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apresentação · dizendo que nos cartazes dos protestos de junho havia poucos pedidos de reforma política. Mas em todos os cartazes que estavam nas ruas havia um subtexto que era

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apre sen taç ão

Prezado(a) Universitário(a),

É com satisfação que a Câmara dos Deputados o(a) recebe para participar do Programa Estágio Visita de Curta Duração!

Aqui você poderá conhecer melhor o funcionamento da Casa do Povo e acompanhar de perto o trabalho de seus representantes no Parlamento. Você terá a oportunidade de visitar diversas áreas da Câmara, participar de aulas dialogadas para entender o papel do Parlamento, conhecer o processo legislativo e desenvolver habilidades para participar do processo político-democrático.

O Estágio Visita, sob a responsabilidade da Segunda-Secretaria da Câmara dos Deputados e de seu Secretário, o Deputado Simão Sessim (PP/RJ), foi instituído pelo Ato da Mesa nº 51 de 2004 e é planejado e executado pelo Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento – Cefor.

O Programa faz parte de um conjunto de ações de educação para a democracia implementadas pela Câmara dos Deputados que entende que defender e promover a democracia deve ser uma de suas funções primordiais, pois quanto mais consolidada for a democracia de nossa sociedade, mais forte será o seu Parlamento.

A Casa é sua. Aproveite ao máximo essa experiência.

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sum ário

05 entrevistaO Deputado Henrique Fontana (PT-RS) fala sobre o projeto para a Reforma Política

09 capa“Reforma Política: O que só você, eu, nós podemos fazer pela Democracia”

13 perfil iVictor Soares, estudante de Ciência Política na UnB em Brasília, participou do Estágio-Visita e conta sobre sua experiência em Brasília

14 perfil iiIsrael José Alves Firmino, estudante de Direito nas Faculdades Inte-gradas de Patos – FIP, na Paraíba, participou do Estágio-Visita e conta sobre sua experiência em Brasília

15 perfil iii Jair Crestani, estudante de Direito na Unidav - Alto Vale do Ita-jaí - Santa Catarina, participou do Estágio-Visita e conta sobre sua experiência em Brasília.

16 enqueteVocê concorda com o fim da reeleição para os cargos do poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito)?

20 educação e democraciaHackathon da Câmara: A maratona da cidadania para um Legislativo mais transparente

23 protagonismoDas Experiências Transcedentais

28 manualNosso objetivo nesses cinco dias será mostrar a você qual o papel da Câmara dos Deputados, como funciona o processo legislativo e como é a rotina dentro do parlamento.

c âm ar a dos depu tados

Mesa DiretoraPresiDenteHenrique Eduardo Alves – PMDB/RNPriMeiro ViCe-PresiDenteAndré Vargas – PT/PRsegunDo ViCe-PresiDenteFábio Faria – PSD/RNPriMeiro-seCretárioMárcio Bittar – PSDB/ACsegunDo-seCretárioSimão Sessim – PP/RJterCeiro-seCretárioMaurício Quintella Lessa – PR/ALQuarto-seCretárioBiffi – PT/MSsuPlentes De seCretários1º SuplenteGonzaga Patriota – PSB/PE2º SuplenteWolney Queiroz – PDT/PE3º SuplenteVitor Penido – DEM/MG4º SuplenteTakayama – PSC/PRProCuraDor ParlaMentarDeputado Claudio Cajado – DEM/BAouViDor-geralNelson Marquezelli – PTBSPDiretor geralSérgio Sampaio Contreiras de Almeida seCretário-geral Da MesaMozart Vianna e PaivaDiretor De reCursos HuManosRogério Ventura TeixeiraDiretor Do CeforPaulo Antônio Lima Costa

PlanejaMento e exeCução PeDagógiCaAna Paula Faria, Bruna Leite, Maria Alice Gomes, Maíra Moura e Raquel BragareVisãoAlexandre Caçador, Hérycka Sereno e Natália OliveiraProjeto gráfiCoAna Patrícia MeschickDiagraMaçãoCássia Spínola, Marina GuimarãesiMPressão DEAPA/CGRAF

O PONTO DE ViSTA DE ENTREViSTADOS E PARTiCiPANTES NãO ExPRESSA A OPiNiãO DA REViSTA.

enVio De [email protected]

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en trevi sta

O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) passou dois anos e meio dedicando-se a relatar na Câmara dos Deputados um projeto para a reforma política, apresentado no ano passado. Dentre as propostas apresentadas no relatório, o financiamen-to público exclusivo de campanha e o voto em lista flexível, conforme o sistema belga de votação, são as mais polêmicas e com potencial para promover significativas transformações no sistema eleitoral.

Por Ana Paula de Faria e Silva

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1. Sr. Deputado, a Reforma Política vem sendo de-batida no Congresso Nacional há mais de 15 anos. O senhor vem dedicando grande parte de seu mandato a construir e fazer avançar uma proposta de Reforma que promova mudanças profundas no sistema político brasileiro. O senhor acredita que a reforma possa ser aprovada ainda nesta legisla-tura? Quais fatores interferem mais fortemente no processo de tramitação deste projeto e o que o torna tão lento? A cada eleição disputada de acordo com as regras vigentes fica mais evidente que o nosso sistema político necessita, com urgência, de profundas mudanças para manter sua legitimidade. Cam-panhas caríssimas e crescentemente influenciadas pelo poder econômico dos financiadores dos partidos e candidatos esvaziam o jogo político do sentido mais profundo da disputa democrática: a possibilidade de que todos os atores sociais, independentemente de sua condição econômica, possam influenciar no debate de ideias e projetos a respeito do futuro da sociedade brasileira.

A atual correlação de forças no Congresso vem impedindo que uma Reforma Política seja aprovada nos últimos anos. Portanto, mudanças estruturais no nosso sistema político dificilmente nascerão de uma articulação interna do parlamento. Para que isso ocorra, é preciso uma pressão social muito for-te de fora para dentro do Congresso. A sociedade precisa pressionar o Parlamento.

Queremos uma reforma que incida sobre os principais problemas do sistema político brasileiro, melhorando os instrumentos da representação po-lítica, consolidando e ampliando o processo demo-crático e a participação da população. A hora da reforma é agora, e todos os caminhos que levem a ela - plebiscito, referendo ou a votação dos proje-tos que tramitam no Congresso - devem se somar.

2. Ainda que a Reforma Política não tenha sido uma bandeira explícita nas manifestações de ju-nho, elas expressam, de alguma forma, uma insa-tisfação com a maneira de se fazer política no país. O governo respondeu com uma proposta de ple-biscito que não prosperou no Congresso Nacional. O senhor acredita que a população ainda possa ir às ruas cobrar a realização do plebiscito ou a onda de manifestações já perdeu força? O plebiscito foi derrotado? A política é nossa principal ferramenta de trans-formação social. É através dela que garantimos direitos e conquistamos avanços sociais imprescin-díveis para o desenvolvimento do país e da socie-dade. Os movimentos que foram às ruas em junho trouxeram um recado muito importante e nós precisamos ouvir o significado real do que acon-teceu, abstraída a tentativa de instrumentalização operada pela grande mídia. A minha tese é que é tão forte a necessidade dessa reforma política que o Parlamento, se quiser ter o mínimo de sintonia com a voz das ruas, terá que encaminhar essa questão. Escutei algumas opiniões conservadoras dizendo que nos cartazes dos protestos de junho havia poucos pedidos de reforma política. Mas em todos os cartazes que estavam nas ruas havia um subtexto que era justamente a defesa da mudança do sistema político. Tramita agora na Câmara um Projeto de Decreto Legislativo que propõe a con-sulta popular. Defendo que o plebiscito seja reali-zado o quanto antes. Se as novas regras aprovadas puderem entrar em vigor já nas eleições de 2014, ótimo. Se as mudanças passarem a valer a partir de 2016, muito bom. O importante é que o plebiscito impulsiona a reforma e não podemos perder esse momento.

“... nosso sistema político necessita, com urgência, de profundas mudanças para

manter sua legitimidade.”

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3. O Grupo de Trabalho (GT) da Reforma Política, criado pelo presidente da Câmara dos Deputados, não traz em sua pauta a discussão sobre finan-ciamento de campanha. Na prática, que tipo de aprimoramento poderia haver no sistema eleitoral que não passasse pela problemática do financia-mento? Sendo relator do anteprojeto apresentado em 2012, por que o senhor não está participando do GT? A adoção do financiamento público de campanha é uma das armas mais poderosas para combater a corrupção e diminuir a influência do poder econômico nas campanhas e na vida política do nosso país. Quando propusemos essa mudança no sistema de financiamento, partimos de dados a respeito do modelo atual, caracterizado pela excessiva influência do poder econômico no pro-cesso eleitoral. As informações do TSE confirmam esse diagnóstico, pois apontam para o contínuo crescimento do custo das campanhas. De 2002 para 2010, o salto foi de 479%. Ao analisar as prestações de contas dos candidatos a deputado federal, em 2010, constatamos que, entre os 513 eleitos, 369 candidatos foram os que mais gasta-ram nos seus estados, o que representa 71,93% da Câmara.

A proposta contida no projeto “Eleições Limpas” que permite a doação de pessoas físicas até 700 reais, também é muito boa e combate a influência do poder econômico nas campanhas ao proibir a contribuição de empresas para campanhas eleito-rais. Acredito que a mudança mais significativa do sistema político brasileiro passa pela alteração do modelo de financiamento da democracia.

Sobre minha saída do grupo de trabalho, o que houve foi uma escolha de caráter pessoal do pre-sidente da Câmara, inclusive desrespeitando uma

decisão da bancada do Partido dos Trabalhadores, que havia indicado meu nome para compor o grupo. Essa escolha provavelmente aconteceu por ele discordar das posições que defendo por uma mudança estrutural no sistema político brasileiro.

4. Uma proposta surgida a partir das manifesta-ções de rua foi a das candidaturas avulsas. Como o senhor analisa esta demanda e que tipo de contribuição poderia trazer ao aprimoramento da atividade política? Tenho posição contrária às candidaturas avulsas. Prefiro que o cidadão ou cidadã que deseja dis-putar um mandato escolha um partido, pois o personalismo é um dos grandes problemas da democracia brasileira hoje, e a candidatura avulsa incentiva o personalismo. É um equívoco adotar a tese da candidatura individual como se os partidos atrapalhassem a política. Avalio que precisamos fazer exatamente o contrário e trazer as pessoas para dentro dos partidos, de forma a melhorá-los e fortalecê-los. Para mim, a chamada tese da candidatura individual se alinha com a tese da antipolítica e do antipartido e tenho convicção de que não se faz política sem partidos.

5. Recentemente a UNE e a OAB, lançaram a cam-panha “Eleições Limpas”, movimento que coleta assinaturas para encaminhar projeto de lei de ini-ciativa popular que prevê o fim do financiamento de campanhas eleitorais por empresas privadas, limite para doação de pessoa física para partidos e eleição para o Legislativo em dois turnos, entre outras propostas. O senhor é um dos 200 parla-mentares apoiadores dessa campanha que, em linhas gerais, tem propostas similares às do seu relatório. É possível acreditar que o Congresso Na-

“Avalio que precisamos fazer exatamente o contrário e trazer as pessoas para dentro dos partidos, de forma a melhorá-los e fortalecê-los.”

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cional possa aprovar uma proposta encaminhada pela população? A pressão popular tem poder de mudar o voto dos congressistas? Como eu disse antes, o Parlamento precisa ouvir a voz das ruas para estar em sintonia com quem representamos aqui. O que assistimos hoje é uma crise de representação, na qual a população não se sente representada por quem deveria representá-la. E a reforma política é o meio pelo qual podemos propor mudanças capazes de avançar a democra-cia brasileira e ampliar as formas de participação direta da população na vida política do país. Assim como aconteceu com o projeto conhecido como Ficha Limpa, o Eleições Limpas recebeu apoio de vários deputados e foi protocolado na Câmara. Portanto, a pressão da sociedade já está fazendo avançar a reforma.

6. O senhor gostaria de deixar uma mensagem aos jovens do Estágio-Visita? Quero reforçar a mensagem de que a participação da sociedade e, especialmente dos jovens, é funda-mental para atravessarmos este momento de crise de representação que estamos vivendo e que men-cionei durante esta entrevista. Precisamos efetivar uma reforma política estrutural para melhorar a cre-dibilidade da política e recuperar a sua capacidade de se sintonizar com a maior parte das demandas prioritárias da sociedade. Não deixem de participar da vida política do país, pois a solução dos proble-mas que estão sendo levantados pelos movimentos a que assistimos em todo o país jamais deve ser a antipolítica, jamais deve ser a supressão da política, pois a política é o espaço que a democracia constrói para resolver os conflitos e solucionar as legítimas demandas da população de forma democrática.

“(...) o Parlamento precisa ouvir a voz das ruas para estar em sintonia com quem representamos aqui. .”

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A evolução das instituições representativas brasilei-ras é brevemente relembrada neste artigo para dar sustentação a duas ideias talvez polêmicas: 1) as con-dições institucionais para a participação popular na política são mais favoráveis hoje do que em qualquer outro momento de nossa história; 2) as instituições políticas podem ser aprimoradas, mas não há desenho institucional que garanta, sem mobilização e parti-cipação popular, a construção e a consolidação da democracia. Para começar a refletir sobre essas ideias, começaremos por voltar quase dois séculos no tempo.

Por Márcio Nuno Rabat

(Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados)

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O partido do presidente do conselho de ministros, ou seja, do chefe do governo, fosse ele qual fosse, sempre ganhava as eleições durante o longo reinado de Pedro II, no século XIX. Os grupos políticos dos chefes dos governos estaduais, em articulação com a presidência da República, ganhavam sistematicamente as eleições nos primeiros trinta anos do século XX. Isso não acontecia porque os governos fossem constantemente bem avaliados, mas porque eles dispu-nham dos mais variados instrumentos para fraudar as eleições e porque o contexto social, independentemente da legislação vigente, não facilitava a articulação política da maior parte da população, principalmente daquela que se espalhava pelo meio rural. Assim, sequer os homens que podiam votar, que não eram tantos, e eram só homens mesmo, tinham segurança de que seus votos seriam conta-dos corretamente. Era voz corrente, aliás, que a disposição de sair de casa para votar contra o governo implicava até em risco de vida.

A partir de meados do século XX, o eleitorado passou a crescer rapidamente, os votos passaram a ser contados cada vez com mais correção, as casas legislativas passaram a ser ocupadas simultaneamente por partidos do governo e da oposição e, impressionante novidade, os candidatos apoiados pelo governo passaram, vez por outra, a perder eleições, inclusive para a presidência da República. Um novo mundo surgia. Se olharmos bem, foi há pouco tempo. Se olharmos melhor, foi um percurso cheio de sobressaltos.

O maior sobressalto ocorreu em 1964. Mais uma vez, a oposição ao governo – um governo, aliás, imposto pelas armas – foi excluída do espaço de representação política. Partidos foram extintos, mandatos eletivos foram cassados e o Congresso foi fechado em três ocasiões (1966, 1968 e 1977). As instituições representativas ficaram sob controle estrito do grupo que tomara o poder, enquanto as organi-zações sociais e políticas construídas por seus adversários eram fortemente golpeadas. Ainda assim, a sociedade brasileira seguia adiante no processo de tornar-se mais complexa e plural. A população crescia, principalmente no

meio urbano, a economia se diversificava e setores sociais tradicionalmente afastados das esferas de decisão estatal tinham, objetivamente, condições muito melhores de se organizar politicamente do que duzentos, cem ou mesmo cinquenta anos antes.

A esses fatos, de natureza primordialmente social, se somavam outros, complementares, de natureza mais propriamente política. O eleitorado continuou a crescer em ritmo consistente e não houve retrocesso nos proce-dimentos de apuração dos votos. Eleições aconteciam com regularidade, embora alguns cargos, com destaque para a presidência da República, tenham deixado de ser eletivos. Não se subestima aqui, é claro, que boa parte da oposição fora expulsa do sistema político e até do país, que lideranças sociais foram presas ou mortas e que o governo autoritário não poupava artifícios legais para tentar ga-rantir resultados favoráveis nas urnas. Apenas se registra que parte considerável da população seguiu, em alguma medida, aprendendo a lidar com os procedimentos eleito-rais de alternância de governo, que, rigorosamente, tinham começado a funcionar no Brasil poucas décadas antes.

Quando o regime ditatorial implantado em 1964 começou a sair de cena, as regras de exercício da repre-sentação política popular logo deram saltos de qualidade. Alguns registros rápidos fornecem uma ideia de como se desenvolveu o processo. A Lei nº 6.767, de 1979, abriu espaço para a criação de novos partidos, superando as normas autoritárias que reduziam o sistema partidário a duas agremiações (Arena e MDB). A Emenda Constitucio-nal nº 25, de 1985, restabeleceu a eleição popular direta do Presidente da República e reconheceu o direito de voto dos analfabetos, negado desde 1881, eliminando a maior restrição formal ao pleno exercício da soberania popular nas eleições brasileiras. No mesmo ano, a Emenda Cons-titucional nº 26 determinou a reunião dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, a serem elei-tos em 1986, para formação de uma Assembleia Nacional Constituinte.

“... nosso sistema político necessita, com urgência, de profundas mudanças para

manter sua legitimidade.”

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O processo constituinte foi um dos pontos mais altos da mobilização popular para a participação política em nossa história. Depois de se mobilizar nas campanhas pela anistia aos presos políticos e aos banidos pela ditadura e pela retomada das eleições diretas para a presidência da República, que levaram milhões de pessoas às ruas, a po-pulação mostrou organização para participar também de procedimentos institucionais mais complexos, como aque-les envolvidos na discussão e elaboração de uma Constitui-ção Federal 1. O texto constitucional de 1988, por sua vez, consolidou e ampliou os avanços das regras de exercício da representação política. É de então, por exemplo, a exten-são do direito de voto aos jovens de 16 e 17 anos.

A Constituição de 1988 consagrou os dois elementos essenciais para o funcionamento pleno da democracia representativa. Primeiro, a extensão do direito de sufrágio ultrapassa, hoje, a de qualquer momento anterior de nossa história e pode ser favoravelmente comparada com a de qualquer outro país 2 . Mas não basta que todas as pessoas possam votar. É preciso, ademais, que os distintos grupos presentes na sociedade possam se organizar para apresen-tar seus programas e candidaturas aos eleitores, ou seja, a seus concidadãos. Ora, também nesse aspecto, nossa Constituição se portou muito bem, ao consagrar, no art. 17, ampla autonomia de organização partidária. Trata-se, aliás, de uma das dimensões da liberdade de associação, que é igualmente mais efetiva e disseminada hoje que em qualquer momento de nosso passado.

Claro que essa reconstituição histórica, que valoriza os avanços institucionais brasileiros, não pretende servir de

estímulo ou desculpa para a acomodação da cidadania. Na democracia, tudo está sempre por fazer. Em primeiro lugar, porque o formato das instituições representativas deve ser permanentemente discutido e aprimorado, desde que não se ponha em causa o sufrágio universal e a liber-dade de associação. Só seria um erro achar que há soluções fáceis para superar os desafios enfrentados pelos regimes representativos contemporâneos, especialmente em uma sociedade tão desigual como ainda é a brasileira. As duas edições anteriores desta revista ilustram bem o quanto é complexo, por exemplo, o debate em curso na Câmara dos Deputados sobre o financiamento de campanhas e o desenho do sistema eleitoral.

O segundo motivo para não nos acomodarmos com as conquistas anteriormente relatadas é que elas aumentam significativamente nossa responsabilidade enquanto cida-dãos. As condições para o exercício da cidadania política amadureceram, mas ela precisa ser efetivamente exercida para produzir frutos. De que vale o direito de voto se não nos apropriamos dele como um mecanismo para exercer influência real sobre as decisões nacionais ou locais? De que vale a liberdade de criação de partidos e a autonomia de organização partidária se não nos dedicamos a cons-truir os partidos que achamos de que o país precisa?

A liberdade de associação não é um princípio social e político abstrato, que funcione sem que pessoas se articulem, discutam, estudem e tomem iniciativas conjun-tamente. Não basta, sequer, que cada um milite por suas ideias. É preciso refletir criticamente até sobre elas, pois há inúmeros instrumentos de manipulação intelectual e

1. Uma noção mais completa do que foi a participação popular no processo constituinte pode ser adquirida no livro Audiências Públicas na Assembleia Nacional Constituinte: a sociedade na tribuna, publicado pela Câmara dos Deputados, disponível em http://bd.camara.gov.br/bd/handle/bdcamara/1882.

2. Atente-se para um dispositivo constitucional que levanta discussão importante sobre os limites da soberania popular em nosso ordenamento político: a negação do direito de candidatura aos analfabetos, constante do art. 14, § 4º, da Constituição Federal, é uma nódoa na democracia representativa brasileira ou pode ser justificada com argumentos democráticos?

“Avalio que precisamos fazer exatamente o contrário e trazer as pessoas para dentro dos partidos, de forma a melhorá-los e fortalecê-los.”

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emocional em ação na sociedade e podemos estar sendo simplesmente usados em nossa militância. O ponto de partida, no entanto, é sempre a decisão de assumir a pró-pria cidadania.

É possível que mesmo as instituições representativas de pior formato possam ser aproveitadas produtivamente por uma cidadania que se mobiliza e se forma e informa para atu-ar politicamente com consistência. Mas, certamente, nem as melhores instituições do mundo farão um regime representa-

tivo funcionar bem sem que as pessoas delas se apropriem e lhes deem vida. Frente a sucessivas gerações anteriores de bra-sileiras e brasileiros, a geração atual possui o privilégio, entre muitos outros, de contar com amplo direito de voto e amplo direito de associação para participar da política. Vamos ficar nos queixando ou vamos botar mãos à obra?

Os grandes avanços sociais e políticos não acontecem por passes de mágica. É preciso mobilização, estudo, persistência. Tem coisas que só você, eu, nós podemos fazer pela democracia.

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seu tempo, seu ritmo, seu espaçohttp://www.camara.leg.br/ead

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perfil

Victor Velú Fonseca Zaiden Soares nasceu e foi criado no interior do Goiás, em Rio Verde. Quando confrontado com a escolha da profissão, o jovem, que sempre gostou de Bra-sília, decidiu cursar Ciência Política na UnB – sua área de interesse sempre foi política, principalmente questões re-lacionadas ao Poder Legislativo. Para conseguir aprovação no vestibular, o jovem fez o terceiro ano em Goiânia e um semestre de cursinho em Brasília.

Victor gostou muito do Estágio-Visita, principalmente da troca de experiências com pessoas de estados diferen-tes. O estudante destacou a atividade Jornada de Aprendi-zagem, na qual ele e um grupo de colegas pôde conhecer a Comissão de Legislação Participativa – CLP, seu funciona-mento e tramites internos. Aos futuros estagiários, Victor aconselhou que venham abertos a visões diferentes, des-pidos da visão midiática, mas com senso crítico aguçado.

Na UnB, o universitário é vice-coordenador de um projeto chamado Politeia, direcionado a universitários e a recém formados. O programa possibilita que os inscritos similem o trabalho de um deputado. A equipe organizadora sin-tetiza o Regimento Interno da Câmara dos Deputados e ensina os participantes a elaborarem um projeto de lei. En-tão, os jovens, como deputados, podem discutir, debater e votar os projetos. Victor apontou que o mais gratificante é ver como as pessoas mudam a visão do Legislativo após passar pelo projeto, que tem como diferencial usar as de-pendências da Câmara Federal.

Depois que acabar o curso de Ciência Política – Victor, que já está no nono semestre, pretende trabalhar pres-tando consultoria política e fazer concurso para ser um servidor do Congresso Nacional.

Por Natália Oliveira

VICTOR SOARES

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perfil

Israel José Alves Firmino está cursando o sexto semestre de Direito nas Faculdades Integradas de Patos – FIP, na Pa-raíba. Desde janeiro, ele acumula as responsabilidades de estudante com o cargo de vereador do município de Patos.

Israel já tinha visitado a Câmara dos Deputados, mas não tinha tido a oportunidade de acompanhar tão de perto seu funcionamento. Ele gostou muito da estrutura do Estágio-Visita, principalmente do empenho dos servidores da Casa em transmitir conhecimento para os jovens. O estudante destacou a atividade Simulação de Comissões, por seu cará-ter prático e didático.

O jovem comentou que até para ele que é vereador, o Estágio-Visita foi muito enriquecedor. Nas palavras de Israel: “essa semana recarregou as minhas baterias para que eu busque incentivar uma maior participação popular em meu município, a fim de que os cidadãos possam influenciar as decisões em Patos”. Por exemplo, ele quer levar para a Câ-

mara de Vereadores a ideia de implantar uma comissão nos mesmos moldes da Comissão de Legislação Participativa – CLP, a fim de que a população tenha mais um canal de interferência direta no processo legislativo local.

Para o vereador, é muito importante difundir o conhe-cimento a respeito do trabalho legislativo. Ele considera a estrutura da Câmara Federal desconhecida da maioria da população. Por exemplo, citou que a maioria das pessoas pensa que o trabalho legislativo se resume às votações em Plenário e desconhece o intenso trabalho de discussão nas comissões.

Israel disse que pretende seguir a carreira de advogado e se aperfeiçoar na área jurídica, pois não encara a política como profissão, mas que deseja sim continuar atuando poli-ticamente porque vê nisso uma oportunidade de contribuir para uma sociedade melhor.

Por Natália Oliveira

ISRAEL JOSÉ

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Jair Crestani, 47 anos, mora em Mirim Doce, um município na região do Vale do Itajaí, no estado de Santa Catarina. Ele está cursando o sexto semestre de Direito na Unidav - Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí.

Jair é formado em Filosofia e em Veterinária, profissão que exerce atualmente. O estudante decidiu cursar também Direito para ter mais uma possibilidade profissional e também por considerar necessário ter conhecimento de Direito a fim de exercer melhor a cidadania.

A participação do universitário no Estágio- Visita foi conseguida de forma democrática: um deputado de seu estado disponibilizou suas duas indicações anuais ao Centro Universitário, que então sorteou as vagas entre os alunos.

Considerou um privilégio poder conhecer Brasília, que é

o coração e o pulmão do país, porque todos nós estamos totalmente envolvidos pela política. Ele ficou encantado com a cidade, gostou muito da palestra de arquitetura e do entusiasmo do palestrante.

O programa como um todo foi muito bom, na visão de Jair. Apesar de ter se identificado mais com algumas atividades, não achou o estágio em nenhum momento monótono. O veterinário não tinha um conceito fechado sobre a Câmara dos Deputados, mas o que mais lhe marcou foi a seriedade e a hospitalidade dos servidores: “Em todas as atividades, encontrávamos profissionais dedicados e preparados, que se esforçavam para que os estagiários tirassem o máximo de proveito, pessoas que fazem pelos outros e fazem o seu melhor”.

Por Natália Oliveira

JAIR CRESTANI

perfil

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Aos participantes do Programa Estágio Visita dos meses de agosto/setembro/outubro de 2013, a Enquete perguntou:

você concorda com o fim da reeleição para os cargos do poder exe-cutivo (Presidente, Governador e Prefeito)?

Nos meses de agosto e setembro, do total de 72 universitários que res-ponderam à pesquisa, 30 fundamentaram seus votos favoráveis ao fim da reeleição para cargos do executivo (41,67%), 34 são contrários ao fim da reeleição para cargos do executivo (47,22%) e 8 não tem opinião formada sobre o assunto (11,11%).

Confira algumas opiniões.

enque t e

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Favoráveis ao fim da reeleição:

“Pode-se dizer que, hoje, o mandato de 4 anos dos representantes do executivo resume-se a 2 efetivamente. Isso porque o primeiro ano acaba sendo o período de transição de governos e no quarto, o representante já desloca o foco do presente para dedicar-se a investidas no sentido de conquistar o próximo pleito. Dessa forma, acredito que o fim da possibilidade de reeleição, assim como o aumento do mandato para 5 anos eliminariam o caráter pernicioso do sistema hoje vigente, garantindo o pleno foco do representante em seu papel, assim como um período razoável para que desenvolva seus projetos.”Ana Carla Pessin de SouzaEstudante de Direito da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP | Franca - São Paulo

“Acredito que a reeleição é uma forma de manutenção indevida do poder. Embora haja certa rigidez nas leis que buscam evitar a influência do poder político nos pleitos, tal influência é inegável, na medida em que grande parte dos gestores, mesmo não realizando um bom trabalho, acaba obtendo a reeleição. Assim, deve ser extinta a reeleição, prevalecendo a alternância do poder, enquanto princípio norteador da democracia.”Marcela de Castro BarrosEstudante de Direito da Universidade Católica de Pernambuco- UNICAP | Recife - Pernambuco

“Se de fato, a duração de um mandato fosse de 05 anos, eu seria sim a favor do fim da reeleição. Porém, acredito que as políticas implantadas no último governo deveriam ser continuadas em um período mínimo de 02 anos, com o uso de PPA, LOA e outros mecanismos para que não houvesse descontinuação dos projetos já criados.”Enzo Hion IedaEstudante de Administração Pública da Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita” – UNESP | Araraquara - São Paulo

Ana Carla Pessin Souza

Marcela de Castro Barros

Enzo Hion Ieda

enque t e

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enque t e

Contrários ao fim da reeleição:

“A reeleição é um instrumento de incentivo para que os representantes do executivo sejam fiéis às propostas que fundamentaram sua eleição, de modo que recebam nova-mente o aval da sociedade por meio do voto, para dar continuidade às estratégias de projetos inicializados. Deve ser mantida, portanto, por ser uma forma de empoderar o voto e estabelecer o comprometimento do representante com o bom governo.”Luísa De-Lazzari ResendeEstudante de Direito da Fundação João Pinheiro – Administração Pública | Belo Horizonte - MG

“A possibilidade de reeleição do chefe do Poder Executivo permite a manutenção de políticas públicas que estão sendo bem avaliadas pela sociedade, uma vez que, caso não estivessem, não haveria a concessão de um novo mandato. Já a vedação á reeleição impossibilitaria esta avaliação.”André Gustavo Veras de OliveiraEstudante de Direito da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE | Recife - Pernambuco

“Muitos projetos e políticas públicas necessitam de longo prazo para serem implementados e consolidados. O fim da reeleição, por si só, não evitará que a máquina pública seja utilizada para fins eleitorais, pois os governantes em exer-cício poderão utilizá-la em benefício de seu grupo político. Acredito que o melhor caminho pra evitar o uso indevido da máquina pública é criar mecanismos de controle mais eficientes.”Márcio José Loureiro de CastroEstudante de Psicologia do Centro Universitário Jorge Amado - UNIJORGE | Lauro de Freitas - Bahia

Luísa De-Lazzari Resende

André Gustavo Veras de Oliveira

Márcio José Loureiro de Castro

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enque t e

Venha abrir essa porta

ESTÁGIOVISITA

Informaçõeswww.camara.leg.br/edulegislativa

Acesse nossa página no facebook e venha fazer parte dessa rede.www.facebook.com/estagiovisita

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Em 2013, a Câmara dos Deputados está comemoran-do os 25 anos da Constituição Cidadã e como parte das atividades de fortalecimento da cidadania promo-verá seu primeiro Hackathon. A palavra Hackathon é um neologismo decorrente da abreviação das palavras inglesas hack+marathon, ou seja, maratona hacker.

Antes considerados os “garotos maus” da web, quando invadiam e pirateavam sites de empresas e governos, atualmente os hackers são propulsores de inovação tecnológica em instituições públicas e privadas. Até parlamentos, como a Câmara dos Deputados, têm aprendido a aproveitar o seu potencial de inteligência, versatilidade, criatividade e ousadia.

Por Cristiano Ferri Soares de Faria

Coordenador da Comissão Organizadora Hackathon Câmara

HackatHon da câmara:

educ aç ão edemocr acia

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XXXXX

Entre os dias 29 de outubro e 1º de novembro deste ano, programadores, desenvolvedores e especialistas de todo o País vão se reunir na Câmara para criar aplicativos que aumentem a transparência na divulgação do trabalho par-lamentar e colaborem para a compreensão do processo legislativo.

O funcionamento da Câmara dos Deputados sempre foi pautado pela transparência de suas atividades, prin-cipalmente em decorrência da política de publicação de informações sobre o processo legislativo, atuação par-lamentar e uso de recursos administrativos no portal da Câmara desde a década de 90. Outro fato que também contribuiu para uma maior transparência das atividades foi a transformação, em 2011, dessas informações em da-dos abertos, ou seja, dados que podem ser mais facilmente utilizados por programadores.

O Hackathon se insere em uma nova fase de transpa-rência, decorrente da recente Lei do Acesso à Informação, a chamada transparência 2.0. Por meio do Hackathon, a Câmara estimula a sociedade (hackers, desenvolvedores, jornalistas, especialistas, etc) a utilizar tais dados e infor-mações de forma criativa e útil, não apenas para a própria sociedade, mas também a fim de beneficiar os parlamen-tares e a instituição como um todo.

Além de continuar investindo na preparação das infor-mações parlamentares e legislativas em formato de dados abertos, a Câmara passa a investir mais fortemente em atividades de fortalecimento da cidadania, como o Hacka-thon, que facilitem o uso desses dados (pela sociedade e pelo governo) de forma construtiva, para a compreensão de como funciona o Estado, para a melhoria dos serviços públicos e o aperfeiçoamento de mecanismos de gestão pública.

Para participar, foi preciso apresentar um projeto de solução web que facilite o acesso às informações sobre a atividade legislativa e utilize os dados públicos para a promoção de um conhecimento mais aprofundado sobre a atuação do Congresso Nacional.

No total foram recebidos 99 projetos, de 183 autores. Cada projeto pode ser assinado individualmente ou por equipes de até três integrantes. A maioria dos projetos se enquadra em alguma dessas categorias de objetivos:

a. Mapeamento de informações parlamentares e do processo legislativo

b. Redes sociais com informações sobre o trabalho parlamentar

c. Jogos sobre processo legislativod. Fiscalização de despesas de parlamentares para o

exercício do mandatoe. Mapeamento e análise de discursosf. Identificação de perfil de deputados/candidatos

que se adequam ao perfil do cidadão/eleitorDe forma geral, recebemos inscrições de 16 unidades da

federação, com predominância do estado de São Paulo e do Distrito Federal.

Na tabela abaixo, apresentamos a porcentagem de can-didatos inscritos por unidade da federação:

Unidade da Federação % de inscritos

Bahia (Ba) 1%

ceará (ce) 1%

Mato Grosso do sUl (Ms) 2%

ParaíBa (PB) 2%

PernaMBUco (Pe) 2%

santa catarina (sc) 2%

esPírito santo (es) 3%

Goiás (Go) 3%

Pará (Pa) 3%

rio Grande do norte (rn) 3%

rio Grande do sUl (rs) 3%

Paraná (Pr) 6%

rio de Janeiro (rJ) 6%

Minas Gerais (MG) 9%

distrito Federal (dF) 17%

são PaUlo (sP) 37%

“O Hackathon se insere em uma nova fase de transparência, decorrente da recente Lei do Acesso à Informação, a chamada transparência 2.0”

educ aç ão e democr acia

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XXXXXeduc aç ão e democr acia

“(...) essa atividade busca estimular a cooperação entre a sociedade civil e a Câmara dos Deputados.”

Foram selecionados até 50 participantes com base nos crité-rios de criatividade e de interesse público de suas propostas. Durante quatro dias, os selecionados poderão desenvolver os aplicativos a partir dos dados disponíveis no portal da Câmara na internet e de outras bases públicas. Todas as despesas, como passagem aérea, hospedagem, alimentação e traslado dos participantes, serão custeadas pela Câmara.

Uma comissão avaliadora formada por técnicos da Casa e representantes da sociedade irá escolher os três melhores projetos, que receberão, cada um, o prêmio de R$ 5 mil, patrocinado pelo Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis).

O formato do Hackathon Câmara estimula o desen-volvimento de aplicativos que sejam por si mesmo imple-mentáveis, ou seja, não dependam de nenhuma integração com os sistemas tecnológicos da Câmara. Por isso, aplica-tivos desenvolvidos em qualquer plataforma serão aceitos, desde que apresentem resultados relevantes e úteis para o interesse público e tenham boa qualidade técnica.

Isso se aplica não apenas aos três projetos vencedores, mas a todos os aplicativos apresentados. Tais aplicativos serão disponibilizados em página do portal da Câmara, acessível a qualquer cidadão, assim como, quando possível, integrados a outras informações, sistemas e aplicativos da Câmara.

Durante a última semana de outubro, os hackers selecio-nados trabalharão em um ambiente propício especial-mente montado no Café do Salão Verde da Câmara, com internet de alta velocidade, projetores multimídia e toda uma estrutura de informação e facilitação que auxilie seu trabalho. Conversas informais com parlamentares, gesto-res e técnicos da Casa irão acontecer nesse ambiente, a fim de que os participantes tenham as melhores informações legislativas e administrativas para realizar seu trabalho com acuidade.

Mais do que um concurso, essa atividade busca es-timular a cooperação entre a sociedade civil e a Câmara dos Deputados. Parlamentares e servidores públicos da Câmara terão a oportunidade de compreender as deman-das e forma de trabalhar de parte importante da sociedade brasileira.

Ao mesmo tempo, hackers inovadores também po-derão aprender bastante sobre a realidade do trabalho legislativo, assim como sobre os desafios tecnológicos e organizacionais que acometem uma instituição complexa como a Câmara dos Deputados. Dessa parceria certamen-te resultará uma instituição mais fortalecida, transparente e democrática.

Maiores informações podem ser encontradas na pági-na oficial da atividade: www.camara.leg.br/hackathon.

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protagoni smo

Meu gosto pela política não é de longa data, confesso. Passei a me interessar por questões propriamente políticas somente em mea-dos do Ensino Médio, por volta de 2004, ano em que íamos às urnas para escolher os novos prefeitos e vereadores de nossas cidades. Estando em período de preparação para os exames vestibulares, na-quela fase da vida em que reviramos o mundo para procurar “o que ser/fazer quando crescer”, era obstinado por informações relevantes que pudessem ser cobradas nos processos seletivos. Esse exercício de imersão nos debates socioeconômicos contemporâneos me fez despertar para questões com que antes não me importava; eu sequer imaginava, por exemplo, que existissem tantos pormenores em uma “simples eleição”. Nascia, nesse contexto, o meu “eu cida-dão”, uma faceta da minha personalidade que foi se fortalecendo a cada dia, determinando, inclusive, as minhas escolhas profissionais.

Por Leandro Leal de Freitas

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protagoni smo

Leandro no Estágio-Visita

Esse despertar para a cidadania foi reforçado após conhecer, por inter-médio de uma amiga, um evento cultural que revolucionou a minha maneira de enxergar e sentir o mun-do. Trata-se da Semana Euclidiana, um evento que ocorre anualmente, no início de agosto, na cidade de São José do Rio Pardo, interior de São Paulo. Nessa semana, a qual é dedica-da a estudar a vida e obra de Euclides da Cunha, conheci as Ciências So-ciais, me apaixonando de imediato. Dali em diante, até mesmo por conta da realização do curso na UNESP de Araraquara, a política passaria a ser o meu assunto preferido, pelo qual eu tinha verdadeiro fascínio. Essa paixão foi sendo alimentada pelas mais diversas teorias com as quais es-tabeleci contato durante o período da faculdade. A cada pensador que conhecia, o meu fascínio aumentava,

o que me fez enveredar por um curso de Mestrado em Ciência Política, na UFSCar, em que estou às vésperas do exame de defesa da dissertação.

Durante as minhas pesquisas, ainda no tempo da faculdade, co-nheci os programas de Educação para a Democracia promovidos pela Câmara dos Deputados, através do Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento – CEFOR. O que mais se adequava ao meu perfil era, até então, o Estágio-Visita de Curta Duração, programa destinado à participação de universitários, possi-bilitando o acesso a conhecimentos relacionados ao funcionamento da Câmara e à forma de atuação dos nossos representantes. Assim, fui logo tratando de estabelecer contato com as assessorias dos deputados que conhecia, já que precisava ser indicado por um parlamentar para

participar; entretanto, uma série de fatores pessoais fez com que o meu objetivo de participar do Estágio fosse adiado. E assim foi até que, no ano passado, já no Mestrado, resolvi participar do programa.

Nesse contexto, tive a honra e o privilégio de participar da edição de abril do Estágio-Visita, acompanhado de meu amigo Renan Petrasso, outro aficionado por política. Foi uma semana intensa, física, intelectual e emocionalmente. Estabeleci, desde o início, contato com universitários de diversos pontos do Brasil, o que cer-tamente contribuiu para enriquecer todo o aprendizado. Ouvíamos, por todo os cantos, diversos sotaques, além de termos vivenciado um pou-co da cultura de cada um, eviden-ciando as diversidades do nosso país. Esse fator, por si só, já tornaria aquela semana significativa, única. De todo modo, por meio das diversas aulas, palestras, vivências, debates, simu-lações, pude conhecer, na prática, como se dá o funcionamento do Congresso Nacional, sobretudo a Câmara dos Deputados. Durante os cinco dias que ali estive, vivenciei o corre-corre de visitantes, parlamen-tares, funcionários, imprensa; as inúmeras manifestações públicas, versando sobre os mais diversos temas; o grande volume de trabalho dos parlamentares e suas equipes de assessoramento; as dinâmicas sociais que intermediavam as relações entre os sujeitos daquele espaço; entre tan-

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“Esse despertar para a cidadania foi reforçado após conhecer, por intermédio de uma amiga, um evento cultural que revolucionou a

minha maneira de enxergar e sentir o mundo.”

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protagoni smo

tas outras coisas que jamais saberia se lá não tivesse estado. Contudo, há que se fazer justiça, o que mais me impressionou foi a qualidade do quadro de servidores daquela insti-tuição. Surpreendi-me e, ao mesmo tempo, me tranquilizei por saber que o processo legislativo, em suas variadas dimensões, está nas mãos de pessoas muito bem qualificadas e dispostas a dedicar-se ao verdadeiro exercício da democracia.

E foi durante a participação nessa significativa semana que, em uma oficina de elaboração de projetos de educação para a democracia, tomei conhecimento da existência de outro programa, o Missão Peda-gógica no Parlamento. Este, focado nos educadores, tem o objetivo de lhes oferecer formação em educação para a democracia, dando subsídios para que essa temática seja abordada nas salas de aula. Me entusiasmei e fui logo tratando de me informar sobre a seleção, uma vez que já atu-ava como professor na rede estadual de ensino de São Paulo. Me inscrevi para participar já no mesmo ano, 2012, mas não consegui ser aprovado – a seleção, naquele ano, privilegiava professores com maior tempo de serviço, o que fez com que eu ficasse bem abaixo na classificação, já que tinha apenas dois anos completos de docência.

Contudo, não desisti. Continuei desenvolvendo meus projetos sobre democracia e cidadania, ao mesmo

tempo em que aguardava notícias sobre a edição do Missão Pedagógica 2013. Lançado o edital, agora com importantes modificações, fui o pri-meiro do país a me inscrever. Neste ano, foram critérios para a seleção: na 1ª etapa foram selecionados 8 pro-fessores de cada estado, segundo a ordem de inscrição; estes realizariam um curso a distância, do qual sairiam os 2 melhores classificados, que se-riam convidados a participarem da etapa presencial. Participei do curso e, apesar de inúmeras dificuldades, sobretudo por conta das tarefas próprias do exercício da docência, logrei êxito e fui selecionado para ir a Brasília.

Sabendo da qualidade dos pro-gramas desenvolvidos pelo CEFOR, a ansiedade e o entusiasmo eram incalculáveis. A expectativa era a das melhores, até por que imaginava que seria uma semana repleta de momentos que me marcariam para sempre. Eis que, sem demagogia al-guma, fui surpreendido novamente. Desde a publicação do resultado final até o retorno para casa, após a etapa presencial, fui tratado como nunca havia sido. Toda e qualquer expectativa, que já não era baixa, foi superada. Lembra-se daquele meu “eu cidadão” que nascera ainda nos anos do Ensino Médio? Aqui ele re-nasceu ainda mais forte e consciente, cheio de gás e disposição!

Tive, nessa semana, que durou de 26 a 31 de agosto, algumas das

mais transcendentais experiências da minha vida. Impossível não me emocionar ao lembrar daquilo que vi no Núcleo de Ensino do CESAMI, Centro Socioeducativo Amigoniano; da coragem, paixão e dos discursos inflamados daqueles colegas profes-sores; dos desafios e das dificuldades encontradas diariamente; do profes-sor Cesar Gói, dali em diante, um dos meus heróis! Estando ali, podendo passar alguns minutos naquele es-paço onde se amontoam cidadãos invisíveis, marginalizados, pude compreender o verdadeiro sentido da palavra educação. Como educar naquelas condições? Como é possí-vel falar de democracia e cidadania naquele contexto, levando-se em conta o histórico de vida daqueles adolescentes? Essas e tantas outras questões borbulhavam nas mentes dos que ali estavam pela primeira vez, assim como eu. De tudo, restou o silêncio, a reflexão. Aquela experi-ência foi, sem dúvida, a mais marcan-te de toda a minha vida!

De todo modo, não posso deixar de citar os demais fatores relevantes dessa semana. Começo relatando a impecável dedicação da equipe de organização do evento, que certa-mente se esmerou por muito tempo para proporcionar a mim e aos meus 53 colegas as melhores e mais signi-ficativas atividades. Tivemos aulas, palestras, visitas orientadas, apresen-tações artísticas. De toda a programa-ção, três momentos foram destaque:

“Estando ali, podendo passar alguns minutos naquele espaço onde se amontoam cidadãos invisíveis, marginalizados, pude compreender o verdadeiro sentido da palavra educação.”

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protagoni smo

as jornadas de aprendizagem, o “Café Democrático” e a Noite Cultural, sobre as quais não cabe dar muitos detalhes, mas apenas dizer que nos propiciaram verdadeiras vivências de-mocráticas, reforçando a tese de que a Democracia Plena só será alcançada através da vivência, na prática, dos pressupostos democráticos.

Por fim, cabe ressaltar que nesse evento, assim como no Estágio-Visita, (re)conheci grandes amigos. Voltei de lá com uma família, desde mães, irmãos, primos, até sogra – todos de consideração. Por conta dessas expe-

riências, fortaleci o meu “eu cidadão”, resgatando e reforçando o meu papel de educador para uma cultura política democrática, haja vista que a escola é, por excelência, um espa-ço privilegiado para a construção e vivência dos ideais de cidadania. Aprendi que educar para a democra-cia implica não apenas em transferir conhecimentos, mas, sobretudo em desenvolver ações e programas que levem à apropriação de práticas con-cretas, conhecimentos e valores que promovam a democracia. Depois dessa semana, voltei esperançoso e

com enorme desejo de alcançar meus objetivos, enfrentando quais fossem os desafios encontrados. Senti-me novamente estimulado a sonhar – se não sonhos plenamente utópicos, ao menos aqueles sonhos possíveis.

Enfim, como já disse em outras ocasiões: eu fui um Leandro e voltei outro, certamente mais consciente do meu papel enquanto cidadão e educador. Obrigado a todos que, di-reta ou indiretamente, contribuíram para que eu pudesse ter essa chance de vivenciar tamanhas e transcen-dentais experiências.

“Aprendi que educar para a democracia implica não apenas em transferir conhecimentos, mas, sobretudo em desenvolver ações e programas que levem à apropriação de práticas

concretas, conhecimentos e valores que promovam a democracia.”

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O Cefor desenvolveu um tutorial de como fazer um Projeto de Lei para os participantes do Parlamento Jovem e para o público em geral.

Acesse: www.camara.gov.br/edulegislativa.

Clique em: Educação para a Democracia>Parlamento Jovem>Conheça Mais>Acesse o curso “Como se faz um projeto de lei?”

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m anual

Legal, você está inscrito no Estágio-Visita de Curta Duração da Câmara dos Deputados! Durante cinco dias você irá respirar os ares da política e da democracia no Congresso Nacional. Nosso objetivo nesses cinco dias será mostrar a você qual o papel da Câmara dos De-putados, como funciona o processo legislativo e como é a rotina dentro do Parlamento. Para quem ainda não conhece, também será uma ótima oportunidade para conhecer Brasília. Uma cidade totalmente construída com ideias modernistas, que recebeu o título de Patri-mônio Cultural da Humanidade, em 1987, pela UNESCO.

Para saber mais sobre o Programa Estágio-Visita e conhecer o regulamento acesse: www.camara.leg.br/edulegislativa.

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m anual

grupo

Você fará parte de um grupo de 50 universitários de cursos, culturas e hábitos diversos, vindos de várias regiões do país.

Venha disposto a conviver com a diversidade, a trocar experiências e a refletir sobre seu papel como cida-dão brasileiro!

programaçãoA programação foi concebida para que você tenha a oportunidade de observar de perto o funcionamento do Parlamento.

Para isso, será necessário conhecer um pouco sobre o processo legislati-vo e os principais órgãos envolvidos. Além disso, você saberá como par-ticipar e contribuir com as atividades parlamentares, conhecendo alguns dos mecanismos de participação do cidadão na Câmara dos Deputados.

material

Parte do material referente às pales-tras ministradas estará disponível no site da Câmara. Acesse www.camara.leg.br/edulegislativa

traje

Para os homens, é exigido o uso de paletó e gravata para transitar em al-gumas dependências da Câmara; para as mulheres, apenas um traje compa-tível com a formalidade do ambiente (o uso de calça é permitido). Não é permitido o uso de shorts, camisetas e blusas sem mangas ou alças.

O uso de traje esporte é autorizado apenas durante o período de recesso ou nos dias em que não se realizem sessões na Casa.

Na sexta-feira é permitido o uso de traje esporte, lembrando que é proi-bida, em qualquer hipótese, a entra-da de pessoas com bermudas, shorts, camisetas sem manga ou qualquer outro vestuário incompatível com a dignidade do Órgão.

Procure usar sapatos confortáveis e baixos, porque haverá algumas cami-nhadas extensas.

É indispensável o uso do crachá do programa para transitar nas depen-dências da Câmara dos Deputados.

Também está prevista uma visita ao Supremo Tribunal Federal, onde é exigido terno e gravata para os homens e para as mulheres calça social comprida, saia ou vestido com blazer de manga longa (o blazer é obrigatório).

hospedagem

Para a hospedagem dos alunos par-ticipantes do programa, a Câmara firmou convênio com a Fundação Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). A hospedagem se inicia após às 12h do domingo e termina, impreterivelmente, às 9h do sábado.

É fundamental que o regulamento do alojamento, que está disponí-vel nos quartos, seja observado. Vale ressaltar a necessidade de se manter silêncio após as 22h, não sendo permitido utilizar o hall ou os quartos para confraternizações.

transporte

O traslado entre o local da chegada e da partida (aeroporto/rodoviária) e o local da hospedagem é de res-ponsabilidade do estagiário. Assim, é importante verificar com cuidado o local da sua hospedagem.

Durante a semana, é oferecido transporte da ENAP até a Câmara e, ao final das atividades, da Câmara à ENAP.

O transporte sai diariamente às 7h30 e retorna por volta das 19h30.

Fique atento aos horários. Seu atraso deixará outros colegas esperando!

emergênCia

Em caso de emergência médica, o estagiário pode ser atendido no Departamento Médico, situado no Anexo III. Caso seja necessário, procure um dos servidores responsáveis pelo programa.

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m anual

agências de passagens aéreasGOL . . . . . . . . . . Anexo IV | 3216 9966AVIANÇA . . . . Anexo IV | 3216 9946TAM . . . . . . . . . Anexo IV | 3216 9955WEBJET . . . . . . . Anexo IV | 3216 9960TRIPS . . . . . . . . . . Anexo II | 3216 9975

BancosBanco do Brasil s.a. Central de Atendimento . . . 4004 0001Ed. Principal . . . . . . . . . . . . . 3321 9589Anexo IV . . . . . . . . . . . . . . . . 3216 9865

caiXa econÔMica Federal Central de Atendimento . .0800 7260104Ed. Principal . . . . . . . . . . . . . 3216-9850 Anexo IV . . . . . . . . . . . . . . . . 3216-9846

serviços geraisrestaUrantesAnexo III . Subsolo | Anexo IV . 10º Andar | CEFOR . Complexo Avançado — Setor de Garagens Ministeriais

lanchonetesSalão Verde | Anexo I | Anexo III | Edifício Principal | Torteria — Anexo IV | CEFOR . Complexo Avançado

Banca de Jornais/livraria Anexo IV . Térreo . . . . . . . . 3216 9970Ed. Principal . Chapelaria . . . .3216 9971

BiBlioteca Anexo II . . . . . . . . . . . . . . . . . 3216 5780

FarMáciaAnexo II . . . . . 3216 9817 / 3216 9821

BarBeariaAnexo IV . Subsolo . . . . . . . 3216 4280

correios e teléGraFos Anexo IV . Térreo . . . . . . . . 3216 9840

telefones Úteisdiretoria-Geral | Thaís Lucena. . . . . . . . . . . . . . 9649 1301 / 3216 2035coede/ceFor — Coordenação de Educação para a Democracia . . . . . . . . . . . . . . 3216 7619 / 3216 7618

seGUnda-secretaria. . . . . . . . . . . . . . 3215 8163 / 3215 8166

enaP. . . . . . . . 2020 3212 / 2020 3213aeroPorto . . . . . . . . . . . 3364 9000rodoFerroviária. . . . 3363 2281

rádio táxi

Rádio Táxi Brasília . . . . . . . . 3323 3030 Rádio Táxi Maranata . . . . . 3323 3900Rádio Táxi Alvorada . . . . . . 3224 5050COOBRAS . . . . . . . . . . . . . . . 3224 1000Brasília Rádio Táxi . . . . . . . . 3223 1000

Táxi Brasília . . . . . . . . . . . . . . 3224 7474divirta-se

Os sites abaixo informam a programa-ção cultural de Brasília:

• df.divirtasemais.com.br• www.correiobraziliense.com.br/

divirtase• www.agitosbsb.com.br• www.candango.com.br• www.deboa.com

serViços disponÍVeis

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