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Apostila Economia MBA em Gestão Financeira e Controladdoria - Estácio FIC

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  • 1

  • 2

    APRESENTAO 5

    AULA 1: OFERTA E DEMANDA 7

    INTRODUO 7

    CONTEDO 10

    NOES INTRODUTRIAS A RESPEITO DA ANLISE DE MERCADO 10

    TEORIA DE MERCADO 12

    SISTEMA DE MERCADO: DEMANDA, OFERTA E EQUILBRIO DE MERCADO 12

    EQUILBRIO DE MERCADO 17

    COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 18

    CURVA DE INDIFERENA 22

    RESTRIO ORAMENTRIA 25

    EQUILBRIO DO CONSUMIDOR 27

    EFEITO PREO, EFEITO RENDA E EFEITO SUBSTITUIO 28

    ELASTICIDADE: PRINCPIOS 31

    TIPOS DE ELASTICIDADES 31

    OUTROS TIPOS DE ELASTICIDADES 36

    ELASTICIDADE-RENDA (DA DEMANDA) (ERD) 37

    ATIVIDADE PROPOSTA 38

    REFERNCIAS 39

    EXERCCIOS DE FIXAO 40

    AULA 2: O QUE EST POR TRS DA CURVA DE OFERTA, ESTRUTURAS DE

    MERCADO E A IMPORTNCIA DA TEORIA DOS JOGOS. 54

    INTRODUO 54

    CONTEDO 56

    O QUE COMPE A CURVA DE OFERTA DAS EMPRESAS 56

    TEORIA DA PRODUO 56

    ANLISE DA PRODUO EM LONGO PRAZO 57

    ANLISE DA PRODUO EM CURTO PRAZO 59

    CONCEITOS BSICOS DE CUSTOS DE PRODUO 62

  • 3

    CUSTOS DE PRODUO EM LONGO PRAZO 67

    CONCORRNCIA PERFEITA 70

    MONOPLIO 71

    CONCORRNCIA MONOPOLISTA E OLIGOPLIO 73

    TEORIA DOS JOGOS, SUA IMPORTNCIA: GERADORA DE ESTRATGIAS DAS EMPRESAS

    OLIGOPOLISTAS 74

    ATIVIDADE PROPOSTA 80

    REFERNCIAS 83

    EXERCCIOS DE FIXAO 84

    AULA 3: FUNDAMENTOS DA MACROECONOMIA 105

    INTRODUO 105

    CONTEDO 109

    CRESCIMENTO E EMPREGO 109

    O LADO DA OFERTA AGREGADA: TICA DO PRODUTO 112

    O LADO DA DEMANDA AGREGADA: TICA DOS GASTOS DA ECONOMIA 116

    CONSUMO (DAS FAMLIAS E DO GOVERNO) E A POUPANA 116

    FORMAO BRUTA DE CAPITAL FIXO (INVESTIMENTO) 117

    A ECONOMIA ABERTA 119

    OUTRAS FORMAS DE RACIOCNIO PARA MENSURAO DA RENDA E DO PRODUTO 122

    ATIVIDADE PROPOSTA 127

    REFERNCIAS 129

    EXERCCIO DE FIXAO 129

    AULA 4: CONTEXTOS ECONMICOS ATUAIS 144

    INTRODUO 144

    CONTEDO 148

    MOEDA, AGREGADOS MONETRIOS E SETOR PBLICO 148

    BASE MONETRIA 152

    INFLAO: DEFINIO E CARACTERSTICAS 154

    BALANO DE PAGAMENTOS E CMBIO 158

    ATIVIDADE PROPOSTA 171

    REFERNCIAS 173

    EXERCCIO DE FIXAO 174

  • 4

    CHAVES DE RESPOSTA 185

    AULA 1 185

    ATIVIDADE PROPOSTA 185

    EXERCCIO DE FIXAO 185

    AULA 2 189

    ATIVIDADE PROPOSTA 189

    EXERCCIOS DE FIXAO 190

    AULA 3 196

    ATIVIDADE PROPOSTA 196

    EXERCCIO DE FIXAO 197

    AULA 4 201

    ATIVIDADE PROPOSTA 201

    EXERCCIOS DE FIXAO 201

    CONTEUDISTA 205

  • 5

    A realidade econmica das empresas e dos pases permeia os mais diferentes

    aspectos da vida das organizaes e das sociedades. A compreenso a

    respeito dessa realidade fundamental para o entendimento do mundo

    globalizado no qual estamos vivendo e que nos ajuda na tomada de deciso

    no plano profissional.

    Nesse sentido, o conhecimento das informaes a respeito dos elementos que

    ns iremos apresentar nesse curso de ps-graduao e suas aplicaes nos

    ajudam a responder a uma srie de questes com as quais ns, dentro das

    nossas empresas, nos deparamos continuamente.

    Entre essas questes, podemos destacar: Por que aos primeiros sinais de

    elevao da inflao, o Banco Central do Brasil cogita um aumento na taxa

    selic? Por que e em que condies o preo de um produto aumenta? Por que

    a carga tributria brasileira to elevada? Por que o crescimento da China

    tem estado to elevado, apesar da crise econmica que afeta o mundo desde

    2007/08? Por que um mercado est mais concentrado (com menor

    concorrncia) do que outros?

    Profissionalmente, vrias reas de atuao esto utilizando as informaes e

    o emprego da Economia de forma rotineira. o caso, por exemplo, dos

    administradores, financistas, advogados, gestores, jornalistas, contadores etc.

    Nesse contexto, o conhecimento que iremos adquirir em nossas aulas de

    Economia Empresarial, aliado s aplicaes deste conhecimento, no apenas

    representa um diferencial no mercado de trabalho, mas tambm

    importante, e bastante valioso, para o sucesso nos negcios.

  • 6

    Alm disso, na medida em que compreendemos a realidade econmica das

    empresas e das naes, ampliamos, gradativamente, os horizontes do

    conhecimento sobre o nosso pas, os nossos mercados e sobre o mundo de

    maneira geral. Isso permite, tambm, exercer melhor e de maneira mais

    efetiva a cidadania com sustentabilidade para a empresa em que

    trabalhamos.

    Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos:

    1. Apresentar os conceitos de oferta, demanda, elasticidades e mercado

    no qual se esboam as caractersticas principais do chamado equilbrio

    de mercado e do comportamento do consumidor;

    2. Expor o funcionamento de uma empresa centrado no estudo do

    mercado como regulador da atividade econmica em que esta empresa

    est inserida;

    3. Tratar dos diferentes tipos de mercados, concluindo com a anlise a

    respeito da teoria dos jogos;

    4. Abordar a discusso sobre emprego, renda e crescimento, produto e

    suas derivadas como consumo, investimento, gastos do governo e

    exportaes lquidas;

    5. Analisar o setor pblico e a interveno do Estado na dinmica

    econmica, salientando a discusso sobre juros, cmbio, inflao,

    moeda e o setor externo.

  • 7

    Introduo

    Comearemos lendo o artigo a seguir, pois ele ser base para entendimento

    do material desta aula.

    Em novembro, a demanda cresce e oferta cai no setor areo (Veja:

    22/12/2012).

    Dados da Anac mostram queda de 5,7% na oferta na comparao com igual

    ms de 2011. No mesmo perodo, a procura aumentou 7,2%. Gabriel Castro,

    de Braslia.

    Quem tentou comprar passagens areas neste fim de ano encontrou valores

    mais altos do que a mdia. Dados divulgados nesta sexta-feira pela Agncia

    Nacional de Aviao Civil (Anac) ajudam a explicar o que ocorreu: a demanda

    aumentou, a oferta diminuiu e a lei que rege o mercado empurrou os preos

    para cima.

    Em novembro, a agncia registrou o maior percentual no ndice que mede a

    ocupao nos voos domsticos desde o incio da srie histrica, em 2000:

    76,2%. O ndice fruto de uma demanda que cresceu 7,2% ante o mesmo

    ms de 2011, combinada a uma oferta que cedeu 5,7% no mesmo perodo.

    Foi o terceiro ms seguido de queda na disponibilizao de assentos para

    venda, o que no ocorria h quase nove anos.

    Turbulncia Estes nmeros evidenciam a complexa situao das duas

    maiores companhias areas brasileiras, TAM e Gol, que, pressionadas em

    2012 por expressivos aumentos de custo (com destaque para o efeito da

    alta do dlar e o aumento do querosene de aviao), deram incio s

    polticas de corte nas rotas consideradas menos rentveis, sobretudo para

  • 8

    o Norte e Nordeste. Outra razo a enxugar a oferta foi a deciso da Gol de

    fechar a Webjet.

    No somatrio dos onze primeiros meses de 2012, a demanda cresceu 7,2%.

    No mesmo perodo, a oferta no acompanhou o ritmo: o acrscimo foi de

    apenas 3,7%.

    O balano da Anac identificou ainda as movimentaes do mercado da

    aviao civil no pas. Entre janeiro e novembro de 2012, a TAM e a Gol

    mantiveram a polarizao no cenrio domstico: a primeira respondeu por

    40,5% da participao de mercado; enquanto a segunda abocanhou

    33,9%. A TAM obteve crescimento de 5,4% no ndice que mede o nmero de

    passageiros transportados. No caso da Gol, houve queda de 3,6%.

    Na comparao com novembro de 2011, quem mais cresceu foi a Avianca,

    que praticamente dobrou sua participao no mercado.

    A TAM tambm consolidou o predomnio nas viagens internacionais. Entre as

    empresas brasileiras com rotas para o exterior, a companhia ocupou 89,4%

    do mercado, contra 10,3% da Gol. Trip e Avianca completam a lista.

    Atrasos Tambm nesta sexta-feira, o ministro da Secretaria de Aviao

    Civil, Wagner Bittencourt, informou que 12% dos voos em dezembro

    tiveram atraso superior a 30 minutos. O diretor-presidente da Anac,

    Marcelo Guaranys, considerou o resultado "razovel". A meta manter o

    ndice abaixo dos 15%.

    Conforme podemos ver pelo artigo acima da Revista Veja de 22/12/2012, um

    dos grandes temas atuais da economia empresarial refere-se ao estudo,

    anlise e discusso sobre o comportamento da oferta das empresas em

    funo da massa consumidora existente, e procura, por conseguinte, projetar

    os passos desta massa consumidora, algo que de grande interesse para as

  • 9

    empresas e corporaes, que podem ter a segurana de sempre ter a sua

    fatia de mercado, mantendo-se ativas por quanto tempo planejarem.

    Dentro do estudo da economia, a anlise da demanda e da oferta um dos

    fatores extremamente importantes do mundo atual. Destaca-se como

    complementao a discusso sobre elasticidades. Este debate muito

    importante, porque se refere explicao a respeito da sensibilidade de uma

    varivel em relao outra varivel qualquer. Essa sensibilidade indica que a

    mudana de uma varivel, como preo, por exemplo, afeta a magnitude de

    outra varivel, como quantidades demandadas ou ofertadas. Nesta aula,

    portanto, estudaremos sobre oferta, demanda equilbrio de mercado,

    comportamento do consumidor e elasticidades.

    Objetivos:

    1. Contextualizar oferta demanda, mercado e equilbrio de mercado.

    2. Analisar e discutir o comportamento do consumidor segundo seus

    pressupostos bsicos de satisfao e de renda e seus respectivos

    efeitos.

    3. Apresentar o conceito de elasticidades e as suas respectivas

    caractersticas.

  • 10

    Contedo

    Noes Introdutrias a Respeito da Anlise de Mercado

    A economia empresarial pelo estudo da anlise de mercado o ramo da

    cincia econmica que se preocupa com a discusso a respeito do

    comportamento econmico dos consumidores, das famlias e das empresas,

    por exemplo, na formao dos preos em mercados especficos. Na verdade,

    nesse aspecto temos um estudo microeconmico, seja no mbito

    propriamente dito econmico, mas tambm da administrao e da gesto

    industrial e de servios.

    Ao analisar os mercados especficos, devem ser levadas em considerao, no

    estudo da microeconomia, determinadas informaes que nos fazem entender

    e compreender melhor do que trata esta diviso da teoria econmica no que

    se refere ao nosso curso. Melhor dizendo:

    a) Sobre o mercado, o preo, funes e equilbrio:

    O mercado o local ou contexto no qual compradores e vendedores

    tendem a comprar e a vender produtos; no caso da microeconomia, tem-

    se um mercado para cada bem e/ou servio no sistema econmico;

    Nos mercados especficos so formados os preos. O preo de um

    determinado bem e/ou servio a sua relao de troca pelo dinheiro,

    melhor dizendo, a quantidade de reais (R$) necessrios para ser

    transacionada uma unidade da mercadoria (bem e/ou servio);

    De acordo com este contexto de mercados especficos, apresentam-se

    funes que demonstram relaes entre compradores e vendedores, ou

    seja, uma funo mostra a relao entre duas ou mais variveis; indicando

    como o valor de uma varivel (chamada dependente) depende e pode ser

  • 11

    calculado pela especificao do valor de uma ou mais variveis (definidas

    como variveis independentes);

    O equilbrio uma condio de um mercado que, uma vez atingido, tende

    a persistir. O equilbrio, de acordo com o que veremos nesta aula, resulta

    do balanceamento das foras do mercado.

    b) A respeito da hiptese em latim coeteris paribus (tudo o mais

    permanece constante) refere-se ao chamado efeito lquido (ou puro)

    que cada uma varivel tem em relao outra varivel qualquer

    especificamente.

    Na microeconomia1, segundo Pindyck & Rubinfeld2, so mais relevantes os

    preos relativos, isto , os preos de um bem em relao aos demais, do que

    os preos absolutos (isolados) das mercadorias. Genericamente, os princpios

    bsicos que decorrem da viso dos consumidores e das empresas so os de

    que os primeiros desejam maximizar as suas satisfaes e os das empresas,

    maximizarem os seus lucros totais: racionalidade dos consumidores e das

    empresas.

    Contudo, o objetivo desta aula oferecer-lhe uma formao importante, sem

    renunciar a certa capacidade de anlise crtica e sistemtica microeconmica.

    Mas destaca-se que o estudo da microeconomia pelo qual estamos

    comeando a fazer agora, na verdade, estar tambm discriminado at

    chegarmos aula II, que diz respeito teoria da firma e estruturas de

    mercado.

    1A anlise da teoria microeconmica (ou teoria dos preos) pode ter papel fundamental para

    poder auxiliar as decises de planejamento (e administrao) das empresas, ou de alguma

    organizao produtiva (tais como na formao da poltica de preos de uma empresa, nas

    previses de custos de produo etc.), por exemplo. 2

    PINDYCK, Robert S. & RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. So Paulo: Pearson

    Education do Brasil, 2010.

  • 12

    Entretanto, importante, como condio complementar ao que estamos

    tratando, analisarmos melhor abaixo a chamada teoria de mercado.

    Boa aula para voc!

    Teoria de Mercado

    Um mercado especfico caracteriza-se como sendo um lugar qualquer, onde

    grupos de pessoas (fsicas e jurdicas) se encontram para tentar comprar e

    vender alguma coisa (algum bem e/ou servio).

    Com os modernos meios de comunicao, com a internet e com a

    diversificao do comrcio, tais pessoas no precisam estar necessariamente

    em contato direto. Porm, desde que sejam conhecedoras dos preos e das

    possibilidades de entrega, procede-se o intercmbio e, a partir da,

    caracteriza-se o mercado de trocas.

    A teoria de mercado (na microeconomia) nos demonstra, ento, que um

    mercado compreendido como um local (ou uma unidade econmica), ou

    mesmo uma convergncia, onde so encontrados compradores e vendedores

    no qual se realizam as foras de oferta e demanda (ou procura) por bens

    e/ou servios e onde so formados os preos conforme veremos

    adequadamente na aula posterior.

    Sistema de Mercado: demanda, oferta e equilbrio de mercado

    A Lei da Demanda

    As trocas so realizadas nos mercados (interno e externo). Nestes, atuam

    (conjuntamente) as foras da demanda e da oferta por mercadorias (ou

    produtos bens e/ou servios). Como os recursos so escassos, os

    compradores e os vendedores tendem a entrar em um acordo sobre os

    preos dos produtos, de tal forma que sejam feitas as transaes das

  • 13

    quantidades dessas mercadorias por uma determinada quantidade de

    dinheiro (ou moeda).

    Nesse contexto, os preos dos produtos (ou das mercadorias) podem ser

    definidos, na verdade, como a quantidade de reais (R$) necessrios, para

    poder obter em troca uma determinada quantidade de mercadorias. Fixando

    preos para todos os produtos (bens e servios e mesmo para os fatores de

    produo), o mercado permite a coordenao dos compradores e dos

    vendedores, assegurando a viabilidade de um sistema capitalista por meio do

    chamado livre jogo da oferta e demanda que uma pea-chave no

    funcionamento de toda a economia (de mercado) e onde tende-se a se obter

    o que definimos como sendo o equilbrio de mercado.

    Pela viso microeconmica, o funcionamento de um mercado e a formao de

    preos ocorre devido s relaes entre demanda e oferta. A demanda (ou

    procura) de uma determinada pessoa ou grupo de pessoas por um

    determinado produto indica o quanto esta pessoa ou grupo de pessoas

    desejam consumir, a dado preo desse produto, num determinado perodo de

    tempo.

    Como exemplo, tomemos o grfico a seguir que representa o comportamento

    da demanda em relao a um produto X. Quando o preo est em um nvel

    elevado, a demanda pelo produto menor, ou seja, uma boa parte dos

    consumidores no est disposta a adquirir o produto a este nvel de preo. No

    grfico, ao preo Px = R$7,00 teremos Qx = 1.000 Kg a serem consumidas.

    Se o preo est em um nvel mais baixo, a demanda pelo produto ser maior,

    pois mais consumidores estaro dispostos a adquirir o produto quele nvel de

    preo. Nota-se no grfico que ao preo Px = R$4,00 haver Qx = 4.000 kg a

    serem compradas.

  • 14

    Fonte: Desenvolvido pelo autor.

    Cabe destacar que efetivamente a quantidade Qx do produto no mercado no

    somente influenciada pelo preo Px. Existe uma srie de outras variveis

    (ou fatores) que tambm afetam a demanda deste produto. Desta forma,

    segundo Vasconcellos 3 , temos que, mais tradicionalmente em termos

    quantitativos, os fatores mais significativos que acabam afetando tambm a

    demanda dos consumidores na sua maioria dos mercados so:

    Qx = f (Px, Py, Pz, R)/t

    Em que:

    Qx = quantidade procurada (demandada) do produto X

    Px = preo do produto X

    Py = preo do produto substituto

    Pz = preo do produto complementar

    R = renda do consumidor

    3 VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. Rio de Janeiro: Atlas.

  • 15

    /t = significa num dado perodo de tempo (dias, meses etc.)4

    De acordo com a funo acima, coeteris paribus, se houver um aumento da

    renda e isto fizer com que haja um aumento da demanda, dizemos que o

    produto (X) de consumo normal. Porm, se dado um crescimento da renda

    e acontecer uma queda da demanda, o produto de consumo inferior5.

    Ainda no que diz respeito funo (geral) da demanda acima, coeteris

    paribus, havendo aumento do preo de um bem Y e que ir fazer aumentar a

    demanda do produto X, diz-se que X e Y so produtos substitutos. Por outro

    lado, se ocorrer um aumento do preo de um bem Z e que este aumento faz

    diminuir a demanda pelo produto X, assim, X e Z so produtos

    complementares6.

    A Lei da Oferta

    No que diz respeito oferta (de uma mercadoria em um determinado

    mercado), esta a quantidade de um produto X (Qx) que um produtor ou

    conjunto de produtores est disposto a vender, a determinado preo, em um

    perodo de tempo. Pelo grfico a seguir, podemos observar o comportamento

    da quantidade ofertada de um produto X (Qx).

    Com o nvel de preo elevado (Px), os produtores tendem a ofertar uma

    quantidade maior do produto. Se o preo estiver em Px = R$7,00, a

    quantidade a ser colocada no mercado ser de Qx = 4.000 kg. Mas se o nvel

    4Cabe destacar que subjetivamente, os hbitos e preferncias dos consumidores em um mercado tambm influenciam a demanda por um produto neste mercado, assim como a publicidade e a propaganda. 5 importante destacar que existe uma categoria que chamamos de bens de consumo superior. Isto quer dizer que se o consumidor fica mais rico, demandar mais produtos de maior qualidade, o caso do consumo por joias. 6 importante salientar que toda vez que ocorrer: > alterao de Px, haver uma modificao de Qx e a esta modificao define-se como sendo uma mudana na quantidade demandada (pois toda a mudana ser feita ao longo da prpria curva de demanda); > alterao de R, Py, Pz, ocorrer uma modificao de Qx e a esta modificao chama-se como sendo uma mudana na demanda (porque toda esta mudana ser gerar um deslocamento da curva de demanda, seja para a direita, seja para a esquerda).

  • 16

    de preo cair para Px = R$4,00, muitos produtores deixaro de ofertar a

    mercadoria a este preo e teremos uma oferta de Qx = 1.000 Kg,

    ocasionando uma queda na quantidade ofertada.

    Fonte: Desenvolvido pelo autor.

    Prezado aluno, podemos perceber pela figura anterior que h uma relao

    direta entre a quantidade ofertada do produto X e o seu respectivo preo.

    Mas por que isso tende a acontecer? A resposta a esta questo, coeteris

    paribus, reflete um procedimento no qual um aumento de Px no mercado ir

    instigar o aumento das produes das empresas. Devido a isso, novas

    empresas podero ser atradas para a produo deste produto, aumentando,

    portanto, a quantidade ofertada do produto X.

    claro que alm do preo do produto X, outros fatores iro influenciar no

    nvel da oferta deste produto no mercado, entre eles destacam-se: os custos

    com os fatores de produo7, alteraes no nvel de tecnologia, aumento da

    7 Tais como, os custos com os pagamentos de salrios, preos das matrias-primas etc.

  • 17

    quantidade de empresas no mercado etc. Sendo que qualquer modificao do

    Px gera o que chamamos de mudanas na quantidade ofertada, isto ,

    mudanas do nvel da oferta ao longo da prpria curva; e toda e qualquer

    variao nos custos dos fatores e no nvel tecnolgico, por exemplo, coeteris

    paribus, acabam acarretando um deslocamento da curva de oferta (ou

    modificaes na oferta de mercado).

    Equilbrio de Mercado

    Dadas as curvas de demanda e de oferta j estudadas anteriormente, se

    fizermos o cruzamento destas curvas ir se determinar o que se chama por

    equilbrio de mercado, formando o preo e a quantidade de equilbrio como

    est demonstrado pelo diagrama a seguir.

    Fonte: Desenvolvido pelo autor.

  • 18

    Nesta situao, h uma "harmonia" entre oferta e demanda. Teoricamente,

    neste ponto, o nvel de preo no est nem muito alto nem muito baixo,

    satisfazendo tanto a consumidores quanto a produtores. Mas:

    se tiver algum preo abaixo do preo de equilbrio, haver a um

    excesso de demanda (ou uma escassez de oferta); e

    por outro lado, ocorrendo um preo acima do preo de equilbrio,

    surgir um excesso de oferta (ou uma escassez) de demanda.

    Tambm no podemos nos esquecer de que havendo uma modificao da

    renda dos consumidores e/ou aumento dos custos dos fatores de produo,

    por exemplo, isto acarretar alterao no ponto de equilbrio de mercado.

    Comportamento do Consumidor8

    A discusso que empregaremos aqui de como consumidores racionais que

    iro realizar as suas demandas distribuem os seus recursos entre os

    diferentes bens de forma que consigam maximizar os seus nveis de utilidades

    (ou satisfaes). Sob o ponto de vista histrico, o conceito de utilidade

    empregado era o de utilidade cardinal, ou seja, o de utilidade como uma

    magnitude que se podia medir. Neste caso, o argumento era o de que

    aumenta a satisfao (ou utilidade total) do consumidor conforme aumenta a

    quantidade a ser consumida de um determinado produto9.

    Atualmente, a economia empresarial leva mais em considerao, na moderna

    teoria a respeito do comportamento do consumidor, o princpio da utilidade

    ordinal. Sob este enfoque, examina-se a ordem de preferncias pelas

    8 Toda a anlise a respeito do comportamento do consumidor est calcada na discusso sobre demanda Marshalliana e Hicksiana. 9 A utilidade total, derivada do consumo do bem, cresce medida que o consumidor aumenta a quantidade a ser consumida ao longo do tempo. Entretanto, cabe destacar que o valor acrescentado utilidade total por cada uma unidade a mais do bem a ser consumido chamado de utilidade marginal. Por uma frmula, a utilidade marginal pode ser calculada da seguinte maneira: UMgx = (UT/Qx), sendo UMgx = utilidade marginal do produto X; UT = variao da utilidade total; Qx = variao da quantidade a ser consumida do bem X.

  • 19

    diferentes cestas de mercadorias 10 que o consumidor vai consumir. Neste

    princpio, examina-se-se, por exemplo, se a cesta de bens A preferida

    cesta de bens B, se a B preferida cesta C, e assim sucessivamente. A

    partir desta ordem possvel estabelecer formalmente as prioridades gerais

    na formao de uma curva de indiferena, como podemos perceber, por

    exemplo, no artigo a seguir do portal G1 que diz respeito s preferncias por

    cestas de mercadorias de produtos orgnicos.

    Empresas entregam marmitas e cestas de produtos orgnicos

    Empresrias criaram at feijoada vegetariana.

    Outra empresa monta e entrega cestas de alimentos orgnicos em

    SP.

    A alimentao saudvel agora chega porta de casa. Uma empresria de So

    Paulo aposta no segmento e entrega uma cesta de produtos sem agrotxicos.

    Outro destaque so as marmitas orgnicas, uma opo para quem d valor

    boa alimentao, com direito feijoada de vegetais no cardpio.

    No lugar de carne seca e costeleta de porco, beterraba, cenoura, carne de

    soja, abobrinha e salso. A feijoada vegetariana a campe de vendas na

    empresa de delivery. So mais de 20 pratos criados pelas empresrias Sofia

    Dobbin e Cassia Janeiro. Todos os alimentos so orgnicos, cultivados sem

    agrotxicos.

    um nicho que eu acho que s tende a estourar de muito bom, porque

    exatamente prtico e saudvel, as pessoas esto preocupadas com isso hoje,

    com o que voc est comendo.

    Cssia e Sofia so vegetarianas e sempre gostaram de cozinhar para amigos.

    Os pedidos aumentaram tanto que, em setembro de 2012, elas decidiram

    10 Define-se como sendo uma cesta de mercadorias ao conjunto de uma ou mais mercadorias (ou bens, ou produtos) associado s quantidades consumidas de cada uma dessas mercadorias.

  • 20

    cobrar pelos pratos, e abriram uma empresa de entrega de marmitas. O

    investimento inicial foi de R$ 5 mil para comprar matria-prima.

    A empresa funciona na cozinha de casa das empresrias e elas fazem de

    tudo: compram os ingredientes, preparam os pratos, cuidam do financeiro e

    at entregam. O negcio ainda caseiro pequeno, mas est crescendo. J

    so 240 pratos por ms, e o segredo est no sabor que elas conseguem dar

    aos vegetais com uns temperos diferentes e especiais.

    Em vez de alho e cebola, elas usam tempero indiano, semente de coentro,

    pimenta de limo e sal rosa tirado das rochas.

    A feijoada fica pronta em uma hora. Em cima, vo pedacinhos de provolone

    desidratado. Ela servida com couve, arroz integral e farofa de aveia.

    Alm da feijoada, elas fazem refeies com charutos de repolho, almndegas

    de soja com polenta, tabule, salada de gro de aveia e de chuchu. Os pratos

    s levam vegetais, leite e derivados.

    a criatividade, n? A gente cria coisas diferentes, com ingredientes

    diferentes, misturas diferentes e fica muito gostoso, diz a empresria Cssia.

    Os pratos pesam em mdia 450 gamas cada. Eles vo numa embalagem

    plstica, que pode ir ao micro-ondas. Os alimentos orgnicos so mais caros

    que os tradicionais, mas as empresrias garantem: o negcio d um bom

    lucro. Em mdia, o custo da matria-prima para fazer um prato de R$ 9. E o

    preo de venda de R$ 20.

    A gente tem convnio com uma empresa e a gente compra diretamente dos

    produtores, fora isso a gente tambm evita qualquer tipo de desperdcio. A

    gente reaproveita muitos alimentos, ento isso acaba diminuindo o custo,

    explica a empresria.

  • 21

    O faturamento da empresa de marmitas orgnicas ainda pequeno R$ 4,8

    mil por ms. Mas as empresrias apostam em crescimento rpido. A gente

    hoje tem mais ou menos de 200 a 300 pratos por ms e a minha meta

    chegar a 1000.

    A empresa tem hoje 40 clientes. Tadeu Freitas vai experimentar pela primeira

    vez a feijoada vegetariana. Essa feijoada uma delcia. uma feijoada sem

    gordura, com a couve, sem o tempero como normalmente as pessoas fazem.

    Ento fica com outro sabor, sugere.

    Cesta

    Outra prova de que esse mercado bom est em outra empresa. Desde

    1999, Rachel Soraggi monta e entrega cestas de alimentos orgnicos em So

    Paulo.

    Eu tenho para mim que uma coisa que vai crescer muito. O consumidor

    ainda vai se conscientizar de que a melhor forma de se alimentar, diz a

    empresria.

    So 400 itens. Todos com a certificao de orgnicos. Arroz, caf, biscoito,

    legumes, verduras, frutas, iogurte, queijo e at produtos de limpeza. Rachel

    compra direto dos produtores, e consegue preos mais baixos. O segredo

    muito trabalho, perseverana, buscar produtos, inovar, sempre a procura de

    alguma coisa nova, investir em qualidade do produto.

    Do total, 70% das vendas de orgnicos so pela Internet. O cliente quer

    rapidez e praticidade. s entrar na loja virtual, clicar nos produtos, pagar

    com carto de crdito ou na hora da entrega.

    A rotina da empresa separar os produtos de acordo com a lista de pedidos e

    colocar na cesta. O desafio que o fornecimento de orgnicos irregular, os

    produtores so poucos e pequenos. E toda semana falta algum tipo de

  • 22

    produto. Eu procuro outros fornecedores certificados, orgnicos, quando no

    encontro. O cliente tem que entender que no posso enviar a mercadoria.

    Para montar o delivery de orgnicos, a empresria investiu R$ 100 mil. Ela

    reformou o espao, montou a loja virtual e reservou capital de giro para

    compra dos produtos. A divulgao do negcio feita em feiras, folhetos e

    boca a boca.

    A empresa entrega 130 cestas orgnicas por semana. O preo mdio do frete

    de R$ 9,50, para a capital paulista. Diego Espino cliente h dois anos. Eu

    pedi legumes, verduras e pouca fruta. De acordo com ele, a encomenda traz

    comodidade.

    O negcio j fatura mais de R$ 1 milho por ano, e s cresce. A opo pelo

    saudvel uma tendncia forte, que veio para ficar - garante Rachel.

    Todo mundo hoje tem investido muito em orgnico, tem visto que um

    mercado em crescimento mesmo e eu quero abocanhar uma parte desses

    consumidores que esto preocupados com a sade e com impactos

    ambientais na produo.

    Portal G1

    10/03/2013 07h51 - Atualizado em 10/03/2013 07h51

    Mas vamos estudar melhor no prximo item sobre o conceito de curva de

    indiferena.

    Curva de Indiferena

    Neste tpico, iremos descrever como o consumidor deve classificar as

    diferentes opes de consumo segundo as suas preferncias, representadas

    por meio de diferentes cestas de mercadorias. Neste sentido, definimos como

    curva de indiferena ao lugar geomtrico de todos os pontos,

  • 23

    representados por cestas de mercadorias, que geram o mesmo nvel de

    utilidade ao consumidor. Melhor explicando, a curva de indiferena representa

    graficamente um conjunto de cestas de consumo que so igualmente

    desejveis pelo consumidor, por isso que esta curva chamada de curva de

    indiferena. Pois, para este consumidor tanto faz,ou seja, ele indiferente ao

    escolher a cesta A, ou B, ou C, por exemplo, todas elas proporcionam o

    mesmo nvel de satisfao, de acordo com o grfico abaixo.

    Curvas de Indiferena

    Fonte: Elaborada pelo autor.

    No espao-mercadoria do diagrama (X e Y) tem-se duas curvas de indiferena

    U1 e U2 negativamente inclinadas, convexas em relao origem dos dois

    eixos e que no se interceptam. As curvas so negativamente inclinadas,

    porque demonstram que o nvel de satisfao do consumidor permanece o

    mesmo. Por exemplo, tendo-se duas cestas A e B com diferentes quantidades

    de X e Y sobre a curva U1, se o consumidor substituir a cesta B pela cesta A11,

    estar aumentando o consumo de X e diminuindo uma certa unidade de

    consumo de Y, mantendo o mesmo nvel de satisfao (ou de utilidade). A

    inclinao da curva de indiferena recebe o nome de taxa marginal de

    11 Tal anlise de discusso tambm se refere cesta C.

  • 24

    substituio (TMgS) e refere-se taxa de troca da quantidade de um bem

    pela quantidade de outro, mantendo o mesmo nvel de bem-estar ou de

    satisfao, calculada atravs da expresso TMgS = (Y/X)12.

    A convexidade em relao origem diz respeito utilidade ser decrescente

    proprorcionada por um bem. Melhor explicando, a inclinao de uma curva de

    indiferena aumenta medida que nos movimentamos para baixo ao longo

    da curva. A taxa marginal de substituio vai diminuindo medida que

    aumenta a quantidade de X a ser consumida e reduzimos a quantidade de Y,

    como podemos perceber pela tabela abaixo.

    Quantidades de X Quantidades de Y TMgS

    1 10 -----------

    2 5 5

    3 3 2

    4 2,3 0,7

    5 1,7 0,6

    6 1,2 0,5

    7 0,8 0,4

    8 0,5 0,3

    9 0,3 0,2

    10 0,2 0,1

    Fonte: Tabela desenvolvida pelo autor.

    Cabe destacar que acima so apresentadas apenas duas curvas de

    indiferena. Entretanto, entre elas existe um grande nmero de outras curvas

    de indiferena, em que cada uma representa determinado nvel de utilidade,

    sendo que a este conjunto dessas curvas chamamos de mapa de indiferena.

    Quanto mais distante est uma curva de indiferena (ou seja, mais para a

    direita) da origem dos eixos X e Y, maior a satisfao expressa do

    12 O resultado desta TMgS est em mdulo, pois h uma relao inversa entre a variao de Y com a variao de X. Na medida em que h aumento do consumo de X, h uma queda do consumo de Y, e vice-versa, fazendo com que o resultado desta taxa seja negativo.

  • 25

    consumidor, que contm cestas mais desejadas. E quanto mais perto dessa

    origem (isto , mais para a esquerda) apresenta-se uma curva de indiferena

    com cestas menos desejadas.

    Restrio Oramentria

    Com um oramento (ou rendimento) limitado, o consumidor procura

    normalmente distribu-lo entre as diversas mercadorias que deseja comprar.

    Desta forma, ele deseja alcanar a melhor combinao que tende a lhe gerar

    o maior nvel de satisfao racional possvel.

    Assumindo que um dado consumidor gasta toda a sua renda para comprar

    diferentes quantidades de dois produtos denominados de bem X e bem Y em

    um dado mercado, a restrio oramentria pode ser apresentada atravs da

    equao:

    R = Px.Qx + Py.Qy

    Em que:

    R = renda monetria do consumidor;

    Px = o preo de uma unidade de X;

    Qx = quantidade de X;

    Py = o preo de uma unidade de Y;

    Qy = quantidade de Y.

    Tendo-se a hiptese de que o consumidor no compra a prazo, assim, ele

    aloca a sua renda na compra das quantidades de X e Y, tem-se que:

    > Qy = (R/Py) [(Px.Qx)/Py] e Qx = (R/Px) [(Py.Qy)/Px]

    > Se Qy = 0 Qx = (R/Px)

    > Se Qx = 0 Qy = (R/Py)

  • 26

    A tabela a seguir demonstra as diversas possibilidades de consumo pelas

    quantidades dos bens X e Y. Nela estamos supondo que o consumidor possui

    uma renda (R) semanal de $ 240,00 para gastar, sendo Px = $ 2,00 e Py = $

    1,00. Existem vrias combinaes (ou cestas) possveis discriminadas sob as

    quais o consumidor poder escolher, como esto expostas a seguir.

    Cestas Gasto Total com as Cestas de Mercadorias

    R Px Qx Px.Qx Py Qy Py.Qy

    I 2,00 0 0,00 1,00 240 240,00 240,00

    II 2,00 20 40,00 1,00 200 200,00 240,00

    III 2,00 40 80,00 1,00 160 160,00 240,00

    IV 2,00 60 120,00 1,00 120 120,00 240,00

    V 2,00 100 200,00 1,00 40 40,00 240,00

    VI 2,00 120 240,00 1,00 0 0,00 240,00

    Fonte: Tabela elaborada pelo autor.

    A partir destas informaes, traamos uma linha de restrio oramentria do

    consumidor descrevendo as combinaes possveis das quantidades dos bens

    Y e X que podem ser adquiridas com um dado nvel constante de renda

    semanal para determinados nveis de preos.

    Fonte: Grfico elaborado pelo autor.

  • 27

    Tendo-se no eixo vertical Qy e no eixo horizontal Qx, essa linha indica quais

    so as diversas combinaes dos bens (X e Y) que o consumidor poder

    adquirir de acordo com a sua renda. Ao mesmo tempo, ela demonstra

    tambm graficamente qual o mximo que o consumidor poder gastar para

    obter dos dois bens.

    Cabe explicar que uma elevao da renda amplia a capacidade de consumo.

    Isto representado graficamente por meio de um deslocamento paralelo para

    a direita da linha da restrio oramentria (LRO). J uma reduo da renda

    promove o deslocamento para a esquerda da LRO. Paralelo a isso, a

    inclinao da LRO dada pela relao dos preos dos bens. Assim, uma

    modificao em um destes preos ir promover uma alterao da inclinao

    desta linha.

    Equilbrio do Consumidor

    Neste tpico, juntamos as informaes que aprendemos a respeito da curva

    de indiferena e da restrio oramentria, permitindo-nos explicar o

    equilbrio do consumidor.

    Do ponto de vista do consumidor, ele sempre prefere estar no nvel maior de

    satisfao com a sua curva de indiferena mais para a direita, ou seja, mais

    afastada das origens dos eixos. No entanto, este nvel no poder ser

    alcaado em funo do seu oramento, pois este acaba delimitando o seu

    poder de compra. De acordo com o grfico a seguir, esta delimitao dada

    pela linha da restrio oramentria que tangencia uma dada curva de

    indiferena gerando uma mxima satisfao, ou chamado (ponto de)

    equilbrio do consumidor, em funo da renda do consumidor e dos

    preos dos produtos. Neste ponto, o consumidor distribui a sua renda

    adequadamente na compra entre os bens de forma a alcanar a combinao

    que lhe d a maior satisfao (ou utilidade) possvel.

  • 28

    Fonte: Grfico elaborado pelo autor.

    Efeito Preo, Efeito Renda e Efeito Substituio

    Dado o tpico C anteriormente estudado, importante destacar que h

    alteraes da posio de equilbrio do consumidor e tais alteraes so

    conhecidas como anlise dos efeitos (ou das causas) devidos (as) ao preo,

    renda e substituio dos produtos. Para uma anlise mais simples,

    chamaremos q1 a quantidade do bem 1 e de q2 a quantidade do bem 2.

    O grfico abaixo apresenta o efeito renda. Este efeito retrata uma

    modificao na posio de equilbrio do consumidor, em funo de uma

    variao na renda nominal deste consumidor, na qual os preos dos bens

    1 e 2 so mantidos constantes. Se houver, por exemplo, um aumento de

    sua renda, o consumidor comprar maiores quantidades dos bens 1 e 2

    deslocando o ponto de equilbrio do consumidor para a direita, gerando novos

    e diferentes nveis de satisfao alcanveis, por causa da variao da renda.

    Ao mesmo tempo, observa-se que ao unirmos todos os pontos de equilbrio

    do consumidor, forma-se que denominamos de linha ou curva renda-

    consumo, mostrando a variao do consumo dos bens 1 e 2, mantidos

    constantes os preos destes bens.

  • 29

    Fonte: Salvatore.

    No caso do efeito preo, este caracterizado como sendo uma modificao

    da posio do ponto de equilbrio do consumidor, em razo da alterao nos

    preos de um dos bens (supondo, do bem 2), mantida a sua renda

    nominal constante. Nesse caso ocorre um deslocamento desse ponto em

    consequncia de um giro das linhas centradas no intercepto do eixo do bem

    1, cujo preo p1 no se modificou. Neste sentido, as sucessivas linhas de

    preos mantm-se retas, porm, com inclinaes diferentes, demonstrando

    que medida que p2 diminui, eleva-se o consumo de q2.

    A satisfao do consumidor aumenta, to logo sejam atingidas as curvas que

    revelam utilidades cada vez maiores do ponto A para B e do B para o ponto C

    e que ao ligarmos esses pontos de equilbrio, tem-se uma linha indicadora das

    modificaes da posio de equilbrio do consumidor, sendo que esta linha

    definida como curva de preo-consumo. Cabe destacar que se determinarmos

    assim a quantidade a ser consumida do bem 2 para cada um de seus

    possveis nveis de preos, podemos, portanto, derivar a curva de demanda

    do consumidor que demonstra uma relao inversa entre as quantidades e os

    preos.

    q1

    G GGq2

    U3

    F

    F

    F

    U2U1

    Curva de Renda-consumo

  • 30

    Fonte: Salvatores

    Por ltimo, o efeito substituio acaba sendo uma complementao do efeito

    preo. Este efeito demonstra como o consumidor realoca o seu consumo em

    funo de quando se modificam os preos relativos dos bens 1 e 2,

    independentemente de haver uma modificao direta na sua renda nominal.

    Portanto, retrata como o consumidor tende a comprar mais do bem cujo

    preo relativo teve quedas, com o objetivo de substituir o outro bem que

    ficou relativamente mais caro. O efeito substituio caracteriza-se, na

    verdade, por mera modificao na posio do ponto de equilbrio ao longo da

    mesma curva de indiferena (E para E), tendo esta curva sofrido uma

    alterao da sua inclinao de acordo com a figura abaixo.

    Fonte: Salvatore.

    q1

    q2

    F

    G0 G G

    U3

    U2U1

    AB

    C

    Curva de Preo-consumo

  • 31

    Elasticidade: princpios

    De acordo com as leis da oferta e da demanda estudadas na aula 1, indica-se

    a direo, ou mesmo o sentido, pela mudana dos preos de um produto

    (seja ele um bem ou um servio qualquer) em um determinado mercado.

    Melhor dizendo, quando o preo deste produto sobe, a demanda tende a

    diminuir e a oferta (deste mesmo produto) tende a aumentar. Em sentido

    contrrio, o preo caindo, a demanda tende a aumentar e a oferta a cair.

    Porm, essa lei no informa adequadamente o quantum a mais (ou a menos)

    os consumidores iro demandar ou os produtores podero ofertar em funo

    das modificaes dos preos do produto em questo. Para isso, o conceito de

    elasticidade usado com o objetivo de mensurar a sensibilidade que as

    pessoas possam ter frente s mudanas em variveis econmicas. E em

    funo dessas explicaes que ao longo desse captulo iremos nos deter.

    Tipos de Elasticidades

    A Elasticidade-Preo da Demanda ou da Procura (Epd)

    Define-se como elasticidade-preo da demanda (Epd) ao clculo relacionado

    maneira pela qual so medidas quantitativamente as reaes que os

    consumidores possam ter s mudanas nos preos de determinadas

    mercadorias por meio da razo entre dois percentuais, isto , a variao

    percentual na quantidade demandada (%Qd) dividida pela mudana (ou

    variao) percentual no preo do produto (%Pp):

    Epd = (%Qd)/(%Pp)13

    Cabe destacar que, conforme Pindyck & Rubinfeld, o resultado da Epd

    sempre negativo em funo da lei da demanda. Ao mesmo tempo,

    13Discriminando adequadamente as condies desta frmula da elasticidade-preo da demanda, temos: %Qd = [(Qf Qi)/Qi]*100 Pp = [(Pf Pi)/Pi]*100 Qf = quantidade demandada final Qi = quantidade demandada inicial Pf = preo final do produto Pi = preo inicial do produto

  • 32

    importante fazer a classificao da demanda dos produtos em funo da Epd.

    Neste sentido, ao que se refere reao dos consumidores, o quadro abaixo

    (realizado pelo prprio autor) discorre que a demanda por um determinado

    produto pode ser classificada como elstica, inelstica ou de elasticidade

    unitria. Para complementar a explicao sobre este tipo de elasticidade,

    destaca-se um artigo do jornal Valor Econmico que se refere demanda por

    minrio de ferro.

  • 33

    Classificaes, Explicaes e Anlise do Resultado da Elasticidade

    Preo da Demanda.

    Classificaes Explicaes Anlise

    Elstica

    A demanda por um

    determinado produto

    elstica quando a

    elasticidade-preo da

    demanda (Epd) tem um

    resultado cujo valor

    maior que 1,0. Isso

    significa que a variao

    percentual na

    quantidade excede a

    variao percentual do

    preo.

    Os consumidores so

    bastante sensveis s

    variaes no preo.

    Inelstica

    A demanda por um

    determinado produto

    inelstica quando a

    elasticidade-preo da

    demanda (Epd) tem um

    resultado cujo valor

    menor que 1,0. Isso

    significa que a variao

    percentual do preo

    excede a variao

    percentual na

    quantidade.

    Os consumidores so

    menos sensveis (ou

    relativamente

    insensveis) s variaes

    no preo.

    Elasticidade Unitria

    Se a elasticidade-preo

    da demanda por um

    produto for igual a 1,00

    diz-se que a sua

    Os consumidores tm

    sensibilidade relativa em

    funo das variaes do

    preo.

  • 34

    demanda de

    elasticidade unitria (ou

    neutra). Melhor dizendo,

    a variao percentual na

    quantidade igual

    variao percentual no

    preo.

    Fonte: Elaborada pelo prprio autor.

    Vale continua otimista com demanda por minrio de ferro

    Por Rafael Rosas (28/11/2011 s 16h:28)

    VALOR - RIO - A Vale continua otimista com a demanda por minrio de

    ferro no futuro, embora admita a existncia de volatilidade no curto prazo.

    Para o diretor executivo de minrio de ferro e estratgia da mineradora, Jos

    Carlos Martins, a volatilidade dever continuar at o Ano Novo chins, no fim

    de janeiro.

    "Estamos otimistas em relao ao futuro dos mercados de commodities e

    tambm de minrio de ferro. Mas no curto prazo temos alguma volatilidade

    no mercado e essa volatilidade causada principalmente pelo aumento do

    fornecimento por Brasil, Austrlia e frica do Sul, combinado com um aperto

    de crdito na China e tambm com uma demanda mais fraca na Europa e nos

    Estados Unidos", frisou Martins, que participa do Vale Day, na Bolsa de Nova

    York. "Essa combinao criou uma situao em que os preos caram

    significativamente nos ltimos meses", acrescentou.

    O executivo lembrou que o preo mdio da tonelada de minrio de ferro no

    mercado vista chins ficou em torno de US$ 175 por cerca de um ano. Nos

    ltimos dois meses, caiu para US$ 116, voltou para US$ 150 e agora gira em

    torno de US$ 135. Segundo ele, a elasticidade do preo das importaes no

    mercado da China muito grande e o recuo dos preos contribui para um

  • 35

    aumento nas quantidades compradas do exterior, o que "mantm o mercado

    transocenico estvel, apesar do preo mais baixo".

    Martins ressaltou que atualmente a Vale tem ainda uma frota de cerca de 100

    navios trabalhando para ela, dos quais 30% so prprios, 40% so

    contratados por longo prazo e o restante contratado diariamente, o que

    contribui para reduzir o valor dos fretes. Durante a crise de 2008, a

    companhia foi apanhada em um momento em que realizava suas vendas no

    modelo FOB, no qual navios contratados por clientes embarcavam o minrio

    nos terminais da empresa e faziam o carregamento at os clientes.

    "Quando o [preo] spot caiu muito, grande parte dos nossos clientes deixou

    de mandar navios para captar nosso minrio. Tivemos que reduzir produo

    porque no havia para onde embarcar o minrio", lembrou Martins.

    Hoje, segundo ele, h uma proposta mais flexvel, na qual o nico ponto do

    qual a empresa no abre mo de uma precificao que considere as

    condies de oferta e demanda do mercado.

    "Desde que usemos o preo de mercado, abrimos para os nossos clientes a

    possibilidade de o preo ser trimestral, mensal ou dirio", disse Martins. "No

    queremos impor nenhum tipo de sistema de preos, mas queremos dividir

    com nossos clientes o que for melhor para os dois lados. E trabalhamos duro

    nisso", acrescentou, destacando que atualmente 35% das vendas de minrio

    de ferro da Vale so baseadas no uso da frota contratada, com a entrega

    direta aos clientes.

    "Hoje, se h qualquer problema e os clientes no mandam navios, estamos

    aptos a carregar nossos navios e entregar minrio para o mercado a preos

    de mercado", explicou o executivo. "Dada a longa distncia entre Brasil e

    China, claro que devemos ter uma poltica de frete mais forte e mais

    compreensvel. Estamos distantes da sia, trs vezes mais que o nosso

  • 36

    principal competidor. A poltica de frete muito importante no longo prazo

    para a Vale".

    Martins ponderou ainda que, atualmente, cerca de 20% das vendas da

    mineradora tm como base o sistema trimestral de preos, que considera a

    mdia do mercado spot chins. "O restante est sob negociao", frisou.

    (Rafael Rosas | Valor)

    Outros Tipos de Elasticidades

    Elasticidade-Preo da Oferta (Epo)

    A elasticidade-preo da oferta (Epo) mensura quantitativamente a reao dos

    vendedores s mudanas no preo do produto. Essa reao tambm

    calculada pela razo entre dois percentuais: a variao percentual na

    quantidade ofertada (%Qo), dividida pela mudana (variao) percentual no

    preo do produto (%Pp), conforme a frmula abaixo.

    Epo = (%Qo)/(%Pp)

    importante salientar que dos determinantes que afetam a Epo, o tempo

    significativamente importante, porque, em geral, a elasticidade de curto-prazo

    ser diferente da de longo-prazo. Portanto, quanto maior tende a ser o

    tempo, as firmas tm a possibilidade de reagir mais intensamente s

    variaes de preos, e a curva de oferta tender a se tornar cada vez mais

    elstica.

    Pode-se ter as seguintes situaes dos resultados da Epo:

    Epo > 1: produto de oferta elstica;

    Epo = 1: produto de oferta inelstica;

    Epo < 1: elasticidade-preo da oferta unitria.

  • 37

    Elasticidade-Renda (da Demanda) (Erd)

    utilizada para medir a reao dos consumidores s mudanas na renda.

    Mais formalmente, mede a variao da demanda dos consumidores (%Qd)

    em funo das mudanas da renda dos consumidores (%R).

    Erd = (%Qd)/(%R)

    Para bens normais, h uma relao positiva entre renda e quantidade

    demandada, logo a elasticidade renda positiva. Porm, para bens inferiores,

    h uma relao negativa entre a quantidade demandada e a renda do

    consumidor.

    Elasticidade-Cruzada (da Demanda) (Ecd)

    Refere-se medida da variao percentual na quantidade demandada de um

    produto X (%QX), de acordo com a mudana percentual no preo de outro

    produto qualquer Y (%PY).

    Ecd = (%QX)/(%PY)

    Para bens substitutos (ou concorrentes) h uma relao positiva entre

    quantidade demandada do produto X e variao de preo do substituto Y,

    logo a elasticidade cruzada (da demanda) dos produtos substitutos tem um

    resultado positivo. Mas para bens complementares, h uma relao negativa

    entre quantidade demandada do produto X e a variao do preo do bem

    complementar Y, logo a elasticidade cruzada (da demanda) dos produtos

    complementares tem um resultado negativo.

  • 38

    Material complementar

    Para saber mais sobre os tpicos estudados nesta aula, pesquise na

    Internet sites, vdeos e artigos relacionados ao contedo visto. Alm

    disso, na biblioteca do seu plo/campus presencial voc tambm

    pode ler:

    VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. So Paulo:

    Atlas, 2010. Caps. 2 e 3.

    VASCONCELLOS, M. A. S. & Garcia, H. Fundamentos de

    economia. So Paulo: Saraiva, 2010. Caps. 4 e 5.

    MOCHON, Francisco. Princpios de economia. So Paulo: Pearson

    Pretice Hall, 2007. Caps. 2 e 3.

    SALVATORE, D. Microeconomia. So Paulo: McGraw-Hill, 1984.

    Caps. 4, 5 e 6.

    Se ainda tiver alguma dvida, fale com seu professor

    utilizando os recursos disponveis no ambiente de aprendizagem,

    seja presencialmente ou atravs da central de mensagens e/ou

    participando ativamente do nosso frum temtico.

    Atividade proposta

    Um artigo do The New York Times descreveu uma bem-sucedida campanha

    de marketing da indstria de champanhe francs. O artigo observou que

    muitos executivos esto surpresos com os preos estratosfricos do

    champanhe. Mas, ao mesmo tempo, tm medo de que os fortes aumentos do

    preo reduzam a demanda, o que provocaria uma diminuio repentina nos

  • 39

    preos. Que erro os executivos esto cometendo em sua anlise dessa

    situao?

    Referncias

    MOCHON, Francisco. Princpios de economia. So Paulo: Pearson Pretice

    Hall, 2007. Caps. 2 e 3.

    PINDYCK, Robert S. & RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. So Paulo:

    Pearson Education do Brasil, 2010.

    SALVATORE, D. Microeconomia. So Paulo: McGraw-Hill, 1984. Caps. 4, 5 e

    6.

    VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. So Paulo: Atlas, 2010.

    Caps. 2 e 3.

    VASCONCELLOS, M. A. S. & Garcia, H. Fundamentos de economia. So

    Paulo: Saraiva, 2010. Caps. 4 e 5.

  • 40

    Exerccios de fixao

    Questo 1

    As curvas de demanda, sejam individuais ou de mercado, inclinam-se para

    baixo, pois:

    a) Mostram as quantidades totais de bens demandados pelos

    consumidores a cada nvel de preos, cujas relaes so diretas.

    b) Mostram que quando os preos sobem, por exemplo, as quantidades

    demandadas se elevam, pois cada consumidor pensa em maximizar a

    satisfao.

    c) Apresentam uma relao inversa entre as quantidades demandadas

    com os diferentes nveis de preos dos bens, dadas todas as

    necessidades dos consumidores.

    d) Apresentam uma relao inversa entre as quantidades demandadas

    com os diferentes nveis de preos dos bens, visto os resultados

    negativos dos lucros das empresas.

    e) Mostram efeitos iguais entre quantidades e preos dos produtos, j

    que a relao entre estas duas variveis so diretamente

    proporcionais.

  • 41

    Questo 2

    As curvas de oferta, sejam individuais ou de mercado, inclinam-se para cima,

    pois:

    a) Mostram as quantidades totais de bens ofertados pelos produtores ou

    vendedores a cada nvel de preos, cujas relaes so inversas.

    b) Mostram que quando os preos caem, por exemplo, as quantidades

    ofertadas se elevam, pois cada produtor pensa em maximizar a sua

    satisfao.

    c) Apresentam uma relao direta entre as quantidades ofertadas com os

    diferentes nveis de preos dos bens, dados os nveis de produes das

    empresas.

    d) Apresentam uma relao direta entre as quantidades ofertadas com os

    diferentes nveis de preos dos bens, visto os resultados negativos dos

    lucros das empresas.

    e) Mostram efeitos iguais entre quantidades e preos dos produtos, j

    que a relao entre estas duas variveis inversamente proporcional.

  • 42

    Questo 3

    Suponha uma situao inicial de equilbrio no mercado de tratores e a

    ocorrncia de duas alteraes simultneas: um aumento no preo do ao

    principal matria-prima da indstria de tratores e a oferta de crdito

    facilitado juros baixos e prazos longos para a compra de implementos

    agrcolas. O efeito combinado disso sobre o mercado de tratores dever ser:

    a) O preo de equilbrio diminui, enquanto a quantidade transacionada

    pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer constante.

    b) O preo de equilbrio pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer

    constante, mas a quantidade transacionada aumenta.

    c) O preo de equilbrio pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer

    constante, mas a quantidade transacionada diminui.

    d) O preo de equilbrio aumenta, enquanto a quantidade transacionada

    pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer constante.

    e) O preo de equilbrio no se altera, j que no h nenhuma evidncia

    de que a quantidade transacionada no dever ser alterada.

    Questo 4

    Existem 10.000 consumidores idnticos em dado mercado de um produto X,

    sendo que cada consumidor possui uma funo demanda dada por Qx = 12

    2Px. Neste mesmo mercado, h 1.000 produtores idnticos vendendo esse

    produto, em que cada vendedor possui uma funo oferta expressa por Qx =

    20Px, assim, o preo e a quantidade de equilbrio so dados,

    respectivamente, por:

    a) $ 3,00 e 60.000

    b) $ 3,00 e 30.000

    c) $ 4,00 e 60.000

    d) $ 4,00 e 30.000

    e) $ 4,00 e 70.000

  • 43

    Questo 5

    A empresa XYV apresenta um produto inovador tecnologicamente e

    extremamente competitivo no eixo Rio-So Paulo. Em virtude de este eixo ser

    muito importante para esta empresa, a mesma fez uma pesquisa de mercado

    e, por meio de um programa de computador, chegou as seguintes funes de

    oferta e demanda do seu produto.

    Demanda: Q = 40 0,4P 2Pk + 2,0R, sendo Q = quantidade

    demandada, P = preo do prprio produto, R = renda mdia dos

    consumidores = $ 2.000,00 e Pk = preo de outro produto = $ 40,00.

    Oferta: Q = 1,6P, em que Q = quantidade ofertada e P = preo do

    prprio produto.

    Assim, o preo e a quantidade de equilbrio so, respectivamente:

    a) $ 1690,00 e 3.000.

    b) $ 1960,00 e 3.136.

    c) $ 3136,00 e 4.000.

    d) $1.500,00 e 4236.

    e) $ 1691,00 e 5.000.

  • 44

    Questo 6

    Leia atentamente as consideraes a seguir e assinale a alternativa correta a

    respeito do comportamento do consumidor segundo seus pressupostos

    bsicos de satisfao e de renda e seus respectivos efeitos.

    I. Curva de indiferena uma figura geomtrica que exprime as vrias

    combinaes de dois bens, que proporciona igual satisfao ou

    utilidade ao consumidor.

    II. A curva de preo-consumo o lugar geomtrico de pontos do

    equilbrio do consumidor, resultante da variao apenas do preo do

    bem.

    III. A curva de renda consumo o lugar geomtrico de pontos do

    equilbrio do consumidor resultante da variao apenas da renda do

    consumidor.

    a) I, II e III so falsas.

    b) I e II so falsas e III verdadeira.

    c) I e III so falsas e II verdadeira.

    d) I, II e III so verdadeiras.

    e) I e II so verdadeiras e III falsa.

  • 45

    Questo 7

    A respeito do efeito substituio, leia atentamente as consideraes a seguir

    e assinale a alternativa correta.

    I. Para um gestor empresarial importante entender que o efeito

    substituio acaba sendo uma complementao do efeito preo.

    II. O efeito substituio demonstra como o consumidor realoca o seu

    consumo em funo de quando se modificam os preos relativos de

    dois bens, independentemente de haver uma modificao direta na sua

    renda nominal.

    III. O efeito substituio retrata como o consumidor tende a comprar mais

    do bem cujo preo relativo teve quedas, com o objetivo de substituir o

    outro bem que ficou relativamente mais caro.

    a) I, II e III so falsas.

    b) I e II so falsas e III verdadeira.

    c) I e III so falsas e II verdadeira.

    d) I, II e III so verdadeiras.

    e) I e II so verdadeiras e III falsa.

  • 46

    Questo 8

    Sendo voc um gestor empresarial e que analisa o mercado da sua empresa,

    leia atentamente as consideraes abaixo e assinale a alternativa correta.

    I. Para analisar o consumidor, a teoria da escolha do consumidor baseia-

    se na premissa de que as pessoas se comportam de modo racional na

    tentativa de maximizar o grau de satisfao que podem obter por meio

    da aquisio de uma combinao particular de bens e servios.

    II. As preferncias do consumidor podem ser completamente descritas por

    um conjunto de curvas de indiferena conhecido como mapa de

    indiferena. Esse mapa de indiferena oferece uma classificao ordinal

    de todas as escolhas que um consumidor pode fazer.

    III. As linhas de restrio oramentria representam todas as combinaes

    de mercadorias com as quais os consumidores gastariam toda a renda.

    As linhas do oramento deslocam-se para a direita em resposta a uma

    queda na renda do consumidor e fazem um movimento de rotao em

    torno de um ponto fixo quando o preo de uma mercadoria

    modificado, mas a renda do consumidor e o preo da outra mercadoria

    permanecem inalterados.

    a) I, II e III so verdadeiras.

    b) I e II so verdadeiras e III falsa.

    c) I e III so verdadeiras e II falsa.

    d) II e III so verdadeiras e I falsa.

    e) I, II e III so falsas.

  • 47

    Questo 9

    Uma academia de ginstica permitia o uso de suas instalaes a qualquer

    pessoa que se mostrasse disposta a pagar determinada taxa por hora. O

    sucesso foi to grande que a academia decidiu alterar sua poltica de preos,

    passando ento a cobrar uma anuidade e um taxa horria mais reduzida.

    Para os consumidores, esse novo plano de pagamento melhor ou pior do

    que o esquema anterior:

    a) pior, pois no d ao consumidor a vantagem de escolher

    adequadamente o que ele pretende se exercitar na devida academia

    em funo da nova poltica adotada.

    b) melhor, pois o consumidor poder utilizar todos os aparelhos de

    ginstica, fazer musculao, fazer natao pagando o mesmo preo

    devido nova poltica adotada.

    c) Depende das preferncias dos frequentadores da academia, em virtude

    da nova poltica adotada por esta academia, alm das suas restries

    oramentrias.

    d) No bom, nem pior, pois devido nova poltica adotada pela

    academia, h duas tarifas que so de interesse financeiro dos

    proprietrios da academia e que por isso fazem com que os

    consumidores no ganhem nada realmente.

    e) A satisfao adicional obtida pelos consumidores da academia no ser

    alterada devido nova poltica desta empresa, visto que a satisfao

    permanece constante para todo e qualquer consumidor.

  • 48

    Questo 10

    Dados vrios mercados de um refrigerante ZX, e sabendo-se que para tipo de

    mercado existem diferentes necessidades e preferncias dos consumidores e

    nveis de renda diferentes destes consumidores, sendo que para consumidor

    existem pontos de equilbrio diferentes. Sendo assim, dado cada ponto de

    equilbrio do consumidor, quanto:

    a) Mais para a direita, maior o nvel de satisfao, pois menor o nvel de

    renda dos consumidores.

    b) Mais para a esquerda, maior o nvel de satisfao, pois maior o nvel

    de renda dos consumidores.

    c) Mais para a direita, maior o nvel de satisfao, pois maior o nvel de

    renda dos consumidores.

    d) Mais para a esquerda, menor o nvel de satisfao, pois maior o nvel

    de renda dos consumidores.

    e) Mais para a esquerda, maiores sero as preferncias dos consumidores

    desse refrigerante.

  • 49

    Questo 11

    A empresa RTY S/A fez uma pesquisa de mercado e em funo desta

    formalizou uma curva de demanda que se exprime por Q = 50 5P, sendo Q

    = quantidade demandada e P = preo do produto. Destaca-se que com o

    desenvolvimento do produto, a empresa constatou que o mercado encontra-

    se em equilbrio ao preo P = $ 2,00 em um dado perodo t1. No perodo

    seguinte, t2, a empresa elevou o preo para P = $2,50, influenciando a

    quantidade a ser vendida e demandada pelo seu produto.

    Dadas essas informaes, a elasticidade-preo da demanda :

    a) Elstica (cuja variao percentual da quantidade menor do que a

    variao percentual do preo).

    b) Inelstica (cuja variao percentual da quantidade menor do que a

    variao percentual do preo).

    c) Unitria (cuja variao percentual da quantidade igual variao

    percentual do preo).

    d) Elstica (cuja variao percentual da quantidade maior do que a

    variao percentual do preo).

    e) Inelstica (cuja variao percentual da quantidade maior do que a

    variao percentual do preo).

  • 50

    Questo 12

    Sabendo-se que a receita total (RT) obtida pela multiplicao entre o preo

    e a quantidade do produto Y, isto , RT = Py Qy, e este produto tem

    demanda inelstica, se o vendedor diminuir o preo do produto, sua receita

    total tender a:

    a) Manter-se constante, pois a % Qy = % Py.

    b) Manter-se constante, pois a % Qy > % Py.

    c) Manter-se constante, pois a % Qy < % Py.

    d) Diminuir, porque a % Qy < % Py.

    e) Aumentar, porque a % Qy > % Py.

    Questo 13

    A elasticidade-preo da demanda de um bem igual, em mdulo, a 0,7. Esta

    informao permite concluir que uma:

    a) Elevao do preo deste bem determina uma elevao de sua

    quantidade demandada em proporo maior que a elevao do seu

    preo.

    b) Reduo do preo deste bem determina uma elevao de sua

    quantidade demandada em proporo maior que a reduo do seu

    preo.

    c) Elevao do preo deste bem ocasiona uma reduo de sua

    quantidade demandada em proporo menor que a elevao do seu

    preo.

    d) Uma reduo do preo deste bem ocasiona uma reduo de sua

    quantidade demandada em proporo menor que a reduo no seu

    preo.

    e) Elevao do preo deste bem determina uma reduo de sua

    quantidade demandada em proporo igual elevao do seu preo.

  • 51

    Questo 14

    Um produto X que possui elasticidade-preo da demanda, em termos

    absolutos, igual a 0,5, sua demanda tem como caracterstica ser:

    a) Elstica.

    b) Unitria.

    c) Perfeitamente elstica.

    d) Perfeitamente inelstica.

    e) Inelstica.

  • 52

    Questo 15

    (UNB/2005) Em fins de 2003, a criao de gado americana viu-se atingida por

    casos da doena da vaca louca. Conquanto tenham sido ocorrncias isoladas,

    comprometeram enormemente a exportao norte-americana de carne

    bovina. Tendo esse dado como base, leia com ateno os trechos da

    reportagem abaixo, divulgada no caderno Dinheiro da Folha de S. Paulo em

    04/01/2004, e responda s questes seguintes, utilizando-se do instrumental

    e conceitos econmicos em suas justificativas.

    Frango ganha espao no cardpio

    Toda vez que a carne bovina colocada em xeque, cresce o consumo de

    frango. Essa opo duplamente favorvel ao Brasil. Primeiro, porque o pas

    deve aumentar a participao no mercado externo. Segundo, porque a

    evoluo do consumo de frango nos EUA deve empurrar para cima os preos

    do milho e do farelo de soja, principais componentes da rao. [...]

    Cludio Martins, diretor da Abef (Associao Brasileira dos Produtores e

    Exportadores de Frango), diz que o impacto negativo sobre a carne bovina

    transfere consumidores para o frango. [...]

    O Brasil abocanhou grandes fatias do mercado externo desde 1999, quando

    vrios pases tiveram problemas com sanidade animal. O crescimento anual

    est prximo de 20% h cinco anos, enquanto o mundial de 4%.

    [...] o produtor no deve ser tomado por grande euforia, diz Martins. Um

    aumento exagerado da produo vai desequilibrar o mercado e reduzir preos

    [...].

    De acordo com a reportagem, a carne bovina e a carne de frango so

    consideradas bens:

    a) Complementares.

  • 53

    b) Normais.

    c) Inferiores.

    d) Substitutos.

    e) Elsticos.

  • 54

    Introduo

    Para comear estudar este contedo, leia o artigo abaixo.

    Cade aprova compartilhamento de voos entre Gol e Aerolneas Argentinas

    Veja: 22/12/2013

    Acordo tem como foco viagens de passageiros entre o Brasil e a Argentina.

    Gol j havia feito parcerias do tipo com a Air France, a Alitalia e a Iberia

    (Reinaldo Canato).

    O Conselho Administrativo de Defesa Econmica (Cade) aprovou, sem

    restries, um acordo de compartilhamento de voos entre a Gol e o Grupo

    Aerolneas Argentinas. A deciso foi publicada no Dirio Oficial nesta quinta-

    feira.

    Segundo documentos do processo no site do Cade, o acordo considera o

    compartilhamento de voos entre a empresa brasileira e as companhias

    Aerolneas Argentinas e Austral Lneas Areas, ambas do grupo argentino,

    com foco no transporte de passageiros entre Brasil e Argentina.

    A Gol tem feito diversas parcerias com empresas areas para

    compartilhamento de voos, mas com foco principalmente na Europa, tendo

    feito acordos com companhias como Air France, Alitalia e Ibria.

    (com agncia Reuters)

    Descrevemos na aula 1 o equilbrio de mercado como sendo o momento pelo

    qual a quantidade demandada igual quantidade ofertada. Assim, o

    equilbrio de mercado a pedra fundamental na anlise microeconmica da

    economia empresarial.

  • 55

    Alm disso, complementamos o estudo do equilbrio examinando as bases da

    demanda e vimos como as decises de consumo determinam a quantidade de

    produto a ser consumida pelos consumidores, dados, por exemplo, a renda e

    os preos dos produtos, em funo de uma dada sensibilidade que os

    consumidores tm a estas variveis.

    Nesta aula 2, iremos transferir nossa ateno para o lado da oferta, mais

    especificamente para quem gera a oferta, ou seja, as empresas, examinando

    a produo e os rendimentos destas empresas. Logo aps isso, passaremos a

    analisar as diferentes estruturas de mercado e poderemos perceber que

    existem mercados mais competitivos e outros com menor concorrncia, como

    no caso do setor areo brasileiro, como est no artigo anterior, e discutiremos

    como esse assunto pode ajud-los na tomada de decises das suas

    empresas.

    Vamos, portanto, a nossa aula!

    Objetivos:

    1. Entender o que representa a funo de produo e dos custos de

    produo.

    2. Destacar os diferentes tipos de rendimentos das firmas.

    3. Apresentar as diferentes estruturas de mercado.

    4. Compreender o papel da teoria dos jogos dentro das estratgias das

    empresas.

  • 56

    Contedo

    O Que Compe a Curva de Oferta das Empresas

    Toda e qualquer curva de oferta composta, de uma maneira geral, pelas

    condies da produo e dos custos de produo das empresas. Esta

    discusso refere-se s peas fundamentais para a anlise dos preos e do

    emprego dos recursos (ou insumos) de produo que so os elementos

    utilizados pelas empresas para produzir o seu produto final.

    Desta maneira, define-se como:

    a) Teoria da produo: as relaes entre a quantidade produzida e as

    quantidades de insumos utilizados.

    b) Teoria dos custos de produo: as relaes entre os preos dos

    fatores de produo e a quantidade do produto das empresas.

    Teoria da Produo

    A produo uma funo da utilizao dos fatores (ou recursos) utilizados no

    processo produtivo. Neste sentido, chamamos de funo de produo

    funo que mostra a relao entre o volume (ou a quantidade) de recursos

    de produo utilizados no processo produtivo com o volume (ou quantidade)

    final de produto que pode ser obtido. Uma funo de produo em sua forma

    mais simples, coeteris paribus, pode ser demonstrada da seguinte maneira:

    qx = f (K, N)/t14

    Em que:

    qx = quantidade de produo de um determinado produto X qualquer;

    14 K = refere-se s mquinas, equipamentos, instalaes e edificaes, por exemplo, utilizados por uma determinada firma para produzir o seu produto final. N = capital humano, diz respeito capacidade de trabalho e bem como empresarial que so utilizados pela empresa para gerar a sua produo.

  • 57

    f = relao (ou funo);

    K = quantidade do fator de produo capital;

    N = quantidade do fator de produo trabalho;

    /t = determinado perodo (ou fluxo) de tempo (a curto ou longo prazo).

    Nesse contexto, define-se como sendo:

    Longo Prazo: ao perodo de tempo que demonstra quando todos os

    fatores de produo so variveis, em funo do aumento do tamanho

    da empresa.

    Curto Prazo: ao perodo de tempo em que pelo menos um dos

    recursos de produo est fixo, ou seja, no varia em funo do nvel

    de produo15.

    Anlise da Produo em Longo Prazo

    Conforme est colocado no quadro anterior, tem-se o longo prazo de uma

    firma quando todos os fatores de produo so variveis, isto , no

    existem fatores fixos de produo. Desta maneira, h uma questo central

    que deve ser respondida, qual seja: quando variam ao mesmo tempo as

    dotaes de capital (K) e de trabalho (N), qual o impacto que pode ocorrer

    sobre o volume (ou quantidade) de produo da empresa?

    Como o longo prazo o perodo de tempo em que todos os insumos podem

    variar, inclusive o tamanho da empresa, isto d origem aos conceitos de

    economias (ou rendimentos) de escala, melhor colocando, diz-se que h:

    Economias (ou rendimentos) de escala crescentes quando a variao

    dos fatores de produo causa uma variao mais que proporcional na

    quantidade de produo;

    15 Nos livros de economia, geralmente, o capital (K) considerado o fator fixo e o trabalho (N) o fator varivel a curto prazo.

  • 58

    Economias (ou rendimentos) de escala constantes se a variao dos

    fatores de produo gera uma variao na mesma proporo da

    quantidade de produo (ou do produto);

    Economias (ou rendimentos) de escala decrescentes (tambm

    chamadas de deseconomias de escala) quando a mudana dos fatores

    de produo causa uma variao menos que proporcional no produto

    da empresa.

    Em funo do que est escrito acima, percebe-se que, portanto, h o que

    podemos conceituar como sendo rendimentos de escala. Tal conceito

    exprime a forma ou a maneira pela qual a quantidade de produo (ou a

    quantidade do produto) da empresa aumenta de acordo com a agregao dos

    fatores de produo quando a empresa aumenta o seu tamanho no longo

    prazo. Ento, graficamente16, os tipos de rendimentos de escala podem ser

    visualizados pela figura a seguir.

    Fonte: Elaborado pelo autor.

    16 Fonte: Vasconcellos e Garcia.

  • 59

    Anlise da Produo em Curto Prazo

    Como foi definido anteriormente, o curto prazo o perodo no qual pelo

    menos um dos fatores de produo considerado fixo 17 . A partir da

    precisamos analisar o que acontece com a produo de uma firma caso se

    varia a quantidade de um dos fatores de produo enquanto o outro fator

    permanece fixo. O diagrama abaixo se refere a esta discusso, e o ponto

    central da mesma a definio conceitual da lei dos rendimentos

    (marginais) decrescentes. Esta lei pode ser enunciada imaginando uma

    empresa produtora, por exemplo, de produtos agrcolas e que sero mais

    tarde enlatados para a comercializao.

    A rea de produo (K) uma rea de terra ampla e muito grande para ser

    cultivada, no existindo, inicialmente, trabalhadores (N) para trabalhar nesta

    rea de terra. Entretanto, num primeiro estgio de produo (estgio I),

    contrata-se um trabalhador para cultiv-la, rendendo certa quantidade de

    produto para esta empresa. Como a rea ampla, a contratao de outro

    trabalhador aumentar ainda mais a produo e podemos considerar que este

    processo tenha uma continuidade, neste sentido, a produo neste primeiro

    estgio cresce em propores cada vez maiores.

    Para um segundo estgio de produo (estgio II), chega-se at certo ponto

    (momento) em que, dado o limite do fator de produo fixo (a terra), os

    acrscimos da contratao de novos trabalhadores iro aumentar o nvel de

    produo, mas tal aumento se far em propores cada vez menores.

    Em um terceiro estgio de produo (estgio III), chega-se a um ponto

    (mximo) de trabalhadores pela rea da terra, fazendo com que, ps este

    ponto, a contratao de mais um trabalhador acabar reduzindo (ou

    diminuindo) a produo da firma (da empresa).

    17 Fator de produo fixo aquele que a quantidade no alterada em funo do nvel de produo. Enquanto o fator varivel aquele cuja quantidade utilizada varia de acordo com o nvel de produo.

  • 60

    A curva de produo total (q)18 do desenho abaixo reflete esses trs estgios

    de produo. Paralelo a isso, as curvas de produtividade marginal (PMg) e de

    produtividade mdia (PMe) so construdas de acordo com a curva da

    produo total (q). Assim, o formato dessas curvas se deve lei dos

    rendimentos (marginais) decrescentes. Cabe destacar que:

    a) a produtividade mdia do trabalho (PMe) a relao entre a produo

    total (q) e o nmero de trabalhadores (N) utilizados na produo da

    empresa, matematicamente, temos:

    PMe = (q)/N

    Pelo o que se percebe no grfico abaixo, a PMe inicialmente crescente,

    atinge um mximo no emprego de trabalhadores e depois passa a ser

    decrescente;

    b) a produtividade marginal do trabalho (PMg) a variao da produo

    (q) derivada da variao no emprego do fator trabalho (N),

    matematicamente, temos:

    PMg = (q / N)

    Como pode ser percebido no diagrama abaixo, a PMg inicialmente

    crescente, atinge um mximo no emprego dos trabalhadores (antes,

    portanto, que a produtividade mdia) e depois passa a ser decrescente.

    18 q = qx = quantidade de produo ou do produto final (X).

  • 61

    Fonte: Elaborao prpria.

    Segundo o grfico anterior, podemos fazer algumas consideraes

    importantes. A primeira delas que notamos que a curva da

    produtividade mdia comea a ter uma inclinao para baixo depois de

    ter sido cortada no seu ponto de mximo pela curva de produtividade

    marginal. Se a PMg comea a cair, no momento em que esta passa a

    ser menor que a PMe, estar puxando, portanto, esta ltima para

    baixo. Na verdade, a produtividade marginal o acrscimo no total

    produzido pelo ltimo trabalhador absorvido. Se a produtividade deste

    for menor que a mdia de todos os trabalhadores absorvidos

    anteriormente, se somente se, estar puxando esta mdia (total) para

    baixo. Portanto:

    se PMg > PMe, PMe crescente;

    se PMg = PMe, PMe mxima;

    se PMg < PMe, PMe decrescente.

    A segunda considerao diz respeito ao momento em que no grfico

    visualizamos que quando a produtividade marginal comea a cair, a curva da

    produo total (q) passa a ser convexa (era cncava at ento). Esta inflexo

    existente refere-se passagem da fase da PMg crescente para a decrescente.

  • 62

    Paralelo a isso, observa-se que quando q mxima, a PMg igual a zero e

    quando esta produtividade se torna negativa, q comea a cair.

    Conceitos Bsicos de Custos de Produo

    Custos de Produo em Curto Prazo

    Nesta seo, iremos ver o comportamento dos custos (de produo) da

    empresa (ou da firma) associado produo de uma determinada quantidade

    de um dado produto (bem ou servio). Neste caso, novamente, utilizada a

    distino entre o curto e o longo prazos.

    No caso do perodo de tempo de curto prazo, pelo menos um dos fatores de

    produo est fixo e, neste sentido, o custo total (CT) da firma formado

    pela soma do custo associado utilizao do fator de produo fixo (CFT)

    mais o custo pela utilizao do fator de produo varivel (CVT). Melhor

    dizendo, esquematicamente, tem-se:

    CT = CVT +CFT

    O comportamento do custo de produo pode ser visto melhor a partir do

    diagrama abaixo, em que:

  • 63

    Fonte: Elaborao do autor.

    Como se pode observar pela figura anterior, o custo total (assim como o

    custo varivel, com exceo do custo fixo) tende a aumentar em funo do

    aumento da quantidade produzida. Uma vez que o tamanho da firma

    constante em curto prazo, a curva de custo total ter a mesma forma do

    custo varivel.

  • 64

    Perspectiva Internacional

    Comparao de Custos em Diferentes Pases

    O custo de produzir um bem diferente em cada pas. Uma das razes a

    diferena acentuada nos custos dos insumos. Nos Estados Unidos, os custos

    de mo de obra tendem a ser altos. Em muitos pases emergentes, como no

    caso do Brasil, o custo do capital alto. Mas uma fonte importante de

    diferena nas curvas de custos a diferena de conhecimento ou informao.

    Empresas em alguns pases parecem ser sistematicamente mais eficientes

    que empresas em outros pases (...). Isto , a quantidade de insumos

    requerida para a produo de qualquer produto menor.

    Mickinsey, uma grande firma de consultoria internacional

    (http://www.mckinsey.com), tem comparado a eficincia de empresas no

    mesmo ramo de atividade em diferentes pases e encontrado diferenas

    marcantes. Comparando os Estados Unidos, a Alemanha e o Japo, os

    consultores da Mckinsey encontraram que, em quatro de cinco setores de

    atividade que examinaram, o capital era menos eficiente no Japo e na

    Alemanha do que nos EUA. Essas diferenas de eficincia tm vrias origens.

    Por exemplo, na indstria automobilstica, o uso mais flexvel de linhas de

    montagem e uma cooperao mais estreita entre fornecedores de autopeas

    e as montadores no Japo e nos EUA deu a esses pases uma vantagem

    sobre a Alemanha no uso mais eficiente dos insumos. No setor de

    telecomunicaes, as firmas dos EUA tm sido mais agressivas na oferta de

    acesso telefnico barato e na criao de novos produtos e servios inclusive

    linha dupla, nmeros de acesso gratuito e caixas de mensagem. Como

    resultado, os americanos fazem mais chamadas telefnicas per capita do que

    os consumidores japoneses ou alemes. Esse volume mais alto de chamadas

    levou utilizao mais intensiva das linhas e conexes que formam a rede,

    espalhando os custos fixos por uma quantidade muito maior de chamadas do

    que no Japo ou na Alemanha.

    Fonte: Raj Agrawal, Stephen Findley, Sean Greente, Kathryn Huang, Aly

    Jeddy, William Lewis and Markus Petry, Capital Productivity: Why the US

  • 65

    Leds and Why it Matters, Mckinsey Quartely No. 3 (1996): 38-55. In: Stiglitz

    & Walsh.

    Por outro lado, se pegarmos a frmula do custo total em curto prazo e

    dividirmos pela quantidade produzida (q), teremos os custos mdios, isto :

    CTMe = CVMe + CFMe . Ao mesmo tempo, se trabalharmos com a relao

    entre a variao do custo total (CT) com a variao da quantidade de

    produo (q), tem-se o que definido como custo marginal, sendo este o

    custo de se produzir uma unidade a mais (extra) do produto da firma, ou

    seja: CMg = (CT / q)19.

    Graficamente, verificamos os seguintes diagramas abaixo relacionando as

    curvas de custos mdios e de custo marginal.

    19 Cabe destacar que os custos marginais no so influenciados pelos custos fixos (invariveis a curto prazo).

  • 66

    Fonte: Vasconcellos & Garcia.

    Os formatos destas curvas esto relacionados ao que ns estudamos na

    teoria da produo em curto prazo, ou seja, lei dos rendimentos

    decrescentes (ou dos custos crescentes). Mas cabe destacar que a primeira

    figura acima mostra que o custo fixo mdio (CFMe) decrescente ao longo

    do processo produtivo. Por qu? A explicao simples, ou seja, o custo fixo

    (CFT) permanece inalterado (invarivel) e na medida em que se aumenta o

    volume de produo, o CFMe ir diminuindo (tendendo a ter um valor igual a

    zero). Como o custo total mdio o resultado da soma entre o custo fixo

    mdio e o custo varivel mdio, sendo o CFMe maior do que zero, o CTMe

    ser maior do que o CVMe, mas as duas curvas de CTMe e de CVMe tendem

    a se aproximar em funo do aumento de q.

    Graficamente, as curvas de custo total mdio, de custo varivel mdio e de

    custo marginal so curvas com formatos em U. Isto quer dizer que,

    inicialmente, estes custos so decrescentes, pois h pouca quantidade de

    trabalho para uma grande quantidade de capital, o custo total cresce em

    propores cada vez menores e, neste sentido, h uma queda dos custos

    mdios (total e varivel) e do custo marginal. Atinge-se um ponto de mnimo,

    isto significa que se satura a utilizao do capital (que fixo). Aps este

    ponto, os custos so crescentes, pois a contratao de mais trabalho tende a

    no trazer aumentos proporcionais de produo, melhor dizendo, o custo

  • 67

    total cresce em propores cada vez maiores e os custos mdios e marginal

    so crescentes. A todo esse processo tem-se o que os economistas definem

    como sendo a lei dos custos crescentes (em curto prazo).

    Como complementao, importante destacar que quando o custo marginal

    for igual ao custo mdio (total ou varivel), a curva de custo marginal estar

    cortando o ponto de mnimo da curva de custo mdio. A partir da, e,

    portanto, segundo Vasconcellos e Garcia20 e conforme o grfico acima:

    se o custo marginal supera o custo mdio (total e varivel), isto quer

    dizer que o custo mdio estar crescendo;

    se o custo marginal for inferior ao mdio, significa que o custo mdio

    estar caindo.21

    Custos de Produo em Longo Prazo

    Em longo prazo, conforme j estudado por ns, todos os fatores de produo

    so variveis, incluindo o tamanho ou a dimenso da empresa. Neste sentido,

    o custo total igual ao custo varivel: como CFT = 0 >>> CT = CVT; da

    mesma forma, temos que: CTMe = CVMe , que chamaremos de CMeLp.

    Sabendo-se que o comportamento dos custos de longo prazo est relacionado

    ao tamanho ou dimenso (da planta de produo) para poder operar neste

    espao de tempo, a curva de custo mdio total em longo prazo ter tambm

    um formato em U. Este formato refere-se ao que os economistas e

    administradores chamam de economias (tamanho) de escala, em que

    todos os fatores de produo (inclusive a dimenso da empresa) esto

    variando.

    20 VASCONCELLOS, Marco Antonio S. & GARCIA, Manuel E. Fundamentos de economia. So Paulo: Saraiva, 2008. 21 importante destacar que: a) quando as curvas de PMe e PMg so crescentes, as curvas de CTMe e CMg so decrescentes; b) quando as curvas de PMe e PMg so decrescentes, as curvas de CTMe e CMg so crescentes; c) os pontos de mximo de PMe e PMg correspondem aos pontos de mnimo de CTMe e CMg.

  • 68

    Logo, em cada ponto da curva abaixo, de longo prazo, demonstra-se ento

    que a empresa tem um elenco de possibilidades de produo de curto prazo,

    com diferentes escalas de produo (tamanho), que ela pode escolher no seu

    planejamento de longo prazo.

    Fonte: Vasconcelos e Garcia.

    Pela figura acima ao nvel do ponto A, temos o ponto de mnimo desta curva

    de custo mdio de longo prazo (CMeL), em que encontramos o tamanho

    timo (ou a dimenso, ou a escala tima) de produo da empresa, com

    ganhos de produtividades. Porm, aps este ponto de mnimo, o CMeL

    comea a crescer, ou seja, apresenta-se depois deste ponto a existncia de

    economias de escala decrescentes (ou deseconomias de escala)22.

    Assim, o ponto A representa a escala tima da empresa, ou o tamanho ideal

    para a empresa diante dos seus custos, j que representa custo mdio de

    produo. A quantidade q* no apenas a produo tima para determinada

    22 Cabe destacar nesta nossa discusso a respeito de custos de produo, que embora as

    curvas de custo mdio de longo e de curto prazo te