Apostila de Portugus - Prof. Jos Maria

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    1 –  Convenção de Escrita..........................................03 

    2 –  Morfologia..........................................................07 

    3 –  Sintaxe................................................................19 

    4 –  Pontuação...........................................................33 

    5 –  Colocação Pronominal........................................36 

    6 –  Crase...................................................................38 

    7 –  Concordância Verbal...........................................39 

    8 –  Concordância Nominal........................................43 

    9 –  Regência..............................................................45 

    10 – Semântica...........................................................47 

    Convenções de Escrita

    ■ Ortografia

    A palavra Ortografia  é formada por "orto", elemento deorigem grega, usado como prefixo, com o significado dedireito, reto, exato e "grafia", elemento de composição deorigem grega com o significado de ação de escrever; orto-grafia, então, significa ação de escrever direito. É fácil es-crever direito? Não!! É, de fato, muito difícil conhecer todasas regras de ortografia a fim de escrever com o mínimo deerros ortográficos. Hoje tentaremos facilitar um pouco maisessa matéria. Abaixo seguem algumas frases com as respec-tivas regras sobre o uso de ç, s, ss, z, x... Vamos a elas:

    1)  Uma das intenções da casa de detenção é levar o quecometeu graves infrações  a alcançar a introspecção,por intermédio da reeducação.

    a) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulosterminados em TO:intento = intenção canto = cançãoexceto = exceção junto = junção

    b) Usa-se ç em palavras terminadas em TENÇÃO re-ferentes a verbos derivados de TER:deter = detenção reter = retençãoconter = contenção manter = manutenção

    c) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulosterminados em TOR:infrator = infração trator = traçãoredator = redação setor = seção

    d) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos

    terminados em TIVO:introspectivo = introspecçãorelativo = relaçãoativo = açãointuitivo – intuição

    e) Usa-se ç em palavras derivadas de verbos dosquais se retira a desinência R:reeducar = reeducaçãoimportar = importaçãorepartir = repartiçãofundir = fundição

    f) Usa-se ç após ditongo quando houver som de s:eleição, traição

    2)  A pretensa diversão  de Creusa, a poetisa  vencedorado concurso, implicou a sua expulsão, porque pôs umafrase horrorosa sobre a diretora Luísa.

    a) Usa-se s em palavras derivadas de verbos termi-nados em NDER ou NDIR:pretender = pretensão, pretensa, pretensiosodefender = defesa, defensivocompreender = compreensão, compreensivo

    repreender = repreensãoexpandir = expansão fundir = fusão

    b) Usa-se s em palavras derivadas de verbos termi-nados em ERTER ou ERTIR:inverter = inversãoconverter = conversãoperverter = perversãodivertir = diversão

    c) Usa-se s após ditongo quando houver som de z:Creusa Coisa maisena

    d) Usa-se s em palavras terminadas em ISA, subs-tantivos femininos:LuísaHeloísaPoetisaProfetisa

    Obs: Juíza escreve-se com z, por ser o femininode juiz, que também se escreve com z.

    e) Usa-se s em palavras derivadas de verbos termi-nados em CORRER ou PELIR:

    concorrer = concursodiscorrer = discursoexpelir = expulso, expulsãocompelir = compulsório

    DISCIPLINA LÍNGUA PORTUGUESAPROFESSOR JOSÉ MARIA C. TORRES

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    f) Usa-se s na conjugação dos verbos PÔR, QUERER,USAR:ele pôsele quisele usou

    g) Usa-se s em palavras terminadas em ASE, ESE,ISE, OSE:frasetesecriseosmose

    Exceções: deslize e gaze.

    h) Usa-se s em palavras terminadas em OSO, OSA:horrorosagostoso

    Exceção: gozo

    3)

    I - Teresinha, a esposa do camponês inglês, avisou quecantaria de improviso.

    II - Aterrorizada pela embriaguez do marido, a mulherzi-nha não fez a limpeza.

    a) Usa-se o sufixo indicador de diminutivo INHO com s quando esta letra fizer parte do radical da

    palavra de origem; com z quando a palavra deorigem não tiver o radical terminado em s:Teresa = TeresinhaCasa = casinhaMulher = mulherzinhaPão = pãozinho

    b) Os verbos terminados em ISAR  serão escritoscom s quando esta letra fizer parte do radical dapalavra de origem; os terminados em IZAR serãoescritos com z quando a palavra de origem nãotiver o radical terminado em s:improviso = improvisar

    análise = analisarpesquisa = pesquisarterror = aterrorizarútil = utilizareconomia = economizar

    c) As palavras terminadas em ÊS e ESA serão escri-tas com s quando indicarem nacionalidade, títu-los  ou nomes próprios; as terminadas em EZ eEZA serão escritas com z quando forem substan-tivos abstratos provindos de adjetivos, ou seja,quando indicarem qualidade:

    TeresaCamponêsInglêsEmbriaguezLimpeza

    4)  O excesso  de concessões  dava a impressão  de com-promisso com o progresso.

    a) Os verbos terminados em CEDER  terão palavrasderivadas escritas com CESS:exceder = excesso, excessivo

    conceder = concessãoproceder = processo

    b) Os verbos terminados em PRIMIR terão palavrasderivadas escritas com PRESS:imprimir = impressãodeprimir = depressão

    c) Os verbos terminados em GREDIR terão palavrasderivadas escritas com GRESS:progredir = progressoagredir = agressor, agressão, agressivo

    transgredir = transgressão, transgressor

    d) Os verbos terminados em METER terão palavrasderivadas escritas com MISS ou MESS:comprometer = compromissoprometer = promessaintrometer = intromissãoremeter = remessa

    5)  Para que os filhos se encorajem, o lojista come  jilócom canjica.

    a) Escreve-se com j a conjugação dos verbos termi-

    nados em JAR:Viajar = espero que eles viajemEncorajar = para que eles se encorajemEnferrujar = que não se enferrujem as portas

    b) Escrevem-se com j as palavras derivadas de vo-cábulos terminados em JA:loja = lojistacanja = canjicasarja = sarjetagorja = gorjeta

    c) Escrevem com j as palavras de origem tupi-guarani.JilóJibóiaJirau

    6)  O relógio que ele trouxe da viagem ao México em umacaixa de madeira caiu na enxurrada.

    a) Escrevem-se com g as palavras terminadas emÁGIO, ÉGIO, ÍGIO, ÓGIO, ÚGIO:pedágiosacrilégio

    prestígiorelógiorefúgio

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    b) Escrevem-se com g os substantivos terminadosem GEM:a viagema coragema ferrugem

    Exceções: pajem, lambujem

    c) Palavras iniciadas por ME serão escritas com x:MexericaMéxicoMexilhãoMexer

    Exceção: mecha de cabelos

    d) As palavras iniciadas por EN serão escritas com x,a não ser que provenham de vocábulos iniciadospor ch:Enxada

    EnxertoEnxurradaEncher – provém de cheioEnchumaçar – provém de chumaço

    e) Usa-s x após ditongo:ameixacaixapeixe

    Exceções: recauchutar, guache 

    ■ Acentuação gráfica

    Acento tônico/ gráfico

    1- Sílaba tônica- A sílaba proferida com mais intensidadeque as outras é a sílaba tônica. Esta possui o acentotônico, também chamado acento de intensidade ouprosódico. Nem sempre a sílaba tônica recebe acentográfico.

    Exemplos: cajá, caderno, lâmpada

    2- Sílaba subtônica- Algumas palavras geralmente deri-vadas e polissílabas, além do acento tônico, possuemum acento secundário. A sílaba com acento secundárioé chamada de subtônica.

    Exemplos: terrinha, sozinho

    3- Sílaba átona- As sílabas que não são tônicas nem sub-tônicas chamam-se átonas. Podem ser pretônicas (an-tes da tônica) ou postônicas (depois da tônica),

    Exemplos:barata (átona pretônica, tônica, átona postônica)

    máquina (tônica, átona postônica, átona postônica)

    Não confunda acento tônico com acento gráfico. O acentotônico está relacionado com intensidade de som e existeem todas as palavras com duas ou mais sílabas. O acento

    gráfico existirá em apenas algumas palavras e será usado deacordo com regras de acentuação.

    Quanto aos monossílabos, eles podem ser:

    a) átonos: não possuem acentuação própria, isto é, são

    pronunciados com pouca intensidade: o, lhe, e, se, a.

    b) tônicos: possuem acentuação própria, isto é, são pro-nunciados com muita intensidade: lá, pá, mim, pôs, tu,lã.

    Os monossílabos tônicos soam distintamente no interior dafrase: já os monossílabos átonos, não possuindo acentuaçãoprópria, soam como uma sílaba da palavra anterior ou dapalavra posterior.Quero encontrá-la lá.Dê o livro de Português.Tenho dó do menino.

    A distinção entre monossílabo tônico e monossílabo átonodepende do contexto, ou seja, eles têm que ser analisadosnuma frase. Fora do contexto, todos os monossílabos sãotônicos.

    Classificação das palavras quanto à sílaba tônica

    Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras classificam-seem:

    a) oxítonas: a sílaba tônica é a última sílaba da palavra.

    Exemplos: ma-ra-cu-já, ca-fé, re-com-por.

    b) paroxítonas: a sílaba tônica é a penúltima sílaba da pala-vra.

    Exemplos: ca-dei-ra, ca-rá-ter, me-sa.

    c) proparoxítonas: a sílaba tônica é a antepenúltima sílabada palavra.

    Exemplos: sí-la-ba, me-ta-fí-si-ca, lâm-pa-da.

    Nem sempre a sílaba tônica vem indicada com acento gráfi-co. Dessa forma, é fundamental distinguir o acento tônicodo acento gráfico.

    Acento tônico é o acento da fala; marca a maior intensida-de na pronúncia de uma sílaba.

    O acento gráfico  é o sinal utilizado, em algumas palavras,para indicar a sílaba tônica.

    Acentuação gráfica

    1. 

    Regras gerais:

    Para acentuar corretamente as palavras, convém observaras seguintes regras:

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    1.1. 

    Proparoxítonas

    Todos os vocábulos proparoxítonos são acentuados.

    Exemplos: árvore, metafísica, lâmpada, pêssego, quisésse-mos, África, Ângela.

    1.2. 

    Paroxítonas

    São acentuados os vocábulos paroxítonos terminados em:i(s): júri, júris, lápis, tênis.us: vírus, bônus.um/uns: álbum, álbuns.r: caráter, mártir, revólver.x: tórax, ônix, látex.n: hífen, pólen, mícron, próton.l: fácil, amável, indelével.

    ditongo: Itália, Áustria, memória, cárie, róseo, Ásia, Cássia,fáceis, imóveis, fósseis, jérsei.ão(s): órgão(s), sótão (s), ófão (s), bênção (s).ã (s): órfã(s), ímã (s).ps: bíceps, fórceps

    Não se acentuam os paroxítonos terminados em ens: hi-fens, polens, jovens, nuvens, homens.

    Não se acentuam os prefixos paroxítonos terminados em iou r: super-homem, inter-helênico, semi-selvagem.

    1.3. 

    Oxítonas

    São acentuados os vocábulos terminados em:

    a(s ), e(s), o(s): maracujá, ananás, café, você, dominó, pale-tós, vovô, vovó, Paraná.

    em/ens: armazém, vintém, armazéns, vinténs.

    Acentuam-se também os monossílabos tônicos terminadosem a, e, o (seguidos ou não de s): pá, pé, pó, pás, pés, pós,lê, dê, hás, crês.

    As formas verbais terminadas em a, e, o tônicos seguidos delo, la, los, las também são acentuadas: amá-lo, dizê-lo, repô-lo, fá-lo, repô-la, fá-lo-á, pô-lo, comprá-la-á.

    O til vale como acento tônico se outro acento não figura novocábulo: lã, fã, irmã, alemã.

    2. 

    Regras especiais

    Além das anteriormente vistas, cumpre observar ainda asseguintes regras:

    a) 

    Acentuam-se os ditongos de pronúncia aberta éu, éi, óiAPENAS em palavras oxítonas ou monossilábicas: cha-péu, céu, anéis, pastéis, coronéis, herói.

    Observação: Não se acentuam os ditongos abertos de pala-vras paroxítonas: jiboia  – plateia  – estreia  – paranoia  – he-roico, etc

    b) 

    Coloca-se acento nas vogais i e u que formam hiatocom a vogal anterior: sa-í-da, sa-ís-te, sa-ú-de, ba-la-ús-

    tre, ba-ú, ra-í-zes, ju-í-zes, Lu-ís, pa-ís, He-lo-í-sa, Ja-ú.

    Observações:

    - Não se acentuam o i e o u que formam hiato quando se-guidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: Ra-ul, ru-im, sa-ir-des, ju-iz. Também não se acentua o hiato seguido dodígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha, ba-i-nha. 

    Observações finais

    i) Os verbos ter e vir levam acento circunflexo na 3ªpessoa do plural do presente do indicativo: ele tem/eles têm, ele vem/eles vêm.

    ii) Os verbos derivados de ter e vir levam acento agudona 3ª pessoa do singular e acento circunflexo na 3ªpessoa do plural do presente do indicativo: ele retém/eles retêm, ele intervém /eles intervêm.

    iii) Recebem acento diferencial as seguintes palavras:

    pôr (verbo), para diferenciar de por (preposição).

    pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito), pa-ra diferenciar de pode (3ª pessoa do singular do pre-sente o indicativo)

    Não mais recebem acento diferencial:  para (preposição everbo), pera (fruta), polo (extremidades do eixo da Terra enome de um jogo)

    ■ O uso dos porquês:

    POR QUE - grafa-se separadamente e sem acento:

    a) orações interrogativas diretas (equivale a por quemotivo): Por que ele saiu?

    b) orações interrogativas indiretas (equivale a por quemotivo): Não sei por que ele saiu.

    c) pronome relativo (equivale a pelo(a) qual): O caminho por que (pelo qual) passei era difícil.

    POR QUÊ  - grafa-se separadamente e com acento, quandoocorrer no fim de frases interrogativas (equivale a por que

    motivo):

    Ele saiu cedo, por quê?

    Você não aceitou minha sugestão. Por quê?

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    PORQUE  - grafa-se numa única palavra quando for empre-gado como conjunção, geralmente causal ou explicativa.Neste caso pode ser substituído pela conjuncão  pois. É aresposta da pergunta.

    Saí cedo, porque tinha um sério compromisso.

    PORQUÊ - grafa-se numa única palavra e acentuado quandofor substantivo.

    Não sei o porquê de sua revolta.

    Nesse caso, pode ser reconhecido:

    a) pela anteposição do artigo;

    b) substituindo-o pelas palavras “motivo”, “causa”. 

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    Morfologia

    ■ Processo de Formação das Palavras

    Conceitos Importantes

    Palavras Cognatas

       São palavras que possuem o mesmo radical. Tambémconhecidas por famílias etimológicas 

    Ex : locutor locutório elocução Interlocutor locução

    Derivação

      

     Acréscimo de afixos (Prefixos e/ou Sufixos) à palavra primitiva 

    Ex : des + honra = desonra

    Composição

      União de dois ou mais radicais 

    Ex : ponta + pé = pontapé

    ■ Tipos de Derivação

    1) Derivação PrefixalExemplos: desleal, inapto, infeliz, subsolo, retroagir,etc.

    2) Derivação SufixalExemplos: lealdade, deslocamento, felizmente,idiotismo, etc.

    3) Derivação Prefixal e SufixalExemplos: deslealdade, infelizmente, etc.

    4) Derivação ParassintéticaForma-se palavra pela anexação SIMULTÂNEA  deprefixo e sufixo à palavra primitiva.Exemplos:a + noite + ecer = anoiteceren + gaiola + ar = engaiolara + manhã + ecer = amanhecer

    Observação:  Na derivação prefixal e sufixal, paraformar palavra, não há obrigatoriedade de acréscimosimultâneo de prefixo e sufixo.

    5) Derivação Regressiva

    A palavra primitiva reduz-se ao formar a palavraderivada. Também conhecida como deverbal.

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    Exemplos:cantar  cantoroubar roubovender vendaflamengo mengo

    Observação:

    Não confundir a derivação regressiva com a sufixal. Naprimeira, o substantivo se forma a partir do verbo. Já nasegunda, o verbo se forma a partir do substantivo.

    Exemplos Roubar Roubo (Derivação Regressiva)Vender Venda (Derivação Regressiva)Ancorar Âncora (Derivação Sufixal)

    6) Derivação Imprópria

    A derivação imprópria ocorre quando determinadapalavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressãoem sua forma, muda de classe gramatical.

    Exemplos:

    a) Os adjetivos passam a substantivosOs bons serão contemplados.

    b) Os particípios passam a substantivos ou adjetivos Aquele garoto alcançou um  feito  passando noconcurso.

    c) Os infinitivos passam a substantivosO andar  de Roberta era fascinante.O badalar dos sinossoou na cidadezinha.

    d) Os substantivos passam a adjetivosO funcionário  fantasma  foi despedido.O menino prodígio resolveu o problema.

    e) Os adjetivos passam a advérbiosFalei baixo para que ninguém escutasse.

    f) Palavras invariáveis passam a substantivosNão entendo o porquê disso tudo.

    g) Substantivos próprios tornam-se comuns. Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo eexigente)

    ■Tipos de Composição

    1) Por Justaposição

    Consiste em formar compostos que ficam lado a lado, ouseja, justapostos, sem que nenhum dos agregados sofraalteração em sua forma original.

    Exemplos: passatempo (passa + tempo),girassol (gira + sol),couve-flor (couve + flor)

    2) Por Aglutinação

    Consiste em formar compostos em que ao menos um doselementos agregados sofre alteração em sua forma original

    Exemplos:aguardente (água + ardente), planalto (plano + alto),embora (em + boa + hora)

    ■ Outros processos de formação de palavras

    1) Hibridismo

    Consiste na formação de palavras compostas por elementosprovenientes de idiomas diferentes.

    Exemplos:automóvel (grego e latim)burocracia (francês e grego)sociologia (latim e grego)

    2) Estrangeirismo

    Ocorre quando não existe, na nossa língua, uma palavra quenomeie o determinado ser, sensação ou fenômeno. Há,

    portanto, uma incorporação literal de um vocábulo usadoem outra língua, sem nenhuma adaptação ao portuguêsfalado.

    Exemplos:internet, hardware, iceberg, mouse, etc.

    3) Empréstimo Linguístico

    Ocorre quando há incorporação de um vocábulopertencente a outra língua, adaptando-o ao portuguêsfalado.

    Exemplos:estresse, futebol, bife, blecaute, etc

    ■ Classes de Palavras (Generalidades)

    A gramática portuguesa divide as palavras do idioma emdez classes. Dentre as dez, há duas que podemos chamar debásicas ou nucleares: o substantivo e o verbo.

    Com apenas essas duas classes de palavras, podem-se cons-truir frases, tais como:

     Acidentes acontecem. (substantivo + verbo)

    Barulho incomoda. (substantivo + verbo)

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    1) SUBSTANTIVO

    Pertencem a essa classe todas as palavras que designam osseres em geral, as entidades reais ou imagináveis.

    Exemplos: mesa, lua, luz, fada, centauro, ilusão, tristeza.

    2) VERBO

    Pertencem a essa classe as palavras que designam ações,processos que ocorrem com os seres em geral.

    Exemplos: brilhar, correr, padecer, sorrir, pôr, ter.

    OS SATÉLITES DOS SUBSTANTIVOS

    3) ADJETIVO

    Classe de palavras que servem para indicar as qualidades, aspropriedades do substantivo.

    Exemplos: poroso

    levegiz branco 

    frágilcomprido

    (substantivo + adjetivos)

    LOCUÇÃO ADJETIVA

    Trata-se de uma expressão formada de preposição maissubstantivo, qualificadora de outro substantivo.

    Exemplos:de madeira

    de tijolocasa sem porta

    com varandade praia

    (substantivo + locuções adjetivas)

    4) NUMERAL

    Classe que, em princípio, serve para indicar a quantidadedos substantivos, quantos são eles (um, dois, dez, o triplo, oquádruplo, um terço, um quinto).

    O numeral ordinal indica em que posição se localiza certosubstantivo numa escala de números dispostos em série(décimo, trigésimo, centésimo).

    5) ARTIGO

    Classe que serve, basicamente, para indicar se o substantivoé concebido como algo já definido e conhecido previamen-te, ou como algo indefinido e ainda não nomeado.

    Exemplos:

    Era uma vez um cordeiro e um lobo que bebiam água àbeira de um córrego.

    Então, o lobo disse para o cordeiro: “Por que está vocêsujando o córrego em que estou bebendo?” 

    Como se vê, os artigos indefinidos (um) no trecho I servempara indicar que os substantivos cordeiro, lobo e córregonão haviam ainda sido citados, tratando-se, pois, de entida-des indefinidas.

    No trecho II, os artigos definidos (o) indicam que os trêssubstantivos já são dados como conhecidos por terem sidoanteriormente mencionados.

    Observação

    No interior da frase, a sequência formada pelo substantivoe seus satélites é chamada de grupo nominal.

    Exemplo:

    Os dois principais pilotos do Brasil abandonaram a corrida.

    (grupo nominal)

    O SATÉLITE DO VERBO

    6) ADVÉRBIO

    Como o próprio nome indica, pertencem a essa classe aspalavras que se associam ao verbo para indicar as váriascircunstâncias que envolvem a ação.

    Exemplos:

    suavementeontem

    A aeronave pousou aqui

    longe(verbo + advérbios)

    LOCUÇÃO ADVERBIAL

    Trata-se de uma expressão formada de preposição maissubstantivo, modificadora do verbo.

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    Exemplos:com suavidade

     por acasoA aeronave pousou 

    sem atrasono deserto

    (verbo + locuções adverbiais)

    Observação

    O advérbio pode também ser associado:

    • ao adjetivo 

     Ayrton Senna era um piloto muito arrojado (substantivo +

    advérbio + adjetivo) 

    • a outro advérbio 

     A notícia chegou muito cedo. (verbo + advérbio + advérbio)

    7) PRONOME

    É uma classe de palavras que serve para indicar uma dastrês pessoas do discurso ou situar alguma coisa em relaçãoa essas três pessoas.

    Por convenção, considera-se:

    — 1ª pessoa: a que fala;

    — 2ª pessoa: aquela com quem se fala;

    — 3ª pessoa: aquela de quem se fala.

    PRONOME ADJETIVO

    Vem sempre associado a um substantivo da frase.

    Exemplo:

    Chegou a sua encomenda. (pronome adjetivo + substantivo)

    PRONOME SUBSTANTIVO

    Vem sempre num lugar que é próprio de substantivo.

    Exemplo:

    Chegou notícia sobre o governador (substantivo)

    Ele não quis dar entrevistas (pronome substantivo)

    CONECTIVOS

    Duas classes de palavras possuem a função de conectarelementos da frase: a preposição e a conjunção.

    8) PREPOSIÇÃO

    Classe de palavras que serve para estabelecer conexãoentre uma palavra e outra.

    Exemplo:

    Um homem de chapéu me olhou com desconfiança. (prepo-sição)

    As preposições mais usuais são:

    a, ante, após, até

    com, contra

    de, desde

    em, entre

     para, perante, por

    sem, sob, sobre.

    9) CONJUNÇÃO

    Classe de palavras que estabelece conexão entre uma ora-ção e outra. 

    Exemplo:

    Só me declararam que o tempo estava bom.

    Chegou atrasado, pois seu carro estava no conserto.

    10) INTERJEIÇÃO

    Pertencem a essa classe palavras invariáveis que exprimem,de maneira inarticulada (impossível de segmentar), senti-mentos e reações de natureza emocional.

    Exemplos: Ah! Oh! Alô! Olá!

    ■ Aprofundamento em Pronomes

    O pronome é a palavra que substitui o substantivo (prono-me substantivo) ou o acompanha (pronome adjetivo), indi-cando sua posição em relação às pessoas do discurso ousituando-o no espaço e tempo.

    O pronome flexiona-se em gênero  (masculino e feminino),número  (singular e plural) e  pessoa  (primeira, segunda eterceira).

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    1) Pronomes Pessoais

    Pronome pessoal é aquele que indica as pessoas do discur-so.

    Primeira pessoa: aquela que fala (emissor)

    Segunda pessoa: aquela com que se fala (receptor)

    Terceira pessoa: aquela de quem se fala (referente)

    O pronome pessoal flexiona-se em gênero, número, pessoae caso (reto ou oblíquo).

    Pronome pessoal do caso reto: exerce função de sujeitoda oração.

    Ex: Eu vou pra casa.

    Pronome pessoal do caso oblíquo: exerce a função decomplemento.

    Os pronomes pessoais oblíquos dividem-se em átonos etônicos. Os tônicos sempre vêm precedidos de preposição,e os átonos não.

    Ex: Tome a sua riqueza, e fique com ela. (oblíquo tônico)Mamãe mandou me chamar. (oblíquo átono)

    Os pronomes ele, ela, nós, vós, eles, elas, quando precedi-dos de preposição, são oblíquos tônicos. 

    Pronomes pessoais

    Númer Pessoa Prono-mesretos

    Pronomes oblíquos

    Átonos Tônicos

    Sin-gular

    Primei-ra

    Segun-da

    Terceira

    Eu

    Tu

    Ele, Ela

    Me

    te

    o, a, lhe,se

    mim, comigo

    ti, contigo

    si, consigo

    Plural Primei-

    raSegun-

    da

    Terceira

    Nós

    Vós

    Eles, Elas

    Nos

    vos

    os, as,lhes, se

    nós, conosco

    vós, convosco

    eles, elas, si,consigo

    OBSERVAÇÕES

    A) 

    Utilizam-se as formas nós e vós em vez de co-nosco ou convosco quando vierem reforçadaspor numeral ou pronome:

    Ex: Eles ficaram com nós dois.Paulo irá com nós todos.

    B) 

    Após preposição, utilizam-se sempre os pronomesoblíquos tônicos mim e ti, nunca eu ou tu. 

    Ex:  Este problema é entre você e mim.Não há nada entre mim e ele.Este problema é entre eu e você (ERRADO).

    Este problema é entre você e eu. (ERRADO) 

    C)  Empreste seu caderno para mim. (a preposição rege opronome)

    Empreste seu caderno para eu estudar. (a preposiçãorege o verbo)

    2) Pronome de tratamento: É a palavra (ou locução) com

    valor de pronome pessoal.

    ATENÇÃO: É usado para designar a segunda ou terceirapessoa do discurso, e sempre concorda com a terceira pes-soa.

    Exemplos: 

    Você vai  estudar ?

    Vossa Alteza tem algum problema ? (falando com um prín-cipe)

    Sua Alteza está preocupada. (falando de um príncipe)

    Singular Plural Uso

    Vossa Alteza (V.A.)Vossas Altezas

    (VV.AA.)Príncipes,

    duques

    Vossa Eminência(V.Em.ª)

    Vossas Eminências(V.Em.as)

    Cardeais

    Vossa Excelência(V.Ex.ª)

    Vossas Excelências(V.Ex.as)

    Altas autori-dades

    Vossa Magnificência(V.Mag.ª)

    Vossas Magnificências(V.Mag.as)

    Reitores deuniversidade

    Vossa Majestade(V.M.)

    Vossas Majestades(VV.MM.)

    Reis, impe-radores

    Vossa Reverendís-sima (V.Rev.ma)

    Vossas Reverendíssi-mas (V.Rev.mas)

    Sacerdotes

    Vossa Senhoria(V.S.ª)

    Vossas Senhorias(V.S.as)

    Oficiais,funcionários

    graduados ena

    linguagemcomercial

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    3) Pronomes Possessivos

    Pronome possessivo é aquele que associa a idéia de posseàs pessoas do discurso.

    Ex : Meu amigo sofreu muito. 

    Pronomes possessivos

    Pessoa

    Um possuidor Mais de um possuidor

    Umacoisa

    possuída

    Mais deumacoisa

    possuída

    Umacoisa

    possuída

    Mais deumacoisa

    possuída

    Primeirameu,

    minhameus,

    minhasnosso,nossa

    nossos,nossas

    Segunda teu, tua teus, tuasvosso,vossa

    vossos,vossas

    Terceira seu, sua seus, suas seu, sua seus, suas

    O pronome concorda em gênero e número com a coisapossuída, e em pessoa com o possuidor.

    OBSERVAÇÕES:

    A) Para evitar ambiguidades, podemos utilizar asformas dele, dela, deles, delas.

    Ex: João e Maria gritaram quando a bala atin-giu sua perna.

    João e Maria gritaram quando a bala atingiu aperna dele.

    B) Pronome possessivo adjetivo: Minha casa ébela.

    Pronome possessivo substantivo: Meu carro é

    negro. E o seu?

    C) Os pronomes oblíquos átonos me, te, lhe, nos,vos, lhes podem ter valor de possessivo.

    Ex: Beijei-lhe as mãos. = Beijei as suas mãos.

    “Tua nobre presença à lembrança / A grande-za da pátria nos traz”

    = Tua nobre presença traz a grandeza da pá-tria à nossa lembrança.

    “A repulsa estampava-se-lhe nos músculos daface”. (José Mauro de Vasconcelos) 

    = A repulsa estampava-se nos músculos desua face.

    4) Pronomes Demonstrativos

    Pronome demonstrativo é aquele que indica a posição deum ser em relação às pessoas do discurso, situando-o notempo ou no espaço.

    PRONOMES DEMONSTRATIVOS

    PessoaSituação

    no espaçoSituação

    no tempo

    Prono-mes vari-

    áveis

    Pro-nomesinvari-áveis

    Primeira

    Proximida-de da pes-

    soa quefala

    Presente

    este, esta

    estes,estas

    isto

    Segunda

    Proximida-

    de da pes-soa comque se fala

    ou coisapouco

    distante

    Passadoou futuropróximos

    esse, essa

    esses,essas

    isso

    Terceira 

    Proximida-de da pes-

    soa dequem sefala ou

    coisa mui-

    to distante

    Passadoremoto

    aquele,aquela

    aqueles,aquelas

    aquilo

    OBSERVAÇÕES

    A) As palavras o, a, os, as podem desempenhar opapel de pronomes demonstrativos.

    Ex: Vai e faze o que deves fazer . (= aquilo que devefazer)

    Leve esse dinheiro – é tudo o que tenho (= aquilo)

    B) As palavras semelhante, próprio, mesmotambém podem desempenhar o papel depronomes demonstrativos.

    Ex: Estivemos reunidos naquela mesma noite.

    Os próprios diretores se enganaram.

    Não aceito tais condições.

    C) Os pronomes demonstrativos podem fazerreferência a elementos do próprio discurso.

    Ex: Pedro Paulo e René são nossos professores: este,de geografia, e aquele, de matemática.

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    5) Pronomes Relativos

    Pronome relativo é aquele que se refere a um termoexpresso anteriormente.

    Pronomes relativos

    Variáveis Invariáveis

    o qual

    cujo

    quanto

    que

    quem

    onde

    Ex: a escola onde estudoo professor que fala inglêsa tia em cuja casa morei

    a) 

    Emprego dos Pronomes Relativos

    Que, chamado pronome relativo universal, é opronome relativo mais usado, podendo referir-se apessoa ou coisa, no singular ou no plural.

    Ex: Esta é a criança que estava chorando ontem.

    O qual (e flexões) é utilizado depois de pessoa oucoisa, por razões de clareza.

    Ex: A filha do meu primo, a qual estuda em Brasília, ficará em minha casa.

    Cujo (e flexões) normalmente estabelece uma rela-ção de posse entre o antecedente e o termo queespecifica.

    Ex: O convidado cujo filho não se comportar será ad-vertido. (filho do convidado)

    Os meninos cujas unhas estavam limpas foram elo-giados. (unhas dos meninos)

    ATENÇÃO: Nunca devemos usar artigo definido depoisde cujo e suas flexões. 

    Ex: Este é o pai cujo o filho é o infrator.(ERRADO )

    Quem refere-se unicamente a pessoa ou a coisapersonificada. 

    Ex: Nunca mais vi o cachorro a quem eu amava tanto.

    Confirmou-se a culpa do profissional de quem eususpeitava.

    Onde é utilizado unicamente na indicação de lugar.

    Ex: Itajubá é uma cidade onde o ensino é valoriza-do.

    Quando é utilizado na indicação de tempo.

    Ex: Estávamos esperando o momento quando o céuse tornaria azul.

    Como é utilizado na indicação de modo.

    Ex: Não aprovo a maneira como você foi tratado.

    b)  Emprego de preposições antes de pronomes relativos

    Se, na segunda oração, for necessária uma preposição antes

    do termo substituído pelo pronome relativo, essa preposiçãodeverá ser colocada antes do pronome.

    Ex: Este é o livro. Eu falei do livro.Este é o livro de que eu falei.

    Observe os seguintes exemplos:

    Esse é o livro a que eu me referi. (referi-me ao livro)

    Minha namorada é a menina com quem eu saí ontem. (saícom a menina)

    O professor  ao qual eu entreguei o livro não veio hoje. (en-treguei ao professor)

    Não cuspa no prato em que você comeu. (comeu no prato)

    O filme a que você fez referência é muito bonito. (referên-cia ao filme)

    Os remédios dos quais temos necessidade foram entregues.(necessidade dos remédios)

    A regra também é válida para o pronome relativo cujo(a).Observe:

    O professor a cuja aula faltei esclareceu minhas dúvidas.(faltei à aula do professor)

    O técnico de cuja ajuda necessito está aqui. (necessito daajuda do técnico)

    O estagiário com cujo irmão falei acaba de chegar. (faleicom o irmão do estagiário)

    O presidente sobre cuja vida escrevi faleceu. (escrevi sobre a vida do presidente)

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    OBSERVAÇÕES

    A)  O qual (e flexões) é exclusivamente pronomerelativo. A substituição de que, quem e ondepor o qual permite verificar se essas palavrassão pronomes relativos.

    O livro que eu li. = O livro o qual eu li.

    O engenheiro com quem eu falei. = O engenhei-ro com o qual eu falei.

    A fazenda onde eu estive. = A fazenda na qualeu estive.

    B)  Não se usa artigo depois de cujo. “Cujo o filho”é incorreto.

    C)  Onde equivale a em que, no qual.

    A casa onde eu morei. = A casa em que eu mo-rei.

    Como onde só é utilizado na indicação de luga-res, expressões como “a festa onde eu conhecivocê” estão incorretas, sendo mais adequado“a festa em que eu conheci você”. (Observe queuma festa não é um lugar, mas uma ocasião).

    6) Pronomes Indefinidos

    Pronome indefinido é aquele que se refere aos seres demodo impreciso, indeterminado, genérico.

    Ex: Alguém estava me seguindo. 

    Pronomes indefinidos

    Variáveis Invariáveis

    Algum, nenhum, todo, outro,muito, pouco, certo, vários,tanto, quanto, qualquer, um

    alguém, ninguém, tudo,outrem, nada, cada, algo,algures, alhures, nenhu-

    res

    OBSERVAÇÕES

    Chamam-se locuções pronominais indefinidas osgrupos de palavras com valor de pronome indefi-nido.

    Ex: quem quer que, cada qual, todo aquele, sejaquem for , etc.

    7) Pronomes Interrogativos

    Pronome interrogativo é aquele utilizado para formularuma pergunta. Os principais são: quem, que, qual, quanto.

    Ex: Quantos anos você tem ?

    Qual o seu nome ?

    OBSERVAÇÕES

    A)  Pelo próprio caráter da interrogação, os pro-nomes interrogativos assemelham-se aospronomes indefinidos.

    B) 

    Interrogações indiretas: Gostaria de saberquem pintou essa obra.

    ■ Aprofundamento em Verbos

    1) 

    Formação dos Tempos Verbais

    Temos, na Língua Portuguesa, apenas três tempos primiti-vos: Presente do Indicativo, Pretérito Perfeito do Indicativo eInfinitivo Impessoal. Deles, derivam os demais tempos ver-bais. Vejamos como se dá essa formação:

      Tempos derivados do Presente do Indicativo

    O Presente do Indicativo forma o Presente do Subjuntivo eo Modo Imperativo.

    a) Presente do Subjuntivo

    O Presente do Subjuntivo é obtido pela eliminação da desi-nência -o da primeira pessoa do singular do presente doindicativo (eu).

    Aos verbos de 1ª conjugação, acrescenta-se -e; aos de 2ª e3ª, -a, acrescentando-se, ainda, as mesmas desinências doPresente do Subjuntivo para os verbos regulares.

    Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender esorrir .

    Eu cant o ( - o + e ) = talvez eu cant e , tu cant es , ele cant e , nóscant emos , vós cant eis , eles cant em

    Eu vend o ( - o + a ) = é possível que eu vend a , tu vend as , elevend a , nós vend amos , vós vend ais , eles vend am

    Eu sorri o ( -o + a ) = quem sabe eu sorri a , tu sorri as , ele sor-ri a , nós sorri amos , vós sorri ais , eles sorri am

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    Exceções:

    querer = Eu quero / queira, queiras, queira, queiramos,queirais, queiram.

    ir = Eu vou / vá, vás, vá, vamos, vades, vão.

    saber = Eu sei / saiba, saibas, saiba, saibamos, saibais, sai-bam.

    ser = Eu sou / seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam.

    haver = Eu hei / haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam.

    b) Imperativo Afirmativo

    O Imperativo Afirmativo provém do Presente do Indicativo

    e do Presente do Subjuntivo.

    Tu e vós provêm do Presente do Indicativo, sem a desinên-cia -s;

    Você, nós e vocês provêm do Presente do Subjuntivo.

    Por exemplo, veja a conjugação do verbo cantar.

    Presente do indicativo: Eu canto, tu cantas , ele canta, nóscantamos, vós cantais , eles cantam.

    Presente do Subjuntivo: Talvez eu cante, tu cantes, ele can-

    te, nós cantemos , vós canteis, eles cantem.

    Imperativo Afirmativo:

    canta (tu) , cante(você), cantemos(nós) , cantai(vós) , can-tem(vocês).

    Exceção:

    Ser = sê tu, seja você, sejamos nós, sede vós, sejam vocês.

    c) Imperativo Negativo

    O Imperativo Negativo provém do Presente do Subjuntivo.

    Por exemplo, veja a conjugação do verbo cantar:

    Não cantes(tu), Não cante(você), Não cantemos(nós), Nãocanteis(vós), Não cantem(vocês).

      Tempos derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo

    O Pretérito Perfeito do Indicativo forma o Pretérito Mais-

    que-perfeito do Indicativo, o Futuro do Subjuntivo e o Pre-térito Imperfeito do Subjuntivo.

    a) Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo

    O Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo é obtido pelaeliminação da desinência -ste da segunda pessoa do singu-lar (tu), acrescentando-se as respectivas desinências núme-ro-pessoais.

    Por exemplo, veja a conjugação dos verbos ver, vir e pôr.

    Tu viste - ste = eu vi ra, tu vi ras, ele vi ra, nós ví ramos, vósví reis, eles vi ram 

    Tu vieste - ste = eu viera, tu vieras, ele viera, nós viéramos,vós viéreis, eles vieram

    Tu puseste –   ste = eu  pusera, tu  puseras, ele  pusera, nós puséramos, vós puséreis, eles puseram

    b) Futuro do Subjuntivo

    O Futuro do Subjuntivo é obtido pela eliminação da desi-nência -ste da segunda pessoa do singular do pretéritoperfeito do indicativo (tu), acrescentando-se as respectivasdesinências número-pessoais. O Futuro do Subjuntivo sem-pre é iniciado pelas conjunções quando ou se. Por exemplo,veja a conjugação dos verbos ver, vir e pôr.

    Tu viste - ste = quando eu vi r, tu vi res, ele vi r, nós vi rmos,vós vi rdes, eles vi rem.

    Tu vieste - ste = quando eu vier, tu vieres, ele vier, nós vi-ermos, vós vierdes, eles vierem.

    Tu puseste - ste = quando eu  puser, tu  puseres, ele  puser,nós pusermos, vós puserdes, eles puserem.

    c) Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

    O Pretérito Imperfeito do Subjuntivo é obtido pela elimina-ção da desinência -ste da segunda pessoa do singular dopretérito perfeito do indicativo (tu), acrescentando-se as

    respectivas desinências do Pretérito Imperfeito do Subjunti-vo.

    O Pretérito Imperfeito do Subjuntivo sempre é iniciadopelas conjunções caso ou se. Por exemplo, veja a conjuga-ção dos verbos ver, vir e pôr.

    Tu viste - ste + sse = se eu  visse, tu  visses, ele  visse, nós víssemos, vós vísseis, eles vissem.

    Tu vieste - ste + sse = se eu viesse , tu viesses , ele viesse , nósviéssemos , vós viésseis , eles viessem.

    Tu puseste - ste + sse = se eu  pusesse , tu  pusesses , ele  pu-sesse , nós puséssemos , vós pusésseis , eles pusessem.

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      Tempos derivados do Infinitivo Impessoal

    O Infinitivo Impessoal forma o Futuro do Presente do Indi-cativo, o Futuro do Pretérito do Indicativo e o PretéritoImperfeito do Indicativo.

    a) Futuro do Presente do Indicativo

    O Futuro do Presente do Indicativo é obtido pelo acréscimoao infinitivo das desinências -ei / ás / á / emos / eis / ão.

    Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender esorrir.

    cantar = eu cantarei, tu cantarás, ele cantará, nós cantare-mos, vós cantareis, eles cantarão.

    vender = eu venderei, tu venderás, ele venderá, nós vende-remos, vós vendereis, eles venderão.

    sorrir = eu sorrirei, tu sorrirás, ele sorrirá, nós sorriremos,vós sorrireis, eles sorrirão.

    b) Futuro do Pretérito do Indicativo

    O Futuro do Pretérito do Indicativo é obtido pelo acréscimoao infinitivo das desinências -ia / ias / ia / íamos / íeis / iam.

    Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender esorrir.

    cantar = eu cantaria, tu cantarias, ele cantaria, nós cantarí-amos, vós cantaríeis, eles cantariam.

    vender = eu venderia, tu venderias, ele venderia, nós ven-deríamos, vós venderíeis, eles venderiam.

    sorrir = eu sorriria, tu sorririas, ele sorriria, nós sorriríamos,vós sorriríeis, eles sorririam.

    Exceções:

    Os verbos fazer, dizer e trazer são conjugados no Futuro do

    Presente e no Futuro do Pretérito, seguindo-se as mesmasregras acima, porém sem as letras  ze , sendo estruturados,então, assim: far, dir, trar .

     fazer = eu farei, tu farás, ele fará, nós faremos, vós fareis,eles farão.

    dizer = eu diria, tu dirias, ele diria, nós diríamos, vós diríeis,eles diriam.

    trazer = eu trarei, tu trarás, ele trará, nós traremos, vóstrareis, eles trarão.

    b) Infinitivo Pessoal

    O Infinitivo Pessoal  é obtido pelo acréscimo ao infinitivodas desinências / - / es / - / mos / des / em.

    Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender esorrir.

    cantar   = era para eu cantar  , tu cantares , ele cantar  , nóscantarmos , vós cantardes , eles cantarem.

    vender  = era para eu vender  , tu venderes , ele vender  , nósvendermos , vós venderdes , eles venderem.

    sorrir  = era para eu sorrir  , tu sorrires , ele sorrir  , nós sorrir-mos , vós sorrirdes , eles sorrirem.

    c) Pretérito Imperfeito do Indicativo

    O Pretérito Imperfeito do Indicativo é obtido pela elimina-ção da terminação verbal -ar, -er, -ir do Infinitivo Impessoal,acrescentando-se a desinência -ava- para os verbos termi-

    nados em -ar e a desinência  –ia para os verbos terminadosem -er e -ir e, depois, as mesmas desinências número-pessoais para os verbos regulares ( - / s / - / mos / is / m).

    Na segunda pessoa do plural (vós), troca-se o -a por -e.

    cantar  - ar + ava = eu cant ava, tu cant avas, ele cant ava, nóscant ávamos, vós cant áveis, eles cant avam.

    vender   - er + ia = eu vend ia, tu vend ias, ele vend ia, nósvend  íamos, vós vend  íeis, eles vend iam.

    sorrir   - ir + ia = eu sorr ia, tu sorr ias, ele sorr ia, nós sorr  ía-

    mos, vós sorr  íeis, eles sorr iam.

    Exceções

    Os verbos que não seguem as regras acima são ter, pôr, vire ser.

    Ter = tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham.

    Pôr = punha, punhas, punha, púnhamos, púnheis, punham.

    Vir = vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham.

    Ser = era, eras, era, éramos, éreis, eram.

    2)  Uso dos Tempos Verbais

    Quando uma pessoa diz "Tomo banho todos os dias", seráque naquele exato momento ela está tomando banho? Não.O verbo está no presente, mas sua função é indicar um fatoque se repete, um presente habitual. 

    Numa aula de história o professor fala: "Então, nesse dia,Napoleão invade..." A forma verbal "invade", que é presen-

    te, não indica que naquele momento Napoleão está inva-dindo algum lugar. Na frase, o tempo presente do verbo"invadir" faz remissão a um fato que ocorreu no passado etraz esse passado mais para perto.

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    Concluímos, então, que os tempos verbais têm outros valo-res além dos específicos.

    Tomemos o futuro do presente como ele aparece nos "Dezmandamentos" bíblicos:

     Amarás a Deus sobre todas as coisasNão tomarás seu santo nome em vão

    Guardarás os domingos e feriadosHonrarás pai e mãe

    Não matarás Não pecarás contra a castidade

    Não furtarás....

    "Não furtarás", ao pé da letra, significaria que é proibidofurtar no futuro, apenas no futuro, o que abre a possibilida-de de entender que o ato é perfeitamente aceitável nopresente. Mas, na verdade, "não  furtarás", que é futuro,

    tem nesse caso o valor de imperativo e, como tal, indicaque é proibido furtar em qualquer tempo.

    O futuro do presente do indicativo pode ser empregadonuma frase volitiva, que expressa vontade, desejo. A idéiade querer, de desejar, às vezes vem expressa de uma formasutil. Veja a letra da canção "A cura", gravada por Lulu San-tos:

    Existiráem todo porto tremulará a velha bandeira da vida

    acenderá

    todo o farol iluminará uma ponta de esperança... 

    Você notou que a letra traz um tempo verbal, o futuro dopresente, que não se usa muito no dia-a-dia, no Brasil. Nãodizemos "amanhã eu farei" , mas antes "amanhã eu vou fazer" . Justamente pelo fato de não ser muito usado, ofuturo do presente reveste-se de um caráter mais formal. Acanção de Lulu tem um valor volitivo. No fundo, o que oartista está expressando é o desejo de que algumas coisasaconteçam.

    Conclusão Importantíssima

    Ao analisar um tempo verbal, não se esqueça deconsiderar que ele pode indicar seu valor específico (literal)ou um valor paralelo (não-literal), ou seja, um valor decor-rente de seu uso no idioma.

    3) Correlação dos Tempos Verbais

    Um dos assuntos mais recorrentes nos últimos vestibularestem sido “correlação verbal”, ou seja, a harmonia, sintoniaque se estabelece entre verbos e modos do mesmo períodoe, de uma forma mais abrangente, de um texto.

    Uma incorreta articulação entre os verbos muitas vezes

    causa mal-estar aos ouvidos.

    Imagine-se ouvindo alguém dizer ao seu lado: “O que vocêespera que eu faço?” ... Há algo de errado nisso aí, não émesmo?

    Observe outro exemplo: “Os professores grevistas  poderão sofrer retaliações se não voltassem ao trabalho.”  

    Entre a locução verbal da primeira oração (verbo auxiliar nofuturo do presente do indicativo) e o verbo da segunda (quese apresenta no pretérito imperfeito do subjuntivo), não

    houve “sintonia”, pois, enquanto o primeiro indica um fatoreal (ainda que se perceba uma possibilidade, fruto do valordo verbo auxiliar modal: eles poderão sofrer), o segundoverbo apresenta valor hipotética, como se fosse uma supo-sição (“se não voltassem ao trabalho”). 

    Duas formas seriam válidas, a depender do contexto:

    a)  “Os professores grevistas  poderiam  sofrer retaliaçõesse não voltassem ao trabalho.”   – Nesse caso, ambas asconstruções situam-se no campo da suposição, da hi-pótese. Nesse caso, o texto poderia mostrar que os

    professores voltaram às salas de aula. Caso não tives-sem feito isso, estariam sujeitos a retaliações.

    b)  “Os professores grevistas poderão sofrer retaliações senão voltarem  ao trabalho.”   –  Agora, as construçõesdenotam fatos reais. Os professores estão em greve(fato) e poderão sofrer retaliações por esse motivo (fa-to) caso não retomem suas atividades. Na última ora-ção, nota-se o valor condicional do futuro do subjunti-vo.

    Apresentamos, a seguir, algumas “dobradinhas clássicas”.

    - PRESENTE DO INDICATIVO + PRESENTE DO SUBJUNTIVO:“ Quero que você me apresente ao diretor hoje mesmo!”

    - PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO + PRETÉRITO IM-PERFEITO DO SUBJUNTIVO:“ Pedi  que viesse à minha sala.”  

    - PRESENTE INDICATIVO+ PRETÉRITO PERFEITO COMPOS-TO DO SUBJUNTIVO:“ Espero que ele tenha feito boa prova.”  

    - FUTURO DO PRETÉRITO INDICATIVO+ PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO DO SUBJUNTIVO 

    “ Gostaria que você tivesse vindo à minha festa.”

     – FUTURO DO SUBJUNTIVO + FUTURO DO PRESENTE INDI-CATIVO“Quando eu passar  no vestibular, rasparei  a cabeça.”

    - PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO + FUTURO DOPRETÉRITO (simples ou composto) DO INDICATIVO: “Se eu passasse no vestibular, rasparia a cabeça.”

    - PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO SUBJUNTI-VO + FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO DO INDICATIVO:“Se eu tivesse passado no vestibular, teria raspado a cabe-ça.”

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    4) Vozes Verbais

    Voz é a forma que o verbo assume para indicar sua relaçãocom o sujeito. Há três tipos principais:

    a) Voz Ativa: indica que o sujeito pratica a ação verbal (su-

     jeito agente).

    Ex:

    Eu  fiz os exercícios.

    “Em sonho, os pescadores sorriam”.(Cecília Meireles)

    b) Voz passiva:  indica que o sujeito sofre a ação verbal(sujeito paciente).

    Ex:Cantigas de sol e de água eram cantadas pelas filhinhas de

    pescadores.

    A voz passiva pode apresentar-se das seguintes maneiras:

    Analítica (ser + particípio do verbo principal):

    Ex:Os exercícios foram feitos.As meninas eram conduzidas pelos pais.

    Sintética ou Pronominal  (3ª pessoa  –  verbo principal +

    "se"):

    Ex: Fizeram-se os exercícios.Cantam-se canções de ninar.Quebrou-se o violão.

    O “se” , neste caso, é chamado de pronome apassivador. 

    Pelos exemplos acima, pode-se perceber que o verboprincipal apresenta-se conjugado na terceira pessoa dosingular ou plural, de acordo com o sujeito paciente.

    Observemos que, tanto na forma analítica quanto nasintética, apenas os verbos transitivos diretos e transitivosdiretos e indiretos vão para a voz passiva. Em orações comverbos intransitivos ou transitivos indiretos ou de ligação,  a voz passiva não ocorre. Vejamos:

    Precisa-se de encanador.Vive-se bem lá.Duvida-se dos garotos.Trata-se de bons livros.Está-se muito feliz nesta casa.

    Neste caso, “se”  não é pronome apassivador, e sim, índicede indeterminação do sujeito.

    Conversão voz ativa – voz passiva

    Voz ativa  – O pescador consertou o barco.

    Voz passiva  – O barco foi consertado pelo pescador.

    Aqui, percebe-se que quem executou a ação na voz ativatornou-se o agente da voz passiva e o tempo verbalpermaneceu o mesmo.

    Voz ativa com sujeito indeterminado

    Condenaram o prisioneiro.

    Voz passiva sem agente 

    O prisioneiro foi condenado.

    Se, na voz ativa, não houver sujeito ou ele forindeterminado, não haverá agente da voz passiva.

    c) Voz reflexiva:  indica que o sujeito pratica e sofre a açãoverbal (sujeito agente e paciente).

    Ex:Ele se escondeu sob a escada.A filha do pescador feriu-se.

    OBSERVAÇÃO: No plural, a voz reflexiva pode dar ideia dereciprocidade.

    Ex: Os namorados se abraçaram (um ao outro).Os dois pescadores cumprimentaram-se com muita alegria

    (um ao outro).

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    Sintaxe

    ■ Conceitos Básicos

    Frase é todo enunciado linguístico de sentido completo.

      Frase nominal é aquela cujo núcleo é um nome.

    Ex: Fogo!

      Frase verbal, ou oração, é aquela cujo núcleo é um ver-bo.

    Ex: A casa caiu!

    Encontraram o professor na escola.

    Período é um conjunto de uma ou mais orações.

    Período simples  é aquele constituído por uma únicaoração, chamada de oração absoluta.

    Ex: Nós estávamos tristes.

    Período composto  é aquele constituído por duas oumais orações.

    Ex: Ele disse / que não viria ao encontro.

    Ela foi à escola, / voltou para casa / e logo dormiu.

    ■ Sintaxe do Período Simples

    I. Sujeito e Predicado

    II. Complementos Verbais

    III. Adjunto Adnominal e Adverbial

    IV. Predicativo do Sujeito e do Objeto

    V. Complemento Nominal

    VI. Aposto e Vocativo

    1) Sujeito e Predicado

    Sujeito é o termo do qual de declara algo em uma oração.

    Predicado é o que se declara sobre o sujeito.

    Exemplos:

    Os homens trabalhavam.Sujeito Predicado

    O Rio de Janeiro fica a cinco horas daqui.

    Sujeito Predicado

    Preciso ir embora cedo.Predicado

    Trabalha-se demais naquela região do país. Predicado

    Houve uma grande seca naquela época. Predicado

    Estudo do Sujeito

    a) Núcleo do Sujeito 

    Núcleo é a principal palavra do sujeito.

    Ex: Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.Os dois sumiram.Carlos e Jonas fizeram boa prova ontem.

    b) Classificação do Sujeito

      Sujeito Simples: é o sujeito determinado que apresentaum único núcleo.Ex: Nós vimos as crianças.

      Sujeito Composto: é o sujeito determinado que apresen-ta mais de um núcleo.Ex:Crianças e adultos choraram.O amor e o ódio são duas faces da mesma moeda.

     Sujeito Oculto: é o sujeito que não está explícito na frase,mas pode ser determinado (pela desinência verbal ou pelocontexto)

    Ex: Corri como um louco. (sujeito oculto: eu)

    Carla e Maria estão doentes. Entretanto, insistiram em vir àaula. (Sujeito oculto: Carla e Maria)

      Sujeito Indeterminado: é o sujeito que não se pode ounão se quer determinar. Ocorre indeterminação do sujeito

    em orações:

    - com verbo na terceira pessoa do plural (desde que o sujei-to não tenha sido especificado anteriormente): Bateram àporta.

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    - com verbo na terceira pessoa do singular pronome “se” :Precisa-se de apoio.

    (construção típica de verbos que não apresentamcomplemento direto)

     Sujeito Inexistente: ocorre em frases em que só há predi-cado. A oração sem sujeito ocorre a partir de um verboimpessoal (aquele que não admite sujeito). São verbos im-pessoais:

    - verbos que indicam fenômenos da natureza:Amanheceu repentinamente. Choveu todo o dia.

    - verbos ser, estar, fazer, haver, indicando tempometeorológico ou cronológico:Faz frio nessa época do ano.

    Há tempos que não o vejo.Deve fazer meses que não a vejo.É cedo. Está tarde.São três horas.

    - verbo haver no sentido de existir:Havia bons motivos para que nos separássemos.Poderia haver muitos problemas.

    Estudo do Predicado

    a) Predicado Verbal (PV)

    Predicado verbal  é aquele cujo núcleo significativo é umverbo. Para ser núcleo do predicado, o verbo deve indicaruma ação. Verbos que indicam ações são ditos verbos signi-ficativos ou verbos nocionais. 

    Ex: Os homens trabalhavam muito. Predicado Verbal

    Chove muito nesta época do ano. Predicado Verbal 

    b) Predicado Nominal (PN)

    Predicado nominal é aquele cujo núcleo significativo é umnome (substantivo ou adjetivo). Este nome atribui umaqualidade ou estado ao sujeito, sendo chamado de predica-tivo do sujeito.

    Ex:  Ela é muito bonita. Predicado Nominal

    Predicativo do Sujeito: muito bonita

    Antonio é um bom aluno. Predicado Nominal

    Predicativo do Sujeito: um bom aluno

    Ele estava triste. Predicado Nominal

    Predicativo do Sujeito: triste

    Nos exemplos acima, observe que o verbo não indica umaação, isto é, não é significativo. Sua única função é ligar osujeito à sua característica. Tais verbos são chamadosverbos de ligação. 

    Principais verbos de ligação 

    ser, estar, permanecer, ficar, tornar-se, parecer, andar,continuar 

    c) Predicado Verbo-Nominal (PVN)

    Predicado Verbo-Nominal é aquele que tem como núcleossignificativos um nome e um verbo. O nome é um predica-tivo e o verbo necessariamente indica ação.

    Neste caso, o predicativo pode referir-se ao sujeito ou ao

    complemento verbal (objeto), sendo, respectivamente,predicativo do sujeito ou predicativo do objeto.

    Exemplos:

    Ex: O dia amanheceu ensolarado. PVNNúcleo verbal: amanheceu (verbo que indica ação)Núcleo nominal: ensolarado (predicativo do sujeito)

    Eu estudei preocupado. PVN Núcleo verbal: estudei (verbo que indica ação)Núcleo nominal: preocupado (predicativo do sujeito)

    Os professores julgam os alunos inteligentes. PVNNúcleo verbal: julgam (verbo que indica ação)Núcleo nominal: inteligentes (predicativo do objeto)Objeto: os alunos

    2) 

    Complementos Verbais

    Necessitam de complemento os verbos que indicam ação(verbos significativos ou nocionais). Esses verbos fazemparte de predicados verbais ou verbo-nominais.

    Os verbos de ligação não necessitam de complemento,pois servem apenas para ligar o predicativo ao sujeito.

    Chama-se transitividade a relação que se estabelece entreos verbos e seus complementos. Os complementos verbaissão chamados objetos.

    a) Verbos Transitivos Diretos (VTD)

    São aqueles cujo sentido requer um objeto direto.

    Objeto Direto (OD) é o complemento que se ligadiretamente (sem preposição) a um verbo transitivo.

    Ex: Amo minha namorada. Ela viu-me triste.VTD OD VTD OD

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    b) Verbos Transitivos Indiretos (VTI)

    São aqueles cujo sentido requer um objeto indireto.

    Objeto Indireto (OI) é o complemento que se ligaindiretamente (através de  preposição) a um verbo

    transitivo.

    Ex: Preciso de ajuda. Gosto de você. Falei com ela.

    VTI OI VTI OI VTI OI

    c) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos (VTDI)

    São aqueles cujo sentido requer um objeto direto e um

    objeto indireto.

    Ex: Pedi ajuda a meu colega. Disse-lhe tudo.

    VTDI OD OI VTDI OI OD

    d) Verbos Intransitivos (VI) 

    São aqueles cujo sentido não necessita de um objeto .

    Ex: Os preços subiram. Ocorreu um acidente.

    VI VI

    Observações

    i) Método prático para determinação do objeto

    Pergunte ao verbo transitivo direto:

    “(verbo) o quê ?’” ou “(verbo) quem ?” 

    Ex: Ela bebeu muita água.

    Bebeu o quê ? muita água objeto 

    Pergunte ao verbo transitivo indireto:

    “(verboprep) o quê ?” ou “(verboprep) quem ?” 

    Ex: Gostei daquela festa.

    Gostei de quê ? daquela festa objeto 

    Entregamos o trabalho ao professor.

    Entregamos o quê ? o trabalho – OD

    Entregamos a quem ? ao professor OI

    ii) Transitividades diferentes

    Um mesmo verbo pode ter transitividades diferentes emdiferentes frases.

    Ex: Ela cantou. (VI)

    Ela cantou uma música bonita. (VTD)

    Falei  a verdade. (VTD)

    Falei  a verdade a meu pai . (VTDI)

    iii) Objeto direto preposicionado

    Algumas vezes, o objeto direto vem precedido depreposição. Isso ocorre em função de recursos estilísticos

    ou para evitar ambiguidade, e não por exigência do verbo.

    Ex: Não bebo dessa água.

    VTD OD prep

    Casos em que ocorre normalmente o objeto direto preposi-cionado:

    a) para evitar ambiguidades:

    O leão matou o caçador. Ao leão matou o caçador.

    Sujeito VTD OD ODp VTD Sujeito

    b) com pronomes oblíquos tônicos (a preposição é obriga-tória por exigência do pronome) :

    “Nem ele entende a nós, nem nós a ele.” (Camões)

    VTD ODp ODp

    c) com nomes próprios referindo-se a seres, com prono-mes indefinidos referindo-se a pessoa ou com prono-mes de tratamento:

    Ex: Ama a Deus. Não odeies a ninguém.

    Não quero cansar a Vossa Senhoria.

    iv) Pronomes pessoais oblíquos 

    Os pronomes o, a, os, as, quando exercem função de obje-to, são sempre objeto direto.

    Os pronomes lhe, lhes, quando exercem função de objeto,são sempre objeto indireto.

    Os demais pronomes pessoais oblíquos podem ser objetosdiretos ou indiretos, de acordo com a frase. 

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    Ex: Eu a encontrei na escola. 

    OD VTD

    Pedi-lhe um minuto de atenção.

    VTDI OI OD

    Os pronomes pessoais oblíquos podem contrair-se paraformar simultaneamente um OD e um OI.

    Ex: Entreguei o projeto ao avaliador.VTDI OD OI

    Entreguei-o ao avaliador.VTDI OD OI

    Entreguei-lhe o projeto.VTDI OI OD

    Entreguei-lho. lho (OI e OD)= lhe (OI) + o (OD)VTDI

    3) 

    Adjunto Adverbial

    Adjunto Adverbial é o termo que indica uma circunstânciaem que ocorre o processo verbal ou o termo que intensifica o adjetivo, o verbo ou o advérbio.

    Adjunto adverbial é uma função adverbial, isto é, desempe-nhada por advérbios (e locuções adverbiais).

    Ex: Eu gosto muito de você.

    Ele é muito inteligente.

    Eu cheguei muito tarde.

    Nas frases acima, muito é adjunto adverbial, intensificando,respectivamente, a forma verbal gosto, o adjetivo inteligen-te e o advérbio tarde.

    Exemplos de circunstâncias expressas pelo adjunto adver-bial

    a) 

    Tempo:  Amanhã eu falarei com ele.

    b) 

    Modo: Marina pediu-me gentilmente que fosse vê-la.

    c)  Lugar: Estão todos aqui  ?

    d) 

    Intensidade: Ele falou muito.

    e) 

    Causa: Devido à chuva escassa, muitas plantas morre-ram.

    f) 

    Afirmação: Certamente atenderei ao pedido.

    g) 

    Negação: Não podemos esquecer de nossas responsa-bilidades.

    h) 

    Dúvida: Talvez haja alguns problemas.

    i) 

    Finalidade: Leio muito para aumentar minha cultura. 

     j) 

    Meio: Viajarei de ônibus.

    k) 

    Companhia: Fui ao museu com meus amigos. 

    l)  Instrumento: Redações devem ser escritas à caneta.

    m) 

    Assunto: Falarei com ele sobre o ocorrido. 

    Note que nem sempre é possível determinar precisamentea circunstância expressa pelo adjunto adverbial. Ex: Gosta-ria de vê-lo novamente. 

    4) 

    Adjunto Adnominal

    Adjunto Adnominal é o termo que caracteriza um substan-tivo sem intermediação de um verbo.

    Adjunto adnominal é uma função adjetiva, isto é, desem-penhada por adjetivos, artigos, pronomes adjetivos e nume-rais adjetivos.

    Um substantivo desempenhando qualquer função sintáticapode ser caracterizado por adjuntos adnominais.

    Exemplos:

    A nova casa está pronta.

    Sujeito: A nova casa, Núcleo: casa, A.Adn.: A, nova

    Não gosto do seu tom de voz.

    OI: do seu tom de voz, Núcleo: tom, A.Adn.: o, seu, de voz

    Nossa amizade vai superar todos os obstáculos.

    Sujeito: Nossa amizade, Núcleo: amizade, A.Adn: nossa

    OD:todos os obstáculos, Núcleo:obstáculos, A.Adn:todos,os

      Os adjuntos adnominais de fato fazem parte do mesmotermo sintático que tem o substantivo como núcleo. Paraconfirmar isso, observe que, quando substituímos essetermo por um pronome substantivo, tanto o núcleo quantoos adjuntos adnominais são substituídos.

    Nossa amizade vai superar todos os obstáculos.

    Ela vai superá-los.

     Os pronomes pessoais oblíquos podem exercer função deadjunto adnominal, quando substituem um pronome pos-sessivo. Observe:

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    Ele roubou-me o relógio.

    OD: o relógio, NOD: relógio, A.Adn: me, o

    Ele roubou o meu relógio.

    OD: o meu relógio, NOD: relógio, A.Adn: o, meu

    O predicativo do sujeito foi visto durante o estudo daclassificação do predicado (capítulo II), e será estudado deforma mais aprofundada neste capítulo, no qual tambémserá estudado o predicativo do objeto.

    5) 

    Predicativo

    a) 

    Predicativo do Sujeito 

    Predicativo do Sujeito é o termo que caracteriza o sujeito,tendo um verbo como intermediário.

    O predicativo do sujeito pode ser um substantivo, um adje-tivo ou uma palavra com valor de substantivo.

    O predicativo do sujeito é o núcleo do predicado nominal, eum dos núcleos do predicado verbo-nominal.

    Em predicados nominais, o sujeito é ligado ao predicativoatravés de um verbo de ligação.

    Exemplos:

    Ela estava triste.

    Sujeito: Ela, Verbo de ligação: estava,

    Predicativo do Sujeito: triste, Núcleo do predicado: triste

    Todos nós ficamos extremamente perplexos.

    Sujeito: Todos nós, VL: ficamos,

    Predicativo do Sujeito (núcleo do predicado):

    extremamente perplexos

    Em predicados verbo-nominais, o verbo, dito verbo signifi-cativo, expressa uma ação. O predicativo expressa o estadodo sujeito durante o desenvolvimento do processo verbal.

    Exemplos:

    Eles entraram em casa confiantes.

    Sujeito: Eles

    Verbo significativo (VI): entraram

    Predicativo do Sujeito: confiantes

    Núcleos do predicado: entraram, confiantes

    b) 

    Predicativo do Objeto 

    Predicativo do Objeto é uma qualidade atribuída ao objetoatravés do verbo.

    O predicativo do objeto pode ser um substantivo, um adje-

    tivo ou uma palavra com valor de substantivo.

    O predicativo do objeto é um dos núcleos do predicadoverbo-nominal.

    Exemplo:

    O juiz julgou o réu culpado.

    Sujeito: O juiz, VTD: julgou, OD: o réu,

    Predicativo do Objeto: culpado

    Núcleos do predicado: julgou, culpado

    As mulheres consideram a maioria dos

    homens infiéis. 

    Sujeito: As mulheres, VTD: consideram

    OD: a maioria dos homens

    Predicativo do Objeto: infiéis

    Núcleos do predicado: consideram, infiéis

    Para diferenciar o predicativo do objeto do adjunto adno-minal, basta verificar que o adjunto adnominal faz parte doobjeto, enquanto que o predicativo do objeto é uma quali-dade dada ao objeto pelo verbo. Observe:

    Eu tenho um caderno bonito.

    VTD: tenho, OD: um caderno bonito,

    Núcleo do OD: caderno, A.Adn: um, bonito

    Eu acho meu caderno bonito.

    VTD: acho, OD: meu caderno, NOD: caderno,

    A.Adn: meu, Predicativo do Objeto: bonito

    Observe o que acontece quando substituímos o objeto porum pronome substantivo.

    Eu tenho um caderno bonito.  Eu o tenho.

    VTD: tenho, OD: um caderno bonito VTD: tenho, OD: o

    Eu acho meu caderno bonito.  Eu o acho bonito.

    VTD: acho, OD: meu caderno, VTD: acho, OD: o,

    PO: bonito PO: bonito

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    6) 

    Complemento Nominal

    Complemento Nominal  é o complemento exigido por al-guns substantivos, adjetivos e advérbios.

    Assim como os verbos, alguns nomes necessitam de com-

    plemento. Observe:

    Nós amamos nossa família.

    Verbo (VTD): amamos

    Complemento Verbal (OD): nossa família.

    Nós temos amor por nossa família.

    OD: amor por nossa família, Núcleo do OD: amor

    Complemento Nominal: por nossa família.

    Outros exemplos:

    Interesse  por problemas sociais é um bom indício deconsciência.

    Sujeito: interesse por problemas sociais

    Núcleo do Sujeito: interesse

    Complemento Nominal: por problemas sociais

    Seja sempre fiel a seus princípios.

    Predicativo do Sujeito: fiel a seus princípios

    Núcleo do Predicativo: fiel

    Complemento Nominal: a seus princípios

    Moro longe de sua casa.

    Adjunto Adverbial: longe de sua casa

    Núcleo do A.Adv.: longe

    Complemento Nominal: de sua casa

    Sonhamos com a realização de nossos sonhos.

    Objeto Indireto: com a realização de nossos sonhos

    Núcleo do OI: realização, Adjunto Adnominal: a,

    Complemento Nominal: de nossos sonhos

    Observe, nas frases acima, que o complemento nominalmodifica apenas nomes: amor, interesse  e realização  sãosubstantivos, fiel é adjetivo e longe é advérbio.

    Distinção entre Complemento Nominal e Adjunto Adno-minal

      O adjunto adnominal sempre se refere a substantivos,enquanto o complemento nominal pode referir-se asubstantivos, adjetivos e advérbios.

      Quando o complemento nominal se refere a substantivos,geralmente são substantivos abstratos.

      O complemento nominal sempre é um termo composto,iniciado por preposição. Assim, adjetivos, pronomesadjetivos, numerais adjetivos e artigos não podem sercomplementos nominais.

      O adjunto adnominal dá a idéia de um termo ativo,enquanto o complemento nominal dá a idéia de umtermo passivo.

    O respeito dos pais é importante.

    Adjunto Adnominal: dos pais

    O respeito aos pais é importante.

    Complemento Nominal: aos pais

    Observe que, na primeira frase, os pais respeitam e, nasegunda, os pais são respeitados.

    Observações

    i) 

    Assim como o adjunto adnominal, o complementonominal também faz parte de outro termo sintático.

    Discutimos o investimento em saúde.

    OD: o investimento em saúde,

    Núcleo do OD: investimento,

    Complemento Nominal: em saúde, A.Adn: o

    ii) O complemento nominal relaciona-se a nomes (substan-tivos, adjetivos, advérbios), enquanto o objeto indireto

    (complemento verbal) relaciona-se a verbos. Observe:

    Necessito de apoio.

    Verbo: necessito, OI: de apoio

    Tenho necessidade de apoio.

    Substantivo: necessidade, CN: de apoio

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    A seguir, resumem-se as principais características doadjunto adnominal, complemento nominal e objetoindireto.

    Adjunto Adnominal

      Termo simples ou composto

      Modifica substantivos (concretos ou abstratos)

      Termo ativo

    Complemento Nominal

      Termo composto

      Complementa substantivos abstratos, adjetivos eadvérbios

      Termo passivo 

    Objeto Indireto

      Termo simples (pronome oblíquo) ou composto

      Complementa verbos 

    7) 

    Aposto

    Aposto  é o termo que retoma  o termo anterior da frase,explicando-o, desenvolvendo-o ou resumindo-o ou especifi-cando-o. 

    Ex: Castro Alves, o poeta dos escravos, é um

    grande representante do romantismo brasileiro.

    Na oração acima, o poeta dos escravos exerce função deaposto, pois retoma o termo anterior, Castro Alves,explicando-o.

    Classificação do Aposto

    O aposto é classificado de acordo com sua relação com otermo ao qual se refere.

    a) Explicativo: explica o termo a que se refere.

    Ontem, domingo, o comércio abriu

    excepcionalmente. Aposto: domingo

    Minha avó, senhora muito religiosa, vai sempre àmissa. Aposto: senhora muito religiosa

    b) Enumerativo: efetua uma enumeração.

    Tenho duas grandes aspirações: aprender e ensinar.Aposto: aprender e ensinar

    Havia várias pessoas presentes: meus pais, meus avós,meu irmão.

    Aposto: meus pais, meus avós, meu irmão

    c) Resumidor: resume os termos anteriores.

    O sol, os pássaros, as árvores, tudo era alegria.

    Aposto: tudo

    d) Especificativo: especifica o termo anterior.

    O presidente Fernando Henrique Cardoso fez umpronunciamento sobre o desemprego.

    Aposto: Fernando Henrique Cardoso

    O estado de São Paulo é o mais rico do Brasil.

    Aposto: de São Paulo

    O aposto especificativo normalmente é um substantivopróprio que individualiza um substantivo comum, ao qual seliga diretamente ou através de preposição.

    Observações

     O termo ao qual o aposto se refere pode ter qualquerfunção sintática.

    O Brasil, maior país da América Latina, possui grandesfontes naturais.

    Núcleo do Sujeito: Brasil

    Aposto: maior país da América Latina

    Ele deu-lhe um belo presente: um buquê de rosas. 

    Objeto direto: um belo presente

    Aposto: um buquê de rosas

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     O aposto equivale sintaticamente ao termo ao qual ele serefere. Desta forma, é possível substituir um termo porseu aposto. Observe:

    Amamos o Brasil, nossa terra.

    OD: o Brasil, Aposto: nossa terra

    Amamos nossa terra. 

    OD: nossa terra

     Observe a diferença:

    A casa, prédio amplo, abrigava muitas pessoas.

    Aposto: prédio amplo

    O professor, nervoso, saiu da sala.

    Predicativo do sujeito: nervoso

    Na primeira frase, pode-se substituir o sujeito, “a casa”, porseu aposto, “prédio amplo”. Na segunda frase, entretanto,

    não se pode substituir “o professor” por “nervoso”.“Nervoso”, nesse caso, não é aposto, mas predicativo dosujeito.

    (Observe, ainda, que o predicativo pode vir separado dosujeito por vírgula, mas o adjunto adnominal não).

     Com a exceção do aposto especificativo, os demais tiposde aposto sempre vêm separados do restante da oraçãopor vírgulas ou por dois pontos.

    8) Vocativo

    Vocativo é o termo utilizado para nomear o interlocutor aquem se dirige a palavra. 

    Ex: “Emprestem-me seus ouvidos, amigos romanos conter-râneos.” 

    “Fora, mancha maldita!” (“Macbeth”, Shakespeare) 

    “Meu caro amigo, me perdoe por favor / Se eu não lhe façouma visita” (Chico Buarque)

    Observações

     O vocativo sempre vem separado por vírgulas do restanteda frase.

     É importante observar que vocativo e sujeito são funções

    sintáticas diferentes. Note também que, em frases noimperativo, o sujeito é oculto.

    “Meu amor, hoje o sol não apareceu.” 

    Vocativo: meu amor, Sujeito: o sol

    Meu amor, não me abandone.

    Vocativo: Meu amor, Sujeito: oculto (você)

    “Meu canto de morte, guerreiros, ouvi.”

    (“I - Juca Pirama”, Gonçalves Dias) 

    Vocativo: guerreiros, Sujeito: oculto (vós)

      O vocativo é o único termo sintático que não faz partenem do sujeito, nem do predicado.

    FUNÇÕES SINTÁTICAS

    Termos Essenciais da Oração

     Sujeito

     Predicado

    Termos Integrantes da Oração

     Objeto Direto

     Objeto Indireto

     Complemento Nominal

     Agente da Passiva

    Termos Acessórios da Oração

     Adjunto Adnominal

     Adjunto Adverbial

     Aposto

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    d) Vocativo

    Sugestão de procedimento para efetuar análise sintáticado período simples

    1. Identificar o verbo (ou locução verbal).

    2. Identificar a voz verbal

    3. Identificar o sujeito e o predicado.

    4. Classificar o sujeito, identificando seu núcleo.

    5. Identificar, no sujeito, os adjuntos adnominais ecomplementos nominais.

    6. Para classificar o predicado:

      verificar se há predicativo do sujeito e se os verbos

    são significativos (indicam ação).

     identificar os objetos.

     identificar os predicativos do objeto.

      identificar os núcleos do predicado (predicativos everbos significativos), classificando-o.

    7. Identificar, no predicado, os adjuntos adnominais eadverbiais

    8. Identificar os apostos e os vocativos.

    Observações Importantes

    1. 

    Identificando-se o sujeito da frase, tudo o que sobra épredicado, à exceção do vocativo.

    2. 

    Os únicos termos que fazem parte do sujeito são o(s)núcleo(s) do sujeito e os adjuntos adnominais e com-plementos nominais referentes a esse(s) núcleo(s). Osdemais termos pertencem ao predicado.

    3.  Os termos do sujeito nunca podem vir separados. Os dopredicado, sim.

    4.  O vocativo é o único termo que não faz parte nem dosujeito, nem do predicado.

    5.  Adjuntos adnominais e complementos nominais são osúnicos termos que podem fazer parte de outro termoque não seja essencial (por exemplo, um adjunto ad-nominal pode fazer parte de um objeto direto). 

    ■ Sintaxe do Período Composto

    As orações que compõem o período composto podem rela-cionar-se por coordenação ou por subordinação.

    Ocorre coordenação quando as orações, chamadas de ora-ções coordenadas, são independentes sintaticamente.

    Ex: Ele saiu / e voltou.

    Coordenada Coordenada

    Período composto por coordenação

    Ocorre subordinação  quando uma oração, chamada deoração subordinada, exerce uma função sintática em outraoração, chamada de oração principal.

    Ex: Ela pediu / que eu fosse ao seu encontro. 

    Principal Subordinada

    Período composto por subordinação

    Há períodos compostos em que os dois processos se verifi-cam.

    Ex:  Eu soube / que ele viria / e arrumei a casa.

    (1) (2) (3)

    A oração (1) é principal em relação à oração (2), que é su-bordinada à oração (1). A oração (1) e a oração (3) são co-ordenadas. Portanto, o período é composto por coordena-ção e subordinação.

    Classificação das Orações

     Oração absoluta 

     Orações coordenadas: 

    Assindéticas ou Sindéticas

    Sindéticas: Aditiva, Adversativa, Alternativa,

    Explicativa, Conclusiva

     Oração principal 

     Orações subordinadas: 

    Substantivas, Adjetivas ou Adverbiais

    - Substantivas: Subjetiva, Objetiva Direta,

    Objetiva Indireta, Predicativa, Apositiva,

    Completiva Nominal

    - Adjetivas: Restritiva, Explicativa

    - Adverbiais: Causal, Comparativa, Concessiva,

    Condicional, Consecutiva, Conformativa, Final,

    Temporal, Proporcional

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    ■ Período Composto por Subordinação

    Oração subordinada é aquela que exerce uma função sin-tática em uma oração principal.

    As orações subordinadas são classificadas de acordo com afunção sintática que desempenham: classificam-se emsubstantivas, adjetivas ou adverbiais, conforme exerçamfunções sintáticas características de substantivo, adjetivo ouadvérbio, respectivamente.

    Exemplos: 

    1. Eu queria a sua ajuda.

    VTD OD

    Eu queria / que você me ajudasse.

    Or.Principal Or. Sub. Substantiva

    (função de objeto direto)

    2. O trabalhador esforçado terá sua recompensa.

    Adjetivo

    O trabalhador / que se esforça / terá sua recompensa.

    Or. Sub. Adjetiva

    3. Ele virá aqui no início da noite.

    Adj. Adverbial de Tempo

    Ele virá aqui / logo depois que anoitecer. 

    Or. Sub. Adverbial

    Quanto à forma, as orações subordinadas podem serdesenvolvidas ou reduzidas.

    Orações desenvolvidas são introduzidas por conjunção 

    ou por pronome relativo.

    Orações reduzidas apresentam verbo em uma de suasformas nominais  (infinitivo, gerúndio ou particípio) enão são introduzidas por conjunção nem por pronome.

    Ex: Eu pensei / que estava no lugar certo. 

    oração desenvolvida

    Eu pensei / estar no lugar certo. 

    oração reduzida

    1)  Oração Subordinada Substantiva

    Orações subordinadas substantivas são aquelas que exer-cem função sintática típica de substantivo, isto é, funçãode sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,aposto ou complemento nominal.

    As orações subordinadas substantivas desenvolvidas nor-malmente são introduzidas pelas palavras que ou se, de-nominadas conjunções integrantes.

    a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva 

    Oração subjetiva  é aquela que exerce a função desujeito do verbo da oração principal.

    Ex: É necessária a sua presença. - Sujeito 

    É necessário / que você esteja presente. 

    Or.Principal Or. Sub. Subst. Subjetiva

    Havendo oração subordinada substantiva subjetiva, overbo da oração principal está necessariamente na terceira

    pessoa do singular.

    Há três estruturas típicas para a oração principal:

    i) verbo de ligação + predicativo:

    Or.Principal Or. Sub. Subst. Subjetiva

    É impossível / fazer isso.

    Parece certo / que choverá muito.

    ii) verbo na voz passiva (sintética ou analítica):

    Or.Principal Or. Sub. Subst. Subjetiva

    Sabe-se / que tudo foi em vão.

    Foi anunciado / que haverá uma reforma política.

    iii) verbos como acontecer, convir, constar, ocorrer, pare-cer, urgir:

    Or.Principal Or. Sub. Subst. Subjetiva

    Parece / que todos comparecerão à cerimônia.

    Convém / que haja novas reformas.

    Ocorre / que nem todos concordamos com isso.

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    b) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

    Oração objetiva direta é aquela que exerce a função de obje-to direto do verbo da oração principal.

    Não sei/ se estarei aqui. 

    OP Or. Sub. Subst. Objetiva Direta

    Ela prometeu / que nos ajudaria.

    OP Or. Sub. Subst. Objetiva Direta

    c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

    Oração objetiva indireta é aquela que exerce a função deobjeto indireto do verbo da oração principal.

    Lembre-se / de ir à farmácia. 

    OP Or. Sub. Subst. Objetiva Indireta

    Gosto / de viajar sem rumo.

    OP Or. Sub. Subst. Objetiva Indireta

    d) Oração Subordinada Substantiva Predicativa

    Oração predicativa é aquela que exerce a função de predica-tivo do sujeito da oração principal.

    A verdade é / que ninguém confia naquele deputado. 

    OP Or. Sub. Subst. Predicativa

    e) Oração Subordinada Substantiva Apositiva 

    Oração apositiva é aquela que exerce a função de aposto deum termo da oração principal.

    Há uma única saída: / fugir .

    OP Or. Sub. Subst. Apositiva

    f) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal 

    Oração completiva nominal é aquela que exerce a funçãode complemento nominal de um termo da oração principal.

    Tenho necessidade / de que me ajudes. 

    OP Or. Sub. Subst. Comp. Nominal

    Observação sobre pontuação

    Dentre as orações subordinadas substantivas, apenas asorações apositivas podem vir separadas por vírgula (ou pordois pontos) da oração principal. Isso ocorre porquesujeitos, objetos e complementos nunca são separados porvírgula dos termos a que estão ligados.

    2) 

    Oração Subordinada Adjetiva

    a) Orações Subordinadas Adjetivas

    Orações subordinadas adjetivas  são aquelas que exer-cem função de adjetivo, referindo-se a um termo da ora-ção principal.

    Ex: As pessoas mentirosas não me agradam.

    Adjetivo

    As pessoas / que mentem / não me agradam.

    Or. Sub. Adjetiva

    As orações subordinadas adjetivas classificam-se em restri-tivas e explicativas.

    Orações restritivas são aquelas que restringem o sentidodo termo anterior, particularizando-o.

    Orações explicativas são aquelas que explicam o termoanterior, acrescentando informações ou realçando uma

    característica.

    Exemplos:

    O professor que ensina bem é respeitado pelos alunos.

    Or. Sub. Adj. Restritiva

    O país, que passa por dificuldades, conta com o apoio dapopulação.

    Or. Sub. Adj. Explicativa

    Observe que as orações explicativas sempre vêm separadaspor vírgula da oração principal, e as orações restritivas não.

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    b) Funções Sintáticas dos Pronomes Relativos 

    Os pronomes relativos são utilizados na oração subordinadapara substituir um termo da oração principal.

    Ex: A criança corria. A criança estava com o pai.

    A criança que estava com o pai corria.

    Or. Sub. Adjetiva: que estava com o pai 

    A casa era bonita. Eu fiquei na casa.

    A casa onde fiquei era bonita.

    Or. Sub. Adjetiva: onde fiquei 

    O pronome relativo exerce na oração subordinada umafunção sintática correspondente à função sintática dotermo que ele substitui. Por exemplo:

     Na frase “ A criança estava com o pai”, “a criança” é sujei-to de “estava”.

      Na frase “A criança / que  estava com o pai / corria”, opronome relativo “que” exerce função de sujeito de “est a-va”. Isso ocorre porque o pronome “que” substitui o termo“a criança” na oração “que estava com o pai”. 

    Outro exemplo: