Apostila Lic Ambiental

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    1/195

    Curso piloto sobre Licenciamento Ambiental - LiA

    1 SEMESTRE 2008

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    2/195

    Prezados colegas,

    com muita satisfao que apresento o curso de licenciamento ambiental para osmunicpios, importante passo rumo ao fortalecimento e consolidao do Sistema Nacional do MeioAmbiente, o Sisnama. Neste texto apresento primeiramente o histrico do qual o curso fruto, em

    seguida apresento sua contextualizao para finalmente apresentar o curso.

    Histrico

    Apesar de o Sisnama ter sido institudo pela Lei 6.938 de 31 de agosto de 1981, eposteriormente a Constituio Federal de 1988, em seu artigo 23, estabelecer que a gestoambiental competncia comum da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, foi somentedurante a 1. Conferncia Nacional de Meio Ambiente, ocorrida no segundo semestre de 2003,que se deliberou pelo fortalecimento da ponta do sistema, ou seja, os municpios.

    Esta necessidade se d no apenas por serem os municpios os entes que menos contamcom estruturas e instrumentos de gesto em aplicao, mas tambm porque ser para eles atransferncia de diversas atribuies no processo de descentralizao pelo qual o sistema deve

    passar aps a regulamentao do artigo 23, que se encontra tramitando no Congresso Nacional.A primeira iniciativa nesse sentido foi o lanamento do Programa Nacional de

    Capacitao de Gestores Ambientais - PNC , concebido pelo Ministrio do Meio Ambiente emconjunto com a Associao Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente Abema e aAssociao Nacional dos rgos Municipais de Meio Ambiente Anamma, por meio da ComissoTcnica Tripartite Nacional.

    O PNC foi lanado oficialmente dia 23 de agosto de 2005 e institudo por meio da PortariaMinisterial n 286 de 29 de setembro de 2005. Para implementao do PNC foram assinadosconvnios com 12 estados, com recursos da Unio e da Petrobras, importante parceira nesteprocesso. At o final de 2007, j tinham sido capacitadas quase 7 mil pessoas de 886 municpios.

    Neste processo, o Ministrio do Meio Ambiente contou com parcerias fundamentais para osucesso do PNC. Alm da Petrobras, que aportou os recursos para dez dos doze convniosassinados, a Caixa Econmica Federal tem apoiado com sua estrutura o desenvolvimento doPNC.

    Porm, para aumentar sua abrangncia e alavancar os resultados, foi preciso utilizar deoutras modalidades de ensino, como o ensino a distncia. nesse contexto que foi firmadaimportante parceria com o Instituto Banco Mundial (World Bank Institute) WBI e a Rede Globalde Aprendizagem para o Desenvolvimento (Global Development Learning Network) GDLN. Nombito dessa parceria foram realizados 17 seminrios temticos pelo sistema devideoconferncias.

    Os resultados do PNC foram alm do nmero de pessoas capacitadas. Por meio doprograma foi possvel identificar vrias demandas dos municpios. Entre elas, a necessidade deaprofundamento em temticas como a gesto de resduos slidos e licenciamento ambiental.

    Com vista a atender a estas demandas, o Ministrio do Meio Ambiente em parceria com oWBI, GDLN e a Associao Brasileira de Empresas Pblicas e Resduos Especiais Abrelpepromoveu o Curso Distncia em Gesto Integrada de Resduos Slidos entre outubro edezembro de 2007, certificando 104 gestores de 6 estados.

    Contextualizao

    importante entender o quanto a realizao do curso vem atender s demandas dasociedade. No mbito federativo, a regulamentao do artigo 23 da Constituio Federal irestabelecer claramente as competncias dos trs entes, Unio, Estados e Municpios, havendouma clara necessidade que os municpios se preparem para assumir as responsabilidades que lhesero atribudas.

    Outro aspecto importante a sobrecarga de trabalho em que se encontram os rgos

    estaduais de meio ambiente, no conseguindo atender ao nmero de licenas ambientaissolicitadas. A demora na expedio das licenas ambientais tem sido alvo de crticas, atrasandovrios empreendimentos, e a questo ambiental passou a ser vista como entrave para o

    http://www.mma.gov.br/pnchttp://www.mma.gov.br/pnchttp://www.mma.gov.br/pnchttp://www.mma.gov.br/pnchttp://www.abema.org.br/http://www.abema.org.br/http://www.anamma.com.br/http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=23http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=23http://www.abema.org.br/http://www.anamma.com.br/http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=23http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=23http://www.mma.gov.br/pnchttp://www.mma.gov.br/pnc
  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    3/195

    desenvolvimento. Com os municpios assumindo o licenciamento de atividades de impacto local,haver maior diviso do trabalho, agilizando e melhorando a expedio de licenas ambientais,permitindo, dessa forma, a compatibilizao do desenvolvimento econmico social com apreservao da qualidade do meio ambiente, um dos objetivos da Poltica Nacional do MeioAmbiente, conforme o artigo 4, inciso I, da Lei 6.938/1981.

    O curso de licenciamento

    A concepo do curso nasceu da parceria do Ministrio do Meio Ambiente com o InstitutoBanco Mundial e GDLN, devido s experincias anteriores no ensino distncia. A EaD umpoderoso instrumento que viabiliza o atendimento em larga escala, considerando o vasto territriobrasileiro e os mais de 5.560 municpios.

    Especificamente, na estrutura do Ministrio do Meio Ambiente, o Departamento deCoordenao do Sisnama DSIS, ficou responsvel pela mobilizao dos estados, utilizando-seda rede j constitudo por meio do PNC, sendo que o Departamento de Licenciamento e AvaliaoAmbiental DLAA, ficou responsvel pela elaborao do contedo do curso.

    Ao Instituto Banco Mundial, coube o papel de conduzir a elaborao do curso emmetodologia EaD e disponibilizar sua sala de videoconferncias em Braslia para as aulas, almda transmisso do curso via webstreaming, tecnologia que permite que as aulas sejamacompanhadas pela internet. A GDLN, em parceria com a Rede Nacional de Pesquisa RNP - irdisponibilizar as salas de videoconferncias.

    O curso ser realizado na modalidade semi-presencial, com durao de 9 semanas. Sero4 mdulos ministrados distncia, sempre iniciando com uma videoconferncia transmitida ssegundas-feiras, seguindo a discusso e realizao de atividades de cada mdulo no ambiente deensino distncia. A plataforma utilizada para ensino distncia o Moodle, software livre delarga utilizao neste segmento.

    Os mdulos ministrados distncia trataro de temas gerais relacionados aolicenciamento: qualidade ambiental, acesso informao, legislao ambiental e procedimentosde licenciamento. O mdulo presencial tem como objetivo que cada estado apresente suasespecificidades e possa permitir o intercmbio de experincias e integrao dos alunos.

    Foram convidados para participarem do curso de licenciamento todos os estados queaderiram ao PNC, mesmo aqueles que ainda no firmaram convnio. O curso ser realizado emregime de cooperao, cabendo ao estado a responsabilidade de indicar um tutor e promover oencontro presencial.

    A avaliao ser feita por meio da participao do aluno no ambiente virtual, nasvideoconferncias, no mdulo presencial e na entrega do Trabalho de Concluso do Curso TCC.

    Maiores detalhes, como o cronograma do curso, distribuio das turmas, esto disponveisnos arquivos postados no ambiente virtual.

    Desejo a todos bons estudos e um aproveitamento satisfatrio do curso.

    Atenciosamente,

    Jorge Gabriel Moiss FilhoCoordenador Geral do Curso de Licenciamento

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    4/195

    Braslia, 28 de abril de 2008

    Ministrio do Meio AmbienteSecretaria de Mudanas Climticas e qualidade Ambiental

    Departamento de Licenciamento e Avaliao Ambiental

    Gesto Ambiental CompartilhadaDiscusso: Licenciamento Ambiental de empreendimentos e

    atividades com caractersticas de impacto local eos Critrios para os Municpios exercerem aGesto Ambiental.

    UMA CONTRIBUIO DO MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE

    Abril 2008

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    5/195

    I INTRODUO

    O presente documento tem por objetivo contribuir, de forma preliminar, com adiscusso sobre Gesto Ambiental Compartilhada entre os trs entes federados, a partirda formulao de uma proposta conceitual de diretrizes para o estabelecimento deacordos para a tipificao de empreendimentos e atividades com caractersticas de

    impacto local, e cooperao para a implementao da Gesto Ambiental Compartilhada.

    O aspecto preliminar desse documento reside no conceito de gestocompartilhada, onde diretrizes e modelos de acordo devem ser trabalhados com aparticipao, no s dos entes, mas tambm da sociedade civil, e podem ocorrer emseminrios, reunies tripartites e de conselhos estaduais e municipais de meio ambiente.

    II - CONTEXTUALIZAO

    A capacidade de atuao do Estado na rea ambiental baseia-se na idia deresponsabilidades compartilhadas entre Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios,alm da relao desses com os diversos setores da sociedade.

    Essa concepo tem origem na Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981, quedispe sobre a Poltica Nacional de Meio Ambiente. A Lei, alm de estabelecer conceitos,princpios, objetivos, instrumentos, mecanismos de aplicao e de formulao, institui oSistema Nacional de Meio Ambiente SISNAMA.

    O SISNAMA surge, nesse contexto, com a finalidade de estabelecer um conjuntoarticulado de rgos e entidades responsveis pela proteo e pela melhoria da qualidadeambiental. Os rgos e entidades da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, e dos

    Municpios, bem como as fundaes institudas pelo Poder Pblico, responsveis pelaproteo e melhoria da qualidade ambiental, constituem o SISNAMA. O modelo de gestodefinido na Lei estimula a participao da sociedade civil, a cooperao e interao dosorganismos envolvidos com o controle e promoo da melhoria ambiental. Suas principaisfunes so:

    Implementar a Poltica Nacional do Meio Ambiente;

    Estabelecer um conjunto articulado de rgos, entidades, regras eprticas responsveis pela proteo e pela melhoria da qualidadeambiental; e

    Garantir a descentralizao da gesto ambiental, atravs docompartilhamento entre os entes federados (Unio, Estados eMunicpios).

    No entanto, para atuar como um sistema, no basta ao SISNAMA um conjunto dergos e de instrumentos. preciso instncias de articulao para gerenciar ecompartilhar a informao, possibilitar a avaliao e o acompanhamento permanentes daspolticas ambientais do pas.

    Nesse contexto, foram criadas as Comisses Tripartites (http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=23 ) como um espaoformal de dilogo e articulao entre os rgos e entidades ambientais. As Comisses

    Tcnicas Tripartites Estaduais e a Nacional so compostas por representaes paritriasdos rgos e entidades ambientais da federao, os quais desenvolvem seus trabalhosde acordo com uma lgica de consenso, onde as decises so construdas por

    http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=23http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=23
  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    6/195

    unanimidade. Essas comisses so fundamentais para promoo da gesto ambientalcompartilhada e descentralizada.

    consenso, na Comisso Tripartite Nacional a necessidade de avanar emdiversos aspectos para o compartilhamento da gesto ambiental, como: (i) aregulamentao, por Lei Complementar, do Art. 23 da Constituio Federal que tratada diviso de competncias entre os entes federados, no que diz respeito gestoambiental; (ii) o desdobramento da Resoluo CONAMA 237/97 em outras normas eprocedimentos no mbito dos estados e municpios; (iii) a implementao do ProgramaNacional de Formao e Capacitao de Gestores Municipais , visando inclusomacia dos municpios na gesto ambiental compartilhada; e (iv) a articulao para anecessria implementao do Sistema Nacional de Informaes de Meio Ambiente,dentre outros.

    Algumas dessas aes esto em desenvolvimento como o Programa Nacional deCapacitao de Gestores Municipais e o Sistema Nacional de Informaes de MeioAmbiente.

    A regulamentao do artigo 23 da CF est em discusso no Congresso Nacional (http://www.camara.gov.br/sileg/integras/531058.pdf ou(http://www2.camara.gov.br/proposicoes/chamadaExterna.html?link=http://www.camara.gov.br/sileg/prop_detalhe.asp?id=104885 ). O estgio atual doProjeto de Lei que busca essa regulamentao teve a participao fundamental dosintegrantes do SISNAMA, por meio do Ministrio do Meio Ambiente, coordenando asdiscusses, da Associao Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente ABEMA e da Associao de Entidades Municipais de Meio Ambiente ANAMMA. Essadiscusso teve como Marco o Seminrio Repartio de Competncias: a regulamentaodo art. 23 da Constituio Federal e o Fortalecimento do SISNAMA, realizado em outubrode 2004, evento que contou com a participao de procuradores federais e estaduais, e

    representantes dos diversos rgos e entidades que integram o SISNAMA. Desseseminrio extraiu-se diretrizes para elaborao de um Projeto de Lei Complementar.

    Com base nessas diretrizes, um grupo de Trabalho criado pela Comisso TripartiteNacional elaborou um Projeto de Lei Complementar fixando normas para a cooperaoentre a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, no que se refere scompetncias comuns previstas no artigo 23 - incisos III, VI e VII e pargrafo nico,estabelecendo questes fundamentais como: (i) a repartio de competncias entre osmembros do SISNAMA em relao ao licenciamento ambiental, tendo como base aabrangncia e magnitude do impacto ambiental da atividade; (ii) harmonizao entre ascompetncias para a realizao do licenciamento ambiental e autorizao para asupresso de vegetao; (iii) regras claras para ao da fiscalizao e da gesto florestal;(iv) competncia supletiva dos entes federados e no apenas da Unio, dentre outras.

    Como encaminhamento do seminrio Repartio de Competncias ficouestabelecido que paralelamente discusso da regulamentao do Artigo 23 da CF, aComisso Tripartite Nacional iria sugerir s Comisses Tcnicas Tripartites Estaduaiscritrios para a definio das atividades consideradas com caractersticas de impactolocal.

    Ao definir as tipologias de atividades a ser licenciadas por cada ente federadohaver uma melhoria na operacionalidade dos rgos licenciadores, que atualmenteatuam com uma carga de solicitaes superior sua capacidade de operao. Noentanto, para que os municpios assumam, de fato, suas responsabilidades necessrioque, considerando as peculiaridades regionais, sejam adotados critrios pararegulamentar as tipologias de empreendimentos e atividades com caractersticas deimpacto local.

    http://www.camara.gov.br/sileg/integras/531058.pdfhttp://www2.camara.gov.br/proposicoes/chamadaExterna.html?link=http://www.camara.gov.br/sileg/prop_detalhe.asp?id=104885http://www2.camara.gov.br/proposicoes/chamadaExterna.html?link=http://www.camara.gov.br/sileg/prop_detalhe.asp?id=104885http://www.camara.gov.br/sileg/integras/531058.pdfhttp://www2.camara.gov.br/proposicoes/chamadaExterna.html?link=http://www.camara.gov.br/sileg/prop_detalhe.asp?id=104885http://www2.camara.gov.br/proposicoes/chamadaExterna.html?link=http://www.camara.gov.br/sileg/prop_detalhe.asp?id=104885
  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    7/195

    Ainda em 2004, a Comisso Tripartite Nacional aprovou o Documento Base deApoio s discusses Estaduais Tipologia de Impacto Ambiental(http://www.mma.gov.br/estruturas/DAI/_arquivos/tipificacao_tipologia_impacto_ambiental.pdf).

    III GESTO AMBIENTAL COMPARTILHADA: A IMPORTNCIA DA PARTICIPAODOS MUNICPIOS

    A Constituio de 1988 estabeleceu o marco para a ao municipal sobre o meioambiente - define a competncia para proteo ambiental como objeto comum entre osentes federados e a incluso dos municpios como entes partcipes da federao emigualdade de condies, dotados de autonomia poltica, administrativa e financeira.

    Esse novo marco consagrou e fortaleceu de vrias formas a ao municipal e aao cooperada prevista desde a instituio do SISNAMA. Assim, os Municpios podemestabelecer sua prpria agenda de prioridades ambientais.

    Em observncia ao critrio constitucional da autonomia e responsabilidadecompartilhada entre os entes federados, o Conselho Nacional de Meio Ambiente -CONAMA editou, em dezembro de 1997, a Resoluo n 237 regulamentando a atuaodos rgos integrantes do SISNAMA na execuo do licenciamento ambiental. Essaresoluo reafirmou os princpios de cooperao da poltica ambiental e buscoudeterminar e explicitar os critrios de competncias correspondentes aos nveis degoverno federal, estadual e municipal para a execuo do licenciamento ambiental, combase nos impactos ambientais da atividade ou empreendimento.

    Para tanto, os municpios devem estruturar-se para implementao de seussistemas de gesto ambiental em termos polticos, tcnicos, tecnolgicos e operacionais. necessrio que criem uma instncia executiva (secretaria, departamento, entre outras)que seja responsvel pelas atividades de gesto ambiental e que contemple um quadrotcnico capacitado para responder pelas questes ambientais.

    O municpio ao assumir seu papel constitucional traz uma srie de benefcios, taiscomo: (i) mais proximidade dos problemas a enfrentar e melhor acessibilidade dosusurios aos servios pblicos; (ii) maiores possibilidades de adaptao de polticas eprogramas s peculiaridades locais; (iii) melhor utilizao dos recursos e mais eficinciana implementao de polticas; (iv) maior visibilidade e conseqentemente maistransparncia das tomadas de decises; e (v) democratizao dos processos decisrios ede implementao, favorecendo a participao da populao envolvida e as condies

    para negociao de conflitos.Vrias so os municpios que enfrentam dificuldades sociais, econmicas e

    ambientais, decorrentes da inexistncia de um planejamento local adequado para odesenvolvimento e gesto ambiental do seu territrio. Assim, a cada municpio cabepreparar-se e assumir a defesa ambiental e a garantia da qualidade de vida dos seuscidados. Ressalta-se que o comprometimento dos municpios fundamental paraassegurar um desenvolvimento sustentvel.

    A ao ambiental dos municpios pode estar associada a inmeras possibilidadesde interao entre os Estados e a Unio, compartilhando responsabilidades em condiesde autonomia, cooperao e complementaridade.

    A gesto ambiental compartilhada e descentralizada do meio ambiente encontrarespaldo pleno nas diretrizes bsicas que norteiam a atual poltica do Ministrio do MeioAmbiente:

    http://www.mma.gov.br/estruturas/DAI/_arquivos/tipificacao_tipologia_impacto_ambiental.pdfhttp://www.mma.gov.br/estruturas/DAI/_arquivos/tipificacao_tipologia_impacto_ambiental.pdfhttp://www.mma.gov.br/estruturas/DAI/_arquivos/tipificacao_tipologia_impacto_ambiental.pdfhttp://www.mma.gov.br/estruturas/DAI/_arquivos/tipificacao_tipologia_impacto_ambiental.pdf
  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    8/195

    O Ministrio do Meio Ambiente tem se pautado pela viso de um novo ciclo dedesenvolvimento que compreenda as dimenses econmica, ambiental, poltica,social e cultural. Tal modelo de desenvolvimento implica na superao de umaviso puramente econmica da sociedade, optando por prticas sustentveis naproduo e no consumo, bem como a democratizao do acesso aos recursos dopas. Essa a idia do desenvolvimento sustentvel, ou seja, a promoo dos

    fundamentos de um novo ciclo de desenvolvimento caracterizado pela qualidadede vida e incluso social para a maioria dos brasileiros.

    A atual poltica ambiental federal tem se expressado tambm na institucionalizaode espaos de planejamento e participao social alm de formas de controlepblico como, por exemplo, a realizao das conferncias nacionais de meioambiente, a ampliao das consultas pblicas e a implementao do SistemaNacional de Informaes sobre o Meio Ambiente SINIMA.

    O fortalecimento do SISNAMA, dotando o Estado brasileiro de meios tcnicosmais robustos para que ele seja capaz de responder aos desafios ambientais. Aparceria com os estados e municpios na implementao do Programas Nacional

    de Capacitao para Gestores Ambientais Municipais um exemplo de iniciativaempreendida no mbito das Comisses Tripartites Nacional e Estaduais, criadasem todos os estados, com a participao dos entes federados.

    A adoo da transversalidade na poltica ambiental, buscando a insero dadimenso ambiental nas diversas polticas pblicas - rompendo o isolamentosetorial em relao s questes ambientais.

    IV. EXPERINCIAS DE DESCENTRALIZAO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL EGESTO COMPARTILHADA

    Ao longo da dcada de noventa, assistiu-se a um intenso processo deinstitucionalizao da ao municipal no campo ambiental. Alguns municpios pioneiros jhaviam institudo suas Polticas Municipais de Meio Ambiente como um dos mecanismosdo Poder Pblico local para definir diretrizes e estabelecer normas na forma de lei queregulamenta as questes ambientais locais.

    No que concerne ao compartilhamento do processo de licenciamento ambiental,alguns estados optaram pela desconcentrao das atividades, estabelecendo unidadesregionais de licenciamento vinculados ao rgo central. Outros estados implementaramexperincias em que municpios foram habilitados, por meio de convnio ou instrumentolegal, a fazer o licenciamento de determinadas atividades. Finalmente, existem os

    Estados que estabeleceram uma poltica de municipalizao do licenciamento ambientalpautada no critrio da competncia originria para empreendimentos e atividades comcaractersticas de impacto local, definindo regras gerais e requisitos ao licenciamentomunicipal.

    Nos estados que tipificaram as atividades de impacto local verifica-se a adoo deprocedimentos e critrios tcnicos diversos, possivelmente justificados por especificidadesregionais.

    A disseminao das experincias de descentralizao fundamental para adiscusso e articulao entre os entes federados, de forma a possibilitar a incorporaodo princpio cooperativo entre os rgos integrantes do SISNAMA.

    Assim, apresenta-se a seguir os modelos adotados por alguns estados, de formasintetizada:

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    9/195

    DESCENTRALIZAO DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL

    Bahia Lista atividades e empreendimentos cujos impactos ambientais ocorrem dentro dos limitesterritoriais do municpio.Condicionante: firmar convnio com Municpios que possuem Sistema de Gesto Ambiental ecorpo tcnico multidisciplinar.

    Cear Lista atividades de impacto local, classificadas como pequeno e mdio porte, potencialpoluidor/degradador de impacto local.

    Condicionante: firmar convnio com Municpios que possuem Sistema de Gesto Ambiental ecorpo tcnico multidisciplinar.

    EspritoSanto *

    Lista atividades e empreendimentos consideradas de impacto local, fixandoportes e graupoludo/degradador.

    Condicionante: habilitao do Municpio junto ao CONSEMA, sem a necessidade de convnio.

    Gois * Lista atividades e empreendimentos consideradas de impacto local, fixandoportes e graupoludo/degradador.Condicionante: Municpios devero credenciar-se junto ao CEMAm, sem a necessidade deconvnio.

    MinasGerais

    Qualquer classe de empreendimentos (Classe I, II e III) definidos com base no porte epotencial poluidor ou degradador.

    Condicionante: firmar convnio com Municpios que possuem Sistema de Gesto Ambiental ecorpo tcnico multidisciplinar..Paran Estabelecimento de tipologias de atividades que sero licenciadas pelos municpios (qualquer

    tipologia) e de acordo com o grau de impacto ambientale a capacidade operacional do rgomunicipal.

    Condicionante: firmar convnio com Municpios.Paraba Firmar convnios com prefeituras: Estado orienta a estruturao do Sistema Municipal de Meio

    Ambiente, com criao de Secretaria, Conselho e do Fundo Municipal de Meio Ambiente.

    Termo Aditivo ao Convnio: para os municpios instruir e protocolar os processos delicenciamento repassando-os em seguida ao Estado p/ anlise tcnica.

    ltimo passo: transferncia do licenciamento ambiental de atividade com impacto local,conforme prev a Resoluo n 237/97.

    Pernambuco

    Empreendimentos e atividades de pequeno potencial poluidor/degradador.Condicionante: firmar convnio com Municpios que possuem Sistema de Gesto Ambiental ecorpo tcnico multidisciplinar.

    RioGrandedo Sul

    Lista os empreendimento e atividades, fixando os respectivos portes que caracterizamimpacto local e o potencial poluidor.

    Condicionante: habilitao do Municpio pelo CONSEMA, sem a necessidade de convnio.SantaCatarina

    Qualquer tipo de empreendimento pode ser licenciado pelos municpios, desde que tenhapequeno ou mdio potencial poluidor.Condicionante: firmar convnio com Municpios que possuem Conselho Municipal eprofissionais habilitados.

    So

    Paulo

    Lista atividades que podero ser licenciado pelos municpios.

    Condicionante: firmar convnio com Municpios que possuem Sistema de Gesto Ambiental ecorpo tcnico multidisciplinar.

    * Processos discutidos nas Comisses Tripartites Estaduais e encaminhados aos respectivos Conselhos de Meio Ambiente.

    Nota-se que alm de adotarem procedimentos e critrios tcnicos diversos nalistagem de empreendimentos e atividades licenciveis pelos municpios, os estadosadotaram tambm condicionantes e formalidades diferenciadas para que os municpiospossam proceder ao licenciamento ambiental.

    Ressalta-se que a Resoluo CONAMA n 237/97, em seu artigo. 6 estabelececompetncia aos municpios procederem ao licenciamento ambiental deempreendimentos de impacto local, sem a necessidade de formalizao de convnios.

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    10/195

    V - RECOMENDAES

    Para a concepo de um modelo compartilhado do processo de licenciamentoambiental devem ser consideradas as especificidades regionais de um pas to rico nasua diversidade socioambiental, cujos 5.562 municpios compem um cenrio comcaractersticas geogrficas, culturais, sociais, econmicas e polticas diferentes e em

    alguns casos, conflitantes.Um modelo ideal de gesto ambiental deve ter enfoque na administrao do meio

    ambiente compartilhando as aes pblicas e privadas com a participao de setoressociais.

    Para exerccio da gesto ambiental compartilhada, os rgos integrantes doSISNAMA podero utilizar alguns instrumentos como: (i) deliberao dos Conselhos deMeio Ambiente enquanto esferas de gesto participativa para definio das atribuies econtrole de suas execues; (ii) consrcios entre os entes federados e entre as entidadesintegrantes do SISNAMA; (iii) firmar acordos e convnios e instrumentos similares comoutros rgos do Poder Pblico para auxiliar no desempenho de suas competncias; (iv)

    firmar convnios, acordos de cooperao tcnica e instrumentos similares com outrosrgos e entidades do Poder Pblico e do SISNAMA, para auxiliar no desempenho desuas competncias.

    A definio do tipo de empreendimento e atividade com caracterstica de impactolocal deve ter a participao de representantes de municpios, sociedade civil e discutida,inicialmente, nas Comisses Tcnicas Tripartites Estaduais e posteriormente nosConselhos de Meio Ambiente dos Estados.

    Deve-se considerar que os diplomas legais, em vigor, excluem a necessidade deconvnio entre os entes federados para proceder ao licenciamento ambiental deempreendimentos e atividades consideradas de impacto local, definidas em comum

    acordo e estabelecidas em legislao prpria.Adotar as recomendaes do Documento Base: Tipologia de Impacto Ambiental

    Local, aprovado pela Comisso Tripartite Nacional, em 09 de dezembro de 2004:

    Qualquer tipo de empreendimento pode ser licenciado pelos municpiosdesde que tenha caractersticas de impacto local, definido por tipo deatividade, porte e grau poluidor e, cujos limites, sejam definidos porlegislao estadual e discutidos, preferencialmente, nos ConselhosEstaduais de Meio Ambiente.

    Para exerccio de sua competncia o municpio deve possuir alm do

    estabelecido no artigo 20 da Resoluo CONAMA n 237/97 - Conselho deMeio Ambiente, com carter deliberativo e participao social, e um quadrode profissionais legalmente habilitados a sua disposio: Poltica Municipalde Meio Ambiente; Poltica de Financiamento do Sistema Municipal de MeioAmbiente e legislao que discipline o licenciamento ambiental municipal.

    Nos Planos Diretores ou de Diretrizes Urbanas deve ser contemplada avarivel ambiental como diretriz de desenvolvimento estratgico.

    Ampla discusso no mbito das Comisses Tcnicas Tripartites Estaduaispara propor, em comum acordo entre os entes federados, as questesrelativas legislao estadual.

    Como subsdio discusso e definio das tipologias de empreendimentos e

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    11/195

    atividades de impacto local, o Ministrio do Meio Ambiente est executando um projeto nombito do TAL AMBIENTAL Assistncia Tcnica para a Agenda de Sustentabilidade,com o objetivo de avaliar as experincias de municipalizao do licenciamento emimplementao em alguns estados, visando a formulao de uma proposta de diretrizes ecritrios para a tipificao de empreendimentos e atividades de impacto local, bem comodo processo de compartilhamento do licenciamento ambiental.

    Esse projeto contempla, tambm, a anlise da sinergia e cumulatividade deimpactos decorrentes da implantao de empreendimentos ou atividades de uma mesmatipologia de impacto local, numa determinada bacia hidrogrfica ou regio, visando: (i)identificar se a sinergia ou cumulatividade gerada pelo conjunto de empreendimentos demesma tipologia perde, em escala, a caracterstica de impacto local; (ii) definirestratgias/procedimentos de licenciamento ambiental para grupos de empreendimentose atividades de mesma tipologia.

    VI SUGESTO DE METODOLOGIA DE DISCUSSO.

    Considerando a necessidade de estabeler uma metodologia para o processo dediscusso sobre Tipologia de empreendimentos e atividades consideradas de impactolocal, e considerando que essa discusso uma proposta de ao pactuada pelaComisso Tripartite Nacional como estratgica para o fortalecimento do SISNAMA,sugere-se:

    Realizar a discusso na Comisso Tcnica Tripartite Estadual - CTTE, lembrando quea pauta dessas comisses sempre sero definidas por consenso entre seus membros.

    Adotar como referncia as experincias e avanos desenvolvidos nos estados.

    Realizar Seminrio Tcnico Estadual como forma de ampliar a participao dos rgosdo SISNAMA e setores da sociedade buscando nivelar as informaes e conceitos daproposta estadual de gesto ambiental compartilhada.

    Encaminhamento da proposta ao Conselho Estadual de Meio Ambiente de cadaEstado para discusso e aperfeioamento.

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    12/195

    VII - ELABORAO DA PROPOSTA

    Para a elaborao da proposta de Gesto Ambiental Compartilhada devem serconsiderados os seguintes aspectos estruturantes:

    A definio da competncia para o licenciamento ambiental deve levar em

    considerao a abrangncia do impacto ambiental e no a titularidade do bem.

    A capacidade instalada ou a ser instalada no municpio para o exerccio de suacompetncia.

    fundamental que a proposta a ser construda estabelea a estrutura mnima queo municpio dever dispor para o exerccio da gesto ambiental compartilhada.

    O MMA sugere que o municpio disponha de:

    3. Estrutura administrativa (Secretaria, Fundao ou outra) que abrigue um quadrode tcnicos responsveis pelo licenciamento municipal. Essa estrutura pode serorganizada atravs de consrcio de vrios municpios que partilham equipemultidisciplinar para atuar em uma regio;

    4. Conselho Municipal de Meio Ambiente, com participao de segmentos dasociedade e com carter deliberativo;

    5. Legislao municipal que discipline o Licenciamento Ambiental, contemplando acobrana de taxa de licenciamento;

    6. Poltica Municipal de financiamento do Sistema Municipal do Meio Ambiente;

    7. Plano diretor que contemple a questo ambiental ou Plano Municipal de MeioAmbiente.

    Definio de uma estratgia de transio para o compartilhamento da gesto

    ambiental e do licenciamento ambiental pelos municpios.Essa poltica de transio deve considerar a necessidade de capacitao dostcnicos dos municpios, o repasse de procedimentos, metodologias, tecnologias ea celebrao de acordos de cooperao tcnica.

    Criao de um grupo de tcnicos, no mbito da Secretaria de Meio Ambiente doEstado ou do rgo executor da poltica estadual de meio ambiente, que auxilie aestruturao dos sistemas municipais de meio ambiente e que acompanhe asatividades realizadas pelos municpios, visando a sua organizao e suacontinuidade.

    A concretizao da fase estruturante do processo de transio dar-se- pela

    anlise da proposta municipal, por uma Cmara Tcnica do Conselho Estadual deMeio Ambiente e aprovao pela Plenria do mesmo.

    Construo de uma proposta de financiamento do Sistema Nacional do

    Meio Ambiente, discutindo a Rede de Fundos Scio Ambientais, a

    regulamentao da Taxa de Controle e Fiscalizao Ambiental - TCFA, o

    ICMS Ecolgico, o IR Ecolgico entre outras alternativas que possibilitem a

    sustentabilidade do SISNAMA.

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    13/195

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    14/195

    rea de Influncia - rea geogrfica na qual so detectveis os impactos deum projeto. (Snchez,2006)

    rea de Preservao Permanente (APP) rea protegida, coberta ou nopor vegetao nativa, com a funo ambiental de preservar os recursoshdricos, a paisagem, a estabilidade geolgica, a biodiversidade, o fluxo gnicode fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaeshumanas.

    Assoreamento Obstruo de rio, canal, esturio ou qualquer corpo dguapor acmulo de substncia minerais (areia, argila) ou orgnicas (lodo),diminuindo sua profundidade e a fora de sua correnteza (Glossrio Ibama,2003).

    Audincia pblica. (1) Consulta populao sobre um problema ambientalou sobre um projeto que pode causar problemas ao meio ambiente. (2)Exposio comunidade interessada ou afetada por um empreendimento oupoltica a ser implantada, previamente implantao, da proposta e, ao MeioAmbiente (RIMA), dirimindo dvidas e recolhendo crticas e sugestes arespeito. A audincia pblica pode ser solicitada por entidade civil, peloMinistrio Pblico ou por cinqenta ou mais cidados. Quando houver pedidode audincia pblica, qualquer licena concedida sem sua realizao no tervalidade. (3) Procedimento de consulta sociedade, ou a grupos sociaisinteressados em determinado problema ambiental ou que estejampotencialmente afetados pelo projeto. A audincia pblica faz parte dosprocedimentos, como canal de participao da comunidade nas decises em

    nvel local.Autuao ato de lavrar um auto contra algum, processar.

    Avaliao de Impacto Ambiental - Estudo realizado para identificar, prevere interpretar, assim como, prevenir as conseqncias ou efeitos ambientais quedeterminadas aes, planos, programas ou projetos podem causar sade, aobem estar humano e ao entorno.

    Avaliao de risco processo pelo qual os resultados da anlise de riscosso utilizados para a tomada de deciso (Snchez,2006).

    Bacia hidrogrfica Conjunto de terras drenadas por um rio principal, seusafluentes e subafluentes. A idia de bacia hidrogrfica est associada nooda existncia de nascentes, divisores de guas e caractersticas dos cursos degua, principais e secundrios, denominados afluentes e subafluentes. A reafsica, assim delimitada, constitui-se em importante unidade de planejamento ede execuo de atividades scio-econmicas, ambientais, culturais eeducativas.

    Biodiesel Combustvel produzido a partir da mistura de leos vegetais,como os de mamona, babau, macaba etc.

    Biodiversidade Representa a diversidade de comunidades vegetais eanimais que se interrelacionam e convivem num espao comum que pode ser

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    15/195

    um ecossistema ou um bioma (Glossrio Ibama, 2003).

    Bioma Conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo agrupamento detipos de vegetao contguos e identificveis em escala regional, comcondies geoclimticas similares e histria compartilhada de mudanas,resultando em uma diversidade biolgica prpria. Biomas so as grandes

    'paisagens vivas' existentes no planeta, definidas em geral de acordo com otipo dominante de vegetao. A Caatinga, o Cerrado e a Floresta Atlntica soexemplos de biomas.

    Biota o conjunto de seres vivos de um ecossistema, o que inclui a flora, afauna, os fungos, os protistas (algas unicelulares e protozorios) e asbactrias.

    Carcinicultura Criao de crustceos, como caranguejos e camares.

    CIDE Combustveis Significa o imposto cobrado sobre importao ecomercializao de lcool etlico combustvel, de gs natural e seus derivados,bem como de petrleo e seus derivados. Parte da arrecadao desse impostodeve ser destinada, por lei, a projetos ambientais.

    Clientelismo Tipo de relao poltica em que uma pessoa d proteo aoutra em troca de apoio, estabelecendo-se um lao de submisso pessoal que,por um lado, no depende de relaes de parentesco e, por outro, no temconotao jurdica. (Dicionrio Aurlio Sculo XXI)

    Comisso Tripartite Instncia criada para articular os rgos federais,estaduais e municipais de meio ambiente e outras organizaes da sociedadepara a promoo da gesto ambiental compartilhada e descentralizada entreos entes federados. composta por representaes paritrias dos rgos eentidades ambientais da federao, os quais desenvolvem seus trabalhos deacordo com uma lgica de consenso, em que as decises so construdas porunanimidade. A Comisso Tripartite Nacional foi criada pela Portaria MMA n.189 de 25 de maio de 2001. composta por representantes do Ministrio doMeio Ambiente (MMA), da Associao Brasileira de Entidades Estaduais de MeioAmbiente (ABEMA) e da Associao Nacional de Municpios e Meio Ambiente(ANAMMA). As Comisses Tripartites Estaduais e a Comisso Bipartite doDistrito Federal, institudas pela Portaria MMA n. 473 de 9 de dezembro de2003, tm as mesmas incumbncias em mbito estadual.

    Compensao ambiental Medida destinada a indenizar financeiramente asociedade por impactos ambientais adversos que no foi possvel evitar oupara os quais no se encontrou quaisquer medidas de mitigao. Exemplo:contribuio para o fundo de meio ambiente ou a aquisio de rea destinada aum parque municipal como forma de compensar o municpio pela exploraode minrios.

    Compostagem Processo de transformao de resduos orgnicos (restos dealimentos, fezes humanas e de animais, restos de culturas agrcolas) em

    http://www.abema.org.br/http://www.anamma.com.br/http://www.abema.org.br/http://www.anamma.com.br/
  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    16/195

    adubo.

    Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). o rgo consultivo edeliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente-SISNAMA, foi institudopela Lei 6.938/81, que dispe sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente,regulamentada pelo Decreto 99.274/90. O CONAMA composto por Plenrio,CIPAM, Grupos Assessores, Cmaras Tcnicas e Grupos de Trabalho. OConselho presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e sua SecretariaExecutiva exercida pelo Secretrio-Executivo do MMA.

    Conscientizao pblica Uma das modalidades da educao ambiental,voltada a formar opinio pblica sobre determinados temas relativos ao meioambiente. Pode ser realizada mediante aes de sensibilizao e mobilizao,utilizando, para isso, diferentes meios de comunicao.

    Conservao ambiental O manejo do uso humano da natureza,

    compreendendo a preservao, a manuteno, a utilizao sustentvel, arestaurao e a recuperao do ambiente natural, para que possa produzir omaior benefcio, em bases sustentveis, s atuais geraes, mantendo seupotencial de satisfazer as necessidades e aspiraes das geraes futuras, egarantindo a sobrevivncia dos seres vivos em geral. (art. 2, Lei 9985/00).

    Consultivo O carter de ser consultado e de prestar assessoria sempre quenecessrio.

    Controle social Ao de fiscalizao, exercida pela sociedade, sobre os

    governos, visando garantir transparncia na definio das prioridades daspolticas e nos gastos pblicos.

    Corpos dgua Qualquer coleo de guas interiores. Denominao maisutilizada para guas doces, abrangendo rios, igaraps, lagos, lagoas, represas,audes etc. (Glossrio MUNIC/IBGE, 2002).

    Corredores ecolgicos Pores dos ecossistemas naturais ou semi-naturais, ligando unidades de conservao e outras reas naturais, quepossibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a

    disperso de espcies e a recolonizao de reas degradadas, bem como amanuteno de populaes que demandam, para sua sobrevivncia, reas comextenso maior do que aquela das unidades individuais.

    Degradao ambiental Alterao imprpria s caractersticas do meioambiente.

    Deliberativo Significa decidir sobre os temas e problemas apresentados.

    Desenvolvimento sustentvel Existem mais de 80 significados diferentes

    para desenvolvimento sustentvel. Trata-se de um termo em disputa pelosmais diversos setores da sociedade. Nesta capacitao adotamos a definiodoICLEI (International Council for Local Environmental Initiatives Governos

    http://www.mma.gov.br/port/conama/legipesq.cfm?tipo=1&numero=6938&ano=1981&texto=http://www.mma.gov.br/port/conama/legipesq.cfm?tipo=2&numero=99274&ano=1990&texto=http://www.mma.gov.br/port/conama/cons.cfmhttp://www.mma.gov.br/port/conama/cipam.cfmhttp://www.mma.gov.br/port/conama/ctgt.cfmhttp://www.mma.gov.br/port/conama/legipesq.cfm?tipo=1&numero=6938&ano=1981&texto=http://www.mma.gov.br/port/conama/legipesq.cfm?tipo=2&numero=99274&ano=1990&texto=http://www.mma.gov.br/port/conama/cons.cfmhttp://www.mma.gov.br/port/conama/cipam.cfmhttp://www.mma.gov.br/port/conama/ctgt.cfm
  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    17/195

    Locais pela Sustentabilidade), segundo a qual, desenvolvimento sustentvel o desenvolvimento que prov a todos os servios econmicos e ambientaisbsicos, sem ameaar a viabilidade dos sistemas natural, social e construdo,dos quais esses servios dependem (Toronto/Canad, 1996).

    Dessedentao Ato de saciar, matar a sede.

    Diagnstico ambiental Descrio das condies ambientais existentes emdeterminada rea no momento presente; ou, descrio e anlise da situaoatual de uma rea de estudo feita por meio de levantamentos de componentese processos do meio ambiente fsico, bitico e antrpico e de suas interaes.

    Diretriz - Conjunto de instrues ou indicaes para se tratar e levar a termoum plano, uma ao, um negcio.

    Economicista Relativo predominncia do enfoque econmico sobre asdemais reas do conhecimento.

    Efeitos ambientais - Alteraes nas caractersticas e na qualidade do meioambiente produzida por ao humana (FEEMA, 1997).

    Efeito estufa - Fenmeno que ocorre quando gases, como o dixido decarbono, entre outros, atuando como as paredes de vidro de uma estufa,aprisionam o calor na atmosfera da Terra, impedindo sua passagem de voltapara a estratosfera. O efeito estufa funciona em escala planetria e o

    fenmeno pode ser observado, como exemplo, em um carro exposto ao sol ecom as janelas fechadas. O efeito estufa um dos principais agentes dasmudanas climticas. (Glossrio CETESB)

    Efluente Qualquer tipo de gua ou lqido, que flui de um sistema de coleta,ou de transporte, como tubulaes, canais, reservatrios, e elevatrias, ou deum sistema de tratamento ou disposio final, com estaes de tratamento ecorpos de gua receptores. (Dicionrio de Meio Ambiente do IBGE).

    EIA/RIMA - Instrumento Legal do Licenciamento Ambiental, uma exigncia

    constitucional para a instalao de obra ou atividade potencialmente poluidorade significativa degradao do meio ambiente.

    Emisso Ao de emitir ou expelir de si.

    Empreendimento - Toda e qualquer ao fsica com objetivos sociais oueconmicos especficos, seja de cunho pblico ou privado, que causeintervenes sobre o territrio, envolvendo determinadas condies deocupao e manejo dos recursos naturais e alterao sobre as peculiaridadesambientais.

    Entorno - rea que circunscreve um territrio.

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    18/195

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    19/195

    energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,afetam a sade, a segurana e o bem-estar da populao, as atividades sociaise econmicas, a biota, as condies estticas e sanitrias do meio ambiente ea qualidade dos recursos ambientais.

    Impacto Ambiental Regional - todo e qualquer impacto ambiental que

    diretamente (rea de influncia direta do projeto), no todo ou em parte, oterritrio de dois ou mais Estados. (Resoluo Conama n 237/97)

    Impacto ambiental local - impacto ambiental direto que ocorre dentro doslimites territoriais do municpio.

    Incndio florestal - Fogo sem controle que incide sobre qualquer forma devegetao. Pode ser provocado pelos seres humanos ou por fonte natural.

    Indicadores - So ndices de medida que nos ajudam a compreender umadeterminada situao. Por exemplo: o nmero de rvores por habitante de ummunicpio indica a sua cobertura vegetal e um dos indicadores de suaqualidade ambiental. Este nmero pode ser comparado ao recomendvel eusado para decidir se necessrio plantar mais rvores. Depois, este mesmoindicador servir para medir o sucesso ou fracasso de um programa dereflorestamento.

    Infrao administrativa ambiental Infrao administrativa ambiental toda ao ou omisso que viole as regras jurdicas de uso, gozo, promoo,proteo e recuperao do meio ambiente. (artigo 70 da lei no 9.605/98).

    Iniciativa popular de lei Meio pelo qual o povo pode apresentardiretamente projetos de lei ao Legislativo subscritos por um nmero mnimo decidados.

    In natura - a expresso in natura, ao p da letra, quer dizer apenas nanatureza. No entanto, os contextos em que habitualmente utilizadaautorizam e requerem tradues mais amplas como: no estado que seencontra na natureza, no seu estado natural, no transformado.

    Instituir Estabelecer, criar, fundar por meio de lei.

    Insumos So os bens e servios necessrios execuo de um projeto erelacionam-se descrio de suas atividades.

    Interdio suspenso de funcionamento.

    Interface - Dispositivo fsico ou lgico que faz a adaptao entre doissistemas.

    Interoperabilidade - Habilidade de dois ou mais sistemas (computadores,meios de comunicao, redes, software e outros componentes de tecnologia da

    informao) de interagir e de intercambiar dados de acordo com um mtododefinido, de forma a obter os resultados esperados. (ISO)

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    20/195

    Inverso trmica a condio climtica que ocorre quando uma camadade ar quente se sobrepe a uma camada de ar frio, impedindo o movimentoascendente do ar atmosfrico. Em ambiente industrializado ou em grandescentros urbanos, a inverso trmica leva reteno dos poluentes nascamadas mais baixas, prximas ao solo, podendo ocasionar problemas desade em casos de alta concentrao e perodo de durao excessivo. um

    fenmeno que ocorre durante o ano todo, porm no inverno se apresenta embaixa altitude. (Glossrio CETESB).

    Lei Orgnica Municipal Considerada a constituio do municpio, dispesobre a estrutura, o funcionamento e as atribuies dos poderes Executivo eLegislativo municipais.

    Lenol fretico Lenol de gua subterrneo que se forma em profundidaderelativamente pequena; lenol superficial, lenol de gua. Pode ser consideradocomo a parte ou camada superior das guas subterrneas.

    Licena Ambiental - ato administrativo pelo qual o rgo ambientalcompetente, estabelece as condies, restries e medidas de controleambiental que devero ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa fsica oujurdica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ouatividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva oupotencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causardegradao ambiental. (Resoluo Conama n 237/97)

    Licenciamento Ambiental procedimento administrativo pelo qual o rgo

    ambiental competente licencia a localizao, instalao, ampliao e aoperao de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursosambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelasque, sob qualquer forma, possam causar degradao ambiental, considerandoas disposies legais e regulamentares e as normas tcnicas aplicveis aocaso. (Resoluo Conama n 237/97)

    Manejo ambiental - Ato de intervir no meio natural com base emconhecimentos cientficos e tcnicos, com o propsito de promover e garantir aconservao da natureza.

    Maricultura Tcnica de criar frutos-do-mar em fazenda marinha. (DicionrioEletrnico Aurlio Sculo XXI)

    Matriz de planejamento Utilizada para expressar de forma clara e concisaas intervenes propostas para resolver determinado problema. Na matrizesto relacionadas as possveis estratgias para alcanar os resultadosdesejados, juntamente com as atividades, insumos, custos, responsveis pelasaes e meios para se verificar se o que foi proposto de fato ocorreu e atingiuos objetivos originais.

    Medidas mitigadoras Medidas destinadas a minimizar problemasdecorrentes de obras ou atividades poluidoras ou que causem degradaoambiental.

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    21/195

    Meio ambiente - Conjunto dos agentes fsicos, qumicos, biolgicos e dosfatores sociais susceptveis de exercerem um efeito direto ou mesmo indireto,imediato ou a longo prazo, sobre todos os seres vivos, inclusive o homem.(Dicionrio de Meio Ambiente, IBGE)

    Metais pesados Grupo de metais de peso atmico relativamente alto.Alguns, como zinco e ferro, so necessrios ao corpo humano, empequenssimas concentraes. Outros, como chumbo, mercrio, cromo ecdmio, mesmo em baixas concentraes costumam ser txicos aos animais es plantas. Esses metais acumulam-se no organismo ao invs de sedegradarem ou dissiparem, causando diversas doenas degenerativas. Doiselementos no-metlicos, o arsnico e o selnio, tambm integram o grupo.Embora o alumnio no seja um metal pesado, tambm txico para asplantas. (http://www.cdb.gov.br/MOP3/news_mop/glossario-de-termos-para-mop3-cop8)

    Monitoramento Trata-se do ato de acompanhar o comportamento dedeterminado fenmeno ou situao com o objetivo de detectar riscos eoportunidades.

    Monitoramento ambiental Procedimento destinado a verificar a variao,ao longo do tempo, das condies ambientais em funo das atividadeshumanas.

    Mudanas climticas Fenmeno causado pelo aumento da concentrao degs carbnico na atmosfera, o que provoca a elevao da temperatura mdia

    do Planeta o chamado efeito estufa, produzindo aquecimento global, degelodos plos, mudando o regime de chuvas e secas, com grande ameaa sespcies vivas. Isso se deve, principalmente, ao desmatamento e queima decombustveis fsseis (petrleo, gs natural e carvo mineral).

    Normativo que tem a atribuio de estabelecer normas.

    Oitiva Audincia realizada para dar voz comunidade sobre os problemasque a afetam.

    Oramento participativo Processo atravs do qual a populao domunicpio discute, decide e influi na deciso de onde aplicar as verbasdestinadas a investimentos pblicos.

    Oramento participativo Processo de definio do Oramento pblico quepossibilita a realizao de debates, audincias e consultas pblicas sobrepropostas do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Oramentrias e da LeiOramentria Anual, como condio obrigatria para a sua aprovao pelaCmara dos Vereadores.

    Oramento pblico Instrumento de planejamento de gesto dos recursospblicos que obriga o governo a estabelecer a quantia que dever ser gastaem cada uma de suas reas de atuao e em cada nova obra ou programa a

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    22/195

    ser executada.

    Ouvidoria Espao criado pelas instituies para acolher crticas e sugestesde clientes e usurios de seus servios.

    Pacto Conformidade, acordo ou concordncia de idias, de opinies.

    (Dicionrio Aurlio Eletrnico Sculo XXI)

    Parmetros ambientais Valor de qualquer das variveis de umcomponente ambiental que lhe confira uma situao qualitativa ouquantitativa.

    Parcelamento compulsrio Medida prevista no Estatuto da Cidade,visando dar melhor aproveitamento ao solo urbano, de forma a atender suafuno social.

    Paridade Representao em igualdade numrica.

    Paritrio constitudo por nmero igual de representantes das diferentescategorias que compes o sistema, a fim de garantir representao em p deigualdade.

    Passivo ambiental Conjunto de deveres das empresas, decorrente dedanos causados ao meio ambiente.

    Passivos Conjunto de dvidas e obrigaes de uma pessoa ou empresa.Num balano, significa tambm o conjunto de contas que registra a origem dosrecursos da empresa: capital prprio, financiamentos, etc. (DicionrioEletrnico Aurlio Sculo XXI)

    Patrimnio arqueolgico Conjunto de testemunhos materiais relativos pr-histria da humanidade.

    Perigo Condio ou situao fsica com potencial de acarretar conseqnciasindesejveis. (Snchez, 2006)

    Plano de Uso Pblico Conjunto de normas e aes voltadas a garantir a

    visitao, a recreao e outras formas de uso pblico em espaos legalmenteprotegidos.

    Plano Diretor Instrumento bsico de planejamento de uma cidade e quedispe sobre sua poltica de desenvolvimento, ordenamento territorial eexpanso urbana. (Dicionrio Eletrnico Aurlio Sculo XXI)

    Plebiscito Consulta de carter geral, que objetiva decidir de forma prviaquestes polticas ou institucionais.

    Poluio a degradao da qualidade ambiental resultante de atividades

    que direta ou indiretamente prejudiquem a sade, a segurana e o bem-estarda populao, criem condies adversas s atividades sociais e econmicas,afetem desfavoravelmente a biota, afetem as condies estticas ou sanitrias

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    23/195

    do meio ambiente, e lancem materiais ou energia em desacordo com ospadres internacionais estabelecidos.

    Prognstico ambiental Projeo da provvel situao futura do ambientepotencialmente afetado, caso a prposta em anlise (projeto, plano, programaou poltica) seja implementada.

    Qualidade ambiental - expresso das condies e dos requisitos bsicos queum ecossistema detm, de natureza fsica, qumica, biolgica, social,econmica, tecnolgica e poltica, resultantes da dinmica dos mecanismos deadaptao e dos mecanismos de auto-superao dos ecossistemas. (Tauk,1991).

    Ratificao de embargo Confirmao do impedimento judicial execuode obra capaz de causar prejuzo a prdio vizinho.

    Recuperao ambiental Ao destinada a reverter processos dedegradao ambiental por meio de prticas e tcnicas que visem restaurar oequilbrio perdido.

    Recuperao ambiental Retorno de um ecossistema ou de uma populaosilvestre degradada a uma condio no-degradada, que pode ser diferente desua condio original.

    Referendo Mecanismo de ratificao ou de regulao de matriasanteriormente decididas pelo poder pblico, como a aprovao ou rejeio deprojetos de lei.

    Regulamentar expedir regulamento, prescrever regras de implementaode normas de superior hierarquia.

    Regulamentar - Sujeitar a regulamento, regular, regularizar.

    Relatrio de Impacto Ambiental (RIMA) Documento que reflete asconcluses do Estudo de Impacto Ambiental, redigido em linguagem acessvel,de modo que se possa entender as vantagens e desvantagens de um projeto,bem como todas as conseqncias ambientais de sua implementao.

    Remanescentes de quilombos reas onde vivem tradicionalmentepopulaes negras descendentes dos antigos quilombos, em regime de usocomunitrio do solo.

    Reserva Legal rea localizada no interior de uma propriedade ou posserural, excetuada a de preservao permanente, necessria ao uso sustentveldos recursos naturais, conservao e reabilitao dos processos ecolgicos, conservao da biodiversidade e ao abrigo e proteo de fauna e flora nativas.

    Reserva Particular do Patrimnio Natural rea de domnio privado aser especialmente protegida por iniciativa de seu proprietrio, mediantereconhecimento do Poder Pblico, por ser considerada de relevante

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    24/195

    importncia para a biodiversidade, ou pelo seu aspecto paisagstico, ou aindapor suas caractersticas ambientais que justifiquem aes de recuperao.Enquadra-se na categoria de unidade de conservao de uso sustentvel.

    Resduo Material descartado, individual ou coletivamente, pela aohumana, animal ou por fenmenos naturais, que pode ser nocivo sade e aomeio ambiente quando no reciclado ou reaproveitado.

    Resduos organoclorados Materiais descartados no ambiente, resultantesde inseticidas organo-sintticos, que contm na sua molcula tomos de cloro,carbono e hidrognio. Exemplo: DDT, Aldrin e Dieldrin.

    Risco ambiental Potencial de realizao de consequncias adversas para asade ou vida humana, para o ambiente ou para bens materiais. (SegundoSociety for Risk Analysis).

    Sano - Medida repressiva infligida por uma autoridade.

    Servios ambientais Servios prestados pelos ecossistemas em estadonatural ou pouco alterado, tais como conservao e oferta de gua, regulaodo clima, conservao do solo e controle de enchentes.

    Silvicultura Manejo cientfico das florestas (nativas ou plantadas) para aproduo permanente de bens e servios. (Dicionrio de Meio Ambiente doIBGE).

    Sinergia Conceito derivado da Qumica. Indica um fenmeno no qual oefeito obtido pela ao combinada de duas substncias diferentes maior doque a soma dos efeitos individuais dessas mesmas substncias. O empregodesse termo indica, portanto, a potencializao dos processos de cooperao.

    Sistemas agroflorestais Sistemas agroflorestais so formas de uso oumanejo do solo, nos quais se combinam espcies arbreas (frutferas e/oumadeireiras) com cultivos agrcolas e/ou criao de animais, de formasimultnea ou em seqncia temporal, e que promovem benefcios econmicose ecolgicos. (Projeto Biodiversidade Brasil).

    SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente, constitudo pelos rgos eentidades da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dosMunicpios, bem como as fundaes institudas pelo Poder Pblico,responsveis pela proteo e melhoria da qualidade ambiental. Tem comoprincipais funes: (i) implementar a Poltica Nacional do Meio Ambiente; (ii)estabelecer um conjunto articulado de rgos, entidades, regras e prticasresponsveis pela proteo e pela melhoria da qualidade ambiental; e (iii)garantir a descentralizao da gesto ambiental, atravs do compartilhamentoentre os entes federados (Unio, Estados e Municpios).

    Software Qualquer programa ou conjunto de programas de computador.

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    25/195

    Subsidiariedade Princpio segundo o qual a gesto ambiental deve serimplementada tendo como base a idia de que o que pode ficar a cargo domunicpio no deve ser realizado pelo estado e o que pode ser executado peloestado no precisa ser executado pela Unio.

    Suprapartidrio Que est acima dos partidos polticos. (Dicionrio

    Eletrnico Aurlio Sculo XXI)

    Terceiro Setor Conjunto de instituies com fins pblicos, porm de carterprivado, que no se enquadram no Primeiro Setor (Estado) e no se guiam porobjetivos mercantis, no sendo, portanto, qualificadas como Segundo Setor(Mercado). Incluem-se nas entidades do Terceiro Setor as organizaes no-governamentais (ONGs), associaes, fundaes, entidades de assistnciasocial, educao, sade, esporte, meio ambiente, cultura, cincia e tecnologia,entre outras instituies da sociedade civil.

    Termo de Referncia Conjunto de critrios exigidos para a realizao dedeterminada atividade.

    Tombamento Ato ou efeito de colocar bens mveis e imveis de interessepblico sob a guarda do Estado, com a inteno de conserv-los e proteg-los,devido ao seu valor histrico, artstico, arqueolgico, etnogrfico, paisagsticoou bibliogrfico.

    Tramitao Seqncia de procedimentos para se alcanar um efeito ouobjetivo.

    Unidades de conservao Pores do territrio nacional comcaractersticas de relevante valor ecolgico e paisagstico, de domnio pblicoou privado, legalmente institudas pelo poder pblico com limites definidos sobregimes especiais de administrao, aos quais se aplicam garantias adequadasde proteo. Exemplo: Parque Nacional, Reservas Biolgicas, EstaesEcolgicas.

    Urbanizao' A idia de urbanizao est intimamente associada concentrao de muitas pessoas em um espao restrito (a cidade) e nasubstituio das atividades primrias (agropecuria) por atividadessecundrias (indstrias) e tercirias (servios).

    Urbanizao'' entendida como um processo define-se como o aumento dapopulao urbana em relao populao rural e, nesse sentido, s ocorreurbanizao quando o percentual de aumento da populao urbana superiora da populao rural.

    Vrzea - plancie aluvial, cujas guas, ricas em nutrientes, so responsveispela enorme produtividade das reas adjacentes ao leito do rio e pela altaquantidade de peixes nos lagos.

    Viabilidade Ambiental compatibilidade entre o empreendimento ouatividade, e os aspectos socioambientais, alternativas tecnolgicas elocacionais, considerando os impactos positivos e negativos, mitigveis e no

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    26/195

    mitigveis decorrentes da implantao do projeto.

    Zona de amortecimento rea no entorno de uma unidade de conservao,onde as atividades humanas esto sujeitas a normas e restries especficas,com o propsito de minimizar os impactos negativos sobre a Unidade. (Guia deChefe/IBAMA, 2000).

    Zoneamento ambiental Estudo que envolve vrias reas de conhecimento

    e define as possveis ocupaes do solo de acordo com a sua vocao

    ecolgica.

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    27/195

    Programa Nacional de Capacitao deGestores Ambientais do Sisnama

    Curso piloto sobre Licenciamento Ambiental - LiA

    Mdulo 2 Qualidade e informao ambiental

    ACESSO INFORMAO

    1 Democracia, cidadania e acesso informao ambiental.

    2 A informao ambiental na Constituio Federal de 1988 e na atuallegislao infraconstitucional do Brasil.

    3 O Sistema Nacional de Informao sobre Meio Ambiente Sinima.

    4 O Portal Nacional de Licenciamento Ambiental PNLA.

    Roberto Rodriguez Suarez

    Analista Ambiental doMinistrio do Meio Ambiente

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    28/195

    Curso piloto sobre Licenciamento Ambiental - LiA

    Mdulo 2 Qualidade e informao ambiental

    ACESSO INFORMAO

    1 Democracia, cidadania e acesso informao ambiental.

    2 A informao ambiental na Constituio Federal de 1988 e na atuallegislao infraconstitucional do Brasil.

    3 O Sistema Nacional de Informao sobre Meio Ambiente Sinima.

    4 O Portal Nacional de Licenciamento Ambiental PNLA.

    SUMRIO

    Neste tpico trataremos do Princpio da Publicidade a ser observada pelaAdministrao Pblica, e da previso legal que garante aos cidados e sorganizaes privadas e governamentais, o direito do acesso informaodos atos praticados pelas instituies criadas para a gesto do patrimnio edos interesses pblicos, como so os relacionados aos recursos naturais.

    A Lei da Informao Ambiental (Lei no 10.650, de 16 de abril de 2006) e oSistema Nacional de Informao sobre Meio Ambiente Sinima,institudo na Poltica Nacional do Meio Ambiente (Lei no 6.938, de 31 deagosto de 1981) como um dos instrumentos para a implementar, so asdiretrizes normativas que determinam a divulgao da informao ambientalgerada nos rgos do Sistema Nacional de Meio Ambiente Sisnama.

    Sendo este curso voltado ao instrumento do Licenciamento Ambiental, de igualforma institudo pela Poltica Nacional do Meio Ambiente, trataremos do PortalNacional de Licenciamento Ambiental PNLA, ferramenta criada paraagregar e sistematizar informaes sobre o licenciamento ambiental geradas

    nas entidades formadoras do Sistema Nacional de Meio Ambiente.

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    29/195

    1 Democracia, cidadania e acesso informao ambiental.

    1.1 - Democracia e cidadania.

    A sociedade brasileira est organizada politicamente na forma deum Estado republicano e democrtico, regido por uma Constituio, e tempor objetivo principal assegurar a todos o pleno exerccio dos direitoscoletivos e individuais.

    Dentre outros princpios constitucionais fundamentais, e da mesmarelevncia para o bem-comum, destacamos os de respeito vida e dagarantia aos direitos liberdade, segurana e ao bem-estar social,direta e totalmente vinculados qualidade do meio ambiente.

    O pleno exerccio desses direitos a prpria cidadania,

    palavra derivada de cidade, do latim civitas, no sentido de local onde se vive eparticipa-se comunitariamente. Em tese a cidadania obtida ao nascer, mas arealidade de que a cidadania conquistada a partir do exerccio dosdireitos conferidos s pessoas pelos valores sociais e normas jurdicasdecorrentes desses valores.

    Um desses direitos garantidos na Lei Maior, ou Carta Magna - aConstituio Federal, e tambm nas Constituies Estaduais e nas LeisOrgnicas Municipais e do Distrito Federal, o do acesso informao,sendo dever da administrao pblica criar e disponibilizar meios que

    possibilite aos cidados exercerem esse direito fundamental.Em harmnia com o nosso princpio constitucional do direito de

    acesso informao, em relao ao tema ambiental tm-se o Princpio 10 daDeclarao do Rio de Janeiro, que resultou da ECO 92 - Confernciadas Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizadaem 1992 na cidade do Rio de Janeiro.

    Sendo o Brasil um dos pases signatrios dessa Declarao, esseprincpio tambm vlido como compromisso poltico nacional a serobservado, e que est contextualizado na implementao da Agenda 21,documento resultante da ECO 92 que estabeleceu a importncia de cada passe comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual osgovernos, as empresas, as organizaes no-governamentais e todos ossetores da sociedade podem cooperar no estudo de solues para osproblemas socioambientais.

    1.2 - Informao pblica.

    Outro aspecto relevante da informao a ser disponibilizada

    sociedade ser confivel (ter f pblica) e atualizada, responsabilidade dasinstituies criadas para a gesto do patrimnio e dos interesses pblicos.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Governohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Empresahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_n%C3%A3o-governamentalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Governohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Empresahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_n%C3%A3o-governamental
  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    30/195

    Neste curso o nosso foco a informao ambiental, ou melhor, ainformao que registre e divulgue os recursos e os usos dopatrimnio natural, assim como sobre a qualidade do meio ambiente,que indicada a partir das caractersticas dos elementos bsicos - ar, gua esolo, e da ocorrncia e diversidade dos organismos vivos presentes naBiosfera.

    Sabemos que toda forma de vida conhecida dependente doambiente natural e dos recursos fsicos e biticos existentes. Esse patrimnio,sem o qual a vida deixa de existir (e da mesma forma a indisponibilidadeou o comprometimento da qualidade inviabilizaria muitas atividades humanas) bem de interesse comum e pertence a todos.

    Uma das formas da gesto pblica desse patrimnio coletivo oinstrumento do licenciamento ambiental, conjunto de procedi-mentostcnicos e administrativos pelo qual o rgo ambiental competente

    autoriza a localizao, a instalao, a ampliao e a operao deempreendimentos e atividades que utilizam recursos ambientais e soconsideradas efetiva ou potencialmente polui-doras, ou daquelas que,sob qualquer forma, possam causar degradao ambiental.

    ONDE ESTAMOS: Destacamos neste texto introdutrio algumasdiretrizes legais que garantem o direito do acesso pblico informaoambiental, enquanto direito e garantia do exerccio da cidadania e, aosparticipantes interessados neste tema, disponibilizamos leiturascomplementares.

    2 A informao ambiental na Constituio Federal de 1988e na atual legislao infraconstitucional do Brasil.

    O Poder Pblico no Brasil formado pelo Legislativo, Executivo eJudicirio, todos independentes e harmnicos entre si e cada qual, pordeterminao constitucional, com atribuies especficas.

    Ao Legislativo compete a elaborao de leis e demais normas,em observncia aos valores e interesses do conjunto maior dasociedade.

    Esse ordenamento legislativo orienta e delimita a atuao doExecutivo na implementao das aes necessrias a garantir o bem-estar das pessoas.

    Ao Judicirio a sociedade recorre quando tem direito lesado ou

    h o risco de ser, independente de ser causador o Poder Pblico ou umparticular.

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    31/195

    Esse Poder patrimnio soberano do Povo, que o exerce dediversas maneiras: diretamente ou por meio de representantes escolhidospara desempenharem determinadas funes nos parlamentos (Legislativo) ena administrao pblica (Executivo), ou na forma definida em Lei para ocuparcargos do Judicirio que exigem qualificaes especficas.

    Um dos muitos modos de a sociedade acompanhar a correo daatuao do Poder Pblico, ou seja, dos agentes que o desempenha, por meiodo acesso informao do que est sendo feito, em especial quanto aouso dos recursos pblicos e da repartio dos mesmos entre osdiversos segmentos sociais. Alguns recursos so patrimnio para usufrutoprivativo, mas outros, como os ambientais, visam ao benefcio de todos.

    2.1 - Princpio da publicidade.

    "A administrao pblica direta e indireta de qualquer dosPoderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpiosobedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade,publicidade e eficincia ...", em observncia ao artigo 37 da Constituio daRepblica Federativa do Brasil de 1988 (grifo nosso).

    para cumprir com esse mandado constitucional que um dosprincpios que orienta a gesto pblica a publicidade dos atos querealiza. Os atos materiais de gerenciamento da coisa pblica so possveisdevido ao aporte dos recursos financeiros que a Nao arrecada por meio de

    tributos e outras receitas. Sendo contribuinte, direto ou indireto, qualquercidado tem legitimidade para requerer do administrador pblico aprestao de contas.

    A publicidade princpio administrativo porque se entendeque o Poder Pblico, por ser pblico, deve agir com a maiortransparncia possvel e garantir aos administrados o pleno exercciodo direito de serem informados sobre o que os administradores dopatrimnio pblico fazem.

    Destacamos alguns trechos da legislao brasileira, avaliados maisrelevantes para contextualizar a obrigatoriedade da transparncia dagesto pblica, e da divulgao de informaes ambientais deinteresse dos cidados, para o pleno exerccio de seus direitos em defesa domeio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo eessencial sadia qualidade de vida.

    igualmente importante o registro da discricionariedade do PoderPblico em exigir de pessoas fsicas e jurdicas, privadas e pblicas, aprestao peridica de informao sobre os impactos ambientais potenciais eefetivos de suas atividades, independente da existncia, ou da necessidade de

    instaurao, de qualquer processo administrativo.

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    32/195

    CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

    ...TTULO II

    Dos Direitos e Garantias FundamentaisCAPTULO I

    DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOSArt. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquernatureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentesno Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:I - ...XIV - assegurado a todos o acesso informao eresguardado o sigilo da fonte, quando necessrio ao exerccioprofissional (grifo nosso);XV - ...

    XXXIII - todos tm direito a receber dos rgos pblicosinformaes de seu interesse particular, ou de interessecoletivo ou geral, que sero prestadas no prazo da lei, sobpena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigiloseja imprescindvel segurana da sociedade e do Estado(grifo nosso);XXXIV - ...LXXIII - qualquer cidado parte legtima para propor aopopular que vise a anular ato lesivoaopatrimnio pblico oude entidade de que o Estado participe, moralidade administrativa,ao meio ambiente e ao patrimnio histrico e cultural, ficando oautor, salvo comprovada m-f, isento de custas judiciais e do nusda sucumbncia (grifo nosso);LXXIV - ...

    TTULO IIIDa Organizao do Estado

    CAPTULO VIIDA ADMINISTRAO PBLICA

    Seo IDISPOSIES GERAIS

    Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos

    Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpiosobedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade,publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte (grifo nosso):I - ... 1 - A publicidade dos atos, programas, obras, servios ecampanhas dos rgos pblicos dever ter carter educativo,informativo ou de orientao social, dela no podendo constarnomes, smbolos ou imagens que caracterizem promoo pessoal deautoridades ou servidores pblicos (grifo nosso) . 2 - ...

    ...TTULO VIII

    Da Ordem Social

    https://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/viwTodos/509f2321d97cd2d203256b280052245a?OpenDocument&Highlight=1,constitui%C3%A7%C3%A3o&AutoFramedhttps://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/viwTodos/509f2321d97cd2d203256b280052245a?OpenDocument&Highlight=1,constitui%C3%A7%C3%A3o&AutoFramed
  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    33/195

    CAPTULO VIDO MEIO AMBIENTE

    Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamenteequilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadiaqualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as

    presentes e futuras geraes (grifo nosso) . 1 - ......Braslia, 5 de outubro de 1988.

    OBS: A integra da Constituio da RepblicaFederativa do Brasil, e dos demais ordena-mentosjurdicos parcialmente apresentados a seguir, estdisponvel na documentao complementar destetpico do curso.

    __________________________________________________

    LEI DA POLTICA NACIONALDE MEIO AMBIENTE

    LEI N 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981Dispe sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente, seus fins emecanismos de formulao e aplicao, e d outras providncias....

    DOS OBJETIVOS DA POLTICA NACIONAL DO MEIOAMBIENTE (grifo nosso)Art 4 - A Poltica Nacional do Meio Ambiente visar:I - ...V - difuso de tecnologias de manejo do meio ambiente, divulgao de dados e informaes ambientais e formao deuma conscincia pblica sobre a necessidade de preservao daqualidade ambiental e do equilbrio ecolgico (grifo nosso);VI - ...DOS INSTRUMENTOS DA POLTICA NACIONAL DO MEIOAMBIENTE (grifo nosso)Art 9 - So instrumentos da Poltica Nacional do Meio Ambiente:

    I - ...III - a avaliao de impactos ambientais;IV - o licenciamento e a reviso de atividades efetiva oupotencialmente poluidoras (grifo nosso);V - ...VII - o sistema nacional de informaes sobre o meioambiente (grifo nosso);VIII - o Cadastro Tcnico Federal de Atividades e Instrumentos deDefesa Ambiental;IX - ...

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9985.htmhttp://legislacao.planalto.gov.br/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.938-1981?OpenDocumenthttps://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/viwTodos/509f2321d97cd2d203256b280052245a?OpenDocument&Highlight=1,constitui%C3%A7%C3%A3o&AutoFramedhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9985.htmhttp://legislacao.planalto.gov.br/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%206.938-1981?OpenDocumenthttps://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/viwTodos/509f2321d97cd2d203256b280052245a?OpenDocument&Highlight=1,constitui%C3%A7%C3%A3o&AutoFramed
  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    34/195

    XI - a garantia da prestao de informaes relativas ao MeioAmbiente, obrigando-se o Poder Pblico a produz-las,quando inexistentes (grifo nosso); (Includo pela Lei 7.804, de 18de julho de 1989)XII - o Cadastro Tcnico Federal de atividades potencialmentepoluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. (Includo pela

    Lei 7.804, de 18 de julho de 1989)XIII - ......Art 20 - Esta Lei entrar em vigor na data de sua publicao.Art 21 - Revogam-se as disposies em contrrio.Braslia, em 31 de agosto de 1981; 160 da Independncia e 93 daRepblica.JOO FIGUEIREDOMrio David Andreazza__________________________________________________

    LEI DA INFORMAO AMBIENTAL

    LEI N o 10.650, DE 16 DE ABRIL DE 2003.Dispe sobre o acesso pblico aos dados e informaes existentesnos rgos e entidades integrantes do Sisnama.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o CongressoNacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

    Art. 1o Esta Lei dispe sobre o acesso pblico aos dados einformaes ambientais existentes nos rgos e entidadesintegrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente -

    Sisnama, institudo pela Lei No

    6.938, de 31 de agosto de 1981(grifo nosso).

    Art. 2o Os rgos e entidades da Administrao Pblica, direta,indireta e fundacional, integrantes do Sisnama, ficam obrigados apermitir o acesso pblico aos documentos, expedientes e

    processos administrativos que tratem de matria ambiental ea fornecer todas as informaes ambientais que estejam sobsua guarda, em meio escrito, visual, sonoro ou eletrnico,especialmente as relativas a (grifo nosso) :I - qualidade do meio ambiente (grifo nosso) ;II - polticas, planos e programas potencialmente causadoresde impacto ambiental (grifo nosso) ;III - resultados de monitoramento e auditoria nos sistemasde controle de poluio e de atividades potencialmentepoluidoras, bem como de planos e aes de recuperao dereas degradadas (grifo nosso);IV - acidentes, situaes de risco ou de emergnciaambientais (grifo nosso);

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7804.htm#art1vihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7804.htm#art1vihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7804.htm#art1vihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7804.htm#art1vihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7804.htm#art1vihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7804.htm#art1vihttps://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/viwTodos/509f2321d97cd2d203256b280052245a?OpenDocument&Highlight=1,constitui%C3%A7%C3%A3o&AutoFramedhttp://legislacao.planalto.gov.br/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.650-2003?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.650-2003?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.650-2003?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.650-2003?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.650-2003?OpenDocumenthttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7804.htm#art1vihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7804.htm#art1vihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7804.htm#art1vihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7804.htm#art1vihttps://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/viwTodos/509f2321d97cd2d203256b280052245a?OpenDocument&Highlight=1,constitui%C3%A7%C3%A3o&AutoFramedhttp://legislacao.planalto.gov.br/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.650-2003?OpenDocument
  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    35/195

    V - emisses de efluentes lquidos e gasosos, e produo deresduos slidos (grifo nosso);VI - substncias txicas e perigosas (grifo nosso);VII - diversidade biolgica (grifo nosso);VIII - organismos geneticamente modificados (grifo nosso).

    1o

    Qualquer indivduo, independentemente dacomprovao de interesse especfico, ter acesso sinformaes de que trata esta Lei, mediante requerimentoescrito, no qual assumir a obrigao de no utilizar asinformaes colhidas para fins comerciais, sob as penas dalei civil, penal, de direito autoral e de propriedade industrial,assim como de citar as fontes, caso, por qualquer meio,venha a divulgar os aludidos dados (grifo nosso).

    2o assegurado o sigilo comercial, industrial, financeiro ouqualquer outro sigilo protegido por lei, bem como o relativos comunicaes internas dos rgos e entidades

    governamentais (grifo nosso). 3o A fim de que seja resguardado o sigilo a que se refere o 2o,as pessoas fsicas ou jurdicas que fornecerem informaes decarter sigiloso Administrao Pblica devero indicar essacircunstncia, de forma expressa e fundamentada.

    4o Em caso de pedido de vista de processo administrativo, aconsulta ser feita, no horrio de expediente, no prprio rgo ouentidade e na presena do servidor pblico responsvel pela guardados autos.

    5o No prazo de trinta dias, contado da data do pedido,dever ser prestada a informao ou facultada a consulta,nos termos deste artigo (grifo nosso).

    Art. 3o Para o atendimento do disposto nesta Lei, asautoridades pblicas podero exigir a prestao peridica dequalquer tipo de informao por parte das entidadesprivadas, mediante sistema especfico a ser implementadopor todos os rgos do Sisnama, sobre os impactosambientais potenciais e efetivos de suas atividades,independentemente da existncia ou necessidade de

    instaurao de qualquer processo administrativo (grifonosso).

    Art. 4o Devero ser publicados em Dirio Oficial e ficar disponveis,no respectivo rgo, em local de fcil acesso ao pblico, listagens erelaes contendo os dados referentes aos seguintes assuntos:I - pedidos de licenciamento, sua renovao e a respectivaconcesso;II - pedidos e licenas para supresso de vegetao;III - autos de infraes e respectivas penalidades impostas pelosrgos ambientais;IV - lavratura de termos de compromisso de ajustamento deconduta;

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    36/195

    V - reincidncias em infraes ambientais;VI - recursos interpostos em processo administrativo ambiental erespectivas decises;VII - registro de apresentao de estudos de impacto ambiental esua aprovao ou rejeio.Pargrafo nico. As relaes contendo os dados referidos nesteartigo devero estar disponveis para o pblico trinta dias aps apublicao dos atos a que se referem.

    Art. 5o O indeferimento de pedido de informaes ouconsulta a processos administrativos dever ser motivado,sujeitando-se a recurso hierrquico, no prazo de quinze dias,contado da cincia da deciso, dada diretamente nos autosou por meio de carta com aviso de recebimento, ou em casode devoluo pelo Correio, por publicao em Dirio Oficial(grifo nosso).

    Art. 6o (VETADO)

    Art. 7o (VETADO)

    Art. 8o Os rgos ambientais competentes integrantes do Sisnamadevero elaborar e divulgar relatrios anuais relativos qualidadedo ar e da gua e, na forma da regulamentao, outros elementosambientais.

    Art. 9o As informaes de que trata esta Lei sero prestadasmediante o recolhimento de valor correspon-dente aoressarcimento dos recursos despendidos para o seufornecimento, observadas as normas e tabelas espe-cficas,

    fixadas pelo rgo competente em nvel federal, estadual oumunicipal (grifo nosso).Art. 10. Esta Lei entra em vigor quarenta e cinco dias aps a data desua publicao.

    Braslia, 16 de abril de 2003; 182o da Independncia e 115o daRepblica.LUIZ INCIO LULA DA SILVAMarina Silvalvaro Augusto Ribeiro Costa

    PARA AONDE VAMOS: A partir das diretrizes emanadas doordenamento legal acima citado, foi implementado o Sistema Nacional deInformao sobre Meio Ambiente - Sinima e criado o Portal Nacional deLicenciamento Ambiental - PNLA, este ltimo para facilitar o acesso pblico informao gerada nos procedimentos de Licenciamento Ambiental,instrumento da Poltica Nacional do Meio Ambiente.

    O Sinima e o PNLA so sumariamente comentados a seguir.

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    37/195

    3 O Sistema Nacional de Informao sobre Meio Ambiente Sinima.

    3.1 - Sobre o Sinima

    O Sistema Nacional de Informao sobre Meio Ambiente - Sinima,foi criado pela Lei N0 6.938/1981, como um dos instrumentos da PolticaNacional de Meio Ambiente, e tem por objetivo disponibilizarinformaes relacionadas com o meio ambiente e a qualidadeambiental.

    A Lei N0 10.650/2003 (Lei da Informao Ambiental) veioregulamentar as formas de os rgos e entidades do Sistema Nacional de MeioAmbiente Sisnama, disponibilizarem ao pblico interessado as informaes,documentos e processos administrativos que tratam de temas relacionados

    gesto ambiental, fortalecendo o Sinima como instrumento da cidadania.O Sinima tambm busca atender s diretrizes sobre informao das

    I e I I Conferncias Nacionais de Meio Ambiente, marco da gestoambiental participativa no Brasil, e ao Princpio 10 da Declarao do Rio deJaneiro que resultou da Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambientee Desenvolvimento - a ECO 92.

    O Sinima no um sistema convencional, mas uma estruturacompartilhada, integrada e descentralizada, formada por um conjuntode sistemas de informao de mltiplas fontes e focos, que tm emcomum a temtica e o compromisso com a divulgao da informao ea transparncia da gesto ambiental.

    3.2 - Estrutura do Sinima.

    O Sinima est estruturado em trs eixos: um referente sferramentas da tecnologia de teleprocessamento de acesso informao; outro focado nos meios para a integrao e ocompartilhamento dos sistemas de informao das entidades do Sisnama

    e demais instituies envolvidas; e um terceiro eixo, voltado sistematizao dos processos de produo, coleta e anlise deestatsticas para elaborar indicadores de qualidade ambiental eimplementao das polticas de desenvolvimento sustentvel.

    O Sinima foi pautado e configurado para uso de softwares livres,e a integrao das bases de dados com recursos de tecnologias deinteroperabilidade a partir da rede mundial de computadores (internet).

    Formatam o Sinima vrios sistemas de instituies gover-namentais, entidades acadmicas e no-governamentais, estando igualmente

    aberto s organizaes pblicas municipais que tenham interesse e disponhamde sistema informatizado de informao ambiental.

  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    38/195

    A participao no Sinima feita a partir da livre anuncia,formalizada por meio de Acordos de Adeso celebrados entre o Ministrio doMeio Ambiente e as entidades interessadas, que a partir desse termo assumemcompromisso institucional de alimentar e atualizar os dados nosrespectivos sistemas de informao vinculados ao Sinima.

    3.3 - O que o Sinima informa.

    Uma das misses do Sinima divulgar informaes deinteresse social, institucional, profissional ou pessoal sobre projetosou obras que podem afetar a vida ou qualquer elemento do meioambiente. Essas informaes podem estar relacionadas :

    qualidade do meio ambiente; polticas, planos e programas que podem causar impacto ambiental; resultados do controle de poluio e de aes em reas que sofreram

    impacto ambiental; acidentes, situaes de risco ou de emergncia ambientais; emisses de substncias lquidas, gases e produo de lixo; substncias txicas e perigosas; diversidade biolgica; organismos geneticamente modificados.

    Se no Sinima no estiver disponvel a informao de interesse depessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ou privado, o interessado a requer

    por escrito ao rgo responsvel, que as deve prestar, ou possibilitar a leituradireta, no prazo mximo de trinta dias, contados a partir da data dorequerimento protocolado.

    importante registrar que o emprego dessas informaesvisa o esclarecimento das comunidades efetiva ou potencialmenteafetadas por impactos ambientais, mas no podem ser utilizadas parafins comerciais, estando o uso indevido sujeito s sanes previstasnas leis cvel, penal, de direito autoral e de propriedade industrial.

    Sendo do interesse do cidado a leitura dos documentos quecompem processos administrativos, este deve dirigir-se diretamente ao rgodo Sisnama, no horrio de expediente, e consultar os autos na presena doservidor pblico responsvel pela guarda desses documentos.

    Independente da divulgao de informaes nos sistemasformadores do Sinima, e da consulta pblica nas prprias dependncias, asentidades ambientais, em observncia ao art. 4 da Lei n 10.650/2003, devempublicar em Dirio Oficial e colocar em local de fcil acesso ao pblico, nasrespectivas sedes, listagens e relaes contendo dados sobre osseguintes assuntos:

    pedidos de licenciamento, e a emisso das licenas;

    http://legislacao.planalto.gov.br/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.650-2003?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.650-2003?OpenDocument
  • 8/7/2019 Apostila Lic Ambiental

    39/195

    pedidos e licenas para supresso de vegetao; autos de infraes (aplicao de multa ou suspenso das atividades) e as

    penalidades impostas pelos rgos ambientais; assinatura de Termos de Compromisso de Ajustamento de Conduta; registros de apresentao de Estudos de Impacto Ambiental e respectiva

    aprovao ou rejeio.

    Neste momento vamos relembrar a distino entre dados einformao.

    Dados so registros, elementos isolados ou indcios relacion