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2010
Stela Ribeiro & Vânia Brito
UAB – UNEB – Licenciatura em Química
Cálculo II
2
Apresentação
O estudo do cálculo diferencial e integral possui uma sequência de conteúdos
interligados sobre o comportamento e estudo de uma função. Tendo sido
contemplado o estudo de limites e derivadas de funções, passamos a ter uma
base para podermos aprofundar mais nessa seqüência de conteúdos. O estudo
da diferencial de funções – cálculo diferencial – está relacionado ao estudo de
taxas de variação de grandezas, derivadas de funções, aproximações e
acúmulo de quantidades, que por sua vez tem grandes aplicações em diversas
áreas como: Física, Economia, Química, etc.
Tendo também conhecido o estudo de derivadas e algumas de suas
aplicações, podemos pensar agora na inversa da derivada de uma função, sua
antiderivada ou sua primitiva, que é a integral de uma função, chegamos então
ao cálculo integral. A integral de uma função tem uma gama de aplicações em
diversas ciências, tendo como um de seus resultados bastante conhecido – o
teorema fundamental do cálculo – que além da interpretação geométrica para
áreas e volumes, é também uma ferramenta poderosa para a resolução de
outros problemas.
Temos alguns nomes de alta relevância que permeiam a teoria do cálculo
integral, dentre eles estão: Newton, Leibniz, Cauchy e Riemann, e como
destaque dessa teoria está o resultado do teorema fundamental do cálculo, que
se baseia em outros teoremas e resultados por eles estudados e concluídos.
Todo o estudo de cálculo tem como base a função, é preciso que o estudante
conheça os conceitos envolvidos na teoria de funções. Começaremos
estudando a diferencial de função de uma variável real, deslumbraremos a
diferencial de funções de mais de uma variável real e poderemos ver as suas
aplicações em problemas diversos. Em seguida, conheceremos a integral
indefinida, com a qual aprenderemos diversas técnicas de resolução diante das
possibilidades de ocorrência de expressões integráveis: funções racionais,
irracionais, trigonométricas, entre outros, portanto será necessário dedicação e
prática. Depois passaremos a observar e aprender o grande valor da integral
definida e suas aplicações. Por fim, estudaremos as integrais impróprias.
3
Assim, este material será a base para que vocês aprofundem seus
conhecimentos sobre o Cálculo diferencial e integral, fazendo um estudo
cuidadoso, resolvendo os exercícios propostos, e consultando as referências
bibliográficas indicadas, assim, com certeza vocês conseguirão êxito nesse
aprendizado. Esperamos que aproveitem ao máximo esse componente
curricular, com dedicação, empenho, e bastante disciplina para vencerem as
atividades propostas nessa modalidade de ensino.
Desejamos um ótimo curso!
Stela Maria Azevedo e Ribeiro
Vânia Gonçalves de Brito dos Santos
4
Sumário
1 Diferencial .......................................................................................................06
1.1 Funções de uma variável real ......................................................................06
1.2 Interpretação geométrica .............................................................................07
1.3 Aplicações ...................................................................................................08
1.4 Funções de duas ou mais variáveis reais ...................................................13
1.5 Derivada para funções de duas ou mais variáveis reais .............................14
1.6 Derivada de ordem superior ........................................................................15
1.7 Diferencial para funções de duas ou mais variáveis reais ..........................16
1.8 Aplicações ...................................................................................................17
2 Integral indefinida ...........................................................................................20
2.1 Propriedades ...............................................................................................23
2.2 Exemplos ...................................................................................................24
2.3 Integrais imediatas ......................................................................................25
2.4 Métodos de substituição ou de mudança de variável .................................27
2.5 Processos gerais de integração ..................................................................28
2.5.1 Integração por partes ...............................................................................28
2.5.2 Integração de funções contendo um trinômio do 2º grau ........................30
2.6 Integração de funções racionais ................................................................37
2.6.1 Integração de funções racionais pelo método de frações parciais .........39
2.7 Integração de funções irracionais ...............................................................47
2.8 Integração de funções trigonométricas .......................................................50
2.9 Integração de funções por substituição trigonométrica ...............................60
3 Integral definida ..............................................................................................66
3.1 Interpretação geométrica .............................................................................66
3.2 Teorema Fundamental do Cálculo ..............................................................69
5
3.3 Propriedades da integral definida ..............................................................72
3.4 Aplicações ..................................................................................................73
3.4.1 Áreas compreendidas entre curvas ........................................................73
3.4.2 Aplicações diversas da integral definida .................................................77
3.4.3 Aplicações de cálculo de volume de sólidos de revolução .....................79
4 Integrais impróprias .......................................................................................84
4.1 Integral imprópria com intervalo infinito ......................................................85
4.2 Um resultado importante: Comparação de integrais impróprias ................91
6
1. Diferencial
Neste capítulo estudaremos o conceito da diferencial de funções, iniciaremos
com funções de uma variável real e depois abordaremos alguns exemplos de
funções de mais de uma variável real. Aprenderemos que a diferencial dy nada
mais é que, uma aproximação melhor do seu crescimento ou decrescimento
.y Portanto, é bastante utilizada em problemas que envolvem aproximação.
1.1 Funções de uma variável real
É comum usarmos o símbolo dx
dy= f‘(x), para representarmos a derivada da
função y = f (x). É importante que entendamos essa fração de numerador dy e
denominador dx como um todo, isto é, como o resultado do limite
dx
dy
x
y
x
0lim .
Há problemas em que é importante dar sentido a dx e dy separadamente e há
situações em que isto é muito útil, como veremos em algumas aplicações do
cálculo integral.
Definição 1.1: Seja f (x) uma função e sejam x e y, variáveis relacionadas por y
= f (x). Então, a diferencial dx é um valor qualquer do domínio de f (x) para o
qual a derivada dx
xfd ))((existe, e a diferencial de dy é definida por
dxdx
dfdx
dx
xdfdy
)(.
7
1.2 Interpretação geométrica
Vejamos a interpretação geométrica da diferencial de uma função f(x) na figura
a seguir, dy é comparado à y , e toma-se a variação em x como dxx :
12
12
yyy
xxx
dxdx
xdfdyy
)( .
Podemos observar uma reta T (em vermelho) tangente à curva f(x) no ponto
P0 = ))(,( 00 xfx . Aplicando o conceito de limite quando x tende para zero, o
acréscimo y tende para a diferencial dy e x tende para a diferencial dx.
Então, quanto menor for x , menor será a diferença entre o acréscimo y e a
diferencial dy.
Assim,
)()(limlim00
xfxxfydyxx
dxyxx
yydy
xx'.limlim
00
ou
8
dxxfdxdx
xdfdy )('
)(
1.3 Aplicações Vamos agora ver alguns exemplos aplicativos ou problemas em que se aplica o
conceito da diferencial de uma função.
Exemplo 1: Se 123)( 2 xxxfy , obter a diferencial dy.
Solução: Primeiro devemos obter a derivada dx
dy, isto é,
.26)123( 2
xdx
xxd
dx
dy
O próximo passo é obter a diferencial dy, sabendo que esta é igual à derivada
dx
dy multiplicada pela diferencial dx, ou seja,
.)26( dxxdy
Em resumo:
26)123()( 2
xdx
xxd
dx
xdf
dx
dy.)26( dxxdy
Exemplo 2: Encontrar o diferencial dy e o crescimento y da função 2xy ,
quando x = 20 e x = 0,1, depois calcule o erro = dyy :
Solução:
.01,0401,4
, 00,41,0.20.2
, 01,4)1,0(1,0.20.2
,2)(
2
222
dy
y
xxxxxxy
9
Exemplo 3: Use diferenciais para estimar a 35 .
Solução: Inicialmente precisamos tomar uma raiz conhecida mais próxima
como referência, nesse caso será 636 , e faz-se
dxxxdxy 1363536 , então fazemos:
dxxfy )('63635 , pois xxfdxxfdyy )(')('
derivando obtemos:
...08333,012
1
6
1.
2
1)1(
36
1.
2
1
36
1.
2
1
dyy
dx
dy
Assim, podemos encontrar 35 por aproximação:
...91666,5...08333,063635 y
Exemplo 4: O raio de uma esfera de aço mede 1,5 cm e sabe-se que o erro
cometido na medição é menor ou igual a 0,1 cm. Estime o erro possível no
cálculo do volume da esfera.
Solução: Bem, precisamos lembrar de que o volume de uma esfera é calculado
a partir do raio é 3
3
4rV . Note-se que, nesse caso, o raio da esfera de aço
terá como medida r = ( r5,1 ) cm, onde r ≤ 0,1cm, portanto,
,5,11,05,13
41,05,1
3
4)5,1(
3
41,05,1
3
4 33333 VVVVV
10
3
2
3
1
322
33223
...6427,2
...01969,32253,0015,04
0003,0015,0225,04
)1,0.(3
1)1,0).(5,1.(3)1,0.()5,1.(34
)5,1()1,0()1,0).(5,1.(3)1,0.()5,1.(35,13
4
cmV
cmV
V
Estimando-se V por ,)(' drrVdV temos que:
443
4)(' 223 drrVrr
dr
d
dr
dVrV
e como cmdrdrr 1,0 , tem-se:
9,01,0.25,2.41,0.5,14422 drrV ,
3 827,2.9,0827,2.9,0 cmVV
que é o erro possível no cálculo do volume da esfera, ou seja,
. 827,2 3cm
Exemplo 5: Calcular um valor aproximado de sen(46°).
Solução: É importante atentar para que
1804)145(46
sensensen ,
podemos então considerar que se pretende calcular um valor
aproximado da função
senxxf )(
11
‘perto’ do ponto 4 . Fazendo
180
x
e
xxxf .cos)('
podemos escrever
.7194,0180
.2
2
2
2
180.
4cos
41804
sensen
Exemplo 5: A densidade de um líquido é determinada pela medida de massa
e volume de uma amostra e usando a equação:
V
m
Em um experimento particular, um estudante encontra m = 6,00 g e V = 8,0
ml. Qual é o erro em (isto é, ), se:
a. V é exatamente 8,0 ml, mas m tem um erro de 0,010 g (isto é, m
= 0,010 g) ?
b. m é exatamente 6,00 g, mas V tem um erro de 0,10 ml (isto é, V
= 0,10 ml) ?
Solução:
a. mdm
d
, então se a variação ocorre em m podemos
tomar V como uma constante: Vdm
d 1
.
12
Portanto: mlgV
m/ 0013,0
0,8
010,0
.
b. A situação agora muda, temos m como constante e uma
variação em V, então:
mlgVV
mV
dV
d/ 0094,010,0.
0,64
00,62
Podemos concluir o seguinte: quando a massa é maior em 0,01 g em
relação a massa verdadeira, a densidade será 0,0013 g/ml maior que a
densidade verdadeira. Se a medida do volume for maior em 0,10 ml que o
volume verdadeiro, a densidade será 0,0094 g/ml menor que a densidade
verdadeira.
VOCÊ SABIA?
O diferencial é um dispositivo mecânico que tem a função de dividir o torque entre dois semi-eixos, produzindo uma compensação entre estes quando um deles sofrer queda na rotação. Distribuindo o torque de forma que independentemente da circunstância em que se encontre as rodas, e a respectiva superfície do solo em cada uma delas, o valor do mesmo seja igual em cada ponto de tração.
(Fonte – http://pt.wikipedia.org/wiki/Diferencial).
Sugestão de atividade
Exercícios propostos
1. Seja 423)( 2 xxxfy , obtenha y, para x = 1 e x = 0,02.
Resposta: 0,0812.
2. Use diferenciais para estimar a 3 28 . Resposta: 3,037.
3. Avalie por diferenciais o )44cos( . Resposta: 0,7194.
4. Use Diferenciais para encontrar o volume aproximado de uma
casca cilíndrica circular Vc , com altura de 6 cm, cujo raio interno
mede 2 cm e possui espessura de 0,1cm.
Resposta: 7,5 cm3.
13
1.4 Funções de duas ou mais variáveis reais
Até então consideramos funções de uma variável real. Mas o que dizer das funções
de duas ou mais variáveis reais? Como podemos estudar o comportamento dessas
funções e como proceder as derivadas ou a diferencial de uma função desse tipo?
Vejamos um exemplo:
Consideremos a fórmula que nos dá a área de um triângulo:
2
.hbA
Como podemos verificar a área de um triângulo depende de duas variáveis
base (b) e altura (h)
Podemos os caracterizar esta função como sendo
2
. ),(
: 2
hbhb
RRA
,
que é uma função de duas variáveis reais.
Definição 1.2: Seja nRD . Uma função real de n variáveis reais é uma
correspondência tal que:
),...,,(),...,,(
:
2121 nn
n
xxxfzxxx
RRDf
em quê:
variáveis independentes: nxxx ,...,, 21
variável dependente: z
14
Observe a função )22(6),( yxyxf , ela depende de duas
variáveis ) e ( yx , 2RD f e, por definição temos:
.3):),(
62)2:),(0)22(6:),(
2
22
xyRyx
xyRyxyxRyxD f
Agora que estamos diante de funções de duas ou mais variáveis, precisamos
aprender o conceito da derivada parcial.
1.5 Derivada para funções de duas ou mais variáveis reais
Definição 1.3: Seja RRDf n : . A derivada parcial de f em relação a xi é a
função:
h
xxxxfxhxxxf
x
f nini
hi
),...,,...,,(),...,,...,,(lim 2121
0
Exemplo 1: Sendo a função 22),( yxyxf uma função de duas variáveis, no
ponto de coordenadas ),( yx , podemos determinar duas derivadas parciais.
Usando as regras de derivação, obtemos:
xxyxx
f202),(
e yyyx
y
f220),(
.
Observe que quando calculamos a derivada parcial em relação a x, consideramos x
variável, e a outra variável restante y consideramos como uma constante.
15
Sugestão de atividade
Exercícios propostos
1. Calcule as derivadas parciais da função .2),,( 22 xyzzyzxyzyxg
2. Determine as derivadas parciais para a função .),,( 222 zyxzyxs
3. Encontre as derivadas parciais da função .33
5),,( 22
3
zyxzyx
zyxh
1.6 Derivadas de ordem superior
Sendo ),...,,( 21 nxxxfz uma função que depende de n variáveis, nxxx ,...,, 21 ,
também ),...,,( 21 n
i
xxxx
z
são funções que dependem das n variáveis nxxx ,...,, 21 .
Assim faz sentido falar em derivadas de ordem superior.
Vamos considerar o caso de uma função que depende de duas variáveis ),( 21 xxg ,
e calculemos todas as derivadas parciais desta função até à ordem 2.
Derivadas de 1ª ordem:
),();,( 21
2
21
1
xxx
gxx
x
g
Derivadas de 2ª ordem:
),(),( 212
1
2
21
11
xxx
gxx
x
g
x
,
16
)1( ),(),( 21
12
2
21
12
xxxx
gxx
x
g
x
,
)1( ),(),( 21
21
2
21
21
xxxx
gxx
x
g
x
e
),(),( 212
2
2
21
22
xxx
gxx
x
g
x
,
onde as equações (1) são designadas derivadas mistas.
De modo similar se definem as derivadas de ordem superior à 2ª.
1.7 Diferencial para funções de duas ou mais variáveis reais
Seja: ),...,,( 21 nxxxfz . Consideremos ),...,,( 21 nxxxx como o
acréscimo nas variáveis independentes nxxx ,...,, 21 . Ao acréscimo
x corresponde o acréscimo z na variável dependente z , sendo:
).()( xfxxfz
Definição 1.4: Seja ),...,,( 21 nxxxfz uma função de n variáveis reais. O vetor de
diferenciais ),...,,( 21 ndxdxdxdx nas variáveis independentes nxxx ,...,, 21 é
definido por dx x , isto é,
nn xdxxdxxdx ,...,, 2211
com x o vetor dos acréscimos nas variáveis independentes.
O diferencial dz , também denominado diferencial total, é definido por:
17
.)(...)()( 2
2
1
1
n
n
dxxx
fdxx
x
fdxx
x
fdz
Observando a definição e sabendo que dzz quando x 0, concluímos que:
.)()()()( dzxfxxfdzxfxxfz
Veja o exemplo: O diferencial para a função ),,,( uzyxfw considerando que
uduzdzydyxdx ,,,
é:
.),,,(),,,(),,,(),,,( duuzyxu
wdzuzyx
z
wdyuzyx
y
wdxuzyx
x
wdw
Você sabia?
A Primeira Lei da Termodinâmica não é uma mera transposição para a
Termodinâmica da abrangente e geral lei da conservação da energia em Física e em
Química. A sua formulação matemática traduz que a variação da energia interna de
um sistema, DU, é igual à soma do calor com o trabalho... Veja em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
40422007000200043
1.8 Aplicações
Vamos observar dois exemplos de cálculo de diferenciais em funções com mais de
uma variável:
Exemplo 1: Dada a função xyyxz 22, determine uma boa aproximação
para o acréscimo da variável dependente quando ),( yx passa de )1,1( para
)02,1; 001,1( .
18
Solução: Uma boa aproximação para o acréscimo ocorrido é dado pela variação de
dzz , então precisamos calcular essa variação:
.021,0
02,0).11.2(001,0).11.2(
]102,1).[1,1(]1001,1).[1,1(
y
f
x
fdz
Exemplo 2: Encontre um valor aproximado para o acréscimo de
yxyxyxf 32),( 2 quando ),( yx varia de )3,2( para )01,3 ;02,2( .
Solução: Vejamos como podemos aplicar diferenciais para encontrar a melhor
aproximação para tal acréscimo.
734)3,2(32),(
1064)3,2(22),(
01,0301,3 ;02,0)2(02,2
y
fxyx
y
f
x
fyxyx
x
f
ydyxdx
então,
27,007,02,001,0.7)02,0.(10
)3,2()3,2(
dy
y
fdx
x
fdff
Exemplo 3: Um cilindro tem raio 2 m e altura igual a 10 m. Qual o erro cometido na
avaliação do volume, se o raio foi medido com um erro provável de 1 cm e a altura
com um erro de 20 cm?
19
Solução: Precisamos usar então a fórmula de volume do cilindro, e calcular a
variação em V (erro do volume) quando ocorrem os erros dados no raio e na altura.
Perceba que o volume V é uma função ),( hRf :
hRV 2
?V
m 01,0cm 1 dr
m 20,0cm 20 dh
Considerando que dVV , temos que:
2
2
Rh
V
RhR
V
dhh
VdR
R
VdV
Substituindo pelos valores dados, obtemos:
2,1
8,04,0
20,0.4.01,0.10.2.2
dV
dV
dV
20
2 Integral indefinida
Neste capítulo aprenderemos como obter uma função conhecendo apenas a sua
derivada. Este problema é chamado de integração indefinida. A palavra indefinida
é usada para indicar que a integral a princípio não tem o intervalo de integração
definido ou explícito, mas está intrínseco que no intervalo pressuposto a função é
contínua e, portanto, integrável. Contudo, o tratamento dado por critérios e
métodos de resolução para integrais indefinidas são os mesmos para integrais
definidas.
Definição 2.1 – Uma função F (x) é chamada uma primitiva da função f (x) no
intervalo I se para todo x I, tem-se:
)()(' xfxF
Muitas vezes não faremos menção ao intervalo I, mas a primitiva de uma função
sempre será definida sobre um intervalo.
Exemplos:
1) Seja 3)( xxf , então
4)(
4xxF é uma primitiva de f em R,
pois )()(' 3 xfxxF . 54
)(4
x
xF é também uma primitiva de f em R,
pois )()(' 3 xfxxF . Na verdade, cx
xF 4
)(4
, para todo c R é
primitiva de f pois )()(' 3 xfxxF .
Podemos generalizar: ( )nx
F x cn
é a primitiva de 1)( nxxf , pois
)()(' 11
xfxn
xnxF n
n
.
21
2) Seja: xxf cos)( , então csenxxF )( , para todo c R é uma primitiva
de f . De fato,
)(cos)(' xfxxF .
3) Seja:
],[0
],[,1)(
bax
baxxf
Não existe função definida por uma única sentença em todo R cuja derivada seja
igual a )(xf . Por outro lado, considere a seguinte função:
bxab
baxax
ax
xF ],[,
,0
)(
)(xF é uma função definida por sentenças que é contínua em todo R e
)()(' xfxF se x (a, b). Logo, )(xF é uma primitiva de f em (a, b).
Em geral, uma função f admite uma infinidade de primitivas sobre um intervalo.
Veja abaixo um esboço gráfico exemplificando as primitivas da função xxf cos)( :
22
Teorema 2.1: Se )( e )( 21 xFxF são duas primitivas de )(xf no intervalo [a,b], então a
diferença entre elas é uma constante.
Demonstração:
constante. logo Assim
em implica que logo
: que temos hipótese, Por Seja
)(,0)('
.0)(')(')(')(')()('
)()('
,).()()(
2121
2
1
21
xGxG
xFxFxFxFxfxF
xfxF
baxFxFxG
Definição 2.2 – Seja: uma primitiva da função f no intervalo I. A expressão
cxF )( , c R é chamada a integral indefinida da função f e é denotada por:
cxFdxxf )()(
Note que
)()('')()()( xfxFcxFcxFdxxf
Em particular
cxfdxxf )()('
Assim como ocorreu no estudo de derivada de uma função, veremos agora as
principais propriedades da integral indefinida.
Você sabia?
O termo integral, como usamos em cálculo, foi cunhado por Johann Bernoulli (1667-
1748) e publicado primeiramente por seu irmão mais velho Jakob Bernoulli (1654 -
1705). Principalmente como uma conseqüência do poder do Teorema Fundamental
do Cálculo de Newton e Leibniz, integrais eram consideradas simplesmente como
derivadas "inversas". A área era uma noção intuitiva, quadraturas que não podiam
( )F x
23
ser encontradas usando o Teorema Fundamental do Cálculo eram aproximadas.
Embora Newton tenha desferido um golpe muito imperfeito sobre a idéia de limite,
ninguém nos séculos XVIII e XIX teve a visão de combinar limites e áreas para
definir a integral matematicamente.
http://www.ufmt.br/icet/matematica/geraldo/histintegral.htm
2.1 Propriedades
Como toda operação envolve propriedades, a integral de funções também é regida
por propriedades operatórias.
Se: 1)()( cxFdxxf e 2)()( cxGdxxg , então, sendo
,0,, aRba temos que:
i. CxGxFdxxgxf )()()()(
Prova: ),()()(')('')()( xgxfxGxFxGxF logo
,)()()()()()( CxGxFdxxgdxxfdxxgxf
21 ccC .
ii. cxFkdxxfk )(.)(.
Prova: Sendo k uma constante real, ),(.)('.')(. xfkxFkxFk
logo
cxFkdxxfkdxxfk )(.)(.)(. , 1.ckc
iii. 1)()( cbxFdxbxf
iv. 1)()( cbxFdxbxf
v. 1)()( cxbFdxxbf
24
vi. 1)(.1
)( caxFa
dxaxf
vii. 1)(.1
)( cbaxFa
dxbaxf
As duas primeiras propriedades foram deduzidas acima. Das cinco propriedades
restantes, as quatro primeiras são conseqüências imediatas da última, então
deduziremos esta última.
Prova da propriedade (vii): Por hipótese,
).()(' xfxF
Logo ),(.)').(('')( baxfabaxbaxFbaxF de onde
).()(.1
' )(.1
baxfbaxafa
baxFa
Portanto, 1)(.1
)( cbaxFa
dxbaxf .
2.2 Exemplos
1. .cedxe xx Logo,
a. cedxe xx 55
b. cedxe xx 22
c. cedxe xx 33 .
3
1
2. Calcule xdxtg 2:
Nesse exemplo precisamos recordar a seguinte relação trigonométrica:
25
1sec1sec 2222 xxtgxtgx , assim podemos substituir na
integral:
cxtgxdxxdxdxxxdxtg 222 sec1sec .
3. Calcule: x
dx.
Lembrando de que a derivada de ' 1 1
ln .lnx ex x
, então
cxx
dx ln ,
observe que foi inserido o módulo (valor absoluto) no logaritmando para
garantir a existência do logaritmo, pois por definição da função logarítmica, só
existe logaritmo para valores positivos ( 0x ).
2.3 Integrais Imediatas
Segue abaixo uma lista com as principais integrais imediatas:
1) -1n para 1
)'1
(11
n
xdxxx
n
x nnn
n
2) cxx
dx
xx ln
1)'(ln
3) cedxeee xxxx )'(
4) cxdxxx cossen)sen()'cos(
5) (sen ) ' cos cos senx xdx c
26
6) ctgxdxdxtgx 22 secsec)'(
7) 2 2( cot ) ' ( cos ) cos cotgx sec x sec xdx gx c
8) cxxtgxdxxtgxx secsecsec)'(sec
9)
carcsenxx
dx
xarcsenx
22 11
1)'(
10)
carctgxx
dx
xarctgx
22 11
1)'(
Veja a aplicação dessas integrais imediatas nos exemplos a seguir:
a) cxxdxdxxdxxx cos3
2sen)sen( 2321
b)
ctgxxdxx
x
dxdx
xx
dxdx
xxln sec
cos
1
cos
11 2
22
c)
cx
cx
dxxx
dx
2
1
2
23
3
d) cxxdxdxxx
dxx
xcos2sen2
cos
cossen2
cos
2sen
e)
ctgxxxdxdxxdxx
dxdxx
xx 2secseccos
1
cos
seccos
A partir de agora, passaremos a estudar os métodos de resolução de uma integral,
abordaremos critérios, artifícios algébricos, que têm por objetivo fazer a integral
estudada se tornar uma integral fácil de resolver ou imediata. Será necessário
observar os detalhes envolvidos nesses métodos ou critérios, as características dos
tipos de integral relacionadas ao método de resolução, e muita prática.
27
2.4 Método da substituição ou da mudança de variável
Seja: )(xF a primitiva de )(xf e )(xg uma função tal que FDxg ))(Im( . Assim,
podemos definir Fog e
)('))(()(')).(('')( xgxgfxgxgFxFog
Então: ))(( xgF é uma primitiva de )('))(( xgxgf , assim:
cxgFdxxgxgf ))(()('))((
Fazendo )(xgu então dxxgdu )('
Exemplos:
a)2
2
1
xdx I
x
Com a substituição: xdxduxu 21 2
2ln ln 1du
I u k x ku
b) cos 2xdx I
Com a substituição: 2
22dt
dxdtdxtx .
1 1 sen 2cos cos sen
2 2 2 2
dt xI t tdt t c c
c)3 4
dxI
x
28
Com a substituição: 3
43dt
dxtx
1 1 1 1ln ln 3 4
3 3 3 3
dx dtI t c x c
t t
d) 4 2 21 1 ( )
xdx xdxI
x x
Com a substituição: 2
2 dtxdxtx
2
2 2
1 1 1 1. ( )
1 2 2 1 2 2
dt dtI arc tg t c arctg x c
t t
e)
.0 ,22
aax
dx Essa integral é imediata.
f) 216 x
dx. Nessa integral basta fazer uma substituição.
g) xx
dx22 cos3sen2
. Nessa integral, que processo você usaria?
2.5 Processos gerais de integração
Além da substituição ou mudança de variável, existem outros métodos de
integração apropriados para situações que exigem um pouco mais de artifícios
algébricos, a seguir aprenderemos sobre esses outros métodos que se
adequam a tais situações.
2.5.1 Integração por partes
Sejam )( e )( xgxf duas funções deriváveis num mesmo intervalo I. Então
29
)().(')(')(' )().( xgxfxgxfxgxf
)()('' )()()(')( xgxfxgxfxgxf
dxxgxfdxxgxfdxxgxf )()('' )()()(')(
dxxgxfxgxfdxxgxf )()(')()()(')(
( ) ( )
'( ) '( )
u f x v g x
du f x dx dv g x dx
vduuvudv
Exemplos:
2
2
sec ln sec
sec
a)
x x dx x tgx tgx dx x tgx x c
u x du dx
dv x dx v tgx
1ln ln ln ln (ln 1)
1ln
b)
du dx
x dx x x x dx x x dx x x x c x x cx
u xx
dv dx v x
Agora tente resolver as integrais indefinidas a seguir:
a) dxxx ln
b) senxdxx2
c) xdxtgarc
30
d) xdx lncos
e) dxx)1ln(
f) senxdxx )1( 2
g) dxxsen
x2
h) dxex x )41(35
i)
dxx
xtgarcx
21
)(
2.5.2 Integração de funções contendo um trinômio de 2º grau
Considere o seguinte tipo de integral:
cbxax
dxA
2
O processo para calcular essa integral consiste em transformar o trinômio
cbxax 2 numa soma ou diferença de quadrados.
Observe os seguintes exemplos:
2222
2222
)14()2(14)2(104
2)3(4)3(136
xxxx
xxxx
31
Vejamos
.4
4)(
1
.
4)(
1
4
4)(
1
4
4)(
1
44
1
)(
2
2
2
22
2
2
2
22
2
22
2
2
2
222
2
ak
a
bxt
aa
bx
dx
acbxax
dx
aa
bx
dx
a
a
acb
a
bx
dx
a
a
bac
a
bx
dx
a
a
b
a
c
a
bx
a
bx
dx
a
a
cx
a
bxa
dx
cbxax
dxA
e fazendo e Assim
Integrais do tipo A são imediatas, ou seja, são tabeladas:
. 1
22c
a
xtgarc
axa
dx
cax
ax
aax
dx
ln2
122
c
ax
ax
axa
dxln
2
122
222
1
kt
dt
acbxax
dx
32
Exemplos:
2 2
2 2
4 2 ( 2) 2
2
1 2 1 2 2ln
( 2) 2 2 2 2 2 ln 2 2
a)
Fazendo
temos que:
dx dxI
x x x
x t dx dt
dt t x I c c
t t x
2 2 22 2
22
1 1
2 8 20 2 2( 4 10) 2 ( 2) 6( 6)
2
1 1 1 2
2 6 6 2 6 66
b)
Fazendo
temos que:
dx dt dx dxI
x x x x xt
x t dx dt
dt t xI arc tg c arc tg c
t
Existem também integrais do tipo:
2axbxc
dxB e
cbxax
dx
2 C
Procedendo com o mesmo raciocínio anterior, chegamos a algumas destas integrais
imediatas:
ca
xarc
xa
dxsen
22
caxxax
dx)ln( 22
22
33
Exemplos:
2 2
22
2
2 2 1 1
1 , :
ln 1 ln 1 1 11
a)
Fazendo temos que
dx dxI
x x x
x t dx dt
dtI t t c x x c
t
2 22
2 2 2
15 2 2 15 1 16
1 ,
1
4 4416 1
b)
Fazendo temos que:
dx dx dxI
x x x x x
x t dx dt
dx dx t xI arc sen c arc sen c
tx
2 22
2
2
173 2 3 23 2
4
3 / 2 ,
2 3 2
17 2 1717
2
c)
Fazendo temos que:
dx dx dxI
x x x xx
x t dx dt
xdx tI arc sen c arc sen c
t
Vamos estudar agora integrais do tipo:
.
22cbxax
BAxdx
cbxax
BAx E e D
34
O processo de resolução dessas integrais consiste em transformar o binômio
BAx na derivada do trinômio .2 cbxax Observe o exemplo:
.
xx
x
xx
x )x(x
. e QP xQPPx-xQ)xP(
x)dxx()'x(xxx
x
52
4222
1
52
3422
2
13
42
1322322
3225252
3
22
2
2
Logo . Assim
:que maneira de
reescrever queremos, Como . Seja
Generalizando temos que:
2 2 2
2
22 2 2 .
( ) ' (2 ) (2 )
22
2
Pois,
A Abax b BP ax b QAx B a aC
ax bx c ax bx c ax bx c
ax bx c ax b dx Ax B P ax b Q
AP
aPax Pb Q
AbQ B
a
Portanto,
2 2
2 2
2
22 2
22 2
2
2 2
A Abax b B -
Ax B a aD dx dxax bx c ax bx c
A Abax b B
a adx dxax bx c ax bx c
ax bA Abdx B
a ax bx c a
2
dx
ax bx c
35
Veja um exemplo do tipo D:
Fazendo as seguintes mudanças de variáveis:
dxduxu 1 e
dxxdtxxt )22(522 e completando o quadrado temos:
4)1(52 22 xxx , então temos:
Cx
tgarcxx
Cu
tgarctu
du
t
dtI
2
1
2
1452ln
2
1
22
14ln
2
1
24
2
1
2
22
Sugestão de atividade
Calcule as seguintes integrais:
Usando o mesmo raciocínio anterior para integrais do tipo D, temos que:
; )(-
-a
Ab e B
.a
A
Ix
dx
t
dt
xx
dxdx
xx
xdx
xx
x
dxxx
xa
42
213
22
1
12
1
2
4)1(2
1
524
52
22
2
1
52
4222
1
52
3)
2
2222
dx
xx
x
dxxx
x
342
5
24
13
2
2
b)
a)
2 2 2
2
2 2E
ax bAx B A Ab dxdx B
a aax bx c ax bx c ax bx c
36
Vejamos o exemplo:
Agora tente fazer o mesmo nas integrais:
12
53
342
5
2
xx
dxx
xx
dxx
b)
a)
Você sabia?
Existem muitos programas que solucionam integrais, entre eles está o Mathematica,
bastante utilizado no meio acadêmico. Que tal experimentar uma de suas versões:
calcule uma integral usando o Mathematica (este software não é free):
http://integrals.wolfram.com/index.jsp
1
2 2 2 2
1
21
22
1
2
6 6 1 6 5 1 1 6 5)
3 5 6 3 5 6 3 5 6 3 5 6
6 6( 5)1 6 1
2 2.3 2 2.3
5 253 5 63 ( ) 2
6 36
e
x x x dxa dx dx I
x x x x x x x x
A AbB
a a
dt dx dxI t dt
t x xx
t dt
2
2
2
2 2
11 2
222
2
2
5 473 ( )
6 36
3 5 6 (6 5)
5 47 53 5 6 ( )
6 36 6
1 1 47ln
1 363 37( ) 2
6
Fazendo e completando o quadrado temos que :
e fazendo
dxI
x
t x x dt x dx
x x x u x du dx
dx tI t dt u u
u
2 212 3 5 6 ln 6 5 3 5 6
3
C
x x x x x C
37
2.6 Integração de funções racionais
Algumas funções apresentam-se sob a forma racional, isto é, razão entre duas
funções, para essas também existem processos de integração adequados. Vejamos
primeiro algumas definições importantes.
Definições:
1) Uma função polinomial de grau n é uma função da forma
.0 e ,,....,, que tal.....)( 01101
1
1
nnn
n
n
n
n aaaaaaxaxaxaxf
2) Uma função racional é uma função da forma )( e )( onde )(
)()( xqxp
xq
xpxf ,
são funções polinomiais e .0)( xq
Uma função racional )(
)()(
xq
xpxf pode ser:
i) Própria se grau de .q(x) degrau )( xp
ii) Imprópria se grau de .)( degrau )( xqxp
Exemplos:
1
583)(;
4
2;
52
3)(
2
24
35
5
6
4
x
xxxxf
xxx
xf(x)
xx
xxf c) b) a)
Toda função racional imprópria pode ser transformada em uma soma em que uma
das parcelas é um polinômio e a outra uma função racional própria.
38
Exemplos:
1
782
1
583)(
4
241
4
2)(
2
2
2
24
35
3
35
5
x
xx
x
xxxxg
xxx
xx
xxx
xxf
b)
a)
Portanto nos deteremos apenas ao estudo dos casos de integração das funções
racionais próprias.
Casos particulares:
2
1
)(
1)()
lnln)
11
ndxdtaxt
Cn
axAC
n
tA
t
dtAdx
ax
AII
dxdtaxt
CaxACtAt
dtAdx
ax
AI
nn
nn
; fazer basta
Fazendo
. dx
qpxx
BAxIII
2)
dxdtxt
Cx
Cx
t
dt
x
dxa
5
)5(2
1
15
)5(22
)5(
2)
4
15
55
fazer basta
:Exemplo
39
2.6.1 Integração de funções racionais pelo método de frações parciais
Esse método consiste em escrever uma função racional própria como soma de frações
parciais que dependem, principalmente, da fatoração do denominador da função racional
em .
Seja e onde 0)()()(
)()( xqxp
xq
xpxf são funções polinomiais cujo
)()( xqxpgrau .
1º CASO: Se todas as raízes de )(xq são reais e simples (isto é, distintas duas a duas).
Neste caso, seja naaa ,.....,, 21 as raízes de )(xq . Então
n
n
n
n
nn
nn
ax
A
ax
A
ax
A
ax
A
ax
axaxaxaxax
xp
xqgrauaxaxaxaxaxNxq
1
1
3
3
2
2
1
1
)1321
1321
.....A
))().....()()((
)(f(x)
en )( , )).()........().().(.()(
Exemplos:
)3()1(13
31)1)(3(
13
34
13
34
13)
21
21
2
2
xAxAx
x
A
x
A
xx
x
xx
x
dxxx
xa
40
C
x
xCxx
x
dx
x
dxdx
xx
x
xxxx
x
AAx
AAx
4
12
2
11
22
)1(
3ln43ln1ln4
3134
13
3
1
1
4
34
13
4)13(83
1)31(21
4
e , Assim
para
para
2
172172
221
2
1210
).1()2()2)(1(167
21)2)(1(
167
23
167)
2
2
23
2
CCx
BBx
AAx
xCxxBxxxAxx
dxx
C
x
B
x
Adx
xxx
xxdx
xxx
xxb
para
para
para
:C e B A,doDeterminan
Cxx
x
Cxxxx
dx
x
dx
x
dxdx
xxx
xx
22
17
1ln
2ln2
171ln2ln
2
1
22
17
12
2
1
23
16723
2
Sugestão de atividade
Exercícios propostos:
xxx
dxx
xxx
xdx
45
)125(
)5)(3)(1(
23
3
b)
a)
41
2º CASO: Se todas as raízes de )(xq são reais. Neste caso, seja nn aaaa ,,......,, 121
as raízes de )(xq com multiplicidade nn mmmm ,,.....,, 121 . Então
nn m
n
m
n
mmaxaxaxaxMxq )().......()()()( 121
121
onde o
nn m
n
m
n
mmaxaxaxax
xpxf
)()...()()(
)()(
121
121
, podemos então reescrever
f (x) através das frações parciais:
n
n
m
n
m
nn
m
m
m
m
ax
K
ax
K
ax
K
ax
B
ax
B
ax
B
ax
A
ax
A
ax
Axf
)(...
)()(...
...)(
...)()()(
...)()(
)(
2
21
2
2
2
2
2
1
1
2
1
2
1
1
2
2
1
1
.......)( 121 nn mmmmxqgrau
42
Exemplos:
C 2-x
3
2-x
3-xln 4
:variável de mudanças as Fazendo
4A0 xpara
para
para
Cs
xx
s
ds
t
dt
t
dt
x
dx
x
dx
x
dxI
dxdsx-sdtdxtx
Cx
Bx
xCxBxxAx
x
C
x
B
x
A
xx
x
xxxxx
Idxx
C
x
Bdx
x
A
xxx
dxxa
1
33ln42ln4
4343
4)2(
32
4
3;2
43
32
)2()3()3)(2(1
3)2(2)3()2(
1
)3()2(12167
3)2(212167
)1()
1
22
2
22
223
223
Cxx
x
Cx
xxx
dx
x
dxI
Bx
Ax
Cx
Cx)Bx(x)A(xx
Idxx
C
x
B
x
A
xx
dxx
xxx
dxx
xxx
dxxb
2
3)2(ln
2
32ln2ln2
)2(3
2
228
)2(2)2(
)8(
)44(
)8(
44
)8()
2
2
2
2
22223
2x
dx2
logo,
21 para
20 para
32 para
:C e B A,doDeterminan
43
Sugestão de atividade
Calcule as integrais:
3872
)73()
)2()1()
23
2
2
xxx
dxxxb
xx
dxa
3º CASO: Consideremos uma função racional cujo denominador contém fatores
lineares e/ou de 2º grau irredutíveis, e estes últimos, sem repetições.
)(
....)()()(
...)()(
...)(
...)()()(
...)()(
))...()(()...()()(
)()(
)...(
)....)(()...()()()())
)()(
2
22
2
22
11
2
11
2
2
1
1
2
2
2
2
22
2
21
1
1
2
1
12
1
11
2
22
2
11
2
21
2
22
2
11
2
21
2
2
1
1
21
21
tt
tt
k
n
nk
n
n
n
n
k
k
k
k
tt
k
n
kk
tt
k
n
kk
cxbx
CxB
cxbx
CxB
cxbx
CxB
ax
A
ax
A
ax
A
ax
A
ax
A
ax
A
ax
A
ax
A
ax
A
cxbxcxbxcxbxaxaxax
xpxf
cxbx
cxbxcxbxaxaxaxxqxq
xpxf
n
n
n
n
então
onde
44
Exemplo:
Carctgxxx
x
dx
x
xdx
x
dx
x
dxx
x
dxI
BCBAx
CCAx
AAx
xCBxxAx
Idxx
CBx
x
A
xx
xdx
xxx
xdx
2
11ln
4
11ln
2
1
12
1
12
1
12
1
1
)1(
2
1
12
1
2
12221'1
2
100
2
1211
)1)(()1(
)1()1()1)(1(1
2
222
2
2223
Para
a)
Sugestão de atividade
Calcule as integrais:
dxxxx
x
44
7323
a)
dxx
xc
416
168)
45
4º CASO: Consideremos uma função racional cujo denominador contém fatores
lineares e/ou de 2º grau irredutíveis, e estes últimos com repetições.
t
tt
n
n
n
n
s
tt
tsts
tt
tt
tt
tt
s
ss
s
ss
k
n
nk
n
n
n
n
k
k
k
k
tt
k
n
kk
s
tt
ssk
n
kk
cxbx
CxB
cxbx
CxB
cxbx
CxB
cxbx
CxB
cxbx
CxB
cxbx
CxB
cxbx
CxB
cxbx
CxB
cxbx
CxB
ax
A
ax
A
ax
A
ax
A
ax
A
ax
A
ax
A
ax
A
ax
A
cxbxcxbxcxbxaxaxax
xpxf
cxbx
cxbxcxbxaxaxaxxqxq
xpxf
)()()(
...)(
...)()(
...)(
....)()(
...)(
.....)()(
...)(
....)()()(
.......)()(
))...()(()...()()(
)()(
)...(
....)()()...()()()())
)()(
222
22
2
11
22
2
22
2
22
2
2222
22
2
2121
11
2
11
2
11
2
1212
11
2
1111
2
2
1
1
2
2
2
2
22
2
21
1
1
2
1
12
1
11
2
22
2
11
2
21
2
22
2
11
2
21
2
22
1
11
2
2
1
1
21
2
2121
...
então
onde
46
Exemplos:
dtdxxtx
Cx
xxt
dt
t
dt
x
dx
x
dxx
x
dxx
x
dxI
EC
DDBA
BBA
AxECxDBAxCxBA
xExDxxCxBxxA
xExDxxCxBxA
Idxx
EDxdx
x
CBx
x
Adxdx
x
EDx
x
CBx
x
A
xxx
dx
Fazendo
0C e 1A
0E
a)
21
)1(2
11ln
2
1ln
2
1
2
1
)1(12
1
0
102
10
221
121
111
)1(1112
2
2
2
2222
234
324
222
22222235
11/9C
11/9B 2
... b)
9/7224
9/1222
3/4324
0
2_422
...24232
1122232
2
2122121
232
23424
22224
22
222222
24
AECA
CEDCB
DDcBA
CB
BA
ECAxEDCB
xDCBAxCBxBAxx
xEDxxxCBxxAxx
Idxx
EDx
dxx
CBxdx
x
Adx
x
EDx
x
CBx
x
A
xx
dxxx
47
2222
22
22
12
22
22
12222
122
222
2
9/227
2
2
22
2
222222
222222
102
32
9
223
1
2322
1
4
1
.3
4
24
21.2.2
32.2
1.2.2
2
3
4
23
4
2
12
32
12
23
5
)2(9
6421ln
9
1
23
5
)2(9
642ln
8
111ln
9
7
223
1
3
4
)2(33
4
)2(
1
3
2
22
1
9
112ln
18
111ln
9
7
(**))2(3
4
)2(
2
3
2
29
11
2
2
18
11
19
7
)2(
1)2(2/1
3
4
2
1)2(2/1
9
7
)2(
1
3
4
2
1
9
11
19
7
xx
dxx
x
dx
Cx
tgarcx
xC
xtgarc
x
x
x
dxxx
x
dx
ax
dx
na
n
na
axx
ax
dx
Cx
tgarcx
xxx
Cx
tgarcx
xxx
Cx
tgarcx
x
x
xtgarcxx
x
dxdx
x
x
x
dx
x
x
x
dx
x
xdx
x
xdx
x
xdx
x
x
x
dxI
n
n
b) 1x
a) :Exercícios
3
4-
x
dx
3
4-
2
2.7 Integração de funções irracionais
Algumas funções apresentam-se sob a forma irracional, isto é, com radicais ou
expoentes fracionários irredutíveis, para esses também existem processos de
resolução adequados. Veremos os casos mais freqüentes.
48
1º CASO:
1 2 1 2
1 2 1 2, , ,....., , , ,.....,
i i
Seja I R onde .R indica apenas
funções racionais e m ,n são números inteiros.
O cálculo de integrais como esta consist
s s
s s
m mm m m m
n nn n n nx x x x dx x x x x
,...., ),1
e em uma mudança de variável do tipo x
onde (n para transformar a integral dada em uma integral de função racional.
k
s
t
k mmc n
Exemplo:
Cx
xxx
Ct
tt
ttt
dttdxtxmmc
Cdtt
tttdtt
tdt
t
ttdx
x
xdx
x
xa
1
1x3lnx
357 6
1
1 ln
2
1
357 6
66)2,3(
1
116
16
1
6
11
)
6
66
6 36 56 7
357
56
2
246
2
8
2
53
3
1
2
1
3
dttdxtxmmc
Cx
Ct
dttdtt
ttdt
t
tttdx
x
xxb
34
4 554
4532
4
4
44)4,2(
5
4
5
44
14
1
4
1)
2º CASO:
Seja I dxdcx
bax
dcx
bax
dcx
baxx
s
s
n
m
n
m
n
m
1
2
2
1
1
,...,,,R , onde
s
s
n
m
n
m
n
m
dcx
bax
dcx
bax
dcx
baxx
1
2
2
1
1
,...,,,R indica apenas funções racionais, a,b,c e d são
números reais e ii nm , , são números inteiros.
49
O cálculo de integrais como esta consiste em uma mudança de variável do tipo
ktdcx
bax
, onde ),...,,( 21 snnnmmck , para transformar a integral dada numa integral
de função racional.
Você sabia?
CUBO MÁGICO - Fridrich decifrou pela primeira vez as faces coloridas do cubo em
1981, quando era uma adolescente vivendo numa cidade tcheca mineradora de
carvão. Fridrich, autodidata em cálculo diferencial e integral, esboçou a solução para
o cubo mágico em um caderno surrado antes mesmo de possuir o brinquedo. Em
conferências acadêmicas, Fridrich, 44, professora de engenharia elétrica, é
freqüentemente desafiada a resolver o cubo na hora. Ela lida com e-mails de
meninos de 13 anos do Japão e já inspirou inúmeros vídeos no YouTube de
entusiastas do cubo que repetem seu método, propagado pela Internet no final dos
anos 1990, quando o quebra-cabeça ressurgiu.
Exemplo:
Cxxx
Cttt
t
dtdttI
dttdxt
xxtmmc
Idtt
tt
dtt
tt
dtt
tt
dtt
tt
dtt
xx
dx
Cxtgarc
Cttgarctt
dtdtdt
tdt
t
t
t
dtttI
tx
dttdxtx
Idxx
x
132ln33232
3231ln33
2
3
113
32
3326)2,3(
1
113
13
13
33
3232
12
221
221
112
12
1
2.
1
21
1
6
1
6
13
12
56
6
2
3
5
34
5
2
16
3
26
5
3 2
222
2
2
2
b)
1-x2
Fazendo
a)
50
Sugestão de atividade
Exercícios:
21
1
32
3
x
dx
x
x
xxx
dxx
b)
a)
2.8 Integração de funções trigonométricas
(I) - Substituição universal (II) - Funções envolvendo potências de seno e cosseno
(III) - Funções do tipo . sen). (cosou cos). (sen xxfxxf
.,2
cos
t1
dt 2dx 2
22
2
coscos1
.cos,
2
tx
tgsenxx
arc tg txttgarcx
t x
tg
t x
tg
xsen x
dx
xsenx
dx
sen x
dx
RdxxxsenR
de portanto e de função em e exprimir possível É
:que Observe
racional. integral
numa dada integral a transforma que , é que ,universal" ãosubstituiç"
chamada ãosubstituiç uma mediante resolvidas são estas como Integrais
; ; :Exemplos
racional função uma indica onde Seja-(I)
51
2/
2/
2/cos
2/1
2/cos/2/
2/
2/
2/
2/
2/
2/
2/
2/
2/cos
2/cos2/
2/cos
2/cos.2/2
2/2/
2/2/
2/cos2/
2/cos.2/2
2/2/2/cos.2/2
Bcos22A
2
2
2
2
2
22
2
2
2
22
2
2
x
x
x
xsen
xxsen
x
xsen
x
x
x
xsen
x
x
x
xxsen
x
xxsen
xsenx
xsenx
xxsen
xxsen
xsenxxxxsensen x
sensensen
2
2
22
2
22
2
2
2
2
2
tg1
tg-1
coscos
cos
coscos
cos
cos
cos
coscos
coscos2
Concluímos então que:
21
21cos
21
222
2
2 x/tg
x/-tg x
x/ tg
x/ tg sen x
2
2
22
2
22
2
2
2
2
2
2
2
22
1
1cos
1
.2
1
.22
2/1ln
1ln1
1
121
1
2
1
1
1
21
1
2
cos1
1
1cos
1
2
1
2
t x/2tg
t
t-(x),
t
tsen(x)
t
dt dxt )tg(x/
Cxtg
Ctt
dt
t
ttt
t
dt
t
t
t
t
t
dt
(x)-sen(x)
dx
t
tx
t
t ; senx
t
dtdx
e onde
a)
:Exemplos
e
: que temos fazendo Portanto
52
Cxarctg
xtgCtarctg
tt
dt
t
dtI
DBCA
tt
tDCttBttA
t
DCt
t
B
t
A
tt
t
dtdxxtarctgxtgt
Itt
dtt
ttt
dtt
t
dt
t
tt
t
xsen
dxxsenb
)2/(.21)2/(
2)(.2
1
2
12
1
12
14
2/1,1,0
1.1
111.1
1111.1
1
1
22/)()2/(
1.1
.
112
.4
1
.2.
1
21
1
2
)(1
)()
22
22
22
2222
2
22222
2
2
(II) No caso em que tivermos nmxxR mn e com sen,cos inteiros, iremos
considerar três situações distintas:
(i) Para nm e inteiros pares, com pelos menos um deles negativos. Nesse caso
faremos uso da substituição 21
)(ttg(x)t
dtdxxarctgx
e
escreveremos (x)(x) e sen 22 cos em função de t para transformar as
integrais dadas em integrais de funções racionais.
53
CarctgxCtarctgt
arctgt
dt
t
dtI
D
BCAtt
tDCttBAt
t
DCt
t
BAt
tt
t
Idtt
DCt
t
BAtdt
tt
t
t
dt
t
t
t
t
x
dxxsen
Cxtg
Ct
t
dt
t
dt
t
t
t
xsen
dxx
t
t
t
t
txxsen
(x)tg(x)
xxtg
xxtg
x
x
xx
xsenxxsen
e
b)
a)
:Exemplos
-1
222
2
212
1
2,021
12
2121
.21
.211
.
11
1
)(cos1
).(
1
31.
1
1
1
)(
).(cos
1t
t (x)sen
11
11
1
1)(cos1)(
1t
1(x)cos
1
1cos
)(cos
11)(
1)(cos
1)(
)(cos
)(cos
)(cos
1
)(cos
)()(cos1)(
22
22
22
2222
2
2222
2
2
2
2
2
2
2
2
3
3
422
2
2
2
4
2
2
22
2
2
2
2
2
22
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
22
222
Integrais do tipo dxxgRdxxtgR .cot e .)( são também resolvidas mediante as
substituições:
54
Cgxgxgx
Cttt
dtt
ttttdt
t
tdxxgb
CxtgxtgCttt
dtt
t
dtI
CBACBttAtt
CBtA
t
t
Idtt
CBt
t
A
t
dtt
t
dtdx
xgarcxtarctgxtg(x)
(x) 6
cotg-
6
t-
t-1t-1t-1
t-1t-1
t1
tg(x)-1
tg(x)1a)
:Exemplos
e
6
6
224
224
2
35
2
77
22
2
2
22
222
22
cot1ln2
)(cot
4
)(cot)(
1ln24
.1
.1
).(cot)
)(1ln2
1)(1ln1ln
2
11ln
1
.
1
0,11111
1
.111
1
1..
t1
dtdx)(cottcotg(x)
1t
dtdx)(t
Sugestão de atividade
Exercícios propostos:
)()()
1
22 xtgxsen
dxb
tg(x)-
dxa)
Consulte também: http://www.dmat.ufba.br/mat042/aula7/aula7.htm
55
(ii) Seja nmdxxx nm e onde )(sen).(cos são inteiros e pelos menos um
deles é ímpar, sem perda de generalidade suponhamos que
.12 pm Nesse caso fazemos a seguinte substituição:
(2 1) 2
2 2
cos ( ). ( ) . cos ( ). ( ) . (cos ( )) .cos( ). ( ) .
(1 ( )) .cos( ). ( ) . (1 ) . .
( ) cos( ).
Fazendo
m n p n p n
p n p n
x sen x dx x sen x dx x x sen x dx
sen x x sen x dx t t dt I
sen x t x dx d
2 1 2cos ( ). ( ) . cos ( ). ( ) . cos ( ) .(cos ( )) . ( ) .
cos ( ) . 1 co
daí é fácil de ser resolvida.
Ou pode ocorrer a seguinte situação:
pn m n n p
n p
t
I
x sen x dx x sen x dx x x sen x dx
x
2 2
1
1
2 25 2 2 2 2
s ( ) . ( ) . (1 ) .
( ) ( ).
( ). ( ). cos ( ) ( ) ( ) cos ( ) 1 cos ( ) ( )2
Fazendo os
daí também é uma integral fácil de ser resolvida.
Exemplos:
a) cos
pn px sen x dx t t dt I
c x t sen x dx dt
I
x sen x dx x sen x sen x dx x x sen x d
2 2
2 2 4 2
3 5 7
1 4
cos( ) ( ). ,
43 5 7
2 - t
Fazendo obtemos:
x
t dt t t t dt
x t sen x dx dt
t t tC
3 5 7cos cos ( ) cos ( )4
3 5 7
x x x
C
56
Cxsenxsen
dtt
dxxtsen(x)
dxxsenxdxxsenxxdxxsenx
6
)(
4
)(
.).cos(
).().().().cos().().().(
645
333
3
223
t
Fazendo
cos(x)sen1-coscosb)
(iii) Quando m,n são pares não negativos. Nesse caso fazemos uso das
identidades trigonométricas:
.2
2cos1cos
2cos1cos2
cos12cos2coscos
cos2cos
2
2
222
22
x)((x)
x)((x)
(x)x)((x)senx)((x)
(x)sen(x)x)(
De maneira análoga temos que: 2
2cos12 x)((x)sen
.
Assim, transformamos as integrais dadas em integrais de funções racionais.
22
22
4
)2(cos2cos
2
1
4
1
.4
2cos2cos21
2
2cos1coscos
2
22224
dudtut e
dtt dxx
.dxx
.dxx)(dx
dxx)(x)(
dx.x)(
.dx(x)(x).dx
Fazendo
a)
:Exemplo
57
.
32
4
4
2
8
3
cos16
1cos
4
1
4
12cos
16
1cos
4
1
4
1.
2
2cos1
8
1cos
4
1
4
1
cos8
1cos
4
1
4
1 2
Cx)sen(x)sen(x
).du(udt.dt(t)dx).dtt(
dt.dt(t)dxdtt)(
.dt(t)dx
(t).dt.dx(t)dxI
32
1
16
1
Agora, usando o raciocínio do exemplo anterior, tente resolver a seguinte
integral: (x)).dx(x)).(sen( 42cos
(III) Sejam n(bx).dx sen(ax).se(bx).dx , sen(ax). cos e x).dx(ax).sen(bcos , com .ba
Para resolvermos integrais desses tipos, vamos primeiro relembrar de algumas
relações trigonométricas importantes:
)cos().sen(2)sen()sen()()(
)cos()sen()cos().sen()sen( )(
)cos()sen()cos().sen()sen( )(
bxaxbxaxbxaxba
axbxbxaxbxaxb
axbxbxaxbxaxa
2
bx)sen(axbx)sen(axs(bx)sen(ax).co
58
)cos().cos(2)cos()cos()()(
)sen()sen()cos().cos()(co )(
)sen()sen()cos().cos()cos( )(
bxaxbxaxbxaxdc
bxaxbxaxbxaxsd
bxaxbxaxbxaxc
)().(2)cos()cos()()( bsenaxsenbxaxbxaxdc
Usando as relações acima temos que:
.dxb)x(ab)x(an(bx).dxsen(ax).se
.dxb)x(ab)x(a(bx).dx (ax).
.dxb)xsen(ab)xsen(a(ax).dxsen(ax).
coscos2
1
coscos2
1coscos
2
1cos
Exemplos:
2
bx)cos(axbx)cos(axs(bx)cos(ax).co
2
bx)cos(axbx)cos(axn(bx)sen(ax).se
59
Cxx
dxxsendxxsendxxxsenc
Cxsenxsen
dxxdxxdxxsenxsen
Cxsenxsen
Cxsenxsen
(x)(-x) -sen(x) eex(-x) , sdu
dxux , dt
dxtx
duudttdxxdxxcoxdxxx
2
)cos(
10
)5cos().(
2
1)5(
2
1).2cos().3()
22
)11(
6
)3().11cos(
2
1)3cos(
2
1.)4().7(
10
)5(
22
)11(
10
)5(
22
)11(
coscos5
511
11
).cos(10
1).cos(
22
1).5cos(
2
1).11(
2
1.)8cos().3cos(
b)
Fazendo
a)
Sugestão de atividade
dxxsenxsenb
x).dx(
)3().5()
2seca)
:Exercícios
Veja tabela de integrais trigonométricas:
http://wapedia.mobi/pt/Lista_de_integrais_de_fun%C3%A7%C3%B5es_trigonom%C
3%A9tricas
60
z
t
a
22 ta
t
2.9 Integração por substituição trigonométrica
Seja .., 2 dx)cbxaxxR( , para resolver integrais desse tipo, seguiremos alguns
passos com o objetivo de transformá-las em integrais de uma função racional, de
forma a relacioná-las com as funções trigonométricas ;cos t)(t) ou tg(sen(t), com
os seguintes passos:
1) Transformamos o trinômio cbxax 2em uma soma ou diferença de
quadrados, quando necessário;
2) Fazemos a substituição dtdxta
bx
2, para encontrarmos integrais
do tipo:
).dtatR(t,
).dtatR(t,
).dttaR(t,
22
22
22
c)
b)
a)
No caso a), o domínio da função aata ,22 é , que é justamente o conjunto de
valores que (x)a.cos e a.sen(x) podem assumir. Fazendo a substituição ou mudança
de variável ( z )ata s e n ( z )t c o s ou , na integral, obteremos uma integral de
função racional em função de (z)sen(z) cos e .
Um triângulo retângulo, como segue nas figuras abaixo, facilita a visualização
dessas relações trigonométricas envolvidas nos cálculos.
61
Observe a aplicação do teorema de Pitágoras nesse triângulo retângulo:
)cos(.)(cos))(sen1()sen(
).cos(.)sen(.)sen(
2222222 zazazazaata
dzzadtzata
tz
Ou,
)sen(.)(sen))(cos1()cos(
).sen(.)cos(.)cos(
2222222 zazazazaata
dzzadtzata
tz
z
t
a
22 ta
t
62
z
z
z z a
22 at
t
2
2
1
22
1
2
2
1
.
8
414
4
)2(
411cot2222
8
)cos().(2
4
)2()2(
8
1
4
1
2)cos(
4
1
4
1
).2cos(4
1
4
1.
2
)2cos(1
2
1).(cos
2
1.)cos(
2
1)cos(
2
12
)cos(2
1
4
1cos
2
1
2
1
.2.).
x
dx
Cxxxarctg
I
x(t)-sen(t)x) ; arctg(tsen(t)xdu ; dtut
ICttsenxarctg
Ctsentdu
udt
dttdtdtt
dttdtttI
tx(t).dtdxsen(t)x
Idxdxdx
2
2222
xa) :Exercício
Fazendo
e Fazendo
x-)2
1(x-
4
14(4x-1a)
:Exemplo
Na integral dada em b) ).dtatR(t, 22, o domínio da função
22 at é , )[a,,-a](- que é justamente o conjunto de valores que (t)a.sec
ou (t)a. seccos , podem assumir. Fazendo a substituição
(t)a.t sec (t)a.t seccos ou , na integral, obteremos uma integral de função
racional em função de sen(t) e (t)cos .
Um triângulo retângulo, como na figura abaixo, facilita a visualização dessas
relações trigonométricas envolvidas nos cálculos.
z
63
Veja novamente a aplicação do teorema de Pitágoras:
)(.)()1)((sec)(sec
).().sec(.)(sec.)()(cos
1.)cos(
22222222
2
2
ztgaztgazaazaat
dzztgzadtzattz
att
az
Exemplo:
a)
Ittg
dtttgtdx
x
x
)(.2
).().(sec.4.
4
2
2
2
que temos
como e assim t,Fazendo
(t)tg(t)
x(t)d(t).tg(t)..dx(t) x
22 1sec
2secsec2sec2
Cttgttttg
dttI
2
)()sec(ln)sec().(4).(sec4 3
Sabemos que: 2
41
41sec
222
xx
(t)tg(t) .
Daí,
Cxxxx
Cxx
Cxxxx
Ctg(t) (t) (t)tg(t). I
4ln22
4
2
4_
2ln2
2
4
2
4
2ln2
2.
2
42secln2sec2
222
22
2xx
64
z
z
z z a
22 at
t
Sugestão de atividade
4ln
.ln)
.25
2
3
2
xx
dxxb
dxx
xa)
:Exercícios
Na integral dada em c) ).dtatR(t, 22, o domínio da função
22 at é R, que é
justamente o conjunto de valores que a.tg(t) ou g(t)a.cot , podem assumir. Fazendo
a substituição (t)a.ta.tg(t)t seccos ou , na integral, obteremos uma integral de
função racional em função de sen(t) e (t)cos .
Um triângulo retângulo, como na figura abaixo, facilita a visualização dessas
relações trigonométricas envolvidas nos cálculos.
Aqui também usamos a relação trigonométrica da tangente com a secante:
)sec(.)(sec)1)(()(
).(sec.)(.)(
22222222
2
zazaztgaaztgaat
dzzadtttgata
tztg
65
dxxxb
x
dxx
Cx
xC
tsentsen
dtt
tttg
dttI
x
xtsen
tx
xtdttdxttgx
xttg
Ixx
dx
.22)
4
.
1
)(
1
)(
).cos(
)cos(
1)(
).(sec
1)(
)cos(
11
1
1)cos(;).(sec)(
1)(
1
2
2
3
2
22
2
2
2
2
2
22
a)
:Exercícios
e
Fazendo
a)
:Exemplo
66
3 Integral definida
Antes de começarmos um estudo sobre a integral definida, vamos relembrar a ideia
da soma de muitos termos. A soma, que geralmente é designada pela notação
sigma, isto é, , tem grande relação com o significado de uma integral definida.
Por exemplo, em vez de escrevermos 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6, podemos escrever
6
1k
k .
Tomando a convenção de que k assume valores de 1 até 6. Ou seja,
6543216
1
k
k
a soma dos seis primeiros números inteiros positivos.
Veja outro exemplo:
852)1()4(232
2
k
k
Em geral temos,
)(...)1()()( nFmFmFkFn
mk
, onde m e n são inteiros, e nm .
O número m é chamado o limite inferior da soma, e n é chamado o limite superior.
O símbolo k (arbitrário) é denominado o índice da soma.
3.1 Interpretação geométrica
Os fundamentais problemas do cálculo são problemas que envolvem
encontrar a inclinação da tangente à uma curva e, a determinação da área de uma
região limitada por curvas. A derivada está relacionada com a tangente e a integral
definida com o cálculo de áreas de certas regiões do plano cartesiano, cálculo do
volume de figuras limitadas por superfícies ou de sólidos de revolução, ou ainda é
também aplicada na resolução de problemas que envolvem o cálculo de alguma
grandeza que caracterizam-se por integrar uma função associada a um diferencial.
67
Sabemos que, a área de uma região limitada por retas é facilmente calculável
empregando as fórmulas conhecidas. Por exemplo, a área de um retângulo é o
produto do seu comprimento pela sua altura. A área de um triângulo é o produto
de uma base pela metade da altura correspondente. A área de um polígono
pode ser obtida decompondo-o em triângulos.
No cálculo de área de regiões delimitadas por gráficos de funções utilizamos a
teoria de limite e métodos de cálculos algébricos. Para essa finalidade,
consideramos uma região R em um plano coordenado, delimitada por duas retas
verticais ax e bx e pelo gráfico de uma função f contínua e não negativa no
intervalo fechado ],[ ba , conforme a figura abaixo.
Como 0)( xf para todo x em [a, b], o gráfico de f não tem parte alguma abaixo
do eixo x . Por conveniência tomamos a região R sob o gráfico de f de a até b.
E consideramos um número A como a área da região R.
Queremos definir a área A da região R. Para chegarmos a essa definição, dividimos
a região R em muitos retângulos de igual largura tal que cada retângulo esteja
completamente inscrito no gráfico de f e intercepte o gráfico em pelo menos um
ponto, conforme ilustração abaixo.
68
Observe que quanto maior o número de retângulos inscritos (podemos fazer a
largura desses retângulos tenderem a zero), melhor a aproximação da área limitada
pelo gráfico de f de a até b. A fronteira formada pela totalidade desses retângulos
é chamado de polígono retangular inscrito. Usaremos a notação Ai para representar
a área desse polígono.
Pelo teorema do valor médio, se uma função f é contínua num intervalo fechado
],[ ba , então existe um ponto ci em cada subintervalo de ],[ ba , para o qual f toma
um valor mínimo absoluto.
Definição 3.1: Suponhamos que a função f seja contínua no intervalo fechado
],[ ba , com 0)( xf para todo ],[ bax e que R seja a região limitada pela curva
)(xfy , o eixo x e as retas ax e bx . Dividindo o intervalo ],[ ba em n
subintervalos, cada um com comprimento n
abx
)( e denotamos o i-ésimo
subintervalo por ],[ 1 ii xx . Então, se )( icf for o valor mínimo absoluto da função
no i-ésimo subintervalo, a medida da área da região R é dada por
n
i
in
in
xcfAA1
)(limlim
69
Seguindo o mesmo raciocínio anterior de divisão dos subintervalos, podemos dividir
o intervalo ],[ ba em n subintervalos escolhendo (n-1) pontos intermediários
quaisquer entre a e b. Esses pontos não são necessariamente equidistantes, daí
teremos os comprimentos desses subintervalos, de tal forma que o i-ésimo
subintervalo seja dado por ,1 iii xxx para cada subintervalo, isto é, é uma
partição do intervalo ],[ ba . Escolhendo um ponto i em cada subintervalo,
passamos a obter a soma:
n
i
ii xf1
)(
Tal soma é chamada uma soma de Riemann.
‘Você sabia?
Você sabia que Bernhard Riemann teve uma grande contribuição para o cálculo
integral?’
Definição 3.2: O limite da soma de Riemann é representado pela integral
b
a
dxxf )(
que é chamada de integral definida de )(xf entre os limites a e b ( a é o limite
inferior e b é o limite superior).
3.2 Teorema Fundamental do Cálculo
O teorema fundamental do cálculo foi estabelecido independentemente por Newton
e Leibniz, por isso ambos receberam o mérito por uma das descobertas mais
importantes do cálculo.
70
Teorema 3.1: Seja f uma função contínua em ],[ ba :
i. Se F é definida por
],[,)()( baxdttfxF
b
a
, então F é uma primitiva de f em ],[ ba .
ii. Se F é uma primitiva de f em ],[ ba , então:
)()()( aFbFdttf
b
a
Conhecida também como fórmula de Newton-Leibniz.
Sugestão de leitura:
Veja o vídeo sobre o teorema fundamental do cálculo pelo link:
http://www.youtube.com/watch?v=0lVJrnYDRI4
Exemplo 1: Ache o valor da integral definida 2
0
3dxx .
Solução:
4044
)0(
4
)2(
4
442
0
42
0
3 x
dxx
Exemplo 2: Ache o valor da integral definida 2
0
cos
xdx .
Solução:
b
a
dxxf )(
71
101)0(2
cos 2
0
2
0
sensensenxxdx
Sugestão de atividade
Exercícios
Calcule as integrais abaixo:
1) 3
0
2dxx
2) 2
0
dxe x
3)
2
0
)62( dxx
4) 2
1
lndx
x
x
Para o cálculo do limite na definição anterior para a integral definida podemos
restringir nossas partições ao caso em que todos os subintervalos [ ii xx ,1 ] têm o
mesmo comprimento x . Uma partição deste tipo é dito partição regular.
Obs.: Na notação da integral definida pode-se usar outras letras que não seja x .
Isto é, se f é integrável em [a, b], então
b
a
b
a
b
a
b
a
dwwfdssfdxxfdttf )()()()( , etc.
Por essa razão a letra x na definição da integral definida, é chamada de variável
muda.
72
Indicação de leitura: Souza, Antônio A. Aplicações do Cálculo, Salvador: Centro
Editorial e Didático da UFBA, 1990.
Este livro é bem prático, de fácil leitura, com bastante exemplos e exercícios.
3.3 Propriedades da integral definida
Se )(xf e )(xg são funções contínuas no intervalo de integração ],[ ba e c é uma
constante qualquer, então:
P1.
b
a
b
a
dxxfcdxxcf )()(
P2.
b
a
b
a
b
a
dxxgdxxfdxxgxf )()()]()([
P3.
b
a
c
a
b
c
dxxfdxxfdxxf )()()( para a < c < b
P4. b
a
a
b
dxxfdxxf )()(
P5. Se )()( xgxf , então b
a
b
a
dxxgdxxf )()( .
Relembrando: Teorema do valor médio (Lagrange) – Seja )(xF uma função
contínua em ],[ ba , e derivável em ba, , então existe bac , tal que:
ab
aFbFcF
)()()('
73
P6. Usando o teorema do valor médio, se )(xf é contínua em ],[ ba , então existe
c em ba, , tal que
b
a
b
a
cfdxxfab
abcfdxxf )()(1
))(()(
3.4 Aplicações
3.4.1 Áreas compreendidas entre curvas
Exemplo 1: Achar a área limitada pela curva 23 3xxy , pelo eixo x e pelas retas
x = 0 e x = 2.
Solução:
A =
22 4 4 4
3 2 3 3 3
0 0
2 0( 3 ) 2 0 12 .
4 4 4
xx x dx x u a
Convém lembrar que para o cálculo de áreas sob curvas é necessário o
conhecimento do comportamento gráfico das funções, pois existem como no
exemplo 1, funções cujos gráficos situam-se abaixo e acima do eixo x .
Assim, a área total absoluta entre uma curva, o eixo x em um intervalo [a, b] é: Área
total = ) () ( negativasáreaspositivasáreas
De um modo geral se 0)( xf em ],[ ca e 0)( xf em ],[ bc , a área total absoluta
é dada por A = b
a
dxxf )( = c
a
b
c
dxxfdxxf )()( = A 1 - A 2 . Veja a figura a seguir, a
área A2 terá um valor negativo, por isso que fazemos: A 1 - A 2 , dessa forma
somaremos as áreas A 1 e A 2 .
74
A1
a b c
A2
Exemplo 2: Achar a área limitada pela curva y = senx , o eixo x em ]2,0[ .
Solução:
Tomando como base o gráfico da função:
0 2
Temos então que: A = 2
0
sen xdx =
0
2
sensen xdxxdx = 2
0 coscos xx
A = 422cos2cos0coscos u.a.
Sejam )(xf e )(xg duas funções contínuas no intervalo ],[ ba , tais que
)()(0 xfxg para todo x do intervalo, então a área A da região compreendida
entre os gráficos de )(xf e )(xg de ax a bx é dada por:
A =
b
a
dxxgxf )]()([
75
Exemplo 1: Achar a área limitada pelas curvas: 2xy e xy .
Solução:
Achando os pontos de interseção das curvas:
xx 2 002 xxx ou 1x 1
Então: A =
1
0
2)( dxxx =
1
0
32
32
xx=
6
1 u.a.
Sugestão de atividade
Exercícios
Calcule as áreas abaixo definidas graficamente, usando integral definida:
a)
76
b)
c)
Sugestão de Leitura:
http://pt.wikibooks.org/wiki/C%C3%A1lculo_(Volume_1)/Aplica%C3%A7%C3%B5es_das_integrais
77
3.4.2 Aplicações diversas da integral definida
São muitas as aplicações da integral definida. Por exemplo, na física há conceitos
que têm implicações geométricas como centros de massa, em que a integral é
utilizada para generalizar ideias de sistemas discretos de partículas localizadas em
um número finito de pontos de um plano a uma distribuição contínua de massas
numa região R. Na economia, encontramos conceitos como produção, receita e
lucro, em que a integral também pode ser utilizada. Na química encontramos
também problemas relacionados a integral definida, como variações de temperatura,
pressão, volume, trabalho realizado, etc. Vejamos agora alguns problemas de
aplicação de integral definida.
Exemplo 1: Por várias semanas, o Departamento de Trânsito vem observando a
velocidade de veículos num determinado viaduto. Os dados sugerem que, entre 13 e
18 horas de um dia de semana normal, a velocidade dos veículos neste viaduto é
dado aproximadamente por 4060212)( 23 ttttV km/h, em que t é o número
de horas transcorridas após o meio-dia. Calcule a velocidade média do tráfego entre
13 e 18 horas.
Solução: Observe que podemos usar a integral definida para calcular o total de
velocidades registradas nesse período e aplicar o teorema do valor médio para
encontrar a velocidade média:
km/h 5,78
5,634565
1
403072
1
5
1
406021216
1
6
1
234
6
1
23
tttt
dttttVmédia
Exemplo 2: Certo poço de petróleo que fornece 300 barris de petróleo por mês
secará em 3 anos. Estima-se que, daqui a t meses, a receita do petróleo será dado
78
por ttR 3,018)( milhões de reais por barril. Sendo o petróleo vendido tão logo é
extraído do poço, qual será a receita total futura do poço?
Solução: Sabemos que a receita total nesse período de produção do poço pode ser
calculada pela integral definida, então:
reais de milhões 360.207
2,018.300
3,018.300
)(.300
36
0
23
36
0
36
0
tt
dtt
dttPRtotal
Exemplo 3: O trabalho realizado por um gás quando ele se expande é dado pela
relação: volume) Ve pressão(P PdVW . Calcule W quando o gás se
expande de 1,0 litro para 10 litros se:
litros.atm
atm, a)
9
110
1
10
1
10
1
v
dVW
P
litros.atm
b)
64,56
10ln.6,24
ln.6,24
6,24
,6,24
10
1
10
1
v
dVV
W
VP
79
Mais uma vez vemos a utilização da integral definida, desta feita para determinar o
valor que representa uma grandeza física (trabalho), visto que a ela foi dada por uma
integral, tendo uma variação em volume, bastou apenas usar essa variação como
intervalo de integração.
Você sabia?
Para calcular a área de uma superfície esférica usamos o mesmo raciocínio do
cálculo da área da superfície de um anel. Veja em:
http://obaricentrodamente.blogspot.com/search/label/Trigonometria
3.4.3 Aplicações de cálculo de volume em sólidos de revolução
Estudaremos agora alguns casos de sólidos de revolução gerados pela rotação de
figuras planas sobre os eixos cartesianos. Mas, primeiro precisamos aprender como
se determina um volume usando integral definida.
Seja a função A(x), definida em ],[ ba , contínua, então o volume do sólido é:
b
a
dxxAV )(
Observe que houve uma mudança no integrando, agora temos uma função que
representa uma área. Como então fazer para obter essa função A(x)?
Quando rotacionamos uma região do plano xy em torno de uma reta (o eixo)
realizando uma volta completa, o lugar geométrico descrito pelos pontos da região é
o que chamamos um sólido de revolução.
Suponhamos que um sólido de revolução é obtido rotacionando-se, em torno do eixo
Ox, uma região R delimitada pela curva y = )(xf , sendo f uma função contínua
num intervalo ],[ ba , )(xf ≥ 0, e pelas retas verticais ax e bx , como mostra a
figura abaixo
80
Para cada ],[ bax um plano perpendicular ao eixo Ox, cortando esse no ponto x,
determina no sólido de revolução uma seção transversal que é um circulo centrado
em 0,x e raio )(xf e portanto cuja área 2)()( xfxA .
Portanto, o volume do sólido de revolução é
.)()(2
b
a
b
a
dxxfdxxAV
Se um sólido de revolução S é obtido rotacionando-se em torno de eixo Oy, uma
região R delimitada pela curva )(ygx , g contínua em ],[ dc , 0)( yg , e pelas
retas horizontais e , o volume V de S é dado por:
.)(2
b
a
dyygV
Se um sólido de revolução S é obtido rotacionando-se em torno de eixo Ox, uma
região delimitada pelas curvas )(1 xfy , )(2 xfy e pelas retas verticais ax e
bx , sendo )()( 21 xfxf para bxa , o volume V de S é dado por
.)()(2
2
2
1
b
a
dxxfxfV
Se um sólido de revolução S é obtido rotacionando-se em torno de eixo Oy, uma
y c y d
81
região delimitada pelas curvas )(1 ygx , )(2 ygx e pelas retas horizontais cy
e dy , sendo )()( 21 ygyg para dyc , o volume V de S é dado por:
.)()(2
2
2
1
b
a
dyygygV
Vejamos alguns exemplos agora, que envolvem as situações de rotação em torno de
Ox e em torno de Oy:
Exemplo 1: Considere a região do plano delimitada pelo eixo Ox, o gráfico de
xy , para 0 ≤ x ≤ 2, sendo girada primeiro ao redor do eixo x e depois ao
redor do eixo y. Calcule o volume dos 2 sólidos gerados.
Solução:
a) A partir da rotação em torno de Ox
A curva que limita a área da região que foi rotacionada é xy , em ]2,0[x ,
então temos que xxAxfxA )()()(2
, aplicando a integral para calcular o
volume gerado:
82
22
)(
2
0
22
0
x
xdxdxxAV
b
a
u.v.
b) Com a rotação em torno de Oy
Para cada ]2,0[y , a seção transversal ao eixo y é um anel circular de raio
externo igual 2 e raio interno igual 2yx e portanto tem área igual
4422 442)( yyxyA
Logo o volume do sólido é igual a:
5
2164)(
2
0
4
2
0
dyydyyAV u.v.
Exemplo 2: Determine o volume do sólido obtido pela rotação da região delimitada
por 3 xy e
4
xy no primeiro quadrante ao redor do eixo Ox.
Solução:
Primeiro precisamos encontrar os pontos de interseção:
83
8,04
31
xxx
x e 2,0 yy .
Vamos analisar a rotação em torno de x:
Para cada ]2,0[x , a seção transversal ao eixo x é um anel circular de raio
externo 3
2 xy e raio interno 4
1
xy , e portanto tem área
164)(
2
32
22
3 xx
xxxA . Logo o volume do sólido é:
15
128
16
8
0
2
32
dx
xxV u.v.
Sugestão de atividade
Exercício proposto:
Que tal fazer o cálculo do volume do sólido obtido com a rotação dessa mesma
região (exemplo 2) em torno de Oy?
84
4 Integrais Impróprias
No teorema fundamental do cálculo, os limites de integração da integral definida
,)(b
a
dxxf a e b são números reais e )(xf é uma função contínua no intervalo
],[ ba . Pode acontecer que, ao aplicarmos esses conceitos, seja preciso ou
conveniente considerar os casos em que a , b , ou )(xf seja
descontínua em um ou mais pontos do intervalo. Nessas condições, é preciso
ampliar o conceito de integral e as técnicas de integração, de modo a incluir esses
casos adicionais. Essas integrais, em que a ou b ou )(xf é
descontínua em ],[ ba , são chamadas integrais impróprias. Nem sempre uma
integral desse tipo representa um número real, ou seja, nem sempre uma integral
imprópria existe. Quando a integral imprópria existe, dizemos que ela converge,
caso contrário dizemos que diverge. O valor da integral imprópria é calculado
usando a generalização do conceito da integral definida.
Uma integral é dita imprópria quando o intervalo de integração não é finito ou
quando a função não é limitada.
Observemos o exemplo:
Exemplo 1: É possível calcular a área A da região entre 1y e 2
1
xy , para x 1?
Solução: Bem, se 1x , então se trata de um intervalo infinito pela direita, podemos
então fazer um cálculo considerando o intervalo: bx 1 e passamos o limite com
b , veja como:
85
11
1lim1
limlim)(11
2
bxx
dxxA
b
b
b
b
b
Analise o gráfico abaixo que ilustra a área A:
4.1 Integral Imprópria com intervalo infinito
Definição 4.1: Seja )(xfy uma função contínua em ,[a . Dizemos que a
integral imprópria de f em ,[a converge e é igual a:
a
dxxf )( = t
l im t
a
dxxf )(
caso esse limite exista (e seja finito), caso contrário dizemos que a integral imprópria
de f em ,[a diverge.
Se o resultado é um número real diz-se que a integral imprópria converge.
Se o limite não existe ou é infinito, diz-se que a integral imprópria diverge.
86
Exemplo 2: Estude a convergência da integral
01 xe
dx
Temos que:
b
xx
x
b
b
xbx ee
dxe
e
dx
e
dxI
0001
lim1
lim1
Veja que podemos usar o artifício algébrico de inserir xe no numerador e
denominador, sem alterar a fração, isto nos dá a possibilidade de fazer a mudança
de variável:
dxedtet xx , devemos analisar os valores da nova variável t:
10 tx
betx
be
b
b
xx
x
bx tt
tdt
ee
dxe
e
dxI
1001
lim1
lim1
Usando frações parciais
bb
bb
e
b
e
b
e
b
e
bttdt
tttt
tdtI
1111
lnlim1lnlim1
1
1lim
1lim
2ln1ln2ln1
ln2lnlim1lnln2ln1lnlim
b
b
b
bb
b e
eeeI .
Logo a integral
01 xe
dx converge para 2ln .
Exemplo 3: Estude a convergência da integral dxxeI x
0
.
Então temos:
87
dxxedxxeIb
x
b
x
00
lim
Usando integração por partes para resolver a integral definida temos
dxduxu
xx evdxedv , lembrando que
duvuvudv :
bb
bb
xb
bb
x
b
x
bb
x
beebeebdxexedxxeI
1.lim.limlimlim0
00
0
Daí, encontramos:
11.lim
bb
beebI
Sugestão de atividade
Exercícios propostos:
Determine os resultados das seguintes integrais impróprias:
1.
1
3x
dx
2.
1x
dx
3.
1 x
dx
4.
0
)cos( dxx
5.
1
2
dxxe x
88
Definição 4.2: Seja )(xfy uma função contínua em . Tomemos Ra um
número qualquer. Dizemos que a integral imprópria de )(xf em R converge e é
igual a:
dxxfdxxfIa
a
)()(
se essas integrais forem ambas convergentes. Caso contrário (isto é, se pelo menos
uma dessas integrais diverge) dizemos que a integral imprópria de )(xf em
R diverge.
Usamos a notação:
dxxfI
)(
Obs.: A definição acima independe do número real a considerado.
Exemplo 4: Estude a convergência da integral
dxxeI x
Tomemos a = 0 e as integrais
dxxeI x
0
1 e dxxeI x
0
2
Como foi visto no exemplo 3, I2 converge.
Vejamos I1,
b
x
b
x dxxedxxeI00
1 lim
89
Usando integração por partes,
1)1(lim1.limlimlim0
00
1
beeebdxexedxxeI b
b
bb
b
b
xb
x
b
b
x
b
Como I1 diverge e I2 converge então I diverge.
Exemplo 5: Na figura a seguir a região sombreada é limitada pelo gráfico da função
1
1)(
2
xxf e o eixo Ox. Verifique se existe um número real k que represente a
área dessa região.
O domínio de )(xf é R e é uma função contínua, pois trata-se de uma função
racional cujo denominador não se anula. Além disso, )(xf > 0 para todo Rx . Se
existe k devemos ter que:9iu
12x
dx converge e tomaremos
12x
dxk
Sejam as integrais
0
211x
dxI e
0
221x
dxI
Temos,
90
2
)0()(lim)(lim1
lim1 0
0
2
0
21
arctgbarctgxarctgx
dx
x
dxI
b
b
b
b
b
2
)()0(lim)(lim1
lim1
00
2
0
22
aarctgarctgxarctgx
dx
x
dxI
aaaa
a
Portanto a integral
12x
dx converge, existe k e
2212x
dxk .
Sugestão de atividade
Exercícios propostos:
1. Determine se a integral abaixo converge ou diverge. No caso de
convergência, ache seu valor.
(a)
5
3x
dx (c) dx
x
x
e
ln (e)
03 1x
dx
(b)
0
2
3dx
e
xx
(d)
0
3
2
1x
dxx (f)
1
22 )1( x
xdx
2. Para que valores de p a integral
1
px
dx converge?
91
4.2 Um resultado importante: Comparação de integrais impróprias
Se f e g são funções contínuas e 0 )(xf )(xg para todo x em ,[a , então
valem os seguintes testes de comparação para integrais impróprias:
(i) Se
a
dxxg )( converge então
a
dxxf )( também converge.
(ii) Se
a
dxxf )( diverge então
a
dxxg )( também diverge.
92
Referências
1. FLEMMING, Diva M., GONÇALVES, M. B. Cálculo B. São Paulo: Editora
McGraw-Hill, 2004.
2. GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2001.
Vol.1.
3. MORETTIN, Pedro A; BUSSAB, Wilton O.; HAZZAN, Samuel. Cálculo:
funções de uma e várias variáveis. São Paulo: Atual, 2003.
4. ANTON, Howard. Cálculo, um novo horizonte. Porto Alegre: Bookman,
2004. Vol.1.
5. THOMAS, George B. Cálculo. São Paulo: Pearson, 2002. Vol.1.
6. SIMMONS, George F.; Cálculo com Geometria Analítica. São Paulo:
Makron Books. 1987. Vol.1.
7. PRATES, Eliana; MATOS, Ivana; YARTEY, Joseph e VELLOSO, Silvia.
Aplicações da integral simples. Disponível em:
www.twiki.ufba.br/twiki/pub/CalculoB/.../Aplicacao.pdf
8. CATTAI, Adriano P. Cálculo Diferencial e Integral II (Cálculo Aplicado).
Disponível em: http://didisurf.googlepages.com/calculo2
9. VIEIRA SAMPAIO, João Carlos. Cálculo 1. Disponível em:
www.dm.ufscar.br/~sampaio/calculo1.html