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RECURSOS CIVIS RECURSOS CIVIS Aula 4 Temas: I) PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL - Parte 2 Prof.: Denis Domingues Hermida

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RECURSOS CIVIS

RECURSOS CIVIS

Aula 4

Temas: I) PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL - Parte 2

Prof.: Denis Domingues Hermida

1) JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E JUÍZO DE MÉRITO

a) Introdução

A apreciação de um recurso envolve 2(duas) fases.

Primeiramente, analisa-se se o recurso interposto/oposto contém osrequisitos impostos por lei (pressupostos de admissibilidade) para suaviabilidade. Após, uma vez ultrapassada positivamente a análise dospressupostos de admissibilidade, passa-se à apreciação do mérito dorecurso

Se a fase de análise dos pressupostos de admissibilidade recursal nãoconcluir de forma positiva (isto é, pelo preenchimento de todos ospressupostos), não haverá a apreciação do mérito (daquilo que éefetivamente pleiteado no recurso: reexame com requerimento denulidade, reforma ou integração da decisão atacada);

Existem, dessa forma, 2(dois) momentos de apreciação deum recurso:

a)Juízo de ADMISSIBILIDADE

b)Juízo de MÉRITO

A) JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE: análise do preenchimento,pelo recurso, de requisitos impostos pela lei para a suaviabilidade (pressupostos de admissibilidade). Uma vezconcluído pelo preenchimento dos referidospressupostos, o recurso será CONHECIDO (isto é, passarápara a próxima fase – o Juízo de admissibilidade).

Se houver conclusão pelo não preenchimento dospressupostos de admissibilidade recursal, o recurso NÃO ÉCONHECIDO, e não haverá, por consequência o reexame econsequente apreciação do pedido do recurso – isto é, não serealizará o JUÍZO DE MÉRITO.

b) JUÍZO DE MÉRITO: apreciação efetiva do conteúdo dorecurso, isto é, realização do reexame da decisãoatacada/recorrida e decisão sobre o requerimento do recurso(integração, reforma, nulidade).

O Juízo de mérito somente se realiza após o Juízo deAdmissibilidade ser positivo (isto é, se o recurso forCONHECIDO).

Como resultado do Juízo de Mérito, podemos ter: NÃOPROVIMENTO DO RECURSO (o quanto requerido no recursofoi rejeitado), PROVIMENTO TOTAL DO RECURSO (a totalidadedo quanto requerido no recurso foi concedida) ouPROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO (parte do quantorequerido no recurso foi concedida)

II – PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

- Conjunto de requisitos impostos por lei para quedeterminado recurso interposto/oposto seja viável, isto é,que possa dar ensejo a 2ª fase da apreciação do recurso, oJUÍZO DE MÉRITO;

- Uma vez constatada (no Juízo de Admissibilidade) opreenchimento dos PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE, oRecurso é CONHECIDO e se parte para a fase de JUÍZO DEMÉRITO do recurso.

II.1 – ESPÉCIES DE PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

Intrínsecos (ou subjetivos) – relacionados ao poder derecorrer: cabimento, legitimação, interesse e inexistência defato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer

Extrínsecos (ou objetivos) – relacionados à forma comoexteriorizar o poder de recorrer : recorribilidade da decisão eadequação, singularidade, preparo, tempestividade,regularidade formal e motivação do recurso

II.1.1 – PRESSUPOSOS DE ADMISSIBILIDADE INTRÍNSECOS

Relacionados ao PODER da parte recorrer

Quais são: a) cabimento

b) legitimidade para recorrer

c) Interesse para recorrer

d) inexistência de fato impeditivo ou extintivodo poder de recorrer

- art. 203/CPC Sentença (põe-se fim à fase cognitiva do procedimento comum

ou extingue a execução)

Decisão Interlocutória (ato que, apesar de decidir questão

incidente, não põe fim à fase cognitiva doprocedimento comum ou extingue a

execução)Despacho (demais atos que não se enquadram como sentença

ou como decisão interlocutória)

Atos Ordinatórios*(atos meramente ordinatórios como

juntada e vista obrigatória que independemde despachos e de vem ser praticados por servidor e revisto pelo juiz quando necessário)

a) CABIMENTO

- Decisões Monocráticas em Tribunais

- Acórdão de Partes Fracionárias dos Tribunais

- Acórdão de Órgão Especial dos Tribunais

- Acórdão do Pleno dos Tribunais

DESPACHOS não são recorríveis art. 1001 do CPC:

CPC. Art. 1001. Dos despachos não cabe recurso

b) LEGITIMIDADE PARA RECORRER

Parte

Ministério Público (como parte ou custos legis)

Terceiro Interessado

------------------------------------------------------------------------------------------CPC. Art. 966. O recurso pode ser interposto pela parte vencida,pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte oucomo fiscal da ordem.

Parágrafo: Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de adecisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicialatingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízocomo substitute processual.

c) INTERESSE RECURSAL

Somente parte sucumbente TOTAL ou PARCIALMENTE no objetoda decisão judicial tem interesse para recorrer.

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CPC. Art. 966. O recurso pode ser interposto pela PARTE VENCIDA…”(destaque nosso)

CPC. Art. 1002. A decisão pode ser impugnada no todo ou emparte.”

d) INEXISTÊNCIA DE FATO IMPEDITIVO OU EXTINTIVO DO DIREITODE RECORRER

Hipótese de aceitação expressa ou tácita da decisão proferida

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CPC. Art. 1000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente adecisão não poderá recorrer.

Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, semnenhuma reserve, de ato incompatível com a vontade de recorrer

RENÚNCIA AO DIREITO DE RECORRER

CPC. Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe daaceitação da outra parte.

DESISTÊNCIA DE RECURSO

CPC. Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, semanuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.

Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análisede questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida edaquele objeto de julgamento de recursos extraordinários ouespeciais repetitivos.

Extrínsecos (ou objetivos) : recorribilidade da decisão e adequação,singularidade, preparo, tempestividade, regularidade formal emotivação do recurso

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a.1) Funções dos princípios

• Função INTERPRETATIVA (também denominada descritiva ou informativa):atuação no processo de interpretação dos textos legais, selecionando, medianteanálise de compatibilidade das possibilidades interpretativas possíveis do textolegal com os princípios (valores) aplicáveis ao tema;

• Função NORMATIVA SUBSIDIÁRIA: atuação como fonte normativa(elemento de produção de normas jurídicas) nas situações de ausência de outrasregras jurídicas utilizáveis pelo interprete/aplicador do direito positivo frente aum determinado caso concreto;

• Função NORMATIVA CONCORRENTE: determinados princípios, emcertas situações concretas, passam a ter um papel prevalecente sobre demaisnormas jurídica. Tais características incidem principalmente em relação aprincípios tidos como essenciais ao sistema jurídico.

ORIGENS

Regras lógicas e técnicas

NormasConstitucionais

Normas Infraconstitucionais

2- PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AOS RECURSOS CIVIS

A - PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO

- Conteúdo: em regra, as decisões judiciais não se sujeitam necessariamente a um único grau de

julgamento, permitindo-se a possibilidade de impugnação das referidas decisões;

- Não há previsão expressa desse princípio na Constituição Federal, nem sequer na Legislação

Infraconstitucional, decorrendo a sua existência dos seguintes pontos:

• Direito ao contraditório nos termos do art. 5, LV, da Constituição Federal (a

manifestação de inconformismo e a possibilidade de impugnação da decisão judicial são

necessárias ao exercício do contraditório em relação à decisão judicial) ;

• Organização Judiciária e distribuição de competências nos termos dos artigos 92 a 126

da Constituição Federal;

• Tratamento jurídico dos recursos seja na Constituição Federal, seja na Legislação

Infraconstitucional.

- Nem sempre o reexame será realizado por outro órgão do Poder Judiciário. Ex:

• Lei 9099/95 – art.41, §1º• Lei 6830/81 – art. 34

- Há situações em que a Constituição Federal fixa competência originária e única a determinados Tribunais. Ex: • Constituição Federal – art. 102

B – PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE

- Conteúdo: o cabimento e a forma do recurso não dependem da vontade da parte, mas de previsão legal expressa;

- O elenco de recursos cabíveis, bem como as respectivas hipóteses de cabimento e a forma do seu exercício devem ser previstas em lei, não se esgotando, entretanto, nas hipóteses do artigo 994 do CPC, havendo outras leis infraconstitucionais que fixam recursos e seus respectivos cabimento e forma de exercício (Ex.: Lei 9.099 – art. 41; Lei 6830/81 –art 34; etc)

C- PRINCÍPIO DA SINGULARIDADE

- Princípio da Unirrecorribilidade ou da unicidade

- Conteúdo: para cada ato decisório recorrível há só recurso admitido pelo ordenamento jurídico.

- Analisar questão dos embargos de declaração* - simultaneidade x sucessividade

- Exceção aparente: art. 1029 do CPC – possibilidade simultânea dos recursos especial (para o STJ) e extraordinário (para o STF) para impugnação de um mesmo acordão

E- PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE

- Conteúdo: quando houver dúvida relevante sobre qual recurso aser oposto/interposto, é admitido o recurso equivocadamenteoposto/interposto, para fins de realização do reexame requeridono mesmo;

- Construção jurisprudencial

- Requisitos: a) dúvida objetiva acerca de qual o recurso cabível; b)inexistência de erro grosseiro; c) observância do prazo próprio dorecurso adequado

- Hipóteses expressamente previstas nos artigo 1032 e 1033 do CPC:

CPC. Art. 1032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15(quinze) dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional. (...)

CP. Art. 1033. Se o Supremo Tribunal federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.

F- PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE

- Conteúdo: exigência no sentido de que todo recurso sejaformulado por meio de petição na qual a parte não apenasmanifeste sua inconformidade com a decisão judicial, mas tambéme necessariamente indique os motivos de fato e de direito pelosquais requer o reexame da decisão judicial impugnada, sujeitandotais motivos ao debate com a parte contrária.

- Origem: direito ao contraditório (art. 5º, LV, da Constituição Federal)e expressas disposições de leis infraconstitucional (exemplos: art.1010, III, do CPC; art. 1016 do CPC, II e III, do CPC; art. 1023 do CPC;; art. 1028 do CPC; art. 1029, I e III, do CPC)

G- PRINCÍPIO A VOLUNTARIEDADE

- Conteúdo: sem a formulação de recurso pela parte, não é possível que o tribunal o aprecie. Isto é, o Juízo prolator da decisão não tem o poder de, ex officio, recorrer pela parte, ainda que se trate de incapaz

- Remessa necessária Art. 496/CPC tem natureza de recurso?

- Art. 998 do CPC (possibilidade de desistência de recurso pela parte) Consequência do princípio da voluntariedade:

H- PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE EM SEPARADO DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS

- Conteúdo: em regra as decisões interlocutórias não são prontamente recorríveis, devendo a impugnação das mesmas ser realizada quando da interposição de recurso contra a sentença/acórdão, à exceção das hipóteses expressamente previstas em lei que permite recorribilidade imediata de decisão interlocutória sobre determinada temática, como, por exemplo, o contido no art. 1015 do CPC.

I- INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA COMPLEMENTARIEDADE NOS RECURSOS CIVIS

- Conteúdo: não se aplica aos recursos civis a possibilidade prevista no Código de Processo Penal (art. 578 c/c art.588 do CPP) de interposição de recurso deixando a apresentação dos motivos (fundamentos fáticos e jurídicos/de direito) para momento posterior.

J- PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA “REFORMATIO IN PEJUS”

- Conteúdo: o órgão judicial responsável pela apreciação do recurso não pode proferir decisão mais desfavorável ao recorrente do que aquela contra a qual foi interposto o recurso

- Exceções:

• Hipóteses de conhecimento de ofício de matérias de ordem pública;

• Hipótese do art. 1013, §3º, do CPC