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Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina - Artigo de Revisão Bibliográfica - Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões Cartilagíneas do Joelho Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira Ano Letivo 2012/2013

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Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina

- Artigo de Revisão Bibliográfica -

Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância

Magnética na Avaliação de Lesões Cartilagíneas do

Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira

Ano Letivo 2012/2013

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 2

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira

Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância

Magnética na Avaliação de Lesões Cartilagíneas do Joelho

Dissertação de Mestrado Integrado em

Medicina submetida ao Instituto de

Ciências Biomédicas Abel Salazar

Ano Letivo 2012/2013

Orientador: Dr. Adélio Justino Machado

Vilaça

Categoria: Especialista em Ortopedia,

Assistente Hospitalar de Ortopedia no

HSA/CHP, Assistente convidado de

Ortopedia do ICBAS/UP

Afiliação: Instituto de Ciências

Biomédicas Abel Salazar, Rua de Jorge

Viterbo Ferreira nº228 4050-313 Porto

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 3

Índice

Resumo 4

Abstract 5

Lista de Abreviaturas 6

1. Introdução 7

2. Imagem por Ressonância Magnética da Cartilagem Articular 14

2.1. Avaliação Morfológica por Ressonância Magnética da

Cartilagem Articular 18

2.1.1. Spoiled gradient-recalled echo 20

2.2. Avaliação Composicional por Ressonância Magnética da

Cartilagem Articular 21

2.2.1. T2 mapping 22

2.2.2. T1rho 26

2.2.3. Ressonância magnética com 23-sódio 28

2.2.4. Delayed gadolinium-enhanced magnetic resonance

imaging of cartilage 31

2.2.5. Diffusion-weighted imaging 35

3. Conclusão 38

Referências Bibliográficas 39

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 4

Resumo

Lesões cartilagíneas são provocadas através da degradação da cartilagem

articular como resposta a estímulos metabólicos, genéticos, vasculares e

traumáticos. Podem ocorrer devido a um episódio único de carga sobre a

articulação do joelho, ou através de vários episódios cíclicos de pequena

magnitude. Dado o seu excelente contraste em tecidos moles, a Ressonância

Magnética é a melhor técnica de imagem disponível para estudar lesões da

cartilagem.

Nesta revisão pretende-se abordar as novas modalidades na imagiologia por

Ressonância Magnética na avaliação de lesões cartilagíneas do joelho, através da

pesquisa bibliográfica de publicações existentes, para que possa constituir um

instrumento auxiliar de atualização e aperfeiçoamento da prática clínica.

As técnicas específicas de imagem utilizadas para esta avaliação podem ser

divididas em duas categorias de acordo com a sua utilidade para avaliação

morfológica e, mais recentemente, avaliação composicional. Imagiologia por

spoiled gradient-recalled echo tri-dimensional é uma das sequências mais

comumente utilizadas para a avaliação morfológica de cartilagem na prática

clínica. Já mais recente, e com o intuito de avaliar a rede de colagénio, conteúdo

de proteoglicanos na matriz e hidratação da cartilagem do joelho, emergiram

técnicas de avaliação composicional como T2 mapping, T1rho, ressonância

magnética com 23-sódio, delayed gadolinium-enhanced magnetic resonance

imaging of cartilage, e diffusion-weighted imaging.

As novas modalidades de imagem por RMN são mais baseadas na fisiologia da

cartilagem, permitindo a deteção de alterações cartilagíneas precoces, em

particular, as alterações na composição da matriz cartilagíneas em estadios onde

os danos cartilagíneos são ainda reversíveis e tratáveis. Ainda permanece muito

mais para ser averiguado no campo da fisiologia cartilagínea por RMN.

PALAVRAS-CHAVE: Lesões cartilagíneas, cartilagem, ressonância magnética,

spoiled gradient-recalled echo, T2 mapping, delayed gadolinium-enhanced

imaging of cartilage, ressonância magnética com 23-sódio, T1rho, diffusion-

weighted imaging.

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

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Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 5

Abstract

Chondral lesions are caused by degradation of joint cartilage, in response to

metabolic, genetic, vascular and traumatic stimuli. They can occur due to a single

episode of loading on the knee joint or through various cyclic episodes of small

magnitude. Given its excellent contrast in soft tissue, Magnetic Resonance is the

best imaging technique available to study chondral lesions.

The purpose of this review is to address the new magnetic resonance imaging

modalities for the evaluation of knee chondral lesions, through research of

existing publications, in order to constitute an updated and improved auxiliary

instrument in the clinical practice.

The specific technique used to evaluate chondral lesions can be divided into two

categories according to its utility in morphological assessment and, more

recently, compositional evaluation. Three-dimensional spoiled gradient-recall

echo is the most common imaging sequence used to assess knee cartilage

morphology in the clinical practice. On a more recent note, and with aim to

assess the knee cartilage collagen network, proteoglycan content and hydration,

compositional techniques such as T2 mapping, delayed gadolinium-enhanced

magnetic resonance imaging of cartilage, Sodium magnetic resonance imaging,

T1rho, and diffusion-weighted imaging have emerged.

The new magnetic resonance imaging modalities are based on cartilage

physiology, allowing early cartilage change detection, in particular, changes in

cartilage matrix composition in stages where cartilage damage is still reversible

and treatable. There remains much more to be investigated in the field of MR

imaging of cartilage physiology

KEY-WORDS: Chondral lesions, cartilage, magnetic resonance imaging, spoiled

gradient-recalled echo, T2 mapping, delayed gadolinium-enhanced imaging of

cartilage, sodium magnetic resonance imaging, T1rho, diffusion-weighted

imaging.

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

Cartilagíneas do Joelho

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Lista de Abreviaturas

3D: tri-dimensional

ADC: apparent diffusion coefficient

CNR: contrast-to-noise ratio

dGEMRIC: delayed gadolinium-enhanced magnetic resonance imaging of cartilage

DTI: diffusion tensor imaging

DWI: diffusion-weighted imaging

FCD: fixed charge density

FSE: fast spin-echo

GAG: glicosaminoglicano

Gd(DTPA)2-

: ácido pentacético dietilenetriamino gadolínio

GRE: gradient-recalled echo

ICRS: International Cartilage Repair Society

MRI: magnetic resonance imaging

PDW: proton density weighted

RMN: ressonância magnética nuclear

SE: spin-echo

SNR: signal-to-noise ratio

SPGR: spoiled gradient-recalled echo

T1Gd: tempo de relaxamento T1 com gadolínio

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 7

1. Introdução

A doença articular degenerativa é um dos problemas de saúde mais significativos

na nossa população envelhecida(1)

. A integridade da cartilagem articular depende

da função apropriada da articulação diartrodal, sendo o dano cartilagíneo

considerado como um fator precoce na degeneração irreversível da cartilagem(2)

.

Devido a desenvolvimentos recentes no reparo de cartilagem, existe uma procura

acrescida para um método de imagem adequado para avaliar lesões cartilagíneas

tanto ao nível de diagnóstico inicial, como também para acompanhar a resposta

ao tratamento cirúrgico(3)

.

A articulação do joelho tem como patologia mais frequente as lesões da

cartilagem articular(4)

. Esta articulação, descrita anteriormente como uma

articulação conjunta simples, é reconhecida atualmente como uma estrutura mais

complexa(5)

. Consiste de três articulações numa só: a articulação patelofemoral e

as articulações tibiofemorais(6)

. Os ossos que compõem a estrutura articular são

revestidos por cartilagem articular densa e os diversos ligamentos circundantes

fornecem apoio dentro e fora da cápsula articular (Figura 1), como também

existem músculos que sustentam esta articulação nas regiões anterior, posterior

e medial(5)

. O amortecimento e congruência articular são conseguidos através de

dois meniscos fibrocartilagíneos, encontrados no interior da articulação(5)

. A

articulação do joelho permite os movimentos de flexão, extensão, como também,

rotação externa e interna(6)

. O joelho necessita de vários eventos que proteja a

cartilagem articular de processos degenerativos, desde da arquitetura e fisiologia

óssea à integridade do menisco(5)

.

Para que a articulação do joelho funcione de forma correta, esta necessita de uma

superfície lisa com baixo índice de fricção, sendo fornecido pela cartilagem

articular(4)

, um componente essencial do sistema músculo-esquelético(7)

, que,

dentro da articulação do joelho, cobre as superfícies articulares do fémur, tíbia e

rótula(5)

. A cartilagem articular tem como funções principais o revestimento das

superfícies de contato de articulações sinoviais para reduzir a fricção durante o

movimento, e absorver tensões de compressão para auxiliar no suporte de

carga(7)

. A fim de satisfazer estas exigências funcionais complexas, a cartilagem

articular demonstra características morfológicas únicas e propriedades

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Cartilagíneas do Joelho

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biomecânicas que permanecem inigualáveis por qualquer material artificial, não

obstante a esforços consideráveis feitos por engenheiros e biólogos ao longo dos

anos(8)

.

A cartilagem articular, uma estrutura avascular e aneural do tecido conjuntivo(9)

, é

composto por uma matriz rica em colagénio e proteoglicanos e um único tipo

celular: o condrócito(10)

(Figura 2). O fato de ser avascular confere-lhe uma

capacidade regenerativa e atividade metabólica baixa, restringe a sua nutrição,

sendo efetuada somente por difusão(10)

, e limita a espessura maxima das

cartilagens(11)

. A falta de inervação permite com que cartilagem articular seja

danificada sem qualquer dor diretamente associada(8)

.

O peso húmido da matriz cartilagínea é constituída em 80% por água

extracelular, sendo o peso seco constituído em 60-80% e 20-40% por colagénio e

proteoglicanos, respetivamente(12)

. Colagénios são proteínas compostas por uma

estrutura característica em tripla-hélice, sendo colagénio tipo II o mais

encontrado dentro da cartilagem articular, que fornece rigidez à tração e força à

matriz(10)

. Os proteoglicanos são compostos por glicosaminoglicanos (GAGs)

ligados a uma proteína(5)

, sendo agreccan o proteoglicano mais comum,

Figura 1: Estrutura óssea da articulação do joelho. Retirado de Drake et al. (2010)(6)

.

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perfazendo 80-90% do total(13)

. Sob condições fisiológicas, um alto número de

resíduos carboxilo e sulfato pertencentes às cadeias laterais de GAGs são

ionizados e transmitem uma densidade de carga negativa, permitindo com que as

moléculas de GAGs se fixem à matriz e sejam referidas como a carga fixa, sendo

a concentração desta carga fixa conhecida como a densidade de carga fixa (fixed

charge density - FCD)(14)

. Os iões de sódio livres na matriz extracelular são

atraídos pela FCD, e consequentemente atraem as moléculas de água(15)

. Isto

promove uma força repulsiva eletrostática forte entre os proteoglicanos, que ao

atuar em conjunto, produzem na cartilagem a pressão de turgescência(14)

. A

resistência à distorção da cartilagem durante a carga estática consiste na

principal função dos proteoglicanos(12)

.

Através da profundidade da cartilagem articular, proteoglicanos e fibras de

colagénio são distribuídas de forma não homogénea, conferindo à cartilagem

propriedades profundidade-dependentes únicas e que influencia, de forma direta,

deformidades e tensões sobre os tecidos locais(12)

. Água, por sua vez, é

distribuída de forma desigual com a maior concentração presente na superfície

articular e a difusão e movimento tidal constantes da água, por compressão da

articulação, permite com que os condrócitos sejam nutridos(10)

.

O condrócitos, as únicas células presentes na cartilagem e com capacidade

limitada de proliferação e regeneração(16)

, perfazem 5% do peso húmido da matriz

e são responsáveis pela sua manutenção(9)

.

A cartilagem articular adulta pode ser dividida e organizada, de forma

histológica, em zonas ou camadas, cada uma com propriedades e características

Figura 2: A matriz extracellular da cartilage articular. Retirado de

Bothakur et al. (2006)(13)

.

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Cartilagíneas do Joelho

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únicas(9), (12)

(Figura 3): a zona superficial consiste na lamina splendens, onde

paralelamente à superfície estão organizadas fibras de colagénio densamente

agrupadas com uma camada plana de condrócitos; a ponte entre a zona

superficial e profunda é denominada de zona de transição; a zona profunda é

organizada por fibras de colagénio perpendiculares à superfície e desempenha

função na distribuição de carga e resistência de forças compressivas; a zona

calcificada e zona radial são separadas entre si por uma área de transição entre

cartilagem articular e osso subcondral, denominada de tide mark(9), (17)

.

A capacidade para lidar com grandes forças aplicadas sobre vários ciclos é uma

característica da cartilagem articular, porém esta possui baixa capacidade de

regeneração após sofrer lesão(18)

. A degradação da cartilagem em resposta a

estímulos metabólicos, genéticos, vasculares e traumáticos está na origem das

lesões cartilagíneas(19)

, que podem ocorrer de forma aguda ou crónica(17)

. É

importante salientar que lesões cartilagíneas são fonte de dor e incapacidade

significativa, com baixa probabilidade de cura(20)

.

Para medir a gravidade das lesões cartilagíneas, é necessário uma escala de

classificação para que haja um entendimento entre clínicos e artigos de

investigação(9)

. Vários sistemas de classificação, uns baseados na inspeção

artroscópica e outros em imagem(21)

, têm sido publicados ao longo dos anos para

classificar as lesões cartilagíneas de acordo com o diâmetro e local da lesão,

como também com a descrição da superfície(17)

.

A classificação de Outerbridge, publicada em 1961(19)

, foi o primeiro sistema

utilizado por cirurgiões ortopédicos para descrever a extensão das lesões(21)

, e

Figura 3: Diferentes zonas da cartilagem articular. Retirado

de Tetteh et al. (2012)(9)

.

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que as dividia em quatro classificações distintas, porém carecia de caracterização

em relação à profundidade da lesão(9)

(Figura 4). As anormalidades macroscópicas

eram classificadas em: grau I, amolecimento da cartilagem; grau II, fragmentação

e fissura sobre uma área de 1,5 cm de diametro ou menos; grau III, fragmentação

e fissura sobre uma área maior que 1,5 cm de diametro; e grau IV, uma lesão que

compromete toda a espessura da cartilagem, com exposição do osso

subcondral(19)

. Esta classificação, baseada na inspeção visual e exploração da

cartilagem, era destinada, originalmente, para defeitos da cartilagem rotuliana,

porém tem sido alvo de modificações e utilizada noutras articulações(21)

.

Outro sistema de classificação existente para classificar lesões cartilagíneas é a

classificação do International Cartilage Repair Society (ICRS), sendo um dos mais

utilizados(17)

(Tabela 1). Baseia-se em dois fatores, a profundidade da lesão e em

que medida osso subcondral é envolvido, sendo a classificação a seguinte: grau

1, quase normal (fissura superficial); grau 2, anormal (fissuras

profundas/defeitos, menores que 50% da profundidade cartilagínea); grau 3,

gravemente anormal (fissura/defeito, mais que 50% da profundidade

cartilagínea); grau 4, severamente anormal (fissura/defeito que estende até ao

osso subcondral)(9), (17)

.

Figura 4: Sistema de classificação de Outerbridge. Retirado de

Mandelbaum et al. (1998)(22)

.

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Cartilagíneas do Joelho

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ICRS classification system for grading cartilage lesions

GRADE DESCRIPTION

0 Normal

1 Almost normal: superficial fissuring

A. Soft indentation

B. Superficial fissures and cracks

2 Abnormal: lesion extending down to

less than 50% of the cartilage depth

3 Severely abnormal: cartilage defect

A. Extending down to more than 50%

of the cartilage depth

B. Down to the calcified layer

C. Down to but not through

subchondral bone

D. Presence of blisters

4 Severely abnormal: penetrating

subchondral bone

A. Penetrating subchondral bone but

not full diameter

B. Penetrating subchondral bone and

full diameter

Nenhum sistema de classificação tem sido universalmente aceite e aplicado,

embora existam outras classificações que englobam profundidade, tamanho,

local e aparência da lesão(9)

.

É difícil determinar a incidência e prevalência de defeitos cartilagíneos no interior

do joelho(9)

. Numa revisão retrospetiva conduzida por Widuchowski et al., 25,124

artroscopias identificaram lesões cartilagíneas em 60% dos casos, onde 24% eram

de grau III e 12% de grau IV de acordo com a classificação de Outerbridge(4), (17), (19)

.

O côndilo femoral medial é o local mais frequente de apresentação de lesão

cartilagínea, seguido pelo côndilo femoral lateral e articulação patelofemoral(17), (19),

(20)

. Fatores biomecânicos e lesões meniscais concomitantes podem estar na

Tabela 1: Sistema de classificação ICRS para lesões cartilagíneas.

Adaptado de Tetteh et al. (2012)(9)

.

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

Cartilagíneas do Joelho

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origem do achado que a região mais afetada com lesões cartilagíneas ser o

côndilo femoral medial(20)

.

A patologia cartilagínea pode ser dividida em três categorias: lesão

condral/osteocondral aguda, osteoartrose, e artrite inflamatória(23)

. A lesão aguda

possui margens cortantes orientadas perpendicularmente à superifície óssea; na

osteoartrose as lesões tendem a ser superficiais e possuem margens largas,

horizontais ou obtusas com respeito à superfície óssea; na artrite inflamatória a

perda de cartilagem é mais difusa e uniforme(23)

.

Devido ao envelhecimento da população, mais de 39 milhões de visitas médicas e

500,000 hospitalizações ocorrem cada ano nos Estados Unidos para tratamento

de doenças degenerativas da cartilagem articular(24)

. Avanços na imagiologia

músculo-esquelética por ressonância magnética nuclear (RMN) e consequente

melhoria ao nível da resolução para melhor visualização de cartilagem articular,

tem melhorado a capacidade dos clínicos detetar precocemente lesões

cartilagíneas, planear pré-operativamente a terapêutica, como também

monitorizar o curso pós-operatório(21)

.

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

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2. Imagem por Ressonância Magnética da Cartilagem

Articular

Imagiologia músculo-esquelética por RMN está a evoluir rapidamente com

impacto clínico imediato através de tecnologia inovadora e com potencial

significativo(25)

. É altamente importante no contexto clínico o desenvolvimento de

ferramentas imagiológicas avançadas e diagnósticas para as articulações através

de RMN, dado que a imagiologia músculo-esquelética ao nível de RMN tem

demonstrado ser um dos campos de maior crescimento(26)

. No contexto de

imagiologia articular, a imagiologia cartilagínea está na frente destes

desenvolvimentos(27)

, à medida que a nossa população envelhecida desenvolve

doenças tais como osteoartrose(25)

.

Imagem por RMN da cartilagem articular tem sido alvo de interesse crescente e

sujeito a vários estudos nestes últimos anos(28)

. Pondera-se a possibilidade de

permitir a monitorização de alterações degenerativas na articulação tornando o

diagnóstico precoce uma realidade; estimar o tamanho, natureza e localização

das lesões antes da cirurgia; e avaliar a qualidade e sucesso dos procedimentos

após tratamento cirúrgico(29)

. Posto isto, a RMN tem ganho favor como uma

ferramenta diagnóstica para patologia intra-articular do joelho(30)

.

A avaliação de doença articular é possível através de RMN devido ao seu alto

contraste de tecidos moles e à aquisição direta em vários planos com capacidade

de avaliar de forma precisa a geometria complexa das articulações(31)

, sendo a

única modalidade de imagem que consegue delinear cartilagem articular de

forma direta e não invasiva(32)

e com excelente capacidade em manipular o

contraste para realçar os diferentes tipos de tecidos(14)

. A RMN identifica, para

além da perda cartilagínea, alterações não cartilagíneas como quistos, lesões

medulares, derrames articulares, lesões ligamentares, entre outros que não são

possíveis de serem visualizados através da radiografia convencional(33)

(Figura 5).

É uma técnica segura, simples e reproduzível para medir o volume e espessura da

cartilagem do joelho in vivo(32)

com moderada sensibilidade (42-77%) e alta

especificidade (80-92%) para detetar lesões cartilagíneas(24)

.

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 15

As indicações clínicas mais importantes para imagiologia com RMN são a

avaliação da cartilagem na osteoartrose, lesão osteocondral crónica ou aguda,

osteoartrose dissecante, condromalácia rotuliana, osteonecrose espontânea do

joelho e artropatias inflamatórias(35)

. Para além destas indicações, a imagiologia

cartilagínea é necessária para monitorizar o efeito terapêutico, após instituição

de terapias conservadoras ou cirúrgicas(1)

.

Dada a sua estrutura muita fina e por possuir superfícies curvas, captar

cartilagem articular em imagem é um desafio(28)

. É necessário que as sequências

de RMN cumpram certos pré-requesitos para ser considerado adequado para

avaliar o estado cartilagíneo como: signal-to-noise ratio (SNR), contrast-to-noise

ratio (CNR) suficiente para que o interface cartilagem-osso e a superfície articular

seja delineado de modo exato; evitar artefacto significativo como distorção

geométrica; alta resolução espacial para assegurar a medição exata da espessura

cartilagínea; e tempos de aquisição de imagem razoáveis(8)

.

A composição celular de colagénio, proteoglicanos e água, como também a

sequência de pulso utilizada são importantes para as propriedades do sinal de

RMN(31)

e a aparência da cartilagem varia, pois a maioria das superfícies

cartilagíneas é curvada(23)

. A imagem característica de cartilagem articular normal

captada por RMN é a presença de camadas variáveis de intensidade(28)

. Apresenta

Figura 5: Joelho com várias alterações na RMN que indicam osteoartrose no estadio inicial.

Retirado de Guermazi et al. (2012)(34)

.

A. Defeito total da espessura cartilagínea (cabeça-de-seta branca); lesão medular

óssea subcondral (setas); extrusão meniscal (cabeça-de-seta preta).

B. Rutura degenerativa isolada do corno posterior do menisco medial (setas).

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 16

uma “estratificação em escala cinzenta” quando obtida com a superfície articular

perpendicular ao campo magnético principal, com alta intensidade de sinal na

zona de transiçao e baixa intensidade de sinal perto prato subcondral,

relacionado com a orientação do colagénio na matriz extracelular(28), (31)

(Figura 6).

Alterações precoces na morfologia de contorno da cartilagem, alterações na

espessura da cartilagem ou alterações intracartilagíneas na intensidade de sinal

podem ser vistos por RMN como doença degenerativa precoce(28)

. Por outro lado,

múltiplas áreas de adelgaçamento cartilagíneo de tamanho e profundidade

variável são manifestações típicas por RMN de lesões cartilagíneas degenerativas

avançadas(28)

. Outros achados incluem osteófitos, sinovite e derrame articular

(Figura 7). Defeitos focais solitários são geralmente devidos a lesões cartilagíneas

traumáticas(28)

.

Lesões condrais puras podem ser diferenciadas de lesões osteocondrais pela

linha preta subcondral que separa a cartilagem da medúla óssea(36)

. Se esta linha

preta for normal em forma, espessura ou sinal poderá ser concluído que o osso

subjacente não está envolvido e que se trata estritamente de uma lesão condral.

Nos casos de rutura, é diagnosticada uma fratura osteocondral(36)

(Figura 8).

Figura 6: Zona de transição com alta intensidade de sinal (seta) separa a zona

radial de baixa intensidade de sinal de uma superfície com baixa intensidade de

sinal. Retirado de Recht et al. (2005)(28)

.

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 17

Como referido anteriormente, a RMN tem-

se estabelecido como a modalidade

principal para a avaliação não invasiva do

sistema músculo-esquelético devido ao

seu contraste excelente de tecidos moles e

capacidade de captar a imagem em vários

planos(26)

. Possibilita uma visualização

direta da cartilagem articular, e permite

uma avaliação tri-dimensional (3D) de

todos os componentes da articulação de

forma simultânea(37)

(Figura 9). As novas

opções cirúrgicas para tratar cartilagem

danificada, sendo elas farmacológicas

como cirúrgicas, e a necessidade para

monitorizar os seus efeitos conduziram

ao desenvolvimento de várias técnicas de RMN que permitem a avaliação

morfológica de cartilagem e, mais recentemente, a avaliação da sua composição

bioquímica(38)

, deste modo fornecendo uma nova visão sobre a história natural da

patologia cartilagínea(37)

.

Figura 7: Imagem de RMN PDW a 3-Tesla do

compartimento medial do joelho. Retirado de

Roemer et al. (2009)(36)

. Presença de osteófitos

periféricos (setas pretas) e centrais (cabeça-de-seta) e

adelgaçamento cartilagíneo focal (setas brancas).

Figura 8: Fratura osteocondral no fémur

lateral. Retirado de Roemer et al.

(2009)(36)

. Rotura condral (cabeça-de-seta)

e linha de fratura subcondral (seta).

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Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 18

2.1. Avaliação Morfológica por Ressonância Magnética da

Cartilagem Articular

Tem existido um avanço substancial, de um ponto de vista morfológico, em

melhorar a capacidade de estudar cartilagem com RMN(13)

. A informação sobre o

tamanho do tecido e integridade estrutural é fornecida pela avaliação

morfológica(25)

, e mais especificamente alterações como fissura, perda da

espessura cartilagínea parcial ou total e mudança de sinal dentro da cartilagem

residual pode ser detetado(13)

. No caso de osteoartrose, somente se observam

estas alterações morfológicas na doença avançada(40)

.

Estão disponíveis várias técnicas imagiológicas de RMN para facilitar a avaliação

morfológica cartilagínea do joelho(27)

. As recomendações dos protocolos de

aquisição de RMN para a imagiologia cartilagínea são delineados pelo Articular

Cartilage Imaging Group of the International Cartilage Repair Society(3)

. Técnicas

major na imagiologia morfológica da cartilagem incluem sequências spin-echo

(SE), gradient-recall echo (GRE), fast SE (FSE), e SE e GRE em 3D(25)

. Métodos

comuns de contraste incluem imagens em T1, proton density-weighted (PDW), e

em T2 (Figura 10), com ou sem supressão de tecido adiposo(14)

.

Figura 9: Renders de cartilagem em 3D a partir de RMN. Retirado de Gold et al. (2009)(39)

.

A. Visão posterior: cartilagem tibial medial (azul); cartilagem tibial lateral (verde); côndilo

femoral medial (laranja) e cartilagem femoral lateral (roxo).

B. Visão lateral: cartilagem tibial lateral (verde); tróclea femoral (turquesa); região de

suporte de carga do côndilo femoral lateral (vermelho); região posterior do côndilo

femoral lateral (violeta).

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 19

Imagens em T1 demonstram detalhe anatómico da cartilagem, mas carece de

contraste entre derrame e a superfície cartilagínea(25)

; sequências em T2 são

práticos devido ao alto contraste entre cartilagem e líquido sinovial adjacente(3)

;

PDW é um intermediário entre T1 e T2 capaz de demonstrar defeitos de

superfície e alterações da composição interna(25)

e fornece detalhe anatómico e

avaliação excelente de todas as estruturas, incluíndo cartilagem, meniscos,

ligamentos, e osso subcondral(23)

.

A supressão de tecido adiposo é um

componente importante de todas estas

sequêncas, pois é necessário para delinear

a cartilagem e eliminar artefatos que se

originam no interface cartilagem-osso(8), (23)

(Figura 11). Obtem-se a supressão por

spectral fat saturation ou mais

recentemente por frequency selective

water excitation(8)

.

Figura 10: RMN dum joelho em 2D fast spin-echo ponderada em T1, T2 e proton density weighted para

contraste distinto. Retirado de Braun e Gold (2011)(25)

.

A. Imagem coronal em T1 com regiões líquidas escuras características.

B. Imagem sagital em T2, com supressão de gordura, demonstrando cartilagem escura (seta

sólida), alto sinal nas regiões líquidas (seta tracejada) e excelente contraste cartilagem-líquido.

C. Imagem coronal em PDW, com supressão de gordura, com maior sinal de cartilagem que em

T2.

Figura 11: Imagem sagittal T2 com supressão de

gordura. Presença de defeito cartilagíneo na região

posterior do côndilo femoral lateral, com

alterações ósseas subcondrais reativas. Retirado

de Cavalli et al. (2011)(24)

.

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Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 20

2.1.1. SPOILED GRADIENT-RECALLED ECHO

Uma das sequências mais comumente utilizadas para a avaliação morfológica de

cartilagem na prática clínica é a imagiologia por 3D spoiled gradient-recalled echo

(SPGR)(2)

, pois oferece maior sensibilidade do que técnicas em duas dimensões e

fornece uma representação excelente de defeitos cartilagíneos, comparado

áquele conseguido por artroscopia(38)

. As anormalidades cartilagíneas são vistas

como anormalidades morfológicas de contorno com a sequência 3D SPGR, e as

imagens demonstram alto contraste entre uma cartilagem brilhante e um líquido,

osso, gordura e músculo relativamente escuro(25), (28)

(Figuras 12 e 13).

Porém, esta técnica de imagem não é tipicamente incluída em protocolos de

imagem devido a certas limitações(23)

: pequenas lesões focais podem ser

confundidas devido à falta de contraste entre cartilagem e líquido que delinea

defeitos de superfície(25), (38), (39)

; esta técnica é duvidosa para avaliar estruturas do

joelho para além da cartilagem articular de modo que não permite uma avaliação

minuciosa de outras estruturas, nomeadamente ligamentos ou meniscos(38), (39)

; os

longos tempos de aquisição podem originar artefactos de movimento e medidas

Figura 12: Imagem coronal em 3D SPGR.

Superfícies cartilagíneas intactas com alto sinal

de intensidade nos compartimentos

tibiofemoral medial e lateral; supressão de

gordura fornece um constraste excelente entre

cartilagem e osso subcondral. Retirado de

Crema et al. (2011)(38)

.

Figura 13: Imagem sagital em 3D SPGR

com fratura cartilagínea (setas) e

deslocamento do fragmento. Retirado

de Recht et al. (2005)(28)

.

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Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 21

menos exatas, comparado áquelas de sequência FSE(23), (25), (28), (38)

; e por último, SPGR

é altamente vulnerável a artefactos de susceptibilidade, como no caso de um

joelho pós-cirúrgico(23), (38)

. Apesar destas limitações, imagem por 3D SPGR é

considerado o standard para imagiologia morfológica de cartilagem(39)

.

A RMN, embora considerada uma das melhores ferramentas não invasivas, tem

sido provada, nas sequências convencionais, como inadequado para quantificar

alterações moleculares precoces(13)

.

2.2. Avaliação Composicional por Ressonância Magnética da

Cartilagem Articular

RMN tem sido uma ferramenta útil para monitorizar a perda cartilagínea e

progressão para osteoartrose a partir das suas avaliações morfológicas, todavia

existe interesse significativo em utilizar RMN para detetar alterações cartilagíneas

muito precoces, prévio às alterações morfológicas(37)

, ou seja, alterações

bioquímicas e estruturais na matriz extracelular que modificam as propriedades

biomecânicas do tecido(14)

. Recentemente, e com o intuito de fornecer informação

sobre o conteúdo fisiológico da cartilagem articular, a tecnologia por RMN tem

direcionado a sua atenção para a avaliação composicional da cartilagem(25)

, com o

objetivo de detetar lesões cartilagíneas antes de serem visíveis como defeitos de

superfície(23)

.

Pode-se considerar a cartilagem articular como sendo um material complexo,

composto maioritariamente por uma rede de colagénio, proteoglicanos e água

intersticial, que desempenham um papel importante na resposta do tecido à

carga(41)

. Uma avaliação compreensiva da cartilagem não é possivel com

sequências convencionais de RMN, pois carecem na resolução espacial como na

informação sobre a fisiologia cartilagínea(39)

. A imagem composicional cartilagínea

por RMN foca-se na estrutura molécular da cartilagem, pois colagénio e

glicosaminoglicanos são importantes para preservar a integridade funcional e

estrutural de cartilagem(38)

e têm sido desenvolvidas novas tecnologias para

mapear vários parâmetros, com a avaliação do conteúdo e orientação do

colagénio e da mobilidade da água(14)

.

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 22

Várias técnicas de imagem por RMN que permitem a deteção de alterações

bioquímicas que precedem a degeneração morfológica na cartilagem estão

disponíveis(27)

. Para medir a depleção de proteoglicanos da cartilagem, um dos

achados mais precoces de osteoartrose, estão disponíveis métodos como RMN

com 23-sódio, T1 rho, e delayed gadolinium-enhanced magnetic resonance

imaging (MRI) of cartilage (dGEMRIC)(14)

. Para determinar o conteúdo e orientação

do colagénio como, também, o conteúdo e mobilidade da água, existem outros

métodos, nomeadamente T2 mapping e difussion-weighted imaging (DWI)(14)

.

Enquanto para muitos doentes sequências de imagem morfológica podem ser

suficientes(23)

, e apesar destes métodos terem as suas próprias vantagens e

desvantagens(42)

, imagiologia composicional para detetar alterações estruturais e

funcionais precoces durante os estadios iniciais de ostoeoartrose poderá ser

valioso para identificar a necessidade para tratamento precoce, monitorizar a

resposta ao tratamento e avaliar os esforços para prevenir a progressão da

doença(43)

.

2.2.1. T2 MAPPING

Um avanço recente no campo de imagem por RMN é o T2 mapping(26)

. É uma

técnica que tem sido utilizada para descrever a composição de cartilagem

articular na articulação do joelho com base na hidratação e estrutura(27), (44)

, que

deteta áreas de hidratação tecidual aumentado dentro da cartilagem(23)

.

T2 é uma constante dada a um tecido numa determinada intensidade de campo

de RMN(25)

, salvo alterado por patologia tecidual ou agente de contraste(14), (39)

. É

sensível a interações entre moléculas de água, concentração e estrutura

macromolecular da matriz extracelular, especialmente as interações baseadas no

conteúdo, orientação e anisotropia de colagénio(43)

.

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

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Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 23

Na cartilagem, alterações em tempos de relaxamento T2 são dependentes da

quantidade de água e da integridade da matriz(25)

. Na cartilagem articular

saudável, um aumento em valores de T2 da zona profunda à superficial pode ser

observado (Figura 14); isto baseia-se na anisotropia das fibras de colagénio que

correm perpendicular ao osso cortical na zona profunda da cartilagem(27)

. Os

protões de água imobilizadas na matriz promovem a queda de T2 e traduz uma

cartilagem com baixa intensidade de sinal em imagens T2, ao invés que protões

de água móveis no liquido sinovial mantêm uma alta intensidade de sinal(14)

. À

medida que a degradação de colagénio ocorre, o conteúdo e movimento da água

aumentam(25)

. A alteração mais precoce detetável na degradação da cartilagem é

um aumento da permeabilidade através da matriz que permite o aumento do

conteúdo e mobilidade da água(26)

. Isto resulta num aumento de stress sobre a

cartilagem, pois a pressão hidrodinâmica não é sustentada pela matriz, o que

resulta na sua degeneração e, subsequentemente, em alterações morfológicas na

cartilagem(14)

. Estas alterações fisiológicas manifestam-se por uma intensidade de

sinal alta em imagens T2 e tempos de relaxamento T2 aumentados(25)

.

Figura 14: Mapa T2 de um joelho

saudável. Foi observado

distribuição laminar com altos

valores na zona superficial e

baixos valores na zona profunda.

Retirado de Li et al. (2011)(45)

.

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

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Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 24

Medição da distribuição espacial do tempo de relaxamento T2 poderá revelar

áreas de aumento ou diminuição do conteúdo de água que correlacionam com

dano cartilagíneo(39)

. Enquanto RMN rotineiro permite uma avaliação subjectiva de

alterações T2 de cartilagem, T2 mapping quantitativo fornece dados objetivos(38)

ao gerar uma imagem que pode ser construída com um mapa colorido ou de

escala cinzenta que representa os tempos de relaxamento T2(25), (26)

. Vários

investigadores têm medido a distribuição espacial de T2 dentro da cartilagem

articular, demonstrando uma relação inversamente proporcional entre T2

cartilagíneo e espessura e aumento de T2 cartilagíneo com o aumento da perda

de volume(14)

. O envelhecimento tem sido demonstrado ser associado com um

aumento assintomatico de T2 na zona transitória da cartilagem articular, porém,

sexo não parece ter grande influência, por enquanto, na variação regional de

T2(14)

.

T2 é definido como o tempo em que o sinal enfraquece 37% do sinal máximo(14)

.

Para medir o tempo de relaxamento T2 com um alto grau de precisão, atenção

deve ser dada na seleção da técnica por RMN(39)

, sendo tipicamente utilizada uma

técnica SE multiecho(14), (39)

. Mapas de T2 podem ser elaborados a 1,5 Tesla, todavia

o SNR aumentado fornecido a 3,0 Tesla permite uma representação melhor de

tempos de relaxamento T2 e de degeneração cartilagínea precoce(26)

.

Figura 15: T2 mapping da cartilagem articular femoral medial. Retirado de Braun e Gold

(2011)(25)

.

A. Indivíduo saudável;

B. Doente com osteoartrose grau 1 pela classificação Kellgren-Lawrence (estreitamento

do espaço intra-articular duvidoso e possível labiação osteofítica) – tempos de

relaxamento T2 aumentados com presença significativa de vermelho no mapa T2 (seta).

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Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 25

Várias evidências sugerem que existe uma correlação significativa entre valores

de T2 para cartilagem e anormalidades morfológicas na imagiologia por RMN

tanto nas populações com osteoartrose e as assintomáticas(46)

. Tal sensibilidade a

alterações estruturais do colagénio como também alterações na hidratação torna

T2 mapping como uma técnica útil para representar alterações precoces na

osteoartrose(14)

. Num estudo conduzido por Stahl et al., quando os indivíduos com

osteoartrose eram comparados com aqueles saudáveis, valores de T2 de

cartilagem femoral e tibial eram maiores naqueles com osteoartrose comparados

com os normais(37)

. Outro estudo, conduzido por Pan et al., demonstrou que uma

progressão aumentada de anormalidades cartilagíneas correlacionavam-se com

um maior aumento em T2, sugerindo que a caracterização e monitorização da

integridade da matriz cartilagínea com medidas longitudinais em T2 pode

possibilitar a identificação de indivíduos com risco para desenvolver osteoartrose

antes da ocorrência de perda cartilagínea irreversível(46)

. Resultados iniciais em

vários estudos têm demonstrado um aumento em tempos de relaxamento T2

cartilagíneo como alterações degenerativas assintomáticas(26)

(Figura 15).

T2 mapping também tem sido utilizado para avaliar o tecido de reparação

cartilagíneo após tratamento(14)

. Vários estudos têm usado RMN em T2 para

caracterizar as propriedades bioquímicas e morfológicas de cartilagem normal e

tecido de reparação após reparação cartilagínea(47)

sendo esta considerada um

sucesso pela emergência de uma rede de colagénio com forma e zona

organizacional similar áquela encontrada em cartilagem normal(38)

(Figura 16).

Domayer et al. descreveu um índice de T2 definido pela média global de T2 no

tecido de reparação dividido pela média global de T2 em cartilagem normal

multiplicado por 100; este índice de T2 correlacionava-se com as medidas clínicas

de outcome(27)

. Múltiplos estudos sugerem que T2 mapping pode ser uma técnica

potencialmente útil na avaliação pós-cirúrgica de cartilagem recuperada(14)

.

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 26

T2 tem demonstrado refletir a capacidade de protões de água livres moverem-se

dentro da matriz cartilagínea(48)

. Foi mostrado que o aumento do tempo de

relaxamento T2 era proporcional à distribuição da água cartilagínea e é sensível a

pequenas alterações do conteúdo de água(35)

. Com T2 quantitativo, a estrutura de

colagénio e conteúdo de água pode ser visualizada(49)

, daí medidas de

relaxamento T2 quantitativas são uma promessa como uma medida valiosa e não

invasiva da integridade da cartilagem articular(26)

.

2.2.2. T1 RHO

Uma técnica promissora para a avaliação de cartilagem é a imagiologia por T1

rho(39)

. Imagem T1 rho de cartilagem com a aplicação de estudar a degeneração

cartilagínea foi primeiro sugerido por Reddy et al.(14)

e tem sido recentemente

proposta como um parâmetro pertinente para medir variações bioquímicas na

cartilagem articular(29)

. T1 rho é uma constante de tempo que caracteriza o

relaxamento magnético de rotações sob a influência de um campo de

radiofrequência paralelo à magnetização da rotação(27)

. Esta técnica permite a

medição da interação entre moléculas de água restritas à mobilidade e o seu

ambiente extracelular, especificamente proteoglicanos(25), (47)

.

Figura 16: Imagens sagitais de RMN de reparo cartilagíneo. Setas apontam para as margens anterior e

posterior do transplante. Retirado de Roemer et al. (2011)(27)

.

Esquerda: Imagem PDW de alta resolução do compartimento tibiofemoral medial quatro anos após

transplante condrocitário autólogo: preenchimento completo do defeito cartilagíneo com integração

periférica e central total à cartilagem adjacente e ao osso subcondral. A superfície do transplante é lisa e a

estrutura encontra-se homogénea. A intensidade de sinal é mais baixa que cartilagem articular normal.

Direita: Mapa T2 correspondente: valores de T2 da região cartilagínea transplantada comparáveis com

valores de cartilagem articular normal.

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

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Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 27

A depleção de proteoglicanos, que é uma das alterações precoces na

osteoartrose, afeta as interações fisico-químicas dentro do ambiente

macromolecular(14)

e dado que T1 rho deteta alterações no conteúdo de

proteoglicanos da cartilagem(48)

, isto pode ser refletido em medidas de T1 rho

devidas à menor restrição de mobilidade dos protões de água(35)

. Posto isto, um

aumento em T1 rho está correlacionado com a perda de proteoglicanos,

sugerindo que poderá ser utlizado como um mêtodo de quantificar alterações

dos proteoglicanos na osteoartrose precoce(37)

(Figura 17).

Dados sugerem que o mapeamento de T1 rho é um marcador sensível e não

invasivo para predizer e monitorizar quantitativamente o estado macromolecular

na osteoartrose inicial(37)

. No joelho com osteoartrose, a cartilagem articular

danificada demonstra valores maiores de T1 rho que cartilagem normal(38)

(Figura

18); no contexto de monitorização pós-tratamento, um valor T1 rho aumentado

no tecido de reparação relativamente à cartilagem normal indica um exerto com

uma matriz relativamente subdesenvolvida(47)

. Existe evidência que vários fatores

para além de depleção proteoglicana podem contribuir para variações nos valores

de T1 rho; estes fatores incluem a concentração e orientação das fibras de

colagénio e a concentração de outras macromoleculas(38)

.

Figura 17: Imagem T1 rho (escala cinzenta) e mapa colorido correspondente de

uma articulação do joelho diagnosticada com osteoartrose. Este doente não

demonstrava sinais de osteoartrose nas imagens radiológicas. A região em

oval indica uma região de alto T1 rho (>60ms) e pode ser um sinal de

osteoartrose precoce. Retirado de Bothakur et al. (2006)(13)

.

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 28

Embora T1 rho represente uma nova técnica promissora para avaliar danos

cartilagíneos precoces, não deixa de ter as suas desvantagens(25)

: T1 mapping

através de técnicas standard são demorados, embora que sequências em 3D mais

rápidas foram desenvolvidas e usadas na clínica, porém a robustez de cada

técnica para T1 mapping continua controversa(50)

; e medidas de T1 rho relatam

um processo patológico que já aconteceu, sendo que eventos bioquímicos

precoces responsáveis pela digestão de proteoglicanos permanecem ainda

elusivos(40)

.

Como referido anteriormente, as interações entre as moléculas de água e o seu

ambiente macromolecular podem ser monitorizadas através de T1 rho, tornando

esta técnica capaz de avaliar a composição de cartilagem(38)

. T1 rho consegue

adquirir infomação biomédica importante em sistemas de baixa frequência e

estudos iniciais têm demonstrado ser uma ferramenta promissora no estudo do

desenvolvimento de osteoartrose(26)

, fornecendo informação etiológica,

diagnóstica ou prognóstica valiosa com respeito à osteoartrose do joelho(38)

.

2.2.3. RMN COM 23-SÓDIO

Estudos prévios têm demonstrado que imagem de RMN com 23-sódio tem uma

potencial vantagem sobre imagem de RMN convencional para a investigação de

marcadores bioquímicos na cartilagem durante os estadios iniciais de

Figura 18: Mapas coloridos T1 rho sobrepostos em imagens SPGR. Esquerda: cartilage rotuliana;

centro: cartilagem femoral anterior; direita: cartilagem femoral posterior. Retirado de Bothakur

et al. (2006)(13)

.

A. Voluntário saudável;

B. Doente com osteoartrite inicial.

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 29

osteoartrose(27)

, explorando o conceito de FCD negativa dentro da matriz

extracelular da cartilagem(25)

.

Como mencionado atrás,

proteoglicano é uma molécula

complexa composta de grupos

sulfato e carboxilato carregadas

negativamente e que dota a

cartilagem com um FCD(15)

. Estes

iões negativos atraem iões

positivos (por exemplo, sódio) e

moléculas de água(50)

. O equilibrio

de Donnan dita que iões móveis

carregados positivamente

distribuem-se dentro da

cartilagem em proporção ao

FCD(51)

. A maioria dos iões

positivos no liquido sinovial e cartilagem são de sódio; o que pode ser medido

por RMN para determinar o FCD(51)

. Assim, a presença de GAGs negativos

contribui para as concentrações altas de iões de sódio no líquido intersticial

cartilagíneo do que no líquido sinovial ou osso circundante(38)

. Além disso, o baixo

conteúdo de sódio (50mmol/L) das estruturas circundantes na articulação

permite a visualização da cartilagem com um alto contraste tecidual(50)

(Figura 19).

Portanto, a medição de sódio na cartilagem pode ser um marcador sensível para a

perda de proteoglicanos e degeneração cartilagínea(51)

.

Qualquer átomo com um número ímpar de protões e/ou neutrões possui um

nuclear spin momentum e exibe o fenómeno de RMN(14)

. Enquanto métodos

convencionais de RMN têm utilizado iões de hidrogênio para gerar sinal, esta

técnica é tornada possível dado que o átomo 23-sódio, como o átomo 1-

hidrogénio, tem um número ímpar de protões ou neutrões permitindo-o exibir o

fenómeno RMN(14), (26)

. 23-sódio é muito menos prevalente no organismo que 1-

hidrogénio, porém pode ser encontrado em cartilagem humana normal em

concentrações até 320 mM(26), (39)

.

Figura 19: Imagem de joelho por RMN com 23-sódio

com sequência SPGR PDW num voluntário saudável de

20 anos, que demonstra alta intensidade de sinal na

cartilagem ao nível do compartimento medial.

Retirado de Crema et al. (2011)(38)

.

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 30

Cartilagem articular normal possui altas concentrações de sódio, com menores

concentrações nas áreas de cartilagem com depleção de GAGs(38)

. Maroudas et al.

demonstrou que o FCD de cartilagem é correlacionada com o conteúdo de GAGs

na cartilagem, e como o FCD é contra-balançado pelos iões de sódio, uma perda

de proteoglicanos (e consequentemente GAGs e FCD) devido à degeneração

cartilagínea resulta na perda de iões de sódio do tecido(50)

. Portanto, imagiologia

por sódio pode ser útil para diferenciar entre a degeneração cartilagínea precoce

e cartilagem normal(38)

(Figura 20).

RMN por 23-sódio tem demonstrado ser altamente específico para o conteúdo

GAG na cartilagem articular, sendo a sua perda um sinal precoce de

osteoartrose(42)

. As vantagens desta técnica são: a ocorrência natural do sódio na

matriz cartilagínea; intensidade de sinal alta comparada com o plano de fundo; e

a imagem de RMN por sódio consegue demonstrar regiões de depleção de

proteoglicanos, que exibe uma intensidade de sinal baixa comparado com áreas

de cartilagem normal(38)

. A vantagem major desta modalidade de imagem é a sua

alta especificidade ao conteúdo de proteoglicanos sem a necessidade de qualquer

agente de contraste exógeno(50)

.

Embora comsiderada como método promissora, a imagiologia por 23-sódio tem

as sua limitações(25)

. Como resultado da menor concentração, menor frequência

de ressonância, e tempos de relaxamento T2 mais curtos que 1-hidrogénio(26)

,

necessita de capacidades de hardware especializadas(27)

, tempos de aquisição

longos (15-25 minutos)(42)

, alta resolução espacial para demonstrar áreas

definidas da cartilagem articular(50)

, intensidades de campo de 3,0 Tesla ou mais

Figura 20: Imagens de RMN com 23-sódio in vivo da articulação do joelho no plano axial.

Cartilagem na articulação patelofemoral é vísível a amarelo na imagem à esquerda. A escala

indica a concentração de sódio em mM. Retirado de Bothakur et al. (2006)(13)

.

Esquerda: voluntário saudável – alto conteúdo de sódio uniformemente;

Direita: indivíduo com osteoartrose sintomática – baixa concentração de sódio de forma

heterogénea, o que reflete a perda de GAG.

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Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 31

para obter imgens de qualidade que permitem quantificações precisas da FCD da

cartilagem(13)

, e o uso de bobinas especiais(39)

. Estes desafios limitam de momento

o uso de 23-sódio por RMN nas condições clínicas e de investigação(27)

.

Imagiologia de RMN com 23-sódio tem sido validado como um método

quantitativo de calcular FCD, e consequentemente, o conteúdo de GAGs(50)

. Tem

demonstrado uma aptidão promissora para captar imagens de osteoartrose em

estado inicial, pois detem a capacidade de demonstrar regiões de depleção de

proteoglicanos(26) (Figura 21) e poderá ser utilizado no futuro para quantificar

alterações fisiológicas e moleculares precoces associados(14)

.

2.2.4. DELAYED GADOLINIUM-ENHANCED MRI OF CARTILAGE

Delayed gadolinium-enhanced MRI of cartilage (dGEMRIC) tem demonstrado ser

sensível à composição cartilagínea, especificamente ao conteúdo proteoglicano(52)

.

É visualizada como uma técnica quantitativa, não invasiva, baseada num agente

de contraste exógeno(28), (53)

que tem sido validado tanto in vitro e in vivo(54)

e

baseia-se no mapping T1 quantitativo de cartilagem articular subsequente à

injeção e penetração de ácido pentacético dietilenetriamino gadolínio

(Gd(DTPA)2-)(55)

.

Figura 21: Doente com história de rotura do ligamento cruzado

anterior demonstra áreas de perda de GAG focal (esquerda) apesar

de apresentar uma RMN em PDW normal (direita). Retirado de Choi e

Gold (2011)(14)

.

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Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 32

dGEMRIC, tal como RMN com 23-sódio, também depende no princípio de FCD(25)

.

Esta técnica tira vantagem da interação electroestática repulsiva entre as cargas

negativas nos GAGs e as cargas negativas

no gadolínio para medir a distribuição de

GAGs dentro da cartilagem(28)

. O gadolínio é

um meio de contraste carregado

negativamente que é utilizado na

imagiologia por RMN(56)

e pode ser utilizado

indiretamente medir a FCD(25)

. Em equilíbrio,

a quantidade local de gadolínio dentro da

matriz cartilagínea é inversamente

proporcional à concentração local de

GAGs(28), (57)

. Portanto, é distribuído em

baixas concentrações nas áreas de

cartilagem onde o conteúdo de GAGs é

relativamente alto e em altas concentrações

em áreas com diminuição de GAGs(38)

. Então,

após a administração de gadolínio, existe

um contraste entre cartilagem articular saudável e degenerada nas imagens de

RMN, mesmo nos estadios iniciais da degeneração cartilagínea(56)

(Figura 22).

De acordo com o protocolo de dGEMRIC, como sugerido por Burstein et al.(14)

,

após a injeção de gadolínio, o doente tipicamente exercita a articulação durante

dez minutos para garantir uma distribuição adequada da cartilagem(25), (39)

. O termo

delayed em dGEMRIC reflete o tempo necessário para permitir a penetração de

gadolínio através da espessura total da cartilagem(38)

; dependendo do local, a

imagens são obtidas entre 30-180 minutos após a injeção(25)

. A dose

recomendada para estudo com dGEMRIC é 0,2mM/kg ou o dobro da dose clínica

recomendada, mas isto deve ser corrigido para o índice de massa corporal(14), (28)

.

Alguns autores têm advogado a utilização de uma dose tripla para melhorar a

sensibilidade para pequenas alterações nos GAGs(14)

.

Após administração do gadolínio efetuam-se tempos de relaxamento em T1

(T1Gd) da cartilagem articular, sendo as imagens utilizadas para calcular mapas

de T1 que refletem o local de distribuição do gadolínio(28), (59)

. Como o gadolínio

Figura 22: RMN composicional a 3-Tesla dum

joelho com osteoartrose de longa data. Mapa T1

com dGEMRIC demonstra baixo conteúdo de GAG

nas zonas superficiais da cartilagem femoral

(verde) e alto conteúdo de GAG na região anterior

e posterior da cartilagem tibial (azul escuro).

Presença de osteófitos no côndilo femoral medial

(seta). Retirado de Sautner e Schueller-

Weidekamm (2013)(58)

.

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Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 33

reduz o tempo de relaxamento em T1, valores de relaxamentos aumentados em

T1Gd traduzem cartilagem saudável em contraste a valores diminuídos de T1Gd

na cartilagem degenerada(60)

. Esta medida em T1 tem sido vulgarmente utilizada

como um índice de dGEMRIC para determinar o nível de GAG dentro da

cartilagem articular(59)

. Este índice fornece uma medida indireta da concentração

de proteoglicanos e tem demonstrado correlacionar-se com propriedades

mecânicas da cartilagem(52)

. O índice dGEMRIC também demonstra ser afetado por

vários fatores tais como exercício, índice de massa corporal, osteoartrose de

estadio precoce(25)

, e por stress físico agudo(38)

(Figura 23).

Normalmente, a técnica de dGEMRIC é utilizada através de uma sequência 3D

SPGR(39)

, mas outras técnicas têm sido utilizadas(38)

.

Ao administrar agentes de contraste com gadolínio, devem ser tomadas certas

precauções(14)

. Embora aprovado para uso clínico, a dose ideal de gadolínio ainda

está sob debate, com relatos de gadolínio estar relacionado com fibrose

nefrogénica sistémica em doentes com doença renal moderada a severa(25)

.

Portanto, cuidados apropriados e procedimentos de screening devem ser

utilizados aquando da administração de agentes de contraste contendo

gadolínio(14)

.

Outras limitações relativamente a dGEMRIC incluem o tempo de demora entre a

administração do gadolínio e a imagem (para que o agente de contraste difunde

completamente através da camada cartilagínea)(50)

e o tempo longo de imagem

necessário para adquirir a série em imagens ponderadas em T1 para calcular os

mapas, podendo ser necessário correções entre aquisições devido à mobilização

do doente, pois pode originar artefactos de movimento(14), (54)

.

Figura 23: Alterações temporais no índice de dGEMRIC aquando da realização de eventos

fisiológicos. Retirado de Choi e Gold (2011)(14)

. (A) antes de correr maratona, (B) um dia

após correr maratona e (C) uma semana após maratona.

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Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 34

Quanto às vantagens na utilização de dGEMRIC, é importante enfatizar que o grau

de invasão é baixa, o procedimento é relativamente simples(56)

e possui uma

maior resolução e sensibilidade comparado com RMN com 23-sódio(14)

.

A medida de GAGs através de dGEMRIC tem sido validado contra os standards de

referência para medidas histológicas e bioquímicas do conteúdo de GAGs(37)

,

correspondendo à medida "gold standard" para GAGs(14)

. Dados recentes

demonstraram que um baixo índice de dGEMRIC na linha base era preditivo para

o desenvolvimento de osteoartrose do joelho, sugerindo o papel do índice de

dGEMRIC como uma medida clinicamente relevante da integridade cartilagínea(37)

(Figura 24). Noutro estudo, lesões em doentes com osteoartrose eram mais

aparentes com a técnica de dGEMRIC relativamente a scans de RMN standard(39)

. O

compartimento femorotibial medial tem demonstrado ter um índice dGEMRIC

mais baixo comparado com o compartimento lateral, mantendo-se consistente

com estudos bioquímicos prévios, como também possivelmente refletindo uma

resposta a diferentes stresses mecânicos de acordo com a local dentro da

articulação(14)

(Figura 25).

Figura 24: Comparação do índice dGEMRIC obtido dum indivíduo saudável

(A) e dum doente com osteoartrose do joelho (B). Retirado de Braun e Gold

(2011)(25)

. Os valores de índice são mais baixos em (B), particularmente no prato

tibial medial, o que representa uma diminuição no conteúdo de GAG.

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Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 35

dGEMRIC está a atrair atenção como meio de detetar alterações precoces na

matriz extracelular, presumivelmente os que precedem degradação morfológica

na cartilagem devido à perda de componentes da matriz extracelular(56)

. Esta

modalidade oferece uma ferramenta valiável e validada(25)

para avaliar de forma

praticamente não invasiva as alterações da qualidade da cartilagem em doentes

com osteoartrose inicial e defeitos cartilagíneos focais(54)

.

2.2.5. DIFFUSION-WEIGHTED IMAGING

Têm sido efetuados avanços consideráveis na imagiologia por diffusion-weighted

imaging (DWI) para progredi-la duma ferramenta experimental, limitada a poucas

instituições com instrumentação especializada, para uma ferramenta poderosa

utilizada de forma rotineira na imagiologia diagnóstica(61)

.

DWI é baseado na mobilização das moléculas de água influenciada por barreiras

intra e extracelulares(25), (38)

, ou seja, é possível estimar a bioarquitetura

extracelular ao medir movimentos moleculares(29)

, o que torna a imagem de

diffusão de água através da cartilagem possível com RMN(14)

.

Difusão é geralmente um fenómeno 3D que, dependendo da direção na qual é

medida pode variar em magnitude(61)

. Como a magnitude e direção da

difusividade de tecido local estão relacionados com o ambiente macromolecular

de difusão de água bruta, DWI pode fornecer informação útil sobre a

ultraestrutura tecidual(38)

.

Figura 25: Cortes sagitais centrais

através do compartimento

tibiofemoral lateral (A) e medial (B)

dum joelho com osteoartrose medial

inicial. Retirado de van Tiel et al.

(2013)(54)

. O mapa colorido T1 da

cartilagem demonstra valres T1

diminuídos em B (setas vermelhas) o que

indica um conteúdo relativamente mais

baixo de GAG na cartilagem femoral no

compartimento medial comparado com

os valores mais altos de T1 (setas

verdes) na mesma área cartilagínea no

compartimento lateral do joelho.

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Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 36

Em DWI, vários gradientes sensibilizadores de difusão são aplicados(25)

. Medições

de difusão são obtidas por aplicar estes múltiplos gradientes para gerar a

magnetização nas moléculas de água. A fase magnética é depois revertida(38)

e a

água ganha uma quantidade aleatória de fase e não refoca, o que resulta na

perda de sinal do tecido a sofrer difusão(14)

, com o grau de perda de intensidade

de sinal dependendo na taxa de difusão(38)

. Um mapa da quantidade de difusão

que ocorreu é denominado o mapa do coeficiente de difusão aparente (apparent

diffusion coefficient - ADC), que usa o termo aparente porque os valores refletem

somente a água bruta e não os protões de água restritos pelas membranas

teciduais(14)

. A difusão de água na cartilagem articular reflete a estrutura e

arquitetura bioquímica do tecido; o ADC é baixo com tempos de difusão longos

em cartilagem saudável, pois a difusão das moléculas de água são restringidas

pelos componentes cartilagíneos(38)

. Todavia, quando a matriz é descontinuada, as

moléculas de água movem-se livremente, aumentando o ADC da cartilagem(25)

(Figura 26 e 27).

Figura 26: Mapa ADC de

cartilagem rotuliana num

voluntário saudável (em

cima) e dois indivíduos

com osteoartrose (cental,

e em baixo). Retirado de

Raya et al. (2012)(62)

.

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Novas Modalidades na Imagiologia por Ressonância Magnética na Avaliação de Lesões

Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 37

A maioria das sequências de RMN ponderadas em difusão é infrutífera na

cartilagem devido à complexidade da anatomia do joelho, do tempo de

relaxamento T2 baixo, e da resolução submilimétrica necessária para demonstrar

adequadamente a estrutura cartilagínea(62)

. Recentemente, diffusion tensor

imaging (DTI) tem emergido como uma modalidade mais avançada de DWI(25)

capaz de obter não só o grau, mas também a direção principal do movimento

livre das moléculas de água(35)

. Na RMN músculo-esquelética até à data este

método tem sido útil para determinar a orientação da fibra muscular e

degeneração da cartilagem articular(25)

. Estudos ex vivo têm demonstrado o

potencial de DTI para informar tanto sobre o conteúdo de proteoglicanos e a

arquitetura do colagénio(62)

.

DWI e DTI oferecem uma visão única dentro da estrutura e orientação da

cartilagem(25)

. Estudos in vitro têm demonstrado que DWI pode ser sensível à

degeneração cartilagínea(14)

e DTI in vivo deverá fornecer uma avaliação

compreensiva sobre a anatomia da cartilagem articular, sem necessidade de

agente de contraste(62)

. DWI é outra estratégia promissora que transmite

informação sobre as variações anisotrópicas regionais da ultraestrutura

cartilagínea(29)

. Avanços em DWI têm demonstrado grande utilidade em promover

o potencial diagnóstico de RMN para revelar características teciduais de outro

modo ocultas na RMN convencional(61)

.

Figura 27: Mapa ADC sagittal obtido

com DWI de um joelho pertencente a

um homem assintomático demonstra

alta intensidade de sinal na região

posterior do côndilo femoral medial,

um achado sugestivo de um aumento

da mobilidade da água através da

rotura da matriz cartilagínea. Retirado

de Crema et al. (2011)(38)

.

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Cartilagíneas do Joelho

Sarah Manuela Pinheiro de Oliveira 38

3. Conclusão

Dado que a população portuguesa encontra-se cada vez mais envelhecida, penso

que a utilização destas novas modalidades de imagem seria útil na prática clínica.

Estes novos métodos demonstram terem a capacidade de avaliar alterações

cartilagíneas quando estas ainda não são visivéis por RMN convencional, e como

a prevenção é a “palavra de ordem” na nossa comunidade, a avaliação

composicional da cartilagem é uma mais valia na prática clínica.

O uso de técnicas de alta resolução para avaliar a morfologia cartilagínea,

combinado com as novas técnicas composicionais disponíveis, irá melhorar a

sensibilidade da imagiologia por RMN para a deteção da degeneração

cartilaginosa precoce, e aumentar a capacidade da imagem por RMN para ajudar

avaliar as diferentes técnicas de reparação de cartilagem, que muito

provávelmente irá fortalecer o papel da imagiologia no contexto clínico no

futuro(27)

. Poderá, também, abrir novas portas para alvos terapêuticos projetados

para deter o processo degenerativo nos seus estadios mais precoces(40)

.

Ainda permanece muito mais para ser averiguado no campo da fisiologia

cartilagínea por RMN(14)

. É necessário mais investigação para determinar a

validade, reprodutibilidade, viabilidade e significado clínico de biomarcadores na

avaliação de danos cartilagíneos precoces(37)

.

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