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APRESENTAÇÃO · 2020. 9. 1. · APRESENTAÇÃO Olá, queridos alunos, Aqui é o R icardo Félix , professor de C línica Médica do Estratégia Concursos . Você que se prepara

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APRESENTAÇÃO  

Olá, queridos alunos, 

Aqui é o Ricardo Félix , professor de Clínica Médica do Estratégia Concursos . 

Você que se prepara para concursos públicos na área de Medicina, preparei um                         material muito bacana e bem completo sobre Embolia Pulmonar.  

A ideia é que você possa, com este conteúdo, revisar os principais conceitos sobre                           essa entidade clínica e observar como sua cobrança é feita nas provas. 

Embolia pulmonar é tema certo de questão em concursos, independentemente da                     banca organizadora. O detalhe é que sua cobrança é repleta de cascas de banana                           que merecem ser conhecidas e dominadas. Especialmente, em relação à avaliação                     de probabilidade pré-teste e uso de exames complementares no diagnóstico.  

Acredito que a fórmula do sucesso para aprovação em concursos médicos é a                         resolução exaustiva de questões. Com isso, é possível fazer uma revisão focada nos                         principais assuntos cobrados. O estudo de toda matéria, em todos os seus detalhes,                         seja com livros-textos ou sites especializados, não é viável pelo tempo necessário e                         dedicação requerida. Lembre-se que, as outras matérias do edital também exigem                     estudo e atenção. 

Esse é o foco deste e-book e de meus materiais!! Revisar o conteúdo de forma                             objetiva, com a síntese do que é realmente importante para um concurso público. E                           fazer questões!! Muitas questões!! 

Um forte abraço, 

Prof. Ricardo Félix 

[email protected] 

[email protected] 

 

EMBOLIA PULMONAR 

O tromboembolismo pulmonar agudo (TEP) refere-se à obstrução da artéria                   pulmonar ou de um de seus ramos por material (trombo, tumor, ar ou gordura) que                             

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se originou em outras partes do corpo. A sua patogênese é semelhante àquela                         subjacente à geração de trombo, isto é, a tríade de Virchow que consiste em estase                             venosa, lesão endotelial e estado de hipercoagulabilidade. 

Os fatores de risco podem ser classificados como genéticos (ex: fator V de Leiden e                             a mutação do gene da protrombina) e adquiridos . Estes podem ser ainda                       subclassificados como provocadores (por exemplo, cirurgia recente, trauma,               imobilização, iniciação de terapia hormonal, câncer ativo, cirrose, insuficiência                 cardíaca) ou não-provocantes (por exemplo, obesidade, tabagismo pesado) .  

Acredita-se que a maioria dos êmbolos surjam das veias proximais dos membros                       inferiores (ilíaca, femoral e poplítea) e mais de 50% dos pacientes com trombose                         venosa profunda (TVP) desse território apresentam TEP concomitante. TVP do cavo                     poplíteo raramente emboliza o pulmão e dois terços destes trombos desaparecem                     espontaneamente. No entanto, se não tratado, um terço desta TVP se estende para                         as veias proximais, onde eles têm maior potencial para embolizar.  

A maioria dos trombos se desenvolve em locais de fluxo reduzido nas veias dos                           membros inferiores, como as cúspides ou bifurcações da válvula. No entanto, eles                       também podem se originar em veias com maior fluxo venoso, incluindo a veia cava                           inferior, ou veias pélvicas, e em veias de extremidade não inferior, incluindo veias                         renais e dos membros superiores. 

Os êmbolos pulmonares são tipicamente múltiplos, com os lobos inferiores                   envolvidos na maioria dos casos. Uma vez que o trombo se aloja no pulmão, uma                             série de respostas fisiopatológicas pode ocorrer: 

 

● Infarto: em cerca de 10% dos pacientes, pequenos trombos se alojam                     distalmente nos vasos segmentares e subsegmentares, resultando em infarto                 pulmonar. É mais provável que esses pacientes tenham dor torácica pleurítica                     e hemoptise, devido a uma intensa resposta inflamatória no pulmão e pleura                       visceral e parietal adjacente. 

● Troca gasosa anormal: o prejuízo nas trocas gasosas é devido à obstrução                       mecânica e funcional do leito vascular, alterando a relação ventilação/                   perfusão, e também à inflamação, resultando em disfunção do surfactante e                     atelectasia, com desvio funcional intrapulmonar. Ambos os mecanismos               causam hipoxemia. Acredita-se também que a inflamação seja responsável                 por estimular o drive respiratório, resultando em hipocapnia e alcalose                   respiratória. A hipercapnia e a acidose são incomuns no TEP, a menos que o                           choque esteja presente. 

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 ● Comprometimento cardiovascular: a hipotensão no TEP é devida à                 diminuição do volume sistólico e do débito cardíaco (DC). Ocorre aumento                     resistência vascular pulmonar (RVP), devido à obstrução física do leito                   vascular com trombo e vasoconstrição hipóxica. A RVP aumentada, por sua                     vez, impede a saída do ventrículo direito (VD) e causa sua dilatação com                         achatamento ou inclinação do septo intraventricular. Tanto o fluxo diminuído                   do VD, quanto sua dilatação reduzem a pré-carga do ventrículo esquerdo,                     comprometendo o DC. Por exemplo, quando a obstrução do leito vascular                     pulmonar se aproxima de 75%, o VD deve gerar uma pressão sistólica                       superior a 50 mmHg para preservar o fluxo adequado da artéria pulmonar. 

O TEP apresenta uma ampla variedade de características, desde ausência de                     sintomas até choque ou morte súbita. O sintoma mais comum é a dispneia, seguida                           por dor torácica (classicamente pleurítica) e tosse. A hemoptise é um sintoma                       incomum de apresentação. Raramente os pacientes apresentam choque, arritmia ou                   síncope. Muitos pacientes, incluindo alguns com grandes TEP, são assintomáticos                   ou apresentam sintomas leves ou inespecíficos. Assim, é fundamental que um alto                       nível de suspeita seja mantido, de modo que os casos clinicamente relevantes não                         sejam perdidos. 

Os sintomas mais comuns em pacientes com TEP foram identificados no grupo de                         Investigação Prospectiva de Diagnóstico de Embolia Pulmonar (PIOPED): 

● Dispnéia em repouso ou com esforço (73%); ● Dor pleurítica (66%); ● Tosse (37%); ● Ortopneia (28%); ● Dor e/ou inchaço da panturrilha ou da coxa (44%); ● Sibilos (21%); ● Hemoptise (13%). 

Sinais comuns de apresentação no exame incluem: 

● Taquipneia (54%); ● Inchaço da panturrilha ou da coxa, eritema, edema, sensibilidade, cordas                   

palpáveis (47%); ● Taquicardia (24%); ● Estertores (18%); ● Diminuição dos sons respiratórios (17%); ● Hiperfonese de segunda bulha pulmonar (15%) ; ● Distensão venosa jugular (14%); ● Febre, simulando pneumonia (3%). 

O TEP hemodinamicamente instável (TEP “maciço”) ocorre em 8% dos casos e se                         apresenta com hipotensão (PAS<90mmHg por um período>15 minutos), hipotensão                 que requer vasopressores ou evidência clara de choque. O TEP                   hemodinamicamente estável engloba um grupo heterogêneo, variando de               pacientes com TEP pequeno e PA estável (“baixo risco”) a pacientes com TEP maior                           

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que têm disfunção de VD e PA limítrofe (ou seja, risco “submaciço”/risco                       intermediário). 

Fique atento aos algoritmos diagnósticos para pacientes adultos não grávidas                   hemodinamicamente estáveis com suspeita de TEP. Sua finalidade é diagnosticar                   eficientemente todos as embolias pulmonares clinicamente importantes, evitando               simultaneamente os riscos de testes desnecessários. Utiliza-se uma abordagem que                   integre seletivamente a avaliação clínica, a avaliação da probabilidade pré-teste em                     três níveis (baixa, intermediária e alta probabilidade), critérios de descarte de TEP                       (Pulmonary Embolism Rule-Out Criteria - PERC), teste de dímero D e exames de                         imagens. 

Sempre que houver suspeita de TEP, deve ser estimado probabilidade pré-teste por                       avaliação clínica ou calculado usando instrumentos validados como pontuação de                   Wells ou de Geneva Modificada. A investigação diagnóstica subsequente de                   embolia vai depender dessa avaliação.  

Os critérios de Wells clássico incluem o seguinte: 

● Sintomas clínicos de trombose venosa profunda (TVP) (3 pontos) ● Outros diagnósticos são menos prováveis que TEP (3 pontos) ● Frequência cardíaca> 100 (1,5 pontos) ● Imobilização três ou mais dias ou cirurgia nas últimas quatro semanas (1,5                       

pontos) ● TVP/ TEP anterior (1,5 pontos) ● Hemoptise (1 ponto) ● Malignidade (1 ponto)  

Este instrumento tem validação extensa na literatura e sua pontuação calculada                     determina probabilidade de TEP em um sistema de três níveis de: 

● Baixo (pontuação <2) ● Intermediário (pontuação de 2 a 6) ● Alta (pontuação> 6) 

Os critérios de Wells também podem ser usados para classificar os pacientes em um                           sistema de dois níveis: os pacientes são prováveis (escore> 4) ou improváveis                       (escore ≤ 4) para ter TEP. Além disso, há o Wells simplificado, em que cada                             manifestação clínica vale 01 ponto. Nessa classificação os pacientes com TEP                     prováveis possuem de ≥ 2pontos e improvável de 0-1 ponto. 

Embora tenha sido validado e seja igualmente útil, o site uptodate sugere usar a                           classificação de três níveis de probabilidade, já que essa classificação pode ser                       usada com o PERC para reduzir ainda mais a necessidade de testes desnecessários,                         e também pode ser usado para interpretar os resultados das cintilografias V/Q com                         mais precisão.  

O teste de Geneva modificado segue abaixo: 

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● Fatores de risco ◦ Idade> 65 anos (1 ponto) ◦ TVP ou TEP anterior (3 pontos) ◦ Cirurgia ou fratura de membro inferior dentro de um mês (2 pontos) ◦ Doença maligna ativa (2 pontos) 

● Sintomas ◦ Dor unilateral dos membros inferiores (3 pontos) ◦ Hemoptise (2 pontos) 

● Sinais ◦ Frequência cardíaca <75 batimentos por minuto (0 pontos) ◦ Frequência cardíaca de 75 a 94 batimentos por minuto (3 pontos) ◦ Frequência cardíaca ≥95 batimentos por minuto (5 pontos) ◦ Dor (sensibilidade) à palpação da estrutura venosa profunda do membro                   

inferior e edema unilateral (4 pontos) 

Também determina probabilidade de TEP em um sistema de três níveis de: 

● Baixo (pontuação 0 -3) ● Intermediário (pontuação de 4 a 10) ● Alta (pontuação 11 a 22) 

Quando a probabilidade pré-teste for de baixo risco, pode-se aplicar o escore PERC                         para descartar a suspeita de TEP e encerrar a investigação. Se todos os fatores                           estiverem ausentes, embolia pode ser desconsiderada: 

● Idade <50 anos ● Frequência cardíaca <100 bpm ● Saturação de oxihemoglobina ≥95% ● Sem hemoptise ● Sem uso de estrogênio ● Sem TVP ou TEP anterior ● Nenhum inchaço unilateral das pernas ● Nenhuma cirurgia / trauma que necessite de hospitalização nas quatro                   

semanas anteriores 

Por fim, tem-se o passo a passo diagnóstico de acordo com a probabilidade                         pré-teste: 

● Baixo risco: ◦ Calcula-se o PERC e se negativo, exclui-se TEP. ◦ Se alguma variável do PERC estiver presente, solicita-se dosagem de                   

D-dímero. Se tiver em níveis positivos, solicita-se exame de imagem. ▪ <50 anos: valor de corte é 500µg. 

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▪ >50 anos: valor de corte é 10x idade do paciente. ◦ Exame de imagem: de preferência angiotomografia de tórax (angio-TC).                 

Se houver alguma contra-indicação, utiliza-se USG doppler de membros                 inferiores ou cintilografia V/Q. 

● Risco Intermediário: ◦ Não se calcula PERC e inicia investigação com dosagem de D-dímero. 

● Alto risco: ◦ Não se calcula PERC, nem se dosa D-dímero. Solicita-se exame de                     

imagem já de início. Se paciente instável hemodinamicamente, pode ser                   utilizado ECOTT para diagnóstico precoce e indicação de trombólise de                   forma mais precisa.  

A angio-TC de tórax têm sensibilidade de 90%, especificidade de 90%, valor                       preditivo positivo de 93% e valor preditivo negativo de 94%. Tem elevada                       sensibilidade para detectar trombos nas artérias pulmonares centrais, lobares e                   segmentares, porém tem valor limitado no diagnóstico de trombo subsegmentar.                   No TEP crônico a cintilografia V/Q é preferível.  

Embora os ensaios de D-dímero sejam altamente sensíveis, sua especificidade é                     baixa , geralmente entre 40 e 60%. Como visto, deve ser solicitado em pacientes                         com baixa a moderada probabilidade pré-teste pelo seu alto valor preditivo                     negativo.  

Os resultados do dímero D são frequentemente falso positivos e a proporção                       desses resultados aumenta com certas condições clínicas e qualquer processo                   inflamatório ou agudo: outros fenômenos trombo-embólicos (exemplo: IAM),               idade> 50 anos, cirurgia ou trauma recente, doença aguda, gravidez ou pós-parto,                       doença reumatológica, disfunção renal e doença falciforme. Não possui valor                   prognóstico. 

Para pacientes que estão hemodinamicamente instáveis e nos quais a imagem                     definitiva é insegura, a ecocardiografia (ECOTT) à beira do leito ou a                       ultra-sonografia de compressão venosa podem ser usadas para obter um                   diagnóstico presuntivo de TEP para justificar a administração de terapias                   potencialmente salvadoras de vidas. O ECOTT pode revelar dilatação/hipocinesia                 do VD, anormalidades de movimentação da parede regional que poupam o ápice                       do VD (sinal de McConnell) ou visualização de coágulo. 

Os exames laboratoriais não são diagnósticos, mas auxiliam na exclusão de                     diagnósticos diferenciais e fornecem informações prognósticas no caso de                 diagnóstico de TEP (gasometria, troponina e BNP) : 

● Bioquímica básica: incluem leucocitose, aumento de VHS, DHL e TGO. A                     creatinina sérica e a taxa de filtração glomerular estimada (eGFR) ajudam a                       determinar a segurança da administração de contraste para angiografia. 

● Gasometria arterial: hipoxemia inexplicada no contexto de uma radiografia                 de tórax normal deve aumentar a suspeita clínica de TEP e promover nova                         avaliação. No entanto, pode haver gasometria normal em até 18% dos                     

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pacientes. Alterações observadas incluem (atenção pois é tema recorrente de                   questões):  ◦ Hipoxemia (74%) ◦ Elevação do gradiente alvéolo-arterial (62 a 86%) ◦ Alcalose respiratória e hipocapnia (41%) ◦ Hipercapnia, acidose respiratória e/ou láctica são incomuns, mas podem                 

ser observados em pacientes com TEP maciço associada a choque                   obstrutivo e parada respiratória. 

Oxigenação anormal pode ser de valor prognóstico. Por exemplo,                 pacientes com hipoxemia ou leituras de oximetria de pulso de ar                     ambiente <95% no momento do diagnóstico apresentam maior risco de                   complicações, incluindo insuficiência respiratória, choque obstrutivo e             morte. 

● Peptídeo natriurético cerebral (BNP): quando elevado tem valor diagnóstico                 limitado mas, pode ser útil para a estratificação de risco de pacientes                       diagnosticados com TEP agudo. 

● Troponina: são úteis no prognóstico, mas não no diagnóstico. Como                   marcadores de disfunção ventricular direita, os níveis de troponina estão                   elevados em 30% a 50% dos pacientes com TEP moderado a grave e estão                           associados à deterioração clínica e morte. As elevações geralmente                 normalizam dentro de 40 horas, em contraste com a elevação mais                     prolongada após a lesão miocárdica aguda. 

● Eletrocardiografia (ECG): anormalidades no ECG, embora comuns são               inespecíficas. Os principais achados são taquicardia e alterações inespecíficas                 do segmento ST e da onda T (70%). Alterações historicamente consideradas                     sugestivas de TEP (padrão S1Q3T3, sobrecarga de VD, novo bloqueio                   incompleto do ramo direito) são incomuns (menos de 10%). Anormalidades                   no ECG associadas a um mau prognóstico incluem: ◦ Arritmias atriais (por exemplo, fibrilação atrial) ◦ Bradicardia ou taquicardia  ◦ Novo bloqueio de ramo direito ◦ Ondas Q inferiores (derivações II, III e aVF) ◦ Alterações anteriores no segmento ST e inversão da onda T ◦ Padrão S1Q3T3 

● Radiografia de tórax: principal indicação é a busca por diagnósticos                   alternativos. Achados inespecíficos são comuns (por exemplo, atelectasia e                 derrame) e exame normal pode ser visto em 12 a 22% dos pacientes. A                           corcunda de Hampton e o sinal de Westermark são raros, mas, quando                       presentes, devem levantar a suspeita de TEP. A corcunda de Hampton é uma                         opacidade rasa em forma de protuberância na periferia do pulmão, com sua                       base contra a superfície pleural e corcunda em direção ao hilo. O sinal de                           Westermark é a demonstração de um corte agudo de vasos pulmonares com                       hipoperfusão distal em uma distribuição segmentar dentro do pulmão 

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O tratamento inicial do TEP depende se há ou não instabilidade hemodinâmica. A                         abordagem inicial deve se concentrar em medidas gerais de suporte, enquanto a                       avaliação diagnóstica está em andamento: 

● Acesso intravenoso periférico com ou sem fluidos intravenosos; ● Suplementação de oxigênio; ● Anticoagulação empírica, dependendo da suspeita clínica de TEP, risco de                   

sangramento e tempo previsto para testes diagnósticos definitivos. 

Quando os pacientes apresentam hipotensão, o suporte inicial deve se concentrar                     na restauração da perfusão com ressuscitação fluídica intravenosa e suporte                   vasopressor, assim como oxigenação e, se necessário, estabilização da via aérea                     com intubação e ventilação mecânica. 

Para a maioria dos pacientes que se tornam hemodinamicamente estáveis após a                       ressuscitação e nos quais a suspeita clínica de TEP é alta, prefere-se a                         anticoagulação imediata com heparina não fracionada (HNF) e imagens imediatas                   para o diagnóstico definitivo (geralmente angio-TC). Para pacientes com suspeita                   moderada ou baixa de TEP, o uso de anticoagulação empírica depende do                       resultado do teste de diagnóstico. A HNF também é preferível se o paciente tiver                           disfunção renal (TGF<30), extremos de peso, muito idosos e alto risco de                       sangramento (pela disponibilidade de antídoto). 

A heparina de baixo peso molecular pode ser escolhida para pacientes com TEP                         hemodinamicamente estável que não tenham insuficiência renal e em que o rápido                       início da anticoagulação precisa ser garantido (isto é, os níveis terapêuticos são                       alcançados com quatro horas). Esse cenário é mais bem definido naqueles pacientes                       sem instabilidade hemodinâmica, porém com disfunção de VD e/ou biomarcadores                   elevados.  

Nos pacientes sem instabilidade hemodinâmica e SEM disfunção de VD e/ou                     biomarcadores elevados, pode-se utilizar vários anticoagulantes orais incluindo               rivaroxabana, dabigatrana, edoxaban e apixaban. Se a warfarina oral for escolhida,                     deve ser iniciada junto com o anticoagulante parenteral. Este pode ser suspenso                       quando o RNI estiver entre 2 e 3. Outra particularidade, é que o dabigatran e                             edoxaban devem ser iniciados após 5 a 7 dias de anticoagulante parenteral                       (rivaroxaban e apixaban podem ser usados como monoterapia, sem a necessidade                     de ponte com anticoagulante parenteral).  

A maioria dos pacientes com TEP necessita de anticoagulação por um período                       mínimo de três meses, com alguns pacientes necessitando de períodos mais longos                       de 6 a 12 meses, a depender dos fatores de risco. A anticoagulação total está                             associada a uma redução de mais de 90% na taxa de recorrência em comparação                           com regimes anticoagulantes de baixa intensidade e aspirina, que são menos                     eficazes (redução da taxa de aproximadamente 60% e 30% na recorrência,                     respectivamente). 

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Para pacientes com alta suspeita clínica de TEP instáveis hemodinamicamente está                     indicada terapia trombolítica sistêmica. Hipotensão persistente ou choque devido a                   TEP agudo é a única indicação amplamente aceita para trombólise sistêmica.  

Os principais resultados adversos associados ao TEP incluem: 

● Tromboembolismo recorrente: a taxa de recorrência depende de fatores que                   incluem a anticoagulação terapêutica adequada e a natureza clínica do                   evento embólico (por exemplo, provocado, não provocado). O risco                 estimado de recorrência após o término da anticoagulação em pacientes com                     um primeiro episódio não provocado de tromboembolismo venoso (TEV) é                   de 10% em um ano e 30% em cinco anos (aproximadamente 5% ao ano após                             o primeiro ano). 

● A hipertensão pulmonar tromboembólica crônica (HPLC): é um desfecho                 tardio incomum (1 a 4%). 

● Morte: TEP não tratado, está associada a uma mortalidade geral de até 30%.                         A mortalidade é significativamente reduzida com anticoagulação. A maioria                 das mortes ocorre durante a primeira semana após o diagnóstico                   (mortalidade precoce) e é devida a TEV e choque recorrentes.  

O paciente com TEP pode ser estratificado quanto à gravidade do caso e risco de                             mortalidade, calculando-se o escore PESI (Pulmonary Embolism Severity Index): 

• Idade em anos: (x pontos) • Gênero masculino: 10 pontos • História do câncer: 30 pontos • Insuficiência cardíaca: 10 pontos • Doença pulmonar crônica: 10 pontos • Pulso ≥ 110 /min: 20 pontos • Pressão Arterial Sistólica <100 mmHg: 30 pontos • Frequência respiratória ≥ 30/min: 20 pontos • Temperatura <36 °C: 20 pontos • Status mental alterado: 60 pontos • Saturação arterial de oxigênio <90%: 20 pontos 

A pontuação total classifica o paciente de acordo com o aumento do risco de                           mortalidade: Classe I (<66 pontos), Classe II (66 a 85 pontos), Classe III (86 a 105                               pontos), Classe IV (106 a 125 pontos) e Classe V (> 125 pontos). 

Pacientes com classe I e II são considerados de baixo risco de morte, podendo ser                             tratados em casa ou ter alta hospitalar precoce. Já os pacientes classes III a V são de                                 alto risco, devendo ser internados com solicitação de exames prognósticos (BNP,                     troponina, ECOTT). 

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Um filtro de veia cava inferior (VCI) deve ser colocado quando houver                       contraindicação à anticoagulação e, ocasionalmente, é colocado como último                 recurso em casos de recorrência, apesar da anticoagulação adequada. É importante                     ressaltar que um filtro de veia cava não deve ser rotineiramente colocado para o                   tratamento inicial de TEV em qualquer população, incluindo pacientes oncológicos.  

Um filtro de VCI deve ser colocado mesmo na ausência de trombo de extremidade                           inferior comprovado. O trombo pode permanecer indetectado na pélvis ou nas                   veias da panturrilha ou o coágulo pode se transformar rapidamente nas veias da                         perna após a embolização. A decisão de colocar um filtro de VCI, a maioria dos                             quais é infrarenal, é modificada nas seguintes configurações: 

Se o paciente tiver confirmado trombose da extremidade superior na ausência de                       trombose nos membros inferiores, um filtro VCI não será eficaz; e um filtro de veia                           cava superior pode ser útil. 

Se o trombo estiver na veia renal (identificado pelo angiograma de tomografia                       inicial ou durante a colocação do filtro de VCI), um filtro supra-renal é apropriado. 

(...) 

Pessoal,  

E assim concluímos nossa abordagem teórica sobre o tema. ;)  

Espero que tenham curtido! 

Vamos treinar um pouco?  

A seguir, disponibilizo uma bateria de questões para exercitarmos juntos.  

Abraços, 

Prof. Ricardo Félix.  

 

 

 

 

 

 

 

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QUESTÕES DE CONCURSO  

1. (AOCP/Pref. Belém-PA – 2018) 

O tromboembolismo pulmonar é uma condição clínica comum frequentemente                 associada à significativa morbidade e mortalidade e caracteriza-se por apresentar                   obstrução de um ou mais ramos da circulação arterial pulmonar por um êmbolo                         originado por meio da circulação venosa sistêmica. Sobre essa afecção, assinale a                       alternativa INCORRETA. 

(A) A maioria dos êmbolos pulmonares advém da fragmentação e desprendimento                     de trombos venosos formados em veias profundas da pelve e membros inferiores. 

(B) Dentre a natureza dos materiais associados à embolização, é possível citar                       gordura, liquído amniótico e xenomateriais como os metilmetacrilatos. 

(C) Os sinais e sintomas mais frequentes descritos nos pacientes com                     tromboembolismo pulmonar são dispneia, dor torácica ventilatório-dependente,             tosse, taquipneia e crepitações pulmonares. 

(D) A ausência de hipoxemia exclui a possibilidade de tromboembolismo pulmonar. 

 

2. (CONSULPLAN/TRF2 – 2017) 

A presença de fatores de risco para o tromboembolismo venoso é a condição inicial                           para o estabelecimento de elevada suspeita clínica e, também, para a realização de                         adequada profilaxia para tromboembolismo pulmonar. 

Fazem parte do escore de Wells, EXCETO: 

A) Hemoptise.  

B) Neoplasia maligna. 

C) Frequência cardíaca maior que 85 bpm. 

D) Suspeita de tromboembolismo venoso. 

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3. (VUNESP/EBSERH-UFU-HCU – 2020) 

Homem, 84 anos, encontra-se hospitalizado em pós-operatório recente de                 osteossíntese de fratura de fêmur após quedada própria altura. No terceiro                     pós-operatório, desenvolve quadro súbito de dispneia, taquicardia sinusal, estase                 jugular, bulhas cardíacas hipofonéticas com pulmões relativamente limpos. Foi                 realizado o eletrocardiograma ilustrado a seguir. 

 

O exame que apresenta a maior acurácia diagnóstica nessa situação é 

(A) a radiografia de tórax. 

(B) a angiotomografia de tórax. 

(C) a dosagem de dímero D. 

(D) o Doppler venoso de membros inferiores. 

(E) a dosagem de troponina ultrassensível. 

 

4. (VUNESP/Pref. Poá – 2015) 

Paciente de 73 anos, em tratamento para um câncer de próstata, procurou uma                         unidade de saúde devido ao início de falta de ar e dor localizada no hemitórax                             direito há cerca de 1 ou 2 dias. Exame físico: PA: 135 x 85 mmHg, pulso: 108 bpm,                                   FR: 28 ipm, temperatura: 37,1 oC e saturação arterial de oxigênio em ar ambiente:                           87%. O eletrocardiograma mostrou uma taquicardia sinusal e a radiografia de tórax                       sem nada relevante. Nesse momento, o próximo passo correto e recomendado é 

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(A) coletar uma gasometria arterial, solicitar lactato, troponina e peptídeo                   natriurético cerebral. 

(B) proceder à classificação clínica da probabilidade de embolia pulmonar (Wells ou                       Genebra modificado). 

(C) solicitar uma angiotomografia multidetector (multislice) de tórax sem contraste                   intravenoso pela idade avançada. 

(D) solicitar uma cintilografia pulmonar e ultrassom doppler arterial e venoso de                       membros inferiores. 

(E) solicitar troponina, peptídeo natriurético cerebral e d-dímeros séricos. 

 

5. (FGV/ Pref. Salvador-BA – 2019) 

Mulher de 40 anos é atendida no serviço de emergência com dispneia de início                           súbito. Há dois dias observou aumento e dor na panturrilha direita, pouco tempo                         após ter retornado de viagem de longa duração ao exterior. Ao exame apresentava                         PA = 110/65mmHg; FC =116bpm; FR = 28rpm; saturação de O₂ ao ar ambiente de                             92%. A ausculta pulmonar estava normal; havia dor à flexão dorsal do pé direito e a                               panturrilha desse lado apresentava maior diâmetro comparado à da esquerda. Em                     relação à utilização do exame dímero-D na investigação diagnóstica dessa paciente,                     assinale a afirmativa correta. 

(A) Sua elevação indica trombólise endógena que costuma ser clinicamente eficaz. 

(B) Resultados normais são úteis para exclusão do diagnóstico de embolia pulmonar. 

(C) O exame é mais sensível para trombose venosa do que para embolia pulmonar. 

(D) Sua dosagem apresenta alta especificidade para o diagnóstico de embolia                     pulmonar. 

(E) Tem participação útil, sobretudo na investigação clínica de pacientes                   hospitalizados. 

 

6. (VUNESP/TJ-SP – 2018) 

Mulher, 59 anos, com antecedente de câncer de mama, foi submetida a                       mastectomia radical há dois anos. Procura atendimento médico com queixa de dor                       e edema em membro inferior esquerdo há 1 semana. O exame físico revela a                           presença de empastamento de panturrilha esquerda, e edema de 3+/4+ desse                     membro. Realizada ultrassonografia com Doppler venoso de membro inferior                 

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esquerdo que evidenciou ausência de fluxo em veias poplítea e gastrocnêmia                     esquerdas, com presença de conteúdo ecogênico em seus interiores. Os exames                     laboratoriais mostram discreta anemia normocrômica e normocítica e função renal                   normal. Há duas horas iniciou quadro de dor pleurítica a direita, associada a                         dispneia e hemoptise. 

Assinale a alternativa que apresenta a proposta terapêutica correta para essa                     paciente. 

(A) Varfarina oral, 5 mg ao dia, com a meta de INR entre 1 e 1,5. 

(B) Estreptoquinase endovenosa, 1 500 000 UI, administrada em 1 hora. 

(C) Rivaroxabana oral, 15 mg a cada 12 horas por 21 dias, e 20 mg a seguir. 

(D) Enoxaparina subcutânea, 1 mg/kg de peso, uma vez ao dia. 

(E) Apixabana oral, 5 mg a cada 12 horas. 

 

7. (FCC/MP-PE – 2018) 

Em pacientes grávidas, abaixo da 6a semana de gestação, que apresentem                     tromboembolismo pulmonar, com estabilidade hemodinâmica, o tratamento             preferencial é com 

(A) heparina não-fracionada seguida de inibidor de P2Y12 ou ácido acetilsalicílico. 

(B) heparina de baixo peso molecular. 

(C) heparina de baixo peso molecular, seguida de varfarina. 

(D) varfarina somente. 

(E) heparina de baixo peso molecular, seguida de inibidor direto do Fator Xa. 

 

8. (CEBRASPE/ TJ-AL - 2012) 

Um indivíduo saudável, com cinquenta e dois anos de idade, sem antecedentes                       pessoais ou familiares significativos, procurou um médico para solicitar um                   esclarecimento. Esse indivíduo informou ao médico que fará uma viagem para a                       Europa em um vôo de 10 h de duração e está preocupado porque um conhecido                             dele, que também fez uma viagem longa, apresentou um quadro de                     tromboembolismo pulmonar (TEP). Por isso, ele deseja saber se pode ser feito algo                         para evitar esse problema. No exame físico desse paciente, constataram-se índice                     

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de massa corporal (IMC) de 24 kg/m2, bom estado geral, frequência respiratória de                         18 irpm, PA de 110 mmHg × 70 mmHg, frequência cardíaca de 64 bpm, varizes de                               2 mm de diâmetro em região perimaleolar bilateralmente, sem edemas e com                       pulsos periféricos normais. Os demais dados do exame físico não apresentaram                     alterações significativas. 

Nesse caso clínico, para prevenção do TEP, deve-se 

A) submeter o indivíduo ao exame de Doppler venoso dos membros inferiores para                         estratificação do risco. 

B) prescrever ao indivíduo um anticoagulante oral, uma vez ao dia, uma semana                         antes e após a viagem. 

C) administrar ao indivíduo 40 mg de enoxaparina por via subcutânea, uma vez ao                           dia, 48 h antes e 48 h após a viagem. 

D) prescrever ao indivíduo 100 mg de ácido acetilsalicílico, por via oral, uma vez ao                             dia, uma semana antes e após a viagem. 

E) orientar o indivíduo a hidratar-se e a movimentar os membros inferiores                       periodicamente durante o vôo. 

 

 

9. (FCC/AL-SE – 2018) 

Um homem de 30 anos, previamente hígido, atleta, sofre acidente automobilístico                     e é admitido no pronto-socorro com fraturas fechadas de diáfise femoral e de                         ísquio, contusões e hematomas vários nos membros inferiores e tórax, consciente,                     orientado, abdome inocente, sem sinais de trauma craniano. É internado com                     programação cirúrgica. Cerca de 30 horas depois, apresenta agudamente                 desconforto respiratório, taquipneia e queda da saturação de O2 até 90%,                     seguidos de estado confusional; está hemodinamicamente estável; a ausculta                 cardíaca e pulmonar são normais e o exame neurológico não mostra déficits                       motores; desenvolve, em seguida, rash petequial em regiões cervical e anterior do                       tórax. O diagnóstico mais provável é de 

(A) tromboembolia pulmonar. 

(B) coagulação intravascular disseminada. 

(C) embolia gordurosa. 

(D) sepse. 

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(E) acidente vascular cerebral hemorrágico. 

 

(CEBRASPE/FUB-DF - 2015) 

Acerca do tromboembolismo pulmonar (TEP), julgue os itens subsecutivos. 

10. A angiotomografia de tórax, realizada nos aparelhos multidetectores, é o                     exame de escolha para o diagnóstico do TEP, devido à sua alta especificidade e                           sensibilidade. O resultado negativo nesse exame exclui definitivamente o                 diagnóstico, mesmo em pacientes com alta probabilidade de TEP. 

11. A rivaroxabana, um inibidor direto do fator Xa da coagulação, tem eficácia                         semelhante ao tratamento padrão com enoxaparina e antagonistas da vitamina K                     no controle do tromboembolismo pulmonar. 

12. O teste do d-dímero pelo método ELISA (enzyme-linked immunosorbent assay)                     apresenta alto valor preditivo negativo. O resultado negativo desse teste em                     pacientes com baixa suspeita de embolia pulmonar e quadro clínico improvável de                       TEP permite a exclusão do diagnóstico sem a necessidade de exames de imagem. 

13. A detecção de níveis plasmáticos do d-dímero em quantidades menores do que                         500 μg/L, por meio do método quantitativo rápido ELISA (enzyme-linked                   immunosorbent assay), constitui uma evidência usada na prática clínica para                   descartar o diagnóstico de tromboembolismo venoso em indivíduos de baixa                   probabilidade clínica. 

   

(CEBRASPE/EBSERH - 2018) 

No que se refere à embolia pulmonar (EP), julgue o item a seguir. 

14. Em pacientes com probabilidade pré-teste elevada, um exame positivo de                     D-dímero — por ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA) — confirma o                     diagnóstico de tromboembolismo pulmonar (TEP) de forma cabal e torna                   desnecessária a realização de exames de imagem adicionais. 

 

15. (FCC/CL-DF - 2018) 

Uma mulher de 39 anos, sem antecedentes mórbidos, apresenta-se no                   pronto-socorro com queixa de dor torácica. Faz uso de anticoncepcional oral. O                       exame clínico mostra uma paciente ansiosa, taquipneica, com saturação de                   oxigênio de 94%, com pulso rítmico de 98 bat/min, e PA 144 × 78 mmHg; o ECG e                                   radiografia de tórax são normais. O médico suspeita de tromboembolismo                   

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pulmonar (TEP) e solicita dosagem de D-dímero. O resultado pode ser útil nessa                         paciente, uma vez que é sabido que esse exame 

(A) quando normal tem alto valor preditivo negativo. 

(B) quando acima de 800 ng/mL a possibilidade de TEP é maior que 80%. 

(C) quando normal, efetivamente exclui o diagnóstico de TEP em todos os                       pacientes. 

(D) tem alta sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de trombose venosa                       profunda e consequentemente de TEP. 

(E) com qualquer valor acima de 500 ng/mL é indicativo de TEP. 

 

 

 

 

 

1 D 2 C 3 B 4 B 5 B 6 C 7 B 8 E 9 C 10 E

11 C 12 C 13 C 14 E 15 A

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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QUESTÕES COMENTADAS 

1. (AOCP/Pref. Belém-PA – 2018) 

O tromboembolismo pulmonar é uma condição clínica comum frequentemente                 associada à significativa morbidade e mortalidade e caracteriza-se por apresentar                   obstrução de um ou mais ramos da circulação arterial pulmonar por um êmbolo                         originado por meio da circulação venosa sistêmica. Sobre essa afecção, assinale a                       alternativa INCORRETA. 

(A) A maioria dos êmbolos pulmonares advém da fragmentação e desprendimento                     de trombos venosos formados em veias profundas da pelve e membros inferiores. 

(B) Dentre a natureza dos materiais associados à embolização, é possível citar                       gordura, liquído amniótico e xenomateriais como os metilmetacrilatos. 

(C) Os sinais e sintomas mais frequentes descritos nos pacientes com                     tromboembolismo pulmonar são dispneia, dor torácica ventilatório-dependente,             tosse, taquipneia e crepitações pulmonares. 

(D) A ausência de hipoxemia exclui a possibilidade de tromboembolismo pulmonar. 

Comentário: 

Vamos avaliar as alternativas: 

(A) Acredita-se que a maioria dos êmbolos surjam das veias proximais dos membros                         inferiores (ilíaca, femoral e poplítea) e mais de 50% dos pacientes com TVP desse                           território apresentam TEP concomitante. TVP do cavo poplíteo raramente emboliza                   o pulmão e dois terços destes trombos desaparecem espontaneamente. No                   

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entanto, se não tratado, um terço desta TVP se estende para as veias proximais,                           onde eles têm maior potencial para embolizar. (alternativa A correta) 

(B) O TEP é decorrente da obstrução da artéria pulmonar ou de um de seus ramos                               por material (trombo, tumor, ar ou gordura) que se originou em outras partes do                           corpo. A sua patogênese é semelhante àquela subjacente à geração de trombo, isto                         é, a tríade de Virchow que consiste em estase venosa, lesão endotelial e estado de                             hipercoagulabilidade. (alternativa B correta) 

(C) Os sintomas mais comuns em pacientes com TEP são: (alternativa C correta) 

● Dispnéia em repouso ou com esforço (73%); ● Dor pleurítica (66%); ● Tosse (37%); ● Ortopneia (28%); ● Dor e/ou inchaço da panturrilha ou da coxa (44%); ● Sibilos (21%); ● Hemoptise (13%). 

Sinais comuns de apresentação no exame incluem: 

● Taquipneia (54%); ● Inchaço da panturrilha ou da coxa, eritema, edema, sensibilidade, cordas                   

palpáveis (47%); ● Taquicardia (24%); ● Estertores (18%); ● Diminuição dos sons respiratórios (17%); ● Hiperfonese de segunda bulha pulmonar (15%); ● Distensão venosa jugular (14%); ● Febre, simulando pneumonia (3%). 

(D) Hipoxemia inexplicada no contexto de uma radiografia de tórax normal deve                       aumentar a suspeita clínica de TEP e promover nova avaliação. No entanto, pode                         haver gasometria normal em até 18% dos pacientes. (alternativa D errada) 

Gabarito: D  

2. (CONSULPLAN/TRF2 – 2017) 

A presença de fatores de risco para o tromboembolismo venoso é a condição inicial                           para o estabelecimento de elevada suspeita clínica e, também, para a realização de                         adequada profilaxia para tromboembolismo pulmonar. 

Fazem parte do escore de Wells, EXCETO: 

A) Hemoptise.  

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B) Neoplasia maligna. 

C) Frequência cardíaca maior que 85 bpm. 

D) Suspeita de tromboembolismo venoso. 

Comentário: 

Os critérios de Wells clássico é um instrumento consagrado para avaliação da                       probabilidade pré-teste de TEP. Incluem as seguintes variáveis: 

● Sintomas clínicos de trombose venosa profunda (TVP) (3 pontos) ● Outros diagnósticos são menos prováveis que TEP (3 pontos) ● Frequência cardíaca> 100 (1,5 pontos) (alternativa C errada) ● Imobilização três ou mais dias ou cirurgia nas últimas quatro semanas (1,5                       

pontos) ● TVP/ TEP anterior (1,5 pontos) ● Hemoptise (1 ponto) ● Malignidade (1 ponto)  

Este instrumento tem validação extensa na literatura e sua pontuação calculada                     determina probabilidade de TEP em um sistema de três níveis de: 

● Baixo (pontuação <2) ● Intermediário (pontuação de 2 a 6) ● Alta (pontuação> 6) 

Gabarito: C  

3. (VUNESP/EBSERH-UFU-HCU – 2020) 

Homem, 84 anos, encontra-se hospitalizado em pós-operatório recente de                 osteossíntese de fratura de fêmur após quedada própria altura. No terceiro                     pós-operatório, desenvolve quadro súbito de dispneia, taquicardia sinusal, estase                 jugular, bulhas cardíacas hipofonéticas com pulmões relativamente limpos. Foi                 realizado o eletrocardiograma ilustrado a seguir. 

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O exame que apresenta a maior acurácia diagnóstica nessa situação é 

(A) a radiografia de tórax. 

(B) a angiotomografia de tórax. 

(C) a dosagem de dímero D. 

(D) o Doppler venoso de membros inferiores. 

(E) a dosagem de troponina ultrassensível. 

Comentário: 

Paciente idoso no pós-operatório de osteossíntese com quadro clínico muito                   sugestivo de TEP. Além disso, o ECG demonstra o clássico padrão S1Q3T3. Como a                           propabilidade pré-teste é alta para TEP, o melhor exame nesse contexto é a                         angio-TC de tórax. 

Gabarito: B  

4. (VUNESP/Pref. Poá – 2015) 

Paciente de 73 anos, em tratamento para um câncer de próstata, procurou uma                         unidade de saúde devido ao início de falta de ar e dor localizada no hemitórax                             direito há cerca de 1 ou 2 dias. Exame físico: PA: 135 x 85 mmHg, pulso: 108 bpm,                                   FR: 28 ipm, temperatura: 37,1 oC e saturação arterial de oxigênio em ar ambiente:                           87%. O eletrocardiograma mostrou uma taquicardia sinusal e a radiografia de tórax                       sem nada relevante. Nesse momento, o próximo passo correto e recomendado é 

(A) coletar uma gasometria arterial, solicitar lactato, troponina e peptídeo                   natriurético cerebral. 

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(B) proceder à classificação clínica da probabilidade de embolia pulmonar (Wells ou                       Genebra modificado). 

(C) solicitar uma angiotomografia multidetector (multislice) de tórax sem contraste                   intravenoso pela idade avançada. 

(D) solicitar uma cintilografia pulmonar e ultrassom doppler arterial e venoso de                       membros inferiores. 

(E) solicitar troponina, peptídeo natriurético cerebral e d-dímeros séricos. 

Comentário: 

Fique atento aos algoritmos diagnósticos para pacientes adultos (não grávidas)                   hemodinamicamente estáveis com suspeita de TEP. Sua finalidade é diagnosticar                   eficientemente todos as embolias pulmonares clinicamente importantes, evitando               simultaneamente os riscos de testes desnecessários. Utiliza-se uma abordagem que                   integre seletivamente a avaliação clínica, a avaliação da probabilidade pré-teste em                     três níveis (baixa, intermediária e alta probabilidade), critérios de descarte de TEP                       (Pulmonary Embolism Rule-Out Criteria - PERC), teste de dímero D e exames de                         imagens. 

Sempre que houver suspeita de TEP, deve ser estimado probabilidade pré-teste                     por avaliação clínica ou calculado usando instrumentos validados como pontuação                   de Wells ou de Geneva Modificada . A investigação diagnóstica subsequente de                     embolia vai depender dessa avaliação. (alternativa B correta e demais alternativa                     erradas) 

Gabarito: B  

5. (FGV/ Pref. Salvador-BA – 2019) 

Mulher de 40 anos é atendida no serviço de emergência com dispneia de início                           súbito. Há dois dias observou aumento e dor na panturrilha direita, pouco tempo                         após ter retornado de viagem de longa duração ao exterior. Ao exame apresentava                         PA = 110/65mmHg; FC =116bpm; FR = 28rpm; saturação de O₂ ao ar ambiente de                             92%. A ausculta pulmonar estava normal; havia dor à flexão dorsal do pé direito e a                               panturrilha desse lado apresentava maior diâmetro comparado à da esquerda. Em                     relação à utilização do exame dímero-D na investigação diagnóstica dessa paciente,                     assinale a afirmativa correta. 

(A) Sua elevação indica trombólise endógena que costuma ser clinicamente eficaz. 

(B) Resultados normais são úteis para exclusão do diagnóstico de embolia pulmonar. 

(C) O exame é mais sensível para trombose venosa do que para embolia pulmonar. 

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(D) Sua dosagem apresenta alta especificidade para o diagnóstico de embolia                     pulmonar. 

(E) Tem participação útil, sobretudo na investigação clínica de pacientes                   hospitalizados. 

Comentário: 

Primeiro passo é determina a probabilidade pré-teste de TEP, utilizando algum                     instrumento validado. Com os critérios de Wells tem-se: 

● Sintomas clínicos de trombose venosa profunda (TVP) (3 pontos) ● Outros diagnósticos são menos prováveis que TEP (3 pontos) ● Frequência cardíaca> 100 (1,5 pontos) ● Imobilização três ou mais dias ou cirurgia nas últimas quatro semanas (1,5                       

pontos) ● TVP/ TEP anterior (1,5 pontos) ● Hemoptise (1 ponto) ● Malignidade (1 ponto)  

Pontuação: 7,5 (alta probabilidade de TEP), com indicação de realizar angio-TC. O                       d-dímero não é necessário para diagnóstico neste caso. 

Embora os ensaios de D-dímero sejam altamente sensíveis, sua especificidade é                     baixa , geralmente entre 40 e 60%. Como visto, deve ser solicitado em pacientes                         com baixa a moderada probabilidade pré-teste pelo seu alto valor preditivo                     negativo.  

Gabarito: B  

6. (VUNESP/TJ-SP – 2018) 

Mulher, 59 anos, com antecedente de câncer de mama, foi submetida a                       mastectomia radical há dois anos. Procura atendimento médico com queixa de dor                       e edema em membro inferior esquerdo há 1 semana. O exame físico revela a                           presença de empastamento de panturrilha esquerda, e edema de 3+/4+ desse                     membro. Realizada ultrassonografia com Doppler venoso de membro inferior                 esquerdo que evidenciou ausência de fluxo em veias poplítea e gastrocnêmia                     esquerdas, com presença de conteúdo ecogênico em seus interiores. Os exames                     laboratoriais mostram discreta anemia normocrômica e normocítica e função renal                   normal. Há duas horas iniciou quadro de dor pleurítica a direita, associada a                         dispneia e hemoptise. 

Assinale a alternativa que apresenta a proposta terapêutica correta para essa                     paciente. 

(A) Varfarina oral, 5 mg ao dia, com a meta de INR entre 1 e 1,5. 

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(B) Estreptoquinase endovenosa, 1 500 000 UI, administrada em 1 hora. 

(C) Rivaroxabana oral, 15 mg a cada 12 horas por 21 dias, e 20 mg a seguir. 

(D) Enoxaparina subcutânea, 1 mg/kg de peso, uma vez ao dia. 

(E) Apixabana oral, 5 mg a cada 12 horas. 

Comentário: 

Nos pacientes sem instabilidade hemodinâmica e SEM disfunção de VD e/ou                     biomarcadores elevados, pode-se utilizar vários anticoagulantes orais incluindo               rivaroxabana, dabigatrana, edoxaban e apixaban. Se a warfarina oral for escolhida,                     deve ser iniciada junto com o anticoagulante parenteral. Este pode ser suspenso                       quando o RNI estiver entre 2 e 3. Outra particularidade, é que o dabigatran e                             edoxaban devem ser iniciados após 5 a 7 dias de anticoagulante parenteral                       (rivaroxaban e apixaban podem ser usados como monoterapia, sem a necessidade                     de ponte com anticoagulante parenteral). Observe que as doses de enoxaparina e                       apixaban estão incorretas, assim como a faixa de RNI da questão. (alternativa C                         correta) 

Gabarito: C  

7. (FCC/MP-PE – 2018) 

Em pacientes grávidas, abaixo da 6a semana de gestação, que apresentem                     tromboembolismo pulmonar, com estabilidade hemodinâmica, o tratamento             preferencial é com 

(A) heparina não-fracionada seguida de inibidor de P2Y12 ou ácido acetilsalicílico. 

(B) heparina de baixo peso molecular. 

(C) heparina de baixo peso molecular, seguida de varfarina. 

(D) varfarina somente. 

(E) heparina de baixo peso molecular, seguida de inibidor direto do Fator Xa. 

Comentário: 

Para a maioria das gestantes com TEP estável hemodinamicamente, a heparina de                       baixo peso é o agente preferido para anticoagulação inicial e de longo prazo                         devido ao seu perfil de segurança fetal favorável. (alternativa B correta) De forma                         geral: 

• A varfarina  deve ser evitada, particularmente no primeiro trimestre, porque                 pode ser teratogênica; 

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• O fondaparinux  é geralmente evitado devido a uma escassez de dados de                     segurança durante a gravidez, com a única indicação potencial no contexto                     de trombocitopenia induzida por heparina; 

• Os anticoagulantes orais diretos, que incluem os inibidores da trombina e os                       inibidores do factor Xa, devem ser evitados devido à informação insuficiente                     sobre a sua segurança quando utilizados durante a gravidez. 

O uso da varfarina sódica apresenta riscos peculiares ao feto, com graus variáveis a                           cada trimestre. Ela atravessa a barreira placentária e é teratogênica, particularmente                     entre a 6ª e a 9ª semana de gestação, acarretando 1 a 3% de malformações                             congênitas caracterizadas pela síndrome varfarínico-fetal, e favorece o abortamento                 espontâneo em cerca de 10 a 33%. 

Embora o percentual de incidência seja controverso, a varfarina pode acarretar                     anormalidades no sistema nervoso central quando usada no 2º trimestre da                     gestação e hemorragia meníngea, por compressão do pólo cefálico fetal, no                     período expulsivo do parto. 

No puerpério, os estudos disponíveis não conseguiram detectar níveis de varfarina                     sódica no leite materno nem no sangue de lactentes presumivelmente expostos a                       esse medicamento pelo aleitamento natural, assim como também não encontraram                   alteração no perfil de coagulação dessas crianças. 

 

Os cumarínicos são antagonistas da vitamina K (reduzindo os níveis dos fatores de                         coagulação vit. K dependentes - II, VII, IX, X, proteína C e proteína S) usados para                               anticoagulação crônica. A varfarina é o cumarínico mais utilizado. As doses são                       ajustadas de acordo com o tempo de protrombina, expressado como RNI. Esse                       anticoagulante causa queda rápida dos níveis de fator VII e Proteínas C e S devido a                               suas curtas meias-vidas (6-8h). Outros fatores de coagulação levam 24-48h para                     terem seus níveis reduzidos. 

Portanto, quando se inicia o uso, seu efeito anticoagulante precede seu efeito                       antitrombótico em cerca de 24h, e esse efeito é associado a um estado de                           hipercoagulabilidade transitório devido à redução das proteínas C e S. Por isso,                       normalmente inicia-se Varfarina quando o paciente já está anticoagulado com                   Heparina.  

Gabarito: B  

8. (CEBRASPE/ TJ-AL - 2012) 

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Um indivíduo saudável, com cinquenta e dois anos de idade, sem antecedentes                       pessoais ou familiares significativos, procurou um médico para solicitar um                   esclarecimento. Esse indivíduo informou ao médico que fará uma viagem para a                       Europa em um vôo de 10 h de duração e está preocupado porque um conhecido                             dele, que também fez uma viagem longa, apresentou um quadro de                     tromboembolismo pulmonar (TEP). Por isso, ele deseja saber se pode ser feito algo                         para evitar esse problema. No exame físico desse paciente, constataram-se índice                     de massa corporal (IMC) de 24 kg/m2, bom estado geral, frequência respiratória de                         18 irpm, PA de 110 mmHg × 70 mmHg, frequência cardíaca de 64 bpm, varizes de                               2 mm de diâmetro em região perimaleolar bilateralmente, sem edemas e com                       pulsos periféricos normais. Os demais dados do exame físico não apresentaram                     alterações significativas. 

Nesse caso clínico, para prevenção do TEP, deve-se 

A) submeter o indivíduo ao exame de Doppler venoso dos membros inferiores para                         estratificação do risco. 

B) prescrever ao indivíduo um anticoagulante oral, uma vez ao dia, uma semana                         antes e após a viagem. 

C) administrar ao indivíduo 40 mg de enoxaparina por via subcutânea, uma vez ao                           dia, 48 h antes e 48 h após a viagem. 

D) prescrever ao indivíduo 100 mg de ácido acetilsalicílico, por via oral, uma vez ao                             dia, uma semana antes e após a viagem. 

E) orientar o indivíduo a hidratar-se e a movimentar os membros inferiores                       periodicamente durante o vôo. 

Comentário: 

As viagens de longa distância, por via aérea ou terrestre, conferem um pequeno                         aumento do risco de TEV (<0,05%). As taxas são mais altas para quem viaja por                             períodos prolongados (> 4 horas) e é maior nas duas primeiras semanas após a                           viagem.  

A maioria dos indivíduos com TEV associado a viagens tem um ou mais fatores de                             risco conhecidos para trombose, embora também tenham sido relatados casos                   isolados de TEV idiopático. Os fatores de risco comuns são aqueles associados ao                         TEV na população em geral e incluem grandes cirurgias recentes (especialmente                     artroplastia de quadril ou joelho dentro de seis semanas), TEV prévio (incluindo TEV                         associado a viagens), malignidade ativa, gravidez, idade avançada, uso de                   estrogênio. contendo contraceptivos orais ou outras preparações de estrogênio,                 obesidade e trombofilia hereditária. (alternativa E correta) 

Deve-se evitar a desidratação e aumento da viscosidade sanguínea, estimulando a                     ingestão regular de água ou sucos em vez de bebidas alcoólicas, café ou chá, que                             

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são indutores da diurese. Outra medida simples é o incentivo à movimentação ativa                         de pés e pernas, como a dorsiflexão plantar, e a orientação para que os passageiros                             escolham o assento situado ao lado do corredor, que facilita a deambulação no                         interior da aeronave durante o voo. 

Há uma escassez de dados que examinam a segurança e a eficácia da profilaxia                           farmacológica para a prevenção de TEV associado a viagens. Porém é uma opção                         para pacientes com risco particularmente alto de TEV que consideram uma possível                       redução no TEV associado a viagens para compensar o pequeno aumento do risco                         de sangramento. 

Gabarito: E  

9. (FCC/AL-SE – 2018) 

Um homem de 30 anos, previamente hígido, atleta, sofre acidente automobilístico                     e é admitido no pronto-socorro com fraturas fechadas de diáfise femoral e de                         ísquio, contusões e hematomas vários nos membros inferiores e tórax, consciente,                     orientado, abdome inocente, sem sinais de trauma craniano. É internado com                     programação cirúrgica. Cerca de 30 horas depois, apresenta agudamente                 desconforto respiratório, taquipneia e queda da saturação de O2 até 90%,                     seguidos de estado confusional; está hemodinamicamente estável; a ausculta                 cardíaca e pulmonar são normais e o exame neurológico não mostra déficits                       motores; desenvolve, em seguida, rash petequial em regiões cervical e anterior do                       tórax. O diagnóstico mais provável é de 

(A) tromboembolia pulmonar. 

(B) coagulação intravascular disseminada. 

(C) embolia gordurosa. 

(D) sepse. 

(E) acidente vascular cerebral hemorrágico. 

Comentário: 

A síndrome de embolia gordurosa (SEG) é rara e de patogênese incerta, definida                         pela presença de glóbulos de gordura na circulação pulmonar. A SEG é mais                       comumente associada a fraturas de ossos longos (especialmente fêmur) e                   pélvicas. Alguns casos estão associados a trauma na ausência de fraturas                   ortopédicas ou não relacionados ao trauma. 

Geralmente se manifesta de 24 a 72 horas após o insulto inicial. A tríade clássica dos                             achados inclui hipoxemia, anormalidades neurológicas (por exemplo, confusão,               consciência alterada, convulsão) e rash petequial. Manifestações menos comuns               incluem anemia, trombocitopenia, febre, lipidúria e anormalidades da               

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coagulação; depressão miocárdica e choque são raros. O diagnóstico diferencial               inclui outras síndromes de embolização (trombo, líquido amniótico, tumor, corpo                   estranho, ar), doenças de preenchimento alveolar agudo (por exemplo, insuficiência                   cardíaca, pneumonia e síndrome do desconforto respiratório agudo) e distúrbios                   vasculíticos cutâneos (por exemplo, lúpus eritematoso). 

A SEG é um diagnóstico clínico que pode ser feito quando a tríade clássica ocorre                             em um ambiente clínico apropriado. O tratamento da SEG é amplamente                   favorável. Os corticosteroides sistêmicos não são administrados rotineiramente, mas               podem ser reservados para casos graves ou refratários.  

As intervenções que mostraram prevenir ou reduzir sua incidência e/ou gravidade                 são a imobilização precoce das fraturas, a correção cirúrgica, e não o tratamento                         conservador (isto é, tração isolada) e a limitação da pressão intraóssea durante                       procedimentos ortopédicos.  

Gabarito: C  

(CEBRASPE/FUB-DF - 2015) 

Acerca do tromboembolismo pulmonar (TEP), julgue os itens subsecutivos. 

10. A angiotomografia de tórax, realizada nos aparelhos multidetectores, é o                     exame de escolha para o diagnóstico do TEP, devido à sua alta especificidade e                           sensibilidade. O resultado negativo nesse exame exclui definitivamente o                 diagnóstico, mesmo em pacientes com alta probabilidade de TEP. 

Gabarito: E 

11. A rivaroxabana, um inibidor direto do fator Xa da coagulação, tem eficácia                         semelhante ao tratamento padrão com enoxaparina e antagonistas da vitamina K                     no controle do tromboembolismo pulmonar. 

Gabarito: C 

12. O teste do d-dímero pelo método ELISA (enzyme-linked immunosorbent assay)                     apresenta alto valor preditivo negativo. O resultado negativo desse teste em                     pacientes com baixa suspeita de embolia pulmonar e quadro clínico improvável de                       TEP permite a exclusão do diagnóstico sem a necessidade de exames de imagem. 

Gabarito: C 

13. A detecção de níveis plasmáticos do d-dímero em quantidades menores do que                         500 μg/L, por meio do método quantitativo rápido ELISA (enzyme-linked                   immunosorbent assay), constitui uma evidência usada na prática clínica para                   descartar o diagnóstico de tromboembolismo venoso em indivíduos de baixa                   probabilidade clínica. 

Gabarito: C 

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Comentário: 

TEP é questão certa nas provas da CEBRASPE. 

A angio-TC de tórax têm sensibilidade de 90%, especificidade de 90%, valor                       preditivo positivo de 93% e valor preditivo negativo de 94%. Tem elevada                       sensibilidade para detectar trombos nas artérias pulmonares centrais, lobares e                   segmentares, porém tem valor limitado no diagnóstico de trombo subsegmentar.                   No TEP crônico a cintilografia V/Q é preferível. (Questão 10 errada) 

Embora os ensaios de D-dímero sejam altamente sensíveis, sua especificidade é                     baixa , geralmente entre 40 e 60%. Como visto, deve ser solicitado em pacientes                         com baixa a moderada probabilidade pré-teste pelo seu alto valor preditivo                     negativo. (Questões 12 e 13 corretas) (observem a quantidade de questões sobre                       D-dímero) 

Muitos dos anticoagulantes orais diretos (DOACs) são inibidores diretos do fator Xa.                       Atuam impedindo que este clive a protrombina em trombina. Eles se ligam                       diretamente ao fator Xa, em vez de aumentar a atividade da antitrombina, como é                           feito pela heparina. Vários agentes orais estão disponíveis, incluindo rivaroxaban                   (Xarelto), apixaban (Eliquis), edoxaban (Lixiana, Savaysa) e betrixaban (Bevyxxa).                 Possuem eficácia semelhante a enoxaparina e warfarim no controle do TEP,                     especialmente em pacientes com estabilidade hemodinâmica. (Questão 10 correta)                 

 

(CEBRASPE/EBSERH NACIONAL - 2018) 

No que se refere à embolia pulmonar (EP), julgue o item a seguir. 

14. Em pacientes com probabilidade pré-teste elevada, um exame positivo de                     D-dímero — por ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA) — confirma o                     diagnóstico de tromboembolismo pulmonar (TEP) de forma cabal e torna                   desnecessária a realização de exames de imagem adicionais. 

Comentário: 

Mais uma questão sobre D-dímero e passo a passo diagnóstico de acordo com a                           probabilidade pré-teste: 

● Baixo risco: ◦ Calcula-se o PERC e se negativo, exclui-se TEP. ◦ Se alguma variável do PERC estiver presente, solicita-se dosagem de                   

D-dímero. Se tiver em níveis positivos, solicita-se exame de imagem. ▪ <50 anos: valor de corte é 500µg. ▪ >50 anos: valor de corte é 10x idade do paciente. 

◦ Exame de imagem: de preferência angiotomografia de tórax (angio-TC).                 Se houver alguma contra-indicação, utiliza-se USG doppler de membros                 inferiores ou cintilografia V/Q. 

● Risco Intermediário: 

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◦ Não se calcula PERC e inicia investigação com dosagem de D-dímero. ● Alto risco: 

◦ Não se calcula PERC, nem se dosa D-dímero. Solicita-se exame de                     imagem já de início. Se paciente instável hemodinamicamente, pode ser                   utilizado ECOTT para diagnóstico precoce e indicação de trombólise de                   forma mais precisa. (Questão 14 errada) 

Gabarito: E  

15. (FCC/CL-DF - 2018) 

Uma mulher de 39 anos, sem antecedentes mórbidos, apresenta-se no                   pronto-socorro com queixa de dor torácica. Faz uso de anticoncepcional oral. O                       exame clínico mostra uma paciente ansiosa, taquipneica, com saturação de                   oxigênio de 94%, com pulso rítmico de 98 bat/min, e PA 144 × 78 mmHg; o ECG e                                   radiografia de tórax são normais. O médico suspeita de tromboembolismo                   pulmonar (TEP) e solicita dosagem de D-dímero. O resultado pode ser útil nessa                         paciente, uma vez que é sabido que esse exame 

(A) quando normal tem alto valor preditivo negativo. 

(B) quando acima de 800 ng/mL a possibilidade de TEP é maior que 80%. 

(C) quando normal, efetivamente exclui o diagnóstico de TEP em todos os                       pacientes. 

(D) tem alta sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de trombose venosa                       profunda e consequentemente de TEP. 

(E) com qualquer valor acima de 500 ng/mL é indicativo de TEP. 

Comentário: 

Embora os ensaios de D-dímero sejam altamente sensíveis, sua especificidade é                     baixa, geralmente entre 40 e 60%. Como visto, deve ser solicitado em pacientes                         com baixa a moderada probabilidade pré-teste pelo seu alto valor preditivo                     negativo. (alternativa A correta) 

Os resultados do dímero D são frequentemente falso positivos e a proporção                       desses resultados aumenta com certas condições clínicas e qualquer processo                   inflamatório ou agudo: outros fenômenos trombo-embólicos (exemplo: IAM),               idade> 50 anos, cirurgia ou trauma recente, doença aguda, gravidez ou pós-parto,                       doença reumatológica, disfunção renal e doença falciforme. Não possui valor                   prognóstico. 

Gabarito: A  

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