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38 Caderno Multidisciplinar de Pós-Graduação da UCP, Pitanga, v.1, n.4, p. 38-47, abr. 2010. DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM COM DEFICIENCIA INTELECTUAL CALDEIRA, Lucinete de Fátima Menegassi 1 CAVALARI, Nilton 2 RESUMO A primeira condição para compreender o deficiente intelectual e implementar o seu processo educativo é aceitar a condição de que o deficiente é como todo um ser em processo de aprendizagem e que diante da realidade em que esta inserido faz se necessário saber que a escola precisa estar preparada e devidamente equiparada que adotam uma gestão escolar, verdadeiramente participativa e descentralizada para receber este tipo de clientela. O objetivo do presente trabalho é esclarecer informações equivocadas que dificultam o desenvolvimento e sua integração na comunidade escolar e contribuir para promover a inclusão melhorando as praticas pedagógicas assegurando-lhe o direito de aprender a construir o conhecimento usufruindo da companhia de outras crianças, bem como colaborador o ambiente escolar. Palavras chave: Deficiente intelectual. Aprendizagem. Desenvolvimento. Escolar. 1 INTRODUÇÃO Ao longo dos anos, pessoas com dificuldades intelectuais receberam distintas denominações influenciadas por diferentes tendências sociais, diversas teorias cientifica e diferentes escolas psicológicas. Na atualidade, começam a ganhar espaço novos entendimentos a respeito da relação entre deficiência, aprendizado e desenvolvimento. Conforme se adquirem maiores conhecimentos sobre a natureza da deficiência, as praticas educacionais aprimoram-se compensando essa deficiência promovendo as competências individuais potencializando as capacidades de cada um. Uma das principais contribuições neste sentido tem sido oferecida pela psicologia histórico-cultural, a qual propõe a abordagem sócia psicológica, afirmando que os princípios 1 Lucinete de Fátima Menegassi Caldeira, graduada em Pedagogia,pela Universidade Estadual de Maringá (UEM)-Parana e cursando pos graduação Especial pela UCP e Instituto Rhema Educação em Munhoz de Mello-Parana 2 Nilton Cavalari, professor orientador, mestre em matemática, pela Universidade Estadual de Londrina(UEL)- Paraná e ex-docente da Universidade Estadual de Londrina(UEL),Universidade Norte do Paraná(UNOPAR) e professor do Instituto Rhema Educação

Aprendizagem Com Deficiencia

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C a d e r n o M u l t i d i s c i p l i n a r d e P ó s - G r a d u a ç ã o d a U C P , P i t a n g a , v . 1 , n . 4 , p . 3 8 - 4 7 , a b r . 2 0 1 0 .

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM COM DEFICIENCIA INTELECTUAL

CALDEIRA, Lucinete de Fátima Menegassi1

CAVALARI, Nilton 2

RESUMO

A primeira condição para compreender o deficiente intelectual e implementar o seu processo educativo é aceitar a condição de que o deficiente é como todo um ser em processo de aprendizagem e que diante da realidade em que esta inserido faz se necessário saber que a escola precisa estar preparada e devidamente equiparada que adotam uma gestão escolar, verdadeiramente participativa e descentralizada para receber este tipo de clientela. O objetivo do presente trabalho é esclarecer informações equivocadas que dificultam o desenvolvimento e sua integração na comunidade escolar e contribuir para promover a inclusão melhorando as praticas pedagógicas assegurando-lhe o direito de aprender a construir o conhecimento usufruindo da companhia de outras crianças, bem como colaborador o ambiente escolar.

Palavras chave: Deficiente intelectual. Aprendizagem. Desenvolvimento. Escolar.

1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, pessoas com dificuldades intelectuais receberam distintas

denominações influenciadas por diferentes tendências sociais, diversas teorias cientifica e

diferentes escolas psicológicas. Na atualidade, começam a ganhar espaço novos

entendimentos a respeito da relação entre deficiência, aprendizado e desenvolvimento.

Conforme se adquirem maiores conhecimentos sobre a natureza da deficiência, as praticas

educacionais aprimoram-se compensando essa deficiência promovendo as competências

individuais potencializando as capacidades de cada um.

Uma das principais contribuições neste sentido tem sido oferecida pela psicologia

histórico-cultural, a qual propõe a abordagem sócia psicológica, afirmando que os princípios

1 Lucinete de Fátima Menegassi Caldeira, graduada em Pedagogia,pela Universidade Estadual de Maringá (UEM)-Parana e cursando pos graduação Especial pela UCP e Instituto Rhema Educação em Munhoz de Mello-Parana 2 Nilton Cavalari, professor orientador, mestre em matemática, pela Universidade Estadual de Londrina(UEL)- Paraná e ex-docente da Universidade Estadual de Londrina(UEL),Universidade Norte do Paraná(UNOPAR) e professor do Instituto Rhema Educação

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para o desenvolvimento das pessoas com deficiência são os mesmos aplicados aos demais

seres humanos Se esta provado que o processo de aprendizagem e o desenvolvimento do ser

humano, se da através da sua inserção no meio em que vive ,então a inclusão vem favorecer o

desenvolvimento psíquico da criança com dificuldade intelectual e seu aprendizado para que

isso aconteça é de suma importância que a criança com dificuldade intelectual seja

freqüentador assíduo da escola regular de ensino A escola como mola propulsora bem como

os profissionais da educação deverão romper paradigmas revendo seus conceitos em prol de

atitudes e comportamentos que possam contribuir para garantir a essas pessoas condições para

que exerçam o direito de cidadania É imprescindível que professores e demais profissionais

da educação estejam ciente do processo em curso do processo, da metodologia aplicada e das

leis que favorecem a inserção das crianças com deficiência intelectual para que não haja

informações equivocadas que possam comprometer o trabalho ou causar constrangimento.

1.1 Problema

“A deficiência mental e intelectual” se define como sendo o funcionamento intelectual

inferior a média manifesta antes dos 18 anos apresentando limitações associadas a duas ou

mais áreas de habilidades adaptativas como comunicação, cuidados pessoais, habilidades

sociais utilização de recursos da comunidade, saúde e segurança, habilidades acadêmicas, de

lazer e de trabalho. Na criança com deficiência intelectual o aprendizado é lento apresenta

dificuldade de construir conhecimento e demonstrar capacidade cognitiva alem de ter maneira

própria de aprender, tendo em vista a necessidade de sua inserção na escola regular como

forma de estimulo e desenvolvimento de autonomia e cidadania. Diante da resistência

encontrada por profissionais faz se necessário a divulgação de estudos existentes na área.

1.2 Hipóteses

A dificuldade de aprendizagem com alunos deficiente intelectual e lenta e vem

acompanhado de uma serie de dificuldades já existentes em salas de aula super lotadas, com

alunos indisciplinados, agressivos, regidos por professores com cargas horárias exaustivas,

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desmotivados e totalmente despreparados para recebê-los Como fazer para atender esse tipo

de aluno? Como se relacionar com pessoas com deficiência intelectual? Como trabalhar o

respeito dos outros alunos para com o aluno com deficiência intelectual?

1.3 Objetivos

A presente pesquisa tem o objetivo de orientar professores e profissionais da área que

compartilham das mesmas indagações que os afligem. Refletir sobre o papel de a escola

comum Despertar para mudanças de concepções.

2 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

A aprendizagem é individual e própria de cada aluno diferenças de idéias, opiniões

,níveis de compreensão enriquecem o processo e é diante dessa perspectiva desafiadora que

alunos com deficiência intelectual tem urgência nas mudanças escolares A escola que

mantem uma gestão autoritária e centralizadora acentuam a deficiência ,aumentam a inibição

reforçam os sintomas existentes e agravam as dificuldades do aluno com deficiência

intelectual .A impotência frente as dificuldades encontradas nas escolas como válvula de

escape e encaminhar os alunos que não tem bom rendimento escolar e indisciplinados outros

que apresentam problemas de aprendizagem devido as próprias praticas da escola como se

fossem deficientes intelectuais As barreiras da deficiência intelectual são referentes a maneira

de lidar com o saber em geral, fato que reflete na construção do conhecimento escolar é

necessário que se estimule o aluno com deficiência intelectual a avançar na sua compreensão,

criando-lhe conflitos cognitivos, desafiando-o a enfrentá-los. O atendimento educacional deve

propiciar aos alunos com deficiência intelectual condições de passar de um tipo de ação

automática e mecânica diante de uma situação de aprendizado / experiência - regulações

automáticas para um outro tipo, que julguem mais conveniente para agir intelectualmente -

regulações ativas descritas por Piaget.

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2.1 Área de Estudo

A imprecisão do conceito de deficiência intelectual touxe conseqüências para se

esclarecer o atendimento nas escolas comuns A proposta constitucional de prescrever o

atendimento educacional especializado para alunos com deficiência apontou a necessidade de

se distinguir o que é próprio de uma intervenção especifica para deficiente intelectual. Para

fundamentar e organizar o trabalho educacional especializado as escolas limitaram-se a treinar

os alunos subdivididos nas categorias educacionais: treináveis e educáveis; limítrofes e

dependentes. Esse treinamento era desenvolvido visando a insersão familiar e social. Muitas

vezes, o treino se resumia em atividades de vida diária estereotipada, repetitivas e

descontextualizadas. O movimento de integração escolar manteve as praticas adaptativa, com

o objetivo de propiciar a inserção ou re-inserção de alunos com deficiência na escola comum,

pelo treino dos mesmos conteúdos e programas de ensino regular. O papel da educação

especializada era de adaptar os alunos com deficiência intelectual as exigências da escola

comum tradicional. Durante anos e ate mesmo ate hoje, há os que acreditam que a inclusão só

e possível em alguns casos, apenas para os alunos adaptáveis ao modelo excludente dessa

escola.

2.2 Descrição metodológica

A escola ao desenvolver o atendimento educacional ao aluno com deficiência

intelectual deve oferecer todas as oportunidades possíveis para que nos espaços educacionais

em que ele acontece, o aluno seja incentivado a se expressar, pesquisar inventar hipóteses e

reinventar o conhecimento livremente. Assim ele pode trazer para os atendimentos os

conteúdos advindos da sua própria experiência, segundo seus desejos, necessidades e

capacidades. O exercício da atividade cognitiva ocorrera a partir desses conteúdos. O

processo de construção de conhecimento não e ordenado de fora e não e possível ser

planejado obedecendo a uma seqüência rígida e pré definida de conteúdos a serem

assimilados ele depende de novos parâmetros relativos à suas conquistas diante do desafio da

construção do conhecimento. Esse esforço de entendimento conjunto não caracteriza uma

forma de orientação pedagógica do professor, mas a busca de soluções que venham a

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beneficiar o aluno de todas as maneiras possíveis e não apenas para avançar no conteúdo

escolar.

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

3.1 DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM COM DEFICIÊNCIA INT ELECTUAL

Nos últimos tempos, como resultado da luta das próprias pessoas com deficiência, vem

ganhando espaço na sociedade a proposta de romper com os tradicionais paradigmas

segregativos e a adoção de procedimentos que possam contribuir para garantir a essas pessoas

as condições necessárias a sua participação como sujeitos sociais.

A nova classificação da Deficiência intelectual baseada no conceito publicado em

1992 pela Associação Americana de Deficiência Mental considera a deficiência intelectual

não mais como um traço absoluto da pessoa que a tem e sim como um atributo que interage

com seu meio ambiente físico e humano, que por sua vez devem adaptar-se as necessidades

especiais dessa pessoa, provendo-lhe o apoio intermitente, limitado extensivo ou permanente

de que ela necessita para funcionar em dez áreas de habilidades adaptativas; comunicação,

autocuidado, habilidades sociais vida familiar uso comunitário autonomia saúde e segurança

funcionalidade acadêmica lazer trabalho. (SASSAKI, 2003, p.160-165)

Acriança não nasce com órgãos aptos a realizar de repente as funções que são produtos

do desenvolvimento histórico dos homens e se desenvolvem o decurso da vida pela aquisição

da experiência histórica. (LEONTIEV 1978.p.327).

No Plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem dos alunos,

aprovado pela conferencia sobre Educação para todos, em Jontien na Tailândia, 1990. Um dos

itens desta Declaração propõe que:

As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso a educação aos portadores de todo qualquer tipo de deficiência, como parte integrante de sistema educativo.

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O segundo documento, a Declaração de Salamanca, inicia afirmando:

Nos os delegados á Conferência Mundial sobre necessidades Educativas Especiais, representando noventa e dois governos e vinte e cinco organizações internacionais, reunidos nesta cidade de Salamanca, Espanha, entre 7e 10 de junho de 1994, reafirmamos pela presente declaração, nosso compromisso com a educação para todos reconhecendo a necessidade e urgência de ser o ensino ministrado, no sistema comum de educação, a todas as crianças, jovens, e adultos com necessidades educativas especiais ( )(p. 9)

O principio fundamental desta linha de Ação é que todas as escolas devem acolher

todas as crianças, independente de suas condições físicas intelectuais sociais, emocionais,

lingüísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiências e crianças bem dotadas,

crianças que vivem nas ruas e que trabalham, crianças de populações distantes ou nômades,

crianças de minoria lingüísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas

desfavorecidos ou marginalizados (p.17-18)

Hoje não se pode mais considerar a deficiência mental como um traço absoluto do

individuo. Mas deve-se considerar a interação que esse individuo, com funcionamento

intelectual limitado, estabelece com o meio ambiente, no sentido de se valorizar a importância

do meio ambiente no funcionamento presente dessa pessoa com deficiência mental, a fim de

prescrever-lhe os apoios de que necessita (MENDES,1996, p.126)

A debilidade para Lacan, define uma maneira particular de o sujeito lidar com o saber

podendo ser natural ao sujeito, por caracterizar um mal estar fundamental em relação ao

saber, ou seja, todos nos temos algo que não conseguimos ou não queremos saber. Mas

também define a debilidade como uma patologia, quando o sujeito se fixa numa posição débil

de total recusa de apropriação do saber. A inibição, desenvolvida por Freud, pode ser definida

pela limitação de determinadas atividades, causada por um bloqueio de algumas funções,

como o pensamento, por exemplo.

Assim, as ajudas ou apoios são imprescindíveis para uma concepção menos rotuladora

e positivista da deficiência mental. Sua necessidade, intensidade e freqüência deverão ser

definidas por uma equipe multiprofissional que avalia o aluno, juntamente com a escola e a

família e que ao avaliá-lo, deve vê-lo não apenas pelo aspecto de suas deficiências ou

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limitações e sim sob o aspecto de suas potencialidades, daquilo que ele poderá realizar se tiver

as ajudas /apoios necessários (IACOMO, 2004, P.138)

Padilha (2001, p.2), ao refletir sobre a definição de deficiência mental, afirma que uma

questão para estudo é como “por na cultura, na capacidade de simbolizar e na historia de vida

social, a vida do sujeito deficiente mental. É vislumbrar a possibilidade de diminuir a

deficiência, é empurrar a barra que separa o normal do patológico.” Diz ainda:

Move-me a busca dos sujeito que são todos os deficientes mentais sujeitos simbólicos que mesmo com o mundo aos pedaços, continuam capazes de sonhar, de imaginar desejar, aprender e também amar. Eles esperam de seus educadores maior compreensão de suas possibilidades e uma crença relativa nos diagnósticos dos médicos. Esperam poder participar do mundo cultural das pessoas consideradas normais (Id; 2001 p.43).

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados da pesquisa indicam que o aluno com deficiência intelectual são capazes

de se apropriar dos conhecimentos relativos a aprendizagem da língua escrita; e que a

mediação pedagógica mais significativa e eficiente é aquela que resulta na combinação de

estratégias variadas, orientadas em função das dificuldades e potencialidades dos sujeitos e da

situação problema. Um dos aspectos a ser considerado na relação com o deficiente intelectual

é que elas não tem doença mental e não são agressivas.devendo agir da mesma forma que se

age com as pessoas consideradas normais. Respeitar sua faixa etária; se ela for criança, deve-

se tratá-la como criança, se for adolescente, deve-se tratá-la como adolescente e se for uma

pessoa adulta deve-se tratá-la como tal. Não se deve ignorar a pessoa com deficiência

intelectual e nem ressaltar a mesma no meio das demais. Deve-se cumprimentá-la e despedir-

se dela normalmente, como se faz com qualquer pessoa Pode levar mais tempo para aprender,

mas são capazes de adquirir habilidades necessárias a sua existência, não se deve super

protegê-las, mas sim favorecer o seu desenvolvimento, evitar comparação, pois ela só pode

ser comparada com ela mesma. Estabelecer limites de forma clara apresentando firmeza nas

atitudes da mesma forma que trata as demais crianças. No campo da

aprendizagem/desenvolvimento deixar que ela observe, experimente e tente realizar as

atividades, mediar a fazendo refletir sobre as diferentes possibilidades daquela ação. A

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mediação feita pelo professor com base nas reais dificuldades e possibilidades de sua sala de

aula favorece a criação de um ambiente de respeito mutuo e interação social entre os alunos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos estudos os dados apresentados indicam que é importante considerar as

concepções do mediador como um fator relevante na relação entre professor conhecimento e

aluno e que a combinação de varias estratégias na mediação pedagógica é significativa e

eficiente Assim sendo o plano de ensino deve adequar ao desenvolvimento cognitivo do

aluno, possibilitando avançar em termos de apropriação cada vez mais elaborada de

conhecimento permitindo desenvolver apoio necessário, para facilitar a

independência/interdependência, produtividade e integração da pessoa na comunidade.

Desenvolver oficinas sobre ‘Como se relacionar com as pessoas com deficiência tanto para o

professor, como para os funcionários e alunos contribui para quebrar barreiras atitudinais

existentes por falta de conhecimento e de maior convivência. O dialogo com alunos e seus

familiares quando necessário para conhecer sua trajetória social de vida, buscando

compreender suas necessidades no intuito de ser atendidas para efetivar seus estudos evitando

prejuízo tanto pela falta de participação, quanto na apropriação do conhecimento. Na escola, a

convivência com as contradições sociais, a diversidade e a diferença possibilitam um espaço

rico de aprendizagem. Os estudos provam que a inclusão só traz benefícios para os alunos

com deficiência intelectual e.se estiverem abertos e preparados para recebê-los, todos

lucraremos, pois a escola terá que rever seus conceitos e consequentemente grandes mudanças

surgirão e os alunos aprenderão naturalmente a conviver com a diversidade.

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ABSTRAT The first condition to understand the deficient intellectual and to implement its educative process is to accept the condition of that the deficient one is as all a being in learning process and that ahead of the reality where this inserted one makes if necessary to know that the necessary school to be prepared and duly equalized that adopts a pertaining to school management, truily participativa and decentralized to receive this type of clientele. The objective of the present work is to clarify information maken a mistake that make it difficult the development and its integration in the pertaining to school community and to contribute to promote the inclusion improving you practise pedagogical assuring them to it the right to learn to construct the knowledge usufructing of the company of other children, as well as collaborator the pertaining to school environment.

Keywords: Deficient intellectual. Learning. Development. Pertaining to school.

REFERÊNCIAS

DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS. Satisfação das necessidades básicas de aprendizagem . Disponível em: <www.unesco.org.br.>

FREUD, Sigmundo.”Inibição ,Sintoma e Ansiedade”. In: ______. Tradução de Jayme Salomão Obras Psicológicas Completas. Rio de Janeiro: Imago, v.20, 1926.

IACOMO, Jane Peruzo. Deficiência mental e terminalidade especifica: novas possibilidades de inclusão ou exclusão velada? 2004. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pos Graduação em Educação. Universidade Estadual de Maringá, 2004

LACAN, Jacques. Tradução de M.D. Magno. O seminário: livro 11, os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. 2.ed., Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1964.

LEONTIEV, Aléxis. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Horizonte, 1978.

MENDES, Eniceia Gonçalves. Evolução histórica da concepção cientifica da deficiência mental. In: Temas em Educação Especial. São Carlos. EDUFSCar. 1996.

PADILHA, A. M. L. Praticas pedagógicas na educação especial: a capacidade de significar o mundo e a inserção cultural do deficiente mental. Campinas, SP: Autores Associados, 2001.

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PIAGET, Jean. Tradução: Marion M. dos Santos Penna. A equilibração das estruturas cognitivas: problema central do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.

SASSAKI, Romeu Kazumi. Vida Independente. São Paulo: CVI- Araci Nallin, 2003.