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Relato de Experiência
UTILIZANDO MÉTODOS DIFERENCIADOS A FAVOR DO ENSINO DA
MATEMÁTICA
GT 02 – Educação Matemática no Ensino Médio e Ensino Superior
Andressa Miranda Esteves Martinez , Unipampa, [email protected]éa Vieira Montardo, Unipampa, [email protected] Machado Ferreira, Unipampa, [email protected]
Resumo: Este trabalho tem como objetivo compartilhar experiências vivenciadas por bolsistas durante o desenvolvimento do projeto PIBID da Unipampa, na subárea de matemática, em sala de aula com turmas de ensino médio da Escola Estadual de Ensino Médio Luiz Maria Ferraz do município de Bagé/RS. O início das atividades deu-se por meio da elaboração e aplicação de questionários com o propósito de um reconhecimento do ambiente escolar, fazendo-se assim uma avaliação socioeconômica e cultural, uma avaliação diagnóstica de conteúdos e também uma avaliação estrutural. Usando como base os resultados destas avaliações foram organizadas diferentes atividades e recursos didáticos usando os diversos métodos inovadores de ensino como novas tecnologias, resolução de problemas, jogos, história da matemática e atividades de investigação, proporcionando aos alunos uma aproximação da teoria com a prática, motivando-os assim a aprender de uma forma diferente e de fácil entendimento, muitas vezes ajudando os alunos a resgatar lacunas de aprendizagem do conteúdo de matemática em anos anteriores. As atividades foram distribuídas em diferentes modalidades e séries como oficinas, jogos, lista de exercícios com monitoria, aulas de reforço, utilização de softwares e observações em sala de aula com monitoria.
Palavras-chave: experiências; atividades; matemática; escola
A importância de utilizar métodos diferenciados
Para muitos alunos a Matemática é uma matéria sem atrativos. Utilizar estes
métodos diferenciados a favor do ensino da Matemática torna a matéria mais interessante e
perto da realidade vivenciada no dia a dia.
O fato de a maioria dos alunos terem dificuldades com conteúdos de ensino
fundamental e serem “conservadores” e “acomodados” nos levou a construir aulas de
reforço diversificadas conciliando métodos inovadores com o método tradicional.
Este projeto visa elaborar atividades e recursos didáticos a partir dos diversos
métodos inovadores de ensino como: novas tecnologias, resolução de problemas, jogos,
história da matemática e atividades de investigação, proporcionando aos alunos uma
Relato de Experiênciaaproximação da teoria com a prática assim motivando-os a aprender de uma forma
diferente e de fácil entendimento, muitas vezes ajudando os alunos a resgatar lacunas de
aprendizagem do conteúdo de matemática em anos anteriores e apreciar a importância da
matemática no desenvolvimento científico e tecnológico.
Reconhecimento do ambiente escolar
Em um primeiro momento foi feito um reconhecimento do ambiente escolar. Foram
elaborados questionários com o propósito de conhecer a realidade socioeconômica e
cultural do corpo discente, avaliação diagnóstica de conteúdo e também avaliação
estrutural.
Com a avaliação estrutural detectamos a realidade de recursos físicos e humanos da
escola. Conhecemos o quadro de funcionários e professores, espaço físico, o que
deveríamos levar em consideração na hora de elaborar atividades, por exemplo, atividades
no pátio e atividades em laboratórios.
Fig. I - Entrada da escola; Pátio da escola; Laboratório de informática
A avaliação socioeconômico e cultural nos mostrou a composição do corpo
discente da escola. Os alunos têm idades variando de 14 a 20 anos, alunos com mais de 20
anos idades aparecem nesta avaliação pelo fato das escolas oferecerem curso noturno.
Essa avaliação serviu também para nos mostrar outras dificuldades que
enfrentaríamos. O índice de reprovação na 1ª série do ensino médio é de aproximadamente
45%, ou seja, 88 dos 196 entrevistados reprovaram nesta série. Estimadamente, 54% dos
Relato de Experiênciacento e noventa e seis cursaram o ensino fundamental em escolas municipais e mais de
54% já reprovaram em Matemática.
Fig. II – Gráfico das séries (anos) que mais ocorreram reprovações
Na avaliação diagnóstica de conteúdos uma das maiores dificuldades encontrada foi
a deficiência de conhecimento de conteúdos básicos do ensino fundamental e também de
conteúdos abordados em séries anteriores.
Tabela I – Média da avaliação diagnóstica de conteúdos
Série Média
1ª série 2,90
2ª série 3,40
3ª série 3,20
Média Geral 3,20
Os conteúdos que mais apresentaram dificuldades foram: divisão, operações com
números decimais, porcentagem, sistema linear, produto notável, geometria plana, equação
do segundo grau, interpretação, potenciação e radiciação, lógica, estatística, conjunto,
funções, matrizes, análise combinatória, trigonometria, PA e PG.
Atividades diferenciadas
Relato de Experiência
Os diagnósticos nos ajudaram a planejar as aulas e atividades diferenciadas para
suprir as necessidades apresentadas pelos alunos nessa escola.
As atividades, distribuídas em diferentes modalidades e séries, foram oficinas, com
a construção de materiais concretos e experiências, lista de exercícios com monitoria, estas
contendo exercícios de fixação, questões do ENEM e questões de vestibulares,
observações em sala de aula com monitoria, aulas de reforço, onde a partir de exercícios
trabalhados previamente em sala de aula foi feito uma revitalização de conhecimentos com
intenção de esclarecer algumas dúvidas sobre o conteúdo, utilização do laboratório de
informática e softwares, jogos que foram criados pelos bolsistas e alguns confeccionados
pelos alunos cujos objetivos eram trabalhar esses conceitos básicos e conteúdos dados em
aula ao mesmo tempo.
Foram feitas observações em sala de aula e à medida que fosse necessário e
solicitado, auxiliávamos os alunos e também as professoras. Algumas atividades tiveram
que ser aplicadas em horário de aula devido a pouca procura no inicio do projeto. As outras
foram oferecidas no turno oposto ao das aulas, neste caso a tarde, em dias da semana e
horários que melhor atendesse os alunos, podendo estes solicitar horários diferenciados de
acordo com sua disponibilidade, pois muitos trabalham.
Dependendo da época do ano e da situação de cada turma e aluno, a procura pelas
atividades do projeto em turno inverso variou muito, pois algumas vezes as salas lotavam,
principalmente em véspera de avaliações, e em algumas ocasiões, ninguém comparecia.
Fig. III – Experiência com bolas de gude Fig. IV – Construção de teodolito Funções (1ª série) Trigonometria (2ª série)
Relato de Experiência
Fig. V - Construção de sólidos Fig. VI – Listas de exercícios. Geometria (3ª série) Confecção de materiais para melhor
compreensão e resolução de exercícios
Fig. VII – Aulas de reforço Fig. VIII – Oficina (Trigonometria)
Fig. IX – Atividade no laboratório de Fig. X – Jogo trilha das funções informática
Relato de ExperiênciaNossas dificuldades, resultados e expectativas
Um dos obstáculos encontrados foi à dificuldade apresentada pelos alunos em
conceitos básicos de Matemática como: regra de sinais, potenciação, raiz quadrada,
operação com números decimais, entre outros. O outro empecilho é o desinteresse da
maioria dos alunos e que nos faz acreditar que eles preferem o método tradicional. Quando
oferecíamos atividades diferenciadas, em turno inverso, constatávamos que a eles somente
interessava o mínimo de conhecimento necessário para passar de ano. Nas atividades
realizadas em aula, no turno de aula, os resultados foram melhores.
Neste período obtivemos alguns resultados positivos. Houve uma melhora no
entrosamento entre alunos e bolsistas, entre alunos e professores, os próprios alunos se
entrosaram mais, devido às atividades em grupo. O reconhecimento por parte deles das
oportunidades que estão lhe sendo oferecidas sendo comprovadas em suas notas.
Umas das atividades que teve maior aceitação dos alunos na escola foi à aula no
Laboratório de Informática, o contato deles com o software Winplot foi bem interessante,
onde a participação e a interação ocorreu todo o tempo. Conversando com eles sobre o que
eles acharam da aula, obtivemos respostas como: “Achamos a aula muito interessante, bem
construtiva e diferente das aulas convencionais, dá mais vontade de aprender”, falaram que
adoraram e que tinha que ser repetida mais vezes.
De acordo com a recepção que tivemos inicialmente e com o desenvolvimento das
atividades, percebemos a dificuldade em “melhorar” o ensino na escola citada
anteriormente, devido à maioria das vezes, ao desinteresse dos alunos.
Nossa expectativa para este ano é que haja maior procura dos alunos, pois
iniciaremos os trabalhos diretamente com os alunos já no começo do ano letivo e aplicando
atividades diferenciadas no turno de aula, juntamente com os professores regentes das
turmas, diferente do ano anterior que tivemos que fazer o diagnóstico primeiro, o que
tomou certo tempo. Além disso, o entrosamento entre alunos, bolsistas e toda a equipe
escolar já é bem maior em relação ao ano anterior, o que nos dá boas expectativas em
relação aos resultados do projeto.
Relato de ExperiênciaReferências
BRASIL, Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares Para o Ensino Médio. Volume 2: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: Mec, 2006.
BRASIL, Secretaria de Educação Básica. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: Mec, 2000.