72
AÇÃO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES QUE ATUEM NO DOMÍNIO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Apresentações de Power Point

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Apresentações de Power Point

Citation preview

AÇÃO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES QUE ATUEM NO

DOMÍNIO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA  

MÓDULO  III  Violência  Domés4ca:  Conhecer  a  situação  e    

refle4r  sobre  ela    

Obje4vos  do  Módulo  III  

2.   Compreender  a  violência  contra  as  crianças            

 (Ana  Paula  Silva)  

 

3.   Compreender  a  violência  contra  as  mulheres  

           idosas  (e  os  homens  idosos)  

   

Obje4vos  do  Módulo  III  

Compreender  a  violência  em  relações  de  in4midade    (retomando  o  tópico  em  jeito  de  conclusão  do  módulo)  

 

– Conhecer  dinâmicas  e  processos  associados  à  VRI  

•  Ciclo  da  violência  

•  Poder  e  controlo  

–  IdenAficar  especificidades  das  relações  abusivas  que  contribuem  para  a  sua  manutenção  

 

   

A  violência  contra    as  mulheres  idosas    

 (e  os  homens  idosos?...)  

 

   

hMp://www.ipvow.org/pt/descricao-­‐dos-­‐projectos/mind-­‐the-­‐gap  

Violência  contra  mulheres  idosas  em  relações  de  

in4midade  

                         Tópicos  

Violência  contra  mulheres  idosas  em  relações  de  inAmidade.    O  cruzamento  do  género  e  da  idade  

Abordagem  da  violência  com  a  víAma    

Violência  contra  mulheres  idosas  em  relações  de  in4midade.    

O  cruzamento  do  género  e  da  idade  

Objetivos do tópico

o  Conhecer a incidência e a prevalência da violência contra mulheres idosas

no contexto das famílias;

o  Compreender as questões relacionadas com o género e a idade

subjacentes à violência e às dinâmicas da violência;

o  Familiarizar-se com os fatores de risco e as causas sociais / estruturais da

violência contra mulheres idosas.

As nossas perceções…

Brainstorming

§  Em casais de pessoas idosas, as mulheres são com maior frequência agressoras em relações de intimidade do que em casais de pessoas mais novas.

§  A violência contra mulheres idosas em relações de intimidade ocorre, frequentemente, em contexto de dependência de cuidados.

§  A violência entre casais de pessoas idosas é menos física e mais psicológica.

Em 2011 foram apresentadas 28 980 queixas de VD às forças de segurança: §  85% das vítimas eram mulheres;

§  6,9% das vítimas tinham 65 ou mais anos;

§  Em 7,3% das queixas a vítima é ascendente da pessoa denunciada.

Fonte: MAI / DGAI (2012) Violência Doméstica - 2011. Relatório anual de monitorização. Ocorrências participadas às Forças de Segurança (FS); Estruturas especializadas- FS; Atribuição do estatuto de vítima e decisões finais em processos-crime. Lisboa: DGAI

Dados  das  forças  de  segurança  

§  Em 2008 foram instaurados 330 inquéritos (vítimas com 60 ou mais anos e em que o denunciado / arguido tinha uma relação de intimidade com a vítima);

§  59% desses inquéritos reportam-se a mulheres idosas ‘jovens’ (60-69 anos);

Fonte: Procuradorias-Gerais Distritais de Lisboa e de Évora

60-­‐64   65-­‐69   70-­‐74   75-­‐79   80  e  mais  anos  

33   26   20  13   8  

Dados  das  Procuradorias-­‐Gerais  Distritais  de  Lisboa  e  Évora  

§  Cerca de 3 em cada 4 mulheres idosas denunciou a sua própria situação aos tribunais ou às forças de segurança.

Fonte: Procuradorias-Gerais Distritais de Lisboa e de Évora

Dados  das  Procuradorias-­‐Gerais  Distritais  de  Lisboa  e  Évora  (cont.)  

Resultados dos inquéritos (a 31 de janeiro de 2010): §  206 arquivados;

§  35 pendentes;

§  39 findos por dedução de acusação (31 por violência doméstica, 3 por ofensas à integridade física e 5 por outros crimes);

§  21 com suspensão provisória do processo (apenas 1 com medida de proibição de permanência ou deslocação à morada de família e proibição de contacto com a vítima);

§  28 incorporados;

§  22 chegaram à fase de julgamento: 9 já tinham sido julgados (6 condenações e 3 absolvições).

Dados  das  Procuradorias-­‐Gerais  Distritais  de  Lisboa  e  Évora  (cont.)  

Fonte: Perista, H., Silva, A. e Neves, V. (2010) Violência contra mulheres idosas em relações de intimidade na Europa - Relatório nacional de Portugal.

Prevalência  da  violência  contra  mulheres  idosas  no  contexto  das  famílias  

§  Cerca de quatro em cada dez mulheres com 60 ou mais anos que vivem em agregados domésticos privados reportaram ter sido vítimas de violência ou abuso nos doze meses anteriores à inquirição.

§  E as mulheres mais velhas (com 80 ou mais anos) que reportaram ter sido vítimas são aquelas que evidenciaram formas mais graves de vitimação.

§  A violência emocional ou psicológica constituiu o principal tipo de violência identificada (33%), seguida de abuso ou exploração financeira (17%), violação de direitos pessoais (13%), negligência (10%), abuso sexual (4%) e violência física (3%).

 

Fonte:  Ferreira-­‐Alves,  J.  &  Santos,  A.J.  (2011).  Prevalence  study  of  violence  and  abuse  against  older  women.  Result  of  the  Portugal  survey  (AVOW  Project).  Braga:  Universidade  do  Minho.  

Prevalência  da  violência  contra  mulheres  idosas  no  contexto  das  famílias  (cont.)  

 §  No que se refere a agressores/as, o estudo refere:

•  A preponderância do marido/companheiro nos casos de violência emocional, abuso sexual e violação de direitos individuais, e

•  A preponderância de filhos/as e genros e noras nos casos de negligência e de violência física.

§  Apenas 26% das mulheres idosas que referiram ter sido vítimas reportaram ter revelado a situação de violência ou ter pedido ajuda.

 

Fonte:  Ferreira-­‐Alves,  J.  &  Santos,  A.J.  (2011).  Prevalence  study  of  violence  and  abuse  against  older  women.  Result  of  the  Portugal  survey  (AVOW  Project).  Braga:  Universidade  do  Minho.  

Questionário-postal a instituições e serviços, a nível nacional:

Entre 2006 e 2008

§  618 mulheres idosas (com 60 ou mais anos) vítimas de violência

contactaram estes serviços

§  77% com idade entre os 60 e os 74 anos

§  Em 93% dos casos, o agressor foi o marido/companheiro com quem a

mulher coabitava

§  Agressão e violência psicológica ou verbal (44%), violência física (31%) e

exploração financeira (12%)

Violência  contra  mulheres  idosas  em  relações  de  in4midade:  resultados  do  estudo  IPVoW  

98

2

91

9

88

12

88

12

0

20

40

60

80

100

Violência apenas exercida pelo (ex) marido/companheiroViolência mútuaActos frequentesUma única ocorrência ou pouco frequenteViolência continuada / de longa duração (1 ou mais anos)História curta de violência (menos de 1 ano)Violência na relação de intimidade começou antes da mulher ter completado 60 anosViolência na relação de intimidade começou depois da mulher ter completado 60 anos

N=233 N=136 N=204 N=237

Mulheres idosas vítimas de violência em relações de intimidade segundo o tipo de violência, a frequência dos actos, a duração e o início da violência (%)

Violência  contra  mulheres  idosas  em  relações  de  in4midade:  resultados  do  estudo  IPVoW  

Fonte: Perista, H., Silva, A. e Neves, V. (2010) Violência contra mulheres idosas em relações de intimidade na Europa - Relatório nacional de Portugal.

Violência  contra  mulheres  idosas  em  relações  de  in4midade:  resultados  do  estudo  Mind  the  Gap!  

Fonte: Perista, H. e Silva, A. (2013) Mind the Gap! Melhorar a intervenção no domínio da violência contra mulheres idosas em relações de intimidade – As respostas da polícia e do sistema judicial com base numa análise de processos do Ministério Público.

Análise de processos do Ministério Público – PGDL Caraterização das vítimas §  42% com idade entre os 60 e os 64 anos; média de 67 anos (+ velha com 81 anos); §  9% recebia cuidados por parte do marido/companheiro e 8% por

parte de uma outra pessoa / instituição; apenas 3% prestava cuidados ao marido/companheiro;

§  12% sofria de doença crónica, 7% com deficiência física, 7% com problemas de saúde mental e 1% sofria de demência;

§  46% recebia reforma e apenas 32% aparentava estar na dependência económica do marido/companheiro;

§  4% estava a ser acompanhada por serviços VD e 15% por serviços de saúde.

Violência  contra  mulheres  idosas  em  relações  de  in4midade:  resultados  do  estudo  Mind  the  Gap!  

Fonte: Perista, H. e Silva, A. (no prelo) Mind the Gap! Melhorar a intervenção no domínio da violência contra mulheres idosas em relações de intimidade – As respostas da polícia e do sistema judicial com base numa análise de processos do Ministério Público.

Caraterização das relações de intimidade §  81% conjugalidade presente; mas 8 casos onde havia

divórcio mas partilha da habitação; §  45%: a relação de intimidade tinha 40 e mais anos; média

de 32 anos (+ recente: 4 anos; mais antiga: 60 anos); §  70% das vítimas coabitava apenas com o agressor.

Violência  contra  mulheres  idosas  em  relações  de  in4midade:  resultados  do  estudo  Mind  the  Gap!  

Fonte: Perista, H. e Silva, A. (2013) Mind the Gap! Melhorar a intervenção no domínio da violência contra mulheres idosas em relações de intimidade – As respostas da polícia e do sistema judicial com base numa análise de processos do Ministério Público.

Caraterização dos agressores §  51% com 69 ou menos anos; média 67 anos (+ novo: 53; + velho: 86 anos); §  12% sofria de doença crónica, 1% com deficiência física,

17% com problemas de saúde mental e 4% sofria de demência;

§  46% abuso de álcool; §  66% recebia reforma e apenas 7% aparentava estar na

dependência económica da mulher/companheira; §  76% revelava apresentar uma história de ofensas

violentas, 12% de ocorrências por VD em relações de intimidade anteriores e 3% com condenações.

Violência  contra  mulheres  idosas  em  relações  de  in4midade:  resultados  do  estudo  Mind  the  Gap!  

Fonte: Perista, H. e Silva, A. (no prelo) Mind the Gap! Melhorar a intervenção no domínio da violência contra mulheres idosas em relações de intimidade – As respostas da polícia e do sistema judicial com base numa análise de processos do Ministério Público.

Caraterização das ocorrências §  Tipos de violência: 88% psicológica, 67% física, 17% controlo

coercivo, 8% exploração financeira, 7% negligência intencional e 4% perseguição;

§  24% das situações agressor estava alcoolizado; §  47% sem lesões referidas pela vítima; 30% de lesões físicas

menores; §  Entre os casos que reportam violência física houve: 1

assassinato, 6 (tentativas) estrangulamentos; Mas §  (considerando os relatos das vítimas) 24% dos agressores

estrangulou ou tentou estrangular as vítimas, 49% ameaçou matar a vítima ou a si mesmo, 9% já recorreram a armas para intimidar as vítimas e 16% tinha posse legal de armas.

Violência  contra  mulheres  idosas  em  relações  de  in4midade:  resultados  do  estudo  Mind  the  Gap!  

Fonte: Perista, H. e Silva, A. (2013) Mind the Gap! Melhorar a intervenção no domínio da violência contra mulheres idosas em relações de intimidade – As respostas da polícia e do sistema judicial com base numa análise de processos do Ministério Público.

Caraterização das ocorrências §  85% ocorreu na casa da vítima e do agressor; §  65% das queixas à polícia foram feitas pelas vítimas e 17%

por membros da família; §  Em 76% dos casos a situação era conhecida pela família.

Violência  contra  mulheres  idosas  em  relações  de  in4midade:  resultados  do  estudo  Mind  the  Gap!  

Fonte: Perista, H. e Silva, A. (2013) Mind the Gap! Melhorar a intervenção no domínio da violência contra mulheres idosas em relações de intimidade – As respostas da polícia e do sistema judicial com base numa análise de processos do Ministério Público.

Intervenção das forças de segurança §  96% registado como VD; §  38% feita avaliação de risco; §  Nas 24h a seguir, 34% das vítimas e 9% dos agressores

foram interrogadas/os pela polícia; §  Apenas em 3% dos casos a polícia deu informação a

serviços de apoio a vítimas; §  No decurso das investigações subsequentes, 80% das

vítimas, 61% dos agressores e 39% das testemunhas foram questionadas / interrogados pelo OPC; 83% das vítimas por agentes masculinos.

Violência  contra  mulheres  idosas  em  relações  de  in4midade:  resultados  do  estudo  Mind  the  Gap!  

Fonte: Perista, H. e Silva, A. (2013) Mind the Gap! Melhorar a intervenção no domínio da violência contra mulheres idosas em relações de intimidade – As respostas da polícia e do sistema judicial com base numa análise de processos do Ministério Público.

Intervenção do Ministério Público §  87% não chegou a julgamento; apenas 13% (sendo que

corresponde a 10 processos = 5 casais); §  39% arquivado por falta de indícios, 26% incorporados, 14%

com suspensão provisória do processo, 9% arquivados por falta de indícios sem que suspeito fosse constituído arguido, 9% reclassificados.

Intervenção dos Tribunais §  4 arguidos e 3 vítimas prestaram testemunho; em 3 casos

houve outros testemunhos; §  4 arguidos condenados e 1 a aguardar decisão –

condenações de 15 anos pena efetiva, 2 anos e 2 meses de pena suspensa e duas multas aos restantes.

Género  e  idade      

e  as  dinâmicas  sociais    de  relações  de  in4midade  pautadas  pela  violência  

 

Género,  idade  e  as  dinâmicas  sociais  de  relações  de  in4midade  pautadas  pela  violência  

A abordagem da violência contra mulheres idosas em relações de intimidade apela à consideração da complexidade da inter-relação entre género e idade.

O género e a idade são categorias sociais que têm incrustadas representações simbólicas, que, por sua vez, moldam as interacções, as percepções e as expectativas sociais, os papéis e as identidades, as relações de poder, as oportunidades laborais e profissionais, as condições de trabalho e de vida em geral. (Sara Falcão Casaca e Sally Bould, 2012, “Género, idade e mercado de trabalho”)

As mulheres que hoje são idosas estarão, pois, sujeitas, mais do que as mulheres jovens e mais do que os homens, a situações de discriminação, resultantes da combinação interactiva e complexa de estereótipos e preconceitos associados ao sexismo e ao idadismo.

Género,  idade  e  as  dinâmicas  sociais  de  relações  de  in4midade  pautadas  pela  violência  

§  Moldadas pelas relações de género;

§  O efeito geracional;

§  A (longa) duração da violência em relações de intimidade;

§  Antecendentes de violência familiar de vária ordem;

§  Dependência e autonomia ao longo do ciclo de vida;

§  Transferência dos cuidados (por vezes do feminino para o

masculino).

Fatores  de  risco  e  as  causas  sociais  /  estruturais  da  violência  contra  mulheres  idosas  

Factores de risco estruturais / genéricos:

§  Género

§  Violência de longa duração em relações de intimidade

Factores de risco (mais) relacionados com a idade:

§  Fragilidade física

§  Estado de saúde mental (por ex., demência / distúrbio depressivo)

§  Crescente necessidade de prestação de cuidados e eventual sobrecarga de cuidadores/as informais

§  Formas de organização e dinâmicas familiares

§  Isolamento

§  Situação socioeconómica e acessibilidade (“capacidade financeira") a serviços de apoio

Objetivos do tópico

o  Reforçar competências para a abordagem do problema com a mulher

idosa vítima de violência;

o  Sensibilizar quanto a eventuais dificuldades e identificar estratégias para

lidar com essas dificuldades.

Abordagem  da  violência  com  a  ví4ma  idosa  

 

A Dª. Emília vai ao centro de atendimento…

Role-play

A Dª. Emília vai ao centro de atendimento…

A assistente social trabalha neste centro há relativamente pouco tempo. Está a fazer atendimento quando a Dona Emília, uma mulher de 80 anos, com algumas dificuldades auditivas e de mobilidade mas sem qualquer incapacidade cognitiva, se dirige ao centro. Esta queixa-se de ter sido agredida pelo seu marido, que é 10 anos mais novo do que ela. A Dona Emília está muito nervosa e pede a intervenção da assistente social, para acalmar o marido.

Abordagem  da  violência  com  a  ví4ma:  princípios  de  conduta  gerais  

 

§  Procurar estar sozinho/a com a vítima;

§  Criar uma relação de empatia e de confiança;

§  Ouvir a história atentamente e, em primeira instância, acreditar no relato da vítima;

§  Não emitir juízos de valor, não culpabilizar a vítima e não dar conselhos pessoais;

§  Corroborar os sentimentos da vítima;  

Abordagem  da  violência  com  a  ví4ma:  princípios  de  conduta  gerais  

 

§  Garantir à vítima de que ninguém tem o direito de a magoar;

§  Assegurar à vítima de que não está só;

§  Informar a vítima acerca dos seus direitos e de outras opções e estimular a vítima na procura de apoio;

§  Encorajar a vítima a ver que há uma vida possível livre de violência. (Adaptado de Perista, H. , Baptista, I. e Silva, A. (Eds.) (2011) Violência contra mulheres idosas no contexto

das famílias: reconhecer e agir. Lisboa: CESIS)

Abordagem  da  violência  com  a  ví4ma  idosa    

§  Em caso de dificuldades inerentes à idade / estado de saúde (por exemplo, audição ou visão deficitária): §  Perguntar se tem dificuldade em compreender o que foi dito;

§  Dar-lhe tempo para ouvir e compreender o que lhe está a ser dito; se necessário, fazer pausas;

§  Ficar em frente da vítima e falar clara e pausadamente;

§  Repetir as perguntas tanto quanto necessário procurando recorrer a outras palavras; se necessário falar mais alto mas não gritar;

§  Se possível, assegurar que todos os documentos que devam ser devidamente compreendidos e/ou assinados pela vítima sejam lidos em voz alta.

 (Adaptado de Manita, C. (coord.), Ribeiro, C. e Peixoto, C. (2009) Violência doméstica: compreender para

intervir. Guia de boas práticas para profissionais das forças de segurança. Lisboa: CIG)

Abordagem  da  violência  com  a  ví4ma  idosa  

§  As perguntas têm de se adaptar à situação e tem de se sentir confortável com as expressões que utiliza;

§  Comece por questões de carácter geral (por exemplo, sobre a saúde e o bem-estar);

§  Continue com questões mais específicas de acordo com a situação;

§  Faça perguntas mais diretas no caso de a mulher não designar a sua experiência como ‘violência’.

 

(Adaptado de Perista, H. , Baptista, I. e Silva, A. (Eds.) (2011) Violência contra mulheres idosas no contexto das famílias: reconhecer e agir. Lisboa: CESIS)

 •  Como vão as coisas lá por casa?

•  Como é que tem passado os seus dias?

•  Tem tudo o que precisa para cuidar de si?

•  Tem algum tipo de ajuda em casa? Como se sente com a ajuda que tem em casa?

•  (em situação de dependência de cuidados) Como acha que o seu/sua [marido/filha/outra pessoa prestadora de cuidados] está a lidar com a situação?

Nota: estas questões podem ser particularmente relevantes aquando do acompanhamento pós-vitimação.

Questões  de  carácter  geral  

•  Foi  esbofeteada,  empurrada,  asfixiada,  ou  magoada  de  qualquer  outra  forma?    

•  Foi  amarrada  ou  fechada  num  quarto?  •  Alguma  vez  alguém  a  obrigou  a  fazer  coisas  que  não  queria?  •  Fica  muitas  vezes  sozinha  em  casa  durante  longos  períodos?  •  Foi  ameaçada  com  algum  casAgo  ou  privada  de  algo?  •  Já  recebeu  o  ‘tratamento  de  silêncio’?  •  O  que  acontece  quando  a  pessoa  que  lhe  presta  cuidados  não  concorda  

consigo?    •  Alguém  falou  ou  gritou  consigo  de  um  modo  que  a  tenha  feito  senAr-­‐se  mal  

consigo  própria?  •  Alguém  a  obrigou  a  ter  uma  aAvidade  sexual?  •  Sente  falta  de  disposiAvos  de  assistência  como  óculos  ou  aparelhos  audiAvos?  •  Está  a  receber  toda  a  ajuda  que  precisa?  •  Alguém,  na  sua  casa,  lhe  Arou  alguma  coisa  sem  lhe  perguntar?  •  Alguém,  na  sua  casa,  a  fez  assinar  documentos  que  não  entendia?  

Questões  mais  específicas  

•  Vítimas com deficiência cognitiva ligeira podem ser abordadas directamente:

•  Com perguntas muito simples e diretas;

•  Faça perguntas que abordem apenas um assunto e evite perguntas com respostas alternativas;

•  Não faça perguntas tendenciosas que, de algum modo, sugiram uma resposta;

•  Fale devagar e pausadamente;

•  Pare de fazer perguntas quando a vítima ficar nervosa.

•  Em caso de maior grau de deficiência, é importante falar com outra pessoa que não o/a agressor/a ou com o/a tutor/a legal.

A demência é um dos fatores de risco para que a pessoa se torne vítima de violência doméstica, sendo, ao mesmo tempo,

mais provável que ninguém acredite nos relatos da vítima.

Como  agir  perante  ví4mas  com  deficiências  cogni4vas?  

Estas mulheres pertencem a um grupo vulnerável, especialmente quando não falam a língua do país onde se encontram.

•  Se possível, procure falar com a vítima em presença de colega que saiba falar a respetiva língua ou peça a um/a tradutor/a externo/a que o/a acompanhe;

•  Nunca envolva parentes próximos como tradutores. Isto pode ser mais prejudicial do que benéfico!

•  Contacte o serviço de informação a vítimas de violência doméstica ou serviços específicos para imigrantes e/ou pessoas estrangeiras e solicite aconselhamento. Estas organizações têm, pelo menos, folhetos nas línguas mais comuns dirigidos às mulheres vítimas de violência doméstica e podem também conhecer intérpretes oficiais.

Como  agir  perante  ví4mas  com  barreiras  linguís4cas?  

Pela sua pertença étnico-cultural / religiosa, estas mulheres encontram-se com relativa frequência em situação mais vulnerável.

•  Quando não falam a língua portuguesa, socorra-se das estratégias referidas antes;

•  Procurar que sejam mulheres a proceder à entrevista e outros procedimentos;

•  Contacte o serviço de informação a vítimas de violência doméstica ou serviços específicos para imigrantes e/ou pessoas estrangeiras (ACIDI; Unidade de Apoio à Vítima Imigrante e de Discriminação Racial ou Étnica; Centros Locais de Apoio à Integração de Imigrantes) e solicite aconselhamento.

Como  agir  perante  ví4mas  pertencentes  a  grupos  étnico-­‐culturais  /  religiosos  

específicos?  

Ação  de  Formação  para  Agentes  que  Atuam  no  Domínio  da  

Violência  Domés;ca  

2  de  Julho  2013  

MÓDULO  I  –  PERSPETIVA  HISTÓRICA  DA  VIOLÊNCIA  NA  FAMÍLIA    

 1.  Da  invisibilidade  ao  seu  reconhecimento  

social,  polí;co  e  cienBfico                  

Ideias  chave    • A  violência  domés;ca  não  é  um  fenómeno  novo  

• A  violência  domés;ca  é  um  conceito  em  evolução    • Corresponde  a  uma  evolução  das  percepções  sociais  =  de  comportamento  normais  a  comportamentos  criminalizáveis    • Corresponde  a  uma  evolução  da  vida  em  família  e  dos  papeis  dos  diferentes  elementos    

 Surgimento  da  vida  privada  –  vida  em  família    

                 

•  É  nos  finais  do  sec.  XVIII,  inícios  do  séc.  XIX  surge  na  noção  de  família  tal  como  hoje  a  conhecemos:  •  Separação  entre  a  vida  pública  e  privada;  separação  entre  a  rua  e  espaço  domés;co.  

•  Surge  uma  nova  forma  de  organização  do  espaço  domés;co  acentuando  a  noção  de  privacidade.  

•  A  ideia  de  casal  está  em  curso  de  invenção.  •  Os  sen;mentos  e  os  afectos  assumem  nova  importância  na  família  e  começam  a  ser  entendidos  como  fundamentos  para  a  coesão  familiar.  

       

Construção  social  da  família:  diferentes    “velocidades”  em  função  das  classes  sociais  

   

“A  in%midade  exige  condições  de  alojamento  e  a  organização  racional  do  espaço  domés%co  

adaptada  aos  diferentes  momentos  do  dia-­‐a-­‐dia,  estrutura  que  caracteriza  burguesas  que  se  divulga  a  par%r  do  úl%mo  quartel  do  sec.  XIX,  mas  impensável  nas  habitações  populares.”  

 MaVoso,  José  (dir),  2011,  História  da  vida  privada  em  Portugal  –  Época  

Contemporânea,  Lisboa,  Círculo  dos  Leitores,  pp8.                  

     

Separação  do  público  e  do  privado                  

     

.  Reforço  dos  diferentes  papéis  de  género    

.  Surgimento  da  condição  social  da  infância              

•   Portugal  –  1º  quarto  do  sec.  XX  o  recurso  à  violência  era  uma  forma  de  resolver  conflitos  

“dão-­‐se  facas  com  mais  facilidade  do  que  noutras  se  dá  lume”    Ramalho  Or;gão  

   •  Crime                                                                                                      Violência    

   • Crime    -­‐  corresponde  aos  atos  que  a  lei  define  como  tal.  Só  em  192  o  Código  Penal  português,  pela  primeira  vez,  a  natureza  semi-­‐pública  ao  crime  que  inclui  os  maus-­‐tratos  psicológicos,  alargando-­‐os  a  pessoas  equivalente  aos  cônjuges.  

•   Violência  –  remete  para  representações  /  percepções  sociais.    

       Embora  sendo  conceitos  dis;ntos,  a  consideração  de  um  ato  como  crime  dependente  muito  das  representações  sociais  sobre  o  mesmo  e  de  uma  maior  ou  menor  consciência  social,  nomeadamente  em  relação  aos  Direitos  Humanos.    A  não  criminalização  da  violência  domés;ca  durante  anos  não  deixou  de  estar  relacionada  com  um  determinado  pensamento  sobre  a  família  e  os  “poderes”  de  cada  um  dos  membros  como  fica  patente  no  Código  Civil  do  Estado  Novo.  

10  

 Ar;go  1674º  -­‐  Poder  marital  

 O  marido  é  o  chefe  da  família,  compeWndo-­‐lhe  nessa  qualidade  representá-­‐la  e  decidir  em  todos  os  actos  da  vida  conjugal  comum    

 Ar;go  1678º  -­‐  Administração  dos  bens  do  casal  

1.   A  administração  dos  bens  do  casal,  incluindo  os  próprios  da  mulher  e  os  bens  dotais,  pertence  ao  marido,  como  chefe  da  família.  

 Ar;go  1677º  -­‐  Governo  domésWco  1.  Pertence  à  mulher,  durante  a  vida  em  comum,  o  governo  

domésWco,  conforme  os  usos  e  a  condição  dos  cônjuges.  

O  Código  Civil  do  Estado  Novo  

11  

Ar;go  1881º  -­‐  Poderes  especiais  do  pai  1.  Compete  especialmente  ao  pai,  como  chefe  de  família:  

a)  Providenciar  acerca  dos  alimentos  devidos  ao  filho  e  orientar  a  sua  instrução  e  educação;    

b)  Prestar-­‐lhe  a  assistência  moral  conforme  a  sua  condição,  sexo  e  idade;  

c)  Emancipá-­‐lo;  d)  Defendê-­‐lo  e  representá-­‐lo,  ainda  que  nascituro;  e)  Autorizá-­‐lo  a  pra;car  os  actos  que,  por  determinação  da  lei,  dependam  do  consen;mento  dos  pais;    

g)  Administrar  os  seus  bens.  

O  Código  Civil  do  Estado  Novo  

12  

Ar;go  1882º  -­‐  Poderes  especiais  da  mãe  1.  Compete  especialmente  à  mãe:  a)  Ser  ouvida  e  par;cipar  em  tudo  o  que  diga  respeito  aos  interesses  do  filho;  

b)  Velar  pela  sua  integridade  _sica  e  moral;  c)  Autorizá-­‐lo  a  pra;car  actos  que,  por  determinação  especial  da  lei,  dependam  do  seu  consen;mento;  

d)  Desempenhar  rela;vamente  ao  filho  e  aos  seus  bens  as  funções  pertencentes  ao  marido,  sempre  que  este  se  encontre  em  lugar  remoto  e  não  sabido  ou  esteja  impossibilitado  de  as  exercer  por  qualquer  outro  mo;vo.    

O  Código  Civil  do  Estado  Novo  

 Influências:  • As  convenções  (pressões)  internacionais  

• A  determinante  década  de  60:  movimentos    feministas  e  a  desconstrução  da  “naturalização”  da    violência  domés;ca    • Década  de  80  =  violência  é  iden;ficada  como  problema  social  

• Década  de  90  =  legislação  específica  em  Portugal  

14  

 Declaração  Universal  do  Direitos  Humanos  

Todos  os  seres  humanos  têm  igual  valor  e  dignidade.    

 

15  

ONU    Pacto  Internacional  sobre  os  Direitos  Civis  e  

Polí;cos  -­‐  Ar;go  23º  (1966)  

1.   A  família  é  o  elemento  natural  e  fundamental  da  sociedade  e  tem  direito  à  protecção  da  sociedade  e  do  Estado.  

2.   O  direito  de  se  casar  e  de  fundar  uma  família  é  reconhecido  ao  homem  e  à  mulher  a  par;r  da  idade  núbil.  

3.  Nenhum  casamento  pode  ser  concluído  sem  o  livre  e  pleno  consen;mento  dos  futuros  esposos.  

4.  Os  Estados  Partes  no  presente  Pacto  tomarão  as  medidas  necessárias  para  assegurar  a  igualdade  dos  direitos  e  das  responsabilidades  dos  esposos  em  relação  ao  casamento,  durante  a  constância  do  matrimónio  e  aquando  da  sua  dissolução.  Em  caso  de  dissolução,  serão  tomadas  disposições  a  fim  de  assegurar  aos  filhos  a  protecção  necessária.  

16  

ONU  Convenção  para  a  Eliminação  de  Todas  as  Formas  de  Discriminação  contra  as  Mulheres  Ar;go  5º    (1979)  

Os  Estados  Partes  tomam  todas  as  medidas  apropriadas  para:    b)  Assegurar  que  a  educação  familiar  contribua  para  um  

entendimento  correcto  da  maternidade  como  função  social  e  para  o  reconhecimento  da  responsabilidade  comum  dos  homens  e  das  mulheres  na  educação  e  desenvolvimento  dos  filhos,  devendo  entender-­‐se  que  o  interesse  das  crianças  é  consideração  primordial  em  todos  os  casos.  

17  

ONU  Convenção  para  a  Eliminação  de  Todas  as  Formas  de  Discriminação  contra  as  Mulheres  Ar;go  16º    (1979)  

 1  Os  Estados  Partes  tomam  todas  as  medidas  necessárias  para  

eliminar  a  discriminação  contra  as  mulheres  em  todas  as  questões  rela;vas  ao  casamento  e  às  relações  familiares  e,  em  par;cular,  asseguram,  com  base  na  igualdade  dos  homens  e  das  mulheres:  

a)  O  mesmo  direito  de  contrair  casamento;  b)  O  mesmo  direito  de  escolher  livremente  o  cônjuge  e  de  só  

contrair  casamento  de  livre  e  plena  vontade;  c)  Os  mesmos  direitos  e  as  mesmas  responsabilidades  na  

constância  do  casamento  e  aquando  da  sua  dissolução;  

18  

Declaração  sobre  os  Direitos  das  Crianças    (ONU,  1959)  

 A  criança,  por  mo;vo  da  sua  falta  de  maturidade  usica  e  

intelectual,  tem  necessidade  de  uma  protecção  e  cuidados  especiais,  nomeadamente  de  protecção  jurídica  adequada,  tanto  antes  como  depois  do  nascimento  

19  

Convenção    sobre  os  Direitos  das  Crianças    (ONU,  1989)  

 Necessidade  de  proteção,  por  parte  do  Estado,  às  

crianças  ví;mas  de  violência  na  família  e  o  direito  à  proteção  e  assistência  especiais  quando,  no  seu  superior  interesse,  são  temporária  ou  defini;vamente  privadas  do  seu  ambiente  familiar.      

20  

4ª  Conferência  Mundial  sobre  as  Mulheres  (Pequim,  1995)  

 9.  Assegurar  a  plena  implementação  dos  direitos  

humanos  das  mulheres  e  das  meninas  como  parte  inalienável,  integral  e  indivisível  de  todos  os  direitos  humanos  e  liberdades  fundamentais.  

 29.  Prevenir  e  eliminar  todas  as  formas  de  violência  

contra  mulheres  e  meninas    

 Atualmente  

   

22  

Antes    

Ar;go  1674º  -­‐  Poder  marital    

 O  marido  é  o  chefe  da  família,  compeWndo-­‐lhe  nessa  qualidade  representá-­‐la  e  decidir  em  todos  os  actos  da  vida  conjugal  comum    

 Ar;go  1678º  -­‐  Administração  dos  bens  do  casal  1.   A  administração  dos  bens  do  casal,  

incluindo  os  próprios  da  mulher  e  os  bens  dotais,  pertence  ao  marido,  como  chefe  da  família.  

   Ar;go  1677º  -­‐  Governo  domésWco  

 1.  Pertence  à  mulher,  durante  a  vida  em  

comum,  o  governo  domésWco,  conforme  os  usos  e  a  condição  dos  cônjuges.  

Actualmente    

Ar;go  1671º  -­‐  Igualdade  dos  cônjuges  

 1.  O  casamento  baseia-­‐se  na  igualdade  de  direitos  e  deveres  dos  cônjuges.  

 2.  A  direcção  da  família  pertence  a  ambos  os  cônjuges,  que  devem  acordar  sobre,  a  orientação  da  vida  em  comum  tendo  em  conta  o  bem  da  família  e  os  interesses  de  um  e  outro.  

O  Código  Civil  do  Estado  Novo  e  actualmente    

23

Antes  Ar;go  1881º  -­‐  Poderes  especiais  do  pai  

1.  Compete  especialmente  ao  pai,  como  chefe  de  família:  

a)  Providenciar  acerca  dos  alimentos  devidos  ao  filho  e  orientar  a  sua  instrução  e  educação;    

b)  Prestar-­‐lhe  a  assistência  moral  conforme  a  sua  condição,  sexo  e  idade;  

c)  Emancipá-­‐lo;  d)  Defendê-­‐lo  e  representá-­‐lo,  ainda  que  

nascituro;  e)  Autorizá-­‐lo  a  pra;car  os  actos  que,  por  

determinação  da  lei,  dependam  do  consen;mento  dos  pais;    

g)  Administrar  os  seus  bens.  

Actualmente    

Ar;go  1901º  -­‐  Poder  paternal  na  constância  

do  matrimónio    

1.  Na  constância  do  matrimónio  o  exercício  das  responsabilidades  parentais  pertence  a  ambos  os  pais.  

O  Código  Civil  do  Estado  Novo  e  actualmente  

 2.  Estratégias  Nacionais  e  Actores  de  Prevenção  da  Violência  Domés;ca  

               

 Planos  Contra  a  Violência  

   

•  I  Plano  Nacional  contra  a  Violência  Domés;ca  1999  –  2002  (RCM  nº  55/1999  de  15  Junho)  

 “  programa  que,  de  forma  integrada  e  coerente,  congrega  um  conjunto  de  medidas  a  adoptar  a  vários  níveis  (jus%ça,  administração  interna,  educação,  saúde,  entre  outras)”  

•  II  Plano  Nacional  contra  a  Violência  Domés;ca  2003  –  2006  (RCM  nº  88/2003  de  7  Julho)  

 “O  II  Plano  Nacional  contra  a  Violência  Domés%ca  pretende  mudar  a  situação  vigente,  marcando  uma  viragem  no  combate  sem  tréguas  à  violência  domés%ca  sobre  mulheres”  

•  III  Plano  Nacional  contra  a  Violência  Domés;ca  2007  –  2010  (RCM  nº  83/2007  de  22  Junho)  

 “aponta  claramente  para  a  consolidação  de  uma  polí%ca  de  prevenção  e  combate  à  violência  domés%ca  implicando  uma  compreensão  transversal  das  respostas  a  conferir  a  esta  problemá%ca,  através  da  promoção  de  uma  cultura  para  a  cidadania  e  para  a  igualdade,  do  reforço  de  campanhas  de  informação  e  de  formação  e  do  apoio  e  acolhimento  das  ví%mas  numa  lógica  de  reinserção  e  autonomia.  

•  IV  Plano  Nacional  contra  a  Violência  Domés;ca  2011  –  2013  (RCM  nº  100/2010  de  17  Dez)  

“O Plano visa a consolidação da estratégia e das acções anteriormente desenvolvidas, reforçando a sua articulação de forma estruturada e consistente. Este Plano procura consolidar o sistema de protecção das vítimas e o combate à violência doméstica, assim como promover a adopção de medidas estratégicas em relação à prevenção, às situações de risco, à qualificação de profissionais e à intervenção em rede, numa lógica de proximidade que procura envolver, cada vez mais, os municípios, os parceiros sociais e as organizações da sociedade civil”.

Planos   Conceitos   Grupos  –alvo     Eixos  /  Áreas      

Organizações  

   I  Plano      

Violência  contra  as  mulheres  “  qualquer  acto,  omissão  ou  conduta  que  serve  para  infligir  sofrimentos  usicos,  sexuais  ou  mentais,  directa  ou  indirectamente,  por  meio  de  enganos,  ameaças,  coacção  ou  qualquer  outro  meio,  a  qualquer  mulher  e  tendo  como  objec;vo  e  como  efeito  in;midá-­‐la,  ou  puni-­‐la  ou  humilha-­‐la  ou  mante-­‐la  nos  papéis  estereo;pados  ligados  ao  seu  sexo,  ou  recusar-­‐lhe  a  dignidade  humana,  a  autonomia  sexual,  a  integridade  usica,  mental  e  moral  ou  abalar  a  sua  segurança  pessoal,  o  seu  amor  próprio  ou  a  sua  personalidade  ou  diminuir  as  suas  capacidades  usicas  ou  intelectuais”  Conselho  da  Europa  

Tónica  nas  mulheres  embora  refira  tb  crianças  e  pessoas  

idosas  

   I.  Sensibilizar  e  prevenir      II.  Intervir  para  proteger  a  ví;ma  de  violência  domés;ca      III.  Inves;gar  /  estudar  

   Não  mencionadas  

   II  Plano      

“A  violência  domés;ca  é  o  ;po  de  violência  que  ocorre  entre  membros  de  uma  mesma  família  ou  que  par;lham  o  mesmo  espaço  de  habitação.”  

Idem  incluindo-­‐se  as  pessoas  com  deficiência  

I.  Informação,  sensibilização  e  prevenção      II.  Formação      III.  Legislação  e  sua  aplicação  IV.  Protecção  da  ví;ma  e  integração  social  V.  Inves;gação  VI.  Mulheres  Imigrantes  VII.  Avaliação      

CIDM  MJ  MAI  MSST  ICS  PGR  ME  CITE  ACIME  INE  

Planos   Conceitos   Grupos  –alvo     Eixos  /  Áreas      

Organizações  

   III  Plano      

O  III  Plano  “tem  como  objecto  primordial  de  intervenção  o  combate  à  violência  exercida  directamente  sobre  as  mulheres,  no  contexto  das  relações  de  in;midade,  sejam  elas  conjugais  ou  equiparadas  presentes  ou  passadas.  Esta  opção  abrange  ainda  a  violência  exercida  directamente  sobre  as  crianças  que  são  testemunhas  das  situações  de  violência  interparental,  naquilo  que  a  doutrina  designa  por  violência  vicariante”  

    I.  Informar,  sensibilizar  e  educar      II.  Proteger  as  ví;mas  e  prevenir  a  revi;mização      III.  Capacitar  e  reinserir  as  ví;mas  de  violência  domés;ca  IV.  Qualificar  os  profissionais  V.  Aprofundar  o  conhecimento  do  fenómeno  da  violência  domés;ca  VI.  Mulheres  Imigrantes  VII.  Avaliação  

CIG  MJ  MAI  MSST  ICS  PGR  ME  CITE  INE  

Universidades  e  Centros  de  Inves;gação  

IV  Plano     Violência  contra  as  mulheres:  “resultado  de  um  desequilíbrio  de  poder  entre  homens  e  mulheres  e  leva  a  uma  grave  discriminação  contra  estas,  tanto  na  sociedade  como  na  família.  A  violência  na  família  ou  lar  ocorre  em  todos  os  Estados  membros  do  Conselho  da  Europa,  apesar  dos  avanços  na  legislação,  polí;cas  e  prá;cas.  A  violência  contra  as  mulheres  é  uma  violação  dos  direitos  humanos,  re;rando-­‐lhes  a  possibilidade  de  desfrutar  de  liberdades  fundamentais.  Deixa  as  mulheres  vulneráveis  a  novos  abusos  e  é  enorme  obstáculo  para  ultrapassar  a  desigualdade  entre  homens  e  mulheres  na  sociedade.  A  violência  contra  as  mulheres  prejudica  a  paz,  a  segurança  e  a  democracia  na  Europa  (…)”  Conselho  da  Europa    

Mulheres  com  referência  a  outras  

situações  de  par;cular  vulnerabilidade:  pessoas  jovens,  

imigrantes,  idosas,  com  deficiência  e  LGBT  

I.  Informar,  sensibilizar  e  educar  II.  Proteger  as  ví;mas  e  promover  a  integração  social  III.  Prevenir  a  reincidência:  intervenção  com  agressores  IV.  Qualificar  profissionais  V.  Inves;gar  e  monitorizar  

   

(…)    Municípios    

ONG