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Importância da Imagiologia na Avaliação, Diagnóstico, e Reabilitação do Utente com Disfagia Docente : Paula Madeira Discentes : Ana Filipa Santos Cátia Magalhães Luísa Daniel Licenciatura em Terapia da Fala 4.º Ano – 1.º Semestre Janeiro 2011

Apresentação imagiologia

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Importância da Imagiologia na Avaliação, Diagnóstico, e Reabilitação do Utente com Disfagia

Docente: Paula Madeira Discentes: Ana Filipa Santos Cátia Magalhães

Luísa Daniel Raquel Silva

Rita PedroLicenciatura em Terapia da Fala

4.º Ano – 1.º SemestreJaneiro 2011

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Sistema Estomatognático

Cavidade Oral

Responsável por diversas funções, tais como:

Respiração

Mastigação

SucçãoDeglutiç

ão

FonaçãoAs funções são desempenhadas

mediante a acção específica de

diversas estruturas

Anatomia e Fisiologia da Deglutição

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A Deglutição:

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Faringe

• A Faringe é a porção do sistema digestivo que serve de canal de comunicação entre o sistema digestivo e o respiratório. É responsável pela segunda fase da deglutição.

Esófago

• O Esófago é uma estrutura longa anterior à coluna vertebral e posterior à traqueia que comunica directamente com o Estômago. É a região onde ocorre a terceira fase da deglutição.

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• Forma-se um bolo alimentar na cavidade oral que é empurrado pela língua contra o palato duro e posteriormente para a orofaringe.

Fase Oral

• O palato mole eleva-se, encerrando a comunicação entre a nasofaringe e a orofaringe. Os músculos constritores da faringe forçam a progressão do bolo alimentar e movimenta-o no sentido do Esófago.

Fase Faríngea

• O bolo alimentar é movimentado do esófago para o estômago através das contracções peristálticas.

Fase Esofágica

As 3 fases da Deglutição:

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O Sistema Nervoso Central (SNC) dá ordem para iniciar e coordenar os vários músculos que estão envolvidos nas fases oral, faríngea e esofágica da deglutição.

Controlo Neurológico da Deglutição

Os impulsos motores da Deglutição são transmitidos pelos nervos cranianos:

Nervos Cervicais

SuperioresHipoglosso GlossofaríngeoVago Trigémio

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DEGLUTIÇÃO

4 Fases da Deglutiçã

o

Fase oral

Fase farínge

a

Fase esofágic

a

Fase oral preparatór

ia

Page 8: Apresentação imagiologia

DEGLUTIÇÃO

Fase oral preparatória

Preparação do alimento,

com a intervenção da

língua, dentes, lábios e

bochechas para ser

transformado num bolo

homogéneo;

Elevação da língua de

modo a projectar o bolo

alimentar até à faringe.

Fase oral

Elevação do palato e

encerramento da

nasofaringe;

Contração dos músculos

da faringe.

Page 9: Apresentação imagiologia

DEGLUTIÇÃO

Fase faríngea

A epiglote movimenta-se

para trás e encerra-se;

Detenção da respiração

para evitar a aspiração e o

relaxamento do esfíncter

superior.

Fase esofágica

Passagem do bolo

alimentar pelo esófago;

Através das contracções

peristálticas e do

relaxamento do esfínter

esofágico inferior, o bolo

alimentar chega ao

estômago.

Page 10: Apresentação imagiologia

DISFAGIA

A deglutição é um processo extremamente complexo e

dinâmico, fundamental para a nutrição do organismo como um

todo.

Definição:

Transtorno no processo de deglutição caracterizado pela

dificuldade na preparação oral do bolo alimentar ou no seu

movimento, da boca até ao estômago. A disfagia pode ocorrer

em faixas etárias distintas, desde os recém-nascidos ate aos

idosos, que decorrem de diversas condições médicas e

psíquicas.

Page 11: Apresentação imagiologia

DISFAGIA

A classificação da disfagia está relacionada com 2 aspectos

Causa Comprometimento da fase da deglutição

• Mecânica

Neurológica

• Disfagia oral

• Disfagia

faríngea;

• Disfagia

orofaríngea;

• Disfagia

esofágica.

Page 12: Apresentação imagiologia

DISFAGIACausa

Disfagia Mecânica Disfagia Neurológica

• Estenose Esofágica;• Espasmo esofágico;• Neoplasia da cabeça, pescoço e/ou esófago;• Divertículo faríngeo;• Cirurgia ou lesão: - língua - lábio - mandíbula - boca• Infecções severas da boca e/ou da garganta;• Próteses orais mal adaptadas

Doenças do Sistema Nervoso Central:• AVC;• Lesão tumoral;• Traumatismo Craneano;• Doença/lesão degenerativa: - Esclerose Múltipla - Doença de Parkinson - Doença de Alzheimer• Lesões do cerebelo;• Paralisia cerebral/facial; Doenças Neuromusculares:• Distrofias musculares;• Poliomiosite/Dermatomiosite;• Miastenia Gravis; Doenças neuromotoras:• Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA);• Atrofia muscular da espinal congénita;• Síndroma Postpolio

Page 13: Apresentação imagiologia

DISFAGIAComprometimento da fase da

deglutiçãoDisfagia oral

• Quando existem

comprometimentos ao nível da

fase oral preparatória e da fase

oral.

• Ex.: Apraxia oral ou paralisia

unilateral da língua.

Disfagia faríngea

• Quando existem

comprometimentos ao nível da

fase faríngea.

• Ex.: paralisias faríngeas e/ou

laríngeas ou laringectomias

parciais.

Disfagia orofaríngea

• Alteração na fase oral e

faríngea.

• Ex.: Glossectomias,

laringectomias parciais

horizontais, doenças de

Parkinson ou paralisia cerebral.

Disfagia esofágica

• Ocorre após o bolo alimentar

ter atravessado a faringe, tendo

dificuldade na sua passagem

pelo esófago.

• Ex.: Esclerose Sistémica,

Lúpus, Diabetes, Doença de

Parkinson ou Hipotiroidismo.

Page 14: Apresentação imagiologia

DISFAGIASintomas de disfagia:

Movimentos exagerados da

língua;

Deglutição lenta;

Presença de tosse;

Sialorreia frequente;

Problemas da fala e articulação

de palavras;

Diminuição da ingestão de

alimentos, com consequente

perda de peso;

Aumento de secrecções

bronquiais, com infecções

respiratórias de repetição.

Gengivites;

Infecções urinárias;

Asfixia;

Pneumonia de aspiração;

Malnutrição com perda de

peso;

Astenia e fadiga;

Desidratação;

Fissuras, etc

Page 15: Apresentação imagiologia

Quando o indivíduo tem disfagia existem

alterações ao nível do processo de

deglutição, bem como de comprometimentos

da saúde geral, do estado nutricional e de

condições pulmonares, causando impacto na

qualidade de vida do próprio. Logo, a

disfagia afecta não só o paciente, mas

também os seus cuidadores e familiares.

DISFAGIA

Page 16: Apresentação imagiologia

AVALIAÇÃO DA DISFAGIA

A avaliação de pacientes com disfagia é dificultada devido à

complexidade e velocidade dos mecanismos que estão

envolvidos no processo de deglutição, sendo fundamental uma

avaliação sistematizada e multidisciplinar (Jakubovicz, 2004). Antes de proceder à avaliação clínica do paciente, o terapeuta da

fala deverá realizar uma anamnese detalhada que inclui:

• Queixa

• Possível sintoma de

disfagia

• Informações sobre o

diagnóstico médico,

• História pregressa,

• Alimentação actual,

• Condição clínica

respiratória

• Medicamentos,

• Hábitos (fumo e álcool),

• Sono,

• Próteses dentárias,

• Fala e voz, etc.

Page 17: Apresentação imagiologia

AVALIAÇÃO DA DISFAGIA

Os dados acerca da alimentação actual são fulcrais, visto que

fornecem informações sobre:

• Nutrição oral;

• Consistências mais fáceis

para o indivíduo;

• Outras vias alternativas de

alimentação;

• Deglutição lenta;

• Necessidade de ingestão de

líquidos para auxiliar a

deglutição;

• Necessidade de pigarrear

após as refeições;

• Engasgos comuns com saliva

e/ou alimentos;

• Tosse e/ou sufocamento após

engasgos;

• Sensação de estase de saliva

e/ou alimentos;

• Alteração vocal após a

alimentação;

• Dor na deglutição;

• Azia e/ou ingestação de

alimentos condimentados

Page 18: Apresentação imagiologia

AVALIAÇÃO DA DISFAGIAAvaliação

Condição Clínica

Aspectos comportamentais

Avaliação das estruturas

orofaríngeas Mobilidade, extensão, tónus, força, coordenação, sensibilidade e movimentação vertical da laringe durante a alimentação

Page 19: Apresentação imagiologia

AVALIAÇÃO DA DISFAGIA

Caso os pacientes consigam ingerir os alimentos pela via oral, a

avaliação deverá consistir na ingestão de cinco diferentes tipos

de consistências alimentares:

• Líquidos fluídos (água)

• Líquidos engrossados

(sumo)

• Purés

• Granulosos

• Sólidos

Avaliar os paladares dos

alimentos ingeridos, em

diferentes temperaturas:

• Doce

• Amargo

• Salgado

• Azedo

Page 20: Apresentação imagiologia

Avaliação vocal

Qualidade vocal soprosa

Qualidade vocal rouco-soprosa

AVALIAÇÃO DA DISFAGIA

Deficiência da coaptação glótica, com risco de aspiração durante a deglutição.

Revela presença de alimento, saliva e/ou secrecções na região das pregas vocais, sinalizando possivel aspiração traqueal.

Page 21: Apresentação imagiologia

AVALIAÇÃO DA DISFAGIA

Antes de se avaliar a alimentação, deve-se observar a

capacidade de deglutição da saliva por parte do paciente.

Procede-se à introdução do alimento

quando se verifica que o paciente deglute

a saliva sem tosse e/ou engasgos.

Porém, caso o paciente não apresente

deglutição de saliva, deverá ser

realizado a estimulação gustativa.Avaliação Instrumental

Permite:

• Chegar a um diagnóstico com maior precisão da disfagia;

• Localizar qual a fase da deglutição que se encontra alterada e qual a

dificuldade específica;

• Diferenciar se ocorre penetração ou aspiração

Page 22: Apresentação imagiologia

Disfagias neurológicas infantis

AVALIAÇÃO DA DISFAGIA

A anamnese deve conter:

• História alimentar segundo a faixa etária da criança

• Crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor

• Dependência de outras pessoas para se alimentar

• Recusa de alguma consistência, sabor ou temperatura

• Grau de dificuldade no início, meio e final da refeição

• Variação da dificuldade tendo em conta o horário ou

diferentes cuidadores

• Dificuldade respiratória durante a alimentação

• Vómitos

• Letargia ou sonolência durante a alimentação

• Alimentação forçada, etc.

Page 23: Apresentação imagiologia

AVALIAÇÃO DA DISFAGIA

Avaliação das estruturas orofaríngeas

Durante a função de alimentação

Page 24: Apresentação imagiologia

AVALIAÇÃO DA DISFAGIAAvaliação nos recém-

nascidos

Deve haver:

Estabilização do estado respiratório e cardíaco;

Sons intestinais antes da introdução do alimento por via oral

A avaliação deverá ser realizada com o mínimo de

stress respiratório possível

Os bebés devem ser observados entre 15 a 20

minutos, visto que em alguns casos entram em fadiga

ao longo da alimentação.

Page 25: Apresentação imagiologia

AVALIAÇÃO DA DISFAGIA

As crianças mais velhas devem ser

avaliadas com o familiar ou cuidador que

habitualmente os alimenta

Visualizar qual o

posicionamento e postura da

criança durante a alimentação.

Observar a acção dos lábios,

língua e mandíbula durante a

alimentação.

Page 26: Apresentação imagiologia

Imagiologia…

A Imagiologia é uma especialidade da

Medicina dependente da tecnologia

As técnicas de imagem representam um instrumento

insubstituível para a prevenção e diagnóstico das mais diversas patologias.

Abrange as mais diversas modalidades de imagem clínica: Radiografia,

Fluoroscopia, Angiografia digital, Tomografia Computorizada (TC),

Ressonância Magnética (RM), Medicina nuclear e Ecografia

Secca, 2003, citado por Pisco, 2003

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Exames Auxiliares de Diagnóstico na Disfagia…

Existe um leque importante de exames

essenciais no diagnóstico da

Disfagia, sendo de salientar os seguintes:

•Raio X Simples

•Tomografia Computorizada

•Videofluoroscopia da Deglutição Orofaríngea

Page 28: Apresentação imagiologia

Raio X Simples

Pode evidenciar massas

mediastínicas ou patologia

pulmonar como causas da

Disfagia, assim como dilatação

esofágica. Este exame pode servir

também para visualizar edema de

tecidos moles.

Fig.1 – Metástases (Mediastínicas)

Page 29: Apresentação imagiologia

Tomografia Computorizada

A Tomografia Computorizada (TC), representa a evolução lógica

e natural da imagem

radiográfica convencional

utilizando radiação X

Este método de diagnóstico é útil

por ex. na visualização de

compressões esofágicas por

órgãos adjacentes ou no esclarecimento de dúvidas que

surjam na realização de

outros exames . Ex. Carcinoma

do Esófago.

Calha, 2003, citado por Pisco, 2003

Page 30: Apresentação imagiologia

Videofluoroscopia da Deglutição no Adulto

A Videofluoroscopia é o método “Gold standard” na avaliação da deglutição, e na

investigação das Disfagias

Este exame define a anatomia e fisiologia da deglutição, aliando diferentes consistências,

quantidades, posturas e manobras facilitadoras, de modo a que a avaliação radiológica contribua

para o entendimento e estabelecimento do diagnóstico, grau de severidade, etiologia da

disfunção, e reabilitação do utente com Disfagia

Barros, Silva e Angelis, 2010, citado por Jotz, Angelis e Barros, 2010

Page 31: Apresentação imagiologia

Videofluoroscopia da Deglutição

A realização deste exame implica a utilização de equipamentos de raios X com um monitor adjacente e uma cassete de vídeo de boa

qualidade. A imagem proveniente é gravada na cassete, permitindo análises posteriores.

Este estudo radiológico é efectuado através da administração de um corante (Bário) em diversas consistências e volumes. Os meios de

contraste, são substâncias que pela sua composição química e respectiva densidade, modificam a absorção que os órgãos e tecidos

naturalmente provocam no raio X. Barros, Silva e Angelis, 2010, citado por Jotz, Angelis e Barros, 2010

Page 32: Apresentação imagiologia

Barros, Silva e Angelis, 2010, citado por Jotz, Angelis e Barros, 2010

Page 33: Apresentação imagiologia

Existem diversos factores que podem

conduzir a alterações na deglutição nas crianças

Alterações anatómicas adquiridas e neurológicas,

doenças do sistema nervoso periférico

ou doenças neuromusculares

Prematuridade (incoordenação

da função), alterações

congénitas da face e pescoço com envolvimento da cavidade nasal, boca, faringe,

laringe, traqueia e esófago

Videofluoroscopia da Deglutição na Criança

Mello-Filho, et al., 2010 citado por Jotz, Angelis e Barros, 2010

Page 34: Apresentação imagiologia

A avaliação de uma criança com Disfagia envolve a Anamnese e o exame físico habitual.

O exame mais indicado é a Videofluoroscopia.Este é extremamente importante para o

esclarecimento da presença de aspiração, e verificação do resultado das manobras

facilitadoras posturais de limpeza, bem como para a decisão sobre a consistência e volume

do alimento mais adequado. Deste modo, é possível analisar se a aspiração

ocorreu antes da deglutição, ou como consequência de um atraso no início da fase faríngea durante a deglutição, possibilitando

um tratamento mais adequado para cada caso.Este exame é contra-indicado em pacientes que

apresentem sinais evidentes de comprometimento respiratório grave, ou ausência do reflexo de

tosse.Mello-Filho, et al., 2010 citado por Jotz, Angelis e Barros, 2010

Videofluoroscopia da Deglutição na Criança

Page 35: Apresentação imagiologia

Videofluoroscopia da Deglutição na Criança

• Na Videofluoroscopia, os utentes são colocados em posição lateral muitas vezes no colo da mãe ou de um dos examinadores, de forma a adequar o posicionamento.

Posteriormente são fornecidos à criança alimentos na consistência líquida, pastosa e sólida em quantidades variáveis.

Mello-Filho, et al., 2010 citado por Jotz, Angelis e Barros, 2010

Page 36: Apresentação imagiologia

Videofluoroscopia da Deglutição na Criança

Os resultados mais comuns, observados durante o exame

na fase oral são:

Diminuição do encerramento labial

Atraso no início da fase faríngea

Movimentos compensatórios

Na fase faríngea, são observados e analisados os

seguintes resultados:

Ausência ou presença de alterações

morfológicas da faringe e região

proximal do esófago

Regurgitação nasal

Aspiração do conteúdo alimentar

Por fim, na fase esofágica, observam-se os seguintes

resultados:

Alteração morfológica do

esófago

Abertura e encerramento do

segmento cricofaríngeo

Presença do refluxo gastro-esofágico

Mello-Filho, et al., 2010 citado por Jotz, Angelis e Barros, 2010