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DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS TERÇA-FEIRA, 4 DE JULHO DE 2017 7 Negócios Comércio Em um movimento que se dá para além da multicanalidade, possibilidade de unir os produtos parados é uma forma de reduzir gastos com novas compras e revolucionar no tempo de entrega Após vender em loja física e virtual, o varejo precisará integrar os estoques CONSUMO Felipe Mendes São Paulo [email protected] Com clientes cada vez mais hiperconectados, o varejo bus- ca fórmulas para estimular seus ganhos. Uma das realida- des, a multicanalidade, que in- tegra o canal de vendas físico e digital, ainda deve ser aprimo- rada e ganhar novos módulos em curto prazo. Segundo um estudo reali- zado recentemente pela ace- leradora de startups Liga Ven- tures, em parceria com o espaço de inovação em vare- jo Oasislab, o serviço de omnichannel, oferecido por vários varejistas, ainda tende a crescer. Se atualmen- te ele funciona com intuito de maximizar a interação en- tre os canais, a ideia é que em um futuro próximo não exis- ta diferença entre o estoque físico e virtual; para que, as- sim, o consumidor consiga receber o produto em um pe- ríodo mais reduzido. “Essa questão da omnica- nalidade é um caminho sem volta. O maior desafio para o grande varejista é aprender a integrar o on-line com as lo- jas físicas, para atender me- lhor o consumidor. A logísti- ca hoje é muito cara para o varejista. Com esse novo con- ceito, ele vai aproveitar o es- toque que está parado nas lo- jas físicas e aumentar o giro daquela unidade [em que o cliente resolver retirar o pro- duto]. Além disso, o consu- midor será beneficiado. Com essa automação do estoque físico, o cliente poderá rece- ber o produto entre uma e duas horas”, diz a responsável pela loja laboratório de inova- ção da Oasislab, Fabíola Paes. Uma das startups mencio- nadas pelo estudo: a Neomode fornece serviços para a inte- gração dos canais de vendas, além de desenvolver ativida- des para impulsionar o consu- mo e conquistar novos clientes através do chatbot no Facebo- ok. Para alavancar os ganhos da varejista Mercadomóveis, a startup está desenvolvendo um aplicativo para vendas e aprimorando o serviço de mul- ticanalidade da rede. “Estamos na fase de implan- tação do projeto, onde o time da Neomode elaborou todo o cronograma. Estamos realizan- do uma gama de ações em pa- ralelo ao app, pois temos que estar prontos para todos os clientes, indiferentemente do canal”, afirma o gerente de controladoria da Mercadomó- veis, Fernando Silvério. A rede hoje soma 200 operações. Inovar para crescer De acordo com o mapeamento realizado pela Liga Ventures, o mercado brasileiro conta com 216 startups que desen- volvem algum tipo de ação vol- tada ao varejo. Dentre elas, al- guns segmentos de destaque são de startups que atuam com soluções para gestão das lojas (31 startups), pagamentos (26), marketing e relacionamento com o cliente (23), internet das coisas, e novas tecnologias (21), promoções e recompen- sas (21) e logística (18). “Nós identificamos que o mercado brasileiro já tem um grande número de startups que atuam no varejo. Temos notado, inclusive, que algumas startups têm se destacado no setor, oferecendo serviços de internet das coisas, aplicativos para pagamentos e gestão dos produtos, entre outros. Além disso, existe um movimento forte de startups voltadas a avaliar o comportamento do consumidor nas redes sociais”, admite o sócio-diretor da Liga Ventures, Daniel Grossi. Das 216 startups mapeadas pelo estudo, 115 foram tidas como soluções da chamada ‘Loja 4.0’, conceito associado à necessidade de interação nos canais. “A essência da Loja 4.0 é o consumidor. A inovação é necessária para direcionar ofertas com o perfil do cliente, melhorando a assertividade nas campanhas”, diz Fabíola. FOTOS: DREAMSTIME Pagando com o celular: novas ferramentas para meios de pagamento estão entre as tendências no Brasil E-commerce no Estado de São Paulo movimenta R$ 3,8 bilhões INDICADOR Vendas no comércio sobem em maio BALANÇO DREAMSTIME Consumidor voltou a comprar, mas está mais atento ao preço Da Redação São Paulo [email protected] As vendas do varejo brasilei- ro cresceram 0,9% em maio na comparação com o mesmo mês de 2016, segundo o indi- cador da operadora de cartões Mastercard, no entanto, quan- do avaliado as vendas dos três meses até maio, há queda de 0,4% sobre um ano antes. Segundo a empresa, o re- sultado é ligeiramente me- lhor do que o trimestre ante- rior, quando declinaram 2%. As vendas pela internet con- tinuaram a ser destaque no indicador, com alta de 20,7% ante a maio de 2016. Setores como supermercados, mó- veis e eletrodomésticos e ves- tuário também apresentaram desempenho superior às ven- das totais do varejo, infor- mou a Mastercard. Na avaliação da empresa, o Dia das Mães, segunda data comercial mais importante do varejo brasileiro, ajudou a au- mentar as vendas em maio. Na semana anterior à comemora- ção, houve crescimento de 8,2% sobre o período equiva- lente do ano passado. Por regiões, o Sudeste, que representou 60% das vendas totais no mês, foi o único que teve desempenho acima da média, de 1,8%. A região Sul também apresentou cresci- mento, de 0,6%. Norte, Cen- tro-Oeste e Nordeste, por ou- tro lado, tiveram redução nas vendas, de 2,3%, 1,6% e 0,4%. I n st a b i l i d a d e O diretor de Pesquisa Econô- mica da Mastercard Advisors, Kamalesh Rao, afirmou que o ambiente econômico segue desafiador, com a perspectiva de alta do desemprego e dete- rioração da massa salarial. "Mesmo assim, a confiança do consumidor continuou cres- cendo. Nesse contexto, há uma possibilidade de melhora gra- dativa no comércio varejista do País nos próximos meses." O indicador da Mastercard, informa sobre gastos no varejo nacional. O dado é baseado nas atividades de vendas na re- de de pagamentos Mastercard e estimativas das as outras for- mas de pagamento, incluindo dinheiro e cheque. Da Redação São Paulo [email protected] O comércio eletrônico pau- lista registrou faturamento real (já descontada a inflação) de R$ 3,8 bilhões no primeiro trimestre de 2017, alta de 0,6% na comparação com o mesmo período de 2016. Em 12 meses, o setor tam- bém acumulou avanço de 0,6%. É o que aponta pesqui- sa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fe- comercioSP), feita em parce- ria com a Ebit. Segundo a assessoria eco- nômica da Federação, grande parte dessa recuperação po- de ser atribuída ao Dia do Consumidor, celebrado em março. As vendas do setor no mês atingiram R$ 1,362 bilhão, a maior cifra já registrada para o mês desde 2013, início da sé- rie histórica. “A Entidade res- salta a crescente importância da data, visto que o fatura- mento do comércio eletrônico em março de 2017 superou em R$ 150 milhões a média do pri- meiro bimestre deste ano”, in- forma a nota da FecomercioSP. Fatia do bolo A participação do e-commerce nas vendas do varejo paulista ficou praticamente estável, ao passar de 2,7% nos primeiros três meses de 2016 para 2,6% no primeiro trimestre deste ano. Já o número de pedidos online no Estado atingiu 9,7 milhões, ante os 9,5 milhões registrados em janeiro, feverei- ro e março do ano passado. O tíquete médio real caiu 1,3% passando de R$ 394,93 no primeiro trimestre de 2016 pa- ra R$ 389,68 este ano. Integrar o varejo físico no on-line pode reduzir custos com estoques

Após vender em loja física e virtual, o varejo precisará ......receber o produto em um pe-ríodo mais reduzido. “Essa questão da omnica- ... para pagamentos e gestão dos produtos,

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DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS ● TERÇA-FEIRA, 4 DE JULHO DE 20 1 7 7

Negócios Comér cio

Em um movimento que se dá para além da multicanalidade, possibilidade de unir os produtosparados é uma forma de reduzir gastos com novas compras e revolucionar no tempo de entrega

Após vender em loja física e virtual, ovarejo precisará integrar os estoquesCONSUMO

Felipe MendesSão [email protected]

● Com clientes cada vez maishiperconectados, o varejo bus-ca fórmulas para estimularseus ganhos. Uma das realida-des, a multicanalidade, que in-tegra o canal de vendas físico edigital, ainda deve ser aprimo-rada e ganhar novos módulosem curto prazo.

Segundo um estudo reali-zado recentemente pela ace-leradora de star tups Liga Ven-t u re s, em parceria com oespaço de inovação em vare-jo Oa s i s l a b, o serviço deomnichannel, já oferecidopor vários varejistas, aindatende a crescer. Se atualmen-te ele funciona com intuitode maximizar a interação en-tre os canais, a ideia é que emum futuro próximo não exis-ta diferença entre o estoquefísico e virtual; para que, as-sim, o consumidor consigareceber o produto em um pe-ríodo mais reduzido.

“Essa questão da omnica-nalidade é um caminho semvolta. O maior desafio para ogrande varejista é aprender aintegrar o on-line com as lo-jas físicas, para atender me-lhor o consumidor. A logísti-ca hoje é muito cara para ovarejista. Com esse novo con-ceito, ele vai aproveitar o es-toque que está parado nas lo-jas físicas e aumentar o girodaquela unidade [em que ocliente resolver retirar o pro-duto]. Além disso, o consu-midor será beneficiado. Comessa automação do estoquefísico, o cliente poderá rece-

ber o produto entre uma eduas horas”, diz a responsávelpela loja laboratório de inova-ção da Oasislab, Fabíola Paes.

Uma das star tups mencio-nadas pelo estudo: a Ne o m o d efornece serviços para a inte-gração dos canais de vendas,além de desenvolver ativida-des para impulsionar o consu-mo e conquistar novos clientesatravés do chatbot no Facebo-ok. Para alavancar os ganhosda varejista Me rc a d o m ó ve i s, astar tup está desenvolvendoum aplicativo para vendas eaprimorando o serviço de mul-ticanalidade da rede.

“Estamos na fase de implan-tação do projeto, onde o timeda Neomode elaborou todo ocronograma. Estamos realizan-

do uma gama de ações em pa-ralelo ao app, pois temos queestar prontos para todos osclientes, indiferentemente doc a n a l”, afirma o gerente decontroladoria da Mercadomó-veis, Fernando Silvério. A redehoje soma 200 operações.

Inovar para crescerDe acordo com o mapeamentorealizado pela Liga Ventures, omercado brasileiro já contacom 216 star tups que desen-volvem algum tipo de ação vol-tada ao varejo. Dentre elas, al-guns segmentos de destaquesão de star tups que atuam comsoluções para gestão das lojas(31 star tups), pagamentos (26),marketing e relacionamentocom o cliente (23), internet dascoisas, e novas tecnologias(21), promoções e recompen-sas (21) e logística (18).

“Nós identificamos que omercado brasileiro já tem umgrande número de star tupsque atuam no varejo. Temosnotado, inclusive, que algumasstar tups têm se destacado nosetor, oferecendo serviços deinternet das coisas, aplicativospara pagamentos e gestão dosprodutos, entre outros. Alémdisso, existe um movimentoforte de star tups voltadas aavaliar o comportamento doconsumidor nas redes sociais”,admite o sócio-diretor da LigaVentures, Daniel Grossi.

Das 216 star tups mapeadaspelo estudo, 115 foram tidascomo soluções da chamada‘Loja 4.0’, conceito associado ànecessidade de interação noscanais. “A essência da Loja 4.0é o consumidor. A inovação énecessária para direcionarofertas com o perfil do cliente,melhorando a assertividadenas campanhas”, diz Fabíola.

FOTOS: DREAMSTIME

Pagando com o celular: novas ferramentas para meios de pagamento estão entre as tendências no Brasil

E-commerce no Estado de SãoPaulo movimenta R$ 3,8 bilhões

I N D I CA D O R

Vendas no comércio sobem em maio

BA L A N Ç OD R E A M ST I M E

Consumidor voltou a comprar,mas está mais atento ao preço

Da RedaçãoSão Paulor e d ac a o @ d c i . c o m . b r

● As vendas do varejo brasilei-ro cresceram 0,9% em maio nacomparação com o mesmomês de 2016, segundo o indi-cador da operadora de cartõesMastercard, no entanto, quan-do avaliado as vendas dos trêsmeses até maio, há queda de0,4% sobre um ano antes.

Segundo a empresa, o re-sultado é ligeiramente me-lhor do que o trimestre ante-rior, quando declinaram 2%.As vendas pela internet con-tinuaram a ser destaque noindicador, com alta de 20,7%ante a maio de 2016. Setorescomo supermercados, mó-veis e eletrodomésticos e ves-tuário também apresentaramdesempenho superior às ven-das totais do varejo, infor-mou a Mastercard.

Na avaliação da empresa, oDia das Mães, segunda datacomercial mais importante dovarejo brasileiro, ajudou a au-mentar as vendas em maio. Nasemana anterior à comemora-ção, houve crescimento de8,2% sobre o período equiva-lente do ano passado.

Por regiões, o Sudeste, querepresentou 60% das vendastotais no mês, foi o único que

teve desempenho acima damédia, de 1,8%. A região Sultambém apresentou cresci-mento, de 0,6%. Norte, Cen-tro-Oeste e Nordeste, por ou-tro lado, tiveram redução nasvendas, de 2,3%, 1,6% e 0,4%.

I n st a b i l i d a d eO diretor de Pesquisa Econô-mica da Mastercard Advisors,Kamalesh Rao, afirmou que oambiente econômico seguedesafiador, com a perspectivade alta do desemprego e dete-rioração da massa salarial."Mesmo assim, a confiança doconsumidor continuou cres-cendo. Nesse contexto, há umapossibilidade de melhora gra-dativa no comércio varejista doPaís nos próximos meses."

O indicador da Mastercard,informa sobre gastos no varejonacional. O dado é baseadonas atividades de vendas na re-de de pagamentos Mastercarde estimativas das as outras for-mas de pagamento, incluindodinheiro e cheque.

Da RedaçãoSão Paulor e d ac a o @ d c i . c o m . b r

● O comércio eletrônico pau-lista registrou faturamentoreal (já descontada a inflação)de R$ 3,8 bilhões no primeirotrimestre de 2017, alta de 0,6%na comparação com o mesmoperíodo de 2016.

Em 12 meses, o setor tam-bém acumulou avanço de0,6%. É o que aponta pesqui-sa da Federação do Comérciode Bens, Serviços e Turismodo Estado de São Paulo (Fe-comercioSP), feita em parce-ria com a Ebit.

Segundo a assessoria eco-nômica da Federação, grandeparte dessa recuperação po-de ser atribuída ao Dia doConsumidor, celebrado emmarço. As vendas do setor no

mês atingiram R$ 1,362 bilhão,a maior cifra já registrada parao mês desde 2013, início da sé-rie histórica. “A Entidade res-salta a crescente importânciada data, visto que o fatura-mento do comércio eletrônicoem março de 2017 superou emR$ 150 milhões a média do pri-meiro bimestre deste ano”, in-forma a nota da FecomercioSP.

Fatia do boloA participação do e-commercenas vendas do varejo paulistaficou praticamente estável, aopassar de 2,7% nos primeirostrês meses de 2016 para 2,6%no primeiro trimestre desteano. Já o número de pedidosonline no Estado atingiu 9,7milhões, ante os 9,5 milhõesregistrados em janeiro, feverei-ro e março do ano passado.

O tíquete médio real caiu1,3% passando de R$ 394,93 noprimeiro trimestre de 2016 pa-ra R$ 389,68 este ano.

Integrar o varejo físico no on-line pode reduzir custos com estoques