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5/17/2018 apostila-linguagem-juridica.pdf-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/apostila-linguagem-juridicapdf 1/58 2 _________________________________ Linguagem jurídica: normalizações e padronizações 2.1 Elementos normativos Artigo O artigo é a unidade básica para apresentação, divisão ou agrupamento de assuntos num texto legal. Pode desdobrar-se “parágrafos ou em incisos; os parágrafos em incisos; os incisos em alíneas e as alíneas em itens”. (Lei omplementar nº 95, de 26 defevereiro de 1998, art. 10, II.) Emprega-se a palavra artigo: a) na forma abreviada (art.), seguida do ordinal até o art. 9o , dispensando-se o ponto entre o numeral e o texto. A partir do art.10, emprega-se o cardinal, seguido de ponto: Art. 5o Nas eleições proporcionais (...). Art. 10. Cada partido poderá registrar (...). b) por extenso, se vier empregada em sentido genérico ou desacompanhada do numeral: Fez referência ao artigo anterior da lei . O texto de um artigo inicia-se por maiúscula e encerra-se por ponto-final. Quando se subdivide em incisos, a disposição principal, chamada caput (do latim, cabeça), encerra- se por dois-pontos e as subdivisões encerram-se por ponto-e-vírgula, exceto a última, que terminará por ponto-final. Parágrafos Os parágrafos são divisões imediatas do artigo e podem conter explicações ou modificações da proposição anterior. São representados pelo sinal gráfico §, forma entrelaçada dos esses iniciais da expressão latina signum sectionis (sinal de seção, corte). Usa-se o sinal gráfico §: a) antes do texto do parágrafo, quando seguido de número. Emprega-se o ordinal até o nono, dispensando-se o ponto entre o numeral e o texto. A partir do § 10, emprega-se a numeração cardinal, seguida de ponto: § 1o Qualquer cidadão no gozo de seus direitos políticos poderá (...). § 11. A violação do disposto neste artigo sujeita (...). b) nas citações e referências bibliográficas: Agiu nos termos do art. 37, § 4o, da Constituição Federal.

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2_________________________________

Linguagem jurídica:normalizações e padronizações

2.1 Elementos normativos

Artigo

O artigo é a unidade básica para apresentação, divisão ouagrupamento de assuntos num texto legal. Pode desdobrar-se “parágrafos ou em incisos;os parágrafos em incisos; os incisos em alíneas e as alíneas em itens”. (Lei omplementar nº 95, de 26 defevereiro de 1998, art. 10, II.)

Emprega-se a palavra artigo:

a) na forma abreviada (art.), seguida do ordinal até o art. 9o , dispensando-se o pontoentre o numeral e o texto. A partir do art.10, emprega-se o cardinal, seguido de ponto:Art. 5o Nas eleições proporcionais (...).Art. 10. Cada partido poderá registrar (...).

b) por extenso, se vier empregada em sentido genérico ou desacompanhada do numeral:Fez referência ao artigo anterior da lei.

O texto de um artigo inicia-se por maiúscula e encerra-se por ponto-final. Quando sesubdivide em incisos, a disposição principal, chamada caput (do latim, cabeça), encerra-se por dois-pontos e as subdivisões encerram-se por ponto-e-vírgula, exceto a última,que terminará por ponto-final.

Parágrafos

Os parágrafos são divisões imediatas do artigo e podem conter explicações oumodificações da proposição anterior. São representados pelo sinal gráfico §, formaentrelaçada dos esses iniciais da expressão latina signum sectionis (sinal de seção,corte). Usa-se o sinal gráfico §:

a) antes do texto do parágrafo, quando seguido de número.Emprega-se o ordinal até o nono, dispensando-se o ponto entre o numeral e o texto. Apartir do § 10, emprega-se a numeração cardinal, seguida de ponto:§ 1o Qualquer cidadão no gozo de seus direitos políticos poderá (...).§ 11. A violação do disposto neste artigo sujeita (...).

b) nas citações e referências bibliográficas:Agiu nos termos do art. 37, § 4o, da Constituição Federal.

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Emprega-se o sinal gráfico duplo §§, quando seguido de número, indicando mais de umparágrafo: O art. 32 e seus §§ 4o e 5º esclarecem o assunto.

Usa-se a palavra parágrafo por extenso quando:

a) o parágrafo for único:Art. 43. É permitida (...)Parágrafo único. A inobservância dos limites estabelecidos (...);A forma p. único somente será usada nas referências, entre parênteses: (art. 32, p. único,do Código Eleitoral).

b) o sentido for vago, indeterminado, e estiver desacompanhado do número:

Isso se refere ao parágrafo anterior.O texto de um parágrafo inicia-se por maiúscula e encerra-se por ponto-final. Quando sesubdivide em incisos, empregam-se dois pontos antes das subdivisões, que se separam

por ponto-e-vírgula, exceto a última, terminada por ponto-final.

Incisos

Os incisos são usados como elementos discriminativos do caput de um artigo ou de umparágrafo. Eles vêm após dois-pontos, são indicados por algarismos romanos, seguidosde travessão e separados por ponto-e-vírgula, exceto o último, que se encerra por ponto-final.As iniciais dos textos dos incisos são minúsculas:“Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral: 

I – o Tribunal Superior Eleitoral;II – os tribunais regionais eleitorais;III – os juízes eleitorais;IV –  as juntas eleitorais” (Constituição Federal). 

Alíneas

As alíneas são desdobramentos dos incisos e vêm indicadas por letras minúsculasseguidas de parênteses. Quanto às iniciais e à pontuação dos textos das alíneas,empregam-se as mesmas regras dos incisos:“Art. 14. (...) § 1o O alistamento eleitoral e o voto são:

I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos;II – facultativos para:a) os analfabetos;b) os maiores de setenta anos;c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos” (Constituição Federal).

Itens

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Os itens são desdobramentos das alíneas e vêm indicados por algarismos arábicos. Asletras iniciais e a pontuação dos textos dos itens seguem o padrão dos incisos:“Art. 1o São inelegíveis: (...)

II – para presidente e vice-presidente da República:

a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus cargos e funções:1 – os ministros de Estado;2 –  os chefes dos órgãos (...)” (Lei Complementar no 64, de 18 demaio de 1990).

2.2 Pontuação com elementos normativos

Ao citar referências de elementos articulados, geralmente surgem dúvidas em relação aouso de vírgulas. Vamos esclarecer:

a) ordem direta crescente, ligada pela preposição “de”, não recebe vírgula:O processo está baseado nos incisos I e II do artigo 226 do Código Penal.O advogado recorreu com base na alínea “d” do inciso III do artigo 593 do Código deProcesso Penal.

 A autorização está fundamentada corretamente com base na alínea “b” do inc. II do

art. 10 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.Observe que, no último exemplo, a vírgula aparece somente por causa da data.

b) sequência em ordem indireta, mesmo com a preposição “de”, é 

separada por vírgula.

Tal situação é regulada no art. 302, inc. III, do Código de Processo Penal.O art. 5o , inc. XXXVI, da Constituição de 1988 repete a regra do art.153, § 3o , daConstituição de 1967.

Erros comuns: A art. 14, “b” do Código de Processo Penal (faltou a vírgula após a alínea).O art. 14, do Código de Processo Penal (não existe a vírgula após o número do artigo,pois está na ordem crescente).

2.3 Referência a texto legal

A primeira referência a texto legal deve ser feita por extenso: Lei nº 8.177, de 1o demarço de 1991. Nas seguintes, pode-se empregar a forma reduzida: Lei n° 8.177, de1991 ou Lei nº 8.177/ 91. Portaria nº 10, de 20 de março de 2004. Nas seguintes:Portaria nº 10/2004. Usa-se inicial maiúscula e por extenso quando há referênciaexpressa a um diploma legal: Lei nº 8.112; Portaria nº 28; Resolução nº 113; Decreto-

 Lei nº 2.354. Em sentido generalizado, usa-se com inicial minúscula: A lei é a fonteimediata da justiça em um país. Quando se tratar de referência à legislação, colocadaentre parênteses, a expressão pode ser abreviada: O referido dispositivo (DL 2.354/92).

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2.4 Nomenclatura dos feitos

Em sentido generalizado, as iniciais devem ser minúsculas: O mandado de segurança é o remédio adequado para. Deverão ser usadas iniciais maiúsculas quando se tratar deum julgado específico:

O Agravo de Instrumento nº 89.01.07582-6/MG. Habeas Corpus nº 90.01.02123-7/RO.

2.5 Pronomes de tratamento

O conhecimento adequado no uso dos pronomes de tratamento é fundamental eminstituições públicas. É necessário atenção para o seu uso em três momentos distintos:no vocativo, no corpo do texto e no endereçamento.

Grafia

Não se devem abreviar os pronomes de tratamento no endereçamento, noencaminhamento, no vocativo e em comunicações dirigidas a altas autoridades dosPoderes da República e a altas autoridades eclesiásticas. A forma por extenso demonstramaior respeito e deferência, sendo, pois, recomendável em correspondência mais formalou cerimoniosa. Na correspondência interna, nada impede que se abrevie a forma detratamento no texto. Entretanto, é mais conveniente que se utilizem as formas porextenso por serem mais elegantes e mais adequadas à norma culta da língua portuguesa.

Concordância com o pronome de tratamentoVossa: é empregado para a pessoa com quem se fala, a quem se dirige a

correspondência.Sua: é empregado para a pessoa de quem se fala.

Concordância de pessoaOs pronomes de tratamento, embora se refiram à pessoa com quem se fala, concordamcom a terceira pessoa. O verbo concorda com o substantivo que integra a locução:Vossa Senhoria saberá encaminhar o problema. Também os pronomes possessivosreferentes a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: Solicitoque Vossa Senhoria encaminhe seu pedido (e não vosso pedido).

Concordância de gêneroFaz-se a concordância não com o gênero gramatical, mas com o sexo da pessoarepresentada pelo pronome de tratamento. Ex.: Vossa Senhoria será arrolado comotestemunha; Vossa Excelência será informada imediatamente sobre a solução dada aocaso; Diga a Sua Excelência que nós o aguardamos no aeroporto.

Excelência ou SenhoriaVossa Excelência, para as seguintes autoridades:

a) do Poder Executivo;

Presidente da República;Vice-Presidente da República;Ministros de Estado;

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Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generaisdas Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios e demaisocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos GovernosEstaduais; Prefeitos Municipais.

b) do Poder Legislativo:Deputados Federais e Senadores; Ministro do Tribunal de Contas da União; DeputadosEstaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes dasCâmaras Legislativas Municipais.

c) do Poder Judiciário:Ministros dos Tribunais Superiores; Membros de Tribunais; Juízes; Auditores da JustiçaMilitar.O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder éExcelentíssimo Senhor , seguido do cargo respectivo:Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal,As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargorespectivo:Senhor Senador,Senhor Juiz,Senhor Ministro,Senhor Governador,No envelope (e no endereçamento em documentos como ofício) das comunicaçõesdirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência terá a seguinte forma:A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado da Justiça 70064-900 -Brasília-DFA Sua Excelência o Senhor Senador Fulano de Tal Senado Federal 70165-900 –  Brasília/DFA Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Juiz de Direito da 10ª Vara CívelRua ABC, nº 12301010-000 – São Paulo/SPAlguns órgãos apresentam o endereçamento com a substituição do “A Sua Excelência o Senhor” por “Excelentíssimo Senhor”. Ao Excelentíssimo Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado da Justiça70064-900 - Brasília-DF

Ao Excelentíssimo Senhor Senador Fulano de Tal Senado Federal 70165-900 –  Brasília/DFVossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e paraparticulares. O vocativo adequado é:Senhor Fulano de Tal,No envelope, deve constar do endereçamento:Ao Senhor Fulano de Tal Rua ABC, nº 123 70123-000 – Curitiba-PRObservações:

1. A forma Vossa Magnificência é empregada em comunicações dirigidas a reitores deuniversidade. Corresponde-lhe o vocativo “Magnífico Reitor”. 

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2. Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica,são: Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é“Santíssimo Padre”. Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais.Corresponde-lhe o vocativo “Eminentíssimo Senhor Cardeal” ou “Eminentíssimo e 

Reverendíssimo Senhor Cardeal”. Vossa Excelência Reverendíssima é usado emcomunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou VossaSenhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa

 Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.

3. Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades querecebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso dopronome de tratamento Senhor . 4. Doutor não é forma de tratamento, e sim títuloacadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenasem comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído cursouniversitário de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis, especialmente

em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejadaformalidade às comunicações.

5. Formas de tratamento consagradas na linguagem jurídica:Substantivo AdjetivoAcórdão Venerado AcórdãoCâmara Colenda CâmaraDefensor Nobre DefensorJuiz Meritíssimo JuizJuízo Digníssimo JuízoJulgador Ínclito JulgadorPatrono Culto PatronoPromotor Nobre PromotorRelator Culto RelatorSentença Respeitável Sentença

2.6 Fechos para comunicações oficiais

O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de arrematar otexto, a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizadosforam regulados pela Portaria nº 1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabeleciaquinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, padronizou-se somentedois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:

a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:Respeitosamente,

b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:Atenciosamente,Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras,que atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de

 Redação do Ministério das Relações Exteriores.

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2.7 Identificação do signatário

As comunicações devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, comexceção daquelas assinadas pelo Presidente da República. Isso facilita a identificação daorigem das comunicações. Abaixo do nome de quem assina, coloca-se o cargo ou

função que o signatário ocupa na organização. A forma da identificação deve ser aseguinte:(espaço para assinatura)José da SilvaSecretário-Geral(espaço para assinatura)JOSÉ DA SILVAMinistro de Estado da Justiça(espaço para assinatura)JOSÉ DA SILVASecretário de AdministraçãoTribunal Regional Eleitoral do Estado do ParáO nome do signatário pode ser apresentado com apenas as iniciais maiúsculas ou comtodas as letras maiúsculas. A tendência é o emprego apenas das iniciais maiúsculas. Ocargo, no entanto, deve apresentar apenas as iniciais maiúsculas. Evite-se, portanto:José da Silva MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA ou JOSÉ DA SILVAMINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA Recomenda-se não deixar a assinatura empágina isolada do expediente. Transfiram-se para essa página ao menos as duas linhasanteriores ao fecho.Fazer uso do traço para a assinatura é considerado deselegante, porque supõe anecessidade de “demarcar” um campo para o “correto” preenchimento pelo subscritor.

Dessa forma, em qualquer documento esse procedimento é dispensável.

Observação: Em alguns documentos que normalizem situações administrativas internasdo próprio órgão (ato regulamentar, instrução normativa, ordem de serviço, portaria eresolução), não se especifica o cargo junto ao nome e à assinatura, visto que aquele jávem destacado no início do documento.

2.8 Data

As datas dos documentos devem ser grafadas com as seguintes normas, estabelecidas

pelo Decreto nº 4.176, de 28 de março de 2002 e consagradas na redação oficial:1. a localidade não pode sofrer abreviatura;2. a unidade da federação não é obrigatória;3. o primeiro dia é sempre ordinal. Não existe zero antes do número 2 ao 9;4. o mês é minúsculo e por extenso;5. não existe ponto entre o milhar e a centena no ano: 2010 (não: 2.010);6. nos casos em que for cabível o uso da data abreviada (nunca na data do documento),não se deve pôr zero à esquerda do número no dia e no mês: 5/6/2009 (não: 5/06/2009);7. no interior do texto, as datas e os anos podem ser escritos de forma plena ouabreviada. No entanto, em órgãos públicos, a preferência é pela forma extensa. O

primeiro dia do mês é designado com ordinal também. O Brasil proclamou a

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independência em 7 de setembro de 1822. Entre 1986 e 1988, o Congresso elaborou aatual Constituição brasileira, assinada em 8 de outubro de 1988.O Brasil foi campeãomundial de futebol em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. O documento foi assinado em1º de abril de 2004; 8. se a data não estiver centralizada, indica-se o uso de pontofinal. Brasília, 1º de junho de 2010. Brasília, 2 de junho de 2010.

 Brasília-DF, 27 de junho de 2010;9. datas que se tornaram efemérides são escritas por extenso: O Sete de Setembro, oQuinze de Novembro, o Dois de Julho. Mas (dia 1º): o 1º de Janeiro, o 1º de Maio;10. as décadas podem ser mencionadas sem a referência ao século (salvo quando houverpossibilidade de confusão). O “milagre econômico” da década de 70. Os anos 20 foram

 fortemente influenciados pela Semana de Arte Moderna de 1922. Na década de 1850.

2.9 Numeração dos documentos

Os documentos devem ser numerados em ordem crescente cronológica ou, em situações

especiais, de acordo com critério estabelecido pelo emissor. Deve-se reiniciar anumeração a cada ano, a partir do número 1: Memorando nº 8 / DGE .A numeração é um dos indicadores de recuperação do documento. Consiste, portanto,em informação que deve ser registrada com atenção, para evitar a atribuição de ummesmo número a documentos diversos.

2.10 Folhas de continuação

Deve-se, em qualquer ato oficial administrativo, indicar as folhas de continuação com,no mínimo, as seguintes informações, entre parênteses: número respectivo da folha

sequencial, tipo do ato com a sua numeração institucional e data. Exemplo: (Fl. 2 doOfício nº 194 / GP, de 18.3.09). As folhas sequenciais não devem trazer o timbreapresentado na primeira página.

2.11 Horas

1. O símbolo de horas é “h”, o de minutos é “min” e o de segundos é “s”, sem pontonem “s” indicativo de plural, sem espaço entre o número e o símbolo.

2. Na menção de horas apenas, não se usa o símbolo, mas a palavra hora(s), por extenso:

Encontro você às 14 horas.3. Na menção de horas e minutos, usa-se o símbolo de horas, mas não há necessidade deincluir o símbolo de minutos: Encontro você às 14h30.

4. Na menção de horas, minutos e segundos, usam-se os símbolos de horas e minutos,mas não há necessidade de incluir o símbolo de segundos: Encontro você às 4h30min22

Observações:

a) Quando a referência for a período de tempo e não a hora, não se usa o símbolo, mas

as palavras hora(s), minuto(s), segundo(s), por extenso: A reunião se estendeu por quatro horas e vinte minutos.

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 A viagem dura dezoito horas. As inscrições encerrarão em 24 horas.O terremoto começou às 10h35min22 e durou 43 segundos.

b) Na linguagem formal devem-se seguir as instruções anteriores, mesmo que a leitura

não corresponda exatamente à grafia: A sessão terminou às 12h30 (na leitura: às dozehoras e trinta minutos; às doze e trinta; ao meio dia e meia).

c) As regras não se aplicam quando, em linguagem estritamente técnica, nãocorresponderem à praxe ou a instruções específicas.

2.12 Siglas, abreviaturas e símbolos2.12.1 Sigla

As siglas são empregadas para evitar a repetição de palavras e expressões no texto.

Salvo nos casos em que a sigla é bastante vulgarizada, ou seja, quando a instituição aque ela se refere é muito conhecida pela sigla (Petrobras, SBT etc.), o nome dainstituição deve ser escrito por extenso, antes da sigla (que deve vir a seguir, entreparênteses), na primeira menção, usando-se apenas a sigla nas menções seguintes.

1. No caso de a sigla não se referir a uma instituição consagrada, só se escreverá o seusignificado por extenso se o contexto o exigir.

2. Não se usam aspas nem pontos de separação entre as letras que formam a sigla.

3. Com sigla empregada no plural, admite-se o uso de “s” (minúsculo) de plural, sem

apóstrofo: os TREs (Tribunais Regionais Eleitorais), 300 UPCs, 850 Ufirs (não: TRE’s,Ufir’s). Esta regra não se aplica a sigla terminada com a letra s, caso em que o plural édefinido pelo artigo: os DVS (Destaques para Votação em Separado).

2.12.2 Maiúscula e minúscula em siglas

1. Siglas formadas por até três letras são grafadas com maiúsculas:ONU, PIS, OMC.

2. Siglas formadas por quatro ou mais letras, cuja leitura seja feita letra por letra, sãografadas com maiúsculas: PMDB, INPC, INSS.

3. Siglas formadas por quatro ou mais letras que formem palavra pronunciável sãografadas preferencialmente como nome próprio (apenas a primeira letra é maiúscula):Otan, Unesco, Inamps, Petrobras.

4. Siglas em que haja leitura mista (parte é pronunciada pela letra e parte como palavra)são grafadas com todas as letras em maiúsculas: DNIT (Departamento Nacional deInfra-Estrutura de Transportes), Veículos Automotores de Via Terrestre), HRAN(Hospital Regional da Asa Norte).

5. No caso de siglas consagradas que fogem às regras acima, deve-se obedecer à suagrafia própria: CNPq (Conselho Nacional de Pesquisas), MinC (Ministério da Cultura),UnB (Universidade de Brasília).

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 6. Siglas que não mais correspondam com exatidão ao nome por extenso também devemser acatadas, se forem as siglas usadas oficialmente: Embratur (Instituto Brasileiro deTurismo), MEC (Ministério da Educação).

7. A identificação de siglas pode ser pesquisada na obra Siglas brasileiras, publicadapelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciências e Tecnologia – IBICT.

2.12.3 Abreviatura

A abreviatura é a escrita reduzida de uma palavra ou locução.

1. Possui ponto, diagonal ou parênteses: doc. = documento; S/A = sociedade anônima;(a) assinado, assinada.

2. Admite flexão de gênero, número e grau: Sr. ou Sra.; prof. Ou profs.; D. ou DD.

3. Para abreviar, sempre que possível termine a abreviatura em consoante. Ex.: ac.(acórdão), rel. (relator). Se a palavra é cortada em um grupo de consoantes, todas estasdevem aparecer na abreviatura. Ex.: inst. (instituição), secr. (secretaria).Independentemente de a abreviatura terminar em vogal ou consoante, coloque sempre oponto final. Ex.: ago. (agosto), téc. (técnica).

4. Há palavras cujas abreviaturas podem ser formadas pela combinação de suasconsoantes ou de suas iniciais e suas últimas consoante e vogal. Ex.: dz. (dúzia), vl.(valor).

5. Se, na parte constante da abreviatura, aparece o acento gráfico da palavra, deve elepermanecer. Ex.: pág. (página), déb. (débito).

6. Em palavras compostas ligadas por hífen, deve ele ser mantido na abreviatura. Ex.:secr.-ger. (secretaria geral), proc.-ger. (procurador geral).

7. A inicial poderá ser maiúscula ou minúscula de acordo com as normas da ortografiaoficial do novo Acordo ortográfico em relação à palavra por extenso. Ex.: R. (Rua) das

 Laranjeiras ou r. (rua) das Laranjeiras, Dr. (Doutor) Albert Einstein, tel. (telefone), fl.(folha).

8. O ponto abreviativo, quando coincide com o ponto-final, acumula a função deste, porisso deve-se evitar a repetição: Foram convidados para o debate: políticos, professores,engenheiros etc.

9. Os meses são abreviados com as três letras iniciais. Se for escrito todo em letrasmaiúsculas, dispensa-se o ponto. Se for escrito apenas com a inicial maiúscula ou todoem letras minúsculas, deverá aparecer o ponto abreviativo. Não se abrevia o mês demaio. Ex.: JAN, Jan., jan.

10. Existem abreviaturas que podem ser reduzidas com variações: a.C. ou A.C. (antes de

Cristo); f., fl. ou fol. (folha).

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11. Existem abreviaturas que representam mais de uma palavra: p. (página, pé, palmo).

12. Não se abreviam nomes geográficos, a não ser os estados da Federação e casosmundialmente aceitos: DF (Distrito Federal), SP (São Paulo), USA (Estados Unidos daAmérica), UK (Reino Unido). Portanto, as cidades brasileiras são sempre grafadas por

extenso: Rio de Janeiro, São Paulo etc.

13. Por praticidade, as abreviaturas podem ser grafadas sem sobrelevação, seguidas deponto (Cia., Dra., V. Exma.), desde que não formem palavras inadequadas, como profa.(professora), amo. (amigo), nº (número). Tal recurso não é muito empregado em textos

 jurídicos.

14. Também não se abreviam palavras com menos de cinco letras. Exceções: h (hora),id. (idem), S. (São), t. (tomo), v. (ver, veja, vide), S (Sul).

15. As unidades de peso e medida são abreviadas quando seguem os numerais: 10 g, 24

ml. Quando apresentadas isoladamente, devem ser gradas por extenso: grama, mililitro.

2.12.4 Símbolos

São abreviaturas fixadas por convenções quase sempre internacionais. Geralmente, nãorecebem ponto abreviativo, não admitem plural nem são escritos com letra maiúscula:200g (200 gramas); 5km (5 quilômetros); 2min (dois minutos).

1. alguns casos, no entanto, são escritos com letras maiúsculas: os símbolos que seoriginam de nomes próprios: W (watt), N (newton); os prefixos gregos: M (mega), G(giga), MHz (megahertz); os símbolos dos elementos químicos: O (oxigênio), Au(ouro), Ag (prata); os símbolos dos pontos cardeais: N (norte), S (sul), L (leste),O (oeste).

2. a representação das horas nunca deverá conter vírgula, pois esta é privativa dedecimal. Ex.: 16h15 min, 16.15 e jamais 16,15h.

3. os símbolos das unidades de medida, com exceção das horas, devem ser escritosdepois do número a que se referem e não antes ou intercalados entre a parte inteira e aparte decimal. Ex.: 34,5km,1,25Kg, 35mm e não 34km500m, 1kg250g, mm35.

4. os símbolos das unidades de ângulo plano são grafados como expoentes. Ex.: 45°,13°18’20”. 

5. o símbolo do real é R$. Fica antes do número que indica a importância e separadodeste por um espaço. Se houver possibilidade de fraude, deve-se escrever também porextenso.

2.13 Citação

O registro, no texto, de uma informação extraída de outra fonte denomina-se citação,

que pode ser uma transcrição ou paráfrase. Estas podem ser diretas, quando reproduzemo texto original, ou indiretas, quando reproduzem uma fonte intermediária.

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Normas gerais

a) Manter a fidedignidade às ideias do autor, se paráfrase, ou ao texto citado, setranscrição, fazendo apenas a correção de erros de grafia. Na ocorrência de outros erros,além dos de grafia, empregasse a palavra latina sic (assim) entre parênteses ou

colchetes, ao final da citação ou logo após a palavra ou expressão estranha ou errada,para indicar que está igual ao original:“À unanimidade, negar provimento o (sic) recurso”. O correto seria: À unanimidade, negar provimento ao recurso.

b) Usar aspas duplas no início e no final de transcrição e aspas simples em transcriçãoinserida em outra.

c) Recuar, em relação à margem esquerda, e usar corpo menor que o do texto, quando astranscrições tiverem três ou mais linhas.Quando se tratar de textos de lei, recuar independentemente do número de linhas.

d) As supressões feitas numa transcrição são indicadas por reticências entre parênteses eos acréscimos ou comentários feitos pelo autor do texto, por colchetes: “Segundo JoãoBarbalho, a cláusula final do art. 28 resultara de uma falha da redação, pois a emendaaditiva (...) dizia: representação das minorias [e não da minoria] com mais propriedade eacerto”. 

e) As citações podem vir introduzidas por expressões latinas, como:verbis, in verbis, ipsis verbis (pelas mesmas palavras; textualmente) ou ipsis litteris(textualmente; pelas mesmas letras): O Ministério Público Federal sintetizou de formacoerente a questão. In verbis: (...)

f) No caso de matérias publicadas em colunas, como acontece em revistas e jornais,mantêm-se apenas as aspas, dispensando-se o recuo e a composição em corpo menor,independentemente da extensão das transcrições.

Normas para indicação da fonte

a) Indicar os dados necessários à identificação da fonte citada, os quais podem aparecerno corpo do texto, em nota de rodapé ou em lista no final do texto.

b) A citação de uma obra, quando feita pela primeira vez num texto, deve ter suareferência completa. Se não houver intercalações de outras obras do mesmo autor, ascitações seguintes da mesma obra podem ser substituídas pela expressão latina opuscitatum (obra citada) na forma abreviada op. cit ., após o nome do autor: 13 MIRANDA,Jorge. Op. cit., p. 208.

c) A indicação de uma obra de mesmo autor, já referenciada em nota imediatamenteanterior, na mesma página ou em página não distante, faz-se com a expressão latina, naforma abreviada, id. ibid. (mesmo autor e mesma obra): Na mesma página: Id. ibid . Empáginas diferentes: Id. ibid., p. 150.

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d) Sendo obra diferente, porém de autor já referenciado em nota imediatamente anterior,usa-se a expressão latina abreviada id . (mesmo autor), acrescida do título e demaiselementos de referência:Id. Partidos e sistemas partidários. Brasília: Universidade de Brasília, 1982.

e) Na citação indireta, usa-se a expressão latina apud (da obra de, citado por, conforme,segundo) e faz-se a indicação da obra consultada de forma completa:Apud REALE, Miguel. O sistema de representação proporcional e o regime presidencialbrasileiro. Estudos Eleitorais. Brasília: TSE, v. 1, n. 1, jan./abr. 1997. p. 110.

2.14 Referência

A referência pode aparecer: no rodapé, no fim de texto ou de capítulo, em lista dereferências e antecedendo resumos, resenhas e recensões. O título deve ser destacado,de forma uniforme, em todas as referências de um mesmo documento, utilizando-se

negrito, itálico ou sublinhado. Essa regra não se aplica a documentos sem indicaçãode autoria ou responsabilidade, que devem ter a entrada pelo próprio título, com aprimeira palavra escrita em letras maiúsculas.

Modelos de referênciaIncluem modelos de referências, exemplificados de acordo com o tipo de suportedocumental (livro, periódico, artigo de periódico, tese, CDROM, DVD, filme, mapa,música, recursos eletrônicos).

Referência de material gráficoOs elementos essenciais são: autor, título, edição, local, editora e data de publicação,

que devem constar, obrigatoriamente, na referência. SOBRENOME, Nome (s) do(s)autor(es) (pessoa, entidade). Título. Edição. Local de publicação: Editora, Data depublicação. VERISSIMO, Luís Fernando. O analista de Bagé. 93. ed. Porto Alegre:L&PM, 1992.Os elementos complementares não são obrigatórios, mas, permitem identificar melhor odocumento. Pode-se incluir: tradutor, revisor, ilustrador, descrição física (número depáginas, volume, tomo ou capítulo), dimensão, série, notas especiais, ISBN ou ISSN.SOBRENOME, Nome(s) do(s) autor(es) (pessoa, entidade). Título. Tradução. Edição.Local de publicação: Editora, Data de publicação. páginas, volumes, tomo ou capítulos.Série. STEIN, Suzana Albornoz. O que é trabalho. 6. ed. São Paulo:Brasiliense, 2002. 103 p. (Coleção Primeiros Passos).

Referência de Meio EletrônicoEm obras consultadas on-line, são elementos essenciais: o endereço eletrônico,precedido da expessão Disponível em: apresentado entre os sinais < > e a data deacesso, precedida da expressão Acesso em: (dia mês ano). BACON, Francis. NovumOrganum. 2002. Disponível em: <http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/norganum.html>. Acesso em: 7 jan. 2009.

Referência de parte do materialQuando, numa obra, cada capítulo ou parte foi escrito por um autor(es) diferente(s) e

necessita-se referenciar apenas um capítulo ou uma das partes (livros, folhetos, guias,catálogos, dicionários, trabalhos acadêmicos entre outros), deve-se obedecer à seguinte

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ordem: SOBRENOME, Nome (s) do(s) autor(es) (pessoa, entidade) do capítulo ou daparte. Título do capítulo ou da parte. Expressão In: (que significa contido em).SOBRENOME, Nome (s) do(s) autor(es). (pessoa, entidade (coordenador, organizador,entre outros) da obra no todo. Título da obra no todo. Edição. Local de publicação:Editora, data de publicação. paginação ou outra forma de indicar a parte referenciada

(volume, tomo ou capítulo). VERGEIRO, Waldomiro. Publicações governamentais. In:Campello, Bernadete Santos; Cendón, Beatriz Valadares; Kremer, Jeannette Marquerite(Org.). Fontes de informação para pesquisadores e profissionais. Belo Horizonte:Universidade Federal de Minas Gerais, 2000. cap. 1, p. 111-128.

Referência de parte do material em Meio EletrônicoConflito entre tratados e leis. Disponível em:<http://www.pucrio.br/direito/pet_jur/textos/cafpattl.rtf>. Acesso em 21 jan. 2009.

2.15 Referência de documentos jurídicos

LegislaçãoConstituição, emendas constitucionais, lei complementar, lei ordinária, medidaprovisória, decretos, normas emanadas de entidades públicas e privadas (ato normativo,portarias, resoluções, ordens de serviço, circular, entre outros).JURISDIÇÃO (País, Estado ou Município). título. numeração, data e dados dapublicação.

Ato Normativo

BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Ato nº 801, de 23 dedezembro de 2008.Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Judiciário, Brasília, DF,ano 146, n.1, p. 67, 2 jan. 2009.Seção 1, pt.1.

Código Civil

BRASIL. Código civil, Código de processo civil, Constituiçãofederal. Organizaçãopor Anne Joyce Angher. 5. ed. São Paulo: Rideel, 2005. 1536 p. (Mini 3 em 1).

Constituição

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da RepúblicaFederativa do Brasil:promulgada em 5 de outubro de 1988. 4. ed.São Paulo: Saraiva, 1990.BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 deoutubro de 1988. Colaboração de Antonio Luizde Toledo Pinto; Márcia Cristina Vazdos Santos Windt e Livia Céspedes. 41. ed., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2008.368 p.(Saraiva de legislação).

Decreto

BRASIL. Decreto-Lei n° 1.413, de 14 de agosto de 19 75. Dispõe sobre o controle da

poluição do meio ambiente provocada poratividades industriais. In: MORAES, LuisCarlos Silva de. Curso de direito ambiental. São Paulo: Atlas, 2001. p.169-170.

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 Instrução Normativa

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de DefesaAgropecuária. Instrução normativa n º41, de dezembro de 2008. Diário Oficial [da]

República Federativa do Brasil, Poder Judiciário, Brasília, DF, ano 146, n. 1, p. 3-4, 2 jan.2009. Seção 1, pt. 1.

Lei Ordinária

BRASIL. Presidência da República. Lei nº 7.746, de 30 de março de 1989. Dispõe sobrea composição e instalação do Superior Tribunal de Justiça, cria o respectivo Quadro dePessoal, disciplina o funcionamento do Conselho da Justiça Federal e dá outrasprovidências. In: ______. Superior Tribunal de Justica. STJ – Superior Tribunal deJustiça: regimento interno. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 1992. p. 83-90.

Medida Provisória

BRASIL. Medida provisória nº 581, de 12 de agosto de 1994. Dispões sobre os quadrosde cargos de Grupo-Direção e Assessoramento Superiores da Advocacia Geral daUnião. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, v. 132, n.155, p. 12246, 15 ago. 1994. Seção 1, pt. 1.

Portaria

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Portaria nº 322 de 16 de abril de 1998.Consulex: Leis e Decisões, Brasília, v. 2, n. 18, jun. 1998.

Resolução

BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretaria Executiva. Departamento deGestão dos Fundos de Investimentos. Resolução n º 37, de 29 de dezembro de 2008.Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Judiciário, Brasília, DF,ano 146, n. 1, p. 32, 2 jan. 2009. Seção 1, pt. 1.

JurisprudênciaSúmulas, enunciados, acórdãos, sentenças e demais decisões judiciais. JURISDIÇÃO(País, Estado ou Município) e órgão judiciário competente. Título (natureza da decisãoou ementa). Número, partes envolvidas (apelante, apelado, recorrente e recorrido, sehouver). Relator, local data e dados da publicação.

Acórdão

BRASIL. Tribunal Regional Federal (2. Região). Recurso em sentido estrito nº2005.50.01.003452-8. Recorrente: Ministério Público Federal. Recorrido: Wilson

Nunes de Carvalho. Relator: Desembargadora Federal Liliane Roriz. Rio de Janeiro, 14

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de outubro de 2008. Revista IOB Trabalhista e Previdenciária, Porto Alegre, ano 20,n. 234, p. 161-165, dez. 2008.

Súmula

BRASIL. Supremo Tribunal de Justiça. Súmula nº 27, de 12 junho de1991. Pode aexecução fundar-se em mais de um título extra judicial relativos ao mesmo negócio. In:BUSSADA, Wilson. Súmulas do Superior Tribunal de Justiça: acórdãos de origem esentenças decorrentes. 2. ed. São Paulo: Jurídica Brasileira, 1995. v. 1. p. 492- 500.

Doutrina

Qualquer discussão técnica sobre questões legais, publicada em artigos de periódico,monografias, papers, entre outros, da área do Direito referenciado, conforme o tipo dedocumento. CAMPOS, Alexandra Santana; CAMPOS, Marcelo. A Lei de Execução

Fiscal após a as alterações do CPC: aspectos doutrinários e jurisprudenciais. RevistaTributária e de Finanças Públicas, São Paulo, ano 16, n. 82, p. 9-20, set./out. 2008.CARMONA, Carlos Alberto. Ensaio sobre a sentença arbitral parcial. Revista deProcesso, São Paulo, ano 33, n. 165, p. 9-28, nov. 2008.

Documento Jurídico em Meio Eletrônico

DecretosBRASIL. Decreto nº 6.341, de 3 de janeiro de 2008. Dá nova redação a dispositivos do Anexo Ie altera o Anexo II, “a”, do Decreto nº 5.063, de 3 de maio de 2004, que aprova a EstruturaRegimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas doMinistério do Trabalho e Emprego. Diário Oficial da União, Brasília, 4 jan. 2008. Disponívelem:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2008/Decreto/D6341.htm>. Acessoem: 12 jan. 2009.

Leis

BRASIL. Presidência da República. Lei nº 11.899, de 8 de janeiro de 2009.Institui o Dia Nacional da Leitura e a Semana Nacional da Leitura e da Literatura. Brasília, 8 de janeiro de 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11899.htm>. Acesso em: 15 jan. 2009.

Portarias

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 27, de 13 de janeiro de 1998. Diário Oficial da União. Poder Executivo, Brasília, DF, 16 jan. 1998.Disponível em: <http://elegis. anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=97& word=>.Acesso em: 29 set. 2008.

Resolução

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 12, de 2 de janeiro de

2001. Aprova o Regulamento Técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos. DiárioOficial da União. Poder Executivo, de 10 de janeiro de 2001. Disponível em: <http://elegis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=144&word=>. Acesso em: 13 jan. 2009.

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 Acórdãos

RIO GRANDE DO SUL. Tribunal Regional do Trabalho (4. Região).Recurso Ordinário nº 01682-2004-203-04-00-3. Recorrente: Pedro Eduardo Silveira Dutra da

Silva. Recorrido: Bimex Transportes Comercial Importadora e Exportadora Ltda. Relator: JuizHugo Carlos Scheuermann. Porto Alegre, 8 de março de 2006. Disponível em:<http://iframe.trt4.jus.br/nj4_jurisp/jurispnovo.ExibirAcordaoRTF?pCodAndamento=23266612>. Acesso em: 14 jan. 2009.

Súmulas

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 702. A competência do Tribunal de Justiçapara julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da justiça comum estadual; nosdemais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau.Disponível em:<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=

702.NUME.%20NAO%0.FLSV.&base=baseSumulas>. Acesso em: 13 jan. 2009.

Doutrina

SANTOS, Douglas Dall Cortivo dos. O recente posicionamento do Superior Tribunal de Justiçae o reconhecimento da possibilidade de conversão do tempo de serviço especial em comum após28.05.1998. Revista de Doutrina da 4ª Região, Porto Alegre, n. 27, dez. 2008. Disponível em:<http://www.revistadoutrina.trf4.jus.br/artigos/edicao027/douglas_santos.ht ml>. Acesso em: 16 jan. 2009.

2.16 Expressões latinas em referências e citaçõesApud: citado por, conforme, segundo. Emprega-se para indicar a fonte de citaçãoindireta (reprodução de texto de fonte intermediária).Et alli ou et al: e outros.Ibidem: no mesmo lugar, na mesma obra: Emprega-se para citar a mesma obrareferenciada imediatamente antes. Idem: o mesmo, a mesma coisa; o mesmo autor,igual à anterior. Emprega-se quando o autor é o mesmo da citação anterior. Idemibidem: o mesmo, no mesmo lugar. Emprega-se para citar o mesmo autor e sua obraimediata e anteriormente antes referida. Idem per idem: o mesmo pelo mesmo.In: em; na obra de. Usa-se em citações extraídas de obras coletivas, seguida por dois

pontos e com inicial maiúscula.In fine: no fim. Expressão usada sobretudo em citações.In verbis: nestas palavras; textualmente.Ipsis litteris: textualmente; pelas mesmas letras.Ipsis verbis: pelas mesmas palavras.Loco citato ou loc. cit.: no lugar citado. Emprega-se para mencionar a mesma páginade uma obra já citada, havendo intercalação de outras referências bibliográficas.Nota bene: note bem; observe bem. Serve para chamar a atenção para o que se segue.Opus citatum ou op. cit.: obra citada. Emprega-se para mencionar uma obra já citada,quando há intercalação de diferentes referências bibliográficas, ou quando o autor émencionado no texto.

Passim: aqui e ali. Emprega-se quando é impossível mencionar todas as páginas de

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onde foram retiradas as ideias do autor. Neste caso, são indicadas as páginas inicial efinal, que contêm as opiniões e conceitos utilizados.Sequentia: seguinte ou que se segue. Emprega-se quando não se deseja mencionartodas as páginas da obra referenciada. Neste caso, indica-se a primeira página, seguidada expressão et seq.

Sic: assim; como impresso. Usa-se entre parênteses ou colchetes, ao final de umacitação ou inserida nela, e significa dizer que o original é assim mesmo, por mais erradoque esteja.Sine loco: sem lugar.Sine nomine: sem nome, sem editor. Abrev.: s. n.

2.17 Linha pontilhada

Em textos legais que modificam outros textos legais, usam-se linhas pontilhadas paraindicar a omissão de texto de caput , de parágrafo, de inciso, de alínea ou de item de

determinado artigo. Deve-se usar uma linha pontilhada para indicar todo o textosuprimido, além da linha pontilhada que se segue ao número do artigo modificado. Usa-se ainda uma linha pontilhada no final da emenda se o artigo modificado não encerrarno texto emendado. Exemplos:Emenda no caput :Art. 1o O caput do art. 42 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa avigorar com a seguinte redação: “Art. 42. Durante 25 (vinte e cinco) anos, a Uniãoaplicará, dos recursos destinados à irrigação: .” (EC 43/04) Emenda alterando partes do artigo: Art. 1o Os arts. 48, 57, 61, 62, 64, 66, 84, 88 e 246da Constituição Federal passam a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 48 X -criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o

que estabelece o art. 84, VI, b; XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos daadministração pública; “Art. 57§ 7o Na sessão legislativa extraordinária, o CongressoNacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada ahipótese do § 8o, vedado o pagamento de parcela indenizatória em valor superior aosubsídio mensal.

2.18 Maiúsculas ou minúsculas

Usa-se inicial minúscula

a) ordinariamente, em todos os vocábulos da língua nos uso corrente.b) nos dias, meses, estações do ano: segunda-feira; outubro; primavera.c) nas obras literárias e artísticas (após o primeiro elemento, que é com maiúscula, osdemais vocábulos, podem ser escritos com minúscula, salvo nos nomes próprios nelecontidos, tudo em grifo): O Senhor do Paço de Ninães, O senhor do paço de Ninães,

 Menino de Engenho ou Menino de engenho, Árvore e Tambor ou Árvore e tambor .d) nos usos de fulano, sicrano, beltrano.e) nos pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas); norte, sul (mas: SW sudoeste).f) nos termos de reverência, tratamento e religioso (opcionalmente, neste caso, tambémcom maiúscula): senhor doutor Joaquim da Silva, bacharel Mário Abrantes, o cardeal

 Bembo; santa Filomena (ou Santa Filomena). Sabe-se que, em órgãos públicos, indica-

se a inicial maiúscula nas formas de tratamento por respeito.

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g) nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas (opcionalmente,também com maiúscula): português (ou Português), matemática (ou Matemática);línguas e literaturas modernas (ou Línguas e Literaturas Modernas).

Usa-se inicial maiúscula

a) nos nomes próprios (reais ou fictícios): Pedro Marques; Branca de Neve, D. Quixote.b) nos nomes próprios, reais ou fictícios: Lisboa, Luanda, Rio de Janeiro; Atlântida.c) nos nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos: Adamastor; Neptuno /  Netuno.d) nos nomes que designam instituições: Instituto de Pensões e Aposentadorias daPrevidência Social.e) nos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Ramadão, Todos os Santos.f) nos títulos de periódicos, que retêm o itálico: O Primeiro de Janeiro, O Estado de SãoPaulo.g) nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente: Nordeste,por nordeste do Brasil, Norte, por norte de Portugal, Meio-Dia, pelo sul da França ou de

outros países, Ocidente, por ocidente europeu, Oriente, por oriente asiático.h) em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas commaiúsculas, iniciais ou mediais ou finais ou o todo em maiúsculas: FAO, NATO, ONU ;

 H 2O; Sr ., V. Exa.i) opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, aulicamente ouhierarquicamente, em início de versos, em categorizações de logradouros públicos: (ruaou Rua da Liberdade, largo ou Largo dos Leões), de templos (igreja ou Igreja do

 Bonfim, templo ou Templo do Apostolado Positivista), de edifícios ( palácio ou Palácioda Cultura, edifício ou Edifício Azevedo Cunha).Observação: As disposições sobre os usos das minúsculas e maiúsculas não obstam aque obras especializadas observem regras próprias, provindas de códigos ounormalizações específicas (terminologias antropológica, geológica, bibliológica,botânica, zoológica, etc.), promanadas de entidades científicas ou normalizadoras,reconhecidas internacionalmente.

Merecem atenção na redação oficial os seguintes casos:

a) nomes de órgãos públicos, instituições militares, políticas e profissionais, unidadesadministrativas, comissões oficiais, coligações, empresas privadas e seusdepartamentos: Ministério Público da União, Superior Tribunal de Justiça, Secretaria deDocumentação e Informação, Diretório Municipal do PSDB de Juiz de Fora, Prefeitura

Municipal de São Carlos, Juízo Eleitoral da 4ª Zona do Estado do Rio Grande do Norte,Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, Coligação Trabalho e Moralização,Ministério Público.b) Escrevem-se com inicial maiúscula as simplificações de nomes de entidades ouinstituições consagradas pelo uso: Congresso por Congresso Nacional, Senado porSenado Federal, Câmara por Câmara dos Deputados, Constituinte por AssembleiaNacional Constituinte, Supremo por Supremo Tribunal Federal.c) nomes designativos de cargos antepostos à autoria de atos oficiais e pospostos àassinatura deles: O Diretor-Geral da Secretaria do Supremo Tribunal Federal, no uso desuas atribuições (...).d) elementos dos compostos hifenizados, pois mantêm autonomia: Decreto-Lei nº 200,

Grã-Bretanha.

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e) nomes pelos quais as leis tornam-se conhecidas: Código Civil, Código Eleitoral, LeiÁurea.f) palavras empregadas em sentido especial, como: • casa, significando local destinado areuniões de interesse público: O deputado encontra-se na Casa para votar.• constituição, no sentido de lei fundamental e suprema de um país e demais sinônimos:

Constituição de 1988, Carta Magna, Lei Fundamental.• corte, no sentido de tribunal: Esta Corte tem posição definida sobre o assunto.• direito, no sentido de ciência das normas obrigatórias que disciplinam as relações doshomens numa sociedade: as regras do Direito.• estado, no sentido de nação politicamente organizada: O Estado responsabilizou-sepelo desaparecimento de presos políticos.• estado e município, no sentido, respectivamente, de unidade da Federação ecircunscrição administrativa autônoma de um estado, seguidos dos nomes: o Estado deMinas Gerais, o Município de Luziânia; mas, o município elegeu um deputado.• federação, no sentido de união política entre as unidades federativas, relativamenteautônomas, que se associam sob um governo central: O projeto visa ao fortalecimento

da Federação.• igreja, no sentido de instituição: A Igreja é contra o aborto. • império, república, monarquia, no sentido de regime político, período histórico ouquando equivaler à palavra Brasil: No Império houve muitas insurreições.• justiça, no sentido de Poder Judiciário ou de seus ramos: A Justiça começa a semodernizar. Isso é da competência da Justiça Eleitoral.• leis, projetos, acórdãos, resoluções etc. acompanhados dos respectivos números: Lei nº9.504, de 30 de setembro de 1997, Mandado de Segurança nº 112, Of. nº 10. A inicialdeve ser maiúscula com nome de leis ou normas políticas e econômicas consagradaspela importância de que se revestem: Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei Áurea,Lei Afonso Arinos, Lei Antitruste, Código Civil, Lei de Responsabilidade Fiscal.• mesa, no sentido de conjunto do presidente e dos secretários de uma assembleia: AMesa do Senado posicionou-se a favor das medidas.• plenário, no sentido de assembleia ou tribunal reunido em sessão: O Plenário daCâmara rejeitou a proposta do governo.• união, no sentido de reunião de estados relativamente autônomos, mas subordinados aum governo central; governo federal: Cabe à União tomar medidas para o caso.

Maiúscula e minúscula em textos legais

Emprego de inicial maiúscula e minúscula em textos legais que fazem referência a leis,

decretos, portarias etc.a) utiliza-se a inicial maiúscula quando o nome dos atos estiver acompanhado dorespectivo número: A Lei nº 312, de 24-5-95, dispõe (...). O Decreto nº 312, de 5 demarço de 1993, regulamenta (...). A Portaria nº 234, de vinte e cinco de julho de 1997,sofreu várias alterações.Observação: Não há consenso entre os gramáticos quanto ao uso de inicial maiúsculaquando determinado ato, após sua primeira citação no texto — no caso, acompanhadodo respectivo número — é referenciado em outras partes do texto, sem estaracompanhado do número. Neste curso adotou-se o uso de inicial maiúscula emtais casos, desde que fique subentendido que os referidos atos estejam individualizados:Art. 5° Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Conforme o disposto

no art. 3° da citada Lei C omplementar (...).

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b) remissão a artigos, parágrafos e incisos escreve-se com letra minúscula: Refiro-me aoparágrafo único do art. 11 da Portaria nº...De acordo com o inciso I do art. 57 da Lei nº... ;c) ganha a inicial maiúscula o nome de leis ou normas políticas e econômicasconsagradas pela importância de que se revestem: Lei de Diretrizes e Bases da

Educação, Lei Áurea, Lei Afonso Arinos, Lei Antitruste, Código Civil, Lei deResponsabilidade Fiscal.d) nome de moeda escreve-se com letra minúscula: real, dólar, franco, peso, marco,libra. O real está de cara e coroa novas.Atenção: quando se fala do Plano Real, está-se falando de nome próprio; nesse caso,usa-se inicial maiúscula: O (Plano) Real estabilizou a economia.e) nomes que designam cargos ou postos escrevem-se com inicial maiúscula: APresidente do Tribunal de Contas do DF concedeu a palavra ao Relator. O Diretor-Geralautorizou a publicação do normativo. Nomes de profissões são escritos com inicialminúscula: advogado, contador, engenheiro, jornalista, médico, professor.Observação: Quando individuados, emprega-se a inicial maiúscula: o Advogado Rui

Barbosa, o Poeta Camões etc.f) Após o parêntese, inicia-se com maiúscula somente quando o texto constitui oração àparte, completa, caso em que vem precedido de ponto. A oração que está entreparênteses tem o ponto dentro, antes de fechar o parêntese, e não fora: Na portaria dafábrica o ambiente era de absoluta calma. (A indústria não trabalha aos sábados.)

2.19 Numerais

Cardinais em algarismos

a) quantias, grandezas e medidas: R$ 10,00, 25kg, 30m.b) horários: 8h35min20s.c) datas, décadas e decênios: A reunião realizou-se no dia 20 deagosto de 1998. Publicado no DJ de 24-5-96. Década de 60.d) endereços: Rua 15 de Novembro, Casa 7.e) páginas e folhas de publicações: página 23, folha 14.f) porcentuais: 30% dos votantes.g) idade: Ele tem 45 anos.h) artigos e parágrafos de lei a partir do número 10: art. 10, art. 25.

Ordinais em algarismos

a) zonas, sessões, distritos e regiões: 15ª Zona Eleitoral, 1º Distrito.b) primeiro dia do mês: Hoje é 1º-4-99.c) artigos e parágrafos de leis, decretos etc. até o número 9: art. 1º,art. 9º.d) numerais antecedendo substantivos: 3º capítulo, 5º andar.Observação: Por brevidade, trocam-se os ordinais pelos cardinais:trigésima primeira folha por folha trinta e um, primeira casa por casa um. Nesse caso, usam-se os cardinais sem flexão de gênero ede número por ficar subentendida a palavra número: A prova

encontra-se a folhas nº 22 do processo, significando que ela seencontra na 22ª folha do processo. Se houver mais de um númerode folha, a regra é a mesma: a folhas nº 22 e 25.

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 Algarismos romanos

a) nomes de papas, soberanos: Papa João Paulo II, Luís XV.b) dinastias reais: II Dinastia.

c) séculos: século XX.d) divisões das Forças Armadas: I Comando do Exército, IVDistrito Naval.e) congressos, seminários, simpósios e eventos correlatos: V Bienaldo Livro.f) partes de uma obra: Título III, Capítulo II, Seção I.g) incisos de leis: inciso V.Observação: Quando o algarismo romano vier após o nome, até oX, lê-se como ordinal e, a partir daí, como cardinal: Século III (lêseséculo terceiro); século XII (lê-se século doze). Vindo antes donome, lê-se como ordinal: XII Bienal (lê-se décima segunda

bienal).

Grafia por extenso

Normalmente escrevem-se por extenso:a) os cardinais e ordinais de um a dez, cem e mil: três dias, segundoturno, cem pessoas; Se houver números acima e abaixo de 11 namesma frase, prefira os algarismos: Chegaram 3 revistas e 22questionários.b) os cardinais e ordinais em início de frases: Trinta e dois votosforam anulados.c) os fracionários, quando os dois elementos estiverem entre um edez: três quintos dos votos; mas empregam-se algarismos nosdemais casos: 1/12 dos eleitores.Observação: A Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de1998, em seu art. 11, II, f , determina que se deve grafar por extensoquaisquer referências feitas, no texto legal, a números eporcentuais.

Grafia mista

Usa-se grafia mista (algarismos e por extenso) na classe dosmilhares, se não houver número na classe inferior: 32 mil votos. Casocontrário, empregue apenas algarismos: 32.420 votos. A partir daclasse dos milhões, há dois procedimentos, se não houver número naclasse inferior:

a) 15 milhões e 438 mil eleitores; R$ 4 bilhões.b) 15,4 milhões de eleitores (com aproximação do númerofracionário). Caso haja número nas classes inferiores, empregam-seapenas algarismos: 15.438.302 eleitores.Observações:

1. Emprega-se o ponto para separar as classes dos numerais:3.004.987 . Exceções: ano e CEP: janeiro de 1998, CEP 70833-060.

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2. Nas datas, separam-se o dia, o mês e o ano por ponto separativo,sem zero à esquerda de 2 a 9: 3.5.98. O primeiro dia do mês deveser ordinal.3. Milhão, bilhão, trilhão etc. variam em número: três milhões, oitobilhões, mas 1,2 milhão.

4. O número (em algarismo), quando em final de linha, não deveser dividido em textos jurídicos.5. Na indicação de quantia, grandeza, medida ou horário, não seusa espaço entre os numerais e os símbolos ou abreviaturas:2h35min15s, 80km.

Números cardinais compostos

A escrita do cardinal, conforme sua composição, faz-se da seguintemaneira:

a) dois algarismos: põe-se a conjunção e entre os algarismos: 86 =>oitenta e seis.b) três algarismos: põe-se a conjunção e entre cada um dos três:654 => seiscentos e cinquenta e quatro.c) quatro algarismos: omite-se a conjunção e entre o primeiroalgarismo e os restantes: 4.455 => quatro mil, quatrocentos ecinquenta e cinco. Se o primeiro algarismo da centena final forzero, aparecerá então o e: 3.048 => três mil e quarenta e oito.Aparecerá ainda o e quando os dois últimos ou os dois primeiros dacentena forem representados por zeros: 1.400 => mil equatrocentos; 1.001 => mil e um; R$ 4.005,28 => quatro mil ecinco reais e vinte e oito centavos.d) de vários grupos de três algarismos: omite-se o e entre cada umdos grupos: 3.444.225.528.367 => três trilhões, quatrocentos equarenta e quatro bilhões, duzentos e vinte e cinco milhões,quinhentos e vinte e oito mil, trezentos e sessenta e sete.

2.20 Itálico e negrito

Os textos comumente vêm impressos em letras do tipo redondo,mas, quando se quer chamar a atenção do leitor para certas palavras,expressões ou partes de um texto, usam-se tipos ou cores diferentes,como o itálico ou o negrito.

Itálico

Diz-se do tipo inclinado para a direita (letras inclinadas). Usa-seem:

a) estrangeirismo: O Brasil conheceu o two-party system durante aditadura, com a Arena e o MDB.

b) expressões latinas: data venia; habeas corpus; opportunotempore.c) palavras ou expressões não características da linguagem de quem

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escreve, como arcaísmos, expressões populares, gírias,neologismos: Fugiam do tira.d) palavras ou partes de texto que se pretende destacar: O veto éuma forma de participação do Executivo na elaboração das leis.e) títulos de obras, jornais, revistas: Estas ideias estão em As

democracias contemporâneas, de Arend Lijphart. Li no Correio Braziliense a reportagem. A revista Veja publicou o assunto.

Negrito

Diz-se do tipo mais cheio, de cor acentuadamente mais forte que onormal, usado em cabeças de verbetes, em várias partes de obrasimpressas, como títulos, capítulos, ementas de acórdãos, etc.:Votante. Que ou quem vota (verbete).TÍTULO VI – Da Disciplina Partidária.

2.21 Referência a folhas

A expressão provoca dúvida, pois encontramos de formas diversasno serviço público. As mais comuns são: “à folha 27”, “a folhas 27”, “as folhas 27”, “às folhas 27”. Autores afirmam que a expressão foi variação da locução “a certa altura”. Por isso mesmo, as formas adequadas são a duas primeiras: “à folha 27” ou “a folhas 27”. Napoleão Mendes de Almeida afirma que na linguagem forense se diz“a folhas vinte e duas” –  significa “a vinte e duas folhas do início do trabalho”. Também a expressão “a páginas vinte e sete” segue este 

princípio. Em relação ao assunto ainda, a forma abreviada deve serescrita assim:- a fls. 27;- à fl. 27;- a fls. 27 e 28;- às fls. 27 e 28;- a fls. 27 a 32;- às fls. 27 a 32.Inadequado está o uso do plural para indicar apenas uma folha oupágina. Inadequado também é o uso da expressão sem a referida folhaou página.Conforme os dados descritos a fls. citada, confirmo a decisão(inadequado).Quando se faz referência à citação de folha ou página numerada, apreposição deve ser acompanhada do artigo definido.Conforme se lê à fl. 15.Conforme se lê às fls. 12 e 13.Conforme se lê às fls. 12 a 18.Segundo consta da/na fl. 27 do processo.Segundo consta nas fls. 27 e 28 do processo.Segundo consta nas fls. 27-45 do processo.

Observação: é erro a construção “consta à fl.27”, por  exemplo, pois o verbo constar, no sentido de estardocumentado, pede a regência da preposição “em” ou “de”. 

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 2.22 Numeração em seções

Em documentos extensos, é recomendável um sistema de

numeração progressiva das divisões e subdivisões do texto, de forma ademonstrar com clareza a sequência, a importância e o interrelacionamentoda matéria, visando à localização imediata de cadaparte. As partes em que se divide o texto de um documento sãochamadas de seções e contêm as matérias afins na exposição ordenadado assunto.Seções primárias são as principais divisões do texto de umdocumento, denominadas capítulos. As seções primárias podem serdivididas em seções secundárias; as secundárias, em terciárias; asterciárias, em quaternárias e assim sucessivamente. No entantorecomenda-se limitar o número das seções até a terciária. O que

permite a localização imediata de uma seção é o indicativo de seção,ou seja, o número ou o grupo numérico.Na numeração, são empregados algarismos arábicos, que precedemo título ou a primeira palavra do texto, se não houver título. Emqualquer caso, haverá um espaço após a numeração. O indicativo dasseções primárias segue a sequência dos números inteiros a partir de 1,enquanto o da seção secundária é constituído pelo indicativo da seçãoprimária a que pertence, seguido do número que lhe for atribuído nasequência do assunto e separado por ponto.Repete-se o mesmo processo em relação às demais seções. Naleitura oral não se pronunciam os pontos. Ex.: 2.1.1 lê-se dois um um.

Seção Primária Seção Secundária Seção Terciária1 1.1 1.1.12 2.1 2.1.13 3.1 3.1.1... ... ...9 9.1 9.1.110 10.1 10.1.111 11.1 11.1.1Se for necessário enumerar os diversos assuntos de uma seção, estapode ser subdividida em alíneas ordenadas alfabeticamente por letrasminúsculas seguidas de parênteses. Sendo estas cumulativas oualternativas, pode ser acrescentado, após a penúltima, e/ou, conformeo caso. As alíneas, exceto a última, terminam em ponto-e-vírgula.Os indicativos devem ser citados no texto de acordo com osseguintes exemplos: na seção 4 ou no capítulo 4; ver 9.2; em 1.1.2.2,

 parágrafo 3º, ou no 3º parágrafo de 1.1.2.2.Os títulos das seções são destacados gradativamente, usando-se osrecursos de negrito, itálico ou grifo, e redondo, caixa alta ou versal,etc. Se uma seção tem título, este é colocado na mesma linha dorespectivo indicativo, e a matéria da seção pode começar na linhaseguinte da própria seção ou em uma seção subsequente.

2.23 Anexos, tabelas, gráficos, quadros

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 Anexos

Documentos que acompanham e complementam a correspondênciaprincipal.

Recomendações:

1. Os anexos podem ser designados por algarismos arábicos ou porletras maiúsculas;2. Se houver apenas um anexo, dá-se a ele o nome de Anexo único.Se houver vários, no primeiro escreve-se Anexo nº 1 e no último,

 Anexo nº x e último.3. Quando se faz referência a alguma página de um anexo, procedeseda seguinte forma: Anexo 1/2 (que significa anexo nº 1, página2); Anexo 9/3 (que significa anexo nº 9, página 3); Anexo nº x eúltimo/5 (que significa anexo nº x e último, página 5).4. Quando são vários anexos, no texto do documento principaldeve-se mencionar a quantidade. Ex.: Anexos: 6., o que indica quehá seis anexos no total.5. Havendo apenas um anexo, escreve-se no texto principal o nomedo anexo. Ex.: Anexas: Notas promissórias.6. Observe-se rigorosamente a concordância nominal. Ex.: Anexas:notas promissórias; Anexos: documentos assinados; Anexa: guiade recolhimento; Anexo: pedido assinado.7. Não utilize a expressão em anexo.

Uso de tabelas, gráficos e quadros

Tabelas, gráficos, figuras e quadros organizam as informações emordem lógica e tornam as comparações mais fáceis e acessíveis aoleitor, além de economizarem espaço. Assim, servem para ilustrar eagilizam o entendimento da informação.

Recomendações:

1. As tabelas, figuras ou ilustrações contidas em um documento

devem ser intercaladas no texto, logo após serem citadas pelaprimeira vez, e numeradas em algarismos arábicos,sequencialmente.2. Nas tabelas os títulos vêm acima; nas figuras, abaixo.3. Evite abreviar palavras dentro de gráficos, tabelas e quadros.4. As legendas internas devem obedecer a um padrão. Prefira aletra maiúscula apenas no início da primeira palavra.5. As palavras figura, quadro, anexo e tabela, no texto, quandoseguidas de numeração, devem ser grafadas com a letra inicialmaiúscula. Ex.: Figura 2.1; Quadro 5.7; Tabela 3.36. Somente a primeira palavra da legenda terá letra inicial

maiúscula. Após a numeração não se usa o ponto. Ex.: Figura 2.1 Números de computadores.

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7. Não se destacam as palavras figura, quadro e tabela naslegendas. Os números são separados por ponto e a legenda vem emitálico. Ex.: Figura 2.1 Número de computadores; Quadro 3.2Consumo de energia.; Tabela 4.4 Servidores exonerados.8. Após toda e qualquer legenda, coloque o ponto final.

9. Não abrevie as palavras figura, tabela, quadro e anexo no textoou na legenda.

3__________________________________Linguagem jurídica:expressões e vocabulário

3.1 Vez que, eis que, posto que, haja visto

As expressões acima quase sempre são empregadas de forma

inadequada na linguagem jurídica.Vez que, de vez que e haja visto não devem ser empregadas nunca.Estão inadequadas.Eis que indica surpresa ou tempo. Raramente, será empregada nessesentido. Posto que não possui valor de causa. O sentido correto daexpressão é de concessão.Observe os exemplos a seguir.O Tribunal solicitou a cópia, vez que não a possuía (inadequado).O Tribunal solicitou a cópia, de vez que não a possuía (inadequado).O Tribunal solicitou a cópia, eis que não a possuía (inadequado).O Tribunal solicitou a cópia, posto que não a possuía (inadequado).

O Tribunal solicitou a cópia, haja visto não a possuir (inadequado).O Tribunal solicitou a cópia, haja vista não a possuir (adequado).

3.2 Mesmo

Erro generalizado é o uso de “mesmo” como pronome pessoal.Observe os exemplos abaixo.O desembargador recebeu o processo e analisará o mesmorapidamente (inadequado).O desembargador recebeu o processo e o analisará rapidamente(adequado).O relatório já chegou e o mesmo apresenta erros de conteúdo(inadequado).

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O relatório já chegou e apresenta erros de conteúdo (adequado). Receba de volta seu título e verifique se o mesmo está rubricado pelodiretor. (inadequado).

 Receba de volta seu título e verifique se está rubricado. (adequado).(...) poderá fazer por escrito o seu protesto, em petição dirigida ao

 juiz, e requerer que do mesmo se intime a quem de direito.(inadequado).(...) poderá fazer por escrito o seu protesto, em petição dirigida ao

 juiz, e requerer que dele se intime a quem de direito. (adequado).O pronome pode ser utilizado adequadamente em várias situações.Como pronome adjetivo:O juiz teve a mesma opinião.Elas mesmas discutiram o assunto.Como advérbio:Este julgamento é mesmo necessário.

 Minha casa fica lá mesmo.

Inadequado é o uso de “mesmo” como pronome pessoal, substituindo um substantivo já expresso.Para analisar com calma o parecer, solicitou que o mesmo lhe fosseentregue (inadequado).Para analisar com calma o texto, solicitou que o relatório lhe fosseentregue (adequado).

3.3 Junto a

A locução junto a deve ser empregada no sentido de ao lado de, perto

de, adido a.O segurança posicionou-se junto ao réu.O embaixador brasileiro junto a Portugal será homenageado.Nos demais empregos, usa-se a preposição que o verbo pedir:O sindicato mantém as negociações com (e não junto a) a diretoria.Solicitou providências do (e não junto ao) ministério.Entrou com recurso no (e não junto ao) Tribunal

3.4 No sentido de

A expressão não apresenta ideia de “finalidade”. Ela não deve ser  empregada em substituição a “com vistas a”, “para”, “a fim de”, “com o objetivo de”: ele agiu assim no sentido de melhorar a situação(inadequado).A expressão é usada para explica o significado de um termo ou ideiaanterior: o termo “Casa” foi empregado no sentido de “Congresso 

 Nacional”. 

3.5 Quando do (da)

A expressão é galicismo, por isso deve ser substituída por no momento

de, no tempo de, por ocasião de: Por ocasião da consulta, o tribunalestava de recesso, e não Quando da consulta (...)

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 3.6 Inobstante

O vocabulário ortográfico não registra a palavra “inobstante”, embora empregada com certa frequência no meio jurídico. Melhor usar “não 

obstante” ou “nada obstante”. 

3.7 Gerúndio

O gerúndio é empregado com exagero nos textos jurídicos. Quasesempre de forma inadequada.O emprego adequado está relacionado a ideia adverbial de:Sendo ainda novo, não quis ir só (causa).

 Não quis, sendo sábio, resolver as dúvidas por si mesmo (concessão).Triunfarás, querendo (condição).

O carneiro defendia-se dizendo que... (meio).Ele fala cantando (modo).Proferindo o orador estas palavras, a assembleia deu vivas (tempo).É incorreto o uso do gerúndio com sentido pontual, adjetivo ouaditivo:

Inadequado adequado

Vou estar fazendo. Farei.Texto contendo erros. Texto que contém erros.O órgão analisou o caso, decidindo (...). O órgão analisou o caso e

decidiu (...).

3.8 A princípio – em princípio

A princípio tem o sentido de “inicialmente”, “no começo”. Em princípio tem o sentido de ‘em tese”, “teoricamente”. 

 A princípio não gostei da cidade, porém com o tempo passei a meadaptar muito bem.Ela a princípio não gostava do namorado.O campeonato ainda não terminou. Em princípio o São Paulo será

campeão novamente. A princípio, ele agiu sem maldade. = No início, ele agiu sem maldade.Em princípio, ele agiu sem maldade. = Teoricamente, ele agiu semmaldade.

3.9 Em que pese a – em que pese(m)Em que pese a (com o som fechado = pêse) tem o sentido de “ainda que contrarie a opinião de”, “ainda que”. O verbo fica sempre no singular:Falhou neste ponto, em que pese à sua dedicação.Em que pese aos argumentos apresentados contra o acusado, ele será

absolvido.Em que pese(m) (com o som aberto = pése) tem o sentido de “ainda 

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que se leve em consideração”, “embora”. O verbo concordará com otermo seguinte, que será sujeito da construção.Em que pesem as opiniões do ministro, ninguém aceitou a explicação.

3.10 Enquanto

O vocábulo “enquanto” não apresenta sentido de condição profissionalou social. Seu uso deve se limitar a tempo:Enquanto chovia, ele escrevia o artigo (adequado).

 Não gostava dele enquanto ministro (inadequado).

3.11 Há que + infinitivo

Expressão típica de textos jurídicos, a expressão “há que + verbo no infinitivo” tem o sentido de “é necessário”, “deve-se fazer”: 

 Há que examinar com detalhes os argumentos apresentados.

3.12 Trata-se de

Não é possível, lógica e gramaticalmente, construção com o verbotratar-se para coisas. Trata-se somente pode ter por sujeito um entehumano, em acepções específicas: O caso trata-se de acusações.(inadequado); Aqui todos se tratam por você; Ele somente se tratacom remédios caseiros.Nos demais casos, trata-se de constrói-se impessoalmente: Trata-se de

 processos novos.

3.13 Pertine/no que diz respeito a

A forma pertine não existe em nossa língua. Use, em seu lugar, no quediz respeito a, no que respeita a, no tocante a, com relação a, etc.

 No tocante a este aspecto legal, meu voto é favorável.

3.14 Uso do porquê

1. Por que

a) ao se substituir por “por qual motivo”. Por que você mentiu para mim?

 Diga-me por que você mentiu. b) ao se substituir por “pelo(a) qual” no singular ou no plural.  A razão por que a despediu não foi justa.c) em orações subordinadas substantivas introduzidas pela preposição“por” com a conjunção “que”. 

 Anseio por que passes no concurso

2. Por quêAo se substituir por “por qual motivo” no final da ideia. 

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Partiste por quê?

3. Porque

Ao introduzir ideia explicativa, causal ou final. Pode-se substituir por

“pois” ou “para que”.  Não respondi porque não escutei a pergunta.Faço votos porque sejas feliz.

4. Porquê

Ao exercer função de substantivo.O porquê do fato não nos interessa.

3.15 Face a – em face de

 Não existe a expressão “face a”. O correto é “em face de”: Face orelatório apresentar erro (inadequado); Em face de o relatórioapresentar erro (adequado).

3.16 Deve estar – deve de estar

Deve de estar tem o sentido de que há probabilidade:Ele deve de estar em casa agora.Deve estar indica obrigação, certeza:Os advogados devem estar preparados para a atividade profissional.

O verbo “dar” funcionando como auxiliar manterá os sentidos acima com outros verbos também.

3.17 Arquive-se ou arquivem-se - cite-se ou citem-se

O assunto pede atenção. Desde o tempo do vestibular, muitostropeçam no uso do “se”. Ora ele funciona como partículaapassivadora, ora como índice de indeterminação do sujeito. Para nãocometer erros, vale a pena se lembrar das vozes verbais.Voz ativa: Lucas comprou o livro.

Voz passiva analítica: O livro foi comprado por Lucas.Voz passiva sintética: Comprou-se o livro.O último caso é o que nos interessa agora. Observe que a voz passivapode ser escrita como analítica (foi comprado) ou sintética (com o usodo “se”). Sempre que se conseguir fazer a substituição de uma pela outra sem alterar o sentido, não existirá objeto direto na construção e aconcordância será feita entre o os dois termos.Comprou-se o livro. = O livro foi comprado.Compraram-se os livros. = Os livros foram comprados.Lembre-se da placas que encontramos em todas as cidades do Brasil:

 Joga-se búzios (inadequado).

 Jogam-se búzios (adequado).Jogam-se búzios. = Búzios são jogados.

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A regra vale para o caso citado.Arquive-se o processo. = O processo seja arquivado.Arquivem-se os processos. = Os processos sejam arquivados.Cite-se a testemunha. = A testemunha seja citada.Citem-se as testemunhas. = As testemunhas sejam citadas.

Intime-se o acusado. = O acusado seja intimado.Intimem-se os acusados. = Os acusados sejam intimados. Não confundir a regra com o “se” como índice de indeterminação dosujeito. No caso, a concordância é outra.Gosta-se de livro.Gosta-se de livros.Como se percebeu, o verbo ficou no singular, pois não se conseguerealizar a voz passiva analítica. Não é possível escrever com correção“De livros são gostados”. 

3.18 Através de - por meio de

“Através de” pode ser empregado em três situações bem definidas: a) de um lado a outro: Ela me viu através da janela de vidro.b) movimento interno: O sangue corre através das veias.c) relação à passagem do tempo: Ela foi me conhecendo melhor através dos anos.Observe erros comuns na expressão: O projeto será regulamentadoatravés de novas leis (inadequado). O projeto será regulamentado por meio de novas leis (adequado).

3.19 Afinal – A finalAfinal tem o sentido de “finalmente”. A final tem o sentido de “ao fim” ou “ao final”. 

3.20 A posteriori –   a priori

 A posteriori não tem o sentido de “posteriormente” como muitos gostariam. A expressão latina deve ser usada quando o raciocínioempregado está baseado em fatos, na experiência comprovada, emdados concretos, para alcançar uma conclusão indutiva. Mesmo nãoempregando a expressão, a ideia “a posteriori” é muito empregada quando a argumentação não encontra fundamentos plenamente clarosna legislação.

 A priori não tem o sentido de “principalmente”, “primeiramente” ou “antes de mais nada”. A expressão latina deve ser empregada para demostrar um pensamento que parte do geral para o particular. Mesmonão empregando a expressão, a ideia “a priori” é empregada quando a argumentação encontra fundamentos plenamente claros na legislação.

3.21 Habeas corpus – hábeas-córpus

A expressão latina habeas corpus (sem hífen, sem acento e em itálico)é muito empregada no universo jurídico. No entanto, sua forma

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aportuguesada “hábeas-córpus” (com hífen, com acento e semdestaque itálico) está correta e é empregada em alguns tribunais.

3.22 Este – esse - aqueleO pronome demonstrativo (este, esse, aquele – e variações) tem

diversas funções dentro da construção: pode indicar a pessoa dodiscurso, a relação a tempo, o referente adequado, retomar ouantecipar ideia presente no texto, etc. Observe os usos adequados:

1. em relação à pessoa do discurso, deve-se empregar o pronomedemonstrativo da seguinte forma:- este, esta, isto: refere-se à pessoa que fala ou escreve (apresenta aideia do aqui).- esse, essa, isso: refere-se à pessoa que ouve ou lê (apresenta a ideiado aí).- aquele, aquela, aquilo: refere-se à pessoa que se encontra distante(apresenta a ideia do lá).Este relatório que seguro.Esse relatório que você segura.

 Aquele relatório que se encontra na outra sala.

2. em relação à posição da ideia a que se refere, deve-se empregar daseguinte forma:- este, esta, isto: em relação a uma ideia que ainda aparecerá no texto(termo catafórico).Quero lhe contar isto: não volte mais aqui.

- esse, essa, isso: em relação a uma ideia que já apareceu no texto(termo anafórico). Não volte mais aqui. Era isso que eu queria lhe contar.

3. em relação a tempo, deve-se empregar da seguinte forma:

a) em referência a um momento atual, usa-se “este, esta ou isto”: Este dia está maravilhoso (dia atual).Esta semana está maravilhosa (semana atual).Este mês está maravilhoso (mês atual)Este ano está maravilhoso (ano atual).

Este assunto que conversamos (assunto atual).

b) em relação a momento futuro próximo, usa-se também “este, esta ou isto”: 

 Agora pela manhã chove, mas esta noite promete ser bonita (próximanoite).Esta reunião de hoje à tarde será interessante (a reunião está

 próxima de ocorrer). Hoje é quinta-feira e neste fim de semana viajarei (próximo fim desemana).

c) em relação a momento futuro distante, usa-se “esse, essa ou isso”: Um dia você será capaz de entender o que ocorreu. Nesse dia, você

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me perdoará .

d) em relação a momento passado recente, usa-se “esse, essa ou isso”:  Nesse fim de semana, fui a São Paulo (último fim de semana). Nessa reunião, fiquei feliz (reunião que ocorreu recentemente).

e) em relação a tempo passado muito distante, usa-se “aquele, aquela ou aquilo”: 

 Aquele fim de semana foi maravilhoso (fim de semana distante). Naquela reunião, fiquei feliz (reunião que ocorreu há muito tempo).

4. para diferenciar referentes citados anteriormente, usa-se “este, esta ou isto” para indicar o mais próximo ao pronome e usa-se “aquele, aquela e aquilo” para indicar o mais distante. O processo e o parecer já chegaram. Este (o parecer) está ótimo, masaquele (o processo) ainda está incompleto.

5. Outros usos estilísticos:a) ao iniciar uma oração, desacompanhado de substantivo, que retomaideia anterior e pode ser substituído por “isso”, pode-se empregar“este, esse ou aquele”: 

 Não estudei o necessário. Este (ou “esse”) foi meu pecado. b) podem-se colocar os pronomes “este” ou “esse” e suas variações após o substantivo para indicar ênfase:Encontrei uma linda e inteligente mulher há alguns anos em São

 Paulo, mulher esta (ou “essa”) que se tornou minha esposa. c) os pronomes “este, esse ou aquele –  e variações”, quando contraídos com a preposição “de” e pospostos a substantivos, devem ser empregados sempre no plural:Ele resolveu um problema daqueles.

3.23 A partir de – com base

A expressão “a partir de” deve ser empregado em sentido temporal. Evite empregá-la no sentido de “com base em”. Ela prometeu iniciar o regime a partir do próximo mês.O juiz proferiu a sentença a partir dos argumentos apresentados

(inadequado).O juiz proferiu a sentença com base nos argumentos apresentados(adequado).

3.24 A cerca de - acerca de - há cerca de

A cerca de significa a uma distância de Belo Horizonte fica a cerca de setecentos quilômetros de Brasília.Acerca de significa sobre, a respeito de.Falavam acerca do processo.

Há cerca de significa faz aproximadamente. Há cerca de duas semanas, o processo foi protocolado.

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 3.25 De cujus – decujo

 De cujus é redução de Is de cujus successione agitur , que tem osentido de “cuja sucessão se trata”. No Brasil, criou-se o neologismo

“decujo” com o mesmo sentido. 

3.26 A fim de - afim de

A fim de é locução prepositiva. Indica finalidade e equivale a para.Estamos aqui a fim de trabalhar.Afim/afins são adjetivos e referem-se ao que apresenta afinidade,parentesco.Ele se tornou inelegível por ser parente afim do prefeito.

3.27 À medida que - na medida em que

À medida que é locução proporcional e significa à proporção que, ao passo que, conforme. A opinião popular mudava à medida que se aproximava a eleição.Na medida em que é locução causal e significa porque, porquanto,uma vez que, pelo fato de que.

 Na medida em que foi constatada a sua inconstitucionalidade, o projeto foi arquivado.

2.28 Ao encontro de - de encontro aAo encontro de significa em busca de, em favor de, encontrar-secom, corresponder ao desejo de.

 Houve entendimento, pois a opinião da maior parte dos estudantes iaao encontro das propostas da direção.De encontro a significa oposição, contra, em contradição.

 Houve divergência, pois a opinião da maior parte dos estudantes iade encontro às propostas da direção.

3.29 Ao invés de - em vez deAo invés de significa ao contrário de e encerra a ideia de oposição:Os juros, ao invés de baixarem, sobem.Em vez de significa em lugar de, ao contrário de.Estudou Direito Penal em vez de Direito Constitucional.3.30 Ao nível de - em nível deEm nível de é usado no sentido de nessa instância.

 Isto ocorreu em nível ministerial ou em nível de ministério.Ao nível de é usado no sentido de à mesma altura.

 A cidade de Santos está ao nível do mar.

3.31 Como sendoEsta expressão é desnecessária e deve ser evitada: Foi considerado

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(como sendo) o melhor funcionário do ano.

3.32 AnteA forma correta é ante o e ante a, porque não se trata de uma locução;consequentemente, não cabe a preposição ‘a’ depois da também 

 preposição ‘ante’, que se comporta como ‘perante’, com o mesmo significado de "diante de, em presença de alguém ou algo":Ela se saiu bem perante o juiz.

 Ante a juíza , ele vacilou.Calou-se ante os argumentos apresentados.

3.33 Perante ao juiz ou perante o juiz?

 Não se trata de uma expressão com preposição. Dessa maneira, o “a” está inadequado no caso. O correto é “perante o juiz”. Observe os 

exemplos: perante o juiz; perante o tribunal; perante a justiça; ante o juiz; ante o tribunal; ante a justiça.

3.34 Que esta subscreve ou que a esta subscreve?

O verbo subscrever pode ser transitivo direto no sentido de “aprovar”. Sendo assim, a preposição se torna inadequada.O desembargador que esta subscreve.

3.35 À custa de – a expensas de – em via de

À custa de tem o sentido de “à força de”. Obteve o resultado favorável à custa de muito trabalho.Sem recursos desde o ano passado, vive à custa da família.A expensas de tem o mesmo sentido de “à custa de”. Pode-se grafartambém “às expensas”. O prédio foi construído a expensas do governo local.Em via de tem o sentido de “a caminho de” ou “prestes a”. Não aceita a palavra “vias” na expressão. O processo está em via de ser encerrado.

3.36 Protocolar - protocolizar

Ambas as formas encontram-se registradas no Volp e em outrosdicionários, portanto são corretas, embora se diga que protocolizarseja variante dispensável, pois são consagradas as formas protocolar ,

 protocolado(s), protocolada(s), protocolando, etc.3.37 Se não - senãoSe não quando o “se” é conjunção e inicia oração subordinada condicional, equivalendo a caso não, quando não.O acusado, se não (caso não) comparecer, será prejudicado. São

 problemas que, se não (quando não) resolvidos, complicam a

situação;Senão quando esta palavra equivale a exceto, salvo, a não ser , de

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outro modo, do contrário, mas, mas sim, mas também.Esta eficácia não se opera unicamente em favor do eleitor, senão (anão ser) também dos partidos. Confessa, senão (do contrário) serás

 preso.

3.38 Suso

Trata-se de palavra de uso antigo e significa acima, anteriormente,antes, atrás.O acórdão suso mencionado traz a posição desta Corte sobre o caso.

3.39 Tampouco - tão poucoTampouco é advérbio de sentido negativo e significa também não,nem sequer . Por isso dispensa o acompanhamento da partícula nem.

 Não compareceu à sessão eleitoral, tampouco se justificou.

Em tão pouco, o advérbio tão modifica a palavra pouco, que pode seradvérbio ou pronome indefinido. Argumentou tão pouco (advérbio) que não convenceu os eleitores. Revelou tão pouco (pronome indefinido) interesse pelo assunto.

3.40 Começa a partir deÉ inadequado escrever “começa a partir de”. A partir de significacomeçar.O curso começa a partir do dia 16 de junho (inadequado).O curso começa dia 16 de junho (adequado).Preferencialmente, use “a partir de” para sentido temporal. 

3.41 Apenar - Penalizar“Apenar” significa condenar à pena, castigar, punir:O Tribunal apenou o responsável pelo prejuízo.“Penalizar” quer dizer causar pena ou desgosto a, sentir grande pena ou desgosto:Também o penalizavam os resultados da fome em seu país.Penalizou-se com o sofrimento do amigo.

3.42 Com vista a - Com vistas aAmbas as expressões significam a fim de, com o objetivo de. Tantofaz utilizar uma ou outra:

 Remeteu o processo ao Ministério Público com vista à (ou: com vistasà) elaboração de parecer.

3.43 Custas - CustaPara referir-se a despesas em processo judicial usa-se “custas”: Foram bastante altas as custas do processo.Nos outros casos, usa-se o singular: As despesas foram feitas à custa(a expensas de) do pai. O serviço foi feito a minha custa (a expensas

de). Faz concessões à custa (com sacrifício de) da honra.

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3.44 Dado - Visto - Haja vistaOs particípios dado e visto usados como adjetivo concordam emgênero e número com o substantivo a que se referem:

 Dados o interesse e o esforço demonstrados, optou-se pela permanência do servidor em sua função.

 Dadas as circunstâncias...Vistas as provas apresentadas, não houve mais hesitação noencaminhamento do inquérito.Já a expressão haja vista, significa uma vez que, seja consideradoou veja-se:O servidor tem qualidades, haja vista o interesse e o esforçodemonstrados.

 Na greve, ocorreram alguns imprevistos, haja vista o número de feridos.Observação: Haja visto (com o) com o sentido de haja vista éinovação oral brasileira, evidentemente descabida em redaçãooficial.

3.45 De forma que - De forma aDe forma (ou: maneira, modo) que: usa-se nas orações desenvolvidas:Fez a viagem de forma que se cansasse menos.Deu recado de maneira que não deixasse dúvida.Terminou o trabalho a tempo, de modo que pôde ir ao cinema.De forma (ou: maneira, modo) a: usa-se nas orações reduzidas deinfinitivo:

 Deu amplas explicações, de forma (ou: maneira, modo) a deixar tudo

claro.Observação: As locuções “de forma que”, “de maneira que”, “de  modo que”, “de sorte que”, “de molde que”, “de jeito que” não possuem plural.

3.46 Grosso modo“Grosso modo” significa de modo grosseiro, impreciso, aproximado. Não deve ser usada com a preposição a:

 A avaliação preliminar revelou, grosso modo (e não: a grosso modo),lucro superior a 100 mil dólares.

3.47 Opor vetoO correto é opor veto e não apor veto. Vetar é opor veto; apor éacrescentar; daí aposto, (o) que vem junto. O veto, a contrariedadesão opostos, nunca apostos.

3.48 Pedir vista - pedir vistasO correto é pedir vista, no singular. Significa solicitar exame doprocesso.O ministro pede vista. O presidente lhe concede vista.

3.49 Percentagem - Porcentagem

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Tanto faz usar percentagem ou porcentagem. Mas o adjetivo só temuma forma: percentual. Na escrita, a percentagem pode ser expressaem algarismos seguida do símbolo % (3%, 10%), ou por extenso:trinta por cento.Observação: Diante de dois ou mais valores da porcentagem, devese

usar o % em todos eles: O aumento oscilará entre 5% e 7% (enão: ... entre 5 e 7%).O imposto deve subir de 25% para 27,5% (e não: ... de 25 para27,5%).

3.50 PriorizarÉ preferível o uso da expressão “dar prioridade” em vez de “priorizar”. O diretor vai dar prioridade à revisão do plano de cargos e salários.

3.51 Processo epigrafadoA palavra grega epigrafar tem duas partes. Uma é epi; quer dizer emcima de, em posição superior. A outra, grafar ; significa escrever.Portanto, na expressão “processo epigrafado acima”, o “acima” é dispensável; basta dizer: processo epigrafado (ou: processo emepígrafe).

3.52 Viger“Viger” significa vigorar, ter vigor, funcionar. Pertence à segundaconjugação. Conjuga-se como viver, comer e escrever: Ele escreve(vige). Eles escrevem (vigem). Ele escreveu (vigeu). Eles escreveram(vigeram). Ele escrevia (vigia). Eles escreviam (vigiam). A lei vigepor tempo indeterminado. A medida provisória continua vigendo. Estalei vigeu até julho do ano passado.Observações:a) O verbo viger é defectivo, conjuga-se apenas em alguns modos epessoas. Nos demais casos, é necessário recorrer a um sinônimo;b) Em caso de dúvida sobre a conjugação do verbo viger, pode-seutilizar, por exemplo, o verbo vigorar: A lei vigora por tempoindeterminado. A medida provisória continua vigorando.

3.53 deferir – diferirDeferir (deferimento): atender: A Diretora deferiu prontamente o pedido; outorgar, conceder: Os jurados deferiram o prêmio ao jovemcientista.Diferir (diferimento): adiar: A empresa diferiu o pagamento; ser diferente: Esses projetos diferem apenas no acessório, sendo idênticosno essencial.

3.54 onde – aonde - de ondeOnde significa em que lugar , em qual lugar . Usa-se com verbos ou

nomes que pedem a preposição “em”: A cidade onde moro é bonita.Aonde (a+onde) significa a que lugar , lugar a que ou ao qual. Usa-secom verbos que pedem a preposição “a”: A cidade aonde fui é bonita.

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De onde (donde) significa de qual lugar , de que lugar , daí . É usadocom verbos ou nomes que pedem a preposição “de”: A cidade de ondevim é bonita.

3.55 Remição / remissãoRemição: ato ou efeito de remir “tornar a obter, resgatar”; liberação de pena ou dívida.Remissão: ato ou efeito de remitir “perdoar”; perdão; ação ou efeito de remeter.3.56 sendo queEsta expressão apresenta o sentido de causa em seu uso adequado. Noentanto, quase sempre encontramos de forma incorreta na linguagem

 jurídica. Melhor evitar o uso. Observe um uso inadequado: Auxiliavasua ex-esposa constantemente, sendo que ainda pagava amensalidade escolar do filhos.

4__________________________________

Novo Acordo OrtográficoO Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa é documentointernacional com objetivo de unificar a ortografia para o idioma.Importante ressaltar que não houve alteração na pronúncia. Apenas asgrafias foram alteradas.Um acordo ortográfico procura ter como base a fonética. A línguaportuguesa, porém, apresenta diversidade imensa. Observe, por

exemplo, a pronúncia do número 20:bint(Porto),vint(Lisboa),vintchi(Rio de Janeiro),vinte(Curitiba) ouvinti(Luanda). Assim, apreocupação principal do Acordo foi simplificar e padronizar a grafiacom eliminação de letras e acentos desnecessários (direcção, acta, vôo, heróico,crêem) e aceitação de dupla grafia em termos comdiferença fonética entre os países (bebê, bebé, fato, facto).

4.1 AlfabetoAs letras “k”, “w” e “y” passam a fazer parte do alfabeto. Os dicionários já registravam há muito essas letras, que figuram em

palavras comokafkiano,wagneriano,hollywoodesco, kizombaetc.Assim, o alfabeto da língua portuguesa passa legalmente a ser

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formado por vinte e seis letras: A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M,N, O, P, Q, R, S, T, U, V, W, X, Y, Z.

4.2 Nomes própriosPode-se manter a escrita do nome próprio que, por costume ou

registro legal, a pessoa adote na assinatura do seu nome. Segue amesma orientação grafia original de firma comercial, nome desociedade, marca ou título que esteja inscrito em registro público.Não sendo a própria pessoa que assine o nome, a indicação doseu nome obedecerá às regras estabelecidas pelo sistema ortográficovigente: rua Rui Barbosa (em vida, o jurista assinavaRuy).Também localidades (cidades, estados, países) devem seguir asrecomendações da ortografia oficial: Resende (no passado“Rezende”), Piauí (no passado “Piauhi”), Coreia (sem acento). Recomenda-se não empregar abreviaturas nos nomes geográficos

(salvo as unidades federativas ou regionais, que podem serempregadas como siglas em alguns casos). Assim, não se deveabreviarSão, Santo, Padre, Coronel, General, Engenheiro, Doutoremlocalidades.

4.3 Nomes próprios estrangeiros1. Mantêm-se nos vocábulos derivados de nomes próprios estrangeirosquaisquer combinações gráficas ou sinais diacríticos não peculiares ànossa escrita que figurem nesses nomes: comtista(de Comte),garrettiano(de Garrett),mülleriano(de Muller),shakespeariano(de

Shakespeare).2. Os dígrafos de origem hebraicach, phethpodem conservar-se nasformas sonoras tradicionais da tradição bíblica ou adaptar-se à formasimplificada: Baruch(ouBaruc),Loth(ouLot),Moloch(Moloc),Ziph(ouZif). Se o dígrafo, no entanto, for mudo, usa-se a formanormatizada pelo idioma:José(em vez deJoseph),Nazaré(em vez deNazareth). Se algum deles, por força do uso, permite adaptação aosom correspondente de nosso sistema ortográfico, substitui-se odígrafo por adição vocálica:Judite(em vez deJudith).3. As consoantes finais grafadasb,c,getpodem ser mantidas, quer

sejam mudas, quer proferidas, nomeadamente na tradição bíblica ouem localidades:Jacob(ouJacó),Job(ouJô),David(ouDavi),Josafat(ouJosafá),Madrid(ouMadri). Recomenda-se que aslocalidades de línguas estrangeiras se substituam, tanto quantopossível, por formas aportuguesadas:Genebra(e nãoGenève),Munique(e nãoMüchen).

4.4 Consoantes mudasO Acordo procura privilegiar o critério fonético sobre oetimológico. É o que ocorre com a supressão das chamadas

consoantes mudas em palavras como ato (e não acto), direção (e nãodirecção), ótimo (e não óptimo). Estudos indicam que haverá, em

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Portugal, alteração de aproximadamente 0,54% dos vocábulos.Embora a quantidade possa parecer pequena, muitas dessas palavrassão de uso frequente no dia a dia lusitano.Antes Acordoaccionamento acionamento

coleccionador colecionadorleccionar lecionaracção açãocolecção coleçãofracção fraçãoacta ataactivar ativardialecto dialetoadopção adoçãoadoptar adotaróptimo ótimo

Observação:Mantêm-se inalterados vocábulos em que a pronúncia da consoantefor percebida: ficcional, perfeccionismo, convicção, sucção, bactéria,néctar, núpcias, corrupção, opção, adepto, inepto, erupção, rapto,opcional, egípcio.De forma a contemplar as diferenças fonéticas, existem abundantescasos de exceções previstas no Acordo. Admite-se, assim, a duplagrafia em muitas palavras: facto-fato, secção-seção, aspeto-aspecto,amnistia-anistia, dicção-dição, sector-setor, caraterística-característica,intersecção-interseção, olfacto-olfato, académico-acadêmico, bónusbônus,ingénuo-ingênuo, abdómen-abdômen.

4.5 TremaO trema, sinal de diérese, é suprimido. Palavras formadas porqü egüem que oué pronunciado de forma átona, como emfreqüênciaelingüiçapassam a ser grafadasfrequênciaelinguiçarespectivamente.Portugal já havia retirado o sinal. A mudança afeta a ortografia noBrasil. O trema é mantido em termos derivados de nomes própriosestrangeiros: hübneriano(deHübner),mülleriano(deMüller). Não hámodificação na pronúncia das palavras que perderam o trema.

antes acordocinqüenta cinquentatranqüilo tranquiloqüinqüênio quinquêniobilíngüe bilínguelingüística linguística

4.6 Acentuação gráficaPoucos idiomas no mundo fazem uso de regras tão complexas naacentuação gráfica como o português. As divergências entre o idiomaluso e o brasileiro eram muitas. As reformas de 1971 (Brasil) e 1973(Portugal) avançaram bastante, mas não unificaram as regras. OAcordo conseguiu eliminar muitas regras (principalmente brasileiras)

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e optou, em alguns casos, por aceitar dupla grafia.

4.6.1 Regra das oxítonasSão acentuadas as palavras oxítonas terminadas nas vogaistônicas/tónicas abertas ou fechadas–a(s),-e(s)ou–o(s):sofá (sofás),café (cafés), você (vocês), cipó (cipós), robô (robôs). 

Observações:a) seguem a regra as oxítonas conjugadas com os pronomes enclíticos-lo(s),-la(s): comprá-lo, fazê-la, compô-lo.b) algumas palavras oxítonas terminadas em–e(geralmenteprovenientes do francês) aceitam acento agudo ou circunflexo:bebê (bebé),matinê(matiné),guichê(guiché).c) são acentuadas as palavras oxítonas com mais de uma sílabaterminadas no ditongo nasal grafado – emou-ens:detém, porém, também, alguém, parabéns. 

d) o Acordo estabelece que os monossílabos tônicos (tónicos)terminados em – a(s), -e(s) ou – o(s), em relação à regra da acentuaçãográfica, pertencem à regra das oxítonas. Cita como exemplo é, és, só(s), dê.

4.6.2 Regra das paroxítonas1. São acentuadas as palavras paroxítonas que terminam em–l, -n, -r,-x, -om ou– ps:amável, dócil, pólen, sêmen (sémen), açúcar, fêmur (fémur), tórax, Fênix (Fénis), iândom, rádon (rádom), bíceps.

Observação: não levam acento os prefixos paroxítonos terminados em – r:super-homem,inter-regional.2. São acentuadas as palavras paroxítonas que terminam em -ã(s),-ão(s),-ei(s), -i(s), -on(s), -um, -unsou–us: órfã(s), acórdão (acórdãos), jóquei (jóqueis), pónei/pônei, júri (júris), elétron 

(elétrons), álbum (álbuns), húmus, bônus/bônus.Observação: não levam acento os prefixos paroxítonos terminados em-i: anti-herói, semi-internato.

4.6.3 Regra das proparoxítonasTodas as palavras proparoxítonas são acentuadas: público, sábado, rústico, plêiade, ônibus, exército. 

Observação: são acentuadas as chamadas proparoxítonas eventuais(aprende-se, geralmente, como paroxítona terminada em ditongocrescente): glória, mágoa, língua, nódoa, níveo, barbárie, vácuo, amêndoa, Islândia. 

4.6.4 Dupla grafiaAlgumas palavras são pronunciadas em Portugal com o somtônico aberto e recebem acento agudo. No Brasil, a pronúncia é

fechada e o acento é o circunflexo. O Acordo passa a permitir as duasgrafias como corretas no idioma.

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Portugal Brasilfenómeno fenômenotónico tônicogénio gêniobebé bebê

antónio antônioacadémico acadêmicoamazónia amazôniafémea fêmeagémeo gêmeocômodo cômodo

4.6.5 Regra do ditongoSão acentuadas as palavras oxítonas com ditongos tônicos abertos–éi(s),-ói(s)ou – éu(s):anéis, fiéis, papéis, céu (céus), véu (véus), 

herói (heróis).Observação: as palavras paroxítonas com ditongos tônicos abertos– éi(s)ou – ói(s)não recebem acento: assembleia, ideia, heroico, jiboia,

 paranóico. O acento gráfico se mantém na sílaba tônica paroxítona seocorrer justificativa de acento por outra regra: blêizer, contêiner,destróier, Méier (paroxítonas terminadas em – r).

4.6.7 Regra do hiato1. Os hiatos tônicos “i” e “u” recebem acento, desde que não constituam sílaba com consoante seguinte (exceto o – s), não

precederem – nhe não repetirem a vogal:saída, saúde, aí, baú.Noentanto,juiz(constitui sílaba com consoante), rainha(precede-nh),xiita(repete a vogal) não recebem acento.Observação: os hiatos tônicos paroxítonos formados por “i” ou “u” deixam de receber acento após ditongo:feiura, Sauipe, cheiinho,feiinho, maoista, taoismo.A regra aplica-se apenas às palavrasparoxítonas. Os termos oxítonos mantêm o acento normalmente:Piauí, teiú, tuiuiú. 

2. As formas verbais paroxítonas com hiato “eem” oral fechado dos verbos crer, dar, ler, ver e derivados não recebem acento

circunflexo:creem, deem, leem, veem, descreem, releem, preveem.Observação: os acentos nas formas verbais “têm” e “vêm” e derivados não sofreram alteração com o Acordo:eles têm, elas vêm, eles retêm, ela detém, elas detêm. 

3. Não recebe acento circunflexo o penúltimo “o” fechado do hiato “oo(s)” das palavras paroxítonas:voo(s), enjoo(s).Observação: o acento gráfico mantém-se no hiato “oo(s)” na sílaba tônica paroxítona se ocorrer justificativa de acento por outra regra:herôon(Brasil) ouheróon(Portugal). No caso, existe acento pelaregra da paroxítona terminada em – n. O termo significa um santuário

construído aos heróis gregos e romanos.

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4.6.8 Acento diferencialDeixam de existir quase todos os acentos diferenciais.Antes Acordopára (verbo parar) parapéla (flexão do verbo pelar) pela

pólo, pôlo (substantivos) polopêlo (substantivo) pelopêra (fruta) peraO Acordo prevê apenas dois acentos diferenciais obrigatórios( pôdee pôr) e dois facultativos (fôrmaedêmos). Assim, perde oacento gráfico a forma para(verbo parar) em termos compostosseparados por hífen: para-brisa, para-choque, para-lama.

4.6.9 Acentuação gráfica por outros motivos1. Podem ser acentuadas as formas verbais de pretérito perfeito do

indicativo (amámos, louvámos), para fazer a distinção dascorrespondentes formas do presente do indicativo (amamos,louvamos). Tal alteração se aplica a Portugal. No Brasil, a vogaltônica é fechada em ambos os tempos verbais.2. Os verbos “arguir” e “redarguir” perdem o acento agudo na vogaltônica “u” nas formas rizotônicas (sílaba tônica no radical):arguo,arguis, argui, arguem, argua, arguas, arguam.

3. Os verbos “aguar”, “apaziguar”, “averiguar”, “desaguar”, “enxaguar” e afins podem ser conjugados de duas formas: ou apresentam as formas rizotônicas com o “u” do radical tônico, mas 

sem acento agudo; ou apresentam as formas rizotônicas com “a” ou “i” do radical com acento agudo:eu averiguo(oueu averíguo),tuaveriguas(outu averíguas),ele averigua(ou ele averígua),nós averguamos,vós averiguais,eles averiguam(ouaveríguam).

4.7 Maiúsculas ou minúscula

4.7.1 Usa-se inicial minúsculaa) ordinariamente, em todos os vocábulos da língua nos uso corrente.b) nos dias, meses, estações do ano:segunda-feira;outubro;

 primavera.c) nos bibliónimos/bibliônimos (após o primeiro elemento, que é commaiúscula, os demais vocábulos, podem ser escritos com minúscula,salvo nos nomes próprios nele contidos, tudo em grifo):O Senhor doPaço de Ninães, O senhor do paço de Ninães,Menino de EngenhoouMenino de engenho,Árvore e TamborouÁrvore e tambor.d) nos usos defulano,sicrano,beltrano.e) nos pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas);norte,sul(mas:SW sudoeste).f) nos termos de reverência, tratamento e religioso (opcionalmente,neste caso, também com maiúscula):senhor doutor Joaquim da Silva,

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bacharel Mário Abrantes,o cardeal Bembo;santa Filomena(ouSanta Filomena). Sabe-se que, em órgãos públicos, indica-se a inicialmaiúscula nas formas de tratamento por respeito.g) nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas(opcionalmente, também com maiúscula): português(ouPortuguês),matemática(ouMatemática);línguas e literaturas modernas(ouLínguas e Literaturas Modernas).

4.7.2 Usa-se inicial maiúsculaa) nos nomes próprios (reais ou fictícios):Pedro Marques;Branca deNeve,D. Quixote.b) nos topónimos/topônimos, reais ou fictícios:Lisboa, Luanda,Maputo, Rio de Janeiro;Atlântida, Hespéria.c) nos nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos:Adamastor;

Neptuno / Netuno.d) nos nomes que designam instituições:Instituto de Pensões e Aposentadorias da Previdência Social.e) nos nomes de festas e festividades:Natal, Páscoa, Ramadão, Todos os Santos.f) nos títulos de periódicos, que retêm o itálico:O Primeiro deJaneiro,O Estado de São Paulo.g) nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregadosabsolutamente: Nordeste, por nordeste do Brasil,Norte, por norte dePortugal,Meio-Dia, pelo sul da França ou de outros países, Ocidente,

por ocidente europeu,Oriente, por oriente asiático.h) em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ounacionalmente reguladas com maiúsculas, iniciais ou mediais ou finaisou o todo em maiúsculas:FAO,NATO,ONU;H2O;Sr.,V. Exa.i) opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, aulicamenteou hierarquicamente, em início de versos, em categorizações delogradouros públicos: (ruaouRua da Liberdade, largoouLargo dosLeões), de templos (igrejaouIgreja do Bonfim,temploouTemplo doApostolado Positivista), de edifícios ( palácioouPalácio da Cultura,edifícioouEdifício Azevedo Cunha).

Observação: As disposições sobre os usos das minúsculas emaiúsculas não obstam a que obras especializadas observem regraspróprias, provindas de códigos ou normalizações específicas(terminologias antropológica, geológica, bibliológica, botânica,zoológica, etc.), promanadas de entidades científicas ounormalizadoras, reconhecidas internacionalmente.

4.8 Hífen

4.8.1 Usa-se hífen1. Compostos com natureza substantiva, adjetiva, numeral ou verbal(o primeiro elemento pode estar reduzido) sem elemento de ligação.

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arco-íris decreto-lei médico-cirurgiãotenente-coronel amor-perfeito mato-grossensenorte-americano luso-brasileiro primeiro-ministrosegunda-feira guarda-chuva ano-luzObservações:

a) os compostos que perderam a noção de composição grafam-se semhífen:girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas etc. b) as locuções aparecem sem hífen, sejam substantivas (fim desemana, sala de jantar, dia a dia), adjetivas (cor de café, cor de vinho, à toa), pronominais (cada um, nós mesmos), adverbiais (à parte, à vontade, depois de amanhã), prepositivas (abaixo de, acerca de, a fimde) ou conjuncionais (contanto que, visto que). Emprega-se, noentanto, em alguns casos consagrados pelo uso:água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que- perfeito, pé-de-meia, à

queimaroupa.c) o Acordo não trata nem exemplifica compostos formados comelementos repetidos. A Academia Brasileira de Letras, em notaexplicativa, inclui nesta regra tais compostos, com ou sem alternânciavocálica ou consonântica de formas onomatopeicas, por serem denatureza nominal, sem elemento de ligação, por constituírem unidadesintagmática e semântica e por manterem acento próprio, bem comoas formas deles derivadas. Cita como exemplo:blá-blá-blá, reco-reco,zigue-zaguear. No entanto, há divergência de interpretação em termosdesta natureza entre autores de dicionários portugueses e brasileiros.Brasil Portugal

Lenga-lenga lengalengaZigue-zague ziguezaguePorém, há convergência na interpretação de que não se separam porhífen palavras com sílaba reduplicada oriundas da linguagem infantil:babá, bumbum, titio, vovó, xixi etc.2. Topônimos/topónimos compostos iniciados pelos adjetivos grã ougrão, por forma verbal ou ligados por artigo:Grã-Bretanha, Grão-Pará, Passa-Quatro, Trinca-Fortes, Albergaria-a-Velha, Entre-os-

Rios, Trás-os-Montes.

Observação: os demais topônimos/topónimos escrevem-se separados e

sem hífen:Belo Horizonte, Cabo Verde, América do Sul (Guiné-

Bissaué exceção à regra).3. Compostos que designam espécies na área da botânica e da zoologia etambém formas designativas de espécies ou produtos afins e derivados,estejam ou não ligadas por preposição ou qualquer outro elemento,escrevem-se com hífen.couve-flor erva-doce feijão-verdebem-me-quer formiga-branca bem-te-vi4. Para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam eformam, não propriamente vocábulos, mas encadeamentosvocabulares.

ponte Rio-Niterói Lisboa-Brasília Angola-Brasil.5. Compostos em que há emprego de apóstrofo.

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cobra-d’água mestre-d’armas olho-d’água. 6. Compostos sem elemento de ligação quando o primeiro elementoestá representado pelas formas além, aquém, recém e sem.além-mar aquém-mar recém-casadorecém-eleito sem-cerimônia sem-vergonha

7. Compostos com os advérbios bem e mal ao lado de segundoelemento que inicia com vogal ou “h”. bem-aventurado bem-estar bem-humoradomal-afortunado mal-estar mal-humorado.Observação: o advérbio bem, ao contrário do mal, pode não seaglutinar com palavras iniciadas por consoante: bem-criado(malcriado), bem-nascido (mal-nascido), bem-visto (malvisto). Emdiversos casos, no entanto, ele se une sem o hífen: benfeito, benfeitor,benquerença etc.8. Prefixosante-, anti-, circum-, contra-, entre-, extra-, hiper-,infra-,

intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-,etc. eemformações por recomposição, isto é, com elementos não autônomos oufalsos prefixos, de origem grega e latina (tais como:aero-, agro-,arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-,

micro-,

mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-,

teleetc.),nos seguintes casos:

a) segundo elemento começa porh:anti-higiênico, circum-hospitalar,

contra-harmônico, extra-humano, pré-história, sub-hepático,

superhomem,

ultra-hiperbólico;arqui-hipérbole, eletro-higrómetro, geohistória, neo-helênico, pan-helenismo, semi-hospitalar.Observação: não se usa, no entanto, o hífen em formações que contêmem geral os prefixosdes-ein-e nas quais o segundo elemento perdeuohinicial:desumano,desumidificar,inábil,inumano. A AcademiaBrasileira de Letras interpretou que o prefixoco-não deve manter ohífen quando o termo seguinte começa por–h: coerdeiro, coerança.

b) formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na mesmavogal com que se inicia o segundo elemento.anti-ibérico contra-almirante infra-axilarsupra-auricular arqui-irmandade auto-observaçãoeletro-ótica micro-ondas semi-interno.Observação: o Acordo prevê apenas uma exceção: o prefixo “co”, que não apresenta hífen mesmo com as vogais semelhantes: cooperação,cooperar, etc. A Academia Brasileira de Letras, no entanto,considerou que também os prefixos “re-”, “pre-”, “pro-” devem constituir exceções à regra e não possuir hífen quando o termoseguinte começa por vogal igual: reeleição, preencher, proótico.

c) formações com os prefixoscircum-e pan-, quando o segundoelemento começa por vogal,moun(além deh, caso já considerado

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atrás na alínea a).circum-escolar circum-murado circum-navegaçãopan-africano pan-mágico pan-negritude.d) formações com os prefixoshiper-, inter-esuper-,quandocombinados com elementos iniciados porr.

hiper-requintado inter-resistente super-revista.e) formações com os prefixosex-(com o sentido de estado anterior oucessamento),sota-, soto-, vice-evizo-.ex-diretor ex-presidentesota-piloto soto-mestrevice-presidente vizo-rei.f) formações com os prefixos tónicos/tônicos acentuados graficamente

 pós-, pré-e pró-quando o segundo elemento tem vida à parte (aocontrário do que acontece com as correspondentes formas átonas quese aglutinam com o elemento seguinte): pós-graduação, póstónico/ 

 pós-tônicos(mas pospor); pré-escolar, pré-natal(mas prever); pró-africano, pró-europeu(mas promover).

9. Formações por sufixação apenas se emprega o hífen nos vocábulosterminados por sufixos de origem tupi-guarani que representamformas adjetivas, comoaçu, guaçuemirim, quando o primeiroelemento acaba em vogal acentuada graficamente ou quando apronúncia exige a distinção gráfica dos dois elementos: amoré-guaçu,anajá-mirim,andá-açu,capim-açu,Ceará-Mirim.10. Ligações de formas pronominais enclíticas ao advérbio eis- (eisme,ei-lo) e ainda nas combinações de formas pronominais do tiponolo,

vo-las, quando em próclise (esperamos que no-lo comprem).

4.8.2 Não se usa hífen1. Formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogalátona e o segundo elemento começa porrous, devendo estasconsoantes duplicar-se, prática aliás já generalizada em palavras destetipo pertencentes aos domínios científico e técnico. Assim:antirreligioso, antissemita, contrarregra, contrassenha, cosseno,

extrarregular, infrassom, minissaia, tal comobiorritmo, biossatélite, eletrossiderurgia, microssistema, microrradiografia.

Antes Acordoauto-realização autorrealizaçãoauto-redenção autorredençãoauto-retrato autorretratoauto-serviço autosserviçoauto-sugestão autossugestãoauto-suficiente autossuficienteauto-sustentável autossustentávelco-réu corréuco-redator corredator

co-responsabilidade corresponsabilidadeco-responsável corresponsávelco-segurado cossegurado

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co-signatário cossignatárioanti-racional antirracionalanti-realismo antirrealismoanti-religioso antirreligiosoanti-roubo antirroubo

anti-social antissocialsemi-racional semirracionalsemi-reta semirretasupra-racional suprarracionalsupra-realizado suprarrealizadoultra-som ultrassomultra-rápido ultrarrápido2. Formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal eo segundo elemento começa por vogal diferente: antiaéreo, coeducação, extraescolar;aeroespacial, autoestrada,autoaprendizagem, agroindustrial, hidroelétrico, plurianual.Observação: o Acordo previa apenas uma exceção: o prefixo “co”, que não teria hífen mesmo com as vogais semelhantes: cooperação,cooperar, etc. A Academia Brasileira de Letras, no entanto,considerou que também os prefixos “re-”, “pre-”, “pro-” devem constituir exceções à regra e não possuir hífen quando o termoseguinte começa por vogal igual: reeleito, preenchimento, proótico.Antes Acordoagro-industrial agroindustrialanti-aéreo antiaéreoauto-estrada autoestrada

co-autor coautorco-acusado coacusadoco-administração coadministraçãoco-arrendatário coarrendatárioco-avalista coavalistaco-obrigação coobrigaçãoextra-escolar extraescolarextra-oficial extraoficialauto-atendimento autoatendimentoauto-ajuda autoajudaauto-estima autoestima

contra-informar contrainformarcontra-oferta contraofertacontra-opção contraopção3. Ligações da preposição “de” com as formas monossilábicas do 

 presente do indicativo do verbo “haver” não recebem hífen:hei de, hás de, há de, hão de. 

4. Expressões latinas quando não aportuguesadas:ab ovo,carpe diem,in octavo(masin-oitavo).5. Termos “não” e “quase” funcionam como prefixos: não agressão, não fumante, quase delito, quase irmão.

4.9 Apóstrofe

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4.9.1 Uso de apóstrofe1. Pode-se usar para separar contração vocabular, quando umelemento ou fração respectiva pertence propriamente a um conjuntovocabular distinto:d’ Os Lusíadas, d’ Os Sertões;n’ Os Lusíadas,n’ Os Sertões; pel’ Os Lusíadas, pel’ Os Sertões. Nada impede, contudo,

o uso sem apóstrofe:deOs Lusíadas,emOs Lusíadas, porOsLusíadas. Em alguns casos, a preposição pode ficar separada do artigoinicial da expressão seguinte para maior clareza ou expressividade:recorro aOs Lusíadas.2. Pode-se usar para realçar pronome com inicial maiúscula em termosreligiosos:esse milagre revelou-m’O;está n’Ela a nossa esperança.3. Pode-se representar a elisão das vogais finais desantoesanta:Sant’Ana, Sant’Iagoetc. É, pois, correto escrever:Calçada de Sant’Ana, Rua de Sant’Ana;culto de Sant’Iago,Ordem de Sant’Iago.Mas, se as ligações deste gênero, como é o caso destas mesmas

Sant’Ana e Sant’Iago, se tornam perfeitas unidades mórficas, aglutinam-se os dois elementos:Fulano de Santana, ilhéu de Santana, Santana de Parnaíba;Fulano de Santiago, ilha de Santiago, Santiagodo Cacém.4. Usa-se para assinalar, no interior de certos compostos, a elisão doeda preposiçãode, em combinação com substantivos:cobra-d’água, copo-d’água, estrela-d’alva, galinha-d’água, pau-d’arco.5.9.2 Não se usa apóstrofeNão se usa nas combinações das preposiçõesdeeemcom artigosiniciais de pronomes e advérbios:do, da, dos, das;dele, dela, deles,delas;deste, desta, destes, destas, disto;desse, dessa, desses,dessas,

disso;daquele, daquela, daqueles, daquelas, daquilo; no, na, nos, nas;nele, nela, neles, nelas;neste, nesta, nestes, nestas, nisto;nesse,nessa,

nesses, nessas, nisso;naquele, naquela, naqueles, naquelas, naquilo;doutrora;de aquémoudaquém;de alémoudalém;de entreoudentre.

4.10 Divisão silábicaA divisão silábica geralmente se faz pela soletração (ja-ne-la,

 por-ta, má-xi-mo) obedece a vários preceitos particulares quando setem de fazer em fim de linha a partição de uma palavra:1. Não se separam encontros consonantais pronunciados em umamesma sílaba: por-ta, tra-to, pra-to, a-cre-di-tar, cla-ro, du-plo, ce-lebrar.Observação: separam-se os prefixos terminados em “b” ou “d” que se unem a outra consoante: ab-rup-to, sub-lu-nar, ab-di-car, ad-je-ti-vo.2. Separam-se sucessões de duas consoantes que não constituempropriamente grupos e igualmente as sucessões de moun, com valor

de nasalidade, e uma consoante:op- tar, af- ta, ac- ne, ad- mi-rá-vel,ét- nico, rit- mo, pror-ro-gar, sos- se-gar, com-tex-to.

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3. As sucessões de mais de duas consoantes ou de moun, com o valorde nasalidade, e duas ou mais consoantes são divisíveis por um dedois meios:a) se nelas entra um dos grupos que são indivisíveis: em-ble-ma, subscre-ver, trans-gre-dir;

b) se nela não entra um dos grupos que são indivisíveis: disp-neia,in-ters-te-lar.4. Não se separam os ditongos: sau-da-de, pais, réus, meus, cadei-a.5. Separam-se os hiatos: sa-í-da, sa-ú-de, pa-ís, hi-a-to.6. Os encontrosguequ, em que ouse não pronuncia, nunca seseparam da vogal ou ditongo imediato:ne-gue, pe- que.7. Na translineação de uma termo ou expressão em que a partiçãocoincide com o hífen repete-se o hífen no início da linha imediata: ex--presidente,vice- -almirante.

4.11 Emprego de letras4.11.1 Do h inicial e final1. Ohinicial emprega-se:a) por força da etimologia:haver, hélice, hera, hoje, hora, homem, humor.b) em virtude de adoção convencional:hã?,hem?,hum!.2. Ohinicial suprime-se:a) quando, apesar da etimologia, a sua supressão está inteiramenteconsagrada pelo uso:erva, em vez deherva; e, portanto,ervaçal,ervanário,ervoso(em contraste comherbáceo,herbanário,herboso,formas de origem erudita);b) quando, por via de composição, passa a interior e o elemento emque figura se aglutina ao precedente:biebdomadário,desarmonia,desumano,exaurir,inábil,lobisomem,reabilitar,reaver;3. Ohinicial mantém-se, no entanto, quando, numa palavra composta,pertence a um elemento que está ligado ao anterior por meio de hífen:anti-higiénico/anti-higiênico, contra-haste; pré-história, sobrehumano.4. Ohfinal emprega-se em interjeições:ah! oh!

4.11.2 Da homofonia de certos grafemas consonânticosDada a homofonia existente entre certos grafemas consonânticos,torna-se necessário diferençar os seus empregos, quefundamentalmente se regulam pela história das palavras. É certo que avariedade das condições em que se fixam na escrita os grafemasconsonânticos homófonos nem sempre permite fácil diferenciação doscasos em que se deve empregar uma letra e daqueles em que,diversamente, se deve empregar outra, ou outras, a representar omesmo som. Nesta conformidade, importa notar, principalmente, osseguintes casos:

1. Distinção gráfica entrechex:achar, archote, bucha, capacho,capucho, chamar, chave, Chico, chiste, chorar, colchão, colchete, 

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endecha, estrebucha, facho, ficha, flecha, frincha, gancho, inchar,

macho, mancha, murchar, nicho, pachorra, pecha, pechincha,

 penacho, rachar, sachar, tacho;ameixa, anexim, baixel, baixo,bexiga, bruxa, coaxar, coxia, debuxo, deixar, eixo, elixir, enxofre,

faixa, feixe, madeixa, mexer, oxalá, praxe, puxar, rouxinol, vexar, 

xadrez, xarope, xenofobia, xerife, xícara.2. Distinção gráfica entreg, com valor de fricativa palatal, e j: adágio,alfageme,Álgebra, algema, algeroz, Algés, algibebe, algibeira, álgido, almargem, Alvorge, Argel, estrangeiro, falange, ferrugem, 

frigir,gelosia, gengiva, gergelim, geringonça, Gibraltar, ginete, 

ginja, girafa, gíria, herege, relógio, sege, Tânger, virgem;adjetivo,ajeitar, ajeru(nome de planta indiana e de uma espécie de papagaio),canjerê, canjica, enjeitar, granjear, hoje, intrujice, jecoral, jejum,

jeira, jeito, Jeová, jenipapo, jequiri, jequitibá, Jeremias, Jericó, 

jerimum, Jerónimo, Jesus, jiboia, jiquipanga, jiquiró, jiquitaia,jirau,

jiriti, jitirana, laranjeira, lojista, majestade, majestoso,

manjerico,

manjerona, mucujê, pajé, pegajento, rejeitar, sujeito, trejeito.3. Distinção gráfica entre as letrass,ss,c,çex, que representamsibilantes surdas:ânsia, ascensão, aspersão, cansar, conversão, esconso, farsa, ganso, imenso, mansão, mansarda, manso, pretensão, 

remanso, seara,seda, Seia, Sertã, Sernancelhe, serralheiro, 

Singapura, Sintra, sisa, tarso, terso, valsa;abadessa, acossar,amassar, arremessar, Asseiceira, asseio, atravessar, benesse,

Cassilda, codesso (identicamente Codessal ou Codassal, Codesseda,

Codessoso, etc.), crasso, devassar, dossel, egresso, endossar,

escasso,

fosso, gesso, molosso, mossa, obsessão, pêssego, possesso, remessa, 

sossegar;acém, acervo, alicerce, cebola, cereal, Cernache, cetim, Cinfães, Escócia, Macedo, obcecar, percevejo;açafate, açorda, açúcar, almaço, atenção, berço, Buçaco, caçanje, caçula, caraça, 

dançar, Eça, enguiço, Gonçalves, inserção, linguiça, maçada, Mação, 

maçar, Moçambique, Monção, muçulmano, murça, negaça, pança,  peça, quiçaba, quiçaça, quiçama, quiçamba, Seiça(grafia que pretere

as erróneas/errôneasCeiçaeCeissa),Seiçal, Suíça, terço;auxílio, Maximiliano, Maximino, máximo, próximo, sintaxe.4. Distinção gráfica entresde fim de sílaba (inicial ou interior) exezcom idêntico valor fónico/fônico:adestrar, Calisto, escusar,esdrúxulo, esgotar, esplanada, esplêndido, espontâneo, espremer, 

esquisito, estender, Estremadura, Estremoz, inesgotável;extensão, explicar, extraordinário, inextricável, inexperto, sextante, têxtil;capazmente, infelizmente, velozmente. De acordo com esta distinçãoconvém notar dois casos:a) em final de sílaba que não seja final de palavra, o x=smuda paras

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sempre que está precedido deiouu:justapor, justalinear, misto,sistino(cf.Capela Sistina),Sisto, em vez dejuxtapor, juxtalinear,mixto, sixtina, Sixto.b) só nos advérbios em–mentese admitez, com valor idêntico ao des,em final de sílaba seguida de outra consoante (cf.capazmente, etc.);de contrário, ostoma sempre o lugar dez:Biscaia, e nãoBizcaia.5. Distinção gráfica entresfinal de palavra exezcom idêntico valorfónico/fônico:aguarrás, aliás, anis, após atrás, através, Avis, Brás, Dinis, Garcês, gás, Gerês, Inês, íris, Jesus, jus, lápis, Luís, país, 

 português, Queirós, quis, retrós, revés, Tomás, Valdés;cálix, Félix, Fénix, flux;assaz, arroz, avestruz, dez, diz, fez(substantivo e forma doverbofazer),fiz,Forjaz, Galaaz, giz, jaez, matiz, petiz, Queluz,Romariz, [Arcos de]Valdevez, Vaz. A propósito, deve observar-se queé inadmissívelzfinal equivalente asem palavra não oxítona:Cádis, e

nãoCádiz.6. Distinção gráfica entre as letras interioress,xez, que representamsibilantes sonoras:aceso, analisar, anestesia, artesão, asa, asilo, Baltasar, besouro, besuntar, blusa, brasa, brasão, Brasil, brisa,[Marco de]Canaveses, coliseu, defesa, duquesa, Elisa, empresa,Ermesinde, Esposende, frenesioufrenesim, frisar, guisa, improviso,jusante, liso, lousa, Lousã, Luso(nome de lugar,homónimo/homônimo deLuso, nome mitológico),Matosinhos,Meneses, narciso, Nisa, obséquio, ousar, pesquisa, portuguesa, presa, 

raso, represa, Resende, sacerdotisa, Sesimbra, Sousa, surpresa,

tisana, transe, trânsito, vaso;exalar, exemplo, exibir, exorbitar,exuberante, inexato, inexorável;abalizado, alfazema, Arcozelo,autorizar, azar, azedo, azo, azorrague, baliza, bazar, beleza, buzina,

búzio, comezinho, deslizar, deslize, Ezequiel, fuzileiro, Galiza,

guizo,

helenizar, lambuzar, lezíria, Mouzinho, proeza, sazão, urze, vazar, 

Veneza, Vizela, Vouzela.

4.11.3 Das sequências consonânticas

1. Oc, com valor de oclusiva velar, das sequências interiorescc(segundoccom valor de sibilante),cçect, e o pdas sequênciasinteriores pc(ccom valor de sibilante), pçe pt, ora se conservam, orase eliminam. Assim:a) conservam-se nos casos em que são invariavelmente proferidos naspronúncias cultas da língua:compacto, convicção, convicto, ficção, friccionar, pacto, pictural;adepto, apto, díptico, erupção, eucalipto, inepto, núpcias, rapto.b) eliminam-se nos casos em que são invariavelmente mudos naspronúncias cultas da língua:ação, acionar, afetivo, aflição, aflito, ato, 

coleção, coletivo, direção, diretor, exato, objeção;adoção, adotar, batizar, Egito, ótimo.

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c) conservam-se ou eliminam-se, facultativamente, quando seproferem numa pronúncia culta, quer geral, quer restritamente, ouentão quando oscilam entre a prolação e o emudecimento:aspectoeaspeto,cactoecato,caracteresecarateres,dicçãoedição;factoefato,sectoresetor,ceptroecetro,concepçãoeconceção,corruptoecorruto,recepçãoereceção.d) quando, nas sequências interioresmpc,mpçemptse eliminar o pde acordo com o determinado nos parágrafos precedentes, ompassa an, escrevendo-se, respectivamentenc,nçent:assumpcionistaeassuncionista;assumpçãoeassunção;assumptíveleassuntível;

 peremptórioe perentório,sumptuosoesuntuoso, sumptuosidade esuntuosidade.2. Conservam-se ou eliminam-se, facultativamente, quando seproferem numa pronúncia culta, quer geral, quer restritamente, ouentão quando oscilam entre a prolação e o emudecimento: obdasequênciabd, emsúbdito; obda sequênciabt, emsubtile seusderivados; ogda sequênciagd, emamígdala,amigdalácea,amigdalar,amigdalato,amigdalite,amigdalóide,amigdalopatia,amigdalotomia; omda sequênciamn, emamnistia,amnistiar,indemne,indemnidade,indemnizar,omnímodo,omnipotente,omnisciente, etc.; ot, da sequênciatm, emaritméticaearitmético.

4.11.4 Das vogais átonas1. O emprego doee doi, assim como o dooe dou, em sílaba átona,

regula-se fundamentalmente pela etimologia e por particularidades dahistória das palavras. Assim se estabelecem variadíssimas grafias:a) comeei:ameaça, amealhar, antecipar, arrepiar, balnear, boreal, campeão, cardeal(prelado, ave planta; diferente decardial= “relativo à cárdia”),Ceará, côdea, enseada, enteado, Floreal, janeanes, lêndea, Leonardo, Leonel, Leonor, Leopoldo, Leote, linear, meão, melhor, 

nomear, peanha, quase(em vez dequási),real, semear, semelhante,várzea;ameixial, Ameixieira, amial, amieiro, arrieiro, artilharia,capitânia, cordial(adjetivo e substantivo),corriola, crânio, criar, diante, diminuir, Dinis, ferregial, Filinto, Filipe(e identicamente

Filipa,Filipinas, etc.),freixial, giesta, Idanha, igual, imiscuir-se,inigualável, lampião, limiar, Lumiar, lumieiro, pátio, pior, tigela, 

tijolo, Vimieiro, Vimioso;b) comoeu:abolir, Alpendorada, assolar, borboleta, cobiça, consoada, consoar, costume, díscolo, êmbolo, engolir, epístola, 

esbaforir-se, esboroar, farândola, femoral, Freixoeira, girândola, 

goela, jocoso, mágoa, névoa, nódoa, óbolo, Páscoa, Pascoal, 

Pascoela, polir, Rodolfo, távoa, tavoada, távola, tômbola, veio 

(substantivo e forma do verbovir);açular, água, aluvião, arcuense, assumir, bulir, camândulas, curtir, curtume, embutir, entupir,

fémur/fêmur, fístula, glândula, ínsua, jucundo, légua, Luanda, 

lucubração, lugar, mangual, Manuel, míngua, Nicarágua, pontual, 

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régua, tábua, tabuada, tabuleta, trégua, virtualha.2. Sendo muito variadas as condições etimológicas e históricofonéticasem que se fixam graficamenteeeiouoeuem sílaba átona,é evidente que só a consulta dos vocabulários ou dicionários podeindicar, muitas vezes, se deve empregar-seeoui, seoouu. Há,

todavia, alguns casos em que o uso dessas vogais pode ser facilmentesistematizado. Convém fixar os seguintes:a) escrevem-se come, e não comi, antes da sílaba tónica/tônica, ossubstantivos e adjetivos que procedem de substantivos terminados em–eioe–eia, ou com eles estão em relação direta. Assim se regulam:aldeão, aldeola, aldeotaporaldeia;areal, areeiro, areento, Areosaporareia;avealporaveia;balealporbaleia;cadeadoporcadeia;candeeiroporcandeia;centeeiraecenteeiroporcenteio;colmealecolmeeiroporcolmeia;correadaecorreameporcorreia.b) escrevem-se igualmente come, antes de vogal ou ditongo da sílabatónica/tônica, os derivados de palavras que terminam em eacentuado(o qual pode representar um antigo hiato:ea,ee):galeão, galeota, galeote, degalé;coreano, deCoreia;daomeano, deDaomé;guineense, deGuiné; poleamee poleeiro, de polé.c) escrevem-se comi, e não come, antes da sílaba tónica/tônica, osadjetivos e substantivos derivados em que entram os sufixos mistos deformação vernácula–ianoe–iense, os quais são o resultado dacombinação dos sufixos–anoe–ensecom umide origem analógica(baseado em palavras onde–anoe–enseestão precedidos dei

pertencente ao tema:horaciano, italiano, duriense, flaviense, etc.):açoriano, acriano(deAcre),camoniano, goisiano(relativo a Damiãode Góis), siniense (deSines),sofocliano, torriano, torriense(deTorre(s)).d) uniformizam-se com as terminações–ioe–ia(átonas), em vez de– eoe–ea, os substantivos que constituem variações, obtidas porampliação, de outros substantivos terminados em vogal:cúmio (popular), decume;hástia, dehaste;réstia, do antigoreste;véstia, deveste.e) os verbos em–earpodem distinguir-se praticamente, grande

número de vezes, dos verbos em–iar, quer pela formação, quer pelaconjugação e formação ao mesmo tempo. Estão no primeiro casotodos os verbos que se prendem a substantivos em –eioou–eia(sejamformados em português ou venham já do latim); assim se regulam:aldear, poraldeia;alhear,alheio;cear, porceia;encadear, porcadeia; pear, por peia; etc. Estão no segundo caso todos os verbos quetêm normalmente flexões rizotónicas/rizotônicas em–eio, -eias, etc.:clarear, delinear, devanear, falsear, granjear, guerrear, hastear,

nomear, semear, etc. Existem, no entanto, verbos em–iar, ligados asubstantivos com as terminações átonas–iaou–io, que admitemvariantes na conjugação:negoceioounegocio(cf.negócio); premeio

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ou premio(cf. prémio/prêmio); etc.f) não é lícito o emprego doufinal átono em palavras de origemlatina. Escreve-se, por isso:moto, em vez demótu(por exemplo, naexpressãode moto próprio);tribo, em vez detríbu.g) os verbos em–oardistinguem-se praticamente dos verbos em–uarpela sua conjugação nas formas rizotónicas/rizotônicas, que têmsempreona sílaba acentuada:abençoarcomo, comoabençoo,abençoas;destoar, como, comodestoo,destoas: masacentuar, comu, comoacentuo,acentuas, etc.

4.11.5 Das vogais nasaisNa representação das vogais nasais devem observar-se osseguintes preceitos:1. Quando uma vogal nasal ocorre em fim de palavra, ou em fim deelemento seguido de hífen, representa-se a nasalidade pelo til, se essa

vogal é de timbrea; porm, se possui qualquer outro timbre e terminaa palavra; e porn, se é de timbre diverso deae está seguida des:afã,grã,Grã-Bretanha,lã,órfã,sã-braseiro(forma dialetal; o mesmo quesão-brasense= de S. Brás de Alportel); clarim,tom,vacum;flautins,semitons, zunzuns.2. Os vocábulos terminados em–ãtransmitem esta representação doanasal aos advérbios em–menteque deles se formem, assim como aderivados em que entrem sufixos iniciados por z:cristãmente, irmãmente, sãmente;lãzudo, maçãzita, manhãzinha, romãzeira.

4.11.6 Dos ditongos1. Os ditongos orais, que tanto podem ser tónicos/tônicos comoátonos, distribuem-se por dois grupos gráficos principais, conforme osegundo elemento do ditongo é representado poriouu:ai, ei, éi, ui;au, eu, éu, iu,ou:braçais, caixote, deveis, eirado, farnéis(masfarneizinhos),goivo, goivar, lençóis(maslençoizinhos),tafuis, uivar,cacau, cacaueiro, deu, endeusar, ilhéu(masilheuzito),mediu, passou,regougar.Observação: Admitem-se, todavia, excepcionalmente, à parte destes

dois grupos, os ditongos grafadosae

(=âi

ouai

) eao

(=âu

ouau

): oprimeiro, representado nos antropónimos/antropônimosCaetanoeCaetana, assim como nos respectivos derivados e compostos(caetaninha,são-caetano, etc.); o segundo, representado nascombinações da preposiçãoacom as formas masculinas do artigo oupronome demonstrativoo, ou seja,aoeaos.2. Cumpre fixar, a propósito dos ditongos orais, os seguintes preceitosparticulares:a) é o ditongo grafadoui, e não a sequência vocálica grafada ue, quese emprega nas formas de 2a e 3a pessoas do singular do presente do

indicativo e igualmente na da 2a pessoa do singular do imperativo dosverbos em–uir:constituis, influi, retribui. Harmonizam-se, portanto,

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essas formas com todos os casos de ditongo grafadouide sílaba finalou fim de palavra (azuis, fui, Guardafui, Rui, etc.); e ficam assim emparalelo gráfico-fonético com as formas de 2a e 3a pessoas do singulardo presente do indicativo e de 2a pessoa do singular do imperativo dosverbos em–aire em–oer:atrais, cai, sai;móis, remói, sói.

b) é o ditongo grafadouique representa sempre, em palavras deorigem latina, a união de umua umiátono seguinte. Não divergem,portanto, formas comofluidode formas comogratuito. E isso nãoimpede que nos derivados de formas daquele tipo as vogais grafadasueise separem:fluídico,fluidez(u-i).c) além, dos ditongos orais propriamente ditos, os quais são todosdecrescentes, admite-se, como é sabido, a existência de ditongoscrescentes. Podem considerar-se no número deles as sequênciasvocálicas pós-tónicas/pós-tônicas, tais as que se representamgraficamente porea, eo, ia, ie, io, oa, ua, ue, uo:áurea, áureo, calúnia, espécie, exímio, mágoa, míngua, ténue/tênue, tríduo.3. Os ditongos nasais, que na sua maioria tanto podem sertónicos/tônicos como átonos, pertencem graficamente a dois tiposfundamentais: ditongos representados por vogal com til e semivogal;ditongos representados por uma vogal seguida da consoante nasal m.Eis a indicação de uns e outros:a) os ditongos representados por vogal com til e semivogal são quatro,considerando-se apenas a língua padrão contemporânea: ãe(usado emvocábulos oxítonos e derivados),ãi(usado em vocábulos anoxítonos ederivados),ãoeõe. Exemplos:cães, Guimarães, mãe, mãezinha;

cãibas, cãibeiro, cãibra, zãibo;mão, mãozinha, não, quão, sótão, sotãozinho, tão;Camões, orações, oraçõezinhas, põe, repões. Ao ladode tais ditongos pode, por exemplo, colocar-se o ditongoũi; mas este,embora se exemplifique numa forma popular comorũi=ruim,representa-se sem o til nas formasmuitoemui, por obediência àtradição.b) os ditongos representados por uma vogal seguida da consoantenasalmsão dois:ameem. Divergem, porém, nos seus empregos:i)am(sempre átono) só se emprega em flexões verbais:amam,deviam,escreveram, puseram;ii)em(tónico/tônico ou átono) emprega-se em palavras de categoriasmorfológicas diversas, incluindo flexões verbais, e pode apresentarvariantes gráficas determinadas pela posição, pela acentuação ou,simultaneamente, pela posição e pela acentuação: bem, Bembom,Bemposta, cem, devem, nem, quem, sem, tem, virgem;Bencanta,Benfeito, Benfica, benquisto, bens, enfim, enquanto, homenzarrão, 

homenzinho, nuvenzinha, tens, virgens, amém(variação deámen),armazém, convém, mantém, ninguém, porém, Santarém, também;convêm, mantêm, têm(3as pessoas do plural);armazéns, desdéns, 

convéns, reténs;Belenzada, vintenzinho.