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Apostila de Mitologia Grega (Organizado por Doug Caesar)

Apostila de Mitologia Grega

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Page 1: Apostila de Mitologia Grega

Apostila de Mitologia Grega

(Organizado por Doug Caesar)

Page 2: Apostila de Mitologia Grega

Cronologia

Idade Período Mitológico

Período Histórico

Eventos Mitológicos

Eventos Históricos

Obras

Ouro Prata

Cosmogônico Teogônico

Teogonia / Urano Genealogia Divina

Teogonia de Hesíodo O Trabalho e os Dias de Hesíodo

Mitológico Titanomáquia / Cronos Criação de Pandora

Mitológico Gigantomáquia

Mitológico Tifão

Bronze Heróis

Heróico Minóico Minos / Minotauro Centauromáquia Amazonomáquia

Civilização Cicládica e Minóica

Heróico Micênico Perseu Hércules 12 Trabalhos Os Heráclidas Os Argonautas

Invasão dos Aqueus Civilização Micênica

Ferro & Aço

Heróico Homérico Guerra de Tróia - Odisséia

Invasão dos Dórios, Jônios e Eólios

Ilíada de Homero Odisséia de Homero

Reis Arcaico Genealogias Reais

Cinecismo e formação das Cidades-Estado Colonização Grega

Trágica Clássico Guerras Greco-Pérsicas

Tragédias e Comédias

Sofística Clássico Guerras do Peloponeso – Hegemonia

Sócrates, Platão

Sofística Alexandrino Alexandre Conquista Macedônia

Aristóteles

Sofística Helenístico Reinos Helenísticos

Sofística Romano Conquista Romana Cristianização da Grécia

São Paulo, Santo André

Cristã Bizantino Nova Tróia Império Bizantino

Cristã Otomano Conquista Turca Otomana

Cristã Romaico / Moderno

Dodecateísmo Guerra de Independência Grega

Ícor Escatológico Atena destrona Zeus

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Atividades com Mapas - Grécia

1) Localize as seguintes regiões da Grécia e escreva no mapa: Ática, Peloponeso, Grécia Central, Épiro, Tessália, Macedônia, Trácia, Ásia Menor. 2) Escolha cores diferentes, exceto azul, para pintar cada uma das regiões. 3) Localize os mares e escreva no mapa: Mar Jônico, Golfo de Patras, Mar Sarônico, Mar Egeu, Mar de Mármara. 4) Em qual região localizam-se as seguintes cidades gregas: a) Atenas ______________ b) Tebas ______________ c) Esparta _____________ d) Micenas _____________ e) Cnossos ____________ f) Argos _______________ g) Iolcos _______________ h) Bizâncio ____________ i) Megara ______________ j) Tróia ________________ l) Delfos _______________ m) Monte Olimpo ______ 5) Localize os seguintes arquipélagos gregos e escreva no mapa: Ilhas Jõnicas,

Ilhas do Mar Trácio, Ilha de Creta, Ilha de Cítera e Anticítera, Dodecaneso, Cíclades, Ilhas do Mar Egeu. 6) Pinte de cores diferentes os arquipélagos citados. 7) Cite ilhas que fazem parte dos arquipélagos abaixo: a) Ilhas Jônicas:____________________ b) Ilhas do Mar Trácio: ______________ c) Dodecaneso: ____________________ d) Cíclades: _______________________ e) Ilhas do Mar Egeu: _______________

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A Genealogia dos Deuses

Caos Divindades: Destino, Erébo, Noite, Discórdia, Parcas, Gréias, Concórdia, Amor, Dia Urano – Fúrias e Afrodite Géia / Gaia / Terra Os Titãs: Saturno / Cronos, Hipérion, Coeus, Crios, Oceano, Jápeto As Titânidas: Réia / Cibele / Ops, Téia, Febe, Mnemósine / Memória, Tétis, Métis / Prudência Os Casais: Cronos e Réia: pais de Zeus, Poseidon, Hades, Héstia, Hera e Deméter. Hipérion e Téia: pais de Hélios (Sol), Selene (Lua) e Éos (Aurora) Coeus e Febe: pais de Leto (Latona) Oceano e Tétis: pais das oceânidas e das nereidas, as principais são Anfitrite e Tétis. Japeto e Climene: pais de Prometeu, Epimeteu, Menécio e Atlas. Os Hecatonquiros: Coto, Giges e Briareus Os Ciclopes: Arges, Brontes e Steratopes A Titanomáquia: Guerra entre Deuses e Titãs. A Gigantomáquia: Os gigantes tentaram subir o Monte Olimpo mais foram derrotados pelos deuses.

Tifão: Tentou derrotar Zeus mais junto a Atena os dois venceram o gigante. Os Deuses Olimpicos Zeus e Hera: pais de Ares, Hefesto, Hebe e Ilítia. Zeus e Mnemósine: pais das Musas. Zeus e Leto: pais de Apolo e Ártemis. Zeus e Deméter: pais de Perséfone Zeus e Métis: pais de Atena. Zeus e Maia: pais de Hermes. Zeus e Sêmele: pais de Dionísio. Zeus e Díone: pais de Afrodite. Zeus e Têmis: pais das Horas e Moiras Afrodite e Ares: pais de Eros, Anteros, Himineu, Harmonia, Deimos e Fobos. Hades e Perséfone: não tiveram filhos. Poseidon e Anfitrite: pais de Tritão e Proteu. Zeus e Alcmena: Hércules Aniope: Anfitone e Zeto Calisto: Arcade Danae: Perseu Egina: Éaco Europa: Minos, Sarpedon, Radamanto Io: Epafo Leda: Helema, Dioscorus

Page 5: Apostila de Mitologia Grega

Teogonia Os Deuses primordiais Sim bem primeiro nasceu Caos, depois também Terra de amplo seio, de todos sede irresvalável sempre, dos imortais que têm a cabeça do Olimpo nevado, e Tártaro nevoento no fundo do chão de amplas vias, e Eros: o mais belo entre Deuses imortais, solta-membros, dos Deuses todos e dos homens todos ele doma no peito o espírito e a prudente vontade. Do Caos Érebos e Noite negra nasceram. Da Noite aliás Éter e Dia nasceram, gerou-os fecundada unida a Érebos em amor. Terra primeiro pariu igual a si mesma Céu constelado, para cercá-la toda ao redor e ser aos Deuses venturosos sede irresvalável sempre. Pariu altas Montanhas, belos abrigos das Deusas ninfas que moram nas montanhas frondosas. E pariu a infecunda planície impetuosa de ondas o Mar, sem o desejoso amor. Depois pariu do coito com Céu: Oceano de fundos remoinhos e Coios e Crios e Hipérion e Jápeto e Teia e Réia e Têmis e Memória e Febe de áurea coroa e Tétis amorosa. E após com ótimas armas Crono de curvo pensar, filho o mais terrível: detestou o florescente pai. Pariu ainda os Ciclopes de soberbo coração: Trovão, Relâmpago e Arges de violento ânimo que a Zeus deram o trovão e forjaram o raio. Eles no mais eram comparáveis aos Deuses, único olho bem no meio repousava na fronte. Ciclopes denominava-os o nome, porque neles circular olho sozinho repousava na fronte. Vigor, violência e engenho possuíam na ação. Outros ainda da Terra e do Céu nasceram, três filhos enormes, violentos, não nomeáveis. Cotos, Briareu e Giges, assombrosos filhos. Deles, eram cem braços que saltavam dos ombros, improximáveis; cabeças de cada um cinqüenta brotavam dos ombros, sobre os grossos membros. Vigor sem limite, poderoso na enorme forma

História do Céu e de Crono Quantos da Terra e do Céu nasceram, filhos os mais temíveis, detestava-os o pai dês o começo: tão logo cada um deles nascia a todos ocultava, à luz não os permitindo, na cova da Terra. Alegrava-se na maligna obra o Céu. Por dentro gemia a Terra prodigiosa atulhada, e urdiu dolosa e maligna arte. Rápida criou o gênero do grisalho aço, forjou grande podão e indicou aos filhos. Disse com ousadia, ofendida no coração: “Filhos meus e do pai estólido, se quiserdes ter-me fé, puniremos o maligno ultraje de vosso pai, pois ele tramou antes obras indignas”. Assim falou e a todos reteve o terror, ninguém vozeou. Ousado o grande Crono de curvo pensar devolveu logo as palavras à mãe cuidadosa: “Mãe, isto eu prometo e cumprirei a obra, porque nefando não me importa o nosso pai, pois ele tramou antes obras indignas”. Assim falou. Exultou nas entranhas Terra prodigiosa, colocou-o oculto em tocaia, pôs-lhe nas mãos a foice dentada e inculcou-lhe todo o ardil. Veio com a noite o grande Céu, ao redor da Terra desejando amor sobrepairou e estendeu-se a tudo. Da tocaia o filho alcançou com a mão esquerda, com a destra pegou a prodigiosa foice longa e dentada. E do pai o pênis ceifou com ímpeto e lançou-o a esmo para trás. Mas nada inerte escapou da mão: quantos salpicos respingaram sanguíneos a todos recebeu-os a Terra; com o girar do ano gerou as Erínias duras, os grandes Gigantes rútilos nas armas, com longas lanças nas mãos, e Ninfas chamadas Freixos sobre a terra infinita. O pênis, tão logo cortando-o com o aço atirou do continente no undoso mar, aí muito boiou na planície, ao redor branca espuma da imortal carne ejaculava-se, dela uma virgem criou-se. Primeiro Citera divina atingiu, depois foi à circunfluída Chipre e saiu veneranda bela Deusa, ao redor relva crescia sob esbeltos pés. A ela. Afrodite Deusa nascida de espuma e bem-coroada Citeréia apelidam homens e Deuses, porque da espuma criou-se e Citeréia porque tocou Citera, Cípria porque nasceu na undosa Chipre, e Amor-do-pênis porque saiu do pênis à luz. Eros acompanhou-a, Desejo seguiu-a belo, tão logo nasceu e foi para a grei dos Deuses.

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Esta honra tem dês o começo e na partilha coube-lhe entre homens e Deuses imortais as conversas de moças, os sorrisos, os enganos, o doce gozo, o amor e a meiguice. O pai com o apelido de Titãs apelidou-os: o grande Céu vituperando filhos que gerou dizia terem feito, na altiva estultícia, grã obra de que castigo teriam no porvir. O nascimento de Zeus Réia submetida a Crono pariu brilhantes filhos: Héstia, Deméter e Hera de áureas sandálias, o forte Hades que sob o chão habita um palácio com impiedoso coração, o troante Treme-terra e o sábio Zeus, pai dos Deuses e dos homens, sob cujo trovão até a ampla terra se abala. E engolia-os o grande Crono tão logo cada um do ventre sagrado da mãe descia aos joelhos, tramando-o para que outro dos magníficos Uranidas não tivesse entre os imortais a honra de rei. Pois soube da Terra e do Céu constelado que lhe era destino por um filho ser submetido apesar de poderoso, por desígnios do grande Zeus. E não mantinha vigilância de cego, mas à espreita engolia os filhos. Réia agarrou-a longa aflição. Mas quando a Zeus pai dos Deuses e dos homens ela devia parir, suplicou-lhe então aos pais queridos, aos seus, à Terra e ao Céu constelado, comporem um ardil para que oculta parisse o filho, e fosse punido pelas Erínias do pai e filhos engolidos o grande Crono de curvo pensar. Eles escutaram e atenderam à filha querida e indicaram quanto era destino ocorrer

ao rei Crono e ao filho de violento ânimo. Enviaram-na a Licto, gorda região de Creta, quando ela devia parir o filho de ótimas armas, o grande Zeus, e recebeu-o Terra prodigiosa na vasta Creta para nutri-lo e criá-lo. Aí levando-o através da veloz noite negra atingiu primeiro Licto, e com ele nas mãos escondeu-o em gruta íngreme sob o covil da terra divina no monte das Cabras denso de árvores. Encueirou grande pedra e entregou-a ao soberano Uranida rei dos antigos Deuses. Tomando-a nas mãos meteu-a ventre abaixo o coitado, nem pensou nas entranhas que deixava em vez da pedra o seu filho invicto e seguro ao porvir. Este com violência e mãos dominando-o logo o expulsaria da honra e reinaria entre imortais. Rápido o vigor e os brilhantes membros do príncipe cresciam. E com o girar do ano, enganado por repetidas instigações da Terra, soltou a prole o grande Crono de curvo pensar, vencido pelas artes e violência do filho. Primeiro vomitou a pedra por último engolida. Zeus cravou-a sobre a terra de amplas vias em Delfos divino, nos vales ao pé do Parnaso, signo ao porvir e espanto aos perecíveis mortais. E livrou das perdidas prisões os tios paternos Trovão, Relâmpago e Arges de violento ânimo, filhos de Céu a quem o pai em desvario prendeu; e eles lembrados da graça benéfica deram-lhe o trovão e o raio flamante e o relâmpago que antes Terra prodigiosa recobria. Neles confiante reina sobre mortais e imortais.

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Atividades 1) Complete a cruzadinha abaixo: Horizontal 3. Deus do

submundo e dos mortos. É acompanhado pelo seu cachorro Cérbero.

5. Deus da guerra. 7. Deusa das

mulheres, do casamento e do parto.

8. Deusa alada da VItória.

9. Mensageiro dos deuses. Seu símbolo é o caduceu.

10. Deus da beleza, do sol, das artes e da profecia.

Vertical 1. Deus do céu, dos

raios e dos homens.

2. Deusa virgem do lar e do fogo.

4. Deusa do amor e da beleza. Nasceu das espumas do mar.

6. Artesão e ferreiro dos deuses. 2) Observe a cerâmica abaixo e identifique a divindade retratada:

_________________ __________________ _____________

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3) Complete a cruzadinha abaixo:

Horizontal: 1. Uma das nereidas, deusa do mar. 3. Deus do vinho, das festas e do teatro. É sempre acompanhado de seu tirso, dos sátiros e das mênades. 4. Deusa da Lua, da caça e da morte súbita. 5. Titã que foi punido pelos deuses e passou a carregar o mundo nas

costas. 6. Maior heroi grego, com sua força venceu inúmeros monstros como o Leão de Neméia, a Hidra de Lerna e o Javali de Erimanto. 8. Deusa da agricultura e da germinação das sementes. Foi raptada por Hades e se tornou a rainha do submundo. Vertical: 1. Deusa da

guerra, dos herois e saiu completamente armada da cabeça de Zeus. 2. Deus do mar, dos terremotos e dos cavalos. Seu símbolo é o tridente. 3. Deusa da agricultura. Seu símbolo é a cornucópia, a abundância. 7. Deus do amor. Representado como uma criança portando asas, um arco e as flechas da paixão.

4) Observe a cerâmica abaixo e identifique a divindade retratada:

_________________ __________________ _____________

Page 10: Apostila de Mitologia Grega

Deuses Gregos

Nome Grego

Nome Latino

Nome Etrusc

o

Templo Nome Grego

Nome Latino

Nome Etrusc

o

Templo

Zeus Júpiter Tinia Olympeum Lycaeum Nemeum

Chrysaoreum

Héracles Alcides

Hércules Hercle Heracleium

Poseidon Netuno Nethuns

Rodon

Poseideum Poseidoneum

Hélios Sol

Hades Plutão Dis

Orcus

Aita Martus

Plutoneum Necyomanteu

m

Selene Lua

Hera Juno Heraion Heraeon

Éos Aurora

Héstia Vesta Hestieon Hécate Trívia Hecatesium

Demeter Ceres Eleusineum Demetreum

Perséfone

Prosérpina

Ferspnai

Atena Palas

Minerva

Athenaeum

Anfitrite Salácia Venília

Ares Marte Laran Areion Asclépio Esculápio Asclepieium

Lebenaeum

Afrodite Vênus Turan Aphrodiseum

Eros Amor Cupido

Hefesto Vulcano

Sethlans

Hephaestium Leto Latona

Dionísio Zagreos Sabazios

Neodionisio

Baco Liber

Fufluns Dionyseum Lenaeum

Musas

Hermes Mercúrio

Turms Hermaeum Pã Fauno

Apolo Febo Loxias Apolloneum Pytheum Delium

Delphineum Amyclaeum

Lyceum Triopeum

Réia Ops Cibele

Metroeum

Artemis Diana Artume Artemiseum Epheseum

Tauropoleum

Cronos Saturno

Page 11: Apostila de Mitologia Grega

O Culto dos Deuses na Grécia Antiga

Tipos de Culto

Jogos: Olímpia, Nemeia, Delfos, Istmo Santuários Oráculos Templos Políades e Templos Pan-Helênicos Mistérios Culto Políades a Deuses: cada cidade tinha o seu deus. Culto Políades a Heróis: cada cidade tinha o seu herói: Belerofonte (Corinto), Jasão (Iolcos).

Page 12: Apostila de Mitologia Grega

Nome Grego

Deus Culto Atributos Festival

Zeus Céu, Destino, Reis, Tempo

Olímpia, Dodona, Nemeia, Stratos, Dion

Raio, Égide, Águia, Touro, Cetro, Nike, Keraunos, Carro de Águias

Olympia, Nemea, Ithomaea, Lycaea, Eleutheria, Daedala

Poseidon Mar, Cavalos, Terremotos

Corinto, Istmo, Sounion

Tridente ou Cúspide, Carro de Golfinhos, Hipocampo ou Cavalos

Poseidonia, Istmia

Hades Submundo Thesprotia, Éfira, Épiro

Cerbero, Elmo da Escuridão, Bidente, Chave do Hades, Carro com 4 Cavalos Negros

Hera Mulheres, Casamento

Argos, Samos, Olimpia

Romã, Pavao, Diadema, Carro de Pavões

Heraia, Daedala

Héstia Lar, Família, Cidades, Fogo

Delfos, Vestais Porcos, Burro, Grou, Chaleira, Fogueira

Demeter Agricultura, Civilização, Vida após a morte

Eleusis, Termopilas, Creta

Tocha, Leão, Cornucópia, Festim de Trigo, Bengala de Lótus, Mangual de Ouro, Carro de Dragões

Tesmoforias, Chthonia, Orgia, Mistério, Eleusinia

Atena Sabedoria, Guerra, Artes, Conhecimento, Estratégia

Atenas, Troia, Lindos

Coruja, Oliva, Cobra, Aranha, Égide, Lança, Górgona, Medusa, Nike, Carro de Corujas

Athenaea, Panathenaea, Chalcea, Procharisteria, Scira, Plynteria, Protelea, Aleaea, Halotia, Itonia, Panboeotia

Ares Guerra, Instinto Irracional,

Aetolia, Thesprotia, Monte Haimos (Trácia)

Tocha, Lança, Elmo, Escudo, Nike, Espada de Marte, Spartoi, Abutre, Javali, Cão, Carro de Corcéis com fogo na narina ou Lobos

Afrodite Amor, Sexo, Fertilidade, Luxuria, Beleza

Cithera, Corinto, Chipre, Pella, Pafos

Golfinho, Rosa, Cestus, Concha, Cisne, Espelho, Pombos, Maçã, Anêmonas, Carro de Cisnes ou Tritões

Aphrodisia, Adonia, Hysteria, Anagogia

Hefesto Metalurgia, Fogo, Poder, Violência

Lemnos, Etna

Martelo, Bigorna, Tenaz, Burro, Cabiros, Cíclopes, Talos, Caeculus

Hephaestia, Chalceia

Dionísio Vinho, Loucura, Teatro, Vida após a morte

Tebas, Naxos, Monte Citerion, Teos, India (Nisa), Tessália

Tirso, Pele de Leopardo, Tigre, Uva, Pantera, Onocentauro, Carro de Leopardos ou Panteras

Dionysia, Lenaea, Theonia, Anthesteria, Thyia, Apaturia, Lampteria, Ascolia, Sciria, Phellus, Tyrba, Astydromia

Hermes Comércio Monte Cilene, Herma / Hermai

Caduceu, Galo, Lira, Tartaruga, Talaria, Petasus, Lâmina Adamantina, Carro de Pombos ou Corvos

Hermaea

Apolo Sol, Profecia, Música, Beleza, Saúde, Artes

Delfos, Delos, Corinto, Bassae, Claros, Miletos, Didimos, Rodes

Lira, Louros, Piton, Corvo, Arco-Flecha, Girassol, Helianto, Jacinto, Carro de Cavalos

Phythia / Ptoea, Carnea, Hyacinthia, Actia, Delia, Gymnopaedeae, Theoxenia, Heorte Argyeus

Artemis Lua, Virgens, Selvas, Caça, Crianças

Calidon, Efeso, Esparta, Magnesia, Eubeia

Corça, Arco, Cães de Caça, Lua, Dardo, Carro de Corças

Efesiacas, Artemisias, Muniqueon

Héracles Força Monte Oeta Heraclea Hélios Sol Rodes Carro de Cavalos Selene Lua Carro de Cavalos ou Anjos Éos Aurora Carro de Cavalos Perséfone Eleusis Asclépio Epidaurus, Cós,

Messenia, Pérgamo

Epidauria

Eros Thespiae, Parion Réia Natureza Gortyn Palma, Palmeira, Carro de

Leões Phrygia, Orgia, Megalesia

Cronos Tempo Carro de Serpentes ou Dragões, Harpe

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Atividades Os personagens do Sítio do Pica-pau Amarelo foram até a Grécia Antiga salvar Tia Nastácia das mãos dos monstros que invadiram o sítio e na viagem Dona Benta acompanhada de Péricles, Fídias, Narizinho, Emília e Pedrinho fazem uma visita ao Partenon. O Partenon é o Templo da deusa Atena localizado na Acrópole de Atenas. Dona Benta faz uma descrição dos dois frontões do Templo: “Fídias transpôs em mármore uns versos de Homero ´Começo cantando Palas Atena, a deusa augusta, fértil em sábios conselhos, nobilíssima virgem de coração inflexível, guardiã das cidades, a forte diva que o prudente Zeus fez brotar de sua cabeça, toda revestida de cintilantes armas de ouro. Ao verem-na surgir, brandindo a lança aguda, os imortais pasmaram; o Olimpo estarreceu diante de sua força; a Terra soltou grandes gritos; os mares tumultuaram as ondas; e Apolo susteve as rédeas de seus fogosos corcéis até que Palas Atena depusesse as armas. Zeus irradiava de orgulho´. Os detalhes incluíam os corcéis da Noite, que surgem do Oceano, sustentada por Teseu. Perséfone com graça se apóia no ombro da mãe Deméter. Ao lado está Íris, que anuncia o nascimento de Atena, a Vitória Alada e as Três deusas do Destino, Cloto, a fiandeira de vidas, Láquesis, a cortadeira do fio da vida, Átropos, a implacável medidora do comprimento dos fios. No lado oposto encontrava-se outro frontão onde se via a luta entre Poseidon e Atena pelo domínio da Ática. Atena assusta com sua presença os cavalos de Poseidon, o deus dos oceanos. Atrás de Atena figuravam as cecrópidas Aglaura e Herse, e Ilissos, um dos rios de Atenas. E atrás de Poseidon figuravam Tétis, a nereida, Anfitrite, esposa de Poseidon, e a formosa Latona com suas filhas Ártemis e Afrodite. O tridente de Poseidon e o escudo de Atena eram de bronze.” (Monteiro Lobato, O Minotauro). 1) O que os dois frontões do Templo de Atena descrevem? 1º Frontão: _________________________ ___________________________________ 2º Frontão: _________________________ ___________________________________ 2) A imagem abaixo corresponde a qual frontão do Partenon?

___________________________________

___________________________________ 3) Quais os atributos da deusa Atena? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________

4) Descreva a localização e os materiais utilizados na construção do Partenon.

Localização _________________________ Materiais ___________________________ 5) Cite cinco divindades gregas e seus domínios. 1 _________________________________ 2 _________________________________ 3 _________________________________ 4 _________________________________ 5 _________________________________ 6) Como foi o nascimento de Atena? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Hades, Thanatos e Hypnos Os deuses Thanatos e Hypnos eram considerados irmãos gêmeos na mitologia grega. Thanatos era o deus da Morte, e Hypnos era o deus do Sono Eterno. Ambos deuses eram ctônicos, ou seja, divindades do submundo. Homero descreve na Ilíada que Zeus enviou Thanatos e Hypnos no campo de batalha entre gregos e troianos para recuperar o corpo do seu filho morto Sárpedon. Sárpedon era irmão de Minos e Radamanto, e os dois últimos se tornaram juízes do inferno por Hades. Thanatos era conhecido em Roma como Mors ou Morte e Hypnos como Somno, Sono ou Sopor. Eram filhos de Nix, a Noite. Thanatos era o braço direito de Hades, já que era ele o responsável pela morte das pessoas. Hades era um deus que não representava o mal em si, em comparação com o “Diabo” ou Lucifer da religião católica. Era um deus infernal que possuía seus vícios e defeitos. Hades era descrito como um homem rude, e principalmente tinha dois traços marcantes: a primeira era que Hades sempre buscava aumentar o seu número de súditos no Erébo, o que causava inúmeras mortes; e a segunda, sempre colocava condições para dificultar um favor pedido por alguém. Foi assim com Hércules quando foi este foi libertar Pírito e Teseu, aprisionados no hades por tentaram seqüestrar Perséfone, a consorte de Plutão. Hades concedeu liberdada apenas a Teseu. O mesmo Hércules conseguiu permissão para enfrentar Cérbero, o cão tricéfalo de Hades, parte do seus 12 trabalhos, com a condição de que não utilizaria qualquer tipo de armas e apenas capturá-lo vivo. Orfeu também pôde levar Euridice para a terra, desde que não olhasse para trás. A própria Perséfone após a abdução de Hades e seu reencontro com sua desesperada mãe Deméter, pôde voltar a Terra novamente, com a condição de que ela passaria um terço do ano no inferno ao lado de Hades, pelo fato de ter comido uma romã. Hades era uma divindade que praticamente não tinha culto na Grécia, assim como os demais deuses ctônicos. Até mesmo a pronúncia do nome do deus era um tabu entre os gregos, pois acreditavam que estavam chamando Plutão para buscá-los. Esse tabu ainda existe até hoje, já que existe uma proibição pelas pessoas em geral de pronunciar palavras como Satã, Diabo, etc. Morte / Thanatos Thanatos a Morte era representado pelos gregos como um anjo carregando uma espada. Existia em Roma uma divindade feminina que simbolizava a morte chamada Libitina, provavelmente uma divindade de origem pré-romana, ou seja, italiota. Atualmente no mundo ocidental a Morte é representada como um espectro com corpo esquelético carregando uma foice, sendo a “ceifadora de vidas”. Sono / Hypnos O deus do sono Hypnos era representado pelos gregos como um humano com asas. Hypnos vivia em seu palácio às margens do Lete, e ao dormir assumia a forma de um pássaro. O símbolo de Hypnos era a papoula, essa planta sempre aparece sendo carregada pelo deus. No reino do Sono existiam dois portais por onde passavam os sonhos, os mil filhos de Sono e Pasitéia. O Portão de Chifre passavam os sonhos falsos, enquanto que pelo Portão de Marfim passavam os sonhos verdadeiros. Os Oneroi ou Oneiros, os sonhos filhos de Hypno, eram liderados por Morfeu, Fantasos e Icelos. Na mitologia aparecem quando Hera pede para Iris pedir a Hipno que envie um sonho à uma rainha avisando-lhe da morte de seu marido durante a guerra.

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Os Demônios Existem O texto descreve algumas plantas e animais que foram batizados por cientistas com nomes macabros associados a demônios e deuses ctônicos de diversas culturas. Atropa belladonna – A beladona A planta beladona é conhecida como Atropa belladonna e tem esse nome devido a uma das Moiras, Átropos. As Moiras ou Fatae eram divindades greco-romanas associadas ao destino. Átropos era a moira responsável por cortar o fio da vida que era tecido por Cloto e medido por Láquesis. A beladona é uma planta nativa do Velho Mundo e o cientista sueco Lineu a batizou de “belladonna” pois as mulheres a utilizavam como cosmético para dilatar as pupilas com o objetivo de torná-las mais atraentes, as “belas donas”. O nome Atropa surgiu devido a toxicidade da planta que é fatal se ingerida em pequenas quantidades pelos humanos, além de também ser utilizada como droga.

Euryale ferox – A noz-de-raposa A planta é chamada de makhana, noz-de-raposa (devido a aparência que a flor possui com uma raposa) ou planta-górgona. É um nenúfar gigante como a famosa Vitória-Régia sul-americana. De origem asiática a planta foi batizada com o nome “A Feroz Euríale” devido ao seu aspecto parecido com as três Górgonas da mitologia grega. As três Górgonas eram Medusa, Euríale e Esteno, sendo que

Medusa é a mais conhecida das três. Euríale assim como suas irmãs possuía corpo de mulher mas suas madeixas eram formadas por cobras. Um único olhar de um ser humano era suficiente para transformar-se em pedra. A planta teve esse nome devido aos inúmeros acúleos presentes em seu corpo. Moloch horridus – O Diabo-espinhoso "O Horrível Moloque". O réptil australiano conhecido vulgarmente como diabo-espinhoso recebeu um nome compatível com sua aparência

assustadora: Moloch horridus. O nome cientifico significa “O Horrível Moloque”, sendo que Moloque era um deus adorado no Oriente Médio por povos semitas durante o mundo antigo. Moloque era representado como uma estátua com cabeça de leão ou touro e uma cavidade no estomago onde eram introduzidas crianças e posteriormente eram estas incineradas dentro

dessa estátua sinistra como parte do culto ao deus. Apesar do nome ser um tanto exagerado o “design” espinhoso do lagarto não passa de uma evolução da natureza para evitar a desitradação dessa espécie que habita nos desertos da Austrália Ocidental.

2) Lucifer – gênero de pequenos camarões Lucifer penicilifer Os Lucifer são um gênero de pequenos camarões com oito espécies diferentes. Os Lucifer possivelmente receberam esse nome devido a capacidade de refletir a luz, tornando-se facilmente

visíveis em contato com ela. Lucifer quer dizer “o portador da luz” ou “Lux Fert” no original em latim. Inicialmente era o nome dado pelos romanos ao planeta Vênus. Porém passou a ser o nome do líder dos Anjos Caídos na tradição cristã. O nome da espécie penicilifer significa “o portador da penicilina”. Isso indica que essa espécie apresenta a capacidade

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de produzir penicilina, um antibiótico, assim como algumas espécies de fungo. Pelo menos esse "Lucifer" pode ser útil a humanidade...

3) Ifrita kowaldi – “Ifrit” É o nome de uma espécie de pássaro insetívoro nativo da ilha de Nova Guiné. O pássaro foi batizado com o nome “Ifrit” sendo que os Ifrit são seres infernais da mitologia árabe e islâmica, seres de fogo com grande força e poder. O pássaro recebeu esse nome devido ao fato de ser uma das poucas espécies de aves venenosas. O veneno se encontra no corpo do pássaro que o adquire após sua alimentação baseada em outros animais venenosos.

4) Sarcophilus harrisii - Demônio-da-Tasmânia Apesar de ser popularmente conhecido como “demônio-da-Tasmânia” o nome cientifico do marsupial é Sarcophilus harrisii. Harrisii é devido ao primeiro cientista a descrevê-lo, George Harris. Já Sarcophilus significa literalmente “amante de carne”. Deve ser por isso que o mais famoso demônio-da-Tasmânia, o Taz, é agitado daquela forma.

5) Tisiphone ou Agkistrodon - Agkistrodon contortrix As cobras Tisiphone tiveram o seu nome científico substituído por Agkistrodon que significa em grego "anzol de pesca". Tisífone era uma das três Fúrias ou Eríneas, deusas responsáveis pela punição aos piores crimes praticados pelos humanos, como o matricídio, o parrícidio, etc. A espécie de cobra Agkistrodon contortrix tem esse nome devido a garras em forma de anzol existentes em sua cabeça. Contortrix significa contorcedora, talvez devido ao fato de ficar enrolada ou ao método de aniquilação da sua presa.

6) Leviathan melvillei – “Leviatã” A espécie Leviathan melvillei foi identificada na região do atual Peru. Corresponde a uma espécie extinta de baleia, pertencente a ordem dos Cetáceos. O nome baleia já deriva de um monstro mitológico, Cetus, que inclusive está no céu como uma constelação. O lendário Cetus foi morto por Perseu para salvar Andrômeda da ira de Poseidon. Leviatã é o nome de um lendário monstro marinho narrado na bíblia. O nome da espécie fóssil que correponde ao maior cetáceo que já existiu, deriva tanto do monstro mitológico Leviatã e da literatura. Melvillei é uma homenagem ao escritor ianque da obra Moby Dick, Herman Melville. A obra conta a história da caça à baleia Moby Dick, e é mundialmente conhecida.

7) Hypnos monopterygius, A espécie Hypnos monopterygius é nativa da Austrália. Pertencem a ordem dos Peixes Rajiformes sendo parentes da raia e da jamanta. O gênero recebeu o nome do deus grego do sono Hypnos talvez devido ao seu comportamento, pois fica estática no fundo do mar. Monoperygius origina-se do fato do animal possuir apenas um pterígio (talvez o corpo é formado por uma única forma triangular).

8) Orcus - gênero de cocinelídeos ou joaninhas Orcus australasiae O nome Orcus deriva da mitologia etrusca e romana. Orcus era o nome de uma divindade infernal que mais tarde foi associada a

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outros deuses como Mantus, Plutão, Dis Pater e Hades. As joaninhas ou cocinelídeos apesar de serem inofensivas, quando são larvas possuem uma forma assustadora. Talvez seja por isso que recebeu o nome infernal para o gênero. 9) Mormo - gênero de mariposas Mormo maura

“Terrível escura” ou Mormo maura é o nome da espécie de mariposa que recebeu esse nome graças a uma entidade grega conhecida como Mormo. Mormo é identificado como o consorte da deusa da magia Hécate. Muitas espécies de lepidópteros receberam nomes derivados de seres da mitologia como Dagon, gênero de borboletas que foi associado a um monstro mitológico de mesmo nome.

10) Erebus - gênero de mariposas Erebus macrops Erébo era o nome que os gregos davam ao submundo. Erébo é sinônimo de hades ou inferno. O nome Erebus macrops possivelmente significa

“Grande Visão do Inferno” ou “Olhos do Erebo” devido as formas da mariposa que formam dois olhos em suas asas. 11) Aquerontia laquesis

Aquerontia laquesis é outra espécie de mariposa que possui seu nome derivado de personalidades do submundo da mitologia grega. Aquerontia deriva de Aqueronte, um dos cinco rios do inferno. Laquesis é uma das três Moiras, divindades que eram responsáveis por tecer os fios da vida de todos os homens e mulheres vivos. A espécie apresenta o formato de uma caveira nas suas costas!

12) Lachesis – gênero de cobras Laquésis também é o nome do gênero de cobras.

13) Megaera ou Trimeresurus – gênero de cobras. Megaera é o nome de um gênero de cobras. Porém atualmente os biólogos substituíram o nome Megaera por Trimeresurus. Megera é uma das Fúrias assim como Alecto e Tisífone. 14) Tartarus – gênero de aranhas

Tartarus murdochensis As aranhas do gênero Tartarus receberam essa denominação devido a um dos domínios mais remotos do Erébo ou inferno grego: o Tártaro. O Tártaro é a prisão dos Titãs e dos condenados pelos deuses por crimes hediondos. 15) Alouatta belzebul – guariba-de-mãos-ruivas Essa espécie de guariba nativo do Estado do Maranhão, no Brasil, recebeu o cognome de “Belzebul” devido ao seu grito assustador

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emitido nas florestas tropicais da América do Sul. Apesar da aparência frágil, o grito é capaz de assustar realmente!

16) Molossus – gênero de morcegos Mormoops blainvilii O nome Molossus deriva do antigo Estado do Épiro na Molóssia, atual Grécia. Os molossos eram famosos e temidos na antiguidade por seus hábitos “sinistros”. A famosa mãe de Alexandre o Grande, Olímpia, era do Reino da Molóssia, e era destacada feiticeira. Porém a espécie de morcego mais

aterrorizante é o Mormoops, que significa “Visão Assustadora”. 17) Empusa pennata Empusa pennata é o nome de uma espécie de louva-a-deus nativo da Espanha e França. O seu aspecto fantasmagórico valeu o seu nome cientifico de Empusa, que na mitologia grega, eram fantasmas que acompanham o séquito da deusa Hécate, assim como Mormo, Lamia e os mormolyceas (lobos alados).

18) Idolomantis diabolica O nome mais original de um animal, sem dúvida é o Idolomantis diabolica. Seu nome significa “Louva-a-deus e ídolos diabólicos”. A natureza criou uma espécie totalmente assustadora e ao mesmo tempo maravilhosa. Mas foram os homens que batizaram a espécie com esse nome esquisito.

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Pégaso e a Quimera Quando Perseu cortou a cabeça de Medusa, o sangue, caindo sobre a terra, transformou-se no cavalo alado Pégaso. Minerva pegou-o e amansou-o, dando-o de presente às musas. A fonte de Hipocreue, situada na montanha onde viviam as musas, Hélicon, foi aberta por um coice daquele cavalo. A Quimera era um monstro horripilante, que expelia fogo pela boca e pelas narinas. A parte anterior de seu corpo era uma combinação de leão e cabra e a parte posterior, a de um dragão. Causava grandes estragos na Lícia, de sorte que o rei do país, lobates, procurava um herói para destruí-la. Naquela ocasião, chegou à sua corte um jovem e bravo guerreiro, chamado Belerofonte, que trazia carta de

Proteu, genro de lobates, recomendando-o em termos calorosos como um herói invencível, mas acrescentando, no fim, um pedido ao sogro para mandar matá-lo. O motivo disso é que Proteu tinha ciúme de Belerofonte, por desconfiar de que sua esposa, Antéia, nutria demasiada admiração pelo jovem guerreiro. Ao ler as cartas, Iobates ficou hesitante, não querendo violar as regras da hospitalidade, mas desejoso de satisfazer a vontade do genro. Teve, então, a idéia de mandar Belerofonte lutar contra a Quimera. Belerofonte aceitou a proposta, mas antes de entrar em combate, consultou o vidente Polido, que o aconselhou a recorrer, se possível, para a luta, ao cavalo Pégaso. Para esse fim, o jovem deveria passar a noite no templo de Minerva. Assim fez Belerofonte e, enquanto dormia, Minerva procurou-o e entregou-lhe uma rédea de ouro, que se

encontrava na mão do jovem quando ele despertou. Minerva mostrou-lhe, também, Pégaso bebendo água no poço de Pirene, e, mal avistou a rédea dourada, o cavalo aproximou-se docilmente e se deixou cavalgar. Nele montado, Belerofonte elevou-se nos ares, não tardou a encontrar a Quimera e obteve uma fácil vitória sobre o monstro. Depois de vencer a Quimera, Belerofonte foi exposto a novos perigos e trabalhos por seu pouco amável hospedeiro, mas, com a ajuda de Pégaso, triunfou em todas as provas, até que Iobates, vendo que o herói era particularmente favorecido pelos deuses, deu-lhe sua filha em casamento e tornou-o seu sucessor no trono. Afinal Belerofonte, por seu orgulho e presunção, incorreu na ira dos deuses; chegou, segundo se conta, a tentar voar até o céu em seu corcel alado, mas Júpiter mandou um moscardo atormentar Pégaso. O cavalo atirou ao chão o cavaleiro, que, em conseqüência, se tornou coxo e cego. Depois disso, Belerofonte vagou sozinho pelos campos aleanos, evitando o contato dos homens, e morreu miseravelmente.

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A Esfinge Laio, rei de Tebas, foi advertido por um oráculo de que haveria perigo para sua vida e seu trono se crescesse seu filho recém-nascido. Ele, então, entregou a criança a um pastor, com ordem que fosse morta. O pastor levado pela piedade, ao mesmo tempo, não se atrevendo a desobedecer à ordem recebida, amarrou a criança pelos pés e deixou-a pendendo de uma árvore. O menino foi encontrado por um camponês, que o levou aos seus patrões. O casal adotou a criança, que recebeu o nome de Édipo, ou Pés-Distendidos. Anos depois, quando Laio se dirigia para Delfos, acompanhado apenas de um servo, encontrou-se, numa estrada muito estreita, com um jovem que também dirigia um carro. Como este se recusasse a obedecer à ordem de afastar-se do caminho, o servo matou um de seus cavalos, e o estranho, furioso, matou Laio e seu servo. O jovem era Édipo que, desse modo, se tornou o assassino involuntário do próprio pai.

Pouco depois desse fato, a cidade de Tebas viu-se afligida por um monstro, que assolava as estradas e era chamado de Esfinge. Tinha a parte inferior do corpo de leão e a parte superior de uma mulher e, agachada no alto de um rochedo, detinha todos os viajantes que passavam pelo caminho, propondo-lhes um enigma, com a condição de que passariam sãos e salvos aqueles que o decifrassem, mas seriam mortos os que não conseguissem encontrar a solução. Ninguém conseguira decifrar o enigma, e todos haviam sido mortos. Édipo, sem se deixar intimidar pelas assustadoras narrativas, aceitou, ousadamente, o desafio. — Qual é o animal que de manhã anda com quatro pés, à tarde com dois e à noite com três? — perguntou a Esfinge. — É o homem, que engatinha na infância, anda ereto na juventude e com ajuda de um bastão na velhice — respondeu Édipo. A Esfinge ficou tão humilhada ao ver resolvido o enigma, que se atirou do alto do rochedo e morreu. A gratidão do povo pela sua libertação foi tão grande que fez de Édipo seu rei, dando-lhe a rainha Jocasta em casamento. Não conhecendo seus progenitores, Édipo já se tornara assassino do próprio pai; casando-se com a rainha, tornou-se marido da própria mãe. Esses horrores ficaram desconhecidos, até que Tebas foi assolada pela peste e, sendo consultado o oráculo, revelou-se o duplo crime de Édipo. Jocasta pôs fim à própria vida e Édipo, tendo enlouquecido, furou os olhos e fugiu de Tebas, temido e abandonado por todos, exceto pelas filhas, que fielmente o seguiram, até que, depois de dolorosa peregrinação, ele se libertou de sua desgraçada vida. (Thomas Bulfinch, O Livro de Ouro da Mitologia Grega)

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Atividades 1) As duas peças de cerâmica abaixo foram produzidas na Grécia Antiga e retratam mitos das cidades-Estado e estórias de herois. Analise as duas peças de cerâmica identificando o nome dos herois e dos monstros retratados:

2) Faça o reconto da história de um dos heróis citados na questão anterior e dê um título ao seu texto considerando a cena retratada na pintura abaixo:

Sucedeu que Tutmósis, chegou, ao meio-dia, e repousou à sombra desse deus. Um sonho acometeu-o e esse deus disse: “Contempla-me! Meu filho. Eu sou teu pai, e te darei meu reino na terra da fonte da vida. Usarás a coroa no trono. Tua será toda a terra. Teu será o alimento das Duas Terras, o tributo de todos os países, a duração de um longo período de anos. Tua é minha face, para ti se volta o meu desejo. Serás para mim um protetor, sinto-me adoecer em todos os meus membros. Alcançou-me a areia deste deserto sobre o qual estou; volta-te para mim, para fazer aquilo que desejei, vem para cá, eis que estou contigo, eis que sou o teu guia” Quando ele terminou este discurso, esse filho de rei acordou compreendeu as palavras desse deus e disse disse: “Vem, corramos à cidade entoaremos louvores à estátua feita para Atum”. O trecho acima descreve a Estela do Sonho erigida a mando do Faraó Tutmósis, após ter tido um sonho no qual a Esfinge lhe dizia que daria o trono do Egito caso ele a desenterrasse das areias do deserto. A Esfinge é a maior rocha talhada do mundo e desde os primórdios viajantes tem encontrado semelhanças entre ela e o monstro formulador de enigmas da mitologia grega. O nome do personagem que resolveu o enigma da Esfinge na mitologia grega é:

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Teseu e o Minotauro Teseu era filho de Egeu, rei de Atenas, e de Etra, filha do rei de Trézen, por quem foi criado. Depois de homem, foi mandado a Atenas e entregue a seu pai. Egeu, separando-se de Etra, antes do nascimento do filho, colocou a espada e as sandálias sob uma grande pedra e determinou à esposa que lhe mandasse o filho quando este fosse bastante forte para levantar a pedra. Chegada a ocasião, a mãe de Teseu executou a incumbência e o jovem removeu a pedra com facilidade e se apoderou da espada e das sandálias. Como as estradas estavam infestadas de bandidos, o avô de Teseu aconselhou-o a seguir o caminho mais seguro e mais curto para o país de seu pai: por mar. O jovem, contudo, sentindo em si o espírito e a alma de um herói, e desejoso de se destacar como Hércules, cuja fama corria, então, por toda a Grécia, pelo fato de destruir os malfeitores e os monstros que flagelavam o país, resolveu fazer a viagem mais perigosa e aventurosa por terra. No primeiro dia de viagem, chegou a Epidauro, onde vivia um filho de Vulcano, Perifetes, selvagem feroz, sempre armado com uma clava de ferro, que atemorizava os viajantes, com seus atos de violência. Ao ver aproximar-se Teseu, ele o atacou, mas foi logo vencido pelo jovem herói que se apoderou de sua clava e trouxe-a sempre consigo, depois disso, como lembrança de sua primeira vitória. Seguiram-se várias lutas semelhantes contra tiranetes e bandidos e em todas Teseu saiu vitorioso. Um dos malfeitores chamava-se Procusto e tinha um leito de ferro, no qual costumava amarrar todos os viajantes que lhe caíam nas mãos. Se eram menores que o leito, ele lhes espichava as pernas e, se fossem maiores, cortava a parte que sobrava. Teseu castigou-o, fazendo com ele o que ele fazia com os outros. Tendo vencido todos os perigos da viagem, Teseu finalmente chegou a Atenas, onde novas ameaças o aguardavam. Medéia, a feiticeira, que fugira de Corinto, depois de separar-se de Jasão, tornara-se esposa de Egeu, pai de Teseu. Sabendo, graças às suas artes, quem ele era, e receando perder a influência sobre o marido, se Teseu fosse reconhecido como seu filho, induziu mil suspeitas no espírito de Egeu e aconselhou-o a fazer o jovem estrangeiro beber uma taça de veneno. No entanto, quando Teseu avançava para receber a taça, seu pai, reconhecendo a espada que ele trazia, viu quem ele era e não deixou que tomasse o veneno. Medéia, desmascarada, fugiu mais uma vez ao merecido castigo indo para a Ásia, onde deu nome ao país posteriormente chamado Média. Teseu foi reconhecido pelo pai e declarado seu sucessor. Os atenienses encontravam-se, naquela época, em estado de grande aflição, devido ao tributo que eram obrigados a pagar a Minos, rei de Tebas. Esse tributo consistia em sete jovens e sete donzelas, que eram entregues todos os anos, a fim de serem devorados pelo Minotauro, monstro com corpo de homem e cabeça de touro, forte e feroz, que era mantido num labirinto construído por Dédalo, e tão habilmente projetado que quem se visse ali encerrado não conseguiria sair, sem ajuda. Teseu resolveu livrar seus patrícios dessa calamidade, ou morrer na tentativa. Assim, quando chegou a ocasião de enviar o tributo e os jovens foram sorteados, de acordo com o costume, ele se ofereceu para ser uma das vítimas, a despeito dos rogos de seu pai. O navio partiu, como era de hábito, com velas negras, que Teseu prometeu ao pai mudar para brancas no caso de regressar vitorioso. Chegando a Creta, os jovens e donzelas foram todos exibidos diante de Minos, e Ariadne, filha do rei, que estava presente,

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apaixonou-se por Teseu, e este amor foi correspondido. A jovem deu-lhe, então, uma espada, para enfrentar o Minotauro, e um novelo de linha, graças ao qual poderia encontrar o caminho. Teseu foi bem-sucedido, matando o Minotauro e saindo do labirinto. Levando, então, Ariadne, regressou a Atenas, juntamente com os companheiros salvos do monstro. Durante a viagem, pararam na Ilha de Naxos, onde Teseu abandonou Ariadne, deixando-a adormecida.1 A desculpa que deu para tratar com tanta ingratidão sua benfeitora foi que Minerva lhe apareceu num sonho ordenando-lhe que assim o fizesse. Ao aproximar-se do litoral da Atica, Teseu esqueceu-se da combinação que fizera com o pai e não mandou alçar as velas brancas. O velho rei, julgando que o filho tivesse morrido, suicidou-se. Teseu tornou-se, então, rei de Atenas. A Amazomáquia e a Centauromáquia Uma das mais célebres aventuras de Teseu foi a expedição contra as amazonas. Atacou-as antes que elas se tivessem refeito da derrota infligida por Hércules, e aprisionou sua rainha, Antíope. As amazonas, por sua vez, invadiram o reino de Atenas, penetrando na própria cidade, onde se travou a batalha final, em que Teseu as derrotou. Essa batalha foi um dos assuntos favoritos dos escultores da antigüidade e ainda existem várias obras-de-arte que a representam. A amizade entre Teseu e Pírito, embora íntima, originou-se em combate. Pírito invadiu a planície de Maratona e roubou os rebanhos do rei de Atenas. Teseu foi repelir os invasores. No momento em que o viu, Pírito foi tomado de admiração; estendeu a mão, como sinal de paz e gritou: — Sê juiz tu mesmo. Que satisfação exiges? — Tua amizade — respondeu o ateniense. E os dois juraram inviolável fidelidade. Suas façanhas correspondiam a seus votos e eles se mantiveram sempre verdadeiros irmãos de armas. Ambos aspiravam desposar uma filha de Júpiter. Teseu escolheu Helena, ainda criança e mais tarde tão célebre por causa da Guerra de Tróia, e, com ajuda do amigo, raptou-a. Pírito aspirava conquistar a esposa do monarca de Erebo, e Teseu, embora consciente do perigo, acompanhou o ambicioso amante, na descida ao mundo subterrâneo. Plutão, porém, aprisionou-os e prendeu-os numa rocha encantada na porta de seu palácio, onde ficaram até que Hércules chegou e libertou Teseu, deixando Pírito entregue ao seu destino. Depois da morte de Antíope, Teseu desposou Fedra, filha de Minos, rei de Tebas. Fedra viu em Hipólito, filho de Teseu, um jovem dotado de todas as qualidades e virtudes do pai, e de idade correspondendo à sua própria. Amou-o, mas ele a repeliu e o amor transformou-se em ódio. Fedra lançou mão do apaixonado marido, para torná-lo ciumento do filho e Teseu invocou contra ele a vingança de Netuno. Quando Hipólito, certo dia, dirigia seu carro junto à praia, um monstro marinho surgiu das águas e espantou os cavalos, que dispararam, despedaçando o carro. Hipólito morreu, mas, com a ajuda de Esculápio, Diana ressuscitou-o e afastou-o do iludido pai e da traiçoeira madrasta, deixando-o na Itália, sob a proteção da ninfa Egéria. Finalmente, Teseu, privado da simpatia de seu povo, retirou-se para a corte de Licômedes, rei dos Ciros, que, a princípio, o tratou com bondade, porém, mais tarde, matou-o traiçoeiramente. Em época posterior, o general ateniense Címon descobriu o lugar onde jaziam seus restos, que foram traslados para Atenas e depositados num templo

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chamado Teseum, erguido em honra do herói. A rainha das Amazonas que Teseu desposou é chamada por alguns de Hipólita. Este é o nome que aparece no Sonho de Uma Noite de Verão de Shakespeare, cujo enredo são as festividades que precederam as núpcias de Teseu e Hipólita. Teseu é um personagem semi-histórico, que unificou as diversas tribos que habitavam o território da Ática, do qual Atenas se tornou a capital. Comemorando esse importante acontecimento, foi instituída a festividade chamada Panatenéias, em honra de Minerva, padroeira de Atenas. Essa festividade diferenciava-se das outras festividades gregas, principalmente em duas coisas: era peculiar aos atenienses e sua característica principal consistia numa procissão solene, em que o Péplus, ou túnica sagrada de Minerva, era levado para o Partenon e colocado diante da estátua da deusa. O Péplus era coberto de bordados, executados por virgens escolhidas entre as mais nobres famílias de Atenas. Da procissão participavam pessoas de todas as idades e de ambos os sexos. Os velhos traziam nas mãos ramos de oliveira e os moços, armas, ao passo que as moças levavam na cabeça cestos com os utensílios sagrados, bolos e tudo mais necessário aos sacrifícios. Essa procissão constituiu o motivo dos baixos-relevos que ornamentavam a parte externa do Partenon, e grande parte dos quais encontra-se, atualmente, no Museu Britânico, sendo conhecida como "mármores de Elgin".

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Perseu e Medusa Perseu era filho de Júpiter e de Dânae. Seu avô, Acrísio, assustado com a predição de um oráculo, no sentido de que o filho de sua filha seria o instrumento de sua morte, determinou que a mãe e o filho fossem encerrados

numa arca, e esta colocada no mar. A arca flutuou até Serifo, onde foi encontrada por um pescador, que levou a mãe e o filho a Polidectes, o rei do país, que os tratou com bondade. Quando Perseu tornou-se homem, Polidectes mandou-o combater Medusa, monstro terrível que devastava o país. Medusa fora outrora uma linda donzela, que se orgulhava principalmente de seus cabelos, mas se atreveu a competir em beleza com Minerva, e a deusa privou-a de seus encantos e transformou as lindas madeixas em hórridas serpentes. Medusa tornou-se um monstro cruel, de aspecto tão horrível, que nenhum ser vivo podia fitá-la sem se transformar em pedra. Em torno da cavem; onde ela vivia, viam-se as figuras petrificadas de homens e de animais que

tinham ousado contemplá-la. Perseu, com Apolo de Minerva, que lhe enviou seu escudo, e de Mercúrio, que lhe mandou suas sandálias aladas, aproximou-se de Medusa enquanto ela dormia e, tomando o cuidado de não olhar diretamente para o monstro, e sim guiado pela imagem refletida no brilhante escudo que trazia, cortou-lhe a cabeça e ofereceu a Minerva, que passou a trazê-la presa no meio da Égide. Perseu e Atlas Depois de matar Medusa, Perseu, carregando a cabeça da górgona, voou sobre a terra e sobre o mar. Ao anoitecer, atingiu o limite ocidental da Terra, onde o sol se põe. Sentir-se-ia feliz de ali descansar até o amanhecer. Era o reino de Atlas, cuja estatura ultrapassava a de todos os outros homens. Possuía ele grande riqueza em rebanhos e não tinha vizinho ou rival que lhe disputasse os bens. Seu maior orgulho, porém, eram os seus jardins, onde frutos de ouro pendiam de galhos também de ouro, ocultos por folhas de ouro. — Vim como hóspede — disse-lhe Perseu. — Se honrais uma origem ilustre, sabe que tenho Júpiter por pai. Se preferes feitos valorosos, sabe que venci a górgona. Procuro repouso e alimento. Atlas, porém, lembrou-se de que uma velha profecia o advertira de que um filho de Jove lhe roubaria, um dia, as maçãs de ouro. — Sai! — retrucou, portanto. — Não serás protegido por tuas falsas pretensões de origem ilustre ou feitos gloriosos. Ao mesmo tempo, tratou de expulsá-lo. Perseu, percebendo que o gigante era muito forte para ele, retrucou: — Uma vez que prezas tão pouco minha amizade, digna-te de receber um presente. E, virando o rosto para o lado, levantou a cabeça da górgona. O corpo enorme de Atlas transformou-se em pedra. Sua barba e seus cabelos tornaram-se florestas, os braços e ombros, rochedos, a cabeça, um cume e os ossos, as rochas. Cada parte aumentou de volume até se tornar

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uma montanha e (assim quiseram os deuses) o céu, com todas as suas estrelas, se apóia em seus ombros. O Monstro Marinho Continuando seu vôo, Perseu chegou ao país dos etíopes, cujo rei era Cefeu. A rainha Cassiopeia, orgulhosa de sua beleza, atrevera-se a comparar-se com as ninfas marinhas, que, indignadas, mandaram um prodigioso monstro marinho devastar o litoral. A fim de apaziguar as divindades, Cefeu foi aconselhado, por um oráculo, a expor sua filha Andrômeda, para ser devorada pelo monstro. Olhando do alto, em seu vôo, Perseu avistou a virgem acorrentada a um rochedo e esperando que o dragão se aproximasse. Estava tão pálida e imóvel, que, se não fossem as lágrimas que escorriam e os cabelos que a brisa agitava, Perseu a teria tomado por uma estátua de mármore. Tão surpreso ficou ele diante do que via, que quase se esqueceu de bater as asas. Adejando sobre Andrômeda, exclamou: — O virgem, que não mereces estas cadeias, mas antes aquelas que prendem os amantes, dize-me, peço-te, teu nome e o nome de teu país, e por que estás presa desse modo. Ela, a princípio, manteve-se em silêncio, levada pelo recato, e teria escondido o rosto nas mãos, se o pudesse. Quando, porém, ele repetiu as perguntas, receosa de que lhe fosse atribuída a culpa de algum ato que não cometera, a virgem revelou seu nome e o de seu país, e o orgulho de sua mãe com a própria beleza. Antes que acabasse de falar, ouviu-se um ruído vindo da água e apareceu o monstro marinho, com a cabeça erguida sobre a superfície, cortando as ondas com o enorme peito. A virgem estremeceu, e seus pais, que haviam chegado ao local, mostravam-se desesperados, principalmente a mãe, que, incapaz, contudo, de proteger a filha, limitava-se a lamentar e abraçar a vítima. — Não há tempo para lágrimas — exclamou Perseu, então. — Só temos este momento para salvá-la. Minha posição como filho de Júpiter e meu renome como matador da górgona torna-me aceitável como pretendente. Tentarei, contudo, merecê-la pelos serviços prestados, se os deuses me forem propícios. Se ela for salva pelo meu valor, peço que seja a minha recompensa. Os pais consentiram (quem teria hesitado?) e prometeram, com a filha, um dote real. O monstro já se encontrava a uma distância em que seria alcançado por uma pedrada de um hábil atirador, quando o jovem, num impulso súbito, ergueu-se no ar. Como uma águia, quando das alturas em que voa, avista uma serpente aquecendo-se ao sol, lança-se sobre ela e prende-a pelo pescoço, impedindo-a de virar a cabeça e utilizar-se de seus dentes, assim o jovem investiu contra o dorso do monstro, mergulhando a espada em seus ombros. Furioso com o ferimento, o monstro ergueu-se no ar, depois mergulhou no mar e, em seguida, como o javali cercado por uma matilha de cães, voltou-se rapidamente de um lado para o outro enquanto o jovem livrava-se de seus ataques por meio das asas. Sempre que conseguia encontrar, entre as escamas, uma passagem para a espada, Perseu produzia um ferimento no monstro, atingindo ora o flanco, ora as proximidades da cauda. A fera lançava, pelas narinas, água misturada com sangue. As asas do herói estavam molhadas e ele já não se atrevia a confiar nelas. Colocando-se num rochedo que se erguia acima das ondas, e erguendo um fragmento da rocha, desfechou com ele o golpe mortal. O povo, que se reunira na praia, ergueu um grito que ecoou pelos montes. Os pais, arrebatados de alegria, abraçaram o futuro

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genro, proclamando-o libertador e salvador de sua casa, e a virgem, causa e recompensa da luta, desceu do rochedo. Cassiopeia é chamada a "estelar rainha da Etiópia", porque, depois de morta, foi colocada entre as estrelas, formando a constelação daquele nome. Embora tivesse alcançado essa honra, as ninfas do mar, suas velhas inimigas, conseguiram que ela fosse colocada na parte do céu próxima ao pólo, onde, todas as noites, tem de passar metade do tempo com a cabeça para baixo, recebendo uma lição de humildade. A Festa Nupcial Acompanhando Perseu e Andrômeda, os alegres pais voltaram ao palácio onde se realizou um banquete, e tudo era risos e alegria. De súbito, porém, ouviram-se gritos belicosos, e Frineu, o noivo da donzela, surgiu com um grupo de seus sequazes, exigindo a jovem, como sua. Em vão Cefeu retrucou-lhe: — Deverias tê-la reclamado quando ela se encontrava acorrentada ao rochedo, vítima do monstro. A sentença dos deuses, voltando-a a tal destino, dissolveu todos os compromissos, como a morte o teria feito. Frineu, em vez de responder, lançou seu dardo contra Perseu, não o atingindo, porém, e ficando desarmado. Perseu teria replicado, lançando o próprio dardo, mas o covarde atacante fugiu e escondeu-se atrás do altar. Isso foi sinal para o ataque geral de seu bando contra os convivas de Cefeu. Estes defenderam-se seguindo-se um conflito geral, e o velho rei retirou-se da cena depois de infrutíferos apelos, invocando o testemunho dos deuses de que não tinha culpa do ultraje aos deveres de hospitalidade. Perseu e seu amigos sustentaram, por algum tempo, a luta desigual, mas o número de atacantes era excessivo para eles e sua destruição parecia inevitável, quando Perseu teve uma idéia. "Farei minha inimiga defender-me." Depois exclamou, em voz alta: — Se tenho aqui algum amigo, que ele afaste os olhos! E levantou a cabeça de Medusa — Não tentes amedrontar-nos com tuas imposturas! — exclamou Tesceleu. Ergueu o dardo, para lançá-lo, e transformou-se em pedra nessa posição. Ampix ia cravar a espada no corpo de um inimigo prostrado, mas seu braço inteiriçou-se, e ele não pôde estendê-lo, nem dobrá-lo. Outro, no meio de um ruidoso desafio ficou com a boca aberta, sem emitir qualquer som. Aconteus, um dos amigos de Perseu, avistou a górgona e imobilizou-se como os outros. Astíages atingiu-o com a espada, mas esta, em vez de feri-lo, retrocedeu, com um ruído áspero. Frineu, contemplando o terrível resultado de sua injusta agressão, ficou transtornado. Chamou os amigos, em voz alta, mas não obteve resposta; tocou-os e viu que eram pedra. Caindo de joelhos e estendendo os braços para Perseu, mas com o rosto voltado para outro lado, implorou misericórdia. — Toma tudo, mas poupa-me a vida — exclamou. — Desprezível covarde — retrucou Perseu —, conceder-te-ei isso. Nenhuma arma te tocará. Além disso, serás conservado em minha casa, como lembrança destes acontecimentos. Assim dizendo, levantou a cabeça da górgona na direção em que Frineu olhava e este transformou-se num bloco de pedra, na mesma posição em que se encontrava, de joelhos, com os braços estendidos e o rosto virado.

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Jasão e os Argonautas

Viviam na Tessália os reis Atamas e Nefele, que tinham um casal de filhos. Atamas se enfadou da esposa, expulsou-a e casou-se com outra mulher. Nefele, receosa de que os filhos corressem perigo pediu ajuda a Hermes que deu-lhe um carneiro com um velocino de ouro, no qual Nefele colocou as duas crianças que as levaria a um lugar seguro. O carneiro elevou-se no ar rumando ao nascente, até que, ao passar sobre o estreito que separa a Europa da Ásia, a menina, chamada Heles, caiu no mar, que passou a ser chamado Helesponto. O carneiro continuou a viagem, até chegar ao reino da Cólquida, na costa do Mar Negro, onde depositou o menino Frixo. Frixo sacrificou o carneiro a Zeus e ofereceu a Etes o Velocino de Ouro, que foi posto numa gruta sagrada, sob a guarda de um dragão que não dormia. Havia na Tessália outro reino, perto do de Atamas, e governado pelo seu irmão Pélias. Cansado com o trabalho de governo, o Rei Esão passou a coroa a seu irmão, até a maioridade do seu filho Jasão. Jasão foi reclamar a coroa, Pélias fingiu-se disposto a entregá-la, mas, sugeriu ao jovem a aventura de ir em busca do Velocino de Ouro, que se sabia estar na Cólquida. Jasão acolheu a idéia e tratou de fazer os preparativos para a expedição. Jasão incumbiu Argos de construir uma embarcação capaz de transportar cinqüenta homens. O barco tomou o nome de "Argo", em homenagem ao seu construtor. Jasão convidou a participarem da empresa todos os jovens gregos amantes de aventuras como Hércules, Teseu, Orfeu e Nestor. Os expedicionários foram chamados argonautas. O "Argo", com sua tripulação, deixou a Tessália e, depois de tocar na Ilha de Lemos, fez a travessia para a Mísia e dali passou à Trácia, onde os argonautas encontraram o sábio Frineu e dele receberam instruções sobre o futuro curso. A entrada do Ponto Euxino estava impedida por duas pequenas ilhas rochosas, que flutuavam na superfície do mar e, sacudidas pelas vagas, ajuntavam-se, às vezes, esmagando completamente qualquer objeto que estivesse entre elas. Eram chamadas as Simplegades. Frineu instruiu os argonautas sobre o modo de atravessar aquele estreito perigoso. Quando os expedicionários chegaram às ilhas, soltaram uma pomba, que passou entre os rochedos sã e salva, perdendo só algumas penas da cauda. Jasão e seus companheiros aproveitaram-se do momento favorável em que as ilhas se afastavam uma da outra, remaram com vigor e passaram a salvo, enquanto as ilhas se colidiam de novo, atingindo a popa do barco. Remaram, então, ao longo do litoral, até chegarem à extremidade oriental do mar, onde desembarcaram no reino da Cólquida. Jasão transmitiu sua mensagem ao rei Etes, que concordou em desistir do Velocino de Ouro, se Jasão, por sua vez, concordasse em arar a terra com dois touros de patas de bronze que soltavam fogo pela boca e pelas narinas, e semeasse os dentes do dragão que Cadmo matara e dos quais sairia, segundo se sabia, uma safra de guerreiros, que voltariam suas armas contra o semeador. Jasão aceitou as condições e foi marcada a ocasião das provas. Antes, porém, Medéia a filha do rei, decidiu ajudá-lo, em troca de se casar com ela, invocando, por juramento, o testemunho de Hécate. Medéia cedeu e, graças à sua ajuda, pois ela era uma poderosa feiticeira, Jasão conseguiu um encantamento, para se livrar da respiração de fogo dos touros e das armas dos guerreiros. Na ocasião marcada, o povo reuniu-se no Campo de Marte e o rei sentou-se no trono Os touros de patas de bronze surgiram, respirando fogo e queimando as ervas, enquanto passavam, com as chamas que lhe saíam das narinas. O ruído que faziam era semelhante ao de uma fornalha e a fumaça que desprendiam à provocada pela água lançada sobre a cal viva. Jasão avançou, ousadamente, para enfrentá-los. Seus amigos tremeram ao contemplá-lo. Não obstante a respiração de fogo dos touros, ele lhes acalmou com a voz, afagou-os no pescoço e destramente colocou-lhes o jugo e obrigou-os a arar a terra. Os habitantes da Cólquida ficaram assombrados; os gregos lançaram gritos de alegria. Logo surgiu a sementeira de homens armados e mal tinham atingido a superfície da terra, esses homens, brandindo suas armas, investiram contra Jasão. Os

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gregos tremeram de medo por seu herói. Jasão, durante algum tempo, manteve os atacantes a distância, com a espada e o escudo, mas, vendo que seu número era esmagador, recorreu ao encantamento que Medéia lhe ensinara: pegou uma pedra e atirou-a no meio dos inimigos. Estes, imediatamente, voltaram as armas uns contra os outros e, dentro em pouco, não havia vivo um só da estirpe do dragão. Os gregos abraçaram seu herói, e Medéia também o teria abraçado, se se atrevesse. Restava fazer adormecer o dragão que guardava o velocino e isso foi conseguido lançando-se sobre ele algumas gotas de um preparado que Medéia fornecera. Sentindo-lhe o cheiro, o dragão acalmou-se, ficou imóvel, por um momento, depois fechou os grandes olhos redondos, que, segundo se sabia, nunca fechara antes e, virando-se de lado, adormeceu. Jasão apoderou-se do velocino e, acompanhado dos amigos e de Medéia, apressou-se em dirigir-se ao barco, antes que o rei Etes impedisse a partida, e voltou à Tessália, onde todos chegaram sãos e salvos, e Jasão entregou o velocino a Pélias e consagrou "Argo" a Netuno. Não sabemos o que foi feito posteriormente do Velocino de Ouro, mas talvez se tenha verificado, à semelhança de muitos outros tesouros, que ele não valera o trabalho da conquista.

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Atividades 1) Enumere a seqüência dos acontecimentos da estória de Jasão (de 01 a 10):

___ A princesa Medeia apaixonada por Jasão ajuda o heroi a enfrentar o desafio proposto pelo rei Etes para entrar na caverna do dragão que protege o Velo de Ouro. ___ Após a semeadura os dentes de dragão originaram soldados completamente armados que atacam Jasão. Jasão luta contra os espartontes e joga a pedra enfeitiçada por Medeia para vencer os soldados. ___ Heróis de toda Grécia são convidados por Jasão para a expedição do Velocino de Ouro. Os heróis são chamados de Argonautas. ___ Jasão entra na caverna do dragão, que é adormecido graças a um feitiço preparado por Medeia. Jasão obtém o Velo de Ouro. ___ Jasão pede para Argo construir um barco com a

finalidade de chegar a Cólquida. Jasão batiza o barco de “Argo” em homenagem ao seu construtor. ___ Jasão reclama o trono de Iolcos e seu tio Pélias ordena-o que encontre o Velo de ouro. ___ No Campo de Marte Jasão semeia o campo com os dentes de dragão com touros de patas de bronze que possuíam respiração flamejante. ___ Os argonautas chegam ao Reino da Cólquida, onde são recebidos pelo rei Etes e sua filha Medeia. ___ Os Argonautas cruzam as Simplegades, um grupo de ilhas rochosas que flutuavam no mar, que sacudidas, ajuntavam-se e esmagavam tudo que estivesse entre elas. ___ Os Argonautas iniciam sua jornada ao zarparem do porto de Iolcos em direção a Cólquida. Na Ilha de Creta os Argonautas são atacados por Talos, um gigante de bronze, construído por Hefesto, o ferreiro dos deuses. 2) Considerando a lenda do Minotauro dê um título para cada uma das imagens abaixo:

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Os 12 Trabalhos de Hércules

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Sacrifício humano? Há muito existem provas que podem destruir inteiramente a imagem da antiga civilização minóica derivada dos afrescos. Cenas de flores de lírios e lótus conviviam com outras, de elegantes damas conversando e se enfeitando — em resumo, a imagem de uma sociedade culta e altamente sofisticada, apenas desfigurada pelas cenas do "jogo" perigoso e suicida do salto ao touro. Sombra muito mais escura foi lançada em 1979, pelas descobertas terríveis, feitas nos porões de uma enorme casa em Cnossos, por

Peter Warren, Professor de Arqueologia Clássica da Universidade de Bristol. Os aposentos superiores da casa ruíram sobre o porão, onde foi encontrado o seu conteúdo — principalmente objetos do cotidiano, como pesos para tecelagem, contas, ferramentas e cerâmica. Havia também um grande vaso de armazenagem contendo terra queimada, restos de caracóis e de mariscos comestíveis, além de três ossos humanos, um dos quais (uma vértebra cervical) com evidentes marcas de corte. Por que esses géneros alimentícios estariam misturados a restos humanos? O rasto das evidencias continuou num aposento adjacente, escavado por Warren, que ele passou a chamar de "Aposento dos Ossos de Crianças”. Ali encontrou 251 ossos de animais pertencentes a bois, carneiros, porcos e cães, além

de 371 ossos e fragmentos de ossos humanos. A análise demonstrou a presença de restos de pelo menos quatro indivíduos, todos crianças. No total, 79 desses ossos continham marcas de cortes ou de terem sido serrados com lâmina fina. Em outros aposentos da casa foram encontrados mais 54 ossos humanos, todos pertencentes a crianças, e oito com marcas de corte. Warren e sua equipe ficaram estarrecidos com o significado dessa prova. Em algumas culturas antigas, os corpos eram desmembrados ou descarnados antes de serem enterrados, ou mesmo escavados depois decomposição e enterrados novamente. Entretanto, no caso dos ossos das crianças, os sinais de corte ficavam longe das extremidades, onde se esperaria encontrar marcas, se as várias partes do corpo (por exemplo, braço, antebraço e mão) fossem deliberadamente separadas. Isto sugeriu a Warren e ao especialista em ossos Louis Binford que o corte não se destinara a desmembrar o esqueleto, mas sim para remover a carne. Mas a ausência de marcas longitudinais demonstrava que o propósito não era remover todos os vestígios de carne – e sim grandes nacos – e portanto o objetivo talvez não fosse descarnar. Então, parece que o que se fazia com os ossos não era parte de um ritual de sepultamento. Acontecia alguma outra prática de culto, e Warren chegou à terrível conclusão de que envolvia o sacrifício ritual de infantes, que depois eram cozinhados e ingeridos. Naturalmente, como o próprio Warren admite, não há provas absolutas de que a carne das crianças era consumida depois de removida dos ossos. Em todo caso, parece uma explicação mais provável do que as outras alternativas como, por exemplo, simples assassinato ou preparação para o sepultamento. Dennis Hughes, especialista em classicismo da Universidade de lowa, sugeriu que os ossos foram levados para o porão como parte de uma prática de um segundo sepultamento, e que já haviam sido separados e descarnados antes de serem depositados ali. Contudo, admite que não há provas de ritos de sepultamento. Embora se saiba que existia um segundo sepultamento em Creta, na Idade do Bronze, não há exemplo de remoção de carne, nem de deliberada desarticulação do corpo, antes do novo sepultamento. É preciso enfrentar o terrível fato de que, se as marcas de cortes fossem encontradas em ossos de animais, os arqueólogos assumiriam, sem pensar duas vezes, que estavam diante dos restos de uma refeição.

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A explicação de Warren, de consumação ritual, continua sendo a melhor, embora se choque muito contra a tradicional ideia preconcebida de uma sociedade minoica "pacífica". A presença de ossos de animais com marcas semelhantes, a terra queimada e os caracóis comestíveis, sugerem que as crianças eram mortas, cozinhadas e ingeridas, junto com os animais em festas associadas a algum culto religioso demoníaco. Também não é tão difícil imaginar que as vítimas desse culto canibalesco eram trazidas das terras dominadas — como Atenas, na lenda de Teseu. Se Warren estiver certo, tem-se uma nova explicação para a origem da lenda de um monstro que comia crianças em Cnossos; havia um monstro em Cnossos, sem cabeça de touro, mas suficientemente real, e ainda mais sinistro do que o lendário Minotauro. (JAMES, Peter. O Livro de Ouro dos Mistérios da Antiguidade. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. p. 368-370). 1) Resolva a palavra cruzada abaixo:

Horizontal: 4. Nome da cidade onde foi encontrado um disco que pode ser a mais antiga máquina de impressão do mundo, anterior mesmo a invenção de Gutenber. 6. Nome do edifício construído por Dédalo para aprisionar o Minotauro. 8. Nome do lendário rei de Creta. 9. Princesa fenícia, filha de Agenor, que foi abduzida por Zeus na forma de um Touro Branco. 10. Nome do principal palácio da ilha de Creta Vertical: 1. Lendário rei de Atenas, pai de Teseu, que batizou o nome do mar que envolve a Grécia. 2 Deus dos mares da mitologia grega que fez sair do mar um Touro Branco que deveria ter sido sacrificado por Minos. 3. Monstro com cabeça de touro e corpo humano que se alimentava de carne humana. 5. Nome do grupo de ilhas gregas localizadas entre a Península do Peloponeso e a ilha de Creta. 7. Princesa de Creta que ajudou Teseu a vencer o Minotauro.

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A Genealogia dos Reis de Micenas

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A História Lendária de Micenas

O artigo abaixo descreve a história lendária de Micenas, que corresponde ao período Micênico da história grega. A lenda refere-se da fundação de Micenas por Perseu, ao governo de Agamêmnon, líder dos gregos na Guerra de Tróia. O rei de Argos Acrísio possuía uma filha de grande beleza, Danae, que foi aprisionada em uma torre de bronze após Acrísio ser alertado sobre uma profecia que dizia que ele seria morto pelo seu próprio neto. Zeus, o deus do céu, se apaixonou por Danae e entrou na torre disfarçando-se de uma chuva de ouro. Danae deu a luz a Perseu. Acrísio colocou Danae e Perseu em uma arca e os jogaram no Mar Egeu. Danae foi salva por um pescador e junto com Perseu passaram a viver na ilha de Serifos. Quando adulto Perseu descobriu o seu passado e retornou a Argos. Acrísio que temia por sua vida devido a profecia, propôs inúmeras tarefas para Perseu, uma delas decapitar a górgona Medusa. Graças ao auxilio dos deuses Hermes, que lhe emprestou sua sandália alada, Atena, que lhe emprestou seu escudo, e Hades, que lhe emprestou seu capacete da invisibilidade, Perseu encontrou Medusa e graças a imagem da górgona refletida em seu escudo, pode arrancar a sua cabeça. Após seu feito Perseu voou com as sandálias aladas de Hermes por todo o firmamento, desde as terras ocidentais, moradia de Atlas, gigante que sustenta o universo, até o reino dos etíopes. Na Etiópia Perseu encontrou uma bela moça acorrentada a um rochedo. Ela revelou ser Andrômeda, princesa da Etiópia e devido a presunção de sua mãe, Cassiopéia, que comparara sua beleza a das Nereidas, foi destinada a servir de sacrifício ao monstro marinho Cetus, enviado por Poseidon para destruir o reino da Etiópia. Perseu pediu a mão da moça em casamento caso ele enfrentasse e vencesse o monstro. Os reis Cefeu e Cassiopéia aceitaram a proposta e do fundo das águas surge o monstro marinho. Graças a sua espada, Perseu lutou com o monstro e o eliminou. Vencido Cetus, Perseu obteve a mão de Andrômeda, e juntos retornaram para Argos. Perseu e Andrômeda tiveram muitos filhos, os Perseidas, que

reinaram sobre as cidades fundadas por Perseu: Tirinto e Micenas. Alceu se tornou rei de Tirinto e Estenêlo de Micenas. Alceu era pai de Anfitrião que estava em guerra contra os tebanos. Durante sua campanha militar, Anfitrião ausentou-se de Tirinto e Zeus enamorou-se pela esposa do rei, Alcmena. Graças à um disfarce, Zeus se metamorfoseou em Anfitrião e visitou os aposentos de Alcmena. Alcmena engravidou e Anfitrião foi persuadido por um emissário de Zeus, que Alcmena estava grávida de um deus. No Olimpo Zeus profetiza que o próximo príncipe perseida que nascer no Peloponeso será o rei de Micenas e de toda a Grécia. Hera ao desconfiar se tratar de mais uma das traições de seu marido, descobre que Zeus havia a traído com Alcmena. Para puni-lo Hera atrasa a gestação de Alcmena e nasce Euristeus, filho de Estenêlo, antes de Hércules, filho de Alcmena. Zeus que havia jurado pelo Estíge que o próximo perseida seria o rei de toda a Grécia, não pode fazer nada para que seu filho Hércules assumisse o trono de Micenas. Alcmena deu a

luz a dois filhos gêmeos, um mortal, Ificles, e outro semideus, Hércules (em grego Heracles, “glória de Hera” ou Alcides, “descendente de Alceu”).

Perseu

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Hera passou a perseguir Hercules desde o seu nascimento. Mandou duas serpentes matá-lo em seu quarto, mas surpreendentemente o bebe Hercules estrangulou as duas serpentes com os próprios punhos. Hera tentou amamentá-lo, mas o bebê era tão forte que ela impediu que ele a machucasse, esparramando leite por todo o firmamento, originando a galáxia (o “caminho de leite”), ou a Via - Láctea. Quando se tornou adulto Hércules num momento de loucura provocado por Hera, matou toda a sua família e sua esposa Megara. Para purgar seus crimes, Hércules foi até o oráculo de Delfos, que determinou que ele deveria se tornar escravo de seu primo Euristeus, rei de Micenas, e cumprir doze trabalhos determinados por ele. Hércules foi aos confins da Terra para realizar os doze trabalhos, e cumpriu todos. Hércules teve muitos filhos, os “Heráclidas”, porém nenhum foi mais notável que o pai. Os descendentes de Hércules organizaram um ataque ao reino de Micenas, para expulsarem o usurpador do trono legítimo do seu pai. O usurpador era Euristeus. O retorno dos Heráclidas corresponde ao episódio das invasões dórias. Durante as guerras dos heráclidas, Euristeus morreu em campo de batalha, e legou o trono de Perseu a Atreu, um primo distante por parte materna. Atreu era filho de Pélops, a amaldiçoada descendência de Tântalo, que era rei de Pisa, o antigo embrião da cidade pan-helênica de Olímpia. Os descendentes de Atreu, os Átridas, também carregavam a maldição de Tântalo, e Agamêmnon tornou-se rei de Micenas, e Menelau, rei de Esparta. Agamêmnon rei de Micenas e líder dos gregos durante a Guerra de Tróia obteve tal distinção graças ao usurpador de Micenas, Euristeus.

Atividades 1) “O mito do labirinto conta a historia de um herói, Teseu, que é enviado a Creta para enfrentar o Minotauro, retratado como um ser monstruoso. Ele mata o Minotauro, foge com a filha do rei Minos, abandona a ilha e volta para Atenas. Esse mito representa um pouco a idéia de vitoria dos micênicos sobre os minóicos: Teseu era ateniense, portanto tinha ascendência micênica, que consegue derrotar o poder do rei Minos. O Minotauro era o símbolo desse poder dos minóicos. Representa o momento em que eles perdem o domínio sobre o Mediterrâneo”. (Alvaro Allegrette, arqueólogo da École Française D´Athènes, foi o responsável pela escavação da cripta hipostila na cidade de alia, na ilha de Creta). Considerando o texto acima responda: a) Relacione os principais personagens da Lenda do Minotauro, Teseu e Minos, à realidade histórica a qual representam. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ b) Qual a importância do Mediterrâneo para os minóicos? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 2) “Quando Euristeus iniciou a expedição da qual resultou sua morte nas mãos dos Heráclidas, Atreu, irmão de sua mãe, que havia sido banido por seu pai por haver assassinado Crisipos, recebeu provisoriamente de Euristeus a cidade de Micenas e a

Hércules

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soberania, na qualidade de consangüíneos; e como Euristeus não regressou, Atreu, de conformidade com o desejo dos micênios, temerosos dos Heráclidas e considerando-o um homem poderoso, que conquistara a simpatias da maioria, recebeu em definitivo a soberania sobre os micênios e todos os que estavam sujeitos ao poder de Euristeus. Desta forma a casa de Pélops tornou-se mais importante que a de Perseu. Segundo me parece, foi o fato de Agamemnon ter herdado tudo isso, e haver-se tornado ao mesmo tempo mais forte em poder naval que os outros, que lhe permitiu reunir forças armadas tão numerosas, não tanto pelo favor da maioria, mas por temor, e realizar a expedição contra Tróia.” (Tucídides, História da Guerra do Peloponeso). O texto acima narrado pelo historiador grego Tucídides descreve a queda da Dinastia dos Perseidas e a ascensão a Dinastia dos Átridas ao trono de Micenas – cidade fundada por Perseu. A partir da leitura do texto, explique como Euristeus e Atreu tornaram-se reis de Micenas. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 3) Relacione mitologia e arqueologia identificando três elementos presentes na lenda do Minotauro e na Civilização Minóica. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 4) A partir da afirmação a seguir, responda: “Na mitologia grega, a história de Creta começa com a chegada de Europa na ilha. Para a história mundial, o continente Europa encontrou em Creta o berço de sua civilização”. a) Qual a origem do nome do continente Europa? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ b) Por que Creta é o berço da civilização européia? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________

5) “Para limpar-se após a vitória sobre Cetus, o monstro marinho, o herói Perseu lava as mãos em água recém extraída do mar. Porém a areia da praia poderia prejudicar o saco que envolvia a cabeça da Górgona. Então ele primeiro preparou um monte de folhas, em que ele primeiramente jogou as ervas daninhas do mar produzidas sob as ondas. Neles colocou a horrível face da Medusa, e em seguida, as cobriu com as ervas daninhas frescas que foram retiradas do infinito

profundo. Embebidas pelo veneno do monstro em seu miolo esponjoso: elas endureceram-se ao toque, e Perseu, sentiu no ramo a rigidez incomum da folha. As Ninfas do mar admiradas, também tentaram exercer esse prodígio em diversas outras plantas daninhas, com êxito. Tão contentes com o sucesso da brincadeira, elas levaram novas sementes dessa plantas de grande beleza, e as espalharam sobre todo o “firmamento de sal”. Assim, a partir daquele dia o coral manteve essa natureza

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maravilhosa, que ao menor contato, arde. É assim que dessa forma, uma planta abaixo das ondas, torna-se uma pedra, quando retirado do mar”. (Ovídio, Metamorfoses, Livro IV) Considerando o texto acima, explique como a imaginação, cerne de todos os mitos, é importante para o desenvolvimento da capacidade humana de explicar os fenômenos naturais? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 6) A arqueologia foi à responsável pela redescoberta de grandes civilizações gregas anteriores a época clássica, que sobreviveram apenas na memória dos gregos, em forma de genealogias, poemas, rapsódias ou mitos. Cite três dessas descobertas e explique qual a importância da história oral para o conhecimento histórico. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 7) Resolva as palavras cruzadas abaixo:

Horizontais: 1. Filho de Atreu e irmão de Menelau, se torna o líder dos gregos na Guerra de Tróia. 6. Deusa do céu entre os gregos, deusa principal dos argivos e esposa de Zeus. 8. Dinastia de reis de Micenas que obtiveram o domínio da cidade após a morte do rei Euristeus em luta contra os filhos de Hércules. 9. Cidade da Grécia governada pelo rei Acrísio onde Zeus abduziu a princesa Danâe em forma de chuva de ouro. 10. Maior herói grego filho de Zeus e Alcmena. Verticais: 2. Monstro mitológico que teve seus cabelos transformados em serpentes pela deusa Atena, e que transformava em pedra todos que a olhavam. 3. Descendentes de Hércules que invadiram a Argólida para

reclamarem o trono perdido de seu pai. 4. Herói grego e lendário fundador de Micenas e Tirinto, que matou a Górgona e Cetus, o Monstro Marinho. 5. Povo aguerrido que foi o responsável pela destruição dos palácios micênicos em 1200 a.C. 7. Deusa da guerra que emprestou ao herói Perseu seu escudo na luta contra a Górgona.

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As Cidades Fundadas por Perseu Por todo Mar Egeu muitas cidades honram o heroi argivo Perseu como seu lendário fundador. Micenas (Grécia): a principal cidade da Grécia Aqueia, Micenas, foi o maior centro palaciano do Peloponeso durante a Idade do Bronze Helênica. De acordo com a lenda após Perseu matar acidentalmente em um jogo seu avô e rei de Argos, Acrísio, Perseu tornou-se o rei dos aqueus. Perseu fundou então várias cidades, entre elas, Micenas que se tornou maior e mais rica que Argos. O nome da cidade deriva de myken ou mykes que em grego significa chapéu ou cogumelo. A palavra myken nomeou os cogumelos na nomenclatura científica e surgiram palavras associadas a esses fungos como ascomicetos, micologia, micofagia, micose, etc.

Tirinto (Grécia): o palácio de Tirinto com suas muralhas ciclópicas não foi fundada por Perseu, mas o heroi reinou sob a cidade após a morte de seu avô Acrísio. Tirinto foi sede de uma das maiores realezas micênicas na Idade do Bronze grega. Provavelmente após Micenas, Tirinto foi a cidade mais rica do Pelopoeneso sob dminação aqueana.

Iconium (atual Konya, Turquia): do outro lado do Mar Egeu, na Costa Turquesa, a cidade de Konya, antiga Iconium também foi fundada por Perseu. De acordo com a tradição Iconium foi fundada por Perseu após ele enfrentar Medusa e arrancar a sua cabeça. Assim próximo a atual Konya, em alguma caverna da região, foi o covil da Górgona após ser transformada em monstro pela deusa Atena. O nome da cidade deriva de ikon ou icon que em grego, significa “cabeça da Medusa” ou “Gorgoneion”. Foi nessa região da Ásia Menor que do sangue de Medusa nasceu o cavalo alado Pégaso e o gigante portador de uma espada dourada, Crisaor. Pégaso foi utilizado por Belerofonte, um lendário herói que venceu a Quimera a serviço do rei da Lícia, Lobates, reino localizado próximo a Iconium.

Tarso (Tarsus, Turquia): próximo a Iconium a cidade do apóstolo cristão Paulo, também foi fundada por Perseu. Em grego Tarso significa pés, tanto que muitos ossos do corpo humano e dos animais recebem nomes com esses radical grego (tarso), como os ossos que compõem o metatarso, o pé humano, etc. De alguma forma o nome da cidade pode estar associado ao fato de Perseu ter utilizado as sandálias aladas de Hermes para enfrentar a Górgona Medusa. Segundo a tradição foi nesse local que Perseu matou a Górgona. Foi em Tarso também que Belerofonte encontrou o cavalo alado Pégaso pastando

na região.

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As Cidades Fundadas por Hércules O maior heroi grego, Hércules, famoso por sua força e por seus Doze Trabalhos, é o lendário fundador de inúmeras cidades na Espanha, Itália, Grécia e Egito. Colunas de Hércules (Ceuta no Marrocos, mas pertencente à Espanha & Gibraltar na Espanha, mas pertencente à Grã-Bretanha): em um de seus doze trabalhos, quando foi em busca dos Bois de Gerião, Hércules partiu a montanha que separava o Mar Mediterrâneo do Oceano Atlântico. As duas montanhas Calpe e Abilia, atualmente Gibraltar e Ceuta, eram conhecidas como as Colunas de Hércules e marcavam o “fim do mundo” marítimo. Provavelmente a denominação Colunas de Hércules deva-se a helenização da expressão “Pilares de Melqart” deus fenício de Tiro sincretizado com o deus grego Héracles. Cádiz, Andaluzia, Espanha: de acordo com a tradição lendária Cádiz foi fundada por Hércules em sua viagem a Eriteia, a “Vermelha”, em busca dos Bois de Gerião. Cádiz foi fundada por fenícios e possivelmente a cidade foi dedicada a Melqart. O lema de Cádiz em latim é “Hercules Fundator Gadium Dominatorque”, algo como “Hércules o fundador e dominador de Cádiz”. A comunidade autônoma de Andaluzia também possui um lema parecido “Dominator Hercules Fundator”. As duas colunas que aparecem no escudo andaluz referem-se ao Estreito de Gibraltar, e o nome fenício e grego do Estreito de Gibraltar se baseia possivelmente das colunas do Templo de Melqart em Tiro. Torre de Hercules (La Corunã, Galícia, Espanha): localizado na Galícia foi conhecido durante a Idade Média como “O Fim do Mundo”. A Torre de Hércules é o mais antigo farol em funcionamento do mundo. O Farol de Hercules foi construído na época que o Farol de Alexandria ainda brilhava na Ilha de Faros, no Egito. Acredita-se que durante um de seus doze trabalhos, quando Hércules viajou até a Espanha para obter os Bois de Gerião, o herói matou o gigante de três corpos e enterrou a sua cabeça sobre o local onde atualmente ergue-se o farol.

Cidade de Mônaco, Mônaco: fundada por colonos gregos de Foceia, Mônaco recebeu este nome em homenagem a Hércules, “O Único”. Segundo relatos de historiadores clássicos quando os foceus fundaram Mônaco encontraram um único templo dedicado a Hércules e atribuíram a própria construção ao heroi grego. Brescia, Lombardia, Itália: de acordo com um dos vários mitos da fundação da cidade,

Brescia foi fundada por Hércules. A cidade é famosa por ser a sede da Fábrica de Armas Pietro Beretta, a mais antiga fábrica de armas de fogo do planeta em funcionamento. A Pistola 9 mm tornou-se mundialmente famosa pelo público leigo em armas de fogo no jogo Resident Evil (1998) da Capcom (pelo menos no meu caso).

Viterbo, Lácio, Itália: a cidade que já foi residência papal também clama ter sido fundada pelo heroi grego Hércules.

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Florença, Toscana, Itália: durante o Renascimento os florentinos criaram o mito de que Hércules foi o fundador da cidade. Florença e Viterbo foram fundadas provavelmente pelos etruscos. Florença na época do Renascimento era uma das grandes e formosas capitais do mundo, e sua riqueza e glória produziu Dante Alighieri, Maquiavel, Filippo Brunelleschi, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Botticelli, Giotto, Rafael Sanzio, Donatello, Américo Vespúcio, Galileu Galilei! Herculaneum, Campânia, Itália: a cidade de Herculano foi destruída pela erupção do Vulcão Vesúvio junto com a cidade de Pompeia no século I d.C. A cidade romana foi batizada em homenagem ao heroi grego.

Abdera, Macedônia Oriental & Trácia, Grécia: a cidade foi fundada por Hércules na Trácia após a morte de seu eromenos Abderus. A cidade foi o lar de muitos filósofos e sofistas da Grécia Clássica entre eles Protágoras, Demócrito, Anaxarco e Hecateu. A cidade foi abandonada no IV século a.C. e em 2010 renasceu o município de Abdera na periferia da Macedônia Oriental & Trácia. Heraklion, Creta, Grécia: capital atual da Ilha de Creta recebeu o nome do antigo porto romano de Heracleum que ainda não foi localizado. Próximo da cidade encontra-se as ruínas de Cnossos capital da civilização minóica. Heraklion era conhecida na Idade Média como Cândia, e a cidade atual deriva de um assentamento fundado pelos árabes na época da Cruzadas. A cidade não foi fundada por Hércules, mas recebeu seu nome em homenagem ao deus grego. Karadeniz Eregli, Zonguldak, Turquia (Antiga Heraclea Pontica, Bítinia, Ásia Menor): cidade fundada por gregos de Mégara em homenagem a caverna que Hércules teria entrado para cumprir seu décimo segundo e último trabalho: ir até o Erébo e capturar o cão tricéfalo Cérbero. A cidade é famosa pelos seus “deliciosos morangos otomanos”.

Heracleion ou Heracleum, Egito: cidade perdida fundada pelos faraós egípcios, localizada próximo a Canopus e Alexandria. Foi o mais importante porto egípcio na época dos faraós. De acordo com a tradição, após a queda de Troia, Menelau e Helena aportaram na cidade onde foram bem-recebidos pelos habitantes. Os egípcios ofereceram a Helena e Menelau o Nepente uma planta que revigorava o amor. Depois da visita dos reis de Esparta a

cidade passou a se chamar Heracleion em homenagem a Hércules. Heracleópolis Magna, Egito: foi a capital da IX e X Dinastias Egípcias durante o Primeiro Período Intermediário (2185-2060 AC). Em egípcio antigo a cidade era chamada de Henen-nesut, Nen-nesu, Hwt-nen-nesu significando “Casa da Criança Real”. Em copta era chamada de Hnas e em árabe Ahnas. Atualmente corresponde a cidade de Ihnasiya Umm al-Kimam. A cidade era sede do culto de Harsafes ou Heryshaf deus egípcio identificado com Hércules. De acordo com lendas existe na cidade um labirinto perdido.

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Hércules na Heráldica O heroi grego Hércules aparece em poucos escudos heráldicos. Geralmente Hércules é representado das seguintes formas: As Colunas ou Pilares de Hércules As Colunas de Hércules aparecem no brasão da Espanha e de várias regiões autônomas, províncias e cidades espanholas.

A Torre de Hércules A cidade de A Corunã ou La Corunã na Galícia utiliza a Torre de Hércules como símbolo heráldico. Segundo a tradição a torre foi construída no local onde Hércules enterrou a cabeça de Gerião.

O Leão O escudo da cidade de Viterbo (Itália) possui um leão que representa o fundador legendário da cidade, Hércules. O Herói com a Pele do Leão de Nemeia e a Clava ou ao lado de Leões Hércules aparece propriamente representado no antigo brasão da Grécia, nos escudo da região autônoma da Andaluzia (Espanha), e nas armas das cidades de Cádiz (Espanha), Llívia (Espanha), Policoro (antiga Heracleia, Itália) Reißeck (Caríntia, Áustria) e Huanta (Peru). O Duque de Edimburgo Felipe utiliza a figura do herói em seu brasão pessoal assim como a Law Society de Toronto (Canadá).

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Órion Órion, filho de Netuno, era um belo gigante e poderoso caçador. Seu pai deu-lhe o poder de andar pelas profundezas do mar ou, segundo outros dizem, de caminhar sobre sua superfície. Órion amava Mérope, filha de Eunápio, Rei de Quios, e pediu-a em casamento. Livrou a ilha de feras e levou os despojos da caça à sua amada. Como, porém, Eunápio adiava seu consentimento, Órion tentou conquistar a posse da donzela pela violência. O pai da jovem, irritado com essa conduta, depois de embebedar Órion, privou-o da visão e expulsou-o. O herói cego acompanhou o ruído do martelo de um ciclope até chegar a Lemnos e encontrar a forja de Vulcano, que, compadecendo-se dele deu-lhe um de seus homens, Quedalião, para servir-lhe de guia até a morada do Sol. Colocando Quedalião em seus ombros, Órion caminhou para o

nascente e, encontrando o deus Sol, foi restabelecido da visão pelo seu raio. Depois disto, Órion viveu, como caçador, com Diana, de quem era favorito, chegando-se mesmo a dizer que ela quase se casou com ele. O irmão da deusa, muito desgostoso, censurava-a, freqüentemente, mas em vão. Certo dia, observando Órion que vadeava o mar apenas com a cabeça acima d'água, Apolo mostrou-o a sua irmã, afirmando que ela não seria capaz de alvejar aquele objeto negro sobre o mar. A deusa caçadora lançou um dardo, com pontaria fatal. As ondas empurraram para a terra o cadáver de Órion e, percebendo, com muitas lágrimas, seu erro, Diana colocou-o entre as estrelas, onde ele aparece como um gigante, com um cinto, a espada, a pele de leão e uma clava. Sírius, seu cão, o acompanha, e as Plêiades fogem diante dele. As Plêiades eram filhas de Atlas e ninfas do séquito de Diana. Certo dia, Órion as viu, enamorou-se e perseguiu-as. Aflitas, elas pediram aos deuses que mudassem sua forma, e Júpiter, compadecido, transformou-as em pombas e, mais tarde, em uma constelação no céu. Embora seu número seja de sete, apenas seis estrelas são visíveis, pois uma delas, Electra, segundo a fama, deixou seu lugar por não poder suportar a visão das ruínas de Tróia, cidade que fora fundada por seu filho Dárdano. Aquela vista teve tal efeito também sobre suas irmãs, que elas ficaram pálidas, desde então.

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88 Constelações

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Atividades 1) Relacione as duas colunas abaixo: (A) Atlas (B) Talos (C) Cefeu (D) Dédalo (E) Espartontes (F) Pasifaé (G) Górgonas (H) Hespérides (I) Ícaro (J) Jasão

( ) Estátua de bronze construída pelo deus Hefesto, guardião de Creta. ( ) Gigante que sustenta o firmamento em suas costas. ( ) Arquiteto construtor do Labirinto de Creta. ( ) Euríale, Esteno e Medusa, três belas deusas que foram transformadas em monstros com cabelos de serpente pela deusa Atena. ( ) Rainha de Creta e mãe do Minotauro. ( ) Líder dos argonautas, herois que buscavam o Velo de Ouro. ( ) Rei da Etiópia, Os deuses o obrigaram a oferecer Andrômeda em sacrifício ao monstro marinho. ( ) Jardim dos pomos de ouro, localizado no Ocidente e protegidos por Atlas. ( ) Soldados nascidos da semeadura de dentes de dragão. ( ) Heroi que morreu ao fugir do Labirinto com asas fabricadas por Dédalo.

2) Complete a cruzadinha abaixo: Horizontal: 3. Heroi que matou Medusa e salvou a princesa Andrômeda do monstro marinho enviado por Poseidon. 4. Rei de Creta que impôs um tributo anual de sete virgens e sete éfebos aos atenienses. 6. Monstro com cabelos em forma de serpentes e transformava qualquer pessoa que a olhasse em pedra. 8. Princesa etíope que foi obrigada a sacrificar-se a um monstro marinho para apaziguar a ira das Nereidas. 10. Grupo de herois liderados por Jasão que navegando o barco Argo foram à busca do Velo de Ouro na Cólquida. Vertical: 1. Heroi que entrou no Labirinto e enfrentou o Minotauro. 2. Monstro com corpo de homem e cabeça de touro que habitava o labirinto da ilha de Creta. 5. Feiticeira da Cólquida que auxiliou Jasão a obter o Velo de Ouro. 7. Princesa de Creta, filha de Minos, que ajudou os atenienses a vencer o Minotauro e escapar do Labirinto. 9. Monstro com corpo de serpente e asas de morcego que protegia o Velo de Ouro em uma caverna da Cólquida. 3) As constelações abaixo referem-se a mitos de origem grega. Identifique quais os mitos os signos do zodíaco representam:

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Horóscopo Signo Dia

da sema

na

Mês Estação

Temperamento

Metal

Pedra Cor Elemento

Planeta

Mito Lema

Áries Terça-Feira

Abril Outono

Cardinal Ferro Diamante

Obsidiana

Vermelho

Fogo Marte Jasão E O Velocino De Ouro

Eu Vou Eu Sou

Touro Sexta-Feira

Maio Outono

Fixo Cobre

Esmeralda

Quartzo

rosa

Marrom

Verde

Terra Venus Vulcano

Zeus Europa Hercules Touro De Creta

Eu Tenh

o

Gêmeos

Quarta-

Feira

Junho Outono

Mutável Mercúrio

Perola Verde Amarelo

Ar Mercúrio

Castor Pollux

Eu Pens

o

Câncer Segunda-Feira

Julho Inverno

Cardinal Prata Rubi Branco

Prata Laran

ja

Água Lua Hercules Hidra De Lerna

Eu Sinto

Leão Domingo

Agosto

Inverno

Fixo Ouro Jade Amarelo

Dourado

Branco

Fogo Sol Hercules E O Leão De Nemeia

Eu Quero

Virgem Quarta-

Feira

Setembro

Inverno

Mutável Titânio

Safira Laranja

Amarelo

Terra Mercúrio Asteróides

Astreia Eu Utilizo

Libra Sexta-Feira

Outubro

Primavera

Cardinal Bronze

Turmalina

Rosa Verde

Ar Venus Balança De Astreia

Eu Relaciono

Escorpião

Terça-Feira

Novembro

Primavera

Fixo Níquel

aço

Topázio

Rubro

vermelho

Água Plutão Marte

Orion E O Escorai

Eu Desej

o

Sagitário

Quinta-

Feira

Dezembro

Primavera

Mutável Estanho

Turquesa

Violeta

Azul

Fogo Júpiter

Quiron Eu Vejo

Capricórnio

Sábado

Janeiro

Verão Cardinal Chumbo

Granada

Preto Terra Saturno

Pã Eu Faço

Aquário

Sábado

Fevereiro

Verão Fixo Alumínio

Urânio

Ametista

Anil Ar Urano Saturno

Ganimedes Prometeu

Eu Sei

Peixes Quinta-

Feira

Março Verão Mutável Platina

Água Marin

ha

Azul Violet

a

Água Netuno Júpiter

Eros Afrodite

Eu Peço Eu

Creio

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O Caduceu e o DNA O caduceu é atualmente o símbolo da medicina e demais ciências da saúde. Representa um cetro ou um bastão com duas serpentes entrelaçadas. É o cetro do deus grego Hermes (Mercúrio) e entre os gregos e romanos o deus era sempre representado carregando esse cetro, junto com os petasos e as sandálias aladas. Porém o que poucos sabem é que o caduceu não é originário da Grécia. O primeiro povo a retratar o caduceu foram os egípcios, sendo o caduceu um atributo do deus Thot. Quando os gregos conquistaram o Egito houve a assimilação dos deuses gregos e egípcios e Thot passou a ser designado como Hermes Trimegisto. Assim os símbolos e características dos dois deuses se fundiram. Thot era o deus egípcio da magia e escriba dos deuses. Teria escrito cerca de 24 livros transmitindo o conhecimento divino aos humanos. A íbis ou o babuíno eram

considerados pelos egípcios como manifestações de Thot. Já Hermes era o mensageiro dos deuses gregos e retratado na forma humana. Quando houve a assimilação das religiões grega e egípcia no século IV a.C. os gregos explicaram que os deuses gregos eram representados como animais no Egito devido a Titanomáquia. A deusa Terra havia gerado um deus com centenas de cabeças e braços, Tifão, que deveria destronar Zeus. Todos os deuses, com exceção de Zeus e Atena, fugiram do Olimpo e se refugiaram no Egito. Lá assumiram formas de animais: Deméter assumiu a forma de um hipopótamo, Eros e Afrodite de peixes, Apolo de falcão, etc. Assim Demeter era Epet-Isis no Egito, assim como Afrodite era Hator, e Apolo era Hórus.

Alguns ufólogos e adeptos da Teoria do Paleocontato interpretam o símbolo caduceu como sendo na verdade a cadeia dupla do DNA humano. Os adeptos dessa teoria acreditam que a milhares de anos atrás OVNIS aportaram na Terra e trouxeram conhecimentos relevantes para a humanidade o que explicaria, por exemplo, o surgimento repentino de grandes construções piramidais isoladas por todo o mundo em cerca de 3.000 a.C (além é claro do surgimento da civilização e da escrita). O símbolo do caduceu seria então uma representação do DNA, já conhecido pelos extraterrestres, que teria repassado esse conhecimento aos seres humanos. O DNA é a chave das nossas origens, e a teoria do Paleocontato vem a calhar com a própria lenda de Thot, que teria inventado a escrita e teria escrito 24 livros explicando aos humanos sobre matemática, astronomia, física, biologia, etc. Ao longo dos milênios o homem acabou perdendo esse conhecimento, que se foi juntamente com suas civilizações. Esse

conhecimento foi perdido devido à guerras e destruição de bibliotecas. Porém os templos egípcios conseguiram escapar dessa destruição por serem de materiais mais resistentes. Apesar da crença do Paleocontato ser uma teoria, é claro que fica aí a dúvida quanto ao significado do símbolo do caduceu podendo ou não representar o DNA. Mesmo que se acredite que não houve contato pré-histórico entre humanos e alienígenas a semelhança entre o DNA e o caduceu ainda é um mistério. Isso significaria que provavelmente os antigos egípcios sabiam da existência do DNA. Ao representaram esse conhecimento em seus templos os egípcios provavelmente acreditavam que Thot por ser um deus civilizador era o portador dos segredos da vida. O conhecimento científico do DNA só foi possível pela ciência no século XX. Porém os atributos místicos de Hermes-Thot sobreviveram dentro do ocultismo. Vale lembrar que o nascimento da ciência só foi possível graças a religião e a filosofia. As primeiras explicações racionais eram carregadas de informações mágicas. A astrologia originou a astronomia. A matemática surgiu depois de muitos séculos de evolução sendo a atual derivada da geometria euclidiana em detrimento da numerologia de Pitágoras.

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O Templo da Fênix A citação de Heródoto abaixo fala sobre a fênix e sobre o Templo do Sol em Heliópolis onde ela depositava seus ovos: “Existe outra ave sagrada denominada fênix. Não a vi senão em pintura, pois é raramente encontrada; e, a dar-se crédito aos habitantes de Heliópolis, só aparece ali de quinhentos em quinhentos anos. Se é tal como a representam, tem a plumagem das asas parte dourada e parte vermelha. No porte, assemelha-se, sobretudo, à águia. Informaram-me sobre uma particularidade bastante curiosa e um tanto inverossímil com relação a essa ave sagrada. Dizem que ela parte da Arábia com o corpo do pai envolto em mirra e se dirige para o templo do Sol, onde lhe dá sepultura. Eis como procede: Faz, com a mirra, uma massa em forma de ovo, de um peso que lhe seja possível suportar, erguendo-a primeiro, para verificar se não está demasiadamente pesada para as suas forças. Em seguida, abre uma cavidade nesse ovo, ali colocando o corpo do pai. Isso feito, tapa a abertura ainda com mirra, de maneira a perfazer o peso primitivo. Concluída a tarefa, toma do ovo e leva-o para o Egito, indo depositá-lo no templo do Sol”. (Fonte: Heródoto. História. Livro II Euterpe. Item LXXIII.) O texto abaixo é de Thomas Bulfinch, que faz citações de outros escritores antigos como Ovídio e Tácito ambos fazendo uma descrição da fênix. Ovídio nos fala da seguinte maneira sobre a Fênix: "A maior parte dos seres nasce de outros indivíduos, mas há uma certa espécie que se reproduz sozinha. Os assírios chamam-na de fênix. Não vive de frutos ou flores mas de incenso e raízes odoríferas. Depois de ter vivido quinhentos anos, faz um ninho nos ramos de um carvalho ou no alto de uma palmeira. Nele ajunta cinamomo, nardo e mirra, e com essas essências constrói uma pira sobre a qual se coloca, e morre, exalando o último suspiro entre os aromas. Do corpo da ave surge uma jovem fênix, destinada a viver tanto quanto a sua antecessora. Depois de crescer e adquirir forças suficientes, ela tira da árvore o ninho (seu próprio berço e sepulcro de seu pai) e leva-o para a cidade de Heliópolis, no Egito, depositando-o no templo do "Sol". Tal é a narrativa de um poeta. Vejamos a de um historiador filosófico. "No consulado de Paulo Fábio (34 de nossa era), a milagrosa ave conhecida no mundo pelo

nome de fênix, que havia desaparecido há longo tempo, tornou a visitar o Egito" — diz Tácito. "Era esperada em seu vôo por um grupo de diversas aves, todas atraídas pela novidade e contemplando maravilhadas tão bela aparição." Depois de uma descrição da ave, que não difere muito da antecedente, embora acrescente alguns pormenores, Tácito continua: "O primeiro cuidado da jovem ave, logo que se impluma e pode confiar em suas asas, é realizar os funerais do pai. Esse dever, porém, não é executado precipitadamente. A ave ajunta uma certa quantidade de mirra, e, para experimentar suas forças, faz freqüentes excursões, carregando-a nas costas. Quando adquire confiança suficiente em seu próprio vigor, leva o corpo do pai e voa com ele até o altar do Sol, onde o deixa, para ser consumido pelas chamas odoríferas." (Thomas

Bulfinch. O Livro de Ouro da Mitologia Grega. Editora Ediouro).

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A Mesa do Sol Uma das descrições mais interessantes de Heródoto refere-se à chamada "Mesa do Sol", localizada na Etiópia, ao sul das terras núbias e de Meroé. Submetido o Egito, Cambises decidiu fazer guerra a três povos: os Cartagineses, os Amônios e os Etíopes-Macróbios, que habitam a Líbia. Traçados os planos para essas expedições, resolveu lançar sua força naval contra os primeiros, e suas tropas de terra contra os segundos. Quanto aos Etíopes, preferiu sondar primeiramente suas possibilidades de resistência, infiltrando espiões, os quais, sob o pretexto de levar presentes ao rei, procurariam certificar-se da existência da Mesa do Sol e conhecer o país. Eis em que consiste a Mesa do Sol: Há, nas cercanias da capital dos Etíopes, um prado coberto de carne cozida de todas as espécies de animais quadrúpedes, que os magistrados para ali mandam conduzir durante a noite. Quando surge o dia, cada um pode lá servir-se do que mais lhe agradar. Os habitantes dizem que a terra produz por si mesma todas essas carnes. Os Ictiófagos interrogaram-no, por sua vez sobre a longevidade dos Etíopes e seu modo de vida. Respondeu ele que a maioria chegava a cento e vinte anos, atingindo alguns idade mais avançada; que se alimentavam de carne cozida e bebiam leite. Como os espiões se mostrassem espantados com a longevidade daquele povo, o soberano conduziu-os a uma fonte onde os que ali se banham saem com o corpo impregnado do perfume da violeta e mais lustroso do que se o houvessem friccionado com óleo. De regresso de sua frustrada missão, os espiões disseram que a água dessa fonte era tão leve, que nem mesmo a madeira e outros corpos ainda mais leves podiam nela flutuar. Tudo que nela caía, afundava imediatamente. Se essa água é tão leve assim, é provável que o seu uso permanente seja a causa da longevidade dos Etíopes. Da fonte, o soberano conduziu os Ictiófagos à prisão. Todos os presos estavam agrilhoados com correntes de ouro, pois, entre os Etíopes, o mais raro e mais precioso de todos os metais é o cobre. Após a visita à prisão foi-lhes mostrada a denominada Mesa do Sol. (Heródoto: História. Livro III Talia: XVII, XVIII e XXIII)

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O Templo do Sol

Mas a questão aqui é sobre se existiu realmente essa ave fênix? Provavelmente não, mas os egípcios chamavam-na de bennu, e é retratada em templos, principalmente em Heliópolis, centro do culto ao sol. Em Heliópolis havia sim o Templo do Sol, onde as fênixes provavelmente depositariam seus ovos e pais mortos. Durante a V Dinastia os faraós egípcios construíram Templos Solares únicos. Sabe-se que seis faraós edificaram seis Templos do Sol, porém só dois foram localizados: o de Heliópolis e Abu Gurab. Os cinco primeiros templos citados na tabela abaixo foram obtidos devido a dados retirados da Pedra de Palermo. Esses templos serviam para cultos ao sol ao ar livre. Eram construídos em pedra, pois se tratava de um templos divino, ao passo, que os prédios humanos, em adobe. Os Templos do Sol da V Dinastia foram construídos principalmente em Heliópolis e Abu Gurab (nas proximidades do Cairo). È provável que os Templos do Sol evoluíram para os obeliscos, que simbolizam um raio

de luz petrificado.

Templo Faraó Cidade

“Templo de Rá” Userkaf Heliópolis

“Glória de Rá” Ne-User-Rá Abu Gurab

“O Lugar do Coração de Rá”

Kakai Desconhecida

“Campo de Rá” Sahura Desconhecida

“Repouso de Rá” Neferet-Rá Desconhecida

“Horizonte de Rá” Menkauhor Desconhecida

A Mesa do Sol O que seria na verdade essa Mesa do Sol? A seguir seguem três hipóteses: A primeira pode ser Djebel Barkal, a Montanha Sagrada, que é o símbolo de Napata, a capital religiosa da Antiga Núbia, Heródoto refere-se como etíopes, os núbios, povo do sul do Egito. A Etiópia propriamente dita, no caso, a atual, localiza-se ao sul da Núbia, e sua metrópole e centro pioneiro era Axum. Portanto o nome Etiópia refere-se em grego ao "país do povo de faces queimadas", ou ao país dos negros.

A segunda opção pode ser as planícies inundáveis onde ocorre a famosa migração dos animais dos parques Serengueti e Masai-Masa. Porém é improvável porque está localizado muito ao sul da Núbia, indo além do próprio rio Nilo, nos Grandes Lagos. Estima-se que durante a migração dos animais ocorrem cerca de meio milhão de mortes. O que tem tudo a ver com a lenda, onde são encontradas carnes de tudo o que se deseja.

A terceira opção e a qual acho mais interessante refere-se a própria prisão localizada em Napata ou Meroé, uma das duas metrópoles núbias, em uma região desértica, onde os presos são acorrentados em correntes de ouro. Provavelmente os reis núbios deixavam os prisioneiros morrerem ao calor do sol escaldante. E suas carnes ficavam expostas.

Page 56: Apostila de Mitologia Grega

O Grifo O grifo era um monstro com corpo de leão, cabeça e asas de águia e as costas cobertas de penas. Construía ninhos, como as aves, mas, em vez de um ovo, punha no ninho uma ágata. Tinha garras de um tamanho tal que os habitantes da índia, país onde se acreditava viver o grifo, delas faziam taças. Os grifos encontravam ouro nas montanhas e com ele faziam seus ninhos, razão pela qual esses ninhos despertavam grande interesse entre os caçadores e tinham de ser vigiados com atenção. O instinto levava os grifos a saber onde havia tesouros escondidos e eles tudo faziam para manter os saqueadores e ladrões a distância. Os arimaspes, entre os quais viviam os grifos, eram um povo da Cítia, de um só olho.

Os Arimaspes Aristeu escreve em seu poema épico que, inspirado por Febo, foi até o país dos Issédons, ao sul do qual se encontram os Arimaspes, povo de um só olho; que mais além ficam os Grifos, que guardam o ouro, e mais longe ainda vivem os Hiperbóreos, cujas terras se estendem para o mar; que todos esses povos, com exceção dos Hiperbóreos, vivem continuamente em guerra com seus vizinhos, a começar pelos Arimaspes; que os Issédons foram expulsos do seu país de origem pelos Arimaspes; os Citas, pelos Issédons, e os Cimérios — habitantes do litoral banhado pelo mar do sul — pelos Citas. É isso o que se conhece sobre esses povos. Os Citas

colheram essas informações com os Issédons, e nós com os Citas. Nós os chamamos Arimaspes em língua cita. Nessa língua arima significa um e spu olho. Consta existir ouro em abundância no norte da Europa, mas não saberei dizer como se pode encontrá-lo. Afirma-se, entretanto, que os Arimaspos, que possuem um só olho, subtraem esse ouro aos Grifos; mas não posso admitir que existam homens que nascem com um só olho, sendo em tudo o mais semelhantes aos outros homens. De qualquer maneira, parece que os extremos da terra encerram o que há de mais belo e mais raro no mundo. Ciclope “Cabeça do Tamanho de uma Casa” Scott Summers, o Ciclope, é o líder dos X-Men. Seus olhos emitem constantemente um poderoso “raio de força” que só pode ser detido com óculos especiais. Os raios de força do Ciclope destroem pedras, furam metais e alcançam distâncias de mais de 500 metros. O físico Carlos Henrique Brito Cruz, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), acha que algo tão poderosos só pode ser um raio laser. “O problema é que produzir um laser forte como esse exigiria uma máquina enorme, com mais de 10 metros de comprimento”, afirma. Quer dizer, a cabeça do mutante teria que ter o tamanho de uma casa. Brito Cruz também não encontra explicação para os óculos de quartzo rubi que o herói pode usar quando quer parar de emitir seu superpoder. “Se a lente absorvesse tanta energia, acabaria explodindo”, diz. “Se, por outro lado, ela refletisse o raio, o que explodiria seria o cérebro do Ciclope”. (Revista Galileu)

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Os Grifos e os Arimaspes De acordo com a mitologia grega os ciclopes eram humanos com apenas um olho. Existiam vários ciclopes na religião grega. Os mais antigos foram os três filhos de Gaia e de Urano que nasceram com um só olho: Arges, o Raio, Brontes, o Trovão, e Sterops, o Relâmpago. Na guerra entre Titãs e Deuses os ciclopes aliaram-se aos olímpicos e foram eles que forjaram as armas utilizadas pelos deuses Zeus, Hades e Poseidon para vencer a Titanomáquia. A Zeus foi ofertado o raio, a Hades um capacete que o tornava invisível, e a Poseidon o tridente. Pelo seu serviço aos olímpicos os

ciclopes não foram aprisionados no Tártaro, como os Titãs, ou foram obrigados a realizar trabalhos eternamente, como Atlas que sustentava o mundo com as próprias mãos, ou Prometeu que fora acorrentado no Cáucaso, onde todos os dias era supliciado com uma águia alimentando-se do seu fígado. Os ciclopes da segunda geração trabalhavam na forja de Hefesto o ferreiro dos olímpicos no Monte Etna na Ilha da Sicilia. Na obra Odisséia é narrada a viagem de Ulisses até o país dos ciclopes onde sua tripulação foi devorada pelo ciclope Polifemo. Para safar-se do estomago de Polifemo Ulisses utilizou um ardil: quando perguntado qual o seu nome, Ulisses respondeu: “meu nome é Ninguém”. Depois se aproveitando de uma falha de Polifemo Ulisses desferiu um golpe de lança no único olho do ciclope cegando-o. O grito de Polifemo acordou os outros ciclopes que o indagaram o que tinha ocorrido. Polfemo teria dito “alguém me feriu, estou cego”, e os ciclopes perguntaram, “quem”, e Polifemo respondeu: “Ninguém”... Os gregos identificavam a Sícilia como o país dos ciclopes. Isso explica que na forja de Hefesto trabalhavam muitos ciclopes e durante a viagem de retorno de Ulisses à Ítaca passou pela cidade de Ismanus, que os exegetas identificam a uma cidade na costa da Sicilia, chamada de Trinácria pelos gregos antigos. Além dos ciclopes os gregos mencionam a existência de outro povo de um só olho: os arimaspes. Os arimaspes habitavam o norte da Europa e obtiam ouro dos ninhos de grifos. Quem menciona o país dos arimaspes é o historiador Heródoto que duvida da existência de homens “monoptes” (monoptes em grego quer dizer “caolho”). Para explicar a existência de ciclopes é preciso analisar a abundancia de fósseis encontrados em todo o mediterrâneo de um animal extinto, o elefante-anão (Elephas falconeri). Os gregos ao encontrarem esses fósseis atribuíam a seres monstruosos, que é claro, não deixam de serem monstruosos atualmente. Acreditavam se tratar de restos mortais de gigantes de um olho só e hoje os paleontólogos identificam a uma espécie extinta. Da mesma forma os grifos parecem bastante com os fósseis do dinossauro Protocerátopes (Protoceratops andrewsi), que abundavam na Ásia. Heródoto atribui a existência de grifos nos confins da Europa além das terras dos arimaspes. Os ossos de elefante-anão são encontrados nas ilhas do Mediterrâneo Oriental incluindo Sicilia e Malta. Isso explicaria a atribuição da pátria dos ciclopes ser a Sicilia... Quanto aos Arimaspos provavelmente pode referir-se a uma espécie extinta ou ao terceiro olho utilizado pelos povos da Ásia, como atualmente os hindus o fazem. Quanto aos grifos às novas descobertas paleontológicas na China e na Mongólia tem mostrado uma feição diferente dos dinossauros. Em muitos sítios da Ásia estão sendo encontrados fósseis de dinossauros com muitas penas, e os primeiros fósseis de protocerátopes foram encontrados no Deserto de Gobi, Mongólia. O engraçado é que os fósseis de elefante-anão ou ciclope, protocerátopes ou grifos, podem ter sentidos diferentes de acordo com a visão evolucionista ou criacionista do mundo. Para muitos são fósseis de animais extintos para outros ossos de povos e animais pré-diluvianos. Assim sendo a lenda ainda continua viva!

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O Labirinto Na cidade de Crocodilópolis, também conhecida como Arsínoe, localizada na região do oasis de Fayum (Médio Egito) existe o fabuloso Labirinto. Herodoto descreve a existência do labirinto o comparando com as Grandes Pirâmides.

"Quiseram também unir esforços para legar à posteridade um monumento digno de admiração. Fizeram, assim, construir um labirinto pouco acima do lago Méris, bem próximo à cidade dos Crocodilos. Tive oportunidade de ver essa obra e achei-a notável sob todos os aspectos. Nenhuma das construções, nenhum dos edifícios dos Gregos se lhe pode comparar, quer no que se refere ao trabalho, quer ao custo. Os templos de Éfeso e de Samos despertam, sem dúvida, admiração; as pirâmides são obras arrojadas e grandiosas, podendo, cada uma em particular, sofrer cortejo com as maiores construções da Grécia; mas o labirinto supera as próprias pirâmides. Compõe-se de doze pátios cobertos, cujas portas são contíguas e situadas frente a frente, seis ao norte e seis ao sul. Uma mesma cintura de muralhas envolve-as pelo lado de fora. O labirinto está construído em seções duplas, sendo mil e quinhentas

subterrâneas e mil e quinhentas na superfície — três mil ao todo. Visitei algumas destas últimas, podendo, pois, delas falar com segurança. Quanto às subterrâneas, reproduzo apenas o que sobre elas me disseram. Os Egípcios que a elas montam guarda não permitem que se as vejam, por servirem de catacumbas aos crocodilos sagrados e aos reis aos quais se deve essa obra monumental. Os compartimentos de cima, que tive oportunidade de visitar, estão ligados entre si por amplas passagens e corredores que levam através dos vários pátios igualmente amplos e bem traçados. O teto de todas essas dependências é de pedra, bem como os muros, decorados todos com figuras em baixo-relevo. Em torno de cada pátio vêem-se colunatas de pedra branca simetricamente dispostas. No ângulo em que termina o labirinto ergue-se uma pirâmide de cinqüenta braças de altura, na qual se acham esculpidas figuras amplificadas de animais de várias espécies. Por mais admirável que seja o labirinto, o lago Méris, perto do qual está situado, causa ainda maior assombro. Medindo três mil e seiscentos estádios de circunferência — o que equivale a sessenta esquenos — tem uma extensão correspondente à da costa do Egito. Sua profundidade máxima é de cinqüenta braças. Foi cavado pela mão do homem, e o próprio conjunto da obra nos dá disso a prova. Vêem-se, realmente, quase no meio do lago, duas pirâmides, medindo cada uma, da base, situada sob a água, ao cume, cem braças de altura. Sobre uma e sobre outra vê-se uma colossal figura de pedra sentada num trono. As águas do lago Méris não derivam de nenhuma nascente, uma vez que o terreno ocupado por ele é extremamente árido e seco; vêm do Nilo por um canal de comunicação. Durante seis meses, elas correm do rio para o lago, e durante outros seis, do lago para o rio. Neste último período, quando as águas se retiram, a pesca no lago rende ao tesouro real um talento de prata por dia, mas durante os seis primeiros meses, quando correm para o lago, a produção não vai além de vinte minas". (Heródoto. História. Euterpe CXLVIII & CXLIX) O Labirinto atualmente encontra-se desaparecido. Não existe nem ruínas, muito menos alguma informação sobre o seu paradeiro. O que será que ocorreu com o Labirinto do V século a.C. até hoje? Provavelmente foi soterrado pela areia do deserto, ou inundado pelas águas do Lago Moeris. A cidade de Crocodilopolis era sede do culto ao deus sol Sobek, deus identificado com o crocodilo. Assim sendo o labirinto além de servir de necrópole de crocodilos mumificados, certamente era a tumba de algum faraó, provavelmente da Dinastia Saíta.

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Atividades

1) Leia o texto abaixo e responda: O Espetacular

Panapaná A borboleta monarca (Danaus plexippus) é uma espécie de lepidópteros que realiza a maior migração de insetos do planeta. As borboletas levam várias gerações na sua viagem das florestas do Canadá e dos Estados Unidos até atingirem o México. Os astecas as chamavam como Quetzalpapalotl e acreditavam que eram as formas angelicais de crianças mortas que regressavam a terra. Os índios reconheciam a face dessas crianças projetada nas asas da borboleta monarca. Os mazahuas a denominavam as “filhas do sol”, pois suas asas negras e alaranjadas mesclavam-se com o brilhante Sol da primavera. As mariposas também podiam ser identificadas com guerreiros mortos e sacrificados, assim como mulheres mortas no parto. Essas almas

transformavam-se em borboletas e em beija-flores. Essa concepção também está presente entre os índios brasileiros. Os mexicas construíram um centro de estudo das monarcas fascinados pelo espetáculo anual proporcionados por elas e compreendiam as etapas da vida da monarca, desde a deposição de ovos, a eclosão da lagarta, o sono dos casulos e por ultimo a metamorfose. Para proteger o panapaná os mexicanos criaram em Michoacán o santuário de El Rosario, que hoje é Patrimônio Natural da Humanidade. a) Como o maravilhoso pode influenciar o homem na compreensão dos espetáculos naturais na forma religiosa e na forma cientifica? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ b) Cite duas especificidades da borboleta monarca que poderia influenciar simbolicamente os astecas e mazahuas a adorá-las como um deus?

_________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ c) Como a migração da monarca poderia incentivar os mexicas a expandir seus conhecimentos geográficos? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________

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2) O poema abaixo retirado da obra Metamorfoses do poeta Ovídio retrata a fuga da princesa Mirra após um baile de máscaras ter se deitado sem saber com o próprio pai, o rei Cíniras: Finalmente Ciniras, cobiçoso De ver o objeto, que entre sombras goza, Com repentina luz, que tinha oculta Encara, e reconhece o crime a filha. O excesso da paixão lhe embarga as vozes; Colérico se arroja ao duro ferro. Foge Mirra, e da morte a noite a salva. Foge Mirra infeliz, discorre os campos, Sai da Arábia Palmífera, e Panqueia Nove luas vagar sem tino a viram, Té que no chão Sabeu parou cansada. Já do fruto recôndito, e molesto Apenas sustentar podia o peso. Sem saber o que faça, o que deseje. Temendo a morte, aborrecendo a vida Destarte implora o Céu: “Deuses! Oh deuses! Se ante vós aproveita ao delinqüente Confessar seus delitos, eu confesso Que o meu crime é credor de alto castigo. E à pena que mereço eu me conformo. Mas porque nem vivendo afronte os vivos Ó deuses, nem morrendo afronte os mortos, Mudando a minha essência, a minha forma,

A morte me negai, negai-me a vida”. Tais preces algum deus lhe ouviu propício: Eis, abrindo-se a terra, os pés lhe sorve, E em súbita raiz ao chão se aferram, Alicerce tenaz do tronco altivo. Os ossos ganham forças mais que humanas, Em sucos vegetais se torna o sangue, Os braços, que ergue ao Céu, mudam-se em ramos Os dedos em raminhos se convertem, E a lisa pele em desigual cortiça. Crescendo a planta, já lhe cinge o peito, Já vai cobrindo o colo: esta demora Não sofreu a infeliz, curvou-se um tanto, E o semblante gentil sumiu no tronco. Bem que despisse a antiga inteligência, Chora contudo, e d´árvore sensível Tépidas gotas inda estão manando. Coas lágrimas dá honra, coa figura Mirra não perde o nome, e de era em era Sua história fatal será lembrada.

a) Em que se metamorfoseou Mirra? E as suas lágrimas o que representavam? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ b) Relacione a estória de Mirra ao mito da fênix explicando qual a origem geográfica das duas espécies de acordo com as lendas. _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ c) Caso tivesse saído o “décimo terceiro” de Baltazar qual o presente ele levaria a Jesus?

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Atividades 1) (Unicamp-2004) No poema grego Odisséia, que narra as viagens lendárias do herói Ulisses, esse personagem chega a um país habitado por gigantes chamados Ciclopes, que são escritos como “homens sem leis”, porque “não têm assembléias que julguem ou deliberem” e “cada um dita a lei a seus filhos e mulheres sem se preocuparem uns com os outros”. (Homero, Odisséia. São Paulo: Nova Cultural, 2002, p. 117). a) Aponte dois aspectos da cidade-estado grega que a diferenciava do país lendário encionado no texto. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) Identifique os dois principais modelos de cidade-estado desenvolvidos na Grécia. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ c) Cite uma característica da democracia grega que a diferencie da democracia atual. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2) A Grécia voltou às páginas dos principais jornais do mundo, devido à crise econômica enfrentada pelo país. Alguns jornais ilustraram em charges o problema enfrentado pelos gregos:

De acordo com as charges, o que os personagens ciclope e a sereia representam “atualmente” para os gregos? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3) Observe a charge abaixo e responda: A charge acima pode ser assim traduzida: Ensinando sobre teorias... Deixem as crianças decidirem. Química X Alquimia Frenologia X Neurologia Mágica X Física Astrologia X Astronomia

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a) Considerando as teorias acima citadas, escreva quais poderiam ser identificadas como científicas e quais poderiam ser identificadas como pseudo–científicas? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) Como os gregos contribuíram para o desenvolvimento científico? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4) A imagem acima é uma reconstrução do frontão principal do Templo de Atena em Atenas. O frontão descreve a lendária disputa entre os deuses Atena e Poseidon pelo apadrinhamento da cidade de Atenas. Segundo a lenda, o vencedor da disputa seria o deus que oferecesse o melhor presente para a cidade. Poseidon fez surgir de seu tridente um cavalo, e Atena ofereceu a oliveira. Os atenienses aceitaram o presente de Atena, pois julgaram ser a oliveira mais útil para o futuro da cidade.

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a) Considerando a lenda acima e o relevo grego, explique por que os atenienses preferiram o presente da deusa Atena? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) Qual a importância da olivicultura para a economia grega? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A imagem ao lado representa a constelação boreal Perseus, encontrada no catálogo estelar de Johannes Hevelius em 1690. A constelação representa o lendário herói grego Perseu, que decapitou Medusa. Segundo os astrônomos a distribuição das estrelas representa diferentes partes do herói: a estrela Capulus representa a espada, Algol ou a “Cabeça do Vampiro” e as estrelas Gorgonea Secunda, Tertia e Quarta formam a cabeça da Medusa, enquanto a estrela Mirfak, corresponde ao cinturão de Perseu. Perseu foi uma das 48 constelações originais descritas na obra Almagesto, do astrônomo egípcio de ascendência helênica Ptolomeu (90-168 d.C.). Os trabalhos de Ptolomeu influenciaram a astronomia ocidental por mais de um milênio, sendo o teórico principal do modelo geocêntrico. Atualmente a partir de descobertas arqueológicas foi encontrado na Babilônia o mais antigo catálogo estelar do mundo, milênios antes dos trabalhos de Ptolomeu. O catálogo babilônio Mil-Apin já nomeava o grupo de estelas que formam Perseu como o “Ancião”, ou SU.GI., assim como todas as

constelações zodiacais. Os antigos magos da Pérsia provavelmente dividiram esse conhecimento com os filósofos gregos durante as Guerras Greco-Pérsicas, no século VI a.C., e mais acentuadamente com a conquista da Pérsia e da Grécia pelos reis macedônios, Felipe II e Alexandre o Grande. Foi graças ao intercâmbio cultural entre os gregos e os povos do oriente – egípcios, babilônios e persas -, que foi possível o nascimento da ciência grega, pelas mãos de Aristóteles. Assim a geomática egípcia originou a geometria e a astrologia babilônica originou a astronomia. Os filósofos gregos tiveram papel crucial nesse processo, pois forneceram a separação entre o natural e o sobrenatural a partir de uma investigação racional e profana dos fenômenos naturais. 5) A partir da leitura do texto, responda: a) Quando há a fusão da cultura babilônica e grega? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) Qual a contribuição grega para os estudos realizados na Babilônia? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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c) Qual a diferença entre astronomia e astrologia? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ d) Segundo a mitologia grega, quais os feitos heróicos realizados pelo herói Perseu que determinaram que os deuses olímpicos o colocassem nas estrelas, ao lado de Andrômeda, Cefeu, Cassiopéia e Cetus? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ e) A lenda de Perseu encontra paralelos com algumas estórias orientais, como algumas narradas na Bíblia judaica. Identifique uma dessas histórias. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6) Resolva as palavras cruzadas abaixo:

Horizontal: 5. Rainha de Esparta, esposa de Menelau, que fugiu com Páris para Tróia. 6. Estratagema utilizado pelos gregos para romperem as defesas de Tróia. 9. Deusa do amor que disputou o prêmio de "À Mais Bela", e ofereceu a Páris a mão da mulher mais linda de toda a Grécia. Vertical: 1. Deusa que disputou o concurso de "À Mais Bela" e ofereceu a Páris, Glória e Vitória na Guerra, e se tornou a protetora dos gregos na Guerra de Tróia. 2. Príncipe troiano, filho de Príamo e Hécuba, maior guerreiro de Ílion. 3. Deusa que não foi convidada para as núpcias de Peleu e Tétis e enviou um pomo de ouro com a inscrição "'À Mais Bela", estopim da Guerra de Tróia. 4. Nome da obra literária que

narra a Guerra de Tróia. 5. Semi-lendário escritor grego, que escreveu as obras que narram a Guerra de Tróia e o Périplo de Ulisses na viagem de retorno à Ítaca. 7. O astuto Rei de Ítaca, responsável pelo roubo do Paládio, da obtenção das flechas envenenadas de Hércules e herói da obra Odisséia. 8. Maior herói grego na Guerra de Tróia, que era invulnerável, e seu ponto fraco era o calcanhar.