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1 UNIFACS UNIVERSIDADE SALVADOR CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO NOÇÕES DE PERÍCIA TÉCNICA Prof. Rodrigo Lobo SALVADOR / BA 2015 ÍNDICE

Apostila - NPT - Rodrigo Lobo - 2015-A

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Apostila curso de amdministração

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    UNIFACS UNIVERSIDADE SALVADOR

    CURSO DE ESPECIALIZAO

    ENGENHARIA DE SEGURANA DO TRABALHO

    NOES DE PERCIA TCNICA

    Prof. Rodrigo Lobo

    SALVADOR / BA

    2015

    NDICE

  • 2

    1. Prefcio 3

    2. Cdigo do Processo Civil - Da Prova Pericial 3

    3. O Perito Judicial 8

    4. O Assistente Tcnico 12

    5. Os Quesitos Explicativos e Complementares 13

    6. Postura, tica e Comportamento do Perito Judicial e do Assistente 13

    Tcnico

    7. A Relao com o Judicirio 15

    8. A Realizao da Percia 16

    9. O Laudo Pericial 20

    10. Os Honorrios Periciais 23

    11. Bibliografia 24

    12. Exerccios 25

    1. PREFCIO

    Aquele que move uma ao judicial contra outro deve provar suas alegaes com

    provas fundamentadas, pois alegar e no provar significa no alegar. No processo

    civil so meios de prova o depoimento pessoal, a confisso das partes, a exibio de

    documento ou coisa, a testemunhal, a pericial e a inspeo judicial.

    A prova pericial, como meio de prova legal, consiste em exame, vistoria ou avaliao.

    E quando esta depender de conhecimento tcnico ou cientfico, o Juiz ser assistido

    por Perito Judicial.

  • 3

    2. CDIGO DO PROCESSO CIVIL - DA PROVA PERICIAL

    A prova pericial prevista pela Lei n 13.105 de 16/03/20/15, que alterou o Cdigo do

    Processo Civil. Nos artigos 464 a 480 a lei trata sobre a percia judicial. O texto dos

    artigos mencionados segue transcrito:

    Da Prova Pericial

    Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliao.

    1 O juiz indeferir a percia quando:

    I - a prova do fato no depender de conhecimento especial de

    tcnico

    II - for desnecessria em vista de outras provas

    produzidas III - a verificao for impraticvel.

    2 De ofcio ou a requerimento das partes, o juiz poder, em substituio percia,

    determinar a produo de prova tcnica simplificada, quando o ponto controvertido for

    de menor complexidade.

    3 A prova tcnica simplificada consistir apenas na inquirio de especialista, pelo

    juiz, sobre ponto controvertido da causa que demande especial conhecimento cientfico

    ou tcnico.

    4 Durante a arguio, o especialista, que dever ter formao acadmica especfica

    na rea objeto de seu depoimento, poder valer-se de qualquer recurso tecnolgico de

    transmisso de sons e imagens com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da

    causa.

    Art. 465. O juiz nomear perito especializado no objeto da percia e fixar de imediato o

    prazo para a entrega do laudo.

    1 Incumbe s partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimao do despacho

    de nomeao do perito:

    I - arguir o impedimento ou a

    suspeio do perito, se for o

    caso

  • 4

    II - indicar assistente

    tcnico III - apresentar

    quesitos.

    2 Ciente da nomeao, o perito apresentar em 5 (cinco) dias:

    I - proposta de honorrios

    II - currculo, com comprovao de especializao

    III - contatos profissionais, em especial o endereo eletrnico, para onde sero

    dirigidas as intimaes pessoais.

    3 As partes sero intimadas da proposta de honorrios para, querendo, manifestarse

    no prazo comum de 5 (cinco) dias, aps o que o juiz arbitrar o valor, intimando-se as

    partes para os fins do art. 95.

    Art. 95. Cada parte adiantar a remunerao do assistente tcnico que

    houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver

    requerido a percia ou rateada quando a percia for determinada de ofcio ou

    requerida por ambas as partes.

    4 O juiz poder autorizar o pagamento de at cinquenta por cento dos honorrios

    arbitrados a favor do perito no incio dos trabalhos, devendo o remanescente ser pago

    apenas ao final, depois de entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos

    necessrios.

    5 Quando a percia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poder reduzir a remunerao

    inicialmente arbitrada para o trabalho.

    6 Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se- proceder nomeao de perito e

    indicao de assistentes tcnicos no juzo ao qual se requisitar a percia.

    Art. 466. O perito cumprir escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido,

    independentemente de termo de compromisso.

    1 Os assistentes tcnicos so de confiana da parte e no esto sujeitos a

    impedimento ou suspeio.

    2 O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento

    das diligncias e dos exames que realizar, com prvia comunicao, comprovada nos

    autos, com antecedncia mnima de 5 (cinco) dias.

    Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou suspeio.

  • 5

    Pargrafo nico. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente a impugnao,

    nomear novo perito.

    Art. 468. O perito pode ser substitudo quando:

    I - faltar-lhe conhecimento tcnico ou cientfico

    II - sem motivo legtimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.

    1 No caso previsto no inciso II, o juiz comunicar a ocorrncia corporao

    profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o

    valor da causa e o possvel prejuzo decorrente do atraso no processo.

    2 O perito substitudo restituir, no prazo de 15 (quinze) dias, os valores recebidos

    pelo trabalho no realizado, sob pena de ficar impedido de atuar como perito judicial

    pelo prazo de 5 (cinco) anos.

    3 No ocorrendo a restituio voluntria de que trata o 2, a parte que tiver realizado

    o adiantamento dos honorrios poder promover execuo contra o perito, na forma dos

    arts. 513 e seguintes deste Cdigo, com fundamento na deciso que determinar a

    devoluo do numerrio.

    Art. 469. As partes podero apresentar quesitos suplementares durante a diligncia, que

    podero ser respondidos pelo perito previamente ou na audincia de instruo e

    julgamento.

    Pargrafo nico. O escrivo dar parte contrria cincia da juntada dos quesitos aos

    autos.

    Art. 470. Incumbe ao juiz:

    I - indeferir quesitos impertinentes

    II - formular os quesitos que entender necessrios ao esclarecimento da causa.

    Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o mediante

    requerimento, desde que:

    I - sejam plenamente capazes

    II - a causa possa ser resolvida por autocomposio.

    1 As partes, ao escolher o perito, j devem indicar os respectivos assistentes tcnicos

    para acompanhar a realizao da percia, que se realizar em data e local previamente

    anunciados.

  • 6

    2 O perito e os assistentes tcnicos devem entregar, respectivamente, laudo e

    pareceres em prazo fixado pelo juiz.

    3 A percia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada por perito

    nomeado pelo juiz.

    Art. 472. O juiz poder dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na

    contestao, apresentarem, sobre as questes de fato, pareceres tcnicos ou

    documentos elucidativos que considerar suficientes.

    Art. 473. O laudo pericial dever conter:

    I - a exposio do objeto da percia

    II - a anlise tcnica ou cientfica realizada pelo perito

    III - a indicao do mtodo utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser

    predominantemente aceito pelos especialistas da rea do conhecimento da qual se

    originou

    IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes

    e pelo rgo do Ministrio Pblico.

    1 No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentao em linguagem simples e

    com coerncia lgica, indicando como alcanou suas concluses.

    2 vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designao, bem como emitir

    opinies pessoais que excedam o exame tcnico ou cientfico do objeto da percia.

    3 Para o desempenho de sua funo, o perito e os assistentes tcnicos podem valer-

    se de todos os meios necessrios, ouvindo testemunhas, obtendo informaes,

    solicitando documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em reparties

    pblicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos,

    fotografias ou outros elementos necessrios ao esclarecimento do objeto da percia.

    Art. 474. As partes tero cincia da data e do local designados pelo juiz ou indicados

    pelo perito para ter incio a produo da prova.

    Art. 475. Tratando-se de percia complexa que abranja mais de uma rea de

    conhecimento especializado, o juiz poder nomear mais de um perito, e a parte, indicar

    mais de um assistente tcnico.

  • 7

    Art. 476. Se o perito, por motivo justificado, no puder apresentar o laudo dentro do

    prazo, o juiz poder conceder-lhe, por uma vez, prorrogao pela metade do prazo

    originalmente fixado.

    Art. 477. O perito protocolar o laudo em juzo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20

    (vinte) dias antes da audincia de instruo e julgamento.

    1 As partes sero intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do perito do

    juzo no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo o assistente tcnico de cada uma

    das partes, em igual prazo, apresentar seu respectivo parecer.

    2 O perito do juzo tem o dever de, no prazo de 15 (quinze) dias, esclarecer ponto:

    I - sobre o qual exista divergncia ou dvida de qualquer das partes, do juiz ou do

    rgo do Ministrio Pblico

    II - divergente apresentado no parecer do assistente tcnico da parte.

    3 Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requerer ao juiz que

    mande intimar o perito ou o assistente tcnico a comparecer audincia de instruo e

    julgamento, formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos.

    4 O perito ou o assistente tcnico ser intimado por meio eletrnico, com pelo menos

    10 (dez) dias de antecedncia da audincia.

    Art. 478. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de documento

    ou for de natureza mdico-legal, o perito ser escolhido, de preferncia, entre os

    tcnicos dos estabelecimentos oficiais especializados, a cujos diretores o juiz autorizar

    a remessa dos autos, bem como do material sujeito a exame.

    1 Nas hipteses de gratuidade de justia, os rgos e as reparties oficiais devero

    cumprir a determinao judicial com preferncia, no prazo estabelecido.

    2 A prorrogao do prazo referido no 1 pode ser requerida motivadamente.

    3 Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e da firma, o perito poder

    requisitar, para efeito de comparao, documentos existentes em reparties pblicas

    e, na falta destes, poder requerer ao juiz que a pessoa a quem se atribuir a autoria do

    documento lance em folha de papel, por cpia ou sob ditado, dizeres diferentes, para

    fins de comparao.

    Art. 479. O juiz apreciar a prova pericial de acordo com o disposto no art. 371, indicando

    na sentena os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de considerar as

    concluses do laudo, levando em conta o mtodo utilizado pelo perito.

  • 8

    Art. 371. O juiz apreciar a prova constante dos autos, independentemente

    do sujeito que a tiver promovido, e indicar na deciso as razes da

    formao de seu convencimento.

    Art. 480. O juiz determinar, de ofcio ou a requerimento da parte, a realizao de nova

    percia quando a matria no estiver suficientemente esclarecida.

    1 A segunda percia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira

    e destina-se a corrigir eventual omisso ou inexatido dos resultados a que esta

    conduziu.

    2 A segunda percia rege-se pelas disposies estabelecidas para a primeira.

    3 A segunda percia no substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar o valor de uma

    e de outra.

    A prova pericial pode ser um exame, vistoria ou avaliao. Ela necessria quando a

    prova do fato jurdico depende de conhecimento tcnico de alguma especialidade -

    Engenharia, Medicina, Economia, Contabilidade, etc. (vide artigo 464).

    Caso alguma das partes apresente provas, documentos ou pareceres que elucidem o

    fato, e o Juiz os considere suficientes, a prova pericial pode ser dispensada (vide artigo

    472).

    3. O PERITO JUDICIAL

    A figura do Perito Judicial prevista pela Lei n 13.105 de 16/03/20/15, que alterou o

    Cdigo do Processo Civil, atravs dos artigos 156 a 158 transcritos a seguir:

    Art. 156. O juiz ser assistido por perito quando a prova do fato depender de

    conhecimento tcnico ou cientfico.

    1 Os peritos sero nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os

    rgos tcnicos ou cientficos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal

    ao qual o juiz est vinculado.

  • 9

    2 Para formao do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pblica, por meio

    de divulgao na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulao,

    alm de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministrio Pblico,

    Defensoria Pblica e Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicao de

    profissionais ou de rgos tcnicos interessados.

    3 Os tribunais realizaro avaliaes e reavaliaes peridicas para manuteno do

    cadastro, considerando a formao profissional, a atualizao do conhecimento e a

    experincia dos peritos interessados.

    4 Para verificao de eventual impedimento ou motivo de suspeio, nos termos dos

    arts. 148 e 467, o rgo tcnico ou cientfico nomeado para realizao da percia

    informar ao juiz os nomes e os dados de qualificao dos profissionais que participaro

    da atividade.

    5 Na localidade onde no houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a

    nomeao do perito de livre escolha pelo juiz e dever recair sobre profissional ou

    rgo tcnico ou cientfico comprovadamente detentor do conhecimento necessrio

    realizao da percia.

    Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofcio no prazo que lhe designar o juiz,

    empregando toda sua diligncia, podendo escusar-se do encargo alegando motivo

    legtimo.

    1 A escusa ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimao, da

    suspeio ou do impedimento supervenientes, sob pena de renncia ao direito a alega-

    la.

    2 Ser organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilizao dos

    documentos exigidos para habilitao consulta de interessados, para que a nomeao

    seja distribuda de modo equitativo, observadas a capacidade tcnica e a rea de

    conhecimento.

    Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informaes inverdicas responder

    pelos prejuzos que causar parte e ficar inabilitado para atuar em outras percias no

    prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanes previstas

    em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo rgo de classe para adoo das

    medidas que entender cabveis.

  • 10

    O Perito Judicial nomeado pelo Juiz aps a constatao por este de que necessria

    a produo de prova que exija conhecimento tcnico (vide artigo 465).

    A nomeao do Perito Judicial feita com base na sua capacitao profissional e na

    relao de confiana com o Juiz.

    O Engenheiro de Segurana do Trabalho o profissional habilitado para exercer a

    funo de Perito Judicial nas percias judiciais cuja demanda envolvam acidentes do

    trabalho e os adicionais de insalubridade e de periculosidade (Justia Trabalhista) e

    direito aposentadoria especial (Justia Comum).

    A Resoluo CONFEA n 359, de 31/07/91, que dispe sobre o exerccio profissional,

    o registro e as atividades do Engenheiro de Segurana do Trabalho determina no

    artigo 4 as atividades dos Engenheiros de Segurana do Trabalho:

    Art. 4 - As atividades dos Engenheiros e Arquitetos, na especialidade de Engenharia de

    Segurana do Trabalho, so as seguintes:

    (...)

    4 - Vistoriar, avaliar, realizar percias, arbitrar, emitir parecer, laudos tcnicos e indicar

    medidas de controle sobre grau de exposio a agentes agressivos de riscos fsicos,

    qumicos e biolgicos, tais como poluentes atmosfricos, rudos, calor, radiao em

    geral e presses anormais, caracterizando as atividades, operaes e locais insalubres

    e perigosos;

    5 - Analisar riscos, acidentes e falhas, investigando causas, propondo medidas

    preventivas e corretivas e orientando trabalhos estatsticos, inclusive com respeito a

    custo;

    (...)

    10 - Inspecionar locais de trabalho no que se relaciona com a segurana do Trabalho,

    delimitando reas de periculosidade;

    O profissional nomeado como Perito Judicial pelo Juiz pode escusar-se da nomeao

    por impedimento ou suspeio (vide artigos 144, 145, 467 e 468) pelos seguintes

    motivos:

    Art. 144. H impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funes no processo:

  • 11

    I - em que interveio como mandatrio da parte, oficiou como perito, funcionou como

    membro do Ministrio Pblico ou prestou depoimento como testemunha

    II - de que conheceu em outro grau de jurisdio, tendo proferido deciso

    III - quando nele estiver postulando, como defensor pblico, advogado ou membro do

    Ministrio Pblico, seu cnjuge ou companheiro, ou qualquer parente,

    consanguneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o terceiro grau, inclusive

    IV - quando for parte no processo ele prprio, seu cnjuge ou companheiro, ou

    parente, consanguneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o terceiro grau,

    inclusive

    V - quando for scio ou membro de direo ou de administrao de pessoa jurdica

    parte no processo

    VI - quando for herdeiro presuntivo, donatrio ou empregador de qualquer das

    partes

    VII - em que figure como parte instituio de ensino com a qual tenha relao de

    emprego ou decorrente de contrato de prestao de servios

    VIII - em que figure como parte cliente do escritrio de advocacia de seu cnjuge,

    companheiro ou parente, consanguneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o

    terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritrio

    IX - quando promover ao contra a parte ou seu advogado.

    1 Na hiptese do inciso III, o impedimento s se verifica quando o defensor pblico,

    o advogado ou o membro do Ministrio Pblico j integrava o processo antes do incio

    da atividade judicante do juiz.

    2 vedada a criao de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.

    3 O impedimento previsto no inciso III tambm se verifica no caso de mandato

    conferido a membro de escritrio de advocacia que tenha em seus quadros advogado

    que individualmente ostente a condio nele prevista, mesmo que no intervenha

    diretamente no processo.

    Art. 145. H suspeio do juiz:

    I - amigo ntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados

  • 12

    II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou

    depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto

    da causa ou que subministrar meios para atender s despesas do litgio

    III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cnjuge ou

    companheiro ou de parentes destes, em linha reta at o terceiro grau, inclusive IV

    - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

    1 Poder o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro ntimo, sem necessidade de

    declarar suas razes.

    2 Ser ilegtima a alegao de suspeio quando:

    I - houver sido provocada por quem a alega

    II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitao

    do arguido.

    A nomeao de um profissional como Perito Judicial pode ser impugnada por uma das

    partes do processo. Caso o Juiz aceite a impugnao, deve nomear outro Perito

    Judicial (vide artigo 467).

    4. O ASSISTENTE TCNICO

    O Assistente Tcnico indicado por uma das partes aps a nomeao do Perito

    Judicial (vide artigo 465).

    A indicao do Assistente Tcnico feita apenas na relao de confiana que lhe

    depositada pela parte e no est sujeita a impedimento ou suspeio (vide artigo 466).

    Mesmo nas percias judiciais cuja demanda envolvam acidentes do trabalho e os

    adicionais de insalubridade e de periculosidade (Justia Trabalhista) e direito

    aposentadoria especial (Justia Comum), o Assistente Tcnico no precisa ser

    necessariamente Engenheiro de Segurana do Trabalho.

  • 13

    Porm, conforme o disposto na Resoluo CONFEA n 359, de 31/07/91, artigo 4,

    inciso 4 apenas o Engenheiro de Segurana do Trabalho tem a atribuio de emitir

    laudo pericial nas demandas acima descritas.

    5. OS QUESITOS EXPLICATIVOS E COMPLEMENTARES

    As partes de um processo podem apresentar quesitos (perguntas) para que sejam

    respondidas pelo Perito Judicial no seu laudo pericial (artigo 465). O objetivo destes

    quesitos pode ser o esclarecimento de uma dvida tcnica ou o alerta para o Perito

    buscar alguma informao relevante.

    Aps a entrega do laudo pericial, as partes podem ainda apresentar outros quesitos,

    chamados de complementares, para tirar dvidas acerca do laudo pericial (artigos 469

    e 477).

    Assim como as partes, o Juiz tambm pode formular quesitos para a percia e quesitos

    complementares para eliminar as dvidas que ainda tenha (artigo 470).

    A resposta dos quesitos pelo Perito Judicial deve se limitar ao objeto da percia,

    mesmo que seja do domnio da sua rea de atuao.

    6. POSTURA, TICA E COMPORTAMENTO DO PERITO JUDICIAL E

    DO ASSISTENTE TCNICO

    Em um processo civil, os advogados so os representantes das partes nos atos

    processuais. Nestes atos processuais, dever do Juiz assegurar s partes a

    igualdade de tratamento (artigo 139).

    O Perito Judicial nomeado com base na relao de confiana com o Juiz um auxiliar

    da justia que cumprir uma tarefa especfica, a mando do Juiz, em um dos atos

    processuais - a percia judicial.

  • 14

    Assim como o Juiz, o Perito Judicial como um auxiliar da justia tem o dever de

    assegurar a igualdade de tratamento aos Assistentes Tcnicos indicados pelas partes

    para representa-las na percia judicial.

    Alm do dever do tratamento igual para as partes, de bom alvitre que a postura do

    Perito Judicial e do Assistente Tcnico durante a percia seja educada, cordial e

    respeitosa.

    Como no existe impedimento legal de o profissional atuar como Perito Judicial ou

    como Assistente Tcnico (salvo os casos previstos de impedimento ou suspeio),

    hoje o profissional pode ser o Perito Judicial de um processo e amanh ser o

    Assistente Tcnico de outro. Nestas circunstncias, outro profissional pode ser o

    Assistente Tcnico do primeiro processo e o Perito Judicial no segundo.

    Assim, torna-se salutar que tenhamos uma postura educada, cordial e respeitosa em

    qualquer tarefa, pois nunca saberemos em que posio podemos ocupar no futuro.

    Mesmo sendo o Perito Judicial de confiana do Juiz e nomeado como auxiliar da

    justia para cumprir a tarefa especfica no ato processual da percia, este no tem a

    mesma autoridade que tem o Juiz.

    Porm, a postura inadequada do Perito Judicial durante a percia se relatada ao Juiz

    pode ocasionar a quebra de confiana deste, causando a desconfiana na capacidade

    tcnica dos trabalhos pericias.

    Tanto o Perito Judicial como o Assistente Tcnico tm a responsabilidade de prestar

    informaes verdicas, sendo passvel de suspenso pelo rgo judicirio (artigo 158)

    e de punio pelo Conselho de Classe (artigo 468), alm de multas e de responder

    pelos prejuzos causados s partes.

    Lembre-se: tanto o Perito quanto o Assistente Tcnico devem possuir um grande

    senso de justia, pois em qualquer uma das duas funes o profissional deve ter um

    parecer nico sobre a matria e ser coerente nos seus laudos e pareceres. Seno

    correr o risco de ser surpreendido com sua prpria argumentao.

    7. A RELAO COM O JUDICIRIO

  • 15

    O Perito Judicial nomeado pela sua capacidade tcnica e, principalmente, na relao

    de confiana com o Juiz. Desta forma, o Perito Judicial deve cumprir

    escrupulosamente o encargo que Ihe foi cometido (artigo 466), cumprir os prazos para

    entrega do laudo pericial (artigos 157 e 465) e prestar informaes verdicas (artigo

    158), alm de se portar como aquele que representa o Juiz no ato processual da

    percia.

    Caso o Perito Judicial no possa entregar o laudo pericial no prazo determinado, pode

    solicitar por uma vez a prorrogao do prazo para entrega (artigo 476). Neste caso,

    sempre bom que fundamente o motivo do pedido de prorrogao do prazo.

    Mesmo nomeando o Perito Judicial pelo conhecimento tcnico e pela relao de

    confiana, o Juiz no est adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convico

    com outros elementos ou fatos provados nos autos (artigo 479).

    O Juiz tambm pode determinar a realizao de nova percia quando a matria no

    parecer suficientemente esclarecida (artigo 480).

    Sendo assim, fundamental que o Perito Judicial conhea todos os elementos

    constantes nos autos e colete todas as informaes relevantes durante a percia para

    entregar ao juzo um laudo pericial completo e conclusivo, sem deixar dvidas ou

    possveis lacunas que possam interferir na deciso do Juiz.

    A atividade pericial possui alguns limites. Dentre eles destaca-se o objeto da percia,

    cuja determinao prerrogativa do Juiz (artigo 141). Se a determinao da percia

    for a avaliao da insalubridade, ento o Perito Judicial deve se limitar a avaliar

    apenas os agentes insalubres.

    Outra limitao pericial o perodo de trabalho a ser avaliado. O prazo prescricional

    para aes trabalhistas de cinco anos, com limite de dois anos aps a extino do

    contrato de trabalho. Assim, durante a percia o Perito Judicial deve avaliar as

    condies de trabalho e os agentes presentes apenas nas funes exercidas pela

    parte nos ltimos cinco anos contados retroativamente a partir da data do ingresso do

    processo na justia.

  • 16

    8. A REALIZAO DA PERCIA

    Os aspectos legais que norteiam a realizao de uma percia judicial so dados pela

    Lei n 13.105 de 16/03/20/15, que alterou o Cdigo do Processo Civil, nos artigos 464

    a 480.

    A data da percia definida pelo juzo ou pelo Perito Judicial. Em qualquer uma das

    circunstncias, as partes devem tomar cincia da data e horrio da percia (artigo 474).

    O Perito Judicial e os Assistentes Tcnicos podem utilizar-se de todos os meios

    necessrios (ouvir testemunhas, obter informaes, solicitar documentos que estejam

    em poder de parte ou em reparties pblicas), bem como instruir o laudo com plantas,

    desenhos, fotografias e outras quaisquer peas que julgar relevantes para o

    desempenho de sua funo (artigo 473).

    Porm, apesar de ter acesso s informaes confidenciais de uma empresa, o Perito

    Judicial deve evitar de escrev-las no laudo pericial, pois como o processo pblico,

    pessoas com interesses difusos podem ter acesso a estas informaes.

    Os aspectos tcnicos que norteiam a realizao de uma percia judicial de

    competncia do Engenheiro de Segurana do Trabalho so definidos conforme o tipo

    de demanda processual.

    DA INSALUBRIDADE

    A palavra insalubridade significa o carter ou qualidade de insalubre. O conceito legal

    para a insalubridade dado pela Lei n 6.514/77 (CLT), Captulo V, artigo 189:

    Sero consideradas atividades ou operaes insalubres aquelas que, por sua natureza,

    condies ou mtodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos

    sade, acima dos limites de tolerncia fixados em razo da natureza e da intensidade

    do agente e do tempo de exposio aos seus efeitos.

    Nas percias judiciais trabalhistas cuja demanda envolvam o pedido de adicional de

    insalubridade devem ser considerados os preceitos tcnicos e legais definidos na

    Portaria n 3.214/78, Norma Regulamentadora n 15 e seus anexos - atividades e

    operaes insalubres.

  • 17

    A NR-15 define os Limites de Tolerncia e descreve as atividades e operaes

    consideradas insalubres e sua graduao (graus de insalubridade) e subdividida em

    14 (quatorze) anexos: Anexo 1 - Limites de tolerncia para rudo contnuo ou intermitente

    Anexo 2 - Limites de tolerncia para rudos de impacto

    Anexo 3 - Limites de tolerncia para exposio ao calor

    Anexo 4 - Revogado (referia-se a iluminao dos locais de trabalho)

    Anexo 5 - Limite de tolerncia para radiaes ionizantes

    Anexo 6 - Trabalhos sob condies hiperbricas

    Anexo 7 - Radiaes no ionizantes

    Anexo 8 - Vibraes

    Anexo 9 - Frio

    Anexo 10 - Umidade

    Anexo 11 - Agentes qumicos cuja insalubridade caracterizada por limite de tolerncia e inspeo no local de trabalho

    Anexo 12 - Limites de tolerncia para poeiras minerais (asbestos, mangans e seus compostos e slica livre cristalizada)

    Anexo 13 - Agentes qumicos cuja insalubridade caracterizada por atividade

    Anexo 14 - Agentes biolgicos

    A caracterizao da insalubridade para alguns agentes requer a quantificao do

    agente no ambiente para comparar com o limite de tolerncia definido na NR-15. o

    caso dos agentes insalubres previstos nos Anexos n 1, 2, 3, 5, 8, 11 e 12.

    Para a caracterizao da insalubridade pelos agentes dos Anexos n 6, 7, 9, 10, 13 e

    14 a avaliao apenas qualitativa.

    O exerccio de trabalho em condies de insalubridade assegura ao trabalhador a

    percepo de adicional, incidente sobre o salrio mnimo, equivalente a:

    40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau mximo;

    20% (vinte por cento), para insalubridade de grau mdio;

    10% (dez por cento), para insalubridade de grau mnimo.

    Os graus de insalubridade por tipo de agente podem ser:

    ANEXO GRAU DE INSALUBRIDADE

    01 - Rudo contnuo 20%

  • 18

    02 - Rudo de impacto 20%

    03 - Calor 20%

    05 - Radiaes ionizantes 40%

    06 - Presso hiperbrica 40%

    07 - Radiaes no ionizantes 20%

    08 - Vibraes 20%

    09 - Frio 20%

    10 - Umidade 20%

    11 - Gases e vapores 10%, 20% e 40%

    12 - Poeiras 40%

    13 - Agentes qumicos 10%, 20% e 40%

    14 - Agentes biolgicos 20% e 40%

    DA PERICULOSIDADE

    A palavra periculosidade significa a qualidade ou estado de ser perigoso. O conceito

    legal para a periculosidade dado pela Lei n 6.514/77 (CLT), Captulo V, artigo 193:

    So consideradas atividades ou operaes perigosas, na forma da regulamentao

    aprovada pelo Ministrio do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou mtodos de

    trabalho, impliquem o contato permanente com inflamveis ou explosivos em condies

    de risco acentuado.

  • 19

    Nas percias judiciais trabalhistas cuja demanda envolvam o pedido de adicional de

    periculosidade devem ser considerados os preceitos tcnicos e legais definidos na

    Portaria n 3.214/78, Norma Regulamentadora n 16 e seus anexos - atividades e

    operaes perigosas.

    A NR-16 estabelece as atividades e operaes perigosas e define as reas de risco

    para fins de pagamento do adicional de periculosidade aos trabalhadores e

    subdividida em 5 (cinco) anexos:

    Anexo 1 - Atividades e operaes perigosas com explosivos

    Anexo 2 - Atividades e operaes perigosas com inflamveis

    Anexo (*) Atividades e operaes perigosas com radiaes ionizantes ou

    substncias radioativas (Adotado pela Portaria GM n. 518 de

    04/04/2003)

    Anexo 3 - Atividades e operaes perigosas com exposio a roubos ou outras

    espcies de violncia fsica nas atividades profissionais de

    segurana pessoal ou patrimonial (Aprovado pela Portaria MTE n.

    1.885 de 02/12/2013)

    Anexo 4 Atividades e operaes perigosas com eletricidade (Acrescentado

    pelo Decreto n. 93.412 de 14/10/1986 e alterado pela Portaria n

    1.078 de 16/07/2014)

    Anexo 5 Atividades e operaes perigosas com motocicleta (Acrescentado

    pela Portaria n 1.565 de 13/10/2014)

    1. Portaria MTE N 506 DE 07/01/2015 que suspende os efeitos desta

    Portaria em relao s empresas associadas ABEPREST

    - Associao Brasileira de Empresas de Solues de

    Telecomunicaes e Informtica.

    2. Portaria MTE N 220 DE 03/03/2015 que suspende os efeitos

    desta Portaria em relao s empresas associadas AFREBRAS

    - Associao dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil e em

    relao s empresas associadas s associaes e sindicatos nela

    relacionados.

    3. Portaria MTE N 5 DE 07/01/2015 que suspende os efeitos desta

    Portaria em relao aos associados da Associao Brasileira das

  • 20

    Indstrias de Refrigerantes e de Bebidas no Alcolicas e aos

    confederados da Confederao Nacional das Revendas AMBEV e

    das Empresas de Logstica da Distribuio.

    A caracterizao da periculosidade feita apenas com a avaliao qualitativa.

    O exerccio de trabalho em condies de periculosidade assegura ao trabalhador a

    percepo de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salrio, sem os

    acrscimos resultantes de gratificaes, prmios ou participao nos lucros da

    empresa.

    Nas percias judiciais cuja demanda envolvam acidentes do trabalho (Justia

    Trabalhista) devem ser considerados os preceitos tcnicos e legais definidos em todas

    as Normas Regulamentadoras dadas pela Portaria n 3.214/78, alm de outras

    normas ou legislaes pertinentes.

    Nas percias judiciais cuja demanda envolvam o pedido de enquadramento por

    aposentadoria especial (Justia Comum) devem ser considerados os preceitos

    tcnicos e legais definidos pelas leis e instrues normativas da Previdncia Social.

    9. O LAUDO PERICIAL

    O laudo pericial o documento no qual o Perito Judicial consolida todas as

    informaes, relatos e avaliaes colhidos durante a percia, alm, claro de conter as

    suas concluses (artigo 473).

    As caractersticas que um laudo pericial devem ter so clareza, inteligibilidade,

    preciso, objetividade e impessoalidade.

    As informaes obtidas ou prestadas fora do mbito da percia, mesmo de maneira

    informal, no devem constar no laudo pericial. Tambm no devem constar opinies

    subjetivas, mas apenas fatos verificados e com consistncia tcnica, o que garante a

    imparcialidade do Perito Judicial.

  • 21

    Para as fotografias servirem como meio de prova no laudo pericial, estas devem estar

    acompanhadas dos negativos correspondentes. As fotografias digitais podem servir

    como ilustrao de um ambiente mas no como valor de prova, uma vez que podem

    ser facilmente alteradas ou fraudadas.

    O Perito deve evitar registrar fotografias de ambientes que no os estritamente

    necessrios para ilustrar e enriquecer a percia, alm de evitar registrar ambientes ou

    situaes que se configurem como segredos industriais ou comerciais.

    A estrutura do laudo pericial no definida em nenhum dispositivo legal, mas deve

    conter todos os elementos necessrios que embasem e fundamentem a concluso

    tcnica.

    Segue uma sugesto de elementos da estrutura de um laudo pericial para percias de

    avaliao de insalubridade e de periculosidade:

    1. INTRODUO

    a) Descrio do objeto da percia

    b) Transcrio dos trechos da inicial do Reclamante e da contestao da

    Reclamada sobre o objeto da percia

    c) Data e horrio da realizao da percia

    d) Locais da realizao da percia

    e) Participantes e informantes da percia, citando nome e funo

    2. CARACTERIZAO DA ATIVIDADE E OPERAO DA RECLAMADA

    a) Descrio da Reclamada, o que faz, onde est situada, instalaes

    fsicas

    b) Nmero de empregados

    c) Grau de risco conforme NR-04

    3. CARACTERIZAO DAS ATIVIDADES DO RECLAMANTE

    a) Descrio dos cargos e perodos trabalhados pelo Reclamante

    b) Descrio das atividades desempenhadas pelo Reclamante, conforme

    testemunhos do prprio, de superiores e de paradigmas

  • 22

    c) Determinao dos ciclos de execuo das tarefas

    d) Descrio das ferramentas, mquinas e equipamentos utilizados pelo

    Reclamante nas tarefas

    e) Equipamentos de proteo individual fornecidos, seja pelos registros

    documentados ou pela oitiva

    4. CARACTERIZAO DO LOCAL DE TRABALHO DO RECLAMANTE

    a) Descrio do local de trabalho: tipo de edificao e de construo com

    medidas e dimenses

    b) Condies ambientais: ventilao, iluminao, etc.

    5. AVALIAO DA EXPOSIO AOS AGENTES AMBIENTAIS

    a) Amparo legal - NR-15

    b) Avaliaes qualitativas e quantitativas (medies)

    c) Instrumental utilizado e metodologia de avaliao

    d) Coleta de dados

    e) Compilao e resultado

    6. AVALIAO DA EXPOSIO AOS AGENTES PERICULOSOS

    a) Amparo legal - NR-16

    b) Caracterizao do agente

    c) Determinao das reas de risco

    d) Resultado

    7. RESPOSTA AOS QUESITOS DO JUZO

    8. RESPOSTA AOS QUESITOS DO RECLAMANTE

    9. RESPOSTA AOS QUESITOS DA RECLAMADA

    10. ANEXOS

    a) Fotografias

    b) Documentos

    c) Fichas tcnicas dos produtos

  • 23

    d) Fichas toxicolgicas

    e) Certificados de EPI

    f) Curva de atenuao ou NRR (protetores auriculares)

    g) Plantas, lay-outs e croquis

    h) Bibliografia

    11. CONCLUSO

    a) Termo de encerramento

    b) Concluso

    c) Enquadramento tcnico-legal

    Quanto ao prazo de entrega do laudo pericial, este definido pelo Juiz (vide artigo

    433) e tanto o Perito Judicial como o Assistente Tcnico tm o mesmo prazo para

    protocolar no cartrio o seu laudo pericial (artigo 3 da Lei n 5.584/70).

    10. OS HONORRIOS PERICIAIS

    O honorrio pericial a remunerao do trabalho do Perito Judicial, uma vez que este

    no tem vnculo com o judicirio ou com nenhuma das partes.

    No existe uma regra para definio dos honorrios periciais, j que estes so

    arbitrados e deferidos pelo Juiz.

    Porm, comum que ao entregar o laudo pericial o Perito Judicial faa uma estimativa

    dos seus honorrios pericias com base em um argumento exequvel de tempo e de

    custos despendidos para a realizao da percia. Algumas entidades de classe, como

    o Instituto Brasileiro de Avaliaes e Percias de Engenharia - IBAPE/BA, possuem

    regulamentos que definem a forma de estimar os honorrios pericias com base no

    tempo dispendido.

  • 24

    Nos processos da Justia do Trabalho os honorrios periciais so pagos ao trmino

    do processo, ou seja, esgotados os recursos e transitada em julgado a sentena. Se

    o vencedor da percia for o reclamante, os honorrios sero pagos pela reclamada

    juntamente com as prestaes ao reclamante a que foi condenada. Se for vitoriosa a

    reclamada, cabe ao reclamante pagar.

    Em alguns casos, o Juiz Trabalhista determina o depsito prvio de uma certa quantia

    para garantir os honorrios periciais. O Perito Judicial pode requerer antecipao dos

    honorrios periciais fundamentando os gastos que se faro necessrios.

    s partes do processo dado o direito de manifestar sobre a estimativa de valor dos

    honorrios pericias apresentados pelo Perito Judicial.

    11. BIBLIOGRAFIA

    SALIBA, TUFFI MESSIAS - Insalubridade e Periculosidade - Aspectos Tcnicos e

    Prticos, Ed. LTr, 12 edio, 2013;

    OLIVEIRA, SEBASTIO GERALDO - Indenizaes por Acidente do Trabalho ou

    Doena Ocupacional, Ed. LTr, 7 edio, 2013;

    VENDRAME, ANTNIO CARLOS F. - Curso de Introduo Percia Judicial, Ed.

    LTr, 2 edio;

    PRIMO, A. B. - Percia Judicial em Acidentes e Doenas do Trabalho, Ed. Senac,

    1996;

    Lei n 13.105 de 16/03/20/15, que alterou o Cdigo do Processo Civil

    Consolidao das Leis Trabalhistas, Lei n 6.514 - Cap. V - Da Segurana e da

    Medicina do Trabalho - Portaria n 3.214/78 - Normas Regulamentadoras do MTE

    Manuais de Legislao Atlas - Segurana e Medicina do Trabalho, Ed. Atlas;

    Guia de Anlise Acidentes de Trabalho, Ministrio do Trabalho e Emprego, 2010;

    12. EXERCCIOS

  • 25

    EXERCCIO 1: O Reclamante trabalhou na funo de Operador de Empilhadeira, com

    jornada diria de trabalho de 6 horas e exposto a um nvel de rudo de 87,5 dB(A). A

    atividade considerada insalubre? Em que grau? E se ele tivesse recebido e utilizado

    um protetor auricular com fator de atenuao NRR = 10 dB. A atividade seria

    considerada insalubre?

    EXERCCIO 2: O Reclamante trabalhou na funo de Forneiro dentro de um galpo

    com jornada diria de trabalho de 8 horas. Nas medies de temperatura obtivemos

    os resultados: tbn=31C, tg=27C e tbs=34C. No seu posto de trabalho, ele carrega

    o forno por 15 minutos, aguarda no mesmo local por 15 minutos e descarrega o forno

    por 30 minutos. As suas atividades so feitas em movimento com necessidade de

    levantar ou empurrar materiais no muito pesados. A atividade considerada

    insalubre? Em que grau?

    EXERCCIO 3: O Reclamante trabalhou na funo de Aougueiro. Alm de cortar,

    limpar e pesar as carnes no balco, ele entrava na cmara frigorfica para buscar as

    carnes 10 vezes por dia com durao de 3 minutos por entrada. s segundas e

    quintas-feiras, ele guardava e arrumava as mercadorias chegadas do distribuidor,

    quando entrava na cmara frigorfica 2 vezes por dia com durao de 20 minutos por

    entrada. A atividade considerada insalubre? Em que grau? O que fazer para eliminar

    a insalubridade?

    EXERCCIO 4: O Reclamante trabalhou na funo de Fisioterapeuta ministrando aulas

    de hidroginstica dentro de uma piscina. As aulas duravam 50 minutos e a cada hora

    ele descansava 10 minutos. A atividade considerada insalubre? Em que grau?

    EXERCCIO 5: O Reclamante trabalhou na funo de Pintor e sua principal atividade

    era pintar superfcies com tinta base de solventes contendo hidrocarbonetos

    aromticos. Durante a percia foi constatado que ele utilizava luvas impermeveis

  • 26

    resistentes aos solventes, mas no utilizava mscara para proteo respiratria. A

    atividade considerada insalubre? Em que grau?

    EXERCCIO 6: O Reclamante trabalhou operando a empilhadeira e transportava

    internamente entre os setores paletes contendo sacarias de enxofre. O Perito

    caracterizou a atividade como insalubre em grau mdio. Voc concorda com a

    concluso?

    EXERCCIO 7: O Reclamante trabalhou exposto a poeira mineral em concentrao

    superior ao limite de tolerncia. Para exercer suas atividades, recebeu e utilizou

    mscara panormica com filtro mecnico para poeiras. Porm, o Perito caracterizou a

    atividade como insalubre alegando que o fornecimento do EPI no elide a presena

    do agente caracterizador da insalubridade no local de trabalho. Voc concorda com a

    concluso?

    EXERCCIO 8: O local de trabalho do Reclamante era o subsolo do prdio da

    Reclamada, onde havia trs tanques de leo diesel com capacidade de 500 litros

    cada. Os tanques possuem bacia de conteno e aterramento e o subsolo dotado

    com luminrias anti-exploso, detector de fumaa e extintores de incndio. O Perito

    concluiu que: O Reclamante faz jus ao adicional de periculosidade por inflamveis

    porque todo o subsolo do prdio considerado como rea de risco, conforme NR16,

    Anexo 2, item 3, alnea s. Voc concorda com a concluso?

    EXERCCIO 9: O Reclamante trabalhou na funo de Instalador de Telefone e

    precisava subir em escada apoiada em poste da concessionria de energia para puxar

    da rede telefnica area a ligao da residncia. O Reclamante faz jus ao adicional

    de periculosidade? Em que grau?

    EXERCCIO 10: O Reclamante trabalhou na funo de Vigilante de uma agncia

    bancria no perodo de 01/03/2010 a 18/11/2013. A sua jornada diria de trabalho era

  • 27

    de 12 horas com 36 horas de folga. O trabalho era realizado portando arma de fogo.

    O Reclamante faz jus ao adicional de periculosidade? Em que grau?