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Priorize o vocabulário Outra dica importante dos especialistas é não se preocupar demais com a gramática no estágio inicial. “Aprenda o vocabulário primeiro e se concentre na gramática depois”, diz Lewis. “Quando chegar nesse estágio, uma boa ideia é baixar podcasts de sites especializados, como o radiolingua.com ou o languagepod101.com.” Os professores também recomendam que o aluno procure livros, músicas e filmes no idioma que está aprendendo, começando por livros infantis ou filmes que você já conhece. A motivação é fundamental – e nada mais incentivador do que a possibilidade de um novo emprego ou de expandir os horizontes em uma viagem internacional a trabalho. Mas atenção com grandes promessas, como atingir uma fluência avançada em poucos meses. O mais provável é que você consiga se comunicar bem e entender os outros, o que já é um grande progresso para quem partiu do zero.

Aprender Novo Idioma

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aprendizado

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Priorize o vocabulárioOutra dica importante dos especialistas é não se preocupar demais com a gramática no estágio inicial.

“Aprenda o vocabulário primeiro e se concentre na gramática depois”, diz Lewis. “Quando chegar nesse estágio, uma boa ideia é baixar podcasts de sites especializados, como o radiolingua.com ou o languagepod101.com.”

Os professores também recomendam que o aluno procure livros, músicas e filmes no idioma que está aprendendo, começando por livros infantis ou filmes que você já conhece.

A motivação é fundamental – e nada mais incentivador do que a possibilidade de um novo emprego ou de expandir os horizontes em uma viagem internacional a trabalho. Mas atenção com grandes promessas, como atingir uma fluência avançada em poucos meses. O mais provável é que você consiga se comunicar bem e entender os outros, o que já é um grande progresso para quem partiu do zero.

Como eu aprendo idiomas de forma autodidata

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Livros como este tem aos montes no mercado.Todos querem vender seus

métodos para aprender idiomas.

Aviso: o texto é relativamente longo!Quem não gostaria de saber tocar violão, dar um show no piano, saber cantar, falar vários idiomas etc.? Geralmente a busca por como adquirir determinadas habilidades se dá por duas razões: as pessoas gostariam de saber de uma fórmula mágica, um método fácil e que requeira pouco tempo e esforço para se aprender qualquer coisa, não só idiomas. Ou seja: 1) método rápido e 2) fácil. É a política do mínimo esforço.

Há vários métodos para se aprender idiomas no mercado e há várias pessoas que inventam seus próprios métodos e os colocam à venda no mercado, o que não é problema nenhum. Pra mim o problema está em dizer "Este é o método mais eficaz", "Este é o único método que funciona" etc. Não acreditem em frases assim. Os métodos de aprendizagem de línguas estrangeiras vêm mudando com o passar das décadas: método de gramática e tradução, auditivo, audiovisual.. depois veio a onda de cursos "comunicativos" (e até hoje há escolas que se dizem "comunicativos"), mas depois já vieram muuuuuitos outros métodos: intercultural, "task-based language learning" (em alemão: handlungsorientierter Ansatz), holístico (como a "Suggestopädie") além de diversos outros.

Ou seja, sempre houve métodos e sempre haverá: os novos criticarão os antigos dizendo que só eles é que são bons. Ora, mesmo no tempo dos métodos de gramática e tradução havia pessoas que aprendiam idiomas, não? Na década de 70 e início dos anos 80, quando os métodos audiovisuais eram os mais usados havia pessoas que aprendiam idiomas, não? E hoje em dia também há, não? Então qual é a única coisa que não mudou em todos esses métodos: HÁ APRENDIZES EFICAZES. O método do seu curso não é o que vai decidir se alguém vai aprender ou não, mas sim, o DECISIVO é o que VOCÊ, como aprendiz, fará para conseguir aprender.

Alemão não é a primeira língua que aprendi. Então eu já venho desenvolvendo meu próprio jeito de estudar e aprender idiomas. O que eu vou falar a partir de agora é o que tem funcionado para MIM. Não estou tentando vendê-lo como método para todos. Tente descobrir o seu próprio jeito de aprender. Se você já houver aprendido outro idioma, tente se lembrar do que você fez para aprendê-lo, que tipo de livros, que tipo de contato, como praticou, onde ouvia o idioma etc.

O passo ZERO é pensar no PORQUÊ de querer aprender aquele idioma. Pra fazer turismo? Pra bater papo numa viagem? Pra conseguir emprego? Fins profissionais? Pra se gabar e dizer "EU SEI"? Depois de saber o porquê é que se define a estratégia de aprendizado.

Eu geralmente aprendo línguas por prazer e meu objetivo geralmente é "conseguir manter uma conversa com algum nativo sobre temas aleatórios, ou seja, me comunicar".

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Meu método é o seguinte (se o tópico for grande demais e você tiver preguiça de ler tudo: clique aqui ):

1) Procurar livros/sites: A primeira coisa que eu faço é analisar que tipo de material há no mercado sobre a língua que quero aprender. Eu dou prioriade aos LIVROS.

Há línguas com milhares de materiais: francês, alemão, espanhol, italiano, inglês etc. Há línguas mais exóticas com menos material. Mas isso vai de cada um. A maioria dos materiais BONS para aprendizagem de idiomas estão em inglês ou em alemão. Bons materiais escritos em português, dependendo do idioma, são raros. (Se você souber inglês já vai ser um grande passo).

Como saber se um material é bom? Ah.. isso depende muito de que tipo de informações eu queira saber de início. Minha experiência como professor ajuda. Eu tento ver se o material é DIDÁTICO ( ou seja, de fácil compreensão) e feito para ESTRANGEIROS. Depois vejo se o layout do livro me agrada, se eles têm arquivo de áudio, se há exercícios suficientes etc.

Outra coisa importante é ver se o material é atual. Há livros elaborados nos anos 80 que ainda são vendidos. Eles são bons, mas é importante também ter livros feitos nos últimos 10 anos para garantir que aquilo que é ensinado ainda é falado e que novas palavras como "celular", "notebook", "computador" sejam ensinadas.

Por exemplo, o método ASSIMIL, muito vendido ainda atualmente, é um método antiquíssimo: criado em 1929. Claro que já houve atualizações desde então, mas a maioria dos diálogos deixou de ser atualizado desde os anos 80. Eu dei uma olhadinha no livro de Português Brasileiro (só disponível em francês) e os diálogos entre as pessoas me deram calafrios. Nos diálogos as pessoas usam até mesóclise (coisa que nenhum brasileiro utiliza ao conversar e evita utilizar até na escrita). Desde então fiquei com o pé atrás. Ou seja, este foi só um exemplo. Certifiquem-se de que os livros que vocês usam tenham um vocabulário atual. Caso não tenha, mas mesmo assim você goste do método, complemente seus estudos com outros livros.

Há livros didáticos que foram feitos para o uso em sala de aula que se adaptam bem para o estudo autodidata. (Por exemplo, já ouvi relatos de estudantes que aprenderam alemão estudando em casa com o Themen neu/aktuell). Pode funcionar, sim. Atualmente também gosto de comprar livros didáticos para estudo pessoal.Eu só uso sites como complemento de estudo dos livros. Nunca me proponho a aprender uma língua completamente num site. Mas isso é de cada um. Eu prefiro ter livros que eu possa rabiscar, marcar o que estudei, escrever comentários e isso me falta num site.

2) Gramática: Eu sou um linguista, adoro gramática. Mas sei que nem todo mundo é assim.

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Porém esse é o segundo passo do meu método pessoal: eu compro uma gramática boa com exercícios ou uma gramática didática feita para estrangeiros que explique passo a passo como a língua funciona.

Gramática de francês

Os melhores tipos de gramática são aquelas do estilo "duas páginas: uma de explicação e uma de exercícios". Para o inglês, por exemplo, "English Grammar in Use", para o francês "Grammaire Progressive du Français", para o alemão "Klipp und Klar" etc.

Antes de fazer os exercícios e de estudar pra valer eu dou uma lida geral numa gramática para ter uma ideia de como aquela língua funciona. Por exemplo, para estudar russo, eu gosto muito da gramática da "Teach Yourself". Apesar de eu não falar (ainda) russo, eu já tenho uma ideia de como funcionam os casos, as declinações, os tipos de adjetivos, sei que os números também se declinam, em que casos as palavras ficam após certos números entre muitas outras coisas. Ou seja, no dia em que eu REALMENTE me dedicar para aprender russo, eu não vou me assustar com os fenômenos da língua, eu já vou ter uma ideia de como a língua funciona. Eu não leio a gramática toda, mas o suficiente pra eu ter uma ideia vaga de seu funcionamento.

Depois eu começo a fazer os exercícios de gramática, pra ver se eu estou entendendo o funcionamento da língua. Pra mim é muito importante fazer os exercícios ESCRITOS. Nada de ficar dizendo as respostas só na cabeça. Eu faço questão de ficar escrevendo as frases

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completas, minhas respostas e depois comparar com as soluções do livro. O ato de escrever ajuda a memorizar certas palavras.Reparem que até esse momento eu não estou preocupado em aprender o que eu vou dizer na padaria pra comprar pão, muito menos as gírias e os xingamentos. A parte de uso REAL da língua eu deixo pra depois quando eu já entender um pouco de como os enunciados são formados.

3) Estudo Progressivo: Agora que já tenho uma noção da gramática, vou começar a estudar pra me comunicar. Pego os livros que eu comprei no ponto 1 e também os sites que listei e começo a estudar. Pra mim o mais importante é que os livros me ensinem como usar a língua em determinadas situações, ou seja, que seja voltado para situações reais de comunicação. Nesses livros eu começo a aprender a cumprimentar pessoas, a me despedir, as expressões usadas ao fazer compras, ao ir num restaurante, ao pegar um táxi, a perguntar o caminho etc. É importante também aprender frases do tipo "Desculpa, pode repetir?" ou "Como?", "Pode falar mais devagar?" etc.Livros com frases soltas que a gente repete feito papagaio não me ajudam em nada, por isso os evito. Métodos de repetição extrema (como Roseta Stone ou Live Mocha) também eu não gosto, pois a repetição eu faço nos exercícios de gramática. Pra mim, o fato de repetir palavras ao fazer os exercícios já ajuda no meu aprendizado.

Ponto importante: seguir uma progressão. Nada de pôr a carroça na frente dos bois. Tem gente que mal sabe declinar um adjetivo em alemão, mas já quer aprender frases na voz passiva, orações relativas complexas etc. Vão com calma. Eu sempre tento seguir uma progressão. Às vezes as gramáticas não trazem os capítulos em ordem de dificuldade. Por isso, sempre tomo o cuidado de pular os capítulos que acho difíceis e deixá-los para um momento posterior. Nesse momento eu tento seguir uma sequência proposta pelos livros. Se você utilizar mais de um material, as sequências vão mudar um pouco, mas não drasticamente.

Neste ponto 3 eu dou MUITA atenção à pronúncia. Tento ter livros com bom material de áudio e, se possível, explicações sobre pronúncia. Uma vez aprendida uma pronúncia errada, é bem difícil se livrar dela. Se possível, tenha um material didático ou dicionário som transcrição fonética e EVITE terminantemente qualquer material que ensine pronúncias aproximadas com o português. Comprar materiais que ensinam que um som "x" é "quase" como o som "y" do português é como te dizer "Olha, com o nosso material, vamos te ensinar a falar com sotaque brasileiro". Pra ajudar na pronúncia eu escuto também muita música.

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4) Usar a língua: Para ter certeza de que sei usar o que aprendi, é a hora de levar tapa na cara. É a hora de usar a língua com ALGUÉM, em alguma situação, de alguma forma. Com a internet, isso ficou muuuuuito fácil. Nos tempos em que eu aprendi inglês e alemão no Brasil, tive que esperar vários anos para poder usar meu alemão/inglês com alguém. Hoje em dia, já consigo usar meus conhecimentos básicos com falantes de qualquer parte do mundo. E isso dá uma grande motivação.

Usar aquilo que você aprendeu com alguém, vê-lo responder e, principalmente, ver que você está entendendo a conversa é uma sensação indescritível e foi o que me fez me apaixonar pelo aprendizado de línguas. Eu já começo a usar a língua hoje em dia mesmo nos níveis mais básicos. Ajuda muito a quebrar o gelo. Hoje em dia, ao conhecer pessoas do mundo inteiro aqui na Europa, já tento quebrar o gelo dizendo alguma coisa em seu idioma. Geralmente a pessoa fica surpresa positivamente e já é um assunto para começar um diálogo.

Caso falte uma pessoa para falar ao vivo, o jeito é tentar procurar na Internet. No Facebook é bem fácil de encontrar comunidades ou páginas para outros idiomas. Nessas comunidades, geralmente há pessoas querendo aprender e outros querendo praticar. Quando o seu nível já estiver bom, você pode também procurar comunidades no Facebook sobre temas do seu interesse na língua em questão. Assim, você poderá ler e participar de debates no Facebook sobre algum tema, o que já se fazia em antigos fóruns de internet.

Se você não usar o Facebook há também outros sites para conhecer pessoas do exterior: um deles é o "CouchSurfing": com ele você poderá hospedar viajantes do mundo inteiro em sua casa, ou se isso não for possível, dá para se oferecer para mostrar a cidade ou tomar um café. Fora os encontros mensais/semanais de viajantes.Uma outra possibilidade é fazer TANDEM (intercâmbio linguístico). Se não puder ser ao vivo, pode ser também "on-line". A universidade de Bochum tem um cadastro gratuito de pessoas querendo praticar idiomas. O site é este aqui.

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Ou seja, ponham a língua em prática! :-) Só assim você vai saber os seus erros e onde precisa estudar e praticar mais. Além disso, praticando a língua na vida real, você aprenderá coisas que muitas vezes não estão nos livros (como palavrões, gírias, expressões do dia-a-dia etc.)

É bem assim mesmo!

Os pontos de 1 a 4 eu vou fazendo lentamente... só depois de adquirir um nível razoável de entendimento no tal idioma eu parto para os dois últimos pontos.

5) Mergulhar no idioma: Só depois de me sentir confortável no idioma, eu começo a tentar fazer uma imersão completa nele. Nesse ponto eu já troquei meu Facebook para o

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idioma em questão, já começo a interagir mais no idioma. Nesse ponto, já começo a querer assistir filmes com legendas no próprio idioma em questão. Se eu conhecer alguém que fale aquele idioma, já vou pedir que ele pratique aquele idioma comigo, enfim, vou tentar de todas as oportunidades para estar em contato com o idioma.

Claro que dá pra fazer isso também no começo do aprendizado, mas quando eu ainda sou iniciante, eu tento focar apenas no que eu sei pra não me sentir frustrado. Então se meu conhecimento se resumir a dizer "Oi, como vai? Onde você mora?", eu não vou ser bobo de marcar um encontro com alguém pra falar apenas isso. Dá pra dizer essas frases num chat meio esporádico. Só quando eu me sinto um pouco mais seguro é que começo a querer conversar mesmo e "imergir" no idioma. Aí meu mundo vira alemão, francês, espanhol, inglês etc.

Claro que gosto de ouvir elogios. Mas pra mim é mais uma conquista pessoal (meu objetivo era me comunicar, conversar) do que uma busca de reconhecimento (os psicólogos dirão que há controvérsias).

6) Aumentar vocabulário: O meu último passo é ir aumentando o vocabulário. Em toda língua você primeiro precisa adquirir um vocabulário básico. Se você já estuda um idioma há 5.000 anos e ainda lhe faltam palavras básicas como "comer", "beber", "água", "pão", "dinheiro", "banco".. é, você vai passar fome quando viajar :-) Depois que você já conseguir se virar no básico, é preciso se esforçar para aumentar seus conhecimentos, tanto gramaticais quanto de vocabulário. Não dá pra querer aprender alemão se sempre lhe faltam as palavras básicas, se você termina cursos ainda sem saber os números, sem saber os gêneros, sem saber os casos... enfim, sem saber a base. Parece as aulas de inglês da escola, onde todo ano os professores ensinam o verbo "to be" e os alunos mesmo assim conseguem não aprendê-lo.

No caso do alemão o vocabulário é uma das coisas que mais demora e que mais requer esforço, pois em outras línguas comumente estudadas no Brasil, dá pra reconhecer muitas palavras.

PORTUGUÊS: educaçãoESPANHOL: educaciónINGLÊS: educationFRANCÊS: éducationITALIANO: educazioneALEMAO: Bildung (escolar, acadêmica) ou Erziehung (em geral, pelos pais)

Como vocês veem, não tem como reconhecer estas palavras sem prévio estudo. Mas o legal em alemão é que você nunca aprende uma palavra nova em vão, pois mais tarde elas estarão relacionadas com outras.

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"Bildung" vem de "bilden, que quer dizer "construir, formar", ou seja "Bildung" é "formação". Uma "Ausbildung" é um "curso técnico/profissionalizante", alguém que é "gut ausgebildet" é bem treinado, formado. Mais tarde você verá diversas palavras usando essa raiz "bild-EN" que tem algo a ver com "formação", mesmo que tenham pouco a ver com "educação". Mas isso só é possível adquirindo um vocabulário básico.

Mais uma vez a música é um aliado para aprender novas palavras, pois se você cantar uma música diversas vezes as palavras daquela música ficarão na cabeça. Não menosprezem o valor de ouvir músicas na língua que estão aprendendo.

Eu já fiz um tópico dando dicas sobre como aumentar o vocabulário em alemão. Não leu? Clique aqui!

Para outros idiomas eu faço o mesmo. Depois de um tempo estudando o idioma, procuro livros que me auxiliem no aumento de vocabulário. Mas só faço isso num momento posterior. Em vez de passar horas e horas tentando memorizar todas as roupas numa língua, eu prefiro aprender as principais e à medida que vou precisando ser mais específico vou aprendendo as outras. Ou seja, prefiro saber conversar sobre diversos assuntos numa língua a me preocupar em não saber como se diz "vestido tomara-que-caia" ou "camisa xadrez" num idioma. Se um dia eu precisar saber o nome da "boca do fogão" ou do "carburador" de um carro, procurarei aprendê-los. Mas não me martirizo por não saber o nome de todas as coisas. Uma boa dica na falta de palavras é aprender a descrever coisas. Aprenda a dizer "É aquela coisa que serve para isso e isso", "Não sei o nome, mas é assim, assim e assado". No dia-a-dia essas descrições ajudam muito. Mas se você não souber nem isso, muitas vezes é sinal de que ainda falta o vocabulário e estruturas básicas da língua.

Resumo do meu método atual:1) Compro um bom livro (curso) e uma boa gramática.2) Leio a gramática para entender como a língua funciona.3) Começo a estudar a língua de forma progressiva (do mais fácil ao mais difícil) voltado para situações reais de comunicação, sempre intercalando com os estudos na gramática.4) Uso arquivos de áudio e materiais de fonética para ter uma boa pronúncia.5) Uso a língua com pessoas, seja virtualmente ou ao vivo.6) Verifico onde estão minhas falhas e tento consertá-las (repetindo o ponto 3)7) À medida que minha capacidade de comunicação aumenta, tento imergir no idioma completamente.8) Esforço-me para aumentar vocabulário9) Pronto! Faço destes passos um processo contínuo, ou seja, sempre aprendendo através do uso (com pessoas), do estudo (nos livros, sites etc.) e do contato contínuo (música, filmes, viagens, leituras etc.).

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Como falei antes, não estou VENDENDO esse método. Sei que ele não agradará a muitos, pois muita gente não gosta de gramática e agramática tem um papel importante nos meus estudos. Sei que há muitos defensores de métodos de aprendizado por "osmose", onde a pessoa cai de paraquedas no meio onde a língua é falada e vai aprendendo no dia-a-dia. Mas nunca aprendi nenhum idioma assim. Então, meu método tem funcionado assim comigo. Hoje em dia eu tento experimentar métodos novos e incrementar o meu jeito de aprender, mas acho que nunca abandonei por completo esse meu jeito de estudar. É tanto que quando cheguei à Alemanha, já sabia me comunicar, falar, conversar com todo mundo. A "osmose" me serve apenas para aprimorar meus conhecimentos, não para aprender tudo do zero.

Se você aprendeu línguas de outra forma, veja o que funciona com você até você encontrar seu próprio jeito de estudar. Se algo não funcionou com você, procure saber de outras pessoas como elas fazem para aprender determinadas coisas e veja se funciona com você. Não sei se meu método vai funcionar com você.

Ah ... um último comentário... uma coisa interessante... nunca aprendi nenhuma língua às pressas. Todas as línguas que aprendi e que agora estudo são línguas que eu aprendo sem correr contra o tempo. Pra mim tanto faz ser um falante fluente daqui a um mês, um ano ou três anos. O importante é manter um nível constante de aprendizado, nunca parar os estudos e sempre tentar manter contato com a língua. É por isso que, quando as pessoas me veem falando, pensam que aprendi da noite pro dia, mas não. Venho estudando lentamente um idioma há anos falando o básico e mais tarde é que consigo manter uma conversa legal. Foi assim com alemão, com inglês, com espanhol e agora com o francês [estou no nível B1 agora] (além de outras nas quais um dia espero poder manter uma conversa).

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Então, pra falar a verdade, não sei como é aprender uma língua da noite pro dia. Há métodos que prometem isso, mas sou meio descrente quanto a qualquer livro que prometa aprender um idioma em x dias, porque isso depende de pessoa para pessoa. Uma coisa é certa: a cada idioma aprendido, sua capacidade de entender o funcionamento das línguas aumenta. Agora que estou caminhando para o meu quinto idioma (francês), mas não penso em parar por aí. Ainda bem que não sou o único... há milhares e milhares de pessoas no mundo inteiro que, assim como eu, são apaixonadas por idiomas. Não quero bater recorde nenhum, mas quando vejo pessoas que falam 8, 10, 12 idiomas, vejo que é possível, sim, com esforço, vontade e dedicação.