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CURSO CARPINTARIA Inclusão Produtiva

Apostila Carpintaria Final

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CURSO

CARPINTARIA

Inclusão Produtiva

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Disciplina: Leitura de projetos de arquitetura

Conteúdo programático:

o A importância do projeto para o desempenho da obra; o Símbolos e simbologias dos projetos, o Leitura e interpretação de projetos de arquitetura.

Plano de ensino: o Importância dos projetos na Construção Civil e simbologia........................... o Leitura de projetos de arquitetura...................................................................o Interpretação de projetos de arquitetura na obra...........................................

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1. O QUE É PROJETO? Não existe nenhuma definição de “projeto” reconhecida universalmente, mas no nosso

curso adotaremos que projeto é a representação de um objeto ou equipamento que será construído.

A função do projeto, na construção civil, é orientar as etapas de construção de uma edificação. Bons projetos são aqueles que contém todas as informações para a execução das etapas. 1.1. Importância dos projetos

O projeto é importante porque representa como será a edificação antes de ser construída,

mostrando como será executada cada etapa da construção; por exemplo: o projeto arquitetônico mostra como será a distribuição dos cômodos da edificação, o projeto de formas de laje mostra como serão montadas as fôrmas para a execução das lajes; o projeto hidro-sanitário mostra como serão as tubulações e conexões e onde elas estarão localizadas.

Veja nas figuras abaixo que a fase de projeto é a maior responsável por problemas e patologias que venham a existir nas construções e que influenciam bastante no custo final de um empreendimento. Também é onde se consegue fazer as maiores interferências e mudanças.

Figura 1 – Origens de problemas patológicos das construções (MELHADO 1994):

Figura 1 - Capacidade de influenciar o custo final de empreendimento de edifício ao longo de suas fases (MELHADO 1994) 1.2. Leitura de projetos

Saber ler projetos da construção civil é entender o que significam as simbologias, linhas,

números, letras, marcadores e quadros que neles são representados, para executar de forma fiel.

1.2. A importância de seguir o projeto O projeto é importante em qualquer construção porque é elaborado por um profissional

especialista da área, obedecendo às normas técnicas de cálculo e de dimensionamento. Em etapas em que existe um usuário, o profissional também leva em conta o conforto dessas pessoas. Há também uma preocupação com o melhor aproveitamento do espaço, dos materiais, da tecnologia e uma busca por custos menores.

Todas as informações de execução de uma etapa da obra estão no seu respectivo projeto. Não se deve executar da forma como convém, ou que se acha estar correta. DEVE-SE SEMPRE SEGUIR O PROJETO.

1.3. Alguns tipos de projetos na Construção Civil

Sondagem do solo; Projeto estrutural (superestruturas); Projeto de conteções; Projeto de instalações hidro-sanitárias;

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Projeto de fundações e infra-estruturas; Projeto de instalações elétricas, Projeto arquitetônico; Projeto de ar-condicionado. Projeto de instalações telefônicas, internet;

2. COMO APRESENTAR OS PROJETOS Os projetos são apresentados em folhas de papel que são chamadas de formatos. Eles

são de tamanhos definidos pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). O quadro abaixo mostra os tipos de formatos:

Tabela 1: Formatos x dimensões

Figura 2: Formatos Observe que o maior formato é o A0, o formato A1 é metade de um formato A0, o formato

A2 é metade de um formato A1, o A3 é metade de um A2 e o A4 é metade de um formato A3. 2.1. Como trabalhar com escalas

Escala é a relação entre o tamanho do objeto real e o seu tamanho em um projeto.

Utilizamos a escala para ampliar ou reduzir o desenho de um objeto conservando suas proporções. É necessária a utilização da escala no projeto para possibilitar a representação de um desenho muito grande ou muito pequeno em uma folha de papel. Existem três tipos de escalas: • Escala Natural: aquela utilizada quando o tamanho da representação do objeto é igual ao tamanho real do mesmo, isso é, do mesmo tamanho que o objeto for construído, será também o seu desenho. Exemplo: Escala 1:1 (lê-se, escala um por um) • Escala de Redução: utilizada para representar um objeto em tamanho menor que o tamanho real, como casas, edifícios, pontes, viadutos. É a escala mais utilizada na construção civil. É representada da seguinte forma: Escala 1:2, 1:10, 1:20, 1:50, 1:75, 1:100, 1:200, 1:500, 1:1000, que são as mais usuais na construção civil. Exemplo: Escala 1:50 • Escala de Ampliação: utilizada para representar um objeto em tamanho maior do que o tamanho real principalmente em projetos de peças mecânicas. É representada da seguinte forma - Escala 2:1 (lê-se, escala dois por um). As escalas de ampliação mais utilizadas são: 2:1, 3:1, 4:1, 5:1, 10:1, 20:1 etc... Resumindo; para se trabalhar com essa escala, basta multiplicar o valor da medida indicada no desenho do objeto, pelo valor numérico da escala.

Formato Dimensões (mm) A0 1189 x 841 A1 841 x 594 A2 594 x 420 A3 420 x 297 A4 297 x 210

1 unidade no projeto

1 unidade na realidade

1 unidade no projeto

50 unidades na realidade

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Exemplo: Escala 10:1

Unidades de Medida usuais na Construção Civil: as unidades de medida utilizadas nos

projetos da construção civil são o centímetro (cm) para plantas baixas e estruturas de concreto armado por exemplo, e o milímetro (mm) para projetos de montagem, detalhamentos e estruturas pré-moldadas metálicas e de concreto. 2.2. O que é e para que serve o CARIMBO

Carimbo é um espaço reservado na parte inferior esquerda de todos os formatos para a

identificação dos desenhos que contém o formato. A função do carimbo é informar o que contém a prancha sem que seja necessária abri-la.

Abaixo temos o exemplo do carimbo adotado pela Prefeitura de Belo Horizonte:

Figura 3: Carimbo:

10 unidades no projeto

1 unidade na

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2.3. O que é e para que serve a LEGENDA A Legenda contém o significado das siglas e abreviações que cada projeto tem em

particular. Nela as especificações são listadas de forma que o projeto possa ser lido de maneira clara e objetiva. Em projetos arquitetônicos a legenda contém, por exemplo, as dimensões de portas e janelas.

3. PROJETOS ARQUITETÔNICOS

O projeto arquitetônico é o primeiro projeto a ser elaborado. É a partir dele que são

elaborados todos os outros projetos, como os de instalações elétricas, hidro-sanitárias, estrutural, dentre outros.

O projeto arquitetônico mostra como é a distribuição interna dos ambientes da edificação, os cortes, as fachadas, e a localização da construção no lote e sua relação com o entorno.

3.1. Símbolos e simbologias Uma boa leitura de projetos exige o conhecimento de certas representações gráficas, tais

como: • Referência de Nível: é medido em relação a algum ponto conhecido no lote ou no entorno. Geralmente a referência é adotada como o nível +100,00 e, a partir dela são referenciados todos os outros níveis da construção. O nível é medido em metros (m), e representado como as figuras abaixo: Nível em planta: Nível em corte:

• Materiais: existem diversos materiais utilizados na construção civil, abaixo apresentamos as simbologias mais utilizadas na elaboração dos projetos.

Concreto (corte / planta)

Concreto armado (corte / planta)

Areia (fachada / planta)

Tijolo (fachada / corte)

Terra (corte)

Pedras (fachada)

Terreno apiloado (corte)

Madeira (fachada / corte)

Piso, ladrilho (piso)Azulejo (corte)

Pisos tacos (corte)

Assoalho (corte)

Figura 4: Representações em projetos

• Linhas: Um projeto é composto de diversos tipos de linhas e de espessuras diferentes, para cada tipo de representação. É de grande importância para uma boa leitura de projetos saber o significado das linhas. No quadro abaixo temos os diversos tipos de linha e seus significados em um projeto qualquer, seja ele arquitetônico ou elétrico, ou hidro-sanitário, ou estrutural, ou telefônico, ou até um detalhamento.

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Figura 5 – Tipos de linha

Figura 6 - Exemplo de utilização de símbolos e simbologias. Planta baixa.

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Figura 7 - Exemplo de utilização de símbolos e simbologias. Corte

3.2. Tipos de planta e suas características

• Planta baixa É uma representação da edificação vista de cima, como se estivesse sido cortado horizontalmente a 1,50m de altura do piso. No caso de edifícios com mais de um pavimento, cada pavimento deve ser representado em planta baixa. Representa-se o que um observador posicionado a uma distância infinita enxergaria ao olhar do alto da edificação cortada. Veja o desenho abaixo: A planta baixa é representada a 1,50m do chão porque assim mostra maiores detalhes como janelas e portas, proporcionando melhor compreensão. Deve-se ter cuidado, a compreensão não é tão simples e a planta é muito abstrata.

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Figura 8 - Simulação e exemplo de planta baixa

• Cortes

São desenhos em que a edificação é representada como se tivesse sido cortada por um ou mais planos verticais. O objetivo dos cortes é mostrar o que a planta baixa não consegue mostrar, principalmente os detalhes verticais, como pés-direitos, vergas, peitoris. Os cortes geralmente são passados onde se consegue mostrar a maior quantidade de detalhes.

Há dois tipos de cortes: os cortes longitudinais, ou seja, no maior comprimento da edificação e os cortes transversais, no menor comprimento. Veja os exemplos abaixo:

Figura 9 - Simulação do corte

Figura 14 (b) – Corte transversal:

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Figura 10- Transversal

Figura 11 - Corte longitudinal

A planta baixa também é um corte na horizontal. Os elementos cortados pelo plano são representados em traço grosso, os elementos não cortados em traço mais fino e os elementos mais distantes são representados com um traço mais fino ainda, em qualquer tipo de corte.

• Fachadas ou elevações

Fachadas ou elevações são a representação das paredes externas, com suas aberturas (portas e janelas) e do telhado ou da platibanda. Elas mostram como será a face da edificação.

As fachadas não são apenas as frontais, que ficam de frente para a rua, as outras faces da construção também são fachadas.

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Figura 12: Fachada

Planta baixa, cortes e fachadas devem ser representadas sempre na mesma escala.

• Diagrama de cobertura É a representação em um plano horizontal visto de cima, de como se comporta a cobertura da

edificação. Veja abaixo o diagrama de cobertura da edificação que usamos como exemplo:

Figura 13: Diagrama de cobertura Algumas nomenclaturas sobre diagramas de cobertura: Inclinação do telhado: é ela que diz o quanto o telhado é inclinado. É dada em porcentagem e não

em graus. Pelo exemplo acima temos uma inclinação de 30% (trinta por cento), ou seja, trinta em cem. A cada trinta centímetros que o telhado sobe na vertical, ele anda 100 cm na horizontal. Veja:

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Águas do telhado: é como falar quantos lados tem o telhado. Fala-se “água” porque é o sentido que

a água da chuva escorre no telhado. Um telhado, por exemplo, de duas águas, significa que em um dia de chuva metade da água que cai no telhado segue para o lado direito e a outra metade para o lado esquerdo.

• Planta de situação

A planta de situação mostra a relação da edificação com o seu entorno.

Figura 14: Planta de situação

• Gradil

O gradil mostra como será o fechamento frontal da edificação.

Figura 15: Gradil

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• Planta de localização Essa planta mostra a localização da edificação dentro do lote. As distancias dos afastamentos

laterais e de fundo e o afastamento frontal. Veja na figura abaixo:

Figura 16: Planta de localização

3.3. Escadas e circulação vertical A circulação vertical tem função de vencer os desníveis entre pavimentos consecutivos,

possibilitando o livre acesso e circulação entre eles. Ela se faz por meio de ESCADAS, de RAMPAS e de ELEVADORES.

• Conceitos:

Condição antiderrapante: são considerados pisos antiderrapantes, aqueles cuja constatação no local permita a percepção ao tato de sua rugosidade e/ou porosidade, a qual possibilite boa aderência ao ser pisado, mesmo em condições adversas, tais como sob ação de soluções saponáceas, água ou cera.

Corrimão: barra, cano ou peça similar, de superfície lisa e arredondada, localizada junto às paredes ou guardas de escadas, para as pessoas nela se apoiarem ao subir ou descer. Um corrimão, se de desenho compatível, pode ser parte integrante da guarda de uma escada.

Guarda ou guarda-corpo: barreira protetora vertical, maciça ou não, delimitando as faces laterais da escada, terraço, balcões, rampas etc, e serviço de proteção contra eventuais quedas.

Piso: é o degrau da escada, onde se pisa com o pé.

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Espelho: é a distância vertical entre dois pisos.

• Dimensionamento de escadas: para dimensionar uma escada, utilizamos a fórmula de Blondel. Com ela conseguimos dimensionar uma escada confortável para o usuário.

Fórmula Blondel: 2h + p = 64cm em que: h = altura do espelho e p= comprimento do piso

De acordo com o COMANDO GERAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR; segundo a

INSTRUÇÃO Nr 031/ 96 – CG (DISPÕE SOBRE OS CRITÉRIOS PARA ANÁLISE, EM PROJETO DE PREVENÇÃO, DA ESCADA COMUM OU NÃO ENCLAUSURADA).

5.2. Largura 5.2.1. A largura da escada dever se proporcional ao número de pessoas que por ela devam transitar em caso de emergência, sendo o mínimo o previsto em legislação municipal própria, podendo ter largura mínima de até 0,90 m se a população usuária não exceder a 50 pessoas. 5.3. Dimensões dos degraus 5.3.1. Altura "h" compreendida entre 0,16m e 0,18 m; 5.3.2. A largura será dimensionada pela fórmula de Blondel 0,63 m <= (2h = b) <= 0,64 m; 5.3.3. Se possuir degraus em leque estes deverão ser balanceados, possuindo em sua parte mais estreita largura não inferior a 0,15 m.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GARCIA, Gilberto & PIEDADE, Gertrudes C. R. Topografia aplicada às ciências agrárias. São Paulo. Ed. Nobel, 1984. 256 p.

LOCH, C. & CORDINI, J. Topografia contemporânea: planimetria. 2. ed. Florianópolis: UFSC, 2000.

MELHADO, S.B. Qualidade do Projeto na Construção de Edifícios: Aplicação ao Caso das Empresas de Incorporação e Construção. Tese de Doutorado, São Paulo, agosto 1994.

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