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BUREAU JURÍDICO — Concurso para Soldado DIREITO PENAL — Prof. Paulo César Maia Porto 2013 Soldado Combatente - GO Digital 30/01/2013 Apostila Polícia Militar de Goiás

Apostila jurídica

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Page 1: Apostila jurídica

BUREAU JURÍDICO — Concurso para SoldadoDIREITO PENAL — Prof. Paulo César Maia Porto 1

2013

Soldado Combatente - GO

Digital

30/01/2013

Apostila Polícia Militar de Goiás

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ÍNDICE

Língua Portuguesa ............................ 02

Realidade Étnica .............................. 09

Direito Penal .................................... 21

D. constitucional .............................. 91

D. Processual Penal .......................... 111

Penal Militar..................................... 136

L. Extravagante................................. 156

PORTUGUÊS

Funções da linguagem na comunicação

Para entendermos com clareza as funções da

linguagem, é bom primeiramente conhecermos

as etapas da comunicação.

Ao contrário do que muitos pensam, a

comunicação não acontece somente quando

falamos, estabelecemos um diálogo ou

redigimos um texto, ela se faz presente em

todos (ou quase todos) os momentos.

Comunicamo-nos com nossos colegas de

trabalho, com o livro que lemos, com a revista,

com os documentos que manuseamos, através

de nossos gestos, ações, até mesmo através

de um beijo de “boa-noite”.

No ato de comunicação, percebemos a

existência de alguns elementos, são eles:

a) emissor: é aquele que envia a mensagem

(pode ser uma única pessoa ou um grupo de

pessoas).

b) mensagem: é o contéudo (assunto) das

informações que ora são transmitidas.

c) receptor: é aquele a quem a mensagem é

endereçada (um indivíduo ou um grupo),

também conhecido como destinatário.

d) canal de comunicação: é o meio pelo qual

a mensagem é transmitida.

e) código: é o conjunto de signos e de regras

de combinação desses signos utilizado para

elaborar a mensagem: o emissor codifica

aquilo que o receptor irá decodificar.

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f) contexto: é o objeto ou a situação a que a

mensagem se refere.

Partindo desses seis elementos, Roman

Jakobson, linguista russo, elaborou estudos

acerca das funções da linguagem, os quais

são muito úteis para a análise e produção de

textos. As seis funções são:

1. Função referencial: referente é o objeto ou

situação de que a mensagem trata. A função

referencial privilegia justamente o referente da

mensagem, buscando transmitir informações

objetivas sobre ele. Essa função predomina

nos textos de caráter científico e é privilegiado

nos textos jornalísticos.

2. Função emotiva: através dessa função, o

emissor imprime no texto as marcas de sua

atitude pessoal: emoções, avaliações, opiniões.

O leitor sente no texto a presença do emissor.

3. Função conativa: essa função procura

organizar o texto de forma que se imponha

sobre o receptor da mensagem, persuadindo-o,

seduzindo-o. Nas mensagens em que

predomina essa função, busca-se envolver o

leitor com o conteúdo transmitido, levando-o a

adotar este ou aquele comportamento.

4.Função fática: a palavra fático significa

“ruído, rumor”. Foi utilizada inicialmente para

designar certas formas usadas para chamar a

atenção (ruídos como psiu, ahn, ei). Essa

função ocorre quando a mensagem se orienta

sobre o canal de comunicação ou contato,

buscando verificar e fortalecer sua eficiência.

5. Função metalingüística: quando a

linguagem se volta sobre si mesma,

transformando-se em seu próprio referente,

ocorre a função metalingüística.

6. Função poética: quando a mensagem é

elaborada de forma inovadora e imprevista,

utilizando combinações sonoras ou rítmicas,

jogos de imagem ou de ideias, temos a

manifestação da função poética da linguagem.

Essa função é capaz de despertar no leitor

prazer estético e surpresa. É explorado na

poesia e em textos publicitários.

Essas funções não são exploradas

isoladamente; de modo geral, ocorre a

superposição de várias delas. Há, no entanto,

aquela que se sobressai, assim podemos

identificar a finalidade principal do texto.

LÍNGUA PADRÃO E VARIEDADES LINGUÍSTICAS

A língua padrão está ligada à variedade escrita, culta da língua portuguesa. Ela é considerada formal, "correta", e deve ser usada em ocasiões mais formais, tanto na escrita , quanto na fala.

A língua não-padrão está ligada à variedade falada, coloquial da nossa língua. Ela é considerada informal, mais flexível e permite alguns usos que devem ser evitados quando escrevemos: gírias, abreviações, falta dos plurais nas palavras, etc. Porém, às vezes, encontramos essa variedade não-padrão também na variedade escrita : em textos como poesias, propagandas , jornal,etc.

Os "erros" da variedade não-padrão são considerados, pela Lingüística, desvios ou variedades lingüísticas que devem ser respeitadas, quer dizer, não se deve discriminar alguém que fala "diferente";

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essas diferenças, essas variedades se devem a vários fatores :* geográficos = diferenças do sotaque de cada região brasileira* idade = cada faixa etária possui suas próprias gírias* profissão = cada profissional tem seus termos ou jargões próprios da área* sócio-econômicas = dependendo do acesso aos estudos, do ambiente de cada falante, haverá maior ou menor conhecimento da língua padrão.

Linguagem Verbal e Linguagem Não-Verbal

(linguagens verbais e não- verbais (jornais,

revistas, fotografias, esculturas, músicas, vídeos, entre outros).

O que é linguagem? É o uso da língua como

forma de expressão e comunicação entre as

pessoas. Agora, a linguagem não é somente

um conjunto de palavras faladas ou escritas,

mas também de gestos e imagens. Afinal, não

nos comunicamos apenas pela fala ou escrita,

não é verdade?

Então, a linguagem pode ser verbalizada, e daí

vem a analogia ao verbo. Você já tentou se

pronunciar sem utilizar o verbo? Se não, tente,

e verá que é impossível se

ter algo fundamentado e

coerente! Assim, a linguagem

verbal é que se utiliza de

palavras quando se fala ou

quando se escreve.

A linguagem pode ser não verbal, ao

contrário da verbal, não se utiliza do vocábulo,

das palavras para se comunicar. O objetivo,

neste caso, não é de expor verbalmente o que

se quer dizer ou o que se está pensando, mas

se utilizar de outros meios comunicativos,

como: placas, figuras, gestos, objetos, cores,

ou seja, dos signos visuais.

Vejamos: um texto narrativo, uma carta, o

diálogo, uma entrevista, uma reportagem no

jornal escrito ou televisionado, um bilhete?

Linguagem verbal!

Agora: o semáforo, o apito do juiz numa

partida de futebol, o cartão vermelho, o cartão

amarelo, uma dança, o aviso de “não fume” ou

de “silêncio”, o bocejo, a identificação de

“feminino” e “masculino” através de figuras na

porta do banheiro, as placas de trânsito?

Linguagem não verbal!

A linguagem pode ser ainda verbal e não

verbal ao mesmo tempo, como nos casos das

charges, cartoons e anúncios publicitários.

Observe alguns exemplos:

Cartão vermelho – denúncia de

falta grave no futebol.

exemplo de linguagem verbal (óxente, polo

norte 2100) e não verbal (imagem: sol, cactus,

pinguim).

Símbolo que se coloca na porta para

indicar “sanitário masculino”.

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COESÃO TEXTUAL

É um tipo de articulação gramatical entre os elementos de um texto - o texto, compreendido como 'tecido' , 'trama'. A esse mecanismo que permite estabelecer boas relações entre os elementos do texto para facilitar o entendimento e torná-lo mais encorpado, agradável, mais atraente, é que se chama coesão textual ou recursos coesivos.

A construção de um texto se faz em torno de um assunto pontuado - um tema. Esse tema, de uma certa forma, tem que ser referenciado até o fim do texto, mas será misturado a outros subtemas, que farão parte das argumentações discursivas e que vão gravitando em volta do tema central. Dessa forma vai-se mantendo o assunto no fio do discurso e compondo o texto, a tessitura. Tudo gira em torno de um jogo: um tema, um comentário - quando comenta-se o comentário, ele vira tema e nesse jogo de tema/comentário vai-se formando o texto.

Num texto, os termos estão muito correlacionados, pois se o assunto deve-se manter no fio do discurso, ele vai sendo referenciado muitas vezes e de diversas maneiras. Essas referenciações necessárias na elaboração do texto são feitas por recursos coesivos - a isso é que denomina-se 'coesão textual'.

São tantos os recursos coesivos que podem ser utilizados para manter-se a coesão do texto, que para estudo, costuma-se dividi-los em tipos: recursos gramaticais e recursos lexicais. Os livros da linguista Ingedore Villaça Koch são ótimos para compreender esse assunto. Dentro da classificação dos recursos gramaticais há o emprego dos pronomes pessoais, demonstrativos, possessivos, indefinidos, relativos, advérbios, as desinências, etc. Como recursos lexicais compreende-se as rotulações, as nominalizações, a hiponímia, sinonímia, etc.

Elementos básicos da narrativa

Fato - o que se vai narrar (O quê?)

Tempo - quando o fato ocorreu (Quando?)

Lugar - onde o fato se deu (Onde?)

Personagens - quem participou ou observou

o ocorrido (Com quem?)

Causa - motivo que determinou a ocorrência

(Por quê?)

Modo - como se deu o fato (Como?)

Conseqüências (Geralmente provoca

determinado desfecho)

A modalidade narrativa de texto pode

constituir-se de diferentes maneiras: piada,

peça teatral, crônica, novela, conto, fábula etc.

Uma narrativa pode trazer falas de

personagens entremeadas aos

acontecimentos, faz-se uso dos chamados

discursos: direto, indireto ou indireto livre.

No discurso direto, o narrador transcreve as

palavras da própria personagem. Para tanto,

recomenda-se o uso de algumas notações

gráficas que marquem tais falas: travessão,

dois pontos, aspas. Mais modernamente

alguns autores não fazem uso desses

recursos.

O discurso indireto apresenta as palavras

das personagens através do narrador que

reproduz uma síntese do que ouviu, podendo

suprimir ou modificar o que achar necessário. A

estruturação desse discurso não carece de

marcações gráficas especiais, uma vez que

sempre é o narrador que detém a palavra.

Usualmente, a estrutura traz verbo dicendi

(elocução) e oração subordinada substantiva

com verbo num tempo passado em relação à

fala da personagem.

Quanto ao discurso indireto livre, é usado

como uma estrutura bastante informal de

colocar frases soltas, sem identificação de

quem a proferiu, em meio ao texto. Trazem,

muitas vezes, um pensamento do personagem

ou do narrador, um juízo de valor ou opinião,

um questionamento referente a algo

mencionado no texto ou algo parecido. Esse

tipo de discurso é o mais usado atualmente,

sobretudo em crônicas de jornal, histórias

infantis e pequenos contos.