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ESTADO DE GOIÁS POLÍCIA MILITAR COMANDO DA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR CURSOS DE FORMAÇÃO DE PRAÇAS APOSTILA DE LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Apostila de Legislação Institucional - CFP-2016 - Resumida (2).docx

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ESTADO DE GOIÁSPOLÍCIA MILITAR

COMANDO DA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITARCURSOS DE FORMAÇÃO DE PRAÇAS

APOSTILA DE LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

2016

SUMÁRIO

UNIDADE I PERFIL PROFISSIOGRÁFICO DO CHEFE DE POLÍCIA OSTENSIVA DA PMGO 05

UNIDADE II LEGISLAÇÃO FEDERAL PERTINENTE À CORPORAÇÃO 12II.1 Regulamento de Continências, Honras e Sinais de Respeito

das FFAA-RCONT 12II.2 Regulamento Interno e dos Serviços Gerais - RISG 20

UNIDADE III ASPECTOS DISICPLINARES 30III.1 Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado de

Goiás-RDPMGO 31

UNIDADE IV LEGISLAÇÃO ESTADUAL RELATIVA À CORPORAÇÃO 56IV.1 Constituição Estadual de Goiás – Da Segurança Pública 56IV.2 Estatuto dos Policiais Militares do Estado de Goiás – LEI nº

8.033/75 57

IV.3 Regulamento de Uniformes da Polícia Militar do Estado de Goiás – RUPMGO 90

IV.4 Plano de Carreira das praças da Polícia Militar do Estado de Goiás – LEI nº 15.704/2006 94

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BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A DISCIPLINA DE LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

No âmbito da disciplina Legislação Institucional é impossível não mencionar breves noções sobre oDireito Constitucional e Administrativo. Tomando como base todas as ações a serem desenvolvidas pela administração e seus agentes, um elemento passa a ser fundamental, em decorrência do imperativo constitucional. Estamos falando da necessidade de um embasamento legal, o qual possa fundamentar todos os atos administrativos, normatização esta que representa o alicerce segura, sempre pautada pela legalidade, para as ações empreendidas pelos administradores e administrados.

Outro fator relevante, além da primazia da lei, em nosso ordenamento jurídico, é que a administração policial militar possui um rito diferenciado, dos demais órgãos públicos, pois esta instituição é regidapelos princípios da hierarquia e disciplina, fator este que impõe uma prática administrativa diferenciada.

Antes de iniciar a disciplina é necessário que o discente tenha em mente certas noções do Direito Administrativo, onde inicialmente podemos defini-lo comoum ramo do direito público, que trata de princípios e regras que disciplinam a função administrativa e que abrange entes, órgãos (dentre eles a PMGO), agentes e atividades desempenhadas pela Administração Pública na consecução do interesse público.

Além desta noção,o discente deve conhecer profundamente os Princípios inerentes ao mencionado ramo. São eles: 1. Supremacia do interesse público sobre o particular;2. Indisponibilidade do interesse público;3. Legalidade;4. Impessoalidade;5. Moralidade;6. Publicidade;7. Eficiência;8. Continuidade (continuidade dos serviços públicos – Art. 6º, § 3º, lei 8.987/95 – lei das concessões públicas; limitação ao direito de greve - Art. 37 VII CF/88);9. Autotutela (revisão dos próprios atos – revogação e anulação – art. 55, lei 9784/99, lei do processo administrativo);10. Especialidade (art. 37, XIX e XX, CF/88);11. Tutela ou Controle (impõe a Administração direta a fiscalização dos entes que criou sem, contudo envolver-se na rotina de trabalho deste);12. Razoabilidade e Proporcionalidade:12.1. Razoabilidade (EC. N.º 45/2004, introduziu o inc. LXXVIII ao art. 5º da CF/88), também conhecida como princípio “da proibição de excessos”. 12.2. Proporcionalidade (art. 2º, Paragrafo Único, VI, Lei 9784/99);13. Motivação (decisão do STF);14. Hierarquia;15. Devido Processo Legal;16. Segurança Jurídica (art. 2º, caput, lei 9784/99).

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Partindo do pensamento de que todo o arcabouço jurídico brasileiro deve ser pautado por uma Lei Maior devemos mencionar que no âmbito constitucional a Segurança Pública é tratada no capítulo II da Carta Magna em seu artigo 144, apresentando-se da seguinte forma:

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:I - polícia federal;II - polícia rodoviária federal;III - polícia ferroviária federal;IV - polícias civis;V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.§ 1º ...§ 2º ... § 3º ... § 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.§ 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.§ 6º - As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.§ 7º - A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.§ 8º - Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39.

Por se tratar de uma instituição militarizada, a Polícia Militar do Estado de Goiás – PMGOtem também íntima ligação com o Direito Militare, por conseguinte, com a legislação das Forças Armadas. Suas origens estão ligadas ao Direito Romano que era utilizado para manter a disciplina das tropas da Legião Romana, sendo também conhecido nos dias atuais como Direito Castrense.

Na doutrina moderna, o Direito Militar é o conjunto de leis e regulamentos, que disciplinam as Forças Armadas de um país, instituindo todas as regras indispensáveis à execução de suas elevadas finalidades, em tempo de paz ou em tempo de guerra. Assim, tal ramo do Direito fixa todos os princípios e regras indispensáveis à organização das instituições militares, estabelecendo-se as ordenanças que governam a hierarquia, atribuições de seus membros, disciplina, enfim, tudo que concerne à ordem administrativa normal das instituições mencionadas.

Outro termo que exsurge rotineiramente é o Direito Militar Disciplinar que tem por objeto as regras próprias à disciplina militar, ou seja, as normas que tendem a manter o respeito e a ordem entre comandantes e comandados, em virtude das quais se instituem os deveres, que são da obrigação de todos os membros componentes da corporação. No contextomencionamos ainda as questões processuais que se apresentamcomo normas que estabelecem as regras e sansões aplicáveis aos crimes e transgressões disciplinares (reserva legal).

Diante deste contextoé imprescindível que o discente que ingresse nas fileiras da instituição, possa ser apresentado e familiarizado a todo o dispositivo legal, o qual fundamenta a administração militar.

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UNIDADE I - PERFIL PROFISSIOGRÁFICO DO CHEFE DE POLÍCIA OSTENSIVA DA PMGO

Tendo como fundamento legal a necessidade de adequação institucional ao Estado Democrático de Direito e demais garantias constitucionais expressas, bem comolevando em consideração fatores evolucionistas, votados para a construção de uma polícia eficiente, legalista e cidadã, com maior ligação com a população, já que nossa instituição representa a “ponta da lança” e trabalha diuturnamente com diversidades é que foi estabelecido o Perfil Profissiográfico no âmbito da PMGO. Dentro deste prisma a Polícia Militar do Estado de Goiás – PMGO visa à prestação de um serviço público de excelênciana área de segurança pública, sendo desta forma traçado o perfil do policial militar (oficial e praça) e, por conseguinte, aprimoradaa Matriz Curricular dos Cursos de Formação na instituição. Vale ressaltar que tal regulamentação tem como objetivo maior estabelecer definições legais, delimitar atribuições constitucionais atinentes à corporação, definir competências (Chefe de Polícia Ostensiva) e elencar expressamente características psicológicas requeridas aos discentes para o Curso de Formação de Praças e Oficiais da PMGO. Vejamos então a referida legislação.

Portaria nº 23/2008-PM/1 Define conceitos, missões e atribuições da PMGO, bem como o perfil Profissiográfico do CFO e CFP.O Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO), no uso de suas atribuições legais, que lhe confere o § 3º do art. 3º e 4º da Lei 8.125 de Julho de 1976, e,...Considerando que as instituições policiais devem se adequar ao Estado Democrático de Direito estatuído na Constituição Federal de 1988;Considerando que, para tanto, urge a construção de uma polícia inteirada dos princípios fundamentais da nossa carta cidadã;Considerando que a Polícia Militar é o órgão do Sistema de Segurança Pública que tem maior ligação com a população, pois lida com diversidades de tensões e problemas de ordem social;Considerando que a Polícia Militar do Estado de Goiás busca se aproximar da perfeição, visando à prestação de um serviço de excelência;Considerando que isso impõe a necessidade de aprimoramento na Matriz Curricular dos Cursos de Formação, tornando imprescindível traçar o perfil do policial militar, resolve:Art. 1º Definir os conceitos relacionados à Polícia Militar:I - Polícia Ostensiva: é o amplo exercício do Poder de Polícia Ostensiva executado de forma exclusiva pela instituição Policial Militar. II - Poder de Polícia Ostensiva: É a faculdade de que dispõe a Administração Pública, através da Polícia Militar, de executar o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública com o objetivo de atingir a paz e o bem estar social. Tal

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exercício se desenvolve em quatro fases: ordem de polícia; consentimento de polícia; fiscalização de polícia e sanção de polícia.a) Ordem de Polícia se trata de uma reserva legal (art. 5º, II da Constituição Federal), que pode ser enriquecida discricionariamente, consoante às circunstâncias encontradas pela Administração Pública.b) Consentimentode Polícia, quando couber, será a anuência, vinculada ou discricionária, do Estado com a atividade submetida ao preceito vedativo relativo, sempre que satisfeitos os condicionamentos exigidos.1) Licença é oconsentimento vinculado que ocorre quando as exigências condicionais estão todas na lei.2) Autorização é consentimento discricionário que ocorre quando as exigências condicionais estão parcialmente na lei e parcialmente no administrativo.c) Fiscalizaçãode Polícia é uma forma ordinária e inafastável de atuação administrativa, através da qual se verifica o cumprimento da ordem de polícia ou a regularidade da atividade já consentida por uma licença ou uma autorização. A fiscalização pode ser ex officio ou provocada. No caso específico da atuação da polícia de preservação da ordem pública, é que toma o nome de policiamento.d) Sançãode Polícia é a atuação administrativa auto-executória que se destina à repressão da infração. No caso da infração à ordem pública, a atividade administrativa, auto-executória, no exercício do poder de polícia, se esgota no constrangimento pessoal, direto e imediato, na justa medida para restabelecê-la.III - Policiamento Ostensivo ação policial, exclusiva das Polícias Militares, em cujo emprego o homem ou a fração de tropa engajados sejam identificados de relance, quer pela farda, quer pelo equipamento, ou viatura, objetivando a preservação da ordem pública.IV - Preservação da Ordem Pública é o exercício dinâmico do Poder de Polícia, no campo da segurança pública, manifestado por atuações predominantemente ostensivas, visando prevenir, dissuadir, coibir ou reprimir eventos que violem a ordem pública.V - Ordem Pública conjunto de regras formais, que emanam do ordenamento jurídico da Nação, tendo por escopo regular as relações sociais em todos os níveis, do interesse público, estabelecendo um clima de convivência harmoniosa e pacífica, fiscalizado pelo Poder de Polícia, e constituindo uma situação ou condição que conduza ao bem comum;VI - Perturbação da Ordem abrange todos os tipos de ações, inclusive as decorrentes de calamidade pública que, por sua natureza, origem, amplitude e potencial possam vir a comprometer, na esfera estadual, o exercício dos poderes constituídos, o cumprimento das leis e a manutenção da ordem pública, ameaçando a população e propriedades públicas e privadas.VII - Autoridade Policial Militar é a autoridade do policial militar no exercício de suas funções constitucionais, isoladamente ou não. Decorrente do poder/dever do exercício das atividades de Polícia Ostensiva. Assim, a autoridade de um policial militar, em qualquer nível, implica em direitos e responsabilidades. Esta autoridade, que legitima a sua ação, advém de sua investidura no cargo ou função para qual foi designado. O poder público do qual o policial militar é investido deve ser usado como atributo do cargo e não como privilégio de quem o exerce. É esse poder que empresta autoridade ao agente público. O policial militar que relatar uma ocorrência, realizar uma busca pessoal, vistoriar uma edificação, desviar o trânsito de uma via, autuar um infrator ou efetuar uma prisão, estará no exercício de uma competência que lhe é atribuída por lei.

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VIII - Missão da Polícia Militaré exercer no Estado de Goiás, de maneira dinâmica, o Poder de Polícia Ostensiva e a preservação da ordem pública.IX - Chefe de Polícia Ostensiva é o profissional em nível de oficial, gestor das atividades de Polícia Ostensiva, que possui conhecimento, capacidade e habilidade para planejar, coordenar e dirigir as atividades de Polícia Ostensiva.X -Policial Militar de Segurança Pública é o profissional em nível de praça, que possui conhecimento, capacidade e habilidade para a execução das atividades de Polícia Ostensiva.Art. 2º São atribuições constitucionais da Polícia Militar:I – executar o policiamento ostensivo fiscalizando o ambiente social, de forma a prevenir ou neutralizar os fatores de risco que possam comprometer a ordem pública;II – receber o prévio aviso da realização de eventos públicos, para fins de avaliação, planejamento, consentimento e execução das ações de Polícia Ostensiva e de preservação da ordem pública;III – emitir normas, pareceres e laudos técnicos de avaliação de risco, relativos à Polícia Ostensiva e à ordem pública, em relação a eventos ou atividades em funcionamento e/ou permanentes;IV – planejar, coordenar, dirigir e executar as ações de Polícia Ostensiva e de preservação da ordem pública;V – realizar ações de prevenção e repressão imediata dos ilícitos penais e infrações administrativas definidas em lei;VI – atuar de maneira preventiva, como força de dissuasão, em locais ou áreas específicas onde se presuma ser possível a perturbação da ordem pública;VII – atuar de maneira repressiva, como força de contenção, em locais ou áreas específicas onde ocorra a perturbação da ordem pública;VIII– executar o policiamento ostensivo de trânsito urbano e rodoviário estadual, além de outras ações destinadas ao cumprimento da legislação de trânsito;IX – executar o policiamento ostensivo ambiental;X – proceder, nos termos da lei, à apuração das infrações penais militares que envolvam seus membros;XI – lavrar termo circunstanciado nas infrações penais de menor potenciais ofensivo, assim definidas em lei;XII – realizar coleta, busca e análise de dados sobre a criminalidade e infrações administrativas de interesse policial, destinados a orientar o planejamento e a execução de suas atribuições; XIII – realizar ações de inteligência destinadas a prevenir a criminalidade e a instrumentar o exercício da Polícia Ostensiva e da preservação da ordem pública;XIV – realizar correições e inspeções, em caráter permanente ou extraordinário, na esfera de sua competência;XV – fiscalizar o cumprimento dos dispositivos legais e normativos atinentes à Polícia Ostensiva, à ordem pública e pânico a esta pertinente;XVI – garantir a segurança de dignitários, bem como realizar a escolta de detidos e presos;XVII – cumprir as ordens judiciais e quando necessário, em conjunto com os demais órgãos envolvidos;

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XVIII – estabelecer ações visando uma gestão de qualidade, tanto na esfera administrativa como operacional;XIX – estabelecer a política de pessoal e administrativa;XX – estabelecer a política de ensino e instrução para formação, especialização, aperfeiçoamento, adaptação, habilitação e treinamento do seu efetivo;XXI – desenvolver os princípios morais, cívicos e militares de seu efetivo;Art. 4º São competências do Agente de Polícia Ostensiva:I – Executar as atividades de Polícia Ostensiva e preservação da ordem pública;II – Executar o policiamento ostensivo fiscalizando o ambiente social, de forma a prevenir ou neutralizar os fatores de risco que possam comprometer a ordem pública;III – Conhecer os aspectos físicos, sociais, econômicos e culturais de sua área de responsabilidade;IV – Fiscalizar o cumprimento das condições exigidas nos laudos técnicos de avaliação de risco relativos à ordem pública para a instalação ou funcionamento de estabelecimentos públicos ou privados;V – Fiscalizar o cumprimento das condições exigidas nos laudos técnicos de avaliação de risco relativos à ordem pública para a realização ou continuidade de eventos públicos ou privados;VI – Executar ações de prevenção e repressão imediata dos ilícitos penais e infrações administrativas definidas em lei;VII – Executar ações preventivas, como força de dissuasão, em locais ou áreas específicas onde se presuma ser possível a perturbação da ordem pública;VIII – Executar ações repressivas, como força de contenção, em locais ou áreas específicas onde ocorra a perturbação da ordem pública;IX – Executar o policiamento ostensivo de trânsito urbano e rodoviário estadual, além de outras ações destinadas ao cumprimento da legislação de trânsito;X – Executar o policiamento ostensivo ambiental;XI – Apurar através de processo administrativo as infrações penais militares, quando for Subtenente ou 1º Sargento, de acordo com as normas pertinentes;XII – Lavrar termo circunstanciado nas infrações penais de menor potencial ofensivo, assim definidas em lei;XIII – Executar a coleta e busca de dados sobre a criminalidade e infrações administrativas de interesse policial, destinados a orientar o planejamento e a execução de suas atribuições;XIV – Executar as ações de inteligência destinadas a prevenir a criminalidade e a instrumentar o exercício da Polícia Ostensiva e da preservação da ordem pública;XV – Executar ações correcionais na esfera de sua competência;XVI – Fiscalizar o cumprimento dos dispositivos legais e normativos atinentes à Polícia Ostensiva, à ordem pública e pânico a esta pertinente;XVII – Executar as ações policiais visando aplicação dos direitos humanos, frente às necessidades da pessoa humana, a fim de garantir o exercício pleno da cidadania;XVIII – Executar as ações relativas à segurança de dignitários e escolta de detidos e presos;XIX – Executar o cumprimento das ordens judiciais;XX – Executar as ações voltadas para uma gestão de qualidade;

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XXI – Executar as ações de pessoal administrativas necessárias para o desempenho da atividade fim;XXII – Cultuar os princípios morais, éticos, cívicos e militares na sua esfera de competência;XXIII – Conhecer a legislação militar pertinente à atividade policial militar.Art. 5º Os cursos de formação do Policial Militar, quer seja de praça ou de oficial, é o início primordial para acepção profissional, ao final dos quais, o policial militar deverá:I - Conhecer a legislação pertinente à atividade de segurança pública e as garantias que ela oferece aos cidadãos, com a finalidade de adoção de atitudes de justiça e respeito às leis;II - Conhecer a legislação militar pertinente à atividade policial militar e ter capacidade para desempenhar os papéis nela previstos;III - Ter capacidade para executar o policiamento ostensivo realizando a fiscalização sobre o ambiente social, de forma a prevenir ou neutralizar os fatores de risco que possam comprometer a ordem pública;IV - Prestar ao público serviços de qualidade elevada, destinados a manter a segurança, a paz e a ordem na comunidade, através de ações empreendedoras e integradas junto à sociedade;V - Identificar os problemas setorizados de crime e de desordem e verificar as suas causas, para assegurar uma intervenção rápida nos incidentes, principalmente onde há perigo de vida;VI - Ter capacidade técnica adequada para aplicar o uso da força e de armas de fogo, de acordo com a natureza e as circunstâncias do incidente, observando os princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade e ética;VII - Ter comprometimento ético e moral para desenvolver suas ações visando aplicação dos direitos humanos, frente às necessidades da pessoa humana, a fim de garantir o exercício pleno da cidadania.VIII - Desenvolver comportamento profissional que estabeleça a confiança e o respeito ao público, através da adoção de normas profissionais, éticas e morais, que assegurem a imparcialidade na aplicação das leis;IX - Liderar de forma plena e positiva o público interno e externo, na esfera de sua competência, para o fiel cumprimento de suas atividades;X - Compreender os diversos assuntos humanísticos e sociais para o desenvolvimento do autoconhecimento de suas capacidades técnica, cognitiva, emocional e de inter-relações com o objetivo de favorecer o desempenho de suas atribuições na resolução dos problemas sociais de forma pacífica e na aplicação da lei dentro dos parâmetros aceitáveis;XI - Compreender o poder de Polícia Ostensiva para o desempenho do papel da autoridade policial militar, através do conhecimento técnico das possíveis variáveis internas e externas que possam interferir no exercício de suas atividades;XII - Possuir habilidades para gerenciar ações administrativas de pessoal e material concernentes ao desempenho das atividades fins;XIII - Ter capacidade técnica para garantir a segurança de dignitários e escolta de detidos e presos.XIV - Ter conhecimento e capacidade necessários para o cumprimento das ordens judiciais.XV - Compreender a importância das ações de gestão de qualidade e ter capacidade para implementá-las e executá-las.

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XVI - Compreender os valores dos princípios morais, cívicos e militares.XVII - Ter capacidade emocional para compreender e assimilar os diversos níveis de conflitos sociais, institucionais e pessoais, a fim de preservar os seus princípios morais e éticos, necessários para o desempenho de sua atividade profissional. Art. 7º O Perfil Profissiográfico, com características psicológicas requeridas para o Curso de Formação de Praças, são:I - Adaptabilidadee Flexibilidade - Capacidade de o indivíduo adaptar seu comportamento e de agir com desenvoltura nas mais diversas situações e/ou ideias.II - Atenção concentrada no nível médio a médio superior - Capacidade de discriminar estímulos e atuar de forma adequada aos mesmosIII - Capacidade de comunicação (linguagem verbal e escrita) - Capacidade bem desenvolvida de transmitir e emitir mensagens e ideias, de forma verbal e escrita.IV - Capacidade de percepção e julgamento - Capacidade de perceber os variados estímulos do ambiente, os diferenciando e categorizando, de forma a possibilitar um adequado julgamento da realidade, permitindo uma adequada tomada de ação.V - Controle da agressividade - Energia que dispõe o indivíduo a enfrentar situações adversas, direcionando-a de forma que seja benéfica para si e para a sociedade mostrando-se uma pessoa combativa.VI - Controle da impulsividade - Capacidade de controlar as emoções e a tendência a reagir de forma brusca e intensa, diante de um estímulo interno ou externo.VII - Controle emocional - Habilidade de reconhecer as próprias emoções diante de um estímulo, controlando-as de forma que não interfiram em seu comportamento.VIII - Coordenação motora - Capacidade bem desenvolvida de coordenar os movimentos corporais, em tempo e espaço adequados, utilizando também da habilidade viso-motora. IX - Disciplina - Capacidade bem desenvolvida de cumprir ordens e normas.X - Ética nas relações - Capacidade elevada de relacionar-se com os demais de maneira ética, respeitando os preceitos morais e humanísticos, que devem permear todas as relações interpessoais.XI - Iniciativa e Responsabilidade - Capacidade do indivíduo em tomar decisões, assumindo suas consequências, empreender novas atitudes e/ou ideias e de tomada de decisões.XII - Liderança - Capacidade adequada de gerenciar pequenos grupos em todos os seus aspectos.XIII - Memória auditiva e visual no nível médio a médio superior - Capacidade para memorizar sons e imagens principalmente fisionomias, tornando-as disponíveis para a lembrança imediata.XIV - Raciocínio lógico no nível médio a médio superior - Grau de raciocínio lógico global dentro da faixa média, aliado à capacidade de incorporar novos conhecimentos e reestruturar conceitos já estabelecidos, e capacidade de julgamento.XV - Resiliência - Capacidade de superar adversidades e situações potencialmente traumáticas.XVI - Resistência à fadiga - Capacidade de vivenciar e resistir a situações de intenso desgaste físico e mental.

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XVII - Resistência à frustração - Habilidade de manter suas atividades em bom nível, quando privado da satisfação de uma necessidade pessoal, em uma dada situação profissional ou pessoal.XVIII - Sociabilidade - Capacidade em conviver em grupos de forma a proporcionar a possibilidade de trocas sociais e afetivas.Art. 8º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

UNIDADE II - LEGISLAÇÃO FEDERAL PERTINENTE À CORPORAÇÃO

Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das Forças Armadas.

Porque a utilização de um regulamento de continências, honras, sinais de respeito e cerimonial militar?

A Polícia Militar do Estado de Goiás, conforme a própria denominação é uma instituição militarizada e por tal razão adota o regulamento do Exército Brasileiro com a finalidade de gerar padronização ao estabelecer as honras, as continências e os sinais de respeito que os militares prestam a determinados símbolos nacionais e às autoridades civis e militares.

Tal legislação visa substancialmente regular as normas de apresentação e deprocedimento dos militares (convivência), bem como as formas de tratamento e a precedência entre os mesmos, fixando claramente as honras que constituem o Cerimonial Militar no que for comum às Forças Armadas e Auxiliares.

Vale ressaltar que as prescrições deste Regulamento supramencionado aplicam-se às situações diárias da vida castrense, estando o policial militar de serviço ou não, em área militar ou em sociedade, nas cerimônias e solenidades de natureza militar e/ou cívica.

De forma similar estudaremos o Regulamento Interno e dos Serviços Gerais (RISG) que prescreve tudo que se relaciona com a vida interna e com os serviços gerais das unidades consideradas corpos de tropa, estabelecendo normas e prescrições relativas às atribuições, às responsabilidades e ao exercício das funções de seus integrantes dentro de uma Unidade Policial Militar - UPM.

Vejamos de forma pormenorizada as referidaslegislações.

DOU Nº 95 S-1 DE 21/05/2009

II.1 - PORTARIA NORMATIVA Nº 660/MD, DE 19 DE MAIO DE 2009. (ALTERADA PELA PORTARIA NORMATIVA Nº 849/MD, DE 04 DE ABRIL DE 2013).Aprova o Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das Forças Armadas.O MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA, no uso da atribuição que lhe confere o inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e considerando a competência delegada pelo Decreto nº 6.806, de 25 de março de 2009, resolve:

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Art. 1º Aprovar o Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das Forças Armadas, na forma dos Anexos I e II a esta Portaria Normativa. Art. 2º Esta Portaria Normativa entra em vigor no dia 25 de maio de 2009. NELSON A. JOBIM

REGULAMENTO DE CONTINÊNCIAS, HONRAS, SINAIS DE RESPEITO E CERIMONIAL MILITAR DAS FORÇAS ARMADAS.TÍTULO IIDOS SINAIS DE RESPEITO E DA CONTINÊNCIACAPITULO IGENERALIDADESArt. 2º Todo militar, em decorrência de sua condição, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas, estabelecidos em toda a legislação militar, deve tratar sempre: I - com respeito e consideração os seus superiores hierárquicos, como tributo à autoridade de que se acham investidos por lei; II - com afeição e camaradagem os seus pares; III - com bondade, dignidade e urbanidade os seus subordinados. § 1º Todas as formas de saudação militar, os sinais de respeito e a correção de atitudes caracterizam, em todas as circunstâncias de tempo e lugar, o espírito de disciplina e de apreço existentes entre os integrantes das Forças Armadas. § 2º As demonstrações de respeito, cordialidade e consideração, devidas entre os membros das Forças Armadas, também o são aos integrantes das Polícias Militares, dos Corpos de Bombeiros Militares e aos Militares das Nações Estrangeiras. Art. 3º O militar manifesta respeito e apreço aos seus superiores, pares e subordinados: I - pela continência; II - dirigindo-se a eles ou atendendo-os, de modo disciplinado; III - observando a precedência hierárquica;IV - por outras demonstrações de deferência. § 1º Os sinais regulamentares de respeito e de apreço entre os militares constituem reflexos adquiridos mediante cuidadosa instrução e continuada exigência. § 2º A espontaneidade e a correção dos sinais de respeito são índices seguros do grau de disciplina das corporações militares e da educação moral e profissional dos seus componentes. § 3º Os sinais de respeito e apreço são obrigatórios em todas as situações, inclusive nos exercícios no terreno e em campanha.

CAPÍTULO IIDOS SINAIS DE RESPEITOArt. 4º Quando dois militares se deslocam juntos, o de menor antiguidade dá a direita ao superior. Parágrafo único. Se o deslocamento se fizer em via que tenha lado interno e lado externo, o de menor antiguidade dá o lado interno ao superior. Art. 5º Quando os militares se deslocam em grupo, o mais antigo fica no centro, distribuindo-se os demais, segundo suas precedências, alternadamente à direita e à esquerda do mais antigo. Art. 6º Quando encontrar um superior num local de circulação, o militar saúda-o e cede-lhe o melhor lugar. § 1º Se o local de circulação for estreito e o militar for praça, franqueia a passagem ao superior, faz alto e permanece de frente para ele. § 2º Na entrada de uma porta, o militar franqueia-a ao superior; se estiver fechada, abre-a, dando passagem ao superior e torna a fechá-la depois.

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Art. 7º Em local público onde não estiver sendo realizada solenidade cívico-militar, bem como em reuniões sociais, o militar cumprimenta, tão logo lhe seja possível, seus superiores hierárquicos. Parágrafo único. Havendo dificuldade para aproximar-se dos superiores hierárquicos, o cumprimento deve ser feito mediante um movimento de cabeça. Art. 8º Para falar a um superior, o militar emprega sempre o tratamento "Senhor" ou "Senhora". § 1º Para falar, formalmente, ao Ministro de Estado da Defesa, o tratamento é "Vossa Excelência" ou "Senhor Ministro"; nas relações correntes de serviço, no entanto, é admitido o tratamento de "Ministro" ou "Senhor". § 2º Para falar, formalmente, a um oficial-general, o tratamento é "Vossa Excelência", "Senhor Almirante", "Senhor General" ou "Senhor Brigadeiro", conforme o caso; nas relações correntes de serviço, no entanto, é admitido o tratamento de "Almirante", "General" ou "Brigadeiro", conforme o caso, ou ainda, de "Senhor". § 3º Para falar, formalmente, ao Comandante, Diretor ou Chefe de Organização Militar, o tratamento é "Senhor Comandante", "Senhor Diretor", "Senhor Chefe", conforme o caso; nas relações correntes de serviço, é admitido o tratamento de "Comandante", "Diretor" ou "Chefe". § 4º No mesmo posto ou graduação, poderá ser empregado o tratamento "você", respeitadas as tradições e peculiaridades de cada Força Armada. Art. 9º Para falar a um mais moderno, o superior emprega o tratamento "você". Art. 10. Todo militar, quando for chamado por um superior, deve atendê-lo o mais rápido possível, apressando o passo quando em deslocamento. Art. 11. Nos refeitórios, os oficiais observam, em princípio, as seguintes prescrições: I - aguardam, para se sentarem à mesa, a chegada do Comandante, Diretor ou Chefe, ou da mais alta autoridade prevista para a refeição; II - caso a referida autoridade não possa comparecer à hora marcada para o início da refeição, esta é iniciada sem a sua presença; à sua chegada, a refeição não é interrompida, levantando-se apenas os oficiais que tenham assento à mesa daquela autoridade; III - ao terminar a refeição, cada oficial levanta-se e pede permissão ao mais antigo para retirar-se do recinto, podendo ser delegada ao mais antigo de cada mesa a autorização para concedê-la; IV - o oficial que se atrasar para a refeição deve apresentar-se à maior autoridade presente e pedir permissão para sentar-se; V - caso a maior autoridade presente se retire antes que os demais oficiais tenham terminado a refeição, apenas se levantam os que tenham assento à sua mesa. § 1º Os refeitórios de grande frequência e os utilizados por oficiais de diversas Organizações Militares podem ser regidos por disposições específicas. § 2º Nos refeitórios de suboficiais, subtenentes e sargentos devem ser observados procedimentosanálogosaos dos oficiais. Art. 12. Nos ranchos de praças, ao neles entrar o Comandante, Diretor ou Chefe da Organização Militar ou outra autoridade superior, a praça de serviço, o militar mais antigo presente ou o que primeiro avistar aquela autoridade comanda: "Rancho, Atenção!" e anuncia a função de quem chega; as praças, sem se levantarem e sem interromperem a refeição, suspendem toda a conversação, até que seja dado o comando de "À vontade". Art. 13. Sempre que um militar precisar sentar-se ao lado de um superior, deve solicitar-lhe a permissão.

CAPÍTULO IIIDA CONTINÊNCIAArt. 14. A continência é a saudação prestada pelo militar e pode ser individual ou da tropa. § 1º A continência é impessoal; visa à autoridade e não à pessoa.

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§ 2º A continência parte sempre do militar de menor precedência hierárquica; em igualdade de posto ou graduação, quando ocorrer dúvida sobre qual seja o de menor precedência, deve ser executada simultaneamente. § 3º Todo militar deve, obrigatoriamente, retribuir a continência que lhe é prestada; se uniformizado, presta a continência individual; se em trajes civis, responde-a com um movimento de cabeça, com um cumprimento verbal ou descobrindo-se, caso esteja de chapéu. Art. 15. Têm direito à continência: I - a Bandeira Nacional: a) ao ser hasteada ou arriada diariamente, em cerimônia militar ou cívica; b) por ocasião da cerimônia de incorporação ou desincorporarão, nas formaturas; c) quando conduzida por tropa ou por contingente de Organização Militar; d) quando conduzida em marcha, desfile ou cortejo, acompanhada por guarda ou por organização civil, em cerimônia cívica; e) quando, no período compreendido entre oito horas e o pôr-do-sol, um militar entra a bordo de um navio de guerra ou dele sai, ou, quando na situação de "embarcado", avista-a ao entrar a bordo pela primeira vez, ou ao sair pela última vez; II - o Hino Nacional, quando executado em solenidade militar ou cívica; III - o Presidente da República; IV - o Vice-Presidente da República; V - os Presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal; VI - o Ministro de Estado da Defesa; VII - os demais Ministros de Estado, quando em visita de caráter oficial; VIII - os Governadores de Estado, de Territórios Federais e do Distrito Federal, nos respectivos territórios, ou, quando reconhecidos ou identificados, em qualquer parte do País em visita de caráter oficial; IX - o Ministro-Presidente e os Ministros Militares do Superior Tribunal Militar, quando reconhecidos ou identificados; X - os militares da ativa das Forças Armadas, mesmo em traje civil; neste último caso, quando for obrigatório o seu reconhecimento em função do cargo que exerce ou, para os demais militares, quando reconhecidos ou identificados; XI - os militares da reserva ou reformados, quando reconhecidos ou identificados; XII - a tropa quando formada; XIII - as Bandeiras e os Hinos das Nações Estrangeiras, nos casos dos incisos I e II deste artigo; XIV - as autoridades civis estrangeiras, correspondentes às constantes dos incisos III a VIII deste artigo, quando em visita de caráter oficial; XV - os militares das Forças Armadas estrangeiras, quando uniformizados e, se em trajes civis, quando reconhecidos ou identificados; XVI - os integrantes das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares, Corporações consideradas forças auxiliares e reserva do Exército. Art. 16. O aperto de mão é uma forma de cumprimento que o superior pode conceder ao mais moderno. Parágrafo único. O militar não deve tomar a iniciativa de estender a mão para cumprimentar o superior, mas, se este o fizer, não pode se recusar ao cumprimento. Art. 17. O militar deve responder com saudação análoga quando, ao cumprimentar o superior, este, além de retribuir a continência, fizer uma saudação verbal.

Seção IDo Procedimento NormalArt. 18. A continência individual é a forma de saudação que o militar isolado, quando uniformizado, com ou sem cobertura, deve aos símbolos, às autoridades e à tropa formada, conforme estabelecido no art. 15 deste Regulamento.

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§ 1º A continência individual é, ainda, a forma pela qual os militares se saúdam mutuamente, ou pela qual o superior responde à saudação de um mais moderno. § 2º A continência individual é devida a qualquer hora do dia ou da noite, só podendo ser dispensada nas situações especiais conforme regulamento de cada Força Armada. § 3º Quando em trajes civis, o militar assume as seguintes atitudes: I - nas cerimônias de hasteamento ou arriação da Bandeira, nas ocasiões em que esta se apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino Nacional, o militar deve tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, com a cabeça descoberta; II - nas demais situações, se estiver de cobertura, descobre-se e assume atitude respeitosa; e III - ao encontrar um superior fora de Organização Militar, o subordinado faz a saudação com um cumprimento verbal, de acordo com as convenções sociais. Art. 19. A atitude, o gesto e a duração são elementos essenciais da continência individual, variáveis conforme a situação dos executantes: I - atitude: postura marcial e comportamento respeitoso e adequado às circunstâncias e ao ambiente; II - gesto: conjunto de movimento do corpo, braços e mãos, com ou sem armas; e III - duração: o tempo durante o qual o militar assume a atitude e executa o gesto referido no inciso II deste artigo. Art. 20. O militar, desarmado, ou armado de revólver ou pistola, de sabre-baioneta ou espada embainhada, faz a continência individual de acordo com as seguintes regras: I - mais moderno parado e superior deslocando-se: a) posição de sentido, frente voltada para a direção perpendicular à do deslocamento do superior; b) com cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado da cobertura, tocando com a falangeta do indicador a borda da pala, um pouco adiante do botão da jugular, ou lugar correspondente, se a cobertura não tiver pala ou jugular; a mão no prolongamento do antebraço, com a palma voltada para o rosto e com os dedos unidos e distendidos; o braço sensivelmente horizontal, formando um ângulo de 45º com a linha dos ombros; olhar franco e naturalmente voltado para o superior e, para desfazer a continência, baixa a mão em movimento enérgico, voltando à posição de sentido; c) sem cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita ao lado direito da fronte, procedendo similarmente ao descrito na alínea "b" deste inciso, no que couber; d) a continência: é feita quando o superior atinge a distância de três passos do mais moderno e desfeita quando o superior ultrapassa o mais moderno de um passo; II - mais moderno deslocando-se e superior parado, ou deslocando-se em sentido contrário: a) se está se deslocando em passo normal, o mais moderno mantém o passo e a direção do deslocamento; se em acelerado ou correndo, toma o passo normal, não cessa o movimento normal do braço esquerdo; a continência é feita a três passos do superior, como descrito nas alíneas "b" e "c" do inciso I deste artigo, encarando-o com movimento vivo de cabeça; ao passar por este, o mais moderno volta a olhar em frente e desfaz a continência; III - mais moderno e superior deslocando-se em direções convergentes: a) o mais moderno dá precedência de passagem ao superior e faz a continência como descrito nas alíneas "b" e "c" do inciso I deste artigo, sem tomar a posição de sentido; IV - mais moderno, deslocando-se, alcança e ultrapassa o superior que se desloca no mesmo sentido: a) o mais moderno, ao chegar ao lado do superior, faz-lhe a continência como descrito nas alíneas "b" e "c" do inciso I deste artigo, e o encara com vivo movimento de cabeça; após três passos, volta a olhar em frente e desfaz a continência; V - mais moderno deslocando-se, é alcançado e ultrapassado por superior que se desloca no mesmo sentido:

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a) o mais moderno, ao ser alcançado pelo superior, faz-lhe a continência, como nas alíneas "b" e "c" do inciso I deste artigo, desfazendo-a depois que o superior tiver se afastado um passo; VI - em igualdade de posto ou graduação, a continência é feita no momento em que os militares passam um pelo outro ou se defrontam. Art. 22. O militar, quando tiver as duas mãos ocupadas, faz a continência individual tomando a posição de sentido, frente voltada para a direção perpendicular à do deslocamento do superior. § 1º Quando apenas uma das mãos estiver ocupada, a mão direita deve estar livre para executar a continência. § 2º O militar em deslocamento, quando não puder prestar continência por estar com as mãos ocupadas, faz vivo movimento de cabeça. Art. 23. O militar, isolado, armado de metralhadora de mão, fuzil ou arma semelhante faz continência da seguinte forma: I - quando estiver se deslocando: a) leva a arma à posição de "Ombro Arma", à passagem do superior hierárquico; b) à passagem de tropa formada, faz alto, volta-se para a tropa e leva a arma à posição de "Ombro Arma"; e c) com a arma a tiracolo ou em bandoleira, toma a posição de sentido, com sua frente voltada para a direção perpendicular à do deslocamento do superior. II - quando estiver parado: a) na continência aos símbolos e às autoridades mencionadas nos incisos I a VIII do art. 15 deste Regulamento e a oficiais-generais, faz "Apresentar Arma"; b) para os demais militares, faz "Ombro Arma"; c) à passagem da tropa formada, leva a arma à posição de "Ombro Arma"; e d) com a arma a tiracolo ou em bandoleira, toma apenas a posição de sentido. Art. 24. Todo militar faz alto para a continência à Bandeira Nacional, ao Hino Nacional e ao Presidente da República. § 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia religiosa, o militar participante da cerimônia não faz a continência individual, permanecendo em atitude de respeito. § 2º Quando o Hino Nacional for cantado, a tropa ou militar presente não faz a continência, nem durante a sua introdução, permanecendo na posição de "Sentido" até o final de sua execução. Art. 25. Ao fazer a continência ao Hino Nacional, o militar volta-se para a direção de onde vem a música, conservando-se nessa atitude enquanto durar sua execução. § 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia à Bandeira ou ao Presidente da República, o militar volta-se para a Bandeira ou para o Presidente da República. § 2º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia militar ou cívica, realizada em ambiente fechado, o militar volta-se para o principal local da cerimônia e faz a continência como estipulado no inciso I do art. 20 ou nos arts. 21, 22 ou 23 desta deste Regulamento, conforme o caso. Art. 26. Ao fazer a continência para a Bandeira Nacional integrante de tropa formada e parada, todo militar que se desloca, faz alto, vira-se para ela e faz a continência individual, retomando, em seguida, o seu deslocamento; a autoridade passando em revista à tropa observa o mesmo procedimento. Art. 27. Na sede do MINISTÉRIO DA DEFESA e nas Organizações Militares, a praça faz alto para a continência às autoridades enumeradas nos incisos III a IX, inclusive, do art. 15 deste Regulamento e a oficial-general. Art. 28. O Comandante, Chefe ou Diretor de Organização Militar tem, diariamente, direito à continência prevista no art. 27 deste Regulamento, na primeira vez que for encontrado pelas suas praças subordinadas, no interior de sua organização. Art. 29. Os militares em serviço policial ou de segurança poderão ser dispensados dos procedimentos sobre continência individual constantes deste Regulamento.

Art. 31. O militar isolado presta continência à tropa da seguinte forma: I - tropa em deslocamento e militar parado:

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a) militar a pé: qualquer que seja seu posto ou graduação volta-se para a tropa, toma posição de "Sentido" e permanece nessa atitude durante a passagem da tropa, fazendo a continência individual para a Bandeira Nacional e, se for mais antigo do que o Comandante da tropa, corresponde à continência que lhe é prestada; caso contrário, faz a continência individual ao Comandante da tropa e a todos os militares em comando de frações constituídas que lhe sejam hierarquicamente iguais ou superiores; e b) militar em viatura estacionada: desembarca e procede de acordo com o estipulado na alínea "a" do inciso I do art. 31 deste Regulamento; II - tropa em deslocamento e militar em movimento, a pé ou em veículo: a) o militar, sendo superior hierárquico ao Comandante da tropa, para, volta-se para esta e responde à continência que lhe é prestada; caso contrário, para, volta-se para aquela e faz a continência individual ao Comandante da tropa e a todos os militares em comando de frações constituídas que lhe sejam hierarquicamente iguais ou superiores; para o cumprimento à Bandeira Nacional, o militar a pé para e faz a continência individual; se no interior de veículo, faz a continência individual sem desembarcar; III - tropa em forma e parada, e militar em movimento: a) procede como descrito no inciso II deste artigo, parando apenas para o cumprimento à Bandeira Nacional. Art. 32. Ao entrar em uma Organização Militar, o oficial, em princípio, deve ser conduzido ao seu Comandante, Chefe ou Diretor, ou, conforme as peculiaridades e os procedimentos específicos de cada Força Armada, à autoridade militar da Organização para isso designada, a fim de participar os motivos de sua ida àquele estabelecimento e, terminada a missão ou o fim que ali o levou, deve, antes de se retirar, despedir-se daquela autoridade. § 1º Nos estabelecimentos ou repartições militares onde essa apresentação não seja possível, deve o militar apresentar-se ou dirigir-se ao de maior posto ou graduação presente, ao qual participará o motivo de sua presença. § 2º Quando o visitante for do mesmo posto ou de posto superior ao do Comandante, Diretor ou Chefe, é conduzido ao Gabinete ou Câmara deste, que o recebe e o ouve sobre o motivo de sua presença. § 3º A praça, em situação idêntica, apresenta-se ao Oficial de Dia ou de Serviço, ou a quem lhe corresponder, tanto na chegada quanto na saída. § 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos não se aplica às organizações médico-militares, exceto se o militar estiver em visita de serviço. Art. 35. O militar fardado descobre-se ao entrar em um recinto coberto. § 1º O militar fardado descobre-se, ainda, nas reuniões sociais, nos funerais, nos cultos religiosos e ao entrar em templos ou participar de atos em que este procedimento seja pertinente, sendo-lhe dispensada, nestes casos, a obrigatoriedade da prestação da continência. § 2º O estabelecido no caput deste artigo não se aplica aos militares armados de metralhadora de mão, fuzil ou arma semelhante ou aos militares em serviço de policiamento, escolta ou guarda. Art. 36. Para saudar os civis de suas relações, o militar fardado não se descobre, cumprimentando-os pela continência, pelo aperto de mão ou com aceno de cabeça. Parágrafo único. Estando fardado, o militar do sexo masculino que se dirigir a uma senhora para cumprimentá-la, descobre-se, colocando a cobertura sob o braço esquerdo; se estiver desarmado e de luvas, descalça a luva da mão direita e aguarda que a senhora lhe estenda a mão. Art. 40. Em embarcação, viatura ou aeronave militar, o mais antigo é o último a embarcar e o primeiro a desembarcar. § 1º Em se tratando de transporte de pessoal, a licença para início do deslocamento é prerrogativa do mais antigo presente. § 2º Tais disposições não se aplicam a situações operacionais, quando devem ser obedecidos os Planos e Ordens a elas ligados.

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CAPÍTULO IVDA APRESENTAÇÃOArt. 41. O militar para se apresentar a um superior, aproxima-se deste até a distância do aperto de mão; toma a posição de "Sentido", faz a continência individual como descrita neste Regulamento e diz, em voz claramente audível, seu grau hierárquico, nome de guerra e Organização Militar a que pertence, ou função que exerce, se estiver no interior da sua Organização Militar; desfaz a continência e diz o motivo da apresentação, permanecendo na posição de "Sentido" até que lhe seja autorizado tomar a posição de "Descansar" ou de "À Vontade". § 1º Se o superior estiver em seu Gabinete de trabalho ou outro local coberto, o militar sem arma ou armado de revólver, pistola ou espada embainhada tira a cobertura com a mão direita; em se tratando de boné ou capacete, coloca-o debaixo do braço esquerdo com o interior voltado para o corpo e a jugular para a frente; se de boina ou gorro com pala, empunha-o com a mão esquerda, de tal modo que sua copa fique para fora e a sua parte anterior voltada para a frente e, em seguida, faz a continência individual e procede à apresentação. § 2º Caso esteja armado de espada desembainhada, fuzil ou metralhadora de mão, o militar faz alto à distância de dois passos do superior e executa o "Perfilar Espada" ou "Ombro Arma", conforme o caso, permanecendo nessa posição mesmo depois de correspondida a saudação; se o superior for oficial-general ou autoridade superior, o militar executa o manejo de "Apresentar Arma", passando, em seguida, à posição de "Perfilar Espada" ou "Ombro Arma", conforme o caso, logo depois de correspondida a saudação. § 3º Em locais cobertos, o militar armado nas condições previstas no § 2º deste artigo, para se apresentar ao superior, apenas toma a posição de "Sentido". Art. 42. Para se retirar da presença de um superior, o militar faz-lhe a continência individual, idêntica à da apresentação, e pede permissão para se retirar; concedida a permissão, o oficial retira-se normalmente, e a praça, depois de fazer "Meia Volta", rompe a marcha com o pé esquerdo.

Seção VIDa Continência da GuardaArt. 70. A guarda formada presta continência: I - aos símbolos, às autoridades e à tropa formada, referidos nos incisos I a X, XII e XIII do art. 15 deste Regulamento; II - aos Almirantes de Esquadra, Generais de Exército e Tenentes-Brigadeiros, nas sedes dos Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, respectivamente; III - aos oficiais-generais, nas sedes de Comando, Chefia ou Direção privativos dos postos de oficial-general; IV - aos oficiais-generais, aos oficiais superiores e ao comandante, chefe ou diretor, qualquer que seja o seu posto, nas Organizações Militares; V - aos oficiais-generais e aos oficiais superiores das Forças Armadas das Nações Estrangeiras, quando uniformizados, nas condições estabelecidas nos incisos I a IV deste artigo; e VI - à guarda que venha rendê-la. § 1º As normas para a prestação de continência, pela guarda formada, a oficiais de qualquer posto, serão reguladas pelo Cerimonial de cada Força. § 2º A continência é prestada por ocasião da entrada e saída da autoridade. Art. 72. A guarda forma para prestar continência a tropa de efetivo igual ou superior a subunidade, sem Bandeira, que saia ou regresse ao quartel.

Seção VIIDa Continência da SentinelaArt. 76. A sentinela de posto fixo, armada, presta continência:

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I - apresentando arma, aos símbolos e autoridades referidos no art. 15 deste Regulamento; II - tomando a posição de sentido, aos graduados e praças especiais das Forças Armadas nacionais e estrangeiras; e III - tomando a posição de sentido e, em seguida, fazendo "Ombro Arma", à tropa não comandada por oficial. § 1º O militar que recebe uma continência de uma sentinela faz a continência individual para respondê-la. § 2º A sentinela móvel presta continência aos símbolos, autoridades e militares constantes do art. 15 deste Regulamento, tomando apenas a posição de "Sentido". Art. 77. Os marinheiros e soldados, quando passarem por uma sentinela, fazem a continência individual, à qual a sentinela responde tomando a posição de "Sentido". Art. 78. No período compreendido entre o arriar da Bandeira Nacional e o toque de alvorada do dia seguinte, a sentinela só apresenta armas à Bandeira Nacional, ao Hino Nacional, ao Presidente da República, às bandeiras e hinos de outras nações e a tropa formada, quando comandada por oficial. Parágrafo único. No mesmo período, a sentinela toma a posição de "Sentido" à passagem de um superior pelo seu posto ou para corresponder à saudação militar de marinheiros e soldados. Art. 79. Para prestar continência a uma tropa comandada por oficial, a sentinela toma a posição de "Sentido", executando o "Apresentar Arma" quando a testa da tropa estiver a dez passos, assim permanecendo até a passagem do Comandante e da Bandeira; a seguir faz "Ombro Arma" até o escoamento completo da tropa, quando volta às posições de "Descansar Arma" e "Descansar".

II.2 - REGULAMENTO INTERNO E DOS SERVIÇOS GERAIS – R-1(RISG)TÍTULO IDAS GENERALIDADESCAPÍTULO IDA FINALIDADE E DA APLICAÇÃOArt. 1º O Regulamento Interno e dos Serviços Gerais (RISG) prescreve tudo quanto se relaciona com a vida interna e com os serviços gerais das unidades consideradas corpos de tropa, estabelecendo normas relativas às atribuições, às responsabilidades e ao exercício das funções de seus integrantes.§ 1º O RISG também estabelece normas para as Gu Militares do Exército e para as substituições temporárias de oficiais-generais.§ 2º As prescrições do RISG estendem-se às demais OM do Exército, no que lhes for aplicável.Art. 2º Ao Comandante do Exército cabe resolver os casos omissos que se verificarem na aplicação deste Regulamento.

Cabos e SoldadosArt. 128. Aos cabos incumbe:I - auxiliar na instrução do elemento de tropa que lhes competir ou lhes for confiado;II - participar ao seu comandante direto as ocorrências que se verificarem com o pessoal a seu cargo;III - comandar o elemento de tropa que regularmente lhes competir ou que lhes seja confiado;IV - manter-se em condições de substituir, eventualmente, os 3º sargentos, na instrução e nosserviços;V - cumprir, rigorosamente, as normas de prevenção de acidentes na instrução e atividades de risco.Art. 129. O soldado é o elemento essencial de execução e a ele, como a todos os militares, cabe os deveres de:I - pautar a conduta pela fiel observância das ordens e disposições regulamentares;

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II - mostrar-se digno da farda que veste;III - revelar como atributos primordiais de sua nobre missão:a) o respeito e a obediência aos seus chefes;b) o culto à fraternal camaradagem para com os companheiros;c) a destreza na utilização do armamento que lhe for destinado e o cuidado com o material que lhe seja entregue;d) o asseio corporal e o dos uniformes;e) a dedicação pelo serviço e o amor à unidade;f) a consciente submissão às regras disciplinares.Art. 130. Ao soldado cumpre, particularmente:I - esforçar-se por aprender tudo o que lhe for ensinado pelos seus instrutores;II - evitar divergências com camaradas ou civis e abster-se de prática de vícios ou atividades que prejudicam a saúde e aviltam o moral;III - manter relações sociais somente com pessoas cujas qualidades morais as recomendem;IV - portar-se com a máxima compostura e zelar pela correta apresentação de seus uniformes, em qualquer circunstância;V - compenetrar-se da responsabilidade que lhe cabe sobre o material de que é detentor,abstendo-se de desencaminhar ou extraviar, propositadamente ou por negligência, peças de fardamento, armamento, equipamento ou outros objetos pertencentes à União;VI - participar, imediatamente, ao seu chefe direto o extravio ou estrago eventual de qualquer material a seu cargo;VII - apresentar-se ao Cb Dia, quando sentir-se doente;VIII - ser pontual na instrução e no serviço, participando ao seu chefe, sem perda de tempo e pelo meio mais rápido ao seu alcance, quando, por motivo de doença ou de força maior, encontrar-se impedido de cumprir esse dever;IX - cumprir, rigorosamente, as normas de prevenção de acidentes na instrução e nas atividades de risco.

TÍTULO IVDOS SERVIÇOS GERAISDOS TRABALHOS DIÁRIOSArt. 174. O horário da vida diária da unidade, compreendendo serviços, instrução,expediente, rancho, etc., é estabelecido pelo Comandante de Unidade, por períodos que poderão variar com as estações do ano, os interesses da instrução e de acordo com determinações superiores.Art. 175. O horário correspondente a cada período será publicado em BI, sempre que possível com antecedência de uma semana e serão igualmente publicadas, com a antecedência devida, quaisquer alterações nele introduzidas.

Seção IIDa Instrução e das FaxinasArt. 178. A instrução, como objeto principal da vida da unidade, desenvolve-se nas fases mais importantes da jornada, não devendo ser prejudicada pelos demais trabalhos, serviços normais ou extraordinários, salvo o serviço de justiça e as atividades decorrentes das situações anormais.Parágrafo único. A militar gestante, salvo se for dispensada por recomendação médica,participará de todas as atividades militares, exceto das que envolvam esforços físicos e jornadas ou exercícios em campanha.Art. 179. A instrução é ministrada de conformidade com os programas e quadros detrabalho preestabelecidos e de acordo com os manuais, regulamentos e disposições particulares em vigor.Art. 180. Faxinas são todos os trabalhos de utilidade geral, executados no quartel ou fora dele, compreendendo limpeza, lavagem, capinação, arrumação, transporte, carga ou descarga de material e outros semelhantes regulados pelas NGA/U.

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Seção IIIDo ExpedienteArt. 181. O expediente é a fase da jornada destinada à preparação e execução dos trabalhos normais da administração da unidade e ao funcionamento das repartições e dependências internas.Parágrafo único. Os serviços de escala e outros de natureza permanente independem dohorário do expediente da unidade, assim como todos os trabalhos e serviços em situações anormais.Art. 182. O expediente começa normalmente com a formatura geral, da unidade ou de SU, e termina depois da leitura do BI do dia, com o toque de “ordem”.§ 1º O expediente será interrompido, em horário fixado nas NGA/U, para a refeição do almoço, reiniciando logo após, também em horário estabelecido nas NGA/U.§ 2º A formatura geral da unidade corresponde a um tempo de instrução.§ 3º O toque de “ordem” será executado, por ordem do Cmt U, somente após o recebimento, pelo SCmt U, de todos os mapas diários do armamento emitidos pelos respectivos Cmt SU e, quando for o caso, por outros oficiais que possuam responsabilidade sobre o referido material.Art. 183. Todos os oficiais e praças prontos no serviço permanecerão no quartel durante o expediente, de onde só poderão afastar-se os oficiais, mediante permissão do Cmt U, que poderá delegá-la ao SCmt, e as praças com autorização dos respectivos Cmt SU ou chefes de repartição interna.§ 1º Durante o expediente, oficiais e praças manter-se-ão com o uniforme previsto.§ 2º Durante as horas de expediente, todos os militares devotar-se-ão, exclusivamente, ao exercício de suas funções e aos misteres profissionais.

CAPÍTULO IIIDAS ESCALAS DE SERVIÇOArt. 184. A escala de serviço é a relação do pessoal ou das frações de tropa que concorrem na execução de determinado serviço, tendo por finalidade principal a distribuição equitativa de todos os serviços de uma OM.§ 1º Em cada unidade ou SU, as escalas respectivas são reunidas em um só documento,devendo cada uma delas conter os esclarecimentos necessários relativos à sua finalidade.§ 2º Todas as escalas são rigorosamente escrituradas e mantidas em dia pelas autoridades responsáveis, sendo nelas convenientemente registrados os serviços escalados e executados, bem como as alterações verificadas por ordem ou motivo superior.Art. 185. Serviço de escala é todo o serviço não atribuído permanentemente à mesma pessoa, ou fração de tropa, e que não importe em delegação pessoal ou escolha, obedecendo às seguintes regras:I - o serviço externo é escalado antes do interno e, em cada caso, o extraordinário antes do ordinário, tendo-se bem em vista a perfeita equidade na distribuição;II - a designação para determinado serviço recairá em quem, no mesmo serviço, maior folga tiver;III - em igualdade de folga, designar-se-á, primeiro, o de menor posto ou graduação, ou mais moderno;IV - as folgas são contadas separadamente para cada serviço;V - entre dois serviços de mesma natureza ou de natureza diferente, observar-se-á, para o mesmo indivíduo, no mínimo a folga de quarenta e oito horas, sempre que possível;VI - é considerado mais folgado o último incluído na escala, excetuados os casos de reinclusão na mesma, quando não haja decorrido, ainda, o prazo dentro do qual lhe houvesse tocado o serviço;VII - a designação para o serviço ordinário será feita de véspera, levando-se em conta as alterações desse dia e, para o extraordinário, de acordo com a urgência requerida;

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VIII - quando qualquer militar tiver entrado de serviço num dia em que não haja expediente, evitar-se-á, na medida do possível, que a sua imediata designação para o serviço recaia em um desses dias, sendo que, para isto, poderão ser organizadas escalas especiais, paralelas à comum;IX - a troca de serviço não altera as folgas da escala e, consequentemente, o critério da designação;X - só depois de apresentado pronto à unidade, poderá o militar ser escalado para qualquer serviço;XI - para contagem de folga, o serviço individual será considerado como executado, desde que o designado o tenha iniciado e, relativamente ao coletivo, desde que a tropa tenha entrado em forma;XII - em caso de estabelecimento de um serviço, levar-se-á em consideração, para contagem das folgas, a escala anterior desse serviço;XIII - a designação para os serviços da unidade é publicada, de véspera, no BI e a das SU, nos respectivos aditamentos;XIV - durante o período de gravidez e até que a criança atinja a idade de seis meses, a militar não concorre aos serviços de escala.

CAPÍTULO IVDO SERVIÇO INTERNOArt. 189. O serviço interno abrange todos os trabalhos necessários ao funcionamento daunidade e compreende o serviço permanente e o serviço de escala.§ 1º O serviço permanente é executado segundo determinações dos Cmt SU e chefes dasrepartições e das dependências internas, de acordo com os preceitos e as disposições deste e de outros regulamentos.§ 2º O serviço de escala compreende:I - Of Dia à unidade e seu Adj (ou Fisc Dia, Aux e Adj);II - Med Dia (a critério do Cmt U);III - guarda do quartel;IV - Sgt Dia SU;V - guarda das SU (alojamentos, garagens, cavalariças, canis, quando for o caso);VI – serviço de dia ao rancho (Sargento Dia, cozinheiro, cassineiro etc.);VII – serviço dedia às enfermarias;VIII - ordens; eIX - serviços extraordinários (patrulhas, reforços, faxinas etc.).§ 3º O serviço de escala tem a duração de vinte e quatro horas, de Parada a Parada, salvo o de faxina que será contado por jornada completa, do início até o término do expediente.Art. 190. Os serviços de que trata o art. 189 deste Regulamento são escalados:I - pelo SCmt U, os de Of Dia, Fisc Dia e Med Dia, e a SU ou subunidades que fornecerão pessoal para os serviços diários e extraordinários;II - pelo S1, os de Adjunto, Aux Fisc Dia (se for o caso), Cmt Gd e Cb Gd do quartel;III - pelos Cmt SU, o de Sgt Dia SU e os de guarda da SU, das garagens, das cavalariças e dos canis (quando for o caso), bem como o pessoal para os diversos serviços determinados em BI; eIV - pelos chefes de seções e serviços, o serviço interno da repartição.

Seção IIIDo Auxiliar do Fiscal de DiaArt. 200. O Aux Fisc Dia responde pelas funções do Fisc Dia no período em que esteestiver afastado da unidade.Art. 201. A existência da escala de Aux Fisc Dia não elimina a escala de Adj.

Seção IVDo AdjuntoArt. 202. O Sgt Adj é o auxiliar imediato do Of Dia, competindo-lhe:

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I - apresentar-se ao Of Dia após receber o serviço, executar e fazer executar todas as suas determinações;II - transmitir as ordens que dele receber e inteirá-lo da execução;III - secundá-lo, por iniciativa própria, na fiscalização da execução das ordens em vigorrelativas ao serviço;IV - responder, perante o Of Dia, pela perfeita execução da limpeza do quartel a cargo do cabo da faxina;V - participar ao Of Dia todas as ocorrências que verificar e as providências que a respeito tenha tomado;VI - acompanhar o Of Dia nas suas visitas às dependências do quartel, salvo quandodispensado por ele ou na execução de outro serviço;VII - passar revista às SU, quando determinado pelo Of Dia;VIII - organizar e escriturar os papéis relativos ao serviço, de modo que, uma hora depois da Parada, no máximo, estejam concluídos e à disposição do SCmt U;IX - dividir os quartos de ronda noturna entre si e os Sgt Dia SU;X - dividir a ronda noturna da guarda entre o seu comandante e o cabo da guarda;XI - fiscalizar os serviços das SU, na ausência dos respectivos Cmt ou de seus substitutos eventuais;XII - receber, dos Sgt Dia SU, todas as praças da unidade que devam ser recolhidas presas e apresentá-las ao Of Dia para o conveniente destino;XIII - providenciar para que as chaves de todas as dependências do quartel (gabinetes,reservas, depósitos etc.) estejam colocadas no claviculário da unidade, logo após o toque de ordem, informando pessoalmente ao Of Dia qualquer falta e entregando-lhe a respectiva chave; eXIV - responder pelo Of Dia em seus impedimentos eventuais.Art. 203. Quando o Adj responder eventualmente pelo Of Dia, participar-lhe-á asocorrências havidas durante o seu impedimento, mesmo que já as tenha comunicado à autoridade superior ou haja providenciado a respeito.

Seção VIDa Guarda do QuartelArt. 207. A guarda do quartel é normalmente comandada por um 2º ou 3º Sgt e constituída dos cabos e soldados necessários ao serviço de sentinelas.§ 1º Excepcionalmente, será a guarda do quartel comandada por oficial, neste caso, seráacrescida de um corneteiro ou clarim, passando o sargento às funções de auxiliar do Cmt Gd.§ 2º Todo o pessoal da guarda manter-se-á corretamente uniformizado, equipado e armado durante o serviço, pronto para entrar rapidamente em forma e atender a qualquer eventualidade.§ 3º Um rodízio de descanso entre os homens menos folgados poderá funcionar no decorrer de todo o serviço, sob o controle do Cmt Gd, com a finalidade de permitir que os soldados estejam descansados, vigilantes e alertas, durante a permanência nos postos de sentinela, particularmente no período noturno.§ 4º O período de descanso de que trata o § 3º deste artigo será gozado no alojamento daguarda, de onde os homens somente afastar-se-ão mediante ordem ou com autorização do Cmt Gd; será autorizado que os soldados afrouxem o equipamento e durmam.§ 5º As condições do rodízio tratado nos §§ 3º e 4º deste artigo poderão estar reguladas de forma pormenorizada nas NGA/U.Art. 208. A guarda do quartel tem por principais finalidades:I - manter a segurança do quartel;II - manter os presos e detidos nos locais determinados, não permitindo que os primeirossaiam das prisões, nem os últimos do quartel, salvo mediante ordem de autoridade competente;

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III - impedir a saída de praças que não estejam convenientemente fardadas, só permitindo a sua saída em trajes civis quando portadoras de competente autorização e, neste caso, convenientemente trajadas;IV - só permitir a saída de praças, durante o expediente e nas situações extraordinárias,mediante ordem ou licença especial e somente pelos locais estabelecidos;V - não permitir a entrada de bebidas alcoólicas, inflamáveis, explosivos e outros artigos proibidos pelo Cmt U, exceto os que constituírem suprimento para a unidade;VI - não permitir ajuntamentos nas proximidades das prisões nem nas imediações do corpo da guarda e dos postos de serviço;VII - impedir a saída de animais, viaturas ou material sem ordem da autoridade competente, bem como exigir o cumprimento das prescrições relativas à saída de viaturas;VIII - impedir a entrada de força não pertencente à unidade, sem conhecimento e ordemdo Of Dia, devendo, à noite, reconhecer à distância aquela que se aproximar do quartel;IX - impedir que os presos se comuniquem com outras praças da unidade ou pessoas estranhas, sem licença do Of Dia, e que seja quebrada a incomunicabilidade dos que a tal condição estiverem sujeitos;X - dar conhecimento imediato ao Of Dia sobre a entrada de oficial estranho à unidade no recinto do quartel;XI - levar à presença do Adj as praças de outras OM que pretendam entrar no quartel;XII - impedir a entrada de civis estranhos ao serviço da unidade sem prévio conhecimento e autorização do Of Dia;XIII - só permitir a entrada de civis, empregados na unidade, mediante a apresentação do cartão de identidade em vigor, fornecido pelo SCmt U;XIV - só permitir a entrada de qualquer viatura à noite, depois de reconhecida à distância, quando necessário;XV - fornecer escolta para os presos que devam ser acompanhados no interior do quartel; XVI - relacionar as praças da unidade que se recolherem ao quartel depois de fechado oportão principal e permitir a saída, neste caso, somente das que estejam autorizadas pelo Of Dia; eXVII - prestar as continências regulamentares.Parágrafo único. Na execução dos serviços que lhes cabem, as guardas reger-se-ão pelasdisposições regulamentares vigentes, relativas ao assunto e instruções especiais do Cmt U.Art. 209. No corpo da guarda, é proibida a permanência de civis ou de praças estranhas à guarda do quartel.Art. 210. No corpo da guarda serão afixados quadros contendo relações de material carga distribuído, dos deveres gerais do pessoal da guarda e ordens particulares do Cmt U.Art. 211. Os postos de sentinela, especialmente os das sentinelas das armas e das prisões, serão ligados ao corpo da guarda por meio de campainha elétrica ou outros meios de comunicação.

Seção VIIDo Comandante da GuardaArt. 212. O Cmt Gd é o responsável pela execução de todas as ordens referentes ao serviço da guarda e é subordinado, para esse efeito, diretamente ao Of Dia.Art. 213. Ao Cmt Gd compete:I - formar a guarda rapidamente ao sinal de alarme dado pelas sentinelas, reconhecer imediatamente o motivo e agir por iniciativa própria, se for o caso;II - responder perante o Of Dia, por asseio, ordem e disciplina no corpo da guarda;

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III - conferir, ao assumir o serviço, o material distribuído ao corpo da guarda e constantedo quadro nele afixado, dando parte, imediatamente, ao Of Dia, das faltas e dos estragos verificados;IV - cumprir e fazer cumprir, por todas as praças da guarda, os deveres correspondentes;V - velar pela fiel execução do serviço, de conformidade com as ordens e instruções em vigor, dando atenção especial aos procedimentos relativos às normas de segurança, na execução dessas ordens;VI - organizar e controlar o rodízio de descanso dos soldados da guarda;VII - verificar, ao assumir o serviço, se todas as praças presas encontram-se nos lugaresdeterminados;VIII - examinar, cuidadosamente, as condições de segurança das prisões, em especial otocante aos presos condenados ou sujeitos a processo no foro militar ou civil;IX - dar conhecimento às praças da guarda das ordens e disposições regulamentares relativas ao serviço e, especialmente, das ordens e instruções particulares a cada posto, relembrando-lhes as normas de segurança;X - passar em revista o pessoal da guarda, constantemente;XI - só abrir as prisões, durante o dia, mediante ordem do Of Dia e, à noite, somente com a presença deste;XII - formar a guarda em torno dos respectivos portões, sempre que tenha de abrir asprisões;XIII - exigir dos presos compostura compatível com a finalidade moral da punição, nãolhes permitindo diversões coletivas ou individuais ruidosas;XIV - passar em revista, tanto a guarda, como os presos, na mesma hora em que esta épassada nas SU, sem prejuízo de outras que julgue conveniente;XV - verificar, frequentemente, se as sentinelas têm pleno conhecimento das particulares relativas aos seus postos;XVI - fechar os portões do quartel às dezoito horas, deixando aberta, apenas, a passagem individual do portão principal;XVII - conservar em seu poder, durante o dia, as chaves das prisões e das diferentes entradas do quartel, entregando-as ao Of Dia às vinte e uma horas, com exceção das chaves do portão principal;XVIII - dar imediato conhecimento, ao Of Dia, de qualquer ocorrência extraordinária havida na guarda, mesmo que tenha providenciado a respeito;XIX - entregar ao Of Dia, logo depois de substituído no serviço, a parte da guarda, nelafazendo constar a relação nominal das praças da guarda, os roteiros das sentinelas e rondas, as ocorrências havidas durante o serviço e a situação do material do corpo da guarda;XX - anexar, à parte da guarda, uma relação:a) das praças que entraram no quartel após a revista do recolher, mencionando a hora deentrada; eb) das saídas e entradas de viaturas civis ou militares, indicando o horário em que ocorreram, bem como os respectivos motivos;XXI - levar ao conhecimento do Of Dia a presença, no quartel, de qualquer militar estranho à unidade, bem como a dos oficiais e praças da própria unidade que, aí não residindo, nelaentrarem depois do toque de silêncio ou de encerramento do expediente;XXII - estar sempre a par da entrada, permanência e saída de quaisquer pessoas estranhas à unidade, cientificando o Adj e o Of Dia a respeito;XXIII - só permitir que as praças saiam do quartel nos horários previstos ou quando munidas de competente autorização, verificando se estão corretamente fardadas;XXIV - só permitir que as praças saiam do quartel em trajes civis quando devidamenteautorizadas e bem trajadas; eXXV - revistar as viaturas estranhas, militares e civis, à entrada e à saída do quartel.

Seção IX25

Dos Soldados da Guarda e das SentinelasArt. 216. Os soldados da guarda destinam-se ao serviço de sentinela, competindo-lhes a observância de todas as ordens relativas ao serviço.Art. 217. A sentinela é, por todos os títulos, respeitável e inviolável, sendo, por lei, punido com severidade quem atentar contra a sua autoridade; por isso e pela responsabilidade que lhe incumbe, o soldado investido de tão nobre função portar-se-á com zelo, serenidade e energia, próprios à autoridade que lhe foi atribuída.Art. 218. Incumbe, particularmente, à sentinela:I - estar sempre alerta e vigilante, em condições de bem cumprir a sua missão;II - não abandonar sua arma e mantê-la sempre pronta para ser empregada, alimentada, fechada e travada, de acordo com as ordens particulares que tenha recebido;III - não conversar nem fumar durante a permanência no posto de sentinela;IV - evitar explicações e esclarecimentos a pessoas estranhas ao serviço, chamando, para isso, o Cb Gd, sempre que se tornar necessário;V - não admitir qualquer pessoa estranha ou em atitude suspeita nas proximidades de seu posto;VI - não consentir que praças ou civis saiam do quartel portando quaisquer embrulhos,sem permissão do Cb Gd ou do Cmt Gd;VII - guardar sigilo sobre as ordens particulares recebidas;VIII - fazer parar qualquer pessoa, força ou viatura que pretenda entrar no quartel à noite e chamar o Cb Gd para a necessária identificação;IX - prestar as continências regulamentares;X - encaminhar ao Cb Gd os civis que desejarem entrar no quartel; e XI - dar sinal de alarme:a) toda vez que notar reunião de elementos suspeitos na circunvizinhança do seu posto;b) quando qualquer elemento insistir em penetrar no quartel antes de ser identificado;c) na tentativa de arrombamento de prisão ou fuga de presos;d) na ameaça de desrespeito à sua autoridade e às ordens relativas ao seu posto;e) ao verificar qualquer anormalidade de caráter alarmante; ou f) por ordem do Cb Gd, do Cmt Gd ou do Of Dia.§ 1º Em situação que exija maior segurança da sentinela para o cabal desempenho de sua missão, incumbe-lhe, especialmente à noite, e de conformidade com as instruções e ordens particulares recebidas, além das prescrições normais estabelecidas, as seguintes:I - fazer passar ao largo de seu posto os transeuntes e veículos;II - dar sinal de aproximação de qualquer força, logo que a perceba; e III - fazer parar, a uma distância que permita o reconhecimento, pessoas, viaturas ou força que pretendam entrar no quartel.§ 2º Para o cumprimento das disposições constantes do § 1º deste artigo, a sentinela adotará os seguintes procedimentos:I - no caso do inciso I do § 1º deste artigo:a) comandar “Passe ao largo”;b) se não for imediatamente obedecido, repetir o comando, dar o sinal de chamada ou dealarme e preparar-se para agir pela força;c) se ainda o segundo comando não for cumprido, intimar pela terceira vez, e tratando-se de indivíduo isolado, mantê-lo imobilizado a distância, apontando-lhe sua arma carregada e com a baioneta armada, até que ele seja detido pelos elementos da guarda que tiverem acorrido ao sinal de alarme;d) somente atirar no indivíduo isolado se houver manifesta tentativa de agressão;e) tratando-se de grupo ou de viaturas, fazer um primeiro disparo para o ar e, em seguida, caso não seja ainda obedecida, atirar no grupo ou na viatura; ef) no caso de ameaça clara de agressão, a sentinela fica dispensada das prescrições citadas nas alíneas deste inciso;II - na situação do inciso III do § 1º deste artigo:

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a) perguntar à distância conveniente “Quem vem lá?”, se a resposta for “amigo”, “de paz”,“oficial” ou “ronda”, deixá-lo prosseguir se pessoalmente o reconhecer como tal;b) em contrário ou na falta de resposta, comandar “Faça alto!” e providenciar para oreconhecimento pelo Cb Gd; ec) não sendo obedecida no comando “Faça alto!”, proceder como dispõe a alínea “e” doinciso I deste parágrafo.§ 3º Em situações excepcionais, o Cmt U poderá dar ordens mais rigorosas às sentinelas, particularmente quanto à segurança desses homens; estas ordens serão transmitidas por escrito ao Of Dia.§ 4º Nos quartéis situados em zonas urbanas e de trânsito, o Cmt U determinará, em esboço, permanentemente afixado no corpo da guarda, os limites em que devam ser tomadas as medidas acima.Art. 219. A sentinela do portão principal denomina-se “sentinela das armas” e as demais, “sentinelas cobertas”.§ 1º A sentinela das armas manter-se-á, durante o dia, parada no seu posto e, normalmente, na posição regulamentar de “descansar”, tomando a posição de “sentido” no caso de interpelação por qualquer pessoa, militar ou civil e, nos demais casos, como previsto no R-2.§ 2º Depois de fechado o portão principal, a sentinela das armas posicionar-se-á no interior do quartel, movimentando-se para vigiar de forma mais eficaz a parte daquele portão e arredores, fazendo-o com a arma cruzada.§ 3º A sentinela coberta manter-se-á com a arma em bandoleira ou cruzada, tomando aposição de “sentido” no caso de interpelação por qualquer pessoa, civil ou militar, e também como forma de saudação militar; poderá se deslocar nas imediações de seu posto, se não houver prejuízo para a segurança.Art. 220. As sentinelas poderão abrigar-se em postos em que haja guarita, ficando sempre, porém, em condições de bem cumprir suas atribuições.Art. 221. As sentinelas se comunicam com o corpo da guarda por meio de sinais, decampainha ou de viva voz e, conforme o caso, poderão dispor de telefones ou outros meios de comunicação apropriados.§ 1º Os sinais referidos neste artigo podem ser “de chamada” ou de “alarme”.§ 2º No caso de sinal de viva voz, o de alarme será o brado de “Às armas!”.

Seção XIVDos PlantõesArt. 235. O plantão de serviço (plantão da hora) é a sentinela da SU, competindo-lhe:I - estar atento a tudo o que ocorrer no alojamento, participando imediatamente ao Cb Dia qualquer alteração que verificar;II - proceder como estabelece o R-2, na entrada de qualquer oficial no alojamento;III - não permitir que as praças detidas no alojamento dele se afastem, salvo por motivo de serviço e com ordem do Cb Dia;IV - não consentir que seja prejudicado, por qualquer meio, o asseio do alojamento e das dependências que lhe caiba guardar;V - zelar para que as camas se conservem arrumadas;VI - impedir, durante o expediente, a entrada de praças na dependência destinada a dormitório, sempre que haja vestiário separado ou outro local apropriado à permanência nas horas de folga;VII - fazer levantar, nos dias com expediente, as praças ao findar o toque de alvorada, coadjuvando a ação do Cb Dia;VIII - não consentir a entrada de civis no alojamento sem que estejam devidamente acompanhados por um oficial ou sargento;

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IX - examinar todos os volumes que forem retirados do alojamento, conduzidos por praças e que não tenham sido verificados pelo Sgt Dia ou Cb Dia, impedindo a retirada dos que não estejam devidamente autorizados;X - impedir a retirada de qualquer objeto do alojamento sem a devida autorização do dono ou responsável ou do Sgt Dia ou Cb Dia;XI - não consentir que qualquer praça se utilize ou se apodere de objeto pertencente a outrem sem a autorização do dono ou responsável;XII - impedir a entrada de praças de outras SU depois da revista do recolher e, antes desta, das que não possuam a autorização necessária;XIII - não permitir conversa em voz alta, nem outra qualquer perturbação do silêncio, depois do respectivo toque;XIV - relacionar as praças que, estando no pernoite, se recolherem ao alojamento depoisdo toque de silêncio e entregar a relação ao Cb Dia no momento oportuno;XV - dar sinal de “silêncio” imediatamente após a última nota do respectivo toque; XVI - acender e apagar as luzes do alojamento nas horas determinadas;XVII - apresentar-se aos oficiais que entrarem no alojamento, quando ausente o Cb Dia.§ 1º Os plantões são substituídos, ordinariamente, às mesmas horas que as sentinelas daguarda do quartel.§ 2º Caso o plantão da hora não se aperceba da entrada de um oficial no alojamento, qualquer praça dará o sinal ou a voz que àquele compete.Art. 236. Os plantões fazem a limpeza do alojamento e das dependências a cargo da guarda, sob a direção do Cb Dia.Art. 237. O posto de plantão da hora se localiza, normalmente, na entrada do alojamento, devendo o plantão percorrer, algumas vezes, esta dependência.

TÍTULO VIDOS SÍMBOLOS NACIONAIS E DO EXÉRCITO, DAS CANÇÕES E FESTAS MILITARESCAPÍTULO IDOS SÍMBOLOS NACIONAISArt. 315. São símbolos nacionais:I - a Bandeira Nacional;II - o Hino Nacional;III - as Armas Nacionais;IV - o Selo Nacional.Parágrafo único. A forma, a apresentação e o uso dos símbolos nacionais são regulados em legislação específica.Art. 316. Cada unidade terá sob sua guarda uma Bandeira Nacional, símbolo da Pátria, destinada a estimular, entre os que se agrupam em torno dela, o elevado sentimento de sacrifício no cumprimento dos deveres de cidadão e de soldado.§ 1º A Bandeira é guardada no gabinete do Cmt, em local visível e de destaque.Art. 318. Cada unidade possuirá uma Bandeira Nacional para ser hasteada no respectivomastro, conforme preceitua o R-2.Art. 319. O Hino Nacional é o que se compõe da música de Francisco Manuel da Silva epoema de Joaquim Osório Duque Estrada, conforme o disposto nos Decretos nº 171, de 20 de janeiro de 1890, e nº 15.671, de 6 de setembro de 1922.Parágrafo único. Nos corpos de tropa, o Hino Nacional será cantado, no mínimo, uma vez por semana, por ocasião de formatura de unidade ou de SU, para o início do expediente. Art. 320. O Selo Nacional tem os distintivos a que se refere o Decreto nº 4, de 19 de novembro de 1889.Parágrafo único. Será usado para autenticar os diplomas e certificados expedidos pelosestabelecimentos de ensino, bem como outros documentos de caráter oficial, de acordo com a legislação vigente.

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Art. 321. É obrigatório o uso das Armas Nacionais em local de destaque da fachada doquartel ou do pavilhão principal de todas as unidades, bem como nos armamentos, na correspondência e nas publicações oficiais.

UNIDADE III - ASPECTOS DISCIPLINARES

III. 1- REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS – RDPM-GO

O regulamento disciplinar da PMGO é um Decreto Estadual que já tem mais de 19 anos de vigência.Nesse período seu texto já sofreu algumas adaptações, mas existem projetos para sua transformação em lei. A proposta mais comentada no momento é a a criação do Código de Ética da Polícia Militar do Estado de Goiás, dentro dos padrões exigidos na Constituição Brasileira.

Regra geral, na PMGO adotam-se as orientações da Portaria nº 6947/15-EMG) c/c Decreto nº 4717/96 c/c as regras do CPPM c/c Constituição Federal, art. 5º, LV; isso ocorre a fim de resguardar as questões de interesse interno da Corporação, especialmente ligados ao princípio da hierarquia e disciplina, que necessariamente precisa possuir uma carga de rigor mais acentuado, a fim de que o controle da tropa não seja fragilizado.

Tal preocupação com o rigor se deve obviamente pelas situações de extremo estresse a que os servidores militares devem estar preparados para lhe dar, pois sendo reserva das forças armadas, sempre que necessário serão compelidos a cumprir missões que nem sempre seriam cumpridas por pessoas comuns, como os servidores civis. Para tais situações se faz necessário uma legislação específica e com a referida carga de rigor, buscando resguardar o fiel cumprimento dos interesses do Governo, que em tese, devem ser os mesmos interesses do Povo.Passemos então ao estudo da referida legislação.

DECRETO Nº 4.717, DE 07 DE OUTUBRO DE 1996.

REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS – RDPM-GO

PREÂMBULO

O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado de Goiás tem por finalidade especificar e classificar as transgressões disciplinares, bem como estabelecer normas relativas à amplitude, apuração e à aplicação das punições disciplinares, à classificação do comportamento policial militar das praças e à interposição de recursos contra aplicação das punições, sendo ainda nele tratadas, em parte, as

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recompensas especificadas no Estatuto dos Policiais Militares.

PARTE GERAL

TÍTULO I

Disposições Gerais

CAPÍTULO I

Generalidades

Art.1° - Os atos administrativos disciplinares obedecerão aos princípios da legalidade, da publicidade, da impessoalidade, da motivação, do informalismo, da economia processual e da garantia de defesa, dentre outros.

Art. 2° - Para efeito deste regulamento, são estabelecidos os seguintes conceitos:

I – todas as organizações militares, corpo de tropa, repartição, estabelecimentos ou qualquer outra unidade administrativa, tais como: Quartel da AjudânciaGeral, Comandos de Policiamento, Diretorias, Estabelecimentos de Ensino, Unidades Operacionais e outras, serão denominadas de “OPM”.

II – será denominado Diretor, Chefe ou Comandante aquele que, investido de autoridade decorrente de lei ou regulamento, for responsável pela administração, emprego, instrução e disciplina de uma Organização Policial Militar.

CAPÍTULO II

Dos Princípios Gerais da Hierarquia e da Disciplina

Art. 3° - A camaradagem, como regra de convivência solidária e prestimosa, torna-se indispensável à formação e ao convívio da família miliciana, propiciando a existência de boas relações sociais entre os policiais militares.

Parágrafo único – Incumbe aos superiores incentivar e manter a harmonia, a solidariedade e a amizade entre seus subordinados.

Art. 4° - A cidadania é parte da educação militar e, como tal, de interesse vital para a disciplina consciente. Importa ao superior tratar os subordinados, em geral, e os recrutas, em particular, com urbanidade e justiça, interessando-se pelos seus problemas. Em contrapartida, o subordinado é obrigado a todas as provas de respeito e deferência para com seus superiores, de conformidade com os regulamentos militares.

Parágrafo único – as demonstrações de camaradagem, cortesia e consideração, obrigatórias entre os policiais militares, devem ser dispensadas aos militares das Forças Armadas e aos militares de outras Corporações.

Art. 5° - A hierarquia militar é a ordenação da autoridade em níveis distintos, dentro da estrutura militar, por postos e graduações.

Parágrafo único – A ordenação dos postos e graduações na Polícia Militar se faz

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conforme preceituam o Estatuto dos Policiais Militares e normas pertinentes.

Art. 6° - A disciplina militar é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis e regulamentos, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes da polícia militar.

§ 1º - São manifestações essenciais de disciplina:

I – a correção de atitudes;

II – a rigorosa observância das prescrições regulamentares;

III – obediência pronta às ordens dos superiores hierárquicos;

IV – a dedicação integral ao serviço;

V – a colaboração espontânea à disciplina coletiva e à eficiência da Instituição.

§ 2° - A disciplina e a hierarquia devem ser mantidas permanentemente pelos policiais militares da ativa e da inatividade.

Art. 7° - As ordens devem ser prontamente obedecidas.

§ 1° - Cabe ao superior a inteira responsabilidade pelas ordens que der e pelas consequências que delas advirem.

§ 2°- Cabe ao subordinado, ao receber uma ordem, solicitar os esclarecimentos necessários ao total entendimento e compreensão.

§ 3° - Quando a execução de ordem importar responsabilidade disciplinar para o executante, poderá o mesmo solicitar sua confirmação por escrito.

§ 4° - Cabe ao executante que exorbitar no cumprimento de ordem recebida a responsabilidade pelos excessos e abusos que cometer.

CAPÍTULO III

Da Esfera de Ação e Competência Para Aplicação

Art. 8° - Estão sujeitos a este regulamento:

I – os policiais militares da ativa e os da inatividade remunerada:

II – os alunos dos cursos de formação, aperfeiçoamento e especialização e estágios, ainda que pertencentes a outras corporações militares.

Parágrafo único – Os policiais militares na inatividade estão sujeitos às disposições deste regulamento mesmo quando, no meio civil, se conduzam de modo a prejudicar os princípios da hierarquia, da disciplina, do respeito e do decoro da classe.

Art. 9° - as autoridades competentes para aplicar as prescrições contidas neste regulamento, bem como os limites máximos de punição aplicáveis, estão

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especificados no Anexo Único.

§ 1° - A competência referida no “caput” deste artigo refere-se ao cargo e não ao grau hierárquico da autoridade, restringindo-se aos policiais militares que servirem sob suas ordens.

§ 2° - A competência conferida aos Chefes de Serviços e de Assessorias  limitar-se-á às ocorrências relativas às atividades inerentes ao serviço de suas repartições.

Art. 10 – Todo policial militar que tiver conhecimento de um fato contrário à disciplina deverá comunicá-lo, por escrito ou verbalmente, em tempo hábil, ao seu Chefe imediato.

§ 1° - A comunicação  deve ser clara, concisa e precisa. Deve conter os dados capazes de identificar as pessoas  ou coisas envolvidas, o local, a data e hora da ocorrência e caracterizar as circunstâncias do fato, sem tecer comentários ou emitir opiniões pessoais.

§ 2° - Quando, para a preservação da disciplina e do decoro da Corporação, a ocorrência exigir uma pronta intervenção, mesmo sem possuir ascendência funcional sobre o transgressor, a autoridade militar de maior antiguidade que presenciar ou tiver conhecimento do fato deverá tomar imediatas e enérgicas providências, inclusive prendê-lo, em nome da autoridade competente, dando ciência a esta, pelo meio mais rápido, da ocorrência e das providências, em seu nome, tomadas.

§ 3° - A autoridade, a quem a parte disciplinar é dirigida, deve dar a solução dentro de 04 (quatro) dias, adotando as medidas previstas no Capítulo II do Título II deste regulamento.

§ 4° - No caso de ocorrência envolvendo policial militar de OPM diversa daquela a que pertence o signatário da comunicação, deve este, direta ou indiretamente, ser notificado das medidas adotadas, no prazo máximo de 06 (seis) dias. Expirado este prazo, sem as providências acima, deve o comunicante informar à autoridade a que estiver subordinado.

§ 5° - A autoridade que receber a parte, não sendo competente para solucioná-la, deve encaminhá-la a seu superior imediato.

Art. 11 – No caso de ocorrência com transgressão disciplinar envolvendo policiais militares de mais de uma OPM, caberá ao Comandante que primeiro tomar conhecimento comunicar à Corregedoria Geral, para apuração dos fatos.

Parágrafo único – No caso de ocorrência envolvendo militares de forças diversas, a autoridade militar competente deverá tomar as medidas disciplinares referentes aos elementos a ela subordinados, informando ao escalão superior o que foi por ela apurado, devendo este dar ciência do fato ao Comandante Militar interessado.

TÍTULO II

Das Transgressões Disciplinares

CAPÍTULO I

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Da Especificação  e Apuração

Art. 12 – Transgressão disciplinar é toda violação do dever e das obrigações militares.

Art. 13 – São transgressões disciplinares puníveis por este regulamento:

I – todas as ações ou omissões, contrárias à disciplina militar, especificadas na Parte Especial deste regulamento:

II – todas as ações ou omissões, não especificadas neste regulamento, mas que afetem a honra pessoal, o pundonor policial militar, o decoro da classe ou o sentimento do dever e outras prescrições, normas ou disposições, desde que não constituam crime, bem como as ações e omissões praticadas contra regras e ordens de serviços estabelecidas por autoridade competente.

Art. 14 – A apuração da prática, circunstância, amplitude e autoria de transgressões disciplinares cometidas por integrantes da Polícia Militar de Goiás, quando necessário, será processada por escrito, mediante instauração de sindicância, conforme normas adotadas pela Polícia Militar.

Parágrafo único – Havendo conhecimento pessoal e direto da transgressão disciplinar, por parte da autoridade competente para aplicar a punição, ficará dispensada a instauração de sindicância ou apuração sumária, devendo a autoridade tomar por termo as declarações do transgressor.

CAPÍTULO II

Da Classificação

Art. 15 – A transgressão da disciplina, especificada ou não neste regulamento, deve ser classificada, segundo sua intensidade, desde que não haja causas de justificação, em:

I – leve (L);

II – média (M);

III – grave (G).

§ 1° - A transgressão disciplinar será LEVE quando ferir os princípios da camaradagem, urbanidade e obrigações elementares e simples do policial militar.

§ 2° - A transgressão disciplinar será MÉDIA quando ferir os princípios da hierarquia e disciplina e o dever policial militar.

§ 3° - A transgressão disciplinar será GRAVE quando ferir a honra pessoal, o pundonor militar ou o decoro da classe.

Art. 16 – A classificação das transgressões disciplinares tipificadas na Parte Especial deste regulamento é definitiva.

Parágrafo único – A superveniência de circunstâncias atenuantes ou agravantes não modifica a classificação da transgressão, incidindo apenas no “quantum” da punição

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disciplinar.

CAPÍTULO III

Do Julgamento

Art. 17 – O julgamento das transgressões deve ser precedido de uma análise que considere:

I – os antecedentes do transgressor:

II – as causas determinantes;

III – a natureza dos fatos ou atos que as envolveram;

IV – as consequências que delas possam advir.

Art. 18 – No julgamento das transgressões podem ser levantadas causas que as justifiquem ou circunstâncias que as atenuem ou agravem.

§ 1° - A transgressão poderá ser justificada:

I – quando cometida na prática de ação meritória, no interesse do serviço ou da ordem pública;

II –.quando cometida em legítima defesa, própria ou de outrem;

III -  quando cometida em obediência à ordem de superior;

IV – quando cometida a fim de compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o seu dever, em caso de perigo iminente, necessidade urgente, calamidade pública e para preservação da ordem e da disciplina;

V – quando cometida por motivo de força maior, plenamente comprovada;

VI – no caso de ignorância plenamente comprovada, desde que não atente contra os sentimentos normais de patriotismo, humanidade e probidade.

§ 2° - Não haverá punição quando for reconhecida qualquer causa de justificação.

§ 3° - são circunstâncias atenuantes da transgressão:

I – o bom comportamento;

II – relevantes serviços prestados;

III – ter sido cometida para evitar mal maior;

IV – ter sido cometida em defesa própria, de direitos próprios ou de outrem, desde que não constitua causa de justificação;

V – falta de prática no serviço;

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VI – ação de solidariedade humana plenamente comprovada.

§ 4° - São circunstâncias agravantes da transgressão:

I – o mau comportamento;

II – a prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;

III – a reincidência;

IV – o conluio de duas ou mais pessoas;

V – ter sido cometida durante o serviço;

VI – ter sido cometida em presença de subordinado, tropa ou em público;

VII – ter abusado o transgressor de sua autoridade hierárquica;

VIII – a premeditação.

TÍTULO III

Das Punições Disciplinares

CAPÍTULO I

Da Gradação e Execução

Art. 19 – A punição disciplinar objetiva o fortalecimento da disciplina, o benefício educativo ao punido e à coletividade a que pertence.

Art. 20 – As punições disciplinares a que estão sujeitos os policiais militares, segundo a classificação resultante do julgamento das transgressões, são as seguintes:

I – advertência;

II – repreensão;

III – detenção;

IV – prisão;

V – transferência a bem da disciplina;

VI – licenciamento a bem da disciplina;

VII – exclusão a bem da disciplina.

§ 1° - A punição de advertência é a forma mais branda de punir. Consiste numa admoestação verbal ao transgressor, feita em caráter particular ou ostensivamente.

Quando ostensivamente, poderá ser na presença de superiores, no círculo de seus pares, ou na presença de tropa e, por ser verbal, não deve constar em ficha individual

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de informações.

§ 2° - A punição de repreensão consiste numa admoestação escrita e deve ser publicada em boletim e transcrita nos assentamentos do punido.

§ 3° - A punição de detenção consiste na restrição da liberdade do policial militar, o qual deve permanecer no local que lhe for determinado, normalmente o quartel, sem o caráter de confinamento, sendo que:

I – o detido comparece a todos os atos de instrução e serviço;

II – em casos especiais, a critério da autoridade que aplicou a punição, o Oficial ou Aspirante-a-Oficial poderá ficar detido em sua residência.

§ 4° - A punição de prisão consiste no cerceamento da liberdade do policial militar punido, em local próprio e designado para tal, observando-se o seguinte:

I – os policiais militares dos diferentes círculos estabelecidos no Estatuto dos Policiais Militares, não poderão ficar presos no mesmo compartimento;

II – são lugares de prisão:

a) para Oficial e Aspirante a Oficial, o alojamento de Oficiais;

b) para Aluno-Oficial, o alojamento de Alunos-Oficiais;

c) para Subtenentes e Sargentos, o alojamento de Subtenentes e Sargentos;

d) para as demais praças, o alojamento de Cabos e Soldados.

III – em casos especiais, a critério da autoridade que aplicou a punição, o Oficial ou Aspirante-a-Oficial poderá ter sua residência como local de cumprimento de prisão;

IV – quando não dispuser de instalações apropriadas, cabe à autoridade que aplicou a punição, solicitar ao escalão superior local para servir de prisão, em outra OPM;

V – os presos disciplinares devem ficar separados dos presos à disposição da Justiça.

Art. 21 – As punições disciplinares de detenção e prisão não podem ultrapassar de 30 (trinta) dias.

Art. 22 – Compete à autoridade que aplicar a primeira punição de prisão à Praça decidir da conveniência de confinar ou não o punido, tendo em vista os altos interesses da ação educativa e a elevação do moral da tropa. Neste caso, esta circunstância será fundamentada e publicada em boletim da OPM e o punido terá o quartel por menagem.

Art. 23 – A prisão deve ser cumprida sem prejuízo da instrução e dos serviços internos. Quando com prejuízo, esta condição deve ser declarada em boletim.

Parágrafo único – O punido com prisão fará suas refeições no refeitório da OPM, exceto quando no enquadramento ficar determinado o contrário.

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Art. 24 – O confinamento do punido, no local  denominado “xadrez”, ocorrerá quando a praça oferecer perigo à integridade física própria ou de outrem, ou obstaculizar o cumprimento da punição aplicada.

Art. 25 – O recolhimento de qualquer transgressor à prisão, sem nota de punição publicada em boletim, só poderá ocorrer por ordem das autoridades referidas nos itens I. II, II e IV do Anexo Único.

Parágrafo único – O disposto neste artigo não se aplica no caso configurado no § 2° do art. 10, ou quando houver:

I – indício suficiente de prática de transgressão cuja punição seja de prisão;

II – embriaguez ou uso de psicotrópicos comprovados;

III – necessidade de garantia da ação disciplinar.

Art. 26 – A transferência a bem da disciplina será aplicada pelo Comandante Geral ao policial militar que se tornar incompatível com a comunidade em que serve.

Art. 27 – O licenciamento e a exclusão a bem da disciplina consistem no afastamento do policial militar das fileiras da Corporação.

§ 1° - O licenciamento a bem da disciplina será aplicado à Praça sem estabilidade assegurada, mediante sindicância sumária, instaurada e instruída com garantia de defesa, devendo o encarregado, ao final, emitir parecer conclusivo e devidamente fundamentado.

§ 2° - A defesa do indiciado será patrocinada por profissional habilitado.

§ 3o - Aplicação do licenciamento a bem da disciplina compete ao ComandanteGeral da Corporação, quando:

I – a transgressão for atentatória às instituições ou afetar o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe e, como repressão imediata, se tornar absolutamente necessária à preservação da disciplina;

II – a praça estiver classificada no comportamento MAU e evidente a impossibilidade de melhoria de comportamento, como está prescrito neste regulamento;

III – houver condenação transitada em julgado, por infração comum, excluídas as culposas, com pena privativa de liberdade superior a dois anos.

§ 4° - O licenciamento a bem da disciplina poderá ser aplicado, a critério do Governador do Estado e do Comandante Geral, quando o policial militar for condenado por crime comum de natureza culposa, com sentença transitada em julgado.

§ 5° - A aplicação de exclusão a bem da disciplina, prevista neste artigo, será precedida de julgamento por Conselho de Disciplina.

§ 6° -  a exclusão a bem da disciplina deve ser aplicada de acordo com o previsto no Estatuto dos Policiais Militares de Goiás.

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CAPÍTULO II

Das Normas Para Aplicação e Cumprimento das Punições

SEÇÃO I

Da Aplicação das Punições

Art. 28 – A aplicação da punição disciplinar compreende o ato ou efeito de tornar público, oficialmente, o enquadramento devidamente formalizado ou o pronunciamento verbal em caso de advertência.

Art. 29 – O enquadramento é a descrição da transgressão e de outros detalhes relacionados com o comportamento do transgressor e cumprimento da punição. No enquadramento, são, necessariamente, mencionados:

I – histórico da transgressão cometida, em termos precisos e sintéticos  e o preceito regulamentar violado. Não devem ser emitidos comentários deprimentes  e/ou ofensivos, sendo, porém, permitido enfatizar os ensinamentos decorrentes, desde que não contenha alusões pessoais;

II – a classificação final das transgressões;

III – os itens e artigos das circunstâncias atenuantes e agravantes;

IV – a punição imposta;

V – o local de cumprimento da punição, se for o caso;

VI – a classificação do comportamento militar em que a Praça punida permanece ou ingressa;

VII – a data de início do cumprimento da punição, se o PM tiver sido recolhido de acordo com o § 2° do art. 10;

VIII – a determinação para posterior cumprimento, se o punido estiver baixado, afastado do serviço ou à disposição de outra autoridade.

§ 1° - A publicação em boletim é o ato administrativo que formaliza a aplicação da punição.

§ 2° - Quando a autoridade que aplica a punição não dispuser de boletim para publicação, esta deve ser feita, mediante solicitação escrita, no boletim da autoridade funcional imediatamente superior.

Art. 30 – A aplicação da punição deve ser feita com serenidade e imparcialidade, de tal forma que o punido fique convicto de que a mesma se inspira, exclusivamente, nos princípios de justiça.

Art. 31 – A aplicação da punição imposta a Oficial ou Aspirante-a-Oficial deve ser feita em boletim reservado, podendo ser em boletim ostensivo se as circunstâncias ou a natureza da transgressão assim o recomendarem.

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Art. 32 – a aplicação da punição deve obedecer às seguintes normas:

I – a punição deve ser proporcional à gravidade da transgressão, dentro dos seguintes limites:

a) transgressão leve: de advertência a repreensão;

b) transgressão média: de 1 (um) a 30 (trinta) dias de  detenção;

c) transgressão grave: de 1 (um) a 30 (trinta) dias de prisão;

II – a punição não pode atingir o máximo previsto no item anterior quando ocorrem apenas circunstâncias atenuantes;

III – a punição  deve ser dosada quando ocorrerem circunstâncias atenuantes e agravantes;

IV – por uma única transgressão, não deve ser aplicada mais de uma punição;

V – na ocorrência de mais de uma transgressão, sem conexão entre si, a cada uma deve ser imposta a punição correspondente. Caso contrário, as de menor gravidade serão consideradas como circunstâncias agravantes da transgressão principal.

§ 1° - No concurso de crime e transgressão disciplinar, quando forem da mesma natureza, deve prevalecer a aplicação da pena relativa ao crime, se como tal houver capitulação.

§ 2° - A transgressão disciplinar será apreciada, para efeito de punição, quando da absolvição ou da rejeição da denúncia.

Art. 33. A aplicação da punição classificada como prisão, estando o policial-militar transgressor classificado no excepcional comportamento, é de competência das autoridades referidas nos itens II e III do Anexo Único.

Parágrafo único – Estando o policial militar transgressor classificado no excepcional comportamento, sua primeira punição, qualquer que seja o tipo de transgressão, será aplicada pelo Comandante Geral, Ch. do EM ou Cmt. de OPM.

SEÇÃO II

Do Cumprimento das Punições

Art. 34 – O início do cumprimento da punição disciplinar deve ocorrer com a divulgação do boletim que a publicar, exceto nos casos previstos no § 2° do art. 10 e § 1° deste artigo.

§ 1° - O tempo de detenção ou prisão não deve, antes da respectiva publicação em boletim, ultrapassar de 72 (setenta e duas) horas.

§ 2° - A contagem do tempo de cumprimento da punição vai do momento em que o punido for recolhido até aquele em que for posto em liberdade.

Art. 35 – A autoridade que aplicar punição disciplinar em subordinado à disposição ou 39

a serviço de outra deve a ela solicitar a apresentação do mesmo, para o cumprimento da punição.

Art. 36 – O cumprimento da punição disciplinar, por policial militar afastado do serviço, deve ocorrer após sua apresentação, pronto na OPM, salvo nos casos de absoluta necessidade de preservação da disciplina e do decoro da Corporação.

Parágrafo único – A interrupção de licença para tratar de interesse particular ou licença para tratamento de saúde de pessoa da família, para cumprimento de punição disciplinar, somente ocorrerá quando autorizada pelas autoridades referidas nos itens I e II do Anexo Único.

Art. 37 - A punição máxima que cada autoridade pode aplicar acha-se especificada na parte especial deste regulamento.

§ 1° - Quando duas autoridades de níveis hierárquicos diferentes, com competência disciplinar sobre o transgressor, conhecerem da transgressão, à de nível mais elevado competirá punir, salvo se entender que a punição esteja dentro dos limites de competência da autoridade inferior.

§ 2° - Quando uma autoridade, ao julgar uma transgressão, concluir que a punição a aplicar está além do limite máximo que lhe é autorizado, cabe à mesma solicitar à autoridade superior, com competência disciplinar sobre o transgressor, a aplicação da punição devida.

Art. 38 – A interrupção da contagem de tempo de cumprimento da punição, nos casos de baixa a hospital, enfermaria e outros, vai do momento em que o punido for retirado do local de cumprimento da punição até o seu retorno.

Parágrafo único – O afastamento do punido do local de cumprimento da punição e seu retorno devem ser publicados em boletim.

CAPÍTULO III

Da Modificação da Punição Aplicada

Art. 39 – Depois de aplicada, a punição pode ser modificada pela autoridade que a aplicou ou por outra, superior e competente, quando tiver conhecimento de fatos que recomendem tal procedimento.

Parágrafo único – As modificações da punição aplicada são as seguintes:

I – anulação;

II – relevação;

III – atenuação;

IV – agravação.

Art. 40 – A anulação da punição consiste em torná-la sem efeito.

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§ 1° - A anulação da punição:

I – deve ser concedida quando ficar comprovada a injustiça ou ilegalidade na sua aplicação;

II – far-se-á em obediência aos prazos seguintes:

a) em qualquer tempo, pelas autoridades especificadas nos itens I e II do Anexo Único deste regulamento;

b) no prazo de 60 (sessenta) dias, pelas demais autoridades previstas no Anexo Único.

§ 2° - a anulação concedida durante o cumprimento da punição importa em ser o punido posto em liberdade imediatamente.

Art. 41 – A anulação da punição deve eliminar toda e qualquer anotação e/ou registro nas alterações do policial militar, relativa  à sua aplicação.

Art. 42 – a autoridade que tomar conhecimento de comprovada ilegalidade ou injustiça na aplicação de punição e não tenha competência para anulá-la ou não disponha dos prazos referidos no § 1° do art. 43, deve propor a sua anulação à autoridade competente, fundamentadamente.

Art. 43 – A relevação consiste na suspensão do cumprimento da punição imposta.

Parágrafo único – A relevação de punição pode ser concedida:

I – quando ficar comprovado que foram atingidos os objetivos visados com a aplicação da mesma, independente do tempo de punição a cumprir;

II – por motivo de passagem de comando, data de aniversário da OPM ou data nacional, quando tiver sido cumprida, pelo menos, a metade da punição.

Art. 44 – A atenuação de punição consiste na transformação da punição aplicada em uma menos rigorosa, se assim recomendarem o interesse da disciplina e a finalidade da punição.

Art. 45 – A agravação de punição consiste na transformação da punição aplicada em outra mais rigorosa, fundamentada nas mesmas razões do artigo anterior.

Parágrafo único – A agravação só poderá ser efetivada no ato da aplicação da punição.

Art. 46 – A competência para anular, relevar, atenuar e agravar as punições impostas é conferida à autoridade que aplicou ou superior a esta, devendo a decisão ser justificada em boletim.

TÍTULO IV

Do Comportamento do Policial Militar

CAPÍTULO ÚNICO

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Da Classificação, Reclassificação e Melhoria do Comportamento

Art. 47 – O comportamento militar das Praças espelha o seu procedimento civil e militar sob o ponto de vista disciplinar.

§ 1° - A classificação, a reclassificação e a melhoria de comportamento são da competência do Comandante Geral e dos Comandantes de OPM, obedecendo ao disposto neste capítulo e necessariamente publicadas em boletim.

§ 2° - Ao ser incluída na Polícia Militar, a Praça será classificada no comportamento “Bom”.

Art. 48 – O comportamento militar das Praças deve ser classificado em:

I – EXCEPCIONAL – quando, no período de 7 (sete)  anos de efetivo serviço, não tenha sofrido qualquer punição disciplinar;

II – ÓTIMO – quando, no período de 4 (quatro) anos de efetivo serviço, tenha sido punida com até 1 (uma) detenção;

III – BOM – quando, no período de 2 (dois) anos de efetivo serviço, tenha sido punida com até 2 (duas) prisões;

IV – INSUFICIENTE – quando, no período de 1 (um) ano de efetivo serviço, tenha sido punida com 2 (duas) prisões ou, no período de (dois) anos, tenha sido punida com mais de 2 (duas) prisões;

V – MAU – quando, no período de 1 (um) ano de efetivo serviço, tenha sido punida com mais de 2 (duas) prisões.

Parágrafo único – O policial militar que ingressar no insuficiente comportamento ou se envolver em fato social tipificado como crime, será submetido a orientação psicológica.

Art. 49 – A Praça que se encontrar no comportamento excepcional ou ótimo, permanecerá neste comportamento, ainda que seja punida com até  1 (uma) repreensão. Ingressará, porém, no comportamento ótimo ou bom, respectivamente, se for punida com 1 (uma) detenção ou 1 (uma) prisão.

Parágrafo único – Para a reclassificação aqui prevista, aplica-se o disposto no art. 51, I, II, parágrafo único, incisos I, II e III.

Art. 50 – A contagem de tempo para melhoria de comportamento será feita automaticamente, decorridos os prazos estabelecidos no art. 48, incisos I a V e parágrafo único, começando a partir da data em que se encerra o cumprimento da punição ou pena.

Art. 51 – Para efeito de classificação, reclassificação e melhoria do comportamento de que trata este capítulo, fica estabelecida a seguinte correlação:

I – 2 (duas) repreensões equivalem a 1 (uma) detenção;

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II – 2 (duas) detenções equivalem a 1 (uma) prisão.

Parágrafo único – Tão-somente para efeito de classificação do comportamento, fica estabelecida a seguinte equivalência, quando as Praças forem condenadas, na Justiça Militar ou Comum, por crime doloso ou culposo ou contravenção, a qualquer pena, inclusive de multa, salvo se por fato ocorrido em consequência do serviço e não constitua ilícito infamante, lesivo à honra ou ao pundonor policial militar:

I – crime doloso equivale a duas prisões;

II – crime culposo equivale a uma prisão;

III – contravenção penal equivale a uma detenção.

TÍTULO V

Dos Direitos e Recompensas

CAPÍTULO I

Da Apresentação de Recursos

Art. 52 – Recurso disciplinar é o direito concedido ao policial militar que se julgue prejudicado, ofendido ou injustiçado por superiores hierárquicos, na esfera disciplinar.

Parágrafo único – São recursos disciplinares:

I – pedido de reconsideração de ato;

II – queixa.

Art. 53 – Reconsideração de ato é o recurso por meio do qual o policial militar, que se julgue prejudicado, ofendido ou injustiçado, solicita à autoridade que praticou o ato que reexamine sua decisão e a reconsidere.

§ 1° - O pedido de reconsideração de ato deve ser encaminhado através da autoridade a quem o requerente estiver diretamente subordinado, no prazo máximo de 08 (oito) dias, a contar da data em que o policial militar tomar, oficialmente, conhecimento dos fatos que o motivaram.

§ 2° - A autoridade, a quem é dirigido o pedido de reconsideração de ato, deve dar despacho ao mesmo no prazo máximo de 04 (quatro) dias. Findo este prazo, considera-se indeferido o pedido.

Art. 54 – Queixa é o recurso disciplinar, interposto pelo policial militar que se julgue injustiçado, dirigido diretamente ao superior imediato da autoridade contra quem é apresentada.

§ 1° - A apresentação da queixa só é cabível após o pedido de reconsideração de ato ter sido solucionado e publicado em boletim da OPM onde serve o querelante.

§ 2° - A apresentação da queixa deve ser feita dentro do prazo de 5 (cinco) dias, a contar da publicação, em boletim, da solução de que trata o parágrafo anterior, ou de

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seu indeferimento por decurso de prazo.

§ 3° - A autoridade destinatária da queixa deverá notificar a autoridade que praticou o ato questionado sobre o objeto do recurso disciplinar apresentado.

§ 4° - O querelante deve, sempre que possível, ser afastado da subordinação direta da autoridade contra quem formulou o recurso, até que o mesmo seja julgado. Deve, no entanto, permanecer na localidade onde serve salvo a existência de fatos que contraindiquem sua permanência na mesma.

Art. 55 – A autoridade que julgar subordinado seu injustiçado, poderá representá-lo, interpondo os recursos previstos neste capítulo.

Art. 56 – A apresentação dos recursos disciplinares mencionados no parágrafo único do art. 52 deve ser feita individualmente, tratar de caso específico, cingir-se aos fatos que motivaram o recurso, fundamentar-se em novos argumentos, provas ou documentos comprobatórios e elucidativos e não apresentar comentários.

§ 1 ° - Havendo a representação prevista no art. 55 e os motivos que determinarem o recurso não forem personalíssimos, mas coletivos, admitir-se-á a interposição de um só recurso.

§ 2° - O prazo para apresentação de recurso disciplinar, pelo policial militar que se encontre cumprindo punição disciplinar, executando serviço ou ordem que impeça a apresentação do mesmo, começa a ser contado após cessadas tais situações.

§ 3° - O recurso disciplinar que contrariar o prescrito neste capítulo será considerado prejudicado pela autoridade a quem for destinado, cabendo a esta mandar arquivá-lo e publicar sua decisão em boletim, fundamentadamente.

§ 4° - A interposição de um recurso disciplinar por outro não impedirá seu exame, salvo quando houver má fé.

§ 5° - A tramitação de recurso deve ter tratamento de urgência em todos os escalões.

CAPÍTULO II

Do Cancelamento de Punições

Art. 57 – Cancelamento de punição é o direito concedido ao policial militar de ter cancelada a averbação de punição e outras notas a elas relacionadas, em suas alterações.

Art. 58 – O cancelamento da punição pode ser conferido ao policial militar que o requerer dentro das seguintes condições.

I – não ser a transgressão, objeto da punição, atentatória ao sentimento do dever, à honra pessoal, ao pundonor militar ou ao decoro da classe;

II – ter bons serviços prestados, comprovados pela análise de suas alterações;

III – ter conceito favorável de seu Comandante;

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IV – ter completado, sem qualquer punição:

a) 07 (sete) anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for prisão;

b) 04 (quatro) anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for detenção ou repreensão.

Art. 59 – O recebimento de requerimento solicitando cancelamento de punição, bem como a solução dada ao mesmo, devem constar em boletim.

Parágrafo único – A solução do requerimento de cancelamento de punição é da competência do Subcomandante Geral.

Art. 60 – O Subcomandante Geral pode cancelar uma ou todas as punições do policial militar que tenha prestado comprovadamente relevantes serviços, independente das condições enunciadas no caput do art. 58 e seus incisos, exceto o previsto no inciso I.

Parágrafo único – As punições escolares que não sejam de ordem moral poderão ser canceladas por ocasião da conclusão do curso, por decisão do Comandante da OPM de ensino, devidamente fundamentada.

Art. 61 – Todas as anotações relacionadas com as punições canceladas devem ser tingidas de maneira que não seja possível a sua leitura. Na margem onde for feito o cancelamento, devem ser anotados o número e a data do boletim da autoridade que concedeu o cancelamento, sendo estas anotações rubricadas pela autoridade competente para assinar as folhas de alterações.

CAPÍTULO III

Das Recompensas

Art. 62 – Recompensas constituem reconhecimento dos bons serviços prestados pelos policiais militares.

Art. 63 – Além de outras previstas em leis e regulamentos especiais, são recompensas militares:

I – elogio;

II –dispensa do serviço;

III –dispensa da revista de recolher e do pernoite.

Art. 64 – O elogio pode ser individual ou coletivo.

§ 1° - O elogio individual, que coloca em relevo as qualidades morais e profissionais, somente poderá ser formulado a policial militar que se haja destacado dos demais da coletividade no desempenho de ato de serviço ou ação meritória. Os aspectos principais que devem ser abordados são os referentes ao caráter e desprendimento, à inteligência, às condutas civis e militares, à capacidade como comandante e como administrador e à capacidade física.

§ 2° - Só serão registrados nos assentamentos do policial militar os elogios individuais

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obtidos no desempenho de funções próprias à Policia Militar e concedidos por autoridades com atribuições para fazê-lo.

§ 3° - O elogio coletivo visa reconhecer e ressaltar um grupo de policiais militares ou fração de tropa ao cumprir destacadamente uma determinada missão.

§ 4° - Quando  a autoridade que elogiar não dispuser de boletim para a publicação, esta deve ser feita, mediante solicitação escrita, no boletim da autoridade imediatamente superior.

Art. 65 – As dispensas do serviço, como recompensas, podem ser:

I – dispensa total do serviço, que isenta de todos os trabalhos da OPM, inclusive os de instrução;

II – dispensa parcial do serviço, quando isenta de alguns trabalhos, que devem ser especificados na concessão.

§ 1° - A dispensa total  do serviço não deve ultrapassar 15 (quinze) dias, no decorrer de 1 (um) ano civil. Esta dispensa não invalida o direito de férias.

§ 2° - A dispensa total do serviço, para ser gozada fora da sede, fica subordinada às mesmas regras de concessão de férias.

§ 3° - A dispensa total do serviço é regulada por períodos de 24 (vinte e quatro), contados do horário do início do expediente, até o mesmo horário no dia subsequente. A sua publicação deve ser feita, 24 (vinte e quatro) horas antes do início, salvo motivo de força maior.

Art. 66 – As dispensas da revista de recolher e de pernoitar no quartel podem ser incluídas em uma mesma concessão. Estas dispensas não justificam a ausência ao serviço para o qual o aluno estiver ou for escalado, nem à instrução a que deve comparecer. 

Art. 67 – A concessão de recompensa é função do cargo e não do grau hierárquico, sendo competentes para concedê-la:

I – o Governador do Estado – elogio e as que lhe são atribuídas em leis e regulamentos;

II – o Comandante Geral – as recompensas previstas no art. 63, sendo a dispensa do serviço até 15 (quinze) dias;

III – o Chefe do Gabinete Militar, Chefe do EM, Comandantes dos grandes comandos e Diretorias – as recompensas previstas no art. 63, sendo a dispensa do serviço até 10 (dez) dias;

IV – o Subchefe do EM, Assistentes Militares, Ajudante-Geral, Chefes de Seções do EM e Comandantes de OPM – as recompensas previstas no art. 63, sendo a dispensa do serviço até 08 (oito) dias;

V – os Subcomandantes de OPM – Chefes de Seções, de Serviços e de Assessorias, cujos cargos sejam privativos de Oficiais superiores, as recompensas previstas no art.

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63, sendo a dispensa do serviço até 5 (cinco) dias;

VI – os demais Chefes de Seções de OPM, Cmt. de Cia e Comandantes de Pelotões Destacados – as recompensas previstas no art. 63, sendo a dispensa do serviço até 2 (dois) dias.

§ 1° - a competência de que trata o presente artigo não vai além dos subordinados que se achem inteiramente sob a subordinação da autoridade que concede a recompensa. Quando a subordinação for parcial, a autoridade só poderá dar dispensa do serviço que lhe estiver afeto.

§ 2° - As autoridades referidas neste artigo são competentes para anular, restringir ou ampliar as recompensas concedidas por si ou por seus subordinados, devendo estas decisões ser justificadas em boletim.

PARTE ESPECIAL

TÍTULO ÚNICO

Das Transgressões Disciplinares

CAPÍTULO I

Dos Tipos

Art. 68 – As transgressões disciplinares a que se refere o inciso I do art. 13, obedecida a classificação de intensidade, definida no art. 15 deste regulamento, são as seguintes:

TRANSGRESSÕES LEVES (L)

1. deixar de comunicar ao superior a execução de ordem recebida, tão logo seja possível;

2. chegar atrasado a qualquer ato de serviço ou instrução em que deva tomar parte ou assistir;

3. permutar serviços sem permissão de autoridade competente;

4. afastar-se, o motorista, da viatura sob sua responsabilidade, no serviço policial militar e de outros afazeres da profissão;

5. deixar de devolver, ao final do serviço, o armamento e equipamento que lhe tenha sido entregue;

6. utilizar ou autorizar o emprego de subordinados para serviços não previstos em regulamento;

7. comparecer a qualquer solenidade, festividade ou reunião social, com uniforme ou traje diferente do marcado;

8. deixar o superior de determinar a saída imediata, de solenidade militar ou civil, de

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subordinado que a ela compareça com uniforme diferente do marcado;

9. deixar, deliberadamente, de corresponder a cumprimento do subordinado;

10. sobrepor ao uniforme insígnia ou medalha não regulamentar, bem como usar indevidamente distintivo ou condecoração;

11. ser indiscreto em relação a assuntos de caráter oficial cuja divulgação possa ser prejudicial à disciplina ou à boa ordem do serviço;

12. fumar em lugar proibido ou em ocasiões em que não seja recomendável ou ainda na presença de tropa e quando na presença de superior hierárquico, salvo com permissão regulamentar;

13. ter pouco cuidado com o asseio próprio ou coletivo, em qualquer circunstância;

14. conversar ou fazer ruído em ocasiões, locais ou horários impróprios;

15. permanecer em dependência de OPM, sem conhecimento ou consentimento de autoridade competente;

16. portar ou expor ostensivamente arma sem estar devidamente autorizado ou utilizar equipamento não regulamentar;

17. usar quando uniformizado, barba, cabelos, bigode ou costeletas excessivamente compridos ou exagerados, contrariando disposições a respeito;

TRANSGRESSÕES MÉDIAS (M)

18. retardar, propositadamente, a execução de qualquer ordem;

19. concorrer para a discórdia ou desarmonia entre os policiais militares;

20. dificultar ao subordinado a apresentação de recursos;

21. deixar de encaminhar à autoridade competente, na linha de subordinação e no mais curto prazo, recurso ou documento que receber, desde que elaborado de acordo com os preceitos regulamentares, se não estiver na sua alçada dar  solução;

22. deixar de informar processo que lhe for encaminhado, exceto nos casos de suspeição ou impedimento ou absoluta falta de informações, hipóteses em que estas circunstâncias serão fundamentadas;

23. não levar falta ou irregularidade que presenciar, ou de que tiver ciência, e não lhe couber reprimir, ao conhecimento de autoridade competente, no mais curto prazo;

24. deixar de prestar, a seu superior hierárquico, as continências, honras, sinais de respeito e cerimoniais regulamentares;

25. portar-se sem compostura em lugar público;

26. frequentar lugares incompatíveis com o decoro da classe;

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27. desrespeitar convenções sociais;

28. desconsiderar ou desrespeitar autoridades civis;

29. procurar desacreditar seu igual ou subordinado;

30. dirigir comunicação, petição ou outro meio de correspondência, a qualquer autoridade sobre assuntos que não seja de sua alçada, salvo em grau de recurso, na forma prevista em leis e regulamentos;

31. receber visitas nos postos de serviço ou distrair-se com assuntos estranhos ao trabalho;

32. deixar o comandante da Guarda, ou agente de segurança correspondente, de cumprir as prescrições regulamentares com respeito à entrada ou permanência na OPM de civis ou militares;

33. consentir a sentinela ou plantão da hora, na formação de grupo  ou permanência de pessoa junto a seu posto ou serviço, bem como conversar, sentar-se ou fumar;

34. deixar que presos conservem em seu poder instrumentos ou objetos não permitidos;

35. deixar de comunicar ou omitir, à sua OPM, dados relativos a sua residência;

36. conversar com sentinela;

37. deixar de comunicar, em tempo, à autoridade imediatamente superior, a impossibilidade de comparecer à OPM, ou a qualquer ato de serviço;

38. deixar de apresentar-se, nos prazos regulamentares, à OPM para a qual tenha sido transferido ou classificado e às autoridades competentes, nos casos de comissão ou serviço extraordinário para os quais tenha sido designado;

39. não se apresentar ao fim de qualquer afastamento do serviço ou, ainda, logo que souber que o mesmo foi interrompido;

40. invocar circunstâncias de matrimônio ou encargo de família para eximir-se de obrigações funcionais;

41. dar, por escrito ou verbalmente, ordem ilegal ou claramente inexequível, que possa acarretar ao subordinado responsabilidade, ainda que não chegue a ser cumprida;

42. prestar informação a superior induzindo-o a erro, deliberada ou intencionalmente;

43. içar ou arriar bandeira ou insígnia sem ordem para tal;

44. dar toques ou fazer sinais, sem ordem para tal;

45. provocar ou causar, voluntariamente, alarme injustificável;

46. deixar de atender ocorrência na esfera de suas atribuições ou outros

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atendimentos de urgência;

47. omitir, em nota de ocorrência, relatório ou qualquer documento, dados indispensáveis ao esclarecimento dos fatos;

48. como instrutor ou monitor, não ter o cuidado devido na preparação dos assuntos a serem ministrados, ou deixar de a eles comparecer, sem justo motivo antecipadamente comunicado ao encarregado pelo ensino e instrução;

49. receber ou permitir que seu subordinado receba, indevidamente e em razão de sua função, quaisquer objetos de valor, mesmo quando doados pelo proprietário;

50. não observar as normas em vigor, relativas ao tráfego de viaturas nas imediações dos quartéis, hospitais e escolas, quando não estiver em atendimento a ocorrência de urgência;

51. executar atividades que envolvem acentuados perigos, sem autorização superior, salvo nos casos de competições ou demonstrações esportivas legais;

52. comparecer a qualquer ato ou local sem uniforme, quando tenha sido determinado o seu uso;

53. andar a pé ou em coletivos públicos, com uniforme inadequado, contrariando norma a respeito;

54. usar joias, peças de vestimentas e outros adereços que prejudiquem a apresentação pessoal ou descaracterize o uniforme;

55. usar, a policial militar, quando fardada, cabelos compridos e soltos, penteados exagerados, perucas, maquilagem excessiva, unhas longas ou verniz extravagante;

56. adentrar em alojamento estranho ao seu, depois da revista do recolher, salvo se no desempenho de suas funções;

57. adentrar, sem permissão ou ordem em lugar destinado a superior hierárquico ou onde a entrada lhe seja vedada;

58. deixar de receber, sem motivo justificável, vencimentos, alimentação, fardamento, equipamento ou material que lhe seja destinado ou devam ficar em seu poder ou sob sua responsabilidade;

59. deixar de portar o seu documento de identidade, estando ou não fardado, ou de exibi-lo, quando solicitado;

60. maltratar ou não ter o devido cuidado no trato com animais;

61. aceitar qualquer manifestação coletiva de seus subordinados, salvo as que demonstrem íntima, boa e sã camaradagem.

TRANSGRESSÕES GRAVES  (G)

62. faltar com a verdade;

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63. utilizar-se do anonimato para a prática de transgressão disciplinar;

64. frequentar ou fazer parte de sindicatos proibidos por lei;

65. deixar de cumprir ou de fazer cumprir normas regulamentares na esfera de suas atribuições, bem como deixar de comunicar ou punir transgressor da disciplina;

66. retardar ou prejudicar medidas ou ações de ordem judicial ou policial, de que esteja investido ou que deva promover;

67. deixar de comunicar a tempo, ao superior imediato, ocorrência no âmbito de suas atribuições, quando se julgar suspeito ou impedido de providenciar a respeito;

68. deixar de comunicar ao superior imediato ou, na ausência deste,   a qualquer autoridade superior, toda informação que tiver sobre iminente perturbação da ordem pública ou grave alteração do serviço, logo  que disto tenha conhecimento;

69. deixar de providenciar, a tempo, na esfera de suas atribuições, por negligência ou incúria, medidas contra qualquer irregularidade de que venha a tomar conhecimento;

70. apresentar parte ou recurso em termos desrespeitosos ou com argumentos falsos ou de má fé, ou mesmo, sem justa causa ou razão;

71. não cumprir ordem recebida;

72. aconselhar ou concorrer para não ser cumprida qualquer ordem de autoridade competente, ou para retardar a sua execução;

73. deixar de atender, acatar ou ainda desrespeitar mediadas ou ordens judiciais, administrativas ou regras de trânsito;

74. desrespeitar organização Judiciária Militar, Policial Militar ou seus membros, bem como criticar, em público ou pela imprensa, seus atos ou decisões;

75. faltar a qualquer ato de serviço ou instrução em que deva tomar parte ou assistir;

76. abandonar o serviço para o qual tenha sido designado;

77. simular doença para esquivar-se ao cumprimento de qualquer dever militar;

78. trabalhar mal, intencionalmente ou por falta de atenção, em qualquer serviço ou instrução;

79. permutar ou autorizar a troca de serviço mediante pagamento;

80. afastar-se de qualquer lugar em que deva estar por força de disposição legal ou ordem;

81. representar a OPM ou a Corporação em qualquer ato, sem estar devidamente autorizado;

82. tomar compromisso pela OPM que comanda ou em que serve, sem estar

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autorizado;

83. comprometer o nome da instituição ou da classe, contraindo dívidas ou assumindo compromissos superiores às suas possibilidades;

84. esquivar-se a satisfazer compromissos de ordem moral ou pecuniária que houver assumido;

85. não atender a obrigação de dar assistência a sua família ou dependentes legalmente constituídos;

86. fazer diretamente, ou por intermédio de outrem, transações pecuniárias envolvendo assunto de serviço;

87. realizar ou propor transações pecuniárias envolvendo superior, igual ou subordinado, visando a obtenção de vantagem indevida;

88. tomar parte em jogos proibidos, ou jogar a dinheiro os permitidos, em área  policial militar;

89. manter relações de amizades com pessoas de notórios e desabonadores antecedentes ou apresentar-se publicamente com elas, salvo por motivo de serviço;

90. retirar ou tentar retirar, de qualquer lugar sob administração militar, material, viatura ou animal, ou mesmo deles servir-se, sem ordem do responsável ou proprietário;

91. não zelar devidamente, danificar ou extraviar, por negligência ou desobediência a regras ou normas de serviço, material da Fazenda Nacional, Estadual ou Municipal que esteja ou não sob sua responsabilidade direta;

92. usar de força desnecessária, no ato de efetuar prisão;

93. maltratar preso sob sua guarda;

94. deixar alguém conversar ou entender-se com preso, sem autorização de autoridade competente;

95. soltar preso ou detido ou dispensar parte de ocorrência, sem ordem de autoridade competente;

96. disparar arma de fogo, por imprudência ou negligência;

97. espalhar boatos ou notícias tendenciosas;

98. tomar parte, em área sob administração policial militar, em discussão a respeito de política ou religião, ou mesmo provocá-la;

99. manifestar-se publicamente, a respeito de assuntos políticos, ou tomar parte, fardado ou apresentando-se como policial militar, em manifestações da mesma natureza;

100. discutir ou provocar discussões, em público, sobre assuntos políticos, militares ou 52

de segurança pública, excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, quando devidamente autorizado;

101. introduzir, divulgar ou distribuir, individualmente ou para o público, em área militar ou na circunscrição militar, estampas ou publicações escritas, faladas e televisadas, que atentem contra a disciplina,, hierarquia ou moral;

102. autorizar, promover, ou tomar parte em qualquer manifestação coletiva, seja de caráter reivindicatório seja de crítica ou de apoio a ato de superior, com exceção das demonstrações íntimas de boa e sã camaradagem e com conhecimento do homenageado;

103. autorizar, promover ou assinar petições coletivas, atentatórias à hierarquia e disciplina, dirigidas a qualquer autoridade civil ou militar;

104. dar conhecimento de fatos, documentos ou assuntos da Polícia Militar a quem deles não deva ter conhecimento e não tenha atribuições para neles intervir;

105. publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos, documentos ou assuntos da Polícia Militar que possam concorrer para o desprestigio da Corporação ou firam a disciplina ou a segurança;

106. ofender, provocar, desafiar, desacreditar, dirigir-se, referir-se ou responder de maneira desatenciosa a superior, por atos, gestos ou palavras;

107. censurar ato de superior ou procurar desconsiderá-lo;

108. ofender, provocar ou desafiar seu igual ou subordinado, por atos, gestos ou palavras;

109. ofender a moral, por atos, gestos ou palavras;

110. travar discussão, rixa ou luta corporal com seu igual ou subordinado;

111. entrar ou sair de qualquer OPM, com objetos ou embrulhos, sem autorização de autoridade competente;

112. abrir ou tentar abrir qualquer dependência de OPM fora das horas de expediente, desde que não seja o respectivo chefe ou sem sua ordem escrita com a expressa declaração de motivo, salvo situações de emergência;

113. entrar ou sair de OPM com  tropa, sem prévio conhecimento ou ordem de autoridade competente;

114. ter em seu poder introduzir ou distribuir em área militar ou sob a administração Policial Militar, inflamável ou explosivo sem permissão da autoridade competente;

115. ter em seu poder ou introduzir, em área militar, tóxicos ou entorpecentes;

116. ter em seu poder ou introduzir, em área militar ou sob a administração policial militar, bebidas alcoólicas, salvo quando devidamente autorizado;

117. embriagar-se ou induzir outrem à embriaguez, embora tal estado não tenha sido

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constatado por médico;

118. violar, deixar de preservar ou afastar-se do local de crime ou sinistros;

119. utilizar-se ou ter consigo materiais, anotações, publicações ou objetos não permitidos, ou ainda utilizar ou possibilitar o uso de meios fraudulentos em provas e testes de instrução e ensino;

120. apresentar-se com o uniforme desabotoado, desfalcado de peças ou sem cobertura, ou ainda com ele alterado, sujo ou desalinhado.

CAPÍTULO II

Das Disposições Finais e Transitórias

Art. 69. A ação disciplinar prescreve em 4 (quatro) anos, contados da data da transgressão.

Art. 70 – A não utilização dos recursos no momento e pelo meio próprio implicará em aceitação da punição que se tornará definitiva.

Art. 71 – A punição disciplinar não exime o policial militar da responsabilidade civil e penal que lhe couber.

Art. 75. Para efeito deste Regulamento, entende-se por ato que afete a honra pessoal, o pundonor policial-militar ou o decoro da classe a inobservância de quaisquer dos preceitos da ética policial-militar, contidos no art. 27 da Lei no 8.033, de 02 de dezembro de 1975.

Art. 76 – A contagem de prazo neste regulamento é contínua e peremptória, inicia-se no primeiro dia após o ato, ainda que sábado, domingo ou feriado, e encerra-se sempre em dia útil, no término do expediente administrativo.

Parágrafo único – Os procedimentos apuratórios serão produzidos, preferencialmente, em dias  e horários de expediente administrativo e, não sendo assim possível, deverão ser devidamente motivados e fundamentados.

UNIDADE IV - LEGISLAÇÃO ESTADUAL RELATIVA À CORPORAÇÃO

IV. 1 -CONSTITUIÇÃO ESTADUAL

CAPÍTULOIV DA SEGURANÇA PÚBLICA

SEÇÃO I 

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

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Art. 121 - A Segurança Pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para assegurar a preservação da ordem pública, a incolumidade das pessoas, do patrimônio e do meio ambiente e o pleno e livre exercício dos direitos e garantias fundamentais, individuais, coletivos, sociais e políticos, estabelecidos nesta e na Constituição da República, por meio dos seguintes órgãos:

I - Polícia Civil;

II - Polícia Militar;

III - Corpo de Bombeiros Militar.

Art. 122 – As Polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros Militar subordinam-se ao Governador do Estado, sendo os direitos-garantias, deveres e prerrogativas de seus integrantes definidos em leis específicas, observados os seguintes princípios:- Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 01-12-1999, D.O. de 20-12-1999.

I - o exercício da função policial é privativo de membro da respectiva carreira, recrutado por concurso público de provas, ou de provas e títulos, e submetido a curso de formação policial ou de bombeiro.- Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 09-09-2010, D.A. de 09-09-2010.

II - a função policial é considerada perigosa e a de bombeiro militar, perigosa e insalubre;

III - será adotada política de especialização de policiais e bombeiros que se destacarem em suas atribuições, com a colaboração das universidades e cursos especializados;

IV - na divulgação, pelos órgãos de segurança pública, aos veículos de comunicação social, de fatos referentes à apuração de infrações penais, será assegurada a preservação da intimidade, da honra e da imagem das pessoas envolvidas, inclusive das testemunhas. - Inciso VI renumerado para IV pela Emenda Constitucional nº 24, de 01-12-1999, D.O de 20-12-1999.

V – a criação de delegacia da polícia civil far-se-á por lei específica.- Acrescido pela Emenda Constitucional nº 46, de 09-09-2010, D.A. de 09-09-2010.

SEÇÃO III DA POLÍCIA MILITAR - Vide Lei nº 8125, de 18-06-1976, D.O. de 01-07-1976.

Art. 124 - A Polícia Militar é instituição permanente, organizada com base na disciplina e na hierarquia, competindo-lhe, entre outras, as seguintes atividades:

I - o policiamento ostensivo de segurança;

II - a preservação da ordem pública;

III - a polícia judiciária militar, nos termos da lei federal;

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IV - a orientação e instrução da Guarda Municipal, quando solicitadas pelo Poder Executivo municipal;

V - a garantia do exercício do poder de polícia, dos poderes e órgãos públicos estaduais, especialmente os das áreas fazendária, sanitária, de uso e ocupação do solo e do patrimônio cultural.

Parágrafo único - A estrutura da Polícia Militar conterá obrigatoriamente uma unidade de polícia florestal, incumbida de proteger as nascentes dos mananciais e os parques ecológicos, uma unidade de polícia rodoviária e uma de trânsito.

IV. 2 - Lei 8.033, de 02 de dezembro 1975 – Estatuto dos Policias Militares do Estado de Goiás

A Polícia Militar do Estado de Goiás é uma instituição pública e, portanto, deve obrigatoriamente ter um ato normativo (lei) que a autorize.Este ato normativo é a lei 8.033/75, também intitulada de Estatuto dos Policiais Militares do Estado de Goiás.

Todavia, o que é um Estatuto?A definição de Estatuto de acordo com o Dicionário Jurídico de Plácido e Silva: “Derivado do latim statum, de statuere (estabelecer, constituir, fundar), em sentido amplo, entende-se a lei ou regulamento, em que se fixam os princípios institucionais ou orgânicos de uma coletividade ou corporação, pública ou particular. (...)”.

No sentido de Direito Administrativo refere-se ao complexo de princípios ou regras que regulam as atividades dos funcionários públicos, sejam civis ou militares, assegurando as vantagens e direitos sobre o exercício dos respectivos cargos ou funções. “É o estatuto dos funcionários”.Desta definição tiramos como conclusão de que o Estatuto dos Policiais Militares do Estado de Goiás é a nossa Lei de funcionamento.

Vejamos a mencionada legislação:

Dispõe sobre o Estatuto dos Policiais-Militares do Estado de Goiás e dá outras providências.

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOIÁS decreta e eu sanciono a seguinte lei:

TÍTULO I

Generalidades

Art. 1º - O presente Estatuto regula a situação, as obrigações, os deveres, direitos e prerrogativas dos Policiais Militares do Estado de Goiás.

Art. 2º - A Polícia Militar é uma instituição permanente e regular, destinada à manutenção da ordem pública do Estado, sendo considerada força auxiliar reserva do

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Exército. A sua subordinação ao Secretário da Segurança Pública é estritamente operacional, nos termos do artigo 4º do Decreto-Lei Federal nº 667, de 2 de julho de 1969, e do Regulamento para as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares (R-200), aprovado pelo Decreto Federal nº 66.862, de 8 de julho de 1970.

Art. 3º - Os integrantes da Polícia Militar do Estado de Goiás, em razão da destinação constitucional da Corporação e em decorrência das leis vigentes, constituem uma categoria especial de servidores públicos estaduais e são denominados Policiais Militares.

§ 1º - Os Policiais Militares encontram-se em uma das seguintes situações:

I - na ativa:

a) os Policiais Militares de carreira;

b) os incluídos na Polícia Militar voluntariamente durante os prazos a que se obrigarem a servir;

c) os componentes da reserva remunerada quando convocados, e

d) os alunos de órgãos de formação de Policiais Militares da ativa.

II - na inatividade:

a) na reserva remunerada, quando pertencem à reserva da Corporação e percebem remuneração do Estado, porém sujeitos, ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante convocação;

b) reformados, quando, tendo passado por uma das situações anteriores, estão dispensados, definitivamente, da prestação de serviço na ativa, mas continuam a perceber remuneração do Estado.

§ 2º - Os Policiais Militares de carreira são os que, no desempenho voluntário e permanente do serviço Policial-Militar, tem vitaliciedade assegurada ou presumida.

Art. 4º - O serviço Policial Militar consiste no exercício de atividades inerentes à Polícia Militar e compreende todos os encargos previstos na legislação específica e relacionados com a manutenção da ordem pública no Estado.

Art. 5º - A carreira Policial Militar é caracterizada por atividade continuada e inteiramente devotada às finalidades da Polícia Militar, denominada atividade Policial Militar.

§ 1º - A carreira Policial Militar é privativa do pessoal da ativa. Inicia-se com o ingresso na Polícia Militar e obedece à sequência de graus hierárquicos.

§ 2º - É privativa de brasileiro nato a carreira de Oficial na Polícia Militar.

Art. 6º - Os Policiais Militares da reserva remunerada poderão ser convocados para o serviço ativo, em caráter transitório e mediante aceitação voluntária, por ato do Governador do Estado, desde que haja conveniência para o serviço. 

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Art. 7º - São equivalentes as expressões na ativa, da ativa, em serviço ativo, em serviço na ativa, em serviço, em atividade ou em atividade Policial Militar, conferidas aos Policiais-Militares no desempenho de cargo, comissão, encargo, incumbência ou missão, serviço ou atividade Policial Militar ou considerada de natureza Policial Militar, nas organizações Policiais Militares, bem como em outros órgãos do Estado, quando previstos em lei ou regulamento.

Art. 8º - A condição jurídica dos PoliciaisMilitares é definida pelos dispositivos constitucionais que lhes forem aplicáveis, por este Estatuto e pela legislação que lhes outorgam direitos e prerrogativas e lhes impõem deveres e obrigações.

Art. 9º - O disposto neste Estatuto aplica-se, no que couber:

I - aos Policiais-Militares da reserva remunerada e convocados;

II - aos Capelães PoliciaisMilitares.

CAPÍTULO I

Do Ingresso na Polícia Militar

Art. 10 - O ingresso na Polícia Militar é facultado a todos os brasileiros, sem distinção de raça, sexo ou crença religiosa, mediante inclusão, matrícula ou nomeação, observadas as condições prescritas em lei e nos regulamentos da Corporação. - Redação dada pela Lei nº 9.967, de 14-01-1986, DO. de 21-1-1986.

CAPÍTULO II

Da Hierarquia e da Disciplina

Art. 12 - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Polícia Militar. A autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico.

§ 1º - A hierarquia Policial Militar é a ordenação da autoridade em níveis diferentes, dentro da estrutura da Polícia Militar. A ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto ou de uma mesma graduação se faz pela antiguidade no posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à sequência de autoridade.

§ 2º - Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições que fundamentam organismo Policial-Militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo.

Art. 13 - Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os Policiais-Militares da mesma categoria e tem a finalidade de desenvolver o espírito de camaradagem em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo.

Art. 14 - Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica da Polícia Militar são fixados no quadro e parágrafos seguintes:

Círculo de Oficiais Superiores - Coronel PM, Tenente Coronel PM e Major PM

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Círculo de Oficiais Intermediários - Capitão PM

Círculo de Oficiais Subalternos - 1º e 2º Tenente PM

Círculo de Praças - 1º, 2º e 3º Sargento

Círculo de Praças Especiais Frequentam o círculo de Oficiais Subalternos

PRAÇAS: Excepcionalmente ou em reuniões sociais têm acesso ao círculo de Oficias: AL OF PM

Excepcionalmente ou em reuniões sociais têm acesso ao círculo de Subtenentes e Sargentos: AL SGT PM

Frequentam o círculo de Cabos e Soldados: AL CB e AL SD PM

§ 1º - Posto é o grau hierárquico do Oficial, conferido por ato do Governador do Estado.

§ 2º - Graduação é o grau hierárquico da Praça, conferido pelo Comandante Geral da Polícia Militar.

§ 3º - Os Aspirantes a Oficial e os Alunos Oficiais PM são denominados Praças Especiais.

§ 4º - Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos quadros e qualificações são fixados, separadamente, para cada caso, em lei de fixação de efetivo.

§ 5º - Sempre que o Policial Militar da reserva remunerada ou reformado fizer o uso do posto ou graduação, deverá fazê-lo mencionando a abreviatura respectiva de sua situação.

Art. 15 - A precedência entre PoliciaisMilitares da ativa, do mesmo grau hierárquico, é assegurada pela antiguidade no posto ou na graduação, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida em lei ou regulamento.

§ 1º - A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da assinatura do ato da respectiva promoção, nomeação, declaração ou inclusão, salvo quando estiver taxativamente fixada outra data.

§ 2º - No caso de ser igual a antiguidade referida no parágrafo anterior, a antiguidade é estabelecida:

I - entre Policiais Militares do mesmo quadro, pela posição nas respectivas escalas numéricas ou registros de que trata o artigo 17;

II - nos demais casos, pela antiguidade no posto ou na graduação anterior. Se, ainda assim, subsistir a igualdade de antiguidade, recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, à data de inclusão e à data de nascimento para definir a precedência e, neste último caso, o mais velho será considerado mais antigo;

III - entre os alunos de um mesmo órgão de formação de Policiais Militares, de acordo como o regulamento do respectivo órgão, se não estiverem especificamente enquadrados nos itens I e II deste parágrafo.

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§ 3º - Em igualdade de posto ou graduação, os Policiais Militares da ativa tem precedência sobre os da inatividade:

§ 4º - Em igualdade de posto ou graduação a precedência entre os Policiais Militares de carreira na ativa e os da reserva remunerada que estiverem convocados é definida pelo tempo de efetivo serviço no posto ou graduação.

Art. 16 - A precedência entre as Praças Especiais e as demais Praças é assim regulada:

I - os Aspirantes a Oficial PM são hierarquicamente superiores às demais Praças;

II - os Alunos Oficiais PM são hierarquicamente superiores às demais Praças.

Art. 17 - A Polícia Militar manterá um registro de todos os dados referentes ao seu pessoal da ativa e da reserva remunerada, dentro das respectivas escalas numéricas, segundo as instruções baixadas pelo Comandante Geral da Corporação.

CAPÍTULO III

Do Cargo e Função PoliciaisMilitares

Art. 19 - Cargo Policial Militar é aquele que só pode ser exercido por PolicialMilitar em serviço ativo.

§ 1º - O Cargo Policial Militar a que se refere este artigo é o que se encontra especificado nos Quadros de Organização ou previsto, caracterizado ou definido, como tal, em outras disposições legais.

§ 2º - A cada cargo Policial Militar corresponde um conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades que se constituem em obrigações do respectivo titular.

§ 3º - As obrigações inerentes ao cargo Policial Militar devem ser compatíveis com o correspondente grau hierárquico e definidas em legislação ou regulamentação específicas. 

Art. 20 - Os cargos PoliciaisMilitares são providos com pessoal que satisfaça aos requisitos de grau hierárquico e de qualificação exigidos para o seu desempenho.

Parágrafo Único - O provimento de cargo Policial Militar se faz por ato de nomeação, de designação ou determinação expressa de autoridade competente.

Art. 21 - O cargo PolicialMilitar é considerado vago a partir de sua criação e até que um Policial-Militar tome posse ou desde o momento em que o Policial-Militar exonerado, dispensado ou que tenha recebido determinação expressa de autoridade competente, o deixe ou até que outro Policial-Militar tome posse, de acordo com as normas de provimento previstas no parágrafo único do artigo 20.

Parágrafo Único - Consideram-se também vagos ou cargos Policiais Militares cujos ocupantes:

I - tenha falecido;

II - tenham sido considerados extraviados; e

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III - tenham sido considerados desertores.

Art. 22 - Função Policial Militar é o exercício das obrigações inerentes ao cargo Policial Militar.

Art. 23 - Dentro de uma mesma organização Policial Militar, a sequência de substituições, bem como as normas, atribuições e responsabilidades relativas, são estabelecidas na legislação específica, respeitadas a precedência e qualificações exigidas para o cargo ou para o exercício da função.

Art. 24 - O Policial Militar ocupante de cargo provido em caráter efetivo ou interino, de acordo com o parágrafo único do artigo 20, faz jus às gratificações e a outros direitos correspondentes ao cargo, conforme previsto em lei.

Art. 25 - As obrigações que, pela generalidade, peculiaridade, duração, vulto ou natureza não são catalogadas como posições tituladas em Quadro de Organização ou dispositivo legal são cumpridas como encargo, incumbência, comissão, serviço ou atividade Policial Militar ou de natureza Policial Militar. - Vide Decreto nº  843, de 10-03-76, D.O. 17-03-76.

Parágrafo Único - Aplica-se, no que couber, ao encargo, incumbência, comissão, serviço ou atividade Policial Militar ou de natureza Policial Militar, o disposto neste Capítulo para cargo Policial Militar.

TÍTULO II

Das Obrigações e dos Deveres PoliciaisMilitares

CAPÍTULO I

Das Obrigações Policiais Militares

Seção I

Do Valor Policial Militar

Art. 26 - São manifestações essenciais do valor Policial Militar:

I - o sentimento de servir à comunidade estadual, traduzido pela vontade inabalável de cumprir o dever Policial Militar e pelo integral devotamento à manutenção da ordem pública, mesmo com o risco da própria vida;

II - o civismo e o culto das tradições históricas;

III - a fé na elevada missão da Polícia Militar;

IV - o espírito de corpo, orgulho do PolicialMilitar pela organização onde serve;

V - o amor à profissão Policial Militar e o entusiasmo com que é exercido; e

VI - o aprimoramento técnico-profissional.

Seção II

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Da Ética Policial-Militar

Art. 27 - O sentimento do dever, o denodo PolicialMilitar e o decoro da classe impõem, a cada um dos integrantes da Polícia Militar, conduta moral e profissional irrepreensível, com observância dos seguintes preceitos da ética PolicialMilitar.

I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da dignidade pessoal;

II - exercer com autoridade, eficiência e probidade as funções que lhe couberem em decorrência do cargo;

III - respeitar a dignidade da pessoa humana;

IV - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competentes;

V - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados;

VI - zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual, físico e, também, pelo dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da missão comum;

VII - empregar todas as suas energias em benefício do serviço;

VIII - praticar a camaradagem e desenvolver permanentemente o espírito de cooperação;

IX - ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada;

X - abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa relativa à Segurança Nacional;

XI - acatar as autoridades civis;

XII - cumprir seus deveres de cidadão;

XIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular;

XIV - observar as normas da boa educação;

XV - garantir assistência social moral e material ao seu lar e conduzir-se como chefe de família modelar;

XVI - conduzir-se, mesmo fora do serviço ou na inatividade, de modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro Policial Militar;

XVII - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;

XVIII - abster-se o Policial Militar na inatividade do uso das designações hierárquicas quando:

a) em atividades político-partidárias;62

b) em atividades comerciais;

c) em atividades industriais;

d) para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos políticos ou Policiais Militares, excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, se devidamente autorizado;

e) no exercício de funções de natureza não PolicialMilitar, mesmo oficiais.

XIX - zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada um dos seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da ética PolicialMilitar.

Art. 28 - Ao PolicialMilitar da ativa, ressalvando o disposto no § 2º, é vedado comerciar ou tomar parte na administração ou gerência de sociedade ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou quotista em sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada.

§ 1º - Os Policiais Militares na reserva remunerada, quando convocados, ficam proibidos de tratar, nas organizações PoliciaisMilitares e nas repartições públicas civis, dos interesses de organizações ou empresas privadas de qualquer natureza.

§ 2º - Os PoliciaisMilitares da ativa podem exercer, diretamente, a gestão de seus bens, desde que não infrinjam o disposto no presente artigo.

§ 3º - No intuito de desenvolver a prática profissional dos integrantes do Quadro de Saúde, é-lhes permitido o exercício da atividade técnico-profissional, no meio civil, desde que tal prática não prejudique o serviço.

Art. 29 - O Comandante Geral da Polícia Militar poderá determinar aos Policiais Militares da ativa que, no interesse da salvaguarda da dignidade dos mesmos, informem sobre a origem e natureza dos seus bens, sempre que houver razões que recomendem tal medida.

CAPÍTULO II

Dos Deveres PoliciaisMilitares

Art. 30 - Os deveres PoliciaisMilitares emanam de vínculos racionais e morais que ligam o Policial Militar à comunidade estadual e à sua segurança, e compreendem, essencialmente:

I - a dedicação integral ao serviço Policial Militar e a fidelidade à instituição a que pertence, mesmo com o sacrifício da própria vida;

II - o culto aos símbolos nacionais;

III - a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;

IV - a disciplina e o respeito à hierarquia;

V - o rigoroso cumprimento das obrigações e ordens; e

VI - a obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade.

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Parágrafo Único - A dedicação integral a que ser refere o item I deste artigo sujeita o Policial Militar à jornada mínima de 40 (quarenta) horas semanais de trabalho".

CAPÍTULO III

Seção I

Do Compromisso Policial Militar

Art. 31 - Todo cidadão após ingressar na Polícia Militar mediante inclusão, matrícula ou nomeação, prestará compromisso de honra, no qual afirmará a sua aceitação consciente das obrigações e dos deveres Policiais Militares e manifestará a sua firme disposição de bem cumpri-los.

Art. 32 - O compromisso a que se refere o artigo anterior terá caráter solene e será prestado na presença de tropa, tão logo o Policial Militar tenha adquirido um grau de instrução compatível com o perfeito entendimento de seus deveres como integrante da Polícia Militar, conforme os seguintes dizeres: "Ao ingressar na Polícia Militar do Estado de Goiás, prometo regular a minha conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço PolicialMilitar, à manutenção da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida".

Seção II

Do Comando e da Subordinação

Art. 33 - Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidade de que o PolicialMilitar é investido legalmente, quando conduz homens ou dirige uma organização Policial Militar. O Comando é vinculado ao grau hierárquico e constitui uma prerrogativa impessoal, em cujo exercício o Policial Militar se define e se caracteriza como chefe.

Parágrafo Único - Aplica-se à Direção e à Chefia de Organização PolicialMilitar, no que couber, o estabelecimento para o Comando.

Art. 34 - A subordinação não afeta, de modo algum, a dignidade pessoal do PolicialMilitar e decorre, exclusivamente, da estrutura hierarquizada da Polícia Militar.

Art. 35 - O Oficial é preparado, ao longo da carreira, para o exercício do Comando, da Chefia e da Direção das Organizações PoliciaisMilitares.

Art. 36 - Os subtenentes e sargentos auxiliam e complementam as atividades dos oficiais, quer no adestramento e no emprego dos meios, quer na instrução e na administração, podendo, também, ser empregados na execução de atividades de policiamento ostensivo peculiares à Polícia Militar.

Art. 37 - Os cabos e soldados são, essencialmente, os elementos de execução.

Art. 38 - Às Praças Especiais cabe a rigorosa observância das prescrições dos regulamentos que lhes são pertinentes, exigindo-se inteira dedicação ao estudo e ao aprendizado técnico-profissional.

Art. 39 - Cabe ao Policial Militar a responsabilidade integral pelas decisões que tomar, pelas ordens que emitir e pelos atos que praticar.

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CAPÍTULO III

Da Violação das Obrigações e dos Deveres

Art. 40 - A violação das obrigações ou dos deveres Policiais Militares constituirá crime ou transgressão disciplinar, na conformidade da legislação ou regulamentação específica.

§ 1º - A violação dos preceitos da ética PolicialMilitar é tão mais grave quanto mais elevado for o grau hierárquico de quem a cometer.

§ 2º - No concurso de crime militar e de transgressão disciplinar, será aplicada somente a pena relativa ao crime.

Art. 41 - A inobservância dos deveres especificados nas leis e regulamentos ou a falta de execução no cumprimento dos mesmos acarreta para o PolicialMilitar responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal, consoante à legislação específica.

Parágrafo Único - A apuração da responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal poderá concluir pela incompatibilidade do PolicialMilitar com o cargo e pela incapacidade para o exercício das funções PoliciaisMilitares a ele inerentes.

Art. 42 - O PolicialMilitar que, por sua atuação, se tornar incompatível com o cargo ou demonstrar incapacidade no exercício das funções PoliciaisMilitares a ele inerentes, será afastado do cargo.

§ 1º - São competentes para determinar o imediato afastamento do cargo ou o impedimento do exercício da função:

I - o Governador do Estado;

II- o ComandanteGeral da Polícia Militar;

III - os Comandantes, os Chefes e os Diretores de OPM, na conformidade da legislação ou regulamentação da Corporação.

§ 2º - O Policial Militar afastado do cargo, nas condições mencionadas neste artigo, ficará privado do exercício de qualquer função Policial Militar, até a solução final do processo ou das providências legais que couberem no caso.

Art. 43 - São proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores, quanto às de caráter reivindicatório.

Seção I

Dos Crimes Militares

Art. 44 - A Justiça Militar Estadual é o órgão competente para processar e julgar os Policiais Militares nos crimes definidos em lei como militares.

Art. 45 - Aplicam-se aos Policiais Militares, no que couber, as disposições estabelecidas no Código Penal Militar e Código de Processo Penal Militar.

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Seção II

Das Transgressões Disciplinares - Vide Decreto nº 4.717, de 7-10-96, DO. de 10-10-96 - RDPM-GO.

Art. 46 - O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar especificará e classificará as transgressões disciplinares e estabelecerá as normas relativas à amplitude e à aplicação das penas disciplinares, à classificação do comportamento Policial Militar e à interposição de recursos contra as penas disciplinares.

§ 1º - As penas disciplinares de detenção ou prisão não podem ultrapassar de trinta (30) dias.

Seção III

Art. 48 - O Aspirante aOficial PM, bem como as Praças com estabilidade assegurada, presumivelmente incapazes de permanecerem como PoliciaisMilitares da ativa, serão submetidos a Conselho de Disciplina, na forma da legislação específica.

§ 1º - O Aspirante aOficial PM e as Praças com estabilidade assegurada, ao serem submetidos a Conselho de Disciplina, serão afastados das atividades que estiverem exercendo.

§ 2º - Compete ao Comandante Geral da Polícia Militar julgar, em última instância, os processos oriundos dos Conselhos de Disciplina, convocados no âmbito da Corporação.

§ 3º - O Conselho de Disciplina também poderá ser aplicado às Praças reformadas e na reserva remunerada.

TÍTULO III

Dos direitos e das prerrogativas dos Policiais Militares

CAPÍTULO I

Dos Direitos

Art. 49 - São Direitos dos Policiais Militares:

II - a percepção de remuneração correspondente ao grau hierárquico imediato ou melhoria da mesma, ao ser transferido para a inatividade, quando contar mais de trinta (30) anos de serviço; Redação dada pela Lei N.º 9.270 de 29-9-82.

III - nas condições ou nas limitações impostas na legislação e regulamentação específicas:

a)  a estabilidade, quando Praça, com dez (10) ou mais anos de tempo de efetivo serviço;

b) o uso das designações hierárquicas;c) a ocupação de cargo correspondente ao posto ou à graduação;d) a percepção de remuneração;e) outros direitos previstos na lei específica que trata da remuneração dos Policiais-

Militares do Estado de Goiás;

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f) a constituição de pensão Policial Militar;g) a promoção;h) a transferência para a reserva remunerada, a pedido, ou a reforma;i) as férias, os afastamentos temporários do serviço e as licenças;j) a demissão e o licenciamento voluntário;k) o porte de arma, em serviço ativo ou inatividade, salvo aqueles em inatividade por

alienação mental ou por atividade que o impeçam ou desaconselhem aquele porte; 

l) VETADA;m) tratamento de saúde por conta integral do IPASGO, nas enfermidades contraídas

em serviço ou em razão da função.

Parágrafo Único - A percepção da remuneração ou melhoria da mesma, de que trata o item II deste artigo, obedecerá ao seguinte:

b) os subtenentes, quando transferidos para a inatividade, terão os proventos calculados sobre o soldo correspondente ao posto de SegundoTenente PM, desde que contem mais de trinta (30) anos de serviço;

c) as demais praças que contem mais de trinta (30) anos de serviço, ao serem transferidas para a inatividade, terão os proventos calculados sobre o soldo correspondente à graduação imediatamente superior.

Art. 50 - O Policial Militar que se julgar prejudicado ou ofendido por qualquer ato administrativo ou disciplinar de superior hierárquico poderá recorrer ou interpor pedido de reconsideração, queixa ou representação, segundo legislação vigente na Corporação.

§ 1º - O de recorrer na esfera administrativa prescreverá:

I - em quinze (15) dias corridos, a contar do recebimento da comunicação oficial, quanto a ato que decorra da composição de Quadro de Acesso;

II - em cento e vinte (120) dia corridos, nos demais casos.

§ 2º - O pedido de reconsideração a queixa e a representação não podem ser feitos coletivamente.

§ 3º - O Policial Militar da ativa que, nos casos cabíveis, se dirigir ao Poder Judiciário, deverá participar, antecipadamente, esta iniciativa à autoridade à qual estiver subordinado.

Art. 51 - Os Policiais Militares são alistáveis como eleitores, desde que oficiais, Aspirantes a Oficial, subtenentes, sargentos ou alunos de curso de nível superior para formação de oficiais.

Parágrafo Único - Os PoliciaisMilitares alistáveis são elegíveis, atendidas as seguintes condições:

I - o Policial Militar que tiver menos de cinco (05) anos de efetivo serviço será, ao se candidatar a cargo eletivo, excluído do serviço ativo, mediante demissão ou licenciamento “ex officio”;

II - o Policial Militar em atividade, com cinco (5) ou mais anos de efetivo serviço, ao se candidatar a cargo eletivo, será afastado, temporariamente do serviço ativo e

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agregado, considerado em licença para tratar de interesse particular. Se eleito, será, no ato da diplomação, transferido para a reserva remunerada, percebendo a remuneração a que fizer jus, em função do seu tempo de serviço.

Seção I

Da Remuneração

Art. 52 - A remuneração dos Policiais Militares compreende vencimentos ou proventos, indenizações e outros direitos e é devida em bases estabelecidas em lei específica.

§ 1º - Os Policiais Militares na ativa percebem remuneração constituída pelas seguintes parcelas:

I - mensalmente:

a) vencimentos, compreendendo soldo e gratificações;

b) indenizações.

II - eventualmente, outras indenizações.

§ 2º - Os Policiais-Militares em inatividade percebem remuneração, constituída pelas seguintes parcelas:

I - mensalmente:

a) proventos, compreendendo soldo ou quotas do soldo, gratificações e indenizações incorporáveis;

b) adicional de inatividade.

II - eventualmente, auxílio-invalidez.

§ 3º - Os PoliciaisMilitares receberão salário-família de conformidade com a lei que a rege.

Art. 53 - O auxílio-invalidez, atendidas as condições estipuladas na lei específica que trata da remuneração dos Policiais-Militares, será concedido ao PolicialMilitar que, quando em serviço ativo, tenha sido ou venha a ser reformado por incapacidade definitiva, e considerado inválido, isto é, impossibilitado, total e permanentemente, para qualquer trabalho, não podendo prover os meio de subsistência.

Art. 54 - O soldo é irredutível e não está sujeito a penhora, sequestro ou arresto, exceto nos casos previstos em lei.

Art. 55 - O valor do soldo é igual para o PolicialMilitar da ativa, da reserva remunerada ou reformado de um mesmo grau hierárquico, ressalvado o disposto no item II do artigo 49.

Art. 56 - É proibido acumular remuneração de inatividade.

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Parágrafo Único - O disposto neste artigo não se aplica aos PoliciaisMilitares da reserva remunerada e aos reformados, quanto ao exercício de mandato eletivo, quanto ao de função de magistério ou cargo em comissão ou quanto ao contrato para a prestação de serviços técnicos ou especializados.

Seção II

Da Promoção

Art. 58 - O acesso na hierarquia PolicialMilitar é seletivo, gradual e sucessivo e será feito mediante promoções, de conformidade com o disposto na legislação e regulamentação de promoções de Oficiais e de Praças, de modo a obter-se um fluxo regular e equilibrado de carreira para os PoliciaisMilitares a que esses dispositivos se referem.

§ 1º - O planejamento da carreira dos Oficiais e das Praças, obedecidas as disposições da legislação e regulamentação a que se refere este artigo, é atribuição do ComandoGeral da Polícia Militar.

§ 2º - A promoção é um ato administrativo e tem como finalidade básica a seleção dos PoliciaisMilitares para o exercício de funções pertinentes ao grau hierárquico superior.

§ 3º - A promoção de Praças será feita de conformidade com o disposto em regulamento a ser baixado pelo Chefe do Poder Executivo. 

Art. 59 - As promoções serão efetuadas pelos critérios de antiguidade e merecimento ou, ainda, por bravura e "post mortem".

§ 1º - Em casos extraordinários, poderá haver promoção em ressarcimento de preterição.

§ 2º - A promoção de PolicialMilitar feita em ressarcimento de preterição será efetuada segundo os princípios de antiguidade ou merecimento, recebendo ele o número que lhe competir na escala hierárquica, como se houvesse sido promovido na época devida pelo princípio em que ora é feita sua promoção.

Art. 60 - Não haverá promoção de Policial Militar por ocasião de sua transferência para a reserva remunerada ou por ocasião de sua reforma.

Seção III

Das Férias e Outros Afastamentos Temporários do Serviço

Art. 61 - As férias são afastamentos totais do serviço, anual e obrigatoriamente concedidas aos Policiais Militares para descanso, a partir do último mês do ano a que se referem e durante todo o ano seguinte.

§ 1º - Compete ao Comandante Geral da Polícia Militar a regulamentação da concessão das férias anuais.

§ 2º - A concessão de férias não é prejudicada pelo gozo anterior de licenças para tratamento de saúde, por punição anterior decorrente de transgressão disciplinar, pelo estado de guerra ou para que sejam cumpridos aos de serviço, bem como não anula o direito àquelas licenças.

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§ 3º - Somente em casos de interesse da Segurança Nacional, de manutenção da ordem de extrema necessidade de serviço ou de transferência para a inatividade, os PoliciaisMilitares terão interrompido ou deixarão de gozar, na época prevista, o período de férias a que tiverem direito, registrando-se então o fato em seus assentamentos.

§ 4º - Na impossibilidade absoluta do gozo de férias no ano seguinte ou no caso de sua interrupção pelos motivos previstos, o período de férias não gozado será computado dia a dia, pelo dobro, no momento da passagem do Policial Militar para a inatividade e somente para esse fim.

Art. 62 - Os PoliciaisMilitares têm direito, ainda, aos seguintes períodos de afastamento total do serviço, obedecidas as disposições legais e regulamentares por motivo de:

I - núpcias: oito (8) dias;

II - luto: oito (8) dias;

III - instalação: até dez (10) dias;

IV - trânsito: até trinta (30) dias.

Parágrafo Único - O afastamento do serviço por motivo de núpcias ou luto será concedido, no primeiro caso, se solicitado por antecipação à data do evento e, no segundo caso, tão logo a autoridade a que estiver subordinado o Policial Militar tenha conhecimento do óbito.

Art. 63 - As férias e outros afastamentos mencionados nesta Seção são concedidos com a remuneração prevista na legislação específica e computados como tempo de efetivo serviço para todos os efeitos legais.

Seção IV

Das Licenças

Art. 64 - Licença é a autorização para o afastamento total do serviço, em caráter temporário concedida ao Policial Militar, obedecidas as disposições legais e regulamentares.

§ 1º - A licença pode ser:

I - especial;

II - para tratar de interesse particular;

III - para tratamento de saúde de pessoa da família; e

IV - pra tratamento de saúde própria.

V – à gestante, por 180 (cento e oitenta) dias, mediante inspeção médica;

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VI – maternidade de 180 (cento e oitenta) dias à adotante ou à que obtenha a guarda judicial de criança de até 1 (um) ano de idade, mediante apresentação de documento oficial comprobatório da adoção ou da guarda.

§ 2º - A remuneração do Policial Militar, quando no gozo de qualquer das licenças constantes do parágrafo anterior, será regulada em legislação específica.

Art. 65 - A licença especial é a autorização para afastamento total do serviço, relativa a cada quinquênio de tempo efetivo serviço prestado, concedida ao policial militar que a requerer sem que implique em qualquer restrição para sua carreira.

§ 1°- A licença especial tem a duração de 3 (três) meses. 

§ 2º - O período de licença especial não interrompe a contagem do tempo de efetivo serviço.

§ 3º - Os períodos de licença especial não gozados pelo Policial Militar são computados em dobro para fins exclusivos de contagem de tempo para a passagem para a inatividade e, nesta situação, para todos os efeitos legais.

§ 4º - A licença especial não é prejudicada pelo gozo anterior de qualquer licença para tratamento de saúde e para que sejam cumpridos atos de serviço, bem como não anula o direito àquelas licenças.

§ 5º - Uma vez concedida a licença especial, o PolicialMilitar será exonerado do cargo ou dispensado do exercício das funções que exerce e ficará à disposição do órgão de pessoal da Polícia Militar.

§ 6º - A concessão da licença especial é regulada pelo Comandante-Geral da Polícia Militar, de acordo com o interesse do serviço.

Art. 66 - A licença para tratar de interesse particular é a autorização para afastamento total do serviço, concedida ao policial militar com mais de 5 (cinco) anos efetivo serviço, que requerer com aquela finalidade. 

§ 1º - A licença será sempre concedida com prejuízo da remuneração e da contagem do tempo de efetivo serviço.

§ 2º - A concessão de licença para tratar de interesse particular é regulada pelo ComandanteGeral da Polícia Militar, de acordo com o interesse do serviço.

Art. 67 - As licenças poderão ser interrompidas a pedido ou nas condições estabelecidas neste artigo.

§ 1º - A interrupção da licença especial ou de licença para tratar de interesse particular poderá ocorrer:

I - em caso de mobilização e estado de guerra;

II - em caso de decretação de estado de sítio;

III - para cumprimento de sentença que importe em restrição da liberdade individual;

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IV - para cumprimento de punição disciplinar, conforme regulado pelo ComandanteGeral da Polícia Militar;

V - em caso de pronúncia em processo criminal ou indicação em inquérito Policial Militar, a juízo da autoridade que efetivar a pronúncia ou a indicação.

§ 2º - A interrupção da licença para tratamento de pessoa da família, para cumprimento de pena disciplinar que importe em restrição da liberdade individual, será regulada na legislação da Polícia Militar.

CAPÍTULO II

Das Prerrogativas

Art. 68 - As prerrogativas dos Policiais Militares são constituídas pelas honras, dignidades e distinções devidas aos graus hierárquicos e cargos.

Parágrafo Único - São prerrogativas dos Policiais Militares:

I - uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias e emblemas Policiais Militares da Polícia Militar, correspondentes ao posto ou à graduação;

II - honras, tratamentos e sinais de respeito que lhes sejam asseguradas em leis ou regulamentos;

III - cumprimento de pena de prisão ou detenção somente em organização Policial Militar, cujo Comandante, Chefe ou Diretor tenha precedência hierárquica sobre o preso ou detido;

IV - julgamento em foro especial, nos crimes militares.

Art. 69 - Somente em caso de flagrante delito, o Policial Militar poderá ser preso por autoridade policial, ficando esta obrigada a entregá-lo imediatamente à autoridade Policial Militar mais próxima, só podendo retê-lo na delegacia ou posto policial durante o tempo necessário à lavratura do flagrante.

§ 1º - Cabe ao Comandante Geral da Polícia Militar a iniciativa de responsabilizar a autoridade policial que não cumprir o disposto neste artigo e que maltratar ou consentir que seja maltratado qualquer preso PolicialMilitar ou não lhe der o tratamento devido ao seu posto ou à sua graduação.

§ 2º - Se, durante o processo em julgamento no foro civil, houver perigo de vida para qualquer preso Policial Militar, o Comandante Geral da Polícia Militar providenciará, junto ao Secretário da Segurança Pública, os entendimentos com a autoridade judiciária visando à guarda dos pretórios ou tribunais por força Policial Militar.

Art. 70 - Os Policiais Militares da ativa no exercício de funções Policiais Militares são dispensados do serviço de júri na justiça civil e do serviço na justiça eleitoral.

Seção única

Do Uso dos Uniformes da Polícia Militar

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Art. 71 - Os uniformes da Polícia Militar, com seus distintivos, insígnias e emblemas são privativos dos PoliciaisMilitares e representam o símbolo da autoridade PolicialMilitar com as prerrogativas que lhes são inerentes.

Parágrafo Único - Constituem crimes previstos na legislação específica o desrespeito aos uniformes, distintivos, insígnias e emblemas Policiais Militares, bem como seu uso por quem a eles não tiver direito.

Art. 72 - O uso de uniformes com seus distintivos, insígnias e emblemas, bem como os modelos, descrição, composição, peças acessórias e outras disposições são estabelecidos na regulamentação específica da Polícia Militar.

§ 1º - É proibido ao PolicialMilitar o uso de uniformes:

I - em reuniões, propaganda ou qualquer outra manifestação de caráter político-partidário;

II - na inatividade, salvo para exercer as funções de Chefe do Gabinete Militar da Governadoria Estadual; para comparecer a solenidades militares e policiaismilitares e, quando autorizado, a cerimônias cívicas comemorativas de datas nacionais ou a atos sociais solenes de caráter particular;

III - no estrangeiro, quando em atividades não relacionadas com a missão PolicialMilitar, salvo quando expressamente determinado ou autorizado.

TÍTULO IV

Das Disposições Diversas

CAPÍTULO I

Das Situações Especiais

Seção I

Da Agregação

Art. 75 - A agregação é a situação na qual o Policial Militar da ativa deixa de ocupar vaga na escala hierárquica do seu Quadro, nela permanecendo sem número.

§ 1º - O PolicialMilitar deve ser agregado quando:

I - for nomeado para cargo Policial Militar ou considerado de natureza PolicialMilitar, estabelecido em lei ou decreto não previsto nos quadros de organização da Polícia Militar;

II - aguardar transferência "ex officio" para a reserva remunerada, por ter sido enquadrado em quaisquer dos requisitos que o motivam;

III - for afastado temporariamente do serviço ativo por motivo de:

a) ter sido julgado incapaz temporariamente, após um (1) ano contínuo de tratamento;

b) ter sido julgado incapaz definitivamente, enquanto tramita o processo de reforma;73

c) haver ultrapassado um (1) ano contínuo de licença para tratamento de saúde própria;

d) haver ultrapassado seis (6) meses contínuos de licença para tratar de interesse particular;

e) haver ultrapassado seis (6) meses contínuos em licença para tratamento de saúde de pessoa da família;

f) ter sido considerado oficialmente extraviado;

g) haver sido esgotado o prazo que caracteriza o crime de deserção previsto no Código Penal Militar, se Oficial ou Praça com estabilidade assegurada;

h) como desertor, ter-se apresentado voluntariamente, ou ter sido capturado e reincluído a fim de se ver processar;

i) se ver processar, após ficar exclusivamente à disposição da justiça civil;

j) haver ultrapassado seis (6) meses contínuos sujeito a processo no foro militar;

l) ter sido condenado a pena restritiva de liberdade superior a seis (6) meses, em sentença passada em julgado, enquanto durar a execução ou até ser declarado indigno de pertencer à Polícia Militar ou com ela incompatível;

m) ter passado à disposição de Secretaria de Governo de outro órgão do Estado, da União, dos Estados, Municípios, para exercer função de natureza civil;

n) ter sido nomeado para qualquer cargo público civil temporário, não eletivo, inclusive da administração indireta;

o) ter-se candidatado a cargo eletivo, desde que conte cinco (5) ou mais anos de efetivo serviço;

p) ter sido condenado à pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função prevista no Código Penal Militar.

§ 2º - O Policial Militar agregado de conformidade com os itens I e II do § 1º continua a ser considerado, para todos os efeitos, em serviço ativo.

§ 3º - A agregação do PolicialMilitar, a que se referem o item I e as alíneas "m" e "n" do item III do § 1º, é contada a partir da data da posse do novo cargo até o regresso à Corporação ou transferência "ex officio" para a reserva remunerada.

§ 4º - A agregação do Policia Militar a que se referem as alíneas "a", "c", "d", "e" e "j" do item III do § 1º, é contada a partir do primeiro dia após os respectivos prazos e enquanto durar o respectivo evento.

§ 5º - A agregação do Policial Militar, a que se referem o item II e as alíneas "b", "f", "g", "h", "j" e "p" do item III do § 1º, é contada a partir da data indicada no ato que torna público o respectivo evento.

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§ 6º - A agregação do PolicialMilitar, a que se refere a alínea "o" do item III do § 1º e contada a partir da data do registro como candidato até sua diplomação ou seu regresso à Corporação, se não houver sido eleito.

§ 7º - O PolicialMilitar agregado fica sujeito às obrigações disciplinares concernentes às suas relações com outros Policiais-Militares e autoridades civis, salvo quando titular de cargo que lhe dê precedência funcional sobre outros Policiais-Militares mais graduados ou mais antigos.

Art. 76 - O Policia Militar agregado ficará adido, para efeito de alterações e remuneração à organização Policial Militar que lhe for designada, continuando a figurar no respectivo registro, sem número, no lugar que até então ocupava, com a abreviatura "Ag" e anotações esclarecedoras de sua situação.

Art. 77 - A agregação se faz por ato do Governador do Estado ou de autoridade à qual tenham sido delegados poderes para isso. 

Seção II

Da Reversão

Art. 78 - Reversão é o ato pelo qual o Policial Militar agregado retorna ao respectivo Quadro, tão logo cesse o motivo que determinou a sua agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe competir na respectiva escala numérica, na primeira vaga que ocorrer.

Parágrafo Único - A qualquer tempo poderá ser determinada a reversão do Policial-Militar agregado, exceto nos casos previstos nas alíneas "a", "b", "c", "f", "g", "h", "l", "o" e "p" do item III do § 1º do artigo 75.

Art. 79 - A reversão será efetuada mediante ato do Governador do Estado ou de autoridade à qual tenham sido delegados poderes para isso.

Seção III

Do Excedente

Art. 80 - Excedente é a situação transitória a que, automaticamente, passa o Policial Militar que:

I - tenha cessado o motivo que determinou a sua agregação, reverte ao respectivo Quadro, estando este com seu efetivo completo;

II - aguarda a colocação a que faz jus na escala hierárquica após haver sido transferido de Quadro, estando o mesmo com seu efetivo completo;

III - e promovido por ato de bravura, sem haver vaga;

IV - e promovido indevidamente;

V - sendo o mais moderno da respectiva escala hierárquica, ultrapassa o efetivo de seu Quadro, em virtude de promoção de outro PolicialMilitar em ressarcimento de preterição;

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VI - tendo cessado o motivo que determinou sua reforma por incapacidade definitiva, retorna ao respectivo Quadro, estando este com seu efetivo completo.

§ 1º - O PolicialMilitar cuja situação é a de excedente, salvo o indevidamente promovido, ocupa a mesma posição relativa em antiguidade, que lhe cabe, na escala hierárquica, com a abreviatura "Excd" e receberá o número que lhe competir em consequência da primeira vaga que se verificar.

§ 2º - O PolicialMilitar, cuja situação é a de excedente, é considerado como efetivo serviço para todos os efeitos e concorre, respeitados os requisitos legais, em igualdade de condições e sem nenhuma restrição, a qualquer cargo Policial-Militar, bem como à promoção.

§ 3º - O PolicialMilitar promovido por bravura, sem haver vaga, ocupará a primeira vaga aberta, deslocando o princípio de promoção a ser seguido para a vaga seguinte.

§ 4º - O PolicialMilitar promovido indevidamente só contará antiguidade e receberá o número que lhe competir na escala hierárquica, quando a vaga que deverá preencher corresponder ao princípio pelo qual deveria ter sido promovido, desde que satisfaça os requisitos para a promoção.

Seção IV

Do Ausente e do Desertor

Art. 81 - É considerado ausente o PolicialMilitar que por mais de vinte e quatro (24) horas consecutivas:

I - deixar de comparecer à sua Organização PolicialMilitar, sem comunicar qualquer motivo de impedimento;

II - ausentar-se, sem licença, da organização Policial-Militar onde serve ou local onde deve permanecer.

Parágrafo Único - Decorrido o prazo mencionado neste artigo, serão observadas as formalidades previstas em legislação específica.

Art. 82 - O PolicialMilitar é considerado desertor nos casos previstos na legislação penal militar.

Seção V

Do Desaparecimento e do Extravio

Art. 83 - É considerado desaparecido o PolicialMilitar da ativa que, no desempenho de qualquer serviço, em viagem, em operações PoliciaisMilitares ou em caso de calamidade pública, tiver paradeiro ignorado por mais de oito (8) dias.

Parágrafo Único - A situação de desaparecido só será considerada quando não houver indício de deserção.

Art. 84 - O Policial Militar que, na forma do artigo anterior, permanecer desaparecido por mais de trinta (30) dias, será oficialmente considerado extraviado.

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CAPÍTULO II

Do Desligamento ou Exclusão do Serviço Ativo

Art. 85 - O desligamento ou exclusão do serviço ativo da Polícia Militar é feito em consequência de:

I - transferência para a reserva remunerada;

II - reforma;

III - demissão;

IV - perda do posto ou patente;

V - licenciamento;

VI - exclusão a bem da disciplina;

VII - deserção;

VIII - falecimento; e

IX - extravio.

Parágrafo Único - O desligamento ou a exclusão do serviço ativo da Polícia Militar será processado por ato:

a) do Governador do Estado, quanto aos oficiais superiores; e

b) do Comandante Geral da Polícia Militar, nos demais casos.

Art. 86 - A transferência para a reserva remunerada ou a reforma não isenta o PolicialMilitar da indenização dos prejuízos causados à Fazenda Estadual ou a terceiros nem do pagamento das pensões decorrentes de sentença judicial.

Art. 87 - O Policial Militar da ativa, enquadrado em um dos itens I, II e V do artigo 85 ou demissionário a pedido, continuará no exercício de suas funções até ser desligado da Organização PolicialMilitar em que serve.

Parágrafo Único - O desligamento da Organização Policial Militar em que serve deverá ser feita após a publicação em Diário Oficial ou em Boletim da Corporação do ato oficial correspondente, e não poderá exceder de quarenta e cinco (45) dias da data da primeira publicação oficial.

Seção IDa Transferência para a Reserva Remunerada

Art. 88 - A passagem do Policial Militar à situação de inatividade, mediante transferência para a reserva remunerada, se efetua:

I - a pedido;77

II - "ex officio".

Art. 89 - a transferência para a reserva remunerada, a pedido, será concedida, mediante requerimento, ao Policial Militar que contar, no mínimo, trinta (30) anos de serviço.

§ 1º - No caso do Policial Militar haver realizado qualquer curso ou estágio de duração superior a seis (6) meses, por conta do Estado, no exterior, sem haver decorrido três (3) anos de seu término, a transferência para a reserva remunerada só será concedida mediante indenização de todas as despesas correspondentes à realização do referido curso ou estágio, inclusive as diferenças de vencimentos.

§ 2º - Não será concedida transferência para reserva remunerada, a pedido, ao PolicialMilitar que:

I - estiver respondendo a inquérito ou processo em qualquer jurisdição; e

II - estiver cumprindo pena de qualquer natureza.

Art. 90 A transferência “ex officio” para a reserva remunerada dar-se-á sempre que o policial-militar:

I –atingir a idade de 62 anos;

II - completar, cumulativamente, 6 (seis) anos no último posto da corporação e 30 (trinta) anos, no mínimo, de efetivo serviço militar;

III - for o Oficial considerado não habilitado para o acesso, em caráter definitivo, no momento em que vier a ser objeto de apreciação para ingresso em Quadro de Acesso;

IV - ultrapassar dois (2) anos, contínuos ou não, em licença para tratar de interesse particular;

V - ultrapassar dois (2) anos contínuos em licença para tratamento de saúde de pessoa da família;

VI - for empossado em cargo público permanente, estranho à sua carreira, cujas funções sejam de magistério;

VII - ultrapassar dois (2) anos de afastamento, contínuos ou não, agregado em virtude de ter sido empossado em cargo público civil temporário, não eletivo, inclusive da administração indireta;

VIII - for diplomado em cargo eletivo, na forma do item II do parágrafo único do artigo 51;

IX - após o PolicialMilitar ter sido indicado três (3) vezes para frequentar os Cursos Superiores da Polícia, Aperfeiçoamento de Oficiais, Aperfeiçoamento de Sargentos, não os completar ou não aceitar as indicações. A terceira indicação e a transferência para a reserva remunerada dependerão de estudos das comissões de Promoções e decisão do Comandante Geral.

§ 1º - A transferência para a reserva remunerada processar-se-á à medida que o Policial Militar for enquadrado em um dos itens deste artigo.

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§ 2º - A transferência para a reserva remunerada do Policial Militar enquadrado no item VI será efetivada no posto ou na graduação que tinha na ativa, podendo acumular os proventos e que fizer jus na inatividade com a remuneração do cargo para que foi nomeado.

§ 3º - A nomeação do PolicialMilitar para os cargos de que tratam os itens VI e VII somente poderá ser feita:

a) pela autoridade federal competente, mediante requisição ao Governador do Estado, quando o cargo for da alçada federal;

b) pelo Governador do Estado ou mediante sua autorização, nos demais casos.

§ 4º - Enquanto permanecer no cargo de que trata o item VII:

a) é-lhe assegurada a opção entre a remuneração do cargo e a do posto ou da graduação;

b) somente poderá ser promovido por antiguidade; e

c) o tempo de serviço é contado apenas para aquela promoção e para a transferência para a inatividade.

§ 6º Não se aplica o disposto no caput aos oficiais que, embora se enquadrem nas hipóteses dos incisos I e II, encontrem-se no exercício das seguintes funções:

I – Comandante Geral;

II - Chefe do Gabinete Militar;

III – SubcomandanteGeral;

IV - Subchefe do Gabinete Militar;

V - Chefe do Estado Maior Geral.

Art. 91 - A transferência do PolicialMilitar para a reserva remunerada poderá ser suspensa na vigência do estado de guerra, estado de sítio ou em caso de mobilização.

Art. 92 - O Oficial da reserva remunerada poderá ser convocado para o serviço ativo por ato do Governador do Estado para compor Conselho de Justificação, para ser encarregado de Inquérito Policial Militar ou incumbido de outros procedimentos administrativos, na falta de Oficial da ativa em situação hierárquica compatível com a do Oficial envolvido.

§ 1º - O Oficial convocado nos termos deste artigo terá os direitos e deveres dos da ativa de igual situação hierárquica, exceto quanto à promoção a que não concorrerá e contará, como acréscimo, esse tempo de serviço.

§ 2º - A convocação de que trata este artigo terá a duração necessária ao cumprimento da atividade que a ela deu origem, não devendo ser superior ao prazo de doze (12) meses, dependerá da anuência do convocado e será precedida de inspeção de saúde.

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Seção IIDa Reforma

Art. 93 - A passagem do Policial Militar à situação de inatividade, mediante reforma, se efetua "ex officio".

Art. 94 - A reforma de que trata o artigo anterior será aplicada ao PolicialMilitar que:

I - atingir as seguintes idades limites de permanência na reserva remunerada:

a) para Oficial Superior, 64 anos;

b) para Capitão e Oficial Subalterno, 60 anos;

c) para Praças, 56 anos.

II - for julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo da Polícia Militar;

III - estiver agregado por mais de dois (2) anos, por ter sido julgado incapaz temporariamente, mediante homologação da Junta de Saúde, ainda mesmo que se trate de moléstia curável;

IV - for condenado à pena de reforma prevista no Código Penal Militar, por sentença passada em julgado;

V - sendo Oficial, a tiver determinado o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás em julgamento por ele efetuado, em consequência de Conselho de Justificação a que foi submetido;

VI - sendo Aspirante a Oficial PM ou Praça com estabilidade assegurada, for para tal indicado ao Comandante Geral da Polícia Militar, em julgamento de Conselho de Disciplina.

Parágrafo Único - O PolicialMilitar reformado, na forma dos itens V e VI, só poderá readquirir a situação Policial Militar anterior, respectivamente, por outra sentença do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás e nas condições nela estabelecidas, ou por decisão do Comandante Geral da Polícia Militar.

Art. 95 - Anualmente, no mês de fevereiro, o órgão de pessoal da Corporação organizará a relação dos PoliciaisMilitares que houverem atingido a idadelimite de permanência da reserva remunerada, a fim de serem reformados.

Parágrafo Único - A situação da inatividade do PolicialMilitar da reserva remunerada, quando reformado por limite de idade, não sofre solução de continuidade, exceto quanto às condições de convocação.

Art. 96 - A incapacidade definitiva pode sobrevir em consequência de:

I - ferimento recebido na manutenção da ordem pública ou enfermidade contraída nessa situação ou que nela tenha a sua causa eficiente;

II - acidente em serviço;

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III - doença, moléstia ou enfermidade adquirida, com relação de causa e efeito a condições inerentes ao serviço;

IV - tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, lepra, paralisia irreversível e incapacidade, cardiopatia grave, mal de Parkison, pênfigo, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave e outras moléstias que a lei indicar com base nas conclusões da medicina especializada;

V - acidente ou doença, moléstia ou enfermidade, sem relação de causa e efeito com o serviço.

Art. 97 - O Policial Militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constantes dos itens I, II, III e IV do artigo 96, será reformado com qualquer tempo de serviço.

Art. 98 - O PolicialMilitar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constantes dos itens I e II do Art. 96, será reformado com os proventos calculados com base no soldo correspondente ao grau hierárquico imediato ao que possuir na ativa.

Parágrafo Único - Considera-se, para efeito deste artigo, grau hierárquico imediato:

I - o de Segundo Tenente PM para o Aspirante-a-Oficial PM e o Subtenente PM;

II - o de Subtenente PM para o Primeiro Sargento PM;

III - o de Primeiro Sargento; 

IV - o de Segundo Sargento PM para o Terceiro Sargento PM;

IV - o de Terceiro Sargento PM para o Cabo PM;

VI - o de Cabo PM para o Soldado PM. 

Art. 99 - O Policial Militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constantes do item V do artigo 96, será reformado:

I - com remuneração proporcional ao tempo de serviço, se Oficial ou Praça com estabilidade assegurada;

II - com remuneração calculada com base no soldo integral do posto ou graduação, desde que, com qualquer tempo de serviço, seja considerado inválido, isto é, impossibilitado total e permanentemente para qualquer trabalho.

Art. 100 - O Policial Militar reformado por incapacidade definitiva que for julgado apto em inspeção de saúde por Junta Superior, em grau de recurso ou revisão, poderá retornar ao serviço ativo ou ser transferido para a reserva remunerada, conforme dispuser regulamentação específica.

§ 1º - O retorno ao serviço ativo ocorrerá se o tempo decorrido na situação de reformado não ultrapassar dois (2) anos e na forma do disposto no § 1º do artigo 80.

§ 2º - A transferência para a reserva remunerada, observado o limite de idade para permanência nessa situação, ocorrerá se o tempo decorrido na situação de reformado ultrapassar dois (2) anos.

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Art. 101 - O Policial Militar reformado por alienação mental, enquanto não ocorrer a designação judicial do curador, terá sua remuneração paga aos seus beneficiários, desde que o tenham sob sua guarda e responsabilidade e lhe dispensem tratamento humano condigno.

Seção IV

Do Licenciamento

Art. 109 - O licenciamento do serviço ativo, aplicado somente às Praças, se efetua:

I - a pedido;

II - “ex officio".

§ 1º - O licenciamento a pedido poderá ser concedido, desde que não haja prejuízo para o serviço, à Praça engajada ou reengajada que conte, no mínimo, a metade do tempo de serviço a que se obrigou.

§ 2º - O licenciamento "ex officio" será feito na forma da legislação específica:

I - por conclusão de tempo de serviço;

II - por conveniência do serviço;

III - a bem da disciplina.

§ 3º - O Policial Militar licenciado não tem direito a qualquer remuneração e terá sua situação militar definida pela Lei do Serviço Militar.

§ 4º - O licenciado "ex officio" a bem da disciplina receberá o certificado de isenção previsto na Lei do Serviço Militar.

Art. 110 - O Aspirante-a-Oficial PM e as demais Praças empossados em cargo público permanente, estranho à sua carreira e cuja função não seja de magistério, serão imediatamente licenciados "ex officio", sem remuneração e terão sua situação militar definida pela Lei do Serviço Militar.

Seção V

Da Exclusão da Praça a Bem da Disciplina

Art. 112 - A exclusão a bem da disciplina será aplicada "ex officio" ao Aspirante aOficial PM ou às Praças com estabilidade assegurada:

I - sobre os quais houver pronunciado tal sentença o Conselho Permanente de Justiça, por haverem sido condenados em sentença passada em julgado por aquele conselho ou tribunal civil à pena restritiva de liberdade individual superior a dois (2) anos ou, nos crimes previstos na legislação especial concernente à Segurança Nacional, à pena de qualquer duração;

II - sobre os quais houver pronunciado tal sentença o Conselho Permanente de Justiça, por haverem perdido a nacionalidade brasileira; e

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III - que incidirem nos casos que motivarem o julgamento pelo Conselho de Disciplina previsto no artigo 48 e neste forem considerados culpados.

Parágrafo único - O Aspirante a Oficial PM ou a Praça com estabilidade assegurada que houver sido excluído a bem da disciplina só poderá readquirir a situação Policial-Militar anterior:

I - por outra sentença do Conselho Permanente de Justiça e nas condições nela estabelecidas, se a exclusão for consequência de sentença daquele Conselho; e

II - por decisão do Comandante Geral da Polícia Militar, se a exclusão for consequência de haver sido julgado culpado em Conselho de Disciplina.

Art. 113 - É da competência do ComandanteGeral da Polícia Militar o ato de exclusão a bem da disciplina do Aspirante aOficial PM, bem como das Praças com estabilidade assegurada.

Art. 114 - A exclusão da Praça a bem da disciplina acarreta a perda do seu grau hierárquico e não a isenta das indenizações dos prejuízos causados à Fazenda Estadual ou a terceiros, nem das pensões decorrentes de sentença judicial.

Parágrafo Único - A Praça excluída a bem da disciplina não terá direito a qualquer remuneração ou indenização e sua situação militar será definida pela Lei do Serviço Militar.

Seção VI

Da Deserção

Art. 115 - A deserção do PolicialMilitar acarreta uma interrupção de serviço Policial-Militar, com a consequente demissão "ex officio" para o Oficial ou exclusão do serviço ativo para a Praça.

§ 1º - A demissão do Oficial ou a exclusão da Praça com estabilidade assegurada processar-se-á após um (1) ano de agregação, se não houver captura ou apresentação voluntária antes deste prazo.

§ 2º - A Praça sem estabilidade assegurada será automaticamente excluída após oficialmente declarada desertora.

§ 3º - O Policial Militar desertor, que for capturado ou que se apresentar voluntariamente depois de haver sido demitido ou excluído, será reincluído no serviço ativo e a seguir agregado para se ver processar.

§ 4º - A reinclusão em definitivo do PolicialMilitar, de que trata o parágrafo anterior, dependerá da sentença do Conselho Permanente de Justiça.

Seção VII

Do Falecimento e do Extravio

Art. 116 - O falecimento do Policial Militar da ativa acarreta interrupção do serviço PolicialMilitar, com o consequente desligamento ou exclusão do serviço ativo a partir da data da ocorrência do óbito.

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Art. 117 - O extravio do PolicialMilitar da ativa acarreta interrupção do serviço PolicialMilitar, com o consequente afastamento temporário do serviço ativo, a partir da data em que o mesmo for oficialmente considerado extraviado.

§ 1º - O desligamento do serviço ativo será feito seis (6) meses após a agregação por motivo de extravio.

§ 2º - Em caso de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, calamidade pública ou outros acidentes oficialmente reconhecidos, o extravio ou o desaparecimento do Policial-Militar da ativa será considerado como falecimento, para fins deste Estatuto, tão logo sejam esgotados os prazos máximos de possível sobrevivência ou quando se deem por encerradas as providências de salvamento.

Art. 118 - O reaparecimento de PolicialMilitar extraviado ou desaparecido, já desligado do serviço ativo, resulta em sua reinclusão e nova agregação, enquanto se apuram as causas que deram origem ao seu afastamento.

Parágrafo Único - O PolicialMilitar reaparecido será submetido a Conselho de justificação ou a Conselho de Disciplina, por decisão do Comandante Geral da Polícia Militar, se assim for julgado necessário.

CAPÍTULO III

Do Tempo de Serviço

Art. 119 - Os PoliciaisMilitares começam a contar tempo de serviço na Polícia Militar a partir da data de sua inclusão, matrícula em órgão de formação de PoliciaisMilitares ou nomeação para posto ou graduação na Polícia Militar.

§ 1º - Considera-se como data de inclusão, para fins deste artigo:

I - a data do ato em que o PolicialMilitar é considerado incluído em uma Organização PolicialMilitar;

II - a data de matrícula em órgão de formação de PoliciaisMilitares;

III - a data de apresentação pronto para o serviço no caso de nomeação.

§ 2º - O PolicialMilitar reincluído recomeça a contar tempo de serviço na data de reinclusão.

§ 3º - Quando, por motivo de força maior oficialmente reconhecido (inundação, naufrágio, incêndio, sinistro aéreo e outras calamidades), faltarem dados para contagem de tempo de serviço, caberá ao ComandanteGeral da Polícia Militar arbitrar o tempo a ser computado, para cada caso particular, de acordo com os elementos disponíveis.

Art. 120 - Na apuração do tempo de serviço do Policial Militar será feita a distinção entre:

I - tempo de efetivo serviço;

II - anos de Serviço.

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Art. 121 - Tempo de efetivo serviço é o espaço de tempo, computado dia a dia, entre a data de inclusão e a data limite estabelecida para a contagem ou a data do desligamento do serviço ativo, mesmo que tal espaço de tempo seja parcelado.

§ 1º - Será também computado como tempo de efetivo serviço o tempo passado dia a dia pelo Policial Militar na reserva remunerada que for convocado para o exercício de funções Policiais Militares, na forma do artigo 92.

§ 2º - Não serão deduzidos do tempo do efetivo serviço, além dos afastamentos previstos no artigo 63, os períodos em que o PolicialMilitar estiver afastado do exercício de suas funções em gozo de licença especial.

§ 3º - Ao tempo de serviço de que trata este artigo e parágrafos anteriores, apurado e totalizado em dias, será aplicado o divisor trezentos e sessenta e cinco (365), para a correspondente obtenção dos anos de efetivo serviço.

Art. 122 - Anos de Serviços é a expressão que designa o tempo de efetivo serviço a que se refere o artigo 121 e seus parágrafos, com os seguintes acréscimos:

I - tempo de serviço público federal, estadual ou municipal, prestado pelo PolicialMilitar anteriormente à sua inclusão, matrícula, nomeação ou reinclusão na Polícia Militar.

II - um (1) ano para cada cinco (5) anos de tempo de efetivo serviço prestado pelo Oficial do Quadro de Saúde, até que este acréscimo complete o total de anos de duração normal do curso universitário correspondente, sem superposição a qualquer tempo de serviço Policial Militar ou público eventualmente prestado durante a realização deste curso;

III - tempo relativo a cada licença especial não gozada, contado em dobro;

IV - tempo relativo a férias não gozadas, contado em dobro.

§ 1º - Os acréscimos a que se referem os itens I e IV serão computados somente no momento da passagem do Policial Militar para a situação de inatividade e para esse fim.

§ 2º - Os acréscimos a que se referem os itens II e III serão computados somente no momento da passagem do Policial Militar para a situação de inatividade e, nessa situação, para todos os efeitos legais, inclusive quanto à percepção definitiva de gratificação de tempo de serviço e de adicional de inatividade.

§ 4º - Não é computável, para efeito algum, o tempo:

I - que ultrapassar de um (1) ano, contínuo ou não, em licença para tratamento de saúde de pessoa da família;

II - passado em licença para tratar de interesse particular;

III - passado como desertor;

IV - decorrido em cumprimento de pena de suspensão de exercício do posto, graduação, cargo ou função, por sentença passada em julgado; e

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V - decorrido em cumprimento de pena restritiva da liberdade, por sentença passada em julgado, desde que não tenha sido concedida suspensão condicional da pena, quando, então, o tempo que exceder ao período da pena será computado para todos os efeitos, caso as condições estipuladas na sentença não o impeçam.

Art. 123 - O tempo que o PolicialMilitar vier a passar afastado do exercício de suas funções, em consequência de ferimentos recebidos em acidentes quando em serviço, na manutenção da ordem pública ou de moléstia adquirida no exercício de qualquer função PolicialMilitar, será computado como se ele o tivesse passado no exercício daquelas funções.

Art. 124 - O tempo de serviço passado pelo PolicialMilitar no exercício de atividades decorrentes ou dependentes de operações de guerra será regulado em legislação específica.

Art. 125 - O tempo de serviço dos PoliciaisMilitares beneficiados por anistia será contado como estabelecer o ato legal que a conceder.

Art. 126 - A data limite estabelecida para final da contagem dos anos de serviço, para fins de passagem para a inatividade, será a de desligamento do serviço ativo.

Parágrafo Único - A data limite não poderá exceder de quarenta e cinco (45) dias, dos quais no máximo de 15 (quinze) dias no órgão encarregado de efetivar a transferência, da data da publicação do ato da transferência para a reserva remunerada ou reforma, em Diário Oficial ou Boletim da Corporação, considerada sempre a primeira publicação oficial.

Art. 127 - Na contagem dos anos de serviço não poderá ser computada qualquer superposição dos tempos de serviço público (federal, estadual, municipal ou passado em órgão da administração indireta, VETADO), entre si, nem com os acréscimos de tempo, para os possuidores de curso universitário, e nem com o tempo de serviço computável após a inclusão na Polícia Militar, matrícula em órgão de formação PolicialMilitar, ou nomeação para posto ou graduação na corporação.

CAPÍTULO V

Das Recompensas e das Dispensas do Serviço

Art. 130 - As recompensas constituem reconhecimento dos bons serviços prestados pelos Policiais Militares.

§ 1º - São recompensas Policiais Militares:

I - prêmios de honra ao mérito;

II - condecorações por serviços prestados;

III - elogios, louvores e referências elogiosas;

IV - dispensa do serviço.

§ 2º - As recompensas serão concedidas de acordo com as normas estabelecidas nas leis e regulamentos da Polícia Militar.

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Art. 131 - As dispensas do serviço são autorizações concedidas aos Policiais Militares para afastamento total do serviço, em caráter temporário.

Art. 132 - As dispensas de serviço podem ser concedidas aos PoliciaisMilitares:

I - como recompensa;

II - para desconto em férias;

III - em decorrência de prescrição médica.

Parágrafo Único - As dispensas de serviço serão concedidas com a remuneração integral e computadas como tempo de efetivo serviço.

TÍTULO V

Disposições Finais e Transitórias

Art. 133 - A assistência religiosa à Polícia Militar será regulada por lei específica.

Art. 134 - É vedado o uso, por parte de organização civil, de designações que possam sugerir sua vinculação à Polícia Militar.

Parágrafo Único - Excetuam-se das prescrições deste artigo as associações, clubes, círculos e outros que congregam membros da Polícia Militar e que se destinam, exclusivamente, a promover intercâmbio social e assistencial entre Policiais Militares e seus familiares e entre esses e a sociedade civil local.

Art. 135 - Os Policiais Militares, integrantes da Polícia Militar do Estado, além de contribuintes obrigatórios do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (IPASGO) o serão, também, da Caixa Beneficente da Polícia Militar.

IV. 3 - LEGISLAÇÕES SOBRE FARDAMENTOS (PORTARIA Nº 3364 de 09 de maio de 2013).Considerando a decisão deste Comando, e buscando modernizar o uso do uniforme na Polícia Militar do Estado de Goiás;RESOLVE:

Art. 1º - Estabelecer no âmbito da Polícia Militar do Estado de Goiás, as especificações relativas ao fardamento policial militar em conformidade com o art. 5º, 27 e 31 do Dec. 4.722/96 - RUPMEGO.Art. 2º - A Bandeira Brasileira deverá ser bordada, nas dimensões de 60 mm de largura por 85 mm de comprimento, na manga direita das fardas utilizadas pela Polícia Militar do estado de Goiás, na altura de 50 mm abaixo da costura do ombro.Parágrafo Único - Para a confecção da Bandeira Nacional Brasileira, deverão ser mantidas as proporções e especificações contidas no art. 5º da Lei nº 5.700 de 01/09/1971. As proporções entre largura e comprimento, mencionadas no parágrafo anterior, já se encontram de acordo com as normas previstas em Lei.Art. 3º - O uso da tarjeta de identificação dos uniformes operacionais de Oficiais e Praças (4º e 5º uniformes) obedecerá às especificações constantes desta Portaria.

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§ 1º - A tarjeta de identificação tem como finalidade especificar, tão somente, a patente (posto ou graduação), o nome de guerra, o tipo sanguíneo e o fator RH do militar estadual, sendo fixa, não amovível e aposta acima da lapela do bolso direito.§ 2º - Todos os caracteres contidos na tarjeta deverão ser bordados em caixa alta e em fonte Block 2, na cor preta, com altura de 09 mm, excetuando-se o grupo sanguíneo e o fator RH, os quais serão bordados em sobrescrito com fonte menor e na cor vermelha.§ 3º - As especificações descritas no parágrafo anterior aplicam-se ao uniforme para policiamento ostensivo de uso comum, devendo as mesmas serem também aplicadas nos uniformes táticos operacionais de cor preta, sendo substituída apenas a cor dos caracteres que compõem a patente e o nome do Policial Militar, os quais deverão ser bordados na cor branca.§ 4º - A tarjeta será confeccionada no mesmo tecido do fardamento, medindo 20 (vinte) mm de altura e com comprimento medindo exatamente a largura da lapela do bolso, sobre o qual deverá ser fixada.§ 5º - Nos casos de nomes compostos que ultrapassarem as dimensões aqui previstas, restará a alternativa de reduzir a altura das letras até o mínimo de 06 mm e, não sendo ainda suficiente, dever-se-á optar por abreviar o primeiro nome, bordando-se apenas a letra inicial do mesmo com ponto final, seguido do segundo nome.§ 6º - A extensão total do texto não poderá ultrapassar o tamanho de 120 mm.§ 7º - A patente será indicada conforme abaixo, em todas as tarjetas:a) CEL – para o posto de Coronel;b) TEN CEL – para o posto de Tenente Coronel;c) MAJ – para o posto de Major;d) CAP – para o posto de Capitão;e) TEN – para os postos de 1º e 2º Tenente;f) ASP OF – para a graduação de Aspirante à Oficial;g) CAD – para a graduação de Cadete;h) SUB TEN – para a graduação de Subtenente;i) SGT - para as graduações de 1º, 2º e 3º Sargento;j) CB – para a graduação de Cabo;k) SD – para a graduação Soldado;l) AL SD - para a graduação de Aluno Soldado.§ 8º - É vedado o uso de velcro para fixação da identificação do policial.Art. 4º - As barretas das condecorações poderão ser usadas apostas acima da lapela do bolso esquerdo do policial militar nas fardas operacionais.Parágrafo único - As barretas utilizadas em uniformes operacionais deverão ser em tecido, com a mesma descrição e dimensões das barretas de metal.

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Art. 5º - Aos militares agraciados com condecorações, conforme legislação vigente, fica autorizado o uso das barretas no fardamento, somente após a devida publicação em Diário Oficial da Polícia Militar e, por conseguinte, na Ficha Individual de Alterações.§ 1º – Nos casos em que o Policial Militar possuir grande número de condecorações, este deverá primar pelo bom senso e ponderação no uso das mesmas, considerando-se sempre o que está prescrito para a disposição das condecorações de mérito.§ 2º - Fica autorizado o uso das barretas nas fardas operacionais à partir da publicação da presente Portaria.Art. 6º- Fica estipulado o uso da camiseta de cor branca para Oficiais e Praças nos seguintes uniformes e em suas variações:I – 3º Uniforme (tergal/expediente);II – 4º uniforme (operacional);III – 6º uniforme (serviço de saúde);IV - 9º uniforme (educação física).§ 1º - Para o 5º uniforme (operacional) do BPMAmbiental, BPMROTAM, COD, BPMChoque, CPE e GPTs não haverá qualquer alteração neste sentido, permanecendo os padrões e cores específicas para cada uniforme.§ 2º - A implementação das referidas modificações, no que se refere ao uso efetivo da camiseta branca na composição do uniforme policial militar, iniciar-se-á, impreterivelmente, no dia 04 de novembro do presente ano, antes desta data não será permitido o uso da camiseta de cor branca, ou seja, deverá ser usada a camiseta na cor preta.Art. 7º - Deverá compor o 1º e 2º uniformes (túnica branca e ocre), plaqueta de identificação idêntica a utilizada no 3º uniforme (tergal/expediente), obedecendo às especificações constantes da Portaria nº 0114 de 17 de Agosto de 2009 publicada no DOEPM nº 149, de 18 agosto 2009.

Parágrafo único - A plaqueta de identificação deverá ser colocada em posição centralizada sobre a tampa do bolso direito da túnica, abaixo da linha mais alta, como ocorre no 3º uniforme. No caso específico em que a túnica for desprovida de bolso, a plaqueta deverá ser posicionada a uma altura de 40 mm acima da linha do botão mais alto e a uma distância aproximada de 135 mm da linha da costura lateral, na altura da axila.Art. 8º - Compete aos Comandantes, Chefes ou Assistentes verificar se as peças dos uniformes utilizadas por seus subordinados estão de acordo com as descrições constantes desta Portaria.Art. 9º - O Comando de Apoio Logístico e Tecnologia da Informação – CALTI, e a Fundação Tiradentes deverão tomar as providências necessárias para o cumprimento das respectivas alterações constantes da presente Portaria.

PORTARIA Nº 3423, DE 07 DE JUNHO DE 2013

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Estabelece e regulamenta, no âmbito da Polícia Militar do Estado de Goiás, a padronização de uniformes e apetrechos das policiais militares femininas.Considerando o art. 5º do Decreto Estadual nº 4.722/96 que aprovou o Regulamento de Uniformes da Polícia Militar de Goiás,Considerando que constitui obrigação de todo Policial Militar zelar pela apresentação pessoal, cumprindo rigorosamente as normas em vigor,Considerando que o policial militar deve ter a consciência que no momento em que está fardado a sua pessoalidade é suplantada pela imagem da Instituição Polícia Militar, em que a população espera uma conduta exemplar e ilibada, refletindo a imagem da Corporação,RESOLVE:Art. 1º. Estabelecer no âmbito da Polícia Militar do Estado de Goiás, os padrões de apresentação individual exigidos para as Policiais Militares Femininas.Art. 2º. O cabelo será classificado dentro do padrão curto, médio ou longo observando-se mais o seguinte:I - curto: quando seu corte não ultrapassar a linha superior da parte posterior da gola da camisa ou da gandola;II - médio: quando seu corte não ultrapassar mais que 20 cm após a linha superior da parte posterior da gola da camisa ou da gandola;III - longo: quando seu corte ultrapassar 20 cm da linha superior da parte posterior da gola da camisa ou da gandola;Art. 3º. Quanto a utilização:I - curto: os cabelos deverão ser presos por presilhas ou tiaras na cor preta ou tonalidade semelhantes à dos fios, de modo que estes não fiquem soltos sobre o rosto quando em serviço operacional (4º uniforme), podendo ser usado solto nas demais ocasiões;II - médio e longo: os cabelos deverão ser presos por coque, trança ou tipo rabo-de-cavalo, quando a policial militar estiver com o 3º uniforme (farda administrativa), 6º uniforme (farda branca), 7º uniforme (bata de grávida) e 9º uniforme (educação física);Parágrafo único - com o 4º uniforme (farda operacional) os cabelos médios e longos deverão ser presos por coque.Art. 4º. Quando a Policial Militar estiver usando o 1º ou o 2º uniforme (túnica branca e bege) não poderá utilizar a trança e o rabo-de-cavalo, sendo permitido o coque e os penteados similares ao coque, desde que não ultrapassem a gola.Art. 5º. O cabelo poderá ter franja, desde que a mesma não sobreponha aos olhos, quando estiver sem cobertura, e não apareça, quando com cobertura.Art. 6º. Será permitido o uso dos cabelos soltos por completo nas dependências de uso exclusivo (alojamento) a todas as militares em horários de repouso, descanso e lazer.Art. 7º. A militar deverá adequar o penteado de forma a não comprometer sua segurança.

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Art. 8º. A rede que deverá prender o coque, a liga ou elástico que prenderá o tipo rabo-de-cavalo e trança, bem como grampos e "tic-tac" serão na cor preta ou marrom.Art. 9º. Em quaisquer ocasiões os cabelos deverão estar arrumados sempre mantidos baixos, de forma que não se apresentem rebeldes, evitando pontas soltas ou mechas caídas, vem como amarrações exageradas e indiscretas.Parágrafo único - Em qualquer das hipóteses previstas nesta portaria, o penteado não deve impedir o correto posicionamento da cobertura.Art. 10. Do uso de adornos e acessórios quando uniformizadas:I - será permitido um colar metálico no pescoço, desde que formado por apenas uma volta, na cor dourada ou prateada, com espessura máxima de três milímetros, e que possua, ou não um pingente com, no máximo, um centímetro e meio de largura por um centímetro e meio de altura, e que não sobreponha o fardamento;II - será permitido somente uma pulseira metálica, na cor dourada ou prateada, desde que formada de uma única volta com espessura máxima de três milímetros, em apenas um dos pulsos;III - será permitido o uso de anéis em número de até dois em cada mão, na cor prateada ou dourada;IV - será permitido relógio em tamanho e modelo discretos e funcionais, em qualquer dos pulsos;V - quanto ao tipo de brincos adotados:a) social: deverá ser usado em bailes, casamentos e eventos similares, podendo possuir a dimensão de até quatro centímetros;b) padrão: brincos de metal ou acrílico, com ou sem pedras ou pérolas em tons discretos, observando máximo de um centímetro. Sendo vedado (a):1. o uso de brinco em apenas uma orelha, permanecendo a outra sem adorno;2. o uso de mais de um brinco em cada orelha;3. a utilização de brinco fora do lóbulo da orelha.VI - quanto aos cuidados com as unhas:a) devem estar aparadas e tratadas;b) não podendo estar pintadas com cores neon ou fluorescentes; ec) podendo ter desenhos ou enfeites discretos.VII - é vedado o uso de “piercing” ou congêneres aparentes.Art. 11. Em todos os uniformes previstos no Regulamento de Uniformes da Polícia Militar de Goiás em que tenha a opção para as policiais feminina do uso de saia, o seu cumprimento deverá ser de modo que a barra da saia fique alinhada horizontalmente com o meio da patela (joelho).

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IV.4 - LEI Nº 15.704, DE 20 DE JUNHO DE 2006, com alterações posteriores

Institui o Plano de Carreira de Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás e dá outras providências.

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES INICIAIS

Art. 1o Fica instituída a Carreira de Praças na Polícia Militar (PM) e no Corpo de Bombeiros Militar (CBM) do Estado de Goiás.

Art. 2o O ingresso no cargo inicial da carreira de Praça dar-se-á mediante aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, que compreenderá:

I – prova objetiva e discursiva, de caráter eliminatório e classificatório;

II – provas de aptidão física e mental, mediante testes físicos, exames médicos e psicológicos, na forma prevista em Edital, ambas de caráter eliminatório;

§ 1o Considera-se inicial da Carreira de Praça o cargo de Soldado.

§ 2o Além de outros contidos no Edital, são requisitos exigidos para a inscrição ao concurso:

I – ser brasileiro;

II – ter o mínimo de dezoito e o máximo de trinta anos de idade;

III – estar em dia com o serviço militar obrigatório;

IV – estar em dia com suas obrigações eleitorais;

V – possuir idoneidade moral, comprovada mediante apresentação de certidões policial e judicial, na forma prevista em Edital;

VI – possuir estatura mínima de um metro e sessenta e cinco centímetros, se candidato do sexo masculino, e um metro e sessenta centímetros, se do sexo feminino;

VII – ter concluído curso superior.

§ 3o O ComandanteGeral da Corporação poderá estabelecer limite máximo de idade diferenciado para os candidatos às vagas do Quadro de Praças Especialistas, não podendo, em hipótese alguma, ultrapassar a trinta e cinco anos.

4o O candidato aprovado dentro dos critérios estabelecidos no edital de seleção, será nomeado para o cargo de soldado de 2a Classe e matriculado no Curso de Formação de Praças – CFP -, com carga horária e grade curricular definidas pelo órgão de ensino da respectiva corporação, recebendo um número de registro provisório, sendo excluído automaticamente da tropa se reprovado por falta de aproveitamento ou

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contraindicado por Conselho de Ensino ou Disciplinar.

§ 5o Para fins do concurso de que trata este artigo, considera-se título a prestação, pelo período mínimo de dois anos, do serviço auxiliar voluntário na Corporação.

Art. 3o A ascensão às demais graduações da Carreira de Praça ocorrerá mediante promoção ao grau hierárquico imediatamente superior, de acordo com os critérios estabelecidos nesta Lei.

CAPÍTULO IIDAS PROMOÇÕES

Art. 4o A promoção de Praças tem como finalidade o preenchimento das vagas existentes através dos melhores processos de escolha e o crescimento profissional.

§ 1o Compete ao Comandante-Geral a edição do ato administrativo de promoção.

§ 2o As promoções previstas nesta Lei obedecerão rigorosamente ao planejamento do setor de pessoal da Corporação, elaborado com a finalidade de garantir o equilíbrio entre o efetivo e as funções existentes.

Art. 5º-A Para fins de promoção, serão computadas, até a data de convocação para a formação dos Quadros de Acesso, as vagas decorrentes de:

I – promoções às graduações superiores;

II – agregação;

III – passagem para a inatividade;

IV – licenciamento e exclusão do serviço ativo;

V – falecimento;

VI – aumento de efetivo.

Seção ÚnicaDas Espécies de Promoções

Art. 6o As promoções de Praças dar-se-ão:

I – por antiguidade;

II – por merecimento;

III – por ato de bravura;

IV – por ocasião da passagem para a reserva remunerada;

V – post mortem;

VI – extraordinariamente, em ressarcimento de preterição.93

§ 1o As promoções obedecerão à proporção de duas por antiguidade e uma por merecimento, em todas as graduações, exceto para a graduação a Cabo que será três por antiguidade e uma por merecimento. 

§ 2o As promoções previstas nos incisos I e II do “caput” deste artigo ocorrerão nos dias 21 de maio e 21 de setembro na Polícia Militar e nos dias 2 de julho e 25 de dezembro no Corpo de Bombeiros Militar, consoante cronogramas de eventos constantes dos Anexos II e III.

Art. 7o A promoção por antiguidade é aquela que se baseia no tempo de permanência na graduação.

Art. 8o A promoção por merecimento é aquela que se baseia no mérito do candidato, aferido por meio do Teste de Avaliação Profissional, previsto no art. 17 e pela Ficha de Pontuação de que trata o art. 19 e Anexo I.

Art. 9o A promoção por ato de bravura é aquela que resulta do reconhecimento de ato ou atos incomuns de coragem e audácia que, ultrapassando os limites normais do cumprimento do dever, se mostrem indispensáveis ou úteis às operações policiais e de bombeiros pelos resultados alcançados ou pelo exemplo positivo deles emanado.

§ 1o A promoção prevista neste artigo independe de vaga, interstício, curso, bem como qualquer outro requisito, devendo contudo, ser precedida de sindicância específica.

§ 2o A promoção prevista neste artigo poderá ser requerida pelo interessado ao seu comandante de Organização Policial Militar (OPM) ou  Organização Bombeiro Militar (OBM), cabendo a este determinar a apuração dos fatos através de sindicância.

Art. 10. O militar fará jus à promoção ao grau hierárquico imediatamente superior no ato de sua passagem para a reserva remunerada, obedecidas as seguintes condições:

I – contar pelo menos 30 (trinta) anos de serviço;

II – requerê-la simultaneamente com a sua transferência para a reserva remunerada.

§ 1o A promoção prevista neste artigo independe de vaga, interstício ou habilitação em curso.

§ 2o Para efeito do disposto neste artigo, os subtenentes serão promovidos a 2o Tenente.

Art. 11. A promoção “post mortem” é aquela que visa expressar o reconhecimento do Estado ao militar falecido no cumprimento do dever ou em sua consequência, ou ainda, reconhecer o seu direito à promoção, que não tenha se efetivado por motivo do óbito.

Art. 12. Extraordinariamente, poderá ocorrer promoção em ressarcimento de preterição.

§ 1o A promoção prevista neste artigo será realizada em reconhecimento a direito 94

lesado ou por ter sido o militar absolvido de imputação criminosa que impediu sua promoção anteriormente.

§ 2o O graduado promovido nos termos deste artigo terá seu nome colocado no almanaque, com a antiguidade que lhe cabia ao sofrer a preterição, ficando excedente, se for o caso, o último da escala de antiguidade.

CAPÍTULO IIIDOS QUADROS DE ACESSO

Art. 13. Quadros de Acesso são relações nominais dos candidatos a promoção, com três candidatos por vaga, organizadas a partir:

I – do mais antigo, observando-se a ordem de antiguidade estabelecida no almanaque, quando se tratar de Quadro de Acesso por Antiguidade (QAA);

II – do mais bem colocado na apuração da Ficha de Pontuação, constante do Anexo I, quando se tratar de Quadro de Acesso por Merecimento (QAM).

§ 1º Havendo empate entre candidatos à promoção, na pontuação de que trata o inciso II, prevalecerá aquele que contar com maior tempo de efetivo serviço, obtiver melhor nota na seleção específica e tiver menor número de Registro Geral, sucessivamente.

§ 2º Para promoção por antiguidade e por merecimento é condição imprescindível ter o candidato o seu nome previamente incluído no Quadro de Acesso por Antiguidade (QAA), ou no Quadro de Acesso por Merecimento (QAM) respectivamente.

Art. 14-A. Constituem requisitos indispensáveis para a inclusão de nomes de militares em quaisquer dos Quadros de Acesso:

I – cumprimento, até a data da promoção, dos seguintes interstícios mínimos:

a) 05 (cinco) anos na graduação de Soldado, contados a partir da data de inclusão no serviço ativo da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar, para promoção à graduação de Cabo;

b) 03 (três) anos na graduação de Cabo, para promoção à graduação de 3º Sargento;

c) 03 (três) anos na graduação de 3º Sargento, para promoção à graduação de 2º Sargento;

d) 03 (três) anos na graduação de 2º Sargento, para promoção à graduação de 1º Sargento;

e) 03 (três) anos na graduação de 1º Sargento, para promoção à graduação de Subtenente;

II – aptidão para fins de promoção em inspeção procedida pela Junta de Saúde da respectiva Corporação;

III – aprovação em Teste de Aptidão Física (TAF), conforme disposições insertas em normas específicas de cada Corporação;

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IV – conclusão com aproveitamento, exceto nos casos de passagem para a reserva remunerada, até a data de promoção, dos seguintes estágios:

a) Estágio de Adaptação de Cabos (EAC) ou equivalente, para promoção à graduação de 3º Sargento;

b) Estágio de Adaptação de Sargentos (EAS) ou equivalente, para promoção a 2º Sargento.

§ 1º Para promoção à graduação de 1º Sargento do Quadro de Praças Policiais Militares (QPPM) e do Quadro de Praças Combatentes do Corpo de Bombeiros Militar (QP/Comb), será exigida, ainda, a conclusão do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS), com aproveitamento, até a data da promoção.

§ 2º Para aprovação no Teste de Aptidão Física (TAF) o candidato a promoção deverá atingir, no mínimo, o conceito “regular”, conforme dispuserem normas específicas editadas pelo Comandante Geral de cada Corporação. 

§ 3º As condições de interstícios estabelecidas nesta Lei poderão ser reduzidas até a metade por ato do Comandante Geral de cada Corporação, visando à renovação dos Quadros.

§ 4º Os estágios de adaptação às graduações de cabo e de sargento terão sua duração e grades curriculares definidas por ato do Comandante Geral da respectiva Corporação.

Art. 15. Não poderá constar de nenhum Quadro de Acesso a Praça:

I – cujo comportamento esteja classificado como "insuficiente" ou "mau";

II – que esteja respondendo a qualquer processo judicial:

a) na área penal; ou

b) na área cível, quando se tratar ilícito infamante, lesivo à honra e ao pudor policial ou bombeiro militar;

III – presa preventivamente ou respondendo a Inquérito Policial Militar ou Inquérito Policial;

IV – condenada a pena privativa ou restritiva de liberdade, mesmo que beneficiada por livramento condicional ou suspensão condicional da pena;

V – que esteja submetida a conselho de disciplina;

VII – agregada no desempenho de cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, exceto em relação ao Quadro de Acesso por Antiguidade, nos termos do § 3º do art. 100 da Constituição do Estado de Goiás;

VIII – em gozo de licença para tratar de interesse particular;

IX – que esteja na condição de desertora;

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X – incapacitada definitivamente para o serviço militar, segundo parecer da junta de saúde da Corporação;

XI – considerada desaparecida ou extraviada.

§ 1o Quando o fato tiver ocorrido em consequência de serviço e não constituir ilícito infamante, lesivo à honra e ao pudor policial ou bombeiro militar, a Comissão de Promoção de Praça – CPP - poderá, por maioria de votos, decidir pela inclusão nos Quadros de Acesso do militar que incidir nas hipóteses previstas nos incisos II, “a”, III e IV do “caput” deste artigo.

§ 2o Para efeito deste artigo, considera-se ilícito infamante, lesivo à honra e ao pudor policial ou bombeiro militar, a inobservância de quaisquer dos preceitos da ética policial militar e bombeiro militar, previstos nos respectivos estatutos.

Art. 16. Os quadros de acesso deverão ser publicados em boletim, até 30 (trinta) dias antes da data prevista para a promoção.

CAPÍTULO IVDO TESTE DE AVALIAÇÃO PROFISSIONAL

Art. 17-A. O Teste de Avaliação Profissional (TAP), realizado independentemente em cada Corporação, por comissão designada por ato dos respectivos Comandantes-Gerais, constitui um dos requisitos para inclusão em Quadro de Acesso por Merecimento (QAM).

§ 1º O Teste de Avaliação Profissional (TAP) será efetivado pela aplicação de provas de conhecimentos técnico-profissionais específicos para cada Quadro de Organização e especialidade, abrangendo também conhecimentos gerais e de normas regulamentares pertinentes a cada Corporação.

§ 2º Para aprovação no teste de que trata este artigo, o candidato a promoção deverá atingir, no mínimo, 50 (cinquenta) pontos.

§ 3º Somente serão pontuadas as fichas dos candidatos que forem aprovados no Teste de Avaliação Profissional (TAP) e classificados dentro do limite compreendido em até três vezes o número total de vagas ofertadas para cada graduação, somando-se as vagas por antiguidade e merecimento.

§ 4º Nos casos em que houver empate na pontuação do último candidato classificado em cada graduação, serão pontuadas as fichas de todos os candidatos empatados.

Art. 18. Poderá se inscrever à seleção de que trata o art. 17, a Praça que atenda aos requisitos estabelecidos no Edital próprio, observadas as condições dos arts. 14 e 15.

CAPÍTULO VDA FICHA DE PONTUAÇÃO

Art. 19. A Ficha de Pontuação, constante do Anexo I, destina-se à apuração dos pontos para a elaboração do QAM, onde será avaliado o mérito alcançado no Teste de Avaliação Profissional e na Ficha Individual de Alterações de cada candidato à promoção.

Art. 20-A. Para o preenchimento da ficha de pontuação de que trata o art. 19 desta 97

Lei, deverão ser consideradas as seguintes equivalências:

I – os cursos curriculares de formação, os estágios de adaptação às graduações de cabo e de sargento e o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS), de acordo com as médias finais, equivalem a:

a) de 9 a 10 – 2 (dois) pontos;

b) de 8 a 8,99 – 1,5 (um vírgula cinco) pontos;

II – curso superior e de pós-graduação – 3,0 (três) pontos cada um;

III – a cada 60 (sessenta) horas/aula de curso ou estágio de atualização profissional, excetuando os cursos e estágios previstos nos incisos I e II deste artigo – 0,2 (zero vírgula dois) pontos até o limite máximo de 3.000 (três mil) horas;

IV – elogio individual – 0,5 (zero vírgula cinco) pontos – para cada elogio;

V – Medalha Tiradentes e Medalha Dom Pedro II – 3,0 (três) pontos cada medalha;

VI – Medalhas de Mérito concedidas pela Polícia Militar ou pelo Corpo de Bombeiros Militar – 2,0 (dois) pontos cada medalha;

VII – medalha de Tempo de Serviço – 1,0 (um) ponto cada medalha;

VIII – medalha do Serviço Distinto e medalha Destaque Operacional, nos seus diversos graus – 1,0 (um) ponto cada medalha;

IX – demais medalhas da própria Corporação, de corporações militares coirmãs ou das Forças Armadas – 0,8 (zero vírgula oito) ponto cada medalha;

X – cada ano de efetivo serviço prestado na Polícia Militar ou no Corpo de Bombeiros Militar – 0,2 (zero vírgula dois) pontos;

XI – índice alcançado no TAF:

a) excelente (EX)= 1 (um) ponto;

b )muito bom (MB)= 0,5 (zero vírgula cinco) ponto;

c) bom (B)= 0,25 (zero vírgula vinte e cinco) ponto;

XII – condenação por crime doloso – menos 3 (três) pontos por cada condenação;

XIII – condenação por crime culposo – menos 2 (dois) pontos para cada condenação;

XIV – punição disciplinar de prisão – menos 1,4 (um vírgula quatro) pontos para cada punição de prisão;

XV – punição disciplinar de detenção – menos 0,7 (zero vírgula sete) ponto para cada punição de detenção;

XVI – punição disciplinar de repreensão – menos 0,35 (zero vírgula trinta e cinco) ponto para cada punição de repreensão.

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§ 1º Será computado apenas um elogio individual por ano de efetivo serviço.

§ 2º quando a Praça possuir mais de um curso superior ou mais de um curso de pós-graduação, será considerado apenas um curso de cada espécie para fins de pontuação.” (NR)

Art. 21. O Teste de Avaliação Profissional terá valor de 100 (cem) pontos.

CAPÍTULO VIDAS COMISSÕES DE PROMOÇÃO DE PRAÇAS

Art. 22. As Comissões de Promoção de Praças (CPP) da PM e do CBM serão constituídas nas corporações e integradas:

I – na Polícia Militar:

a) pelo Subcomandante Geral, que será o seu presidente;

b) pelo Chefe do Setor de Pessoal e pelo Corregedor, como membros natos;

c) por outros dois Oficiais do último posto, como membros efetivos, designados pelo Comandante Geral, pelo prazo de um ano;

II – no Corpo de Bombeiros Militar:

a) pelo Subcomandante Geral, que será o seu presidente;

b) pelo Chefe do Setor de Pessoal e pelo Corregedor, como membros natos;

c) por outros dois Oficiais superiores, como membros efetivos, designados pelo Comandante-Geral, pelo prazo de um ano.

§ 1o São atribuições da CPP:

I – apresentar proposta dos Quadros de Acesso ao Comandante Geral para fins de aprovação e publicação;

II – examinar e emitir parecer nos recursos relativos a promoção;

III – apreciar os processos e propor, se for o caso, as promoções por ato de bravura e “post mortem”;

IV – apreciar a ficha de pontuação elaborada pelo secretário na forma desta Lei;

V – avaliar a Ficha Individual de Alterações dos candidatos a promoção, para fins de elaboração do QAM e da ficha de pontuação;

VI – elaborar e encaminhar ao Comandante Geral a proposta de promoção;

VII – buscar as informações relativas aos candidatos à promoção para fins de composição dos Quadros de Acesso.

§ 2o A secretaria da CPP será exercida por um oficial do posto de Capitão ou Major 99

designado pelo Comandante Geral.

Art. 23. A CPP decidirá por maioria de votos de seus membros, computado o de seu presidente.

Art. 24. Todas as deliberações da CPP requerem a participação da totalidade de seus membros, podendo o Comandante Geral nomear substituto na hipótese de algum membro estar ausente ou impossibilitado de participar dos trabalhos.

Art. 25. As decisões da CPP serão submetidas ao Comandante Geral para avaliação, aprovação e publicação.

Parágrafo único. O Comandante Geral poderá, caso discorde das propostas dos Quadros de Acesso apresentadas pela CPP, devolvê-las com as anotações pertinentes para fins de reavaliação.

Art. 26. Os cronogramas de eventos das Comissões de Promoções das Corporações são os constantes dos Anexos II e III.

CAPÍTULO VIIDOS RECURSOS

Art. 27. Da composição dos Quadros de Acesso caberá recurso à CPP.

§ 1o A Praça que se sentir prejudicada em relação à composição dos Quadros de Acesso terá 5 (cinco) dias úteis, a partir da publicação dos mesmos, para apresentar pedido de reconsideração.

§ 2o A CPP terá 8 (oito) dias úteis para analisar e decidir sobre o recurso apresentado.

CAPÍTULO VIIIDISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 28. O disposto nesta Lei aplica-se aos atuais integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

Art. 29. Ficam extintos os Cursos de Formação de Sargento (CFS) e de Cabo (CFC) na PMGO e no CBMGO, bem como os Cursos Especiais de Formação de Sargentos (CEFS) e de Cabos (CEFC).

Art. 30. O graduado promovido indevidamente será agregado ao seu Quadro e, se for o caso, ficará na condição de excedente, até que surja vaga para a sua reversão.

Art. 31. A praça promovida deverá fazer estágio de adaptação à nova graduação com duração e grade curricular definidas pelo Comandante Geral da respectiva Corporação.

Parágrafo único. A aprovação do estágio de adaptação da praça constitui-se em um dos requisitos para a inclusão em qualquer dos Quadros de Acesso e para a progressão na carreira, exceto nos casos de passagem para a reserva remunerada.

Art. 33. É vedado à Praça concorrer à promoção em Quadro de Organização ou Especialidade diversa da sua.

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