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MEIO AMBIENTE Boletim Informativo Edição 04 | Setembro | 2020 Foto: site do IPHAN Arquivo Público

Apresentação do PowerPoint...O processo de disseminação do vírus - rápido, silencioso e indiferente aos limites geográficos - ilustra, de maneira contundente, o conceito de

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MEIO AMBIENTEB o l e t i m I n f o r m a t i v o

Edição 04 | Setembro | 2020

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Mude suas atitudes.

Mude seus hábitos.

Se todos realizarmos pequenas mudanças no dia a dia, transformaremos o amanhã e imagens como essa deixarão de ser comuns.

Nosso amanhã depende de nós

Queremos e podemos viver num lugar melhor para todos.

Reflita, mas tome atitudes.Patrícia Valesca

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Injustiça ambiental e potencialização dos riscos no contexto da COVID-19

ÍNDICE

Justiça determina que filhotes de shin tzu apreendidos em Itaberaba sejam entregues para ONG

MP recomenda ao Inema suspensão de processo que autorizou obras de Terminal Portuário na Baía de Aratu

MP receberá alertas de desmatamento de vegetação nativa emitidos pelo MapBiomas

Relação entre agrotóxicos e pandemias é debatida por especialistas

MP lança edital para Chamada Pública de projetos que contribuam para efetivação de políticas públicas em Salvador

Inema deve exigir Estudo de Impacto Ambiental do Complexo Eólico Serra do Tombador em Jacobina

MP acionou Município de Ilhéus para coibir supressão irregular de árvores centenárias

Justiça determina paralisação de atividades de extração em fazenda no Município de Contendas do Sincorá

Dois homens são acionados pelo MP por transporte de madeira sem licença ambiental na região de Jequié

Jurisprudências

Jurisprudências

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A COVID-19 trouxe um cenário de complexidades, exigindo um esforçodos governos e da sociedade no sentido de adotar medidas capazes de obstar acontaminação pelo coronavírus, e ainda reduzir os impactos socioeconômicosdecorrentes da pandemia.

O processo de disseminação do vírus - rápido, silencioso e indiferente aoslimites geográficos - ilustra, de maneira contundente, o conceito de sociedade de riscocunhado pelo sociólogo alemão Ulrick Beck, que descreve os riscos nacontemporaneidade como imperceptíveis, democráticos e invisíveis (BECK, 2010).

Nota-se que a pandemia gerou uma crise econômica de proporções aindanão estimadas, revelando questões graves que a sociedade insiste em ignorar, como asdesigualdades ambientais que afetam os mais pobres em todo o mundo. Assim,moradores de localidades expostas à degradação ambiental, ou desassistidas depolíticas públicas essenciais, estão mais suscetíveis aos riscos associados à COVID-19.

A distribuição desigual da poluição e a omissão do poder público naprestação de serviços básicos em áreas onde vivem populações mais carentes, ouracialmente estigmatizadas, são manifestações de racismo ambiental (ROCHA eSANTANA FILHO, 2008). Esse racismo decorre de um processo histórico de violação dedireitos e exclusão de minorias étnicas, como as comunidades quilombolas, os povosindígenas e os moradores de favelas, sobretudo no que se refere à garantia de um meioambiente sadio e produtivo. Dessa forma, a falta de equidade na distribuição dos riscosdecorrentes da degradação ecológica configura injustiça ambiental, além de violardireitos fundamentais que são constitucionalmente assegurados a esses grupos.

Essa assimetria quanto à proteção ambiental ficou mais evidente com aCOVID-19: comunidades sem abastecimento de água potável não conseguem cumprir asmínimas recomendações de higiene dadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).Além disso, fatores econômicos e políticos como os impasses para a aprovação doauxílio emergencial e a tardia adoção de medidas assistenciais por parte de algunsgovernos, impactaram sobretudo as populações mais carentes, principalmente nosquesitos alimentação, segurança e moradia. Não obstante, o aumento do desemprego noBrasil, que em agosto de 2020 atingiu o número de 12,9 milhões de pessoas, tambémvem dificultando a reversão desse quadro de desigualdades (IBGE, 2020).

Injustiça ambiental e potencialização dos riscos no contexto da

COVID-19* Jeliane Pacheco de Almeida

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No caso das populações tradicionais, a falta de um plano de enfrentamentoà COVID-19 específico para esses grupos favoreceu a disseminação do vírus nosterritórios tradicionais. Conforme monitoramento feito pelo Conselho Nacional deArticulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas, foram contabilizados 151 óbitospor COVID-19 e 4.504 quilombolas infectados pelo coronavírus no Brasil (CONAC, 2020).Em relação aos indígenas, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil estima que maisde 700 índios morreram da doença e cerca de 28 mil contraíram o vírus (APIB, 2020).

A degradação ambiental também concorre para o agravamento dessecenário: um estudo da Escola de Saúde Pública T.H Chan (Harvard) apresentouevidências de que o ar poluído torna a COVID-19 ainda mais letal (NATIONALGEOGRAPHIC, 2020). As partículas poluentes enfraquecem o sistema imunológico eaumentam a inflamação nos pulmões intensificando as chances de morte pelo coronavírus.Além disso, os portadores de doenças respiratórias foram incluídos no grupo de risco,estando entre os mais propensos a ter complicações se contraírem a doença (OMS, 2020).Infere-se, desta forma, que os moradores de áreas impactadas por atividades geradorasde poluição atmosférica correm um maior risco de vida caso sejam infectados.

Esses dados demonstram que a COVID-19 não é tão “democrática”, e comoressalta Beck, embora os riscos na atualidade sejam distribuídos a nível global, isso nãoocorre de maneira uniforme. De modo inverso, na esfera ambiental as externalidadesnegativas potencializam as chances de contágio para os grupos mais vulneráveis, e issorequer uma política de enfrentamento que leve em consideração os aspectos sociorraciasrelacionados a essas desigualdades. Populações tradicionais e comunidades maiscarentes encontram-se em perigo constante, pois mesmo que a pandemia seja controladacontinuarão expostas à degradação ambiental, à precariedade dos serviços essenciais e àexpropriação de seus territórios tradicionais,

Um caminho possível para administrar os riscos na contemporaneidadeseria, na visão de Beck, encontrar formas de cooperação e solidariedade. Neste sentido,entende-se que é importante repensar o atual modelo de sociedade, que ainda estáatrelado à uma perspectiva bastante individualista, e que é reforçada pelo racismopresente nas nossas estruturas sociais (ALMEIDA, 2018). Dessa forma, é preciso que osEstados e a coletividade atuem no sentido de combater as desigualdades, especialmenteno campo do equilíbrio ecológico. Do contrário, continuaremos vulneráveis edespreparados diante das incertezas e riscos que possam surgir na atualidade, assimcomo vem ocorrendo com a pandemia da COVID-19.

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NOTAS:

ACSELRAD, Henri.; MELLO, Cecília Campello; BEZERRA, Gustavo das Neves. O que é justiça ambiental.Rio de Janeiro: Garamond, 2009.

ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento, 2018.

BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. Tradução de Sebastião Nascimento.São Paulo: Editora 34, 2010.

ROCHA, Julio Cesar de Sá e SANTANA FILHO, Diosmar Marcelino de. Justiça Ambiental das Águas eRacismo Ambiental. Série Textos Águas e Ambiente: Justiça pelas águas: enfrentamento ao racismoambiental. Org.: Instituto de Gestão das Águas e Clima –Ingá, 2008.

http://apib.info/emergenciaindigena/ Acesso em 30/08/2020

http://conaq.org.br/noticias/boletim-epidemiologico-11-de-agosto-2020/. Acesso em 30/08/2020

https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2020/04/poluicao-pandemia-coronavirus-india-eua-isolamento-social-morte-qualidade-ar. Acesso em 20/08/2020

https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/27946-divulgacao-semanal-pnadcovid1.html?=&t=o-que-e, Acesso em 20/08/2020

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Justiça determina que filhotes de shin tzu

apreendidos em Itaberaba sejam entregues para

ONG

A Justiça atendeu dia 02/09, o pedido do Ministério Público estaduale determinou que os cães da raça Shin Tzu apreendidos noMunicípio de Itaberaba, sejam entregues à Organização NãoGovernamental Arca de Noé. O requerimento do promotor ÁvinerSantos, acatado pela Justiça, visa preservar a saúde dos animais,que seriam vendidos em pet-shops de Salvador, Petrolina e Recife.“Após assegurada a integridade física dos animais pela ONG,enquanto depositários, será avaliada pelo Judiciário a possibilidadede adoção”, afirmou o promotor de Justiça, ressaltando que a ONGserá a intermediária do processo.

A decisão do juiz Ricardo Guimarães Martins será remetida àJustiça de Recife para que designe audiência preliminar paraanalisar a responsabilização civil e penal dos responsáveis. No dia28 de agosto, uma operação da Polícia Rodoviária Federalapreendeu 67 filhotes de Shin Tzu e um cão adulto transportadosem condições precárias, em 13 caixas plásticas e uma de papelão.De acordo com o relato dos agentes, devido à precariedade dotransporte, três animais chegaram a morrer no percurso.

Foto: Divulgação /PRF - site

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MP recomenda ao Inema suspensão de processo que autorizou

obras de Terminal Portuário na Baía de Aratu

O Ministério Publico estadual, por meio da promotora de Justiça Cecília CarvalhoMarins Dourado, recomendou ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos(Inema) a suspensão imediata do processo administrativo que autorizou as obras doTerminal Portuário de Múltiplo Uso (TMULT), na Baía de Aratu, em Candeias. Segundoa promotora de Justiça, o Terminal Portuário de Múltiplo Uso, da Bahia Terminais S.A.,“além de implicar considerável supressão de vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica,impactará diretamente na Baía de Todos Os Santos, que também goza de proteçãodiferenciada”, destacou. Ela complementou que é imprescindível a paralisaçãoimediata das atividades da empresa Bahia Terminais S.A., relacionadas à intervençãoem Área de Preservação Permanente (APP), no local destinado ao empreendimentodenominado TMULT, para que se adotem as ações fiscalizatórias empreendidas e quese esclareça a necessidade de realização de Estudo de Impacto Ambiental(EIA)/Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).

O MP recomendou ainda que o Inema suspenda a outorga/autorização de direito deuso dos recursos hídricos, a autorização de supressão de vegetação e a autorizaçãopara manejo de fauna, acaso tenham sido deferidas no licenciamento ambientalrespectivo. Além disso, o Inema deve interditar qualquer atividade relacionada àinstalação do empreendimento, sobretudo as ações interventivas em APP,terraplenagem e dragagem, pela empresa Bahia Terminais. O órgão ambiental deveainda elaborar Nota Técnica assinada por profissionais devidamente qualificados, quedeverá informar sobre a razão da dispensa do EIA/RIMA para o empreendimento,considerando-o como um complexo portuário e sua localização; a razão da autorizaçãode supressão de vegetação, caso expedida; se a área de influência direta doempreendimento abrange comunidade quilombola; e se há previsão de integração doempreendimento com o Porto de Aratu.

“Os necessários esclarecimentos poderão demandar tempo e causar maiores prejuízosao meio ambiente, em especial ao Bioma Mata Atlântica pela possível continuidade dasintervenções em APP – Área de Manguezal, por isso recomendamos ao Inema asuspensão do processo que autorizou as referidas obras”, afirmou a promotora deJustiça Cecília Dourado

Foto do Porto de Candeias do site da CODEBA -

http://www.codeba.com.br/eficiente/sites/portalcodeba/pt-

br/porto_aratu.php?secao=porto_aratu_apresentacao

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MP receberá alertas de desmatamento de vegetação nativa

emitidos pelo MapBiomas

O Ministério Público estadual receberá e utilizará as informações mais atualizadassobre a cobertura vegetal e uso da terra no estado da Bahia apuradas e elaboradaspela Plataforma MapBiomas Alerta, que possui um sistema de validação erefinamento de alertas de desmatamento, degradação e regeneração de vegetaçãonativa com imagem de alta resolução. Os dados produzidos pela Plataforma serãorecepcionados pelo Centro de Integração de Geoinformação (Cigeo) do MP, quetambém fará com ela intercâmbio de experiências, ferramentas e tecnologias.

A parceria entre a Instituição e o Mapbiomas foi formalizada em reunião virtualrealizada dia 04/09, com o coordenador do Centro de Apoio às Promotorias deJustiça de Meio Ambiente e Urbanismo (Ceama), promotor de Justiça Yuri Mello, atécnica do Cigeo Fabrine Lima, a assessora do Ceama Rousyana Araújo e osrepresentantes do MapsBioama Marcos Rosa e Magaly Oliveira. A formalizaçãodecorre de parceria já existente entre o Conselho Nacional do Ministério Público(CNMP) e a Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de MeioAmbiente (Abrampa).

Segundo o promotor Yuri Mello, a parceria fortalecerá as estratégias de proteção edefesa da vegetação nativa no estado da Bahia. Durante a reunião, foramdiscutidas as formas de acesso e de utilização do sistema pelo MP e a possibilidadede emissão de relatórios customizados de constatação de desmatamento noterritório baiano. O coordenador do Ceama informou que foi estabelecido um fluxointerno de recebimento dos alertas de supressão provenientes do MapBiomas, comanálise inicial da existência de autorização de supressão no órgão ambientalestadual e de cadastro do imóvel rural, e com posterior envio às Promotorias deJustiça de Meio Ambiente.

O MapBiomas é um projeto multiinstitucional envolvendo universidades, ONGs eempresas de tecnologia que promove o mapeamento anual de cobertura e uso daterra do Brasil ao longo das últimas três décadas e disponibiliza os dados e mapasde forma aberta e gratuita.

Foto: Mapbiomas – site

https://mapbiomas.org/mapa-mural?cama_set_language=pt-BR

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Um debate sobre a relação entre agrotóxicos, desequilíbrios ecológicos epandemias reuniu especialistas de várias áreas, via remota, na últimasemana. A promotora de Justiça e coordenadora do Fórum Baiano deCombate aos Agrotóxicos e Transgênicos, Luciana Khoury, participou dasdiscussões que aconteceram no dia 21/07, por meio da plataforma virtualTeams. Ela aproveitou a oportunidade para destacar algumas causas quecontribuem para a pandemia do novo coronavírus e citar a relação com omodelo produtivo insustentável. De acordo com Luciana, “o uso intensivo deagrotóxicos e transgênicos, a criação intensiva de animais, a produçãoagrícola e a forma de interação com os animais silvestres são fatores queprovocam desequilíbrios e contribuem para o surgimento das epidemias epandemias”.

As discussões apontaram ainda para a alteração da forma de produção, damaneira de se relacionar com o ambiente e a necessidade de avaliar ascausas desses processos para enfrentá-las. Ainda segundo a promotora deJustiça, também foi abordada a situação das populações maisvulnerabilizadas, que, conforme concluíram os participantes, sofrem impactosainda maiores nesses momentos de pandemia. O evento foi realizado pelaFrente Parlamentar Ambientalista em conjunto com o Fórum Baiano e tevepalestras da médica, doutora em Ciências Médicas pela UniversidadeEstadual de Campinas, Lia Giraldo, e do engenheiro agrônomo, coordenadoradjunto do Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos,Leonardo Melgarejo.

Relação entre agrotóxicos e pandemias é debatida por

especialistas

Foto: Ri Rezende10

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O Ministério Público estadual, por meio da Promotoria de Justiça de Habitação eUrbanismo, lança dia 10/09, o edital da Segunda Chamada Pública Simplificadade projetos sociais, ambientais e urbanos que contribuam para a efetivação depolíticas públicas em Salvador. O lançamento acontecerá durante o seminário queocorrerá das 15h às 19h e será transmitido online por meio da plataformaMicrosoft Teams e do canal do MP no Youtube. Na ocasião, ocorrerá também aapresentação dos resultados dos 13 projetos selecionados durante a PrimeiraChamada Pública, ocorrida em 2019.

As inscrições para a seleção podem ser feitas até o dia 13 de outubro. Um dosobjetivos da Chamada Pública é o enfrentamento dos efeitos socioespaciaisurbanos da pandemia do coronavírus, com foco na população de baixa renda dosbairros com maior vulnerabilidade social. O projeto deve considerar resultados doestudo técnico ‘Avaliação das condições de vulnerabilidade local ao Covid-19 eisolamento social na cidade de Salvador’, elaborado pelo grupo ‘GeoCombateCovid-19 Ba’, que é coordenado pela Universidade Federal da Bahia (UFBa).Poderão participar da seleção organizações e grupos formalizados ou não, alémde pessoas físicas a exemplo de associações comunitárias, ativistas,Organizações Não-Governamentais (ONGs), instituições de ensino e grupos depesquisa.

Serão selecionados projetos que trabalhem com os seguintes temas: Covid-19 –aspectos sócio/urbano/ambientais; áreas verdes e recursos naturais; climaurbano; direito à cidade; espaço público; função social da propriedade privada;mobilidade; moradia; proteção e defesa civil; e saneamento. Incialmente, a equipeda Promotoria de Habitação e Urbanismo do MP, que tem à frente a promotora deJustiça Hortênsia Pinho, fará a pré-seleção de 20 projetos, por meio da análisedocumental e de elegibilidade das propostas. No dia 8 de novembro serãodivulgados os nove projetos que serão apoiados financeiramente, sendo trêsprojetos no valor de R$ 10 mil, três no valor de R$ 20 mil e os outros trêsreceberão o valor de R$ 40 mil.

MP lança edital para Chamada Pública de projetos que

contribuam para efetivação de políticas públicas em

Salvador

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O Ministério Público estadual recomendou ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema)e à Câmara de Compensação Ambiental que exijam dos empreendimentos integrantes originários doComplexo Eólico Serra do Tombador, no município de Jacobina, a realização do Estudo de ImpactoAmbiental (EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Além disso, os órgãosdevem exigir a realização de audiências públicas em todas as cidades que sofrerão impacto doempreendimento, bem como o pagamento da compensação ambiental referida na Lei n. 9.985/00; e,na definição da destinação dos recursos oriundos de compensações ambientais realizadas peloempreendimento deverão destinar, preferencialmente, recursos aos municípios de Jacobina e MiguelCalmon, que serão impactados diretamente pelo complexo e já possuem Unidades de Conservaçãode Proteção Integral.

“A empresa Casa dos Ventos Energias Renováveis possui pretensão de instalar, na região da Serrado Tombador, o Complexo Eólico Serra do Tombador, contendo duas fases, a primeira com ainstalação de 157 aerogeradores e a segunda com 912 aerogeradores, num total de 1.069 torreseólicas e potência instalada total de 1.864,4 MW. Isso representaria o maior projeto eólico do Brasil,da América Latina e do mundo, quando individualmente considerado como Complexo Eólico, já que oComplexo de Alta na Califórnia, nos Estados Unidos, tinha a previsão de instalação de ‘apenas’ 600aerogeradores”, ressaltou o promotor de Justiça Pablo Almeida, autor da recomendação.

Ele complementou que a instalação de 1.069 torres previstas na fase 1 e 2 do empreendimento, foratoda a estrutura de transmissão, resultaria em impacto paisagístico irreversível, em uma localidadequalificada pelo Ministério do Meio Ambiente como de importância alta para a natureza, dentre outrasrazões, pela beleza cênica e interesse turístico. “Somando-se todas as supressões indicadas pelaempresa, em seus estudos, teríamos, pelo menos, mais de seis milhões de metros quadrados devegetações suprimidas, o que é estimativa bastante tímida, diante da realidade de empreendimentosjá instalados na região, que com pouco mais de 100 aerogeradores fizeram mais de 426 hectares desupressões de vegetações”, afirmou Pablo Almeida.

No documento, o MP recomenda ainda ao Inema que o EIA/RIMA, que serão produzidos pelaempresa Casa dos Ventos Energias Renováveis, ou sucessoras, sejam disponibilizados no prazomáximo de 30 dias, depois de terem sido apresentados pela referida empresa, para acesso ao públicono site oficial do Inema sem a necessidade de senha. Além disso, o órgão ambiental deve divulgaramplamente qualquer audiência realizada sobre o empreendimento. “Recomendei também que oInema disponibilize todos os planos produzidos com base nesses EIA/RIMA, no prazo máximo de 180dias quando da apresentação do estudo, em site público, sem a necessidade de senha”, explicou opromotor de Justiça.

Inema deve exigir Estudo de Impacto Ambiental do Complexo Eólico Serra

do Tombador em Jacobina

Foto: Ri Rezende12

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Uma ação civil pública ambiental com solicitação de medida liminar queobrigue o Município de Ilhéus a não suprimir árvores centenárias localizadasna Avenida Soares Lopes foi apresentada pelo Ministério Público estadual àJustiça, dia 09/07. No documento, o promotor de Justiça Paulo EduardoSampaio Figueiredo pediu que as árvores, relacionadas ao acesso viário daPonte Jorge Amado, não fossem retiradas sem apresentação prévia do planode manejo de fauna. “As referidas árvores abrigam famílias inteiras depássaros do gênero ‘maritaca’, os quais ali residem há décadas e não estãotendo o devido tratamento de serem remanejados para outro local”, alertou opromotor.

Paulo Figueiredo destacou que não se sabe se houve plano de manejo defauna no processo de licenciamento ambiental da obra do acesso viário.Segundo ele, a informação já foi requisitada, mas, “ainda que tenha havidoesse estudo e tenha sido incluído no licenciamento ambiental da obra, omesmo não está sendo devidamente cumprido pelo Município de Ilhéus, emdetrimento daquelas aves desamparadas”. O promotor de Justiça explicouque as aves são espécie selvagem do bioma Mata Atlântica e possuemcaracterísticas altriciais - não sobrevivem sem os seus pais. Para ele, asupressão das árvores e, consequentemente, dos ninhos levará ao declíniode toda uma geração, o que pode afetar a perpetuação dessa população depássaros no Centro de Ilhéus.

De acordo com o promotor de Justiça, o Ministério Público do estadual tomouconhecimento dos fatos, dia 07/07, por meio de representação encaminhadaao e-mail funcional sobre a erradicação de árvores amendoeiras centenáriasna Avenida Soares Lopes. A situação foi prontamente apurada e a ação civilpública ajuizada.

MP acionou Município de Ilhéus para coibir supressão

irregular de árvores centenárias

Foto: site bahia e mídia -

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Justiça determina paralisação de atividades de

extração em fazenda no Município de

Contendas do Sincorá

A pedido do Ministério Público estadual, a Justiça determinou aparalisação imediata de qualquer atividade potencialmentepoluidora ou degradadora do meio ambiente na Fazenda BaixaRedonda, no Município de Contendas do Sincorá. Na fazenda, oempresário chinês Wei Xiang está extraindo de forma irregularpedra jaspe, além de ter feito desvios de parte das águaspróximo à nascente do Rio Palmeiras, com a utilização debarramentos com sacos de areia e tubos de PVC. “A pedido doMP, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema)realizou uma inspeção na área da nascente do Rio Palmeira,onde constatou a veracidade da denúncia de exploração irregularde pedra ornamental do tipo jaspe vermelha, com o uso demáquinas escavadeiras, construção de barramento e captaçãoirregular de água no leito do rio”, destacou o promotor de JustiçaMillen Castro, que ajuizou ação civil pública contra Wei Xiang.

Ele complementou que, informações prestadas pelo Centro deApoio às Promotorias do Meio Ambiente e Urbanismo do MP(Ceama), mostraram que Wei Xiang é, de fato, o possuidor doimóvel denominado Fazenda Baixa Redonda, onde estáocorrendo o dano ambiental. “Consta no relatório elaborado peloCeama, que não há qualquer requerimento ou processoadministrativo junto ao Inema em nome de Wei Xiang, visando àobtenção de outorga para intervenção em recursos hídricos, delicenças ou de autorizações ambientais para supressão davegetação nativa”, afirmou o promotor de Justiça Millen Castro.Em relação à exploração mineral, também não há autorização doDepartamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) para queWei Xiang lavre ou pesquise pedra jaspe na localidade.

Foto Divulgação – Jornal da Chapada -

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O Ministério Público estadual, por meio do promotor de Justiça Maurício Foltz

Cavalcanti, ajuizou ações penais ambientais contra dois homens acusados de

transportarem madeira de origem do bioma da Mata Atlântica sem licença ambiental

na região de Jequié. Durante operação realizada no dia 15/07, equipes da Polícia

Rodoviária Federal (PRF) apreenderam cerca de 21 metros cúbicos de madeira em

pilha que fazia a rota Itajurú/Jequié, e cerca de 4 metros cúbicos de madeira em pilha

que fazia a rota Itagibá/Jequié, ambos no KM 791,8, na BR-330.

Entre as madeiras do tipo lenha, sem o devido Documento de Origem Florestal

(DOF), constavam diversas espécies oriunda da Mata Atlântica como Embaúba, Pau-

Pombo, Cacau e Vinhático. “A madeira apreendida foi encaminhada ao escritório

regional do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), em Jequié, para

adoção das medidas administrativas cabíveis”, destacou o promotor de Justiça

Maurício Foltz Cavalcanti. Na ação, o promotor de Justiça requer que a Justiça

designe audiência preliminar, onde serão realizadas as devidas transações penais,

por conta dos crimes de transporte de produto florestal bruto sem autorização

ambiental.

Dois homens são acionados pelo MP por transporte de madeira sem licença ambiental na região de Jequié

A ABRAMPA – Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio

Ambiente possui um assento no Conselho do Pacto pela Restauração da Mata

Atlântica, cujo representante é o promotor de Justiça do MPBA, Fábio Fernandes

Corrêa. No âmbito do Grupo de Trabalho de Políticas Públicas do Pacto foi

desenvolvido um material, de autoria do representante do MPBA, comparando os

principais aspectos da Lei de Proteção da Vegetação Nativa (Novo Código Florestal)

e da Lei da Mata Atlântica. O material foi publicado no blog NewFor e pode ser

acessado no link

https://blognewfor.blogspot.com/2020/08/introducao-ao-novo-codigo-florestal-

ncf.html?m=1

Foto: Dr. Pablo Almeida

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MPBA e o Conselho do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica

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Relator(a): Min. ROBERTO BARROSOJulgamento: 06/08/2020Publicação: 12/08/2020Decisão“[d]iferentemente do que afirmado pelo v. acórdão impugnado, acelebração de Termo de Compromisso de Recuperação Ambientaltambém produz efeitos na esfera penal, acarretando a falta de justacausa para o exercício da Ação Penal”. 5. Prossegue a narrativapara afirmar que “o artigo 79-A, caput e § 1º, da Lei 9.605/1998,conferiu força de título executivo extrajudicial aos termos decompromisso celebrados entre os órgãos ambientais integrantes doSISNAMA e os responsáveis pela prática de qualquer danoambiental (...). Significa dizer que a formalização do Termo deCompromisso de Recuperação Ambiental - TCRA propicia aoresponsável pelo suposto dano ao meio ambiente a adequação desua atividade à legislação ambiental, mediante a sua recuperação.Não obstante a existência de discussão sobre a sua naturezajurídica, a doutrina está pacificada no sentido de que o Termo deCompromisso de Recuperação Ambiental - TCRA deve ser tratadocomo ‘um mecanismo de solução de conflitos, com natureza jurídicade transação’, de modo que, firmado o acordo, não mais se buscaráa comprovação do dano ambiental e a sua indenização, mas sim asua própria execução, ante a sua eficácia de título executivoextrajudicial

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AÇÃO CIVIL PÚBLICA PARA PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIOCULTURAL. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO.POSSIBILIDADE DA PROPOSITURA DA AÇÃO AINDA QUE OBEM QUE PRETENDA PROTEGER SEJA PARTICULAR E NÃOTENHA SIDO TOMBADO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. OMinistério Público do Estado de Minas ajuizou Ação Civil Públicacom pedido de declaração, por sentença, da incompatibilidade dofuncionamento de loja Ricardo Eletro no interior do Mercado Centralde Belo Horizonte, edificação de reconhecido valor cultural eartístico. 2. O Juízo do primeiro grau deferiu liminar para a interdiçãoda loja. Todavia o Tribunal de Justiça a suspendeu com oargumento de que o bem é particular, e não tombado, e de que oMinistério Público seria parte ilegítima para promover Ação CivilPública visando à proteção do patrimônio cultural. 3. O MinistérioPúblico e outros sujeitos intermediários têm legitimidade ampla parapromover Ação Civil Pública em defesa do patrimônio cultural,histórico, estético, artístico, turístico e paisagístico, irrelevante seja obem material ou imaterial, particular ou público, tombado, em fasede tombamento ou não tombado, assim como exista ou não licençaou autorização da Administração para o comportamento impugnado.4. Recurso Especial provido. (STJ; REsp 1.538.384; Proc.2014/0194424-3; MG; Segunda Turma; Rel. Min. Herman Benjamin;Julg. 08/11/2016; DJE 28/08/2020)

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE LEI Nº 4.515/99REVOGAÇÃO DE DISPOSITIVOS DA LEI Nº 4.428/99, ambas domunicípio de Bauru, que proibiam provas de laço e derrubada deanimais, bem como o uso de sedém, ainda que forrado ou revestidode material macio, em locais públicos ou privados do município -práticas que causam sofrimento extremo, caracterizando crueldadeno trato com os animais ofensa ao disposto no artigo 93, X, daconstituição estadual precedentes deste órgão especial açãojulgada procedente para declarar inconstitucional a lei revogadoraNº 4.515/99, do município de Bauru.

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(vii) explicitar, no Plano de Barreiras Sanitárias, e assegurar que todos osrepresentantes dos CONDISIs que participem das Salas de Situação Localsejam necessariamente indígenas; (viii) explicitar o tempo e as estratégiasmais seguras de quarentena para ingresso em terras indígenas e cuidarpara que elas cheguem ao conhecimento daqueles que atuam em taisterras; (ix) adotar a metodologia postulada pelo CNJ, detalhando aexecução das ações relacionadas ao Plano, sem prejuízo da implantaçãodas barreiras sanitárias no prazo ajustado; (x) apresentar tal detalhamento,quanto às terras que integram o objeto da Prioridade 1 até final desetembro; e o detalhamento da Prioridade 2 até final de outubro; (xi)promover o contínuo aprimoramento do Plano. 2. No que respeita aocumprimento da cautelar, quanto a povos indígenas localizados em terrasnão homologadas, deve: (i) identificar das áreas e territórios nesta situação;(ii) dimensionar as equipes e os insumos necessários ao atendimento; (iii)dimensionar os fluxos de assistência entre SESAI e SUS; (iv) adequar aforça de trabalho; (v) promover a readequação orçamentária dos DSEIs(Nota Técnica em Resposta à Intimação nº 2636/2020, p. 41-42); (vi)fornecer os dados discriminados sobre os atendimentos realizados em cadaterra, indicando datas e quantitativos. 3. No que respeita ao contínuoaprimoramento do Plano e a seu monitoramento, deve restabelecer ofuncionamento da Sala de Situação e fixar periodicidade de reuniõescompatível com uma situação de pandemia. Conclusão 18. Não seria de seesperar que, num quadro assim complexo – no qual se somam desacertoshistóricos que vêm de muito longe com a crise humanitária da pandemia daCovid-19 – se pudesse, em poucas semanas, ter a solução ideal oucompleta. Ainda assim, já se têm avanços relevantes e, apesar dasdivergências inevitáveis, é preciso louvar o empenho de todos osenvolvidos em construir uma solução conjunta. Trata-se de um trabalhoainda em curso, com diversas etapas, que deverá continuar a contar com aboa-fé e a boa-vontade de todas as partes, com diálogo e atitudespositivas, como tem sido até aqui. 19. Diante do exposto, homologoparcialmente o Plano de Barreiras Sanitárias, com os ajustes previstos noitem 17.1, acima. A União deve, ainda, tomar as providências necessáriasao cumprimento integral da cautelar, quanto aos povos indígenas situadosem áreas não homologadas (item 17.2), bem como restabelecer ofuncionamento da Sala de Situação Nacional, com periodicidade fixacompatível com a necessidade de responder prontamente à evolução dapandemia (item 17.3). 20. Publique-se. Intime-se pelo meio mais expedito àdisposição. Brasília, 31 de agosto de 2020. Ministro LUÍS ROBERTOBARROSORelator

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ADPF 709 MC / DF - DISTRITO FEDERALMEDIDA CAUTELAR NA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTALRelator(a): Min. ROBERTO BARROSOJulgamento: 31/08/2020

Decisão: Ementa: Direito Constitucional e Sanitário. Proteção dasComunidades Indígenas contra a COVID-19. Povos IndígenasIsolados e de Recente Contato. Plano de barreiras sanitárias.Homologação parcial. 1. A Articulação dos Povos Indígenas doBrasil, a Procuradoria-Geral da República, a Defensoria Pública daUnião e o Conselho Nacional de Justiça defendem a adoção docritério da maior vulnerabilidade ao contágio por COVID-19 para adefinição das terras indígenas objeto de tratamento prioritário peloPlano de Barreiras Sanitárias. Nesse sentido, requerem a inclusãodas Terras Indígenas do Vale do Javari, Yanomami, Uru Eu WawWaw e Arariboia como Prioridade 1, dada sua extremavulnerabilidade. 2. De acordo com a jurisprudência consolidada noSupremo Tribunal Federal, as decisões em situação de risco à vida,à saúde e ao meio ambiente devem ser orientadas pelos princípiosda precaução e da prevenção, devendo-se optar pelas medidasmais seguras entre aquelas à disposição. Essa orientação conduz,no caso presente, à adoção do critério da maior vulnerabilidade paraa definição de prioridades. Inclusão das Terras Indígenas do Vale doJavari, Yanomami, Uru Eu Waw Waw e Arariboia como Prioridade 1.[...]17. A fim de assegurar a clareza das medidas determinadas pelapresente decisão, passo a sintetizá-las abaixo: 1. No que respeita aoPlano de Barreiras Sanitárias, deve a União: (i) incluir as TIs do Valedo Javari, Yanomami, Uru Eu WawWaw e Arariboia como Prioridade1; (ii) considerar a necessidade de isolamento de invasores; (iii) darinício ao funcionamento das barreiras sanitárias que integram aPrioridade 1 no curso do mês de setembro de 2020; (iv) dar início aofuncionamento das barreiras sanitárias que integram a Prioridade 2no curso do mês de outubro de 2020; (v) indicar as terras indígenasque são objeto da Prioridade 3 e o prazo para início defuncionamento de tais barreiras, compatível com a situação deurgência de uma pandemia; (vi) apresentar os Planos deContingência previstos no item 8 da decisão proferida em06.08.2020 por este Relator (DJe de 12.08.2020);

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EXPEDIENTE

Procuradora-Geral de JustiçaNorma Angélica Reis Cardoso Cavalcanti

Coordenador do CEAMAYuri Lopes de Mello

CEAMACristiane Sandes TostaDanilo Oliveira SantosDelina Santos AzevedoJeliane Pacheco de AlmeidaJuliana Carvalho Marques PortoLarissa Brito Gama Luiz Humberto Erundilho R. CoelhoMarlus Oliveira SinfronioMarta Conceição da Paixão S. A. RibeiroMonique de Souza MaiaPatrícia Valesca SantosRoberta Silva CostaRodrigo Almeida AlvesRousyana Gomes de AraujoVictor Brasil Nunes Ramos

Agradecimento Especial (Foto)Dr. Pablo Almeida

EdiçãoUnidade de Informações Ambientais