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História Modernidade: um período de transição O projeto “de olho no vestibular” apresenta nesse material os passos rumo à centralização política e o consequente surgimento dos Estados Nacionais Absolutista. Prof. Jonas Araújo Pereira Júnior [Manaus, julho de 2012]

Apostila sobre os estados nacionais modernos

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O projeto “de olho no vestibular” apresenta nesse material os passos rumo à centralização política e o consequente surgimento dos Estados Nacionais Absolutista.

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Page 1: Apostila sobre os estados nacionais modernos

História Modernidade: um período de transição O projeto “de olho no vestibular” apresenta nesse material os passos rumo à centralização política e o consequente surgimento dos Estados Nacionais Absolutista. Prof. Jonas Araújo Pereira Júnior [Manaus, julho de 2012]

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Modernidade: um período de transição

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Estados nacionais modernos Os primeiros grandes passos em direção à formação do mundo moderno forma o processo de centralização política e o consequente surgimento dos Estados Nacionais Absolutistas, também denominados de Estados Nacionais Modernos. da Idade Média à Moderna

• A transição ocorreu entre os séculos XIV e XVII, foi marcada por transformações sociais, políticas e econômicas.

– Século XIV: Crise do feudalismo – Século XV: Expansão comercial europeia,

grandes navegações, fortalecimento da burguesia, centralização política das monarquias nacionais e etc.

• Séculos XVI e XVII, consolidação da economia capitalista, marcado por uma mentalidade racionalista, renascentista e da reforma protestante.

• As primeiras monarquias absolutistas da Europa: Portugal, Espanha, França e Inglaterra.

– As monarquias absolutistas foram fruto de uma aliança entre burguesia e os monarcas.

– As monarquias nacionais bem sucedidas foram aquelas onde os reis conseguiram equilibrar seu poder diante dos interesses antagônicos da Nobreza(tradicional) e da burguesia(ascendente).

Os teóricos do absolutismo • Muitos teóricos absolutistas(filósofos que viveram

entre os séculos XV e XVII) defenderam teses de que o rei deveria centralizar o poder, entre eles temos:

Nicolau Maquiavel (1469-1527)

Autor de O príncipe, suas ideias defendiam a formação de um só estado italiano, forte e unificado. “Os fins justificam os meios” O rei deveria ser amado e temido por seus súditos.

Thomas Hobbes (1588-1679)

Autor de Leviatã defendeu a tese de que era necessário um Estado forte para controlar e disciplinar a sociedade. Homi homini lúpus (o homem é o lobo do próprio homem)

Jacques Bossuet Autor de Política tirada da sagrada

(1627-1704) escritura defende a teoria do direito divino dos reis

Inglaterra e França nos séculos XVI e XVII

• O auge do absolutismo europeu ocorreu no governo da rainha Elizabeth I na Inglaterra (1558-1603) e do rei Luís XIV na França (1643-1715).

• Na Inglaterra esse período inicia com a dinastia Tudor, Henrique VII(1485-1509) fortaleceu o poder real e deu origem ao absolutismo no Reino Inglês.

– Henrique VII (1509-1547) rompeu com a Igreja Católica na reforma Anglicana.

– Elizabeth I: Auge do autoritarismo seu poder era maior que o Parlamento.

• Na França Luís XIV será chamado de Rei Sol, seu despotismo será resumido a uma frase: L’Étact c’est moi(o estado sou eu).

– Esse período será marcado pelos excessivos privilégios ligados a corte francesa em contraste com a miséria da maioria da população.

As reformas religiosas • Também no plano religioso, as condições eram

novas. • A Igreja Católica Apostólica Romana passou a ser

duramente desafiada através das chamadas Reformas Religiosas, que contestavam o seu poder, sua influência e suas práticas.

• Diversos interesses estiveram atuantes durante as Reformas.

• Extremamente poderosa, a Igreja Católica dominava vários setores da vida medieval e mesmo na Idade Moderna possuía forte influência, porém sua posição estava sendo objeto de contestação.

• Tamanho era o poder da Igreja, que ela estava distante das próprias questões espirituais.

• Pensadores humanistas já condenavam a situação da Igreja ainda na Idade Média

– John Wiclif (1324-1384) e John Huss (1371-1415) criticavam a corrupção, a hierarquia e a venda de indulgências.

• A grave situação de corrupção despertava cada vez mais a crítica dentro da própria Igreja.

– Contrários à exploração praticada pela Igreja, católicos passaram a denunciar as práticas abusivas e formaram uma importante oposição ao comando dos papas.

• Em 1517, na Alemanha, o monge Martinho Lutero (1483-1546) acabou liderando a mais importante ação crítica contra a Igreja Católica. Tinha início o Movimento Protestante.

Aos burgueses interessava a formação de um Estado forte independente. Já para os monarcas, o apoio político e financeiro da rica burguesia à centralização do poder

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• Lutero lançou suas críticas contra a postura da Igreja e foi posteriormente julgado e excomungado pelo papa Leão X.

• Mas Lutero contou com o apoio de grande parte da população alemã e também recebeu o apoio de muitos príncipes, que se opunham ao poder da Igreja Católica na Alemanha.

• O imperador Carlos V buscou impedir o avanço das idéias de Lutero, mas foi forçado pelos príncipes “protestantes” a admitir a liberdade religiosa nos vários reinos alemães em 1555, através da “Paz de Augsburgo”.

• Até esta ocasião, os conflitos religiosos entre católicos e protestantes causaram milhares de mortes na Alemanha.

• O Luteranismo propôs: – Sacerdócio universal e livre interpretação

das Escrituras; – Salvação pela fé; – Fim do celibato; – Sacramentos: Batismo e Eucaristia; – Bíblia: única fonte da fé; – Sem veneração aos santos, imagens e sem

autoridade central. • As idéias de Lutero influenciaram outros

reformadores. Em 1522 Ulrich Zwinglio levou as reformas para a Suíça, pregando que a única autoridade sobre os cristãos era a própria Bíblia.

• O clérigo católico francês João Calvino (1509-1564) aderiu ao movimento reformista em 1533, porém sua atuação ocorreu também na Suíça. Suas propostas deram origem ao Calvinismo, que possuía idéias que impulsionavam o capitalismo, pois afirmava que a prosperidade econômica era sinal de bênção de Deus.

• O Calvinismo propôs: – Salvação: predestinação; – Igreja com representantes eleitos e

ministros = Assembléia Geral ou Presbítero; – Verdade Divina apenas através da Bíblia; – Culto simplificado: sem adoração aos

santos e apenas com leitura da Bíblia; • Na Inglaterra, o reformismo ocorreu por causas mais

políticas do que religiosas. • O rei Henrique VIII tentava limitar o poder da Igreja

Católica e o estopim do rompimento foi a decisão do rei de divorciar-se da rainha Catarina de Aragão. O papa Clemente VII negou o divórcio e em 1534 o rei separou Estado e Igreja, confiscando bens e firmando uma nova igreja nacional que tinha o monarca como seu líder.

• Era criada a Igreja Anglicana. • Tentando reagir aos reformistas, a própria Igreja

Católica realizou sua reforma.

• Através do Concílio de Trento (1545-1563), diversas ações foram tomadas para conter a fuga de fiéis e impedir o avanço do protestantismo.

• O Concílio confirmou muitos dos fundamentos que eram criticados pelos reformistas (sacramentos, celibato, hierarquia, etc), mas reviu práticas como a cobrança das indulgências e buscou moralizar o comportamento do clero.

• A Reforma Católica propôs – Criação da Companhia de Jesus; – Catecismo e seminários; – Retorno da Inquisição; – Criação do Index Librorum Prohibitorum

(congregação do Index); O renascimento

• As manifestações artísticas e a ciência da Idade Moderna também representaram uma grande transformação.

• As condições da sociedade exigiam novas maneiras de interpretação do mundo e pensadores, artistas e cientistas elaboraram novas formas de interpretar sua realidade e modificar as maneiras antigas de expressão do mundo e das coisas.

• Eles tentaram superar de vez a mentalidade medieval, buscando influência nas culturas clássicas da Grécia e de Roma. Por este motivo o movimento passou a ser conhecido como Renascimento.

• Fatores que influenciaram o Renascimento: – Desenvolvimento urbano; – Burguesia e acúmulo de riquezas; – Humanismo:

Individualismo; Racionalismo; Antropocentrismo X Teocentrismo

• Invenção da imprensa por Johannes Guttemberg em 1445;

Fases do Renascimento • TRECENTO (século XIV) • Pensadores que já apresentavam inovações no

pensamento ainda no período medieval. Defendiam a investigação, criticavam o pensamento da Igreja e tinham influência de filósofos greco-romanos.

– Dante Alighieri (1265-1321), autor de A Divina Comédia

– Francesco Petrarca (1304-1374), o “pai do Humanismo”

– Giovanni Boccaccio (1313-1337), autor de Decameron

• QUATTROCENTO (século XV) • Tentativa de aproximação entre arte e ciência,

empregando mais conhecimentos da geometria, da perspectiva, da iluminação. Impulso à pintura em telas de tecidos. A arquitetura da época também mereceu destaque por sua ousadia.

• CINQUECENTO (século XVI) • Período do apogeu renascentista. Principis destaque

nas artes plásticas foram os gênios Leonardo da

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Vinci (1475-1564) e Michelangelo Buonarroti (1483-1520).

• O Renascimento científico – Além das artes, a ciência também passou por importantes transformações. Destacam-se os seguintes cientistas e suas idéias:

• Miguel de Servet (1511-1553)

• Descobriu a “pequena circulação” ou circulação pulmonar

• Francis Bacon (1561-1626) • Método dedutivo: partir de coisas concretas para a

compreensão. Observação e experimentação. • Nicolau Copérnico (1473-1543) • Desenvolveu a teoria heliocêntrica. Sua tese foi

retomada por Giordano Bruno (1548-1600), que foi condenado pela Inquisição por seus estudos científicos.

• Galileu Galilei (1564-1642) • Fundador da Física moderna, chegou a conclusões

semelhantes às de Copérnico e também foi perseguido pela Igreja.

• Johannes Kepler (1571-1630) • Comprovou que as órbitas dos planetas eram

elípticas O mercantilismo

• Essas nações agora centralizadas (Estado Nacional), precisavam planejar sua política econômica.

• Intervenção do Estado na Economia – Controle do estado sobre a produção.

• Metalismo – Política econômica voltada ao acúmulo de metais preciosos.

• Balança comercial favorável – O país deveria mais exportar do que importar.

• Protecionismo alfandegário – Alta carga tributária aos produtos estrangeiros.

• Exploração colonial – As colônias deveriam fornecer matéria-prima (produtos tropicais) e metais preciosos para as metrópoles que, em contrapartida, vendiam produtos manufaturados (pacto colonial).

– Espanha investi no metalismo – Inglaterra investi no comércio marítimo.

As Grandes Navegações e os “descobrimentos” marítimos Antecedentes:

– Colapso do feudalismo – Peste Negra = mortalidade urbana – Guerra dos 100 Anos (1337-1453 = 116 anos) =

calamidade, crise na produção, fome .... – Revoltas camponesas – Resultados: prejuízos ao sistema de produção servil

incentivo à adoção de alternativa

Navegações – Necessidade comercial: ligação entre

Norte e Sul da Europa – Fuga do controle das rotas

mediterrâneas pelos italianos – Apoio: centralização do poder nos

Estados Nacionais – Enfraquecimento da nobreza rural

Pioneirismo ibérico

• Localização privilegiada • Burguesia organizada, centralização do poder • Comércio apoiado pelo Estado • Ciência: estudos náuticos, desenvolvimento

tecnológico... Portugal:

• 1415: conquista de Ceuta, Ilhas Atlânticas (Açores, Madeira...) e Costa Atlântica da África

• Estabelecimento de contatos comerciais, montagem de feitorias, acúmulo de experiência, fortalecimento de comércio de escravos, cristianização

• Escola de Sagres (Infante D. Henrique, O Príncipe Navegador)

• D. João II (1481-1495): intensificação nos investimentos marítimos

Chamamos de mercantilismo o conjunto de medidas econômicas adotadas pelos modernos estados nacionais no período compreendido entre os séculos XV e XVII

Dificuldade - Lendas, superstições e visão da Igreja Católica: Crença num “Paraíso secreto” (Éden), Eldorado, Monstros...

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Espanha:

• Atraso em relação à Portugal = Guerra de Reconquista

• Carência de pessoal qualificado (geógrafos, cartógrafos, navegadores, engenheiros...) = recorreu ao serviço contratado de estrangeiros

• Cristóvão Colombo (Gênova, Itália): 3 expedições ao “Novo Mundo”: 1492, 1493 e 1498 limitação em ilhas caribenhas

• 1499: Américo Vespúcio (Florença, Itália): constatação de que novas terras eram um continente

• 1513: Vasco Balboa: alcance do Oceano Pacífico pelo istmo do Panamá

• 1519: início (pelo português a serviço da Espanha) Fernão de Magalhães da primeira viagem de circunavegação concluída em 1522

O Iluminismo (Séc. XVII - XVIII)

Muitos historiadores buscam a origem desse movimento no Séc. XV em função do Renascimento.

O papel do Iluminismo, foi propor novos valores onde a humanidade caminharia para o progresso, para a liberdade e para felicidade.

As origens...do Iluminismo Tradicionalmente o movimento teve início no século

XVII e desenvolveu-se no século XVIII.

◦ Séc. XVIII – século das luzes ou da Ilustração.

Tratou-se, acima de tudo, de uma nova mentalidade, uma mudança de pensar o mundo e agir.

As primeiras manifestações desse novo modo de pensar ocorreram nos Países Baixos e na Inglaterra, mas, teve seu grande apogeu na França.

A frança do século XVIII...

A distribuição da população era bem diferente da de hoje.

Em todos os países da Europa, cerca de 80% da população viviam no campo.

Numerosa parcela da população exercia diversas funções tais como

Ofícios da população rural – Comerciantes – Artífices: Ferreiro, metalúrgico, carpinteiro,

ceramista, armeiro, moleiro, mineiro, seleiro, trabalhadores das pedreiras da

construção civil, construtores de carroça e carruagens etc.

Absolutismo Durante a Idade Moderna, ocorreu em grande parte

da Europa um processo de fortalecimento das monarquias nacionais...ABSOLUTISMO MONARQUICO.

Luís XIV, rei da França de 1661 a 1715, é a figura mais representativa do monarca absolutista.

O bispo francês Jacques Bossuet, contemporâneo de Luís XIV, dizia que o rei era predestinado por Deus para governar, e seu poder era de origem divina.

O pensamento iluminista No séc. XVII, alguns pensadores continuaram a

afirmar que a razão era o único e legitimo instrumento para se chegar a verdade.

Esses intelectuais estavam em oposição a Igreja e à religião.

Esse método racional permitia a compreensão das leis naturais de um fenomeno.

Vamos analisar os pensadores iluministas: René Descartes(1596-1650), filósofo e matemático

francês, foi o precursor do racionalismo. “o principio cientifico inicial é a dúvida metódica” “Penso logo existo” Francis Bacon(1561-1626), afirmava que a

verdadeira finalidade da ciência era contribuir para o desenvolvimento das condições de vida do ser humano.

– Valorização das experiências e do método indutivo.

– Racionalismo empirista. – Método: observações(particulares) para

chegar a uma verdade ou lei (generalizações).

Jhon Locke (1632-1704). A mente humana seria como uma folha de papel em branco (tabula rasa) a ser preenchido a partir dos primeiros contatos do indivíduo com o mundo exterior.

– Liberalismo político. – Segundo tratado sobre o governo

civil(1689): liberdade, propriedade, felicidade e igualdade.

Iluminismo e as idéias econômicas.

Alguns intelectuais identificavam na política econômica do absolutismo – o mercantilismo – um forte obstáculo para o progresso.

– Fisiocratas : fisio/ natureza e cratos/ poder. – Defendiam a idéia de que somente a terra e

seus produtos eram geradores de riquezas. – A economia mantinha leis próprias e

naturais de funcionamento, que não deveriam ser regulamentadas.

No século XVIII, o LIBERALISMO – conjunto de idéias que defendiam a liberdade individual dentro da sociedade , nos campos da política, da religião, da economia e etc. foi uma das características do Iluminismo.

O trabalho e o acúmulo de capital gera riquezas, portanto seria necessário aumentar a produtividade do trabalho e a acumulação interna de capital.

Adam Smith

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Combate ao antigo regime

Absolutismo monárquico, que protegia a nobreza e mantinha seus privilégios, impedindo o predomínio da burguesia.

poder da igreja, que se baseava em verdades pela fé, contrariando a autonomia da razão.

Debate Quais os principais interesses defendidos pelos

pensadores iluministas? 2. De que forma os pensamentos iluministas iam de

encontro aos anseios da burguesia?

Pensar e fazer 01. (ENEM/2006/AMARELA) Os cruzados avançavam em silêncio, encontrando por todas as partes ossadas humanas, trapos e bandeiras. No meio desse quadro sinistro, não puderam ver, sem estremecer de dor, o acampamento onde Gauthier havia deixado as mulheres e crianças. La, os cristãos tinham sido surpreendidos pelos muçulmanos, mesmo no momento em que os sacerdotes celebravam o sacrifício da Missa. As mulheres, as crianças, os velhos, todos os que a fraqueza ou a doença conservava sob as tendas, perseguidos ate os altares, tinham sido levados para a escravidão ou imolados por um inimigo cruel. A multidão dos cristãos, massacrada naquele lugar, tinha ficado sem sepultura.

J. F. Michaud. História das cruzadas. São Paulo:

Editora das Américas, 1956 (com adaptações).

Foi, de fato, na sexta-feira 22 do tempo de Chaaban, do ano de 492 da Hégira, que os franj* se apossaram da Cidade Santa, após um sitio de 40 dias. Os exilados ainda tremem cada vez que falam nisso, seu olhar se esfria como se eles ainda tivessem diante dos olhos aqueles guerreiros louros, protegidos de armaduras, que espelham pelas ruas o sabre cortante, desembainhado, degolando homens, mulheres e crianças, pilhando as casas, saqueando as mesquitas. *franj = cruzados.

Amin Maalouf. As Cruzadas vistas pelos árabes. 2.ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1989 (com adaptações).

Avalie as seguintes afirmações a respeito dos textos acima, que tratam das Cruzadas. I Os textos referem-se ao mesmo assunto — as Cruzadas, ocorridas no período medieval —, mas apresentam visões distintas sobre a realidade dos conflitos religiosos desse período histórico. II Ambos os textos narram partes de conflitos ocorridos entre cristãos e muçulmanos durante a Idade Media e revelam como a violência contra mulheres e crianças era pratica comum entre adversários. III Ambos narram conflitos ocorridos durante as Cruzadas medievais e revelam como as disputas dessa época, apesar de ter havido alguns confrontos militares, foram resolvidas com base na ideia do respeito e da tolerância cultural e religiosa. E correto apenas o que se afirma em

a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III

02. (PSC/2003/1etapa) No século XVI, a Espanha extraiu

toneladas de metais preciosos das minas do Peru e do México, às custas da mão-de-obra indígena, justificando-a pelo fornecimento de proteção, assistência material e educação cristã. Este sistema de trabalho chamou-se:

a) Encomienda b) Mita c) Chapetone d) Cabildo e) Escambo.

03. “Quando no século XVIII, por razões conjunturais, a

Inglaterra resolveu apertar as rédeas e aplicar de fato os princípios mercantilistas às suas colônias norte-americanas, defrontou-se com a oposição de quase todas as camadas sociais ali existentes (...)” (FALCON, Francisco & Moura, Gerson. A Formação do Mundo Contemporâneo. 14ª ed. Rio de Janeiro, Ed.Campus)

Assinale a alternativa que esclarece corretamente o texto acima:

Para melhorar o seu desempenho na resolução de cada questão do Enem siga primeiramente as dicas abaixo: 1) Identifique o tema central dessa questão e relacione os conhecimentos necessários para sua resolução. 2) Respire fundo, depois faça uma pesquisa sobre o tema tratado na questão 3) Responda a questão proposta pelo teste Você não deve esquecer que as questões do ENEM são antes de tudo um exercício de leitura por isso aproveite essa lista de exercício para treinar sua interpretação

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a) Dois dos princípios mercantilistas aplicados pela Inglaterra foram a Doutrina Monroe e o New Deal.

b) O principal objetivo inglês era por fim à disputa nas colônias entre o norte industrializado e o sul agrário.

c) Sociedade colonial e metrópole sempre estiveram em conflito devido à permanente intolerância inglesa com o comércio praticado por suas colônias.

d) Uma das razões conjunturais foi a situação financeira inglesa após a vitória contra a França na Guerra dos Sete Anos.

e) A conseqüência imediata da atitude inglesa foi a deflagração da Guerra de Secessão seguida pela independência das 13 colônias.

04. “Só para se ter uma idéia (...) Em 1820, a produção de

uma única mule (fiandeira intermitente) controlada por uma criança equivalia a duzentas rodas de fiar, e um trabalhador podia controlar, sozinho, vários teares movidos a vapor (...)” [IANNINE, Roberto A. A Revolução Industrial. São Paulo:Moderna, 1992. (Coleção Polêmica)]

Dentre as alternativas abaixo, qual a que não contêm fatores que foram precondições para que, na Inglaterra do século XVIII, ocorresse, pioneiramente, o aumento extraordinário de produtividade descrito no texto acima.

a) Fusão de indústrias e bancos. b) Acumulação de capitais. c) Liberação de mão-de-obra. d) Aperfeiçoamento das técnicas. e) Ampliação dos mercados.

05. (ENEM/2006/AMARELA) O que chamamos de corte principesca era, essencialmente, o palácio do príncipe. Os músicos eram tão indispensáveis nesses grandes palácios quanto os pasteleiros, os cozinheiros e os criados. Eles eram o que se chamava, um tanto pejorativamente, de criados de libré. A maior parte dos músicos ficava satisfeita quando tinha garantida a subsistência, como acontecia com as outras pessoas de classe média na corte; entre os que não se satisfaziam, estava o pai de Mozart. Mas ele também se curvou as circunstancias a que não podia escapar. Norbert Elias. Mozart: sociologia de um gênio. Ed. Jorge Zahar, 1995, p. 18 (com adaptações).

Considerando-se que a sociedade do Antigo Regime dividia-se tradicionalmente em estamentos: nobreza, clero e 3.° Estado, e correto afirmar que o autor do texto, ao fazer referencia a “classe média”, descreve a sociedade utilizando a noção posterior de classe social a fim de

a) aproximar da nobreza cortesã a condição de classe dos músicos, que pertenciam ao 3.° Estado.

b) destacar a consciência de classe que possuíam os músicos, ao contrario dos demais trabalhadores manuais.

c) indicar que os músicos se encontravam na mesma situacao que os demais membros do 3.° Estado.

d) distinguir, dentro do 3.° Estado, as condições em que viviam os “criados de libre” e os camponeses.

e) comprovar a existência, no interior da corte, de uma luta de classes entre os trabalhadores manuais.

06. (ENEM/2007/ROSA) Em 4 de julho de 1776, as treze colônias que vieram inicialmente a constituir os Estados Unidos da América (EUA) declaravam sua independência e justificavam a ruptura do Pacto Colonial. Em palavras profundamente subversivas para a época, afirmavam a igualdade dos homens e apregoavam como seus direitos inalienáveis: o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. Afirmavam que o poder dos governantes, aos quais cabia a defesa daqueles direitos, derivava dos governados. Esses conceitos revolucionários que ecoavam o Iluminismo foram retomados com maior vigor e amplitude treze anos mais tarde, em 1789, na França.

Emília Viotti da Costa. Apresentação da coleção. In: Wladimir Pomar.

Revolução Chinesa. São Paulo: UNESP, 2003 (com adaptações).

Considerando o texto acima, acerca da independência dos EUA e da Revolução Francesa, assinale a opção correta.

A) A independência dos EUA e a Revolução Francesa integravam o mesmo contexto histórico, mas se baseavam em princípios e ideais opostos.

B) O processo revolucionário francês identificou-se com o movimento de independência norte-americana no apoio ao absolutismo esclarecido.

C) Tanto nos EUA quanto na França, as teses iluministas sustentavam a luta pelo reconhecimento dos direitos considerados essenciais à dignidade humana.

D) Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu forte influência no desencadeamento da independência norte-americana.

E) Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa abriu o caminho para as independências das colônias ibéricas situadas na América.

07. (ENEM/2006/AMARELA) No principio do século XVII, era bem insignificante e quase miserável a Vila de São Paulo. João de Laet davalhe 200 habitantes, entre portugueses e mestiços, em 100 casas; a Camara, em 1606, informava que eram 190 os moradores, dos quais 65 andavam homiziados*. *homiziados: escondidos da justiça

Nelson Werneck Sodré. Formação histórica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1964.

Na época da invasão holandesa, Olinda era a capital e a cidade mais rica de Pernambuco. Cerca de 10% da população, calculada em aproximadamente 2.000 pessoas, dedicavam-se ao comercio, com o qual muita gente fazia fortuna. Cronistas da época afirmavam que os habitantes ricos de Olinda viviam no maior luxo.

Hildegard Féist. Pequena história do Brasil holandês. São Paulo: Moderna, 1998 (com adaptações).

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Os textos acima retratam, respectivamente, São Paulo e Olinda no inicio do século XVII, quando Olinda era maior e mais rica. São Paulo e, atualmente, a maior metrópole brasileira e uma das maiores do planeta. Essa mudança deveu-se, essencialmente, ao seguinte fator econômico:

a) maior desenvolvimento do cultivo da cana-de-açúcar no planalto de Piratininga do que na Zona da Mata Nordestina.

b) atraso no desenvolvimento econômico da região de Olinda e Recife, associado a escravidão, inexistente em São Paulo.

c) avanço da construção naval em Sao Paulo, favorecido pelo comercio dessa cidade com as Índias.

d) desenvolvimento sucessivo da economia mineradora, cafeicultora e industrial no Sudeste.

e) destruição do sistema produtivo de algodão em Pernambuco quando da ocupação holandesa.

08. (ENEM/2011/AZUL) Em geral, os nossos tupinambás ficam bem admirados ao ver os franceses e os outros dos países longínquos terem tanto trabalho para buscar o seu arabotã, isto e, pau-brasil. Houve uma vez um ancião da tribo que me fez esta pergunta: “Por que vindes vos outros, mairs e perós (franceses e portugueses), buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra?”

LERY, J. Viagem a Terra do Brasil. In: FERNANDES, F. Mudanças Sociais no Brasil. Sao Paulo: Difel, 1974.

O viajante francês Jean de Lery (1534-1611) reproduz um dialogo travado, em 1557, com um ancião tupinambá, o qual demonstra uma diferença entre a sociedade europeia e a indígena no sentido

A) do destino dado ao produto do trabalho nos seus sistemas culturais.

B) da preocupação com a preservação dos recursos ambientais.

C) do interesse de ambas em uma exploração comercial mais lucrativa do pau-brasil.

D) da curiosidade, reverencia e abertura cultural recíprocas.

E) da preocupação com o armazenamento de madeira para os períodos de inverno.

09. (ENEM/2011/AZUL) O açúcar e suas técnicas de produção foram levados a Europa pelos árabes no século VIII, durante a Idade Media, mas foi principalmente a partir das Cruzadas (séculos XI e XIII) que a sua procura foi aumentando. Nessa época passou a ser importado do Oriente Médio e produzido em pequena escala no sul da Itália, mas continuou a ser um produto de luxo, extremamente caro, chegando a figurar nos dotes de princesas casadoiras

CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil (1681-1716). Sao Paulo: Atual, 1996.

Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o açúcar foi o produto escolhido por Portugal para dar inicio a colonização brasileira, em virtude de

A) o lucro obtido com o seu comercio ser muito vantajoso.

B) os árabes serem aliados históricos dos portugueses. C) a mão de obra necessária para o cultivo ser

insuficiente D) as feitorias africanas facilitarem a comercialização

desse produto. E) os nativos da America dominarem uma técnica de

cultivo semelhante. 10. (ENEM/2007/ROSA) A identidade negra não surge da tomada de consciência de uma diferença de pigmentação ou de uma diferença biológica entre populações negras e brancas e(ou) negras e amarelas. Ela resulta de um longo processo histórico que começa com o descobrimento, no século XV, do continente africano e de seus habitantes pelos navegadores portugueses, descobrimento esse que abriu o caminho às relações mercantilistas com a África, ao tráfico negreiro, à escravidão e, enfim, à colonização do continente africano e de seus povos. K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a

identidade negra no Brasil. In: Diversidade na educação: reflexões e experiências.

Brasília: SEMTEC/MEC, 2003, p. 37. Com relação ao assunto tratado no texto acima, é correto afirmar que

a) a colonização da África pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente.

b) a existência de lucrativo comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse continente.

c) o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início da escravidão no Brasil.

d) a exploração da África decorreu do movimento de expansão européia do início da Idade Moderna.

e) a colonização da África antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa.

11. (ENEM/2011/AZUL) Embora o Brasil seja signatário de convenções e tratados internacionais contra a tortura e tenha incorporado em seu ordenamento jurídico uma lei tipificando o crime, ele continua a ocorrer em larga escala. Mesmo que a lei que tipifica a tortura esteja vigente desde 1997, ate o ano 2000 não se conhece nenhum caso de condenação de torturadores julgado em ultima instancia, embora tenham sido registrados nesse período centenas de casos, alem de numerosos outros presumíveis, mas não registrados.

Disponível em: http://www.dhnet.org.br. Acesso em: 16 jun. 2010 (adaptado).

O texto destaca a questão da tortura no pais, apontando que

Page 9: Apostila sobre os estados nacionais modernos

Modernidade: um período de transição

____________________________________________________________________________ De olho no vestibular Jonas Araújo Pereira Júnior

[Escolha a data]

A) a justiça brasileira, por meio de tratados e leis, tem conseguido inibir e, inclusive, extinguir a pratica da tortura.

B) a existência da lei não basta como garantia de justiça para as vitimas e testemunhas dos casos de tortura.

C) as denúncias anônimas dificultam a ação das autoridades impedindo que torturadores sejam reconhecidos e identificados pelo crime, legitima a impunidade.

D) a falta de registro da tortura por parte das autoridades policiais, em razão do desconhecimento da tortura como crime, legitima a impunidade.

E) a justiça tem esbarrado na precária existência de jurisprudência a respeito da tortura, o que a impede de atuar nesses casos.

12. (ENEM/2011/AZUL) A Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, inclui no currículo dos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, a obrigatoriedade do ensino sobre Historia e Cultura Afro-Brasileira e determina que o conteúdo programático incluirá o estudo da Historia da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes a Historia do Brasil, alem de instituir, no calendário escolar, o dia 20 de novembro como data comemorativa do “Dia da Consciência Negra”. Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2010

(adaptado).

A referida lei representa um avanço não só para a educação nacional, mas também para a sociedade brasileira, porque

A) legitima o ensino das ciências humanas nas escolas. B) divulga conhecimentos para a população afro-

brasileira. C) reforça a concepção etnocêntrica sobre a África e

sua cultura. D) garante aos afrodescendentes a igualdade no acesso

a educação. E) impulsiona o reconhecimento da pluralidade

etnicoracial do pais.

13. (ENEM/2011/AZUL) TEXTO I A ação democrática consiste em todos tomarem parte do processo decisório sobre aquilo que terá consequência na vida de toda coletividade.

GALLO, S. et al. Ética e Cidadania. Caminhos da Filosofia. Campinas: Papirus, 1997 (adaptado).

TEXTO II E necessário que haja liberdade de expressão, Fiscalização sobre órgãos governamentais e acesso por parte da população as informações trazidas a publico pela imprensa. Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso

em: 24 abr. 2010.

Partindo da perspectiva de democracia apresentada no Texto I, os meios de comunicação, de acordo com o Texto II, assumem um papel relevante na sociedade por

A) orientarem os cidadãos na compra dos bens necessários a sua sobrevivência e bem-estar.

B) fornecerem informações que fomentam o debate político na esfera pública.

C) apresentarem aos cidadãos e versão oficial dos fatos.

D) propiciarem o entretenimento, aspecto relevante para conscientização política.

E) promoverem a unidade cultural, por meio das transmissões esportivas.

14. (ENEM/2011/AZUL) Na década de 1990, os movimentos sociais camponeses e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos. Na sociedade brasileira, a ação dos movimentos sociais vem construindo lentamente um conjunto de praticas democráticas no interior das escolas, das comunidades, dos grupos organizados e na interface da sociedade civil com o Estado. O dialogo, o confronto e o conflito têm sido os motores no processo de construção democrática.

SOUZA, M. A. Movimentos sociais no Brasil contemporâneo: participação e possibilidades das

praticas democráticas. Disponível em: http://www.ces.uc.pt. Acesso em: 30 abr. 2010 (adaptado).

Segundo o texto, os movimentos sociais contribuem para o processo de construção democrática, porque

A) determinam o papel do Estado nas transformações socioeconômicas.

B) aumentam o clima de tensão social na sociedade civil.

C) pressionam o Estado para o atendimento das demandas da sociedade.

D) privilegiam determinadas parcelas da sociedade em detrimento das demais.

E) propiciam a adoção de valores éticos pelos órgãos do Estado.

Referência Bibliográfica

http://historiacomfarinha.blogspot.com.br http://canelicha.blogspot.com.br/2010_10_01_

archive.html MACHADO, Ronilde Rocha. História: Ensino

Médio, 1º Série. Brasília: CIB – Cisbrasil, 2005. MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao

terceiro milênio. 1 ed. – São Paulo: Moderna, 2005.

http://umolharsobreomundodasartes.blogspot.com

http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/