenham expirado, além daqueles com audiência designada para os dez dias posteriores ao final das férias ou licença.

§ 1º - Ao iniciar o gozo, deverá o Oficial de Justiça elaborar relação de mandados e, mediante recibo nesta, repassá-los à Central de Mandados ou diretamente ao substituto, conforme a realidade de cada comarca. O Oficial de Justiça substituto, ao retorno do titular, devolverá os mandados remanescentes, também sob recibo, permanecendo para cumprimento com aqueles que lhe foram carregados durante o período de substituição.

§ 2º - Deverão ser carregados ao Oficial de Justiça substituto e por ele cumpridos igualmente todos os mandados com audiência marcada até os dez primeiros dias seguintes ao retorno do titular.

Art. 246-C - Na hipótese de deferimento de remoção de Oficial de Justiça, a definição da data inicial do trânsito fica condicionada à apresentação de relatório de mandados em carga.

§1º - O Oficial de Justiça aprovado em concurso de remoção, para entrar em gozo de período de trânsito, deverá ter cumprido todos os mandados com prazo excedido, além daqueles com audiência designada para os dez dias posteriores à data da respectiva publicação do boletim de remoção. Considera-se mandados com prazo excedido aqueles recebidos há mais de trinta dias.

§2º - O relatório será submetido à apreciação da Direção do Foro que avaliará o critério de vinculação de mandados e, sendo o caso, solicitará à Corregedoria-Geral da Justiça, condicionar o início do trânsito do Oficial de Justiça ao efetivo cumprimento do resíduo de mandado em carga com excesso de prazo.

§3º - O eventual resíduo de mandados deixados por Oficial de Justiça, será apreciado pela Corregedoria-Geral da Justiça considerando, principalmente, a urgência do provimento do cargo na comarca pretendida.

Art. 247 . Revogado.

DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE

Art. 248 – Aos Oficiais de Justiça da Infância e Juventude incumbe proceder, por ordem judicial, a todas as diligências previstas em legislação especial da Infância e Juventude, e, também, executar as determinações legais do respectivo Juiz, tais como, exemplificativamente:

I – proceder a todas as investigações relativas à criança e ao adolescente, seus pais, tutores ou encarregados de sua guarda;

II – recolher ou conduzir, quando ordenado pelo Juízo, as crianças e adolescentes abandonados ou autores de atos infracionais, levando-os à presença do mesmo;

III – vigiar as crianças e adolescentes que lhes forem indicados;

IV – fiscalizar as condições de trabalho dos adolescentes e investigar denúncias de maus-tratos infligidos aos mesmos;

V – fiscalizar as condições de locais clandestinos por estes adolescentes freqüentados ou em que estejam homiziados;

VI – cumprir, privativa e exclusivamente, os mandados oriundos dos feitos afetos ao Juizado da Infância e da Juventude, bem como quaisquer diligências, fazer pregões e exercer outras atribuições que, não definidas em lei, sejam especificadas em provimento da Corregedoria-Geral da Justiça.

Parágrafo único - Os Oficiais de Justiça da Infância e Juventude, em seus eventuais impedimentos por motivo de férias, licenças e causas diversas, serão substituídos por outros Oficiais de Justiça da Infância e da Juventude. Na ausência de outro Oficial de Justiça da Infância e da Juventude, a substituição recairá no Oficial de Justiça.

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DA CENTRAL DE MANDADOS

Art. 288 – A Central de Mandados é um sistema racionalizador da atividade dos Oficiais de Justiça e destina-se ao recebimento, distribuição, controle e devolução dos mandados judiciais.

Parágrafo único – A criação da Central de Mandados somente ocorrerá nas Comarcas de grande porte servidas por sistema informatizado, mediante solicitação do Diretor do Foro, dirigida ao Conselho da Magistratura, ouvida a Corregedoria sobre a conveniência e efetiva necessidade.

Art. 289 – Tratando-se de órgão auxiliar da Direção do Foro, compete à Central zelar pelo efetivo cumprimento dos mandados, mantendo estatísticas e relatórios de produção, no mínimo, mensais.

§ 1º – Para efeitos da distribuição dos mandados, os Oficiais de Justiça ficarão lotados junto à Central e serão designados por zona territorial, segundo escala determinada pela Direção do Foro.

§ 2º – A Direção do Foro poderá manifestar-se sobre a designação de Oficiais de Justiça para atuarem exclusivamente em determinadas Varas ou sobre a exclusão de Varas do sistema centralizado.

§ 3º – A Central de Mandados receberá em carga os mandados encaminhados pelos Cartórios e os distribuirá entre os Oficiais de Justiça através do sistema de computação de dados, mediante registros individuais (carga), observados os critérios de zoneamento.

§ 4º – A Central de Mandados fornecerá aos Oficiais de Justiça, no mínimo mensalmente, relatórios dos mandados não cumpridos no prazo, bem como afixará os relatórios mensais por período razoável.

§ 5º – Recebidos os mandados devolvidos pelos Oficiais de Justiça, a Central deverá proceder à entrega dos mesmos aos Cartórios de origem sob protocolo.

Art. 290 – Reputando necessário, o Juiz de Direito Diretor do Foro indicará servidor para exercer a chefia da Central de Mandados, a ser designado pelo Presidente do Tribunal de Justiça.

Parágrafo único – Ao Chefe da Central incumbirão todas as atribuições previstas no art. 289, competindo-lhe ainda:

I – fiscalizar o comparecimento obrigatório dos Oficiais de Justiça e demais funcionários que atuem no órgão, comunicando à Direção do Foro os casos de faltas e atrasos;

II – proceder a verificação e a periódica cobrança dos mandados não cumpridos tempestivamente, efetuando intimações para a sua devolução no prazo estipulado pela Direção do Foro ou determinado especificamente pelo juízo de origem;

III – sugerir à Direção do Foro a escala de plantão dos Oficiais de Justiça, e atender pessoalmente aos casos urgentes no impedimento eventual do plantonista;

IV – cumprir outras atribuições conferidas pela Direção do Foro.

Art. 291 – À Direção do Foro caberá, através de provimento, baixar normas complementares, em especial no que se refere ao prazo regular de cumprimento dos mandados, substituições em razão de férias e afastamentos, definição e delimitação de zonas no território da Comarca com a respectiva lotação dos Oficiais de Justiça, escala e exercício do plantão, além de outras especificações que visem à execução do disposto nesta seção.

DO REGISTRO DE MANDADOS

Art. 337 – O registro dos mandados entregues aos oficiais de justiça será realizado no sistema de informática.

Art. 338 – O escrivão deve efetivar o controle do cumprimento dos mandados e das precatórias em carga com os Oficiais de Justiça mediante consulta do relatório de mandados não devolvidos disponível no sistema de informática.

§ 1º - O controle do atraso no cumprimento dos mandados deverá ser feito mensalmente da seguinte maneira:

A) Se emita, em duas (02) vias, o relatório de mandados não devolvidos;

204 Tribunal de Justiça/RS

B) Se registre a relação no tombo de feitos administrativos, de forma individual por Oficial de Justiça, sob o título de cobrança de mandados, e como tal se autue o expediente;

C) Se entregue, em seguida, ao respectivo Oficial de Justiça, uma via da relação, mediante recibo e intimação para cumprimento e devolução dos mandados em atraso;

D) Em não havendo devolução da totalidade dos mandados no prazo de cinco (05) dias, se certifique a respeito e se façam os autos conclusos, quando o magistrado determinará e adotará as providências cabíveis, inclusive de caráter administrativo, se for o caso.

§ 2º – Nas comarcas onde houver central de mandados, o chefe da central promoverá a cobrança dos mandados não cumpridos tempestivamente, efetuando intimação para a sua devolução no prazo estipulado pela direção do foro ou determinado especificamente pelo juízo de origem.

DO EXPEDIENTE

Art. 371 – O expediente forense, em todas as Comarcas do Estado, salvo quanto aos Juizados Especiais, que obedecerão também a horário noturno, é o seguinte:

I – foro judicial:

– manhã: das 08h30min às 11h30min;

– tarde: das 13h30min às 18h30min;

II – serviços notariais e de registros:

– manhã: das 08h30min às 11h30min;

– tarde: das 13h30min às 18h.

§ 1º – O Juiz pode determinar a prorrogação do expediente de qualquer Cartório ou Ofício, quando a necessidade do serviço assim o exigir. A determinação de horário exclusivo para serviços internos dependerá de autorização do Conselho da Magistratura.

§ 2º – Excepcionalmente, por motivo de ordem pública, o Juiz poderá determinar o fechamento extraordinário do Foro, justificando a necessidade perante a Corregedoria-Geral da Justiça e

assegurando restituição dos prazos aos interessados atingidos.

§ 3º – A partir do fornecimento pela Diretoria de Recursos Humanos, será obrigatório o uso de crachá pelos servidores e estagiários.

§ 4º – Será afixado em cada Cartório, Distribuição e Contadoria um quadro contendo os nomes, funções e horários dos servidores e estagiários ali lotados.

§ 5º – Para os Serviços Notariais e de Registros, o Juiz de Direito Diretor do Foro poderá regulamentar, através de portaria, com prévia e ampla divulgação, o horário de funcionamento, diferentemente do previsto no caput, atendidas as peculiaridades da Comarca e respeitado o horário mínimo entre todos os serviços, entre 10 e 17 horas, ficando à opção do titular a adoção de horário ininterrupto, preservados os limites fixados em lei e provimento administrativo, bem como o regime de plantão do Registro Civil das Pessoas Naturais.

Art. 372 – Não haverá expediente forense aos sábados, domingos e feriados, exceto para a prática de atos indispensáveis à ressalva de direitos, dependentes de autorização judicial.

Art. 373 – São considerados feriados para os serviços judiciários de 1º grau os civis declarados em lei federal (1º de janeiro, 21 de abril, 1º de maio, 07 de setembro, 12 de outubro, 15 de novembro e 25 de dezembro), os religiosos declarados em lei municipal, em número não superior a quatro, e os forenses declarados na Lei nº 1.408 (terça-feira de carnaval, sexta-feira da paixão e 08 de dezembro), e os declarados em Ato do Tribunal de Justiça.

§ 1º – Os Juízes Diretores dos Foros do interior comunicarão à Corregedoria-Geral da Justiça os feriados religiosos declarados por lei do Município da sede da Comarca.

§ 2º – Os pontos facultativos decretados pela União, Estado ou Município não prejudicarão quaisquer atos da vida forense.

Art. 374 – Os Juízes são obrigados a cumprir expediente diário no Foro, pelo menos durante um dos turnos, designando horário para atendimento das partes.

Tribunal de Justiça/RS 205

Parágrafo único – Ao assumir o exercício de suas funções em Comarca ou Vara, o Juiz anunciará, por edital, a hora de seu expediente, procedendo da mesma forma, com antecedência de 30 (trinta) dias, sempre que entender alterá-la, comunicando, em ambos os casos, ao Corregedor-Geral da Justiça.

Art. 375 – No decurso do expediente do Foro, não podem os servidores da Justiça, salvo para cumprir diligências, afastar-se dos respectivos Cartórios ou Ofícios, que devem permanecer abertos durante os horários que lhes são prescritos, sujeitando-se os infratores a responsabilidade disciplinar.

Art. 376 – Em se tratando de casos de urgência, Juízes e servidores são obrigados a atender as partes a qualquer hora, ainda que não no prédio do Foro.

Art. 377 – O Serviço de Plantão em Comarcas do Interior, que se destina a prestar jurisdição de caráter urgente, com Vara Única, será exercido pelo Juiz que a estiver jurisdicionando e começará às 18h da sexta-feira, estendendo-se até às 18h da sexta-feira seguinte (Resolução 54/1992-COMAG – art. 1º):

I – Em Comarcas com duas Varas ou mais, o Juiz Diretor do Foro elaborará escala trimestral, ouvido(s) o(s) outro(s) colega(s), remetendo cópia à Corregedoria, no prazo máximo de 15 dias, e comunicando qualquer alteração posterior, em cinco dias (Resolução 54/1992-COMAG – art. 2º);

II – Todos os Juízes com atuação na Comarca, exceto os Pretores, deverão ser incluídos na escala referida no item anterior, independentemente da natureza de sua jurisdição, cível ou criminal (Resolução 54/1992-COMAG – art. 3º);

III – Os Juízes em regime de exceção ou substituição não farão parte do plantão quando já estiverem escalados em suas Comarcas de origem e nas Comarcas substituídas houver Juiz desimpedido (Resolução 54/1992-COMAG – art. 3º, parágrafo único);

IV – O Juiz plantonista atenderá fora do expediente forense e aos fins de semana:

a) pedidos de autorização para ingresso em casas com fins de busca, revista e reconhecimento;

b) hábeas-córpus;

c) matérias relacionadas com prisões em flagrante, provisórias e preventivas;

d) medidas cautelares preparatórias, liminares em mandado de segurança e providências em geral, defluentes da jurisdição de família e da infância e juventude;

e) outros casos que, segundo o seu prudente arbítrio, não possa aguardar a retomada do expediente, sem manifesto prejuízo à parte interessada (Resolução 601/2007-COMAG);

V – Não tendo sido localizado o Juiz plantonista, exarada certidão a respeito pelo servidor de plantão, será competente o primeiro magistrado com atuação na Comarca, inclusive em regime de substituição, que for localizado pelo interessado, o qual poderá, alternativamente, dirigir-se ao Plantão da Comarca mais próxima (Resolução 54/1992-COMAG);

VI – Os Juízes Diretores do Foro designarão, por escala, os servidores que atuarão no plantão, mediante critérios de revezamento, sempre que for possível.

VII - Incumbe ao servidor plantonista auxiliar o magistrado de plantão, receber as apresentações e colher o compromisso e o endereço atualizado de presos(as) que residam na própria Comarca e em outras comarcas, liberados em livramento condicional, nas situações de suspensão condicional do processo (art. 89, § 1º, inciso IV, da Lei 9.099/95) e da pena (art. 78, § 2º, do Código Penal), fora do expediente forense. O termo de compromisso/apresentação deverá ser encaminhado ao Juízo competente, no primeiro dia útil, para juntada ao respectivo processo, priorizando-se o envio eletrônico nos termos da Ordem de Serviço 02/2005-P (Resolução 844/2010-COMAG);

VIII – Cada semana de atuação do servidor no plantão, será compensada pela posterior dispensa de meio expediente, a ser usufruída a critério da Direção do Foro (Resolução 747/2009-COMAG);

Anotações:

206 Tribunal de Justiça/RS

IX - Será divulgado no site no Tribunal de Justiça e afixado no átrio do fórum apenas o número do telefone celular disponibilizado pelo Poder Judiciário para o contato com o servidor plantonista, respeitando-se a impessoalidade dos atos. Será enviada à Corregedoria-Geral da Justiça somente a informação de alteração do número do telefone de atendimento do plantão da Comarca, para atualização na página do Tribunal de Justiça, quando esta ocorrer (Resolução 756/2009-COMAG);

X – O servidor e o magistrado plantonista deverá acessar diariamente a caixa de correio setorial do Serviço de Plantão, através da senha obtida junto ao Departamento de Informática.

Art. 378 - O Serviço de Plantão da Comarca de Porto Alegre terá funcionamento autônomo em relação às unidades jurisdicionais e ficará situado junto ao Foro Central, devendo constar no site do Tribunal de Justiça o endereço para o acesso e o telefone para contato.

§ 1º - A partir da vigência da Resolução 698/2008 (21/08/2008), compete aos Juízes de Direito das Varas Criminais do Foro Central e dos Foros Regionais, durante o horário de expediente, conhecer das medidas de urgência de que trata o § 3º, inc. I, bem como dos pedidos referidos no inc. V.

§ 2º - Tanto as medidas de urgência (inc. I ) quanto os pedidos do inc. V serão distribuídos às Varas Criminais.

§ 3º – A jurisdição do Serviço de Plantão compreenderá:

I – autorização para ingresso em propriedades públicas ou particulares para fins de busca, revista e reconhecimento pela autoridade policial, bem como autorização de escuta telefônica, quebra de sigilo telefônico, pedido de prisão temporária e prorrogação de prisão temporária, salvo existência de inquérito distribuído ou processo em andamento.

II – decisão dos pedidos de habeas corpus de que tomar conhecimento;

III - matéria relacionada com: prisões em flagrante e preventiva; aplicação provisória de medidas de segurança; medidas cautelares; tutelas antecipadas, quando o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação reclame medida urgente; liminares em mandado de segurança e

ações possessórias; despachos ordenatórios de citação no cível para impedir prescrição; providências em geral a respeito de menores, desde que se revistam de caráter de urgência ante prejuízo irreparável, em caso de demora, e sejam apresentadas fora do expediente forense; receber as apresentações; colher o compromisso e o endereço atualizado de presos(as) que residam na própria Comarca ou no interior do Estado, liberados em livramento condicional, nas situações de suspensão condicional do processo (art. 89, § 1º, inciso IV, da Lei 9.099/95) e da pena (art. 78, § 2º, do Código Penal), fora do expediente forense. O termo de compromisso/apresentação deverá ser encaminhado ao Juízo competente, no primeiro dia útil, para juntada ao respectivo processo, priorizando-se o envio eletrônico nos termos da Ordem de Serviço 02/2005-P.

IV – Julgamento de processos que lhe forem cometidos em varas e comarcas postas em regime de exceção.

V – Os pedidos a que se referem os incisos IV e V do art. 2º da Lei nº 9.034/95, com a redação dada pela Lei nº 10.217/01, serão distribuídos, por sorteio, aos juízos criminais, salvo quando da existência de inquérito já aberto ou processo em andamento.

§ 4º - Relativamente às hipóteses previstas no inciso V deste artigo, deverão os requerimentos ser apresentados à distribuição pela autoridade policial ou pelo agente do Ministério Público em envelope lacrado, com o indicativo “sigiloso – Lei nº 9.034/95”. A distribuição será procedida por sorteio aos Juízes de Direito das Varas Criminais e Foros Regionais, mantida lacrada a documentação e entregue pessoalmente pelo distribuidor ao magistrado da vara.

§ 5º - A decisão do Juiz, devidamente circunstanciada, será entregue diretamente ao portador do requerimento, evitando a tramitação cartorária. Cópia da decisão, juntamente com outras peças ou documentos que porventura tenham instruído o pedido – se não for o caso de sua devolução, a critério do juiz, à autoridade requerente –, deverá, após exame, ser mantida junto ao gabinete do magistrado, em local chaveado, permanecendo a chave sob custódia permanente do Juiz.

§ 6º - Durante o expediente forense, as matérias relacionadas nos incisos I, II, III e V serão apreciadas pelo Serviço de Plantão quando certificado o impedimento eventual do titular da vara e seu primeiro substituto.

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§ 7º - É obrigatória a permanência do Juiz plantonista no foro, quando sua designação for exclusiva.

§ 8º - Caberá à Corregedoria-Geral da Justiça:

A) organizar a escala com Juízes de Direito Substitutos de entrância final, propondo a designação ao Presidente do Tribunal de Justiça;

B) dispor sobre a distribuição dos turnos e processos das varas e comarcas em regime de exceção, para o efeito do art. 3º, IV, supra.

§ 9º – O Juiz plantonista será substituído em caso de impedimento, férias ou licença pelos que lhe seguirem na escala.

§ 10º - A Direção do Foro da capital proverá a respeito do serviço cartorial voltado ao atendimento da matéria decorrente da implantação do sistema e sobre o acesso desse serviço ao banco de dados dos computadores.

Art. 378A – O plantão judiciário não se destina à reiteração de pedido já apreciado no órgão judicial de origem ou em plantão anterior, nem à sua reconsideração ou reexame, ou à apreciação de pedido de prorrogação de autorização judicial para escuta telefônica.

Art. 378B – As medidas de comprovada urgência que tenham por objeto o depósito de importância em dinheiro ou valores só poderão ser ordenadas por escrito pela autoridade judiciária competente, cabendo a comprovação de sua realização material no primeiro dia útil seguinte, ou como dispuser a decisão judicial proferida.

Art. 378C – Durante o plantão judiciário não serão apreciados pedidos de levantamento de importância em dinheiro ou valores, nem liberação de bens apreendidos, ressalvada decisão judicial fundamentada por medidas previstas nos arts. 377, IV, “D”, e 378, inc. III, desta CNJ.

Art. 378D – Ressalvada a hipótese prevista no § 2º do art. 378 desta CNJ e dos pedidos e comunicações que sejam distribuídos no início do primeiro dia útil imediato ao encerramento do plantão, o Serviço de Plantão manterá registro próprio de todas as ocorrências e diligências havidas com relação aos fatos apreciados, arquivando cópia das decisões, ofícios, mandados, alvarás, determinações e providências adotadas.

Art. 379 – Não serão admitidas, nos prédios dos Foros ou em locais onde se realizem sessões ou audiências, pessoas trajadas de modo inconveniente.

Parágrafo único – Somente poderão ingressar com armas nos prédios dos Foros servidores da Justiça a tanto autorizados pelo Juiz e policiais civis e militares e agentes penitenciários que se encontrem à sua disposição.

DAS AUDIÊNCIAS

Art. 380 – As audiências e sessões serão públicas, salvo nos casos previstos em lei ou quando o interesse da Justiça determinar o contrário.

Art. 381 – Nenhum adolescente ou criança de 18 (dezoito) anos poderá assistir audiências ou sessões sem permissão do Juiz que a presidir.

Art. 382 – As audiências e sessões realizar-se-ão nos edifícios ou locais para este fim destinados, salvo deliberação em contrário do Juiz competente, por motivo justificado, além dos casos previstos em lei.

Art. 383 – As audiências realizar-se-ão em todos os dias úteis, sempre que o exigir o serviço, sem outra interrupção que não a resultante das férias forenses.

Art. 384 – Deverá o Juiz/Pretor evitar designação de audiências em horários coincidentes.

§ 1º – O rigoroso cumprimento dos horários designados e o devido espaçamento entre as audiências revelam respeito às partes, interessados, testemunhas e advogados, evitando injustificada espera e reflexo negativo à imagem do Poder.

§ 2º – O Juiz/Pretor deverá adotar providências no sentido de não designar audiências em períodos nos quais esteja em gozo de férias, licença ou por qualquer outro motivo venha estar afastado da jurisdição.

§ 3º – Caso não seja possível esta providência, manterá prévio ajuste com o Juiz Substituto de Tabela para adequação da pauta. Subsistindo a impossibilidade, deverá ser dada ciência às partes, testemunhas e demais interessados sobre a dispensa de seu comparecimento ao ato.

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Art. 385 – Os atos ocorridos nas audiências e nas sessões do Tribunal do Júri, inclusive as sentenças prolatadas, poderão ser registrados em aparelhos de gravação, mediante taquigrafia ou estenotipia, para posterior transcrição, quando necessário, observando-se, quanto aos Juizados Especiais, as regras que lhe são peculiares.

Parágrafo único – Nos processos em que as audiências forem registradas pelo método da estenotipia, deverá ser certificado nos autos a data do decurso do prazo para impugnação da transcrição.

Art. 385-A – Nos processos de natureza cível, criminal ou apuração de ato infracional, fica autorizado o registro fonográfico ou audiovisual do ocorrido em audiência e sessão do Tribunal do Júri, com gravação em meio digital, disponibilizando-se às partes, por qualquer mídia de armazenamento, cópia do registro original, observando-se as orientações do Ofício-Circular n. 70/2008-CGJ.

§ 1º - Antes de iniciados os trabalhos, o juiz noticiará às partes o método de coleta das provas e a vedação de divulgação não-autorizada dos registros, redigindo-se termo diretamente no Sistema Informatizado Themis 1G (artigo 340 da CNJCGJ).

§ 2º - Havendo o registro fonográfico ou audiovisual da audiência nos processos de natureza cível, fica dispensada a degravação da prova oral produzida.

§ 3º - Ocorrendo o registro audiovisual da audiência nos processos de natureza criminal ou apuração de ato infracional, fica dispensada a degravação da prova oral produzida em audiência (artigo 405, § 2º, do CPP), observando-se, quanto à sessão do Tribunal do Júri, a particularidade prevista no artigo 475 do CPP.

§ 4º - No tocante ao debate oral (alegações/razões finais orais), registrado o seu conteúdo em meio fonográfico ou audiovisual, resta dispensada sua transcrição.

§ 5º - Independentemente da espécie de registro que for utilizada para gravação da audiência e coleta da prova oral (fonográfico ou audiovisual), os demais atos ocorridos em audiência, em especial a sentença, deverão ser objeto de transcrição, utilizando-se termo próprio de degravação existente no Sistema Themis 1G, com entranhamento aos autos e posterior disponibilização (artigo 340, parágrafo único, da

CNJCGJ), observando-se, quanto aos Juizados Especiais, as regras que lhe são peculiares.

Art. 385 –B – O registro fonográfico ou audiovisual de audiências cíveis, criminais e de apuração de ato infracional poderá ser empregado para o cumprimento de cartas precatórias, rogatórias, de ordem ou solicitação de cooperação judiciária internacional.

§ 1º - Havendo o registro fonográfico ou audiovisual de audiências cíveis, fica dispensada a degravação, devendo ser remetido ao deprecante, em meio digital, o(s) depoimento(s) colhido(s).

§ 2º - Ocorrendo o registro audiovisual de audiências criminais e de apuração de ato infracional, fica dispensada a degravação, devendo ser remetido ao deprecante, em meio digital, o(s) depoimento(s) colhido(s).

§ 3º - Existindo o registro meramente fonográfico de audiências criminais e de apuração de ato infracional, incumbe ao juízo deprecado proceder à degravação da audiência, com a transcrição do(s) depoimento(s) e a juntada do meio digital de armazenamento aos autos da precatória, antes da devolução à origem.

Art. 385-C – O magistrado, quando for de sua preferência pessoal, poderá determinar que os servidores que estão afetos a seu gabinete ou secretaria procedam à degravação, observando, nesse caso, as recomendações médicas quanto à prestação desse serviço.

Art. 386 – A ata deve ser o registro fiel do ocorrido em audiência, consignando as presenças pela função e nominalmente, importando falta grave o registro falso.

Art. 387 – As correições e inspeções não interrompem as audiências, devendo os Escrivães, se necessário, praticar os atos ou termos em livro especial formalizado, para lançamento posterior nos livros competentes.

Art. 388 – O início e o fim das audiências bem como o pregão das partes serão anunciados em voz alta pelo Oficial de Justiça ou por quem o Juiz determinar.

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Parágrafo único – Os Oficiais de Justiça manterão vigilância durante as audiências, para evitar contato das partes com as testemunhas que aguardam inquirição, bem como para que as já inquiridas da mesma forma não procedam.

Art. 389 – Nas salas de audiências, haverá lugares especiais destinados a servidores, partes, advogados e demais pessoas cujo comparecimento seja obrigatório.

Parágrafo único – Durante as audiências, o agente do Ministério Público sentará à direita do Juiz, o mesmo fazendo o advogado do autor e este; à esquerda, tomarão assento o Escrivão, o patrono do réu e este, ficando a testemunha à frente do Juiz, o qual terá lugar destacado dos demais.

Art. 390 – Salvo o caso de inquirição de testemunhas ou permissão do Juiz, os servidores, as partes, ou quaisquer outras pessoas, excetuados o agente do Ministério Público e os advogados, manter-se-ão de pé enquanto falarem ou procederem a alguma leitura.

§ 1º – Durante audiência com participação de preso como parte ou testemunha, a presença de escolta na sala e o uso de algemas dependerão de decisão do Juiz.

§ 2º – Os presos deverão ser requisitados para as audiências com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, salvo casos de urgência que não permitam a providência.

Art. 391 – Durante as audiências ou sessões, os espectadores poderão permanecer sentados, devendo levantar-se sempre que o Juiz o fizer em ato de ofício, mantendo-se todos sempre descobertos e em silêncio, evitando qualquer procedimento que possa perturbar a serenidade e faltar ao respeito necessário à administração da Justiça.

§ 1º – Os Juízes poderão aplicar aos infratores as seguintes penas:

a) advertência e chamamento nominal à ordem;

b) expulsão do recinto.

§ 2º – Se a infração for agravada por desobediência, desacato ou outro fato delituoso, ordenará o Juiz a prisão e a autuação do infrator, a fim de ser processado.

Art. 392 – Compete aos Juízes a polícia das audiências ou sessões e, no exercício dessa atribuição, tomar todas as medidas necessárias à manutenção da ordem e segurança, inclusive requisitar força armada.

Art. 393 – O Juiz pode ordenar a efetiva prova de habilitação profissional de advogados e estagiários atuantes na audiência.

Art. 394 – Considera-se realizada a audiência que contar com a presença física do Juiz/Pretor, presidindo o ato de abertura.

§ 1º – Registrar-se-á como não-realizada, quando a frustração da solenidade for motivada por impedimento pessoal do Juiz/Pretor, por motivo de força maior, ou por falha atribuível aos servidores no cumprimento dos atos indispensáveis ao devido chamamento das partes, interessados, testemunhas ou advogados.

§ 2º – Nas duas primeiras hipóteses do parágrafo anterior, a circunstância deverá ser certificada nos autos; no segundo caso, far-se-á competente registro no termo.

DAS ROTINAS E PROCEDIMENTOS DA DISTRIBUIÇÃO E CONTADORIA

DA DISTRIBUIÇÃO EM GERAL

Art. 395 – Na distribuição, serão observadas as seguintes normas:

I – cada feito será lançado na ordem rigorosa de sua apresentação, não podendo ser revelado a quem caberá a distribuição;

II – além do registro dos feitos no livro respectivo, serão organizados índices alfabéticos, fichário e facultado o uso de fichário ou computador;

III – os livros dos Distribuidores obedecerão aos modelos estabelecidos pela Corregedoria-Geral da Justiça.

Art. 396 – No Foro Centralizado e nos Foros Regionais da Comarca de Porto Alegre, bem como nas Comarcas do interior de maior movimento forense, será utilizado na distribuição o serviço de computação.

210 Tribunal de Justiça/RS

Art. 397 – Todos os processos estão sujeitos à distribuição para a igualdade do serviço forense entre os Juízes e entre os servidores, bem como para o registro cronológico e sistemático de todos os feitos ingressados no Foro.

Parágrafo único – Nas Comarcas onde há um só Juiz e um só Escrivão, havendo mais de um Oficial de Justiça, a distribuição será efetuada somente em relação a este.

Art. 398 – A classificação dos feitos cíveis e criminais, para fins de distribuição, obedecerá a normas e critérios constantes desta Consolidação.

Art. 399 – Para efeito de distribuição, os processos serão divididos em classes, com relação à natureza, e em séries, conforme o valor.

Parágrafo único – Enquanto não uniformizados os critérios entre Comarcas informatizadas e não, manter-se-á o sistema atual de distribuição.

Art. 400 – A distribuição será obrigatória, alternada e rigorosamente igual, entre Juízes, Agentes do Ministério Público, servidores de ofícios da mesma natureza, Oficiais de Justiça e, quando for o caso, entre avaliadores, ressalvadas as hipóteses do art. 39 do COJE.

Art. 401 – O despacho ordinatório da distribuição poderá ser proferido por qualquer Juiz competente para conhecer da causa.

Art. 402 – A distribuição por dependência, nos termos da lei processual, determinará a compensação dentro da classe atribuída ao feito.

§ 1º – O Distribuidor, no caso de dúvida, submeterá o pedido à apreciação judicial.

§ 2º – A distribuição por dependência deverá ser registrada na etiqueta fornecida pelo computador ou registrada na capa do processo.

Art. 403 – O Juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, corrigirá o erro ou a falta de distribuição, compensando-a.

Parágrafo único – A distribuição poderá ser fiscalizada pela parte ou seu procurador.

Art. 404 – Não será objeto de compensação a redistribuição ocorrida dentro da mesma Vara.

Art. 405 – Em casos de urgência, a distribuição poderá ser feita a qualquer hora, independentemente de expedição de guias, operando-se oportunamente a compensação.

Art. 406 – Registrada a distribuição, os papéis serão entregues ao Escrivão contemplado com o feito, mediante recibo.

Art. 407 – A distribuição só será objeto de baixa ou alteração por determinação judicial.

Art. 408 – Formulado pedido de assistência judiciária na inicial, será a ação distribuída independente de despacho concessivo do benefício, competindo ao Juiz do feito decidir.

Art. 409 – Os pedidos de assistência judiciária formulados antes de proposta a ação independem de distribuição, cabendo ao Juiz Diretor do Foro deles conhecer e decidir.

Art. 410 – Na Comarca de Porto Alegre, as cartas rogatórias, precatórias ou de ordem para citação, notificação e intimação e para inquirição das pessoas às quais a lei confere o privilégio de indicar local e hora para serem ouvidas serão distribuídas ao Juiz Diretor do Foro e respectivo Cartório.

Art. 411 – Nas Comarcas dotadas de 06 (seis) ou mais Varas, onde criado “Cartório da Direção do Foro”, serão distribuídos privativamente a ele os procedimentos de jurisdição voluntária relativos a registros públicos, de justificações, protestos, notificações e interpelações, de abertura e registro de testamentos e processamento das precatórias de citação e intimação cíveis e criminais.

Parágrafo único – Os Oficiais de Justiça e os Avaliadores, para efeito de distribuição, serão designados por ordem numérica. Na distribuição para os avaliadores, ter-se-á em conta apenas a classe a que pertencer o feito.

Art. 412 – Em cada Comarca onde se impuser a distribuição, haverá dois livros para a finalidade: um destinado aos feitos cíveis e outro, aos criminais.

Art. 413 – Onde o serviço de distribuição não é informatizado, o livro do registro de distribuição será encadernado quando contiver 200 (duzentas) folhas, lançados e visados os termos de abertura e encerramento.

Tribunal de Justiça/RS 211

Art. 414 – A distribuição dos processos novos nas Comarcas servidas pelo sistema JUSMICRO, a partir da data da informatização, será feita “zerando-se” os pesos de todas as classes e séries.

§ 1º – Os livros manuais serão encerrados com visto do Juiz de Direito Diretor do Foro.

§ 2º – Excepcionalmente, no casos dos processos mais complexos, o Juiz de Direito Diretor do Foro, provocado ou de ofício, poderá determinar a continuidade da distribuição manual, direcionado, então, o processo no sistema informatizado, para a Vara a qual caberia o feito, procedendo-se as devidas compensações.

DA DISTRIBUIÇÃO CÍVEL

Art. 430 – Será cancelada a distribuição do feito que, em trinta dias, não for preparado no Cartório em que deu entrada.

Art. 431 – Havendo reconvenção ou intervenção de terceiros, o Juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo Distribuidor.

Art. 432 – Serão averbados na Distribuição todos os casos de extinção do processo, ainda que não ocorra julgamento de mérito. No sistema informatizado, a averbação será processada direta e unicamente pelo Cartório da Vara onde tramitou o processo.

Art. 433 – O Escrivão levará o processo ao Distribuidor para averbação, quando a concordata se transformar em falência, quando no curso do inventário se abrir a sucessão do cônjuge sobrevivente ou de herdeiros, ou quando, em qualquer fase do processo, surgir litisconsórcio de qualquer natureza não previsto ao tempo da distribuição.

Art. 434 – A oposição será sempre distribuída por dependência.

Art. 435 – Os incidentes que, na forma da lei processual, devam ser autuados em apenso, não serão distribuídos, podendo a petição ser entregue diretamente ao Cartório onde tramita o processo.

Art. 436 – As ações cíveis e de família com pedido de liminar, processadas entre as mesmas partes e que tenham caráter de urgência, serão distribuídas, independentemente de despacho, à mesma Vara, ressalvado o caso de competência

absoluta de outro juízo e operando-se a devida compensação.

Art. 437 – Serão considerados como findos, com a respectiva baixa na distribuição, os processos cíveis arquivados administrativamente, desde que atendam aos seguintes requisitos:

a) processos de execução por título extrajudicial arquivados há mais de três anos;

b) ações de despejo e de consignação em pagamento, arquivadas há mais de 60 (sessenta) dias;

c) demais ações, arquivadas há mais de um ano.

§ 1º - Satisfeitos os requisitos deste artigo, a averbação na Distribuição se processará nos termos do artigo 432.

§ 2º – Havendo requerimento de reativação, o processo será distribuído ao juízo onde tramitou, independentemente de compensação e preparo, salvo quanto a valor pendente quando da baixa.

Art. 438 – Presente a necessidade de se distinguir, por ocasião de consulta ao banco de dados informatizado, as ações em que são partes o ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL e o BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, não identificadas foneticamente, o cadastramento do Banco deverá ser como BANRISUL.

DA DISTRIBUIÇÃO CRIMINAL

Art. 439 – A distribuição de inquéritos policiais, termos circunstanciados e queixas-crimes, referentes a indiciado que anteriormente haja sido condenado, inclusive com condenação baixada, ou esteja sendo processado ou indiciado em outro inquérito, caberá por dependência à Vara onde houver tramitado o primeiro feito, com a oportuna compensação.

Parágrafo único - Quando figurarem dois ou mais indiciados, a distribuição será feita à Vara em que tenha havido decisão condenatória, ou, não havendo, na forma deste artigo.

Art. 440 – Os autos de prisão em flagrante ou de indagações preliminares com vista a pedido de prisão preventiva, serão distribuídos como se inquéritos policiais fossem, ficando preventa a jurisdição da Vara a que tocarem.

212 Tribunal de Justiça/RS

Art. 441 – Somente mediante determinação judicial se procederá ao arquivamento de inquérito policial ou ação penal.

Art. 442 – A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um Juiz igualmente competente.

Art. 443 – Sempre que for denunciada pessoa não indiciada no inquérito policial ou houver aditamento da denúncia para o mesmo efeito, o Escrivão, antes de submeter o processo ao Juiz, o levará ao Distribuidor para que proceda à respectiva averbação.

Art. 444 – Na distribuição de precatórias criminais originárias do outros estados e do Poder Judiciário Federal ou Militar o Distribuidor certificará os antecedentes do(s) réu(s).

DAS DESPESAS DE CONDUÇÃO DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA

Art. 499. Revogado.

Art. 500 – As despesas de condução dos Oficiais de Justiça são fixadas em 75% (setenta e cinco por cento) sobre os índices oficiais das tarifas dos táxis da Comarca ou Município, independentemente do número de deslocamentos necessários para o cumprimento de cada ato judicial.

Art. 501 – Para efeito de cálculo da despesa de condução em cada Comarca, tomar-se-á por base o produto obtido entre a distância média de determinada localidade e o valor equivalente a 75% da unidade de táxi da municipalidade local.

§ 1º – O cálculo de cada uma das distâncias médias entre a sede do juízo e o lugar das diligências é o resultado da soma das quilometragens mínima e máxima – apenas de ida – entre o município, distrito, bairro ou zona e a sede do juízo, dividido por dois.

§ 2º – A conversão em URCs se dará pelo quociente entre os valores apurados no parágrafo anterior pelo valor unitário da URC.

§ 3º – Não são devidas despesas de condução para cumprimento de mandados, ainda que adotado o sistema de Central de Mandados, num raio de 1 km (um quilômetro) da sede do juízo.

a) é considerado sede do juízo o endereço do foro da comarca.

b) em caso de mudança de endereço do foro, deve haver a competente atualização no sistema Themis.

§ 4º – Nas Comarcas de pequena extensão territorial, tendo em vista os critérios estabelecidos nos parágrafos anteriores, o Juiz Diretor do Foro poderá fixar um único valor a título de antecipação da despesa de condução do Oficial de Justiça.

§ 5º – Nas Comarcas de grande extensão territorial, o Juiz poderá fixar três valores como parâmetros para fins de antecipação da despesa de condução do Oficial de Justiça: o 1º em relação à zona urbana; o 2º em relação à zona de expansão urbana ou periferia da cidade; e o 3º em relação à zona rural do Município.

§ 6º – No caso a que alude o § 5º, o Juiz adotará a cautela de relacionar quais os distritos, bairros ou vilas que integram cada zona.

§ 7º – O Juiz de Direito Diretor do Foro expedirá portaria, que será submetida à Corregedoria-Geral da Justiça, fixando, em URCs, tais valores.

§ 8º – A portaria, após aprovada pela Corregedoria-Geral da Justiça, será publicada, no local de costume, no prédio do Foro de cada Comarca.

§ 9º – Periodicamente, sempre que houver distorção flagrante entre a variação da unidade de táxi da localidade em relação à URC, o Juiz Diretor do Foro revisará a tabela, comunicando a providência à Corregedoria-Geral da Justiça.

Art. 502 – O cartório só expedirá mandados cíveis à vista da guia de recolhimento aludida no caput do artigo 490 desta Consolidação, ressalvadas as causas em que for parte interessada o Estado do Rio Grande do Sul e suas autarquias, bem como aquelas em que as isenções ou a dispensa de preparo prévio decorram de lei (Regimento de Custas , assistência judiciária, Juizados Especiais Cíveis, Ministério Público), fazendo consignar a anotação respectiva no mandado entregue ao Oficial de Justiça.

Anotações:

Tribunal de Justiça/RS 213

§ 1º - A Fazenda Pública Federal e a Municipal, bem como suas respectivas autarquias, e as entidades paraestatais em geral, bem como as entidades representativas de classe, não estão dispensadas do preparo prévio das despesas de condução devidas aos Oficiais de Justiça, salvo nas hipóteses de convênio elaborado com o Tribunal de Justiça, em que o município cede veículos com o motorista para a prática dos atos processuais.

§ 2º - O repasse do valor antecipado a título de despesas de condução será efetuado de forma automatizada pelo Poder Judiciário por ocasião da devolução do mandado devidamente cumprido (cumprido positivo, cumprido negativo ou parcialmente cumprido).

§ 3º - A transferência referida no parágrafo anterior será efetuada para conta corrente de titularidade do Oficial de Justiça que cumpriu o mandado previamente cadastrado no sistema de informática observando-se o disposto no Ofício-Circular 03/2011-DG.

§ 4º - Os pedidos de devolução de despesas de condução não utilizadas serão atendidos pelo Departamento de Receita e Despesa, nos termos do que estabelece o Ato 26/2010-P.

Art. 505 – Compete às partes fornecerem os meios necessários para cumprimento de arrestos, despejos e outras medidas previstas em lei, vedada a contratação ou intermediação de transporte pelos Oficiais de Justiça.

Parágrafo único – Os Oficiais de Justiça deverão marcar dia e hora em que estarão no local do cumprimento das diligências, comunicando ao Juiz do feito, para permitir intimação da parte no sentido de fornecer os meios necessários para tanto.

Art. 506 – A portaria referida no art. 501, § 4º, deverá ser expedida no prazo de 15 (quinze) dias, contados da publicação deste provimento, e submetida à aprovação da Corregedoria-Geral da Justiça, indicando os valores encontrados e circunstanciando as peculiaridades consideradas para o cálculo em cada Comarca.

Parágrafo único – Para a elaboração da Tabela de Conversão, o Juiz de Direito Diretor do Foro considerará as peculiaridades de cada Comarca e os valores reais alcançados, a fim de que os preços cobrados correspondam à média das despesas efetivamente necessárias.

DOS CARTÓRIOS CÍVEIS

DOS PROCEDIMENTOS EM GERAL

Art. 527 – Como rotina para fluxo do serviço cartorário, recomendam-se os procedimentos enunciados nos artigos a seguir.

Art. 528 – Imediatamente ao ingresso da petição inicial, o Escrivão fará breve conferência dos documentos que a acompanham e nela referidos, observando se houve recolhimento de custas e taxa judiciária, se não amparada a parte autora com o benefício da assistência judiciária, ou se é caso de isenção legal.

Parágrafo único – Faltando algum documento que deva acompanhar a inicial ou cópias desta, intimar a parte autora a fornecê-los no prazo de 05 (cinco) dias. Desatendida a providência, serão os autos conclusos.

Art. 529 – A petição inicial, com o devido preparo, será registrada e autuada independente de despacho judicial. Em seguida, será levada à conclusão, já com as folhas dos autos numeradas e rubricadas.

§ 1º – A autuação será padronizada, com a utilização da capa PJ – 691, observado o seguinte:

a - Nas execuções fiscais, ajuizadas com base na lei nº. 6.830/80, deve ser procedida a autuação sem a utilização de capa, a qual somente será necessária quando:

- não localizado o devedor e houver necessidade de carga para o procurador do credor;

- estabelecido o contraditório, com oposição de embargos, ou- a partir da fase de venda judicial dos bens penhorados. Quando dispensada a capa, serão apostas etiquetas de identificação do processo no pedido inicial, ou na própria certidão da dívida ativa.

b - As capas de processos de execução fiscal findos em razão do pagamento da dívida ativa e com trânsito em julgado serão reutilizadas, anotando-se o respectivo número do registro da distribuição em local visível junto ao pedido inicial ou na certidão de dívida ativa.

214 Tribunal de Justiça/RS

c - As capas de cartas precatórias serão removidas antes da juntada das respectivas peças aos autos e, sempre que possível, reaproveitadas na atuação de outros feitos.

§ 2 – as petições iniciais e quaisquer documentos protocolizados no decorrer do processo deverão ser previamente perfurados, obedecendo ao padrão universal de dois furos e observando a necessidade de centralização dos mesmos (exigida a partir de 1º de outubro de 2005).

§ 3º – Os documentos protocolizados serão individualizados, pela parte interessada, de modo que cada documento corresponda a uma lauda, ressalvadas aquelas hipóteses de documentos com dimensões inferiores que permitam a juntada de mais de um deles em cada lauda, evitada sobreposição, neste caso, deverá ser feita referência ao número de documentos que nela constam.

§ 4º – Não havendo comprovação do preparo, o fato será informado nos autos, com imediata conclusão. Tratando- se de medidas urgentes, não havendo tal comprovação em 48 horas, idêntica informação será lançada no feito, com conclusão.

Art. 530 – Na autuação, mencionar:

I – juízo, natureza do feito, procedimento, número do registro, nome das partes e data, procedendo-se do mesmo modo quanto aos volumes que se forem formando (art. 166 do CPC), numerando-se os mesmos;

II – alterações subjetivas, tais como substituição de partes, litisconsórcio, assistência, intervenção de terceiro, do Ministério Público ou de Curador Especial, desistência ou extinção do processo quanto a alguma das partes, etc.;

III – alterações objetivas, tais como interposição de embargos, reconvenção, reunião de processo, apensamento ou desapensamento de autos, conversão de ação ou de procedimento, benefício da assistência judiciária, proibição de retirada dos autos, etc.;

IV – data da prescrição no inquérito judicial falimentar;

V – penhora no rosto dos autos;

VI – parte menor ou incapaz.

Art. 531 – Todas as folhas serão numeradas e rubricadas.

Parágrafo único – Não se admitem, nos atos e termos, espaços em branco nem entrelinhas, emendas ou rasuras, salvo se aqueles forem inutilizados e estas, expressamente ressalvadas.

Art. 532 – Proferido o despacho inicial, determinando a citação, expedir-se-á mandado que, registrado no livro próprio, será entregue ao Oficial de Justiça ou à Central de Mandados.

Parágrafo único – Os autos aguardarão o cumprimento e devolução do mandado em escaninho próprio, anotando-se na ficha de controle ou informando-se ao computador.

Art. 533 . Revogado.

Art. 534 – Se o despacho, além de determinar a citação, designar audiência, no primeiro momento intimar-se-á o Ministério Público, em sendo caso de sua intervenção. A seguir, expedir-se-ão os mandados e ofícios necessários.

Art. 535 – Cumpridas as diligências ordenadas no despacho, o processo aguardará, no escaninho próprio, a realização de audiência.

§ 1º – Os processos que se encontram com audiência designada serão revisados até 05 (cinco) dias antes da solenidade encaminhados à exame pelo Juiz/Pretor com antecedência de 24 horas.

§ 2º – Com antecedência mínima de 24 horas, a pauta deverá ser afixada do lado de fora da sala de audiências, informando a data das solenidades, sua hora, espécie de processo e nome das partes. As audiências em segredo de justiça serão indicadas apenas pelo número do processo.

Art. 536 – Diariamente serão baixados no sistema de informática os mandados devolvidos e juntados aos autos respectivos.

Parágrafo único – Todos os mandados juntados no processo devem receber a informação correspondente no sistema de informática na funcionalidade própria.

Art. 537 – Admitidas reconvenção, intervenção de terceiros, assistência ou litisconsórcio, o Cartório diligenciará na anotação pela distribuição.

Tribunal de Justiça/RS 215

§ 1º – A reconvenção, apresentada juntamente com a contestação, será normalmente inserida no processo principal, efetuando o réu imediatamente o preparo.

§ 2º – O Cartório providenciará em anotar na Distribuição a reconvenção, procedendo a novo registro no Livro-Tombo e indicando o novo número na capa do processo principal.

Art. 538 – As peças desentranhadas, quando não recebidas imediatamente pelas partes, serão guardadas em pasta própria, vedando-se grampeá-las nas capas dos processos. Em seu lugar, será colocada uma folha anotando o desentranhamento, fazendo referência à decisão que o determinou, evitando-se renumeração.

Parágrafo único – Nas peças desentranhadas, o Cartório certificará, em lugar visível e sem prejudicar a leitura do seu conteúdo, o número e a natureza do processo de onde foram retiradas.

Art. 539 – Visando à desavolumação de autos, observada a regra do art. 229, §4º, I, desnecessária a escrituração do termo de juntada das petições em geral desde que informada a juntada no sistema informatizado, observando-se a ordem cronológica de recebimento em juízo.

Art. 540 – Sempre que juntada aos autos cópia integral do documento emitido pelo Cartório, em atendimento a decisão judicial, fica dispensada a certificação do cumprimento respectivo.

Art. 541 – Nenhum processo ficará paralisado em Cartório por mais de 30 dias, salvo os casos de suspensão ou de maior tempo concedido ou determinado pelo Juiz. Vencido esse prazo, o Escrivão assim certificará, fazendo-o concluso.

Art. 542 – Sempre que possível, deve ser evitado o apensamento de autos julgados; ficará, no processo em andamento, certidão detalhada a respeito, com a cópia da sentença e do acórdão, mencionando-se a pendência ou não de recurso bem como o valor das custas pagas e o nome de quem as preparou.

Art. 543 – Devem os Escrivães comunicar ao Juiz, mensalmente, a não-devolução de autos dentro do prazo e a sua cobrança automática.

Parágrafo 1º – Por ocasião da devolução dos autos, incumbe ao Cartório providenciar imediatamente na baixa no sistema informatizado ou no livro carga, bem como examiná-los

atentamente, redigindo, na presença do interessado, o respectivo termo quando constatadas irregularidades.

Parágrafo 2º - O cartório ou o Protocolo Judiciário fornecerá aos interessados comprovantes da devolução dos autos, fazendo constar, obrigatoriamente, a hora, o dia, o mês e o ano de sua entrega.

Parágrafo 3º - Os recibos poderão ser dados em livros próprios, apresentados pelos interessados, ou nas cópias de petições entregues juntamente com os autos dos processos que, no ato de entrega, deverão ser exibidas juntamente com os originais.

Art. 544 – Revogado.

Art. 545 – Quando não efetuado o registro da penhora do imóvel, cuidar-se-á para a exibição de certidão atualizada no registro imobiliário, antes da designação da data para a arrematação.

§ 1º – Quanto aos veículos, antes do leilão será o fato comunicado à repartição de trânsito competente.

§ 2º – A penhora de bens imóveis realizar-se-á mediante auto ou termo de penhora, e inscrição no respectivo registro.

Art. 546 – Na impossibilidade de se proceder a registro de penhora, por falta de requisitos no título apresentado exigidos pela legislação em vigor, deverá o registrador noticiar a existência da penhora através de averbação, nos termos do art. 167, inc. II, item 5, da Lei nº 6.015/73.

Parágrafo único – A averbação não prejudicará posterior registro do documento judicial, devidamente corrigido.

Art. 547 – Igual procedimento poderá ser adotado em caso de arresto e seqüestro.

Art. 548 – Os emolumentos do ato de averbação, referido nos arts. 545 e 546, equivalerão a 01 (uma) URE.

Art. 549 – Nas arrematações de conveniência não se libera o valor apurado antes da entrega dos bens ao arrematante.

Art. 550 . Revogado.

216 Tribunal de Justiça/RS

Art. 551 – Na execução contra devedor insolvente, ao receber os autos com a decisão declaratória, o Escrivão providenciará a imediata expedição do ofício ao Distribuidor, comunicando a ocorrência e solicitando informes a respeito das ações e execuções em andamento contra o insolvente. Recebida a resposta, será juntada aos autos com oportuna conclusão.

Art. 552 – Ajuizados embargos à execução no juízo deprecado, este procederá a juntada da petição aos autos da carta, devolvendo-a ao juízo de origem com baixa nos registros.

Parágrafo único – O juízo de origem, recebendo a carta precatória, promoverá sua juntada aos autos da execução, desentranhando a petição de embargos, para fins de registro, autuação e processamento na forma da lei.

Art. 553 – Julgados improcedentes os embargos ou parcialmente procedentes, a carta precatória, com o valor da dívida atualizado e o traslado da parte dispositiva da sentença, será novamente remetida ao juízo deprecado para os atos executórios.

Parágrafo único – O juízo deprecado reativará a carta precatória, dando-lhe cumprimento.

Art. 554 – A escrivania deverá certificar, nas medidas cautelares, decorridos os 30 (trinta) dias contados da efetivação da liminar, a não-propositura da ação principal, promovendo a conclusão.

Art. 555 – Após o cumprimento de cada despacho, o processo será colocado em escaninho próprio que indicará aposição processual respectiva, anotando-se na ficha controle ou informando o computador.

Art. 556 – Os processos com despachos pendentes de cumprimento pelo Cartório, permanecerão em local definido com a anotação de “aguardando cumprimento de despacho”.

Art. 557 – Todos os ofícios expedidos obedecerão à numeração cronológica, renovada a cada ano, com uma cópia arquivada na pasta-arquivo de correspondência expedida e outra juntada aos autos, quando decorrente de ato processual.

Parágrafo único – Desnecessário o arquivamento de cópia de ofício expedido pelo sistema informatizado THEMIS1G.

Art. 558 – As certidões expedidas pelo Cartório conterão a fé pública do Escrivão ou do substituto que a detém sobre o que constar nos livros, autos e papéis a seu cargo, referindo número e a página do livro ou processo dos quais foram extraídas.

Art. 559 – Antes da remessa dos autos ao Tribunal de Justiça, em razão de recurso, o Escrivão fará sua minuciosa revisão, zelando pela sua boa ordem e para que todas as peças estejam devidamente numeradas e rubricadas. Em se tratando de embargos de terceiro ou embargos à execução, verificará se foram juntadas cópias da petição inicial e do respectivo título executivo, nisso providenciando de ofício, se for o caso.

Parágrafo único – Também deverá ser providenciada a juntada de relatório das movimentações registradas no Sistema THEMIS1G (Intranet local _ consultas _ acompanhamento processual _ “comarca” + número do processo _ pesquisar _ todas as movimentações _ versão para impressão).

Art. 560 – Quando da remessa dos autos do Agravo de Instrumento interposto perante o 2º grau, deverão os mesmos permanecer arquivados no juízo onde foi prolatada a decisão recorrida.

Art. 561 – Quando o primeiro volume dos autos atingir 200 (duzentas) folhas, será iniciado o segundo, e assim sucessivamente, com certidão ou termo respectivo.

Parágrafo único – Excepcionalmente, visando evitar separação de peça juntada, poderá o volume exceder ou não alcançar o número de folhas referido neste artigo.

Art. 562 – Quaisquer documentos e/ou papéis entregues em Cartório receberão data da entrega ou registro no Protocolo Geral.

Parágrafo único – O Escrivão ou funcionário encarregado abrirá a correspondência dirigida ao juízo, desde que não haja ressalva de RESERVA, ou equivalente.

Art. 563 – Vedado o uso de termos (recebimento, juntada, conclusão, etc.) no verso de documentos juntados nos autos.

Art. 564 – Eventuais exames pretendidos por terceiros nos livros e documentos pertencentes ao Cartório somente ocorrerão com autorização do Juiz da Vara ou da Direção do Foro.

Tribunal de Justiça/RS 217

§ 1º – Ao advogado é assegurado o direito de examinar autos de processo findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando os respectivos feitos não estejam em regime de segredo de justiça, podendo copiar peças e tomar apontamentos, independente de petição fundamentada ao Juiz.

§ 2º – O livre acesso de advogados nas serventias judiciais não implica, necessariamente, no livre trânsito em áreas reservadas a magistrados e servidores. Somente poderão examinar livremente os processos, livros e documentos que lhes tenham sido regularmente entregues, sob pena de falta ou perda de controle e organização do responsável pela serventia judicial.

Art. 564-A - Os autos de processos CÍVEIS e JECCÍVEL poderão ser retirados do Cartório para extração de cópias, sendo responsabilidade do requerente a seleção das peças a serem copiadas, bem como a devolução, nas condições em que foram recebidos. Poderão retirar os autos de cartório para extração de cópia:

I - Advogados e Estagiários regularmente inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, devidamente constituídos no processo, mesmo quando houver fluência de prazo comum às partes.

II - Advogados e Estagiários regularmente inscritos na Ordem do Advogados do Brasil, mesmo sem procuração, desde que o feito não tramite em segredo de justiça (inciso XIII do Art. 7º da Lei 8906 de 1994) e não contenha informação protegida por sigilo fiscal ou bancário (Art. 816 da CNJ-CGJ).

III - Terceira pessoa com autorização expressa do procurador habilitado, que se responsabilize sob fé de seu grau, desde que o feito não tramite em segredo de justiça ou contenha informação protegida por sigilo fiscal ou bancário (Art. 816 da CNJ-CGJ).

IV - As próprias partes litigantes, sendo que, nas situações em que existam nos autos documentos de difícil restauração, informação protegida por sigilo fiscal ou bancário, ou título executivo extrajudicial, a parte deverá ser acompanhada por servidor ou estagiário do cartório.

§ 1º - A autorização referida no inciso III deverá seguir o modelo do Anexo I deste Provimento e será acompanhada de cópia da carteira da OAB do advogado que autoriza e informação atualizada do processo.

§ 2º - Os autos de inquéritos policiais, processos criminais, termos circunstanciados e de execução criminal somente poderão ser retirados para extração de cópia por advogado e estagiário inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, desde que não tramitem em segredo de justiça ou sob sigilo. Caso a parte não possua advogado, o cartório providenciará as cópias solicitadas no prazo máximo de 48 horas, mediante recolhimento prévio das despesas correspondentes.

§ 3º - Os processos e procedimentos relativos ao Estatuto da Criança e Adolescente somente poderão ser retirados para cópia por advogado e estagiário inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil e regularmente constituídos. Caso a parte não possua advogado, o cartório providenciará as cópias solicitadas no prazo máximo de 48 horas, mediante recolhimento prévio das despesas correspondentes.

§ 4º - As situações não previstas neste artigo deverão ser submetidas ao juiz da causa para deliberação.

Art. 564-B – Os autos retirados para extração de cópias deverão ser restituídos a cartório no prazo máximo de 2 (duas) horas. Quando houver prazo comum às partes, cada procurador poderá retirá-los pelo prazo de 1 (uma) hora (art. 40, § 2º do CPC).

Parágrafo único – Não ocorrendo a devolução, o Escrivão comunicará o fato ao Juiz de Direito que determinará a imediata busca e apreensão dos mesmos.

Art. 564-C – A entrega de autos para extração de cópia a partes, advogados e estagiários regularmente inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil será registrada no sistema de informática mediante apresentação do documento de identidade.

Parágrafo único – A entrega de autos para extração de cópia a terceira pessoa autorizada pelo procurador habilitado observará o disposto no § 1º do art. 564-A. A autorização será devolvida ao requerente no momento da devolução dos autos ao cartório.

Art. 564-D – Aplicam-se as regras do art. 564-A quando a cópia é realizada por meio digital no próprio balcão do cartório.

218 Tribunal de Justiça/RS

Art. 565 – O estagiário, regularmente inscrito na OAB, tem os mesmos direitos reconhecidos aos bacharéis inscritos como advogados, exceto quanto aos atos privativos a estes. Assim, lhes é facultado:

a) ter vista ou retirar, para os prazos legais, os autos dos processos judiciais ou administrativos, salvo quando se tratar de prazo comum, quando poderá ter vista em Cartório;

b) tratando-se de ação sob o amparo de segredo de justiça, é necessária a procuração.

Art. 566 – A representação do Estado, por disposição constitucional, compete à Procuradoria-Geral do Estado.

Parágrafo único – A divisão de atribuições é matéria de organização administrativa da Procuradoria, descabendo ao juízo outras exigências afora a simples identificação do procurador, que poderá se dar por ofício de apresentação ou mera exibição de carteira funcional.

Art. 567 – Independem de determinação judicial as providências meramente impulsionadoras do feito e as intimações às partes e interessados dos atos de que devam tomar conhecimento. Os atos processuais a seguir relacionados, bem como aqueles relacionados nos arts. 528, 529, 568, 569, 573, 575, 576, 670, 688, 689, 690, 692, 693, 694, 764, 770, 772 e 780 da CNJ-CGJ independem de despacho judicial, devendo ser realizados de ofício pelo Escrivão ou pelos demais servidores autorizados:

I - Intimação do signatário de petição não assinada para firmá-la, no prazo de 5 (cinco) dias;

II – Juntada de procuração ou de substabelecimento e atualização dos dados e

endereços dos procuradores e das partes no sistema informatizado;

III - Intimação da parte para recolher custas judiciais, inclusive as remanescentes, observando o contido nos arts.523, 524 e 525 da CNJ-CGJ;

IV - Intimação da parte autora para esclarecer divergência entre a qualificação constante da petição inicial e os documentos que a instruem, no prazo de 5 (cinco) dias;

V - Remessa do processo à distribuição para retificação dos dados das partes e etiquetas de autuação, quando a divergência entre o nome da parte contido na petição inicial e o contido no termo de autuação decorrer de equívoco do servidor responsável pela distribuição;

VI - Intimação da parte autora para fornecer cópias da inicial em número suficiente para a citação do(s) réu(s), no prazo de 5 (cinco) dias;

VII - Expedição de mandado ou carta precatória, na hipótese de a carta postal de citação ou intimação ter retornado com a observação "recusado", "ausente", ou "não atendido";

VIII - Intimação da parte autora para manifestação em 5 (cinco) dias quando a carta postal de citação retornar com a observação "mudou-se", "desconhecido", "endereço inexistente", "endereço insuficiente", "inexiste número" e "outras";

IX - Intimação da parte autora para manifestar-se sobre certidão negativa do oficial de justiça;

X - Reiteração de citação, por mandado ou carta, quando indicado novo endereço;

XI - Reiteração de intimação, por mandado ou carta, na hipótese de mudança de endereço da testemunha, quando indicado novo endereço;

XII - Retornada precatória não cumprida, abrir vista à parte que requereu sua expedição, para manifestação em 5 (cinco) dias;

XIII - intimação da parte contrária para manifestar-se em 5 (cinco) dias, sempre que forem juntados novos documentos, nos termos do artigo 398 do CPC;

XIV - intimação das partes para se manifestarem quanto a respostas a ofícios relativos a diligências determinadas pelo juízo, em 5 (cinco) dias;

Tribunal de Justiça/RS 219

XV - Intimação das partes para se manifestarem sobre o laudo do perito, em 5 (cinco) dias;

XVI - Intimação de testemunhas pelo correio, quando possível, sempre que apresentado tempestivamente o rol e não haja a parte assumido o compromisso de trazê-las independentemente de intimação, promovendo-se desde logo a expedição do mandado nas hipóteses em que não seja viável o uso do correio ou quando o ar retornar negativo;

XVII - Abrir vista ao ministério público nas hipóteses de intervenção ministerial (art. 568 da CNJ-CGJ);

XVIII - Intimar as partes através de carta postal remetida ao endereço informado por elas nos autos, exceto quando o local não for atendido pelo correio;

XIX - Nas ações de mandado de segurança, após a juntada das informações da autoridade impetrada, abrir vista ao ministério público e, com o parecer deste, fazer conclusão para sentença;

XX - Certificar, nas ações cautelares, após decorridos 30 (trinta) dias da efetivação da medida, se foi ou não proposta a ação principal, fazendo os autos conclusos ao juiz no caso negativo (art. 554 da CNJ);

XXI - Recebida a apelação, intimação para apresentação de contra-razões, vista ao ministério público, quando for o caso, e envio dos autos ao órgão recursal competente, observada a orientação do art. 559 da CNJ;

XXII - Retornando os autos da instância superior, remeter os autos à contadoria, para cálculo das custas pendentes. Após, intimar as partes que não sejam beneficiárias da gratuidade judiciária para pagamento das custas, sob pena de inscrição em dívida ativa;

XXIII - Remessa dos autos à Contadoria, nas hipóteses previstas em lei e no momento oportuno;

XXIV - Intimação da parte para apresentar cálculo, quando for o caso, ou para se manifestar acerca do cálculo apresentado pela parte contrária, em 5 (cinco) dias;

XXV - Quando o cálculo for elaborado pela contadoria, intimação das partes para se manifestarem, discriminando na nota de

expediente o valor do débito, dos honorários e das custas, especificadamente, em 5 (cinco) dias;

XXVI - Efetuado depósito nos autos referente a precatório, verbas de sucumbência ou condenação judicial, intimação da parte interessada para que se manifeste sobre o depósito e acerca da satisfação do crédito, no prazo de 5 (cinco) dias;

XXVII - Abrir vista ao exeqüente quando o executado nomear bens à penhora, quando houver depósito para pagamento do débito e quando não houver oposição de embargos pelo devedor;

XXVIII - Lavrar termo de penhora e depósito quando o bem oferecido pelo devedor for aceito pelo exeqüente, intimando-se, quando houver, o procurador do devedor por nota de expediente para que providencie o comparecimento do executado em cartório para firmar o termo em 05 (cinco) dias;

XXIX - Quando qualquer das partes indicar à penhora imóvel, intimá-la para juntar matrícula atualizada do registro de imóveis;

XXX - Apresentada a matrícula de imóvel, lavrar termo de penhora nos autos e intimar o executado, na pessoa do seu advogado ou pessoalmente, caso não tenha procurador constituído nos autos, com a observação de que ele foi constituído depositário do juízo;

XXXI - Lavrada a penhora sobre imóvel expedir certidão e intimar o credor para comprovar o registro da mesma;

XXXII - Quando for deferida a penhora sobre bem imóvel, intimar também o cônjuge do executado;

XXXIII - Quando o credor indicar bens a serem penhorados, a referida indicação deverá acompanhar o mandado extraído ao oficial de justiça, a fim de que a penhora recaia, preferencialmente, sobre os mesmos;

XXXIV - Se o bem penhorado for de terceiro garantidor intimar também este da penhora, nos termos do art. 655, § 1º, in fine, do CPC;

XXXV - Quando a parte exeqüente indicar à penhora veículo, intimá-la para juntar certidão atualizada do DETRAN;

220 Tribunal de Justiça/RS

XXXVI - Quando for deferida penhora sobre veículo, oficiar ao DETRAN para averbação da constrição;

XXXVII - Intimar as partes da avaliação dos bens penhorados, desde que elas estejam representadas nos autos por advogado;

XXXVIII - Oferecida impugnação à avaliação, vista à parte contrária para se manifestar, no prazo de 5 (cinco) dias;

XXXIX - Intimar o credor, quando a hasta pública for negativa, para, no prazo de 5 (cinco) dias, manifestar-se sobre o prosseguimento da execução, inclusive quanto ao interesse na adjudicação do bem ou em promover a alienação por iniciativa privada;

XL - Decididos os embargos à execução e/ou impugnações, ou sendo estes recebidos sem efeito suspensivo, intimar o exeqüente para se manifestar quanto ao interesse na adjudicação dos bens penhorados ou em promover a alienação por iniciativa particular, nos termos dos artigos 685 “a” e 685 “c”, ambos do CPC;

XLI - Intimar do requerimento de adjudicação, para se manifestarem em 05 (cinco) dias, o senhorio, os terceiros com garantia real ou com penhora registrada e os condôminos, se for o caso;

XLII - Quando os bens penhorados forem levados à hasta pública, além da publicação de edital, intimar o executado, na pessoa de seu advogado, ou pessoalmente se não tiver procurador nos autos, bem como o terceiro garantidor, o terceiro com garantia real ou com penhora registrada e os condôminos, nos termos do art. 698, do CPC;

XLIII - Decorrido o prazo de suspensão sem manifestação da parte interessada, intimação para dar prosseguimento ao feito, no prazo de 5 (cinco) dias;

XLIV - Arquivamento de processos, salvo nos casos em que seja necessário despacho com conteúdo decisório;

XLV - Requisitar o desarquivamento de processos do arquivo judicial centralizado, após efetuado o pagamento das custas pertinentes pelo interessado. Com a chegada dos autos em cartório, expedir nota intimando a parte que requereu o desarquivamento de que os mesmos estão à disposição pelo prazo de 5 (cinco) dias. nada sendo requerido, devolvê-los ao arquivo;

XLVI - Importando o pedido de desarquivamento dos autos em prosseguimento do feito, promover a reativação da movimentação processual, remetendo-os à análise do juízo;

XLVII - Expedir e-mail setorial solicitando informação sobre a devolução de carta precatória devidamente cumprida, após verificação no sistema Themis de eventual excesso de prazo para o seu cumprimento;

XLVIII - Responder ao juízo deprecante, por e-mail setorial, sempre que solicitadas informações acerca do andamento da carta precatória;

XLIX - Reiterar e-mails não respondidos, decorridos 10 (dez) dias da expedição;

L - Reiterar ofícios não respondidos, decorridos 30 (trinta) dias da expedição;

LI - Remessa, ao juízo respectivo, de petições, precatórias, ofícios e outros documentos protocolados por engano na vara;

LII - Remessa de petições protocoladas na vara cujos autos se encontrem no tribunal de justiça, através de ofício endereçado ao secretário da câmara ou grupo, mencionando o número do processo no primeiro grau e número do recurso no segundo grau;

LIII - Remessa para o destino de carta precatória cujo cumprimento deva dar-se em comarca diversa, com ciência ao juízo deprecante por e-mail setorial;

LIV - Intimação do Oficial de Justiça ou do avaliador para devolver, em 5 (cinco) dias, mandado cujo prazo de entrega tenha decorrido, sem prejuízo da cobrança ordinária estabelecida no § 3º do art. 337 da CNJ-CGJ;

LV - Intimação do perito para apresentar o laudo e devolver os autos em 24 horas, na hipótese de estar vencido o prazo fixado pelo juiz;

LVI - Intimação de advogado ou interessado para restituir, em 24 (vinte e quatro) horas, processo não devolvido no prazo assinado pelo juiz ou fixado na lei, sem prejuízo da cobrança ordinária estabelecida no art. 830 e seguintes da CNJ-CGJ;

LVII - Certificar nos autos a ocorrência de feriado local e qualquer suspensão do expediente, quando o fato puder influir na contagem de prazo processual;

Tribunal de Justiça/RS 221

LVIII - Nas cartas precatórias, numerar as folhas no canto direito inferior, reservando-se o canto direito superior para a numeração dos autos no juízo deprecante;

LIX - Intimar o procurador constituído quando este tiver vista do processo em cartório, colhendo o serventuário a sua assinatura no termo de intimação. Havendo recusa, certificar nos autos que o procurador foi intimado, comunicando-lhe tal fato, observando as orientações do Ofício-Circular 31/2001;

LX - Desentranhamento de documentos requerido pela própria parte que os juntou, quando findo o processo, mediante substituição por cópia simples e certidão nos autos, observada a orientação do parágrafo único do art. 826 da CNJ-CGJ.

LXI – Recebida petição requerendo qualquer providência que implique cumprimento de sentença com o trânsito em julgado ou não sujeita a recurso suspensivo, deverá o Cartório proceder à juntada da petição aos autos ou, na impossibilidade física a tanto, encaminhá-la ao juiz, informando, quando possível, no sistema Themis-1G, a fase de cumprimento de sentença (PROCESSOS – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA). Sendo hipótese de cumprimento de sentença, o Cartório fará remessa dos autos à Distribuição para a inversão e/ou inclusão de partes, em sendo o caso, bem como para alteração do valor da causa, adequando-o ao novo valor atribuído pelo exeqüente (Justificativa: Atualização e padronização de procedimentos em face da disciplina normativa da Lei 11.232/05).

LXII – Cumprida esta diligência, o Cartório remeterá os autos à Contadoria para o cálculo das custas processuais e taxa judiciária na forma da Lei Estadual nº 12.765/2007. As custas processuais e a taxa judiciária somente serão exigidas para os pedidos protocolados ou ajuizados a contar de 01 de janeiro de 2.008 – Provimento nº 34/2007-CGJ (Justificativa: Atualização e padronização de procedimentos em face da disciplina normativa da Lei Estadual nº 12.765/07).

LXIII – As partes que não integrarem os pólos ativo e/ou passivo na fase de cumprimento da sentença, deverão ser excluídas pelo próprio Cartório.

LXIV – Se antes da fase de cumprimento da sentença houver pedido de liquidação de sentença, tal pedido processar-se-á em autos apartados e mediante o cadastramento do

incidente. Neste caso, haverá incidência de custas nos termos da Tabela I, nº 07, letras A, B e C, do Regimento de Custas. (Justificativa: Atualização e padronização de procedimentos em face da disciplina normativa da Lei Estadual nº 12.765/07).

LXV- Findo o prazo da prisão civil expedir alvará de soltura (assinado pelo juiz) e encaminhar à autoridade policial responsável, fazendo constar no documento que o alimentante deve ser solto se por outro motivo não estiver preso.

§1º - O Juiz poderá restringir ou ampliar, via ordem de serviço , a enumeração dos atos que possam ser realizados independentemente de despacho.

§2º - O Juiz poderá determinar, via ordem de serviço, que, na hipótese de o Cartório deixar de observar a prática de ato ordinatório, fazendo conclusão desnecessária dos autos, a Assessoria do Gabinete lance tal observação nos autos, devolvendo-os independentemente de despacho do Magistrado. A mesma observação deverá ser lançada quando o processo for concluso antes do cumprimento de despacho já posto nos autos.

Art. 568 – Em quaisquer processos onde a manifestação do Ministério Público for imposição legal, dar-se-lhe-á vista independente de despacho.

Art. 569 – As petições e expedientes avulsos, tão logo recebidos em Cartório, serão juntados aos autos, independente de prévio despacho.

Art. 570 – As pensões concedidas em relação aos militares devem tomar por base a estrutura remuneratória dos mesmos, seja na atividade ou inatividade, conforme prevê a Lei nº 8.237, de 30-09-91, e o Ofício-Circular nº 13/94-CGJ.

Art. 571 – Determinado judicialmente o prosseguimento do feito monitório como cumprimento de sentença, nos moldes do art. 1.102C, caput parte final e § 3º do CPC, a ação monitória será convertida em fase de cumprimento de sentença mediante reclassificação operada pelo escrivão, sem nova distribuição.

Parágrafo único - A transação mencionada compreenderá a saída do processo da classe "Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa" e a inclusão na classe "Processos de Fase de Cumprimento de Sentença", sem, contudo, alteração do número originário e nome das partes.

222 Tribunal de Justiça/RS

Art. 572 – O procedimento traçado no artigo anterior também se aplica quando da rejeição dos embargos (art. 1.102c, § 3º, do CPC).

Art. 573 – Nos procedimentos especiais de jurisdição voluntária (arts. 1.103 a 1.210 do CPC), abrir-se-á vista ao Ministério Público logo após a autuação do processo, sendo caso de intervenção.

§ 1º – O arrolamento, através de escritura pública de partilha, será antecedido do pagamento do tributo correspondente e deverá conter os requisitos do art. 993 do CPC.

§ 2º – As certidões negativas da Fazenda Pública Federal, Estadual e Municipal deverão também constar da escritura pública.

§ 3º – O pedido de homologação judicial da escritura pública de partilha, que seguirá o disposto nos arts. 1.031 e seguintes do CPC, será acompanhado apenas de certidão de óbito do inventariado.

§ 4º – Os autos não serão remetidos à Fazenda Pública, se o imposto de transmissão tiver sido realizado com base em avaliação prévia.

§ 5º – Homologada a escritura pública de partilha, ficam dispensados os respectivos formais, expedindo-se apenas certidão da decisão judicial.

§ 6º – Cada herdeiro, apresentando o traslado da escritura pública de partilha acompanhado da certidão da homologação judicial, poderá requerer o seu registro imobiliário.

Art. 574 – Havendo testamento, e efetuado o registro, aplica-se o procedimento previsto nos parágrafos anteriores.

Art. 575 – Resultando negativa a diligência do Oficial de Justiça, intimar-se-á parte interessada ou o Ministério Público, se por este requerida, para falar em 05 (cinco) dias.

Art. 576 – Se ocorrer erro em nota de expediente, proceder-se-á imediatamente à nova publicação, independente do despacho, consignando tratar-se de republicação.

Art. 577 – Fica autorizado o fornecimento de informações aos jornais quanto aos processos de falência ou concordata, restringindo-as, porém, aos casos em que já decretada a falência ou deferido o processamento da concordata.

Art. 578 – Nos casos de decretação de falência, concordata, insolvência civil e liquidação extrajudicial, o Juiz adotará a providência de comunicar, por ofício, tal circunstância aos órgãos da Fazenda Pública Federal, Estadual e Municipal.‘

Art. 579 – É vedada a carga dos autos ao avaliador – seja o judicial, nomeado ad hoc ou com designação de função gratificada – e ao leiloeiro, nos casos de avaliação ou de leilão ou praça, respectivamente.

Art. 580 – A carga dos autos ao avaliador ou leiloeiro somente será admitida em casos excepcionais, mediante expressa determinação judicial nos autos.

Art. 581 – Para o avaliador será expedido e carregado mandado de avaliação, acompanhado da descrição do bem constante dos autos.

DAS CITAÇÕES CÍVEIS

Art. 582 – Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador legalmente autorizado.

Art. 583 – A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais e mediante autorização expressa do Juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido na lei processual civil, observado o disposto no art. 5º, XI, da Constituição Federal (art. 172, § 2º, do CPC, redação da Lei nº 8.952/94).

Art. 584 – Estando o réu ausente, a citação far-se-á na pessoa de seu mandatário, administrador, feitor ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.

Art. 585 – O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber a citação será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis.

Art. 586 – A citação pelo correio obedecerá ao disposto nesta Consolidação.

Art. 587 – A citação efetuar-se-á em qualquer lugar em que se encontre o réu.

Tribunal de Justiça/RS 223

Parágrafo único – O militar em serviço ativo será citado na unidade em que estiver servindo, se não for conhecida a sua residência ou nela não for encontrado.

Art. 588 – Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:

I – a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;

II – ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consangüíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em 2º grau, no dia do falecimento e nos 07 (sete) dias seguintes;

III – aos noivos, nos 03 (três) primeiros dias de bodas;

IV – aos doentes, enquanto grave o seu estado.

Art. 589 – Também não se fará citação, quando se verificar que o réu é demente ou está impossibilitado de recebê-la.

§ 1º – O Oficial de Justiça passará certidão, descrevendo minuciosamente a ocorrência.

§ 2º – Nomeado curador, a citação será feita na sua pessoa.

Art. 590 – O mandado que o Oficial de Justiça tiver de cumprir deverá conter:

I – os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou residências;

II – o fim da citação, bem como a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, do CPC, se o litígio versar sobre direitos disponíveis;

III – a cominação, se houver;

IV – o dia, hora e lugar de comparecimento;

V – a cópia do despacho;

VI – o prazo para defesa;

VII – a assinatura do Escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do Juiz.

Parágrafo único – O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor entregar em Cartório, com a petição inicial, tantas cópias desta quantos forem os réus; caso em que as cópias,

depois de conferidas com o original, farão parte integrante do mandado.

Art. 591 – Incumbe ao Oficial de Justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá-lo:

I – lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;

II – portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;

III – obtendo a nota de ciente, ou certificando que o réu não a apôs no mandado.

Art. 592 – Quando, por três vezes o Oficial de Justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família ou, em sua falta, a qualquer vizinho, dando-lhes ciência de que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação na hora que designar.

Art. 593 – No dia e hora designados, o Oficial de Justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou residência do citando, a fim de realizar a diligência.

§ 1º – Se o citando não estiver presente, o Oficial de Justiça procurará informar-se sobre as razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o réu se tenha ocultado em outra Comarca.

§ 2º – Da certidão da ocorrência, o Oficial de Justiça deixará contrafé com pessoa da família ou com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando- -lhe o nome.

Art. 594 – Feita a citação com hora certa, o Escrivão enviará ao réu carta, telegrama ou radiograma, dando-lhe de tudo ciência.

Art. 595 – Os endereços das partes a serem citadas ou intimadas deverão constar da forma mais completa possível, bem como, quando for o caso, a indicação dos bens a serem penhorados.

DAS INTIMAÇÕES CÍVEIS

Art. 596 – Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus representantes legais e aos advogados pelo correio, ou, se presente em Cartório, diretamente pelo Escrivão ou chefe de secretaria.

224 Tribunal de Justiça/RS

§ 1º – A intimação será feita pelo correio na forma dos arts. 598 e seguintes.

§ 2º – Nas Comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana, o Oficial de Justiça poderá efetuar citações ou intimações em qualquer delas.

§ 3º – A comunicação de atos processuais entre Comarcas integradas não autoriza a condução coercitiva de testemunha que eventualmente desatenda ao chamamento judicial.

Art. 597 – O Escrivão ou o Oficial de Justiça portará por fé, nos autos, no mandado ou na petição, que intimou a pessoa, datando e assinando a certidão.

DA COMUNICAÇÃO VIA POSTAL

Art. 598 – Os atos de comunicação processual serão feitos pelo correio, desde que seu destinatário tenha endereço certo e sua residência seja atendida por serviço de entrega domiciliar da EBCT.

Parágrafo único – A carta será registrada para entrega ao destinatário, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. Sendo o réu pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração (art. 223, parágrafo único, do CPC).

Art. 599 – A citação será feita por Oficial de Justiça, através de mandado, nos seguintes casos:

I – nas ações de estado;

II – quando for ré pessoa incapaz;

III – quando for ré pessoa de direito público;

IV – nos processos de execução;

V – a citação for anulada, não sendo o caso de devolução apenas do prazo para resposta.

Parágrafo único – As citações, nas ações de alimentos, continuarão a ser feitas via postal, isentas de taxas, na forma do art. 5º, § 2º, da Lei nº 5.478/68.

Art. 600 – Os atos de comunicação serão cumpridos por Oficial de Justiça quando:

I – o Juiz determinar de ofício ou a requerimento da parte interessada;

II – o destinatário não tiver endereço certo ou seu domicílio não seja atendido por serviço postal;

III – a correspondência for devolvida por impossibilidade de entrega ao destinatário;

IV – a testemunha não comparecer ao ato para o qual foi intimada;

V – tratar-se de carta de ordem ou de carta precatória.

DA PENHORA

Art. 601 – O executado será citado para, no prazo de 03 (três) dias, efetuar o pagamento da dívida (atualizado pelas disposições da Lei nº 11.382/2006).

Arts. 602 e 603 . Revogados.

Art. 604 – O Oficial de Justiça, não encontrando o devedor, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução.

Art. 605 – Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o Oficial de Justiça procurará o devedor 03 (três) vezes em dias distintos; não o encontrando, certificará o ocorrido.

Parágrafo único – Compete ao credor, dentro de 10 (dez) dias, contados da data em que foi intimado do arresto, requerer a citação por edital do devedor. Findo o prazo do edital, terá o devedor o prazo a que se refere o art. 601, convertendo-se o arresto em penhora em caso de não-pagamento.

Art. 606 – Se o executado não pagar no prazo de 03 (três) dias, o Oficial de Justiça penhorar-lhe-á tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal, juros, custas e honorários advocatícios e procederá, de imediato, à avaliação, lavrando o respectivo auto e oferecendo, desde logo, estimativa do valor aos bens penhorados. De tais atos intimará, na mesma oportunidade, o executado (atualizado pelas disposições da Lei nº 11.382/2006).

Tribunal de Justiça/RS 225

§ 1º – Efetuar-se-á a penhora onde quer que se encontrem os bens, ainda que em repartição pública, caso em que a precederá requisição do Juiz ao respectivo chefe.

§ 2º – Não se levará a efeito a penhora, quando evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.

§ 3º – No caso do parágrafo anterior e quando não encontrar quaisquer bens penhoráveis, o Oficial descreverá na certidão os que guarnecem a residência ou o estabelecimento do devedor.

§ 4º - A penhora de bens imóveis realizar-se-á mediante auto ou termo de penhora, cabendo ao exeqüente, sem prejuízo da imediata intimação do executado, providenciar, para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, a respectiva averbação no ofício imobiliário, mediante a apresentação de certidão de inteiro teor do ato, independentemente de mandado judicial.

§ 5º - Nos casos em que apresentada certidão da respectiva matrícula, a penhora de imóveis, independentemente de onde se localizem, será realizada por termo nos autos, do que será intimado o executado, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado, e por este ato constituído depositário (parágrafos atualizados e criados pelas disposições da Lei nº 11. 232/05).

Art. 607 – Se o devedor fechar as portas da casa, a fim de obstar a penhora dos bens, o Oficial de Justiça comunicará o fato ao Juiz, solicitando-lhe ordem de arrombamento.

Art. 608 – Deferido o pedido mencionado no item antecedente, 02 (dois) Oficiais de Justiça cumprirão o mandado, arrombando portas, móveis e gavetas, onde presumirem que se achem os bens e lavrando de tudo auto circunstanciado que será assinado por 02 (duas) testemunhas, presentes à diligência.

Art. 609 – Sempre que necessário, o Juiz requisitará força policial, a fim de auxiliar os Oficiais de Justiça na penhora dos bens e na prisão de quem resistir à ordem.

Art. 610 – Os Oficiais de Justiça lavrarão, em duplicata, o auto de resistência, entregando uma via ao Escrivão do processo para ser juntada aos autos e a outra à autoridade policial, a quem entregarão o preso.

Art. 611 – Do auto de resistência constará o rol de testemunhas com a sua qualificação.

Parágrafo único – Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e o depósito dos bens lavrando-se um só auto, se as diligências forem concluídas no mesmo dia.

Art. 612 – Havendo mais de uma penhora, lavrar-se-á para cada qual um auto.

§ 1º – Incumbe ao Oficial de Justiça, ao efetuar a penhora, observar, preferencialmente, a ordem do art. 655 do CPC I – dinheiro: (parágrafo renumerado e atualizado pelas disposições da Lei nº 11.382/2006).

§ 2º - Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira, o Juiz, a requerimento do exeqüente, requisitará à autoridade supervisora do sistema bancário, preferencialmente por meio eletrônico, informações sobre a existência de ativos em nome do executado, podendo no mesmo ato determinar sua indisponibilidade, até o valor indicado na execução (parágrafo acrescentado para atualização de procedimento às disposições normativas previstas na Lei nº 11.382/2006).

Art. 613 – O auto de penhora conterá:

I – a indicação do dia, mês, ano e lugar em que foi feita;

II – os nomes do credor e do devedor;

III – a descrição dos bens penhorados, com os seus característicos;

IV – a nomeação do depositário dos bens.

Art. 614 . Revogado.

Art. 615 – Recaindo a penhora em bens imóveis, será também intimado o cônjuge do devedor.

§ 1º – Quando a penhora recair em bens reservados da mulher, daquela será intimado o marido.

§ 2º – Quando a penhora recair em crédito do devedor, o Oficial de Justiça o penhorará. Enquanto não ocorrer a hipótese prevista no item seguinte, considerar-se-á feita a penhora pela intimação:

226 Tribunal de Justiça/RS

I – ao terceiro devedor, para que não pague ao seu credor;

II – ao credor do terceiro para que não pratique ato de disposição do crédito.

Art. 616 – A penhora de crédito representado por letra de câmbio, nota promissória, duplicata, cheque ou outros títulos far-se-á pela apreensão do documento, esteja ou não em poder do devedor.

Art. 617 – Quando o direito estiver sendo pleiteado em juízo, averbar-se-á no rosto dos autos a penhora que recair nele e na ação que lhe corresponder, a fim de se efetivar nos bens que forem adjudicados ou vierem a caber ao devedor.

Parágrafo único – a imposição de penhora ou qualquer outro ônus sobre os créditos constantes de requisição de pagamento-precatório deverá ser comunicada ao Serviço de Processamento de Precatórios do TJRS.

DOS MANDADOS EM PROCESSOS CAUTELARES

Art. 618 – Aplicam-se ao arresto as disposições referentes à penhora, não alteradas pelo CPC em seus arts. 813 a 820.

Art. 619 – O mandado de busca e apreensão deverá conter:

I – a indicação da casa ou do lugar em que deve efetuar-se a diligência;

II – a descrição da pessoa ou da coisa procurada e o destino a lhe dar;

III – a assinatura do Juiz, de quem emanar a ordem.

Art. 620 – O mandado será cumprido por dois Oficiais da Justiça, um dos quais o lerá ao morador, intimando-o a abrir as portas.

Art. 621 – Não atendidos, os Oficiais de Justiça arrombarão as portas externas, bem como as internas e quaisquer móveis onde presumam que esteja oculta a pessoa ou a coisa procurada.

§ 1º – Os Oficiais de Justiça far-se-ão acompanhar de duas testemunhas.

§ 2º – Finda a diligência, lavrarão os Oficiais de Justiça auto circunstanciado, assinando-o com as testemunhas.

DOS EDITAIS

Art. 631 – Fica instituído o “modelo único” de edital para a publicação dos atos judiciais do Poder Judiciário Estadual, envolvendo o cível e o crime.

Art. 632 – Na área cível, abrangerá os atos de citação, intimação e hasta pública, incluindo os benefícios da assistência judiciária gratuita.

§ 1º – O edital deverá conter sua denominação, identificação da Vara e Comarca, autor, réu, o tipo de ação, seu objeto, o Juiz de Direito e demais dados fundamentais que permitam noticiar aos interessados a finalidade da publicação.

§ 2º – Em caso de citação, deverá constar ainda a sua motivação (art. 232, I, do CPC), o prazo para resposta e eventual cominação (ações cominatórias), bem como advertência do art. 285, segunda parte, do CPC, na forma do art. 232, V, do mesmo Código.

§ 3º - Não requerida a adjudicação e não realizada a alienação particular do bem penhorado, será expedido o edital de hasta pública, que poderá envolver vários bens, indicando, nos termos do art. 686 do CPC o que segue:

I - A descrição do bem penhorado, com suas características e, tratando-se de imóvel, a situação e divisas, com remissão à matrícula e aos registros;

II - O valor do bem;

III - O lugar onde estiverem os móveis, veículos e semoventes; e, sendo direito e ação, os autos do processo em que foram penhorados;

IV- O dia e a hora de realização da praça, se bem imóvel, ou o local, dia e hora de realização do leilão, se bem móvel;

V - Menção da existência de ônus, recurso ou causa pendente sobre os bens a serem arrematados;

Tribunal de Justiça/RS 227

VI - A comunicação de que, se o bem não alcançar lanço superior à importância da avaliação, seguir-se-á, em dia e hora que forem desde logo designados entre os dez e os vinte dias seguintes, a sua alienação pelo maior lanço (art. 692).

§ 4º - Quando o valor dos bens penhorados não exceder 60 (sessenta) vezes o valor do salário mínimo vigente na data da avaliação, será dispensada a publicação de editais. Nesse caso, o preço da arrematação não será inferior ao da avaliação (parágrafo incluído pelas disposições da Lei nº 11.382/2006).

Art. 633 – No crime, o edital de citação deverá indicar o nome do juiz que a determinar, o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo, a finalidade da citação, o juízo e o prazo para responder a acusação, bem assim o prazo do edital (art. 365 e art. 396 do CPP).

Art. 634 – Os editais, sempre que possível, adotarão o modelo único, sem prejuízo de supressão ou acréscimo necessários à adaptação ao caso concreto.

Art. 635 – Todo edital será elaborado no cartório respectivo em meio eletrônico e encaminhado ao Departamento de Artes Gráficas na forma estabelecida no art. 793-B desta Consolidação.

§ 1º – Não será reconhecida a nulidade do edital de praça e leilão elaborado e feito publicar pelo leiloeiro (art. 705 do CPC), com a observância dos requisitos previstos no art. 686 do CPC, cuja eficácia, nessa hipótese, restringe-se a dar conhecimento a terceiros da praça e leilão.

§ 2º – Para que o edital de praça ou leilão tenha eficácia intimatória do devedor – na hipótese de não ser este localizado para intimação pessoal –, é mister que seja consignado esta circunstância no corpo do edital, podendo sua elaboração dar-se a cargo do leiloeiro, que, nesse caso, submeterá o edital ao juiz para apreciação e posterior remessa ao Departamento de Artes Gráficas para publicação.

§ 3º - Em caso de Assistência Judiciária o edital será publicado somente uma vez no Diário da Justiça, destacando-se o benefício da gratuidade do mesmo.

Art. 636 – Os editais não modelados especificamente seguirão o modelo único, com as adaptações (inclusive nos itens) que cada caso exigir para atender aos requisitos legais, conforme modelos a seguir:

228 Tribunal de Justiça/RS

1. EDITAIS CÍVEIS

1.1. Edital de Citação em Ação de Adjudicação, com prazo, fixado pelo Juiz, de 20 dias.

EDITAL DE CITAÇÃO DE:

EDIVALDO DA CUNHA e s/m EVA DA CUNHA

VARA/COMARCA: 3ª VARA CÍVEL DE PORTO ALEGRE – RS. PRAZO DO EDITAL: 20 DIAS. AÇÃO:ADJUDICAÇÃO. Nº 011911124328. AUTOR: JOÃO SILVA. RÉUS: ACIMA NOMINADOS, AMBOS EM LUGAR NÃO SABIDO. OBJETO: ASSINAR A ESCRITURA DE UM TERRENO MEDINDO 11M DE FRENTE POR 99M DE FRENTE AO FUNDO, SITUADO NA AV. PROF. OSCAR PEREIRA Nº 180, MATRÍCULA Nº 18.100 DO REGISTRO DE IMÓVEIS DA 2ª ZONA DA CAPITAL, EM 30 DIAS, PENA DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. PRAZO: 15 (QUINZE) DIAS, A PARTIR DO TÉRMINO DO PRAZO DO EDITAL (ART. 232, IV, DO CPC), PARA CONTESTAR, PENA DE SE PRESUMIREM VERDADEIROS OS FATOS ALEGADOS PELO AUTOR. SERVIDOR: LUIZ ALMEIDA, ESCRIVÃO. JUIZ DE DIREITO: ALEXANDRE VIEIRA.

1.2. Edital de Citação em Ação de Usucapião, com prazo (fixado pelo Juiz) de 20 dias, (réus ausentes incertos e desconhecidos).

EDITAL DE CITAÇÃO DE:

INTERESSADOS AUSENTES, INCERTOS E DESCONHECIDOS

VARA/COMARCA: 3ª VARA CÍVEL DE NOVO HAMBURGO/RS. PRAZO DO EDITAL: 20 DIAS. AÇÃO: USUCAPIÃO. Nº 19400223. AUTOR: JOÃO DA SILVA E S/M NOEMIA DA SILVA. RÉUS: ACIMA NOMINADOS. OBJETO: DECLARAÇÃO DE DOMÍNIO SOBRE O IMÓVEL A SEGUIR DESCRITO. FINALIDADE: CITAÇÃO

DOS TERCEIROS INTERESSADOS AUSENTES, INCERTOS E DESCONHECIDOS DOS TERMOS DA PRESENTE AÇÃO. IMÓVEL: UM TERRENO URBANO, DE 150M2, SITUADO NO BAIRRO RUBEM BERTA, NESTA CIDADE, QUARTEIRÃO FORMADO PELAS RUAS GETÚLIO VARGAS, ANITA GARIBALDI, AFONSO PENA E JÚLIO DE CASTILHOS, COM AS SEGUINTES MEDIDAS E CONFRONTAÇÕES: AO NORTE, ONDE FAZ FRENTE E MEDE 10M, COM A RUA GETÚLIO VARGAS; AO SUL, ONDE MEDE 10M COM LOTE Nº 05, DE ANTONIO MARQUES; AO LESTE, ONDE MEDE 15M COM LOTE Nº 08, DE TADEU ARRUDA E, A OESTE, ONDE MEDE 15M COM O LOTE Nº 03, DE JOÃO DE BARROS. PRAZO: QUINZE DIAS, A PARTIR DO TÉRMINO DO PRAZO DO EDITAL (ART. 232, IV, DO CPC), PARA CONTESTAR, QUERENDO, SOB PENA

DE SEREM ACEITOS COMO VERDADEIROS OS FATOS ALEGADOS NA INICIAL (ARTIGO 285 IN FINE DO CPC). SERVIDOR: EVA ALVES, OFICIAL AJUDANTE. JUIZ DE DIREITO: DR. ARTUR PEREIRA.

NOTA 1: SE HOUVER RÉUS CERTOS (CONFRONTANTES OU PESSOA EM CUJO NOME ESTÁ TRANSCRITO O IMÓVEL), EM LUGAR NÃO SABIDO, E QUE, PORTANTO, DEVEM SER INCLUÍDOS NO MESMO EDITAL, REDIGIR DA SEGUINTE FORMA O ITEM “RÉUS”: TEODORO CASTRO E S/M OMILDA DE CASTRO, AMBOS EM LUGAR NÃO SABIDO, E INTERESSADOS AUSENTES, INCERTOS E DESCONHECIDOS.

Anotações:

Tribunal de Justiça/RS 229

1.3. Edital de Citação em Ação Revisional de Aluguel, com prazo (fixado pelo Juiz) de 20 dias.

EDITAL DE CITAÇÃO DE:

ANTONIO SOUZA.

VARA/COMARCA: 2ª VARA CÍVEL DE NOVO HAMBURGO/RS. PRAZO DO EDITAL: 20 DIAS. AÇÃO: REVISÃO DE ALUGUEL. Nº 4312/90. AUTOR: JOÃO DA SILVA. RÉU: ACIMA NOMINADO, EM LUGAR NÃO SABIDO. OBJETO: ELEVAÇÃO DO LOCATIVO MENSAL, PARA CR$ 2.000.000,00. PRAZO: 15 DIAS, PARA CONTESTAR, A PARTIR DA EXPIRAÇÃO DO PRAZO DO EDITAL (ART. 232, IV, DO CPC), PENA DE SE PRESUMIREM VERDADEIROS OS FATOS ALEGADOS PELO AUTOR. SERVIDOR: CARLOS PRADO, ESCRIVÃO. JUIZ DE DIREITO: DR. ANTONIO KRAUSS.

1.4. Edital de Citação em Processo de Execução de título extrajudicial com prazo (fixado pelo Juiz) de 30 dias.

EDITAL DE CITAÇÃO DE:

JOSÉ DA SILVA

VARA/COMARCA: 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE-RS. PRAZO DO EDITAL: PRAZO DE TRINTA DIAS. PROCESSO Nº 00000000 - EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. EXEQÜENTE: ANTONIO DA SILVA. EXECUTADO: PAULO DE PAULO, CIC Nº 000000000 E RG Nº 00000000(SE HOUVER). OBJETO: A CITAÇÃO DO EXECUTADO ACIMA REFERIDO, PARA QUE NO PRAZO LEGAL DE TRÊS DIAS, EFETUE O PAGAMENTO DO DÉBITO NO VALOR DE R$ 50.000,00, EM DATA DE 01/1/2008, QUE DEVERÁ SER DEVIDAMENTE ATUALIZADO, E DEMAIS COMINAÇÕES LEGAIS, FICANDO INFORMADO DE QUE HAVENDO O PAGAMENTO INTEGRAL NO TRÍDUO, OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS FIXADOS EM 20% DO VALOR EXEQÜENDO, SERÃO REDUZIDOS PELA METADE. PODERÁ OFERECER EMBARGOS À EXECUÇÃO, QUERENDO, NO PRAZO LEGAL DE QUINZE DIAS, INDEPENDENTEMENTE DE SEGURO O JUÍZO PELA PENHORA. FICA AINDA, CIENTE DE QUE NO PRAZO DE EMBARGOS, RECONHECENDO O CITANDO O CRÉDITO DO EXEQÜENTE E COMPROVANDO O DEPÓSITO DE, NO MÍNIMO, 30% DO VALOR EXEQÜENDO, INCLUSIVE AS CUSTAS JUDICIAIS E A VERBA HONORÁRIA ESTIPULADA, PODERÁ O EXECUTADO REQUERER SEJA ADMITIDO A PAGAR O SALDO RESTANTE EM ATÉ SEIS PARCELAS MENSAIS, ACRESCIDAS DE CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS LEGAIS DE 1% AO MÊS, SOB PENA, EM NÃO O FAZENDO, SEREM-LHES PENHORADOS TANTOS BENS QUANTOS BASTEM PARA GARANTIR A EXECUÇÃO. PORTO ALEGRE, 03 DE SETEMBRO DE 2.009, (AS) ESCRIVÃO (NOME)E JUIZ DE DIREITO (NOME).

Anotações:

230 Tribunal de Justiça/RS

1.5. Edital de Intimação de Penhora, com prazo (fixado pelo Juiz), de 20 dias.

EDITAL DE INTIMAÇÃO DE PENHORA DE:

ROBERTO SILVA E SUA ESPOSA ANA DA SILVA, inscritos no CIC sob nºs. 0000000000 e 1111111, respectivamente. VARA/COMARCA: 1ª CÍVEL DO FORO REGIONAL DA TRISTEZA – PORTO ALEGRE-RS, PRAZO DO EDITAL: VINTE DIAS. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL nº 0011891176-1. EXEQUENTE: ATAÍDE MEDEIROS. EXECUTADOS: ACIMA MENCIONADOS. OBJETO: INTIMAÇÃO DA PENHORA EFETIVADA SOBRE O IMÓVEL A SEGUIR DESCRITO, BEM COMO DA CONDIÇÃO DE FIEL DEPOSITÁRIO DO EXECUTADO ROBERTO SILVA, FICANDO ADVERTIDO DE QUE NÃO PODERÁ DESFAZER-SE DO BEM CONSTRITO SEM ORDENS EXPRESSAS DESTE JUÍZO, SOB AS PENAS DO § 3º DO ARTIGO 666 DO CPC E, BEM ASSIM, DE QUE O FEITO CORRERÁ A SUA REVELIA. IMÓVEL: O APARTAMENTO Nº 45, SITO À RUA CEL. MASSOT Nº 400, BL. B, BAIRRO CRISTAL, NESTA CAPITAL, COM ÁREA REAL TOTAL DE 73,74 M², MATRÍCULA Nº 13.400, DO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS DA 3ª ZONA DESTA COMARCA. (SERVIDOR) JOÃO DE TAL, ESCRIVÃO. JUIZ DE DIREITO, DR. MARCOS PAULO.

1.6. Edital de Praça Única e Intimação em Execução Fiscal.

EDITAL DE PRAÇA ÚNICA, E INTIMAÇÃO DE:

JOÃO DA SILVA e s/m ANA DA SILVA

VARA/COMARCA: 1ª VARA DA COMARCA DE CACHOEIRINHA/RS. PRAZO DO EDITAL: 30 DIAS. AÇÃO: EXECUÇÃO FISCAL. Nº 5360/90. AUTOR: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. RÉUS: ACIMA NOMINADOS OBJETO: VENDA, EM PRAÇA ÚNICA, NO DIA 16-11-92, ÀS 14 H, NO ÁTRIO DO FÓRUM LOCAL, DO IMÓVEL PENHORADO. IMÓVEL: UM TERRENO URBANO, SITUADO À RUA JOAQUIM NABUCO, BAIRRO SANTA FÉ, NESTA CIDADE, COM A ÁREA DE 500M2, DE FRENTE PARA O PRÉDIO Nº 59, DA MESMA RUA CITADA, MATRÍCULA Nº 4.700, DO OFÍCIO DOS REGISTROS PÚBLICOS LOCAL, AVALIADO EM CR$ 500.000,00, COM ATUALIZAÇÃO POR OCASIÃO DA PRAÇA. ÔNUS: NADA CONSTA. INTIMAÇÃO: OS DEVEDORES, CASO NÃO ENCONTRADOS PELO SR. OFICIAL DE JUSTIÇA PARA CIENTIFICAÇÃO PESSOAL, FICAM POR ESTE INTIMADOS. SERVIDOR: HÉLIO CRUZ, OFICIAL AJUDANTE. JUIZ DE DIREITO: DR. HÉLIO CARVALHO.

NOTA: SENDO VÁRIOS OS IMÓVEIS A SEREM PRACEADOS, A REDAÇÃO DO OBJETO DO EDITAL PODERÁ SER A SEGUINTE: VENDA, EM PRAÇA ÚNICA, NO DIA 26-11-92, ÀS 14H, DE 08 TERRENOS, SITUADOS NA PRAIA TUPINAMBÁ, NESTE MUNICÍPIO, QUARTEIRÃO FORMADOS PELA RUAS SOUZA LOBO, RICHARD STRAUSS, TURUBI E ARLINDO MONTE, COM A ÁREA DE 300,50M2 CADA UM, ASSIM INDIVIDUADOS: 01 TERRENO URBANO, LOTE Nº 18, Q. 20, MATRÍCULA Nº 33.860; 01 TERRENO URBANO, LOTE Nº 19, Q. 20, MATRÍCULA Nº 33.861; 01 TERRENO URBANO, LOTE Nº 20, Q. 20, MATRÍCULA Nº 33.862; 01 TERRENO URBANO, LOTE Nº 21, Q. 20, MATRÍCULA Nº 33.862; 01 TERRENO URBANO, LOTE Nº 22, Q. 20, MATRÍCULA Nº 33.863; 01 TERRENO URBANO, LOTE Nº 23, Q. 20, MATRÍCULA Nº 33.864; 01 TERRENO URBANO, LOTE Nº 24, Q. 20, MATRÍCULA Nº 33.864; 01 TERRENO URBANO, LOTE Nº 25, Q. 20, MATRÍCULA Nº 33.865; 01 TERRENO URBANO, LOTE Nº 26, Q. 20, MATRÍCULA Nº 33.866.

Anotações:

Tribunal de Justiça/RS 231

1.7. Edital de Leilão em Processo de Execução.

EDITAL DE 1º E 2º LEILÃO E INTIMAÇÃO DE:

ANTONIO AZEVEDO

VARA/COMARCA: TAPERA – VARA ÚNICA. AÇÃO: EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. Nº 3451. AUTOR: JOÃO DA SILVA. RÉU: ACIMA INDICADO. OBJETO: VENDA, EM 1º LEILÃO, NO DIA 16-11-92, ÀS 10H, NO EDIFÍCIO DO FÓRUM, DOS SEGUINTES BENS: DIREITOS E AÇÕES SOBRE O TERMINAL TELEFÔNICO LOCAL Nº 488-1326, RESIDENCIAL, E UM APARELHO DE SOM 3X1, “PHILCO”, USADO, EM BOM ESTADO DE CONSERVAÇÃO, O QUAL SE ENCONTRA NA RESIDÊNCIA DE JOÃO AIRES, NA RUA FLORES DA CUNHA, 140, NESTA CIDADE, AVALIADOS, RESPECTIVAMENTE, EM CR$ 6.000.000,00 E 2.000.000,00, A SEREM ATUALIZADOS QUANDO DA HASTA PÚBLICA. COMUNICAÇÃO: SE NÃO HOUVER LANÇO SUPERIOR AO VALOR DA AVALIAÇÃO, OS BENS SERÃO LEVADOS A 2º LEILÃO EM 31-11-92, ÀS 10H, A QUEM MAIS DER, INADMITIDO PREÇO VIL. ÔNUS: NADA CONSTA. INTIMAÇÃO: O DEVEDOR, CASO NÃO ENCONTRADO PELO OFICIAL DE JUSTIÇA PARA CIENTIFICAÇÃO PESSOAL, FICA POR ESTE INTIMADO. SERVIDOR: PAULO TARSO, ESCRIVÃO. JUIZ DE DIREITO: DR. ARISTÓTELES VIEIRA.

1.8. Edital de Citação em Ação de Divórcio, com prazo (fixado pelo Juiz), de 20 dias.

EDITAL DE CITAÇÃO DE:

ANA DA SILVA

VARA/COMARCA: TAPERA – VARA ÚNICA. PRAZO DO EDITAL: 20 DIAS. AÇÃO: DIVÓRCIO LITIGIOSO. Nº 2.600/92. AUTOR: JOÃO DA SILVA. RÉ: ACIMA NOMINADA, EM LUGAR NÃO SABIDO. OBJETO: DECRETAÇÃO DO DIVÓRCIO DO CASAL. PRAZO: 15 DIAS, PARA CONTESTAR, A PARTIR DO TÉRMINO DO PRAZO DO EDITAL (ART. 232, IV, DO CPC). SERVIDOR: ERNESTO DE PAULA. JUIZ DE DIREITO: DR. CÍCERO COSTA.

1.9. Edital de Citação em Separação Litigiosa, com prazo (fixado pelo Juiz), de 20 dias.

EDITAL DE CITAÇÃO DE:

AMÉLIA DA SILVA

VARA/COMARCA: SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ – 1ª VARA. PRAZO DO EDITAL: 20 DIAS. AÇÃO: SEPARAÇÃO LITIGIOSA. Nº 2.320/91. AUTOR: ANTONIO DA SILVA. RÉ: ACIMA NOMINADA, EM LUGAR NÃO SABIDO. OBJETO: DECRETAÇÃO DA SEPARAÇÃO DO CASAL. PRAZO: 15 DIAS, PARA CONTESTAR, A PARTIR DO TÉRMINO DO PRAZO DO EDITAL (ART. 232, IV, DO CPC). SERVIDOR: ARLINDO AMARAL, OFICIAL AJUDANTE. JUIZ DE DIREITO: DR. MAURO PRESTES JÚNIOR.

2. EDITAIS CRIMINAIS

2.1. Edital de Citação Criminal (réu não-encontrado – art. 361 do CPP).

EDITAL DE CITAÇÃO DE:

JOÃO TAVARES

VARA/COMARCA: 1ª CRIMINAL DE NOVO HAMBURGO. PRAZO DO EDITAL: 15 DIAS. NATUREZA DA AÇÃO: CRIMES DE FURTO. PROCESSO Nº 00000000. AUTORA: JUSTIÇA PÚBLICA. RÉU:JOÃO TAVARES, PINTOR, EM LUGAR NÃO SABIDO. OBJETO: CITAÇÃO DO(A)(S) RÉU(RÉ)(S) LEODIR RODRIGUESDA COSTA, INCURSO NAS SANÇÕES DO(S) ART. 155 DO DECRETO LEI N° 2848 DE 1940, DA

LEI N° 11343 DE 2006 E ART. 69 DO DECRETO LEI N° 28 48 DE 1940, ATUALMENTE EM LUGAR INCERTO E NÃO SABIDO, PARA RESPONDER A ACUSAÇÃO, POR ESCRITO, NO PRAZO DE 10 (DEZ) DIAS, CONTADOS DO COMPARECIMENTO, EM JUÍZO, DO ACUSADO OU DE DEFENSOR CONSTITUÍDO, BEM COMO ACOMPANHAR TODOS OS TERMOS DO PROCESSO ACIMA REFERIDO. NOVO HAMBURGO, 7 DE MAIO DE 2009. SERVIDOR: ARLINDO FRAGA, ESCRIVÃO. JUIZ DE DIREITO: DR. ARISTÓTELES NOGUEIRA.

NOTA: NÃO SENDO O RÉU CONHECIDO, DEVERÃO SER INDICADOS OS SEUS SINAIS CARACTERÍSTICOS QUE CONSTEM DOS PROCESSOS (ART. 365, II, DO CPP).

232 Tribunal de Justiça/RS

2.2. Edital de Intimação de Sentença (Pena Privativa de Liberdade por tempo igual ou superior a 01 ano, impondo ao réu o pagamento das custas).

EDITAL DE INTIMAÇÃO DE SENTENÇA DE:

JOÃO TAVARES

VARA/COMARCA: 1ª CRIMINAL DE NOVO HAMBURGO/RS. PRAZO DO EDITAL: 90 DIAS. AÇÃO: PENAL PÚBLICA. Nº 1.124/92. AUTORA: JUSTIÇA PÚBLICA. RÉU: ACIMA NOMINADO, PINTOR, EM LUGAR NÃO SABIDO. OBJETO: CIENTIFICAR O RÉU DE QUE FOI CONDENADO A UMA PENA DE 02 ANOS E 03 MESES DE RECLUSÃO, REGIME SEMI-ABERTO, SEM DIREITO DE RECORRER EM LIBERDADE, MAIS 30 DIAS-MULTA, NO VALOR UNITÁRIO DE 1/30 DO SM VIGENTE AO TEMPO DO FATO, E CUSTAS, POR INCURSO NAS SANÇÕES DO ART. 155, CAPUT, DO CP. PRAZO: 05 DIAS, APÓS O TÉRMINO DO PRAZO DO EDITAL, PARA APELAR. SERVIDOR: LEONARDO PASTRO, ESCRIVÃO. JUIZ DE DIREITO: DR. CLÁUDIO BELTRANI.

2.3. Edital de Intimação de Sentença (Pena privativa de liberdade inferior a 01 ano, com sursis, isentando o réu do pagamento das custas).

EDITAL DE INTIMAÇÃO DE SENTENÇA DE:

MIGUEL SILVA

COMARCA/VARA: 1ª CRIMINAL DE CAXIAS DO SUL/RS. PRAZO DO EDITAL: 60 DIAS. AÇÃO: PENAL PÚBLICA. Nº 2320/90. AUTORA: JUSTIÇA PÚBLICA. RÉU: ACIMA NOMINADO, OPERÁRIO, EM LUGAR NÃO SABIDO. OBJETO: CIENTIFICAR O RÉU DE QUE FOI CONDENADO A UMA PENA DE 01 ANO E 06 MESES DE DETENÇÃO, REGIME ABERTO, COM SURSIS POR 02 ANOS, POR INCURSO NAS SANÇÕES DO ART. 329, CAPUT, DO CP. PRAZO: 05 DIAS, APÓS O TÉRMINO DO PRAZO DO EDITAL, PARA APELAR. SERVIDOR: ANDRÉ ALVES, ESCRIVÃO. JUÍZA DE DIREITO. DRA. CARMEM DE ASSIS. OBSERVAÇÕES GERAIS: SEGUIR A DISPOSIÇÃO GRÁFICA DOS MODELOS. ASSIM, O CABEÇALHO, COMPOSTO DO TÍTULO (EX. EDITAL DE CITAÇÃO DE:) E DO NOME DAS PESSOAS A SEREM CITADAS OU INTIMADAS (EX. JOSÉ DA SILVA E S/M ANA DA

SILVA), BEM COMO OS ITENS DO CORPO DO EDITAL (EX. COMARCA/VARA, PRAZO DO EDITAL, AÇÃO, ETC.). SERÃO GRAFADOS EM LETRAS MAIÚSCULAS (TAMBÉM EM NEGRITO, SE UTILIZADA MÁQUINA ELÉTRICA). AINDA NO CABEÇALHO, NÃO DATILOGRAFAR O NOME DAS PESSOAS A SEREM CITADAS OU INTIMADAS NA MESMA LINHA DO TÍTULO, E SIM NA LINHA SEGUINTE, E NÃO UTILIZAR A EXPRESSÃO “RÉU(S)” OU EQUIVALENTE. SEPARAR O CABEÇALHO DO CORPO DOEDITAL COM ESPAÇO DUPLO. O GABARITO A SER ENVIADO PARA PUBLICAÇÃO NÃO PRECISA SER ASSINADO.

Art. 637 – O Escrivão, ou quem suas vezes fizer, com a orientação e supervisão do respectivo Juiz, fará a implantação, em cada Cartório, do sistema de publicação objeto deste ato normativo.

DA CARTA DE ARREMATAÇÃO E DO CANCELAMENTO DA PENHORA

Art. 641 – O Juiz, antes de proceder à venda judicial de imóvel, verificará quanto à existência de outras penhoras, ônus, recurso ou caso pendente sobre os bens a serem arrematados (art. 686, V, do CPC), o que deverá ser verificado através de certidões expedidas pelo Registro de Imóveis competente.

Art. 642 – Art. 642 - Nas cartas de adjudicação, alienação e arrematação se transcreverá na íntegra a certidão positiva ou negativa expedida pelo Registro de Imóveis (atualizado pelas disposições da lei nº 11.382/06).

Art. 643 – O Juiz somente autorizará o levantamento do produto, no caso de existir outra penhora registrada, após a certeza de que o credor concorrente tenha tido a oportunidade para se habilitar na disputa do preço, atentando às preleções de direito material e de direito processual.

Art. 644 – Havendo mais de um credor concorrendo na disputa do preço, o Juiz, de ofício ou provocado, deverá instaurar concurso de preferência nos termos da lei processual (art. 711 do CPC).

Art. 645 – Ultimada a alienação judicial, o juiz da execução fará expedir a respectiva carta.

Tribunal de Justiça/RS 233

§ 1º – A carta deverá determinar expressamente o cancelamento da penhora que originou aquela execução.

§ 2º – O cancelamento dar-se-á em forma de averbação, ressalvado o disposto no § 3º do artigo 455-D da CNJ (alterado em face do disposto no art. 7º do Provimento nº 38/07-CGJ).”

Art. 646 - Nas cartas de adjudicação, alienação e arrematação deverá constar, além do número do registro geral de identidade e da inscrição no cadastro de contribuintes da Receita Federal dos interessados, a perfeita identificação destes, conforme estatuído nos arts. 383, 384 e 385 da Consolidação Normativa Notarial e Registral desta Corregedoria (justificativa: atualizado pelas disposições da Lei nº 11382/06 e CNNR-CGJ).

Art. 647 – A carta de arrematação conterá:

I - a descrição do imóvel, com remissão à sua matrícula e registros;

II - a cópia do auto de arrematação;

III - a prova de quitação do imposto de transmissão (atualizado pelas disposições da Lei nº 11.382/06).

Art. 647A – Ultimada a alienação judicial de veículo, a pedido da parte arrematante, o juiz da execução poderá expedir mandado de registro de transferência de veículo à autoridade de trânsito competente.

§ 1º - O mandado conterá o nome completo, qualificação e endereço do arrematante, além da completa descrição do veículo.

§ 2º - O mandado deverá determinar expressamente o cancelamento da penhora que originou aquela execução.

DOS PROCESSOS COM TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL

Art. 662 – Os processos judiciais ou administrativos em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos ou portador de doença grave prevista no inciso IV do artigo 69-A da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, incluído pela Lei nº 12.008 de 29 de julho de 2009, terão prioridade

na tramitação em todas as diligências e atos a eles pertinentes.

Parágrafo único – Também terão prioridade na tramitação os processos administrativos em que figure como parte ou interessado pessoa portadora de deficiência física ou mental.

Art. 663 – O interessado na obtenção desse benefício deverá requerê-lo ao Juiz que presidir o processo.

Parágrafo único – A prova da idade deverá ser feita através de qualquer documento hábil (carteira de identidade, carteira de habilitação, certidão de nascimento, de casamento, carteira profissional, CTPS, dentre outros), cuja cópia deverá ser juntada aos autos. A comprovação da doença grave será feita mediante juntada de atestado ou laudo médico.

Art. 664 – A prioridade na tramitação dos feitos de que tratam os artigos antecedentes será observada dentro da mesma classe de processos em que os mesmos se insiram, não se sobrepondo a outras prioridades previstas em lei. Assim, exemplificativamente, processos comuns ordinários envolvendo idosos ou portadores de doenças graves terão tramitação preferencial em relação a outros processos comuns ordinários, mas não em relação a processos cautelares e mandados de segurança.

Art. 664a – É assegurado às pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos o atendimento preferencial imediato no âmbito dos Cartórios Judiciais, incluindo-se os adjuntos e da Distribuição e Contadoria.

Parágrafo único – Deverá ser afixado cartaz visível ao público com caracteres legíveis, no âmbito da serventia, com a seguinte redação:

“Nos termos da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, é assegurado o atendimento preferencial imediato às pessoas que possuam idade igual ou superior a sessenta anos”.

Art. 665 – Também na tramitação dos processos da Infância e Juventude, deverá ser garantida prioridade absoluta, especialmente nos procedimentos com crianças e adolescentes abrigados (suspensão ou destituição do pátrio-poder, adoção, etc.) ou adolescentes internados, especialmente internados provisoriamente.

234 Tribunal de Justiça/RS

Art. 666 – Os processos judiciais referidos no caput do artigo 662 e no artigo 665 deverão ser identificados através da aposição de uma tarja adesiva colorida, que envolva a parte frontal e posterior da autuação, sem interrupção, bem como através da aposição de um carimbo ou etiqueta com os dizeres “TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL – IDOSO, TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL – DOENÇA GRAVE” ou “CRIANÇA E ADOLESCENTE – URGENTE”, conforme o caso.

§ 1º - No momento da distribuição, deverá o Distribuidor lançar no sistema informatizado THEMIS 1G a informação de que se trata de processo preferencial, discriminando qual a espécie.

§ 2º - Bi-mensalmente, deverá o Escrivão emitir relatório buscando identificar e dar pronto atendimento aos feitos indevidamente paralisados.

§ 3º - Em relação aos feitos já distribuídos, na medida em que forem movimentados, deverão ser incluídos no sistema na forma disposta no §1º supra.”

Art. 666-A – Os processos administrativos em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos, portador de doença grave (inciso IV do artigo 69-A da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, incluído pela Lei nº 12.008, de 29 de julho de 2009) ou portador de deficiência física ou mental igualmente deverão ser identificados através da aposição de uma tarja adesiva colorida, que envolva a parte frontal e posterior da autuação, sem interrupção, bem como através da aposição de um carimbo ou etiqueta com os dizeres “TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL – IDOSO”, “TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL –DOENÇA GRAVE” ou “TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL – DEFICIÊNCIA”, conforme o caso.

DE OUTRAS DILIGÊNCIAS CÍVEIS

Art. 667 – Na execução de mandado de embargo de obra nova, o Oficial de Justiça lavrará auto circunstanciado, descrevendo o estado em que se encontra a obra, e, ato contínuo, intimará o construtor e os operários a que não continuem a obra sob pena de desobediência e citará o proprietário a contestar em 05 (cinco) dias a ação.

Art. 668 – A execução da sentença que decretar o despejo far-se-á por notificação ao réu e, quando presentes, às pessoas que habitem o prédio, para que o desocupem no prazo assinado, sob pena de despejo.

Art. 669 – Findo o prazo, o prédio será despejado por dois Oficiais de Justiça, com o emprego de força, inclusive arrombamento.

Parágrafo único – Os Oficiais de Justiça entregarão os móveis à guarda de depositário judicial, se os não quiser retirar o despejado.

Art. 669-A – Transitada em julgado a sentença de interdição, nos casos de incapacidade civil absoluta, haverá comunicação ao Tribunal Regional Eleitoral dos seguintes dados:

a) qualificação do interdito, tão completa quanto possível;

b) número do título eleitoral;

c) número do processo de interdição;

d) data da sentença e do trânsito em julgado;

e) a causa da interdição e os limites da curatela

f) identificação da Vara;

g) nome e assinatura da autoridade judicial competente.

Art. 669-B – Transitada em julgado sentença procedente em ação de improbidade administrativa com suspensão de direitos políticos, haverá comunicação ao Tribunal Regional Eleitoral dos seguintes dados:

a) qualificação do réu tão completa quanto possível;

b) número do título eleitoral;

c) número do processo;

d) data do trânsito em julgado da sentença;

e) prazo de suspensão dos direitos políticos cominado na sentença;

f) identificação da vara;

Tribunal de Justiça/RS 235

g) nome e assinatura da autoridade judicial competente.

Art. 669-C – As condenações cíveis por atos de improbidade administrativa transitadas em julgado serão informadas pelo juízo no sítio do Conselho Nacional de Justiça, no sistema do ‘Cadastro Nacional das Condenações Cíveis por ato de improbidade administrativa’, observando-se o disciplinado na resolução 44/2008-CNJ, parcialmente modificada pela resolução 50/2008-CNJ, e as orientações do Ofício-Circular nº 777/2008, desta Corregedoria.

DOS CARTÓRIOS CRIMINAIS

DO INQUÉRITO POLICIAL

Art. 670 – O Distribuidor ao receber os autos do inquérito policial ou os expedientes de investigação criminal oriundos da Polícia Judiciária ou do Ministério Público, fará a conferência da numeração das folhas, armas e/ou objetos apreendidos, efetuando o lançamento no “livro de registro de coisas apreendidas“, ou no sistema informatizado, com anotação, no inquérito, do recebimento dos objetos, bem como procederá aos registros no sistema informatizado.

§ 1º - Os inquéritos policiais e os expedientes de investigação iniciados pela autoridade policial ou pelo Ministério Público, depois de distribuídos e tombados serão encaminhados ao cartório, já certificados os antecedentes pelo distribuidor independentemente de despacho judicial, fazendo-se constar, se positivos, a data do crime, da sentença e do trânsito em julgado.

§ 2º - Recebidos os inquéritos em cartório, os quais não serão autuados, os escrivães deverão encaminhá-los às promotorias de justiça com atribuição para atuar nos feitos, anotando no sistema informatizado a data da vista.”

Art. 671 – Nos casos de pedidos de arquivamento, de oferecimento de denúncia e quando houver pedido de restrição a direito fundamental (busca e apreensão, pedidos de prisões, interceptação telefônica, quebra do sigilo fiscal e bancário, etc.), bem como nos casos de alegação de exceção de incompetência, de pedidos de restituição de coisas apreendidas, de seqüestro dos bens imóveis, de especialização de hipoteca, de avaliação de insanidade mental do indiciado, de exumação para exame cadavérico,

de realização de perícias e de devolução de fiança, os autos do inquérito serão imediatamente submetidos à apreciação judicial.

§ 1º - Deferido o pedido de arquivamento pelo juiz, o servidor preencherá o boletim informativo, remetendo-o ao departamento de estatística e anotando a baixa e arquivamento no sistema informatizado.

§ 2º - Se o indiciado, por qualquer título, encontrar-se preso e não for oferecida a denúncia no prazo de lei, o escrivão levará o fato ao conhecimento do magistrado.

§ 3º - As diligências preparatórias, mesmo as imprescindíveis ao oferecimento da denúncia estão ao encargo do Ministério Público, salvo as referidas no caput.

§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, deverá ser consignado nos ofícios que as respostas serão endereçadas à sede onde trabalha o promotor de justiça que requereu a medida, ficando vedado aos servidores do Poder Judiciário receber os ofícios dirigidos ao Ministério Público.

Art. 672 – Quando houver afirmação do promotor de justiça de que o pedido trata de restrição a direito fundamental, ou as autoridades públicas ou entidades privadas não houverem atendido as suas diligências, ou, ainda, se os autos do inquérito tiverem que, necessariamente, ser devolvidos à autoridade policial (art. 16 do CPP), o escrivão levará os autos à conclusão do magistrado.

Parágrafo único - Quando for indispensável a baixa dos autos do inquérito, deve ser providenciada comunicação do fato à Corregedoria dos Serviços Policiais, com menção de dados permissíveis de identificação e indicação do prazo fixado. Na comarca da Capital, a baixa de autos de inquérito convém seja feita sempre através da Corregedoria dos Serviços Policiais.

Art. 673 – Serão encaminhados diretamente aos magistrados:

I – os inquéritos policiais em que haja indiciado preso;

II – os requerimentos ou representações pela prisão preventiva e temporária;

III – as representações criminais (art. 39, e §§, do CPP);

236 Tribunal de Justiça/RS

IV – os requerimentos de devolução dos autos do inquérito policial para realização de ulteriores diligências (art. 10, §, 3º, do CPP);

V – os inquéritos que, para o ajuizamento da ação penal, dependam de intervenção da vítima ou de seu representante legal (ação penal pública condicionada e ação penal privada);

VI – os pedidos de habeas-corpus;

VII – os pedidos de retratação;

VIII – os pedidos de explicações em juízo;

IX - as ações cautelares penais preparatórias ao ajuizamento da queixa-crime;

X – os pedidos de reclamações da vítima ou de seu representante legal contra o Ministério Público, quando a ação penal pública não foi intentada dentro do prazo legal, para exercer o direito constitucional da ação privada subsidiária da pública (art. 5º lII, da CF).

§ 1º - Havendo baixa de inquéritos policiais à Delegacia de Polícia, a pedido da Polícia Judiciária (art. 10, § 3º do CPP), o escrivão anotará a data da remessa no sistema informatizado, a fim de serem reclamados após o prazo concedido, e comunicará o fato ao Ministério Público para os fins do art. 129, VII, da CF.

§ 2º - O escrivão zelará pelos prazos dos feitos que dependam de intervenção da vítima ou seu representante legal, e fará conclusão ao magistrado tão-logo fluir o prazo prescricional ou decadencial.

Art. 674 – Se os magistrados entenderem de deferir os requerimentos de diligências requeridas pelos promotores de justiça, deverão atentar para as seguintes situações peculiares:

I - para evitar a realização de diligências inúteis, deve haver verificação jurisdicional, por ocasião da conclusão do inquérito/processo, da real necessidade de perícia requisitada pela autoridade policial, comunicando-se, de imediato, a decisão tomada ao Departamento Médico Legal;

II - na requisição de laudos ao DML deve ser identificado o nome das vítimas, de maneira clara e legível, já que é esta a identificação registrada no referido Instituto;

III - preferentemente será oficiado à delegacia de polícia de origem;

IV - quando forem solicitadas informações ao Instituto de Criminalística, devem ser indicados no ofício o número do inquérito e o nome dos indiciados, a fim de facilitar a localização de dados;

V – quando se tratar de requisição de laudos psiquiátricos ao Instituto Psiquiátrico Forense, a requisição também deve ser encaminhada ao Superintendente da SUSEPE, a quem cabe controlar o prazo de cumprimento do trabalho.

Art. 675 – Após recebidos os autos de inquérito, a remessa a outro Juízo somente se procederá mediante decisão judicial.

Parágrafo único - A remessa deverá ser precedida de baixa no sistema informatizado, comunicando-se à Delegacia de Polícia de origem.

Arts. 676 a 678. Revogados.

Art. 679 – Antes do oferecimento da denúncia, o inquérito policial não deverá ser autuado.

Art. 680 – Para evitar a realização de diligências inúteis, deve haver verificação jurisdicional, por ocasião da conclusão do inquérito/processo, da real necessidade de perícia requisitada pela autoridade policial, comunicando-se, de imediato, a decisão tomada ao Departamento Médico Legal.

Art. 681 – Na requisição de laudos ao DML deve ser identificado o nome das vítimas, de maneira clara e legível, já que é esta a identificação registrada no referido Instituto.

Art. 682 – Quando se tratar de requisição de laudos psiquiátricos ao Instituto Psiquiátrico Forense, a requisição também deve ser encaminhada ao Superintendente da SUSEPE, a quem cabe controlar o prazo de cumprimento do trabalho.

Art. 683 – Determinado cumprimento de pedido de diligência pelo Juiz, preferentemente será oficiado à Delegacia de Polícia de origem, aguardando os autos do inquérito em Cartório.

Tribunal de Justiça/RS 237

§ 1º – Quando indispensável a baixa dos autos do inquérito, deve ser providenciada comunicação do fato à Corregedoria dos Serviços Policiais, com menção de dados permissíveis de identificação e indicação do prazo fixado. Na Comarca da Capital, a baixa de autos de inquérito convém seja feita sempre através da Corregedoria dos Serviços Policiais.

§ 2º – Quando forem solicitadas informações ao Instituto de Criminalística, devem ser indicados no ofício o número do inquérito e o nome dos indiciados, a fim de facilitar a localização de dados.

DO PROCESSO CRIMINAL

Art. 684 – Recebida a denúncia ou a queixa-crime, será procedido o registro e a atualização dos enquadramentos legais no sistema informatizado bem como a autuação do processo com a aposição das etiquetas na capa.

§ 1º – Também será objeto de registro a denuncia recebida nos termos circunstanciados, com base na Lei nº 9.099/95.

§ 2º - Serão registrados no sistema informatizado de 1º grau os seguintes dados:

a) o juízo, o número no tombo, o(s) artigo(s) de lei em que incurso(s) o(s) réu(s), os nomes completos das partes e seus advogados e a data do recebimento da denúncia;

b) alterações posteriores do enquadramento legal, das partes e seus advogados;

c) a decretação e a prisão do réu, a suspensão do processo (art. 366 do CPP e art. 89 da Lei 9099/95);

d) a data da prescrição e data da próxima audiência.

§ 3º - Circunstâncias especiais tais como grade ou tarja, data da próxima audiência e data da prescrição também serão anotadas na capa do processo, como forma de padronização dos feitos criminais em andamento. Quanto à tarja deverão ser adotados os seguintes critérios:

A) Tarja vermelha, réu preso;

B) Tarja azul, quando houver réu preso por outro processo;

C) Tarja preta, quando houver suspensão do processo por força do art. 366 do Código de Processo Penal em relação a um dos réus denunciados, devendo ser feita a anotação correspondente ao lado do nome do réu;

D) Tarja amarela, quando houver suspensão prevista no art. 89 da Lei nº 9.099, de 1995.

§ 4º - Nas ações penais movidas contra servidor da Polícia Civil ou do Serviço Penitenciário, as decisões de recebimento da denúncia, aplicação de medida cautelar, condenação, absolvição ou extinção da punibilidade serão comunicadas, por via eletrônica, à chefia da polícia civil ou à Corregedoria-Geral dos serviços penitenciários da SUSEPE, respectivamente, acompanhadas da cópia da decisão e da denúncia, ou da sentença ou do acórdão, assim como da informação acerca da pendência de recurso ou do trânsito em julgado, quando for o caso.

§ 5º – A autuação será padronizada, com a utilização da capa PJ-692 (rosa), para os processos criminais, respectivos incidentes, recursos e precatórias.

§ 6º – Documentos expedidos, tais como mandados, precatórias, ofícios, deverão ser identificados com etiqueta, grade ou carimbo, fazendo constar tratar-se de “réu preso”.

Art. 685 – A numeração das folhas do processo deverá ser feita a partir da autuação, abandonada a numeração do inquérito policial. Todas as folhas serão rubricadas.

Art. 686 – Terão prioridade na tramitação o processo e o inquérito em que figure(m) indiciado, acusado, vítima ou réu colaboradores, vítima ou testemunha protegidos pelos programas de que trata a Lei 9.807, de 13 de julho de 1999, atualizada pela Lei 12.483, de 8 de setembro de 2011.

§ 1º – Qualquer que seja o rito processual criminal, o juiz, após a citação, tomará antecipadamente o depoimento das pessoas incluídas nos programas de proteção, devendo justificar a eventual impossibilidade de fazê-lo no caso concreto ou o possível prejuízo que a oitiva antecipada traria para a instrução criminal.

238 Tribunal de Justiça/RS

§ 2º – Os feitos referidos anteriormente deverão ser identificados através de uma fita adesiva colorida que envolva a parte frontal e posterior da autuação, sem interrupção, bem como por meio da aposição de um carimbo ou etiqueta com a palavra “Protege”. Além desta providência, o escrivão deverá anotar junto ao sistema de informática, nos dados complementares, a informação de que se trata de processo com pessoa sob proteção e periodicamente emitir relatório buscando identificar e dar pronto atendimento aos feitos indevidamente paralisados.

Art. 687 – Os incidentes, as decisões, o andamento e o local dos autos do processo serão registrados no sistema de informática.

Art. 688 – A resposta do réu será juntada independentemente de despacho, fazendo-se os autos com vista para o Ministério Público ou querelante para manifestação sobre preliminares e documentos, em cinco dias.

Art. 688-A – Designada audiência de instrução e julgamento serão intimados: o ofendido, as testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, bem como o acusado (para ser interrogado), o Ministério Público e a defesa do réu.

§ 1º – Em se tratando de defensor público, a intimação deverá ser pessoal, contando-se-lhe em dobro todos os prazos processuais.

§ 2º - Número de testemunhas nos procedimentos, por parte e por fato imputado:

- Procedimento comum – ordinário: 08 – art. 401 do CPP.

- Procedimento comum - sumário: 05 – art. 532 do CPP.

- Tóxico: 05 – art. 22, § 6º, da Lei nº 11.343/06.

- Economia popular: 05 – art. 10 da Lei nº 1.521/51.

- Lei de Falências e Concordatas: 05.

- Abuso de autoridade: 03 – art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 4.898/65.

- Responsabilidade de prefeitos e vereadores: 08– art. 2º do Decreto-Lei nº 201/67.

- Responsabilidade de funcionários públicos: 08 – art. 518 do CPP.

- Crimes contra a propriedade: 08 – art. 524 do CPP.

Art. 689 – Os pedidos de admissão de assistência de acusação, estando devidamente acompanhados do instrumento de procuração, devem ser juntados e intimado o Ministério Público para se manifestar, conclusos os autos após.

Art. 690 – Frustrando-se total ou parcialmente o cumprimento do mandado, juntá-lo e intimar a parte que requereu a diligência, ser for o caso, para se manifestar em 03 (três) dias (art. 405 do CPP), salvo se entre a entrega do mandado e a audiência não houver mais prazo para renovar a diligência. No caso do mandado de citação, intimar o Ministério Público.

Art. 691 – O Escrivão ou funcionário encarregado abrirá a correspondência dirigida ao Juízo, desde que não haja ressalva de RESERVA, ou equivalente.

Art. 692 – As petições, folhas de antecedentes, precatórias e documentos avulsos, tão logo recebidos em Cartório, serão juntados aos autos, independentemente de prévio despacho, intimando-se os interessados, quando necessário (art. 370, parágrafo único, do CPP).

Art. 693 – As requisições de antecedentes devem ser atendidas independentemente de despacho, sendo restringidas ao seu uso interno.

Parágrafo único – Nas situações em que a manifestação das partes e interessados for imposição legal, dar vista ou intimá-los no momento próprio, independente de despacho.

Art. 694 – Apresentadas razões, proceder à intimação para contra-arrazoar independentemente de despacho.

Art. 695 – O recurso interposto pelo réu deverá ser reduzido a termo, quando, intimado da sentença, manifestar este vontade de recorrer, independente do defensor, de acordo com o art. 578 e parágrafos, do CPP.

§ 1º - O Oficial de Justiça levará impresso o termo de recurso ao réu preso e o consultará sobre a intenção de recorrer, colhendo a assinatura no espaço próprio. Na seqüência, preencherá por completo o termo correspondente.

Tribunal de Justiça/RS 239

§ 2º - As intimações de réus presos - que devem tomar conhecimento de qualquer ato do processo, inclusive de sentença -, bem como a entrega do libelo, serão feitas pessoalmente, pelos Oficiais de Justiça, nos próprios estabelecimentos onde se encontrem aqueles recolhidos.

Art. 696 – No Cartório com atribuições para as Execuções Criminais, estando o réu preso e transitada em julgamento a sentença condenatória, certificar e expedir guia de recolhimento (arts. 674 a 676 do CPP), independentemente de despacho.

Art. 697 – Não se entregará alvará de soltura a advogado ou a familiares do preso. Em todos os alvarás de soltura será consignada a cláusula “se por al não estiver preso”.

§ 1º – No alvará de soltura deverá constar a observação da necessidade ou não de apresentação do preso em juízo para prestação de compromisso; a exigência ou não de apresentação imediata; acompanhamento por escolta; data da apresentação, nas hipóteses de compromisso, após liberação.

§ 2º – Uma cópia do alvará deverá ser destinada ao preso.

§ 3º – Fica vedada a expedição de alvará de soltura coletivo.

§ 4º – Não deverá ser expedido alvará para troca de regime, o que será objeto apenas de comunicação à SUSEPE, a fim de ser retificada a GUIA DE RECOLHIMENTO.

Art. 698 – Sempre que houver condenação criminal de advogado, a sentença deverá conter disposição expressa no sentido de que, com o trânsito em julgado, seja feita comunicação à Ordem dos Advogados do Brasil – Secção do Rio Grande do Sul.

Art. 699 – Nenhum feito criminal de ação pública poderá ficar sem movimentação, fora das hipóteses ou prazos expressamente previstos em lei ou determinação do Juiz, sob pena de responsabilidade de quem estiver no exercício da escrivania.

Art. 700 – Os mandados de prisão expedidos em razão de representações por prisões preventivas oriundas das Delegacias Distritais de Porto Alegre serão encaminhados ao Departamento de

Informática Policial, para remessa aos Órgãos com atribuição de executá-los.

Art. 701 – É dever do Escrivão, imediatamente, repassar ao Departamento de Informática Policial toda informação ou comunicação referente a mandado de prisão, inclusive quando ocorrer revogação ou for declarada prescrita a pena.

Parágrafo único – Todos os mandados de prisão devem conter prazo de validade, com obediência ao prazo prescricional.

Art. 702 – Com o trânsito em julgado da sentença penal condenatória ou de imposição de medida de segurança, haverá comunicação ao Tribunal Regional Eleitoral dos seguintes dados:

a) qualificação dos réus condenados tão completa quanto possível;

b) número do título eleitoral;

c) número do processo;

d) pena ou medida de segurança aplicada;

e) tipicidade da conduta apenada;

f) data do trânsito em julgado da condenação;

g) se foi concedido sursis e o prazo;

h) se houve substituição da pena;

i) sendo o delito contra o patrimônio, identificar se público ou privado;

j) o nome da vítima;

k) identificação da vara;

l) nome e assinatura da autoridade judicial competente.

Art. 703 – Transitada em julgado a decisão que implique extinção do feito criminal, deverá ser procedida a remessa da terceira parte do Boletim Individual ao Departamento de Identificação do Instituto-Geral de Perícias - DI/IGP/SJS, Av. Azenha, 255 – Porto Alegre – RS – CEP 90160 000, preenchido em todos os seus campos conforme aplicável no caso concreto e de acordo com o que preceitua o art. 809 do Código de Processo Penal, devidamente identificado o servidor que firmar.

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Art. 704 – Descabe determinar a servidores da Justiça acompanhar diligências policiais, em cumprimento de mandados ou autorização de busca e/ou apreensão domiciliar expedidos em respeito a dispositivo constitucional (art. 5º, XI, da Constituição Federal).

Art. 705 – Nos processos onde foi aplicada a pena de multa, deverá ser elaborado o cálculo da multa e custas, intimando-se o réu, pessoalmente, para pagamento, no prazo legal, na Vara da condenação, ficando dispensada a expedição de PEC, quando a pena pecuniária for a única aplicada.

§ 1º - Não ocorrendo pagamento, observar-se-á para a execução da multa o rito procedimental previsto no art. 51 do CP, com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 9.268/96. A legitimidade ativa para a execução da pena de multa é do Estado, através de seus procuradores. A competência para a execução das penas de multa é das Varas Criminais.

§ 2º – Tratando-se de Cartório Estatizado, não havendo pagamento de custas, será extraída certidão, com encaminhamento à Fazenda Pública Estadual.

§ 3º – Nos Cartórios Privatizados, competirá ao titular haver o pagamento das custas.

§ 4º - O procedimento deverá ser o da Lei de Execuções Penais, art. 164 e 55.

Art. 706 – Nos processos em que houve cumulação de pena privativa de liberdade e pena de multa, estando a primeira já cumprida e restando apenas o cumprimento da pena de multa, decorrente de condenação anterior ao advento da Lei nº 9.268/96, deve ser adotado o seguinte procedimento:

I – alterar o tipo de pena para multa;

II – expedir mandado para o apenado pagar a multa, na forma do artigo anterior;

III – lançar histórico de multa.

Art. 707 – Na hipótese da pena privativa de liberdade ter sido cumprida, restando o pagamento de multa, com recebimento de nova pena privativa de liberdade, os Cartórios das Varas de Execuções Criminais deverão:

I – baixar a pena privativa de liberdade já cumprida, alterando o tipo de pena para multa, cadastrando a nova condenação;

II – lançar histórico de reinicialização de pena, com estorno da primeira condenação (já cumprida), incluindo a nova condenação.

DAS CITAÇÕES CRIMINAIS

Art. 708 – A citação far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do Juiz que a houver ordenado.

Art. 709 – O mandado de citação indicará:

I – o nome do Juiz;

II – o nome do querelante, nas ações iniciadas por queixa;

III – o nome do réu ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos;

IV – a residência do réu, se for conhecida;

V – o fim para que é feita a citação;

VI – o Juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer;

VII – a subscrição do Escrivão e a rubrica do Juiz.

§ 1º – Considerando que o acusado se defende do fato narrado na prefacial, cópia da peça acusatória deverá acompanhar o mandado citatório.

§ 2º – No texto do mandado deverá constar a obrigatoriedade da entrega da peça acusatória ao citando.

§ 3º - Incumbe ao Oficial de Justiça certificar no mandado de citação, após consulta, se o réu irá constituir, ou se deseja a nomeação de Defensor Público para acompanhar sua defesa.

Art. 710 – São requisitos da citação por mandado:

I – Leitura do mandado ao citando pelo Oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarão o dia e a hora da citação;

II – Declaração do Oficial, na certidão, da entrega da contrafé e sua aceitação ou recusa.

Tribunal de Justiça/RS 241

§ 1º - Incumbe ao Oficial de Justiça certificar no mandado de citação, após consulta, se o réu irá constituir, ou se deseja a nomeação de defensor público para acompanhar sua defesa.

§ 2º - Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o Oficial de Justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Art. 711 – A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço.

Art. 712 – O dia designado para o funcionário público comparecer em juízo como réu será notificado a ele e ao chefe de sua repartição.

Parágrafo único – As atribuições decorrentes de requisição judicial, em razão de notificação ou intimação de funcionário policial, pertencem, no âmbito da grande Porto Alegre, ao DEPARTAMENTO DE POLÍCIA METROPOLITANA – DIVISÃO DE INVESTIGAÇÕES, por força de competência regimental.

Art. 713 – Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado por precatória.

§ 1º – Fica autorizado o interrogatório do réu por carta precatória, condicionada à conveniência do juiz processante, baseado na busca da verdade real e presunção da amplitude defensiva.

§ 2º - Revogado.

§ 3º – Caso ainda não citado o réu, a precatória para tal fim também poderá ser destinada ao interrogatório, desde que devidamente instruída.

§ 4º – A precatória para interrogatório deverá estar acompanhada de cópia da denúncia e elementos do inquérito policial, inclusive com indicação de quesitos que o juízo deprecante julgar indispensáveis à elucidação dos fatos, propiciando ao réu pleno conhecimento das provas contra si apuradas.

§ 5º – Ao Juiz deprecado cumprirá a intimação do interrogando, no termo de audiência, para apresentação de defesa prévia, esclarecendo-lhe que o prazo para tanto começará a fluir no juízo do processo, a partir do dia da juntada da carta

precatória aos autos, independentemente de nova intimação.

DAS INTIMAÇÕES CRIMINAIS

Art. 714 – Nas intimações dos réus, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto na Subseção II deste Capítulo, “Das Citações Criminais” e na Subseção “Da Comunicação dos Atos Processuais Via Postal”.

Parágrafo único – Consideram-se feitas as intimações pela simples publicação dos atos no Órgão Oficial, sendo indispensável, sob pena de nulidade, que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, suficientes para a sua identificação.

Art. 715 – O Escrivão poderá fazer as intimações, certificando-as nos autos.

Parágrafo único – Os mandados de intimação de partes e testemunhas poderão ser firmados pelo Escrivão, declarando que o faz por ordem judicial, mediante expedição de Ordem de Serviço pelo Juiz da Vara.

DA COMUNICAÇÃO VIA POSTAL DOS ATOS PROCESSUAIS

Art. 716 – No crime, não sendo caso de publicação de nota de expediente no Diário da Justiça e tendo o destinatário endereço certo, os atos de comunicação serão também feitos por via postal, através de correspondência com aviso de recebimento (AR).

Parágrafo único – A citação do acusado será sempre feita por mandado cumprido por Oficial de Justiça.

Art. 717 – Os atos de comunicação serão cumpridos por Oficial de Justiça nos mesmos casos indicados nos incs. I a V do art. 599.

Art. 718 – O disposto nesta Subseção se aplica também para a correspondência enviada a outras Comarcas.

Art. 719 – Incumbirá à parte a quem a lei atribuir o pagamento das despesas efetuar a postagem da correspondência.

242 Tribunal de Justiça/RS

Parágrafo único – Quando o Juiz entender conveniente, deverá a parte apresentar, no prazo fixado, os selos necessários à postagem da carta.

Art. 720 – No caso de processos criminais ou de assistência judiciária gratuita, a postagem da correspondência será efetuada através da Direção do Foro.

Art. 721 – Inviabilizado o ato processual ou determinada a comunicação pessoal, extrair-se-á o mandado para cumprimento por Oficial de Justiça com o recolhimento das custas e despesas correspondentes.

§ 1º – Os casos omissos e as dúvidas serão resolvidos pelo Corregedor-Geral da Justiça.

§ 2º – O Juiz de Direito Diretor do Foro, através de Portaria, regulamentará a forma de recolhimento

das correspondências nos Cartórios e sua remessa à EBCT.

DA PRISÃO

Art. 722 – A prisão só poderá ocorrer:

a) em flagrante delito;

b) por decisão judicial, compreendida e aplicada como a ordem escrita e fundamentada, emanada da autoridade judiciária competente (art. 5º, inc. LXI, da CF).

Art. 723 – Decorrendo a prisão de flagrante, cumpre à autoridade identificada em os arts. 304, 307 e 308, do CPP.

I – imediata comunicação ao Juiz competente, à família do preso ou à pessoa por ele indicada, noticiando quem a realizou e o local onde se encontra o detido (art. 5º, inc. LXII, da CF);

II – informar ao preso quem o prendeu e quais os seus direitos, inclusive o de permanecer calado (art. 5º, inc. LXIII, da CF);

III – assegurar a assistência de advogado, assim como possibilitar o apoio da família do preso (art. 5º, inc. LXII, da CF);

IV – incontinenti, proceder à lavratura do auto de prisão em flagrante;

V – lavrado o flagrante, em sendo afiançável o delito, a autoridade, no âmbito de sua competência e na forma da lei, concederá a fiança. Prestada a fiança, o detido será liberado (art. 5º, inc. LXVI, da CF). Se o réu se livrar solto, será posto em liberdade, logo após lavratura do auto de prisão em flagrante (arts. 304, § 1º, 309 e 321, do CPP);

VI – ao receber a comunicação prevista no inc. I, cumpre ao Juiz proceder ao controle da legalidade da prisão; em havendo condições, relaxá-la, se for o caso (art. 5º, inc. LXV, da CF);

VII – uma vez recebido auto de prisão em flagrante, constatando ausência de alguma das garantias procedimentais, a autoridade judicial deixará de homologá-lo, relaxando a prisão (art. 5º, inc. LXV, da CF). Igual decisão proferirá em todas as demais hipóteses e situações de não-cabimento da prisão preventiva;

VIII – em não sendo caso de desconstituição do auto de prisão em flagrante, o Juiz o homologará; concederá, ou não, liberdade provisória (art. 310 e parágrafo único, do CPP), fiança, inclusive sobrestá-la (art. 350 do CPP), ou, se o preso livrar-se solto, mandará pô-lo em liberdade;

IX – se chegar comunicação à autoridade responsável pela prisão, a respeito do relaxamento decretado na forma do inc. VI supra, anteriormente à própria lavratura do auto, o preso será liberado desde logo, deixando-se de realizar o auto de prisão em flagrante.

Art. 724 – Decorrendo a prisão de decisão judicial, constarão no mandado os fundamentos legais de direito material e processual determinantes da constrição, assim como informação ao preso de que poderá indicar familiar ou outra pessoa a quem o juízo comunicará sua prisão e local onde se encontrar recolhido, caso não tenha defensor constituído.

§ 1º – Na expedição do mandado de prisão, deverá a autoridade judiciária signatária do mesmo restar identificada , ficando vedado aos Escrivães e aos demais servidores lotados nos Cartórios judiciais estatizados e/ou privatizados assinarem mandados de prisão, sob pena de aplicação das penalidades previstas.

§ 2º – Cumprido o mandado, através da autoridade policial (art. 13, inc. III, do CPP), esta comunicará imediatamente ao juízo a efetivação da prisão e o local do recolhimento.

Tribunal de Justiça/RS 243

Art. 725 – O magistrado manterá rigoroso controle das prisões provisórias, utilizando-se para tanto dos relatórios disponíveis no sistema informatizado (Resolução nº 66/2009 do Conselho Nacional de Justiça).

Parágrafo único - Ao escrivão incumbe manter atualizado os dados relativos à prisão do réu no sistema informatizado. Deverão ser informadas, quando for o caso, a prisão em flagrante bem como a decretação da prisão preventiva e, ainda, a soltura do réu.

DA EXECUÇÃO DA PRISÃO

Art. 726 – A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.

Art. 727 – Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso.

Art. 728 – O mandado de prisão:

a) será lavrado pelo Escrivão e assinado pela autoridade;

b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais característicos;

c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;

d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;

e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução;

f) constará, no corpo, EM DESTAQUE, a data do prazo de sua validade, tendo em conta o lapso prescricional da pena.

Parágrafo único – É dever do Escrivão, imediatamente, repassar ao Departamento de Informática Policial toda informação ou comunicação referente a mandado de prisão, inclusive quando ocorrer revogação ou for declarada prescrita a pena.

Art. 729 - Os mandados e cartas precatórias de prisão devem conter toda identificação do indivíduo a ser preso, a mais completa possível, com nome, profissão, apelidos, filiação, data do

nascimento, número de um documento de identidade e do CPF, bem como sinais característicos.

§ 1º - Nos mandados de prisão envolvendo funcionário da administração da justiça criminal (servidores do Poder Judiciário, agentes penitenciários, policiais civis e militares) deverá constar esta observação em destaque.

§ 2º - A carta precatória de prisão deverá ser acompanhada do respectivo mandado, com observância da Lei Processual Penal sobre a matéria (artigos 285 e seguintes do CPP) e orientações normativas desta Corregedoria.

Art. 730 – O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com a declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em declaração assinada por duas testemunhas.

Art. 731 – Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará à prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao Juiz que tiver expedido o mandado.

Art. 732 – Ninguém será recolhido à prisão sem que seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade competente, devendo ser passado recibo da entrega do preso com declaração de dia e hora.

Art. 733 – O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do mandado, se este for o documento exibido.

Parágrafo único – Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou Comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará na remoção do preso.

Art. 734 – Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:

a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista;

244 Tribunal de Justiça/RS

b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço.

Parágrafo único – A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que o executor, fazendo-se conhecer do réu, lhe apresente o mandado e o intime a acompanhá-lo.

Art. 735 – Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas.

Art. 736 – Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão.

§ 1º – Serão recolhidos a quartéis ou à prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos à prisão antes de condenação definitiva:

I – os Ministros de Estado;

II – os Governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o Prefeito do Distrito Federal, seus respectivos Secretários, os Prefeitos Municipais, os Vereadores e os Chefes de Polícia;

III – os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembléias Legislativas dos Estados;

IV – os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”;

V – os Oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; (CPP, alterado pela Lei nº 10.258/01)

VI – os magistrados;

VII – os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;

VIII – os ministros de confissão religiosa;

IX – os Ministros do Tribunal de Contas;

X – os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função;

XI – os Delegados de Polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos.

§ 2º – Prevalece o direito do funcionário da administração da Justiça Criminal, aí incluído o agente policial, à prisão em dependência separada dos demais presos no estabelecimento penitenciário, indicado na sentença. A guia de recolhimento deve ressalvar expressamente esta circunstância.

Art. 737 – O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito.

Art. 738 – Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhidos à prisão, em estabelecimentos militares, de acordo com os respectivos regulamentos.

DA NÃO-LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 739 – Sempre que a autoridade policial, em lhe sendo conduzido o preso, deixar de lavrar o auto de prisão em flagrante, efetuará comunicação fundamentada à autoridade judiciária competente, destinatária da decisão do flagrante, caso fosse lavrado o auto.

DA BUSCA E APREENSÃO

Art. 740 – A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo entrar sem consentimento do morador, salvo:

a) em caso de flagrante delito;

b) desastre;

c) para prestar socorro, nestes casos a qualquer tempo, e,

Tribunal de Justiça/RS 245

d) durante o dia (art. 5º, inc. XI, da CF), por determinação judicial fundamentada.

Art. 741 – A apreensão, na hipótese do art. 6º, inc. II, do CPP, continua sendo determinada pela autoridade policial, mas o ingresso em qualquer casa dependerá de mandado judicial (art. 5º, inc. XI, da CF, com o prazo de eficácia.

Art. 742 – Cumpre à autoridade policial requerer ao juízo competente mandado para proceder busca, apreensão, revista e outras hipóteses, inclusive através de arrombamento, no interior da casa.

Art. 743 – Os pedidos serão registrados no sistema THEMIS1G e distribuídos às Varas Criminais.

Parágrafo único - Em se tratando de busca e apreensão de veículo, quando determinada a remessa de mandado a órgão de registro - e desde que se trate de veículo registrado no Estado -, deve ser procedido o encaminhamento ao Departamento de Informática Policial. O mandado deverá conter, no mínimo, o número da placa ou do chassi do veículo. Devem ser comunicadas ao mesmo Departamento as revogações dos mandados.

DO EXPEDIENTE

Art. 744 – Incumbe ao Serviço de Plantão do Foro Central receber e ao Juiz Plantonista decidir os pedidos referentes às matérias elencadas nos incisos I a V do § 3º do art. 378, fora do expediente forense.

Parágrafo Único - Durante o expediente forense, as matérias relacionadas nos incisos I a V serão apreciadas pelo Serviço de Plantão quando certificado o impedimento eventual do titular da vara e seu primeiro substituto.

Art. 745 – Nos dias úteis, no horário das 11h30min às 13h30min, e fora do expediente normal, os pedidos serão encaminhados ao Cartório de plantão designado previamente pelo Diretor do Foro, com remessa de cópia à Chefia de Polícia.

Art. 746 – Caberá à Direção do Foro organizar escala dos Juízes, dispor sobre suas alterações e substituições, para atender os pedidos referidos no artigo anterior, no horário ali mencionado.

Art. 747 – Nas Comarcas do interior, onde houver um único Juiz, cumpre a este atender os pedidos a qualquer hora, sem prejuízo de outros que reclamem urgência.

§ 1º – Devem ser observadas as normas cogentes referentes à obrigatoriedade da permanência do Juiz na Comarca (art. 93, inc VII, da CF; art. 44, inc. V, do COJE).

§ 2º – No caso de eventual afastamento do Juiz da Comarca, por motivo de férias ou licenças, cumprirá ao Juiz substituto de tabela ou da Comarca mais próxima o atendimento desses pedidos, na mesma forma disposta neste item.

§ 3º – Nas Comarcas dotadas de mais de uma Vara, incumbirá ao Diretor do Foro elaborar escala de atendimento, ouvidos os demais Juízes.

§ 4º – A escala referente aos ofícios será encaminhada, com a devida antecipação, à(s) autoridade(s) policial(is).

Art. 748 – Cópias dessas escalas deverão ser enviadas, em o prazo de 15 (quinze) dias, à Corregedoria-Geral da Justiça.

Art. 749 – A Corregedoria-Geral da Justiça poderá disciplinar diretamente a organização das diferentes escalas de atendimento, inclusive suas alterações e designações de substitutos.

DAS PRECATÓRIAS EM GERAL

DAS PRECATÓRIAS RECEBIDAS

Art. 764 – A distribuição, registro e autuação de precatórias recebidas para cumprimento independerá de despacho.

a) as precatórias citatórias e intimatórias poderão servir como mandados e serão cumpridas independentemente de despacho do juízo deprecado, dispensada, neste caso, a autuação.

b) as folhas das precatórias autuadas devem ser numeradas no canto direito inferior, reservando-se o canto direito superior para a numeração dos autos no juízo deprecante.

c) cumpridas positivamente, devolver independentemente de despacho, com a competente baixa.

246 Tribunal de Justiça/RS

Art. 765 – O Distribuidor da Comarca deprecada, ou quem suas vezes fizer, deverá comunicar, através de ofício, ao juízo deprecante a data da distribuição e a Vara para a qual foi distribuída.

Art. 766 – O magistrado dará prioridade ao cumprimento da carta precatória, abreviando, sempre que possível, a pauta ordinária, com o objetivo de sua pronta devolução.

Art. 767 – O Escrivão executará, após despacho, todas as providências para o cumprimento da carta incumbindo-lhe a intimação das partes e seus procuradores da data da audiência, bem como a intimação e requisição de testemunhas e de réus presos nas precatórias inquiritórias.

Parágrafo único – Se a carta precatória recebida estiver desacompanhada de peças necessárias, será oficiado ao juízo deprecante, solicitando a remessa das mesmas.

Art. 768 – Na precatória de intimação para audiência, se não possível a devolução com antecedência à solenidade, cabe ao juízo deprecado informar sobre cumprimento ao juízo deprecante, de modo a possibilitar a realização do ato.

Art. 769 – Independem de preparo as precatórias de cobrança de autos e que tenham por objeto intimação da parte para dar andamento ao feito por determinação do Juiz ou as requeridas pelo Ministério Público ou pela Fazenda Pública.

Art. 770 – Tratando-se de carta precatória de execução, o juízo deprecado comunicará ao juízo deprecante, pelo e-mail setorial do cartório, a citação do executado.

§ 1º - Recebido o e-mail no juízo deprecante será impresso e imediatamente juntado aos autos a fim de iniciar-se a contagem do prazo para oferecimento de embargos (738, § 2º do CPC).

Art. 771 – A intimação das partes, nas cartas precatórias cíveis, será efetivada por nota de expediente a cargo do juízo deprecado.

Art. 772 – As informações solicitadas pelo juízo deprecante ao juízo deprecado acerca do andamento da precatória ou sua devolução deverão ser encaminhadas por e-mail setorial, cabendo ao respectivo Escrivão prestar as informações ou providenciar na devolução da carta.

Arts. 773 . Revogado.

DAS PRECATÓRIAS EXPEDIDAS

Art. 774 – Na precatória inquiritória, o Juízo deprecante cuidará para que seja instruída com as seguintes peças:

I – no cível: cópia da inicial, resposta do réu, manifestação de 3º interessado, parecer do Ministério Público, quando necessário, cópia dos instrumentos de mandato ou referência quanto a eventual nomeação de assistente judiciário ou constituição de advogados para acompanhar o cumprimento da carta, cópia de peças dos autos (depoimentos, perícias, documentos...), quesitos solicitados pelas partes à elucidação da causa, quando indispensável à eficaz coleta da prova oral requisitada;

II - no crime: cópia da denúncia; resposta(s) escrita(s) do(s) acusado(s) (arts. 396, 396-A, 406, § 3º, e 514, todos do CPP), ou peça equivalente de defesa preliminar, incluído o rol de testemunhas; instrumento de mandato do defensor ou referência sobre sua designação judicial; cópias de elementos constantes dos autos, tais como: a) depoimento das testemunhas na fase policial; b) laudos periciais; c) documentos produzidos no inquérito; d) quesitos solicitados pelas partes; e) depoimentos prestados em juízo (caso tenha sido empregado meio audiovisual para armazenamento dos depoimentos o juízo deprecante encaminhará cópia em CD/DVD); f) se for o caso, cópia da decisão quanto à possibilidade de uso de videoconferência, ou outro meio similar (art. 222, § 3º) e g) o que mais for necessário à elucidação da causa e que deva ser objeto do depoimento. Deverá, ainda, constar certidão acerca da intimação das partes da expedição da carta (art. 222 do CPP).”

Art. 775 – Independentemente da finalidade da Carta Precatória, o Juízo deprecante assinará prazo ao seu cumprimento, que corresponda à efetiva urgência, assinalando, em caso de réu preso, a causa da prisão (flagrante, preventiva, etc.). Igualmente indicará a data prevista, no juízo deprecante, para o prosseguimento da instrução, ou se esta aguarda apenas o cumprimento da precatória, bem como informará o número da OAB do procurador ou defensor das partes, a fim de viabilizar o cadastramento do advogado pelo sistema de computação.

Tribunal de Justiça/RS 247

§ 1º – Nas Comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana, o Oficial de Justiça poderá efetuar citação ou intimações em qualquer delas, independentemente de expedição de carta precatória.

§ 2º – Fica autorizada a expedição de carta precatória de fiscalização de suspensão condicional do processo no âmbito da Comarca de Porto Alegre.

Art. 775A - O juízo deprecante observará o que segue, quando da expedição de carta precatória criminal:

Carta precatória de citação : informar no corpo da precatória a qualificação completa do réu, juntar cópia da denúncia e seus aditamentos, se houver, devidamente assinados pelo promotor de justiça. Que o oficial de justiça, verificando que o réu se oculta para não ser citado, certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 -Código de Processo Civil.

Carta precatória interrogatório : informar no corpo da precatória a qualificação completa do réu, juntar cópia da denúncia e seus aditamentos, se houver, devidamente assinados pelo promotor de justiça; juntar, ainda, cópia do depoimento do réu na fase policial do depoimento das testemunhas em juízo, além de outros documentos que sejam necessários à elucidação da causa e que devam ser objeto do interrogatório; cópia da decisão quanto ao uso de videoconferência, quando for o caso (art. 185, § 2º, do CPP).

Carta precatória de intimação do réu : informar no corpo da precatória a qualificação completa do réu.

Carta precatória de intimação do réu para audiência : informar no corpo da precatória a qualificação completa do réu, bem como encaminhá-la com tempo hábil para cumprimento.

Carta precatória de intimação do réu da sentença condenatória : deve ser instruída com cópia da sentença assinada pelo magistrado e com termo de apelação.

Carta precatória para oitiva de perito para esclarecer laudo ou responder a quesitos suplementares : observar as orientações do

Ofício-Circular nº 159/2004. A critério do juízo deprecante a carta precatória de oitiva do perito pode ser substituída por expedição de ofício ao departamento a que pertence o servidor assinalando prazo para resposta esclarecimentos ou resposta a quesitos suplementares.

§ 1º - Quando o ato deprecado se destinar a réu preso deve ser previamente verificado junto a SUSEPE se o réu permanece preso na comarca deprecada, foi solto ou está foragido.

Art. 776 – No corpo das cartas precatórias expedidas para fora do Estado deverá constar corretamente o endereço do Foro da Comarca deprecante, inclusive o respectivo código de endereçamento postal – CEP, visando a agilização de sua devolução.

Art. 777 – As cartas precatórias expedidas para a Justiça do Estado de São Paulo serão acompanhadas do valor das despesas de condução do Oficial de Justiça, correspondente a 07 (sete) UFIRs à data do efetivo depósito.

Art. 778 – Nas precatórias executórias deverá constar a conta atualizada do débito, inclusive a verba honorária fixada e o valor das custas da expedição da própria carta.

Art. 779 - Das precatórias que retornarem cumpridas, juntar aos autos do processo somente as peças indispensáveis, quais sejam:

a) a carta propriamente dita;

b) os documentos comprobatórios de seu cumprimento (termo de audiência de inquirição ou mandado de citação, de intimação, de notificação, nota de expediente, etc.);

c) conta de custas;

d) eventuais novos documentos e petições que os acompanharem.

§ 1º – As capas e demais peças devem ser eliminadas de pronto.

Art. 780 –Retornando a carta sem cumprimento, será juntada, intimando-se a parte que arrolou a testemunha ou requereu a diligência para se manifestar em 05 (cinco) dias. No caso de precatória de citação criminal, intimar o Ministério Público (Provimento 23/2006, inc. XII).

248 Tribunal de Justiça/RS

Art. 780A - Todas as precatórias remetidas por fax devem conter esta informação no corpo da precatória original, a fim de evitar duplicidade de distribuição.

DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS

Art. 901 – O acesso gratuito ao Juizado Especial não significa isenção ao pagamento das despesas e custas processuais, comportando exceções, previstas na legislação especial, devendo os atos processuais ser necessariamente cotados.

Art. 902 – É recomendável que os acordos com pagamentos parcelados, devidamente homologados, sejam cumpridos pela parte diretamente na conta bancária do beneficiado, na sua residência ou escritório, ou ainda de seu advogado, evitando-se, tanto quanto possível, o Cartório Judicial. Em ocorrendo depósitos judiciais, os mesmos deverão ser em conta bancária judicial, com levantamento dos valores exclusivamente através de alvará judicial ao beneficiado ou ao seu advogado, desde que esse tenha procuração com poderes especiais para este fim.

Art. 903 – Os Juizados Especiais Cíveis e Adjuntos, bem como as Turmas Recursais passam a exercer a competência cível que lhes é atribuída pela Lei nº 9.099/95.

Art. 904 – Os recursos dos feitos definidos como da competência cível do Juizado Especial, interpostos na vigência da Lei nº 9.099/95, poderão, respeitado o entendimento jurisdicional do magistrado, ser encaminhados à Turma Recursal.

DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS (LEI Nº 9.099/95)

Art. 909 – A normatização introdutora da conciliação, visando a composição dos danos civis (arts. 72-74), da transação(art. 76), da representação como condição de procedibilidade (art. 88) e da suspensão condicional do processo (art. 89) enseja aplicação imediata e com efeito retroativo, alcançando, assim, os processos em andamento, mesmo antes da instalação do Juizado Especial Criminal.

Art. 910 – Havendo necessidade de manifestação da vítima, ou de quem a represente, para o prosseguimento de um processo criminal já instaurado (arts. 129, caput, e 129, § 6º, ambos do CP) convém ensejar, prioritariamente, a conciliação, designando, para tanto, audiência. Inexitosa esta, oportunizar o exercício do direito de representação verbal (art. 75), se já não existir manifestação inequívoca anterior.

Art. 911 – Sem a manifestação da vítima ou do seu representante, os processos por crimes de lesões corporais leves ou lesões culposas não poderão prosseguir.

Parágrafo único – Atentar, nesta hipótese, para a nova regra do art. 91, que estabelece o prazo de 30 dias para o exercício da representação, a contar da intimação, sob pena de decadência.

Art. 912 – Enquanto não instalado o Juizado Especial Criminal, torna-se imperioso realçar os institutos de natureza ou com efeitos penais mais benéficos, de aplicação imediata e retroativa, distinguindo-os das normas exclusivamente processuais ou procedimentais, que só alcançarão eficácia plena com o advento da lei estadual e a conseqüente instalação do Juizado na Comarca, com a indispensável estrutura organizacional.

Art. 913 – Na hipótese de flagrante, dispensada a lavratura do auto, a autoridade policial colherá o compromisso a que alude o art. 69, parágrafo único, e encaminhará o termo circunstanciado de ocorrência para a distribuição regular. A data de apresentação dos envolvidos será designada oportunamente pelo magistrado.

Art. 914 – Os termos circunstanciados a que se refere o art. 69 deverão ser distribuídos como processos no sistema informatizado.

Parágrafo único – É vedada a baixa do termo circunstanciado à autoridade policial em diligência. Neste caso deverá ser expedido ofício com prazo para cumprimento.

Art. 915 – No caso de suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei nº 9.099/95), os autos deverão permanecer ativos na vara, cujo acompanhamento será realizado pelo juízo processante, não se cogitando de remessa para a Vara de Execução Criminal.

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§ 1º – Na suspensão condicional do processo devem ser evitadas as condições tidas como penas pelo ordenamento jurídico (prestação de serviços à comunidade, limitação de final de semana, interdição temporária de direitos, etc.), considerando inocorrer, no caso, reconhecimento de culpa nem condenação.

§ 2º - A suspensão do processo será anotada no sistema informatizado observando-se que a data do início deve coincidir com a data da decisão da concessão do benefício.

§ 3º - Serão anotadas no sistema informatizado todas as apresentações realizadas pelo beneficiado.

§ 4º - O escrivão manterá o controle das apresentações utilizando-se dos relatórios disponíveis no sistema informatizado.

§ 5º – Residindo o réu em outra comarca, poderá ser expedida precatória para acompanhamento das condições da suspensão depois de cumprida a providência do § 2º deste artigo. A carta precatória deverá ser regularmente distribuída entre as varas criminais, ou ao Juizado Especial Criminal (quando se tratar de feito da competência deste e já houver Juizado Criminal instalado na comarca). Em nenhuma hipótese cogitar-se-á de remessa da precatória à Vara das Execuções Criminais, por não se tratar, à evidência, de execução criminal.

Art. 916 – O pagamento da multa e recolhimento de custas dar-se-á diretamente no Cartório da Vara, podendo o cálculo respectivo, por sua singeleza, ser efetuado pelo próprio Escrivão, a critério do Juiz, evitando-se a remessa dos autos ao Contador.

Art. 917 – Os feitos em andamento, alcançados pela nova lei, deverão ser priorizados na pauta, com eventual remanejo desta, o que significará desafogo na jurisdição criminal em curto prazo.

Art. 918 – A TRANSAÇÃO REALIZADA deverá ser registrada, como sentença, no sistema THEMIS1G na data da audiência em que foi celebrada. Cumprida a obrigação e extinta a punibilidade, será anotada nova sentença EXTINTA PUNIBILIDADE – TRANSAÇÃO CUMPRIDA.

§ 1º – Em sendo aplicada pena restritiva de direitos, cumulada ou não com multa, seu cumprimento far-se-á perante a Vara das Execuções Criminais.

§ 2º – Quando a transação tiver por objeto prestação social alternativa (cestas básicas, ranchos, etc.), a obrigação deve ser prestada in natura, e não em pagamento de numerário em juízo, o que também deve ser observado nos casos de suspensão condicional do processo.

§ 3º – Na hipótese do autor do fato residir em outra Comarca, poderá ser expedida precatória para efeito de submeter a ele a proposta de transação formulada pelo Ministério Público, caso em que deverá se fazer consignar na precatória o valor da multa. Aceitando o autor do fato a proposta, o juízo deprecado providenciará no recolhimento da multa, ficando ao encargo do juízo deprecante a homologação da transação, por se tratar de sentença que extinguirá o processo. A deprecação não se revela conveniente quando for obrigatória a composição civil no juízo de origem.

§ 4º – Em havendo transação penal, a respectiva execução será feita no próprio JECRIM.

Art. 919 – O recolhimento das multas, na hipótese de o réu não possuir CPF, deverá ser efetuado utilizando-se, no preenchimento do Documento de Arrecadação de Receita Estadual, o CGC do Estado do Rio Grande do Sul (87934675/0001-96).

Parágrafo único – Em se tratando de réu estrangeiro, deverá ser usado o CGC do Ministério das Relações Exteriores (00.394.536/0001-39).

Art. 920 . Revogado.

Art. 921 – As sentenças homologatórias de composição civil e de transação não serão computadas no total de sentenças de mérito, recebendo, porém, devida valoração na apuração da judicância, com destaque no respectivo mapa.

Art. 922 – A denúncia oral, em princípio, somente deverá ser admitida quando formalmente instalado na Comarca o Juizado Especial Criminal.

Parágrafo único – Nada impede que seja desde logo implementada, de acordo com o prudente critério do magistrado, com a anuência do Ministério Público.

250 Tribunal de Justiça/RS

Art. 923 – As manifestações das partes em audiência (eventual denúncia oral, defesa e debate) deverão ser objeto de sucinto registro, a critério do magistrado, mas de modo a permitir o exame da aptidão da acusação e da eficácia da defesa, dispensada transcrição literal.

Parágrafo único – É vedada a designação de mais de duas audiências preliminares (art. 72) para o mesmo horário, bem como a realização de audiências coletivas ou audiências simultâneas, qualquer que seja o objeto, nem mesmo com a reunião de uma das partes envolvidas, quer a título explicativo ou para a colheita da eventual representação.

Art. 924 – Nos casos de processos de júri por tentativa de homicídio, para prevenir eventual desclassificação para lesões corporais leves, convém, ao ouvir a vítima, colher, desde logo, a manifestação desta quanto ao interesse em representar.

Anotações:

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MATÉRIA CONSTITUCIONAL

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

Anotações:

252 Tribunal de Justiça/RS

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;

Tribunal de Justiça/RS 253

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

254 Tribunal de Justiça/RS

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder

for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

LXXII - conceder-se-á "habeas-data":

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

Tribunal de Justiça/RS 255

LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

§ 4º - O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,

higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

256 Tribunal de Justiça/RS

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

XXIV - aposentadoria;

XXV- assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer

trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social.

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;

V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;

VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Tribunal de Justiça/RS 257

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.

§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

Anotações:

258 Tribunal de Justiça/RS

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Tribunal de Justiça/RS 259

§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente:

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:

I - o prazo de duração do contrato;

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;

III - a remuneração do pessoal.

§ 9º - O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.

§ 1º - A lei assegurará, aos servidores da administração direta, isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhados do mesmo Poder ou entre servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.

260 Tribunal de Justiça/RS

§ 2º - Aplica-se a esses servidores o disposto no art. 7º, IV, VI, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX.

§ 1º - A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará:

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;

II - os requisitos para a investidura;

III - as peculiaridades dos cargos.

§ 2º - A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.

§ 3º - Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

§ 4º - O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.

§ 5º - Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.

§ 6º - Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.

§ 7º - Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e

produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.

§ 8º - A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.

§ 1º - Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:

I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;

II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição;

III- voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;

b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão.

Tribunal de Justiça/RS 261

§ 3º - Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.

§ 4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:

I - portadores de deficiência;

II - que exerçam atividades de risco;

III- cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo.

§ 7º - Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual:

I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou

II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.

§ 8º - É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.

§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.

§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício.

§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.

§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social.

§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.

§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201.

§ 15 - O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida.

§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar.

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§ 17 - Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei.

§ 18 - Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.

§ 19 - O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.

§ 20 - Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X.

§ 21 - A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

§ 1º - O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

§ 2º - Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o

eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

§ 3º - Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

§ 4º - Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

DO PODER JUDICIÁRIO

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A-o Conselho Nacional de Justiça;

II - o Superior Tribunal de Justiça;

III- os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

§ 1º - O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal.

§ 2º - O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional.

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

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I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;

II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas:

a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;

b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;

c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;

d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;

e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;

III - o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância;

IV - previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados;

V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e

escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;

VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40;

VII - o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal;

VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;

VIIIA - a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II;

IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;

X - as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;

XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;

XII - a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente;

264 Tribunal de Justiça/RS

XIII - o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população;

XIV - os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório;

XV - a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição.

Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.

Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;

III- irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

III- dedicar-se à atividade político-partidária.

IV- receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;

V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Art. 96. Compete privativamente:

I - aos tribunais:

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;

c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;

d) propor a criação de novas varas judiciárias;

e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;

f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;

II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:

a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;

c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;

d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

Tribunal de Justiça/RS 265

III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:

I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;

II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

§ 1º - Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal.

§ 2º - As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça.

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:

I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;

II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.

§ 3º - Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.

§ 4º - Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.

§ 5º - Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

§ 1º - Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.

Anotações:

266 Tribunal de Justiça/RS

§ 2º - Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.

§ 3º - O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.

§ 4º - Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.

§ 5º - É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.

§ 6º - As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.

§ 7º - O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça.

§ 8º - É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento

de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo.

§ 9º - No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial.

§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.

§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado.

§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios.

§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º.

§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora.

§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.

Tribunal de Justiça/RS 267

§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.

DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;

d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território;

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;

h) Revogado.

i) o habeas corpus , quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;

n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público;

II - julgar, em recurso ordinário:

268 Tribunal de Justiça/RS

a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

b) o crime político;

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

§ 1º - A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.

§ 2º - As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

§ 3º - No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:

I - o Presidente da República;

II - a Mesa do Senado Federal;

III- a Mesa da Câmara dos Deputados;

IV- a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

VI- o Procurador-Geral da República;

VII- o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII- partido político com representação no Congresso Nacional;

IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.

§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

§ 1º - A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.

§ 2º - Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.

Tribunal de Justiça/RS 269

§ 3º - Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:

I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;

II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;

III- um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;

IV- um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;

V- um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;

VI- um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

VII- um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

VIII- um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

IX- um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

X- um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República;

XI - um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;

XII- dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

XIII- dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

§ 1º - O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal.

§ 2º - Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

§ 3º - Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal.

§ 4º - Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;

III- receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;

IV- representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade;

V- rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano;

270 Tribunal de Justiça/RS

VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;

VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.

§ 5º - O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:

I - receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários;

II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral;

III- requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.

§ 6º - Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

§ 7º - A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça.

DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.

Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação

ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:

I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;

II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;

c) os habeas corpus , quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;

e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

Tribunal de Justiça/RS 271

g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;

h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;

II - julgar, em recurso ordinário:

a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça:

I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe,

dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;

II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.

DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:

I - os Tribunais Regionais Federais;

II - os Juízes Federais.

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;

II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente.

§ 1º - A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede.

§ 2º - Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.

§ 3º - Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:

272 Tribunal de Justiça/RS

I - processar e julgar, originariamente:

a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;

c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;

d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal;

e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;

II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;

III- as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;

IV- os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

V- os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

V-A - as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;

VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;

VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;

IX- os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

XI - a disputa sobre direitos indígenas.

§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.

§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

§ 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.

§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

Tribunal de Justiça/RS 273

§ 5º - Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.

Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:

I - o Tribunal Superior do Trabalho;

II - os Tribunais Regionais do Trabalho;

III - Juizes do Trabalho.

Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.

§ 1º - A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.

§ 2º - Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:

I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;

II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.

Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

II - as ações que envolvam exercício do direito de greve;

III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;

IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;

V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;

VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;

VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;

274 Tribunal de Justiça/RS

VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;

IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º - Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.

§ 3º - Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

II - os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento, alternadamente.

§ 1º - Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.

§ 2º - Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.

Art. 117 . Revogado.

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:

I - o Tribunal Superior Eleitoral;

II - os Tribunais Regionais Eleitorais;

III - os Juízes Eleitorais;

IV - as Juntas Eleitorais.

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;

b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;

II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.

§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;

b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;

Tribunal de Justiça/RS 275

II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;

III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores.

Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.

§ 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.

§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.

§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança.

§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:

I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;

II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;

III- versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;

IV- anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;

V- denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de injunção.

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:

I - o Superior Tribunal Militar;

II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.

Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.

Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:

I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional;

II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar.

Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.

Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.

§ 1º - A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.

§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.

276 Tribunal de Justiça/RS

§ 3º - A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.

§ 4º - Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.

§ 5º - Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.

§ 6º - O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

§ 7º - O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias.

Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio.

DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

§ 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.

§ 2º - Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.

§ 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4º - Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º.

§ 5º - Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.

§ 6º - Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

Anotações:

Tribunal de Justiça/RS 277

Art. 128. O Ministério Público abrange:

I - o Ministério Público da União, que compreende:

a) o Ministério Público Federal;

b) o Ministério Público do Trabalho;

c) o Ministério Público Militar;

d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;

II - os Ministérios Públicos dos Estados.

§ 1º - O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

§ 2º - A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.

§ 3º - Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.

§ 4º - Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.

§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:

I - as seguintes garantias:

a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;

b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa;

c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;

II - as seguintes vedações:

a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;

b) exercer a advocacia;

c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;

d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;

e) exercer atividade político-partidária;

f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.

§ 6º - Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V.

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;

III- promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

IV- promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;

278 Tribunal de Justiça/RS

V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;

VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;

VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior;

VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;

IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.

§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.

§ 2º - As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.

§ 3º - O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação.

§ 4º - Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93.

§ 5º - A distribuição de processos no Ministério Público será imediata.

Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.

Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:

I - o Procurador-Geral da República, que o preside;

II - quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras;

III - três membros do Ministério Público dos Estados;

IV - dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;

V - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VI - dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

§ 1º - Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei.

§ 2º - Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe:

I - zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;

Anotações:

Tribunal de Justiça/RS 279

III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;

IV- rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;

V- elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.

§ 3º - O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:

I - receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;

II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;

III- requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.

§ 4º - O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.

§ 5º - Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.

DA ADVOCACIA PÚBLICA

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

§ 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.

§ 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas.

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.

DA ADVOCACIA E DA DEFENSORIA PÚBLICA

Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV.)

280 Tribunal de Justiça/RS

§ 1º - Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.

§ 2º - Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.

Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º.

Anotações:

Tribunal de Justiça/RS 281

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - 1989

DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS

Art. 29. São direitos dos servidores públicos civis do Estado, além de outros previstos na Constituição Federal, nesta Constituição e nas leis:

I - vencimento básico ou salário básico nunca inferior ao salário mínimo fixado pela União para os trabalhadores urbanos e rurais;

II - irredutibilidade de vencimentos ou salários;

III- décimo terceiro salário ou vencimento igual à remuneração integral ou no valor dos proventos de aposentadoria;

IV- remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

V- salário-família ou abono familiar para seus dependentes;

VI- duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada conforme o estabelecido em lei;

VII- repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

VIII- remuneração do serviço extraordinário, superior, no mínimo em cinqüenta por cento, à do normal;

IX- gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que a remuneração normal, e pagamento antecipado;

X - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e da remuneração, com a duração de cento e vinte dias;

XI- licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XII- redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XIII- adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

XIV - proibição de diferenças de remuneração, de exercício de funções e de critério de admissão, por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XV - auxílio-transporte, correspondente à necessidade de deslocamento do servidor em atividade para seu local de trabalho, nos termos da legislação federal.

Parágrafo único. O adicional de remuneração de que trata o inciso XIII deverá ser calculado exclusivamente com base nas características do trabalho e na área e grau de exposição ao risco, na forma da lei.

Art. 30. O regime jurídico dos servidores públicos civis do Estado, das autarquias e fundações públicas será único e estabelecido em estatuto, através de lei complementar, observados os princípios e as normas da Constituição Federal e desta Constituição.

Art. 31. Lei complementar estabelecerá os critérios objetivos de classificação dos cargos públicos de todos os Poderes, de modo a garantir isonomia de vencimentos.

§ 1º - Os planos de carreira preverão também:

I - as vantagens de caráter individual;

II - as vantagens relativas à natureza e ao local de trabalho;

III- os limites máximo e mínimo de remuneração e a relação entre esses limites, sendo aquele o valor estabelecido de acordo com o art. 37, XI, da Constituição Federal.

§ 2º - As carreiras, em qualquer dos Poderes, serão organizadas de modo a favorecer o acesso generalizado aos cargos públicos.

§ 3º - As promoções de grau a grau, nos cargos organizados em carreiras, obedecerão aos critérios de merecimento e antigüidade, alternadamente, e a lei estabelecerá normas que assegurem critérios objetivos na avaliação do merecimento.

§ 4º - A lei poderá criar cargo de provimento efetivo isolado quando o número, no respectivo quadro, não comportar a organização em carreira.

§ 5º - Aos cargos isolados aplicar-se-á o disposto no “caput”.

282 Tribunal de Justiça/RS

Art. 32. Os cargos em comissão, criados por lei em número e com remuneração certos e com atribuições definidas de direção, chefia ou assessoramento, são de livre nomeação e exoneração, observados os requisitos gerais de provimento em cargos estaduais.

§ 1º - Os cargos em comissão não serão organizados em carreira.

§ 2º - A lei poderá estabelecer, a par dos gerais, requisitos específicos de escolaridade, habilitação profissional, saúde e outros para investidura em cargos em comissão.

Art. 33. Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

§ 1º - A remuneração dos servidores públicos do Estado e os subsídios dos membros de qualquer dos Poderes, do Tribunal de Contas, do Ministério Público, dos Procuradores, dos Defensores Públicos, dos detentores de mandato eletivo e dos Secretários de Estado, estabelecidos conforme o § 4° do art. 39 da Constituição Federal, somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, sendo assegurada através de lei de iniciativa do Poder Executivo a revisão geral anual da remuneração de todos os agentes públicos, civis e militares, ativos, inativos e pensionistas, sempre na mesma data e sem distinção de índices.

§ 2º - O índice de reajuste dos vencimentos dos servidores não poderá ser inferior ao necessário para repor seu poder aquisitivo.

§ 3º - As gratificações e adicionais por tempo de serviço serão assegurados a todos os servidores estaduais e reger-se-ão por critérios uniformes quanto à incidência, ao número e às condições de aquisição, na forma da lei.

§ 4º - A lei assegurará ao servidor que, por um qüinqüênio completo, não houver interrompido a prestação de serviço ao Estado e revelar assiduidade, licença-prêmio de três meses, que pode ser convertida em tempo dobrado de serviço, para os efeitos nela previstos.

§ 5º - Fica vedado atribuir aos servidores da administração pública qualquer gratificação de equivalência superior à remuneração fixada para os cargos ou funções de confiança criados em lei.

§ 6º - É vedada a participação dos servidores públicos no produto da arrecadação de multas, inclusive da dívida ativa.

§ 7º - Para fins do disposto no art. 37, § 12, da Constituição Federal, fica fixado como limite único, no âmbito de qualquer dos Poderes, do Ministério Público e do Tribunal de Contas, o subsídio mensal, em espécie, dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais.

Art. 34. Os servidores estaduais somente serão indicados para participar em cursos de especialização ou capacitação técnica profissional no Estado, no País ou no exterior, com custos para o Poder Público, quando houver correlação entre o conteúdo programático de tais cursos e as atribuições do cargo ou função exercidos.

Parágrafo único . Não constituirá critério de evolução na carreira a realização de curso que não guarde correlação direta e imediata com as atribuições do cargo exercido.

Art. 35. O pagamento da remuneração mensal dos servidores públicos do Estado e das autarquias será realizado até o último dia útil do mês do trabalho prestado.

Parágrafo único. O pagamento da gratificação natalina, também denominada décimo terceiro salário, será efetuado até o dia 20 de dezembro.

Art. 36. As obrigações pecuniárias dos órgãos da administração direta e indireta para com os seus servidores ativos e inativos ou pensionistas não cumpridas até o último dia do mês da aquisição do direito deverão ser liquidadas com valores atualizados pelos índices aplicados para a revisão geral da remuneração dos servidores públicos do Estado.

Art. 37. O tempo de serviço público federal, estadual e municipal prestado à administração pública direta e indireta, inclusive fundações públicas, será computado integralmente para fins de gratificações e adicionais por tempo de serviço, aposentadoria e disponibilidade.

Parágrafo único. O tempo em que o servidor houver exercido atividade em serviços transferidos para o Estado será computado como de serviço público estadual.

Art. 38. O servidor público será aposentado:

Tribunal de Justiça/RS 283

I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e proporcionais nos demais casos;

II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;

III - voluntariamente:

a) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, se mulher, com proventos integrais;

b) aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério, se professor, e vinte e cinco, se professora, com proventos integrais;

c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;

d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessenta, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.

§ 1º - Lei complementar poderá estabelecer exceções ao disposto no inciso III, alíneas a e c, no caso de exercício de atividades consideradas penosas, insalubres ou perigosas.

§ 2º - A lei disporá sobre a aposentadoria em cargos ou empregos temporários.

§ 3º - Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

§ 4º - Revogado.

§ 5º - As aposentadorias dos servidores públicos estaduais, inclusive membros do Poder Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado serão custeados com recursos provenientes do Tesouro do Estado e das contribuições dos servidores, na forma da lei complementar.

§ 6º - As aposentadorias dos servidores das autarquias estaduais e das fundações públicas

serão custeados com recursos provenientes da instituição correspondente e das contribuições de seus servidores, na forma da lei complementar.

§ 7º - Na hipótese do parágrafo anterior, caso a entidade não possua fonte própria de receita, ou esta seja insuficiente, os recursos necessários serão complementados pelo Tesouro do Estado, na forma da lei complementar.

§ 8º - Os recursos provenientes das contribuições de que tratam os parágrafos anteriores serão destinados exclusivamente a integralizar os proventos de aposentadoria, tendo o acompanhamento e a fiscalização dos servidores na sua aplicação, na forma da lei complementar.

Art. 39 . O professor ou professora que trabalhe no atendimento de excepcionais poderá, a pedido, após vinte e cinco anos ou vinte anos, respectivamente, de efetivo exercício em regência de classe, completar seu tempo de serviço em outras atividades pedagógicas no ensino público estadual, as quais serão consideradas como de efetiva regência.

Parágrafo único. A gratificação concedida ao servidor público estadual designado exclusivamente para exercer atividades no atendimento a deficientes, superdotados ou talentosos será incorporada ao vencimento após percebida por cinco anos consecutivos ou dez intercalados.

Art. 40. Decorridos trinta dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da aposentadoria, o servidor público será considerado em licença especial, podendo afastar-se do serviço, salvo se antes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido.

Parágrafo único. No período da licença de que trata este artigo, o servidor terá direito à totalidade da remuneração, computando-se o tempo como de efetivo exercício para todos os efeitos legais.

Art. 41. O Estado manterá órgão ou entidade de previdência e assistência à saúde para seus servidores e dependentes, mediante contribuição, na forma da lei previdenciária própria.

§ 1º - A direção do órgão ou entidade a que se refere o “caput” será composta paritariamente por representantes dos segurados e do Estado, na forma da lei a que se refere este artigo.

284 Tribunal de Justiça/RS

§ 2º - Os recursos devidos ao órgão ou entidade de previdência deverão ser repassados:

I - no mesmo dia e mês do pagamento, de forma automática, quando se tratar da contribuição dos servidores, descontada em folha de pagamento;

II - até o dia quinze do mês seguinte ao de competência, quando se tratar de parcela devida pelo Estado e pelas entidades conveniadas.

§ 3º - O benefício da pensão por morte corresponderá a totalidade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido, até o limite estabelecido em lei previdenciária própria, observadas as disposições do parágrafo 3º do artigo 38 desta Constituição e do inciso XI do artigo 37 da Constituição Federal.

§ 4º - O valor da pensão por morte será rateado, na forma de lei previdenciária própria, entre os dependentes do servidor falecido, extinguindo-se a cota individual de pensão com a perda da qualidade de pensionista.

§ 5º - O órgão ou entidade a que se refere o “caput” não poderá retardar o início do pagamento de benefícios por mais de quarenta dias após o protocolo de requerimento, comprovada a evidência do fato gerador.

§ 6º - O benefício da pensão por morte de segurado do Estado não será retirado de seu cônjuge ou companheiro em função de nova união ou casamento destes, vedada a acumulação de percepção do benefício, mas facultada a opção pela pensão mais conveniente, no caso de ter direito a mais de uma.

Art. 42 . Ao servidor público, quando adotante, ficam estendidos os direitos que assistem ao pai e à mãe naturais, na forma a ser regulada por lei.

Art. 43. É assegurado aos servidores da administração direta e indireta o atendimento gratuito de seus filhos e dependentes de zero a seis anos em creches e pré-escolas, na forma da lei.

Art. 44. Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conselho de empresas fornecedoras ou prestadoras de serviços ou que realizem qualquer modalidade de contrato com o Estado, sob pena de demissão do serviço público.

Art. 45. O servidor público processado, civil ou criminalmente, em razão de ato praticado no

exercício regular de suas funções terá direito a assistência judiciária pelo Estado.

DO PODER JUDICIÁRIO

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 91. São órgãos do Poder Judiciário do Estado

I - o Tribunal de Justiça;

II - o Tribunal Militar do Estado;

III- os Juízes de Direito;

IV- os Tribunais do Júri;

V - os Conselhos de Justiça Militar;

VI- os Juizados Especiais e de Pequenas Causas;

VII- os Juízes Togados com Jurisdição limitada.

Parágrafo único. Os Tribunais de segunda instância têm sede na Capital do Estado e jurisdição em todo o território estadual.

Art. 92. No Tribunal de Justiça será constituído órgão especial, com no mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais de competência do Tribunal Pleno, exceto a eleição dos órgãos dirigentes do Tribunal.

Parágrafo único. As decisões administrativas, bem como as de concurso em fase recursal para ingresso na magistratura de carreira, serão públicas e motivadas, sendo as disciplinares tomadas pela maioria absoluta dos membros dos órgãos especiais referidos no “caput”.

Art. 93. Compete aos Tribunais de segunda instância, além do que lhes for conferido em lei:

I - eleger, em sessão do Tribunal Pleno, seu Presidente e demais órgãos diretivos;

II - elaborar seu Regimento, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;

III - organizar sua secretaria e serviços auxiliares, provendo-lhes os cargos na forma da lei;

Tribunal de Justiça/RS 285

IV - conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e servidores de sua secretaria;

V - processar e julgar:

a) as habilitações incidentes nas causas sujeitas a seu conhecimento;

b) os embargos de declaração apresentados a suas decisões;

c) os mandados de segurança, mandados de injunção e “habeas data” contra atos do próprio Tribunal, de seu Presidente e de suas Câmaras ou Juízes;

d) os embargos infringentes de seus julgados e os opostos na execução de seus acórdãos;

e) as ações rescisórias de seus acórdãos e as respectivas execuções;

f) a restauração de autos extraviados ou destruídos, de sua competência;

g) os pedidos de revisão e reabilitação relativos às condenações que houverem proferido;

h) as medidas cautelares, nos feitos de sua competência originária;

i) a uniformização de jurisprudência;

j) os conflitos de jurisdição entre Câmaras do Tribunal;

l) a suspeição ou o impedimento, nos casos de sua competência;

VI - impor penas disciplinares;

VII- representar, quando for o caso, aos Conselhos da Magistratura, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Estado, à Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil e à Procuradoria-Geral do Estado;

VIII - processar e julgar, nos feitos de sua competência recursal:

a) os “habeas corpus” e os mandados de segurança contra os atos dos juízes de primeira instância;

b) os conflitos de competência entre os Juízes de primeira instância;

c) a restauração de autos extraviados ou destruídos;

d) as ações rescisórias de sentença de primeira instância;

e) os pedidos de correição parcial;

f) a suspeição de Juízes por estes não reconhecida;

IX - declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo, pela maioria absoluta de seus membros ou do respectivo órgão especial.

DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 94. O Tribunal de Justiça é composto na forma estabelecida na Constituição Federal e constituído de Desembargadores, cujo número será definido em lei.

Art. 95. Ao Tribunal de Justiça, além do que lhe for atribuído nesta Constituição e na lei, compete:

I - organizar os serviços auxiliares dos juízos da justiça comum de primeira instância, zelando pelo exercício da atividade correicional respectiva;

II - conceder licença, férias e outros afastamentos aos juízes e servidores que lhe forem imediatamente vinculados;

III- prover os cargos de Juiz de carreira da Magistratura estadual sob sua jurisdição;

IV- prover, por concurso público de provas ou de provas e títulos, exceto os de confiança, assim definidos em lei, os cargos necessários à administração da justiça comum, inclusive os de serventias judiciais, atendido o disposto no art. 154, X, desta Constituição;

V- propor à Assembléia Legislativa, observados os parâmetros constitucionais e legais, bem como as diretrizes orçamentárias:

a) a alteração do número de seus membros e do Tribunal Militar;

b) a criação e a extinção de cargos nos órgãos do Poder Judiciário estadual e a fixação dos vencimentos de seus membros;

286 Tribunal de Justiça/RS

c) a criação e a extinção de cargos nos serviços auxiliares da Justiça Estadual e a fixação dos vencimentos dos seus servidores;

d) a criação e a extinção de Tribunais inferiores;

e) a organização e divisão judiciárias;

f) projeto de lei complementar dispondo sobre o Estatuto da Magistratura Estadual;

g) normas de processo e de procedimento, cível e penal, de competência legislativa concorrente do Estado, em especial as aplicáveis aos Juizados Especiais;

VI - estabelecer o sistema de controle orçamentário interno do Poder Judiciário, para os fins previstos no art. 74 da Constituição Federal;

VII - elaborar e encaminhar, depois de ouvir o Tribunal Militar do Estado, as propostas orçamentárias do Poder Judiciário, dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes, na lei de diretrizes orçamentárias;

VIII- eleger dois Desembargadores e dois Juízes de Direito e elaborar a lista sêxtupla para o preenchimento da vaga destinada aos advogados, a ser enviada ao Presidente da República, para integrarem o Tribunal Regional Eleitoral, observando o mesmo processo para os respectivos substitutos;

IX- solicitar a intervenção no Estado, por intermédio do Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos na Constituição Federal;

X- processar e julgar o Vice-Governador nas infrações penais comuns;

XI- processar e julgar, nas infrações penais comuns, inclusive nas dolosas contra a vida, e nos crimes de responsabilidade, os Deputados Estaduais, os Juízes estaduais, os membros do Ministério Público estadual, os Prefeitos Municipais, o Procurador-Geral do Estado e os Secretários de Estado, ressalvado, quanto aos dois últimos, o disposto nos incisos VI e VII do art. 53;

XII - processar e julgar:

a) os “habeas corpus”, quando o coator ou o paciente for membro do Poder Legislativo estadual, servidor ou autoridade cujos atos estejam diretamente submetidos à jurisdição do

Tribunal de Justiça, quando se tratar de crime sujeito a esta mesma jurisdição em única instância, ou quando houver perigo de se consumar a violência antes que outro Juiz ou Tribunal possa conhecer do pedido;

b) os mandados de segurança, os “habeas data” e os mandados de injunção contra atos ou omissões do Governador do Estado, da Assembléia Legislativa e seus órgãos, dos Secretários de Estado, do Tribunal de Contas do Estado e seus órgãos, dos Juízes de primeira instância, dos membros do Ministério Público e do Procurador-Geral do Estado;

c) a representação oferecida pelo Procurador-Geral de Justiça para assegurar a observância dos princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, ordem ou decisão judicial, para fins de intervenção do Estado nos Municípios;

d) a ação direta da inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual perante esta Constituição, e de municipal perante esta e a Constituição Federal, inclusive por omissão;

e) os mandados de injunção contra atos ou omissões dos Prefeitos Municipais e das Câmaras de Vereadores;

XIII - julgar, em grau de recurso, matéria cível e penal de sua competência;

XIV - prestar, por escrito, através de seu presidente, no prazo máximo de trinta dias, todas as informações que a Assembléia Legislativa solicitar a respeito da administração dos Tribunais.

§ 1º - Podem propor a ação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual, ou por omissão:

I - o Governador do Estado;

II - a Mesa da Assembléia Legislativa;

III - o Procurador-Geral de Justiça;

IV - o Defensor Público-Geral do Estado;

V- o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil;

VI - partido político com representação na Assembléia Legislativa;

Tribunal de Justiça/RS 287

VII - entidade sindical ou de classe de âmbito nacional ou estadual;

VIII - as entidades de defesa do meio ambiente, dos direitos humanos e dos consumidores, de âmbito nacional ou estadual, legalmente constituídas;

IX - o Prefeito Municipal;

X - a Mesa da Câmara Municipal.

§ 2º - Podem propor a ação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo municipal, ou por omissão:

I - o Governador do Estado;

II - o Procurador-Geral de Justiça;

III- o Prefeito Municipal;

IV- a Mesa da Câmara Municipal;

V- partido político com representação na Câmara de Vereadores;

VI- entidade sindical;

VII- o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII - o Defensor Público-Geral do Estado;

IX - as entidades de defesa do meio ambiente, dos direitos humanos e dos consumidores legalmente constituídas;

X - associações de bairro e entidades de defesa dos interesses comunitários legalmente constituídas há mais de um ano.

§ 3º - O Procurador-Geral de Justiça deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade.

§ 4º - Quando o Tribunal de Justiça apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou de ato normativo, citará previamente o Procurador-Geral do Estado, que defenderá o ato ou texto impugnado.

Arts. 96 e 97 . Revogados.

DOS JUÍZES DE PRIMEIRO GRAU

Art. 98 . A lei de organização judiciária discriminará a competência territorial e material dos Juízes de primeiro grau, segundo um sistema de Comarcas e Varas que garanta eficiência na prestação jurisdicional.

§ 1º - A lei disporá sobre os requisitos para a criação, extinção e classificação de Comarcas, estabelecendo critérios uniformes, levando em conta:

I - a extensão territorial;

II - o número de habitantes;

III - o número de eleitores;

IV - a receita tributária;

V - o movimento forense.

§ 2º - Anualmente, o Tribunal de Justiça verificará a existência dos requisitos mínimos para a criação de novas Comarcas ou Varas e proporá as alterações que se fizerem necessárias.

Art. 99 . As Comarcas poderão ser constituídas de um ou mais Municípios, designando-lhes o Tribunal de Justiça a respectiva sede.

Art. 100 . Na região metropolitana, nas aglomerações urbanas e microrregiões, ainda que todos os Municípios integrantes sejam dotados de serviços judiciários instalados, poderão ser criadas Comarcas Regionais, definindo-lhes o Tribunal de Justiça a sede respectiva.

Art. 101. Na sede de cada Município que dispuser de serviços judiciários, haverá um ou mais Tribunais do Júri, com a organização e as atribuições estabelecidas em lei.

Art. 102 . Os Juizados Especiais terão composição e competência definidos em lei.

§ 1º - A lei disporá sobre a forma de eleição e de investidura dos juízes leigos.

§ 2º - A lei definirá os órgãos competentes para julgar os recursos, podendo atribuí-los a turma de juízes de primeiro grau.

288 Tribunal de Justiça/RS

§ 3º - O Tribunal de Justiça expedirá Resolução regulamentando a organização dos órgãos a que se refere este artigo.

Art. 103. A lei disporá sobre a criação de Juizados de Paz, para a celebração de casamentos e para o exercício de atribuições conciliatórias.

§ 1º - Outras funções, sem caráter jurisdicional, poderão ser atribuídas ao Juiz de Paz.

§ 2º - O Juiz de Paz e seu suplente serão escolhidos mediante eleição, e o titular, remunerado na forma da lei.

DA JUSTIÇA MILITAR

Art. 104. A Justiça Militar, organizada com observância dos preceitos da Constituição Federal, terá como órgãos de primeiro grau os Conselhos de Justiça e como órgão de segundo grau o Tribunal Militar do Estado.

§ 1º - Revogado.

§ 2º - A escolha dos Juízes militares será feita dentre coronéis da ativa, pertencentes ao Quadro de Oficiais de Polícia Militar, da Brigada Militar.

§ 3º - Revogado.

§ 4º - A estrutura dos órgãos da Justiça Militar, as atribuições de seus membros e a carreira de Juiz-Auditor serão estabelecidas na Lei de Organização Judiciária, de iniciativa do Tribunal de Justiça.

§ 5º - Os Juízes do Tribunal Militar do Estado terão vencimento, vantagens, direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos iguais aos Desembargadores do Tribunal de Justiça.

Art. 105. Compete à Justiça Militar Estadual processar e julgar os servidores militares estaduais nos crimes militares definidos em lei.

Art. 106. Compete ao Tribunal Militar do Estado, além das matérias definidas nesta Constituição, julgar os recursos dos Conselhos de Justiça Militar e ainda:

I - prover, na forma da lei, por ato do Presidente, os cargos de Juiz-Auditor e os dos servidores vinculados à Justiça Militar;

II - decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças, na forma da lei;

III- exercer outras atribuições definidas em lei.

DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 107. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Art. 108 . O Ministério Público tem por chefe o Procurador-Geral de Justiça, nomeado pelo Governador do Estado dentre integrantes da carreira, indicados em lista tríplice, mediante eleição, para mandato de dois anos, permitida uma recondução por igual período, na forma da lei complementar.

§ 1º - Decorrido o prazo previsto em lei sem nomeação do Procurador-Geral de Justiça, será investido no cargo o integrante da lista tríplice mais votado.

§ 2º - O Procurador-Geral de Justiça poderá ser destituído por deliberação da maioria absoluta da Assembléia Legislativa, nos casos e na forma da lei complementar estadual.

§ 3º - O Procurador-Geral de Justiça comparecerá, anualmente, à Assembléia Legislativa para relatar, em sessão pública, as atividades e necessidades do Ministério Público.

§ 4º - A lei complementar a que se refere este artigo, de iniciativa facultada ao Procurador-Geral, estabelecerá a organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público, observados, além de outros, os seguintes princípios:

I - aproveitamento em cursos oficiais de preparação para ingresso ou promoção na carreira;

II - residência do membro do Ministério Público na Comarca de sua classificação;

Tribunal de Justiça/RS 289

III - progressão na carreira de entrância a entrância, correspondentes aos graus da carreira da Magistratura estadual, por antigüidade e merecimento, alternadamente, sendo exigido em cada uma o interstício de dois anos de efetivo exercício, salvo se não houver candidato com os requisitos necessários;

IV - ingresso na carreira mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização e observada, nas nomeações, a ordem de classificação.

Art. 109. Ao Ministério Público é assegurada autonomia administrativa e funcional, cabendo-lhe, na forma de sua lei complementar:

I - praticar atos próprios de gestão;

II - praticar atos e decidir sobre a situação funcional do pessoal da carreira e dos serviços auxiliares, organizados em quadros próprios;

III- propor à Assembléia Legislativa a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, bem como a fixação dos vencimentos de seus membros e servidores;

IV- prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxiliares, bem como nos casos de promoção, remoção e demais formas de provimento derivado;

V- organizar suas secretarias e os serviços auxiliares das Promotorias de Justiça.

Parágrafo único . O provimento, a aposentadoria e a concessão das vantagens inerentes aos cargos da carreira e dos serviços auxiliares, previstos em lei, dar-se-ão por ato do Procurador-Geral.

Art. 110. O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites da lei de diretrizes orçamentárias.

Art. 111. Além das funções previstas na Constituição Federal e nas leis, incumbe ainda ao Ministério Público, nos termos de sua lei complementar:

I - exercer a fiscalização dos estabelecimentos que abrigam idosos, inválidos, menores, incapazes e pessoas portadoras de deficiências, supervisionando-lhes a assistência;

II - exercer o controle externo das atividades desenvolvidas nos estabelecimentos prisionais;

III- assistir as famílias atingidas pelo crime e defender-lhes os interesses;

IV- exercer o controle externo da atividade policial;

V- receber petições, reclamações e representações de qualquer pessoa por desrespeito aos direitos assegurados na Constituição Federal, nesta Constituição e nas leis.

Parágrafo único . No exercício de suas funções, o órgão do Ministério Público poderá:

a) instaurar procedimentos administrativos e, a fim de instruí-los, expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos, requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais, estaduais e federais, da administração direta e indireta, bem como promover inspeções e diligências investigatórias;

b) requisitar à autoridade competente a instauração de sindicância, acompanhar esta e produzir provas;

c) requisitar informações e documentos de entidades privadas para instruir procedimento e processo em que oficie.

Art. 112. As funções do Ministério Público junto ao Tribunal Militar serão exercidas por membros do Ministério Público estadual, nos termos de sua lei complementar.

Art. 113 . Aos membros do Ministério Público são estabelecidas:

I - as seguintes garantias:

a) vitaliciedade após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;

b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, por voto de dois terços de seus membros, assegurada ampla defesa;

290 Tribunal de Justiça/RS

c) irredutibilidade de vencimentos, observado o limite máximo e a relação de valores entre a maior e a menor remuneração, bem como o disposto nos arts. 37, XI, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da Constituição Federal;

II - as seguintes vedações:

a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;

b) exercer a advocacia;

c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;

d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outro cargo ou função pública, salvo uma de magistério;

e) exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas em lei.

DA ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO

Art. 114. A Advocacia do Estado é atividade inerente ao regime de legalidade na administração pública e será organizada, mediante lei complementar, em regime jurídico especial, sob a forma de sistema, tendo como órgão central a Procuradoria-Geral do Estado, vinculada diretamente ao Governador do Estado e integrante de seu Gabinete.

Art. 115 . Competem à Procuradoria-Geral do Estado a representação judicial e a consultoria jurídica do Estado, além de outras atribuições que lhe forem cometidas por lei, especialmente:

I - propor orientação jurídico-normativa para a administração pública, direta e indireta;

II - pronunciar-se sobre a legalidade dos atos da administração estadual;

III- promover a unificação da jurisprudência administrativa do Estado;

IV- realizar processos administrativos disciplinares nos casos previstos em lei, emitindo pareceres nos que forem encaminhados à decisão final do Governador;

V - prestar assistência jurídica e administrativa aos Municípios, a título complementar ou supletivo;

VI- representar os interesses da administração pública estadual perante os Tribunais de Contas do Estado e da União.

Art. 116. As atribuições da Procuradoria-Geral do Estado serão exercidas pelos Procuradores do Estado, organizados em carreira e regidos por estatuto, observado o regime jurídico decorrente dos arts. 132 e 135 da Constituição Federal.

§ 1º - Lei complementar disporá sobre o estatuto dos Procuradores do Estado, observados ainda os seguintes princípios:

I - ingresso na carreira, pela classe inicial, mediante concurso público de provas e de títulos, organizado e realizado pela Procuradoria-Geral do Estado, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil;

II - estabilidade após dois anos no exercício do cargo;

III- irredutibilidade de vencimentos, sujeitos, entretanto, aos impostos gerais, inclusive os de renda e extraordinários;

IV- progressão na carreira de classe a classe, correspondentes aos graus da carreira da Magistratura estadual, por antigüidade e merecimento, alternadamente, sendo exigido em cada uma o interstício de dois anos de efetivo exercício, salvo se não houver candidato com os requisitos necessários.

§ 2º - Aplicam-se aos Procuradores do Estado as seguintes vedações:

I - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;

II - exercer a advocacia fora das atribuições institucionais;

III- participar de sociedade comercial, na forma da lei;

IV- exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério.

Tribunal de Justiça/RS 291

Art. 117 . A Procuradoria-Geral do Estado será chefiada pelo Procurador-Geral do Estado, com prerrogativas de Secretário de Estado, e o cargo será provido em comissão, pelo Governador, devendo a escolha recair em membro da carreira.

Parágrafo único . O Estado será citado na pessoa de seu Procurador-Geral.

Art. 118 . O Procurador do Estado, no exercício do cargo, goza das prerrogativas inerentes à atividade de advocacia, cabendo-lhe requisitar, de qualquer autoridade ou órgão da administração estadual, informações, esclarecimentos e diligências que entender necessários ao fiel cumprimento de suas funções.

Art. 119 . O pessoal dos serviços auxiliares da Procuradoria-Geral do Estado será organizado em carreira, com quadro próprio, sujeito ao regime estatutário e recrutado exclusivamente por concurso público de provas ou de provas e títulos.

DA DEFENSORIA PÚBLICA

Art. 120. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, estendendo-se os seus serviços por todas as comarcas do Estado, de acordo com as necessidades e a forma prescrita em lei complementar estadual.

§ 1° - A Defensoria Pública tem como chefe o Defensor Público-Geral, nomeado pelo Governador do Estado dentre os integrantes das classes especial e final da carreira de Defensor Público, indicados em lista tríplice, mediante eleição de todos os membros da carreira da Defensoria Pública, por voto obrigatório e secreto, para mandato de dois anos, permitida uma recondução por igual período.

§ 2º - Decorrido o prazo de 15 (quinze) dias do envio da lista tríplice ao Governador do Estado sem a nomeação do Defensor Público-Geral, será investido no cargo o integrante da lista tríplice mais votado.

§ 3º - O Defensor Público-Geral poderá ser destituído por deliberação da maioria absoluta da Assembléia Legislativa, nos casos e na forma de lei complementar estadual.

§ 4º - O Defensor Público-Geral do Estado comparecerá, anualmente, à Assembléia

Legislativa para relatar, em sessão pública, as atividades e necessidades da Defensoria Pública.

§ 5° - São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.

Art. 121. Lei complementar organizará a Defensoria Pública no Estado, dispondo sobre sua competência, estrutura e funcionamento, bem como sobre a carreira de seus membros, observando as normas previstas na legislação federal e nesta Constituição.

§ 1º - À Defensoria Pública é assegurada autonomia funcional, administrativa e orçamentária, cabendo-lhe, na forma de lei complementar:

I - praticar atos próprios de gestão;

II - praticar atos e decidir sobre a situação funcional do pessoal de carreira e dos serviços auxiliares, organizados em quadros próprios;

III- propor à Assembléia Legislativa a criação e a extinção de seus cargos e serviços auxiliares, bem como a fixação dos vencimentos de seus membros e servidores;

IV- prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxiliares, bem como nos casos de promoção, remoção e demais formas de provimento derivado;

V- organizar suas secretarias, núcleos e coordenadorias e os serviços auxiliares das Defensorias Públicas.

§ 2º - O provimento, a aposentadoria e a concessão das vantagens inerentes aos cargos da carreira e dos serviços auxiliares, previstos em lei, dar-se-ão por ato do Defensor Público-Geral do Estado.

§ 3º - A Defensoria Pública elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Art. 122 . Os serviços da Defensoria Pública estender-se-ão por todas as Comarcas do Estado, de acordo com as necessidades e a forma prescrita na lei complementar.

Art. 123 . Os membros das carreiras disciplinadas neste Título terão seus vencimentos e vantagens fixados e pagos segundo o disposto no art. 135 da Constituição Federal.

292 Tribunal de Justiça/RS

MATÉRIA CÍVEL E PROCESSUAL

CÓDIGO CIVIL

DAS PESSOAS

DAS PESSOAS NATURAIS

DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE

Art. 3 o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:

I - os menores de dezesseis anos;

II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;

III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;

III- os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

IV - os pródigos.

Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.

Art. 5 o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

DAS PESSOAS JURÍDICAS

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:

I - a União;

II- os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

III- os Municípios;

IV- as autarquias, inclusive as associações públicas;

V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Tribunal de Justiça/RS 293

Parágrafo único . Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.

Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações;

II - as sociedades;

III - as fundações.

IV - as organizações religiosas;

V - os partidos políticos.

VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

§ 1o - São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.

§ 2o - As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.

§ 3o - Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.

Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.

DO DOMICÍLIO

Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.

Art. 71 . Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.

Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.

Art. 73 . Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.

Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar.

Parágrafo único . A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.

Art. 75 . Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:

I - da União, o Distrito Federal;

II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;

III- do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;

IV- das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.

294 Tribunal de Justiça/RS

§ 1o - Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.

§ 2o - Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.

Art. 76 . Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.

Parágrafo único . O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.

Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.

Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.

DOS BENS

DAS DIFERENTES CLASSES DE BENS

DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

DOS BENS IMÓVEIS

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:

I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;

II - o direito à sucessão aberta.

Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:

I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;

II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

DOS BENS MÓVEIS

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.

Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:

I - as energias que tenham valor econômico;

II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;

III- os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

Art. 84 . Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.

DOS ATOS JURÍDICOS LÍCITOS

Art. 185 . Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições do Título anterior.

DOS ATOS ILÍCITOS

Art. 186 . Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187 . Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:

Tribunal de Justiça/RS 295

I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;

II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.

Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.

DA TUTELA E DA CURATELA

DA TUTELA

DOS TUTORES

Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela:

I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;

II - em caso de os pais decaírem do poder familiar.

DA CURATELA

DOS INTERDITOS

Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:

I - aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil;

II - aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade;

III- os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;

IV- os excepcionais sem completo desenvolvimento mental;

V- os pródigos.

Anotações:

296 Tribunal de Justiça/RS

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

DA AÇÃO

Art. 3 o Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade.

Art. 4 o O interesse do autor pode limitar-se à declaração:

I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;

II - da autenticidade ou falsidade de documento.

Parágrafo único . É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.

Art. 5 o Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relação jurídica de cuja existência ou inexistência depender o julgamento da lide, qualquer das partes poderá requerer que o juiz a declare por sentença.

Art. 6 o Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.

DAS PARTES E DOS PROCURADORES

DA CAPACIDADE PROCESSUAL

Art. 7 o Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo.

Art. 8 o Os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil.

Art. 9 o O juiz dará curador especial:

I - ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele;

II - ao réu preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa.

Parágrafo único. Nas comarcas onde houver representante judicial de incapazes ou de ausentes, a este competirá a função de curador especial.

Art. 10. O cônjuge somente necessitará do consentimento do outro para propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários.

§ 1o - Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para as ações:

I - que versem sobre direitos reais imobiliários;

II - resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cônjuges ou de atos praticados por eles;

III- fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem da família, mas cuja execução tenha de recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados;

IV- que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóveis de um ou de ambos os cônjuges.

§ 2o - Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nos casos de composse ou de ato por ambos praticados.

Art. 11. A autorização do marido e a outorga da mulher podem suprir-se judicialmente, quando um cônjuge a recuse ao outro sem justo motivo, ou lhe seja impossível dá-la.

Parágrafo único . A falta, não suprida pelo juiz, da autorização ou da outorga, quando necessária, invalida o processo.

Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:

I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus procuradores;

II - o Município, por seu Prefeito ou procurador;

III- a massa falida, pelo síndico;

IV- a herança jacente ou vacante, por seu curador;

V - o espólio, pelo inventariante;

Tribunal de Justiça/RS 297

VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não os designando, por seus diretores;

VII - as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração dos seus bens;

VIII - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil (art. 88, parágrafo único);

IX - o condomínio, pelo administrador ou pelo síndico.

§ 1o - Quando o inventariante for dativo, todos os herdeiros e sucessores do falecido serão autores ou réus nas ações em que o espólio for parte.

§ 2o - As sociedades sem personalidade jurídica, quando demandadas, não poderão opor a irregularidade de sua constituição.

§ 3o - O gerente da filial ou agência presume-se autorizado, pela pessoa jurídica estrangeira, a receber citação inicial para o processo de conhecimento, de execução, cautelar e especial.

Art. 13. Verificando a incapacidade processual ou a irregularidade da representação das partes, o juiz, suspendendo o processo, marcará prazo razoável para ser sanado o defeito.

Não sendo cumprido o despacho dentro do prazo, se a providência couber:

I - ao autor, o juiz decretará a nulidade do processo;

II - ao réu, reputar-se-á revel;

III- ao terceiro, será excluído do processo.

DOS DEVERES DAS PARTES E DOS SEUS PROCURADORES

DOS DEVERES

Art. 14 . São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo:

I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;

II - proceder com lealdade e boa-fé;

III- não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento;

IV- não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito.

V- cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final.

Parágrafo único . Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB, a violação do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatório ao exercício da jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não superior a vinte por cento do valor da causa; não sendo paga no prazo estabelecido, contado do trânsito em julgado da decisão final da causa, a multa será inscrita sempre como dívida ativa da União ou do Estado.

Art. 15. É defeso às partes e seus advogados empregar expressões injuriosas nos escritos apresentados no processo, cabendo ao juiz, de ofício ou a requerimento do ofendido, mandar riscá-las.

Parágrafo único . Quando as expressões injuriosas forem proferidas em defesa oral, o juiz advertirá o advogado que não as use, sob pena de Ihe ser cassada a palavra.

DO SERVENTUÁRIO E DO OFICIAL DE JUSTIÇA

Art. 140. Em cada juízo haverá um ou mais ofícios de justiça, cujas atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciária.

Art. 141 . Incumbe ao escrivão:

I - redigir, em forma legal, os ofícios, mandados, cartas precatórias e mais atos que pertencem ao seu ofício;

298 Tribunal de Justiça/RS

II - executar as ordens judiciais, promovendo citações e intimações, bem como praticando todos os demais atos, que Ihe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária;

III- comparecer às audiências, ou, não podendo fazê-lo, designar para substituí-lo escrevente juramentado, de preferência datilógrafo ou taquígrafo;

IV- ter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, não permitindo que saiam de cartório, exceto:

a) quando tenham de subir à conclusão do juiz;

b) com vista aos procuradores, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública;

c) quando devam ser remetidos ao contador ou ao partidor;

d) quando, modificando-se a competência, forem transferidos a outro juízo;

V - dar, independentemente de despacho, certidão de qualquer ato ou termo do processo, observado o disposto no art. 155.

Art. 142 . No impedimento do escrivão, o juiz convocar-lhe-á o substituto, e, não o havendo, nomeará pessoa idônea para o ato.

Art. 143. Incumbe ao oficial de justiça:

I - fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e mais diligências próprias do seu ofício, certificando no mandado o ocorrido, com menção de lugar, dia e hora. A diligência, sempre que possível, realizar-se-á na presença de duas testemunhas;

II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;

III- entregar, em cartório, o mandado, logo depois de cumprido;

IV- estar presente às audiências e coadjuvar o juiz na manutenção da ordem.

V - efetuar avaliações.

Art. 144. O escrivão e o oficial de justiça são civilmente responsáveis:

I - quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir, dentro do prazo, os atos que Ihes impõe a lei, ou os que o juiz, a que estão subordinados, Ihes comete;

II - quando praticarem ato nulo com dolo ou culpa.

DOS ATOS PROCESSUAIS

DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS

DOS ATOS EM GERAL

Art. 154. Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade essencial.

Parágrafo único. Os tribunais, no âmbito da respectiva jurisdição, poderão disciplinar a prática e a comunicação oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP - Brasil.

§ 2o - Todos os atos e termos do processo podem ser produzidos, transmitidos, armazenados e assinados por meio eletrônico, na forma da lei.

Art. 155. Os atos processuais são públicos. Correm, todavia, em segredo de justiça os processos:

I - em que o exigir o interesse público;

Il - que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e guarda de menores.

Parágrafo único . O direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e a seus procuradores. O terceiro, que demonstrar interesse jurídico, pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e partilha resultante do desquite.

Art. 156 . Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso do vernáculo.

Tribunal de Justiça/RS 299

Art. 157. Só poderá ser junto aos autos documento redigido em língua estrangeira, quando acompanhado de versão em vernáculo, firmada por tradutor juramentado.

DOS ATOS DA PARTE

Art. 158. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais.

Parágrafo único . A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por sentença.

Art. 159 . Salvo no Distrito Federal e nas Capitais dos Estados, todas as petições e documentos que instruírem o processo, não constantes de registro público, serão sempre acompanhados de cópia, datada e assinada por quem os oferecer.

§ 1o - Depois de conferir a cópia, o escrivão ou chefe da secretaria irá formando autos suplementares, dos quais constará a reprodução de todos os atos e termos do processo original.

§ 2o - Os autos suplementares só sairão de cartório para conclusão ao juiz, na falta dos autos originais.

Art. 160 . Poderão as partes exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos que entregarem em cartório.

Art. 161. É defeso lançar, nos autos, cotas marginais ou interlineares; o juiz mandará riscá-las, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do salário mínimo vigente na sede do juízo.

DOS ATOS DO JUIZ

Art. 162 . Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

§ 1o - Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei.

§ 2o - Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente.

§ 3o - São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.

§ 4o - Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários.

Art. 163. Recebe a denominação de acórdão o julgamento proferido pelos tribunais.

Art. 164. Os despachos, decisões, sentenças e acórdãos serão redigidos, datados e assinados pelos juízes. Quando forem proferidos, verbalmente, o taquígrafo ou o datilógrafo os registrará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura.

Parágrafo único . A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita eletronicamente, na forma da lei.

Art. 165. As sentenças e acórdãos serão proferidos com observância do disposto no art. 458; as demais decisões serão fundamentadas, ainda que de modo conciso.

DOS ATOS DO ESCRIVÃO OU DO CHEFE DE SECRETARIA

Art. 166 . Ao receber a petição inicial de qualquer processo, o escrivão a autuará, mencionando o juízo, a natureza do feito, o número de seu registro, os nomes das partes e a data do seu início; e procederá do mesmo modo quanto aos volumes que se forem formando.

Art. 167 . O escrivão numerará e rubricará todas as folhas dos autos, procedendo da mesma forma quanto aos suplementares.

Parágrafo único . Às partes, aos advogados, aos órgãos do Ministério Público, aos peritos e às testemunhas é facultado rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervieram.

Art. 168. Os termos de juntada, vista, conclusão e outros semelhantes constarão de notas datadas e rubricadas pelo escrivão.

300 Tribunal de Justiça/RS

Art. 169 . Os atos e termos do processo serão datilografados ou escritos com tinta escura e indelével, assinando-os as pessoas que neles intervieram. Quando estas não puderem ou não quiserem firmá-los, o escrivão certificará, nos autos, a ocorrência.

§ 1o - É vedado usar abreviaturas.

§ 2o - Quando se tratar de processo total ou parcialmente eletrônico, os atos processuais praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital em arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos advogados das partes.

§ 3o - No caso do § 2o deste artigo, eventuais contradições na transcrição deverão ser suscitadas oralmente no momento da realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano, registrando-se a alegação e a decisão no termo.

Parágrafo único . É vedado usar abreviaturas.

Art. 170. É lícito o uso da taquigrafia, da estenotipia, ou de outro método idôneo, em qualquer juízo ou tribunal.

Art. 171 . Não se admitem, nos atos e termos, espaços em branco, bem como entrelinhas, emendas ou rasuras, salvo se aqueles forem inutilizados e estas expressamente ressalvadas.

DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS

DO TEMPO

Art. 172. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.

§ 1o - Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.

§ 2o - A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante autorização expressa do juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso Xl, da Constituição Federal.

§ 3o - Quando o ato tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de petição, esta deverá ser apresentada no protocolo, dentro do horário de expediente, nos termos da lei de organização judiciária local.

Art. 173. Durante as férias e nos feriados não se praticarão atos processuais. Excetuam-se:

I - a produção antecipada de provas (art. 846);

II - a citação, a fim de evitar o perecimento de direito; e bem assim o arresto, o seqüestro, a penhora, a arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a prisão, a separação de corpos, a abertura de testamento, os embargos de terceiro, a nunciação de obra nova e outros atos análogos.

Parágrafo único . O prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro dia útil seguinte ao feriado ou às férias.

Art. 174 . Processam-se durante as férias e não se suspendem pela superveniência delas:

I - os atos de jurisdição voluntária bem como os necessários à conservação de direitos, quando possam ser prejudicados pelo adiamento;

II - as causas de alimentos provisionais, de dação ou remoção de tutores e curadores, bem como as mencionadas no art. 275;

III- todas as causas que a lei federal determinar.

Art. 175 . São feriados, para efeito forense, os domingos e os dias declarados por lei.

OBS.: As regras dos §§ 1º e 2º dizem respeito ao Oficial de Justiça, enquanto que a regra do § 3º diz respeito às partes.

Exemplo de uma das causas do artigo 275 = Cobrança de honorários dos profissionais liberais.

Tribunal de Justiça/RS 301

DO LUGAR

Art. 176 . Os atos processuais realizam-se de ordinário na sede do juízo. Podem, todavia, efetuar-se em outro lugar, em razão de deferência, de interesse da justiça, ou de obstáculo argüido pelo interessado e acolhido pelo juiz.

DOS PRAZOS

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 177. Os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei. Quando esta for omissa, o juiz determinará os prazos, tendo em conta a complexidade da causa.

Art. 178 . O prazo, estabelecido pela lei ou pelo juiz, é contínuo, não se interrompendo nos feriados.

Art. 179. A superveniência de férias suspenderá o curso do prazo; o que Ihe sobejar recomeçará a correr do primeiro dia útil seguinte ao termo das férias.

Art. 180. Suspende-se também o curso do prazo por obstáculo criado pela parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 265, I e III; casos em que o prazo será restituído por tempo igual ao que faltava para a sua complementação.

Art. 181. Podem as partes, de comum acordo, reduzir ou prorrogar o prazo dilatório; a convenção, porém, só tem eficácia se, requerida antes do vencimento do prazo, se fundar em motivo legítimo.

§ 1o - O juiz fixará o dia do vencimento do prazo da prorrogação.

§ 2o - As custas acrescidas ficarão a cargo da parte em favor de quem foi concedida a prorrogação.

Art. 182 . É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos peremptórios. O juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas nunca por mais de 60 (sessenta) dias.

Parágrafo único. Em caso de calamidade pública, poderá ser excedido o limite previsto neste artigo para a prorrogação de prazos.

Art. 183 . Decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declaração judicial, o direito de praticar o ato, ficando salvo, porém, à parte provar que o não realizou por justa causa.

§ 1o - Reputa-se justa causa o evento imprevisto, alheio à vontade da parte, e que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário.

§ 2o - Verificada a justa causa o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que Ihe assinar.

Art. 184 . Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos, excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento.

§ 1o - Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o vencimento cair em feriado ou em dia em que:

I - for determinado o fechamento do fórum;

II - o expediente forense for encerrado antes da hora normal.

§ 2o - Os prazos somente começam a correr do primeiro dia útil após a intimação (art. 240 e parágrafo único).

Art. 185 . Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.

Art. 186. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor.

Art. 187 . Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos que este Código Ihe assina.

OBS.: Art. 265, I - Pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador; Art. 265, III - Quando for oposta exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do tribunal, bem como de suspeição ou impedimento do juiz;

302 Tribunal de Justiça/RS

Art. 188 . Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.

Art. 189 . O juiz proferirá:

I - os despachos de expediente, no prazo de 2 (dois) dias;

II - as decisões, no prazo de 10 (dez) dias.

Art. 190 . Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo de 24 (vinte e quatro) horas e executar os atos processuais no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, contados:

I - da data em que houver concluído o ato processual anterior, se Ihe foi imposto pela lei;

II - da data em que tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz.

Parágrafo único . Ao receber os autos, certificará o serventuário o dia e a hora em que ficou ciente da ordem, referida no no Il.

Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.

Art. 192 . Quando a lei não marcar outro prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento depois de decorridas 24 (vinte e quatro) horas.

DAS COMUNICAÇÕES DOS ATOS

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 200 . Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial ou requisitados por carta, conforme hajam de realizar-se dentro ou fora dos limites territoriais da comarca.

Art. 201 . Expedir-se-á carta de ordem se o juiz for subordinado ao tribunal de que ela emanar; carta rogatória, quando dirigida à autoridade judiciária estrangeira; e carta precatória nos demais casos.

DAS CARTAS

Art. 202. São requisitos essenciais da carta de ordem, da carta precatória e da carta rogatória:

I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;

II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao advogado;

III- a menção do ato processual, que Ihe constitui o objeto;

IV- o encerramento com a assinatura do juiz.

§ 1o - O juiz mandará trasladar, na carta, quaisquer outras peças, bem como instruí-la com mapa, desenho ou gráfico, sempre que estes documentos devam ser examinados, na diligência, pelas partes, peritos ou testemunhas.

§ 2o - Quando o objeto da carta for exame pericial sobre documento, este será remetido em original, ficando nos autos reprodução fotográfica.

§ 3o - A carta de ordem, carta precatória ou carta rogatória pode ser expedida por meio eletrônico, situação em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica, na forma da lei.

Art. 203. Em todas as cartas declarará o juiz o prazo dentro do qual deverão ser cumpridas, atendendo à facilidade das comunicações e à natureza da diligência.

Art. 204 . A carta tem caráter itinerante; antes ou depois de Ihe ser ordenado o cumprimento, poderá ser apresentada a juízo diverso do que dela consta, a fim de se praticar o ato.

Art. 205 . Havendo urgência, transmitir-se-ão a carta de ordem e a carta precatória por telegrama, radiograma ou telefone.

Art. 206 . A carta de ordem e a carta precatória, por telegrama ou radiograma, conterão, em resumo substancial, os requisitos mencionados no art. 202, bem como a declaração, pela agência expedidora, de estar reconhecida a assinatura do juiz.

Tribunal de Justiça/RS 303

Art. 207. O secretário do tribunal ou o escrivão do juízo deprecante transmitirá, por telefone, a carta de ordem, ou a carta precatória ao juízo, em que houver de cumprir-se o ato, por intermédio do escrivão do primeiro ofício da primeira vara, se houver na comarca mais de um ofício ou de uma vara, observando, quanto aos requisitos, o disposto no artigo antecedente.

§ 1o - O escrivão, no mesmo dia ou no dia útil imediato, telefonará ao secretário do tribunal ou ao escrivão do juízo deprecante, lendo-lhe os termos da carta e solicitando-lhe que Iha confirme.

§ 2o - Sendo confirmada, o escrivão submeterá a carta a despacho.

Art. 208 . Executar-se-ão, de ofício, os atos requisitados por telegrama, radiograma ou telefone. A parte depositará, contudo, na secretaria do tribunal ou no cartório do juízo deprecante, a importância correspondente às despesas que serão feitas no juízo em que houver de praticar-se o ato.

Art. 209 . O juiz recusará cumprimento à carta precatória, devolvendo-a com despacho motivado:

I - quando não estiver revestida dos requisitos legais;

II - quando carecer de competência em razão da matéria ou da hierarquia;

III- quando tiver dúvida acerca de sua autenticidade.

Art. 210 . A carta rogatória obedecerá, quanto à sua admissibilidade e modo de seu cumprimento, ao disposto na convenção internacional; à falta desta, será remetida à autoridade judiciária estrangeira, por via diplomática, depois de traduzida para a língua do país em que há de praticar-se o ato.

Art. 211. A concessão de exeqüibilidade às cartas rogatórias das justiças estrangeiras obedecerá ao disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Art. 212 . Cumprida a carta, será devolvida ao juízo de origem, no prazo de 10 (dez) dias, independentemente de traslado, pagas as custas pela parte.

DAS CITAÇÕES

Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender.

Art. 214 . Para a validade do processo é indispensável a citação inicial do réu.

§ 1o - O comparecimento espontâneo do réu supre, entretanto, a falta de citação.

§ 2o - Comparecendo o réu apenas para argüir a nulidade e sendo esta decretada, considerar-se-á feita a citação na data em que ele ou seu advogado for intimado da decisão.

Art. 215 . Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador legalmente autorizado.

§ 1o - Estando o réu ausente, a citação far-se-á na pessoa de seu mandatário, administrador, feitor ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.

§ 2o - O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou na localidade, onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação, será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis.

Art. 216 . A citação efetuar-se-á em qualquer lugar em que se encontre o réu.

Parágrafo único . O militar, em serviço ativo, será citado na unidade em que estiver servindo se não for conhecida a sua residência ou nela não for encontrado.

Art. 217 . Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:

I - a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;

II - ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consangüíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;

III- aos noivos, nos 3 (três) primeiros dias de bodas;

IV- aos doentes, enquanto grave o seu estado.

304 Tribunal de Justiça/RS

Art. 218 . Também não se fará citação, quando se verificar que o réu é demente ou está impossibilitado de recebê-la.

§ 1o - O oficial de justiça passará certidão, descrevendo minuciosamente a ocorrência. O juiz nomeará um médico, a fim de examinar o citando. O laudo será apresentado em 5 (cinco) dias.

§ 2o - Reconhecida a impossibilidade, o juiz dará ao citando um curador, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida na lei civil. A nomeação é restrita à causa.

§ 3o - A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa do réu.

Art. 219 . A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.

§ 1o - A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.

§ 2o - Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez) dias subseqüentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.

§ 3o - Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o máximo de 90 (noventa) dias.

§ 4o - Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos parágrafos antecedentes, haver-se-á por não interrompida a prescrição.

§ 5o - O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.

§ 6o - Passada em julgado a sentença, a que se refere o parágrafo anterior, o escrivão comunicará ao réu o resultado do julgamento.

Art. 220 . O disposto no artigo anterior aplica-se a todos os prazos extintivos previstos na lei.

Art. 221. A citação far-se-á:

I - pelo correio;

II - por oficial de justiça;

III- por edital.

IV- por meio eletrônico, conforme regulado em lei própria.

Art. 222 . A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto:

a) nas ações de estado;

b) quando for ré pessoa incapaz;

c) quando for ré pessoa de direito público;

d) nos processos de execução;

e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;

f) quando o autor a requerer de outra forma.

Art. 223 . Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou chefe da secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz, expressamente consignada em seu inteiro teor a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, comunicando, ainda, o prazo para a resposta e o juízo e cartório, com o respectivo endereço.

Parágrafo único . A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. Sendo o réu pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração.

Art. 224 . Far-se-á a citação por meio de oficial de justiça nos casos ressalvados no art. 222, ou quando frustrada a citação pelo correio.

Art. 225. O mandado, que o oficial de justiça tiver de cumprir, deverá conter:

I - os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou residências;

II - o fim da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis;

III- a cominação, se houver;

IV- o dia, hora e lugar do comparecimento;

V- a cópia do despacho;

CITAÇÃO PELA VIA POSTAL E SUAS EXCEÇÕES

Tribunal de Justiça/RS 305

VI - o prazo para defesa;

VII - a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz.

Parágrafo único. O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor entregar em cartório, com a petição inicial, tantas cópias desta quantos forem os réus; caso em que as cópias, depois de conferidas com o original, farão parte integrante do mandado.

Art. 226 . Incumbe ao oficial de justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá-lo:

I - lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;

II - portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;

III- obtendo a nota de ciente, ou certificando que o réu não a apôs no mandado.

Art. 227 . Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que designar.

Art. 228 . No dia e hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou residência do citando, a fim de realizar a diligência.

§ 1o - Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca.

§ 2o - Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com pessoa da família ou com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.

Art. 229 . Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu carta, telegrama ou radiograma, dando-lhe de tudo ciência.

Art. 230 . Nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar citações ou intimações em qualquer delas.

Art. 231. Far-se-á a citação por edital:

I - quando desconhecido ou incerto o réu;

II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar;

III - nos casos expressos em lei.

§ 1o - Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória.

§ 2o - No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.

Art. 232 . São requisitos da citação por edital:

I - a afirmação do autor, ou a certidão do oficial, quanto às circunstâncias previstas nos ns. I e II do artigo antecedente;

II - a afixação do edital, na sede do juízo, certificada pelo escrivão;

III- a publicação do edital no prazo máximo de 15 (quinze) dias, uma vez no órgão oficial e pelo menos duas vezes em jornal local, onde houver;

IV- a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, correndo da data da primeira publicação;

V- a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis.

§ 1o - Juntar-se-á aos autos um exemplar de cada publicação, bem como do anúncio, de que trata o no II deste artigo.

§ 2o - A publicação do edital será feita apenas no órgão oficial quando a parte for beneficiária da Assistência Judiciária.

Art. 233. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente os requisitos do art. 231, I e II, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo.

Parágrafo único . A multa reverterá em benefício do citando.

CITAÇÃO POR EDITAL.

CITAÇÃO COM HORA CERTA.

306 Tribunal de Justiça/RS

DAS INTIMAÇÕES

Art. 234 . Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.

Art. 235 . As intimações efetuam-se de ofício, em processos pendentes, salvo disposição em contrário.

Art. 236. No Distrito Federal e nas Capitais dos Estados e dos Territórios, consideram-se feitas as intimações pela só publicação dos atos no órgão oficial.

§ 1o - É indispensável, sob pena de nulidade, que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, suficientes para sua identificação.

§ 2o - A intimação do Ministério Público, em qualquer caso será feita pessoalmente.

Art. 237 . Nas demais comarcas aplicar-se-á o disposto no artigo antecedente, se houver órgão de publicação dos atos oficiais; não o havendo, competirá ao escrivão intimar, de todos os atos do processo, os advogados das partes:

I - pessoalmente, tendo domicílio na sede do juízo;

II - por carta registrada, com aviso de recebimento quando domiciliado fora do juízo.

Parágrafo único . As intimações podem ser feitas de forma eletrônica, conforme regulado em lei própria.

Art. 238. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus representantes legais e aos advogados pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de secretaria.

Parágrafo único . Presumem-se válidas as comunicações e intimações dirigidas ao endereço residencial ou profissional declinado na inicial, contestação ou embargos, cumprindo às partes atualizar o respectivo endereço sempre que houver modificação temporária ou definitiva.

Art. 239 . Far-se-á a intimação por meio de oficial de justiça quando frustrada a realização pelo correio.

Parágrafo único . A certidão de intimação deve conter:

I - a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando, quando possível, o número de sua carteira de identidade e o órgão que a expediu;

II - a declaração de entrega da contrafé;

III- a nota de ciente ou certidão de que o interessado não a apôs no mandado.

Art. 240 . Salvo disposição em contrário, os prazos para as partes, para a Fazenda Pública e para o Ministério Público contar-se-ão da intimação.

Parágrafo único . As intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se tiverem ocorrido em dia em que não tenha havido expediente forense.

Art. 241 . Começa a correr o prazo:

I - quando a citação ou intimação for pelo correio, da data de juntada aos autos do aviso de recebimento;

II - quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data de juntada aos autos do mandado cumprido;

III- quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do último aviso de recebimento ou mandado citatório cumprido;

IV- quando o ato se realizar em cumprimento de carta de ordem, precatória ou rogatória, da data de sua juntada aos autos devidamente cumprida;

V- quando a citação for por edital, finda a dilação assinada pelo juiz.

Art. 242 . O prazo para a interposição de recurso conta-se da data, em que os advogados são intimados da decisão, da sentença ou do acórdão.

§ 1o - Reputam-se intimados na audiência, quando nesta é publicada a decisão ou a sentença.

§ 2o - Havendo antecipação da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, mandará intimar pessoalmente os advogados para ciência da nova designação .

Tribunal de Justiça/RS 307

DAS NULIDADES

Art. 243. Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que Ihe deu causa.

Art. 244 . Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, Ihe alcançar a finalidade.

Art. 245. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.

Parágrafo único . Não se aplica esta disposição às nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão, provando a parte legítimo impedimento.

Art. 246 . É nulo o processo, quando o Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir.

Parágrafo único. Se o processo tiver corrido, sem conhecimento do Ministério Público, o juiz o anulará a partir do momento em que o órgão devia ter sido intimado.

Art. 247 . As citações e as intimações serão nulas, quando feitas sem observância das prescrições legais.

Art. 248 . Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subseqüentes, que dele dependam; todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes.

Art. 249 . O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são atingidos, ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados.

§ 1o - O ato não se repetirá nem se Ihe suprirá a falta quando não prejudicar a parte.

§ 2o - Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta.

Art. 250. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo praticar-se os que forem necessários, a fim de se observarem, quanto possível, as prescrições legais.

Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados, desde que não resulte prejuízo à defesa.

DA FORMAÇÃO, DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO PROCESSO

DA FORMAÇÃO DO PROCESSO

Art. 262. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial.

Art. 263. Considera-se proposta a ação, tanto que a petição inicial seja despachada pelo juiz, ou simplesmente distribuída, onde houver mais de uma vara. A propositura da ação, todavia, só produz, quanto ao réu, os efeitos mencionados no art. 219 depois que for validamente citado.

Art. 264 . Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas por lei.

Parágrafo único. A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hipótese será permitida após o saneamento do processo.

DA SUSPENSÃO DO PROCESSO

Art. 265. Suspende-se o processo:

I - pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;

II - pela convenção das partes;

III- quando for oposta exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do tribunal, bem como de suspeição ou impedimento do juiz;

IV- quando a sentença de mérito:

308 Tribunal de Justiça/RS

a) depender do julgamento de outra causa, ou da declaração da existência ou inexistência da relação jurídica, que constitua o objeto principal de outro processo pendente;

b) não puder ser proferida senão depois de verificado determinado fato, ou de produzida certa prova, requisitada a outro juízo;

c) tiver por pressuposto o julgamento de questão de estado, requerido como declaração incidente;

V - por motivo de força maior;

VI - nos demais casos, que este Código regula.

§ 1o - No caso de morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, ou de seu representante legal, provado o falecimento ou a incapacidade, o juiz suspenderá o processo, salvo se já tiver iniciado a audiência de instrução e julgamento; caso em que:

a) o advogado continuará no processo até o encerramento da audiência;

b) o processo só se suspenderá a partir da publicação da sentença ou do acórdão.

§ 2o - No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz marcará, a fim de que a parte constitua novo mandatário, o prazo de 20 (vinte) dias, findo o qual extinguirá o processo sem julgamento do mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou mandará prosseguir no processo, à revelia do réu, tendo falecido o advogado deste.

§ 3o - A suspensão do processo por convenção das partes, de que trata o no Il, nunca poderá exceder 6 (seis) meses; findo o prazo, o escrivão fará os autos conclusos ao juiz, que ordenará o prosseguimento do processo.

§ 4o - No caso do no III, a exceção, em primeiro grau da jurisdição, será processada na forma do disposto neste Livro, Título VIII, Capítulo II, Seção III; e, no tribunal, consoante Ihe estabelecer o regimento interno.

§ 5o - Nos casos enumerados nas letras a, b e c do no IV, o período de suspensão nunca poderá exceder 1 (um) ano. Findo este prazo, o juiz mandará prosseguir no processo.

Art. 266. Durante a suspensão é defeso praticar qualquer ato processual; poderá o juiz, todavia, determinar a realização de atos urgentes, a fim de evitar dano irreparável.

DA EXTINÇÃO DO PROCESSO

Art. 267 . Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:

I - quando o juiz indeferir a petição inicial;

Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;

III- quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;

IV- quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;

V- quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;

Vl- quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;

Vll- pela convenção de arbitragem;

Vlll- quando o autor desistir da ação;

IX- quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal;

X - quando ocorrer confusão entre autor e réu;

XI - nos demais casos prescritos neste Código.

§ 1o - O juiz ordenará, nos casos dos ns. II e Ill, o arquivamento dos autos, declarando a extinção do processo, se a parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas.

§ 2o - No caso do parágrafo anterior, quanto ao no II, as partes pagarão proporcionalmente as custas e, quanto ao no III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e honorários de advogado (art. 28).

Tribunal de Justiça/RS 309

§ 3o - O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos ns. IV, V e Vl; todavia, o réu que a não alegar, na primeira oportunidade em que Ihe caiba falar nos autos, responderá pelas custas de retardamento.

§ 4o - Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.

Art. 268. Salvo o disposto no art. 267, V, a extinção do processo não obsta a que o autor intente de novo a ação. A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado.

Parágrafo único. Se o autor der causa, por três vezes, à extinção do processo pelo fundamento previsto no no III do artigo anterior, não poderá intentar nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.

Art. 269. Haverá resolução de mérito:

I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;

II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido;

III - quando as partes transigirem;

IV- quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição;

V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.

DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 270. Este Código regula o processo de conhecimento (Livro I), de execução (Livro II), cautelar (Livro III) e os procedimentos especiais (Livro IV).

Art. 271. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei especial.

Art. 272. O procedimento comum é ordinário ou sumário.

Parágrafo único . O procedimento especial e o procedimento sumário regem-se pelas disposições que Ihes são próprias, aplicando-se-lhes, subsidiariamente, as disposições gerais do procedimento ordinário.

Art. 273 . O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:

I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou

II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.

§ 1o - Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu convencimento.

§ 2o - Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.

§ 3o - A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4o e 5o, e 461-A.

§ 4o - A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.

§ 5o - Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até final julgamento.

§ 6o - A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso.

§ 7o - Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado.

310 Tribunal de Justiça/RS

DO PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

Art. 274. O procedimento ordinário reger-se-á segundo as disposições dos Livros I e II deste Código.

DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO

Art. 275 . Observar-se-á o procedimento sumário:

I - nas causas cujo valor não exceda a 60 (sessenta) vezes o valor do salário mínimo;

II - nas causas, qualquer que seja o valor

a) de arrendamento rural e de parceria agrícola;

b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio;

c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico;

d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre;

e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução;

f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial;

g) que versem sobre revogação de doação;

h) nos demais casos previstos em lei.

Parágrafo único . Este procedimento não será observado nas ações relativas ao estado e à capacidade das pessoas.

Art. 276 . Na petição inicial, o autor apresentará o rol de testemunhas e, se requerer perícia, formulará quesitos, podendo indicar assistente técnico.

Art. 277 . O juiz designará a audiência de conciliação a ser realizada no prazo de trinta dias, citando-se o réu com a antecedência mínima de dez dias e sob advertência prevista no § 2º deste artigo, determinando o comparecimento das

partes. Sendo ré a Fazenda Pública, os prazos contar-se-ão em dobro.

§ 1º - A conciliação será reduzida a termo e homologada por sentença, podendo o juiz ser auxiliado por conciliador.

§ 2º - Deixando injustificadamente o réu de comparecer à audiência, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados na petição inicial (art. 319), salvo se o contrário resultar da prova dos autos, proferindo o juiz, desde logo, a sentença.

§ 3º - As partes comparecerão pessoalmente à audiência, podendo fazer-se representar por preposto com poderes para transigir.

§ 4º - O juiz, na audiência, decidirá de plano a impugnação ao valor da causa ou a controvérsia sobre a natureza da demanda, determinando, se for o caso, a conversão do procedimento sumário em ordinário.

§ 5º - A conversão também ocorrerá quando houver necessidade de prova técnica de maior complexidade.

Art. 278 . Não obtida a conciliação, oferecerá o réu, na própria audiência, resposta escrita ou oral, acompanhada de documentos e rol de testemunhas e, se requerer perícia, formulará seus quesitos desde logo, podendo indicar assistente técnico.

§ 1º - É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor, desde que fundado nos mesmos fatos referidos na inicial.

§ 2º - Havendo necessidade de produção de prova oral e não ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 329 e 330, I e II, será designada audiência de instrução e julgamento para data próxima, não excedente de trinta dias, salvo se houver determinação de perícia.

Art. 279 . Os atos probatórios realizados em audiência poderão ser documentados mediante taquigrafia, estenotipia ou outro método hábil de documentação, fazendo-se a respectiva transcrição se a determinar o juiz.

Parágrafo único . Nas comarcas ou varas em que não for possível a taquigrafia, a estenotipia ou outro método de documentação, os depoimentos serão reduzidos a termo, do qual constará apenas o essencial.

Tribunal de Justiça/RS 311

Art. 280. No procedimento sumário não são admissíveis a ação declaratória incidental e a intervenção de terceiros, salvo a assistência, o recurso de terceiro prejudicado e a intervenção fundada em contrato de seguro.

Art. 281 . Findos a instrução e os debates orais, o juiz proferirá sentença na própria audiência ou no prazo de dez dias.

DO PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

DA PETIÇÃO INICIAL

DOS REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL

Art. 282 . A petição inicial indicará:

I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;

II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu;

III- o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

IV- o pedido, com as suas especificações;

V- o valor da causa;

VI- as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

VII- o requerimento para a citação do réu.

Art. 283. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.

Art. 284 . Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias.

Parágrafo único . Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

Art. 285 . Estando em termos a petição inicial, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu, para responder; do mandado constará que, não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos

pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor.

Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada.

§ 1o - Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação.

§ 2o - Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para responder ao recurso.

DO PEDIDO

Art. 286 . O pedido deve ser certo ou determinado. É lícito, porém, formular pedido genérico:

I - nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados;

II - quando não for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do fato ilícito;

III- quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.

Art. 287 . Se o autor pedir que seja imposta ao réu a abstenção da prática de algum ato, tolerar alguma atividade, prestar ato ou entregar coisa, poderá requerer cominação de pena pecuniária para o caso de descumprimento da sentença ou da decisão antecipatória de tutela (arts. 461, § 4o, e 461-A).

Art. 288. O pedido será alternativo, quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo.

Parágrafo único . Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz Ihe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo.

Art. 289 . É lícito formular mais de um pedido em ordem sucessiva, a fim de que o juiz conheça do posterior, em não podendo acolher o anterior.

312 Tribunal de Justiça/RS

Art. 290 . Quando a obrigação consistir em prestações periódicas, considerar-se-ão elas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor; se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las, a sentença as incluirá na condenação, enquanto durar a obrigação.

Art. 291 . Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do processo receberá a sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito.

Art. 292 . É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.

§ 1o - São requisitos de admissibilidade da cumulação:

I - que os pedidos sejam compatíveis entre si;

II - que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;

III- que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.

§ 2o - Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, admitir-se-á a cumulação, se o autor empregar o procedimento ordinário.

Art. 293 . Os pedidos são interpretados restritivamente, compreendendo-se, entretanto, no principal os juros legais.

Art. 294 . Antes da citação, o autor poderá aditar o pedido, correndo à sua conta as custas acrescidas em razão dessa iniciativa.

DO INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL

Art. 295 . A petição inicial será indeferida:

I - quando for inepta;

II - quando a parte for manifestamente ilegítima;

III- quando o autor carecer de interesse processual;

IV- quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (art. 219, § 5o);

V - quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal;

Vl- quando não atendidas as prescrições dos arts. 39, parágrafo único, primeira parte, e 284.

Parágrafo único . Considera-se inepta a petição inicial quando:

I - Ihe faltar pedido ou causa de pedir;

II - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

III- o pedido for juridicamente impossível;

IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.

Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão.

Parágrafo único . Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente encaminhados ao tribunal competente.

DA RESPOSTA DO RÉU

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias, em petição escrita, dirigida ao juiz da causa, contestação, exceção e reconvenção.

Art. 298 . Quando forem citados para a ação vários réus, o prazo para responder ser-lhes-á comum, salvo o disposto no art. 191.

Parágrafo único . Se o autor desistir da ação quanto a algum réu ainda não citado, o prazo para a resposta correrá da intimação do despacho que deferir a desistência.

Art. 299. A contestação e a reconvenção serão oferecidas simultaneamente, em peças autônomas; a exceção será processada em apenso aos autos principais.

Tribunal de Justiça/RS 313

DA CONTESTAÇÃO

Art. 300 . Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.

Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:

I - inexistência ou nulidade da citação;

II - incompetência absoluta;

III - inépcia da petição inicial;

IV - perempção;

V - litispendência;

Vl - coisa julgada;

VII - conexão;

Vlll- incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;

IX - convenção de arbitragem;

X - carência de ação;

Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar.

§ 1o - Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.

§ 2o - Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.

§ 3o - Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso.

§ 4o - Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada neste artigo.

Art. 302 . Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo:

I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão;

II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato;

III- se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.

Parágrafo único . Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público.

Art. 303. Depois da contestação, só é lícito deduzir novas alegações quando:

I - relativas a direito superveniente;

II - competir ao juiz conhecer delas de ofício;

III- por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo.

DAS EXCEÇÕES

Art. 304 . É lícito a qualquer das partes argüir, por meio de exceção, a incompetência (art. 112), o impedimento (art. 134) ou a suspeição (art. 135).

Art. 305 . Este direito pode ser exercido em qualquer tempo, ou grau de jurisdição, cabendo à parte oferecer exceção, no prazo de 15 (quinze) dias, contado do fato que ocasionou a incompetência, o impedimento ou a suspeição.

Parágrafo único . Na exceção de incompetência (art. 112 desta Lei), a petição pode ser protocolizada no juízo de domicílio do réu, com requerimento de sua imediata remessa ao juízo que determinou a citação.

Art. 306 . Recebida a exceção, o processo ficará suspenso (art. 265, III), até que seja definitivamente julgada.

314 Tribunal de Justiça/RS

DA INCOMPETÊNCIA

Art. 307 . O excipiente argüirá a incompetência em petição fundamentada e devidamente instruída, indicando o juízo para o qual declina.

Art. 308. Conclusos os autos, o juiz mandará processar a exceção, ouvindo o excepto dentro em 10 (dez) dias e decidindo em igual prazo.

Art. 309. Havendo necessidade de prova testemunhal, o juiz designará audiência de instrução, decidindo dentro de 10 (dez) dias.

Art. 310. O juiz indeferirá a petição inicial da exceção, quando manifestamente improcedente.

Art. 311 . Julgada procedente a exceção, os autos serão remetidos ao juiz competente.

DO IMPEDIMENTO E DA SUSPEIÇÃO

Art. 312 . A parte oferecerá a exceção de impedimento ou de suspeição, especificando o motivo da recusa (arts. 134 e 135). A petição, dirigida ao juiz da causa, poderá ser instruída com documentos em que o excipiente fundar a alegação e conterá o rol de testemunhas.

Art. 313. Despachando a petição, o juiz, se reconhecer o impedimento ou a suspeição, ordenará a remessa dos autos ao seu substituto legal; em caso contrário, dentro de 10 (dez) dias, dará as suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa dos autos ao tribunal.

Art. 314 . Verificando que a exceção não tem fundamento legal, o tribunal determinará o seu arquivamento; no caso contrário condenará o juiz nas custas, mandando remeter os autos ao seu substituto legal.

DA RECONVENÇÃO

Art. 315 . O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.

Parágrafo único . Não pode o réu, em seu próprio nome, reconvir ao autor, quando este demandar em nome de outrem.

Art. 316 . Oferecida a reconvenção, o autor reconvindo será intimado, na pessoa do seu procurador, para contestá-la no prazo de 15 (quinze) dias.

Art. 317. A desistência da ação, ou a existência de qualquer causa que a extinga, não obsta ao prosseguimento da reconvenção.

Art. 318 . Julgar-se-ão na mesma sentença a ação e a reconvenção.

DA REVELIA

Art. 319 . Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor.

Art. 320 . A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado no artigo antecedente:

I - se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;

II - se o litígio versar sobre direitos indisponíveis;

III- se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considere indispensável à prova do ato.

Art. 321 . Ainda que ocorra revelia, o autor não poderá alterar o pedido, ou a causa de pedir, nem demandar declaração incidente, salvo promovendo nova citação do réu, a quem será assegurado o direito de responder no prazo de 15 (quinze) dias.

Art. 322. Contra o revel que não tenha patrono nos autos, correrão os prazos independentemente de intimação, a partir da publicação de cada ato decisório.

Parágrafo único . O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar

Anotações:

Tribunal de Justiça/RS 315

DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES

Art. 323. Findo o prazo para a resposta do réu, o escrivão fará a conclusão dos autos. O juiz, no prazo de 10 (dez) dias, determinará, conforme o caso, as providências preliminares, que constam das seções deste Capítulo.

DO EFEITO DA REVELIA

Art. 324. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando que não ocorreu o efeito da revelia, mandará que o autor especifique as provas que pretenda produzir na audiência.

DA DECLARAÇÃO INCIDENTE

Art. 325. Contestando o réu o direito que constitui fundamento do pedido, o autor poderá requerer, no prazo de 10 (dez) dias, que sobre ele o juiz profira sentença incidente, se da declaração da existência ou da inexistência do direito depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide (art. 5o).

DOS FATOS IMPEDITIVOS, MODIFICATIVOS OU EXTINTIVOS DO PEDIDO

Art. 326. Se o réu, reconhecendo o fato em que se fundou a ação, outro Ihe opuser impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 10 (dez) dias, facultando-lhe o juiz a produção de prova documental.

DAS ALEGAÇÕES DO RÉU

Art. 327 . Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 301, o juiz mandará ouvir o autor no prazo de 10 (dez) dias, permitindo-lhe a produção de prova documental. Verificando a existência de irregularidades ou de nulidades sanáveis, o juiz mandará supri-las, fixando à parte prazo nunca superior a 30 (trinta) dias.

Art. 328 . Cumpridas as providências preliminares, ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo, observando o que dispõe o capítulo seguinte.

DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO

DA EXTINÇÃO DO PROCESSO

Art. 329 . Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 267 e 269, II a V, o juiz declarará extinto o processo.

DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE

Art. 330 . O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença:

I - quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir prova em audiência;

II - quando ocorrer a revelia (art. 319).

DA AUDIÊNCIA PRELIMINAR

Art. 331 . Se não ocorrer qualquer das hipóteses previstas nas seções precedentes, e versar a causa sobre direitos que admitam transação, o juiz designará audiência preliminar, a realizar-se no prazo de 30 (trinta) dias, para a qual serão as partes intimadas a comparecer, podendo fazer-se representar por procurador ou preposto, com poderes para transigir.

§ 1o - Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada por sentença.

§ 2o - Se, por qualquer motivo, não for obtida a conciliação, o juiz fixará os pontos controvertidos, decidirá as questões processuais pendentes e determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário.

§ 3o - Se o direito em litígio não admitir transação, ou se as circunstâncias da causa evidenciarem ser improvável sua obtenção, o juiz poderá, desde logo, sanear o processo e ordenar a produção da prova, nos termos do § 2o.

316 Tribunal de Justiça/RS

DAS PROVAS

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 332. Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa.

Art. 333. O ônus da prova incumbe:

I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;

II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.

Parágrafo único . É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando:

I - recair sobre direito indisponível da parte;

II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.

Art. 334 . Não dependem de prova os fatos:

I - notórios;

II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;

III- admitidos, no processo, como incontroversos;

IV- em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.

Art. 335 . Em falta de normas jurídicas particulares, o juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e ainda as regras da experiência técnica, ressalvado, quanto a esta, o exame pericial.

Art. 336 . Salvo disposição especial em contrário, as provas devem ser produzidas em audiência.

Parágrafo único . Quando a parte, ou a testemunha, por enfermidade, ou por outro motivo relevante, estiver impossibilitada de comparecer à audiência, mas não de prestar depoimento, o juiz designará, conforme as circunstâncias, dia, hora e lugar para inquiri-la.

Art. 337. A parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o determinar o juiz.

Art. 338 . A carta precatória e a carta rogatória suspenderão o processo, no caso previsto na alínea b do inciso IV do art. 265 desta Lei, quando, tendo sido requeridas antes da decisão de saneamento, a prova nelas solicitada apresentar-se imprescindível.

Parágrafo único . A carta precatória e a carta rogatória, não devolvidas dentro do prazo ou concedidas sem efeito suspensivo, poderão ser juntas aos autos até o julgamento final.

Art. 339 . Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade.

Art. 340. Além dos deveres enumerados no art. 14, compete à parte:

I - comparecer em juízo, respondendo ao que Ihe for interrogado;

II - submeter-se à inspeção judicial, que for julgada necessária;

III - praticar o ato que Ihe for determinado.

Art. 341 . Compete ao terceiro, em relação a qualquer pleito:

I - informar ao juiz os fatos e as circunstâncias, de que tenha conhecimento;

II - exibir coisa ou documento, que esteja em seu poder.

Anotações:

Tribunal de Justiça/RS 317

DO DEPOIMENTO PESSOAL

Art. 342. O juiz pode, de ofício, em qualquer estado do processo, determinar o comparecimento pessoal das partes, a fim de interrogá-las sobre os fatos da causa.

Art. 343. Quando o juiz não o determinar de ofício, compete a cada parte requerer o depoimento pessoal da outra, a fim de interrogá-la na audiência de instrução e julgamento.

§ 1o - A parte será intimada pessoalmente, constando do mandado que se presumirão confessados os fatos contra ela alegados, caso não compareça ou, comparecendo, se recuse a depor.

§ 2o - Se a parte intimada não comparecer, ou comparecendo, se recusar a depor, o juiz Ihe aplicará a pena de confissão.

Art. 344. A parte será interrogada na forma prescrita para a inquirição de testemunhas.

Parágrafo único. É defeso, a quem ainda não depôs, assistir ao interrogatório da outra parte.

Art. 345. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao que Ihe for perguntado, ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais circunstâncias e elementos de prova, declarará, na sentença, se houve recusa de depor.

Art. 346. A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados, não podendo servir-se de escritos adrede preparados; o juiz Ihe permitirá, todavia, a consulta a notas breves, desde que objetivem completar esclarecimentos.

Art. 347. A parte não é obrigada a depor de fatos:

I - criminosos ou torpes, que Ihe forem imputados;

II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.

Parágrafo único . Esta disposição não se aplica às ações de filiação, de desquite e de anulação de casamento.

DA CONFISSÃO

Art. 348 . Há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. A confissão é judicial ou extrajudicial.

Art. 349 . A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada. Da confissão espontânea, tanto que requerida pela parte, se lavrará o respectivo termo nos autos; a confissão provocada constará do depoimento pessoal prestado pela parte.

Parágrafo único . A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte, ou por mandatário com poderes especiais.

Art. 350. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os litisconsortes.

Parágrafo único . Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos sobre imóveis alheios, a confissão de um cônjuge não valerá sem a do outro.

Art. 351 . Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.

Art. 352 . A confissão, quando emanar de erro, dolo ou coação, pode ser revogada:

I - por ação anulatória, se pendente o processo em que foi feita;

II - por ação rescisória, depois de transitada em julgado a sentença, da qual constituir o único fundamento.

Parágrafo único. Cabe ao confitente o direito de propor a ação, nos casos de que trata este artigo; mas, uma vez iniciada, passa aos seus herdeiros.

Art. 353. A confissão extrajudicial, feita por escrito à parte ou a quem a represente, tem a mesma eficácia probatória da judicial; feita a terceiro, ou contida em testamento, será livremente apreciada pelo juiz.

Parágrafo único . Todavia, quando feita verbalmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal.

318 Tribunal de Justiça/RS

Art. 354 . A confissão é, de regra, indivisível, não podendo a parte, que a quiser invocar como prova, aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que Ihe for desfavorável. Cindir-se-á, todavia, quando o confitente Ihe aduzir fatos novos, suscetíveis de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.

DA EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA

Art. 355. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa, que se ache em seu poder.

Art. 356. O pedido formulado pela parte conterá:

I - a individuação, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa;

II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou a coisa;

III- as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrária.

Art. 357 . O requerido dará a sua resposta nos 5 (cinco) dias subseqüentes à sua intimação. Se afirmar que não possui o documento ou a coisa, o juiz permitirá que o requerente prove, por qualquer meio, que a declaração não corresponde à verdade.

Art. 358 . O juiz não admitirá a recusa:

I - se o requerido tiver obrigação legal de exibir;

II - se o requerido aludiu ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir prova;

III- se o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.

Art. 359. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar:

I - se o requerido não efetuar a exibição, nem fizer qualquer declaração no prazo do art. 357;

II - se a recusa for havida por ilegítima.

Art. 360 . Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz mandará citá-lo para responder no prazo de 10 (dez) dias.

Art. 361 . Se o terceiro negar a obrigação de exibir, ou a posse do documento ou da coisa, o juiz designará audiência especial, tomando-lhe o depoimento, bem como o das partes e, se necessário, de testemunhas; em seguida proferirá a sentença.

Art. 362 . Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição, o juiz lhe ordenará que proceda ao respectivo depósito em cartório ou noutro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) dias, impondo ao requerente que o embolse das despesas que tiver; se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, requisitando, se necessário, força policial, tudo sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência.

Art. 363 . A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa:

I - se concernente a negócios da própria vida da família;

II - se a sua apresentação puder violar dever de honra;

III - se a publicidade do documento redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consangüíneos ou afins até o terceiro grau; ou lhes representar perigo de ação penal;

IV - se a exibição acarretar a divulgação de fatos, a cujo respeito, por estado ou profissão, devam guardar segredo;

V - se subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição.

Parágrafo único . Se os motivos de que tratam os ns. I a V disserem respeito só a uma parte do conteúdo do documento, da outra se extrairá uma suma para ser apresentada em juízo.

DA PROVA DOCUMENTAL

DA FORÇA PROBANTE DOS DOCUMENTOS

Art. 364. O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário declarar que ocorreram em sua presença.

Tribunal de Justiça/RS 319

Art. 365. Fazem a mesma prova que os originais:

I - as certidões textuais de qualquer peça dos autos, do protocolo das audiências, ou de outro livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele ou sob sua vigilância e por ele subscritas;

II - os traslados e as certidões extraídas por oficial público, de instrumentos ou documentos lançados em suas notas;

III- as reproduções dos documentos públicos, desde que autenticadas por oficial público ou conferidas em cartório, com os respectivos originais.

IV- as cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial declaradas autênticas pelo próprio advogado sob sua responsabilidade pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade.

V - os extratos digitais de bancos de dados, públicos e privados, desde que atestado pelo seu emitente, sob as penas da lei, que as informações conferem com o que consta na origem;

VI- as reproduções digitalizadas de qualquer documento, público ou particular, quando juntados aos autos pelos órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pelas procuradorias, pelas repartições públicas em geral e por advogados públicos ou privados, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de digitalização.

§ 1o - Os originais dos documentos digitalizados, mencionados no inciso VI do caput deste artigo, deverão ser preservados pelo seu detentor até o final do prazo para interposição de ação rescisória.

§ 2o - Tratando-se de cópia digital de título executivo extrajudicial ou outro documento relevante à instrução do processo, o juiz poderá determinar o seu depósito em cartório ou secretaria.

Art. 366 . Quando a lei exigir, como da substância do ato, o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.

Art. 367. O documento, feito por oficial público incompetente, ou sem a observância das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes,

tem a mesma eficácia probatória do documento particular.

Art. 368 . As declarações constantes do documento particular, escrito e assinado, ou somente assinado, presumem-se verdadeiras em relação ao signatário.

Parágrafo único . Quando, todavia, contiver declaração de ciência, relativa a determinado fato, o documento particular prova a declaração, mas não o fato declarado, competindo ao interessado em sua veracidade o ônus de provar o fato.

Art. 369. Reputa-se autêntico o documento, quando o tabelião reconhecer a firma do signatário, declarando que foi aposta em sua presença.

Art. 370. A data do documento particular, quando a seu respeito surgir dúvida ou impugnação entre os litigantes, provar-se-á por todos os meios de direito. Mas, em relação a terceiros, considerar-se-á datado o documento particular:

I - no dia em que foi registrado;

II - desde a morte de algum dos signatários;

III- a partir da impossibilidade física, que sobreveio a qualquer dos signatários;

IV- da sua apresentação em repartição pública ou em juízo;

V- do ato ou fato que estabeleça, de modo certo, a anterioridade da formação do documento.

Art. 371 . Reputa-se autor do documento particular:

I - aquele que o fez e o assinou;

II - aquele, por conta de quem foi feito, estando assinado;

III- aquele que, mandando compô-lo, não o firmou, porque, conforme a experiência comum, não se costuma assinar, como livros comerciais e assentos domésticos.

Art. 372 . Compete à parte, contra quem foi produzido documento particular, alegar no prazo estabelecido no art. 390, se Ihe admite ou não a autenticidade da assinatura e a veracidade do contexto; presumindo-se, com o silêncio, que o tem por verdadeiro.

320 Tribunal de Justiça/RS

Parágrafo único . Cessa, todavia, a eficácia da admissão expressa ou tácita, se o documento houver sido obtido por erro, dolo ou coação.

Art. 373. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo anterior, o documento particular, de cuja autenticidade se não duvida, prova que o seu autor fez a declaração, que Ihe é atribuída.

Parágrafo único . O documento particular, admitido expressa ou tacitamente, é indivisível, sendo defeso à parte, que pretende utilizar-se dele, aceitar os fatos que Ihe são favoráveis e recusar os que são contrários ao seu interesse, salvo se provar que estes se não verificaram.

Art. 374. O telegrama, o radiograma ou qualquer outro meio de transmissão tem a mesma força probatória do documento particular, se o original constante da estação expedidora foi assinado pelo remetente.

Parágrafo único . A firma do remetente poderá ser reconhecida pelo tabelião, declarando-se essa circunstância no original depositado na estação expedidora.

Art. 375 . O telegrama ou o radiograma presume-se conforme com o original, provando a data de sua expedição e do recebimento pelo destinatário.

Art. 376 . As cartas, bem como os registros domésticos, provam contra quem os escreveu quando:

I - enunciam o recebimento de um crédito;

II - contêm anotação, que visa a suprir a falta de título em favor de quem é apontado como credor;

III- expressam conhecimento de fatos para os quais não se exija determinada prova.

Art. 377. A nota escrita pelo credor em qualquer parte de documento representativo de obrigação, ainda que não assinada, faz prova em benefício do devedor.

Parágrafo único . Aplica-se esta regra tanto para o documento, que o credor conservar em seu poder, como para aquele que se achar em poder do devedor.

Art. 378 . Os livros comerciais provam contra o seu autor. É lícito ao comerciante, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em

direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos.

Art. 379 . Os livros comerciais, que preencham os requisitos exigidos por lei, provam também a favor do seu autor no litígio entre comerciantes.

Art. 380. A escrituração contábil é indivisível: se dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de seu autor e outros Ihe são contrários, ambos serão considerados em conjunto como unidade.

Art. 381 . O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibição integral dos livros comerciais e dos documentos do arquivo:

I - na liquidação de sociedade;

II - na sucessão por morte de sócio;

III - quando e como determinar a lei.

Art. 382 . O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos livros e documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, bem como reproduções autenticadas.

Art. 383 . Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, cinematográfica, fonográfica ou de outra espécie, faz prova dos fatos ou das coisas representadas, se aquele contra quem foi produzida Ihe admitir a conformidade.

Parágrafo único . Impugnada a autenticidade da reprodução mecânica, o juiz ordenará a realização de exame pericial.

Art. 384. As reproduções fotográficas ou obtidas por outros processos de repetição, dos documentos particulares, valem como certidões, sempre que o escrivão portar por fé a sua conformidade com o original.

Art. 385. A cópia de documento particular tem o mesmo valor probante que o original, cabendo ao escrivão, intimadas as partes, proceder à conferência e certificar a conformidade entre a cópia e o original.

§ 1o - Quando se tratar de fotografia, esta terá de ser acompanhada do respectivo negativo.

§ 2o - Se a prova for uma fotografia publicada em jornal, exigir-se-ão o original e o negativo.

Tribunal de Justiça/RS 321

Art. 386. O juiz apreciará livremente a fé que deva merecer o documento, quando em ponto substancial e sem ressalva contiver entrelinha, emenda, borrão ou cancelamento.

Art. 387 . Cessa a fé do documento, público ou particular, sendo-lhe declarada judicialmente a falsidade.

Parágrafo único . A falsidade consiste:

I - em formar documento não verdadeiro;

II - em alterar documento verdadeiro.

Art. 388 . Cessa a fé do documento particular quando:

I - lhe for contestada a assinatura e enquanto não se Ihe comprovar a veracidade;

II - assinado em branco, for abusivamente preenchido.

Parágrafo único . Dar-se-á abuso quando aquele, que recebeu documento assinado, com texto não escrito no todo ou em parte, o formar ou o completar, por si ou por meio de outrem, violando o pacto feito com o signatário.

Art. 389. Incumbe o ônus da prova quando:

I - se tratar de falsidade de documento, à parte que a argüir;

II - se tratar de contestação de assinatura, à parte que produziu o documento.

DA ARGÜIÇÃO DE FALSIDADE

Art. 390 . O incidente de falsidade tem lugar em qualquer tempo e grau de jurisdição, incumbindo à parte, contra quem foi produzido o documento, suscitá-lo na contestação ou no prazo de 10 (dez) dias, contados da intimação da sua juntada aos autos.

Art. 391 . Quando o documento for oferecido antes de encerrada a instrução, a parte o argüirá de falso, em petição dirigida ao juiz da causa, expondo os motivos em que funda a sua pretensão e os meios com que provará o alegado.

Art. 392 . Intimada a parte, que produziu o documento, a responder no prazo de 10 (dez) dias, o juiz ordenará o exame pericial.

Parágrafo único. Não se procederá ao exame pericial, se a parte, que produziu o documento, concordar em retirá-lo e a parte contrária não se opuser ao desentranhamento.

Art. 393. Depois de encerrada a instrução, o incidente de falsidade correrá em apenso aos autos principais; no tribunal processar-se-á perante o relator, observando-se o disposto no artigo antecedente.

Art. 394 . Logo que for suscitado o incidente de falsidade, o juiz suspenderá o processo principal.

Art. 395 . A sentença, que resolver o incidente, declarará a falsidade ou autenticidade do documento.

DA PRODUÇÃO DA PROVA DOCUMENTAL

Art. 396 . Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados a provar-lhe as alegações.

Art. 397 . É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados, ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.

Art. 398 . Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu respeito, a outra, no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 399 . O juiz requisitará às repartições públicas em qualquer tempo ou grau de jurisdição:

I - as certidões necessárias à prova das alegações das partes;

II - os procedimentos administrativos nas causas em que forem interessados a União, o Estado, o Município, ou as respectivas entidades da administração indireta.

322 Tribunal de Justiça/RS

§ 1o - Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no prazo máximo e improrrogável de 30 (trinta) dias, certidões ou reproduções fotográficas das peças indicadas pelas partes ou de ofício; findo o prazo, devolverá os autos à repartição de origem.

§ 2o - As repartições públicas poderão fornecer todos os documentos em meio eletrônico conforme disposto em lei, certificando, pelo mesmo meio, que se trata de extrato fiel do que consta em seu banco de dados ou do documento digitalizado.

DA PROVA TESTEMUNHAL

DA ADMISSIBILIDADE E DO VALOR DA PROVA TESTEMUNHAL

Art. 400 . A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:

I - já provados por documento ou confissão da parte;

II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.

Art. 401 . A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados.

Art. 402 . Qualquer que seja o valor do contrato, é admissível a prova testemunhal, quando:

I - houver começo de prova por escrito, reputando-se tal o documento emanado da parte contra quem se pretende utilizar o documento como prova;

II - o credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita da obrigação, em casos como o de parentesco, depósito necessário ou hospedagem em hotel.

Art. 403 . As normas estabelecidas nos dois artigos antecedentes aplicam-se ao pagamento e à remissão da dívida.

Art. 404 . É lícito à parte inocente provar com testemunhas:

I - nos contratos simulados, a divergência entre a vontade real e a vontade declarada;

II- nos contratos em geral, os vícios do consentimento.

Art. 405 . Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas.

§ 1o - São incapazes:

I - o interdito por demência;

II - o que, acometido por enfermidade, ou debilidade mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los; ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções;

III- o menor de 16 (dezesseis) anos;

IV- o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que Ihes faltam.

§ 2o - São impedidos:

I - o cônjuge, bem como o ascendente e o descendente em qualquer grau, ou colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consangüinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público, ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova, que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito;

II - o que é parte na causa;

III- o que intervém em nome de uma parte, como o tutor na causa do menor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros, que assistam ou tenham assistido as partes.

§ 3o - São suspeitos:

I - o condenado por crime de falso testemunho, havendo transitado em julgado a sentença;

II - o que, por seus costumes, não for digno de fé;

III- o inimigo capital da parte, ou o seu amigo íntimo;

IV- o que tiver interesse no litígio.

Tribunal de Justiça/RS 323

§ 4o - Sendo estritamente necessário, o juiz ouvirá testemunhas impedidas ou suspeitas; mas os seus depoimentos serão prestados independentemente de compromisso (art. 415) e o juiz Ihes atribuirá o valor que possam merecer.

Art. 406 . A testemunha não é obrigada a depor de fatos:

I - que Ihe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge e aos seus parentes consangüíneos ou afins, em linha reta, ou na colateral em segundo grau;

II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.

DA PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL

Art. 407 . Incumbe às partes, no prazo que o juiz fixará ao designar a data da audiência, depositar em cartório o rol de testemunhas, precisando-lhes o nome, profissão, residência e o local de trabalho; omitindo-se o juiz, o rol será apresentado até 10 (dez) dias antes da audiência.

Parágrafo único . É lícito a cada parte oferecer, no máximo, dez testemunhas; quando qualquer das partes oferecer mais de três testemunhas para a prova de cada fato, o juiz poderá dispensar as restantes.

Art. 408 . Depois de apresentado o rol, de que trata o artigo antecedente, a parte só pode substituir a testemunha:

I - que falecer;

II - que, por enfermidade, não estiver em condições de depor;

III- que, tendo mudado de residência, não for encontrada pelo oficial de justiça.

Art. 409. Quando for arrolado como testemunha o juiz da causa, este:

I - declarar-se-á impedido, se tiver conhecimento de fatos, que possam influir na decisão; caso em que será defeso à parte, que o incluiu no rol, desistir de seu depoimento;

II - se nada souber, mandará excluir o seu nome.

Art. 410 . As testemunhas depõem, na audiência de instrução, perante o juiz da causa, exceto:

I - as que prestam depoimento antecipadamente;

II - as que são inquiridas por carta;

III- as que, por doença, ou outro motivo relevante, estão impossibilitadas de comparecer em juízo (art. 336, parágrafo único);

IV- as designadas no artigo seguinte.

Art. 411. São inquiridos em sua residência, ou onde exercem a sua função:

I - o Presidente e o Vice-Presidente da República;

II - o presidente do Senado e o da Câmara dos Deputados;

III- os ministros de Estado;

IV- os ministros do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral, do Tribunal Superior do Trabalho e do Tribunal de Contas da União;

V- o procurador-geral da República;

Vl- os senadores e deputados federais;

Vll- os governadores dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal;

Vlll- os deputados estaduais;

IX- os desembargadores dos Tribunais de Justiça, os juízes dos Tribunais de Alçada, os juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho e dos Tribunais Regionais Eleitorais e os conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal;

X - o embaixador de país que, por lei ou tratado, concede idêntica prerrogativa ao agente diplomático do Brasil.

Parágrafo único . O juiz solicitará à autoridade que designe dia, hora e local a fim de ser inquirida, remetendo-lhe cópia da petição inicial ou da defesa oferecida pela parte, que arrolou como testemunha.

324 Tribunal de Justiça/RS

Art. 412 . A testemunha é intimada a comparecer à audiência, constando do mandado dia, hora e local, bem como os nomes das partes e a natureza da causa. Se a testemunha deixar de comparecer, sem motivo justificado, será conduzida, respondendo pelas despesas do adiamento.

§ 1o - A parte pode comprometer-se a levar à audiência a testemunha, independentemente de intimação; presumindo-se, caso não compareça, que desistiu de ouvi-la.

§ 2o - Quando figurar no rol de testemunhas funcionário público ou militar, o juiz o requisitará ao chefe da repartição ou ao comando do corpo em que servir.

§ 3o - A intimação poderá ser feita pelo correio, sob registro ou com entrega em mão própria, quando a testemunha tiver residência certa.

Art. 413. O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente; primeiro as do autor e depois as do réu, providenciando de modo que uma não ouça o depoimento das outras.

Art. 414 . Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarando o nome por inteiro, a profissão, a residência e o estado civil, bem como se tem relações de parentesco com a parte, ou interesse no objeto do processo.

§ 1o - É lícito à parte contraditar a testemunha, argüindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a suspeição. Se a testemunha negar os fatos que Ihe são imputados, a parte poderá provar a contradita com documentos ou com testemunhas, até três, apresentada no ato e inquiridas em separado. Sendo provados ou confessados os fatos, o juiz dispensará a testemunha, ou Ihe tomará o depoimento, observando o disposto no art. 405, § 4o.

§ 2o - A testemunha pode requerer ao juiz que a escuse de depor, alegando os motivos de que trata o art. 406; ouvidas as partes, o juiz decidirá de plano.

Art. 415 . Ao início da inquirição, a testemunha prestará o compromisso de dizer a verdade do que souber e Ihe for perguntado.

Parágrafo único . O juiz advertirá à testemunha que incorre em sanção penal quem faz a afirmação falsa, cala ou oculta a verdade.

Art. 416 . O juiz interrogará a testemunha sobre os fatos articulados, cabendo, primeiro à parte, que a arrolou, e depois à parte contrária, formular perguntas tendentes a esclarecer ou completar o depoimento.

§ 1o - As partes devem tratar as testemunhas com urbanidade, não Ihes fazendo perguntas ou considerações impertinentes, capciosas ou vexatórias.

§ 2o - As perguntas que o juiz indeferir serão obrigatoriamente transcritas no termo, se a parte o requerer.

Art. 417. O depoimento, datilografado ou registrado por taquigrafia, estenotipia ou outro método idôneo de documentação, será assinado pelo juiz, pelo depoente e pelos procuradores, facultando-se às partes a sua gravação.

§ 1o - O depoimento será passado para a versão datilográfica quando houver recurso da sentença ou noutros casos, quando o juiz o determinar, de ofício ou a requerimento da parte.

§ 2o - Tratando-se de processo eletrônico, observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o do art. 169 desta Lei.

Art. 418 . O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte:

I - a inquirição de testemunhas referidas nas declarações da parte ou das testemunhas;

II - a acareação de duas ou mais testemunhas ou de alguma delas com a parte, quando, sobre fato determinado, que possa influir na decisão da causa, divergirem as suas declarações.

Art. 419 . A testemunha pode requerer ao juiz o pagamento da despesa que efetuou para comparecimento à audiência, devendo a parte pagá-la logo que arbitrada, ou depositá-la em cartório dentro de 3 (três) dias.

Parágrafo único . O depoimento prestado em juízo é considerado serviço público. A testemunha, quando sujeita ao regime da legislação trabalhista, não sofre, por comparecer à audiência, perda de salário nem desconto no tempo de serviço.

Tribunal de Justiça/RS 325

DA PROVA PERICIAL

Art. 420 . A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.

Parágrafo único. O juiz indeferirá a perícia quando:

I - a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico;

II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;

III- a verificação for impraticável.

Art. 421 . O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo.

§ 1o - Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito:

I - indicar o assistente técnico;

II - apresentar quesitos.

§ 2o - Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir apenas na inquirição pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente examinado ou avaliado.

Art. 422 . O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que Ihe foi cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição.

Art. 423 . O perito pode escusar-se (art. 146), ou ser recusado por impedimento ou suspeição (art. 138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o juiz nomeará novo perito.

Art. 424 . O perito pode ser substituído quando:

I - carecer de conhecimento técnico ou científico;

II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que Ihe foi assinado.

Parágrafo único . No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo.

Art. 425. Poderão as partes apresentar, durante a diligência, quesitos suplementares. Da juntada dos quesitos aos autos dará o escrivão ciência à parte contrária.

Art. 426. Compete ao juiz:

I - indeferir quesitos impertinentes;

II - formular os que entender necessários ao esclarecimento da causa.

Art. 427 . O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes.

Art. 428 . Quando a prova tiver de realizar-se por carta, poderá proceder-se à nomeação de perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se requisitar a perícia.

Art. 429 . Para o desempenho de sua função, podem o perito e os assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder de parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer peças.

Arts. 430 e 431 . Revogados.

Art. 431-A . As partes terão ciência da data e local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova.

Art. 431-B. Tratando-se de perícia complexa, que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito e a parte indicar mais de um assistente técnico.

Art. 432. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, segundo o seu prudente arbítrio.

326 Tribunal de Justiça/RS

Art. 433 . O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.

Parágrafo único. Os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no prazo comum de 10 (dez) dias, após intimadas as partes da apresentação do laudo.

Art. 434 . Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de documento, ou for de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos estabelecimentos oficiais especializados. O juiz autorizará a remessa dos autos, bem como do material sujeito a exame, ao diretor do estabelecimento.

Parágrafo único . Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e firma, o perito poderá requisitar, para efeito de comparação, documentos existentes em repartições públicas; na falta destes, poderá requerer ao juiz que a pessoa, a quem se atribuir a autoria do documento, lance em folha de papel, por cópia, ou sob ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação.

Art. 435. A parte, que desejar esclarecimento do perito e do assistente técnico, requererá ao juiz que mande intimá-lo a comparecer à audiência, formulando desde logo as perguntas, sob forma de quesitos.

Parágrafo único . O perito e o assistente técnico só estarão obrigados a prestar os esclarecimentos a que se refere este artigo, quando intimados 5 (cinco) dias antes da audiência.

Art. 436 . O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos.

Art. 437 . O juiz poderá determinar, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia, quando a matéria não Ihe parecer suficientemente esclarecida.

Art. 438 . A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre que recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu.

Art. 439 . A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira.

Parágrafo único. A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar livremente o valor de uma e outra.

DA INSPEÇÃO JUDICIAL

Art. 440 . O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato, que interesse à decisão da causa.

Art. 441 . Ao realizar a inspeção direta, o juiz poderá ser assistido de um ou mais peritos.

Art. 442 . O juiz irá ao local, onde se encontre a pessoa ou coisa, quando:

I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar;

II - a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem consideráveis despesas ou graves dificuldades;

Ill - determinar a reconstituição dos fatos.

Parágrafo único . As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que reputem de interesse para a causa.

Art. 443 . Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa.

Parágrafo único. O auto poderá ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia.

DA AUDIÊNCIA

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 444 . A audiência será pública; nos casos de que trata o art. 155, realizar-se-á a portas fechadas.

Art. 445 . O juiz exerce o poder de polícia, competindo-lhe:

I - manter a ordem e o decoro na audiência;

Tribunal de Justiça/RS 327

II - ordenar que se retirem da sala da audiência os que se comportarem inconvenientemente;

III- requisitar, quando necessário, a força policial.

Art. 446 . Compete ao juiz em especial:

I - dirigir os trabalhos da audiência;

II - proceder direta e pessoalmente à colheita das provas;

III- exortar os advogados e o órgão do Ministério Público a que discutam a causa com elevação e urbanidade.

Parágrafo único . Enquanto depuserem as partes, o perito, os assistentes técnicos e as testemunhas, os advogados não podem intervir ou apartear, sem licença do juiz.

DA CONCILIAÇÃO

Art. 447. Quando o litígio versar sobre direitos patrimoniais de caráter privado, o juiz, de ofício, determinará o comparecimento das partes ao início da audiência de instrução e julgamento.

Parágrafo único. Em causas relativas à família, terá lugar igualmente a conciliação, nos casos e para os fins em que a lei consente a transação.

Art. 448 . Antes de iniciar a instrução, o juiz tentará conciliar as partes. Chegando a acordo, o juiz mandará tomá-lo por termo.

Art. 449. O termo de conciliação, assinado pelas partes e homologado pelo juiz, terá valor de sentença.

DA INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

Art. 450 . No dia e hora designados, o juiz declarará aberta a audiência, mandando apregoar as partes e os seus respectivos advogados.

Art. 451. Ao iniciar a instrução, o juiz, ouvidas as partes, fixará os pontos controvertidos sobre que incidirá a prova.

Art. 452 . As provas serão produzidas na audiência nesta ordem:

I - o perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de esclarecimentos, requeridos no prazo e na forma do art. 435;

II - o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois do réu;

III- finalmente, serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu.

Art. 453. A audiência poderá ser adiada:

I - por convenção das partes, caso em que só será admissível uma vez;

Il - se não puderem comparecer, por motivo justificado, o perito, as partes, as testemunhas ou os advogados.

§ 1o - Incumbe ao advogado provar o impedimento até a abertura da audiência; não o fazendo, o juiz procederá à instrução.

§ 2o - Pode ser dispensada pelo juiz a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado não compareceu à audiência.

§ 3o - Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas.

Art. 454. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e ao do réu, bem como ao órgão do Ministério Público, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez), a critério do juiz.

§ 1o - Havendo litisconsorte ou terceiro, o prazo, que formará com o da prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso.

§ 2o - No caso previsto no art. 56, o opoente sustentará as suas razões em primeiro lugar, seguindo-se-lhe os opostos, cada qual pelo prazo de 20 (vinte) minutos.

§ 3o - Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído por memoriais, caso em que o juiz designará dia e hora para o seu oferecimento.

Art. 455 . A audiência é una e contínua. Não sendo possível concluir, num só dia, a instrução, o debate e o julgamento, o juiz marcará o seu prosseguimento para dia próximo.

328 Tribunal de Justiça/RS

Art. 456 . Encerrado o debate ou oferecidos os memoriais, o juiz proferirá a sentença desde logo ou no prazo de 10 (dez) dias.

Art. 457 . O escrivão lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido na audiência, bem como, por extenso, os despachos e a sentença, se esta for proferida no ato.

§ 1o - Quando o termo for datilografado, o juiz Ihe rubricará as folhas, ordenando que sejam encadernadas em volume próprio.

§ 2o - Subscreverão o termo o juiz, os advogados, o órgão do Ministério Público e o escrivão.

§ 3o - O escrivão trasladará para os autos cópia autêntica do termo de audiência.

§ 4o - Tratando-se de processo eletrônico, observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o do art. 169 desta Lei.

DA SENTENÇA E DA COISA JULGADA

DOS REQUISITOS E DOS EFEITOS DA SENTENÇA

Art. 458. São requisitos essenciais da sentença:

I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;

II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;

III- o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes Ihe submeterem.

Art. 459 . O juiz proferirá a sentença, acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, o pedido formulado pelo autor. Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito, o juiz decidirá em forma concisa.

Parágrafo único. Quando o autor tiver formulado pedido certo, é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida.

Art. 460. É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que Ihe foi demandado.

Parágrafo único . A sentença deve ser certa, ainda quando decida relação jurídica condicional.

Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.

§ 1o - A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.

§ 2o - A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (art. 287).

§ 3o - Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou modificada, a qualquer tempo, em decisão fundamentada.

§ 4o - O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito.

§ 5o - Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial.

§ 6o - O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva.

Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.

Tribunal de Justiça/RS 329

§ 1o - Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e quantidade, o credor a individualizará na petição inicial, se lhe couber a escolha; cabendo ao devedor escolher, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.

§ 2o - Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á em favor do credor mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel.

§ 3o - Aplica-se à ação prevista neste artigo o disposto nos §§ 1o a 6o do art. 461.

Art. 462 . Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a sentença.

Art. 463 . Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:

I - para Ihe corrigir, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais, ou Ihe retificar erros de cálculo;

II - por meio de embargos de declaração.

Arts. 464 e 465. Revogados.

Art. 466 . A sentença que condenar o réu no pagamento de uma prestação, consistente em dinheiro ou em coisa, valerá como título constitutivo de hipoteca judiciária, cuja inscrição será ordenada pelo juiz na forma prescrita na Lei de Registros Públicos.

Parágrafo único . A sentença condenatória produz a hipoteca judiciária:

I - embora a condenação seja genérica;

II - pendente arresto de bens do devedor;

III- ainda quando o credor possa promover a execução provisória da sentença.

Art. 466-A . Condenado o devedor a emitir declaração de vontade, a sentença, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.

Art. 466-B . Se aquele que se comprometeu a concluir um contrato não cumprir a obrigação, a outra parte, sendo isso possível e não excluído pelo título, poderá obter uma sentença que produza o mesmo efeito do contrato a ser firmado.

Art. 466-C. Tratando-se de contrato que tenha por objeto a transferência da propriedade de coisa determinada, ou de outro direito, a ação não será acolhida se a parte que a intentou não cumprir a sua prestação, nem a oferecer, nos casos e formas legais, salvo se ainda não exigível.

DA COISA JULGADA

Art. 467. Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário.

Art. 468 . A sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas.

Art. 469 . Não fazem coisa julgada:

I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;

Il - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença;

III- a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo.

Art. 470 . Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a parte o requerer (arts. 5o e 325), o juiz for competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide.

Art. 471 . Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide, salvo:

I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;

II - nos demais casos prescritos em lei.

330 Tribunal de Justiça/RS

Art. 472 . A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros. Nas causas relativas ao estado de pessoa, se houverem sido citados no processo, em litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produz coisa julgada em relação a terceiros.

Art. 473 . É defeso à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, a cujo respeito se operou a preclusão.

Art. 474. Passada em julgado a sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e defesas, que a parte poderia opor assim ao acolhimento como à rejeição do pedido.

Art. 475 . Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:

I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público;

II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI).

§ 1o - Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los.

§ 2o - Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor.

§ 3o - Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente

DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA

Art. 475-A. Quando a sentença não determinar o valor devido, procede-se à sua liquidação.

§ 1o - Do requerimento de liquidação de sentença será a parte intimada, na pessoa de seu advogado.

§ 2o - A liquidação poderá ser requerida na pendência de recurso, processando-se em autos apartados, no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.

§ 3o - Nos processos sob procedimento comum sumário, referidos no art. 275, inciso II, alíneas ‘d’ e ‘e’ desta Lei, é defesa a sentença ilíquida, cumprindo ao juiz, se for o caso, fixar de plano, a seu prudente critério, o valor devido.

Art. 475-B. Quando a determinação do valor da condenação depender apenas de cálculo aritmético, o credor requererá o cumprimento da sentença, na forma do art. 475-J desta Lei, instruindo o pedido com a memória discriminada e atualizada do cálculo.

§ 1o - Quando a elaboração da memória do cálculo depender de dados existentes em poder do devedor ou de terceiro, o juiz, a requerimento do credor, poderá requisitá-los, fixando prazo de até trinta dias para o cumprimento da diligência.

§ 2o - Se os dados não forem, injustificadamente, apresentados pelo devedor, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo credor, e, se não o forem pelo terceiro, configurar-se-á a situação prevista no art. 362.

§ 3o - Poderá o juiz valer-se do contador do juízo, quando a memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da decisão exeqüenda e, ainda, nos casos de assistência judiciária.

§ 4o - Se o credor não concordar com os cálculos feitos nos termos do § 3o deste artigo, far-se-á a execução pelo valor originariamente pretendido, mas a penhora terá por base o valor encontrado pelo contador.

Art. 475-C. Far-se-á a liquidação por arbitramento quando:

I – determinado pela sentença ou convencionado pelas partes;

II– o exigir a natureza do objeto da liquidação.

Art. 475-D. Requerida a liquidação por arbitramento, o juiz nomeará o perito e fixará o prazo para a entrega do laudo.

Tribunal de Justiça/RS 331

Parágrafo único. Apresentado o laudo, sobre o qual poderão as partes manifestar-se no prazo de dez dias, o juiz proferirá decisão ou designará, se necessário, audiência.

Art. 475-E . Far-se-á a liquidação por artigos, quando, para determinar o valor da condenação, houver necessidade de alegar e provar fato novo.

Art. 475-F. Na liquidação por artigos, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum (art. 272).

Art. 475-G . É defeso, na liquidação, discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.

Art. 475-H . Da decisão de liquidação caberá agravo de instrumento.

DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA

Art. 475-I. O cumprimento da sentença far-se-á conforme os arts. 461 e 461-A desta Lei ou, tratando-se de obrigação por quantia certa, por execução, nos termos dos demais artigos deste Capítulo.

§ 1o - É definitiva a execução da sentença transitada em julgado e provisória quando se tratar de sentença impugnada mediante recurso ao qual não foi atribuído efeito suspensivo.

§ 2o - Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.

Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação.

§ 1o - Do auto de penhora e de avaliação será de imediato intimado o executado, na pessoa de seu advogado (arts. 236 e 237), ou, na falta deste, o seu representante legal, ou pessoalmente, por mandado ou pelo correio, podendo oferecer impugnação, querendo, no prazo de quinze dias.

§ 2o - Caso o oficial de justiça não possa proceder à avaliação, por depender de conhecimentos

especializados, o juiz, de imediato, nomeará avaliador, assinando-lhe breve prazo para a entrega do laudo.

§ 3o - O exeqüente poderá, em seu requerimento, indicar desde logo os bens a serem penhorados.

§ 4o - Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput deste artigo, a multa de dez por cento incidirá sobre o restante.

§ 5o - Não sendo requerida a execução no prazo de seis meses, o juiz mandará arquivar os autos, sem prejuízo de seu desarquivamento a pedido da parte.

Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre:

I – falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia;

II– inexigibilidade do título;

III– penhora incorreta ou avaliação errônea;

IV– ilegitimidade das partes;

V– excesso de execução;

VI– qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente à sentença.

§ 1o - Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal.

§ 2o - Quando o executado alegar que o exeqüente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de rejeição liminar dessa impugnação.

Art. 475-M. A impugnação não terá efeito suspensivo, podendo o juiz atribuir-lhe tal efeito desde que relevantes seus fundamentos e o prosseguimento da execução seja manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.

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§ 1o - Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exeqüente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando caução suficiente e idônea, arbitrada pelo juiz e prestada nos próprios autos.

§ 2o - Deferido efeito suspensivo, a impugnação será instruída e decidida nos próprios autos e, caso contrário, em autos apartados.

§ 3o - A decisão que resolver a impugnação é recorrível mediante agravo de instrumento, salvo quando importar extinção da execução, caso em que caberá apelação.

Art. 475-N. São títulos executivos judiciais:

I – a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia;

II – a sentença penal condenatória transitada em julgado;

III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo;

IV – a sentença arbitral;

V – o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente;

VI – a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;

VII– o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal.

Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, IV e VI, o mandado inicial (art. 475-J) incluirá a ordem de citação do devedor, no juízo cível, para liquidação ou execução, conforme o caso.

Art. 475-O . A execução provisória da sentença far-se-á, no que couber, do mesmo modo que a definitiva, observadas as seguintes normas:

I – corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqüente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido;

II – fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidados eventuais prejuízos nos mesmos autos, por arbitramento;

III – o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem alienação de propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.

§ 1o - No caso do inciso II do caput deste artigo, se a sentença provisória for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução.

§ 2o - A caução a que se refere o inciso III do caput deste artigo poderá ser dispensada:

I – quando, nos casos de crédito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilícito, até o limite de sessenta vezes o valor do salário-mínimo, o exeqüente demonstrar situação de necessidade;

II - nos casos de execução provisória em que penda agravo perante o Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça (art. 544), salvo quando da dispensa possa manifestamente resultar risco de grave dano, de difícil ou incerta reparação.

§ 3o - Ao requerer a execução provisória, o exequente instruirá a petição com cópias autenticadas das seguintes peças do processo, podendo o advogado declarar a autenticidade, sob sua responsabilidade pessoal:

I – sentença ou acórdão exeqüendo;

II– certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo;

III– procurações outorgadas pelas partes;

IV– decisão de habilitação, se for o caso;

V– facultativamente, outras peças processuais que o exeqüente considere necessárias.

Art. 475-P . O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:

I – os tribunais, nas causas de sua competência originária;

Tribunal de Justiça/RS 333

II – o juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição;

III – o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral ou de sentença estrangeira.

Parágrafo único. No caso do inciso II do caput deste artigo, o exeqüente poderá optar pelo juízo do local onde se encontram bens sujeitos à expropriação ou pelo do atual domicílio do executado, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.

Art. 475-Q. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, o juiz, quanto a esta parte, poderá ordenar ao devedor constituição de capital, cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão.

§ 1o - Este capital, representado por imóveis, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do devedor.

§ 2o - O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do beneficiário da prestação em folha de pagamento de entidade de direito público ou de empresa de direito privado de notória capacidade econômica, ou, a requerimento do devedor, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz.

§ 3o - Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação.

§ 4o - Os alimentos podem ser fixados tomando por base o salário-mínimo.

§ 5o - Cessada a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas.

Art. 475-R . Aplicam-se subsidiariamente ao cumprimento da sentença, no que couber, as normas que regem o processo de execução de título extrajudicial.

DA EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE

DA PENHORA, DA AVALIAÇÃO E DA EXPROPRIAÇÃO DE BENS

Art. 646. A execução por quantia certa tem por objeto expropriar bens do devedor, a fim de satisfazer o direito do credor (art. 591).

Art. 647 . A expropriação consiste:

I - na adjudicação em favor do exeqüente ou das pessoas indicadas no § 2o do art. 685-A desta Lei;

II - na alienação por iniciativa particular;

III- na alienação em hasta pública;

IV- no usufruto de bem móvel ou imóvel.

Art. 648. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis.

Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:

I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;

II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;

III- os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;

IV- os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3o deste artigo;

V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão;

VI - o seguro de vida;

Anotações:

334 Tribunal de Justiça/RS

VII- os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;

VIII- a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;

IX- os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;

X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de poupança.

XI- os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político.

§ 1o - A impenhorabilidade não é oponível à cobrança do crédito concedido para a aquisição do próprio bem.

§ 2o - O disposto no inciso IV do caput deste artigo não se aplica no caso de penhora para pagamento de prestação alimentícia.

Art. 650 . Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e rendimentos dos bens inalienáveis, salvo se destinados à satisfação de prestação alimentícia.

Art. 651. Antes de adjudicados ou alienados os bens, pode o executado, a todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, mais juros, custas e honorários advocatícios.

DA CITAÇÃO DO DEVEDOR E DA INDICAÇÃO DE BENS

Art. 652 . O executado será citado para, no prazo de 3 (três) dias, efetuar o pagamento da dívida.

§ 1o - Não efetuado o pagamento, munido da segunda via do mandado, o oficial de justiça procederá de imediato à penhora de bens e a sua avaliação, lavrando-se o respectivo auto e de tais atos intimando, na mesma oportunidade, o executado.

§ 2o - O credor poderá, na inicial da execução, indicar bens a serem penhorados (art. 655).

§ 3o - O juiz poderá, de ofício ou a requerimento do exeqüente, determinar, a qualquer tempo, a intimação do executado para indicar bens passíveis de penhora.

§ 4o - A intimação do executado far-se-á na pessoa de seu advogado; não o tendo, será intimado pessoalmente.

§ 5o - Se não localizar o executado para intimá-lo da penhora, o oficial certificará detalhadamente as diligências realizadas, caso em que o juiz poderá dispensar a intimação ou determinará novas diligências.

Art. 652-A. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários de advogado a serem pagos pelo executado (art. 20, § 4o).

Parágrafo único . No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, a verba honorária será reduzida pela metade.

Art. 653. O oficial de justiça, não encontrando o devedor, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução.

Parágrafo único . Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o devedor três vezes em dias distintos; não o encontrando, certificará o ocorrido.

Art. 654 . Compete ao credor, dentro de 10 (dez) dias, contados da data em que foi intimado do arresto a que se refere o parágrafo único do artigo anterior, requerer a citação por edital do devedor. Findo o prazo do edital, terá o devedor o prazo a que se refere o art. 652, convertendo-se o arresto em penhora em caso de não-pagamento.

Art. 655 . A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:

I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;

II - veículos de via terrestre;

III- bens móveis em geral;

IV- bens imóveis;

V- navios e aeronaves;

VI- ações e quotas de sociedades empresárias;

VII-percentual do faturamento de empresa devedora;

VIII-pedras e metais preciosos;

Tribunal de Justiça/RS 335

IX- títulos da dívida pública da União, Estados e Distrito Federal com cotação em mercado;

X - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;

XI- outros direitos.

§ 1o - Na execução de crédito com garantia hipotecária, pignoratícia ou anticrética, a penhora recairá, preferencialmente, sobre a coisa dada em garantia; se a coisa pertencer a terceiro garantidor, será também esse intimado da penhora.

§ 2o - Recaindo a penhora em bens imóveis, será intimado também o cônjuge do executado.

Art. 655-A . Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exeqüente, requisitará à autoridade supervisora do sistema bancário, preferencialmente por meio eletrônico, informações sobre a existência de ativos em nome do executado, podendo no mesmo ato determinar sua indisponibilidade, até o valor indicado na execução.

§ 1o - As informações limitar-se-ão à existência ou não de depósito ou aplicação até o valor indicado na execução.

§ 2o - Compete ao executado comprovar que as quantias depositadas em conta corrente referem-se à hipótese do inciso IV do caput do art. 649 desta Lei ou que estão revestidas de outra forma de impenhorabilidade.

§ 3o - Na penhora de percentual do faturamento da empresa executada, será nomeado depositário, com a atribuição de submeter à aprovação judicial a forma de efetivação da constrição, bem como de prestar contas mensalmente, entregando ao exeqüente as quantias recebidas, a fim de serem imputadas no pagamento da dívida.

§ 4o - Quando se tratar de execução contra partido político, o juiz, a requerimento do exeqüente, requisitará à autoridade supervisora do sistema bancário, nos termos do que estabelece o caput deste artigo, informações sobre a existência de ativos tão-somente em nome do órgão partidário que tenha contraído a dívida executada ou que tenha dado causa a violação de direito ou ao dano, ao qual cabe exclusivamente a responsabilidade pelos atos praticados, de acordo

com o disposto no art. 15-A da Lei no 9.096, de 19 de setembro de 1995.

Art. 655-B. Tratando-se de penhora em bem indivisível, a meação do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem.

Art. 656 . A parte poderá requerer a substituição da penhora:

I - se não obedecer à ordem legal;

II - se não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para o pagamento;

III- se, havendo bens no foro da execução, outros houverem sido penhorados;

IV- se, havendo bens livres, a penhora houver recaído sobre bens já penhorados ou objeto de gravame;

V- se incidir sobre bens de baixa liquidez;

VI- se fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou

VII- se o devedor não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações a que se referem os incisos I a IV do parágrafo único do art. 668 desta Lei.

§ 1o - É dever do executado (art. 600), no prazo fixado pelo juiz, indicar onde se encontram os bens sujeitos à execução, exibir a prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus, bem como abster-se de qualquer atitude que dificulte ou embarace a realização da penhora (art. 14, parágrafo único).

§ 2o - A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, mais 30% (trinta por cento).

§ 3o - O executado somente poderá oferecer bem imóvel em substituição caso o requeira com a expressa anuência do cônjuge.

OBS.: O art. 600 diz que considera-se atentatório à dignidade da justiça o ato do executado que frauda a execução, opõe resistência às ordens judiciais...

336 Tribunal de Justiça/RS

Art. 657 . Ouvida em 3 (três) dias a parte contrária, se os bens inicialmente penhorados (art. 652) forem substituídos por outros, lavrar-se-á o respectivo termo.

Parágrafo único . O juiz decidirá de plano quaisquer questões suscitadas.

Art. 658. Se o devedor não tiver bens no foro da causa, far-se-á a execução por carta, penhorando-se, avaliando-se e alienando-se os bens no foro da situação (art. 747).

DA PENHORA E DO DEPÓSITO

Art. 659 . A penhora deverá incidir em tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios.

§ 1o - Efetuar-se-á a penhora onde quer que se encontrem os bens, ainda que sob a posse, detenção ou guarda de terceiros.

§ 2o - Não se levará a efeito a penhora, quando evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.

§ 3o - No caso do parágrafo anterior e bem assim quando não encontrar quaisquer bens penhoráveis, o oficial descreverá na certidão os que guarnecem a residência ou o estabelecimento do devedor.

§ 4o - A penhora de bens imóveis realizar-se-á mediante auto ou termo de penhora, cabendo ao exeqüente, sem prejuízo da imediata intimação do executado (art. 652, § 4o), providenciar, para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, a respectiva averbação no ofício imobiliário, mediante a apresentação de certidão de inteiro teor do ato, independentemente de mandado judicial.

§ 5o - Nos casos do § 4o, quando apresentada certidão da respectiva matrícula, a penhora de imóveis, independentemente de onde se localizem, será realizada por termo nos autos, do qual será intimado o executado, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado, e por este ato constituído depositário.

§ 6o - Obedecidas as normas de segurança que forem instituídas, sob critérios uniformes, pelos Tribunais, a penhora de numerário e as averbações de penhoras de bens imóveis e móveis podem ser realizadas por meios eletrônicos.

Art. 660 . Se o devedor fechar as portas da casa, a fim de obstar a penhora dos bens, o oficial de justiça comunicará o fato ao juiz, solicitando-lhe ordem de arrombamento.

Art. 661 . Deferido o pedido mencionado no artigo antecedente, dois oficiais de justiça cumprirão o mandado, arrombando portas, móveis e gavetas, onde presumirem que se achem os bens, e lavrando de tudo auto circunstanciado, que será assinado por duas testemunhas, presentes à diligência.

Art. 662 . Sempre que necessário, o juiz requisitará força policial, a fim de auxiliar os oficiais de justiça na penhora dos bens e na prisão de quem resistir à ordem.

Art. 663 . Os oficiais de justiça lavrarão em duplicata o auto de resistência, entregando uma via ao escrivão do processo para ser junta aos autos e a outra à autoridade policial, a quem entregarão o preso.

Parágrafo único . Do auto de resistência constará o rol de testemunhas, com a sua qualificação.

Art. 664. Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e o depósito dos bens, lavrando-se um só auto se as diligências forem concluídas no mesmo dia.

Parágrafo único . Havendo mais de uma penhora, lavrar-se-á para cada qual um auto.

Art. 665. O auto de penhora conterá:

I - a indicação do dia, mês, ano e lugar em que foi feita;

II - os nomes do credor e do devedor;

III- a descrição dos bens penhorados, com os seus característicos;

IV- a nomeação do depositário dos bens.

Art. 666 . Os bens penhorados serão preferencialmente depositados:

Tribunal de Justiça/RS 337

I - no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal, ou em um banco, de que o Estado-Membro da União possua mais de metade do capital social integralizado; ou, em falta de tais estabelecimentos de crédito, ou agências suas no lugar, em qualquer estabelecimento de crédito, designado pelo juiz, as quantias em dinheiro, as pedras e os metais preciosos, bem como os papéis de crédito;

II - em poder do depositário judicial, os móveis e os imóveis urbanos;

III - em mãos de depositário particular, os demais bens.

§ 1o - Com a expressa anuência do exeqüente ou nos casos de difícil remoção, os bens poderão ser depositados em poder do executado.

§ 2o - As jóias, pedras e objetos preciosos deverão ser depositados com registro do valor estimado de resgate.

§ 3o - A prisão de depositário judicial infiel será decretada no próprio processo, independentemente de ação de depósito.

Art. 667 . Não se procede à segunda penhora, salvo se:

I - a primeira for anulada;

II - executados os bens, o produto da alienação não bastar para o pagamento do credor;

III- o credor desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os bens, ou por estarem penhorados, arrestados ou onerados.

Art. 668. O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias após intimado da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove cabalmente que a substituição não trará prejuízo algum ao exeqüente e será menos onerosa para ele devedor (art. 17, incisos IV e VI, e art. 620).

Parágrafo único . Na hipótese prevista neste artigo, ao executado incumbe:

I - quanto aos bens imóveis, indicar as respectivas matrículas e registros, situá-los e mencionar as divisas e confrontações;

II - quanto aos móveis, particularizar o estado e o lugar em que se encontram;

III- quanto aos semoventes, especificá-los, indicando o número de cabeças e o imóvel em que se encontram;

IV- quanto aos créditos, identificar o devedor e qualificá-lo, descrevendo a origem da dívida, o título que a representa e a data do vencimento; e

V- atribuir valor aos bens indicados à penhora.

Art. 669 . Revogado.

Art. 670 . O juiz autorizará a alienação antecipada dos bens penhorados quando:

I - sujeitos a deterioração ou depreciação;

II - houver manifesta vantagem.

Parágrafo único. Quando uma das partes requerer a alienação antecipada dos bens penhorados, o juiz ouvirá sempre a outra antes de decidir.

DA PENHORA DE CRÉDITOS E DE OUTROS DIREITOS PATRIMONIAIS

Art. 671 . Quando a penhora recair em crédito do devedor, o oficial de justiça o penhorará. Enquanto não ocorrer a hipótese prevista no artigo seguinte, considerar-se-á feita a penhora pela intimação:

I - ao terceiro devedor para que não pague ao seu credor;

II - ao credor do terceiro para que não pratique ato de disposição do crédito.

Art. 672. A penhora de crédito, representada por letra de câmbio, nota promissória, duplicata, cheque ou outros títulos, far-se-á pela apreensão do documento, esteja ou não em poder do devedor.

OBS.: O art. 620 fala da preferência da penhora inscidir sobe bens de teor menos traumática para o devedor. Ex.: penhora dos frutos do imóvel e não do imóvel.

338 Tribunal de Justiça/RS

§ 1o - Se o título não for apreendido, mas o terceiro confessar a dívida, será havido como depositário da importância.

§ 2o - O terceiro só se exonerará da obrigação, depositando em juízo a importância da dívida.

§ 3o - Se o terceiro negar o débito em conluio com o devedor, a quitação, que este Ihe der, considerar-se-á em fraude de execução.

§ 4o - A requerimento do credor, o juiz determinará o comparecimento, em audiência especialmente designada, do devedor e do terceiro, a fim de Ihes tomar os depoimentos.

Art. 673. Feita a penhora em direito e ação do devedor, e não tendo este oferecido embargos, ou sendo estes rejeitados, o credor fica sub-rogado nos direitos do devedor até a concorrência do seu crédito.

§ 1o - O credor pode preferir, em vez da sub-rogação, a alienação judicial do direito penhorado, caso em que declarará a sua vontade no prazo de 10 (dez) dias contados da realização da penhora.

§ 2o - A sub-rogação não impede ao sub-rogado, se não receber o crédito do devedor, de prosseguir na execução, nos mesmos autos, penhorando outros bens do devedor.

Art. 674 . Quando o direito estiver sendo pleiteado em juízo, averbar-se-á no rosto dos autos a penhora, que recair nele e na ação que Ihe corresponder, a fim de se efetivar nos bens, que forem adjudicados ou vierem a caber ao devedor.

Art. 675 . Quando a penhora recair sobre dívidas de dinheiro a juros, de direito a rendas, ou de prestações periódicas, o credor poderá levantar os juros, os rendimentos ou as prestações à medida que forem sendo depositadas, abatendo-se do crédito as importâncias recebidas, conforme as regras da imputação em pagamento.

Art. 676. Recaindo a penhora sobre direito, que tenha por objeto prestação ou restituição de coisa determinada, o devedor será intimado para, no vencimento, depositá-la, correndo sobre ela a execução.

DA PENHORA, DO DEPÓSITO E DA ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESA E DE OUTROS

ESTABELECIMENTOS

Art. 677. Quando a penhora recair em estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, bem como em semoventes, plantações ou edifício em construção, o juiz nomeará um depositário, determinando-lhe que apresente em 10 (dez) dias a forma de administração.

§ 1o - Ouvidas as partes, o juiz decidirá.

§ 2o - É lícito, porém, às partes ajustarem a forma de administração, escolhendo o depositário; caso em que o juiz homologará por despacho a indicação.

Art. 678. A penhora de empresa, que funcione mediante concessão ou autorização, far-se-á, conforme o valor do crédito, sobre a renda, sobre determinados bens ou sobre todo o patrimônio, nomeando o juiz como depositário, de preferência, um dos seus diretores.

Parágrafo único . Quando a penhora recair sobre a renda, ou sobre determinados bens, o depositário apresentará a forma de administração e o esquema de pagamento observando-se, quanto ao mais, o disposto nos arts. 716 a 720; recaindo, porém, sobre todo o patrimônio, prosseguirá a execução os seus ulteriores termos, ouvindo-se, antes da arrematação ou da adjudicação, o poder público, que houver outorgado a concessão.

Art. 679 . A penhora sobre navio ou aeronave não obsta a que continue navegando ou operando até a alienação; mas o juiz, ao conceder a autorização para navegar ou operar, não permitirá que saia do porto ou aeroporto antes que o devedor faça o seguro usual contra riscos.

DA AVALIAÇÃO

Art. 680. A avaliação será feita pelo oficial de justiça (art. 652), ressalvada a aceitação do valor estimado pelo executado (art. 668, parágrafo único, inciso V); caso sejam necessários conhecimentos especializados, o juiz nomeará avaliador, fixando-lhe prazo não superior a 10 (dez) dias para entrega do laudo.

PENHORA NO ROSTO DOS AUTOS

Tribunal de Justiça/RS 339

Art. 681. O laudo da avaliação integrará o auto de penhora ou, em caso de perícia (art. 680), será apresentado no prazo fixado pelo juiz, devendo conter:

I - a descrição dos bens, com os seus característicos, e a indicação do estado em que se encontram;

II - o valor dos bens.

Parágrafo único . Quando o imóvel for suscetível de cômoda divisão, o avaliador, tendo em conta o crédito reclamado, o avaliará em partes, sugerindo os possíveis desmembramentos.

Art. 682 . O valor dos títulos da dívida pública, das ações das sociedades e dos títulos de crédito negociáveis em bolsa será o da cotação oficial do dia, provada por certidão ou publicação no órgão oficial.

Art. 683 . É admitida nova avaliação quando:

I - qualquer das partes argüir, fundamentadamente, a ocorrência de erro na avaliação ou dolo do avaliador;

II - se verificar, posteriormente à avaliação, que houve majoração ou diminuição no valor do bem; ou

III- houver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem (art. 668, parágrafo único, inciso V).

Art. 684 . Não se procederá à avaliação se:

I - o exeqüente aceitar a estimativa feita pelo executado (art. 668, parágrafo único, inciso V);

II - se tratar de títulos ou de mercadorias, que tenham cotação em bolsa, comprovada por certidão ou publicação oficial;

Art. 685 . Após a avaliação, poderá mandar o juiz, a requerimento do interessado e ouvida a parte contrária:

I - reduzir a penhora aos bens suficientes, ou transferi-la para outros, que bastem à execução, se o valor dos penhorados for consideravelmente superior ao crédito do exeqüente e acessórios;

Il - ampliar a penhora, ou transferi-la para outros bens mais valiosos, se o valor dos penhorados for inferior ao referido crédito.

Parágrafo único . Uma vez cumpridas essas providências, o juiz dará início aos atos de expropriação de bens.

DA ADJUDICAÇÃO

Art. 685-A. É lícito ao exeqüente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer lhe sejam adjudicados os bens penhorados.

§ 1o - Se o valor do crédito for inferior ao dos bens, o adjudicante depositará de imediato a diferença, ficando esta à disposição do executado; se superior, a execução prosseguirá pelo saldo remanescente.

§ 2o - Idêntico direito pode ser exercido pelo credor com garantia real, pelos credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelos descendentes ou ascendentes do executado.

§ 3o - Havendo mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles à licitação; em igualdade de oferta, terá preferência o cônjuge, descendente ou ascendente, nessa ordem.

§ 4o - No caso de penhora de quota, procedida por exeqüente alheio à sociedade, esta será intimada, assegurando preferência aos sócios.

§ 5o - Decididas eventuais questões, o juiz mandará lavrar o auto de adjudicação.

Art. 685-B. A adjudicação considera-se perfeita e acabada com a lavratura e assinatura do auto pelo juiz, pelo adjudicante, pelo escrivão e, se for presente, pelo executado, expedindo-se a respectiva carta, se bem imóvel, ou mandado de entrega ao adjudicante, se bem móvel.

Parágrafo único . A carta de adjudicação conterá a descrição do imóvel, com remissão a sua matrícula e registros, a cópia do auto de adjudicação e a prova de quitação do imposto de transmissão.

DA ALIENAÇÃO POR INICIATIVA PARTICULAR

Art. 685-C . Não realizada a adjudicação dos bens penhorados, o exeqüente poderá requerer sejam eles alienados por sua própria iniciativa ou por intermédio de corretor credenciado perante a autoridade judiciária.

340 Tribunal de Justiça/RS

§ 1o - O juiz fixará o prazo em que a alienação deve ser efetivada, a forma de publicidade, o preço mínimo (art. 680), as condições de pagamento e as garantias, bem como, se for o caso, a comissão de corretagem.

§ 2o - A alienação será formalizada por termo nos autos, assinado pelo juiz, pelo exeqüente, pelo adquirente e, se for presente, pelo executado, expedindo-se carta de alienação do imóvel para o devido registro imobiliário, ou, se bem móvel, mandado de entrega ao adquirente.

§ 3o - Os Tribunais poderão expedir provimentos detalhando o procedimento da alienação prevista neste artigo, inclusive com o concurso de meios eletrônicos, e dispondo sobre o credenciamento dos corretores, os quais deverão estar em exercício profissional por não menos de 5 (cinco) anos.

DA ALIENAÇÃO EM HASTA PÚBLICA

Art. 686. Não requerida a adjudicação e não realizada a alienação particular do bem penhorado, será expedido o edital de hasta pública, que conterá:

I - a descrição do bem penhorado, com suas características e, tratando-se de imóvel, a situação e divisas, com remissão à matrícula e aos registros;

II - o valor do bem;

III- o lugar onde estiverem os móveis, veículos e semoventes; e, sendo direito e ação, os autos do processo, em que foram penhorados;

IV- o dia e a hora de realização da praça, se bem imóvel, ou o local, dia e hora de realização do leilão, se bem móvel;

V- menção da existência de ônus, recurso ou causa pendente sobre os bens a serem arrematados;

VI- a comunicação de que, se o bem não alcançar lanço superior à importância da avaliação, seguir-se-á, em dia e hora que forem desde logo designados entre os dez e os vinte dias seguintes, a sua alienação pelo maior lanço (art. 692).

§ 1o - No caso do art. 684, II, constará do edital o valor da última cotação anterior à expedição deste.

§ 2o - A praça realizar-se-á no átrio do edifício do Fórum; o leilão, onde estiverem os bens, ou no lugar designado pelo juiz.

§ 3o - Quando o valor dos bens penhorados não exceder 60 (sessenta) vezes o valor do salário mínimo vigente na data da avaliação, será dispensada a publicação de editais; nesse caso, o preço da arrematação não será inferior ao da avaliação.

Art. 687. O edital será afixado no local do costume e publicado, em resumo, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, pelo menos uma vez em jornal de ampla circulação local.

§ 1o - A publicação do edital será feita no órgão oficial, quando o credor for beneficiário da justiça gratuita.

§ 2o - Atendendo ao valor dos bens e às condições da comarca, o juiz poderá alterar a forma e a freqüência da publicidade na imprensa, mandar divulgar avisos em emissora local e adotar outras providências tendentes a mais ampla publicidade da alienação, inclusive recorrendo a meios eletrônicos de divulgação.

§ 3o - Os editais de praça serão divulgados pela imprensa preferencialmente na seção ou local reservado à publicidade de negócios imobiliários.

§ 4o - O juiz poderá determinar a reunião de publicações em listas referentes a mais de uma execução.

§ 5o - O executado terá ciência do dia, hora e local da alienação judicial por intermédio de seu advogado ou, se não tiver procurador constituído nos autos, por meio de mandado, carta registrada, edital ou outro meio idôneo.

Art. 688. Não se realizando, por motivo justo, a praça ou o leilão, o juiz mandará publicar pela imprensa local e no órgão oficial a transferência.

Parágrafo único . O escrivão, o porteiro ou o leiloeiro, que culposamente der causa à transferência, responde pelas despesas da nova publicação, podendo o juiz aplicar-lhe a pena de suspensão por 5 (cinco) a 30 (trinta) dias.

Tribunal de Justiça/RS 341

Art. 689 . Sobrevindo a noite, prosseguirá a praça ou o leilão no dia útil imediato, à mesma hora em que teve início, independentemente de novo edital.

Art. 689-A. O procedimento previsto nos arts. 686 a 689 poderá ser substituído, a requerimento do exeqüente, por alienação realizada por meio da rede mundial de computadores, com uso de páginas virtuais criadas pelos Tribunais ou por entidades públicas ou privadas em convênio com eles firmado.

Parágrafo único . O Conselho da Justiça Federal e os Tribunais de Justiça, no âmbito das suas respectivas competências, regulamentarão esta modalidade de alienação, atendendo aos requisitos de ampla publicidade, autenticidade e segurança, com observância das regras estabelecidas na legislação sobre certificação digital.

Art. 690. A arrematação far-se-á mediante o pagamento imediato do preço pelo arrematante ou, no prazo de até 15 (quinze) dias, mediante caução.

§ 1o - Tratando-se de bem imóvel, quem estiver interessado em adquiri-lo em prestações poderá apresentar por escrito sua proposta, nunca inferior à avaliação, com oferta de pelo menos 30% (trinta por cento) à vista, sendo o restante garantido por hipoteca sobre o próprio imóvel.

§ 2o - As propostas para aquisição em prestações, que serão juntadas aos autos, indicarão o prazo, a modalidade e as condições de pagamento do saldo.

§ 3o - O juiz decidirá por ocasião da praça, dando o bem por arrematado pelo apresentante do melhor lanço ou proposta mais conveniente.

§ 4o - No caso de arrematação a prazo, os pagamentos feitos pelo arrematante pertencerão ao exeqüente até o limite de seu crédito, e os subseqüentes ao executado.

Art. 690-A . É admitido a lançar todo aquele que estiver na livre administração de seus bens, com exceção:

I - dos tutores, curadores, testamenteiros, administradores, síndicos ou liquidantes, quanto aos bens confiados a sua guarda e responsabilidade;

II - dos mandatários, quanto aos bens de cuja administração ou alienação estejam encarregados;

III- do juiz, membro do Ministério Público e da Defensoria Pública, escrivão e demais servidores e auxiliares da Justiça.

Parágrafo único. O exeqüente, se vier a arrematar os bens, não estará obrigado a exibir o preço; mas, se o valor dos bens exceder o seu crédito, depositará, dentro de 3 (três) dias, a diferença, sob pena de ser tornada sem efeito a arrematação e, neste caso, os bens serão levados a nova praça ou leilão à custa do exeqüente.

Art. 691. Se a praça ou o leilão for de diversos bens e houver mais de um lançador, será preferido aquele que se propuser a arrematá-los englobadamente, oferecendo para os que não tiverem licitante preço igual ao da avaliação e para os demais o de maior lanço.

Art. 692. Não será aceito lanço que, em segunda praça ou leilão, ofereça preço vil.

Parágrafo único . Será suspensa a arrematação logo que o produto da alienação dos bens bastar para o pagamento do credor.

Art. 693 . A arrematação constará de auto que será lavrado de imediato, nele mencionadas as condições pelas quais foi alienado o bem.

Parágrafo único . A ordem de entrega do bem móvel ou a carta de arrematação do bem imóvel será expedida depois de efetuado o depósito ou prestadas as garantias pelo arrematante.

Art. 694 . Assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo serventuário da justiça ou leiloeiro, a arrematação considerar-se-á perfeita, acabada e irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado.

§ 1o - A arrematação poderá, no entanto, ser tornada sem efeito:

I - por vício de nulidade;

II - se não for pago o preço ou se não for prestada a caução;

III- quando o arrematante provar, nos 5 (cinco) dias seguintes, a existência de ônus real ou de gravame (art. 686, inciso V) não mencionado no edital;

342 Tribunal de Justiça/RS

IV- a requerimento do arrematante, na hipótese de embargos à arrematação (art. 746, §§ 1o e 2o);

V - quando realizada por preço vil (art. 692);

VI -nos casos previstos neste Código (art. 698).

§ 2o - No caso de procedência dos embargos, o executado terá direito a haver do exeqüente o valor por este recebido como produto da arrematação; caso inferior ao valor do bem, haverá do exeqüente também a diferença.

Art. 695. Se o arrematante ou seu fiador não pagar o preço no prazo estabelecido, o juiz impor-lhe-á, em favor do exeqüente, a perda da caução, voltando os bens a nova praça ou leilão, dos quais não serão admitidos a participar o arrematante e o fiador remissos.

Art. 696 . O fiador do arrematante, que pagar o valor do lanço e a multa, poderá requerer que a arrematação Ihe seja transferida.

Art. 697 . Revogado.

Art. 698 . Não se efetuará a adjudicação ou alienação de bem do executado sem que da execução seja cientificado, por qualquer modo idôneo e com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência, o senhorio direto, o credor com garantia real ou com penhora anteriormente averbada, que não seja de qualquer modo parte na execução.

Arts. 699 e 700 . Revogados.

Art. 701 . Quando o imóvel de incapaz não alcançar em praça pelo menos 80% (oitenta por cento) do valor da avaliação, o juiz o confiará à guarda e administração de depositário idôneo, adiando a alienação por prazo não superior a 1(um) ano.

§ 1o - Se, durante o adiamento, algum pretendente assegurar, mediante caução idônea, o preço da avaliação, o juiz ordenará a alienação em praça.

§ 2o - Se o pretendente à arrematação se arrepender, o juiz Ihe imporá a multa de 20% (vinte por cento) sobre o valor da avaliação, em benefício do incapaz, valendo a decisão como título executivo.

§ 3o - Sem prejuízo do disposto nos dois parágrafos antecedentes, o juiz poderá autorizar a locação do imóvel no prazo do adiamento.

§ 4o - Findo o prazo do adiamento, o imóvel será alienado, na forma prevista no art. 686, Vl.

Art. 702 . Quando o imóvel admitir cômoda divisão, o juiz, a requerimento do devedor, ordenará a alienação judicial de parte dele, desde que suficiente para pagar o credor.

Parágrafo único . Não havendo lançador, far-se-á a alienação do imóvel em sua integridade.

Art. 703 . A carta de arrematação conterá:

I - a descrição do imóvel, com remissão à sua matrícula e registros;

II - a cópia do auto de arrematação; e

III- a prova de quitação do imposto de transmissão.

Art. 704 . Ressalvados os casos de alienação de bens imóveis e aqueles de atribuição de corretores da Bolsa de Valores, todos os demais bens serão alienados em leilão público.

Art. 705 . Cumpre ao leiloeiro:

I - publicar o edital, anunciando a alienação;

II - realizar o leilão onde se encontrem os bens, ou no lugar designado pelo juiz;

III- expor aos pretendentes os bens ou as amostras das mercadorias;

IV- receber do arrematante a comissão estabelecida em lei ou arbitrada pelo juiz;

V- receber e depositar, dentro em 24 (vinte e quatro) horas, à ordem do juiz, o produto da alienação;

Vl- prestar contas nas 48 (quarenta e oito) horas subseqüentes ao depósito.

Art. 706 . O leiloeiro público será indicado pelo exeqüente.

Art. 707 . Efetuado o leilão, lavrar-se-á o auto, que poderá abranger bens penhorados em mais de uma execução, expedindo-se, se necessário, ordem judicial de entrega ao arrematante.

Tribunal de Justiça/RS 343

DO PAGAMENTO AO CREDOR

Art. 708. O pagamento ao credor far-se-á:

I - pela entrega do dinheiro;

II - pela adjudicação dos bens penhorados;

III - pelo usufruto de bem imóvel ou de empresa.

DA ENTREGA DO DINHEIRO

Art. 709 . O juiz autorizará que o credor levante, até a satisfação integral de seu crédito, o dinheiro depositado para segurar o juízo ou o produto dos bens alienados quando:

I - a execução for movida só a benefício do credor singular, a quem, por força da penhora, cabe o direito de preferência sobre os bens penhorados e alienados;

II - não houver sobre os bens alienados qualquer outro privilégio ou preferência, instituído anteriormente à penhora.

Parágrafo único. Ao receber o mandado de levantamento, o credor dará ao devedor, por termo nos autos, quitação da quantia paga.

Art. 710 . Estando o credor pago do principal, juros, custas e honorários, a importância que sobejar será restituída ao devedor.

Art. 711. Concorrendo vários credores, o dinheiro ser-lhes-á distribuído e entregue consoante a ordem das respectivas prelações; não havendo título legal à preferência, receberá em primeiro lugar o credor que promoveu a execução, cabendo aos demais concorrentes direito sobre a importância restante, observada a anterioridade de cada penhora.

Art. 712. Os credores formularão as suas pretensões, requerendo as provas que irão produzir em audiência; mas a disputa entre eles versará unicamente sobre o direito de preferência e a anterioridade da penhora.

Art. 713 . Findo o debate, o juiz decidirá.

Arts. 714 e 715 . Revogados.

DO USUFRUTO DE MÓVEL OU IMÓVEL

Art. 716. O juiz pode conceder ao exeqüente o usufruto de móvel ou imóvel, quando o reputar menos gravoso ao executado e eficiente para o recebimento do crédito.

Art. 717 . Decretado o usufruto, perde o executado o gozo do móvel ou imóvel, até que o exeqüente seja pago do principal, juros, custas e honorários advocatícios.

Art. 718 . O usufruto tem eficácia, assim em relação ao executado como a terceiros, a partir da publicação da decisão que o conceda.

Art. 719 . Na sentença, o juiz nomeará administrador que será investido de todos os poderes que concernem ao usufrutuário.

Parágrafo único . Pode ser administrador:

I - o credor, consentindo o devedor;

II - o devedor, consentindo o credor.

Art. 720. Quando o usufruto recair sobre o quinhão do condômino na co-propriedade, o administrador exercerá os direitos que cabiam ao executado.

Art. 721. E lícito ao credor, antes da realização da praça, requerer-lhe seja atribuído, em pagamento do crédito, o usufruto do imóvel penhorado.

Art. 722 . Ouvido o executado, o juiz nomeará perito para avaliar os frutos e rendimentos do bem e calcular o tempo necessário para o pagamento da dívida.

§ 1o - Após a manifestação das partes sobre o laudo, proferirá o juiz decisão; caso deferido o usufruto de imóvel, ordenará a expedição de carta para averbação no respectivo registro.

§ 2o - Constarão da carta a identificação do imóvel e cópias do laudo e da decisão.

Art. 723 . Se o imóvel estiver arrendado, o inquilino pagará o aluguel diretamente ao usufrutuário, salvo se houver administrador.

Art. 724 . O exeqüente usufrutuário poderá celebrar locação do móvel ou imóvel, ouvido o executado.

344 Tribunal de Justiça/RS

Parágrafo único . Havendo discordância, o juiz decidirá a melhor forma de exercício do usufruto.

Arts. 725 a 729 . Revogados.

DA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA

Art. 730. Na execução por quantia certa contra a Fazenda Pública, citar-se-á a devedora para opor embargos em 10 (dez) dias; se esta não os opuser, no prazo legal, observar-se-ão as seguintes regras:

I - o juiz requisitará o pagamento por intermédio do presidente do tribunal competente;

II - far-se-á o pagamento na ordem de apresentação do precatório e à conta do respectivo crédito.

Art. 731. Se o credor for preterido no seu direito de preferência, o presidente do tribunal, que expediu a ordem, poderá, depois de ouvido o chefe do Ministério Público, ordenar o seqüestro da quantia necessária para satisfazer o débito.

DA EXECUÇÃO DE PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA

Art. 732. A execução de sentença, que condena ao pagamento de prestação alimentícia, far-se-á conforme o disposto no Capítulo IV deste Título.

Parágrafo único . Recaindo a penhora em dinheiro, o oferecimento de embargos não obsta a que o exeqüente levante mensalmente a importância da prestação.

Art. 733 . Na execução de sentença ou de decisão, que fixa os alimentos provisionais, o juiz mandará citar o devedor para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.

§ 1o - Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.

§ 2o - O cumprimento da pena não exime o devedor do pagamento das prestações vencidas e vincendas.

§ 3o - Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão.

Art. 734. Quando o devedor for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa, bem como empregado sujeito à legislação do trabalho, o juiz mandará descontar em folha de pagamento a importância da prestação alimentícia.

Parágrafo único . A comunicação será feita à autoridade, à empresa ou ao empregador por ofício, de que constarão os nomes do credor, do devedor, a importância da prestação e o tempo de sua duração.

Art. 735 . Se o devedor não pagar os alimentos provisionais a que foi condenado, pode o credor promover a execução da sentença, observando-se o procedimento estabelecido no Capítulo IV deste Título.

DO PROCESSO CAUTELAR

DAS MEDIDAS CAUTELARES

Art. 796. O procedimento cautelar pode ser instaurado antes ou no curso do processo principal e deste é sempre dependente.

Art. 797 . Só em casos excepcionais, expressamente autorizados por lei, determinará o juiz medidas cautelares sem a audiência das partes.

Art. 798 . Além dos procedimentos cautelares específicos, que este Código regula no Capítulo II deste Livro, poderá o juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação.

Art. 799 . No caso do artigo anterior, poderá o juiz, para evitar o dano, autorizar ou vedar a prática de determinados atos, ordenar a guarda judicial de pessoas e depósito de bens e impor a prestação de caução.

Art. 800 . As medidas cautelares serão requeridas ao juiz da causa; e, quando preparatórias, ao juiz competente para conhecer da ação principal.

Tribunal de Justiça/RS 345

Parágrafo único . Interposto o recurso, a medida cautelar será requerida diretamente ao tribunal.

Art. 801 . O requerente pleiteará a medida cautelar em petição escrita, que indicará:

I - a autoridade judiciária, a que for dirigida;

II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido;

III- a lide e seu fundamento;

IV- a exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão;

V- as provas que serão produzidas.

Parágrafo único . Não se exigirá o requisito do no III senão quando a medida cautelar for requerida em procedimento preparatório.

Art. 802. O requerido será citado, qualquer que seja o procedimento cautelar, para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido, indicando as provas que pretende produzir.

Parágrafo único . Conta-se o prazo, da juntada aos autos do mandado:

I - de citação devidamente cumprido;

II - da execução da medida cautelar, quando concedida liminarmente ou após justificação prévia.

Art. 803. Não sendo contestado o pedido, presumir-se-ão aceitos pelo requerido, como verdadeiros, os fatos alegados pelo requerente (arts. 285 e 319); caso em que o juiz decidirá dentro em 5 (cinco) dias.

Parágrafo único . Se o requerido contestar no prazo legal, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, havendo prova a ser nela produzida.

Art. 804. É lícito ao juiz conceder liminarmente ou após justificação prévia a medida cautelar, sem ouvir o réu, quando verificar que este, sendo citado, poderá torná-la ineficaz; caso em que poderá determinar que o requerente preste caução real ou fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir a sofrer.

Art. 805. A medida cautelar poderá ser substituída, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pela prestação de caução ou outra garantia menos gravosa para o requerido, sempre que adequada e suficiente para evitar a lesão ou repará-la integralmente.

Art. 806. Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida em procedimento preparatório.

Art. 807 . As medidas cautelares conservam a sua eficácia no prazo do artigo antecedente e na pendência do processo principal; mas podem, a qualquer tempo, ser revogadas ou modificadas.

Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a medida cautelar conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo.

Art. 808 . Cessa a eficácia da medida cautelar:

I - se a parte não intentar a ação no prazo estabelecido no art. 806;

II - se não for executada dentro de 30 (trinta) dias;

III- se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem julgamento do mérito.

Parágrafo único . Se por qualquer motivo cessar a medida, é defeso à parte repetir o pedido, salvo por novo fundamento.

Art. 809 . Os autos do procedimento cautelar serão apensados aos do processo principal.

Art. 810 . O indeferimento da medida não obsta a que a parte intente a ação, nem influi no julgamento desta, salvo se o juiz, no procedimento cautelar, acolher a alegação de decadência ou de prescrição do direito do autor.

Art. 811 . Sem prejuízo do disposto no art. 16, o requerente do procedimento cautelar responde ao requerido pelo prejuízo que Ihe causar a execução da medida:

I - se a sentença no processo principal Ihe for desfavorável;

II - se, obtida liminarmente a medida no caso do art. 804 deste Código, não promover a citação do requerido dentro em 5 (cinco) dias;

346 Tribunal de Justiça/RS

III- se ocorrer a cessação da eficácia da medida, em qualquer dos casos previstos no art. 808, deste Código;

IV- se o juiz acolher, no procedimento cautelar, a alegação de decadência ou de prescrição do direito do autor (art. 810).

Parágrafo único . A indenização será liquidada nos autos do procedimento cautelar.

Art. 812 . Aos procedimentos cautelares específicos, regulados no Capítulo seguinte, aplicam-se as disposições gerais deste Capítulo.

DOS PROCEDIMENTOS CAUTELARES ESPECÍFICOS

DO ARRESTO

Art. 813. O arresto tem lugar:

I - quando o devedor sem domicílio certo intenta ausentar-se ou alienar os bens que possui, ou deixa de pagar a obrigação no prazo estipulado;

II - quando o devedor, que tem domicílio:

a) se ausenta ou tenta ausentar-se furtivamente;

b) caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que possui; contrai ou tenta contrair dívidas extraordinárias; põe ou tenta pôr os seus bens em nome de terceiros; ou comete outro qualquer artifício fraudulento, a fim de frustrar a execução ou lesar credores;

III- quando o devedor, que possui bens de raiz, intenta aliená-los, hipotecá-los ou dá-los em anticrese, sem ficar com algum ou alguns, livres e desembargados, equivalentes às dívidas;

IV- nos demais casos expressos em lei.

DO SEQÜESTRO

Art. 822 . O juiz, a requerimento da parte, pode decretar o seqüestro:

I - de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando Ihes for disputada a propriedade ou a

posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações;

II - dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de condenado por sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar;

III- dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento, se o cônjuge os estiver dilapidando;

IV- nos demais casos expressos em lei.

DA BUSCA E APREENSÃO

Art. 839 . O juiz pode decretar a busca e apreensão de pessoas ou de coisas.

Art. 840 . Na petição inicial exporá o requerente as razões justificativas da medida e da ciência de estar a pessoa ou a coisa no lugar designado.

Art. 841 . A justificação prévia far-se-á em segredo de justiça, se for indispensável. Provado quanto baste o alegado, expedir-se-á o mandado que conterá:

I - a indicação da casa ou do lugar em que deve efetuar-se a diligência;

II - a descrição da pessoa ou da coisa procurada e o destino a Ihe dar;

III- a assinatura do juiz, de quem emanar a ordem.

Art. 842 . O mandado será cumprido por dois oficiais de justiça, um dos quais o lerá ao morador, intimando-o a abrir as portas.

§ 1o - Não atendidos, os oficiais de justiça arrombarão as portas externas, bem como as internas e quaisquer móveis onde presumam que esteja oculta a pessoa ou a coisa procurada.

§ 2o - Os oficiais de justiça far-se-ão acompanhar de duas testemunhas.

§ 3o - Tratando-se de direito autoral ou direito conexo do artista, intérprete ou executante, produtores de fonogramas e organismos de radiodifusão, o juiz designará, para acompanharem os oficiais de justiça, dois peritos aos quais incumbirá confirmar a ocorrência da violação antes de ser efetivada a apreensão.

Tribunal de Justiça/RS 347

Art. 843 . Finda a diligência, lavrarão os oficiais de justiça auto circunstanciado, assinando-o com as testemunhas.

DOS PROTESTOS, NOTIFICAÇÕES E INTERPELAÇÕES

Art. 867 . Todo aquele que desejar prevenir responsabilidade, prover a conservação e ressalva de seus direitos ou manifestar qualquer intenção de modo formal, poderá fazer por escrito o seu protesto, em petição dirigida ao juiz, e requerer que do mesmo se intime a quem de direito.

Anotações:

348 Tribunal de Justiça/RS

LEI Nº 8.245/1991 – LEI DO INQUILINATO

DOS PROCEDIMENTOS

Art. 58. Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º, nas ações de despejo, consignação em pagamento de aluguel e acessório da locação, revisionais de aluguel e renovatórias de locação, observar - se - á o seguinte:

I - os processos tramitam durante as férias forenses e não se suspendem pela superveniência delas;

II - é competente para conhecer e julgar tais ações o foro do lugar da situação do imóvel, salvo se outro houver sido eleito no contrato;

III- o valor da causa corresponderá a doze meses de aluguel, ou, na hipótese do inciso II do art. 47, a três salários vigentes por ocasião do ajuizamento;

IV- desde que autorizado no contrato, a citação, intimação ou notificação far - se - á mediante correspondência com aviso de recebimento, ou, tratando - se de pessoa jurídica ou firma individual, também mediante telex ou fac-símile , ou, ainda, sendo necessário, pelas demais formas previstas no Código de Processo Civil;

V - os recursos interpostos contra as sentenças terão efeito somente devolutivo.

DAS AÇÕES DE DESPEJO

Art. 63 . Julgada procedente a ação de despejo, o juiz determinará a expedição de mandado de despejo, que conterá o prazo de 30 (trinta) dias para a desocupação voluntária, ressalvado o disposto nos parágrafos seguintes.

§ 1º - O prazo será de quinze dias se:

a) entre a citação e a sentença de primeira instância houverem decorrido mais de quatro meses; ou

b) o despejo houver sido decretado com fundamento no art. 9o ou no § 2o do art. 46.

Dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes.

Art. 1º. (...)

Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis especiais:

a) as locações:

1. de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, de suas autarquias e fundações públicas;

2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de veículos;

3. de espaços destinados à publicidade;

4. em apart- hotéis, hotéis - residência ou equiparados, assim considerados aqueles que prestam serviços regulares a seus usuários e como tais sejam autorizados a funcionar;

b) o arrendamento mercantil, em qualquer de suas modalidades.

Art. 9º. (...)

II - em decorrência da prática de infração legal ou contratual;

III- em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos;

Art. 46 . (...)

§ 2º - Ocorrendo a prorrogação, o locador poderá denunciar o contrato a qualquer tempo, concedido o prazo de trinta dias para desocupação.

Art. 47 . (...)

II – em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do imóvel pelo locatário relacionada com o seu emprego;

Tribunal de Justiça/RS 349

§ 2° - Tratando-se de estabelecimento de ensino autorizado e fiscalizado pelo Poder Público, respeitado o prazo mínimo de seis meses e o máximo de um ano, o juiz disporá de modo que a desocupação coincida com o período de férias escolares.

§ 3º - Tratando-se de hospitais, repartições públicas, unidades sanitárias oficiais, asilos, estabelecimentos de saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, bem como por entidades religiosas devidamente registradas, e o despejo for decretado com fundamento no inciso IV do art. 9º ou no inciso II do art. 53, o prazo será de um ano, exceto no caso em que entre a citação e a sentença de primeira instância houver decorrido mais de um ano, hipótese em que o prazo será de seis meses.

§ 4° - A sentença que decretar o despejo fixará o valor da caução para o caso de ser executada provisoriamente.

Art. 65 . Findo o prazo assinado para a desocupação, contado da data da notificação, será efetuado o despejo, se necessário com emprego de força, inclusive arrombamento.

1° - Os móveis e utensílios serão entregues à guarda de depositário, se não os quiser retirar o despejado.

2° - O despejo não poderá ser executado até o trigésimo dia seguinte ao do falecimento do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão de qualquer das pessoas que habitem o imóvel.

Art. 9º . (...)

IV - para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público, que não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário no imóvel ou, podendo, ele se recuse a consenti - las.

Art. 53 . (...)

II - se o proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em caráter irrevogável e imitido na posse, com título registrado, que haja quitado o preço da promessa ou que, não o tendo feito, seja autorizado pelo proprietário, pedir o imóvel para demolição, edificação, licenciada ou reforma que venha a resultar em aumento mínimo de cinqüenta por cento da área útil.

Anotações:

350 Tribunal de Justiça/RS

LEI Nº 9.099/1995 - JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordinária, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência.

Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.

DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS

DA COMPETÊNCIA

Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:

I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;

II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;

III - a ação de despejo para uso próprio;

IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste artigo.

§ 1º - Compete ao Juizado Especial promover a execução:

I - dos seus julgados;

II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo, observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.

§ 2º - Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.

§ 3º - A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.

Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do foro:

I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;

II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;

III- do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer natureza.

Parágrafo único . Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inciso I deste artigo.

DO JUIZ, DOS CONCILIADORES E DOS JUÍZES LEIGOS

Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, para apreciá-las e para dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica.

Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum.

Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de cinco anos de experiência.

Parágrafo único . Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados Especiais, enquanto no desempenho de suas funções.

Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências.

Tribunal de Justiça/RS 351

DAS PARTES

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.

§ 1o - Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial:

I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas;

II - as microempresas, assim definidas pela Lei no 9.841, de 5 de outubro de 1999;

III- as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999;

IV- as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001.

§ 2º - O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de assistência, inclusive para fins de conciliação.

Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.

§ 1º - Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer assistida por advogado, ou se o réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao Juizado Especial, na forma da lei local.

§ 2º - O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por advogado, quando a causa o recomendar.

§ 3º - O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes especiais.

§ 4o - O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser representado por preposto credenciado, munido de carta de preposição com poderes para transigir, sem haver necessidade de vínculo empregatício.

Art. 10 . Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.

Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos previstos em lei.

DOS ATOS PROCESSUAIS

Art. 12 . Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

Art. 13 . Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais forem realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.

§ 1º - Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

§ 2º - A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de comunicação.

§ 3º - Apenas os atos considerados essenciais serão registrados resumidamente, em notas manuscritas, datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais atos poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente, que será inutilizada após o trânsito em julgado da decisão.

§ 4º - As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo e demais documentos que o instruem.

DO PEDIDO

Art. 14 . O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.

§ 1º - Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível:

I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;

II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;

III- o objeto e seu valor.

352 Tribunal de Justiça/RS

§ 2º - É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar, desde logo, a extensão da obrigação.

§ 3º - O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou formulários impressos.

Art. 15 . Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser alternativos ou cumulados; nesta última hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.

Art. 16 . Registrado o pedido, independentemente de distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado designará a sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de quinze dias.

Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação, dispensados o registro prévio de pedido e a citação.

Parágrafo único . Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a contestação formal e ambos serão apreciados na mesma sentença.

DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES

Art. 18 . A citação far-se-á:

I - por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;

II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado;

III- sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória.

§ 1º - A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para comparecimento do citando e advertência de que, não comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano.

§ 2º - Não se fará citação por edital.

§ 3º - O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade da citação.

Art. 19 . As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por qualquer outro meio idôneo de comunicação.

§ 1º - Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo cientes as partes.

§ 2º - As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência da comunicação.

DA REVELIA

Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.

DA CONCILIAÇÃO E DO JUÍZO ARBITRAL

Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do litígio, especialmente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º desta Lei.

Art. 22 . A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por conciliador sob sua orientação.

Parágrafo único . Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo Juiz togado, mediante sentença com eficácia de título executivo.

Art. 23 . Não comparecendo o demandado, o Juiz togado proferirá sentença.

Art. 24 . Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei.

§ 1º - O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de termo de compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, o Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a audiência de instrução.

§ 2º - O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.

Tribunal de Justiça/RS 353

Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei, podendo decidir por eqüidade.

Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subseqüentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz togado para homologação por sentença irrecorrível.

DA INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á imediatamente à audiência de instrução e julgamento, desde que não resulte prejuízo para a defesa.

Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização imediata, será a audiência designada para um dos quinze dias subseqüentes, cientes, desde logo, as partes e testemunhas eventualmente presentes.

Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida, proferida a sentença.

Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que possam interferir no regular prosseguimento da audiência. As demais questões serão decididas na sentença.

Parágrafo único . Sobre os documentos apresentados por uma das partes, manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência.

DA RESPOSTA DO RÉU

Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de defesa, exceto argüição de suspeição ou impedimento do Juiz, que se processará na forma da legislação em vigor.

Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia.

Parágrafo único . O autor poderá responder ao pedido do réu na própria audiência ou requerer a designação da nova data, que será desde logo fixada, cientes todos os presentes.

DAS PROVAS

Art. 32 . Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda que não especificados em lei, são hábeis para provar a veracidade dos fatos alegados pelas partes.

Art. 33 . Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

Art. 34 . As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento levadas pela parte que as tenha arrolado, independentemente de intimação, ou mediante esta, se assim for requerido.

§ 1º - O requerimento para intimação das testemunhas será apresentado à Secretaria no mínimo cinco dias antes da audiência de instrução e julgamento.

§ 2º - Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz poderá determinar sua imediata condução, valendo-se, se necessário, do concurso da força pública.

Art. 35 . Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos de sua confiança, permitida às partes a apresentação de parecer técnico.

Parágrafo único . No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofício ou a requerimento das partes, realizar inspeção em pessoas ou coisas, ou determinar que o faça pessoa de sua confiança, que lhe relatará informalmente o verificado.

Art. 36 . A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a sentença referir, no essencial, os informes trazidos nos depoimentos.

Art. 37 . A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão de Juiz togado.

DA SENTENÇA

Art. 38 . A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.

354 Tribunal de Justiça/RS

Parágrafo único . Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido.

Art. 39 . É ineficaz a sentença condenatória na parte que exceder a alçada estabelecida nesta Lei.

Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de atos probatórios indispensáveis.

Art. 41 . Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.

§ 1º - O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 2º - No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.

Art. 42 . O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.

§ 1º - O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta e oito horas seguintes à interposição, sob pena de deserção.

§ 2º - Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.

Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.

Art. 44 . As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 13 desta Lei, correndo por conta do requerente as despesas respectivas.

Art. 45 . As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento.

Art. 46 . O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com a indicação suficiente do processo, fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença for confirmada

pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.

Art. 47 . Revogado.

DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Art. 48. Caberão embargos de declaração quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.

Parágrafo único . Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Art. 49 . Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.

Art. 50 . Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo para recurso.

DA EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO

Art. 51 . Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:

I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das audiências do processo;

II - quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei ou seu prosseguimento, após a conciliação;

III- quando for reconhecida a incompetência territorial;

IV- quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no art. 8º desta Lei;

V- quando, falecido o autor, a habilitação depender de sentença ou não se der no prazo de trinta dias;

VI- quando, falecido o réu, o autor não promover a citação dos sucessores no prazo de trinta dias da ciência do fato.

§ 1º - A extinção do processo independerá, em qualquer hipótese, de prévia intimação pessoal das partes.

Tribunal de Justiça/RS 355

§ 2º - No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar que a ausência decorre de força maior, a parte poderá ser isentada, pelo Juiz, do pagamento das custas.

DA EXECUÇÃO

Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado, aplicando-se, no que couber, o disposto no Código de Processo Civil, com as seguintes alterações:

I - as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a conversão em Bônus do Tesouro Nacional - BTN ou índice equivalente;

II- os cálculos de conversão de índices, de honorários, de juros e de outras parcelas serão efetuados por servidor judicial;

III- a intimação da sentença será feita, sempre que possível, na própria audiência em que for proferida. Nessa intimação, o vencido será instado a cumprir a sentença tão logo ocorra seu trânsito em julgado, e advertido dos efeitos do seu descumprimento (inciso V);

IV- não cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, e tendo havido solicitação do interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á desde logo à execução, dispensada nova citação;

V- nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer, o Juiz, na sentença ou na fase de execução, cominará multa diária, arbitrada de acordo com as condições econômicas do devedor, para a hipótese de inadimplemento. Não cumprida a obrigação, o credor poderá requerer a elevação da multa ou a transformação da condenação em perdas e danos, que o Juiz de imediato arbitrará, seguindo-se a execução por quantia certa, incluída a multa vencida de obrigação de dar, quando evidenciada a malícia do devedor na execução do julgado;

VI- na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o cumprimento por outrem, fixado o valor que o devedor deve depositar para as despesas, sob pena de multa diária;

VII- na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o devedor, o credor ou terceira pessoa idônea a tratar da alienação do bem penhorado, a qual se aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a praça ou leilão. Sendo o preço inferior ao da avaliação, as partes serão ouvidas. Se o pagamento não for à vista, será oferecida caução idônea, nos casos de alienação de bem móvel, ou hipotecado o imóvel;

VIII- é dispensada a publicação de editais em jornais, quando se tratar de alienação de bens de pequeno valor;

IX- o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da execução, versando sobre:

a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à revelia;

b) manifesto excesso de execução;

c) erro de cálculo;

d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, superveniente à sentença.

Art. 53 . A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até quarenta salários mínimos, obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil, com as modificações introduzidas por esta Lei.

§ 1º - Efetuada a penhora, o devedor será intimado a comparecer à audiência de conciliação, quando poderá oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou verbalmente.

§ 2º - Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a solução do litígio, se possível com dispensa da alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou a prestação, a dação em pagamento ou a imediata adjudicação do bem penhorado.

§ 3º - Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados improcedentes, qualquer das partes poderá requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do parágrafo anterior.

§ 4º - Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o processo será imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos ao autor.

356 Tribunal de Justiça/RS

DAS DESPESAS

Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou despesas.

Parágrafo único . O preparo do recurso, na forma do § 1º do art. 42 desta Lei, compreenderá todas as despesas processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência judiciária gratuita.

Art. 55 . A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.

Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas, salvo quando:

I - reconhecida a litigância de má-fé;

II - improcedentes os embargos do devedor;

III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de recurso improvido do devedor.

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 56 . Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as curadorias necessárias e o serviço de assistência judiciária.

Art. 57 . O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá ser homologado, no juízo competente, independentemente de termo, valendo a sentença como título executivo judicial.

Parágrafo único . Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado pelas partes, por instrumento escrito, referendado pelo órgão competente do Ministério Público.

Art. 58 . As normas de organização judiciária local poderão estender a conciliação prevista nos arts. 22 e 23 a causas não abrangidas por esta Lei.

Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedimento instituído por esta Lei.

DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.

Parágrafo único . Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos civis.

Art. 61 . Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.

Art. 62 . O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.

DA COMPETÊNCIA E DOS ATOS PROCESSUAIS

Art. 63 . A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.

Art. 64 . Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

Art. 65 . Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.

Tribunal de Justiça/RS 357

§ 1º - Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

§ 2º - A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio hábil de comunicação.

§ 3º - Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente.

Art. 66 . A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado.

Parágrafo único . Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.

Art. 67 . A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.

Parágrafo único . Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cientes as partes, os interessados e defensores.

Art. 68 . Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação do acusado, constará a necessidade de seu comparecimento acompanhado de advogado, com a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado defensor público.

DA FASE PRELIMINAR

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.

Parágrafo único . Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá

prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.

Art. 70 . Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a realização imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.

Art. 71 . Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.

Art. 72 . Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.

Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação.

Parágrafo único . Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local, preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na administração da Justiça Criminal.

Art. 74 . A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.

Parágrafo único . Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação.

Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo.

Parágrafo único . O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.

358 Tribunal de Justiça/RS

Art. 76 . Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.

§ 1º - Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.

§ 2º - Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;

II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;

III- não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.

§ 3º - Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz.

§ 4º - Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.

§ 5º - Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.

§ 6º - A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.

DO PROCEDIMENTO SUMARIÍSSIMO

Art. 77 . Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato,

denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis.

§ 1º - Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.

§ 2º - Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.

§ 3º - Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências previstas no parágrafo único do art. 66 desta Lei.

Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e seus advogados.

§ 1º - Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data da audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes de sua realização.

§ 2º - Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão intimados nos termos do art. 67 desta Lei para comparecerem à audiência de instrução e julgamento.

§ 3º - As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art. 67 desta Lei.

Art. 79 . No dia e hora designados para a audiência de instrução e julgamento, se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de conciliação e de oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.

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Art. 80 . Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando imprescindível, a condução coercitiva de quem deva comparecer.

Art. 81 . Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença.

§ 1º - Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

§ 2º - De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença.

§ 3º - A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do Juiz.

Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 1º - A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.

§ 2º - O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.

§ 3º - As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 65 desta Lei.

§ 4º - As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela imprensa.

§ 5º - Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.

Art. 83 . Caberão embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.

§ 1º - Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.

§ 2º - Quando opostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo para o recurso.

§ 3º - Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

DA EXECUÇÃO

Art. 84 . Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-á mediante pagamento na Secretaria do Juizado.

Parágrafo único . Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a punibilidade, determinando que a condenação não fique constando dos registros criminais, exceto para fins de requisição judicial.

Art. 85 . Não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em pena privativa da liberdade, ou restritiva de direitos, nos termos previstos em lei.

Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, ou de multa cumulada com estas, será processada perante o órgão competente, nos termos da lei.

DAS DESPESAS PROCESSUAIS

Art. 87 . Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação de pena restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e 76, § 4º), as despesas processuais serão reduzidas, conforme dispuser lei estadual.

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.

360 Tribunal de Justiça/RS

Art. 89 . Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

§ 1º - Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:

I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;

II - proibição de freqüentar determinados lugares;

III- proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;

IV- comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.

§ 2º - O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.

§ 3º - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.

§ 4º - A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.

§ 5º - Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.

§ 6º - Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.

§ 7º - Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.

Art. 90 . As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver iniciada.

Art. 90-A . As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar.

Art. 91 . Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a propositura da ação penal pública, o ofendido ou seu representante legal será intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de decadência.

Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos Penal e de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei.

DISPOSIÇÕES FINAIS COMUNS

Art. 93 . Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis e Criminais, sua organização, composição e competência.

Art. 94 . Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências realizadas fora da sede da Comarca, em bairros ou cidades a ela pertencentes, ocupando instalações de prédios públicos, de acordo com audiências previamente anunciadas.

Art. 95 . Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os Juizados Especiais no prazo de seis meses, a contar da vigência desta Lei.

Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da publicação desta Lei, serão criados e instalados os Juizados Especiais Itinerantes, que deverão dirimir, prioritariamente, os conflitos existentes nas áreas rurais ou nos locais de menor concentração populacional.

Art. 96 . Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias após a sua publicação.

Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril de 1965 e a Lei nº 7.244, de 7 de novembro de 1984.

Anotações:

Tribunal de Justiça/RS 361

MATÉRIA CRIMINAL E PROCESSUAL

CÓDIGO PENAL

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A

ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Peculato

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

Peculato culposo

§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Peculato mediante erro de outrem

Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações

Art. 313-A . Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações

Art. 313-B . Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único . As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado

362 Tribunal de Justiça/RS

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Concussão

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Excesso de exação

§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:

Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.

§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Corrupção passiva

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.

§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Prevaricação

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo:

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Condescendência criminosa

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Violência arbitrária

Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.

Abandono de função

Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:

Tribunal de Justiça/RS 363

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Violação de sigilo funcional

Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.

§ 1o - Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:

I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública;

II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.

§ 2o - Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa

Funcionário público

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.

§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.

Anotações:

364 Tribunal de Justiça/RS

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES

DAS CITAÇÕES

Art. 351 . A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado.

Art. 352 . O mandado de citação indicará:

I - o nome do juiz;

II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;

III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos;

IV - a residência do réu, se for conhecida;

V - o fim para que é feita a citação;

VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer;

VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.

Art. 353 . Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado mediante precatória.

Art. 354 . A precatória indicará:

I - o juiz deprecado e o juiz deprecante;

II - a sede da jurisdição de um e de outro;

Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações;

IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer.

Art. 355 . A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por mandado do juiz deprecado.

§ 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação.

§ 2o Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não ser citado, a precatória será imediatamente devolvida, para o fim previsto no art. 362.

Art. 356 . Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os requisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação expedidora mencionará.

Art. 357 . São requisitos da citação por mandado:

I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação;

II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou recusa.

Art. 358 . A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço.

Art. 359 . O dia designado para funcionário público comparecer em juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição.

Art. 360 . Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado.

Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias.

Art. 362 . Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Parágrafo único . Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo.

Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado.

§ 1o - Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital.

Tribunal de Justiça/RS 365

§ 4o - Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observará o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código.

Art. 364 . No caso do artigo anterior, no I, o prazo será fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de acordo com as circunstâncias, e, no caso de no II, o prazo será de trinta dias.

Art. 365 . O edital de citação indicará:

I - o nome do juiz que a determinar;

II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo;

III- o fim para que é feita a citação;

IV- o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer;

V- o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixação.

Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da publicação.

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.

Art. 367 . O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo.

Art. 368 . Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento.

Art. 369 . As citações que houverem de ser feitas em legações estrangeiras serão efetuadas mediante carta rogatória.

DAS INTIMAÇÕES

Art. 370 . Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior.

§ 1o - A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado.

§ 2o - Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio idôneo.

§ 3o - A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que alude o § 1o.

§ 4o - A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal.

Art. 371 . Será admissível a intimação por despacho na petição em que for requerida, observado o disposto no art. 357.

Art. 372 . Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz marcará desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos.

DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE

DO PROCESSO COMUM

DA INSTRUÇÃO CRIMINAL

Art. 394 . O procedimento será comum ou especial.

§ 1o - O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:

I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;

366 Tribunal de Justiça/RS

II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;

III- sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.

§ 2o - Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de lei especial.

§ 3o - Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código.

§ 4o - As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código.

§ 5o - Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário.

Art. 395 . A denúncia ou queixa será rejeitada quando:

I - for manifestamente inepta;

II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou

III- faltar justa causa para o exercício da ação penal.

Art. 396 . Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

Parágrafo único . No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído.

Art. 396-A . Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.

§ 1o - A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.

§ 2o - Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias.

Art. 397 . Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:

I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;

II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;

III- que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou

IV -extinta a punibilidade do agente.

Art. 398. Revogado.

Art. 399 . Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente.

§ 1o- O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório, devendo o poder público providenciar sua apresentação.

§ 2o - O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.

Art. 400 . Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.

§ 1o - As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.

§ 2o - Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes.

Art. 401 . Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa.

Tribunal de Justiça/RS 367

§ 1o - Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as referidas.

§ 2o - A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste Código.

Art. 402 . Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução.

Art. 403 . Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença.

§ 1o - Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual.

§ 2o - Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.

§ 3o - O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.

Art. 404 . Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais.

Parágrafo único . Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença.

Art. 405 . Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos.

§ 1o - Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações.

§ 2o - No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do registro original, sem necessidade de transcrição.

DA REUNIÃO E DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DO JÚRI

Art. 461 . O julgamento não será adiado se a testemunha deixar de comparecer, salvo se uma das partes tiver requerido a sua intimação por mandado, na oportunidade de que trata o art. 422 deste Código, declarando não prescindir do depoimento e indicando a sua localização.

§ 1o - Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz presidente suspenderá os trabalhos e mandará conduzi-la ou adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido, ordenando a sua condução.

§ 2o - O julgamento será realizado mesmo na hipótese de a testemunha não ser encontrada no local indicado, se assim for certificado por oficial de justiça.

Art. 463 . Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento.

§ 1o - O oficial de justiça fará o pregão, certificando a diligência nos autos.

§ 2o - Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição serão computados para a constituição do número legal.

Art. 466 . Antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o juiz presidente esclarecerá sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades constantes dos arts. 448 e 449 deste Código.

§ 1o - O juiz presidente também advertirá os jurados de que, uma vez sorteados, não poderão comunicar-se entre si e com outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho e multa, na forma do § 2o do art. 436 deste Código.

§ 2o - A incomunicabilidade será certificada nos autos pelo oficial de justiça

368 Tribunal de Justiça/RS

DO QUESTIONÁRIO E SUA VOTAÇÃO

Art. 485 . Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação.

§ 1o - Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará que o público se retire, permanecendo somente as pessoas mencionadas no caput deste artigo.

§ 2o - O juiz presidente advertirá as partes de que não será permitida qualquer intervenção que possa perturbar a livre manifestação do Conselho e fará retirar da sala quem se portar inconvenientemente.

Art. 487 . Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justiça recolherá em urnas separadas as cédulas correspondentes aos votos e as não utilizadas.

Anotações:

Tribunal de Justiça/RS 369

LEI Nº 11.340/2006 – LEI MARIA DA PENHA

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1 o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

Art. 2 o Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

Art. 3 o Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

§ 1o - O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

§ 2o - Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.

Art. 4 o Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 5 o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

III- em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único . As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.

Art. 6 o A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.

Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.

Anotações:

370 Tribunal de Justiça/RS

DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

CONTRA A MULHER

Art. 7 o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

III- a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV- a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;

V- a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO

Art. 8 o A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes:

I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação;

II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às conseqüências e à freqüência da violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas;

III- o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1o, no inciso IV do art. 3o e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal;

IV- a implementação de atendimento policial especializado para as mulheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher;

V- a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres;

VI- a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instrumentos de promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo por objetivo a implementação de programas de erradicação da violência doméstica e familiar contra a mulher;

Tribunal de Justiça/RS 371

VII- a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;

VIII- a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia;

IX- o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher.

DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Art. 9 o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.

§ 1o - O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.

§ 2o - O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica:

I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta;

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis meses.

§ 3o - A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros

procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.

DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 10 . Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumprimento de medida protetiva de urgência deferida.

Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências:

I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;

II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;

III- fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida;

IV- se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;

V- informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.

Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:

I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada;

II- colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;

III- remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;

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IV- determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais necessários;

V- ouvir o agressor e as testemunhas;

VI- ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais contra ele;

VII- remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público.

§ 1o - O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá conter:

I - qualificação da ofendida e do agressor;

II - nome e idade dos dependentes;

III- descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.

§ 2o - A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1o o boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.

§ 3o - Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.

DOS PROCEDIMENTOS

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com o estabelecido nesta Lei.

Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.

Parágrafo único . Os atos processuais poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:

I - do seu domicílio ou de sua residência;

II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;

III- do domicílio do agressor.

Art. 16 . Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.

DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Art. 18 . Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:

I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;

II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso;

III- comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.

Art. 19 . As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.

§ 1o - As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado.

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§ 2o - As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.

§ 3o - Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.

Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial.

Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

Art. 21 . A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público.

Parágrafo único . A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao agressor.

DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA QUE OBRIGAM O AGRESSOR

Art. 22 . Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:

I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III- proibição de determinadas condutas, entre as quais:

a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;

b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;

c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida;

IV- restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

§ 1o - As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público.

§ 2o - Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições mencionadas no caput e incisos do art. 6o da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.

§ 3o - Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.

§ 4o - Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5o e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).

DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA À OFENDIDA

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

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I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento;

II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor;

III- determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;

IV- determinar a separação de corpos.

Art. 24 . Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:

I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;

II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;

III- suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;

IV- prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.

Parágrafo único . Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo.

DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 25 . O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.

Art. 26 . Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário:

I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de assistência social e de segurança, entre outros;

II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas;

III- cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei.

Art. 28 . É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante atendimento específico e humanizado.

DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Art. 29 . Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.

Art. 30 . Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.

Art. 31 . Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofundada, o juiz poderá determinar a manifestação de profissional especializado, mediante a indicação da equipe de atendimento multidisciplinar.

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Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, poderá prever recursos para a criação e manutenção da equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível e criminal para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação processual pertinente.

Parágrafo único . Será garantido o direito de preferência, nas varas criminais, para o processo e o julgamento das causas referidas no caput.

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 34 . A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária.

Art. 35 . A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão criar e promover, no limite das respectivas competências:

I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e respectivos dependentes em situação de violência doméstica e familiar;

II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em situação de violência doméstica e familiar;

III- delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e centros de perícia médico-legal especializados no atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar;

IV- programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e familiar;

V- centros de educação e de reabilitação para os agressores.

Art. 36 . A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a adaptação de seus órgãos e de seus programas às diretrizes e aos princípios desta Lei.

Art. 37 . A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nesta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Ministério Público e por associação de atuação na área, regularmente constituída há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil.

Parágrafo único . O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz quando entender que não há outra entidade com representatividade adequada para o ajuizamento da demanda coletiva.

Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de dados e informações relativo às mulheres.

Parágrafo único . As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal poderão remeter suas informações criminais para a base de dados do Ministério da Justiça.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de suas competências e nos termos das respectivas leis de diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer dotações orçamentárias específicas, em cada exercício financeiro, para a implementação das medidas estabelecidas nesta Lei.

Art. 40 . As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorrentes dos princípios por ela adotados.

Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.

Anotações:

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