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7/25/2019 Apostila Filosofia e Sociologia
1/26
FILOSOFI
DO
IREITO
E
SOCIOLOGI
FILOSOFI
DO
DIREITO
E
SOCIOLOGI
JURDICA
@
FILOSOFI
DODIREITO
D
DIREITO
E
JUSTIA
@
SOCIOLOGI GERAL
E
JURDIC
PODER,
EST DO
E
SOCIED DE
UGUSTE COMTE- OMTODO PARAOPOSITIVISMO COMTI NO
MILE
DURKHEIM MTODO SOCIOLGICO
M RXISMO
E A
CRISE
DE
LEGITIMID DE
DO
PODER
ESTATAL
MAXWEBER-O
EST DO
E ADOMINAO LEGTIMA
M CHAEL
FOUC ULT
O
DIREITO
E AS
INSTITUIES DISCIPLIN RES
BOA
VENTUR
DE
SOUZ S NTOS
- INTRODUO
SOCIOLOGI
DA
ADMINISTRAO
DA JUSTIA
M URO CAPELETTI- O
ACESSO
JUSTIA
SOCIOLOGI
DOBRASIL
7/25/2019 Apostila Filosofia e Sociologia
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7/25/2019 Apostila Filosofia e Sociologia
3/26
Filosofia
do
ireito
e
Socio o gia"Jurdca
F I L OS OF I D O
DIREITO
E
JSQGjOLpGj lURplC
A Filosofia do Direito e aSociologia Jurdica s o
matriasrecorrentes nos concursosparaas
principais
carreiras
jurdicas,
especialmente para a
Defensor ia
Pblica. No IConcursodeProvase Ttulosparaocar-
go deDefenso r Pbl icodo Estadodo Paran, adisci-
plina
de Filosofia foi cobrada de modo bem aprofun-
d a d o .
O edi ta l do
atual
concurso
traz
um rol muito exten-
so
sobre os temas. Traz, tambm, uma lista de livros
indicados para o estudo.
Apresentamos a seguir um resumo de filosofia do
direitoe sociologia jurdica. Tal resumo est colocado
de f o r m a
didtica,
de acordo com a experincia do s
escritores nos certames para defensoria.Assim, embo-
ra no siga exatamente a o r d e m do edi ta l e, embora
alguns temas
estejam
sob denomi na o diferente da
t razida no edi ta l , o materia l pretende apon tar uma se-
quncia lgicad eestudos, deformaafacil i tar oapren-
dizado
de
temas
to
complexos.
Sabemos que impossvel ocandidato aocargode
Defensor
Pblico do Paran estudar com a profundi-
dade
necessria
todos os
temas
do editalemtodasas
disciplinas em um espao de tempo to curto (entre
a publicao doeditale a
prova).Assim,sero raros
os
candidatos que iro conseguir ler a totalidade das
obras indicadas parafilosofia e sociologia.
Neste
contexto, dentro
da
sequncia didticaapre-
sentada, que serve paraoleitorter uma viso geralda
Filosofia do Direito e da Sociologia Jurdica, trarem os
muitosconceitos e citaes retirado s das obras indica-
das. Acreditamos, assim, que o presente material ser
de grande val ia aos candidatos.
Se definir qualquer objeto
tarefa
bastante com-
plexa, mais complicado ainda definir a disciplina de
Filosofia doDireito. Isto porque Filosofia eDireito no
so entendidos domesmo mod o pelos estudiosos,
A princpio, apa lavrafilosofia significaa m i z a d eou
amor pela sabedoria .
AFilosofia
reflete
no
mais alto
grauessa paixo da verdade, o am or pela verdade que
se quer conhecida sempre com maior perfeio, tendo-
-se em mira os pressupostos l t imos daqui lo que se
sabe (Miguel
reale).
Em verdade, po de-se operar o direi to razoavelmen-
te sem conhecer filosofia do direi to . Porm, no haver
maisum'grande 'ope rador d o direi to que no conhea
lgica, filosofia
e filosofia do
direito,
uma vez que
impossvel
versar questes importantes
do
direito
co m
oemprego
apenas da
tcnicalegal.
Nesse sentido, ensinaJuanM anuelTern que no
possveljustificar
a
filosofia
do
direito
do
ponto
de
vis-
ta prt ico.N o p o d ea filosofia do direito justificar-se
comodisciplina
que
preparepara
a
tcnica profissional
de jurista.Nem.se pode pretender que tenhautilidida-
dedirigidaaaumentaros conhecimentos dosramosdo
direito positivo. Deste ngulo sequalifica, comrazo
de inadequada eintil para asnecessidades davida
jur dica.
Ajustificaod e ta l
estudo consiste
em que a
Jurisprudncia tcnica insuficiente para dar
unida-
de de
viso
ao s
prprios estudos
do
direi topositivo .
A
Filosofia,
co m efeito, procura sempre resposta
a perguntas sucessivas, objetivando atingir, po r vias
diversas,
certas
verda des gerais, que pem a necessi-
dade de outras: da o impulso inevitvel e nunca ple-
namente satisfeito
de
penetrar,
de
c a m a d a
e m
camada,
na
orbi ta
d a
real idade, num a busca incessante
de tota-
lidade de sentido, naqualse situem o homem e ocos-
mos. Ora, quando atingimos
um a
verdade
que nos d
a razo de ser de todo um sistema particular de
conhe-
cimento, everi f icamosaimpossibi l idade dereduzir ta l
verdade
a
outras
verdades maissimplese subordinan-
tes, segundo certa perspectiva,
dizemos que
at ingimos
um princpio ou umpressuposto (Reale).
Esclarea-se, imediatamente, que a Filosofia do
Direito
no disciplinajurdica,m as
a prpria
Filosofia
voltada para a ordem jurdica. Sua
misso
consiste
em
criticar
a
experincia jurdica,
nosentido de
iden-
t ificar
e determinar suas condies transcendentais.
Para
Giorgio
Del Vecchio, a filosofia do direito
compreende trplice indagao (lgica, fenomenolgi-
ca e deontolgica), definindo -se com o adisciplina qu e
define
o direi to na sua
universalidade
lgica,
procura
as
origens
e os
caracteres gerais
do seu
desenvolvi-
mento histrico e o valorasegundo oideal da justia
traado pela razo pura .
Por
f im,
destacamos mais
uma vez as
lies
de
Miguel Reale, para quem
o
termo Fi losofia
d o
Direito
pode ser empregado ern acepo lata, abrangente de
todas as form as de indagao sobre o valor e a funo
das norma s que governam a vida socia l nosentido do
justo,ou emacepoestrita, paraindicaroestudome-
tdico
do s
pressupostos
ou
condies
da
experincia
jurdica considerada em suaunidade sistemtica. (...)
Concebida a Filosofia do Direito com o uma discipli-
na autnoma, que pode ter ou no
como
um de seus
temas o do Direito Natural, dvidas surgiram sobre
sua situao no
contexto
d a
Filosofia Geral, falando-
-se, por exemplo, em
Filosofia
particular, ou especial,
chegando-se a negar a sua viabilidade, dada a na -
tureza universal da problemt ica filosfica... Trata-
se, a meu
ver,
de um
pseudoproblema, porquanto
a
Filosofia do Direito a Filosofia mesma quando seu
objeto
a experincia do Direito, por sua valid ade uni-
versal, como se d, tambm, com a
Filosofia
da Arte,
da
Linguagem etc. (...)
Os
ternas
ou assuntos
funda-
mentais da Filosofiado Direito referem-se aoconceito
de
Direito,
ideia
de
Justia
e
respectiva integrao
no
plano histrico .
7/25/2019 Apostila Filosofia e Sociologia
4/26
DP E /P R
Desta
forma,
pode-se
falar
emtrsconcepes de
filosofia:
a
metafsica,
a
positiva
e a
crtica.
A
concep-
ometafsica/ a
mais
antiga/ tem naFilosofiao nico
saber possvel, sendo que as demais cinciassoparte
dela.D ominou naAntiguidadee Idade Mdia. Sua ca-
racterstica
principal
a
negao
de
existir investiga-
o
autnoma vlida fora da
Filosofia,
mas apenas um
saber
imperfeito, provisrio, sendo
o conhecimento
filosficoonico.
Para concepo posi t ivista,
ao
inverso,
o
conheci-
mento cabe
s
cincias,
e Filosofia
cabe coordenar
e
unificarseus
resultados.
Bacon
atribui
Filosofia
o
pa-
pel de cincia universal e m e das outras cincias, ten-
doo iluminismoparticipadodo
conceito
de
Filosofia
comoconhecimento cientfico.
Por
fim,
a
concepo
crtica,
modernamente cunha-
da, ente nde a Filosofia como um juzo sobre a cincia
e no conhecimento de objetos: sua
tarefa
verificar
a
validade
do
saber,
determinando
seus
limites, condi-
es
epossibilidades
efetivas.
Como leciona
Reale,
uma Filosofia que no seja
crtica
, a noss o ver, inautntica: sem pre perquiri o
de razes ouindagaodepressupostos,s empart i rd e
pressupostosparticulares,mas de
evidncias univer-
salmente vlidas .
O
edital divide o estudo da
Filosofia
do Direito em
HistriadosDireitos e
Direito
eJustia .
Grave-se,
porm,que os
temas trazidos dentro desses dois gran-
des
blocos esto relacionados entre
s i.
Assim, passamos a
apresentar,
como dito anterior-
mente,
um
estudo mais didtico, voltado
melhor
compreenso do
candidato,
deixando de lado a se-
quncia
do edital.
CONCEITO DE D IREITO
Definir
o direito de m aneira nica e absoluta urna
tarefaimposs vel,pois um de termopolssemico,que
comportadiferentes
definies, ou ainda
referncias
a
facetas
determinadas do fenmeno jurdico. Podemos,
desse modo, utilizar
a
palavra direito
no
sentido
de
cincia:
cincia
do direito. Ou ainda, util iz-la como
sinnimo
de
justia;
ou se
refer indo
ao
ordenamento
jurdico
(direitoobjetivo).
Em
que
pese
essa
diversidade
desentidos,pode-se
apontarcertas caractersticas es senciais qu epe rmi tea
traar
um
conceito
dedireito.
Desse
modo,
hduas
explicaes para
aorigemda
palavra
direito.
A
primeira
afirma que o
termo des-
cendeda palavra lat ina directum,
part ic pio
do verbo
dirige, que
significa
dirigir.Assim,
directum pode
ser
traduzido pordirigido.Aquise tem a
ideia
do direito
como uma ordem que dir ige o funcionamen to da so-
ciedadeemdireo adeterminadosfins/ queregulao
tipo
de
compor tamento
qu e
deve
s er
proibido
ou
per-
mitido.
A
segunda explicao
diz
que a verdad eira raiz do
termo direitoseriaapalavra derectum,que a
jun-
o do
termo
De
(totalidade, perfeio)
com o
termo
Rectum
(reto), podendo
ser
traduzido
por
totalmen-
te re to. Tal ide ia remete a um dos s mpolos
tradicio-
nais
do
direito:
a
balana,
e por
conseguinte
ide ia
de
igualdade,pois,quando
o fiel da
balana
esttotal-
mente reto,o sdois ladostmpesos iguais.
Com
essaanliseetiolgica, pode-se
chegar
a al-
gumas concluses. O d ire i to :
Ordem necessria:
o
Direito
uma
exigncia
da
vida em comunidade, isto , necessrio para
que a vida em sociedade possa se desenvolver.
Celebre a
expresso ~ Ubi
societas,ibi
ius
- ondeh
sociedade/
hdire i to .
partir
do mo-
mento
em que o
homempassa
a conviver com
seus semelhantes, necessrio o direito. Disse
Aristte les que o homem um animal soc ial.
Regra de conduta: o direito uma norma, que
se encontra no plano dodever ser ou plano
normativo .A
norma prescreve
um
comporta-
mento desejado, um com portamento ideal . No
h
certeza
de que
aquilo
que a
norm a prescreve
acontecer
daquele modo, ou
seja,
o plano do
dever
ser funciona de
fo rma
distintado
plano
do ser .
Giorgio Del Vecchio concei tua o direito como a
coordenao
objetiva
da s aoes possveis entre vrios
sujeitos,
deacordocom um
princpio
tico que as de-
termina, retirando-lhes todo impedimento,
Miguel Reale, com esteio na estrutura tridimensio-
nal do
direito
e
relacionand o
com a
bilateralidadeatri-
butiva,
definiu
o direito como a realizao orden ada
e
garantida
do bem
comum
numa estrutura
tridimen-
sional
bilateral
atributiva ,ou de umaformaanaltica:
Direito aordenao heternorna, coercvelebilate-
ra l atributibva das relaes de convivncia, segundo
um a
integrao
normativa de
fatos
e
valores
(Lies
Preliminares de Direito, 1990).
ConceitosFundamentais;
Noo
de
Direito
Positivo:
Para
Miguel
Reale,
aordenao
heternoma
dasrelaes sociaisba-
seada
numa integrao normativa de fatos e va-
lores .
Direito Objetivo:
Segundo Maria Helena
Diniz,
ocomplexo de normas
jurdic s
que regem o com-
portamento humano, prescrevendo
um a
sano
no
caso
de sua
violao .
4
7/25/2019 Apostila Filosofia e Sociologia
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Filosofia
doDireito eSociologia Jur d ica
DireitoSubjetiva: ParaG of f redoTel Ies
Jr.,
a
per-
misso, dada po r
meio
da
norma
jurdica
vlida,
para fazer ou no fazer .alguma
coisa, para
ter ou
. no
te r
algo,
ou
ainda,-a autor izao
para
exigir,
por
meio
do s rgos
competentes
d o pode r p-
blico
ou
po rrneio
de
processos
legais, em
caso
de
prejuzo causado por
violao
,da 'norma, ocum .
primento
da
norma infringida
ou
a'reparao
do
.mal
sofrido .
C O R R E N T E S
D O
PENSAMENTO JURDICO
A
jurisprudncia romana:
O Direito Romano aprincipal base do ordena-
mento jurdicodaEuropa continentale demuitos pa-
ses de colonizao europeia, comoo Brasil. Existiram
3fasesdoDireito Romano:oDireitoarcaico oPerodo
clssico
e o
Direito tardio.
N a fase arcaica, as normas eram embasadas nos
costumes
e as
autoridades judiciais eram
os
pontfi-
ces .
No perodo clssico,por sua vez, oscostumes, as
leise asnormas criadas pelos pretores eram abase do
sistema,que tinha ospretores, osjuizese os rbitros
comoautoridades judiciais.
Fo inesse perodo queapareceramasprimeirasno-
es de jurisprudncia. Por fim,n o Direito tardio, as
leis eram editadas pelos imperadores,
mas
tambm
havia
a
jurisprudncia.Nessa poca,
os
delegados
do
imperador
e os
juristas eram
as
autoridades.
Os
glosadores:
A Escolados Glosadores possui grande destaque
na histria do Direito. Nesta o Direito assume uma
posio autnoma
no
conhecimento, pois
se
volta
ao
estudo especfico.
Fo i
por influncia dos glosadores que surgiram
as primeiras universidades no Ocidente, como a
Universidade de Bolonha (aprimeira
que serviu
como modelodeensino paraas demais instituies).
Ojusnaturalismoouescolado
direito natural
mo-
derno:
AdoutrinadoDireito Natu ralapareceunofinalda
IdadeMdia emoposioao Direito Divino aplicado
no
perodo medieval.
O Direito natural oDireitodacondio
humana
que sai dos homens e se
traduz
emleis
formais
ou
no,
mas deixa de
lado
odivino
como
parmetro para jul-
gar e puniraquina Terra.
(...)
ODireitoNatural,
histo-
ricamente,
coloca-se
entre o Direito Divino e o Direito
Positivo
(Jos
Manuel de
Sacadura Rocha).
Em
suma,so
duas
as vertentes doJusnaturalis-
- Direito Natural Inato,que advm daprpria
condiohumana (Hugo Grcio).
-
Direito Natural
emprico-social,
baseado
na
experincia social (autores contratualistas do
sculoXVIII-Hobbes, LockeeRousseau).
Hugo Grcio
considerado
o f u n da do r do
justa-
turalismo moderno. Thomas
Hobbes,
John. Locke,
Samuel Pufendorf
e Leibniztambm
foramnomes
de
destaquedesse perodo.
Ateoriado
direito
que foielaboradanosculo XVII
e
XVIII
, sob onome dedireito natural,
deitou
suas
razes no desenvolvimento capitalista do
mercado,
fim
da
cristandade, conquista
da
Amrica
e
afirmao
do
direito natural.
Ressalta-se que aescoladodireito natural moder-
no difere da
tradio
clssica, aristotlica-tomista.
Estamosno incio daidade moderna,em que se rea-
f irma aideia do
sujeito
enquanto homem e da razo
individual.
Paraessa escola,odireito
sinnimo
de
justia,
en-
tendida como a conformidade com anatureza. C om
efeito osdireitos naturaisso
aquilo
queestdeacor-
do com anatureza humana. Desse modo,odireito po-
sitivo somente ser vlidoserespeitar essesdireitos
naturais inatosdoshomens.Odireito natural,por seu
turno,
imutvel, sempre justo
e
universalmente
v-
lido.
NoJusnaturalismo
abstratoa explicao de
tudo
encontrada
no prprio homem, na prpria razo hu-
mana,nada de objetivo levado em considerao, a
realidade social,ahistriae arazo humana se
tomam
umadivindade absoluta.
Locke
e Rousseau s o expoentes desse perodo.
Para Lockea leinatural umaregra eterna para
todos,
sendo evidente einteligvel para todasascriaturas ra-
cionais.A leinaturaligual lei darazo. Paraele o
homem deveriasercapazdeelaborarapartirdosprin-
cpiosdarazoumcorpodedoutrina moral queseria
seguramente
a lei
natural
e ensinaria
todos
os deveres
da
vida,
ou
ainda formular
o
enunciado integral
da lei
da natureza.
Para Rousseau,
a aventuramodernaera
um erro radical eprocuraum remdio para issono
retornoaopensamento antigo,ao seu estado natural.
AEscola
histrica
do
Direito:
Esta
concepo
se desenvolounosculoXIX
como
umaformade
reao
ao jusnaturalismo do
sculo
ante-
rior.Foi a escola quenegoua existncia de umDireito
Naturalpermanente
e
imutvel,isto
, que se
preocu
pou em
negar
o
jusnaturalismo.
Entendia que a base
do conhecimento jurdico
seria
alcanada atravs do
estudo
de como o
Direito
se
formava
nassociedades,e
7/25/2019 Apostila Filosofia e Sociologia
6/26
P E P R
no
atravs dasimplesindagao do que seria ou no
oDireito.Assim,
o
Direito
era
encarado como
um
pro-
dutohistrico decorrente
da
conscincia coletiva
dos
povos (atravs dos costumes e da vivncia diria), e
no do Direito Natural ou da razo.
A
escola
histriado direito representada,princi-
palmente, pelos
jurisfilsoros
GustavHugo,Friedrich
Cari Von
Savigny
e
Georg Friedrich Puchta.
Savigny o autor mais importante desta
Escola.
Diz que afonte
mais importante
do
direito
a
cultura
da
comunidade,
que ele chama de esprito do povo .
O
direito
no 'uma
criao racional,
mas sim uma
criao
da tradio, dos costumes, da cultura, da pol-
tica,
das
prticas seculares (histria).
Para
Maria Helena Diniz,
a
ideia fundamental
da
doutrina histrico-juridica deSavinyera a oposio
codificao
do
direito,
por
consider-lo como manifes-
taocaractersticadalivre conscinciadopovoou do
espritopopular,sob aformado costume,e nocomo
um produto racional do legislador, visto que surge na
histria
como
decorrncia dos usos e costumes da tra-
dio, O
legislador
no
cria
o
direito, apenas traduz
em
normas escritas o direito vivo,latente no esprito
popular, que seformaatravsdahistria desse povo,
comoresultado de suas aspiraes e necessidades. O
direito, longedeser criao arbitrria da vontade estai,
era produto da conscincia popular, em determinadas
condiesde tempo elugar,da qual o costume a ma-
nifestao
autntica, livre
e
direta (Compndio
de
Introduo
Cincia
do
Direito.
18 ed.
2006).
Positivismo sociolgico:
O termo positivismo no unvoco,pois designa
tanto
o
positivismo sociolgico
ou,
ainda, sociologis-
mo ecltico,isto , a
doutrina
de Agusto Comte, e as
que se dizemrespeitoao estrito positivismo jurdico.
O
positivismo sociolgico surgiu corn a teoria de
Augusto
Comte.
Seu objetivo era
realizar
por
meio
da
cincia
urna reforma social,
jque a
nica cincia capaz
dereformara
sociedade
a Fsica
Social
ou
Sociologia,
a
cinciapositiva
dos
fatos.
Afirmava
esse autor
que a
sociologia
era a
nica
cincia
social, a cincia
geral
dasociedade,por isso a
cincia
jurdica seria
um
setor
da
sociologia. Procurou
eliminar da
metodologia
a
busca
apriorsticade
princ-
pios estabelecidos por via dedutiva; negando a metaf-
sica,
supervalorizou
oempirismo,
afastando
qualquer
conhecimento
que no
tenha partido
da
observao
(Maria Helena Diniz. Compndio
de
Introduo
Cincia
do
Direito.
18 ed.
2006).
Positivismo jurdico:
O positivismo
jurdico,
ao
arredar
odireito
natu-
ral, procurou reconhecer apenas
o
direito
positivo,,
isto
, aquele vigente eeficaz em determinada sociedade.
Limitou o
conhecimento jurdico
ao
estudo
das
legis-
laes positivas, entendidas como
fenmeno
localiza-
do
em um
dado espao (ordenamento jurdico
de um
Estado)etemporal(emdeterminada poca).
A
doutrina
juspositivista
das fontes baseada no
princpio
da
prevalncia
de uma
determinada
fonte
do
direito
(a
lei) sobre todas
as
outras. Para
que tal
situao sejapossvel
so
necessrias duas
condies:
quenum dado ordenamento jurdico existam vrias
fontes
e que
essas fontes
no
estejam
no
mesmo pla-
no (BOBEIO,Norberto.OPositivismo Jurdico,So
Paulo: cone, 1995, p. 162).
Segundo Norberto
Bobbio, a
primeira condio
en-
seja
que oordenamento jurdicoem questo seja um
ordenamento complexo,
pois
existem vrias fontes,
Mas, alm
de
complexo,
o
ordenamento jurdico deve
ser
hierarquicamente estruturado, desta
formaas
nor-
mas esuasfontes,mesmo estruturadasem umsistema
jurdico,
no se encontram no mesmo plano hierrqui-
co.
Para
essa escola,
o
direito
entendido como sinni-
mo dalei. Apenasa lei
positiva,isto
, alegislao edi-
tada
peloestado, que pode ser chamada de direito.
Odireito,ento, no o
justo,
no anaturezae no
o
esprito
do
povo, mas,
sim o
resultado
do
poder
estatal.
Um dos maiores exponentes dessa escola, foiHans
Kelsen. Com a
obra Teoria Pura
do
Direito,
o
autor
buscou
reduzir todo
o
fenmeno jurdico
dimenso
normativa
( anorma jurdica o nico objetodo di-
reito),
motivo pelo qual muitos
o
chamam
de
norma-
tivista.
Quando desfraldou
a
bandeira
da
Teoria Pura
do
Direito, a
cincia jurdica
era
disputada pela psicolo-
gia, sociologia, economia,
filosofia.
Cada qual
busca
incluir o
direito
em
seus domnios.
Foi
nesse contexto
que
Kelsen buscou 'purificar'
o
direito. Kelsen chamou suadoutrina de
Teoria
Pura
porque buscava livraraCinciaJurdica deelemen-
tos metajurdicos, excluindo problemas pertinentes a
Psicologia,Moral,
Economia, Sociologia,
Histria
do
campo
jurdico.
As
ideias do autor so embasadas nos conceitos
matemticos, fsicos, etc., que tomavam conta dos
estudos da poca. E o auge do positivismo. Cincia
tem ligao estrita com a certeza . No hespao
paraconcepesm etafsicas, ou seja, concepes que
vo almdarealidade natural,darealidadem aterial.
Assim, ideiasevalores estoforadopensamentocien
tfico.
AJustia, como umjuzo devalor,uma ideia,
deve ser
recusada pela cincia
do
direito.
O filsofo
afirmava
que o
conceito
de
justia
de-
veria ser
afastado
da
concepo cientfica
do
direito.
Justia no possui carter cientfico.O direito como
cinciapura deve ignorar
a
justia
e
deve
se
ater
apli-
caoda norma (dever ser) no caso concreto (ser).
7/25/2019 Apostila Filosofia e Sociologia
7/26
Filosofia do
Direito
e Socio logia Jurdica
O
objeto
da cincia do direito paraKelsenseria, en-
to,a norma jurdica. Assim, a cincia do direito seria
normativa porque tem afuno deconheceredescre-
ver normas.
Estas
seriam criadas por um ato de vonta-
de,
apoiadoem uma disposio legal.
Para
Kelsen existe
uma
hierarquia normativa, onde
uma norma para ser vlida deve
estar
de acordo com
um a
norma superior,
e
assim sucessivamente,
forman-
do um
efeito
cascata denormas, achamada pirmide
kelseniana.No topo do ordenamento existe uma nor-
ma fundamental, que nodeve prescrever contedo
normativo, mas sim autorizar a criaodo direito e
servircomo elemento de interpretaoobjetivadosis-
tema a ela subordinado.
Amaior crtica
qu e
sepode f azeraono r ma -
tivismo ke lseniano ta lvez
se ja o
fato de apregoar
um
ordenamentojur d ico
autossuf iciente em que
avalidadede uma leise d pela observncia de al-
gu m
dispositivoanterior, independente
d e
contex-
tua l i zaohistrica,
determinaes sociopol t icas
ou deoutra
natureza
que no seja a no rma
c o mo .
incioe f im em si
rnesma Dogmt ica Jur d ica.
Obviamente que se uma norma vlida s porque
est relacionada aoutra anterioraela,e nonecessa-
riamente imediatamente anterior, ento qualquer
governo e oEstado, em qualquer situao de anor-
malidade constitucional
e
jurdica, pode elaborar leis
que Lhefavoreamoarbtrioe atruculncia dopoder,
bastando para isso que seescrevam normas a partir
deoutras,desconsiderando
os
avanos legais,
e se
ins-
taure
a
Ilegitimidade
sem
ferir
a
legalidade
-
este
foi
o
caso
dos
Atos Institucionais instaurados pela ditadura
militarrecente
no
Brasil (Sacadura
Rocha).
Positivismo feliz:
Ao criticar o racionalisrno, enquanto doutrina
que que afasta o
sujeito
do fundamento da filosofia,
Foucault enunciou o seu positivismo feliz. Em suas
palavras se substituir a busca das totalidades pela
anlise da raridade, o tema do fundamento trans-
cendental
pela descrio
das
relaes
de
exteriorida-
de, a
busca
da
origem pela
anlisedos
acmulos,
ser
positivista, pois
bern,
eu sou um positivista
feliz
,
concordo
facilmente .
Habermase a
razo
comunicativa:
Jurgen Habermas, ern sua tica da Razo
Comunicativa, parte do pressuposto que aspreten-
ses
da
validade
das
normas
tem um
sentido cogniti-
voe podem ser tratad as como pretenses de verdade.
Outro pressuposto remeteaofato de que afundamen-
tao
de
normas
e ordens
exige
a
realizao
de um
dis-
curso efetivo,
ou
seja,
s
efetiva
quando produzida
por uma interaoentreossujeitos.
A ticada Razo Comunicativasebaseiaem trs
regras bsicas:
1. Regra da Incluso: todo e qualqu er sujeito ca-
paz de agir e
falar
pode participar de discursos.
2. Regra da Par t ic ipao: todo e qualquer
participante de um discurso pode problemati-
za r qualquer afirmao, introduzir novas afir-
maes, exprimir suas necessidades, desejos e
convices.
3.
Regra
d a
Comunicao Livre
de
Violncia
e
Coao:nenhum interlocutorpode
ser
impedi-
do, por foras
internas
ou
externas
ao
discurso,
de fazeruso pleno deseusdireitos, assegurados
nasduas regras anteriores.
Personalismo Jurdico:
Anoo modernadepersonalismo, enquanto de -
nominaode ummovimento, teriasurgidonaFrana,
por volta de
1930,
emtornode uma revista denomi-
nada
Esprit coordenada
por
Emmanuel
Mounier,
tendo como base: o cristianismo, o existencialismo e
o
socialismo.
N o se firmou como um sistema, mas enquanto
uma filosofia que parte da concepo de pessoa no
como
um objeto,massim, comoum ser queeste que
se
afirma
no
mundo,
comunicando, aderindo e apre-
endendo ideias,
enfimum ser que
conhece
a si
mesmo
em um constante processo de autocriao realizado
em
sociedade.
Para Mounier, ahistria da noo pessoa cont-
gua a do
personalismo, podendo-se identificar aspec-
tos personalistas em diversos estgios histricos da
civilizao ocidental.
Da
pode-se dizer
que
embrio
da
ideia
de
pessoa como centro
das
preocupaes
do
Direitopode serverif icada desde tempos imemoriais
(Oliveira-2002).Grave-se que o movimento em estudo
estintimamente ligadocom a noo de dignidade
da
pessoa humana .
Concei toFundamental;
Cultural ismo Jurdico:O cu l tu ra l smojurdico con-
cebe
o.direito corno objeto cultural, isto
cr iado
peio homem
e
dotado
de um
sentido
valorativo.
Reala
qu e o
direito
uma cincia cultural. Duas
so
as principais
concepes cu l tura i is tas:
c o n -
;
cepotridimensional
dadireito de Miguei Rea le
e o egologismo existncia de
Car los Cssio.
TridimensionalismoJurdico:
ATeoria Tridimensional
do
Direito
fo i
criada
por
MiguelReale. E,talvez,foi am aior contribuiodada
filosofia
dodireito pelo doutrina brasileira.Apartir
dessarealidad e ocorreum acorrelao entre
fato,
valor
e
norma
isto , h um
elemento ftco,
um
elemento
axiolgicoe umelemento normativo.
Segundo
Reale
o que denominamostridirnensio-
nalismo especfico assinala um momento ulterior no
desenvolvimento
dos
estudos, pelo superamento
das
7
7/25/2019 Apostila Filosofia e Sociologia
8/26
P E P R
anlises
emseparado do fato, do valore da norma,
como
se se
tratasse
degomosou
fatias
de uma reali-
dade decomponvel; pelo reconhecimento, emsuma,
de que logicamente inadmissvel qualquer pesquisa
sobreoDireitoquenoimplique aconsiderao con-
comitantedaqueles trs fatores .
Emsntese{LiesPreliminaresde
Direito, 1990):
Onde
quer que haja um fenmeno
jurdico,
h,
sempre
e
necessariamente,
um
fato subjacente fato
econmico,geogrfico, demogrfico,d eordem tcnica
etc.);um
valor
queconfere determinadasignificao a
esse fato, inclinando oudeterminando a ao dos ho-
mens
no
sentido
de
atingir
ou
preservar certa
finali-
dade
ou
objetivo; e,
finalmente, uma
regra
ou
norma,
querepresenta arelao ou medida queintegra um
daqueles elementos
ao
outro,
ofa to ao
valor;
Tas
elementos oufatores fato,valorenorma)no
existem separadamente
um dos
outros,
mas
coexistem
numa unidade concreta;
Mais
ainda,
esses elementos
ou
fatores
na s se
exigem reciprocamente, mas
atuam como elos
de um
processo
j
vimos
que o
direito
uma
realidadehist-
rico-cultural)
de tal
modo
que a
vida
do
direito resulta
da interao dinmica edaltica do s trs elementos
que a
integram.
Teoria
E golgica doDireito
Segundo Maria
Helena
Diniz,aCincia Jurdica,na
concepodeCarlosCssio,
deve
estudar odireito,
que um
objeto
cultural
egolgico por ter por
substra-
to a
conduta humana compartida sobre
a
qual incidem
valores, mediante
o
mtodo
emprico-dialtico, que
passadamaterialidadedo
substrato
vivnciadosen-
tidoe vive-versa, at alcanar um
exato
conhecimtno
dodireito.
Oatognoseologicocom oqualseconstituital m-
todo o dacompreenso. Ojuristano tem a
funo
de estimar positivao unegativamente aconduta com-
partida,mas a derelacion-laavalores positivose no
ideais.
A
teoria egolgica entrev nacincia jurdica trs
perspectivas:dogmtica
jurdica,
lgica
prtica
e
esti-
mativajurdica (Compndio deIntroduo Cincia
do Direito.18 ed. 2006).
C O N S T I T U C I O N A L I Z A A O ESISTEMA
JURDICO
N AMODERNIDADE
O
tema apresentado
nesse
tpico
j foi
elencado
no Direito Constitucional.
Aqui,
apenas traremosos
pontos
principais.
O
constitucionalismo gira
em
tor-
no de trs ideias bsicas: separao dospoderes;ga-
rant ia
dos
direitos;
e,
princpio
do
governo limitado.
Const i tucional ismonocombinacom aideiadepoder
absoluto.
Fases do constitucionalismo:
1. Constitucionalismo Antigo:
ocorreu
noperodo
entre a antiguidade e o final dosculo XVIII. Nesse
perodo existiram quatro experincias consideradas
importantes,
com a
inteno
de
limitar
o
poder
de al-
guma forma.
A
primeira experincia
foi a dos
hebreus;
aseguir apareceuaexperincia grega,emseguidaa de
Roma; e, por fim, a experincia inglesa ruleolaw).
2. Constitucionalismo Clssico
{ou
Liberal): sur-
giu nasltimasdcadas dosculoXV III,com asrevo-
lues
liberais. Neste perodosedestacaram trs teri-
cos:
Locke,
Montesqueu
e
Rousseau,
A t este perodo no existiam constituies
escritas. Aparecem ento:a Constituio Ame-
ricana 1787)e aConstituiodaFranade 1791;
O
Constitucionalismo Clssico difere
do An-
tigo po rtrsideias: a)supremacia daConstitui-
o;
b)constituies
escritas;
e, c)constituies
rgidas;
no
Constitucionalismo Clssico
que
surge
aprimeira dimenso dos
direitos
fundamentais
direitosd eliberdade). Estes direitosdeprimei-
ra
gerao so oschamados direitos civise po-
lticos.
A
proteolegal/constitucional,
ento,
recaia
sobre aliberdadee apropriedade;
Estados Unidos:foi nodireitodesse pas que
surgiu aideia desupremacia da Constituio.
Ta lideia surge
a
partir
do
momento
em que se
detecta
que
como
a
Constituio estabelece
as
regras dojogo poltico eladeveestar acima do
mesmo.
Ao
lado
de
supremacia
da
Constituio
aparece a garantia jurisdicional da suprema-
ciada Constituio.Nos
Estados Unidos
aesta
garantia estava acargo do Poder Judicirio.A
maior neutralidade poltica do Judicirio fe z
comque os
americanos
entendessem que
este
seria
o
Poder adequado para garantir
a
supre-
maciaconstitucional;
Frana:aexperincia francesado constitucio-
nalismo contribui basicamentecomduas
ideias:
a separaodospoderes;
e,
a garantiados di-
reitos. As
duas
ideias do
constitucionalismo
francs
esto presentes noart.16 daDeclarao
UniversaldosDireitosdoHomeme doCidado
de1789.
Houve influncia recproca entre o sistema
francs e o
sistema americano.
3.Constitucionalismo Moderno ouSocial):
surge
co m
o fim daprimeira Guerra Mundial,emrazodo
esgotamentoftico
do Es tado
Liberal
o
Estado absten-
cionista serevelou inadequado para atender ascrises
sociais).
Nesse momento o Estado se
t r ans forma
em
umprestadordeservios.
7/25/2019 Apostila Filosofia e Sociologia
9/26
Fi losof ia doDireito e Socio logia Jurd ica
Surge
a
segunda dimenso
dos
direitos fun-
damentais o direito a igualdade). Destaca-se
que no se
trata
de igualdade
formal,
mas sim
de igualdade material. Esta igualdade material
perseguida atravsdoaparecimentodo sdirei-
tos
sociais,
econmicos
e
culturais;
SurgeoEstado Social.
4. Constitucionalismo Contemporneo:comea a
surgircom o fim daSegunda Guerra Mundial
Aparecem
os
direitos
de terceira
dimenso
(ligados afraternidade). Para Paulo Bonavides
tais
direitos seriam:
o
direito
a
paz;
ao
meio
am -
biente,
autodeterminaodospovos, desenvol-
vimento (progresso);
Surgemtambm osdireitosde quarta dimen-
s o(pluralidade,paraNove lino). Soosdireitos
a:
democracia; informao;
e,
pluralismo;
Tanto os direitos da
terceira
quanto os da
quarta gerao sotransindividuais
(difusos).
Neoconstitucionalismo:
E
umateoriadaConstituio. Diferedeps-positi-
vismo,
que uma teoriadafilosofiajurdica.
Caractersticas:
I ~ Normatividade daConstituio;
IISuperioridade daConstituio (escritae r-
gida);
II I
- Centralidade da Constituio. A constitui-
o est no centro doordenamento jurdico,E
a
ordpresena da Constituio (ubiqidade).
Chama-se esse fenmenode Constitucionaliza-
o doDireito, quereleva a eficcia horizontal
dosdireitos fundamentais, emrelaoaos
par-
ticulares.
No Constitucionalismo Clssicoe no
Moderno, os direitos fundamentais no eram
oponveis aos particulares, sendo possvel so-
menteaplic-los entreoparticulare oEstado.
Outro aspectoda constitucionalizao do
direito
o
princpio
da
interpretao conforme
a
Constituio.
Naaplicaodetodaleidevese robservadaa constitu-
cionaidade damesma, edepois aplic-la conforme os
ditamesdaCarta . a filtragemconstitucionald aLei;
IV - Remateralizao. Existeatendnciadas
Constituies atuais
tornarem-se
cadavezmais
prolixas.
Isto
s edevea ofato deelencarnosseus
textos quatro
dimenses
de
direitos
e outras
previses;
V -
Maior abertura
da
interpretao constitucio-
nal. Enquantoa sregrassoaplicadas atravsda
subsuno,
osprincpios soaplicados atravs
da ponderao. Alm disso, aparecem outros
mtodos especficos de interpretao constitu-
cional,
o queabre imensa margem paraatuao
do magistrado;
V I~
Fortalecimento
do
Poder Judicirio. Agora
este oPoderdemaior destaquenosistema,em
substituio
ao
Legislativo. Ocorre
a Judicializa-
odapolticae dasrelaes sociais.
5.Constitucionalismo doFuturo:
Fruto das discusses ocorridas em um congres-
sosobre o futuro do constitucionalismo na Amrica
Latina,oargentino
Jos
Roberto Dromi elaborou uma
teoria
que
descreve
o
constitucionalismo
do
futuro
como
abusca doequilbrio entre asconquistas econ-
cepes
dominantesdoconstitucionalismo modernoe
os
excessos
do constitucionalismo contemporneo.
JUSTIA
Concepo
platnica
de
Justia:
Basicamente, Plato traz duas ideias de justia:
uma relacionada com a virtude (daspessoas e dos
Estados), eoufra qu eencara ajustia como retribui-
o .
Nesse ponto, o professor Tercio Sampaio Ferraz
Jnior enuncia que ajustiapassa,emPlato, aser,
portanto,
o
princpio
reguladorda
vida
individual, da
vida social
e de todo o universo.
No lhe
cabe,
em
absoluto, como sucedia
aos so-
fistas, afuno especficae limitada de
regular
uma
esfera
estrita deaplicao asociedade,n o casoda so-
fstica) nem encerr-la naoperaodeharmonizar as
aes
individuais (comoospitagricose sua'recipro-
cidade'), mas sim afuno
total
e
sistemtica
de
reger
e
equilibrar
as
vrias partes
num
todo
orgnico.
Ajustia toma-se,
efetivamente, avirtudeuniver-
sal .
Ateno:
Kelsen
X
Plato:Ke lsen critica
o
conceito
de Jus -
rica
de Plato
dizendo
que uma c on c e p o au -
toritria
antidemocrtica pois
leva
a um
Es tado
qu evisa
regular
tudo se m
respeitar
vontade
da s
pessoas.
ARISTTELES
Talvezseja
ateoria sobrea
justia
mais
festejada
en-
tre osestudiosos. Eadotadap ormuitos at ostempos
atuais.
Justia como
virtude
moral:
Aristteles
diz que a justia umavirtude interpes-
soal,
ou seja, urna
virtude
que fundamental para a
7/25/2019 Apostila Filosofia e Sociologia
10/26
DPE/PR
sociedade.No sevivee msoc iedadesem avirtude da
justia.
Como
toda virtude a justia busca evitar o s extre-
m os
(busca sempre
o
meio termo).
Ser
virtuoso
estar
entre
dois extremos: o excesso e afalta.
A ideia desenvolvida no livro tica a Nicm aco .
Justia
universale just ia par t icular :
H
dois
sentidosparaa
justia:
1) Justia universal (ou justia em sentido am-
plo): justia cumprir a lei.
Aobedincia sleis o que garante o bemcomum
dosindivduos.
O
justo universal,
emsuma,
medida
qu e
cor-
responde lei, parece
significar
o que concorde
co m
aprpria
atividade
jrisdicionalque no outra
coisa seno juzo arbitrai eequitativo, sendo ajusti-
a um a atual idade (u m hbito que
info rma
o agir)e
no umadisposio(faculdade) da alma. (...) Quando
Aristteles,,
pois, fala
no justo universal comoo
con-
forme
lei,deve-se entender
no s a
atividade jur is-
dicional,
mas tambm a que versa sobre as questes
referentes s relaes polticas (n o sentido exposto,
isto s relaes entre os cidad os) (Tercio Samp aio).
2 )
Justia particular
(ou em
sentido estrito):
distribuir
d e
rnodo
justo.
a
justia
tpicadasrelaes
pblicas.
E na
justia
distributiva que temos a mxim a (princpio da isono-
mia) Tratar igualm ente osiguaisedesigualmente os
desiguais,namedidada sua desigualdade .
A equidade:
Aideia de justia de A ristteles s se comple ta com
outro
elemento:a
equidade.
A equidade, emsuma,
uma
flexibilizao
da
regra
jurdica.
Para
o
filsofo existe d iferen a entre justia
e
equi-
dade, emborasejam conceitos que pertencem ao mes-
mognero. H um g nero que o justo, do qual a lei
ea equidade so espcies.
Ora, quanto
ao
gnero,
a
just ia conforme
lei
e
a equidade so iguais e boas do mesmo modo.
M as quanto
espcie,
a
equidade
melhor (Tercio
Sampaio).
Isto porque
a
equidade representa
o
justo
independente
da existnciadalei.
Explica-se
a o
fato
de se
dizer
que
quando
ojuiz
preenche as lacunas legais ele age com equidade, pois
a
equidade
uma das
formas
de
completar
as
lacunas
existentes
no ordenamento jurdico.
/Ateno:
Ke lsen
X Ar i s t te les : ern
re lao
ac o n c e p o de
Justia clssica de
Ar istteles
dara
cada
um o
que seu
Kelsen
diz que^
urna
'definio
vazia/-
s e m conte do pois
n o
r es p ond e aq u il o
q u e
essencia l aqui lo que dev i do a cadaurn.Af i rma
qu e
essa
concepo
muito relativa,
varia d e p o -
c para poca de povo para povo o que afasta a
Justia da cincia. Critica tambm o concei to de
virtude
d e
Ar is t te les af i rman do
q u e
t a m b m
u m adef in io fraca tempor r ia q u e sp r es s u -
p e
vcios
de
v i r tude
da
pocadele,
n o
r es p on-
dendoasques tes atravsdostempos.
ESTOICISMO
Estoicismo aescola filosficaquesurgiuno scu-
lo IIIa.C.(n o perodo deno minad o helenismo ) er n
Atenas .Se u fun da do rfo i Zeno de Cicio.
Os esticos consideravamas pessoas como parte
de
umamesma
razouniversal
e isto
levou
ideia
de
um direito universalmente vlido, inclusive para os es-
cravos.Eram monistas (neg avamaoposio entree s-
prito
e
matria)
e
cosmopolitas. Interessavam -se pela
convivncia
em sociedade, por poltica e acreditavam
que os processos naturais (morte, por exemplo)eram
regidos pelas leis da na tureza e por isso o hom em de-
veriaaceitar deu destino.
A teoria reconhecida pela
grande
influncia na
construo do Direito Romano, especia lmente nos
conceitos deDireito Natural e doprincpio daboa-f,
como
tambm, pela contr ibuiofilosfica na forma-
o dos dire itos humanos, o que aproxima
ta l
dou-
trina do atual momento, onde a dignidade da pessoa
humana ocupa pape l
central.no
pensamento jurdico
mundial .
JUSTIA CRIST
No
Imprio Romano o que garantia a unio jur-
dica era a
Lei.
Com o fim
desse Imprio,
o
territrio
europeu ficou extremamente fragmentado. Nessa
la -
cuna de
unificao
a
IgrejaCatlica aparece
com seu
Direito
Divino .
Nesseaspecto, a Idad e Md ia no se mos tra prop-
ci a
aodesenvolvimentodenovas concepes. Durante
esse longo per odo, predominam um pensamento
submetido
ideia
de
Deus. Ser necessrio esperar
o
Renascimentoe aIdade Clssica paraque osseresh u-
manos
cessem prog ressivamente de pensar a ordem da
sociedade comrefernciaa um principio
divino trans-
cedente a
eles. Dessa ruptu ra
v o
nascer
as
pr ime i r a s
teorias
docontrato social, enfo quesq ue
formalizam
a
constituio dasoc iedadecornom ero produtod aao
dos humanos (LALLEMENT, Michel. Historia das
Ideias Sociolgicas.Petrpolis
RJ: Vozes, 2012,
p.
15).
A Igreja Catlica elabora seu prprio Cdigo -
Direito Cannico
- que
existe a t hoje , porque
o
Vaticano
um Estado
autnomo.
O Direito Divino,
7/25/2019 Apostila Filosofia e Sociologia
11/26
Filosofia
do
Direito
e Socio logia
Jurdica
no entanto, surge como alternativa quando oCdigo
Romano
seperdeu; passoua ser combasenele (Direito
Divino),que se fez aunificao poltica efilosfica da
Idade Mdia. (...)Noentanto,aIgreja precisava deteo-
rias
explicativas
(teologia) e
prticas (liturgia)
que lhe
dessem
uma
estrutura capaz
de
sustentar
a
unificao
religiosa
e
poltica
do
medievo,
e que
levassem
aos fi-
is uma mensagem sistematizada ecoerente sobreo
papel doCristianismo e dainstituio Igreja.Edentro
dessas necessidades
que na
Idade Mdia aparecem
os
pensadores catlicos,
com
destaque para dois telogos
cujasobrasvoinspirar todaateologiaeliturgia crista,
desde
esse perodoat
hoje:
Santo Agostinho eSanto
TomsdeAquino (Sacadura
Rocha ) .
SANTO AGOSTINHO
SantoAgostinhoera obispo deHipona (frica do
Norte). Sua principal obra foi a Cidade de Deus .
Muitos dout r inadores enunciam queAgostinho foi o
ltimo pensador
da
Antiguidade, outros
afirmam
que
o
primeiro
do
Perodo Medieval.
Foi elequem desenvolveu opensamento conheci-
do como Patrstica , que o instrumento pelo qual
a IgrejaCatlica constri um a liturgia voltada parao
encontrodoshomenscomDeus.
Para
o pensador o livre-arbtrio torna o homem
semelhante ao seu criador (Deus).Eatravs dolivre-
-arbtrio
que o
indivduo escolhe entre
o bem e o
mal,
entre
seaproximarou se
afastar
deDeus.
O ponto crucial dessa discusso
agostiniana
aquela ideia
de que
possvel obrigar qualquer
ho-
mem a fazer (o u omitir) qualquer cousa, mas no se
pode
obrigar ninguma
querer-.
(...) Deus criaohomem
comoserlivreaodot-lodelivre-arbtrio. Liberdade
o p o
enisto estabaseda responsabilidade tica.O
homempecaporque
quer
livremente (Ferraz Jnior).
A
doutrina
de
Santo Agostinho coloca
a Lei
Divina
acima das leis humanas ou naturais. Utiliza-se da
Cidade deDeus e a Cidade dos
Homens
parade-
monstrar arelao existente dentre oDireitodeDeus
eas
leis
terrenas.
Pode-se concluir que af e otemor so abase do
pensamento PatrsticoAgostiniano.Assim,
o
catolicis-
mo
medieval consegue poder absoluto sobre todas
as
classes sociais medievais, influenciando
no
s
a
vida
das
pessoas,
comotambm colocandoa
Igreja
Catlica
dentro das decisesde Estado, das decisesdos go-
vernos medievais.No h mais distino entre Igreja
e Estado.
S OTOMSDEAQUINO
Foi Qprincipal representante da Escolstica, dou-
trina qu ebuscava conci l ia r a filosofia aristotlicacom
osdogmas da Igreja medieval. Sua principal obra fo i
a Suma Teologia ,onde descreveabase da sua filo-
sofia.
A
escolstica, aindaque no se sobreponha pa-
trstica
agostiniana,
serve para
que os homenspeloes-
tudo possam reconhecera sua fragilidade, finitude e
mortalidade,
apartir daqual devem procurar, de um
lado serresponsveis pelos seus
atos
e, de outro, se-
guir os mandamentos cristos.No rnaistanto o ter-
ror do
inferno,
mas a
certeza
de um
julgamento justo
a
partir
dasescolhas humanas quecada
urn
fez em sua
vidaterrena.(...)
N o
fundo,
o
que a
IgrejaCatlica
vi u
em TomsdeAquino,considerado
primeiramente
um
herege
equase queimado dasfogueirasdaInquisio,
depois canonizado como santo,
foi a
possibilidade
de
no desperdiar fiis rumo
ao
protestantismo, muito
mais ameno
e
mais complacente
com as atividades
prprias
da
revoluo
cultural,
cientfica
e
burguesa
(comrcioe
ofcios)
que j sedesenha comoum novo
patamar histrico da existncia humana, que foi a
Renascena, ao fim daIdade Mdia (SacaduraRocha ) .
SoToms fundamentou seus estudos
nos
Escritos
Sagradose,atravs da fcrist discorreu sobre diver-
so stemas, comopo r exemplo,odireitoe ajustia.
Justia,
para ele, o bemhabitual,aatribuio para
cadaum do que seu pormerecimento.Oautor elenca
as trs espcies de Justia:legal, comutativa e
distri-
butiva. Alegal se
refere
ao convcio social pacfico; a
comutativarege asrelaes entreosparticulares; j a
distributiva remete aideiacentral, de dar acadaum o
que merecido.
K A N T
Kantnasceu
emKonigsberg(Prssia).
Suas princi-
pais obras
foram
a
Crtica
da
Razo
Pura
e Crtica
daRazo Prtica .A primeira critica a
pura
raciona-
lidade.Asegunda,o
empirismo
puro.Noentanto,o
au tornonegaaimportncia da experincia material
edo uso darazo.Abaseda sua filosofiaestnacrtica
aocontratualismoe ao
ceticismo.
A
revoluo
cope rn icana de
Kant
consistiuem
colocar no
centro
a
prpria razo
em
v ez
decolo-:
ca r
l a realidade
objetiva
ou osob jetos
do
conhe
cimento
dizendo que soracionais e que podem
ser conhec idos
tais como
so em si
mesmos.
O sistema jurdico, para Kant, uma sntese do
processo
civilizatrio.
Talsistema confereaoEstadoa
capac idade
de
pacificar
os
homens,
derealizar avida
em
sociedade atravsdamoralidade, decnciaetica.
A
busca dos homens pelos objetivos materiais
chamada pelo autorde Imperativo Hipottico Sobre
este imperativo recaem suas
crticas.
Para Kant,
as
pessoas
e o
Estado valorizam
o
Imperativo Hipottico e se esquecem de que a felicida-
de interior dohomem estnoresgate datica.Nesse
contexto, opapel da
Justia
fundamental, uma vez
que
essa
recriaria os
meios
para ser tico. Oidealde
Justia seriaofornecimentodemecanismos paraores-
gate
da
tica
e,
consequentemente,
o
alcance
da
felici-
11
7/25/2019 Apostila Filosofia e Sociologia
12/26
PE PR
dade peloshomens,a ocontrrio/ muitas
vezes,
do or-
denamento jurdico m oderno,
em que a
racionalidade
doprojetoliberalburgusleva impossibilidadede
o ser huma no conquistar sua essncia: ser tico (isso
quando noforaa no
s-lo) (SacaduraRocha).
H E G E L
Nasceu
em
Stuttgart,
em
1770.
Sua
obra
essencial-
menteracionalsta.Pare ele o que raciona l real e o
que
real
racional .
Preconizava
que o
costume nascia
de uma
relao
dialtica
entreodireitoe amoral e,que arealiza oda
Justiaestava no
respeito
s pessoas, ouseja,pregava
a tica
no conv vio social.
Nesse aspecto, o Estado a realidade efetiva da
ideiade tica, o Esprito
tico,
enquanto vontade subs-
tancial,revelada, autoev idente, que se pensa e se
sabe,
que executa o que sabe e na medid a em que o sabe.
Te m sua existncia imediata no s costumes, sua
existnciametiatizadana conscincia de si mesmo, no
saber e na
atividade
do
indivduo,
da mesma forma
que por sua convico, o indivd uo possui sua liberda-
de substancial nele (o Estado) que sua essncia, sua
metae o produto de suaatividade.
M A R X
Para Marx a
justia
s e
efetivaria
com a
anulao
to-
tal
do
direito, pois
ele e a
justia esto relacionados
de
talforma,que se houver um ooutronopoder
rnais
existir,
A
T E O RI ADAJUSTIA DE
R A W L S
Tambmcon hecid a como liberalismo igualitrio ,
a teoria
da
justia
de
Jonh
Rawls considerada uma
doutrina contratualista.
Tal
concepo
dejustia
surge
como uma
forte cr-
tica ao utilitarismo. Nesse sentido, Rawls afirma qu e
as instituies bsicas da sociedade no devern se dis-
tinguirapenasporserem organizadas eeficientes (uti-
litarismo).
Elas
devem ser, sobretudo, justas.E se no
forem
justas devero ser reform adas ou abolidas.
Em suma, para Rawls, o melhor caminho a ser
seguido
no
aquele
que
produz
os resultados
mais
teismaioriadapopulao,mas simaquelequetraz,
em sua essncia, o ideal de justia. Isto porque, entre
outras crticas,Rawlsaponta que outilitarismoper-
feitamente com patvel com a
p rodu o
da
violaes
de
direitos da sminorias emn omedo bem estar geral,o
que
no
aceitvel.
Grave-se,
porm,
que o autor reconhece
forte
ten-
dncia natural das pessoas em o ptar pela primeira op-
o,
ou seja, pelo utilitarismo.
C O NT R AT U ALISMO R AW LSIANO
O
contratualismoocupa
um
lugarmuito significa-
tivo na
teoria
da justia de Rawls, assim com o ocupa
um
lugar muito importante
na
tradiofilosfica
e po-
ltica
liberal (uma tradio que considera primord ial
nesse tipo
de
anlise
a
autonomia
da
pessoa). (...)
N a
teoria da justia, mencona-se um contrato mu ito pe-
culiar, urn
contrato hipottico. Raw ls refere-se, ento ,
portanto,
a um
acordo
que
fi rmaramos
so b
c ertas con-
diesideais, e no qua l respeitad o nosso carter de
seres livres e iguais. (...) O contrato em questo, em
suma, serve para m oldarmosaideiade quenenhuma
pessoa est, de
modo inerente, subordinada
s
de -
mais (Roberto Gargarella).
Justia
procedimenta lpura:
Rawls
afirma
que o objetivo primrio dajust ia
a estrutura bsica da sociedade ou, m ais exatamente,
o modo como as instituies sociais mais importan-
tes
distribuem
os
direitos
e
deveres fundamentais,
e
determinam
adivisoda svantagensprovenientesda
cooperao social .
Para R awls no h um critrio indepen dente que
indique o que justo
fazer,
embo ra existam procedi-
mentos qu e ajudema chegar ao sresultados equitati-
vos.T al
fato
configura um a situao dejustia proce-
dimental pura.
JUSTIAEL I B E R D A D E INDIVIDUAL- NOZICK
A teoria de Rawls era considerada liberal e igua-
litria. Entre os tericos que criticaram a sua teoria
da
justia
destacam-se
dois grandes grupos:
um, de
liberais conservadores, que consideravam os seus pos-
tulados insuficientemente liberais; e, por outro lado,
os que consideravam sua doutrina insuficientemente
igualitria. Uma da sprincipais crticas liberais partiu
de Rob ert Nozick.
A
teoria de Nozick - perante outras, como a de
Rawls,
vai
querer
um
Estado
b em
menos ambicioso
quanto a suas pretenses: um Estado mnimo
(como
ele denom ina) dedicado exclusivamente a proteger as
pessoas contra o roubo, af raude e o uso ilegtimo da
fora,
e a
amparar
o
cumpr imento
d os
contratos
ce -
lebrados entre esses indivduos. (...) Segundo Nozick,
quando parte
do
esforo
de
alguns
destinada
a me-
lhorar o destino de outros, deturpa-se o princpio da
autopropriedade, a tal ponto que ganha sentido falar
de umanovaforma deescravido defend ida
ern
n o m e
dajustia (Gargarella).
Assim, podem os considerar que o autor defendea
existncia
de um
Estadomnimo,
mas no
considera
a
inexistncia
do
Estado (anarquismo).
Nota-se, tambm, qu e Nozick no contrrio
ideia de igualdade, o que ele combate que existam
normas pa ra impor a igualdade.
12
7/25/2019 Apostila Filosofia e Sociologia
13/26
ilosofia do ireito e
Socio log ia
Jurdica
JUSTIAEDEMANDAS IGUALITRIAS -
D W O R K I N ,
SEN ETERICOSDOFEMINISMO
As crticas tecidas porDworkin,Sen e pelos teri-
co sfeministas teoria da justiade Rawls esto rela-
cionadas com o fatodela ser,n aopiniodeles,incapaz
de
sa t isfazer
plenamente a sua promessa igualitria.
Dworkin aponta
que a
teoria
de
Rawls falha
por
tornar os indivduos responsveisem situaes pelas
quais
no so
responsveis
e, ao
mesmo tempo,
n o
tornaros indivduosresponsveispor situaes que
so
responsveis.
Amartya Sen diz que a igualdade de bens prim-
rios, extremamente imperfeitaao seconcentrarem
certos bens objetvos edescuidar domodo
diferente
como os mesmos bens podem produzir impacto em
diferentes indivduos, que
vivem
em
contextos
tam-
bm muito distintos Gargarella).
A crtica
do
movimento
feminista
mais global,
ou
seja,remete
a quase
totalidade
da
teoria
de
Rawls.
A
teoria da justia, segundo essa postura, insuficien-
t ementeigualitria por no se decidir em pensar nos
indivduos como fazendo parte de grupos (ogrupo
dasmulheres,por exemplo); por no dar espao para
a
histria (urna histria
d e
opresso,
por
exemplo)
na s
reflexes
sobre a justia; por se concentrar na ideia de
escolhas, sem pensar nas qualidadesdessasescolhas
(assumindo,por exemplo, que asmulheres optampor
algoquando, na verdade, no tm opes reais); e, em
suma,por seucarter abstra toeterico demais- por
representar, assim, uma concepo absolutamente dis-
tante
do que ocorre com as pessoas de carne e osso,
todos
osdias.
Ofeminismo, pelo que foidito, apresenta ateoria
de Rawls como intrisecamente incapaz de pensar na
igualdade
de um
modo apropriado (Gargarella).
COMUNITARISMO
O comunitar ismo pode ser caracterizado, em
princpio, comoumacorrentedepensamentoquesur-
giu na dcadade1980,e que sedesenvolveu emper-
manentepolmica
com o
liberalismo
em
geral
e com o
liberalismo igualitrio em geral. (...) Dentro do ncleo
de autores mais peculiarmente associados ao movi-
mento comunitarista, encontramos tericos que so
crticosdoliberalismo,rnasque, no fim das contas, de-
f endem
critrios muito prximosdos dareferida pos-
tura
-
como Charles Taylor; outros
que
oscilam entre
a
defesadeposiessocialistaserepublicanas-como
MichaelSandel; e ainda outros que assumem posturas
mais decididamente conservadoras - como no caso de
AlasdairMaclntyre Gargarella) .
A principalcrtica feitapelos comunitaristasao li-
beralismoigualitrio assinada por Sandel.
O autor contesta o pressuposto de Rawls no qual as
pessoas escolhem seusfins,seusobjetivos vitais. Esse
pressuposto,
segundoo autorcomunitarista,compre-
ende
uma
viso descritivamente pobre
do ser
humano.
A adoo implica deixar de lado uma viso rnais
adequada
da
pessoa,
que
reconhece
a
importncia
que
tem, para cada um o conhecimento dos valores pr-
prios
de sua
comunidade
-
valores
que as
pessoas
no
escolhem,
mas
descobrem,
reconhecem olhando
para
trs,pelas prticas prprias
dos
grupos
aos
quais per-
tencem
Gargarella) .
DIREITO DAS MINORIAS
Doexposto anteriormente podemos extrair que os
direitosdas
chamadas minorias
so
melhor preser-
vados pelas teorias igualitrias.
Neste
contextoso
analisadas
as
aes afirmativas,
como, por exemplo, os sistemas de cotas.
NoBrasil, as cotas para os negros nas
universida-
des
s o
o
exemplo mais
atual.
Enfim,
cabe aquisalientar,maisumavez,queexis-
te maior aproximao da
defesa
dos direitos dasmino-
rias
nos
estudos
dos
autores
que
defendem
a
igualda-
de, como Dworkin e Sen. E, por outro lado, afastamen-
to
do s
autores
liberais,
como Nozick.
REPUBLICANISMO
Nos ltimos
anos,
a corrente terica republicana
irrompeu
no
cenrio
da filosofia
poltica
e
participou
desuas discusses mais importantes.
Vinculado tanto ao comunitarismo quanto ao li-
beralismo, o republicanismo serviu de abrigo para
comunitaristas e liberais crticos. (...) Com razes na
Antiguidade clssica, o republicanismo represen-
ta
uma
corrente
de
pensamento
que
comeou
a re-
nascer nofinal dosculoX X, apartir dotrabalho de
um notvel
grupo
dehistoriadores- em sua maioria
norte-americanos -,
que, desde
o
final
dos
anos 1970,
investigaram
as
origens tericas
da
tradiopoltco-
-institucionalanglo-americana em fontes at ento no
consideradas.
J.
Pocock,
po r
exemplo,
fe z
refernciasconexes
entre atradio mencionada e ohumanismo cvico,
que se desenvolver na
Itlia
renascentista. B.Bailye
demonstrou
que as
principais bases tericas
dos re-
volucionrios norte-americanos estavam tanto no
Iluminismo ou nopuritanismoquantono radicalismo
ingls (sculosXVII
e
XVIII)
e
(mais
notadarnente) no
pensamento clssico.
Esserevisionismoda
histria
anglo-americana sig-
nificava
desaf iar a crena, at ento compartilhada,
segundo
a
qual
as
principais inf lunciasintelectuais
dessa cultura poltica vinculavam-se, quase com ex-
clusividade, a um pensamento liberal e individualista
Gargarella).
7/25/2019 Apostila Filosofia e Sociologia
14/26
PE PR
B K " ? '1; ? : '. ;, v : , T - v ^ r - > > . . ? . ' . E ' - ? * ? f
j
' , /&, ' sw ^ , MK-~itrEol
S
gl
O QGJ ^GEMfc M8DL Sl
Assim
como ocorreu
no
estudo
da
Filosofia,
na
Sociologia tambm traremos
um
apanhado geral da
disciplina,
passando pelos
seus
principais
tericos,
mesmo aqueles
que no
esto
elencadosno
edital
da
Defensoria paranaense. Isto porque, uma viso dos
fundamentos
gerais, examinados atravs dos seus
principais expoentes, de vital importncia para o
candidato.
No
mais,
os
autores previstos
no
edital aparecero
nos momentos certos, mesmo que com enfoque
dife-
renciado,
Assim,
o
candidato
a o
cargo
de
defensor ter urna
boa base
para todas
asfasesdo
certame.
O direito um tipo decontrole dasociedade, um
sistema de controle
social.
Constata-se, neste ponto,
que o
sistema social
f o r m a d o
atravs
da interao
humana. Assim,osistema jurdico podeseranalisado
comoum dos
sistemas
que compe a sociedade. Ou
seja,asociedade umsistema global, ondeosistema
jurdico um dosseus
subsistemas,
criado atravsda
interao
dos indivduos.
Nesse aspecto, aSociologia a cincia qu e estuda
asrelaes entre as pessoas qu e pertencem a uma co-
munidade
ou aosdiferentesgrupos qu e formama so-
ciedade.
E um a cincia qu e pertence ao grupo da s cincias
sociais
e humanas. O
objeto
de
estudo
dasociologia
englobaaanlisedosfenmenos deinterao entreos
indivduos, asfornias internas deestrutura (ascama-
dassociais,amobilidade social,osvalores,as
institui-
es,
asnormas, as leis), osconflitose as formas de
cooperaogeradas atravsdas
relaes
sociais,
Asociologia estuda asrelaes formaiseconceitu-
ais da
vida
nassociedades.Ao tratar dos
fatos
e das
realidades, noestabelece normas dosestados sociais
e
das
propriedades
e
modos
de
conduta humanos,
poisisto
compete
filosofia
e
tica
sociais. O
termo
sociologia foiconsagrado por AugusteComte, embora
oconceitoseja
fruto
do pensamento scio-flosfico do
iluminismo por exemplo:em Montesqueu eHobbes)
e
n o
idealismo
alemo por exemplo:Hegel),
Asociologia abrange vrias reas, existindo socio-
logia comunitria, sociologia econmica, sociologia
financeira, sociologia
poltica,
sociologia
jurdica, so-
ciologia dotrabalho, sociologia familiar, etc.
Atravs daspesquisas sobreosfenmenos que se
repetemnas interaessociais,ossocilogos observam
os padres comuns para formularem teorias sobreos
fatos
sociais.Osmtodosde estudo da sociologiaen-
volvem tcnicas
qualitativas descrio detalhada de
situaes e comportamentos) e quantitativas anlise
estatstica).
Asociologia surgiu no sculo XV como
discipli-
na de estudo sobre as consequncias de dois grandes
acontecimentos, aRevoluo Industrial e a R evoluo
Francesa, que causaram profundas transformaes
econmicas,polticas
culturaisnasociedade daquele
perodo.O estudosociolgico nasceu com a sociedade
capitalista
moderna
como forma
de
entender
sua
din-
mica
socioeconmica e os problemas advindosdessa
realidade.
O termo sociologia f oi utilizado primeiramente
pelo pensador f ranc s Auguste Comte no seu Curso
deFilosofia
Positiva,
em1838,natentativadeunificar
os estudos relativos ao Homem, como a Histria, a
Psicologia e aEconomia.A corrente sociolgica posi-
tvo-funcionalista, f u n d a d a
por
Comte,
f oi
mais tarde
desenvolvida por Emile Durkheim.
Interessa-noso estudod a sociologia jurdica. Muito
embora a Sociologia Jurdica
seja
frequentementede -
finida como
um
ramo
da Sociologia que se
dedica
especificamente
ao estudo do direito, esse conceito
algumas vezes compreendido como um campo de
pesquisa autnomo. Independente dessa disputa em
tornode suadefinio umarea claramente ligada
antropologia,
cinciapoltica,
ao
direito,
psicologia
eespecialmente
sociologia. Desse modo,
uma
cin-
cia rica porempregar conceitos, mtodoseteorias des-
sesoutros camposdoconhecimento aosquaisse
filia.
"NocasoespecficodaSociologia Jurdica,o que in-
teressa
aqui
contribuir
para
entendero
Direito como
um dos fatos sociais mais pertinentes da atualidade
histrica,constitudodeelementosforas capazesde
constituir
a
sociedade,
consolidar
convivncias huma-
nas eorganizar otodo social,tarefas de todo cidado.
Oumelhor,
se no
soubermos
como funciona
o
poder
e
quem o detm,
dificilmente
conseguiremos propor
mudanas e atuarmos na construo de uma socie-
dade
mais
justa.
A
cidadania
a
expresso
do
nosso
compromisso, donosso deverem
participar
daorga-
nizao
da
sociedade
em quevivemos,e o
direito
de
usufruir dosresultadosdaparticipaonasaescole-
tivas.
S podemos se rlivres se desatarmos as amarras
dopoder hegemnico quenegamos,mas para tanto
preciso
saber
qu e
sociedade
queremos"
(SILVA, Enio
Waldir.
Sociologia
Jurdica.
Iju-RS: E d.
Unju,2012,
p.22).
Desta forma, a sociologia jurdica um ramo da
sociologia que estuda as relaes sociais presentes na
organizao
normativa
da
sociedade.
Seu objeto de
estudo asrelaesdasociedadecom sua
atvidade
normat iva,
presente n oDireito,
Quando melhor analisado o estudo da sociologia
jurdica mltiploepode sersintetizado da
seguin-
teforma:oestudo das realidades sociais no entorno
7/25/2019 Apostila Filosofia e Sociologia
15/26
ilosofia
do
ireito
e
Sociologia
Jur d ica
da ordem jurdica; das relaes sociais efet ivamente
registradas/concretizadas na sociedade; das aproxi-
maes e os distanciamentos entre a regulao e as vi-
vncias
sociais;
o
lugar
e o
papel
do
Direito
na
socieda-
de; as
possveis respostas
que a sociedadeforneceaos
sistemas
regulatrios;
a cultura jurdica dos agentes
sociais
e doscidadosdasociedade civil;asestruturas
regulatriase as
aes;
asforasdas
regras
e alegiti-
midade destas; as estruturas para garantir o acesso ao
jur dicoe Justia;asrelaes saciais entreo s
sujeitos
e os
aplicadores
do
Direito;
os
impactos
sociaisdaao
dojurdico, etc.
AugusteComte nasceu emMontpellier,naFrana,
em
1798,
cuja
famlia
pertencia
a
classe
dos que ha-
viam
lucrado
com a
Revoluo
Francesa de
1789.
A
nfasena questo domtodoe adifusode uma mo-
ra l
coletivista constituem
o
cerne
da
filosofia
comtiana.
Os elementos centraisda filosofiacomtanaso a
nfasena questo do mtodo e a proposta de genera-
lizao de uma moralcoletivista.Seu
mtodo
foi am-
plamente difundido em sua obra Curso de Filosofia
Positiva.
Para Cornte,
a
Filosofia
s
digna desse nome
enquantono sediversifica daprpria Cincia,
mar-
cando uma viso orgnica de natureza e da sociedade,
f un da da
nos resultados de um saber
consitudo
ob-
jetivamente luz dos fatosou dassuas relaes.Tal
posio e tendncia de Auguste Comte, baseando o
saber filosfico sobre o alicerce das cincias positivas,
estavam
destinadas
a
obterrepercusso
muito grande
em suapoca, notadamentepor suadeclarada averso
Metafsicae aquaisquer formas de conhecimentoa
priori,isto
, noresultantesdaexperincia
(REALE,
Miguel. Filosofia doDireito.S oPaulo: Saraiva, 2009,
p. 14-15).
O pensamento
positivista
sistematizou a problem-
tica
metodolgica.Sua
principalreferncia
foi o
empi-
rismo dascincias naturais. Emoposioaoconheci-
mentoespeculativo,opositivismo corntiano considera
que o domnio dacincia
corresponde
ao
universo
ma-
terial,emprico.Todos os
fenmenos
seriam regidos
por
leis,
e o
objetivo
dos
estudos sistemticos seria
a
formulao de leis
gerais.
O mtodo
constitui
o
principio comum oferecido
pelo sistema filosfico comtianopara disciplinaro de-
senvolvimento
do
conjunto
das
cincias, para orientar
o pensamentopelasdiversasreasde suaatuao.
A necessidade de dispor os fatos numa ordem
que
podemos
conceber com facilidade (o que o ob-
jeto prprio
de
todas
as
teorias
cientficas} de tal
maneira inerente
a nossa
organizao que,
se no
che-
gssemos a
satzfaz-la
com concepespositivas,vol-
taramos
inevitavelmente
s
explicaes teolgicas 'e
metafsicas,squais primitivamente deunascimento
(COMTE,Auguste.
Curso
de FilosofiaPositiva.In:Os
Pensadores:Comte.
So
Paulo;
Abril
Cultural,197S,
p.
23).
Dessa forma,as conexesentreos
fenmenos
se-
riam limitadas
econsituiriam
suas
leis. Porisso,
cada
cincia se ocuparia apenas de um certo numero de fe-
nmenos.Aunidadedoconhecimentoa seralcanada
pelo
conhecimento
cientfico
radicariano uso do m-
todo
positivo
qualquer apelaoaoconhecimentodi-
vino, tradicional
ou
costumeiro. Pelo mtodopositivo
ascincias estariam habilitadas a fornecerem respostas
aoconjunto dosproblemas humanos.
07
EMILE
DURKHEIM OMTODO
^SOCIOLGICO
Emile Durkheirn nasceu em 1858 em
pinal,
Frana.
O
contedo
da sua
obra
inseparvel
de seu
contexto
histrico.
Durkheirn assistiu
a
proclamao
da III
Repblica
francesa,
que
procurou
noapenas
superar suas
incer-
tezas polticas- comoaobsesso pela
unidade
nacio-
nal
bem
como resolver
as
questes sociais pela
via
pacficae dodireito.
Durkheirn
acredita
naigualdadedetodos
perante
a
lei,
bem
como
no
respeito
aos
direitos civis
e a
liber-
dade poltica. Aofundara Sociologia, Durkheirn criou
os
meios
cientficos
mais
apropriadospara
se
estudar
esolucionar acrise socialde seutempo.
Nesse aspecto, Durkheim formulou o objetoda ci-
ncia sociolgica
de seu
tempo
e o
mtodo sociolgi-
co.Segundoele,acinciapode
ajudar
asolucionaros
problemas sociaiseencontraro
rumo
em que sedeve
orientarocomportamentohumanoe rnsociedade.
Durkheim encontra o principio e a fonte da mora-
lidadena
solidariedade
social.Assim
como
ele
expe
em um
livro publicado aps
a sua
morte (Lies
de
Sociologia-Fsica dosCostumese doDireito),podem-
-sedistinguirduas
grandes
formas desolidariedade.
Os costumes, primeira
forma,
remetem aos deveres
que os seres humanostm uns para com os
outros,
pelo fato de pertencerem a um
grupo
social.Neste
registro,Durkheim elenca trs grupos
importantes:
a
famlia,
a corporaoprofissionale o Estado. Odirei-
to,
segundaforma,depende
de uma
tica
maisgeral.
Estaltima constitui o alicerce do direito vida e do
direito
propriedade.
Mas o
mais importante aqui
isto:paracompreender
a lgica de
funcionamento
destas formas de solidariedade (que so simplesmente
sistemasregidos por regras decomportamento), con-
vm aceitar que todo
fato
moral sejauma regra como
sano (LALLEMENT,
Michel. Histria das Ideias
Sociolgicas.
PetrpoliRJ:Vozes,2012,p.202-203).
15
7/25/2019 Apostila Filosofia e Sociologia
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PE PR
Assim sendo/pode-sedefinir a
Sociologia
comoa
cincia dos fatossociais, cujo mtodo traado por
Durkheim
pelo princpio de tratar os fatos sociais
como coisas /ouseja,
devem
ser observados adistn-
cia, deve-se
afastar
sistematicamente
os
pr-conceitos.
O
m todo sociolgico deve
se r
livre
da s
falsas evidn-
ciasqu e so proporcionadas pela experincia sensvel.
Durkheimsintetizaseum todo sociolgicoemtrs
pon tos bsicos:
a)
independe
de
toda
filosofia;b) ob-
jetivo;c)
exclusivamente
sociolgicoe osfatosso-
ciais
soantesd e tudo coisas sciais (RODRIGUEZ,
Jos Alberto.
A
sociologia
de
Durkheim.
S o
Paulo:
tica,
1988,p. 27).'
Por
fim,
seguindoo s
estudos
da
biologia mdica
de
seu perodo/Durkheimfaz umadistino entreos fa-
to ssociais considerados no rmais dos patolgicos.
Osfatossociais normaisseriam aqueles que corres-
pondem
a
mdia, quando
su a
produo encontra-se
na mdias das sociedades em uma
fase
determinada
de seu desenvolvimento.Sitandoo patolgico nas ex-
tremidades,o que
dificilmente ocorre
n as
sociedades.
No
por acaso,apesardechocante,ocrime con-
siderado pela definio de Durkheim, um
fato
social
normal. No h, com efeito, sociedade onde o crime
estejaausente.
O
crime, portanto/
normal, pois
u rn fato
social
corriqueiro e atnecessrioatodavidaem sociedade.
o j
M R X I S M O E C R I S E D E
OMarxismo oconjuntode
ideias
filosficas, eco-
nmicas/polticasesociais elaboradas primariamente
por KarlMarxeFriedrichEngelse desenvolvidas mais
tarde
por outros seguidores. Baseado na concepo
materialista
e
dialtica
da Histria/
interpreta
a
vida
social
conformeadinmica dabase produtiva das so-
ciedades
e das
lutas
de
classes
da
consequentes,
O marxismo compreende o homem como um ser
socialhistricoe quepossui acapacidaded e trabalhar
e
desenvolver
a
produtividade
do trabalho/ o que di-
ferencia oshomensdos outros animais e possibilitao
progressode sua emancipaod a escassez danature-
za, o que
proporciona
o
desenvolvimento
das
poten-
cialidades
humanas.
Marxe Engels desenvolveramuma concepode
Estado
qu e foge dalinha dopensamento dominante
de sua poca e,
inclusive,
de
Hegel,
grande
influncia
dos
autores. Para Marx
o
Estado
no oidealde mo-
ral ou de
razo,
mas uma
fora
externa da
sociedade
que