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APOSTILA FINAL - UNITINS

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Page 1: APOSTILA FINAL - UNITINS

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Page 2: APOSTILA FINAL - UNITINS

EQUIPE UNITINS

Organização de Conteúdos Acadêmicos Cristina Prestes

Coordenação Editorial Maria Lourdes F. G. Aires

Responsável Técnico de Área João Nunes da Silva

Revisão Linguístico-Textual Ivan Cupertino Dutra

Revisão Didático-Editorial Silvéria Aparecida Basniak Schier

Gerente de Divisão de Material Impresso Katia Gomes da Silva

Revisão Digital Geuvar S. Oliveira

Projeto Gráfi co Albânia Celi Morais de Brito LiraKatia Gomes da SilvaMárcio da Silva AraújoRogério Adriano Ferreira da SilvaVladimir Alencastro Feitosa

Ilustração Geuvar S. de Oliveira

Capas Rogério Adriano Ferreira da Silva

EQUIPE EADCON

Coordenador Editorial William Marlos da Costa

Assistentes de Edição Cristiane Marthendal de OliveiraJaqueline NascimentoLisiane Marcele dos SantosSilvia Milena BernsdorfThaisa Socher

Programação Visual e Diagramação Ana Lúcia Ehler RodriguesBruna Maria CantadorDenise Pires PierinKátia Cristina Oliveira dos SantosSandro Niemicz

Créd

itos

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Page 3: APOSTILA FINAL - UNITINS

Caro estudante,

Você está recebendo o material referente à disciplina de Orientação de Trabalho de Conclusão de Curso I, cujo conteúdo está sistematizado em sete capítulos, os quais remeterão à elaboração do trabalho que é necessário você realizar para concluir o curso de Serviço Social. Isso demonstra que estamos chegando à reta fi nal do curso! Para você ter sucesso nessa fase em que se iniciam as orientações para conclusão do curso, é importante que fi que muito atento às informações disponibilizadas por meio deste material e pelas teleaulas, assim como pelo manual de TCC disponível no portal.

No capítulo 1, abordaremos tipos de conhecimento científi co, técnicas de estudo, etapas e tipos de TCC que podem ser adotados. No capítulo 2, você aprenderá como começar seu TCC. Já no capítulo 3, faremos a revisão de literatura e aspectos do corpo do TCC. No capítulo 4, o foco volta-se para a discussão sobre o problema de pesquisa. Em seguida, estudaremos a metodologia necessária para elaboração do TCC. No sexto capítulo, apre-sentaremos um modelo de artigo científi co. Finalmente, no sétimo e último capítulo, abordaremos um tipo específi co de artigo científi co: o de revisão bibliográfi ca.

Esperamos que você tenha um excelente aproveitamento dos conteúdos distribuídos neste caderno, cujo objetivo é dar a devida importância à siste-matização do estudo científi co para a formação pessoal e profi ssional do acadêmico de Serviço Social.

Bons estudos!

Prof.ª Cristina PrestesA

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CAPÍTULO 1 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

UNITINS • SERVIÇO SOCIAL • 7º PERÍODO 243

IntroduçãoCaro estudante, o que você imagina que venha a ser o trabalho de conclusão

de (TCC)? Por que será que começaremos a estudar isso agora se não chegamos ao último período?

É preciso que saiba que o TCC ao qual nos referirmos nada mais é do que o trabalho de conclusão de curso que você precisará fazer para fi nalizar a graduação de Serviço Social. De acordo com as diretrizes da Unitins, esse trabalho consistirá em elaborar um artigo científi co de revisão bibliográfi ca. Apresentaremos gradativamente a você a forma de elaboração, a formatação, a fundamentação teórica e assim por diante. Até chegarmos à elaboração e à postagem do TCC, você precisa estar seguro de alguns conhecimentos prévios necessários, por isso que terá duas disciplinas para essas orientações: TCC I (Trabalho de Conclusão de Curso I), que teremos agora, no 7º período, e TCC II (Trabalho de Conclusão de Curso II), disciplina na qual daremos sequência no 8º período, que é o último de sua graduação. Parece muito tempo, mas não é! Você precisa começar a se preocupar com a elaboração desse trabalho desde agora, para evitar transtornos de última hora.

Para a elaboração de trabalhos científi cos, é necessário cumprir algumas normas e procedimentos que visam a garantir a cientifi cidade e a fi dedignidade das informações, não apenas durante sua construção ou execução, mas também na apresentação fi nal do conteúdo.

Neste capítulo, você saberá quais são os tipos de conhecimento de que as diferentes pessoas fazem uso para explicar a realidade e, é claro, prestará bastante atenção ao conhecimento científi co, pois é esse que embasará seu trabalho de conclusão de curso.

Para você diferenciar o conhecimento científi co dos outros tipos de conhe-cimento e compreender em quê consiste o trabalho de conclusão de curso na graduação, é necessário rever o capítulo um da disciplina Pesquisa Social I, do 6º período, na qual você já estudou sobre os tipos de conhecimento, bem como sua importância para a compreensão da realidade. Recorrer a esse material será importante para o seu desenvolvimento acadêmico-científi co, proporcio-nando um olhar mais amplo e crítico acerca da realidade social. Não deixe de revê-lo!

Trabalho de conclusão de curso e os diferentes tipos de conhecimento 1

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CAPÍTULO 1 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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1.1 O conhecimento científico e outros tipos de conhecimento

É importante que você saiba diferenciar o conhecimento científico dos demais tipos de conhecimento, como: popular (senso comum), religioso e filosófico, já que seu TCC, em forma de artigo científico, deverá ser embasado, sobretudo, no conhecimento científico. Esses demais tipos de conhecimentos fazem parte de nosso cotidiano e têm seu valor.

Assim como várias pessoas, lugares e coisas recebem outros nomes e apelidos, o conhecimento do senso comum também sofreu influência cultural quanto à sua definição e denominação. Esse conhecimento, chamado por Marconi e Lakatos (2000, p. 16) de vulgar ou popular, é aquele “transmitido de geração para geração por meio da educação informal e baseado em imitação e experiência pessoal; portanto empírico”, ou seja, sem suporte técnico ou científico que o confirme.

Com exemplo claro de conhecimentos populares, basta você se recordar das recomendações das pessoas mais velhas, quando nos orientaram desde crianças: “quando tomar café quente, não pode tomar banho em seguida! Pode constipar!” Assim como “quando comer manga, não pode tomar leite! Faz mal!” São exemplos de conhecimento popular que vêm sendo repassados de geração em geração, mesmo não tendo nenhuma comprovação científica sobre isso. Atualmente, o conhecimento científico tem desmitificado tais coisas e afirmado, após estudos sistemáticos, que manga e leite, por exemplo, podem ser consu-midos concomitantemente sem nenhum prejuízo para a saúde, como também acabar de almoçar e tomar banho de chuveiro ou piscina não abala a saúde como sempre nos foi afirmado por nossos avós, repetido por nossos pais e, muitas vezes, por nós mesmos.

De acordo com as palavras de Babini citado por Marconi e Lakatos (2000, p. 17), o conhecimento popular “é o saber que preenche nossa vida diária e que se possui sem o haver procurado ou estudado, sem a aplicação de um método e sem se haver refletido sobre algo”. O conhecimento popular, que é passado de geração a geração, tem um valor imenso, que é aplicado na agricultura, na compreensão dos fenômenos naturais etc. como é caso da utilização das fases lunares no plantio, na mudança climática e assim por diante. Muitos desses conhecimentos, inclusive, são o ponto de partida para o desenvolvimento do conhecimento científico.

O conhecimento popular ou senso comum deve ser respeitado, porque faz parte de nossa vida diária e de nossa cultura. No entanto devemos ficar atentos à sua veracidade, pois, não havendo comprovação científica, não se pode afirmar que esse conhecimento é verdadeiro.

Já o conhecimento científico é aquele “transmitido por intermédio de treina-mento apropriado, sendo um conhecimento obtido de modo racional, conduzido por meio de procedimentos científicos. Visa [a] explicar ‘por que’ e ‘como’ os fenômenos ocorrem”, explicam Marconi e Lakatos (2000, p. 16).

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CAPÍTULO 1 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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Será que o conhecimento científico é o oposto do conhecimento empírico? Mesmo sob aparente antagonismo entre conhecimento científico e senso comum, a partir das definições desses tipos de conhecimento, podem-se detectar algumas semelhanças entre ambos, por almejarem, sobretudo, à racionalidade e à obje-tividade, bem como pelo fato de procurarem explicar os mesmos fenômenos. Marconi e Lakatos (2000, p. 17) destacam que

[...] o ideal de racionalidade, compreendido como uma sistemati-zação coerente de enunciados fundamentados e passíveis de veri-ficação, é obtido muito mais por intermédio de teorias, que cons-tituem o núcleo da Ciência, do que pelo conhecimento comum, entendido como acumulação de partes ou ‘peças’ de informação frouxamente vinculadas.

Apesar de haver uma leve semelhança entre conhecimento científico e empí-rico, o primeiro se destaca por possibilitar sua verificação, por meio de teorias e metodologias adotadas que embasam os resultados/verdades que expressam. Mesmo que haja novos conhecimentos científicos que ultrapassem verdades que até então eram certas, é apenas com comprovação sistemática e embasamento que se pode chegar a defender essa possível nova verdade. Por isso é que se diz que, no mundo científico, não existe verdade absoluta e sim, relativa, até que alguém descubra outra verdade que se sobreponha à primeira. Já no conhe-cimento popular, não há preocupação em investigar essas verdades postas, simplesmente são repassadas como verdades.

Considerando a apresentação de Trujillo citado por Marconi e Lakatos (2000, p. 18), compreendemos que o conhecimento popular é falível e inexato, “pois se conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto”. Por sua vez, o conhecimento científico “constitui-se em conhecimento falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final, por esse motivo, é aproximadamente exato” (MARCONI; LAKATOS, 2000, p. 20). As diferenças situam-se mais precisamente na característica assistemática do conhecimento popular e na característica siste-mática do conhecimento científico, que lhe fornece maiores possibilidades.

Você pôde notar queO que os diferencia é a forma, o modo ou o método e os instrumentos do ‘conhecer’. Saber que determinada planta necessita de uma quan-tidade ‘X’ de água e que, se não a receber de forma ‘natural’, deve ser irrigada, pode ser conhecimento verdadeiro e comprovável, mas, sem por isso, ser científico. Para que isso ocorra, é necessário ir mais além: conhecer a natureza dos vegetais, sua composição, seu ciclo de desenvolvimento e as particularidades que distinguem uma espécie da outra (MARCONI; LAKATOS, 2000, p. 16).

O conhecimento científico nos leva a descobrir o porquê das coisas, como acontecem, de onde surgem, com o que têm relação e assim por diante. Podemos arriscar denominar isso como o fato de conhecer a natureza dos fenômenos sociais, buscar suas raízes, consequências, expressões.

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CAPÍTULO 1 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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É importante que você saiba que esses dois tipos de conhecimentos mencio-nados até aqui, não são os únicos. Conforme apresentam Marconi e Lakatos (2000), há também o conhecimento filosófico e o religioso ou teológico.

O conhecimento filosófico é sistemático, assim como o conhecimento cien-tífico, porém não é verificável “já que os enunciados das hipóteses filosóficas [...] não podem ser confirmados nem refutados”, explicam Marconi e Lakatos (2000, p. 19). Ao contrário do conhecimento científico, é considerado infalível e exato, “já que [...] seus postulados, assim como suas hipóteses, não são submetidos ao decisivo teste de observação”. Marconi e Lakatos (2000, p.19) ainda comentam que

O conhecimento filosófico é caracterizado pelo esforço da razão pura para questionar os problemas humanos e poder discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana [...], o objeto de análise da filosofia são ideias, relações conceptuais, exigências lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e, por esta razão, não são passí-veis de observação sensorial [...] Procura responder às grandes indagações do espírito humano e, até, busca as leis mais univer-sais que englobem e harmonizem as conclusões da ciência.

O conhecimento religioso é semelhante ao conhecimento filosófico, por ser sistemático e não verificável, é compreendido como uma verdade. Segundo Marconi e Lakatos (2000, p. 20), esse conhecimento é baseado nas doutrinas sagradas inspiradas, sendo consideradas “infalíveis e indiscutíveis (exatas); é um conhecimento sistemático do mundo [...] como obra de um criador divino; suas evidências não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado”.

Talvez você se pergunte agora: para que servem todos esses tipos de conhe-cimento? Compreende-se que esses tipos de conhecimentos são algumas formas que o ser humano encontrou para estudar, compreender e explicar o mundo e a si mesmo.

Apesar de buscarmos a cientificidade do conhecimento na academia, reco-nhecemos que “a ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade” (MARCONI; LAKATOS, 2000, p. 16). Lembra-se de Platão, Sócrates, São Tomaz de Aquino, Jesus Cristo, Newton? Foram pessoas que, independente-mente do tipo de conhecimento envolvido, têm suas histórias contatas até os dias de hoje como grandes contribuintes no desenvolvimento da humanidade.

Como direcionaremos você para a finalização do curso de Serviço Social, é imprescindível que busque, sobretudo, o conhecimento científico como método e fundamentação na elaboração do seu artigo científico. Esse artigo valerá como seu trabalho de conclusão de curso, por isso convido você para continuarmos a adentrar na construção do conhecimento científico.

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CAPÍTULO 1 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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1.2 A importância da ciência para a construção do conhecimento científico

A ciência tem grande força na sociedade contemporânea por trazer possí-veis respostas a eventos que envolvem, principalmente, investimento, como, por exemplo, localizar petróleo, fabricar robôs, novos modelos de carros, enfim, divulgar e reforçar o capitalismo por meio de métodos para exploração das riquezas naturais e da exploração de nosso poder de consumo. Não podemos desconsiderar suas contribuições e discussões no campo da saúde, pesquisa das células-tronco, clonagem humana, ultrassonografia em 4D. Com seus prós e contras, a ciência é a chave do conhecimento científico, fundamentalmente no mundo acadêmico, visto que se pode

[...] conceituar o aspecto lógico da ciência como o método de raciocínio e de inferência acerca dos fenômenos já conhecidos ou a serem investigados; em outras palavras, pode-se considerar que o ‘aspecto lógico constitui o método para a construção de proposições e enunciados’, objetivando, dessa maneira, uma descrição, interpretação, explicação e verificação mais precisas (MARCONI; LAKATOS, 2000, p. 24).

Quando falamos em ciência, não nos referimos apenas aos tubos de ensaio e laboratórios com equipamentos de última geração, mas também às formas de organização social, à sobrevivência humana, às relações. Enfim, podemos e devemos utilizar o conhecimento científico, a ciência, por exemplo, para trazer respostas àqueles que lutam por uma vida mais digna e mais humana, construindo possibilidades de mudanças sociais por meio do conhecimento científico.

Eco (2000, p. 21-22) afirma que o estudo é científico quando responde aos seguintes requisitos:

Possui um objeto reconhecível e definido de tal maneira que seja reconhecível igualmente pelos outros. O termo objeto não tem necessariamente um significado físico [...] o estudo deve dizer do objeto algo que ainda não foi dito ou rever sob uma ótica diferente o que já se disse [...] o estudo deve ser útil aos demais [...] acrescentar algo ao que a comunidade já sabia, e se todos os futuros trabalhos sobre o mesmo tema tiverem que levá-lo em conta, ao menos em teoria [...] o estudo deve fornecer elementos para a verificação e a contestação das hipóteses apresentadas [...] apresentar provas, contar como procedimentos para achar o fragmento, informar como se deve fazer para achar outros [...].

Para ser caracterizado como científico, o estudo precisa ter rigor desde a defi-nição do que se está estudando (objeto). Mesmo que haja outros estudos a respeito, precisa trazer algo novo, um novo olhar sobre tal objeto e ter relevância social, ou melhor, que seja útil a outras pessoas, e ser verificável. Por isso a metodologia exige detalhamento que permita, se for o caso, a repetição do estudo por outrem ou mesmo que sirva de ponto de partida para outros enfoques sobre o mesmo objeto.

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CAPÍTULO 1 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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Como pudemos perceber, existem vários tipos de conhecimentos, entre eles, o conhecimento científico, o qual contribui para o estudo de variados fenômenos, inclusive os sociais em que você atuará na sua vida acadêmica por meio do estágio e, principalmente, na vida profissional. Essas atuações exigirão de você respostas contundentes, embasadas cientificamente, para desvelar os fenômenos sociais e propor novas formas de enfrentamento da grande questão social, que, em suma, é a relação capital versus trabalho, que origina diferentes formas de expressão, desigualdade e mazelas sociais. Daí a necessidade de você aprender a investigar a realidade social e a produzir conhecimento científico. O seu TCC será o primeiro passo para se aproximar dessa prática científica.

As diferentes formas de trabalho de conclusão de curso são uma excelente oportunidade de se iniciar na investigação científica ainda no meio acadêmico, por isso veremos, a seguir, alguns tipos de TCC frequentemente adotados pelas instituições de ensino.

1.3 Conceituando e diferenciando alguns tipos de trabalho de conclusão de cursoAtualmente, instigados por temáticas polêmicas, principalmente divulgadas

pela mídia, temos debatido e nos interado de questões que afetam diretamente nosso cotidiano. Enfim, todos, tanto pessoas que não têm muito estudo, como aqueles que se dedicam aos estudos científicos, na verdade, estão em busca de respostas para problemas observados na realidade e, para tanto, utilizam de alguns tipos de conhecimentos para discutir esses fenômenos, seja o senso comum, religioso ou outros, como já vimos anteriormente.

Em busca de respostas úteis à sociedade, o ensino superior teve grandes avanços nos últimos anos e vem incentivando pesquisas e provenientes de conhe-cimentos científicos, proporcionando maior envolvimento e reflexão por parte dos futuros profissionais acerca da nossa realidade. Tais estudos científicos são expressos, principalmente, no término do curso, no Trabalho de Conclusão de Curso – TCC. Há diferentes formas de apresentar um trabalho de conclusão de curso, Azevedo (2001) cita: resenhas, revisões bibliográficas, projetos de pesquisa, monografias, dissertações e teses. Além desses, têm-se utilizado frequentemente, como o TCC, os artigos científicos, que é a forma adotada pela Unitins. Veja a seguir as variadas formas de TCC que há e em que consistem.

A resenha, segundo Azevedo (2001, p.31) é “a apreciação crítica sobre determinada obra, [...] visa [a] incentivar a leitura do livro recomendado. Trata-se, geralmente, de um texto curto para publicação em periódicos especia-lizados. Seu tamanho será determinado por quem o solicitar”. A realização de uma resenha exige do autor grande habilidade em sintetizar ideias, interpretar textos, criticar e, acima de tudo, ter conhecimento do tema em questão.

O projeto de pesquisa também é utilizado como TCC e, ainda, pode ser divulgada a intenção do que se quer pesquisar mesmo antes de ser concluída a

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CAPÍTULO 1 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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pesquisa por meio de publicação em eventos científicos e sempre é “solicitado como a primeira etapa de qualquer pesquisa a ser desenvolvida” (AZEVEDO, 2001, p. 11).

A dissertação e a tese são utilizadas, respectivamente, em mestrados e doutorados, não sendo abordadas, portanto, neste momento da graduação.

Outra forma de trabalho de conclusão de curso chamada por Marconi e Lakatos (1992, p. 45) de relatório de pesquisa (conhecido também como monografia), o qual, “após a coleta de dados, sua codificação e tabulação, tratamento estatístico, análise e interpretação, os resultados estão prontos para ser redigidos”.

Os relatórios de estágio também podem ser formatados como artigos cien-tíficos ou monografias. As monografias são as mais conhecidas e tradicionais formas de trabalho de conclusão de curso, diferenciando-se, principalmente, pela extensão (no mínimo 50 páginas) e detalhamento das ações. A mono-grafia tem origem em projeto de pesquisa ou de revisão bibliográfica, pode ser divulgada em formato de artigo científico. Por isso fique bem atento, pois, muito semelhante à resenha, encontra-se a revisão bibliográfica, em que várias fontes são discutidas, criticadas e comparadas e é esse foco que você precisa ter para elaborar o seu TCC, pois a Unitins adotou como trabalho de conclusão de curso o artigo científico proveniente de revisão bibliográfica, portanto, sua pesquisa será somente bibliográfica e não de campo.

O artigo científico, conforme Azevedo citado por Gonçalves (2004, p. 19), “é um texto escrito para ser publicado em um periódico especializado e tem o objetivo de comunicar os dados de uma pesquisa”. Marconi e Lakatos (1992, p. 84) esclarecem que os artigos “apresentam o resultado de estudos ou pesquisas e distinguem-se dos diferentes tipos de trabalhos científicos pela reduzida dimensão e conteúdo”.

Gonçalves (2004, p. 7) destaca que o artigo científico se trata de um “trabalho muito valorizado no meio acadêmico, principalmente por apresentar o que existe de mais recente em termos de pesquisa científica e estudos das mais diversas áreas e naturezas”.

Independentemente do tipo de trabalho de conclusão de curso que a insti-tuição de ensino adotar, todos deveriam ser publicados para que servissem de fonte de pesquisa para demais estudos, senão, não atinge o objetivo de ser útil socialmente, já que não chega ao conhecimento dos demais. Vamos ver mais sobre isso a seguir.

1.4 A importância de publicar os achados científicos

Você já se imaginou sendo autor de um capítulo de revista científica? Expor em congressos de diferentes universidades o resultado de seus estudos por meio de artigo científico?

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CAPÍTULO 1 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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Pois comece a imaginar! Todo estudo ou pesquisa deve ter o destino de ser divulgado para os demais pesquisadores ou interessados no assunto, caso contrário, o conhecimento adquirido ficará restrito ao pesquisador que realizou as investigações. A publicação não é obrigatória, mas é essa a principal carac-terística de um trabalho de conclusão de curso: a divulgação dos achados. Como reforça Azevedo (2001, p. 110), “o propósito de um texto científico é comunicar os resultados e as ideias a que se chegou, após a coleta e análise dos dados”. Por isso é que Gonçalves (2004) cita algumas formas de comunicação dos resul-tados dos estudos científicos, como: congressos, encontros, seminários.

Saiba mais

Fique de olho em eventos acadêmicos que estão programados aí em sua ci-dade ou região, ou mesmo em outro e Estado. Sempre que há tais eventos, a data é divulgada com antecedência, assim como as normas para submissão de trabalhos. Sugiro que leia a Revista Social em Debate, do curso de Mestra-do em Serviço Social da Universidade Católica de Pelotas, disponível no sítio <http://antares.ucpel.tche.br/revista_soc_debate/normas_publicação.pdf>. É só você adequar o seu trabalho às normas exigidas e enviar para aprecia-ção da comissão do evento que irá avaliar se será publicado ou não.

Segundo Gonçalves (2004), o artigo científico deverá ser publicado em periódicos (revistas científicas) ou eventos que tenham relação com a temática pesquisada.

A autora ainda argumenta que

Isso contribui para o crescimento cultural dos alunos participantes, ao mesmo tempo que promove o ensino por meio da pesquisa, e possibilita que o estudante universitário colabore para a cons-trução do conhecimento, com base na realidade, mediante ques-tionamentos ou problemáticas sobre determinados temas que os levam a investigar os porquês e a buscar soluções fundamentadas em teorias e observações, utilizando procedimentos metodoló-gicos e técnico-científicos [...] (GONÇALVES, 2004, p. 8).

Fique atento! O envolvimento com pesquisas e estudos científicos traz vários benefícios ao pesquisador e à sociedade, conforme destacados pela autora, a qual acrescenta: a assimilação dos conteúdos pesquisados, o amadurecimento intelectual, a valorização da pesquisa e do pesquisador, o autoconhecimento, o diálogo com várias fontes de conhecimento (GONÇALVES, 2004).

Como você pode perceber, independentemente do tipo de comunicação a ser utilizada no Trabalho de Conclusão de Curso, o pesquisador – no caso você – deverá buscar as instruções de organização para publicação na fonte a ser

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CAPÍTULO 1 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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divulgada. Seja periódico impresso, eletrônico ou eventos científicos, todos terão suas normas específicas de publicação.

Neste primeiro capítulo, você aprendeu que existem vários tipos de conhe-cimentos, e que eles têm diferentes formas de interpretar e explicar os fatos. O conhecimento popular é aquele que não têm um suporte científico que o confirme, pois é aprendido e transmitido socialmente sem maiores indagações sobre sua veracidade. Já o conhecimento científico busca explicar como os fenômenos acontecem, utilizando, para tanto, métodos sistemáticos de estudo (metodologia). Além deles, existem o conhecimento religioso e o conhecimento filosófico, os quais são sistemáticos, não verificáveis, infalíveis e exatos, pois não podem ser comprovados ou negados cientificamente, visto que envolvem fenô-menos não observáveis, como: ideias, conceitos, pensamentos, reflexões, fé.

Constatamos, também, a importância da ciência para a construção do conhe-cimento científico, pois sua precisão nas explicações e interpretações (por utilizar métodos científicos sistemáticos) possibilita sua verificação e contestação. Para realizar um estudo científico, devemos considerar como objeto de estudo algo que ainda não foi estudado ou, que não tenha sido visto de determinado ângulo, como também seu resultado deverá ser útil à sociedade e às futuras pesquisas.

Além disso, você estudou sobre as diferentes formas de realizar um trabalho de conclusão de curso que pode ser resenha (análise crítica de uma única obra, visando a incentivar outros à sua leitura completa); projeto de pesquisa (somente as etapas de intenção da pesquisa, antes da execução); relatório de estágio (a partir de uma experiência obtida em campo de estágio durante a graduação); relato de pesquisa (momento de execução e resultado do projeto de pesquisa) monografia (pesquisa mais detalhada sobre um tema, contendo, no mínimo, 50 páginas); e, por fim, o artigo científico que é uma forma de divulgação qualquer um estudo bibliográfico ou pesquisa de cunho científico. Cada instituição de ensino ou o periódico científico pode exigir características próprias quanto à formatação, ao espaçamento e à quantidade de páginas.

No próximo capítulo, você estudará sobre as técnicas de leitura com a finali-dade de contribuir para a obtenção e sistematização do conhecimento científico, que é o foco para elaboração do seu TCC. Aprenderá sobre a leitura informa-tiva/analítica na execução de resumos, fichamentos e resenhas, que são formas de registrar os conteúdos/autores estudados. Perceberá que é na leitura que está a semente de seu trabalho, constatará que não basta ler, precisa saber ler... Descubra por onde começar!

ReferênciasAZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: descubra como é fácil e agradável elaborar trabalhos acadêmicos. 10. ed. São Paulo: Agnos, 2001.

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CAPÍTULO 1 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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ECO, Umberto. Metodologia: como se faz uma tese. 15. ed. São Paulo: Perspectiva, 2000.

GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de artigos científicos. São Paulo: Avercamp, 2004.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2000.

______. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1992.

Anotações

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CAPÍTULO 2 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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Por onde começar meu TCC? 2Introdução

Por onde começar meu TCC? Essa é a dúvida de praticamente todos os acadê-micos, assim como provavelmente é a sua, mas não se apavore, basta que comece, simplesmente lendo, é isso mesmo! Durante sua vida escolar, aprendeu técnicas de leitura, como também tomar alguns cuidados que devemos ter ao interpretar e registrar os textos estudados. Esse conteúdo é importante para você aprimorar sua leitura, faz uma autoanálise a partir das observações apresentadas, buscar uma leitura rápida e de qualidade, interpretar o texto corretamente e a detectar a ideia central com facilidade, o que é imprescindível para a elaboração de seu TCC! Por isso, afi rmo sem medo de errar, que basta você começar pelas leituras sobre uma temática social ou da profi ssão que você tem interesse em conhecer mais, exemplo: exploração sexual contra crianças e adolescentes; a história do Serviço Social; violência contra a mulher; direitos humanos entre tantos outros.

Antes de tudo, você precisa saber que existem vários tipos de leitura, bem como etapas a serem seguidas para seu melhor aproveitamento. Após a leitura de um texto, devemos escolher qual a melhor forma de guardarmos as informações obtidas, por meio de resumos, resenhas, fi chamentos, sínteses. Esse assunto é importantíssimo para você buscar informações científi cas que fundamentem seus estudos na elabo-ração do TCC. E é por isso que veremos as técnicas de leitura e interpretação.

Para você conhecer as técnicas de leitura com a fi nalidade de contribuir para a obtenção e sistematização do conhecimento científi co e aprender sobre a leitura informativa/analítica na execução de resumos, fi chamentos e resenhas, que são formas de registrar os conteúdos/autores estudados, retome seu material referente ao capítulo 5 da disciplina de Estágio Supervisionado I. Lá você estudou sobre plano de estágio, observação participante e diário de campo. Principalmente nas orientações de como elaborar o diário, tem a função de armazenar dados da vivência do estágio. Tais registros exigiram de você leituras e escrita, o que você aprofundará agora, além de que, você poderá, a partir deste capítulo, melhorar a forma de escrever e estudar, facilitando sua vida acadêmica e seu aprendizado!

2.1 Técnicas de leitura e interpretaçãoEntenderemos o porquê de a leitura ser fundamental para seu TCC. A leitura é

citada como uma etapa de grande importância para o ser humano, momento em que

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CAPÍTULO 2 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

254 7º PERÍODO • SERVIÇO SOCIAL • UNITINS

ele passa a ver sentido nas letras que surgem ao seu redor, seja no supermercado, nas ruas, até mesmo no endereço residencial, ou você não se lembra da alegria que foi quando aprendeu a ler as primeiras frases completas e conseguir entender o que diziam? Portanto ler apenas não é suficiente para compreendermos uma mensagem escrita, é preciso interpretar, saber o que está expresso na mensagem.

É importante você saber que, nos casos de mensagens mais longas (reporta-gens, livros, cartas), há de se desenvolver uma técnica de leitura, de acordo com a necessidade e interesse do leitor. Considerando os estudantes, chamados por Salomon (2001, p. 49) de ‘trabalhador intelectual’, “o estudo eficiente depende da técnica da leitura” (grifo nosso).

Fazer a revisão de literatura para a construção do trabalho de conclusão de curso em forma de artigo científico exigirá a leitura de muitos textos, variados autores, diversas bibliotecas. Assim algumas técnicas (ou dicas) de leitura podem auxiliar nesse processo. Como a pesquisa bibliográfica geralmente é extensa (em conteúdo e/ou tempo de elaboração), Antunes (2001, p. 52) sugere que, “ao ler um texto, ouvir uma entrevista, descobrir uma resposta, ter uma ideia, não desperdice tempo, vá anotando tudo”. Essa dica é valiosa! E não se esqueça de anotar a fonte de onde retirou, caso contrário, chegará ao final com trechos de texto excelentes, que não sabe de onde tirou, assim não poderá utilizá-los, já que não terá como citar a devida fonte. Por isso tenha o hábito de anotar toda informação importante que achar sobre a temática escolhida, sem esquecer de anotar o autor, a obra, o ano, a página, a revista, enfim, tudo que facilite locali-zação de fonte dessa informação, mesmo depois de meses de estudo.

Para Salomon (2001, p. 55), as técnicas que podem contribuir para uma leitura veloz e proveitosa incluem: condições físicas, fisiológicas e psíquicas (ambiente sossegado, iluminado, visão e respiração normais, posição correta do livro e do corpo, não ter outras preocupações em mente, ter um propósito defi-nido com a leitura); leitura oral (ler em voz alta respeitando as pontuações, tente ouvir o que você está lendo); emprego dos olhos (forme imagens mentalmente, visualize a cena); velocidade na leitura (novela, jornal, revistas e livros são lidos de forma diferente, ora rápidos e relaxados, ora lentos e centrados); vocabu-lário/dicionário (para ajudar na compreensão de palavras desconhecidas que surgem no texto); uso de obras de referência (enciclopédias, dicionários, artigos científicos, livros, revistas); compreensão (caso tenha compreendido um texto, então consegue resumi-lo, ao menos mentalmente).

Você precisa ter objetivo ao ler. Antunes (2001, p. 31) explica que “toda leitura deve ser feita com o objetivo de se descobrir a ideia principal”. Entre essas técnicas, está o emprego dos olhos, pois “está intimamente relacionada com o problema da velocidade da leitura”, explica Salomon (2001, p. 65).

Quanto à utilização do dicionário durante a leitura, Antunes (2001, p. 30) pontua que, “antes de iniciar a leitura de um texto, é indispensável ter ao lado

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um dicionário e usá-lo sempre, muitas vezes”. Assim como o autor, acreditamos que essa ferramenta auxilia na compreensão fidedigna do texto.

Saiba mais

Realmente é imprescindível ter um dicionário para subsidiar suas leituras, caso não possa adquirir um, há sítios na internet que dão rapidamente o significado das palavras novas que encontrar, como é o caso do endere-ço eletrônico <http://www.priberam.pt/dcvpo/dcvpo.aspx>. Além de um bom dicionário da língua portuguesa, é interessante possuir um dicioná-rio filosófico, já que no Serviço Social, utilizamos muitos termos que não constam em dicionários comuns, por isso, sugiro o sítio <http://www.de-fnarede.com/p.html>, que é um dicionário escolar de filosofia, e poderá localizar o significado, por exemplo, de: práxis, positivismo, pragmatismo, paradigma, dialética e tantas outras, que você já conhece por meio de nossos textos e cujos significados, talvez, não estejam claros para você. O aprendizado de fato depende dessa compreensão. Vamos lá!

Quanto às técnicas de leitura apresentadas, Antunes (2001, p. 33) acredita que basta estar “bem equipado e disposto a fazer do dicionário um compa-nheiro indispensável, você faz uma primeira leitura e descobre a ideia-mãe do texto, relacionando-a com as demais ideias”. O autor complementa que “folhas de rascunho, lápis ou canetas de mais de uma cor, boas condições de silêncio e iluminação” são indispensáveis e importantes para quem quer ler e aprender, bem como, se possível, sublinhe as ideias principais, mas sublinhe apenas o que é muito, mas muito importante mesmo (ANTUNES, 2001, p. 30-34).

Para Salomon (2001, p. 50), “além da leitura, o trabalhador intelectual, sobretudo quando assume a responsabilidade de fazer um trabalho científico, necessita saber analisar cientificamente os textos que lê e consulta”. Interpretar as mensagens, verbal ou não-verbal, requer uma dedicação do leitor para compre-ender o contexto em que as informações foram coletadas e publicadas, buscar decifrar a realidade social que é ali apresentada e compará-la com outras infor-mações. Vale ressaltar que, enquanto investigador social, não pode se deixar levar por conceitos e interpretações pessoais durante a interpretação de um texto, pois isso levaria a pesquisa para um conhecimento empírico, popular e induzido, perdendo seu teor científico, e ainda pior, enveredar por uma abor-dagem preconceituosa e não condizente com o Serviço Social.

É comum os estudantes terem pressa na leitura, mas Salomon (2001, p. 55) adverte que “velocidade em leitura é sinal de ‘bom leitor’, mas não como traço exclusivo. É fundamental que o leitor saiba o que esteja lendo, compreenda o

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que está escrito e tenha condições de interpretar”. Para saber se conseguiu inter-pretar um texto, “ao concluir a leitura, faça um resumo do mesmo, tente dizê-lo de maneira diferente. Experimente recriar (re + criar) o texto”, explica Antunes (2001, p. 34), reescrevê-lo, isso o ajudará muito na memorização e na orga-nização das ideias, além de poder servir posteriormente com o fichamento de textos e/ou obras estudadas.

Conclui-se que a leitura exige uma dedicação para que se obtenha sucesso quanto ao seu objetivo e que um texto deve ser interpretado por variadas técnicas de leitura. Percebeu como a leitura é de grande importância para a vida acadê-mica e científica? Portanto inicie desde já seu trabalho de conclusão de curso, comece a ler assuntos de seu interesse, questione as informações e os aconteci-mentos e, claro, busque fontes confiáveis como livros de renome na sua área de estudo, sítios, revistas etc.

A leitura é ponto inicial para a construção do trabalho científico. No próximo tópico, veremos a importância da leitura informativa.

2.2 Aprendendo a fazer a leitura informativaVocê sabia que há mais de um tipo de leitura? Qual será o tipo indicado

na construção do TCC? Antes de você conhecer as diferentes formas da leitura informativa, vale diferenciá-la das demais, para que compreenda sua função, para, então, acreditar que ela pode ser realmente útil a você. Lui (2004) informa que “pode-se dividir a leitura em diferentes tipos, níveis e etapas”.

Na classificação dos tipos de leitura, muitas vezes, é definida pelo próprio leitor. Lui (2004) fala de três tipos de leitura, expostas a seguir.

A leitura formativa, objetiva “impregnar a mente do indivíduo com preceitos de moral e exemplos de conduta. A atividade da mídia, princi-palmente a televisiva, é um bom exemplo” esclarece Lui (2004, p. 17).

A leitura recreativa, que não precisa de maiores explicações, principal-mente porque é um lazer, pode apresentar diversos conteúdos, como, por exemplo, a leitura de um livro de romance envolvente, uma revista de moda e assim por diante.

A leitura informativa traz, segundo o autor, um destaque para a leitura analítica, “feita com o fim de pesquisar determinado assunto mais a fundo” (LUI, 2004, p. 17). Para realizar uma leitura informativa/analítica, deve-se, conforme orientações do autor, procurar, criticar, buscar as ideias princi-pais (parágrafo por parágrafo) e, principalmente, confeccionar resumos das leituras, articular as ideias de diferentes textos e autores.

Conforme Cervo e Bervian (1996), se os passos da leitura informativa forem seguidos cronologicamente, o estudante passará por um processo de reflexão, visões científicas do assunto. Ele pode ser sincrética, analítica e sintética. Cysne

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(2001, p. 19) acrescenta que a leitura informativa “possibilita melhor captar o eixo principal ou a ideia predominante do texto”.

Preste muita atenção na sequência proposta por Cervo e Bervian (1996), para a realização da leitura analítica

1º) pré-leitura (verificar, nas partes principais do texto, como o sumário e a introdução, se traz as informações que você procura).

2º) leitura seletiva (escolher os materiais que atendem ao problema e aos objetivos de seu estudo).

3º) leitura crítica ou reflexiva (identificar as ideias principais e secundárias do texto ou livro a ser lido).

4º) leitura interpretativa, (observar as reais intenções do autor com o seu texto e a pesquisa/estudos que realizou).

Outra sequência é proposta por Lui (2004, p. 18-19), em que a leitura infor-mativa deve seguir as seguintes etapas:

delimitação da unidade de leitura: “o leitor circunscreve aquilo que vai ser lido”;

realização de uma leitura prévia ou de reconhecimento: “lendo o índice ou sumário, a página de rosto, os títulos dos capítulos e suas subdivisões”;

realização de uma leitura inspecional ou exploratória, ou seja, lê o texto na sua integralidade: “deve-se assinalar nas margens, os pontos que exigem esclarecimentos para compreensão do texto”;

em seguida, é possível a realização de uma leitura reflexiva ou análise temática, em que o leitor reflete, dialoga com o autor, compreendendo-o, mas não o reproduzindo: “o leitor deve determinar o tema problema, a ideia central e as ideias secundárias da unidade, procurando reconstruir a linha de raciocínio em que o autor do texto expõe as suas ideias”;

nessa etapa, a leitura é interpretativa, em que o leitor assimila o conteúdo, faz resumos, comenta e discute o texto lido.

Lui (2004, p. 21) garante que

Concluídas todas as etapas da leitura analítica, o leitor encontra-se em condições de se tornar um leitor autor, um produtor de conhe-cimento, podendo ampliar os aspectos que a análise do texto suscitou e fazer novas proposições. Estará apto a elaborar uma síntese pessoal que se apoia na retomada de pontos levantados nas etapas anteriores e culmina com a contribuição pessoal.

Considerando as orientações anteriores, você poderá conduzir de forma diferenciada suas leituras, observando, por exemplo, alguns comportamentos do bom leitor e do mau leitor no quadro a seguir.

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Quadro Comportamentos do bom e do mau leitor.

BOM LEITOR MAU LEITOR1. O bom leitor lê rapidamente e entende

bem o que lê.1. O mau leitor lê vagarosamente e

entende mal o que lê.

2. Relata rapidamente as ideias encon-tradas numa frase ou parágrafo.

2. Lê palavra por palavra. Pega o sentido da palavra.

3. Tem vários padrões de velocidade. Se lê uma novela, é rápido. Se livro científico, lê mais devagar para guardar detalhes.

3. Só tem um ritmo de leitura. Seja qual for o assunto, lê sempre vagarosamente.

4. Avalia o que lê. 4. Acredita em tudo o que lê.

5. Possui bom vocabulário. Sabe o que muitas palavras significam. É capaz de perceber o sentido das palavras novas pelo contexto. Sabe usar dicio-nários e o faz frequentemente para esclarecer o sentido de certos termos, no momento oportuno.

5. Possui vocabulário limitado. Sabe o sentido de poucas palavras. Nunca relê uma frase para pegar o sentido de uma palavra difícil ou nova. Raramente consulta o dicionário. Tem dificuldade em entender a definição das palavras e em escolher o sentido exato.

6. Tem habilidades para conhecer o valor do livro. Sabe selecionar o que lê. Sabe quando consultar e quando lê.

6. Não possui nenhum critério técnico para conhecer o valor do livro. Não consegue selecionar o que vai ler. Deixa-se sugestionar pelo aspecto material do livro.

7. Sabe quando deve ler um bom livro até o fim e quando interromper a leitura definitivamente ou periodicamente.

7. Não sabe decidir se é conveniente ou não interromper uma leitura.

8. Discute frequentemente o que lê com colegas. Sabe distinguir entre impres-sões subjetivas e valor objetivo durante as discussões.

8. Raramente discute com colegas o que lê. Quando o faz, deixa-se levar por impressões subjetivas e emocionais para defender um ponto de vista.

9. Adquire livros com frequência e cuida de ter sua biblioteca particular. Tem o hábito de ir direto às fontes: de ir além dos livros de textos.

9. Não possui biblioteca particular. Às vezes é capaz de adquirir “metros de livro” para decorar a casa. É frequen-temente levado a adquirir livros secun-dários em vez dos fundamentais.

10. Lê assuntos vários. Lê livros, revistas jornais.

10. Está condicionado a ler sempre a mesma espécie de assunto.

11. Lê muito e gosta de ler. Acha que ler traz informações e causa prazer. Lê sempre que pode.

11. Lê pouco e não gosta de ler. Acha que ler é ao mesmo tempo um trabalho e um sofrimento.

12. O BOM LEITOR é aquele que não é só bom na hora da leitura. É bom leitor porque desenvolve uma atitude de vida: é constantemente bom leitor. Não só lê, mas sabe ler.

12. O MAU LEITOR não se revela apenas no ato da leitura, seja silenciosa ou oral. É constantemente mau leitor, porque se trata de uma atitude de resistência ao hábito de ler.

Fonte: Salomon (2001, p. 52-53).

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A partir dessas dicas, espero que você tenha compreendido que não devemos nunca incutir julgamentos pessoais quanto às colocações dos autores, nem alterar suas colocações, no entanto você pode concordar ou não com eles. Para isso, basta que cientificamente a sua ideia sobre o assunto traga informações adicio-nais que contribuam com as teorias já construídas por outros autores.

Na sequência, estudaremos sobre as formas de registrar tudo que ler, pois é a forma que você terá de não perder nenhuma informação importante durante suas pesquisas.

2.3 Depois de ler, é hora de registrar!Segundo Boaventura (2004, p. 85) “o fichamento das obras consultadas

e lidas deve tornar-se um hábito desde o início da busca bibliográfica porque esse material constará na bibliografia” do projeto de pesquisa e do trabalho de conclusão de curso. Nas palavras de Lui (2004, p. 29), fichamento “é a técnica que permite classificar e armazenar as informações coletadas nas leituras [...] que servirão para consultas e/ou estudos futuros”.

Antunes (2001, p. 40) expõe que a primeira regra para fazer um fichamento é realizar uma leitura exploratória, “uma leitura atenta, mas rápida, que passe por todo seu conteúdo sem se deter em possíveis dificuldades”. Após essa leitura exploratória, busca-se obter uma visão geral do assunto e a informação central de cada parágrafo. Para o autor citado, “a segunda leitura deve conduzir à construção de uma ideia sobre a introdução, o desenvolvimento e a conclusão do texto estudado” (ANTUNES, 2001, p. 41). A última dica desse autor é que você levante questões sobre o assunto fichado.

A estrutura de um fichamento é variável, mas Lui (2004) sugere um cabe-çalho com o título, seguido da referência bibliográfica e do corpo do texto. Para que as fichas não sejam inutilizadas, o autor sugere que sempre contenham a referência, para facilitar novas consultas, bem como sugere que sejam legíveis e numeradas, caso utilize mais de uma ficha para registrar o conteúdo. Já pensou que bagunça pode virar se você não numerar essas fichas?

Outra forma de manusear a ideia principal de um texto é “uma síntese com as palavras do autor. É um trabalho de extração de ideias” (BOAVENTURA, 2004, p. 86). Tendo o mesmo objetivo que os fichamentos, o resumo “é uma representação estética e seletiva das ideias de um texto, ressaltando a progressão e a articu-lação delas, ou seja, é uma condensação do texto”, acrescenta Lui (2004, p. 45). Muito semelhante ao resumo é a resenha, diferencia-se pelo seu teor crítico, em que o leitor pode anotar opiniões e comentários. Para a construção de pesquisas, deve-se cuidar para não confundir a sua colocação com a ideia original do autor. Os conteúdos das resenhas ajudam a debater assuntos, mas não poderão ser usados como citações diretas (conforme veremos no capítulo 5).

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Dica: você poderá optar por fazer essas fichas de forma manual, ou se digitadas no computador. Caso opte pela digitação, é importante que pre-serve todas essas orientações: cabeçalho com o título, seguido da referên-cia bibliográfica e o corpo do texto. Mesmo digitando tudo que considerar importante nas suas leituras em forma de fichamento, resumo, síntese ou resenha, recomendo que não deixe de imprimir e montar uma pasta com es-sas informações, já que qualquer máquina pode falhar, perder arquivos, ser danificado por vírus etc. É um caos quanto isso acontece! Por isso, mesmo tendo digitado, guarde seus fichamentos impressos, é muito mais seguro!

Muitos acadêmicos apresentam dificuldades em realizar resumos, resenhas, fichamentos ou qualquer outra forma escrita de expressão de ideias, ainda mais, quando é de outro(s) autor(es) que exige muita leitura, concentração e abstração das ideias centrais que utilizará na temática de seu TCC. Ou seja, comece hoje mesmo a desenvolver resumos e fichamentos fundamentados em uma leitura infor-mativa sobre a temática de interesse para seu TCC. Além de serem ótimas técnicas de estudo, tornarão suas leituras cada vez mais profundas e você se preparará gradativamente para a conclusão do curso. Não deixe para a última hora!

Neste capítulo, você aprendeu que ler apenas não é suficiente para com preender uma mensagem escrita, é preciso mais! É preciso interpretar o que leu! Para isso, você precisa desenvolver uma técnica de leitura, de acordo com a sua necessidade e interesse. Quando se interessar por um assunto, leia sobre ele, busque várias fontes, visite uma biblioteca, assim surgirão perguntas, questio-namentos que podem se transformar no seu trabalho de conclusão de curso. Em resumo, cada um pode desenvolver ou descobrir a melhor forma de ler, estudar, aprender, desde que o leitor esteja se sentindo bem. Para isso, deve escolher um local adequado, em que possa ler em voz alta, criar imagens mentalmente, utilizar um dicionário, fazer rascunhos, tentar encontrar a ideia central do texto.

Vimos sobre a importância da leitura informativa, a qual busca extrair as ideias principais de um determinado texto por meio de uma leitura prévia, seguida de uma leitura exploratória e outra leitura reflexiva, para, enfim, conduzir o leitor à assimilação do conteúdo pela leitura interpretativa. Esse tipo de leitura, diferente da formativa e da recreativa, facilita a elaboração de resumos, fichamentos, resenhas dos materiais. A principal diferença entre resumo/síntese e resenha é que, no primeiro, você anota somente as ideias do autor e, no segundo, você pode se posicionar a favor ou contra tais ideias. Todos esses registros devem vir acompanhados da referência bibliográfica para que, posteriormente, você possa citá-los em trabalhos escritos.

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No capítulo três, estudaremos a revisão de literatura, que é o corpo, a essência do artigo científico de revisão bibliográfica que será seu trabalho de conclusão de curso, o que exigirá a leitura de muitos textos, de variados autores e visitas a diversas bibliotecas. Algumas técnicas (ou dicas) de leitura, bem como formas de organizar e guardar as ideias dos textos, além de como utilizar (citar) os autores, serão apresentadas e poderão auxiliar você nesse processo, tornan-do-se mais prazerosa a construção do conhecimento.

ReferênciasANTUNES, Celso. A grande jogada: manual construtivista de como estudar. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

BOAVENTURA, Edivaldo M. Metodologia da pesquisa: monografia, dissertação e tese. São Paulo: Atlas, 2004.

CERVO, Amado L; BERVIAN, Pedro A. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1996.

CYSNE, Fátima Portela. Normalização de dissertações e teses: critérios para divulgação. In: Fórum Nacional de Padronização e Divulgação da Produção Científica. UFC/BU, Fortaleza, 2001.

LUI, Jandislau José. Recomendações de metodologia científica. Gurupi: UFT, Fundação UNIRG, 2004.

SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

Anotações

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CAPÍTULO 3 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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Revisão de literatura: o corpo do trabalho de conclusão de curso 3Introdução

Para a conclusão do curso, você terá de buscar o conhecimento científi co por meio de leituras diferenciadas, utilizar técnicas e formas diferentes de armaze-ná-las, como vimos no capítulo anterior. Neste capítulo, você receberá instruções de como transformar suas anotações em textos científi cos eticamente corretos e válidos, sem abrir mão de utilizar diferentes citações de autores na elaboração de seu TCC.

As citações compõem grande parte da revisão de literatura, dão maior credibilidade à pesquisa que realizamos. É importante sabermos como lançar no texto as palavras, as ideias e as expressões de outros pesquisadores. É por isso que, neste capítulo conheceremos os tipos de citações, bem como a forma correta de utilizá-las.

Para você identifi car as etapas da produção do trabalho de conclusão de curso e utilizar os diferentes tipos de citações conforme normas da ABNT, reveja o capítulo 2 desta disciplina, no qual apresentamos algumas dicas para resumir e fi char textos lidos no decorrer do estudo, além de técnicas de como construir o embasamento teórico, o que é composto pelas mais variadas formas de citação, as quais serão mais bem esclarecidas aqui. Compreender as formas de citações é fundamental para a elaboração de documentos profi ssionais, relatos de pesquisa, relatórios de estágio, estudos e seu trabalho de conclusão de curso. Vamos lá!

3.1 Revisão de literatura: o que vem a ser?A defi nição de revisão de literatura é algo complexo, devido à própria dinâ-

mica da pesquisa. Boaventura (2004, p. 46) compreende que “não é um amon-toado do que se leu, e tampouco uma coleção de resumos. Revisão da literatura é discussão do que foi encontrado e relacionado com o problema”. Antunes (2001, p. 53) comenta que “não se deixe levar pela tentação de fazer uma cópia de trechos desse ou daquele livro e nem amontoar tudo o que conseguiu reunir”, deixando claro que, além de evitar o plágio, você terá liberdade de interpretar, discutir e apresentar a sua opinião sobre o assunto. Por sua vez, Caldas citado por Boaventura (2004, p. 46) acrescenta que a revisão é “um processo analí-tico/sintético de pesquisa das informações contidas nas fontes bibliográfi cas, visando a produzir ideias novas, seja para solucionar um problema ou levantar novas fontes de pesquisa”.

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CAPÍTULO 3 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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Saiba mais

Revisão de literatura, também é denominada de fundamentação teórica. Complemente seus estudos sobre esse item na disciplina de Pesquisa Social II que você também está estudando nesse 7º período. Veja o capítulo 4, principalmente no subtítulo 4.5 intitulado Fundamentação teórica para o projeto social. Apesar de seu TCC não ser fruto de pesquisa de campo e sim de pesquisa bibliográfica, ambos exigem essa parte de fundamentação teórica, por isso que é importante fazer essa conexão.

Conforme instruções de Boaventura (2004), a revisão de literatura tem de demonstrar as pesquisas e publicações atuais sobre o tema que está sendo estudado no seu projeto, analisar e sintetizar as informações de forma que surjam ideias novas, com finalidade utilitária. Eco (2000, p. 42) acredita que organizar uma bibliografia “significa buscar aquilo cuja existência ainda se ignora”.

3.2 Etapas para construção da revisão de literaturaLogo no início da construção da revisão de literatura, você deverá resgatar

seus fichamentos, resumos e anotações, conforme aprendemos no capítulo ante-rior. Boaventura (2004, p. 45) entende que “a maneira prática e efetiva de elaborar a fundamentação teórica é pela leitura e elaboração de resumo de obras que dão sustentação ao problema da pesquisa. Aprofundar-se nos autores que lideram o pensamento na área do projeto de pesquisa”. Como você vê, as leituras devem estar relacionadas ao problema que foi levantado na proposta de estudo.

Uma das formas de utilizar os fichamentos é subdividir seu tema em tópicos e procurar citações que ajudem a explicar cada subtítulo. Faça isso com todos os fichamentos e anotações, depois, vá construindo comentários, discussões e críticas, intercalando com citações diretas ou indiretas. Outra opção é você discorrer sobre o texto em forma de dissertação e, posteriormente, incluir as citações que reforçam sua pesquisa.

Se você puder seguir também a ideia de Antunes (2001, p. 51), sua revisão de literatura tenderá a progredir. O autor ensina que

É importante pedir ao professor a indicação de uma bibliografia sobre o assunto, e mesmo que exista apenas um livro, é provável que a bibliografia apresentada pelo mesmo traga-lhe outras fontes. Os livros são importantes, mas os jornais, revistas, enci-clopédias e almanaques são valiosíssimos. Aprenda a descobrir o valor dessa fonte (grifo do autor).

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CAPÍTULO 3 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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Fique atento! Conforme você deve ter observado na citação anterior, todo livro ou artigo traz ao final as fontes que o autor utilizou para fundamentar seu estudo. Você também poderá recorrer a essas informações para obter mais fontes para seu estudo. Talvez você se pergunte: mas onde conseguir os livros para fundamentar meu TCC? Poderá recorrer a bibliotecas universitá-rias locais, pedir emprestado com colegas e profissionais assistentes sociais, recorrer a sebos (onde você consegue comprar livros usados em bom estado com preço mais baixo), ou mesmo em livrarias onde você pode adquirir livros específicos sobre sua temática de estudo. Tais livrarias e sebos podem ser acessadas por sítios na internet, você faz a compra e os livros são entregues em sua casa.

Construir seu embasamento teórico é mais do que ler livros, fichá-los e citá-los, é saber escolher quais livros, quais autores, quais obras são referências para o tema que está sendo pesquisado, procurando “o que já se publicou sobre o tema? Quais as lacunas existentes?”, esclarece Boaventura (2004, p. 45).

Segundo Eco (2000, p. 37), o pesquisador deve buscar as obras origi-nais, e não aquelas que já sofreram outros comentários e interpretações, bem como estudar temas e levantar problemas que sejam possíveis de encontrar embasamento, como, por exemplo, “poderei aceitar abordar um autor igno-rando que seus textos originais são raríssimos e que terei de andar como um louco de biblioteca em biblioteca e de país em país”? E mais: “resenhas efetuadas por outros autores, mesmo completadas pelas mais amplas cita-ções, não são fontes: são, quando muito, fontes de segunda mão” (ECO, 2000, p. 39).

Se não direcionar seu problema, será difícil identificar o que procurar e onde procurar. Quanto a essa preocupação do autor, ele orienta que

A única coisa que não deverão fazer é citar uma fonte de segunda mão fingindo ter visto o original. E isto não apenas por razões de ética profissional: imaginem o que aconteceria se alguém lhe perguntasse como conseguiram consultar diretamente o tal manus-crito, quando todos sabem que o mesmo foi destruído em 1944! (ECO, 2000, p. 40).

As fontes que serão utilizadas dependerão muito das características da pesquisa, porém o acesso a conteúdos on-line é válido, desde que utilizado de forma correta e que seja proveniente de sítios confiáveis. Boaventura (2004, p. 45) acredita que

A contribuição da internet vai além dos recursos bibliográficos locais quando se pesquisa em sítios, home pages, CD-ROMS etc. a busca eletrônica contínua amplia a bibliográfica ou a ultrapassa, tornando-a indispensável, sobretudo nos temas mais novos que, muitas vezes, não foram tratados nacionalmente. Os arquivos eletrônicos oferecem literatura atualizada.

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CAPÍTULO 3 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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Por fi m, Boaventura (2004) sugere que o pesquisador estude outras mono-grafi as, dissertações, artigos e teses sobre o tema que está pesquisando, apro-veitando para aprender quais são as características predominantes e, claro, conhecendo as últimas pesquisas realizadas.

Para Eco (2000, p. 42), “o bom pesquisador é aquele que é capaz de entrar em uma biblioteca sem ter a mínima ideia sobre um tema e sair dali sabendo um pouco mais sobre ele”. Na biblioteca, você pode fazer vários tipos de pesquisa: por nome de autor, nome do livro, assunto, como também procurar a orientação do bibliotecário. Lembre-se de que, “se por um lado se deve contar muito com a ajuda do bibliotecário, por outro, não convém confi ar nele cegamente. Escute seus conselhos, mas procure também outras coisas por conta própria” (ECO, 2000, p. 44).

Mesmo compreendendo o que é uma revisão bibliográfi ca e quais os passos que podem facilitar sua construção, o pesquisador deve assimilar que “a busca deve ser constante durante a confecção do projeto e por todo o tempo do processo de investigação” (BOAVENTURA, 2004, p. 47-48). Portanto observe como anda seu planejamento quanto à construção do seu projeto de pesquisa, não deixe o tempo passar e as etapas se tumultuarem, organize-se!

3.3 Referenciando teoricamente um estudo científi co

Ao construir seu artigo científi co, contextualize o assunto que está sendo relatado: apresente conceitos, teorias principais, história, enfi m, ajude o leitor a compreender seu estudo. Uma dica é sempre buscar a existência de políticas públicas relacionadas à sua temática, utilizá-las e citá-las corretamente é funda-mental no seu estudo.

O corpo teórico do seu trabalho deverá ser respaldado por outros autores que já estudaram ou estão discutindo sobre o tema/assunto que você escolheu. Portanto, deve-se respeitar as palavras construídas por eles, e isso se faz com o uso de citações. Como veremos a seguir, “a revisão de literatura foi apresentada em citações com indicações precisas das referências bibliográfi cas e das fontes consultadas”, explica Boaventura (2004, p. 52).

Vejamos um exemplo a seguir de diálogo com diferentes autores na cons-trução da revisão de literatura:

“Estudos sobre alunos universitários são amostras do comportamento da juventude brasileira. Quando se escolhe um curso, em particular, para se realizar o estudo, deve-se levar em consideração as características que peculiarizam o perfi l dos alunos que nele ingressam e que os distinguem dos demais.

Antes mesmo das confrontações, Simões (2007) faz um pará-grafo introdutório. Excelente!

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CAPÍTULO 3 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

UNITINS • SERVIÇO SOCIAL • 7º PERÍODO 267

A bem dizer, os alunos de Serviço Social não têm a mesma identidade e o mesmo perfi l que alunos de ciências sociais (VIANNA e outros, 1994; NOVAES, 1994; NER, 2001; ORO, 2004), mas se aproximam muito dos alunos de educação e pedagogia (VILLAS BOAS; PESSANHA 1995). Em geral, essas carreiras são majoritariamente femininas. O Serviço Social e o curso com a maior taxa de mulheres, entre todos os cursos universitários nos últimos 30 anos (BELTRÃO; TEIXEIRA, 2004). Além disso, 72% dos pais dos assistentes sociais (contando pai e mãe juntos) completaram no máximo até o Ensino Médio. Destes, 48% só têm o curso elementar (PNAD, 1996). Portanto, os alunos de Serviço Social são, majoritariamente, mulheres advindas de camadas baixas e pouco letradas da população.

Como você pôde observar, o autor do texto conseguiu juntar o pensamento de diferentes autores e concluir com o seu posicionamento, com suas conclusões, fi cou excelente!

3.4 Aprendendo a citar de acordo com a ABNT: defi nição, tipos e utilizaçãoAs citações são muito utilizadas para os fi chamentos e resumos, pois

ajudam a identifi car as falas dos autores aos quais você precisará recorrer para compor a revisão bibliográfi ca de seu artigo científi co. Para Martins (1994, p. 58), “citar é a menção, o texto de uma informação colhida em outra fonte. Pode ser uma transcrição ou paráfrase (citação livre do texto) de fonte escrita ou oral”, mas devem-se discutir os dados, reforçar as intenções da sua pesquisa ou até mesmo adequando-o. Ou melhor, citar fornece mais autoridade, por apresentar evidências, terá maior crédito no mundo científi co (BOAVENTURA, 2004).

Boaventura (2004) procura apresentar as citações conforme a seguir.

Citação direta: a frase ou o parágrafo é reproduzido exatamente como está na fonte consultada, sem alterar pontuações ou expressões. Deve indicar o número da página.

Citação indireta: nesse tipo de citação, contrariamente à citação direta, você faz um comentário, um resumo ou uma recriação do texto original, não há indicação do número da página por não se tratar de citação direta.

Citação de citação: quando você não teve acesso à obra original, mas à obra de segunda mão, então haverá uma citação de citação. Esse tipo sempre será inserido no parágrafo. Algumas expressões podem ser utilizadas nesse momento: apud signifi ca “conforme, segundo”, ou “citado por”.

Acompanhe no parágrafo seguinte a contribuição de Vianna, Novaes, NER, Oro, Villas Boas e Pessanha, Beltrão e Teixeira, PNAD! O escritor conseguiu reunir várias contribuições teóricas e apresentar, nas duas últimas linhas, um fecha-mento sobre o assunto.

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CAPÍTULO 3 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

268 7º PERÍODO • SERVIÇO SOCIAL • UNITINS

Citações breves

Citações longas

Esquema para citação de fonte bibliográfica.

Saiba mais

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CAPÍTULO 3 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

UNITINS • SERVIÇO SOCIAL • 7º PERÍODO 269

Pelas definições apresentadas, você deve ter assimilado que a revisão de literatura é mais do que reunir os fichamentos e resumos. Você terá de discutir os conteúdos e gerar reflexões sobre o seu tema de estudo para TCC.

As etapas da construção do embasamento teórico devem se iniciar com a busca constante de materiais atuais que falem sobre o assunto: revistas cientí-ficas, jornais, livros, enciclopédias, sítios, pesquisas em bibliotecas, auxílio de um bibliotecário e dos professores-orientadores pela interatividade on-line no ambiente virtual AVA. As fontes precisam ser indicadas corretamente, caso o leitor ou outros interessados queiram ter acesso a elas.

Para construir o revisão de literatura, o uso de citações é indispensável, é por isso que você aprendeu que citação não é apenas uma junção de frases ou parágrafos soltos, mas discussão e análise das informações coletadas visando a apresentá-las e a referenciá-las para dar maior credibilidade à sua pesquisa. Para a construção de um embasamento teórico, é necessário buscar fontes atuais, de preferência, na obra original. Nesse processo, sempre é bom ter um suporte de professores-orientadores, bem como da sua própria iniciativa em buscar outros materiais, com outras pessoas e bibliotecas.

Na prática, você aprendeu que existem citações diretas (a fala completa do autor), citações indiretas (a fala do autor é comentada em outras pala-vras), citação de citação (quando você não tem acesso direto à informação original) citações breves (até três linhas) e citações longas (mais de três linhas). Independentemente do tipo de citação que será utilizada, não se esqueça de indicar a fonte, de acordo com as normas da ABNT, as quais foram brevemente apresentadas neste capítulo e que podem ser consultadas em bibliotecas, pela internet e no ambiente virtual AVA, na disciplina de TCC.

Depois de você aprender sobre a importância e sistematização das leituras, agora é hora de irmos em busca de um tema e um problema para a elaboração do seu TCC. No próximo capítulo, há sugestões de eixos e subeixos estudados no Serviço Social. Lembre-se de que seu tema precisa estar inserido em um deles, mesmo que seja de forma implícita.

ReferênciasANTUNES, Celso. A grande jogada: manual construtivista de como estudar. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

BOAVENTURA, Edivaldo M. Metodologia da pesquisa: monografia, dissertação e tese. São Paulo: Atlas, 2004.

ECO, Umberto. Metodologia: como se faz uma tese. 15. ed. São Paulo: Perspectiva, 2000.

MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monografias e dissertações. São Paulo: Atlas, 1994.

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CAPÍTULO 3 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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Anotações

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CAPÍTULO 4 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

UNITINS • SERVIÇO SOCIAL • 7º PERÍODO 271

Qual é seu problema? 4Introdução

A escolha da área de estudo bem como o problema a ser investigado, são as primeiras e mais importantes decisões que você terá de enfrentar para iniciar suas pesquisas bibliográfi cas. Neste capítulo, você poderá tirar algumas dúvidas quanto à construção do problema de pesquisa, bem como os eixos e subeixos pertinentes ao Serviço Social.

Como pré-requisito deste capítulo, reveja o capítulo 6 de Análise de Práticas Institucionais do 5º período, no qual você estudou as diferentes formas de prática profi ssional do Serviço Social e ainda aprendeu a reconhecer os elementos para intervenção. Além disso, reveja o capítulo 5 da disciplina de Planejamento em Programas e Projetos, também do 5º período, especifi camente o ponto em que a problemática é apresentada como uma das etapas de um projeto. Resgatar esse assunto ajudará você a compreender a importância da problemática para o norteamento do estudo.

4.1 Vamos sistematizar o caminho a ser percorrido?Você precisa saber que, conforme já estudou no capítulo anterior, não basta

sair lendo tudo que aparecer no caminho para tentar inserir no seu trabalho de conclusão de curso, isso é o mesmo que deixar um pequeno barco à deriva em alto mar! Falo isso porque ao ler, precisamos ter clara nossa intencionalidade, ou seja, precisamos primeiro saber aonde queremos chegar, para sabermos, então, qual o melhor caminho e como chegaremos até lá.

É importante você defi nir de imediato as áreas de estudo que podem ser: criança e adolescente, idoso, meio ambiente, saúde, assistência social e tantas outras. Com base nas áreas de estudo do Serviço Social, você precisará pensar e defi nir um tema. Vejamos um exemplo.

Área: criança e adolescente, mas qual seria seu tema de estudo? Precisa delimitar um problema a ser estudado para estipular um tema. Por exem-plo: se você perceber que a gravidez na adolescência seria um problema existente na área da criança e do adolescente que desperta seu interesse em estudar/aprofundar nessa área, então, precisará dar um nome ao seu estudo, esse nome, seria seu tema. No caso, veja algumas sugestões.

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CAPÍTULO 4 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

272 7º PERÍODO • SERVIÇO SOCIAL • UNITINS

Tema 1: o que levaria as adolescentes a engravidarem?

Tema 2: gravidez na adolescência: toda informação é necessária

Tema 3: gravidez precoce: fatores que contribuem para esse fenômeno social

Tema 4: o desafio das mães-meninas

Tema 5: gravidez na adolescência: classe social faz diferença?

Tema 6: gravidez precoce: vida sexual é iniciada cada vez mais cedo

Tema 7: adolescência e saúde reprodutiva: as representações sociais

Como você pode notar, dentro de uma mesma problemática podem surgir muitos e muitos temas, por isso que não há nenhum empecilho entre os colegas, se outros grupos quiserem fazer o TCC na mesma área, problema e até no mesmo tema, desde que cada grupo trilhe um caminho próprio de estudo, com autores e análises diferentes. Cada ponto de vista é único!

Portanto você poderá desmembrar seu estudo dentro de uma mesma área, para vários caminhos diferentes, no entanto precisará escolher e definir somente um, para não ficar à deriva e se perder na elaboração do TCC.

Para escolher o tema de seu TCC, do qual se originará o artigo científico de revisão bibliográfica sobre uma temática social, você poderá se inspirar em:

uma problemática social detectada no Estágio Supervisionado em Serviço Social;

uma problemática social que desperta em você a curiosidade científica; ou ainda,

uma experiência profissional em alguma política pública.

Vejamos a seguir mais detalhes sobre cada uma dessas possibilidades de obtenção de um tema de estudo para seu TCC.

4.1.2 Etapas de um artigo originado de uma experiência/relatório de estágioÉ bem provável que você ou alguns de seus colegas já trabalhe em áreas

de atuação do Serviço Social, mesmo exercendo cargos administrativos ou de gestão, que, propiciam uma vivência/experiência em determinada temática. Por exemplo, se você trabalha há anos na política de assistência social do seu muni-cípio, nada o impedirá de escrever sobre o que já conhece profundamente. Para servir como seu TCC, precisa seguir toda a metodologia e formato de artigo aqui explicado e acordar com colegas que comporão seu grupo.

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CAPÍTULO 4 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

UNITINS • SERVIÇO SOCIAL • 7º PERÍODO 273

Se você nunca trabalhou em nenhuma política pública, movimento de base ou coisa assim, poderá obter do seu estágio em campo uma motivação para escolher o tema do seu TCC. Isso se justifica pelo fato de que, quando o estu-dante é encaminhado ao campo de estágio, ele é orientado a construir um projeto de intervenção que deverá ser desenvolvido em sintonia com a demanda observada. Caso contrário, não obterá sucesso, visto que não podemos propor ações se não conhecemos as necessidades e as características do público-alvo.

O relatório de estágio deve conter todas as etapas pertinentes a um projeto de intervenção (tema, problema, objetivos, justificativa, metodologia, embasa-mento teórico), bem como a análise, a discussão dos dados e as considerações finais acerca dos achados. Sua composição é semelhante à monografia, porém não existe a obrigatoriedade de ter mais de 50 páginas. Como argumenta Salomon (2001, p. 225), o relatório tem a função de “relatar a pesquisa em toda sua dimensão, desde o planejamento até as conclusões, mas de maneira concisa. Ao mesmo tempo, deve ser feito visando ao destinatário”.

Você pode partir do seu relatório de estágio, para formular seu TCC. Lembre-se de que cada um tem um formato específico e que são trabalhos distintos. No entanto a temática de interesse pode aparecer evidenciada no seu estágio. Se isso acontecer, você poderá apresentar o resultado do seu estágio em forma de um artigo científico para fins de TCC e de publicação.

Vejamos, a seguir, a imensidade de áreas de estudo que você pode proble-matizar e estudar para originar o seu TCC.

4.1.3 Conhecendo os eixos e subeixos de estudo do Serviço Social para delimitação do problema e tema do TCCCaro estudante, seu TCC precisa ter origem em áreas de estudo pertinentes

ao Serviço Social, ou seja, problemáticas que façam parte da discussão de nossa categoria, por isso, você precisa conhecer os eixos e subeixos que norteiam nossos estudos. Como seu TCC deve ser caracterizado como um artigo científico de revisão bibliográfica sobre uma temática social, é importante você saber que o tema escolhido pode ser oriundo de:

uma problemática social detectada no Estágio Supervisionado em Serviço Social;

uma problemática social que desperta em você a curiosidade científica;

uma experiência profissional em alguma política pública.

Não basta definir um problema de estudo, sem ter certeza se compete ao Serviço Social tal problemática, por isso, veja os eixos e subeixos a seguir, eles nortearão suas observações na definição do problema e tema a serem estudados.

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CAPÍTULO 4 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

274 7º PERÍODO • SERVIÇO SOCIAL • UNITINS

Quadro Eixos e subeixos.

EIXOS SUBEIXOS

Fundamentos do Serviço Social

Fundamentos históricos e teórico-metodológicos do Serviço Social

Pesquisa em Serviço Social

Projeto ético-político profissional do Serviço Social

Ética e Serviço Social

Formaçãoprofissional e o processo interventivo do Serviço Social

Formação profissional em Serviço Social

Processo interventivo do Serviço Social

Questão social e trabalho

Trabalho e classes sociais

Práticas sociais, instituições sociais, lutas sociais

Organizações da sociedade civil

Práticas sociais e instituições sociais

Lutas sociais e organizações da sociedade civil

Questão agrária, questão urbana e questão socioambiental

Questão agrária

Questão urbana

Questão socioambiental

Questões étnico-raciais, de gênero e de geração

Questão étnico-raciais

Questão de gênero (mulher/sexualidade)

Questão geracional: criança, adolescente, juventude e idoso

Controle social e participação social: Estado, direitos e democracia

Estado

Direitos e democracia

Direitos humanos

Política social

Planejamento e gestão de políticas, programas e projetos sociais

Seguridade social e políticas sociais setoriais

Seguridade social: saúde, previdência, assistência, educação, habitação, cultura, políticas de trabalho e geração de emprego e renda, desenvolvimento social e regional, entre outras

É importante que seu problema e tema de estudo pertençam a um desses eixos e/ou subeixos, que são bem abrangentes, favorecendo você com leque de possibilidades de estudo! Ressalto que seu tema precisa pertencer, mesmo que

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CAPÍTULO 4 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

UNITINS • SERVIÇO SOCIAL • 7º PERÍODO 275

implicitamente a algum desses eixos e subeixos, para que tenhamos certeza de que é de relevância para nossa profissão em específico.

Caso surjam dúvidas para definição da temática ou demais assuntos perti-nentes ao TCC, busque orientação pela interatividade da disciplina.

4.1.4 Qual é o problema que a sua pesquisa busca responder?Sabe-se que não é uma tarefa fácil escolher qual o tema que você terá

prazer em estudar, bem como qual problema gostaria de responder. Conforme Boaventura (2004, p. 33), “o mais aconselhável é a escolha fluir da experiência profissional do pesquisador. O problema poderá surgir, nos semestres finais do curso, com o estágio ou explorando a inclinação por determinada disciplina”. Fique atento ao seu dia a dia acadêmico, participe das discussões e observe se algo lhe chama a atenção. A partir disso, poderá descobrir um tema interes-sante, pois, “para encaminhar a pesquisa, parte-se da escolha do tema, do qual se formula o problema. Tema é o assunto que se quer desenvolver ou provar” (BOAVENTURA, 2004, p. 33).

Assim, de início, defina o tema maior. O pesquisador precisa compreender a função de um problema de pesquisa para sentir-se motivado a encontrar a resposta: qual é o problema que a sua pesquisa busca responder? Antunes (2001) sugere que não sejam abordados assuntos que já foram exaustivamente pesquisados, nem aqueles sobre os quais ainda há muita incerteza, por serem inovadores, isso dificulta consideravelmente a operacionalização do trabalho devido ao fato de não haver material suficiente para você pesquisar e construir sua revisão de literatura. Boaventura (2004, p. 37) acrescenta que,

O problema cientificamente considerado há de possibilitar trata-mento metodológico, com verificação pelas técnicas e processos que possibilitem evidências empíricas. Em síntese, problema é uma questão ainda não resolvida ou resolvível que permite abor-dagem metodológica no encaminhamento de solução.

Para Henriques e Medeiros citados por Boaventura (2004, p. 37), o “problema significa qualquer questão não resolvida que é objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento”. Ou seja, além de ser algo que apre-senta algumas lacunas, apesar de já haver sido foco de pesquisas, o problema deve ser possível de resolver por meio de um estudo metodológico, em todas as áreas de estudo.

Boaventura (2004, p. 38) demonstra magnificamente os pontos em xeque para um problema de pesquisa: “o problema deve ser formulado como pergunta [...]; deve ser claro e preciso [...]; deve ser empírico, ou seja, baseado na expe-riência [...]; deve ser suscetível de solução [...]; e deve ser delimitado a uma dimensão viável [...]”. Nesse sentido, Antunes (2001, p. 49) acrescenta que,

Se a pesquisa é, em síntese, uma resposta, é essencial que sempre comece com uma pergunta. Se você tem uma pergunta e sabe a

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CAPÍTULO 4 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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resposta, não há pesquisa a ser feita. Ao contrário, toda pergunta sem resposta ou com uma resposta insufi ciente representa o ponto de apoio para toda pesquisa.

Um problema deve ter o objetivo de encontrar uma ou mais possíveis respostas para alguma temática observada e, claro, “quanto mais fácil a resposta, mais simples a pesquisa; quanto mais amplas e mais difíceis as respostas, tanto mais se justifi ca a razão de ser de uma pesquisa” (ANTUNES, 2001, p. 49). Assim, aconselho a você que procure um meio termo, nada que seja tão evidente, mas também nada que leve a um resultado incoerente e difi culdades de operaciona-lização devido à falta de material de pesquisa.

Você conhece os dez mandamentos da pesquisa? Siga cada um deles, senão poderá pecar severamente... na pesquisa, é claro!

Todo prazer tem o seu preço

1. Não cobiçarás o tema do teu próximo, porque a grama do jardim do teu vizinho não é mais verde.

2. Não pesquisarás o que está apenas na tua cabeça, a menos que o estudo seja precisamente sobre ela.

3. Não investigarás tema sem fonte, porque a tua tarefa é fazer os dois se comunicarem.

4. Não te perderás em meio à falta ou ao excesso de planejamento, a menos que a tua genialidade te permita prescindir dele.

5. Não desprezarás a rotina, porque ela pode te libertar para o exercício da criatividade.

6. Não menosprezarás as normas, a menos que pretendas transformá-las.

7. Não te julgarás incompetente, porque não o és, até prova em contrário.

8. Não escreverás uma obra-prima, a menos que já sejas maduro para produzi-la.

9. Não farás uma colcha-de-retalhos, porque és capaz de um trabalho verdadeiramente intelectual.

10. Não ignorarás os teus leitores, a menos que te aches mais impor-tante do que eles.

Fonte: Azevedo (2001, p. 7-9).

4.1.5 Seu problema de pesquisa será seu guiaEmbora seja um dos primeiros aspectos a ser escolhido para a realização de

um estudo, o problema segue todas as outras etapas. Boaventura (2004, p. 33)

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CAPÍTULO 4 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

UNITINS • SERVIÇO SOCIAL • 7º PERÍODO 277

nos ensina que, “como ponto de partida da pesquisa, o problema é desdobrado em questões ou hipóteses, fundamentado na literatura concernente e operacio-nalizado pela metodologia, ou seja, em torno do problema girará toda a inves-tigação” (grifo nosso).

Como a construção da pesquisa é uma tarefa constante, Antunes (2001) acredita que o problema de pesquisa pode sofrer algumas alterações, conforme o desenrolar das demais etapas, seja pelas leituras, pela dissertação, pelos obje-tivos estabelecidos. Porém essas alterações não indicam pontos negativos ao pesquisador, mas que ele está conseguindo discutir e avaliar o tema que propõe investigar, com melhorias constantes.

Diante dessas observações, podemos partir para a construção de um problema claro e viável, de acordo com o tema que nos interessa, visto que ele guiará todas as demais etapas de uma pesquisa. Já (re)pensou em algo?

Comece tentando problematizar seu foco de estudo se perguntando:

qual assunto trabalharei?

a que pergunta/problema busco responder com este estudo?

É importante você procurar os ‘porquês’ dos fenômenos sociais, por isso é fundamental problematizá-los. Em seguida, deverá então definir marco teórico de referência se perguntando:

por que escolhi este assunto?;

quais autores renomados que já escreveram sobre tal? O que dizem a respeito?;

após ler os textos dos autores, que análises e críticas faço?;

quais os problemas que ainda me preocupam?;

qual a relevância deste estudo?.

Após refletir e ter claro cada um desses questionamentos, então é hora de definir sua bibliografia básica, pois, provavelmente, você não utilizará todos os autores que leu, selecionará os mais importantes que servirão para funda-mentar todo o estudo e que estarão explícitos na sua revisão de literatura, sem se esquecer de mencioná-los nas referências bibliográficas, pois a fundamentação, “pela revisão de literatura, inclui estudos e pesquisas anteriores realizados e publicados”, explica Boaventura (2004, p. 27).

Saiba mais

Para complementar seus estudos com maior agilidade e praticidade nas pesquisas, visite sítios científicos e bibliotecas virtuais, como:

<http://www.periodicos.capes.gov.br/portugues/index.jsp>

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CAPÍTULO 4 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

278 7º PERÍODO • SERVIÇO SOCIAL • UNITINS

<http://www.cfess.org.br/>

<www.scielo.br>

<http://www.ucs.br/ucs/biblioteca/periodicos/servicosocial>

Neles, você encontrará muitos artigos científicos interessantes que poderão subsidiar a delimitação do seu tema!

4.1.6 Não há um bom trabalho científico, sem muito trabalho!

Desde já, você precisa ter claro, que não há um bom trabalho científico, sem muito trabalho! Todas as técnicas de estudo que você vem aprendendo no decorrer das aulas servem como suporte para suas atividades na elaboração do TCC, no entanto esse é um momento que você precisa avançar com autonomia. É importante haver uma sistematização para a prática do trabalho que envolva atividades individuais e em grupo, já que farão o TCC em grupo.

Para Antunes (2001, p. 50), é essencial “enquadrar o tema de sua pesquisa em dois itens: tempo e espaço”, justamente para saber a sequência do que será reali-zado, onde e quanto tempo poderá levar para concluir cada momento, isso pres-supõe que você construa um cronograma de atividades para elaboração do TCC.

O cronograma é definido por Lui (2004, p. 117) como sendo “a descrição pormenorizada das etapas que serão trabalhadas para realizar a pesquisa”. É no cronograma que o pesquisador estipulará prazo para cada atividade, de acordo com a hierarquia de execução e com o tempo de que se dispõe. O autor esclarece que o cronograma pode ser quinzenal, semanal, diário, dependerá da quantidade de atividades, do tempo que será necessário para executá-las, bem como do tempo que o pesquisador tem para concluir a pesquisa.

Portanto não basta ter boa vontade e ideias fantásticas, precisa operacio-nalizar os estudos e condensá-lo em um artigo científico de revisão bibliográfica como fruto final, para tal precisa sistematizar as ideias, organizar seu tempo, juntamente com seu grupo, discutir sobre a temática com base nas leituras dele-gadas para cada um, isso facilita a discussão!

Neste capítulo, discutimos a escolha de um problema e sua implicação na pesquisa. Vimos que o problema surge a partir de um tema, que pode ser moti-vado por leituras ou vivências. Enfim, o problema deve ser interessante para o pesquisador, o qual não deverá utilizar temas tão comuns ou tão complexos, mas algo possível de ser estudado e respondido e, ainda, que faça parte dos eixos e subeixos do Serviço Social, já que são amplos e podem direcioná-lo nessa busca científica. Todo trabalho de cunho científico exige sistematização e muito empenho, por isso foi recomendado a construção de um cronograma de ativi-dades, simplesmente para direcionar e organizar o tempo e o espaço de todas as etapas de construção do TCC.

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CAPÍTULO 4 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

UNITINS • SERVIÇO SOCIAL • 7º PERÍODO 279

A sistematização e o planejamento das ações para a produção científica é imprescindível! Por isso, no próximo capítulo, você aprenderá como diferen-ciar os tipos de pesquisa quanto à sua natureza e ainda conhecerá a forma de escrita da metodologia do seu trabalho de conclusão de curso, que é um item muito importante que comporá a parte do desenvolvimento do seu trabalho.

ReferênciasANTUNES, Celso. A grande jogada: manual construtivista de como estudar. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: descubra como é fácil e agradável elaborar trabalhos acadêmicos. 10. ed. São Paulo: Agnos, 2001.

BOAVENTURA, Edivaldo M. Metodologia da pesquisa: monografia, dissertação e tese. São Paulo: Atlas, 2004.

LUI, Jandislau José. Recomendações de metodologia científica. Gurupi: UFT, Fundação UNIRG, 2004.

SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins

Fontes, 2001.

Anotações

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CAPÍTULO 4 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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CAPÍTULO 5 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

UNITINS • SERVIÇO SOCIAL • 7º PERÍODO 281

Metodologia do seu trabalho de conclusão de curso 5Introdução

Partiremos agora para os aspectos de execução do seu TCC, para tal, serão apresentados a você os percursos metodológicos que poderão ser adotados, que devem constar tanto no resumo, como no desenvolvimento do seu TCC. Mesmo sendo um artigo de revisão bibliográfi ca, a redação de seu TCC exige rigor científi co, ou seja, a metodologia adotada precisa estar clara e explícita no resumo e no desenvolvimento do seu trabalho.

Todo trabalho científi co é subsidiado por um estudo bibliográfi co, pela busca de informações sobre o assunto focado, pela identifi cação das leituras mais rele-vantes às questões levantadas, bem como pelos objetivos almejados. De nada adiantaria realizar vastos procedimentos metodológicos se não se dispusesse de um embasamento teórico sobre as informações estudadas. Veremos, a seguir, alguns tipos de pesquisa que podem servir de subsídios aos seus estudos: não se esqueça de citá-las no resumo e no desenvolvimento do artigo.

Para você diferenciar os tipos de pesquisa quanto à sua natureza e conhecer a forma de escrita da metodologia do seu trabalho de conclusão de curso, não pode deixar de rever o capítulo 2 da disciplina de Pesquisa Social I do 6º período, no qual foi abordado o método em ciências humanas e a pesquisa social, principalmente no item 2.1, intitulado O que é metodologia de pesquisa. Mesmo seu artigo sendo de revisão bibliográfi ca, e não de pesquisa de campo, você precisa conhecer os procedimentos metodológicos de cada tipo de estudo, daí a importância de rever esse conteúdo.

5.1 Alguns tipos de pesquisaTendo em vista que “a bibliografi a sobre metodologia científi ca apresenta

grande número de tipos de estudos, ou pesquisas” (MARTINS, 1994, p. 26), reunimos alguns para apresentar a você. Na grande maioria das pesquisas, há um mesclado entre aquelas que se complementam, como é o caso da pesquisa bibliográfi ca, documental ou histórica e a pesquisa de campo.

A pesquisa bibliográfi ca caracteriza-se como a busca teórica por informações e “tem como objetivo recolher, selecionar, analisar e interpretar as contribuições teóricas já existentes sobre determinado assunto” (MARTINS, 1994, p. 28).

Segundo Medeiros (2000), a pesquisa bibliográfi ca representa o levantamento da bibliografi a referente ao assunto que se deseja estudar. O autor defi ne as quatro

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CAPÍTULO 5 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

282 7º PERÍODO • SERVIÇO SOCIAL • UNITINS

etapas iniciais da pesquisa bibliográfica: identificação, localização, compilação e fichamento. Veja a seguir em que consiste cada uma dessas etapas.

Identificação: cuida do recolhimento bibliográfico que existe a respeito do assunto em questão. Esse levantamento é feito por meio de catálogos de editoras, livrarias, de órgãos públicos, de entidades de classe, de universidades, de bibliotecas.

: é a fase posterior ao levantamento bibliográ-fico e significa a localização das obras específicas, a fim de conseguir as informações necessárias.

Compilação: caracteriza-se como fase da obtenção e reunião do material desejado.

Fichamento: é a transcrição dos dados em fichas, para poste-rior consulta e referência, devendo-se anotar os elementos essenciais ao trabalho. Portanto, essas anotações devem ser completas, claramente redigidas e fiéis ao original (MEDEIROS, 2000, p. 38).

Você pode notar que tudo se inicia com a busca, a seleção e a sistematização do material necessário ao seu estudo. Depois de localizar e compilar, o registro de tudo é essencial e você já estudou sobre como fazer os fichamentos no capítulo 2 desta disciplina, principalmente no item 2.3 Depois de ler, é hora de registrar!

Como seu TCC será um artigo de revisão bibliográfica, toda metodologia deve ser de pesquisa bibliográfica e não de campo. A pesquisa bibliográfica deve ser também sistematizada com procedimentos formais para a aquisição de conhecimento sobre a realidade. De acordo com Medeiros (2000, p. 40), a pesquisa bibliográfica

Não se resume na busca da verdade; aprofunda-se na procura de resposta para todos os porquês envolvidos na pesquisa.

Utiliza, por isso, métodos científicos, reflexão sistematizada, controle de variáveis, observação atenta aos fatos, estabelecimento de leis ou checagem de informações com o conhecimento já adquirido.

Portanto a pesquisa bibliográfica exige profundidade de conhecimento de determinado assunto, para que você, como pesquisador, possa buscar as respostas aos porquês que motivaram o estudo. Para tal, precisa haver planeja-mento, sistematização e reflexão sobre cada nova leitura, para você buscar a conexão (consensos ou dissenso) entre os diferentes autores estudados. Por esse motivo é que o primeiro passo é delimitar um tema, depois elaborar um plano de trabalho, para partir para a identificação, compilação e fichamento. Somente após esses passos, é que você deverá partir para a análise e a interpretação, que precisam estar explícitas na redação do seu trabalho.

A pesquisa bibliográfica pode ser complementada por meio de diferentes fontes, que é caso de se recorrer a pesquisas em documentos e/ou ao campo para constatar como os fenômenos acontecem, vejamos como isso pode acontecer!

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UNITINS • SERVIÇO SOCIAL • 7º PERÍODO 283

A pesquisa documental “tem por finalidade reunir, classificar e distribuir os documentos de todo gênero dos diferentes domínios da atividade humana”, e a pesquisa histórica busca reconstruir as informações e fatos do passado (MARTINS, 1994, p. 28), ou simplesmente “descreve o que era” (SALOMON, 2001, p. 159). A própria pesquisa bibliográfica caracteriza-se como documen-tação indireta de análise. “Além da pesquisa bibliográfica, pode-se também utilizar uma investigação de documentos de primeira mão, que ainda não foram objeto de estudo. A documentação direta abrange a observação da própria realidade e entrevista” (MEDEIROS, 2000, p. 40). Já a pesquisa histórica, segundo Boaventura (2004, p. 55), é um tipo de pesquisa que é indicada para atender aos problemas situados no passado, visto que “parece ser essa a mais apropriada metodologia quando os dados e a sua interpretação derivam de fontes documentais de eventos passados”.

Tanto para a pesquisa bibliográfica como a documental, suas fontes divi-dem-se em primárias e secundárias, veja a seguir como se constituem:

Pesquisa documental

Constituem fonte primária os documentos adquiridos pelo próprio autor da pesquisa. Esses documentos podem ser encontrados em arquivos públicos, particulares, anuários estatísticos. São ainda consideradas fontes primárias: fotografias, gravações de entrevistas, de programas radiofônicos ou provenientes de televisão, desenhos, pinturas, músicas, objetos de arte (MEDEIROS, 2000, p. 41).

Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica constitui-se de fonte secundária. É aquela que busca o levantamento de livros e revistas de relevante inte-resse para a pesquisa que será realizada. Seu objetivo é colocar o autor da nova pesquisa diante de informações sobre o assunto de seu interesse (MEDEIROS, 2000, p. 41).

Portanto, para elaborar seu artigo poderá recorrer somente à pesquisa bibliográfica (fontes secundárias) ou poderá complementar com a pesquisa docu-mental (fontes primárias). Ressalto novamente que, ao fazer o seu TCC, você não deverá utilizar a pesquisa de campo, conforme determinações da Unitins, mas é importante que conheça para subsidiar futuros estudos e a própria prática profis-sional. Vejamos a seguir em que consiste esse tipo de pesquisa.

A pesquisa de campo é uma das mais utilizadas, principalmente nas ciências sociais, “corresponde à coleta direta de informações no local em que acontecem os fenômenos”, explica Martins (1994, p. 28). Portanto a pesquisa de campo é aquela em que o pesquisador entrevista e/ou convive com as pessoas para obter as informações necessárias para seu estudo. Para tal, faz uso de roteiro de entrevistas, questionários, formulários, visitas e demais instrumentos. Para saber mais sobre esse assunto, veja a disciplina de Pesquisa Social I também do 6º período, lá você está estudando sobre os diferentes tipos de pesquisa e os devidos procedimentos metodológicos.

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284 7º PERÍODO • SERVIÇO SOCIAL • UNITINS

Atenção: para concluir seu curso, não é recomendável que você colete esses dados utilizando a pesquisa de campo, pois isso envolveria questões éticas ao lidar com minorias sociais e para tal, precisaria haver primeiro um projeto de pesquisa autorizado por um comitê de ética da universidade.

Fica claro que, na metodologia, é preciso constar se é uma pesquisa pura-

mente bibliográfica, ou se é também documental e/ou histórica. No caso de

pesquisa de campo, devem estar claríssimos na metodologia os procedimentos e

os instrumentos adotados para tal. Como você pode notar, os diferentes tipos de

pesquisa não se excluem, podem perfeitamente se complementar na composição

metodológica escolhida!

Saiba mais

Para saber mais como elaborar o artigo científico, recomendo o Manual de artigos científicos, da autora Hortência de Abreu Gonçalves, da editora Avercamp. Ele traz de forma clara e objetiva as regras para elaboração de artigos, de acordo com as normas da ABNT. Vá a uma livraria mais próxima ou sítios de venda de livros e procure por esse material, pois com certeza será de grande auxílio para a elaboração do seu TCC!

Depois de conhecer sobre alguns tipos de pesquisa, é hora de você conhecer,

algumas classificações da pesquisa que também fazem parte da metodologia do

trabalho científico.

5.1.1 Classificação da pesquisa

Gil citado por Boaventura (2004) classifica as pesquisas em exploratórias, descritivas e explicativas. Vejamos em que consistem!

As pesquisas exploratórias explicitam um problema e, para tal, utilizam

vários métodos de coleta de dados; já as pesquisas explicativas identificam

os fatores que interferem na ocorrência dos fenômenos, por isso visam a uma

pesquisa mais experimental.

Segundo Salomon (2001), as pesquisas exploratórias e explicativas buscam

definir melhor a problemática, trabalham com as hipóteses e as variáveis, sempre

em busca de possíveis soluções.

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Para Martins (1994, p. 28), a pesquisa descritiva descreve determinado grupo, população ou fenômeno, “tem como objetivo a descrição das caracterís-ticas de determinada população ou fenômeno, bem como o estabelecimento de relações entre variáveis e fatos” e, para Salomon (2001), a pesquisa descritiva utiliza muito a comparação e o contraste entre fatos, variáveis.

Por fim, em meio a esses três tipos de pesquisa, fique atento e fundamente o porquê de essa ou aquela classificação da pesquisa no desenvolvimento/metodologia do seu artigo! Inclusive, você poderá recorrer a autores de metodologia científica para fundamentar sua escolha e utilizar autores de renome da pesquisa científica.

Saiba mais

Recomendo a você um livro para utilizar na fundamentação da metodolo-gia do seu TCC e também para ajudá-lo nas técnicas e nos procedimentos de leitura, resumos, fichamentos e muito mais!MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resu-mos, resenhas. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2000.

Procure nas bibliotecas de universidades, adquira-o em livrarias, consulte os locais em que o livro está disponível pelo sítio <http://www.editoraatlas.com.br>.

A seguir, você verá como organizar a redação da sua metodologia no TCC.

5.2 Organizando a metodologiaToda pesquisa de cunho científico segue procedimentos pré-estabelecidos,

de acordo com o tipo de pesquisa adotado, como você estudou nos tópicos ante-riores deste capítulo. Agora você será orientado quanto à formatação e à distri-buição dos conteúdos necessários para composição da metodologia, que deve estar detalhada no desenvolvimento do seu TCC como também deve constar sucintamente no resumo do seu artigo.

A metodologia é o tópico mais próximo da realidade vivenciada pelo estudante/pesquisador, visto que ela descreverá em detalhes como a pesquisa aconteceu. Lembre-se de que todo estudo científico precisa seguir um rigor metodológico.

O corpo dissertativo da metodologia segue a formatação do texto do emba-samento teórico no item desenvolvimento, considerando, é claro, as formas de citações das fontes consultadas. Para seu artigo científico, a metodologia é fundamental no desenvolvimento do trabalho, pois é como justificará de onde tirou aqueles dados, informações, constatações. São tantos detalhes a serem

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mencionados, que seria interessante você seguir os acontecimentos cronologica-mente. Segundo Gil (2002, p. 162), a organização da metodologia dependerá do tipo de pesquisa realizada.

No tópico metodologia, o pesquisador deve descrever todos os passos adotados do início ao fim da pesquisa. Aqui você apresentará a caracterização e/ou tipologia da pesquisa (por exemplo, bibliográfica, documental, qualitativa etc.), população e amostra, bem como os detalhes dos materiais e dos métodos utilizados durante todo seu estudo, a ponto de outra pessoa poder reproduzi-lo, caso tenha interesse.

Caso seu trabalho de conclusão de curso seja baseado em experiência profissional em política social ou em uma problemática de estágio, procure relatar em detalhes quais atividades foram realizadas, especifique os materiais e os métodos. Para os acadêmicos que forem fazer sobre uma problemática perti-nente ao estágio, o diário de campo poderá ser uma ótima fonte a ser consul-tada para construção da sua metodologia, desde que tenha tudo anotado diaria-mente, passo a passo com as devidas fundamentações e reflexões teóricas.

Os detalhes a que me refiro podem ser exemplificados quando o pesqui-sador utiliza métodos, dinâmicas, ações, questionários, formulários. Nesse caso, você deverá descrever todos os instrumentos utilizados, qual o seu conteúdo, a intenção e a relação desses quanto ao atendimento dos objetivos propostos no estudo. Afinal, suas ações não podem perder de vista a finalidade!

Para praticar, coloque os objetivos do seu trabalho em uma coluna, e na outra especifique de que dados ou informações precisará. A partir de então, detecte de que forma poderá conseguir o que procura: quais métodos? Caso utilize mate-riais e/ou métodos de outros autores, não se esqueça de citar a fonte.

A sua experiência poderá ser contada em subtópicos, como se fosse um diário. Nesse caso, somente você poderá dizer como ficará mais bem distribuído o conteúdo, mesmo que a sugestão dada neste capítulo seja a sequência crono-lógica. O importante é não faltar nenhuma ação que tenha sido realizada!

Gil (2002, p. 162) menciona com clareza os conteúdos que devem compor a metodologia de um trabalho científico, sequencialmente:

tipo de pesquisa, pois “deve-se esclarecer se a pesquisa é de natureza exploratória, descritiva ou explicativa. [...] tipo de delineamento a ser adotado (pesquisa experimental, levantamento, estudo de caso, pesquisa bibliográfica etc.)”;

o universo a ser estudado e como a amostra será selecionada;

identificam-se quais as técnicas a serem utilizadas para coleta de dados, descrevendo os instrumentos em detalhes;

se os procedimentos serão quantitativos ou qualitativos na análise dos dados.

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CAPÍTULO 5 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

UNITINS • SERVIÇO SOCIAL • 7º PERÍODO 287

No seu TCC, você precisa evidenciar no texto sobre a metodologia se se trata de pesquisa bibliográfica e/ou documental, qualitativa, e que não há um universo e uma amostra delimitada, nem instrumentos de coleta de dados, já que é de revisão bibliográfica. Se você fizer análise documental, poderá expor os critérios de seleção desses documentos, de onde são, porque são importantes e assim por diante. Se for só de revisão bibliográfica, poderá evidenciar quais os autores principais estudados e que subsidiarão o artigo. Portanto você não precisará seguir exatamente a ordem dos itens anteriores, no entanto deve ficar atento para que contenha todas as infor-mações de como fez o estudo em forma de texto, com lógica textual.

Portanto, a metodologia no seu artigo é o como fiz meu estudo, para tal, precisará evidenciar como eu cheguei aos resultados. É onde você colocará os caminhos percorridos, com o máximo possível de riqueza de informações, pois isso dá credibilidade ao estudo.

Neste capítulo você aprendeu sobre os tipos de pesquisa e como organizar teoricamente sua metodologia no item desenvolvimento em seu artigo científico. Utilizando as mesmas orientações do embasamento teórico e das citações, você descreve todos os passos adotados durante toda a pesquisa. Um detalhe impor-tante é escolher os materiais e os métodos que possam ajudá-lo a alcançar seus objetivos de estudo.

No próximo capítulo, você estudará sobre como se caracteriza, estrutura-se, e também como se elabora o artigo científico.

ReferênciasBOAVENTURA, Edivaldo M. Metodologia da pesquisa: monografia, dissertação e tese. São Paulo: Atlas, 2004.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monografias e dissertações. São Paulo: Atlas, 1994.

MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

Anotações

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CAPÍTULO 5 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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CAPÍTULO 6 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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Muito prazer! Eu me chamo artigo científi co! 6

IntroduçãoExigir o artigo científi co como trabalho de conclusão de curso, ao invés de

monografi a ou outros trabalhos, é uma forma inovadora adotada por muitas instituições de ensino que buscam desenvolver e incentivar a pesquisa científi ca e, principalmente, sua divulgação em eventos, congressos, reuniões e revistas conceituadas. Essa inovação se justifi ca porque o objetivo de todo estudo e pesquisa que têm teor científi co é justamente a apresentação de resultados que possam ser utilizados pela comunidade científi ca, contribuindo para seu desen-volvimento. Daí, entende-se que um TCC em forma de artigo facilita e motiva o aluno a publicizá-lo na sociedade acadêmica.

Para elaboração do artigo, não há nenhum bicho-de-sete-cabeças, ao contrário, é bem simples, desde que haja dedicação!

Agora você conhecerá o formato do artigo científi co e poderá detectar que o corpo do trabalho que é o desenvolvimento, é onde deve constar a metodo-logia como você já pôde estudar no capítulo anterior. Prossigamos!

Para você conhecer a estrutura do artigo científi co e aprender a elaboração da estrutura de um artigo científi co, com ênfase na introdução, recomendo que você associe este conteúdo que será trabalhado agora, com o do capítulo 2 desta disciplina, no qual foram abordadas as técnicas de leitura. Essas técnicas pressu-põem sistematização para desenvolver a leitura informativa/analítica utilizando resumos, fi chamentos e resenhas, que são formas de registrar os conteúdos/autores estudados. Pois bem, fazendo isso, você conseguirá perceber como utili-zaremos de forma prática todas essas leituras que fi zermos na elaboração do TCC, pois conhecerá, agora, sua estrutura em formato de artigo científi co.

6.1 O que é um artigo?Um artigo científi co é um texto escrito, que visa, principalmente, à publicação

em periódicos especializados e tem como objetivo maior comunicar o resultados de estudos, pesquisas, seja experimental, quase experimental ou documental. Por isso, de acordo com Gonçalves (2004, p. 21), o objetivo do artigo

Consiste em permitir a divulgação dos resultados de trabalhos de pesquisa, para conhecimento público, não só no sentido do paten-teamento da autoria, como também da manifestação de atitudes

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CAPÍTULO 6 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

290 7º PERÍODO • SERVIÇO SOCIAL • UNITINS

críticas, que venham contribuir para o aprofundamento e a compre-ensão inovadora de estudo realizado sobre determinado tema.

O artigo a ser elaborado por você, acadêmico, para fins de TCC, é de revisão, porque partirá de publicações que já existem sobre determinado tema e discutirá a respeito, sempre buscando um novo enfoque sobre o que já foi escrito por meio de considerações construídas no decorrer do estudo. Por isso seu enfoque e metodologia para o TCC não seguirão o artigo original, o qual pressupõe temas únicos, delimitados, seguindo um raciocínio rigoroso e metodo-lógico. Assim como também, não recomendamos a coleta de dados por meio de pesquisa de campo, pois esse tipo de coleta exige métodos e técnicas apuradas e um comitê de ética para analisar e autorizar os projetos de pesquisa antes mesmo de serem desenvolvidos.

6.1.1 Formato e tipos de artigoEm geral, quanto ao formato, os artigos têm tema, nome dos autores e iden-

tificação, resumo/abstract com número determinado de palavras ou caracteres, três ou quatro palavras-chave, introdução, desenvolvimento com metodologia e análise dos dados, conclusão/considerações finais e referências bibliográficas. Tal estrutura pode variar levemente de uma instituição para outra, no entanto, normalmente, é esta a estrutura exigida.

Saiba mais

Veja o número de caracteres disponíveis para cada item do artigo (resumo, introdução, desenvolvimento e considerações finais e outros), no manual de TCC no ambiente virtual AVA, na disciplina de Orientação de Trabalho de Con-clusão de Curso I, para não incorrer no erro comum de escrever muito e depois não conseguir postar na ferramenta on-line para que os professores façam as devidas correções. Tal postagem é indispensável!

Quanto à formatação, todo o texto deverá seguir a fonte Arial, tamanho 12, justificado, espaço entre linhas de 1,5, exceto para citações longas. Consulte o manual de TCC disponível no ambiente virtual, lá você encontrará todas as di-cas de formatação e muitas outras imprescindíveis à elaboração do seu artigo!

Quanto aos tipos/abordagens de artigo que há, segundo Lakatos e Marconi citadas por Gonçalves (2004), dividem-se em:

argumento teórico: é a abordagem do artigo que apresenta os argu-mentos favoráveis ou contrários (dissensos e consensos) a uma determi-nada opinião a fim de comprová-la, reafirmá-la ou ainda, para negá-la, refutá-la;

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CAPÍTULO 6 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

UNITINS • SERVIÇO SOCIAL • 7º PERÍODO 291

classifi catório: é a abordagem do artigo que classifi ca os aspectos de um determinado assunto e explica suas partes;

analítico ou de análise: é a abordagem que prioriza o estudo de cada elemento constitutivo do assunto/tema e a sua relação com o todo. Por isso, podemos até dizer que é um exercício prático de mediação no Serviço Social por buscar compreender a totalidade dos fenômenos a partir da relação da singularidade com a universalidade. Talvez, seja por isso que o artigo analítico seja o mais utilizado pelos assistentes sociais.

Observe no exemplo a seguir, um modelo padrão de estrutura de artigo já publicado. No exemplo dado, não há tópico específi co para análise e discussão dos dados por tratar-se de uma revisão bibliográfi ca e tais análises estão embu-tidas no desenvolvimento.

PESQUISA E SERVIÇO SOCIAL: da concepção burguesa de ciências sociais à perspectiva ontológica

Ricardo Lara1

1Assistente Social, Mestre e Doutor em Serviço Social pela UNESP, Professor da UNIUBE e do UNIFEG

RESUMO: este artigo tem como objetivos questionar a concepção burguesa de ciências sociais, apresentar um breve histórico da pesquisa em Serviço Social e expor os primeiros passos da ‘perspectiva ontológica’ enquanto referência teórico-metodológica, com enfoque na produção do conhecimento no mundo acadêmico atual. As considerações alertam que a pesquisa e o esclarecimento teórico para os assistentes sociais, na atual conjuntura, tornaram-se seus principais meios de trabalho, pois é a partir da sistematização da realidade social que o profi ssional tem condições de agir com mais segurança e dar possíveis respostas que sejam aceitas pela objetividade social. O ponto de partida é situar o Serviço Social como profi ssão que vem assegurando o seu espaço no âmbito da pesquisa, principalmente, no que diz respeito aos estudos sobre as expressões da questão social. Destarte, acredita-se que os objetos de investigação do Serviço Social emergem de uma realidade concreta e estabelecem suas mediações em uma sociedade que se produz e reproduz por meio de contradições inconciliáveis.

Palavras-chave: ciências sociais, Serviço Social, pesquisa.

ABSTRACT: The purpose of this article is to question the bourgeois concept of social sciences, to present a brief history of research in Social Work and to present the fi rst steps of the ‘ontologic perspective’ as a theoretical-methodological reference, with a focus on the production of knowledge in the current academic world. The considerations warn that research and theoretical clarifi cation for social assistants in the current situation become their principal means of work, because it is from the systematization of the social reality that the professional has the ability to act with greater

Nome do autor seguido da identifi cação profi ssional

Título completo do trabalho

Palavras-chave são a essência do texto. Aconselhável que seja de três a cinco palavras.

Resumo do trabalho, indicando objetivos, conteúdos, conside-rações e encaminha-mentos. É uma síntese.

Abstract e key-words nada mais são do que o mesmo resumo e palavras-chave em inglês.

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security and to give possible responses that would be accepted by the social objectivity. The study begins by locating Social Work as a profession that has been guaranteeing its space in the realm of research, principally in relation to studies about expressions of social issues. Thus, it maintains that the objects of social science research emerge from a concrete reality and establish their mediations in a society that produces and reproduces by means of unreconcilable contradictions.

Key-words: social sciences, Social Work, research.

INTRODUÇÃO

O Serviço Social contemporâneo responde por uma signifi cativa produção de conhecimentos nas mais diversas áreas e subáreas das ciên-cias sociais. A partir dos anos de 1980, com maior evidência, a profi ssão se inseriu como interlocutora das demais áreas do conhecimento e começou a responder pela sua própria produção teórica, permitindo maior destaque à pesquisa acadêmica.

A pesquisa que, necessariamente, gera a produção do conhecimento tornou-se pré-requisito ao assistente social, por meio da investigação cien-tífi ca, que na verdade é a sistematização de uma determinada realidade social, o profi ssional consegue apreender as intrincadas conexões do real e, assim, construir um caminho mais seguro para aproximar-se de respostas concretas tão almejadas nas suas intervenções.

Neste texto, temos como objetivo discutir brevemente a concepção burguesa de ciências sociais, os caminhos da pesquisa e da produção do conhecimento na ‘Universidade Moderna’1 e, ousamos apresentar os primeiros passos da ‘perspectiva ontológica’ enquanto referência teórico-metodológica, para apreensão e sistematização da realidade social.

Prolegômenos à crítica da concepção burguesa de ciências sociais

[...]

Atenção: cada subtítulo deve ser exaustivamente explorado e funda-mentado em autores de renome. Todo o conteúdo deve ser em forma de texto, fazendo uso de citações diretas e indiretas.

Pesquisa e Serviço Social – é necessário um posicionamento?

[...]

Uma perspectiva ontológica para o Serviço Social

[...]

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Abordar a temática da concepção burguesa de ciências sociais, pesquisa, produção do conhecimento em Serviço Social e perspectiva onto-lógica é de suma importância, pois deparamos com um crescimento gigan-tesco de materiais de pesquisa e, concomitantemente, de profi ssionais que são titulados por tais produções.

As considerações fi nais trazem comen-tários acerca dos conteúdos atingidos, retomando os obje-tivos e a proble-mática apontada inicialmente.

Após as páginas pré-textuais, surge a

introdução, uma das últimas etapas a serem

escritas. Assim como as páginas pré-textuais.

O desenvolvimento ou embasamento teórico foi subdivido em tópicos para melhor compreensão do assunto por parte do leitor. Mas a disposição do conteúdo é vari-ável. São subtítulos, que são discutidos teoricamente.

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CAPÍTULO 6 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

UNITINS • SERVIÇO SOCIAL • 7º PERÍODO 293

[...]

Concluímos reforçando alguns elementos, disseminados durante esta exposição. Sabemos que, desde os programas de pós-graduação, passando pelas agências de fomento e avaliação de pesquisas, os horizontes estão cravados de acordo com os ditames da produção quantitativa do conheci-mento, que é a radicalização da ciência burguesa. Quando o aluno ingressa na pós-graduação, é avaliado pela quantidade de artigos publicados, desconsiderando-se a qualidade científi ca das suas produções teóricas.

O modo como a ‘Universidade Moderna’ relaciona-se com a pesquisa e a produção do conhecimento é comprometedor, pois, ambas, como já destacamos anteriormente, passam a ser, para alguns ‘acadêmicos’, meros mecanismos para conseguirem os denominados ‘títulos’. Cremos que, dessa maneira, o conhecimento tende a se tornar mais uma mercadoria. Os que o produzem devem tomar o cuidado para não se tornarem ‘intelectuais’ estranhados com o que fazem, nem legitimar a concepção burguesa de ciência. Devemos nos alertar para não fazermos da Universidade uma ‘feira de opiniões’, em que são mercadejados os ‘achismos’.

Outro ponto de suma importância, que destacamos, é o compromisso do pesquisador em Serviço Social. As diretrizes curriculares do curso de Serviço Social situam a profi ssão inserida no conjunto das relações de produção e reprodução da vida social, sendo de caráter interventiva e que atua no âmbito da questão social. Essa aproximação da profi ssão com a realidade social não é simplesmente um epifenômeno. Por tal questão, acreditamos que os objetos de estudos do Serviço Social, necessariamente, partem de uma realidade concreta que é determinada socialmente, ou seja, estabelece as suas mediações em uma sociedade que se produz e reproduz por meio de suas contradições inconciliáveis.

Portanto apontar uma referência teórico-metodológica que reconhece a realidade social como o ponto de partida das análises científi cas e, conse-quentemente, da produção do conhecimento, aproxima-nos de respostas concretas diante da mundaneidade social.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[...]

LARA, Ricardo. Pesquisa e Serviço Social: da concepção burguesa de ciên-cias sociais à perspectiva ontológica. Ver. katálysis, 2007, v. 10, n. spe, p. 73-82. ISSN 1414-4980.

Ressalva: Há autores que utilizam somente o título de “Bibliografi as” ao invés de “Referências Bibliográfi cas”. O que difere entre as duas, é que na primeira colocam-se TODOS os autores estudados, mesmo que não os cite no corpo do trabalho, o que forma uma lista extensa, já a segunda, utiliza SOMENTE os autores citados no trabalho científi co, o que, ultimamente, está sendo o mais viável.

Nas referências biblio-gráfi cas, devem constar TODAS as fontes citadas no estudo. Veja o exemplo a seguir.

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CAPÍTULO 6 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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Exemplo disso é no final de cada capítulo, você pode observar que existem as Referências que foram os autores citados no capítulo, já imaginou se fôssemos citar ao final de cada capítulo tudo que já lemos sobre o serviço social! Daria uma lista muito extensa, o que dificultaria para você, leitor, procurar as fontes para ampliar seu estudo de maneira mais objetiva.

Pronto, agora você já conhece a estrutura completa de um artigo científico! É claro que essa estrutura poderá variar de uma instituição para outra, mas normal-mente estarão apresentados dessa forma, ou com pequenas alterações. Portanto as partes que formam um artigo científico são: título, nome dos autores e identificação, resumo/abstract, palavras-chave, introdução (problema, objetivos, justificativa, tipo de pesquisa), embasamento teórico/revisão bibliográfica, material e método/metodologia), considerações finais (ênfase aos resultados encontrados, resgate da problemática, dos objetivos e das hipóteses) e, não menos importante, as referên-cias bibliográficas (todo material utilizado como fonte de estudo para a pesquisa).

6.2 Como elaborar a introdução do artigoNa escrita do artigo, começamos sempre pelo desenvolvimento e deixamos a

introdução por último, apesar de compor um item inicial do trabalho. Na escrita a introdução deve conter, de forma discursiva, as etapas iniciais do trabalho, identificando-o. Boaventura (2004, p. 134) informa que

É um ponto de partida, onde são definidos tema e problema desdobrado nas questões orientadoras da pesquisa, ou em hipó-teses, se houver, definição de objetivos a serem alcançados, justi-ficativa da escolha do tema, fundamentação teórica, indicação da metodologia empregada em função da natureza de estudo.

Complementando as informações de Boaventura (2004) inseridas na citação anterior, Marconi e Lakatos (1992, p. 80) explicam que a introdução de uma comunicação científica apresenta claramente o tema, o problema, as pesquisas já realizadas, “justificativa, objetivos, metodologia, delimitação, ângulo da abordagem e exposição da ideia central”. Por isso, ao redigir sua introdução, você precisa se perguntar:

está evidente o tema de estudo e sua contextualização social?

o texto apresenta a justificativa, o porquê da escolha e de determinado problema?

o texto apresenta os objetivos do estudo, bem como sua relevância social?

explicita a metodologia do estudo?

está organizado, coerente e incita o leitor a adentrar no corpo do trabalho?

Assim, a introdução do artigo deve ser clara e objetiva. É preciso trazer implicitamente a justificativa do trabalho abordando o quê se fez, como se fez e

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UNITINS • SERVIÇO SOCIAL • 7º PERÍODO 295

o porquê o fez. Na introdução, é onde se situa o leitor acerca do tema estudado, por isso deve haver ali uma visão global do estudo. Como sugestão facilitadora, você poderá seguir esse esquema para estruturação dos parágrafos da intro-dução, sem negligenciar nenhum de seus elementos constitutivos.

1º parágrafo da introdução

Apresente informações sobre o tema, aproveitando para justificar a escolha e importância dele, bem como o que te motivou a estudá-lo. Não se esqueça de que o problema detectado é um dos fatores motivadores.

2º parágrafo da introdução

Explique quais são seus objetivos, gerais e específicos, quanto à reali-zação do trabalho.

3º parágrafo da introdução

De forma sucinta e sequencial, mostre ao leitor os conteúdos que serão apresentados. Por exemplo:

“O presente trabalho iniciará com um resgate histórico da __________, bem como, abordará discussões acerca de ______________”.

Por fim, faça um breve fechamento da introdução, incitando o leitor a aden-trar no texto.

Vimos no decorrer deste capítulo que os artigos em geral têm uma estru-tura padrão que consiste em tema, nome dos autores e identificação, resumo/abstract com número determinado de palavras ou caracteres, três ou quatro palavras-chave, introdução, desenvolvimento com metodologia e análise dos dados, conclusão/considerações finais e referências bibliográficas. É claro que essa é uma estrutura básica, que pode variar de uma instituição para outra. Além disso, vimos sobre os tipos de artigo que se subdividem em argumento teórico, classificatório e analítico ou de análise e também sobre a importância da intro-dução no artigo, pois é o cartão de visita do trabalho, é a parte que instiga o leitor a adentrar ao corpo do trabalho, e mesmo sendo um dos primeiros itens na estrutura, deverá ser um dos últimos a ser elaborado.

No próximo capítulo, você estudará ainda sobre artigo, especialmente no que diz respeito ao artigo científico de revisão bibliográfica, para auxiliar você na redação dessa importante forma de produção científica.

ReferênciasBOAVENTURA, Edivaldo M. Metodologia da pesquisa: monografia, dissertação e tese. São Paulo: Atlas, 2004.

GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de artigos científicos. São Paulo: Avercamp, 2004.

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CAPÍTULO 6 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1992.

Anotações

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CAPÍTULO 7 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

UNITINS • SERVIÇO SOCIAL • 7º PERÍODO 297

Artigo científi co de revisão bibliográfi ca 7

IntroduçãoO artigo científi co tem diversas origens e todos têm a mesma fi nalidade:

contribuir com o meio acadêmico e profi ssional com a produção de novos conhecimentos e discussões sobre os fenômenos sociais. Diante disso, você deve reconhecer a importância em utilizar essa ferramenta, não só no período de formação acadêmica, mas estender para sua atuação profi ssional, ou seja: utilizar linguagem e procedimentos científi cos, não se esquecer de contribuir com a sua classe profi ssional, esforçar-se para apresentar seus relatos profi ssionais na estrutura de artigo científi co, contribuir, assim, para a cientifi cidade da profi ssão e para o aumento da sua credibilidade profi ssional e científi ca.

Como vimos no capítulo anterior toda a estrutura de um artigo, agora, espero que tenha fi cado bem mais claro para você a elaboração e a estrutura do seu TCC. Depois de muito ler e documentar os seus achados científi cos sobre a temática que escolheu por meio de fi chamentos e demais registros, é hora de sistematizá-los no corpo do trabalho, que é o desenvolvimento, como também no item considerações fi nais.

Para você conhecer a elaboração da estrutura de um artigo científi co de revisão bibliográfi ca e aprender a elaborar os itens de desenvolvimento e consi-derações fi nais no artigo de revisão bibliográfi ca, recomendo que recorra ao sexto capítulo desta disciplina, pois foi onde apresentamos a você a estrutura completa de um artigo científi co. Agora, aprenderemos como se elabora o desenvolvimento, que é um dos subtópicos fundamentais na estrutura básica de um artigo. Além disso, recomendo que reveja o capítulo 3 desta disciplina, no qual foi abordada a revisão de literatura e as formas de citação que você deverá utilizar para fundamentar o item desenvolvimento do seu artigo científi co de revisão bibliográfi ca. Fazendo isso, você só tem a ganhar!

Começaremos mostrando para você, as etapas de um artigo, direcionando os itens da estrutura padrão, para o enfoque de revisão bibliográfi ca para que auxilie você na construção do seu trabalho de conclusão de curso.

7.1 Etapas de um artigo originado de uma revisão bibliográfi ca

A revisão bibliográfi ca está presente nos demais tipos de trabalho como: relatórios, monografi as etc., mesmo que denominada por outras expressões como: embasamento teórico, desenvolvimento ou revisão de literatura.

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O objetivo central da revisão bibliográfica é discutir as ideias de vários autores acerca de um mesmo tema/problema, tendo em vista que “sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto” (MARCONI; LAKATOS, 1992, p. 44) e “visa, por meio de uma compilação crítica e retrospectiva de várias obras, demonstrar o estágio atual da pesquisa em torno de determinado objeto”, acrescenta Azevedo (2001, p. 35). Como argumentam Marconi e Lakatos (1992), a pesquisa bibliográfica que utiliza documentação indireta utiliza fontes coletadas por outras pesquisas, outros autores, seja em documentos primários (pesquisa documental), seja em fontes secundárias (bibliográficas).

As fundamentações teóricas no artigo de revisão precisam, obrigatoria-mente, permear o item de desenvolvimento do artigo, pois é a parte mais densa e que exige profundidade de análise com base nos autores estudados, por isso veremos mais informações sobre isso.

7.1.1 O item desenvolvimento (o corpo) do artigo científico

No item desenvolvimento, você, primeiramente, apresentará todos os dados/informações alcançados com o estudo e discutirá coesamente sobre eles. De acordo com Gonçalves (2004, p. 34), o desenvolvimento

É a parte principal do artigo e divide-se em seções e subseções, contendo a exposição ordenada do assunto. [...] o autor descreve, explica, argumenta sobre a abordagem do tema e ao que deseja demonstrar e defender.

Apesar de ser no desenvolvimento que nos posicionamos implicitamente, é comum querermos que o resultado do estudo represente aquilo que acreditá-vamos no início, por isso precisamos tomar um cuidado muito especial para não deixar pré-concepções dominarem o estudo. A cada nova leitura, procure se abrir para um novo conhecimento e vá agregando cada vez mais. Falo isso porque muitos estudantes ficam aparentemente insatisfeitos com os dados, principalmente quando a pesquisa é de campo e não querem negar as hipóteses levantadas e, infelizmente, alteram as informações coletadas, talvez omitindo ou adulterando. Enfim, ao analisar dados, temos de deixar de lado os valores e as crenças pessoais para que não interfiram na fidedignidade das informações obtidas.

Posteriormente à apresentação dos dados, conforme exposto por Salomon (2001, p. 231), é na análise dos dados que o pesquisador deverá ser honesto, ético e científico, pois apresentará “o que a pesquisa realmente apurou”.

Para Salomon (2001), a análise de dados apresenta duas modalidades: a estatística e a qualitativa. A primeira é frequentemente utilizada para a pesquisa quantitativa, na qual “apresentar-se-ão as estatísticas descritivas, analítico-para-métricas e não-paramétricas – a serem usadas tanto na mensuração das variá-veis e suas relações como no teste de hipótese” (SALOMON, 2001, p. 222). A segunda é comum na pesquisa qualitativa, pois pode ser “análise de um texto,

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análise do discurso, análise do conteúdo, método fenomenológico de leitura de entrevista e estudo de casos etc.” (SALOMON, 2001, p. 222).

Normalmente, nas ciências sociais, utiliza-se, na análise dos dados mais frequentemente, a qualitativa, pois o foco não está em dados quantificáveis e sim na análise profunda e qualitativa dos fenômenos, mesmo quando se utilizam estudos quanti-qualitativos, é predominante a análise qualitativa dos dados. Por exemplo, não basta sabermos que há 30% das famílias monoparentais em situ-ação de extrema pobreza na comunidade X, precisamos buscar os porquês, descrever e investigar as razões propulsoras de tal fenômeno social, propor alternativas de solução etc.

No caso de seu TCC, você utilizará a pesquisa qualitativa, já que fará análise de autores e de conteúdos, pois seu artigo é de revisão bibliográfica e não de pesquisa de campo. Mesmo que utilize dados oriundos de pesquisa documental, deverá prevalecer a análise qualitativa desses dados, não se esqueça!

A diferença de uma pesquisa bibliográfica é que ela não utilizará, metodo-logicamente, outras fontes de coleta de informações a não serem os conteúdos teóricos disponíveis em livros, artigos, revistas, periódicos, jornais entre outros.

Segundo orientações de Martins (1994), na análise dos resultados, o pesqui-sador deverá responder à questão motivadora da pesquisa, buscar atender aos objetivos, interpretar as informações, discutir os resultados e caminhar para as conclusões e recomendações. Segundo Marconi e Lakatos (1992), essa etapa do trabalho deve conter: tema, plano de trabalho, identificação das fontes, loca-lização das fontes, compilação das informações/ideias/teorias, fichamentos, análise e interpretação e redação. Visando ao desenvolvimento teórico e meto-dológico da pesquisa bibliográfica, Azevedo (2001, p. 35) orienta que o pesqui-sador “reescreva, resumindo, as principais contribuições deixadas pelos autores. Para tanto, organize o material temática e cronologicamente”.

A ordem de apresentação de uma pesquisa bibliográfica é diferenciada pela ausência de um item metodológico extenso para coleta e análise dos dados que se utiliza exaustivamente somente quando há pesquisa de campo. O desen-volvimento do trabalho deverá ser dividido, em conteúdos teóricos, fundamen-tações e revisões bibliográficas, posicionando o trabalho como científico. Tal divisão poderá ser por meio de subtópicos dentro do desenvolvimento. Como explica Boaventura (2004), essa divisão deverá atender às questões principais da pesquisa. Para Marconi e Lakatos (1992), o desenvolvimento é o corpo textual do trabalho, a fundamentação teoricamente do trabalho e exposição das princi-pais ideias. De acordo com Gonçalves (2004), o desenvolvimento é elaborado em forma de uma revisão de literatura, apresenta um debate entre os autores pesquisados, extraído das mais diversas fontes de informação atualizadas, espe-cialmente em publicações periódicas e científicas.

Na metodologia/material e métodos, independentemente do tipo de pesquisa adotado, todos os detalhes referentes à execução da pesquisa deverão

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estar contidos, como, por exemplo: tipo de pesquisa, instrumentos utilizados para coleta e análise dos dados, obras ou autores utilizados etc. No caso de seu TCC, esse item estará inserido no desenvolvimento do artigo e não precisa obri-gatoriamente dispor de um subtítulo para tal, mas é imprescindível que conste detalhadamente o como fez o seu trabalho.

Já a análise e a discussão dos dados do seu TCC consistirão na apresen-tação dos dados encontrados, o posicionamento de diferentes autores sobre os achados, bem como comentários do autor da pesquisa, no caso você, seu grupo. Esse elemento também estará embutido no item de desenvolvimento, dispensa um subtítulo, já que o seu artigo é de revisão bibliográfica.

É importante você expor os argumentos de forma explicativa ou discur-siva. Fazendo assim, demonstrará, por meio da escrita fundamentada, que tem conhecimento da literatura básica e do assunto tratado. Como no mundo do conhecimento, cotidianamente há novos achados, é necessário buscar e analisar as informações publicadas sobre o tema até o momento da redação final do trabalho. Por isso é importante que o referencial teórico utilizado seja adequado ao tema de estudo e que esteja sempre atualizado.

Todo seu artigo científico, desde o resumo até as considerações finais, deve ser escrito de forma dissertativa. Você já parou para analisar o que isso signi-fica? Pois bem, dissertar é:

expor um assunto, esclarecer as verdades que o envolvem e discutir a problemática que nele reside;

defender princípios e tomar decisões;

analisar objetivamente um assunto por meio da sequência lógica de ideias;

apresentar opiniões sobre um determinado assunto;

apresentar opiniões positivas e negativas, provar suas opiniões e citar fatos, razões, justificativas.

Uma boa técnica de escrituração de texto é o LIFTING. Essa técnica consiste em iniciar o parágrafo seguinte retomando a ideia do parágrafo anterior. Isso evita que você mude bruscamente de assunto e acabe perdendo a coesão lógica do texto. Essa técnica é muito utilizada em jornais e revistas, em que é preciso prender a atenção do leitor. Uma maneira fácil de exercitar nossa capacidade de criar textos é pegar uma frase qualquer e dar continuidade à ideia nela contida. Faça isso e exercite sua criatividade!

Além disso, deve-se utilizar corretamente a terminologia técnica e conceitual que o tema investigado exige e para tal, a bibliografia citada deve ser explo-rada com qualidade e suficiência. É o momento em que os autores do artigo

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discutirão teoricamente com os pensadores já renomados que escreveram sobre a temática trabalhada.

É bom que você saiba que o desenvolvimento exige atenção e dedicação especial, pois é a parte mais importante do trabalho. É onde você apresentará em ordem lógica e coerente, as ideias sobre o tema e a argumentação teórica dos autores utilizados, com as devidas citações diretas e indiretas.

Portanto, na escrita, principalmente, do desenvolvimento, é preciso demons-trar conhecimento profundo acerca da literatura versada sobre o tema e apre-sentar devidamente as fontes sobre as informações utilizadas.

Outro item que merece muita atenção, assim como o desenvolvimento, são as considerações finais, vejamos o porquê!

7.1.2 Como elaborar o item considerações finais do TCC

Por ordem lógica de produção, essa é a última etapa a ser redigida porque é o momento em que virão as considerações finais que o pesquisador traz para o leitor, em que “sintetiza toda a dissertação e enfatiza os resultados obtidos com a investigação; é responder à pergunta formulada no problema da pesquisa”, explica Boaventura (2004, p. 135). É dentro da conclusão do trabalho que você indicará recomendações para trabalhos futuros. Marconi e Lakatos (1992, p. 134) acrescentam que “as recomendações consistem em indicações, de ordem prática, de intervenções na natureza ou na sociedade, de acordo com as conclu-sões da pesquisa”.

Considerações finais são a parte em que o autor indica se o problema de estudo foi contemplado ou não, bem como apresenta as conclusões achadas e as descobertas do texto, evidenciando com clareza e objetividade as deduções extraídas dos resultados obtidos ou apontadas ao longo da discussão do assunto. São relacionadas as diversas ideias desenvolvidas ao longo do trabalho, em um processo de síntese dos principais resultados, com os comentários dos autores e as contribuições trazidas a partir do estudo. Cabe, ainda, lembrar que as considerações finais é um fechamento do trabalho estudado, por isso que, nessa seção, não se permite a inclusão de dados/informações que já não tenham sido apresentados anteriormente.

Portanto você deve ter notado que tanto o desenvolvimento como as consi-derações finais merecem toda sua atenção e dedicação na escrita, não despre-zando, é claro, as demais etapas do trabalho, mas esses dois são os itens de maior peso e mais densos para serem elaborados.

Dissertar é, por meio da organização de palavras, frases e textos, apre-sentar ideias, desenvolver raciocínio, analisar contextos, dados e fatos. Temos a oportunidade de discutir, argumentar e defender o que pensamos por meio da fundamentação, justificação, explicação, persuasão e de provas.

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CAPÍTULO 7 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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Saiba mais

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Vimos que o artigo de revisão bibliográfica discute as ideias de vários autores acerca de um mesmo tema/problema, tem como finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto. Além disso, você estudou sobre os itens desenvolvimento e considera-ções finais. Vimos que no desenvolvimento, os autores devem expor e discutir as teorias que foram utilizadas para entender e esclarecer o problema, apresentan-do-as e relacionando-as com a dúvida investigada; apresentar as demonstrações dos argumentos teóricos e/ou dos resultados que as sustentam. O corpo do artigo pode ser dividido em itens, se essa divisão for necessária ao desenvolvi-mento do estudo e à compreensão de suas subdivisões.

ReferênciasAZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: descubra como é fácil e agradável elaborar trabalhos acadêmicos. 10. ed. São Paulo: Hagnos, 2001.

BOAVENTURA, Edivaldo M. Metodologia da pesquisa: monografia, dissertação e tese. São Paulo: Atlas, 2004.

GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de artigos científicos. São Paulo: Avercamp, 2004.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho

científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1992.

MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monografias e

dissertações. São Paulo: Atlas, 1994.

SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

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CAPÍTULO 7 • ORIENTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I

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Mensagem final

Chegamos ao final da disciplina de Orientação de Trabalho de Conclusão de Curso I, mas não chegamos ao final das orientações de fato, pois, no próximo semestre, você terá a continuação desses conteúdos para que consiga construir todo seu trabalho. Enquanto isso, não fique parado! Você já adquiriu informa-ções iniciais que podem subsidiar a construção do desenvolvimento, considera-ções finais e introdução, por isso, mãos à obra! O êxito na conclusão do seu curso depende disso.

Anotações

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