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UNIVERSIDADE DAS AMÉRICAS-UNIAMERICAS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM Distúrbios de Aprendizagem Professora: Antônia Josilene Pinheiro Rocha Mestranda em Ciências da Educação [email protected] 1 INTRODUÇÃO O Transtorno de Aprendizagem é a inabilidade específica na leitura, na expressão escrita ou na matemática em indivíduos que apresentam resultado abaixo do esperado para seu nível de desenvolvimento, escolaridade capacidade intelectual. ( American Psychiatric Association, 1994 ). Os Transtornos de Aprendizagem afetam a habilidade da pessoa de falar, escutar, ler, escrever, soletrar, pensar, recordar, organizar informações ou aprender a matemática. Os transtornos de aprendizagem não podem ser curados. Duram para a vida toda. De acordo com a definição estabelecida em 1981 pelo National Joint Comittee for Learning Disabilities (Comitê Nacional de Dificuldades de Aprendizagem), nos Estados Unidos da América, Distúrbio de aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de alterações manifestas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Estas alterações são intrínsecas ao indivíduo e presumivelmente devidas à disfunção do sistema nervoso central. Apesar de um distúrbio de aprendizagem poder ocorrer concomitantemente com outras condições desfavoráveis (por 1 Unidade Fortaleza: Av. Dom Luís 300 | 2° Piso Shopping Avenida Telefones: (85) 3433-5476 | TIM 9605-7024 | OI 8948-5500

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UNIVERSIDADE DAS AMÉRICAS-UNIAMERICAS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM

Distúrbios de Aprendizagem

Professora: Antônia Josilene Pinheiro RochaMestranda em Ciências da Educação

[email protected] INTRODUÇÃO

O Transtorno de Aprendizagem é a inabilidade específica na leitura, na

expressão escrita ou na matemática em indivíduos que apresentam resultado

abaixo do esperado para seu nível de desenvolvimento, escolaridade capacidade

intelectual. ( American Psychiatric Association, 1994 ).

Os Transtornos de Aprendizagem afetam a habilidade da pessoa de falar,

escutar, ler, escrever, soletrar, pensar, recordar, organizar informações ou

aprender a matemática. Os transtornos de aprendizagem não podem ser curados.

Duram para a vida toda.

De acordo com a definição estabelecida em 1981 pelo National Joint

Comittee for Learning Disabilities (Comitê Nacional de Dificuldades de

Aprendizagem), nos Estados Unidos da América, Distúrbio de aprendizagem é um

termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de alterações manifestas

por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita,

raciocínio ou habilidades matemáticas. Estas alterações são intrínsecas ao

indivíduo e presumivelmente devidas à disfunção do sistema nervoso central.

Apesar de um distúrbio de aprendizagem poder ocorrer concomitantemente com

outras condições desfavoráveis (por exemplo, alteração sensorial, retardo mental,

distúrbio social ou emocional) ou influências ambientais (por exemplo, diferenças

culturais, instrução insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos), não é resultado

direto dessas condições ou influências. Collares e Moysés, 1992: 32).

A Dificuldade de Aprendizagem está relacionada a vários fatores como:

Fatores Emocionais;

Fatores Orgânicos;

 Fatores Específicos;

Fatores Ambientais.

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Deve-se considerar também aspectos psíquicos, que em muitos casos são responsáveis pelo baixo rendimento escolar.

A aprendizagem depende basicamente da motivação. Muitas vezes o que

se chama de dificuldade de aprendizagem é basicamente "dificuldade de ensino".

Cada indivíduo aprende de uma forma diferente, conforme seu canal perceptivo

preferencial. Quando o que lhe é ensinado não o motiva suficientemente, ou lhe

chega de forma diferente de seu canal preferencial (de acordo com o canal

preferencial de quem lhe ensina), então a compreensão ou o aprendizado não se

completa.

A Organização Mundial da Saúde (CID – 10, 1993, p. 237) define

transtornos de aprendizagem como sendo:

grupos de transtornos manifestados por comprometimentos específicos e significativos no aprendizado de habilidades escolares. Estes comprometimentos no aprendizado não são resultados diretos de outros transtornos (tais como retardo mental, déficits neurológicos grosseiros, problemas visuais ou auditivos não corrigidos ou perturbações emocionais) embora eles possam ocorrer simultaneamente em tais condições.

  A massificação do ensino tem contribuído muito ao aparecimento e

aumento dos "distúrbios de aprendizagem".

Quando a aprendizagem não se desenvolve conforme o esperado para a criança,

para os pais e para a escola ocorre a "dificuldade de aprendizagem".  É

necessário a identificação do problema, esforço, compreensão, colaboração e

flexibilização de todas as partes envolvidas no processo: criança, pais,

professores e orientadores.

2 DISCALCULIA

A matemática para algumas crianças ainda é um bicho de sete cabeças.

Muitos não compreendem os problemas que a professora passa no quadro e

ficam muito tempo tentando entender se é para somar, diminuir ou multiplicar; não

sabem nem o que o problema está pedindo. Alguns, em particular, não entendem

os sinais, muito menos as expressões. Contas? Só nos dedos e olhe lá. Em

muitos casos o problema não está na criança, mas no professor que elabora

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problemas com enunciados inadequados para a idade cognitiva da criança.

Carraher afirma que:

 “Vários estudos sobre o desenvolvimento da criança mostram que termos quantitativos como “mais”, “menos”, maior”, “menor” etc. são adquiridos gradativamente e, de início, são utilizados apenas no sentido absoluto de “o que tem mais”, “o que é maior” e não no sentido relativo de “ ter mais que” ou “ser maior que”. A compreensão dessas expressões como indicando uma relação ou uma comparação entre duas coisas parece depender da aquisição da capacidade de usar da lógica que é adquirida no estágio das operações concretas”...”O problema passa então a ser algo sem sentido e a solução, ao invés de ser procurada através do uso da lógica, torna-se uma questão de adivinhação” (2002, p. 72).

   No entanto, em outros casos a dificuldade pode ser realmente da criança e

trata-se de um distúrbio e não de preguiça como pensam muitos pais e

professores desinformados.

Em geral, a dificuldade em aprender matemática pode ter várias causas.

De acordo com Johnson e Myklebust, terapeutas de crianças com desordens e

fracassos em aritmética, existem alguns distúrbios que poderiam interferir nesta

aprendizagem:

 2.2 Distúrbios de memória auditiva:

A criança não consegue ouvir os enunciados que lhes são passados

oralmente, sendo assim, não conseguem guardar os fatos, isto lhe incapacitaria

para resolver os problemas matemáticos.

Problemas de reorganização auditiva: a criança reconhece o número quando

ouve, mas tem dificuldade de lembrar do número com rapidez.

 

2.3 Distúrbios de leitura:

Os dislexos e outras crianças com distúrbios de leitura apresentam dificuldade

em ler o enunciado do problema, mas podem fazer cálculos quando o problema

é lido em voz alta. É bom lembrar que os dislexos podem ser excelentes

matemáticos, tendo habilidade de visualização em três dimensões, que as

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ajudam a assimilar conceitos, podendo resolver cálculos mentalmente mesmo

sem decompor o cálculo. Podem apresentar dificuldade na leitura do problema,

mas não na interpretação.

Distúrbios de percepção visual: a criança pode trocar 6 por 9, ou 3 por 8 ou 2

por 5 por exemplo. Por não conseguirem se lembrar da aparência elas têm

dificuldade em realizar cálculos.

 2.4 Distúrbios de escrita:

Crianças com disgrafia têm dificuldade de escrever letras e números. 

Estes problemas dificultam a aprendizagem da matemática, mas a discalculia

impede a criança de compreender os processos matemáticos.

A discalculia é um dos transtornos de aprendizagem que causa a

dificuldade na matemática. Este transtorno não é causado por deficiência

mental, nem por déficits visuais ou auditivos, nem por má escolarização, por

isso é importante não confundir a discalculia com os fatores citados acima.

O portador de discalculia comete erros diversos na solução de problemas

verbais, nas habilidades de contagem, nas habilidades computacionais, na

compreensão dos números. Kocs (apud García, 1998) classificou a discalculia

em seis subtipos, podendo ocorrer em combinações diferentes e com outros

transtornos:

Discalculia Verbal - dificuldade para nomear as quantidades matemáticas,

os números, os termos, os símbolos e as relações.

Discalculia Practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar e

manipular objetos reais ou em imagens matematicamente.

Discalculia Léxica - Dificuldades na leitura de símbolos matemáticos.

Discalculia Gráfica - Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos.

Discalculia Ideognóstica – Dificuldades em fazer operações mentais e na

compreensão de conceitos matemáticos.

Discalculia Operacional - Dificuldades na execução de operações e

cálculos numéricos.

 Na área da neuropsicologia as áreas afetadas são:

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UNIVERSIDADE DAS AMÉRICAS-UNIAMERICAS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM  Áreas terciárias do hemisfério esquerdo que dificulta a leitura e compreensão

dos problemas verbais, compreensão de conceitos matemáticos;

Lobos frontais dificultando a realização de cálculos mentais rápidos, habilidade

de solução de problemas e conceitualização abstrata.

Áreas secundárias occípito-parietais esquerdos dificultando a discriminação

visual de símbolos matemáticos escritos.

Lobo temporal esquerdo dificultando memória de séries, realizações

matemáticas básicas.

 De acordo com Johnson e Myklebust a criança com discalculia é incapaz de:  Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior;

Conservar a quantidade: não compreendem que 1 quilo é igual a quatro

pacotes de 250 gramas.

Seqüenciar números: o que vem antes do 11 e depois do 15 – antecessor e

sucessor.

Classificar números.

Compreender os sinais +, - , ÷, ×.

Montar operações.

Entender os princípios de medida.

Lembrar as seqüências dos passos para realizar as operações matemáticas.

Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de alunos de

uma sala à quantidade de carteiras.

Contar através dos cardinais e ordinais.

 Os processos cognitivos envolvidos na discalculia são:  Dificuldade na memória de trabalho;

Dificuldade de memória em tarefas não-verbais;

Dificuldade na soletração de não-palavras (tarefas de escrita);

Não há problemas fonológicos;

Dificuldade na memória de trabalho que implica contagem;

Dificuldade nas habilidades visuo-espaciais;

Dificuldade nas habilidades psicomotoras e perceptivo-táteis.

 De acordo com o Transtorno da Matemática caracteriza-se da seguinte forma:

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A capacidade matemática para a realização de operações aritméticas, cálculo e

raciocínio matemático, encontra-se substancialmente inferior à média esperada

para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível de escolaridade do

indivíduo.

As dificuldades da capacidade matemática apresentadas pelo indivíduo trazem

prejuízos significativos em tarefas da vida diária que exigem tal habilidade.

Em caso de presença de algum déficit sensorial, as dificuldades matemáticas

excedem aquelas geralmente a este associadas.

Diversas habilidades podem estar prejudicadas nesse Transtorno, como as

habilidades lingüisticas (compreensão e nomeação de termos, operações ou

conceitos matemáticos, e transposição de problemas escritos em símbolos

matemáticos), perceptuais (reconhecimento de símbolos numéricos ou

aritméticos, ou agrupamento de objetos em conjuntos), de atenção (copiar

números ou cifras, observar sinais de operação), e matemáticas (dar seqüência

a etapas matemáticas, contar objetos e aprender tabuadas de multiplicação).

2.5 Quais os comprometimentos?  Organização espacial;

Auto-estima;

Orientação temporal;

Memória;

Habilidades sociais;

Habilidades grafomotoras;

Linguagem/leitura;

Impulsividade;

Inconsistência (memorização).

 2.5 Ajuda do professor:

 O aluno deve ter um atendimento individualizado por parte do professor que

deve evitar:

  Ressaltar as dificuldades do aluno, diferenciando-o dos demais;

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Mostrar impaciência com a dificuldade expressada pela criança ou

interrompê-la várias vezes ou mesmo tentar adivinhar o que ela quer dizer

completando sua fala;

Corrigir o aluno freqüentemente diante da turma, para não o expor;

Ignorar a criança em sua dificuldade.

 2.6 Dicas para o professor:

Não force o aluno a fazer as lições quando estiver nervoso por não ter

conseguido;

Explique a ele suas dificuldades e diga que está ali para ajudá-lo sempre

que precisar;

Proponha jogos na sala;

Não corrija as lições com canetas vermelhas ou lápis;

Procure usar situações concretas, nos problemas.

 2.7 Ajuda do profissional: 

Um psicopedagogo pode ajudar a elevar sua auto-estima valorizando suas

atividades, descobrindo qual o seu processo de aprendizagem através de

instrumentos que ajudarão em seu entendimento. Os jogos irão ajudar na

seriação, classificação, habilidades psicomotoras, habilidades espaciais,

contagem.

Recomendam-se pelo menos três sessões semanais.

O uso do computador é bastante útil, por se tratar de um objeto de

interesse da criança.

O neurologista irá confirmar, através de exames apropriados, a dificuldade

específica e encaminhar para tratamento. Um neuropsicologista também é

importante para detectar as áreas do cérebro afetadas. O psicopedagogo, se

procurado antes, pode solicitar os exames e avaliação neurológica ou

neuropsicológica.

 O que ocorre com crianças que não são tratadas precocemente?  Comprometimento do desenvolvimento escolar de forma global

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O aluno fica inseguro e com medo de novas situações

Baixa auto-estima devido a críticas e punições de pais e colegas

Ao crescer o adolescente / adulto com discalculia apresenta dificuldade em

utilizar a matemática no seu cotidiano.

  

2.8 Qual a diferença? Acalculia e Discalculia.

A discalculia já foi relatada acima.

A acalculia ocorre quando o indivíduo, após sofrer lesão cerebral, como um

acidente vascular cerebral ou um traumatismo crânio-encefálico, perde as

habilidades matemáticas já adquiridas. A perda ocorre em níveis variados para

realização de cálculos matemáticos.

 

2.9 Cuidado!

As crianças, devido a uma série de fatores, tendem a não gostar da

matemática, achar chata, difícil. Verifique se não é uma inadaptação ao ensino

da escola, ou ao professor que pode estar causando este mal estar. Se sua

criança é saudável e está se desenvolvendo normalmente em outras

disciplinas não se desespere, mas é importante procurar um psicopedagogo

para uma avaliação.

Muitas confundem inclusive maior-menor, mais-menos, igual-diferente,

acarretando erros que poderão ser melhorados com a ajuda de um professor

mais atento.

3 DISLEXIA 

       A dislexia é um distúrbio na leitura afetando a escrita, normalmente

detectado a partir da alfabetização, período em que a criança inicia o processo

de leitura de textos. Seu problema torna-se bastante evidente quando tenta

soletrar letras com bastante dificuldade e sem sucesso.

Porém se a criança estiver diante de pais ou professores especialistas a

dislexia poderá ser detectada mais precocemente, pois a criança desde

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pequena já apresenta algumas características que denunciam suas

dificuldades, tais como:

 Demora em aprender a segurar a colher para comer sozinho, a fazer laço no

cadarço do sapato, pegar e chutar bola.

 Atraso na locomoção.

 Atraso na aquisição da linguagem.

Dificuldade na aprendizagem das letras.

 A criança dislexa possui inteligência normal ou muitas vezes acima da média.

Sua dificuldade consiste em não conseguir identificar símbolos gráficos (letras

e/ou números) tendo como conseqüência disso a dificuldade na leitura e

escrita.

A dislexia normalmente é hereditária. Estudos mostram que dislexos

possuem pelo menos um familiar próximo com dificuldade na aprendizagem da

leitura e escrita.

O distúrbio envolve percepção, memória e análise visual. A área do

cérebro responsável por estas funções envolve a região do lobo occipital e

parietal.

 3. 1 Características: 

 Confusão de letras, sílabas ou palavras que se parecem graficamente: a-o, e-

c, f-t, m-n, v-u.

 Inversão de letras com grafia similar: b/p, d/p, d/q, b/q, b/d, n/u, a/e.

 Inversões de sílabas: em/me, sol/los, las/sal, par/pra.

 Adições ou omissões de sons: casa Lê casaco, prato lê pato.

 Ao ler pula linha ou volta para a anterior.

 Soletração defeituosa: lê palavra por palavra, sílaba por sílaba, ou reconhece

letras isoladamente sem poder ler.

 Leitura lenta para a idade.

 Ao ler, movem os lábios murmurando.

 Freqüentemente não conseguem orientar-se no espaço sendo incapazes de

distinguir direita de esquerda. Isso traz dificuldades para se orientarem com

mapas, globos e o próprio ambiente.

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Usa dedos para contar.

 Possui dificuldades em lembrar se seqüências: letras do alfabeto, dias da

semana, meses do ano, lê as horas.

 Não consegue lembrar-se de fatos passados como horários, datas, diário

escolar.

 Alguns possuem dificuldades de lembrar objetos, nomes, sons, palavras ou

mesmo letras.

 Muitos conseguem copiar, mas na escrita espontânea como ditado e ou

redações mostra severas complicações.

 Afeta mais meninos que meninas.

3.2  Classificação feita com base na causa da dislexia:

Primária ou genética: Disfunção do lado esquerdo do cérebro, persiste até a

idade adulta, hereditário e atinge leitura, escrita e pronuncia, mais comum em

meninos;

Secundária ou de desenvolvimento: Pode ser causada por hormônios, má

nutrição, negligência e abusos infantis, diminui com a idade;

Tardia ou por trauma: Causada por lesões a áreas do cérebro responsáveis

por compreensão de linguagem, raro em crianças.

  O dislexo geralmente demonstra insegurança e baixa auto-estima,

sentindo-se triste e culpado. Muitos se recusam a realizar atividades com medo

de mostrar os erros e repetir o fracasso. Com isto criam um vínculo negativo

com a aprendizagem, podendo apresentar atitude agressiva com professores e

colegas.

      Antes de atribuir a dificuldade de leitura à dislexia alguns fatores deverão

ser descartados, tais como:

   imaturidade para aprendizagem;

 problemas emocionais;

 métodos defeituosos de aprendizagem;

 ausência de cultura;

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 incapacidade geral para aprender.

Dislexia foi dividida em 6 diagnósticos de '''Desordem de aprendizado''' distintos e

mais específicos:

Desordem na leitura de palavras;

Desordem na fluência de leitura;

Desordem na compreensão da leitura;

Desordem na expressão escrita;

Desordem no cálculo matemática;

Desordem na resolução de problema de matemática.

 3.3 Tratamento e orientações: 

O tratamento deve ser realizado por um especialista ou alguém que tenha

noções de ajuda ao dislexo. Deve ser individual e freqüente.

Durante o tratamento deve-se usar material estimulante e interessante. - Ao

usar jogos e brinquedos empregar preferencialmente os que contenham letras

e palavras.

Reforçar a aprendizagem visual com o uso de letras em alto relevo, com

diferentes texturas e cores. É interessante que ele percorra o contorno das

letras com os dedos para que aprenda a diferenciar a forma da letra.

Deve-se iniciar por leituras muito simples com livros atrativos, aumentando

gradativamente conforme seu ritmo.

Não exigir que faça avaliação de outra língua. Deve-se dar mais importância

na superação de sua dificuldade do que na aprendizagem de outra língua.

O tratamento psicológico não é recomendado a não ser nos casos de graves

complicações emocionais.

Substituir o ensino através do método global (já que não consegue perceber o

todo), por um sistema mais fonético.

Não estimule a competição com colegas nem exija que ele responda no

mesmo tempo que os demais.

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Oriente o aluno para que escreva em linhas alternadas, para que tanto ele

quanto o professor possa entender o que escreveu e poder corrigi-los.

Quando a criança não estiver disposta a fazer a lição em um dia ou outro não

a force. Procure outras alternativas mais atrativas para que ele se sinta

estimulado.

Nunca critique negativamente seus erros. Procure mostrar onde errou, porque

errou e como evitá-los. Mas atenção: não exagere nas inúmeras correções,

isso pode desmotivá-lo. Procure mostrar os erros mais relevantes.

Peça que os pais releiam o diário de classe sem criticá-los por não conseguir

fazê-lo, pois a criança pode esquecer o que foi pedido e/ou não conseguir ler

as instruções.

4 DISGRAFIA 

A disgrafia é também chamada de letra feia. Isso acontece devido a uma

incapacidade de recordar a grafia da letra. Ao tentar recordar este grafismo

escreve muito lentamente o que acaba unindo inadequadamente as letras,

tornando a letra ilegível.

Algumas crianças com disgrafia possui também uma disortografia amontoando

letras para esconder os erros ortográficos. Mas não são todos disgráficos que

possuem disortografia

A disgrafia, porém, não está associada a nenhum tipo de comprometimento

intelectual.

 4. 1 Carcaterísticas: 

 Lentidão na escrita.

 Letra ilegível.

Escrita desorganizada.

 Traços irregulares: ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito

leves.

 Desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial.

 

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Desorganização do texto, pois não observam a margem parando muito antes

ou ultrapassando. Quando este último acontece, tende a amontoar letras na

borda da folha.

 Desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas,

omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas, movimentos

contrários à escrita (um S ao invés do 5 por exemplo).

Desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita

alongada ou comprida.

O espaço que dá entre as linhas, palavras e letras são irregulares.

Liga as letras de forma inadequada e com espaçamento irregular.

 O disgráfico não apresenta características isoladas, mas um conjunto de

algumas destas citadas acima.

 4. 2 Tipos: Podemos encontrar dois tipos de disgrafia:

Disgrafia motora (discaligrafia): a criança consegue falar e ler, mas

encontra dificuldades na coordenação motora fina para escrever as letras,

palavras e números, ou seja, vê a figura gráfica, mas não consegue fazer

os movimentos para escrever.

Disgrafia perceptiva: não consegue fazer relação entre o sistema

simbólico e as grafias que representam os sons, as palavras e frases.

Possui as características da dislexia sendo que esta está associada à

leitura e a disgrafia está associada à escrita.

 4.3 Tratamento e orientações: 

O tratamento requer uma estimulação lingüística global e um atendimento

individualizado complementar à escola.

Os pais e professores devem evitar repreender a criança.

Reforçar o aluno de forma positiva sempre que conseguir realizar uma

conquista.

Na avaliação escolar dar mais ênfase à expressão oral.

Evitar o uso de canetas vermelhas na correção dos cadernos e provas.

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Conscientizar o aluno de seu problema e ajudá-lo de forma positiva.

5 DISORTOGRAFIA

Até a 2ª série é comum que as crianças façam confusões ortográficas

porque a relação com os sons e palavras impressas ainda não estão dominadas

por completo. Porém, após estas séries, se as trocas ortográficas persistirem

repetidamente, é importante que o professor esteja atento já que pode se tratar

de uma disortografia.

A característica principal de um sujeito com disortografia são as confusões

de letras, sílabas de palavras, e trocas ortográficas já conhecidas e trabalhadas

pelo professor.

  

5.1 Caraterísticas:  Troca de letras que se parecem sonoramente: faca/vaca, chinelo/jinelo,

porta/borta.

Confusão de sílabas como: encontraram/encontrarão.

Adições: ventitilador.

Omissões: cadeira/cadera, prato/pato.

Fragmentações: en saiar, a noitecer.

Inversões: pipoca/picoca.

Junções: No diaseguinte, sairei maistarde.

 5.2 Orientações: 

Estimular a memória visual através de quadros com letras do alfabeto,

números, famílias silábicas.

Não exigir que a criança escreva vinte vezes a palavra, pois isso de nada

irá adiantar.

Não reprimir a criança e sim auxiliá-la positivamente.

 6 DISARTRIA

Tem como característica principal a fala lenta e arrastada devido a alterações

dos mecanismos nervosos que coordenam os órgãos responsáveis pela fonação.

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A disartria de origem muscular é resultante de paresia, paralisia ou ataxia dos

músculos que intervêm nesta articulação.

A disartria pode ter origem em lesões no sistema nervoso o que altera o

controle dos nervos provocando uma má articulação.

Podemos encontrar a disatria em pessoas que sofrem de paralisia periférica

do nervo hipoglosso (duodéssimo par dos nervos cranianos. Inerva os músculos

da língua) pneumogástrico (nervo vago ou décimo par craniano que inerva a

laringe, pulmões, esôfago, estômago e a maioria das vísceras abdominais) e

facial. Em pessoas que apresentam esclerose, intoxicação alcoólica, com

tumores (malignos ou benignos) no cérebro, cerebelo ou tronco

encefálico, traumatismos crânio-encefálicos.

No caso de lesões cerebrais, os exames clínicos mostram que as alterações

não se manifestam isoladamente estando associada geralmente a outros

distúrbios tais como gnósio-apráxicos ou transtornos disfásicos.

  

7 TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

TDAH é uma síndrome (conjunto de sintomas) caracterizada

por distração, agitação /hiperatividade, impulsividade, esquecimento, desorganiza

ção, adiamento crônico, entre outras. Pessoas com TDAH - Déficit de Atenção

tem dificuldade em manter a concentração, costumam ser agitadas e tem

problemas para fazer as coisas até o final. Encontrar este sintomas em crianças e

adultos é comum. Porém, quando se trata do transtorno, as queixas são mais

frequentes e os sintomas muito mais intensos. Há diagnóstico e tratamento para

TDAH, que pode prevenir e aliviar muito sofrimento.

O TDAH é um transtorno de "base orgânica", associado a uma disfunção

em áreas do córtex cerebral, conhecida como Lobo Pré-Frontal. Quando seu

funcionamento está comprometido, ocorrem dificuldades

com concentração, memória, hiperatividade e impulsividade, originando os

sintomas do TDAH - déficit de atenção, hiperatividade e impulsividade.

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Normalmente, em atividades como estudo, leitura ou outras que exijam

concentração, o cérebro aumenta os níveis de ativação, justamente para dar

conta das exigências. Nos casos típicos de TDAH, a característica psicofisiológica

mais comum é a hipofunção / hipoativação do córtex pré-frontal, na qual uma

quantidade significativa de neurônios pulsam mais devagar que o esperado,

especialmente quando as circunstâncias exigem maior esforço mental e, portanto,

maior ativação.

Imagens funcionais do cérebro mostraram menor ativação das áreas

frontais em portadores de TDAH, especialmente ao tentar concentrar ou realizar

esforço mental. Estes desequilíbrios estão relacionados à ação de

neurotransmissores, que por sua vez determinam os disparos elétricos dos

neurônios. Apesar de não haver certeza sobre as causas destas alterações,

estudos já apontaram forte correlação entre TDAH, tanto na forma de déficit de

atenção quanto de hiperatividade e impulsividade, com hereditariedade.

(Imagens: Clinica Amen, EUA / Brookhaven National Laboratory).

A imagem acima à esquerda mostra um cérebro normal em descanso. Ao

centro, o cérebro de um portador de TDAH também em descanso. As áreas de

menor ativação (com a aparência de"buracos") indicam menor consumo de

energia (menor metabolismo de glicose). Em descanso, há maior similaridade

entre o cérebroTDAH e normal - em descanso, as diferenças são poucas. O

problema aparece mais claramente é exigida concentração, controle da

hiperatividade e esforço mental, pela necessidade de maior ativação cognitva. Isto

pode ser visto na figura da direita, indicando que portadores de TDAH enfrentam

as maiores dificuldades justamente no momento em que precisam se concentrar

(As imagens foram obtidas através de SPECT.  Link para o artigo original:

www.dda-deficitdeatencao.com.br/oquee/index.html - Escrito por Cacilda Amorim,

Diretora Clínica do IPDA. Se copiar ou citar este artigo, mantenha esta nota e o

link original.

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No TDAH Adulto, há quatro aspectos comuns: as queixas do TDAH estão

associadas a comorbidades, há um forte rebaixamento da auto-estima, problemas

de relacionamento e padrões comportamentais de auto-sabotagem, como

adiamento crônico e não realização de objetivos que estão ao alcance da pessoa.

O TDAH adulto ocorre em metade daqueles que tiveram o transtorno na infância,

segundo os estudos da área.

As comorbidades mais comuns ao TDAH adulto

são ansiedade, depressão, perfeccionismo, stress crônico e esgotamento -

também conhecido como Síndrome de Burnout. Preocupações crônicas e/ou

excesso de pensamentos negativos tornam ainda mais difícil superar os déficits

associados ao TDAH adulto.

O rebaixamento da auto-estima ocorre como consequência dos fracassos e

do excesso de críticas acumulados ao longo da vida. Como estes reduzem a

auto-confiança, a pessoa pode deixar de tentar - como forma de se proteger - o

que é um fator de risco para os padrões de auto-sabotagem ou adiamento

crônico.

Quando há co-morbidades como baixa auto-estima, desorganização

extrema e padrões de adiamento crônico, é recomendado associar a Terapia

Cognitivo-Comportamental ao tratamento. Sem estes componentes, um

treinamento do tipo Coaching Comportamental costuma ser suficiente. O IPDA

tem tratamentos especializados para TDAH adulto.

8 DISLALIA

A dislalia (do grego dys + lexia) é um distúrbio da fala, caracterizado pela

dificuldade em articular as palavras. É o transtorno de linguagem mais comum em

crianças e o mais fácil de identificar. A dislalia é um distúrbio da fala que se

caracteriza pela dificuldade de articulação de palavras: o portador da dislalia

pronuncia determinadas palavras de maneira errada, omitindo, trocando,

transpondo, distorcendo ou acrescentando fonemas ou sílabas a elas. Dificuldade

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na linguagem oral, que pode interferir no aprendizado da escrita. A criança omite,

faz substituições, distorções ou acréscimos de sons. Eis alguns exemplos:

Omissão: não pronuncia sons - "omei" = "tomei";

Substituição: troca alguns sons por outros - "balata" = "barata";

Acréscimo: introduz mais um som - "Atelântico" = "Atlântico".

Quando se encontra um paciente dislálico, deve-se examinar os órgãos da

fala e da audição a fim de se detectar se a causa da dislalia é orgânica (mais rara

de acontecer, decorrente de má-formação ou alteração dos órgãos da fala e

audição), neurológica ou funcional (quando não se encontra qualquer alteração

física a que possa ser atribuída à dislalia).

A dislalia também pode interferir no aprendizado da escrita tal como ocorre com a

fala.

A maioria dos casos de dislalia ocorre na primeira infância, quando a

criança está aprendendo a falar. As principais causas, nestes casos, decorrem de

fatores emocionais, como, por exemplo, ciúme de um irmão mais novo que

nasceu, separação dos pais ou convivência com pessoas que apresentam esse

problema (babás ou responsáveis, por exemplo, que dizem “pobrema”,

“Framengo”, etc.), e a criança acaba assimilando essa deficiência.

É o transtorno de linguagem mais comum em meninos, e o mais conhecido

e mais fácil de identificar. Pode apresentar-se entre os 3 e os 5 anos, com

alterações na articulação dos fonemas. O diagnóstico de um menino com dislalia

revela-se quando se nota que é incapaz de pronunciar corretamente os sons

vistos como normais segundo sua idade e desenvolvimento. Uma criança com

dislalia, pode substituir uma letra por outra, ou não pronunciar consoantes.

9 SÍNDROME DE IRLEN

A Síndrome de Irlen (S.I.) é uma alteração visuoperceptual, causada por

um desequilíbrio da capacidade de adaptação à luz que produz alterações no

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córtex visual e déficits na leitura. A Síndrome tem caráter hereditário e se

manifesta sob maior demanda de atenção visual.

Descrita em 1983 pela psicóloga Helen Irlen, a Síndrome tem como

manifestações, além da fotofobia, problemas na resolução viso-espacial,

dificuldades na manutenção do foco, estresse visual, alteração na percepção de

profundidade e cefaleias.

Durante a leitura, segundo pacientes, o brilho ou reflexo do papel branco

contra o texto causam irritabilidade, assim como a luz natural ou fluorescente³.

Eles possuem ainda sensação de movimentação das letras que "pulsam, tremem,

vibram, confluem ou desaparecem"4 e a leitura passa a ser fragmentada. Além

disso, queixam de insegurança ao dirigir, estacionar, com esportes com bola ou

em outros movimentos, como descer e subir escadas rolantes.

A prevalência da S.I. é maior que a da própria Dislexia (estimada entre 3 a

6% da população), atingindo 12 a 14% de bons leitores e entre alunos com

dificuldades de leitura, gira entre 17 e 46%.5 Como os sintomas podem ser

semelhantes, o diagnóstico diferencial é indispensável para intervenção correta.

A dependência entre o ver e o aprender é estimada em 80% e hoje já se

reconhecem os impactos dos déficits de eficiência visual. Daí a importância do

oftalmologista em buscar dados além da acuidade (visão de letrinhas) e

condições ópticas, dando, em conjunto a outras áreas, suporte aos distúrbios de

aprendizagem.

O rastreamento da S.I. é feito por profissionais da saúde e educação

capacitados pelo Método Irlen, aplicado em mais de 40 países.7Através de

intervenção não invasiva e de baixo custo, estes profissionais são capazes de

potencializar os esforços acadêmicos.

Os portadores da S.I. não têm consciência de suas distorções pois sempre

as perceberam como "normalidade" – daí a frustração pela lentidão e esforço para

uma atividade que aos demais é prazerosa e natural.

10 DÉFICIT DE ATENÇÃO

Há disléxicos cujo problema central está na dificuldade de focar a atenção,

sustentando a coordenação seletiva dessa atenção, e mantendo esse estado

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convergente de atenção durante um espaço de tempo necessário à seleção e

registro de um estímulo, possibilitando que se integre na construção do

aprendizado. Como, de alguma forma, sempre existe o componente da atenção

em Dislexia, alguns especialistas nomeavam essa dificuldade de aprendizado a

partir do seu aspecto de deficiência de atenção, com as designações: "Attention

Deficit Desorder-ADD" - (Distúrbio de Deficiência de Atenção-DDA); e "Attention

Deficit Hyperativity Desorder-ADHD" - (Distúrbio de Deficiência de Atenção com

Hiperatividade-DDAH).

Por causa de sua dificuldade em concentrar a atenção, há crianças e

adultos que podem tornar-se inacreditavelmente confusos e inconsistentes. E

porque existe uma oscilação no nível da capacidade de concentração dessas

pessoas, há dias em que elas podem melhor corresponder à expectativa escolar

ensino aprendizado, e outros dias em que se apresentam dispersivas, parecendo

ter esquecido tudo o que já haviam aprendido. Por isto, elas podem conseguir

uma nota alta em um dia e serem reprovadas, no mesmo conteúdo, no dia

seguinte, na próxima semana ou no mês seguinte. Condição que confunde pais,

professores e o próprio disléxico que não consegue entender por que isto

acontece.

E porque, muitas vezes, esses estudantes não são capazes de focar e

manter sua atenção seletiva para uma concentração e resposta satisfatórias,

pessoas e, até, profissionais desinformados acerca desse processo, podem

exasperar se e acusá-los de serem desatentos e negligentes; de não estarem

levando seus estudos a sério; de não estarem determinados a aprender; de

serem negligentes e indiferentes ao objetivo de conquistar um bom desempenho

escolar quando, na verdade, eles não estão conseguindo atingir um nível mínimo

necessário de concentração da atenção, para que possam, mentalmente,

construir e entrelaçar as sequências relacionais em seu mecanismo

psicopedagógico pessoal ensino-aprendizado.

O Dr. Mel Levine, M.D., adverte que, "Freqüentemente, essas crianças são

classificadas como tendo distúrbios emocionais, e seus pais podem culpá-las por

isto, quando, na verdade, cada uma delas é vítima inocente

de uma deficiência escondida, que interfere no caminho em que o cérebro

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dessa criança organiza sua habilidade de concentração".

Há crianças que têm problemas de atenção e são, também, impulsivas,

porém não são hiperativas. E outras, ao contrário, que podem ser hipoativas. O Dr

Goldberg também esclarece que "DDA-Distúrbio de Deficiêcia de Atenção pode

ocorrer sem nenhum desequilíbrio piscomotor como, também, pode acontecer

acompanhado de Hiperatividade em algum de seus diferentes graus, que podem

oscilar entre o quase imperceptível ao irritante e, deste, podendo atingir níveis

até incapacitantes".

11 HIPERATIVIDADE

Criança hiperativa é aquela que nunca pode parar que está sempre

agitada, que não consegue permanecer sentada, imóvel. O Dr.Serfontein diz

que: "Mesmo quando mais velho, se analisado com atenção, o hiperativo revelará

algum tipo de movimento contínuo das pernas, dos pés, dos braços, das mãos,

dos lábios, da língua". Especialistas dizem que “... há pais e professores que,

ainda, acreditam que o comportamento da criança ou do jovem hiperativo seja de

oposição, e que pode e deve ser controlado". Por isto se torna muito importante a

conscientização de que Hiperatividade é condição orgânica com base

neurológica. E que uma criança ou jovem que se sinta incapaz de controlar os

próprios movimentos, sente-se muito mal a respeito de si mesmo e sua

autoimagem e autoestima podem tornar-se muito negativas.

Existem duas características diferenciais em Hiperatividade: a primeira

delas é da criança hiperativa com comportamento impulsivo, que fala sem pensar

e nunca espera por nada; que não consegue esperar por sua vez, interrompendo

e atropelando tudo e todos, agindo antes de pensar e nunca medindo as

consequências dessas atitudes. Planeja e decide mal e suas ações podem ser

perigosas. Como bem explicita o Dr. Paul Wender, "Essa criança corre para a rua,

sobe no peitoril da janela, trepa em árvores... Por isto sua cota de escoriações,

hematomas, cortes e idas ao médico são significativas". Um segundo tipo de

Hiperatividade tem suas características mais pronunciadas na dificuldade de foco

de atenção. Trata-se de uma super estimulação nervosa que faz com que essa

criança passe de um estímulo a outro, não conseguindo

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focar sua atenção em um único objetivo, o que dá a impressão de que ela é

desligada. Ela se distrai facilmente com um estímulo mínimo que alcance sua

visão, com qualquer som ou cheiro, não conseguindo centralizar sua atenção,

suprimindo detalhes de importância irrelevante. Não é que esse hiperativo não

preste atenção em nada, ao contrário, ele presta atenção em tudo, ao mesmo

tempo, não sendo capaz de destacar um estímulo e ignorar outros. Ele

nãoconsegue determinar o foco principal dentre estímulos que bombardeiem seu

cérebro, em que deveria fixar sua atenção seletiva. É a resposta a diferentes

estímulos, ao mesmo tempo, que dá a essa criança a característica de hiperativa.

Não é que ela esteja desatenta, desligada; ao contrário, o fato dela estar ligada

em tudo que esteja acontecendo a sua volta é que a impede de concentrar sua

atenção em um só estímulo.

12 HIPOATIVIDADE

O termo HIPOATIVIDADE expressa a tradução de sua significação literal,

exatamente inversa à condição de Hiperatividade.A criança hipoativa é aquela

que parece estar, sempre, no "mundo da lua","sonhando acordada." Dá a

impressão de que nunca está ligada em nada. Ela tem memória pobre e

comportamento vago, pouca interação social, quase não se envolve com seus

colegas e costuma não ter amigos. Hipoatividade se caracteriza por um nível

baixo de atividade motora, com reação lenta a qualquer estímulo. Essa criança

não costuma trazer problemas em seu convívio porque é, sempre, muito bem

comportada, a chamada "criança boazinha". Hipoatividade ligada à Dislexia traz

uma grande dificuldade a essa criança e jovem, no processar o que está

acontecendo à sua volta, necessitando de um aprimoramento de técnicas em seu

programa escolar, com a necessidade de recursos psicopedagógicos

remediativos absolutamente específicos, com um suporte muito mais ativo de

estímulos tanto na escola como em casa e na sociedade.

13 DISFEMIA

A disfemia, conhecida popularmente como gagueira ou gaguez, é a mais

comum desordem de fluência da fala, atingindo cerca de 70 milhões de pessoas 22

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em todo o mundo (dois milhões no Brasil). Os sintomas mais evidentes da

gagueira são a repetição de sílabas, os prolongamentos de sons e os bloqueios

dos movimentos da fala, sobretudo na primeira sílaba, no momento em que o

fluxo suave de movimentos da fala precisa ser iniciado. Também usam-se os

termos tartamudez, disfemismo ou disfluência. Além de gago, o indivíduo que

apresenta disfemia recebe o nome de disfêmico,tartamudo, balbo (de balbuciar)

ou tardíloquo.

Cerca de 5% das crianças entre dois e quatro anos de idade apresentam

episódios de disfemia, sendo geralmente episódios transitórios que duram poucos

meses, ocorrendo em consequência de uma combinação de vários fatores

durante o desenvolvimento da fala. Um destes fatores é a maturação lenta das

redes neurais de processamento da linguagem, que resulta numa habilidade

ainda pequena para articular palavras e encadeá-las em frases nesta idade.

O rápido fluxo de pensamentos, em contraste com a relativa imaturidade do

sistema fonoarticulatório, contribui para que a criança apresente alguma

dificuldade para produzir um ritmo regular e suave em sua fala. Esta disfluência

pode aumentar quando a criança está ansiosa, cansada ou doente e quando está

tentando dominar muitas palavras novas.

Normalmente, este distúrbio é transitório, apenas 20% das crianças que

apresentam disfemia em tenra idade necessitarão de tratamento especializado.

Estes poucos casos que persistem por mais tempo do que o habitual podem estar

associados a uma história familiar de gagueira, sugerindo uma predisposição

hereditária. Um estudo do Instituto Nacional de Desordens da Comunicação nos

EUA (NIDCD), divulgado em fevereiro de 2010, encontrou 3 genes relacionados à

origem da gagueira: GNPTAB, GNPTG e NAGPA. Neste estudo, foram

descobertas mutações capazes de alterar o funcionamento normal de células

cerebrais localizadas no centro de controle da fala em pessoas que gaguejam.

23Unidade Fortaleza: Av. Dom Luís 300 | 2° Piso Shopping Avenida

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14 DISTÚRBIO ESPECÍFICO DE LINGUAGEM (DEL)

Pouco conhecido pelos profissionais da saúde e da educação, o Distúrbio

Específico de Linguagem (DEL) é um quadro de alta prevalência na primeira

infância, causando dificuldades no desenvolvimento linguístico que podem trazer

consequências persistentes por toda a vida. De acordo com a Dra. Noemi

Takiuchi, professora adjunta do curso de Fonoaudiologia da Faculdade de

Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, o indivíduo com DEL tem todas

as condições para desenvolver a linguagem e, mesmo assim, não evolui, nesse

aspecto, no mesmo padrão em que se desenvolve nas outras áreas. 

“Para diagnosticar o distúrbio é utilizado um critério de exclusão de outros

quadros, como deficiência auditiva e intelectual e autismo. A criança com DEL

tem um desempenho em comunicação abaixo do esperado para sua idade. Ela

brinca e interage, mas a linguagem não acompanha essa evolução”, diz a

professora. A origem desse distúrbio é genética, mas ainda não foi possível

associar um gene específico determinante do DEL, além disso, aspectos

ambientais podem potencializar as dificuldades. 

É comum que os profissionais não encaminhem crianças com dificuldades

no desenvolvimento de linguagem, na ausência de outros comprometimentos,

considerando que se trata de uma variação normal, um atraso sem maiores

consequências. 

Segundo a especialista, é possível que haja variação no desenvolvimento

da linguagem das crianças, mas, em geral, as primeiras palavras já são

obervadas a partir de um ano de idade. “Os pais devem ficar atentos se a criança

não se comunica predominantemente por palavras ou demora a organizá-las em

frases após os dois anos de idade. Se o atraso na aprendizagem da linguagem

permanecer, é importante a avaliação de um fonoaudiólogo”, afirma.  

Com o auxílio da terapia fonoaudiológica, é possível melhorar o

desempenho no processo de comunicação por meio do desenvolvimento de

habilidades.  “É comum que algumas dificuldades permaneçam, pois é um

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distúrbio na organização da arquitetura cerebral para o processamento de

informações linguísticas. Contudo, trabalhamos para que elas sejam minimizadas,

melhorando as condições para a aprendizagem da linguagem e, assim, a criança

pode atingir um aprendizado satisfatório”, explica a Dra. Noemi.

A professora reforça que caso o indivíduo não tenha um acompanhamento

adequado, poderá apresentar problemas em toda a trajetória escolar, uma vez

que a linguagem perpassa todas as disciplinas. O DEL também pode afetar o

aprendizado da leitura e escrita, além de interferir na interação social.

14.1 Sinais indicativos de um Distúrbio Específico de Linguagem: 

 O aparecimento da fala é lento ou atrasado; 

 A compreensão pode ser normal ou pode estar alterada; 

 Dificuldade em combinar palavras para formar frases; 

 Presença de alterações fonológicas (troca de sons na fala); 

 Presença de alterações morfossintáticas: não consegue estruturar

adequadamente uma frase, dificuldade com verbos, preposições; 

 Flexionamento verbal e nominal ausente ou inadequado; 

 Dificuldade na organização seqüencial das palavras nas frases (inverte a ordem

das palavras); 

 Fala ininteligível – os familiares não conseguem entender o que a criança está

falando; 

 Vocabulário restrito – dificuldade para aprender novas palavras; 

 Pode aparecer disfluências, como hesitações, repetições de silabas e de

palavras (sinais parecidos com uma gagueira); 

 Não conseguem relatar fatos, recontar uma história; 

 Dificuldade para compreender piadas, duplo sentido; 

 Apresentar sérias dificuldades para aprender a leitura e escrita – transtornos de

aprendizagem; 

 Se há problemas semelhantes na família;

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UNIVERSIDADE DAS AMÉRICAS-UNIAMERICAS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEMO Distúrbio Específico de Linguagem pode gerar conseqüências para o

processo de aprendizagem da escrita e leitura – estas crianças geralmente não

conseguem se alfabetizar na idade prevista e possuem sérias dificuldades para

acompanhar as atividades em sala de aula. Não conseguem compreender a

relação entre o som e a escrita. A aquisição e o desenvolvimento da linguagem

oral são determinantes para o aprendizado da leitura e escrita.

14. 2 O QUE OS PAIS E PROFESSORES PODEM FAZER? 

Podem ficar atentos quanto aos marcos de desenvolvimento da linguagem, como

por exemplo: com 1 ano as crianças já começam a falar as primeiras palavras

(papai , mamãe); com 1 ano e meio elas já conseguem juntar duas palavras e a

partir dos 2 anos, as crianças já começam a formar pequenas frases.  Quando

isso não acontecer é importante que os pais busquem uma orientação

profissional. Até mesmo nas creches e escolas, os professores podem observar

estes marcos de desenvolvimento. 

15 O PAPEL DO PROFESSOR FRENTE ÀS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Num primeiro momento, quando a criança apresenta dificuldades na

aprendizagem, é muito comum os adultos procurarem um "responsável" por

estas dificuldades. Os pais jogam a "culpa" nos professores, acham que não

são capazes de ensinar adequadamente. Os professores jogam a "culpa" nos

pais, que não são presentes na vida da criança e não disponibilizam tempo

para ajudar a criança nos deveres da escola.

Na verdade, esse empurra-empurra não ajuda em nada. O "culpado" não

existe! Pais e professores devem unir seus esforços para trabalharem juntos

auxiliando o desenvolvimento da criança. Infelizmente, vemos que aqueles alunos

que não apresentam um bom desempenho escolar são rejeitados por outras

crianças e até por alguns professores. E isso precisa mudar! Ir mal na escola

não significa preguiça ou incompetência. O aluno que

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UNIVERSIDADE DAS AMÉRICAS-UNIAMERICAS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEMapresenta alguma dificuldade não é incapaz de aprender. Essa criança necessita

de atenção especial para desenvolver o aprendizado.

O professor tem o papel de ajudar na sociabilização deste aluno, propondo

atividades em grupo para que cada criança perceba o seu papel social. Jamais

permitir que outros alunos façam brincadeirinhas e piadinhas para diminuir esta

criança que apresenta dificuldades, pois ela pode demonstrar um comportamento

cada vez mais retraído.

Além disto, deve sempre enfatizar os aspectos positivos deste aluno,

mostrando a ele do que ele é capaz.

15.1 Outras reflexões importantes aos professores

Será que a metodologia que estou adotando é adequada a este aluno?

Nem sempre a metodologia que o professor utiliza, é suficiente para garantir a

aprendizagem do aluno. Lembre-se: Cada um aprende de um jeito. Se o aluno

não conseguiu entender o que lhe foi passado, procure explicar o mesmo

conteúdo de outras maneiras. Use outros exemplos, outros materiais, outras

técnicas.

Será que o aluno está passando por algum problema emocional? O ser

humano é formado por emoção. É muito importante verificar se o estado

psicológico da criança está em boas condições. Algumas vezes vemos o

rendimento do aluno cair quando os pais estão se separando, quando a família

enfrenta doença ou morte de um ente querido, quando a criança vai ganhar um

irmãozinho... Há muitos fatores para serem investigados!

E como vai a saúde desta criança? É muito importante verificar se a

criança apresenta a saúde em perfeitas condições. O aluno pode apresentar, por

exemplo, dificuldades para enxergar, e isso faz com que ele fique desmotivado,

não mostrando nenhum tipo de interesse pelos estudos. Cansaço, sono, má

alimentação também prejudicam o fator orgânico.

Lembre-se: Os professores podem ser muito importantes no processo de

identificação e descoberta de dificuldades de aprendizagem (TDAH, Disgrafia,

Discalculia, Dislalia, Disortografia..), mas não cabe a eles diagnosticar. Estes

27Unidade Fortaleza: Av. Dom Luís 300 | 2° Piso Shopping Avenida

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UNIVERSIDADE DAS AMÉRICAS-UNIAMERICAS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEMdevem ser feitos por médicos, psicólogos e psicopedagogos.

O professor deve observar o aluno e auxiliar no seu processo de

aprendizagem, fazendo com que as aulas sejam dinâmicas e motivadoras, dando

ao aluno a oportunidade de descobrir suas potencialidades.

16 DISTÚRBIOS DE ATIVIDADE MOTORA

Os distúrbios de atividade motora podem ser divididos em dois tipos:

distúrbio de atividade motora grosseira e distúrbio de atividade motora fina.

O distúrbio de atividade motora grosseira é caracterizado pela dificuldade

de usar grandes grupos musculares. Ele faz com que o aluno seja desajeitado

fazendo-o cair sobre as coisas ou enfrentar problemas para realizar atividades

físicas como correr, escalar ou nadar.

Já o distúrbio de atividade motora fina, consiste na dificuldade de realizar

tarefas que demandam que muitos músculos trabalhem juntos. Ele é percebido

quando o aluno começa a escrever. Ele apresenta uma incapacidade de fazer

com que os músculos da mão dominante trabalhem em conjunto. A sua

velocidade de escrever não consegue acompanhar o ritmo do seu pensamento, o

que resulta em uma letra lenta e feia.

Escrever exige uma série de elementos que acabam passando despercebidos

para as pessoas que não possuem tais dificuldades como a forma, o tamanho, o

espaçamento e o posicionamento.

Algumas crianças parecem ser mais desajeitadas ou estabanadas que as

outras. Elas ficam tristes por não conseguir acompanhar os colegas nas

brincadeiras motoras e, muitas vezes, são alvo de comentários de professores e

colegas, devido à letra feia, cadernos bagunçados, o cabelo mal penteado e as

roupas em desalinho. Essas crianças, às vezes, se envolvem em situações

embaraçosas, como tropeçar e cair no meio da apresentação de teatro da turma,

não conseguir agarrar uma bola chutada pelos colegas, escorregar na carteira e

cair no chão e acabam ganhando nomes ou apelidos, que sinalizam sua condição

e as excluem de certas atividades ou grupos sociais. Um exemplo é aquela

criança mais quieta, que nunca é chamada para brincar com os colegas no

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UNIVERSIDADE DAS AMÉRICAS-UNIAMERICAS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEMrecreio ou, ainda, ela é a última a ser convidada para entrar no jogo de bola.

Muitas pessoas, inclusive pais e professores, acham que a criança é apenas

preguiçosa, insegura ou desinteressada, mas deve-se observar com mais cautela,

pois muitas dessas crianças apresentam o que é chamado de Transtorno do

Desenvolvimento da Coordenação ou TDC.

17 O PAPEL DOS PAIS

Não é preciso dizer que o cumprimento do papel dos pais, de outros

responsáveis e demais familiares é fundamental no processo de desenvolvimento

de todas as crianças, mas, principalmente, daquelas que possuem maiores

dificuldades.

Em primeiro lugar, os pais deveriam conhecer as capacidades e as

dificuldades dos seus filhos, considerando as atividades em que eles se dão bem

e aquelas que se tornam mais complicadas de serem realizadas. Na posição de

educadores que estes também ocupam, faz-se necessário conhecer os distúrbios

de aprendizagem e, quando isso existe dentro de suas casas, é preciso encontrar

programas e demais formas de superação para ajudar tais crianças tanto em

casa, como na escola. Existe uma grande carência de informações entre a maior

parte dos pais sobre o que realmente acontece com os seus filhos e, por isso, a

busca por esses conhecimentos se faz importante.

Após o percebimento de que existe uma dificuldade de aprendizagem, as

causas que as geram devem ser determinadas e, a partir de então, é possível

buscar as ferramentas adequadas para corrigi-las. É claro que, como já foi dito

durante este estudo, as causas variam muito de pessoa para pessoa, de forma

que até mesmo a ciência encontre dificuldades em dar respostas e soluções para

esses problemas, o que demanda um cuidado muito mais intenso.

Ao conhecer as dificuldades das crianças e procurar a ajuda de

especialistas, o próximo passo é informar os professores a respeito dos distúrbios

dos filhos e oferecer recursos, compreensão e apoio. É imprescindível procurar a

escola e, juntamente com os professores, trabalhar de maneira adequada o

conteúdo escolar para não desmotivar a criança.

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UNIVERSIDADE DAS AMÉRICAS-UNIAMERICAS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEMDiante desse cenário, é importante recompensar o comportamento e

desempenho da criança, através de elogios e incentivos para superarem seus

obstáculos. Atitudes como punições e repreensões são capazes apenas de

causar medo e baixa autoestima nas crianças. É preciso estabelecer limites e

caminhar firmemente, mas sempre mantendo o equilíbrio.

Existem pais que acabam, de alguma forma, se sentindo culpados pelo

fracasso escolar dos filhos e chegam até mesmo a entrar em pânico. Porém,

essas reações fazem com que eles fiquem imobilizados e privem as crianças da

ajuda que precisam. Eles devem assumir atitudes firmes no sentido de adotar

uma rotina diária organizada

As crianças com distúrbios de aprendizagem devem ser elogiadas por

qualquer bom desempenho, sem deixar de lado a disciplina. Elas precisam de

uma estrutura sólida e, oferecer segurança através da construção de bons

vínculos, ajuda a desenvolver nas mesmas um alto nível de empatia, auxiliando a

alcançar um comportamento social adequado.

A escolha de tarefas deve ter como critério a possibilidade de a criança ser

bem sucedida, pois isso pode compensar o seu fracasso escolar, desenvolvendo

a sua autoafirmação e autoestima. Quando essa criança enfrenta limitações, ela

precisa ser respeitada e suas dificuldades acatadas.

18 O PAPEL DA ESCOLA

É conhecido por todo o fato de que a escola tradicional não tem sido capaz de

atender a demanda brasileira por educação. Se ela não consegue atender nem mesmo

os estudantes que se encontram em condições normais de aprendizagem, fica ainda

mais difícil lidar com aqueles que são detentores dos distúrbios de aprendizagem aqui

tratados.

A escola é vista pela população como o primeiro momento em que a criança é, de

forma concreta, inserida na sociedade depois de já ser integrante de um núcleo familiar.

No início da infância, ela representa o lugar que a criança possui como sendo o seu

espaço. É o local onde estão as pessoas que esperam por ela, que querem recebê-la e

estão ali unicamente para ensiná-la e ajudar no que for preciso. Não se pode esquecer

que os grupos de crianças que frequentam a escola são bastante heterogêneos e saber

lidar com cada diferença é fundamental. Um dos grandes problemas do ensino é tratar

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UNIVERSIDADE DAS AMÉRICAS-UNIAMERICAS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEMpessoas diferentes de forma igual. Embora a construção de currículos rígidos e

conteúdos previamente estabelecidos sejam mais fáceis de serem geridos no âmbito da

administração, essa não é a proposta ideal. É claro que todas as crianças devem ter as

mesmas oportunidades de aprendizado e crescimento, mas isso não significa que o

mesmo plano de ensino seja efetivo para todas elas. A verdadeira inclusão na escola

envolve reflexões sobre políticas globais de educação e a mudança de objetivos para a

implantação de um projeto que considere a diversidade dentro de uma escola regular

para todos. Tal projeto, portanto, deve ser da escola como um todo e não parte do

trabalho isolado de professores. É necessário trabalhar no sentido de criar projetos

educativos que incorporem a diversidade na tomada de decisões.

Na maioria das vezes, alunos com distúrbios de aprendizagem são obrigados a

repetirem os anos escolares, como se isso fosse uma espécie de “castigo” pelo seu

fracasso escolar. No entanto, a repetição de conteúdos não faz com que alunos

repetentes aprendam mais se a forma como o processo de aprendizagem se dá, continua

a mesma, mas muito pelo contrário, a tendência é que esses alunos abandonem os

estudos depois de várias tentativas em vão. No entanto, se a repetição de conteúdos se

dá de maneira efetiva e a criança compreende que essa atitude tende apenas a ajudá-la

e não puni-la, ela pode ter um lado benéfico. Nesse caso, para as crianças, pode

representar uma chance de recomeço quando a sua autoestima está prejudicada por

uma série de fracassos e, para os adolescentes, pode significar uma mudança de postura

diante dos estudos. Porém, a decisão pela reprovação nunca pode ser tomada de

maneira isolada, como, por exemplo, motivada pela dificuldade em uma única matéria

específica, mas sim, por um conjunto de fatores que realmente sejam capazes de

justificá-la.

Para os alunos que possuem dificuldades específicas de aprendizagem, a escola

precisa prever um tempo extra para apoiá-los. Esse apoio deve ser entendido por eles

como um presente e não como um castigo e a forma como isso é passado, também é

papel da escola. Afinal, é preciso estar claro tanto para os educadores, como para os

alunos, que a construção do conhecimento é feito por etapas e, para as crianças, pular

uma dessas fases ou passar por elas de maneira inadequada, impossibilita que elas

alcancem as demais.

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UNIVERSIDADE DAS AMÉRICAS-UNIAMERICAS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEMO sucesso das instituições de ensino depende de uma gestão eficiente, uma

grade curricular organizada, expectativas de aprendizagem elevadas, professores

motivados, materiais didáticos diversificados e formação continuada de educadores.

A participação dos familiares na vida escolar dos alunos pode ir muito além do

acompanhamento das notas e das conversas obrigatórias com professores e diretores. O

envolvimento destes e outros responsáveis no cotidiano da escola através do

acompanhamento de questões ligadas não apenas aos conteúdos e capacidades das

crianças, mas também a aspectos administrativos pode ser vital para a melhoria da

educação. A formação e boa gestão dos conselhos escolares são maneiras eficazes de

se implantar tal participação.

Ações que a escola pode tomar no sentido de promover o desenvolvimento de todas as crianças considerando as peculiaridades de cada uma delas:

Seguir um projeto educacional que considere uma atuação indisciplinar dos profissionais; Realizar ajustes na sala de aula que incluam a atribuição de lugares especiais, tarefas escolares alternativas ou modificadas e procedimentos de avaliação também modificados e adaptados. A aquisição e o uso de equipamentos especiais como fonadores eletrônicos e dicionários especiais, processadores de textos, calculadoras falantes, livros passados para CDs e outros. A criação de estratégias de educação especial como horários diferenciados e métodos voltados para as dificuldades específicas de determinadas crianças. A atenção especial para as crianças com distúrbios de aprendizagem. O desenvolvimento da competência escolar para o cumprimento de seu papel social. A reorganização das grades curriculares através da inclusão de atividades esportivas, culturais e recreativas; a inclusão digital; a discussão de temas atuais e necessários como o meio ambiente, a cidadania, a saúde e outros. A busca por materiais didáticos estimulantes que realmente tenham um significado para as crianças. A reflexão sobre o seu papel na interrelação com os familiares. O trabalho com o respeito dos alunos para que as crianças que enfrentam dificuldades em seu aprendizado não sejam discriminadas ou rotuladas pelos demais. Maior número de professores e especialistas. Adequação física dos edifícios escolares. Preparação profissional dos professores para elaboração de um projeto educativo que atenda às novas necessidades, através de adaptações curriculares, dos materiais pedagógicos e do sistema de avaliação. Apoio psicopedagógico.

Também é papel da escola permitir o desenvolvimento dessa autonomia para que o aluno possa crescer e desenvolver a capacidade de querer alcançar horizontes mais ousados e próprios.

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UNIVERSIDADE DAS AMÉRICAS-UNIAMERICAS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM19 O PAPEL DOS PROFESSORES

Considera-se um bom professor aquele capaz de conduzir o maior número de

estudantes ao aprendizado. Esse cenário faz com que o excesso de alunos com

dificuldades de aprendizagem indique que o educador não está conseguindo encontrar os

caminhos adequados para ensiná-los. Esses profissionais precisam ser mais bem

capacitados para colocar o que aprenderam em prática. As universidades não tem sido

capazes de formar tais profissionais, porém, refletir sobre a educação brasileira também

constitui parte de seu papel. Um professor não deve apenas dominar conteúdos, mas sim

saber transmiti-los de maneira tranquila e adequada aos alunos. As dificuldades escolares,

independente de suas causas, devem ser objeto de preocupação para os professores na

tentativa de buscar os reais motivos e desenvolver uma estratégia de ajuda para a

superação desses obstáculos.

Para isso, é necessário que os professores conheçam os seus alunos em primeiro

lugar. Só a partir disso é que se torna possível planejar o que fazer durante o período

escolar. Todas as estratégias criadas devem ser colocadas em prática, mas a sua

eficácia depende da sua adequação ao grupo ao qual se destinam. O papel do educador

é despertar no aluno o interesse pelo conhecimento para que ele possa desenvolver a

sua criatividade e construir a sua própria história de vida. Por isso, torna-se fundamental

não apenas conhecer características superficiais a respeito de cada aluno, mas sim

conhecer de maneira mais profunda os seus universos culturais.

Abaixo estão colocadas algumas atitudes que podem ser tomadas pelos

professores na tentativa de minimizar as possíveis dificuldades de aprendizagem

apresentadas pelos alunos:

Uso de variação metodológica na sala de aula. É preciso colocar o assunto de várias

formas diferentes até que seja possível ao aluno compreendê-lo.

Conteúdos que passam sem ser aprendido acabam se acumulando e se tornam

problemas maiores, impedindo o aprendizado de outros conteúdos.

As crianças que não adquirem os conhecimentos tão facilmente como os demais

colegas, devem ser identificadas e acompanhadas com mais atenção.

O professor precisa ter consciência de que a aprendizagem também está ligada ao

afeto. Ele deve conhecer cada um dos seus alunos, bem como as suas dificuldades e

habilidades.

Para dificuldades com a escrita, o uso de folhas com linhas espaçadas e lápis grossos

pode ajudar.

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Page 34: Apostila Distúrbios de Aprendizagem Uniamericas

UNIVERSIDADE DAS AMÉRICAS-UNIAMERICAS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM Para crianças com déficit de atenção, é preciso fazer contato visual antes de

conversar. Certifique-se que o ambiente esteja calmo e permita intervalos frequentes.

Faz-se necessário sempre lembrar que a aprendizagem é uma relação bilateral e,

portanto, depende tanto de quem aprende como de quem ensina.

Os professores nunca devem ressaltar as dificuldades dos alunos e diferenciá-los dos

demais; expressar impaciência diante de dificuldades expressadas pelas crianças;

corrigir seus erros com frequência na frente dos demais colegas;

ignorar suas dificuldades; forçar as crianças a fazer lições quando estiverem nervosas

por não ter conseguido.

*Deve-se explicar para os alunos quais são as suas dificuldades, dizer que vai ajudá-

los e procurar usar situações concretas nos problemas.

Trabalhar sempre a noção de tempo, espaço, sequência e atenção.

Conhecer o perfil de desenvolvimento esperado para cada faixa etária.

Ser capaz de analisar as potencialidades de desenvolvimento e aprendizagem da

criança, para poder estabelecer os objetivos e os recursos educativos necessários

para melhor alcançá-las.

Priorizar o respeito pela singularidade das pessoas e por seu ritmo de aprendizagem.

Procurar promover a autonomia de todos os estudantes.

Ter como objetivo fazer de cada escola um sistema organizado de preparação e

facilitação do desenvolvimento integral de todos os alunos e não apenas daqueles

com maior ou menor facilidade de aprendizagem.

Deve-se respeitar cada criança em seu estado de desenvolvimento.

20 OUTRAS ORIGENS DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Elementos como o Autismo, a Síndrome de Down, a Deficiência Mental, a Síndrome de Asperger e outros, também causam dificuldades no processo de ensino-aprendizagem para aqueles que os possuem.

Eles não implicam apenas em dificuldades específicas como, por exemplo, a compreensão da matemática, mas tornam difícil todo o processo de aprendizagem, independente da área em que se aplica, ou seja, implicam em dificuldades globais. Vejam:

20.1 AUTISMO

O autismo é uma desordem global que causa reações como, por exemplo, o não desenvolvimento normal da inteligência. Isso se situa na dificuldade de desenvolver

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Page 35: Apostila Distúrbios de Aprendizagem Uniamericas

UNIVERSIDADE DAS AMÉRICAS-UNIAMERICAS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEMrelações sociais normais e em comportamentos compulsivos e ritualísticos. Embora algumas pessoas tenham inteligência e fala intacta, outras possuem sérios retardos em seu desenvolvimento da linguagem.

Existem alguns mitos que envolvem o autismo como o de que pessoas autistas vivem em seus próprios mundos, fechadas para as outras pessoas e interagindo apenas com o ambiente por elas criado. Essa crença se deve ao simples fato desses indivíduos encontrarem dificuldades para se comunicar, não conseguindo iniciar, manter ou terminar uma simples conversa.

Algumas características que podem ser encontradas em indivíduos com autismo são:

• Dificuldade de relacionamento com outras pessoas, riso inapropriado, pouco ou nenhum contato visual, insensibilidade à dor, preferência pela solidão, ausência de respostas aos métodos normais de ensino, insistência em repetição, resistência à mudança de rotina, não têm real medo de perigo, repetem palavras ou frases em lugar da linguagem normal (Ecolalia), recusam colo ou carinhos, agem como se estivessem surdos, demonstram extrema aflição sem razão aparente e habilidade motora irregular.

Essas são características possíveis de serem encontradas em pessoas autistas, porém, é preciso lembrar que elas nem sempre se manifestam da mesma forma em todos os indivíduos, podendo sofrer variações. Elas também podem ser diferentes de acordo com a faixa etária, de onde surge a importância da ajuda de especialistas para o diagnóstico e o aconselhamento sobre as maneiras adequadas de lidar com o autismo.

Os exames para detectá-lo são realizados em clínicas especializadas. Pode ser necessária uma série de testes como, por exemplo, os auditivos, os que detectam alergias alimentares e outros essenciais para a elaboração de um diagnóstico preciso. Os tratamentos variam de caso a caso de acordo com as necessidades de cada um e seu respectivo quadro clínico.

Normalmente, os autistas têm uma expectativa de vida alta quando comparados à média da população. Porém, os transtornos causados nessas pessoas estão presentes o tempo todo e não há possibilidades de alterar esse quadro, mas apenas lidar com ele de maneira adequada.

Esses indivíduos devem estar em contato com profissionais capazes de lidar com os mesmos como os especialistas em pediatria, neurologia, psiquiatria, psicologia, pedagogia, terapia ocupacional, fisioterapia e outros. A orientação familiar também é um fator fundamental e a base de tratamentos terapêuticos.

Não existem tratamentos ou medicamentos específicos para o autismo, mas é preciso que os indivíduos responsáveis e que convivem com pessoas autistas se empenhem em ajudar no seu desenvolvimento com competência e compreensão.

20.2 SÍNDROME DE ASPERGER

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Page 36: Apostila Distúrbios de Aprendizagem Uniamericas

UNIVERSIDADE DAS AMÉRICAS-UNIAMERICAS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEMEsta síndrome está ligada ao autismo, diferenciando-se dele por não causar

dificuldades globais no desenvolvimento cognitivo (apreensão do conhecimento) e na linguagem das pessoas. Porém, essa diferença não é suficiente para determinar se um indivíduo é autista ou possui síndrome de asperger, afinal, alguns deles também podem apresentar dificuldades na comunicação, da mesma forma que determinadas crianças autistas também são capazes de desenvolver a fala.

As crianças inicialmente têm um desenvolvimento aparentemente normal, mas, no decorrer dos anos, acabam se tornando monótonas, com características peculiares e apresentam, com frequência, preocupações obsessivas. Sua capacidade de interagir com as outras crianças se torna mínima, pois elas têm um comportamento que caminha no sentido de distanciar-se das pessoas. Sua forma de se vestir também pode parecer estranhamente alinhada e a grande dificuldade de socialização, tende a torná-la solitária. Indivíduos com essa síndrome também apresentam prejuízos na coordenação motora e na percepção viso-espacial. Comparando-se às demais crianças, eles podem aprender coisas na idade própria, outros cedo demais e alguns podem aprender tarde demais ou apenas quando são cuidadosamente ensinados.

As medidas para lidar com portadores dessa síndrome se aproximam muito do tratamento destinado aos autistas, já que a melhor maneira de fazê-lo, independente da síndrome ou distúrbio, é através da procura de profissionais especializados, do envolvimento da família e outras.

20.3 DEFICIÊNCIA MENTAL

A deficiência mental, também chamada de deficiência intelectual, aponta problemas que se situam no cérebro, causando uma baixa aquisição e produção de conhecimento, ou seja, provocando no sujeito dificuldades de aprendizagem devido ao baixo nível intelectual.

Ela pode ser causada por inúmeros fatores como questões de ordem genética; complicações ocorridas ao longo da gestação, do parto ou nos pós-natais e outros. Esses acontecimentos comprometem as funções intelectuais da criança e tem repercussões para toda a vida.

É importante que não se confunda a deficiência mental como uma doença mental. O portador de necessidades especiais mantém a percepção de si mesmo e da realidade que o cerca, sendo capaz de tomar decisões importantes sobre assuntos da sua vida. Já o doente mental, tem o discernimento comprometido necessitando de apoios maiores no seu cotidiano.

Existe uma parcela entre os portadores de deficiência mental que manifestam algum tipo de ligação com problemas como a síndrome do pânico, a depressão, a esquizofrenia e outros. Isso acontece porque as deficiências mentais podem atingir o comportamento dos indivíduos, já que lesam áreas cerebrais como as responsáveis pelo poder de concentração e o humor.

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Page 37: Apostila Distúrbios de Aprendizagem Uniamericas

UNIVERSIDADE DAS AMÉRICAS-UNIAMERICAS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEMÉ importante que pessoas com essa deficiência não sejam “bajuladas” por seus

familiares, pois esse tratamento pode impedir que elas desenvolvam sua independência, fazendo com que as mesmas sempre precisem de ajuda ainda que para realizarem simples atos, limitando a sua capacidade de se relacionar com a sociedade. Assim, é preciso que se dedique a elas a atenção necessária, dosando-a na medida certa.

20.4 SÍNDROME DE DOWN

A síndrome de Down é causada por alterações genéticas que podem ter três origens diferentes:

_ Trissomia 21: Esta é a causa mais comum presente na síndrome de Down. As pessoas possuem 47 cromossomos em todas as células. Isso acontece em 95% dos casos.

_ Mosaico: Problema genético pouco conhecido caracterizado por uma alteração genética que compromete apenas parte das células, ou seja, algumas células têm 47 e outras 46 cromossomos.

_ Translocação: Acontece quando o cromossomo extra do par 21 "gruda" em outro cromossomo. Embora o indivíduo tenha os 46 cromossomos, ele será portador da Síndrome de Down em função desta alteração.

21 COMO USAR A LEGISLAÇÃO

Existe uma série de leis criada em função do atendimento educacional dos estudantes que possuem dificuldades de aprendizagem dos mais diversos tipos. Ter conhecimento acerca dessa legislação é de extrema importância para aqueles que são responsáveis ou têm contato com indivíduos com dificuldades de aprendizagem.

Na maioria das vezes, as pessoas não têm conhecimentos consideráveis acerca da legislação no que se refere ao processo educativo. É preciso ter claro que o acesso à educação constitui um direito básico de todos os cidadãos e ele deve ser exercido. O aluno precisa dispor, gratuitamente, de material didático e transporte para ir e voltar da escola, alimentação e assistência à saúde.

Embora não existam leis que se dirijam diretamente à educação das crianças com distúrbios de aprendizagem, há uma legislação destinada ao atendimento da educação especial e das dificuldades de aprendizagem de uma maneira geral, sendo de extrema importância que ela seja conhecida. A educação especial é um direito adquirido ao longo da conquista dos direitos humanos. A garantia de acesso à educação e a permanência na escola requer a prática de uma política de respeito às diferenças individuais.

Entre os objetivos colocados estão a promoção da interação social, o desenvolvimento de práticas de educação física, atividades sociais, a promoção do direito de escolha, o desenvolvimento de atividades linguísticas, o incentivo à autonomia e a possibilidade de desenvolvimento social, cultural, artístico e profissional das crianças especiais.

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Page 38: Apostila Distúrbios de Aprendizagem Uniamericas

UNIVERSIDADE DAS AMÉRICAS-UNIAMERICAS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEMPorém, sabe-se das dificuldades enfrentadas pelo sistema de ensino brasileiro.

Antes que a educação especial possa ser assegurada, faz-se necessário que outras medidas sejam tomadas como o aumento da oferta de serviços de educação especial com equipamentos, a existência de equipes suficientemente qualificadas, materiais didáticos adaptados, espaços físicos adequados, a criação de programas de preparo para o trabalho, o estímulo à aprendizagem não tradicional, a orientação da família e muito mais. Entretanto, o problema escolar já tão conhecido e difundido pela população dificulta ainda mais o acesso de muitas crianças ao ensino de que precisam e ao qual têm direito.

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) estabelecem determinadas normas para a educação no sentido de atender tanto as crianças especiais, como aquelas que possuem dificuldades causadas por outros motivos.

22 BIBLIOGRAFIAS

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