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  • 7/30/2019 Apostila+Ttulos+de+Crdito

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    TTULOS DE CRDITO PARTE GERAL

    1 - CONCEITO:Definio clebre formulada por Vivante: "Ttulo de crdito o documento necessriopara o exerccio do direito, literal e autnomo nele mencionado".Obs. Art. 887 do novo Cdigo Civil: O ttulo de crdito, documento necessrio ao

    exerccio do direito literal e autnomo nele contido, somente produz efeito quandopreencha os requisitos da lei.

    2 CARACTERSTICAS OU PRINCPIOS:A) Cartularidade: o ttulo de crdito se assenta numa crtula (papel ou documentonecessrio para o exerccio do direito resultante do crdito que a crtula representa). essencial a exibio do documento, acarretando como conseqncia prtica anecessidade da crtula em original para ingressar nas vias executivas, bem como parapromover o requerimento falimentar, baseado na impontualidade de pagamento de dvidarepresentada por um ttulo de crdito, no aceitando, cpia xerox, nem mesmoautenticada.

    B) Literalidade: consiste no fato de valer no ttulo apenas o que nele est escrito e,conseqentemente, o que nele no est escrito, no pode ser alegado, limitando destaforma os direitos e as obrigaes ali incorporados.Obs. Uma obrigao, por exemplo, de aval, expressa em documento separado, ao ttulono se integra.

    C) Autonomia: relativa s obrigaes assumidas e no a sua causa. Trata - se de umadas maiores garantias dos ttulos de crdito, capaz de promover, com segurana, acirculao dos direitos emergentes dos ttulos. Cada obrigao que deriva do ttulo autnoma em relao as demais, por conseguinte a invalidade de uma obrigao noinvalida as outras. As obrigaes constantes do ttulo so sempre obrigaes internas,cartulares ou cambirias, a saber, aval, endosso e aceite. Ver art. 32 da LUG (LeiUniforme de Genebra, mas precisamente, Lei Uniforme relativa s Letra de Cmbio eNotas Promissrias - Decreto 57.663/66 ).Obs. A independncia a extenso da autonomia "cada qual se obriga por si e respondepelo cumprimento da obrigao contrada".

    Pergunta-se:I - Como so assumidas as obrigaes nos ttulos de crdito?II - Como se denomina o instrumento que serve para transmitir o ttulo de uma pessoa

    para outra? Quem faz uso deste instrumento tambm se obriga pelo pagamento dottulo ?III Qual a tripla funo do endosso?IV - Diante da caracterstica sob comento, distinguir aval de fiana.Obs. SOBRE AVAL VER: art. 897 e nico, 898 e c/c 1647 III, 889 a 900 do novoCdigo Civil. Clusula proibitiva de endosso Art. 890 do Cdigo Civil.

    D) Abstrao: esta caracterstica correlaciona-se com a causa originria do ttulo decrdito e de ndole inessncial, haja vista que a obrigao abstrata ocorre apenasquando o ttulo est em circulao, mais precisamente, quando o ttulo circula atravs doendosso, quando se pe em relao duas pessoas que no contrataram entre si,

    encontrando-se contrapostas apenas em virtude do ttulo.Obs. I - Abstrao Autonomia

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    Obs. II - H ttulos de crdito causais, onde a causa pode e deve ser alegada (cheque,nota promissria, pro solvendo). A jurisprudncia vem entendendo que se o ttulo causal, mesmo em sendo endossado, de boa f, a causa pode ser discutida. Logo, omesmo no ganha abstrao.Obs. III - Observe-se, entretanto, que, de regra, aps o endosso, os ttulos tornam-seabstratos, excetuada hiptese de endosso de m-f e dos ttulos causais, como se disse

    acima).Ex: Nota Promissria entre as partes - pro solvendo - ttulo causalNota Promissria que circulou , por endosso de boa f- - pro soluto - ttulo abstrato.Nota Promissria causal mesmo sendo endossada de boa-f ttulo no abstrato

    ttulo causal.

    E) Formalismo: o ttulo de crdito formal por isso indispensvel se torna que odocumento se revista de certas exigncias impostas pela lei para que tenha a natureza dettulo de crdito e assegure ao portador os direitos incorporados no mesmo. Cada espciede ttulo possui uma forma prpria que se obtm atravs do cumprimento de requisitosexpressamente enumerados na lei regente do mesmo. Se faltar, ao menos um daqueles

    requisitos considerados essenciais, o escrito no ter valor de ttulo de crdito. Trata-sedo denominado rigor cambirio.

    F) Circulao: finalidade precpua dos ttulos de crdito, uma vez que a existncia destesse justifica para facilitar as operaes de crdito e a transmisso dos direitos nelesincorporados. Esta transmisso se d regularmente pela tradio ou pelo endosso, aterceiro de boa f, tendo poder liberatrio de moeda. As modalidades que se revestemesses ttulos, quanto a circulao so ordem (ver arts. 910 a 920 do novo Cdigo Civil)ou ao portador (ver arts. 904 a 909 do Cdigo Civil).Art. 893 do novo Cdigo Civil A transferncia do ttulo de crdito implica a de todos osdireitos que lhe so inerentes.Pergunta-se: Para maior segurana do portador melhor que o ttulo circule, por endosso,muito ou pouco?

    G) Fora executiva: confere ao ttulo de crdito o direito s vias executivas, consideradosque so, como ttulos executivos extrajudiciais. Obs. 1 - ver art. 585 e 586 do C.P.C.

    3 - DA INOPONIBILIDADE DAS EXCEES PESSOAIS:Este um princpio resultante dos conceitos, j expostos, da autonomia e da abstraodas relaes cartulares, trata-se apenas de um aspecto processual desses princpios. Otema em questo est consagrado em algumas normas legais, dentre elas, o art. 906 do

    Cdigo Civil; o art. 51 do Decreto n 2.044/1908; na Lei Uniforme de Genebra (Decreto n57.663/66), art. 17 e na Lei 7.357/85, art. 25.

    Desse princpio extrai-se que:

    3.1- O objetivo do presente princpio a garantia do 3 de boa f, adquirente do ttulo decrdito, constituindo a mais importante afirmao do direito moderno em favor dasegurana, da circulao e negociabilidade dos ttulos de crdito.

    3.2- As excees pessoais s podem ser opostas entre os envolvidos na relao pessoaldireta, entre o subscritor, ou transmitente do ttulo, e o novo portador.

    3.3- O emissor pode opor a seu credor direto as excees de direito pessoal que contraele tiver, tais como, por exemplo, a circunstncia de j lhe ter efetuado o pagamento do

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    mesmo ttulo, ou pretender compens-lo com crdito que contra ele possuir. Mas, se omesmo ttulo houver sado das mos do credor direto e for apresentado por terceiro, queesteja de boa f, j nenhuma exceo de defesa ou oposio, poder usar o devedorcontra o novo credor, baseado na relao pessoal anterior, que no lhe diz respeito.

    3.4- Podem ser opostas a qualquer portador os vcios formais ou a falta de requisito

    necessrio ao exerccio da ao, em prestgio ao rigor cambirio.

    3.5- Apenas uma exceo comporta a regra: quando h m-f, por parte do portador, aoadquirir o ttulo com finalidade de prejudicar o devedor. Da dizer a lei que a regra vigora"a menos que o portador, ao adquirir a letra, tenha procedido conscientemente emdetrimento do devedor", o que estatui o art. 17 da LUG, in fine.Configura-se a m-fe na aquisio do ttulo com o propsito de prejudicar o devedor,facultando, ento, a lei, a oposio de exceo que teria contra o portador anterior.

    DOS TTULOS EM ESPCIE

    CHEQUE1- CONCEITO:"Ordem de pagamento vista dada a um banco ou instituio assemelhada, por algumque tem fundos disponveis no mesmo, em favor do prprio ou de terceiro." (FranMartins).

    2 REGULAMENTAO LEGAL:O ttulo em anlise regulamenta-se pela Lei n 7357 de 02 de setembro de 1985 esubsidiariamente pela Lei Uniforme do Cheque, inserida em nosso Direito pelo Decreto n57.595, de 07 de janeiro de 1966, que intentou uniformizar internacionalmente o Direitoem matria de cheque.Registre-se a observao de Fran Martins de que: "A nova lei do Cheque, n 7357, narealidade uma consolidao dos princpios da Lei Uniforme sobre o cheque e das leis queanteriormente regularam esse ttulo, notadamente a Lei n 2591/12.A nova Lei do Cheque substitui a Lei Uniforme e vigora desde o dia 03 de setembro de1985." A Lei n 7357/85 remete os conflitos de leis nesta matria, Conveno (Decreton 57.595/66).Anote-se que em 15.09.94, houve a promulgao da Conveno Interamericana sobreconflitos de leis em matria de cheques, consubstanciada no Dec. n 1.240, de 16.09.94.

    Frise-se, ainda, que o cheque tambm regulado pelas resolues e circularesemanadas pelo Banco Central.

    3- FIGURAS: sacador ou emitente sacado (instituio financeira) beneficirio ou tomador - a favor de quem a ordem dada (sacador ou terceiro).

    OBS.: Pode surgir ainda avalistas e endossante.Os que sustentam ser o cheque um instrumento de pagamento, dizem que estedocumento se ordena o pagamento, mas, na realidade, no se efetua o mesmo, pois, ocheque no representa moeda.

    4- Cheque pr ou ps datado (arts. 1, inciso V e 32 da Lei n 7357/85 e art. 28 alnea 2da LU).

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    b) Deve-se, entretanto, entender por assinatura todo e qualquer sinal material, que sirvaparaidentificar nos papis ou ttulos, a pessoa daquele que a ape.

    c) Admite-se a assinatura por chancela mecnica que obedece s determinaes da

    Resoluo n 74 do Banco do Brasil.

    d) Pode o cheque ser emitido por mandatrio, contendo o mandato poderes expressos eespeciais para tanto. (Ver art. 14 da Lei n 7357/85 e 11 da Lei Uniforme).

    e) A assinatura falsa no invalida o ttulo, abrange-se neste raciocnio tambm afalsificada, entendendo-se como assinatura falsa a que no autntica e a falsificadaaquela obtida por meio de acrscimos, cancelamentos, ou modificaes de umaassinatura autntica. (Ver art. 13 da Lei n 7357/85).

    10- ENDOSSO:

    Primeiramente confrontar art. 890 do C. Civil com art. 17 1 da Lei 7357/85. Caberessaltar tambm que a Lei n 8021 de 12 de abril de 1990, proibiu a emisso de ttulosao portador, e os nominativos endossveis (art. 2 inciso II).A finalidade desta prescrio legal foi a de identificar os contribuintes para efeitos fiscais,e no a de abolir os ttulos de crdito ou suprimir a sua circulao.Por conseguinte, parece que, para fins fiscais, a transmisso dos ttulos de crdito deveroperar-se somente por endosso em preto ou pleno, ou seja, registrando-se no ttulo onome do beneficirio, afastada a possibilidade de utilizao do endosso em branco.O endosso parcial considerado nulo, nos termos do 1 do art. 18 da Lei n 7357/85 eart. 912 nico do C.Civil). Este instrumento a forma natural e tpica de transmisso datitularidade integral do cheque ao endossatrio (art. 20 da Lei n 7357/85).A Lei pode, entretanto, cercear a transmisso do ttulo, e, assim o faz, de duas maneiras.A uma, prevista expressamente no art. 17 e 1 da Lei n 7357/85, quando estabeleceuma forma de tornar o cheque inegocivel, ab initio, no sentido cambirio, admitindo suatransmisso na forma e efeitos de cesso civil. (arts. 286 e segts. do Cdigo Civil). Aduas, em estipulao impeditiva de novo endosso, nos termos do art. 21 da Lei n7357/85).Firme-se que o endosso (salvo quele firmado de m-f), possui funo criadora epurificadora, dos defeitos ou vcios anteriores. Verifica-se, entretanto, na hiptesesupramencionada, de cesso, a ausncia desta influncia purificadora diante do quedispe o art. 294 do Cdigo Civil, onde se verifica que o devedor pode opor tanto ao

    cessionrio como ao cedente, as excees que lhe competirem no momento da cesso,mas no pode opor ao cessionrio de boa-f a simulao do cedente.Em sntese, a posio do endossatrio , em tese, mais segura que a do cessionrio porestar sujeita apenas s excees pessoais. Na cesso as excees se ampliam mais e osvcios se comunicam com maior elasticidade.Temos vrias espcies de endosso, o endosso-mandato (art. 26 da Lei n 7357/85; oendosso cauo ou pignoratcio, pelo qual se transmite a posse do cheque como garantiadopagamento da obrigao subjacente.

    11- AVAL:

    Garantia tpica de natureza cambiria para a hiptese de no pagamento do ttulo, deutilizao corrente na letra de cmbio e na nota promissria, todavia, excepcional nocheque, regulamentada nos arts. 29 e segts. da Lei n 7357/85. H previso expressa de

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    que o aval pode ser concedido no todo ou em parte, denominando-se este ltimo de avalparcial, admitindo-se, por conseguinte, avais superpostos, considerados simultneos eno sucessivos. Confrontar art. 897 nico do C.C. o qual veda o aval parcial.

    12 - PROTESTO: ato formal, solene, que certifica a apresentao do cheque ao sacado e a sua recusa

    em liquid-lo. Afirma Paulo Lacerda que "o instrumento do protesto tem duplo carter: deregistro, que fixa, definitivamente, o teor do cheque na sua integralidade, e de prova dainterpelao exigida na disciplina do instituto."Obs. ver art. 50 da Lei n 7357/85 (dispensa de protesto) X art. 890 do C. Civil.

    14 -DA APRESENTAO DO TTULO ( PRAZO DECADENCIAL) E DA PRESCRIODODIREITO AO EXECUTIVA:Em sendo o cheque considerado como ttulo executivo extrajudicial, nos termos do art.585 I do Estatuto Processual Civil, necessrio firmar que a ao executiva s poder sermovida pelo portador, que no for pago, tenha ou no feito a apresentao tempestiva ao

    sacado, e,tirado, na falta de pagamento, o respectivo protesto.Trata-se de prazo prescricional pois o mesmo determinado e fixado para o exerccio dodireito de ao , no havendo por conseguinte como confundi-lo com prazo decadencialporque no se vislumbra in casu, o perecimento do direito material, podendo este ser,inclusive, exercitado por outras vias, como apontado anteriormente, bem como, pela aoMonitria.( art. 206 3 inc. VIII do C. Civil prazo de 3 anos)O prazo decadencial que firma a Lei aquele para a apresentao do cheque ao sacado,ou seja, 30 dias, se emitido na praa onde tiver de ser pago, ou, 60 dias quando em outrapraa.A falta de apresentao do cheque dentro dos prazos avenados no acarreta adecadncia do direito exercitvel na execuo, em face do emitente e seus avalistas, masapenas, contra os endossantes e os avalistas destes. (art. 47 da Lei n 7357/85).Obs. Ver arts. 59 a 62 da Lei n 7357/85.A contra ordem de pagamento do cheque possvel depois de expirado o prazo para asua apresentao, desde que o emitente d cincia ao sacado das razes motivadoras doato por carta ou por via judicial, ou ainda por via extrajudicial.Durante o perodo de apresentao o emitente pode sustar o pagamento do cheque,manifestando ao sacado, razes relevantes, e a este no cabe julgar a relevncia dasrazesesposadas.

    NOTA PROMISSRIA1 - CONCEITO:" Entende-se por nota promissria a promessa de pagamento de certa soma em dinheiro,feita, por escrito por uma pessoa, em favor de outra ou sua ordem. "( Fran Martins).

    2 - REGULAMENTAO:Primeiramente aplica-se a Lei Uniforme de Genebra, ressaltando-se que em apenso aoDecreto n 57.663, de 24 de janeiro de 1966, encontramos o Anexo I e o Anexo II daConveno sobre a letra de cmbio e a nota promissria. O Anexo I a prpria LeiUniforme e o Anexo II a lista das reservas ou ressalvas, que modificam ou excluem.

    Maximilianus Cludio Amrico Fhrer , sintetizou muito bem a forma de utilizao doDecreto em questo e o fez, como retratamos abaixo, in verbis: "A primeira providncia do

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    intrprete riscar os arts. 1 , 4, 8, 11, 12, 14, 18, 21, 22 e 23 do Anexo II, porque essasreservas nointeressaram ao Brasil, como se v no item 1 do Decreto 57.663/66.A redao do item 1 do Decreto 57.663/66 reconhecida defeituosa. Onde se l "comreserva aos artigos tais do Anexo II", leia-se "com reserva dos artigos tais do Anexo II". Ainterpretao literal, sem a necessria correo, faria supor a existncia de reservas das

    reservas, o que um contra senso.O Decreto promulgou portanto a Lei Uniforme (Anexo I), com as reservas dos arts. 2 - 3 -5 - 6 - 7 - 9 - 10 - 13 - 15 - 16 - 17 - 19 - e 20 do Anexo II.Das 23 reservas oferecidas, o Brasil adotou apenas 13. O Anexo I deve ser conjugadocom os arts. no riscados do Anexo II. Cada vez que examinarmos um artigo da LeiUniforme (Anexo I), teremos que verificar necessariamente se ele no foi derrogado ou,modificado poralgum dos 13 artigos restantes do Anexo II (lista das reservas). Ao conjugar o Anexo Icom o Anexo II, devemos seguir os seguintes princpios :

    1 - Se o Anexo II nada disser, valer o que ficou dito no Anexo I.

    2 - Havendo reserva derrogatria no Anexo II, cancela-se a disposio do Anexo I, e sesubstitui a mesma pela norma correspondente da lei cambial brasileira (Decreto 2.044) oupor outra lei interna pertinente.3 - Mas, se apesar da reserva, no houver lei brasileira para a substituio, permanecervlida a regra do Anexo I.Esses princpios simplificados e esquematizados baseiam-se nas teses vencedoras domestre Antnio Mercado Jnior. ...Em sntese, o manuseio da Lei Uniforme obriga o interessado a dar os seguintes passos:a) riscar do Anexo II as reservas no anotadas;b) anotar ao lado de cada reserva restante a regra correspondente da nossa lei cambialinterna;c) anotar ao lado de cada artigo do Anexo I a eventual reserva existente no Anexo II;d) iniciar ento o estudo da Lei Uniforme (Anexo I), verificando sempre as reservas doAnexo II e o reenvio s normas internas brasileiras."

    3 - NATUREZA JURDICA:Trata-se de promessa de pagamento ( art. 54 do Decreto n 2044/08 em posio diversaao art. 1 do mesma lei).

    4 - FIGURAS:a) sacador, emitente ou subscritor.

    b) tomador ou beneficirioObs. I - Diferentemente da letra de cmbio que possui as seguintes figuras:* sacador (que d a ordem, emite a letra)* tomador ou beneficirio* sacado (pessoa designada para cumpri-la)Obs. II - Por conseguinte, temos na nota promissria, uma promessa de pagamento ondeo emitente o responsvel principal por seu pagamento, enquanto que na letra, sendoesta, uma ordem de pagamento, no se tem a certeza, na emisso, se o sacado cumprirou no essa determinao do sacador.

    5 - DA NOTA PROMISSRIA COMO TTULO DE CRDITO

    Figura a nota promissria como exemplo, ao lado da letra de cmbio, como ttulo decrdito prprio, tpico, puro e genuno, sendo estes, os mais perfeitos papis cartulares.Por conseguinte, pode-se afirmar que a nota promissria, bem como, a letra de cmbio,

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    encerra uma verdadeira operao de crdito, subordinando a sua existncia confianaque inspiram os que deles participam.H preponderncia do elemento pessoal, j que baseada na confiana que merecem osseus participantes, que a sua circulao se faz com maior ou menor facilidade.

    6 - DOS REQUISITOS LEGAIS:

    Como ttulo formal, do mesmo modo que a letra de cmbio, e, em face do rigor cambirio,e ainda diante do Princpio da literalidade, deve a nota promissria observar os requisitoslegais para valer como tal, ressalvadas as excees expressas a esta regra geral.Obs. Ver arts. 76, 1 alnea da LUG, Decreto n 57.663/66, equivalente ao 4 do art.54da lei brasileira).

    Por conseguinte dividem-se os requisitos em:

    a) Essenciais:* a denominao "nota promissria" inserta no prprio texto do ttulo e expressa na lnguaempregada para a redao desse ttulo.

    * a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada.* o nome da pessoa a quem ou ordem de quem deve ser paga.* a assinatura de quem passa a nota promissria (subscritor).

    b) Inessenciais:* a poca do pagamento.* a indicao da data em que e do lugar onde a nota promissria passada.

    7 - PROMISSRIA LIGADA A UM CONTRATO- AO CAUSAL:A nota promissria como ttulo de crdito puro e prprio que , encerra um direitoabstrato, desprendendo-se do ttulo a causa originria, podendo por conseguinte, oportador, vencidoe no pago o ttulo, executar o emitente, baseado exclusivamente no ttulo.Acontece que s vezes h vinculao de notas promissrias a um contrato original,ficando, nesta hiptese o ttulo preso ao cumprimento do pactuado, como condio para aperfeio do instrumento contratual (pro solvendo).Nos casos acima mencionados admissvel que o devedor oponha-se ao pagamentopelo no cumprimento do contrato, podendo invocar em defesa a causa da obrigao, ouseja, o contrato. Garante-se ao devedor, na hiptese de inadimplemento contratual porparte do credor, o no pagamento da nota promissria, em prestgio ao princpio que vedao enriquecimento indevido. Entendimento este, largamente aceito pela jurisprudncia e

    pela doutrina dominante.8- PRESCRIO:Arts. 52 e 53 do Decreto 2044/1908 5 anos; Arts. 70 e 77 do Dec. 57.663/1966 3 anos;

    DUPLICATA:Conceito: Duplicata mercantil um ttulo de crdito causal, proveniente de um contrato aprazo de compra e venda mercantil, facultativamente emitido pelo vendedor contra ocomprador, que corporifica o crdito resultante do contrato celebrado. Amaury Campinho. um ttulo de crdito de natureza mercantil, facultativamente emitido pelo vendedor (ouprestador de servios) na compra e venda a prazo.

    Em se tratando de pagamento em parcela, pode constituir-se em:*duplicata nica, fazendo expressa meno s prestaes e respectivos vencimentos;

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    *duplicata em srie, destacando-se o nmero de ordem. (Amador Paes de Almeida).Ver art. 2, 3 da Lei n 5.474/68.A duplicata um saque representativo de um negcio preexistente, comprobatrio deuma compra e venda mercantil, constante de fatura discriminada a que elacorresponde(RT 307/283).Num enunciado simples, pode ser conceituada como ttulo de crdito que emerge de uma

    compra e venda mercantil ou da prestao de servios, na forma do que dispe os arts.2e 20 da Lei n 5.474/68.Regulamentao legal:Lei n 5,.474 de 18 de julho de 1986, com as alteraes decorrentes do Decreto-Lei n436 de 27 de janeiro de 1969 e da Lei n 6.458/77.Natureza jurdica: Promessa de pagamento.Da remessa e devoluo:A duplicata deve ser apresentada ao comprador, para aceite e1 Pelo sacador em trinta dias a emisso;2 Por mandatrios em dez dias do recebimento do ttulo na praa de pagamento.

    A devoluo dar-se- em dez dias, contados da apresentao.Ver art.6 e seguintes da Lei 5.474/68.

    Do aceite: a declarao unilateral, facultativa, pela qual o sacado assume a obrigao de realizaro pagamento da soma indicada no ttulo, dentro do prazo ali especificado, tornando-se,assim, responsvel direto pela execuo de obrigao incondicional. (Thephilo deAzeredo Santos)

    Do suprimento do aceite:No raras vezes o comprador ou no aceita a duplicata ou no a devolve, retendo-a como consentimento do credor, deve comunicar a este ltimo a reteno e aceite, por escrito,consoante prescreve o art. 7, 1, da Lei n. 5.474/68.A comunicao, neste sentido, na forma de que prescreve o 2 do art. 7 da Lei querege a matria, substitui a duplicata, no ato do protesto ou na ao executiva dacobrana.No extravio ou reteno indevida da duplicata poder o credor emitir uma triplicata que,na realidade, uma duplicata da verdadeira duplicata, constituindo-se triplicata da fatura.

    Aceite presumido:O protesto da duplicata no aceita ou no devolvida, desde que tirado mediante indicao

    do credor ou do apresentante do ttulo, supre o aceite e, inclusive, a duplicata retida. Emtal hiptese deve o instrumento de protesto conter os requisitos enumerados no art. 29 doDecreto n. 2.044/1908 Lei Cambial. Nesta circunstncia, a transcrio mencionada noinc. II do dispositivo legal ser substituda pela reproduo das indicaes feitas peloportador do ttulo, ex vi do disposto no art. 14 da lei das Duplicatas.O aceite presumido, pois, severamente combatido por inmeros doutrinadores, foiacolhido pela Lei n. 5.474/68. Todavia em face da atual sistemtica processual, no serevestir o ttulo nessas circunstncias da necessria liquidez e certeza.

    Recusa do aceite:Ver art. 8 da Lei em tela. Na ocorrncia das hipteses elencadas no artigo

    supramencionado, lcito ao comprador recusar-se ao aceite da duplicata. Note-se que,se a mercadoria corresponde efetivamente, quer quantitativa quer qualitativamente, scondies previstas e acordadas anteriormente, no lcito ao comprador recusar-se ao

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    aceite. Por outro lado, se o vendedor deixa de entregar a mercadoria no prazo fixado,facultado ao comprador rescindir o contrato ou demandar o seu cumprimento com osdanos mora. Ver art. 207 do Cdigo Comercial. A justa causa para recusa do aceite, anosso ver, no exime o comprador de certas providncias, impondo-lhe a devoluo daduplicata acompanhada de documento escrito explicando convenientemente sua atitude,procedendo concomitantemente consignao judicial da mercadoria, sob pena de

    considerar-se perfeito e acabado o negcio. (Amador Paes de Almeida).

    Do pagamento:Ver art. 9 da Lei das Duplicatas. Constituir tambm prova do pagamento a liquidao decheque, a favor do estabelecimento endossatrio, no qual conste no verso que o seuvalor se destina amortizao ou liquidao da duplicata nele caracterizada.Admite-se tambm reforma ou prorrogao do prazo do vencimento, mediante declaraoem separado ou nela escrita, assinada pelo vendedor ou endossatrio, ou porrepresentante com poderes especiais. Frise-se, contudo, que para manter a co-obrigaodos demais intervenientes, por endosso ou aval, requer a anuncia expressa destes.

    Do protesto:A duplicata pode ser protestada:I pela falta de aceite; Ver arts. 13 e 14 da Lei n. 5474/68.II por falta de devoluo ( substituda por indicao do portador ou pela triplicada).III - por falta de pagamento.Obs.: O portador que no tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazode trinta dias, contados da data do seu vencimento, perder o direito de regresso contraos endossantes e respectivos avalistas.

    Da prescrio: art. 18 da Lei 5474/68 - 3 anos.Aes competentes para cobrana da duplicata:a) Execuo Art. 15 incs. I e II da Lei 5474/68 e art. 585 e seguintes do CPC.Ver ementa da smula 248 do STJb) Rito Ordinrio Art. 16 da Lei 5474/68.

    Duplicata simulada:A duplicata simulada aquela cuja emisso no corresponde a uma efetiva compra evendamercantil, ou a servios prestados. Ver art. 172 do CP.Desse modo, a duplicata simulada nula de pleno direito, sendo passvel de sofrersano penal o seu sacador e o sacado que a aceitar.

    Duplicata virtual: Art. 889 3 do Cdigo Civil.

    Da triplicata: (Ver art. 23 da Lei n. 5.474/68.)Triplicata ttulo de crdito emitido em decorrncia da perda ou extravio da duplicata,produzindo os mesmos efeitos, se revestindo dos mesmos requisitos, e obedecendo smesmas formalidades daquela. A triplicata tem o escopo nico e exclusivo de substituir aduplicata perdida ou extraviada.(Amaury Campinho).