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APROFUNDANDO OS TEXTOS BÍBLICOSIs 66,10-14c
Salmo 65 (66)
Gal 6,14-18
Lc 10,1-12.17-20
Embora as leituras de hoje nos projetem em sentidos diversos, domina a temática do “envio”:
na figura dos 72 discípulos do Evangelho, na figura do profeta anónimo que fala aos
habitantes de Jerusalém do Deus que os ama, ou na figura do apóstolo Paulo que anuncia a glória da cruz, somos convidados a tomar consciência
de que Deus nos envia a testemunhar o seu Reino.
É, sobretudo, no Evangelho que a temática do “envio” aparece mais desenvolvida sobre tudo o
que oprime e escraviza o homem.
Na primeira leitura, apresenta-se a palavra de um profeta anónimo, enviado a
proclamar o amor de pai e de mãe que Deus tem pelo seu Povo. O profeta é sempre um enviado que, em nome de
Deus, consola os homens, liberta-os do medo e acena-lhes com a esperança do
mundo novo que está para chegar.
Os discípulos de Jesus são enviados ao mundo para continuar a obra libertadora que Jesus começou e
para propor a Boa Nova do Reino aos homens de toda a terra, sem exceção; devem fazê-lo com
urgência, com simplicidade e com amor.
Segunda leitura.Terminamos hoje a leitura da Carta aos Gálatas. Nos domingos
anteriores, já dissemos qual é a questão fundamental abordada nesta carta: face às exigências dos “judaízantes” (segundo os
quais os cristãos, além de acreditar em Cristo, devem cumprir escrupulosamente a Lei de Moisés e, de forma especial, aderir à
circuncisão),
Paulo considera que só Cristo interessa e que tudo o
resto são leis e ritos desnecessários ou, ainda
pior, geradores de escravidão
O Evangelho situa-nos, outra vez, no contexto da caminhada de Jesus para Jerusalém. Apresenta-nos mais uma
etapa desse “caminho espiritual”, durante o qual Jesus vai oferecendo
aos discípulos a plenitude da revelação do Pai e preparando-os para continuar, após a sua partida, a missão de levar o
Evangelho a todos os homens.
O ser “cordeiro no meio de lobos” e o não levar “nem bolsa,
nem alforge, nem sandálias” sugere que o anúncio do Reino
não depende do poder dos instrumentos utilizados.
O “não andeis de casa em casa” sugere que o missionário deve contentar-se com aquilo que põem à sua disposição e viver com simplicidade e sem exigências. O seu
objectivo não é enriquecer ou viver de acordo com o último grito do conforto ou da moda; a sua prioridade é o anúncio do
Reino: tudo o mais é secundário.
O Evangelho que hoje nos é proposto sugere,
essencialmente, que os discípulos – a totalidade dos
discípulos – são responsáveis pela continuação no mundo do projeto libertador de Jesus, do
projeto do Reino.
Estamos verdadeiramente conscientes disto? Como é que, na prática, anunciamos Jesus? Jesus já chegou, efetivamente, ao nosso local de trabalho, à
nossa escola, à nossa paróquia, à nossa comunidade religiosa?
De quem é a responsabilidade, se Jesus ainda parece estar ausente de tantos
setores da vida de hoje? Conseguimos dormir tranquilos quando o egoísmo, a
injustiça, a escravidão assentam favelas à nossa volta e impedem o Reino de
acontecer?
Deus fiel, que velas o teu Povo como uma mãe o seu filho, nós Te damos graças
pelas consolações que Tu lhe anunciaste outrora, quando
estava desanimado e desorientado.
Te damos graças pela cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Era um instrumento de morte, mas tornou-se para
nós e para o mundo inteiro a origem de uma nova criação e de um novo Israel de Deus.
Nós Te pedimos por todos os nossos irmãos que trazem no seu corpo a
marca dos sofrimentos. Mestre da seara, bendito sejas pelo teu Filho Jesus,
pelos setenta e dois discípulos e todos os missionários que nos
revelaram a presença do teu Reino.
Nós Te bendizemos, porque os nossos nomes estão
inscritos nos céus.Mestre da seara, nós Te pedimos: que o teu reino
venha, haja paz nas nossas casas! Envia operários para
a tua seara”.Marineves
Marina