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luisprista
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Na última aula do período quero que todos tragam o caderno (ou dossiê) de Português (com todas as folhas (e trabalhos).
Por favor, não quero tudo escondido em plásticos.
No começo do v. 1, «Camões» é
a) sujeito.b) vocativo.c) modificador apositivo.d) complemento direto.
Camões, grande Camões,vocativo
Sabendo que «fado» (v. 2) significa ‘destino’, podemos dizer que, nos vv. 1-2, o sujeito do soneto considera que
a) a sua vida foi mais difícil do que a de Camões.
b) a sua vida foi diferente da de Camões.c) o seu destino foi muito diferente do de
Camões. d) a sua vida e a de Camões foram
bastante parecidas.
O antecedente de «os» (v. 2) é
a) «acho».b) «Camões»c) «teu fado» e «meu».d) «quando».
antecedente
quão semelhante acho teu fado ao meu, quando os cotejo!
Nos vv. 3-4, o sujeito poético alude ao facto de
a) ter perdido a possibilidade de viver à beira do Tejo.
b) ter viajado por mar.c) ter sido obrigado a fixar residência
em Setúbal.d) ter-se encontrado com o gigante
Adamastor.
arrostar co sacrílego gigante
'ter de se debater com os perigos do mar'
arrostar co sacrílego gigante com + o preposição artigo
No v. 4, «co» corresponde a
a) ‘cu’.b) contração de uma preposição com
«o».c) início de fezes, interrompidas por
prisão de ventre.d) contração de «como» com «o».
A ordem mais normal das palavras no v. 6 [ Da penúria cruel no horror me vejo ]seria:
a) Vejo-me no horror da cruel penúria.b) No horror da penúria cruel, vejo-me.c) Na penúria cruel, vejo-me no horror.d) Vejo-me na cruel penúria do horror.
Vejo-me no horror da penúria cruel.
Nos vv. 7-8, o poeta lamenta-se de
a) ter gostos excêntricos que não pôde concretizar.
b) ter tido desilusões amorosas.c) se ter dado incondicionalmente a
amante que não lhe retribuiu o mesmo afeto.
d) ter amado quem o trairia.
Como tu, também estou carpindo chorando
lamentando
gostos vãos, que em vão desejo quero
pretendo
A palavra «desejo» (v. 7) é
a) preposição.
b) nome.
c) verbo.
d) adjetivo.
Como tu, também estou carpindo chorando
lamentando
gostos vãos, que em vão (eu) desejo quero
pretendo
O complemento direto de «carpindo estou» (v. 8) é
a) «gostos vãos, que em vão desejo».
b) «saudoso amante».
c) «tu».
d) «como tu».
Na terceira estrofe, o sujeito poético
a) pede a morte.
b) deseja a paz.
c) já morreu.
d) regozija-se com a sorte que teve durante a vida.
«Ludíbrio, como tu, da Sorte dura» (v. 9) significa que, como Camões, o poeta
a) teve azar no jogo.
b) teve vida tormentosa.
c) foi ridicularizado por muitos.
d) foi enganado pelos seus contemporâneos.
Na última estrofe do soneto, o poeta lamenta
a) não ter a mesma paixão de Camões pela natureza.
b) ter imitado a poesia camoniana.
c) só imitar Camões nas desvantagens.
d) não ter curtido e transado tanto como Camões.
No v. 12, «Mas» exprime
a) oposição.
b) possibilidade.
c) conjunção.
d) disjunção.
A vírgula final do v. 13 explica-se por
a) se fechar uma oração causal.
b) começar depois uma oração final.
c) se seguir o advérbio «não».
d) se fechar uma oração adverbial.
Se te imito nos transes da ventura, oração subordinada adverbial condicional
Não te imito nos dons da natureza. oração subordinante
O sentimento que percorre o soneto é de
a) orgulho por um dado percurso de vida.
b) inveja suscitada pelo confronto com Camões.
c) angústia por uma vida marcada pela desilusão.
d) pacificação ao pressentir-se a morte próxima.
• Evitem falar para o lado durante o questionário.
• Quanto terminarem, chamem-me para me dar a folha.
• Quando eu disser que já foi tempo suficiente, por favor, parem mesmo e deem-me a folha mesmo sem eu te insistir.
cetineta = tecido parecido com cetim
fulgurante = brilhante
proveta = vaso de vidro (= copo [=vinho]?)
narciso = o que se admira a si próprio
lombarda = variedade de couve
repolho = couve (cabeça da couve)
suculento = que tem suco; carnudo; agradável ao paladar
toicinho = toucinho
desventura = infelicidade
escaparate = armário envidraçado, vitrina
Poeta, é certo, mas de cetineta[,]
fulgurante de mais para alguns olhos,
bom artesão na arte da proveta,
narciso de lombardas e repolhos.
Cozido à portuguesa, mais as carnes
suculentas da auto-importância,
com toicinho e talento, ambas partes
do meu caldo entornado na infância.
Nos olhos, uma folha de hortelã,
que é verde como a esperança que amanhã
amanheça de vez a desventura.
Poeta de combate, disparate,
palavrão de machão no escaparate,
porém morrendo aos poucos de ternura.
O enunciador [o poeta] diz-se talentoso («com […] e talento»), empenhado ou lutador («poeta de combate»), apaixonado ou meigo («morrendo aos poucos de ternura»), vaidoso ou egocêntrico («narciso»; «as carnes […] da auto-importância»).
O filme é claramente de memórias de infância. Nas primeiras cenas foi dado o motivo da recordação do crescimento do protagonista numa vila siciliana (a notícia da morte do adulto protetor de então, Alfredo). A história entra como pano de fundo (há diversas alusões ao fim da segunda guerra mundial).
Os vários estados do edifício (o primeiro cinema, a destruição pelo fogo, o novo edifício, a ruína quando o protagonista regressar) servem também de marcos que apoiam a nossa perceção da passagem do tempo.
A ação da parte amorosa acaba também por aproveitar o cinema (salvo erro, um primeiro beijo do protagonista vai aí decorrer).
O edifício vai causar a cegueira de Alfredo, tornando-se depois ocupação semi-profissional do protagonista.
A analepse é um recurso essencial. Apanhamos a história já no momento em que o protagonista sabe da morte de Alfredo, pelo que se tem de fazer depois um recuo no tempo, constituindo esse flash back a maior parte do filme. (Há um ou dois brevíssimos regressos à atualidade, só para lembrar que o tempo da narração não é aquele, até a história contada em analepse chegar ao presente em que começara e termos depois o resto do enredo, quase um mero epílogo.)
Não há propriamente prolepses, a não ser talvez algumas falas de Alfredo, que, a certa altura, aludirá, velada mas certeiramente, ao futuro de Totó.
A analepse é um recurso essencial. Apanhamos a história já no momento em que o protagonista sabe da morte de Alfredo, pelo que se tem de fazer depois um recuo no tempo, constituindo esse flash back a maior parte do filme. (Há um ou dois brevíssimos regressos à atualidade, só para lembrar que o tempo da narração não é aquele, até a história contada em analepse chegar ao presente em que começara e termos depois o resto do enredo, quase um mero epílogo.)
Não há propriamente prolepses, a não ser talvez algumas falas de Alfredo, que, a certa altura, aludirá, velada mas certeiramente, ao futuro de Totó.
Uma elipse notável consiste no salto dos anos entre o Totó criança e o Salvatore adolescente (o truque é descobrirmos um novo ator sob a mão de Alfredo, o que aliás resolve também um problema que se põe aos filmes que percorrem gerações: acompanhar o crescimento físico das personagens). Há outros momentos recorrentes de aceleração do relato, que corresponderão a resumos, que aproveitam as imagens passadas na sala de cinema (pela justaposição de trechos de filmes que vão acompanhando a história do cinema, do preto e branco a Brigitte Bardot, percebemos que nos estão a ser dados vários anos em poucos minutos).
Ao contrário, uma história demorada contada por Alfredo a Totó (que só veremos na próxima aula) parece fazer aumentar/demorar o discurso relativamente ao tempo «real».
cetineta = tecido parecido com cetimfulgurante = brilhanteproveta = vaso de vidro (= copo [=vinho]?)narciso = o que se admira a si própriolombarda = variedade de couverepolho = couve (cabeça da couve)suculento = que tem suco; carnudo;
agradável ao paladartoicinho = toucinhodesventura = infelicidadeescaparate = armário envidraçado, vitrina
Poeta, é certo, mas de cetineta[,]fulgurante de mais para alguns olhos,bom artesão na arte da proveta,narciso de lombardas e repolhos.
Cozido à portuguesa, mais as carnessuculentas da auto-importância,com toicinho e talento, ambas partesdo meu caldo entornado na infância.
Nos olhos, uma folha de hortelã,que é verde como a esperança que amanhãamanheça de vez a desventura.
Poeta de combate, disparate,palavrão de machão no escaparate,porém morrendo aos poucos de ternura.
O enunciador [o poeta] diz-se talentoso («com […] e talento»), empenhado ou lutador («poeta de combate»), apaixonado ou meigo («morrendo aos poucos de ternura»), vaidoso ou egocêntrico («narciso»; «as carnes […] da auto-importância»).
TPC — Queria que, na última aula do período, todos trouxessem o caderno, ou dossiê, de Português (com todas as folhas e trabalhos).
Por favor, não gostaria de ver tudo escondido em plásticos.